Jornal Maio 2013

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Ceará em Brasília Jornal da Casa do Ceará

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Ano XXIV - 251 - Maio de 2013

Impresso Especial

9912205638/DR/BSB Casa do Ceará em Brasília

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Festa Junina da Casa do Ceará será em 29 de junho. Leia mais na pág. 20

Leia nesta edição

Senado homenageou a Unifor por seus 40 anos, com 70 mil graduados, 25 mil alunos e 1.200 professores. Leia mais na pág. 04

Ivens Dias Branco recebe título de Sócio Benemérito da Casa do Ceará. Leia mais na pág. 17

Fotos de Hermínio Oliveira

Editorial, pág.2 Espaço Luciano Barreira, pág. 2 Conversando com o Leitor, pág. 2 Samburá, Avenida Beira Mar, pág. 3 O Ibiapina de Brasília, o homem da música e do samba no pé, pág. 4 Centro Cultural Dragão do Mar será revitalizado, pág. 4 Anúncio da Marquise, pág. 5 Leituras I - O talento e a grandeza de Leonardo Sampaio, Edmílson Caminha, pág.6 Governo do CE entrega 176 poços de um total de 761 visitantes, pág. 6 Beira-Mar de Fortaleza ganha Centro Cultural Jader de Carvalho, pág. 6 Diretor do Banco do Nordeste apresenta medidas para regularização de dívidas à Bancada Nordestina, pág. 6 Leituras II - Os Paraquedistas da Política, Wilson Ibiapina, pág. 7 Desembargadores Iracema do Vale e Abelardo Benevides no TRE-CE, pág.7 Anúncio do Uniceub, pág. 7 Leituras III - Sonho e Realidade, João Soares Neto, pág. 8 Memória - Lembranças do Cine Familiar, em Otávio Bonfim, ao lado da Igreja Nossa Senhora das Dores, e que marcou várias gerações, pág. 8 Leituras IV - Estão querendo Revogar a lei do morro: não sei, não vi, não conheço, Por JB Serra e Gurgel, pág. 9 A posse de Adirson Vasconcelos na Academia Brasiliense de Letras, pág. 9 Anúncio do grupo M. Dias Branco, pág. 10 Projetos Especiais - Momentos Marcantes da vida do prof. Albery Mariano, pág.11 Leituras V - Ser tão náutico (revisto e ampliado), de Fernando Gurgel Filho, pág. 12 Centro de Eventos do Ceará o melhor equipamento do Brasil e Bismarck Maia o melhor secretário de Turismo do país, pág. 12 A crítica literária pelos caminhos da poesia, pág.12 Leituras VI - Sibá. O Simpático Calça Preta, de Audifax Rios, pág. 13 História - Instituto do Ceará empossa diretoria de gestão 2013/2015, pág. 13 Leituras VII - É andando que se aprende, Macário Batista, pág. 14 Eylia, um novo medicamento pra cuidar das vistas dos velhos, pág. 14 Senado aprova criação da Universidade Federal do Cariri com campus em Icó e Brejo Santo, pág. 14 UFC ocupa 15º Lugar entre as melhores instituições brasileiras, diz estudo, pág.14 Leituras VIII - A Palavra Descalça e as Caetanias, Durval Aires Filho, pág.15 História do Cangaço - Livro traz fatos curiosos sobre a vida de Lampião, pág.15 Comandante da 10ª Região Militar do Exército Brasileiro recebe homenagem do TJCE, pág. 16 Centro de Formação Olímpica será referência esportiva no Brasil, pág. 16 Anúncio da Nacional Gás, pág. 16 Ivens Dias Branco recebe diploma José Ermírio de Moraes no Senado, pág. 17 Anúncio de Aguiar de Vasconcelos, pág. 17 Página da Mulher, Precioso bem, Regina Stella, pag; 18 Roteiro da Culinária Cearense em Brasília, pág. 18 Vício de comer existe?, de Sally Marlow, da BBC Brasil, pág. 18 Leituras IX - Humor Negro e Branco Humor, Prova de Redação pág. 19 Os 24 novos sintomasde Pobreza, pág. 19 Anúncio do Beach Park, pág. 20

Presidente da Casa do Ceará, Osmar Alves de Melo, é Cidadão Brasiliense. Leia mais na pág. 05


Espaço Luciano Barreira O tal do “meia” em português...

Expediente

Fundada em 15 de outubro de 1963 Fundadores – Chrysantho Moreira da Rocha (Fortaleza) e Álvaro Lins Cavalcante (Pedra Branca) Diretoria Presidente - Osmar Alves de Melo (Iguatu): Fernando Cesar Moreira Mesquista (Fortaleza), 1º vice; José Sampaio de Lacerda Junior (Fortaleza), 2º vice; Evandro Pedro Pinto (Fortaleza), Administração e Finança; Luiz Gonzaga de Assis (Limoeiro do Norte), Planejamento e Orçamento; Fernando Gurgel Filho (Fortaleza), Educação e Cultura; Francisco Machado da Silva (Pedra Branca), Saúde; JB Serra e Gurgel (Acopiara), Comunicação Social, Angela Maria Barbosa Parente (Fortaleza), Obras, Maria Áurea Assunção Magalhães (Fortaleza), Promoção Social, e João Rodrigues Neto (Independência), Jurídico. Conselho Fiscal Membros efetivos: José Ribamar Oliveira Madeira (Uruburetama), José Colombo de Souza Filho (Fortaleza) e José Carlos Carvalho ( Itapipoca); Membros suplentes: Antônio Florêncio da Silva (Fortaleza), Edivaldo Ximenes Ferreira (Fortaleza) e José Aldemir Holanda (Baixio). Jornal da Casa do Ceará Fundador e Editor Emérito - Luciano Barreira (Quixadá) Conselho Editorial Ary Cunha (Fortaleza), Carlos Pontes (Nova Russas), Edmilson Caminha (Fortaleza), Egidio Serpa (Fortaleza), Frota Neto (Ipueiras), Geraldo Vasconcelos (Tianguá), Gervásio de Paula (Fortaleza), Haroldo Hollanda (Fortaleza), Jorge Cartaxo (Crato), J. Alcides (Juazeiro do Norte), José Jézer de Oliveira (Crato), Lustosa da Costa (Sobral), Marcondes Sampaio (Uruburetama), Milano Lopes (Fortaleza), Narcélio Lima Verde (Fortaleza), Orlando Mota (Fortaleza), Paulo Cabral Jr. (Fortaleza), Raimunda Ceará Serra Azul (Uruburetama), Roberto Aurélio Lustosa da Costa (Sobral) e Tarcisio Hollanda (Fortaleza). Diretor Inacio de Almeida (Baturité) Editores JB Serra e Gurgel (Acopiara) e Wilson Ibiapina (Ibiapina) Gurgel@cruiser.com.br / wilsonibiapina@globo.com Editoração Eletrônica Casa do Ceará Distribuição Antonia Lúcia Guimarães Circulação O jornal não se responsabiliza por textos assinados. Banco de dados com apoio da ANASPS - Brasília – DF SGAN Quadra 910 Conjunto F - Asa Norte | Brasília-DF CEP 70.790-100 | Fone: 3533 3800 casadoCeará@casadoCeará.org.br / www.casadoCeará.org.br

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- Nove e meia, assim, veja: 9h30min. - Ah, entendi, meia é trinta. - Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado? - Sim, já estou na casa de um amigo. - Em que bairro. - Nas trinta bocas. - Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria nas seis bocas? - Isso mesmo, no bairro meia boca. - Não é meia boca, é um bairro nobre. - Então deve ser cinco bocas. - Não, seis bocas, entende, seis bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis ruas, por isso seis bocas. Entendeu? - E há quem possa entender?

- Por favor, gostaria de fazer minha inscrição neste Congresso. - Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde? - Sou de Maputo, Moçambique. - Da África, né? - Sim, sim, da África. - Aqui está cheio de africanos, vindo de toda parte do mundo. - O mundo está cheio de africanos. - É verdade. - Se pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o berço antropológico da humanidade ... - Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito. - Desculpe, qual sala? - Meia oito. Professoras(es) do meu brasil vejam o que nos espera - Podes escrever? *O Desespero Da Professora !!!** - Não sabe o que é meia oito, sessenta e oito, assim, A professora pergunta a um aluno: veja: 68 - Wandercleison, diga aí um verbo. - Ah, entendi, meia é seis. - Bicicreta. - Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só - Não é bicicreta... É bicicleta! E bicicleta não é verbo. mais uma informação: a organização do Congresso está Depois, perguntou ao segundo aluno: cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com - Helvispresli, diga aí um verbo. o material, DVD, apostilas, etc., gostaria de encomendar? - Prástico. - Quanto tenho que pagar? - Não é prástico... É plástico! E plástico não é verbo. - Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam meia. A professora, desesperada, perguntou ao terceiro aluno. - Hummm... que bom. Ai está, seis reais. - Janedílson, diga aí um verbo. - Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende? - Hospedar. - Pago meia? Só cinco? Meia é cinco? - Muito bem! Hospedar realmente é um verbo! - Isso, meia é cinco. Agora diga-me uma frasecom o verbo que escolheu. - Tá bom, meia é cinco. - Hospedar da bicicreta são de prástico!... - Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às *Alguém duvida que estamos caminhando para isso? ** nove e meia. Com o livro didático, distribuído pelo MEC, que defende - Então já começou, são nove e vinte. - Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só o uso da “linguagem popular”, com erros grosseiros de português, não estaremos longe de conviver com situações começa às nove e meia. como a acima descrita.* - Você pode escrever aqui a hora que começa?

Edi t o r i a l

A seca que atinge o Ceará e o Nordeste teria mais impacto caso não existissem os programas assistenciais, especialmente o Bolsa Família, que está segurando a população no interior do Nordeste bem como as transferências da Previdência Social (aposentadorias e pensões) e da Assistência Social (benefícios do LOAS que contemplam os idosos que ao contribuíram para a Previdência e os portadores de necessidades especiais) que, em 70% dos casos, superam as transferências do Fundo de Participação dos Estados e Municípios, mais transferências do ICMS e a receita própria dos municípios, do IPTU, que é baixíssima. Claro que a falta dágua angustia. A mídia nacional prefere, entretanto, mostrar esqueletos de bois, vacas, jumentos, burros que secaram e tostaram. A “indústria da seca” sumiu, apesar da demagogia de alguns políticos, que querem levar vantagem no milho, no perdão das dívidas, etc. Também sumiram aquelas manifestações de solidariedade com recolhimento de donativos que geralmente não se tem como se transportar e quando se transporta, o que é bem e de qualidade é retido pela claque dominante, e o que é quase inservível acaba sendo ofertado aos flagelados. O positivo, portanto, são os programas que acabam sendo administrados pelos próprios beneficiários que pegam o dinheiro nos bancos, nas loterias, e utilizam de acordo com suas carências mais prementes. Os intermediários – geralmente políticos vagabundos – estão sendo punidos. Inácio de Almeida (Baturité) Diretor

Conversando com o Leitor + Recebemos Segundo Pensamento, 2ª Antologia de Prosa e Verso, da Associação Cearense dos Escritores, de que participa Haroldo Felinto, de Acopiara. Haroldo é presidente de honra da Associação, que tem como presidente emérito, Francisco de Assis Almeida Filho e como presidente, Francisco de Assis Clementino Ferreira. + No mês de abril, o nosso site www.casadoceará. org.br encostou nos 169 mil acessos, caminhamos agora para os 180 mil. Estamos em curva ascendente. Felizmente. + O mesmo acontece com o nosso site www. brasilia50anosdeceara.com.br que chegou aos 30 mil acessos, o que revela interesse da comunidade brasileira e brasiliense pelos cearenses. + Estamos trabalho no site do projeto 50 anos da casa do Ceará, que era a biografia de 150 cearenses que contribuíram para o progresso do Ceará, da Casa e de Brasília. + Dados de audiência de nossa página na internet indicam que no mês de abril tivemos 5,035 visitas, 3.987 visitantes únicos, 10.693 visualizações de página e 3.987 pessoas acessaram nossa página.

+ No exterior, fomos visitados por pessoas dos Estados Unidos, Alemanha, Costa do Marfim, Colômbia, Portugal, Suíça, França e Reino Unido. + No Brasil, fomos visitados por cearenses e pessoas de Brasília, São Paulo, Fortaleza, Manaus, Rio de Janeiro, Goiânia, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Campos Grande, Recife, Teresina, Luziania, Maringá, Sobral, Vitória, Unaí, Niterói, Porto Velho, Lincoln, João Pessoa, Natal, Florianópolis e Marília. + Recebemos a plaqueta, muito bem editada, com o discurso de posse de Adirson Vasconcelos na Academia Brasiliense de Letras, recebido que foi por Márcio Cotrim, com fotos de família, feitas por Rui Vasconcelos. + Recebemos a publicação “Histórias do DNOCS”, do Prof. Fr. José Jarbas Studart Gurgel (Acaraú) com 36 artigos publicados nos 36 aos e que ali trabalhou. Voltaremos ao assunto. O autor tem 215 trabalhos técnicos e científicos publicados. + Os 42 anos da Ceilandia foram comemorados pela Folha Nacional de Cultura, um jornal poético do cordel repente e viola, dirigido por Gonçalo Gonçalves Bezerra, o GonGon, de Ipueiras/CE, que é o Pai da Ceilândia, presidente da FENAPREC e do MBC.

veja os sites do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br e no facebook www.facebook.com/casadoceara

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SAMBURÁ - Avenida Beira Mar Desembargador Ademar Mendes Bezerra O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) homenageou, em 25.04, o desembargador Ademar Mendes Bezerra, que se despediu do Judiciário estadual. O magistrado completou o tempo de serviço para aposentadoria, após 39 anos de dedicação. Na ocasião, que contou também com a presença de servidores e familiares, o desembargador foi agraciado com uma placa de reconhecimento pelos serviços prestados à Justiça cearense. A homenagem foi entregue pelos desembargadores Fernando Luiz Ximenes Rocha e Maria Iracema Martins do Vale. BicBanco O presidente do Bicbanco, José Bezerra de Menezes, conhecido como Binho Bezerra, recebeu na Assembleia Legislativa, o título de Cidadão Cearense. A homenagem atende solicitação da deputada Fernanda Pessoa (PR.Para Fernanda Pessoa, o título é um justo ato de reconhecimento à grande contribuição que o homenageado tem dado para o desenvolvimento socioeconômico do Ceará). “Binho Bezerra transformou-se num empresário de visão moderna e dinâmica, cuja principal característica é o amor ao trabalho, e tem como referência, na construção de sua vida pessoal, familiar e profissional, a figura de seus pais, o coronel Humberto e Norma Bezerra”, ressaltou a parlamentar. Aeroporto de Sobral Sobre o Aeroporto de Sobral, escreveu o sobralense Macario Batista: “Penso eu - Sobral já teve linha aérea. A Cruzeiro do Sul, a Varig, a Panair e a TAF já fizeram linha regular pra Sobral. As três primeiras passaramdo tempo com seus velhos e saudosos DC 3 ou C47. A TAF, fez linha com Caravan. Esta saiu do ramo porque o povo não entendeu que meia hora de avião é melhor que 4 numa estrada esburacada ou tinha medo de voar. Por fim, quando Veveu arrumar uma pista decente, com uns 2 ou 3 mil metros de extensão, empresas aéreas vão botar Sobral no GPS e chegar lá de jatão e etc. e coisa e tal. Aliás, eu estava outro dia em Paris, com a Presidenta Dilma quando ela falou que viria ao Ceará inaugurar o Castelão. E falou nos 800 aeroportos que pretendia implantar no país pra incentivar a aviação regional. Hora de a gente meter o peitos nágua”. Cearense no TRF-5 (Recife) O procurador da República Fernando Braga Damasceno foi nomeado pela presidente da República, Dilma Rousseff, para cargo de juíz do Tribunal Regional Federal da 5ª Região substituindo o desembargador federal Paulo Gadelha. Damasceno atuava na Procuradoria da República no Município de Sobral. É mestre em direito pela Universidade Federal do Ceará e faz doutorado em ciências jurídico-criminais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Tem mais de 19 anos de experiência jurídica, sendo seis como servidor efetivo da Justiça Federal no Ceará e 13 como procurador da República.

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João Ferreira homenageia Domingos Filho Com cheiro de democrata. O vice-Governador Domingos Filho prestigiou com a simplicidade e os “versos” que caracterizam suas falas, o XI Encontro de Jornalistas do Interior, em Salitre, no extremo Oeste do Ceará, no fim de semana. Citou Santo Agostinho, falou de liberdade de imprensa, cuidou dos reclamos locais sobre seca, economia e mobilidade. Não chegou pra quem quis com fotos, abraços e entrevistas longas. E num momento se permitiu dizer: “...e vou ser governador.” Alternativa 1 “As ‘zelites’ são assim: aprovam os gays, mas adoram cotas pra pobres e negros.” No Ciará é assim. e-pronto: O marmota chega no mercadim e apregunta pro cumpadre: - Quanto é meia dúzia de ovo? O abestado arresponde, na bucha: - Seis ovo. Pás eólicas O Porto do Pecém vai embarcar as maiores pás eólicas já construídas no Brasil. Ao todo foram 30 pás com 56,7 metros de extensão cada uma e terão como destino o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. As pás foram produzidas pela empresa Aeris, que se localiza no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), e foram transportadas pela empresa Acciona. As 30 pás eólicas encontravam-se armazenadas no Terminal de Múltiplo Uso (TMUT) do Pecém. Danilo Forte A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização nomeou o deputado Danilo Forte (PMDB-CE), relator-geral da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014.Danilo Forte defendeu o debate na elaboração da LDO e a adoção do orçamento impositivo, que obrigaria a execução das emendas parlamentares, que são recursos indicados pelos deputados e senadores para atender obras e projetos nos municípios. “É um ganho que nós precisamos alcançar. Não podemos viver sob a tutela e chantagem que expõe, muitas vezes, a Casa ao ridículo”, ponderou. 50 anos do Moinho Cearense O Grande Moinho Cearense – instalado e em operação na Esplanada do Mucuripe, em Fortaleza – está a celebrar os seus primeiros 50 anos de atividades. Idealizado por Carlos Jereissati, o moinho foi inaugurado no dia 10 de maio de 1963, exatamente em um momento de grave escassez de farinha de trigo que vivia a indústria cearense da panificação. Empresa integrante do Grupo Jereissati São Paulo – controlado por Carlos Francisco Jereissati – o Grande Moinho Cearense é dirigido, há oito anos, por Roberto Schneider, que é seu presidente executivo.

Accor terá 646 quartos em Fortaleza A Accor terá em Fortaleza 646 quartos, em Fortaleza, com os novos empreendimentos com Luciano Cavalcante.O ibis Fortaleza Centro de Eventos (conAbel Castro (e), diretor de Desenvolvimento de tratado em abril de Novos Negócios da Accor para a América Latina, 2010) é um investi- com o empresário cearense Luciano Cavalcante mento de R$ 49,5 milhões por meio de parceiros de negócios, e 383 apartamentos. O ibis budget com 233 apartamentos terá investimento de R$ 27,5 milhões, sendo 70% do BNB e 30% de Luciano Cavalcante.A a Accor já opera dois hotéis: Mercure Fortaleza Meireles e ibis Fortaleza, na praia de Iracema, que somam 261 apartamentos. Habemus Juiz, celebram advogados do Icó O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará – TJCE nomeou para responder pela Vara Única da Comarca de Icó (CE), o juíz de direito (respondência), dr. Ricardo Alexandre, titular do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Iguatu. Dr. Ricardo Alexandre conversou, com servidores do fórum; advogados; defensor público e com a presidenta da pastoral carcerária, Sra. Dolores Mota.“Estamos em festa. Dr. Ricardo é um magistrado de excelente perfil técnico-jurídico, aberto ao diálogo, além célere e responsável”, disse o advogado Kleber Colares, vice-presidente da OAB\Iguatu. Shopping Parangaba Publicou Egídio Serpa, no DN: Carla Pontes, diretora do Grupo Marquise, um dos gigantes da economia cearnse, informa: Seu primeiro centro de compras, em construção em Fortaleza, não mudará de nome: será Shopping Center Parangaba. A data da entrega: Shopping Center Parangabadas chaves aos seus lojistas está confirmada: o próximo dia 18 de outubro. Serão lojas-âncora do Shopping Parangaba: C&A, Renner, Riachuelo, Marisa, Magazine Luiza, Centauro, Esplanada e Casa Pio. Na sua Praça de Alimentação, vão estar McDonalds, Subway, Burger King, Bob´s, Giraffas e Spolleto e Cinema UCI. Construtoras adotarão praças A Prefeitura de Fortaleza quer transferir para a iniciativa privada a manutenção de algumas das praças públicas da cidade. Hoje, o Grupo Edson Queiroz, com a Praça da Imprensa, e o Grupo C. Rolim, com a Praça Portugal, são bons exemplos do que podem, juntos, o poder público e a empresa privada. A PMF acertou com a Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon) uma parceria por meio da qual as suas 79 associadas vão dividir a tarefa de manter limpas e bem conservadas algumas das belas praças de Fortaleza. Verba O deputado Padre Zé (Sobral) informando à Casa do Ceará em Brasília que destinou verba de R$ 100,000, 00 para a Casa do Ceará. Por enquanto, foi o único que propôs verba e que nos comunicou.

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Centro Cultural Dragão do Mar será revitalizado O Dragão do Mar completou 14 anos com incentivo à criação artística, difusão cultural e democratização do acesso à arte e à cultura e passará por uma grande reforma com duração total de nove meses e um valor total de 9.207.741,77. Ela será realizada de forma parcelada, para evitar o comprometimento da oferta de programação. Nessa primeira etapa, iniciada no dia 29 de abril, serão reestruturados o teatro, as duas salas de cinema e iniciados os projetos paisagístico e luminotécnico, orçados em R$ 1.000.000,00. A construtora Porto Ltda. foi a empresa vencedora da licitação, realizada pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, para executar a obra, sob acompanhamento do Departamento de Arquitetura e Engenharia (DAE) do Governo do Ceará. A obra recebe o acompanhamento dos arquitetos Fausto Nilo e Delberg Ponce de Léon, autores do projeto original de todo o Dragão do Mar. Sem ter passado ainda por grandes mudanças, afora pequenas manutenções, o prédio será totalmente revitalizado para se adequar às novas necessidades e tecnologias. A recuperação vem atender a grande expectativa do público que já aguarda pelo retorno do cinema há mais de um ano. Segundo a estudante de Designer de Moda, Cássia Uchôa, “o cinema já era bom, por ser um espaço cultural fora de shoppings. Com a reforma, espero ir mais vezes e me surpreender com o novo áudio”. Todos os sistemas de sonorização e projeção serão substituídos por equipamentos digitais. As novas salas também terão a capacidade ampliada e contemplam um projeto de acessibilidade.

O Ibiapina de Brasília, o homem da música e do samba no pé Quando se pensa em espetáculo, presença de palco, musicalidade e carisma, o nome que nos vem a cabeça é do sambista Luciano Ibiapina, artista de Brasília e do mundo que, ao longo de 17 anos, vem consolidando sua brilhante carreira e fazendo história no meio musical. Sambista de alma e coração, Luciano Ibiapina não esconde a felicidade e o orgulho que carrega da sua história e de sua raiz nordestina. Tendo um carinho e respeito imenso pelo povo Nordestino! É Sua maior honra ter em seu sobrenome o nome IBIAPINA. Construiu uma carreira de respeito, reconhecimento e prestígio! Dono de uma voz potente e marcante, encanta e emociona a todos que assistem a seu Show. Possui repertório variado, com sambas memoráveis - já cantou com artistas de reconhecimento no meio musical - formando parcerias inesquecíveis com os cantores Jorge Aragão, Charlles André, Marquinhos Sathan, Noca da Portela, Art Popular, Flávinho Silva (ex Fundo de Quintal), Zé Luiz do Império e Ciraninho da Portela. Outros artistas regionais também marcaram presença em suas Apresentações, sendo eles a cantora de renome nacional DhyRibeiro, Fiola Travassos, Deborah Vasconcelos, Grupo Karamba, Milsinho do Grupo Amor Maior e outros. Após o início de sua carreira solo em 2009, Luciano Ibiapina participou e encabeçou diversos projetos. Um dos mais marcantes foi o lançamento de seu primeiro álbum “MINHA VEZ”, cujo repertório vem recheado dos maiores sambas e dos melhores compositores. Não demorou muito para que o artista conquistasse seu espaço no meio musical. Morador de Brasília há 13 anos, Luciano já morou na Asa Sul,Guará e Cruzeiro, mas elegeu Vicente Pires para ser sua casa! Morador da região, não consegue

esconder o carinho que sente pela cidade. Morando, trabalhando e modificando culturalmente o cenário de Vicente Pires, Luciano tem vários planos, expectativas e sonhos por essa cidade que o adotou, acolheu e que carinhosamente o está ajudando a construir essa nova etapa da sua história. É idealizador do “SAMBAR NA CAPITAL”, projeto cultural de Brasília que tem como objetivo trazer a essência do samba de roda, levando lazer, musicalidade, cultura, alegria e entretenimento para as regiões de Brasília e entorno. O SAMBAR NA CAPITAL é realizado no Cruzeiro, cidade berço do samba em Brasília, pela qual o cantor tem um apreço muito grande! Podemos dizer que as grandes porcentagens de shows e eventos do artista acontecem na região do Cruzeiro. “O Cruzeiro transpira samba e é minha segunda casa! Mas a vontade é estar aqui em Vicente Pires!”, diz Luciano. Com um espírito de solidariedade incrível, Luciano Ibiapina encabeça várias manifestações de cunho social. A mais recente foi o projeto intitulado SAMBA SOCIAL, que teve como objetivo maior a reintegração social e o acesso a cultura. Tal iniciativa permitiu levar para pessoas carentes e necessitadas um dia de muitas doações e manifestações de amor e carinho! Foram eleitas para esse projeto duas instituições: a FALE - Fraternidade Lucas Evangelista que assiste, abriga e apoia os portadores do vírus HIV, e a MAC - Movimento de apoio ao paciente com câncer que ajuda não só o paciente com câncer, mas dá todo o suporte psicológico e financeiro para seus familiares. Luciano Ibiapina é gente da gente! Com alma de sambista e coração de um brasiliense que jamais deixará de semear a cultura em sua cidade!

Senado homenageou a Unifor por seus 40 anos, com 70 mil graduados, 25 mil alunos e 1.200 professores. Em sessão especial para homenagear a Universidade de Fortaleza (Unifor) pelos seus 40 anos, o senador José Pimentel (PT-CE) defendeu a destinação dos recursos dos royalties do petróleo para a educação. Pimentel, que é relator do Plano Nacional de Educação (PNE) para os próximos dez anos - PLC 103/2012 -, foi o autor do requerimento para a realização da sessão de 20.05. O senador disse ainda que os demais senadores cearenses, Inácio Arruda (PCdoB) e Eunício Oliveira (PMDB), também defendem a proposta. Para Pimentel, os recursos servirão para alavancar o desenvolvimento da educação desde a pré-escola à pós-graduação. - Precisamos fortemente desses recursos para que possamos investir no mínimo 10% do Produto Interno Bruto na educação brasileira – afirmou Pimentel. Em referência à instituição homenageada, ele disse que a Unifor é considerada a melhor universidade privada das regiões Norte e Nordeste. Durante a homenagem, que começou com a execução das músicas Três Peças Nordestinas, de Clóvis Pereira, e Quatro Momentos, de Ernani Aguiar, pela camerata da Unifor, o senador Eunício Oliveira, ex-aluno da instituição, recordou seu momento na universidade e elogiou a instituição. - São duas vocações que se completam: a vocação da Unifor para a excelência e a vocação cearense para o progresso, em prol do bem comum, em prol do futuro da nossa Fortaleza, do nosso Ceará, do nosso Nordeste

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Senador José Pimentel, Yolanda Queiroz, Governador, Airton Queiroz, Eunicio Oliveira e Inácio Arruda. Foto : Hermínio Oliveira

e do nosso Brasil – disse. Também estiveram presentes na sessão o chanceler da Unifor e filho de Edson Queiroz, fundador da universidade, Airton Queiroz; e sua mãe, Yolanda Queiroz, a reitora da Unifor, Fátima Veras, o vice presidente da OAB/CE, Ricardo Barcelar, os deputado Mauro Benevides, Danilo Forte e Chico Lopes, o ministro do Tribunal de Contas da União, Valmir Campelo; os diretores da Casa do Ceará em Brasília, Fernando Cesar Mesquita, Angela Barbosa Parente, João Rodrigues Neto, JB Serra e Gurgel, jornalistas Pádua Lopes, Wilson Ibiapina e Tarcísio Holanda, o presidente da Academia Cearense de Letras José Augusto Bezerra, empresários João Porto Guimarães e Pio Rodrigues.

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A Unifor Fundada em 1973, por Edson Queiroz, a Universidade de Fortaleza ocupa uma área de 720 mil metros quadrados, 300 salas de aula, 230 laboratórios especializados, 37 cursos de graduação, 12 de graduação executiva, cinco de mestrado e seis de doutorado, galeria de arte, museu, auditório, orquestra, parque aquático, pistas olímpicas, biblioteca com um acervo de 250 mil livros, 25 mil alunos, 1.200 professores, 80% doutores. A instituição já graduou 70 mil alunos e possui mais de sete mil pós-graduados. O Núcleo de Atenção Médica Integrada (Nami). O núcleo, que é referência na rede pública de saúde pelos vários serviços oferecidos à comunidade, efetua 300 mil atendimentos por ano e beneficia atualmente 25 mil pacientes. O chanceler da Unifor, Airton Queiroz, citou ainda projetos relevantes na área da pesquisa, como o realizado com as cabras transgênicas, que produzem leite com proteínas semelhantes ao leite materno. - A pesquisa ajuda a combater a alta taxa de mortalidade infantil no Nordeste e no mundo – afirmou Queiroz. A Unifor mantém convênio de intercâmbio com 170 universidades em 30 países. Em cursos de pós-graduação, a universidade mantém parceria com instituições norte-americanas, como a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e a Universidade da Pensilvânia.

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Presidente da Casa do Ceará, Osmar Alves de Melo, é cidadão Brasiliense No discurso que proferiu ao receber o título de Cidadão de Brasília, na Casa do Ceará, em 24.05, Osmar Alves de Melo, presidente da Casa do Ceará, recordou seus 14 anos de Iguatu, onde nasceu, suas passagens pelo Crato onde estudou no Seminário da Sagrada Família, por Fortaleza onde estudou no Liceu e pelo Rio de Janeiro, onde cursou a Faculdade de Direito. Neste ano, Osmar completou 50 anos de Brasília, onde casou com Ivete Magalhães Alves de Melo de cujo consórcio nasceram nossas filhas Alba Cristina Magalhães Alves de Melo, professora titular de Ciência da Computação da UNB, Ana Claùdia Magalhães Alves de Melo, Promotora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e Adriana Magalhães Alves de Melo, analista legislativo da Câmara dos Deputados. Aqui, nasceram meus netos Rafael, Clara, Arthur, Leonardo e Helena. “Aqui, residem as famílias de dez dos doze irmãos, já que apenas um reside em Fortaleza, o João, que, atualmente, é Secretário de Estado Controlador Geral do Estado do Ceará. Aqui, estão sepultados no Campo da Esperança meus pais Pimpino Alves e Laura Melo e meu irmão Francisco Alves Neto. Portanto, sou de uma família brasiliense, com muito orgulho’. Agradecendo ao deputado Dr. Michel pela honraria do título da Câmara Legislativa, Osmar lembrou suas lutas pela defesa da representatividade política de Brasília representação no Senado Federal e na Câmara dos Deputados, ele que foi “advogado de presos políticos e estudantes perseguidos” . Assinalou que “a má vontade com o exercício de atividade política no Distrito Federal era tão grande, insisto, que foi editado um decreto, em 1966, pelo presidente militar do dia proibindo a organização de partidos políticos no Distrito Federal”. Ainda em 1996, se filiou e lembrou que a autonomia

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política “foi conquistada pelo povo nas ruas, nas praças, nos fundos de quintal, nas igrejas, nas associações de moradores e inquilinos, nos sindicatos, nas entidades estudantis e nas reuniões de todo esse universo na Associação Comercial e na OAB-DF”. Travei o bom combate contra o projeto de lei n°4937, de iniciativa do presidente João Figueiredo, que autorizava o governador do Distrito Federal a desafetar áreas de Brasília de uso comum do povo, mediante edição de simples decreto. Quando Secretário de Serviços Sociais no governo José Aparecido, introduzi o contrato de concessão de uso na política habitacional ainda hoje em uso e tomei a iniciativa de entregar 4.670 lotes na expansão do Setor O da Ceilândia a pessoas cadastradas na SHIS que ali construíram suas casas, sem as muletas do poder público. Todavia, o ato mais importante praticado por mim como Secretário de Estado foi vetar a construção das Super Quadras Norte 414 e 415 de propriedade da SHIS,

a fim de preservar as nascentes e matas de galerias ali existentes, o córrego Olhos D´Agua e o lago do sapo. Mauro Benevides O deputado Mauro Benevides (PMDB -CE) registrou nos anais da Câmara dos Deputados a concessão do titulo de Cidadão Honorário pela Câmara dos Deputados ao presidente da Casa do Ceará do Ceará, “aqui radicado há mais de vinte anos, como Procurador da Fazenda Nacional e advogado, agora, com ativa militância junto aos Tribunais Superiores, revelando as qualidades de cultor do Direito. Mauro lembrou que a Casa do Ceará sodalício beneficente, localizada na Asa Norte, preserva, há cinquenta anos, setores assistenciais gratuitos, favorecendo não apenas os nossos coestaduanos, mas, igualmente, a todos quantos demandam a conceituada entidade, mantenedora de serviços ambulatoriais, conhecido por padrões modelares, irrepreensivelmente cumpridas. Como seu sócio honorário, a ela pertencente desde quando aqui cheguei, como Senador da República, em 1975, sempre me faço presente aos seus eventos, especialmente aos que dizem respeito à Capital da República e a nossa Unidade Federada. Acrescentou que o Dr. Osmar Alves de Melo viu-se, assim, chancelado por uma justíssima deliberação do Legislativo local, hoje dirigido, clarividentemente pelo deputado Wasny de Roure, que já exerceu, inclusive, mandato de deputado federal, demonstrando o seu comprovado espírito público, frequentando esta tribuna, como propugnador dos ideais democráticos. Por tudo isso, não poderia deixar de realçar, desta tribuna, o magno evento, para expressar entusiásticos aplausos aos deputados distritais, já que a concessão da expressiva láurea galardoará o brilhante currículo daquele jurista, dotado de méritos incontáveis, pertencente às fileiras da nossa OAB, tendo a dirigi-la o Dr. Ibaneis Rocha”.

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Leituras I

O talento e a grandeza de Leonardo Sampaio

Edmílson Caminha(*) Leonardo Sampaio é um erudito, na mais nobre acepção do conceito. Graduado em ciência política pela Universidade de Brasília, seus interesses rompem os limites da formação acadêmica para alcançar a história, a mitologia, a linguística, a filologia – tudo, afinal, que seja expressão de cultura. Espíritos como o dele, refinados, buscam aprender não como um fim em si próprio, mas como o caminho que leva ao conhecimento, ao saber, para a melhor compreensão dos homens e do mundo. Em nossa época, são poucos os brasileiros assim, com a grandeza de um Antônio Houaiss, cuja sofisticação intelectual fez maior e mais rico o tempo que lhe foi dado viver. Natural de Brasília, onde nasceu em 1974, a obra de Leonardo Sampaio prima pelo conteúdo substancioso e pela grandeza literária. A apoteose de São Hermenegildo (Brasília: Thesaurus, 2000) foi reeditada pela All Print em 2008, com poemas em português, italiano e espanhol. A filha de Otakar (Brasília: Thesaurus, 2006) é, conforme o autor, uma “fábula behaviorista”, seguida de outros textos. Poesia e prosa, como se vê, são as matérias com que trabalha o escritor, movido pela inquietude, pela paixão, pela impressionante força que o impele a criar, para conceder dimensão humana à experiência pessoal, sem o que ao verdadeiro artista não resta escolha senão morrer. Como poeta, Leonardo Sampaio pertence a uma das mais importantes genealogias da literatura em língua portuguesa, que vai de Camões a Tomás Antônio Gonzaga, de José Albano a Gerardo Mello Mourão. Está certo Mauro Santayana, na boa apresentação que escreveu para A apoteose de São Hermenegildo: “Leonardo Sampaio é poeta. A frase não é gratuita, nem inocente. É uma grave constatação. Há muita gente que faz versos e que, fazendo versos, consegue êxito nos meios literários. Mas os poetas são poucos. São aqueles capazes de ir além da forma, e buscar, no interior das imagens, a sua substância eterna.” Veja-se, por exemplo, a bela estrofe que abre o seu “De profundis”: No meu rosto corre o pranto (Dos olhos sangue derramado) De quem da vida o encanto Desertou do corpo fraco. Quanto à prosa, o narrador de A filha de Otakar prende já no início a atenção dos que o leem, segundo a lição de quem brilhou no romance histórico, como, por exemplo, Érico Veríssimo: “Imperava ainda a anarquia naqueles reinos da Morávia, que, desde a morte do grande e saudoso rei que foi Svatopluk, via seus naturais digladiarem-se entre si, divididos entre os partidos formados em torno dos três filhos do soberano, que mesmo sem possuírem os dotes e as capacidades do pai, teimavam em disputar o trono de um reino falido.” No terreno do artigo e da crônica, a qualidade é a mesma, pelo embasamento e pela segurança com que escreve. Em “Indiferença hagiológica”, sobre a falta de santos brasileiros no catolicismo, é certeiro: “Acontece que o Vaticano, como qualquer instituição pública patrimonialista, peca pelo favoritismo. As minúcias processuais de uma canonização assemelham-se a algumas das intoleráveis formalidades da justiça brasileira, e são, como nela, frequentemente esquecidas quando se trata de um candidato politicamente conveniente.” Com agudo saber, o ensaísta observa, em “O legado sebástico”: “Falta ao Brasil o historiador de suas agitações. Muito se fala e se escreve sobre os movimentos novecentistas em todo o mundo, mas esquece-se que, no que concerne aos movimentos religiosos, o Brasil foi nessa época o país mais conturbado do mundo. Tivemos insurreições islâmicas. E é ao sebastianismo, nossa mais original contribuição à teoria social, uma sociologia cabocla, não científica, que se podem imputar nesse período vários dos episódios mais tintos de sangue da história do Brasil.” Como poeta e como prosador, Leonardo Sampaio é, portanto, uma das mais representativas vozes da literatura brasileira contemporânea. Lê-lo é experimentar a prazerosa aventura da descoberta e do conhecimento, que nos engrandece porque nos faz melhores, mais ricos e mais sábios. (*) Edmilson Caminha (Fortaleza), Escritor, da Academia Brasiliense de Letras, servidor da Câmara dos Deputados

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Governo do CE entrega 176 poços de um total de 761 visitantes O Governo do Ceará, através da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil (Cedec), órgão vinculado a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), entregou, 176 poços recuperados ou instalados com dessalinizadores ou chafarizes para atender as comunidades que enfrentam a seca no interior do Estado. Os equipamentos vão garantir água para as localidades tanto para consumo humano como para animais. Antes dos poços, era necessário que o morador buscasse água em localidades distantes. O investimento para a construção dos equipamentos foi de R$ 3,3 milhões, oriundos do Governo Federal, por meio do Ministério da Integração (MI). Os poços fazem parte de um projeto da Cedec que prevê a construção de 761 poços chafarizes ou dessalinizadores divididos em duas fases. A primeira prevê 345 poços, dos quais, 176 já estão sendo entregues. De acordo com o Major Wagner

Alves Maia, os 169 poços restantes dessa primeira etapa devem ser entregues dentro de 90 dias. O investimento total desta fase é de R$ 6,8 milhões e 18 municípios serão beneficiados. Já a segunda fase do projeto prevê a construção de 416 poços, com investimento de R$ 6,6 milhões. A previsão para a entrega desta fase é até o

final de 2013. Os municípios beneficiados com os primeiros 176 poços são: Canindé (52 poços, sendo 15 com dessalinizador e 37 poços com chafariz), Hidrolândia (oito poços, sendo dois com dessalinizador e seis poços chafariz), Ibaretama (sete poços, sendo dois com dessalinizador e 5 poços chafariz), Salitre (31 poços, sendo cinco com dessalinizador e 26 poços chafariz), Santa Quitéria (22 poços, sendo 2 com dessalinizadores e 20 poços chafarizes) e Tauá (55 poços chafariz).

Beira-Mar de Fortaleza ganha Centro Cultural Jáder de Carvalho Calçadão e a praia foi inaugurado na Avenida Beira-Mar, em Fortaleza, em 18.04. Em frente ao Náutico Atlético Cearense e à Livraria Itinerante Chico Xavier, o Centro visa difundir a cultura em geral e a cultura espírita. Contará, em sua inauguração, com a presença do jornalista Cid Carvalho, filho do jornalista, escritor, poeta e advogado Jáder de Carvalho (1901 – 1985). Cid fará palestra sobre o livro “Psicologia Espírita”, do Espírito Antonio Marques Novaes Araújo (AMNA). Outro convidado palestrante é o bibliófilo e acadêmico José Augusto Bezerra, que fará considerações acerca do seu livro “O Espírito do Sucesso”. O cerimonialista será o jornalista Vicente Alencar. Cid Carvalho recebeu com alegria a notícia sobre a homenagem ao pai. “Ele sempre foi voltado para a cultura, o jornalismo, a literatura”, diz. Brilhante intelectual, comunista e atuante nos movimentos sociais, Jáder de Carvalho, foi também estudioso do espiritismo. De acordo com Cid Carvalho, o pai foi um leitor de autores como Camille Flammarion (1842 – 1925), um dos colaboradores do codificador do espiritismo Allan Kardec (1804 – 1869), e de Ernesto Bozzano (1862 – 1943), pesquisador espírita. O interesse de Jáder por questões espiritualistas se intensificou quando perdeu um filho com a idade de 20 anos. O Coordenador do Centro Cultural, Raimundo Parente, afirma que o Centro tem parceria com a Livraria Itinerante Chico Xavier, dirigida por Francisco Clélio Cavalcante. O Centro será um espaço para “palestras, duas vezes por

mês, lançamento de livros e exibição diária de vídeos de palestrantes espíritas renomados, como Divaldo Franco”, esclarece Parente. Saiba mais sobre Jáder de Carvalho Jáder Moreira de Carvalho nasceu em 29 de dezembro de 1901 em Quixadá. Ainda criança, tomou contato com o sofrimento do povo nordestino, tendo presenciado o drama da seca, o êxodo rural, crimes políticos, questões envolvendo a luta pela terra. Tudo isso marcou sua personalidade, como grande defensor das causas populares. Formou-se em Direito em 1931. Entusiasta das ideias marxistas, foi um ferrenho crítico da Ditadura Vagas e acabou preso de 1943 a 1945. De sua atuação política, consta também a fundação do partido Esquerda Democrática, que se transformou no Partido Socialista Brasileiro (PSB). Como escritor, esteve entre os primeiros modernistas do Ceará e entre seus livros estão o romance “Aldeota” (1963) e o de poemas “Terra Bárbara” (1965). Como jornalista, foi articulista do jornal O Povo e fundador do Diário do Povo. Integrou a Academia Cearense de Letrase recebeu o título de Príncipe dos Poetas Cearenses. Casou-se com a contista Margarida Sabóia de Carvalho e tiveram sete filhos. Jáder de Carvalho e faleceu em Fortaleza no dia 7 de agosto de 1985, aos 83 anos. Mais informações: Raimundo Parente, coordenador do Centro Cultural Jáder de Carvalho - (fone: 85 8876 9385)

Diretor do Banco do Nordeste apresenta medidas para regularização de dívidas à Bancada Nordestina O diretor de Desenvolvimento Sustentável e Microfinança do Banco do Nordeste, Stélio Gama Lyra Júnior, participou de reunião com parlamentares da Bancada Nordestina, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). No encontro, ele apresentou as ações para regularização de dívidas dos agricultores afetados pela seca e condições especiais de financiamento por meio do FNE Estiagem. Stélio Gama explicou aos parlamentares a Medida Provisória 610, que concede descontos de até 85% para agricultores familiares com perdas comprovadas decorrentes da seca. O benefício é válido para mutuários de operações do Pronaf (exceto os do grupo B do Programa). “Além da Medida Provisória 610, as resoluções 4.211 e 4.212, publicadas recentemente pelo Conselho Monetário Nacional, permitem que agricultores familiares localizados em municípios com situação de emergência decretada renegociem o saldo devedor em dez parcelas anuais, com

o primeiro vencimento em 2016. Cada parcela paga até o vencimento terá bônus de adimplência de 80%, mesmo percentual de desconto aplicado em caso de liquidação da dívida”, ressaltou Stélio Gama. Os produtores rurais não classificados como agricultores familiares também poderão parcelar suas dívidas em dez vezes, com o primeiro vencimento programado para 2015. Na ocasião, o deputado Ariosto Holanda (PSB–CE) também apresentou uma série de ações estratégicas de convivência com a seca. De acordo com o coordenador da Bancada do Nordeste, deputado Pedro Eugênio (PT–PE), as exposições realizadas serão a base para a formação de um grupo parlamentar de trabalho que vai desenvolver iniciativas em prol dos atingidos pela estiagem. “Esse grupo foi formado hoje e nós definiremos agora um cronograma de trabalho. Ao final, será elaborado um documento com as ações discutidas”, afirmou.

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Leituras II Wilson Ibiapina (*)

Os Paraquedistas da Política

Eles descem em todo lugar. São os aventureiros da política em busca do voto do eleitor pobre e ignorante. A necessidade e a falta de educação levam o nosso eleitor a trocar o voto por dentadura, óculos, um par de chinelos. Entra dinheiro também. Não tem como impedí-los. Compram o mandato e chegam a Brasília sem a menor experiência política, mas dispostos a recuperar o dinheiro gasto. Vendem até a alma. Como pagaram pelo mandato não se sentem na obrigação de trabalhar pelos que votaram nele. Se metem em trambiques, empobrecem a vida política da nação, desmoralizam o Congresso onde se juntam àqueles que fazem qualquer negócio. Hoje temos até partidos paraquedistas, aqueles que abrigam os oportunistas que se engajam aos governos em troca de benesses. O jornalista J. Ciro Saraiva no seu livro “Antes dos Coronéis”, recém lançado em Fortaleza, revela o nome do cidadão que introduziu o paraquedismo na política cearense: “Os jornais de 23 de setembro de 1950 – conta ele- registram, com destaque, a chegada a Fortaleza do dr. Antônio Horácio Pereira,

diretor de divisão de administração do Sesi, no Rio de Janeiro, que seria candidato (e eleito) a deputado federal pelo PSD. Foi ele depois considerado pela imprensa como o pioneiro dos “paraquedistas” no Ceará. Eram assim chamados os políticos que passaram a ser eleitos comprando votos. Viajando por terra, “para manter contato” e fechar contratos (teve votos no Rio Grande do Norte e na Paraíba), Horácio Pereira seria recepcionado em Messejana, distrito de Fortaleza, por um grupo de motoristas.” O jornalista Ciro lembra que um dia, ele ainda menino, viu o dr. Horácio visitar o pai dele, Raimundo Cristino, na localidade de Lacerda, Quixeramobim: “os dois lembraram os tempos de telegrafista da Estrada de Ferro e ele deu à minha mãe, para espanto de todos, uma cédula de mil cruzeiros, daquelas vermelhinhas que traziam a efígie de Pedro Àlvares Cabral. Ganhou com isso, um almoço de galinha guisada que só dona Amanda sabia preparar. A partir daí, sempre que havia eleição, ela lamentava: -Antônio Horácio não apareceu mais! Foi eleito uma vez.”

Jornal Casa do Ceará (*) Wilson Ibiapina (Ibiapina), jornalista 25x14cm

Desembargadores Iracema do Vale e Abelardo Benevides no TRE-CE A desembargadora Maria Iracema Martins do Vale assumiu interinamente, em 26.04, a Presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE/CE). A magistrada substitui o desembargador Ademar Mendes Bezerra, que completou tempo de serviço para aposentadoria compulsória em 25.04. A desembargadora Iracema ressaltou o “tempo de convivência e a honra de ter trabalhado com o desembargador Ademar, uma pessoa culta e gentil”. A magistrada destacou como prioridade da gestão o início da primeira etapa das obras para a construção da nova sede do TRE/CE, no bairro Luciano Cavalcante. A solenidade de posse ocorreu na sede da instituição, localizada no Centro, em Fortaleza. Na ocasião, o desembargador Antônio Abelardo Benevides assumiu os cargos de vice-presidente e corregedor regional eleitoral. Também foi empossado o juiz auxiliar da Presidência, Cléber de Castro Cruz. Foram confirmados como suplentes os desembargadores Francisco de Assis Filgueira Mendes e Maria Nailde Pinheiro Nogueira. Participaram da cerimônia os desembargadores do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), juízes, advogados e servidores da Justiça Eleitoral.

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Maio/13


Leituras III

Sonho e realidade

(*) João Soares Neto Dia desses, percorri, com vagar, as alamedas arborizadas da Universidade de Fortaleza e pude constatar o óbvio: tudo ali é feito com paixão, eficácia e simplicidade, sem descuidar da função primeira a que se destina cada edificação. Nada é ostentatório. Nesse percurso solitário, lembrei-me da petulância de um jovem. Integrava ele um pequeno grupo voluntário de pessoas a pensar o modelo arquitetônico, a localização e a concepção educacional da futura universidade. Faziam parte desse grupo, comandado por Edson Queiroz, além do jovem, pessoas como Evandro Ayres de Moura, José Walter Cavalcante, Raimundo Padilha e o Reitor da Universidade de Mogi-Guaçu, Prof. Bezerra de Melo. Houve uma série de reuniões no Edifício Butano, na Rua Major Facundo, sempre com a dupla visão: a forma do campus e o seu papel audacioso na expansão da educação superior do Ceará. Um dia, Edson apresentou a maquete da futura universidade. Era um projeto vertical, na Av. Francisco Sá, proximidades da Esmaltec, idealizado por Arialdo Pinho. Depois da reunião, o jovem conversou a sós com Edson Queiroz. Disse-lhe da limitação do local e do seu entorno. Falou sobre a tendência de crescimento da cidade. O sonho dele, Edson, deveria ser maior que aquele projeto. Ele, de bate - pronto: vamos ver. Saíram, em carro dirigido pelo jovem, em direção a uma zona nova, ponte precária, povoada apenas pelo conjunto habitacional do Ipase. Rodaram até a Av. Perimetral. Eram caminhos estreitos de pedra tosca. Voltaram. Pararam. Edson desceu e se entusiasmou. Viajou para Accra, capital de Gana, viu uma universidade horizontalizada e mudou de ideia. Rua da Madonna Frio forte, desejo de jantar, tomar vinho tinto, e as pedras centenárias da Via della Madonna dei Monti não refletiam a luz dos postes. Do lado direito, 94, confundi um estúdio com um bistrô. Entrei. Era, na verdade, um “happening” com acepipes do pintor Emiliano. Cercado de amigos e sem clientes. Quadros grandes, alegres, cores fortes resguardadas por vidros e uma técnica exposta sem reserva. Pinta em pexiglass, aquele tipo de plástico transparente que cobre comidas, não o laminado. Depois, fixa o pexiglass no vidro. Fica bonito e quem quiser olhar pode ver no info@emilianoesposto.com. Nada é mais segredo neste mundo de ruas tortas que desvelam ao seu final, além da Igreja da Madonna com mendigo à porta, o ajuntamento de jovens e adultos no largo onde se vê música, restaurantes e a presença discreta dos carabineiros, cada qual na sua na noite invernosa. As pessoas parecem alegres e obedecem à precedência na frente do toldo do restaurante que avança na praça. Ali assento. Na volta, porta quase cerrada da igreja, ainda dou uma olhada furtiva e vejo santos nos altares central e laterais. Cem passadas depois, o que me deixou os parcos cabelos arrepiados foi o “Ice Club”, todo cavidade, na noite fria e carregada. Era, de fato, um bar geladão. Um iceberg. Paredes, tetos, bancos e copos de gelo. Quarenta toneladas de gelo, imagine. Na portaria há grossos capotes para a entrada no frigorífico humano, a menos cinco graus Celsius, com música e bebidas, vodca, especialmente. Coisa para esquimó. Logo chego ao princípio da rua, a desnudar o Coliseu iluminado, ali à frente. Do lado direito, ao fundo, o Arco de Constantino (século IV) e o Monumento - pela unificação da Itália - a Vittorio Emanuelle II, do século passado, também conhecido por “bolo de noiva”, por ser construído em mármore branco. Isso é o que vislumbro, olhando para a esquerda e a direita, da entrada da Via della Madonna, no teto de um velho antigo hotel onde fico. Não tenho jeito para guia turístico. (*) João Soares Neto, (Fortaleza) escritor, da Academia Cearense de Letras, empresário

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Memória

Lembranças do Cine Familiar, em Otávio Bonfim, ao lado da Igreja Nossa Senhora das Dores, e que marcou várias gerações.

Fundado pelo Frei Leopoldo, o Cine Familiar foi um contraponto dos franciscanos menores ao Cine Odeon, localizado no Otávio Bonfim, que projetava filmes em desacordo com a “moral e os bons costumes”, ditados pela censura do jornal O Nordeste, nos anos trinta, do século passado A origem dessa empreitada foi narrada pelo fundador, ao escrever que, em dezembro de 1935, resolvera construir, ao lado da igreja, no parque dos meninos, um pavilhão aberto, para nele ser ensinado o catecismo. Ele conta que, ao mesmo tempo, adquiriu um velho aparelho de cinema, fora de uso, e quase de graça, dando em troca, apenas um pequeno aparelho de projeção fixa. Cine Familiar, situado na Praça dos Libertadores, no coração do Otávio Bonfim, que se tornou um ponto de referência para a cultura e o lazer do bairro, centro, portanto, da convivência social (Arquivo Nirez) Sua intenção era oferecer, de vez em quando, uma pequena sessão cinematográfica aos catecúmenos; porém, verificando o grande interesse do povo pela sétima arte, e identificando um cinema da vizinhança a disseminar os malefícios derivados da apresentação de películas não recomendadas pela Igreja Católica, pôs em marcha a sua empreitada. Singularidades O resultado foi satisfatório e em dezembro de 1936, ao ensejo da visitação canônica ao convento local, ele fez um acordo com o Reverendo Pe. Provincial, quanto à destinação da renda do cine a quem em situação de pobreza. Em agosto de 1937, Frei Leopoldo adquiriu um aparelho, de segunda mão, capaz de projetar os filmes falados, que vinham, gradualmente, substituindo os cinemas mudos. Posteriormente, com parte do saldo mensal auferido pelo Cine Familiar, e parte dos donativos advindos de pessoas amigas da cidade, ele pode juntar os recursos necessários à compra de um novo aparelho, bom e moderno, dotando aquela casa de espetáculo de um equipamento à altura do seu exigente público. Na verdade, o Familiar não era um mero cinema, como tantos outros daquela bucólica Fortaleza, pois possuía um palco que possibilitava a encenação de peças teatrais, daí a sua pomposa denominação Cine Teatro Familiar. Cinema era, à época, a grande opção de entretenimento para os fortalezenses, que, febrilmente, acorriam a essas casas de exibição, para assistir os mais variados filmes, incluindo seriados, cujos capítulos eram passados em dias fixos. Mais traços O Familiar era qualificado como cinema “classe média”, porque permitia ao público entrar em traje esporte, ao contrário dos destinados às classes mais abonadas, que exigiam paletó e gravata para o ingresso às suas dependências. Nele, no entanto, havia uma singularidade, uma vez que era o único que projetava seus filmes quase ao ar livre, já que suas laterais eram abertas, conferindo ao espectador uma sensação de liberdade, que não se observava em outros cines locais. Um traço característico dos moradores do bairro Otávio Bonfim e, por extensão dos “habituées” do Cine Familiar, era a religiosidade. Quando chegava a Semana Santa, a Igreja de Nossa Senhora das Dores praticamente se vestia de luto. Os santos, nos altares, eram cobertos de mantos roxos, denunciando a tristeza da morte, isto é, o Calvário do filho de Deus que viera ao mundo para salvar os pecados dos homens. A partir da quinta feira maior, começavam os atos litúrgicos. Dizia-se, então, que a quarta-feira era de trevas. A sexta-feira era o dia mais triste, com a procissão do Senhor Morto, em vários locais de Fortaleza. Já o sábado era de Aleluia; queimava-se o Judas na forca e tudo virava uma pândega

só. Na madrugada do domingo, começava cedo a zoada das matracas, chamando os fiéis à missa da Ressurreição. O sino, então, não parava de tocar, e o povo acordava com a sensação de que a vela pascal iria continuar ardendo por mais um ano. Igreja Nossa Sra. das Dores, tendo ao lado o Cine Familiar (Arquivo Nirez) Cenas cotidianas Quando hoje se fala no Cine Familiar, uma das primeiras lembranças que saltam à mente é a da quaresma, época em que as pessoas, com especialidade as que moravam no Otávio Bonfim e adjacências, jejuavam em casa, pedindo a Deus perdão dos seus pecados, mas, não deixavam nunca de cumprir um ritual, que fazia parte do Calendário da Semana Santa: ir ao Cine Familiar, assistir a Paixão de Cristo e voltar para casa com a fé renovada, e a certeza de que a vida é uma roda, gira, gira, para, no outro ano, essa mesma história se repetir. O reinado Por três décadas, o Cine Familiar imperou no Otávio Bonfim, atraindo um bom público, mesmo de outros bairros de Fortaleza. Com a marcha imponderável do tempo, deu-se a chegada da televisão, e, em consequência, a disseminação do televisor nos lares, formando, de pronto, as legiões de “televizinhos”; os cinemas entraram, então, em decadência financeira, vendo minguar a sua clientela, o que levou à insolvência, em muitos casos, e à concentração do mercado, cingindo-se a poucos grupos empresariais mais sólidos, com tendência ao oligopólio do setor. Em 1968, a Ordem dos Frades Menores (OFM) decidiu fechar o Cine Familiar, que somente vinha acumulando prejuízos financeiros, além de problemas de outra natureza. Daí, tratou de buscar soluções, para o encerramento de suas atividades, honrando também os compromissos trabalhistas de todo o seu quadro funcional. O epílogo Foi assim que, em 1970, com a permissão do superior da Província de Santo Antônio, procedeu-se à concorrência pública, para o arrendamento do Familiar, da qual saiu vencedora uma empresa, que se mostrou desinteressada em cumprir as cláusulas contratuais previstas, desistindo do negócio com os frades franciscanos, e até deixando transparecer que agira apenas pelo motivo de alijar a concorrência, ao tempo da licitação. Rompido o contrato, deu-se o melancólico fim da obra de Frei Leopoldo. Com isso, as portas do “Familiar” foram cerradas, em definitivo, no mês de agosto de 1971, sendo o seu prédio alugado ao Colégio Técnico-Comercial Pe. Champagnat, que o reformou, instalando, então, ali uma de suas sedes escolares. Conclusão Hoje, na antiga edificação do Cine Familiar, abriga-se o Centro de Formação Pastoral Santa Clara, onde, por meio de suas pastorais, são prestados relevantes serviços sociais e comunitários às pessoas residentes no Otávio Bonfim e nos bairros adjacentes. Para os assíduos frequentadores do Cine Familiar, restam as boas lembranças de um tempo que se foi, deixando, evidentemente, imensas saudades. Quem, daquela época, passa hoje pela Praça da Liberdade, no coração do Otávio Bonfim, a poucos metros da Avenida Bezerra de Meneses, surpreende-se com o velho prédio, onde se instalou o Cine Familiar, e chega a ficar mudo diante do que vê: a decadência do imóvel que ainda guarda, na parte de cima, o nome do antigo espaço cinematográfico, embora não reste uma só cadeira para lembrar que um dia foi exibido na tela, em cinemascope, “O Último dos Moicanos”. E é que se diz que o “acaso não existe”. Marcelo Gurgel (*) Médico, professor, membro da Academia Brasileira de Médicos Escritores

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Leituras IV

Estão querendo Revogar a lei do morro: não sei, não vi, não conheço

Por JB Serra e Gurgel (*) Existem as leis de Murphy que guiam o mundo Ocidental para as dimensões do absurdo, do óbvio, do previsível, do imprevisível. Leis consuetudinárias que acompanham o desenvolvimento humano com racionalidade ou irracionalidade. No Brasil, há 184 mil leis em vigor. Mas uma lei que diz que “há leis que não pegam”. Isto no quadro da ordem institucional que não pertence ao mundo das pessoas comuns, mas dos juristas que conseguem passar no exame da OAB! Mas há outras leis em vigor, até mais fortes, como “a Lei de Gerson”, aquela em que o cara quer levar vantagem em tudo. Pegou como chiclete no chão. Há a “a lei da sobrevivência na selva”, onde o mais forte sobrevive. Também pegou. Há também “a lei do morro”, baseada no princípio, não sei, não vi e não conheço. A “ lei do cão”, em que tudo vale, a “lei da mãe Joana”, que oficializa a bagunça, a anarquia, a fuleiragem. A “lei do Ceará,” quem protesta já perdeu. A ‘‘lei de Murici,” em que cada um cuida de si. A “Lei seca” que apanha bêbados ao volante. A “lei do menor esforço”ação simplificada pro trabalho e pra ganhar grana. A ‘‘lei da mordaça”, a censura sonhada pela petralhada, A “lei do salve-se quem puder”, e a “lei do é dando que se recebe”, que oficializou o troca troca de gentilezas, favores, corruptas, propinas , “A lei do que der e vier”, tudo bem. No futebol, há muitas leis. “Quem não faz, leva”, “quem deve correr é a bola, não o jogador”, “quem se desloca, tem preferência”, “a bola castiga o mau

jogador”. Recentemente, tivemos um Presidente, também conhecido por Exterminador do Plural, que tentou banalizar a lei do morro, por apoiar seu governo no espírito da Lei. Usou e abusou da dita cuja para negar o mensalão, o enriquecimento da fiarada, os amores com a galinha que voa. No Rio de Janeiro, o chefe de polícia tentou por outros meios revogar a lei do morro, oficializando o dedo duro, que sabe, viu e conhece. Se dedurar, delatar, trair, sacanear, ganha grana, ganha delação premiada, proteção policial no presente e um pijama de madeira mais na frente. Isto numa comunidade em que o dedo duro também é chamado de dedo de gesso, dedo de seta, alcagueta, caguete, dedo de coruja, dedo de anzol, dedo de cimento armado, dedo nervoso, dedo de prosa, dedo de radar, dedão, dedurão. Virou um traço cultural ameaçado por uma nova ordem em que os valores mudam de tom, a ética, a mora e os bons costumes perdem para o crime organizado, a banalização da vida, a baixaria, a impunidade, a corrupção da sociedade. A ação mais violenta contra a lei do morro está apoiada na tecnologia. Claro, que Orwell não previu isso, mas usam seu nome para coonestar o baita, gigantesco, descomunal esforça para revogá-la. Primeiro quando instituíram o SAC, Serviço de Atendimento ao Consumidor. Não pegou. Depois, as unidades de Relacionamento com os Consumidores. Não pegou, Agora estão forçando a barra com as Ouvidorias, que não dará certo, escudadas em centrais de teleatendimento, aquela em que você liga para um número e cada

número tem 10 opções, protocolo, fila de espera. Tudo porque não sei não vi e conheço e todo consumidor, em princípio, é um ladrão. E porque não deram certo? Porque não há cultura para se respeitar o consumidor. Consumidor e merda é a mesma coisa. Inventaram o 0800. As empresas para cortar custos. Cortaram o 0800, Implantaram o 0300 em que o consumidor paga. As empresas ganham comissão quando o infeliz leva 30 minutos, 1 hora ou 2 horas para ser atendido. O mesmo acontece com 4001, Da mesma forma que para cortar custos, as empesas não mandam as faturas, querem tudo por debito em conta e os bancos não fazem como jornaleiros verdureiros em bancas, quitandeiros, tendinhas, botecos que aceitam cartão de qualquer banco. Não aceitam para não ter despesas. Para esses filhos da... “a Lei de Gerson” é largamente aplicada. Voltando a vaca fria, a lei do morro está sendo igualmente sendo ameaçada pelas sistemas de câmeras eletrônicos instalados nas ruas, supermercados, bancos, transportes, becos, vielas, favelas, shoppings, prisões, etc. Brevemente, teremos câmaras por satélites, parados no espaço, acompanhando s passos das multidões. Isto tudo num país em que o mais cruel dos assassinos, dos bandidos e dos criminosos não podem revelar seus crimes para não delatar a si mesmo e em ainda este pessoal pode ficar calado diante de um delegado e de um juiz, de um tribunal, esconder-se como caramujo na sua vil consciência. È um contra-senso. JB Serra e Gurgel (copiara) é jornalista e escritor,

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Também estiveram presentes seus filhos Lúcia, Rui, Cláudia, Marcelo, Adirson Jr, Juscelino Adeodato e Martha Jussara, com o genro André. Adirson manifestou sua esperança de bom convívio com as confreiras e os confrades que já fazem a grandeza da Academia: Branca Bakaj, Margarida Patriota e Tânia Rebelo Costa Serra, Affonso Heliodoro dos Santos, Afonso Ligório, Alberto Bresciani, Anderson Braga Horta, Antonio Carlos Osório, Carlos Ayres Britto, Carlos Chagas, Carlos Henrique Cardim, Edmilson Caminha, Fábio de Sousa Coutinho, Francisco Ferreira de Castro, Heitor Martins, Jarbas Passarinho, Padre José Carlos Bran di Aleixo, João Carlos Taveira, José Jerônymo Rivera, José Osvaldo de Meira Penna, José Sarney, Luiz Carlos Fontes de Alencar, Luiz Cláudio Cardoso, Luiz Gutenberg, Márcio Cotrim, Marco Maciel, Marcos Vinicios Vilaça, Napoleão Valadares, Paulo Castelo Branco, Dom Raymundo Damasceno de Assis, Roberto Rosas, Romeu Jobim, Ronaldo Costa Couto, Ronaldo

Costa Fernandes, Rossini Corrêa, Ursulino Leão e Vamireh Chacon. Trecho do discurso de posse de Adirson: “Vim de longe! De uma modesta cidade sertaneja do Ceará. De Santana do Acaraú, de uma região vítima de cruentas secas e de enchentes arrasadoras que nos ilhava do resto do mundo. Mas, de um povo feliz, cheio de fé, de muita religiosidade, de muita dignidade, e, até, de muito bom humor. A Providência Divina me deu a predestinação, pelo que sou muito agradecido, de ter nascido em uma família cristã. Perdi mãe aos dois anos, mas nunca, qual uma santinha, ela me faltou por toda a vida. Meu pai, um autodidata, estudou apenas 90 dias, mas, pelo esforço e pela dedicação, exerceu, em sua terra, tudo o que um menino sertanejo almejaria: caixeiro de loja, guarda-livro (contador), comerciante, auxiliar do promotor, delegado de polícia, inspetor do ensino, juiz de paz, juiz federal e Prefeito da cidade. Seu nome: João Adeodato de Vasconcelos. Deus lhe deu mais um privilégio. E à toda à nossa família. O de morarmos vizinho de um padre culto e santo. O Padre Antonio Thomaz, Vigário de Santana do Acaraú e Príncipe dos Poetas Cearenses. Príncipe sem sair de nossa cidadezinha.

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Foto: Rui Vasconcelos

A posse de Adirson Vasconcelos na Academia Brasiliense de Letras Estiveram pressentes à posse de Adirson Vasconcelos na cadeira n° 12, da Academia Brasiliense de Letras, em 02.05.2013, saudado pelo escritor Márcio Cotrim: além do presidente Fernando Carlos Mathias e do confrade Márcio Cotrim, que fez ao saudação, e todo o quadro acadêmico, destaquei o prestígio da presidente da Associação Nacional dos Escritores, Kori Bolívia; do presidente da Academia de Letras de Brasília. José Carlos Gentili; do presidente da Casa do Poeta, Luiz Carlos Cerqueira; do presidente da Academia Maçônica de Letras do DF, Rubi Rodrigues; do presidente da Academia de de Letras do Brasil, Fontes de Alencar; do presidente da Academia de Letras e Música do Brasil, Sebastião Gomes; do presidente da Academia Taguatinguense de Letras, Gustavo Dourado; do presidente da Academia de Letras e Artes do Planalto, Jarbas Marques, e do nosso anfitrião, o presidente do Instituto Histórico e Geográfico do DF, Affonso Heliodoro dos Santos, presidente do Clube dos Pioneiros, Roosevelt Belrâo; do presidente da Associação dos Candangos Pioneiros, Claudionor Santos; de Mestre Woo, do Tai Shi Chuan; do Venerável Mestre da Loja Aurora de Brasília, Henrique Celso; do representante das Sereníssima Grande Loja, maçom Carlito Gomes; do presidente da Casa do Ceará, jurista Osmar Alves, as jornalistas Jane Godoy e Lúcia Garófalo e a embaixadora Diana Radu, da Romênia.

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Momentos marcantes da vida do prof. Albery Mariano Deus deu coragem ao jovem e destemido estudante Albery Mariano, e através deste bilhete, foi contratado para trabalhar como Apontador de Obras na Novacap em 10 de janeiro de 1960.

Foto da 1ª Carteira Profissional do Albery, aos 18 anos.

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Entrevista com o Professor ALBERY Momentos Marcantes de Sua vida

Lembrança – quando era aluno do Liceu em Fortaleza Briga – quando um garoto me chamou de “Galo de Campina”. Orientação – do meu pai na adolescência Desafio – da minha Avó .... quando disse-me que eu não seria capaz de vencer longe de casa Esperança – quando saí de Fortaleza para Brasília Nostalgia – a tarde chuvosa quando cheguei em Brasília Cansaço – quando andei 8 Km a pé, do Aeroporto ao Núcleo Bandeirante Recompensa – quando mandei todo o meu 1° salário a meu pai, para pagar minha passagem Curtição – com a turma dos Marlons em Taguatinga Solidão – quando senti saudade de casa Inexperiência – quando vendi um lote para comprar um terreno de pitex. Medo – quando fiz cirurgia do canal lacrimal Saudade – da minha terra natal Felicidade – quando conheci a Cleuza Coragem – quando casei, sem ter nada e fui morar na casa da sogra. Tristeza – quando minha sogra criticou minha mudança (1 mala, 2 cabides e 1 cama de Campanha). Confiança – na ajuda divina Emoção – o nascimento da minha filha Penúria – quando eu comprava 50 gramas de linguiça Gratidão – ao comerciante que não levou o berço da minha filha, por falta de pagamento. Pobreza – quando eu passava o dia todo com 1 copo de vitamina de abacate Humilhação – quando os meus colegas de faculdade fugiam de mim, para não me dar carona. Desejo – de morar perto do aeroporto para ver os aviões Satisfação – de exercer o Magistério Irritação – com as injustiças no trabalho Arrependimento – quando não perdoei a eleitora que me desacatou Injustiça – quando passei no concurso e outros assumiram no meu lugar Vontade – de prosperar e vencer Dificuldade – de pagar as 3 moradias que comprei para os meus pais (28 anos) e de reformar minha casa Vergonha – quando lecionava com a calça rasgada e remendada Sorte – quando ingressei, como Instrutor no SENAC Angustia – as desigualdades sociais Admiração – pelo meu tio Dr. Amadeu Luta – o meu trabalho pela manhã, tarde, noite e fim de semana, durante mais de 35 anos. Vitória – quando terminei o curso de Direito Renúncia – quando vendi meu carro Dadge Dart para ajudar no tratamento de meu pai que foi atropelado Prejuízo – demolição de parte da minha casa Compreensão – da madrinha Helena Frustração – quando não recebi as fotos do Batismo da minha filha, porque não podia pagar. Orgulho – de pertencer a OAB - Ordem dos Advogados de Brasília

Pr Esp ojeto eci s ais

Sucesso – na corretagem de imóveis Sonho – de conhecer e morar em Miami Crescimento espiritual – com a Irmã Doralice e o Padre Reni Presente – de minha sogra que, antes de falecer me deu o seu bandolim. Reflexão – a leitura da Santa Bíblia Piedade – do meu primo José Eustáquio Preocupação – com a cirurgia de minha esposa Confiança – quando o Dr. Elmano me nomeou Diretor do TRE – DF Respeito – à Sua Santidade o Papa João Paulo II Realização – quando comprei minha casa no lago sul Atenção – quando visito as enfermas Dinheiro – ajuda a meus pais Passeio – á Feira de Antiguidades e Exposição de carros antigos Generosidade – 2 anos de trabalho no Juizado de Menores e 2 anos e meio na Defensoria Pública Inspiração – quando escrevi o poema dedicado a minha esposa Creuza Decepção – quando meus pais mudaram de religião Luto – quando faleceram: Dona Benedita, Dr. Ernani, Josimar, Osvaldo, Dr. Olavo e madrinha Helena. Fidelidade – a minha Igreja Católica Apostólica Romana Descontração – quando viajo para Caldas Novas-GO Vazio – quando estou longe da Cleuza Paixão – pela Rua 25 de Março em São Paulo Ajuda – do Dr. Ernani, Dona Cirene, Nischiama, Francisco Alves Ribeiro e Nonato Reis. Amizade – da Dona Benedita, Dr. Paulo e Dra Emilce, meu cunhado Aeir e Dona Jesuíta Ingratidão – quando após 42 anos de ajuda mensal, meus pais disseram que eu não ajudava com nada. Dó – o falecimento do pai do meu genro Vagner Beleza – os pássaros e os saguis brincando no meu quintal Ternura – quando brinco com meu neto Jefferson Fé – quando evangelizo com a “Mãe Rainha” Descanso – quando após 41 anos de trabalho, me aposentei e me senti realizado na vida. Reconhecimento – as três condecorações que fui agraciado em Brasília Oração – quando bato o sino e rezo em nosso Santuário-lar Missão – possuir uma cortina de veludo, igual a que vi num Escritório de Advocacia em Fortaleza. Esperança – a salvação de minha alma Melancolia – as decepções de minha vida Contribuição – ao Seminário Maior de Brasília Troféu – a mala de couro, que eu trouxe do nordeste. Esquecimento – das magoas e decepções da vida Agradecimento – a Deus, Nossa Senhora e á minha esposa Cleuza que enfrenta todos os obstáculos ao meu lado. Júbilo – Ação de Graças com a Inauguração do nosso Santuário – Lar Mariano Conselho – coragem e perseverança para enfrentar a dureza da vida “ Se fracassares, recomeças” Louvor – a Deus todo poderoso e a Nossa Senhora Brasília, 15 de outubro de 2001 – Dia do Professor Entrevistadores: Alunos de 2° Grau do Centro Educacional Elefante Branco

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Leituras V

Ser tão náutico (revisto e ampliado)

Fernando Gurgel Filho (*)

Do porto, o navio parecia aquela imensidão. Ia da ponta da venta até lá na carraducarai. Arre égua, a viajem ia ser danada de bom. Quando abriram a porteira pra marmotada entrar, bastou gritar “Rumbora negada!” que foi uma gritaria da mulestia: - Avia, homi. Mininu, se avexe, pare de morder a Fióta. - Peraí mãinha! - Ó u mei! Sai du mei! - Se avexe não, baitola! - Deixe de ser jumento! - Diabéisso? Quando os retirantes todos entraram, a tripulação em pânico não sabia o que fazer. A maioria dos tripulantes - asiáticos, caribenhos, porto riquenhos - nem sabia o que era uma rapadura, tapioca, baião de dois... - Psiu, ei, seu Zé! Tem sarrabuiu? - Buchada de bode, minha senhora? - Monsieur, temos Foie Gras e Entrecôte com Aspargos. - No fuá grátis de quem, homi? Nas entrecoxa da tua, fiu de uma quenga! Rocê rai morrer! Eu ti aspargo premero, seu peroba arrombado! A comunicação estava totalmente comprometida. O comandante perdeu o controle da situação, perdeu a razão... A bandeira do navio, tão linda, balouçando ao vento, foi arrancada para fazer um vestido pra Mãequinha. Botaram umas calcinhas marrons pra quarar no convés e a piscina virou uma grande tina onde o pessoal se ensaboava com raspa de juá. O navio perdeu o prumo e rumo. Foi parar nas Ilhas Malvinas. A confusão aumentou. Naquela gritaria, onde o dialeto cearense predominava, aquela horda babélica desembarcou na ilha. - Bora, Tonha, aqui tem uns cabritim fi duma égua marromeno! O governador da ilha, com toda a fleuma inglesa, gritou: - Peço penico! E prevendo uma catástrofe de grandes proporções hasteou uma bandeira azul e branco e passou uma mensagem para a Casa Rosada: “Venham urgente! A Inglaterra está abandonando a Ilha!” Aquilo não agradou argentinos nem nordestinos! E a situação piorou muito quando, para comemorar a conquista da Ilha, o ditador da Coreia do Norte foi convidado para desfilar na Marquês de Sapucaí, cheio de chapinhas de garrafa, com uma tanga feita de renda de bilros. Fernando Gurgel Filho (*) , economista, servidor aposentado do Banco Central, Diretor de Cultura da Casa do Ceará em Brasília.

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Centro de Eventos do Ceará o melhor equipamento do Brasil e Bismarck Maia o melhor secretario de Turismo do país Uma das mais importantes premiações da indústria do turismo no Brasil vai consagrar o Centro de Eventos do Ceará (CEC) como o melhor equipamento do gênero no País: o CEC foi escolhido por um júri especializado como vencedor no “Os dez mais do turismo”, na categoria Espaço para Eventos. O título faz parte da premiação “Os dez mais do turismo”, criada há 28 anos pelo Grupo Travel News, e agracia equipamentos, empresas, gestores públicos, empresários, executivos, e jornalistas especializados que se destacam na indústria do turismo no Brasil. O CEC, equipamento administrado pela Secretaria do Turismo (Setur CE), é o segundo maior do Brasil em área útil, com 76 mil metros quadrados e tem capacidade para receber simultaneamente até 44 eventos. Dividido em dois grandes blocos, compostos por salão de exposição com divisórias retráteis e isolamento acústico, e dois mezaninos com 18 salas cada um. Cada pavilhão pode ser divido, um em três espaços, o outro em cinco, por meio de divisórias de 13,65 metros de altura e dobráveis; além de entradas específicas para cada espaço, e na entrada de cada salão, um conjunto de sete recepções e/ou secretarias que podem trabalhar em conjunto, dependendo do tamanho do evento. O projeto é marcado pela sustentabilidade e acessibilidade: o sistema de ar condicionado é mantido por uma central de água gelada por tanque de termoacumulação, para

diminuir o consumo de energia e prolongar a vida útil do sistema; a praça de alimentação é coberta por um grande domo feito em metal e acrílico transparente de alta resistência, permitindo o aproveitamento da luz natural; todos os sanitários têm sistema a vácuo para ejetar dejetos, e todos os ambientes são acessíveis para pessoas com dificuldade

de locomoção. Bismarck Maia é eleito o melhor secretário. Além do CEC, a premiação alcançou o secretário do Turismo do Ceará, Bismarck Maia, como o Secretário Estadual de Turismo do Ano, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido na qualificação de pessoas e espaços para desenvolver o turismo no Ceará. Para Bismarck, a principal razão para a escolha do seu nome “foi a implementação de um projeto que vem transformando a atividade turística no Estado, liderado pelo governador Cid Gomes”. Neste pacote, estão a construção e inauguração do Centro de Eventos (CEC); as duplicações e alargamentos de estradas, tais como as CEs 040 e 085; os aeroportos de Aracati e Jericoacoara; o programa de valorização da infraestrutura de comunidades litorâneas; saneamento básico de praias, e qualificação de 10,8 mil profissionais, dentre outras ações. A solenidade de entrega do prêmio “Os dez mais do turismo” foi no Terraço Itália, Centro de São Paulo.

A crítica literária pelos caminhos da poesia

José Telles lança nova livro. “A palavra de cortar o seu texto”, analisa, completando descalça” reúne diálogo com obras de esque, muitas vezes, é preciso retirar partes critores contemporâneos. de uma escrita. E esta é uma das principais A poesia é a terceira dimensão do alter características dos textos poéticos, quando ego materializado. Ela é divina – é assim o mínimo pode ser tudo. que define essa forma de linguagem literária Companheiros o poeta e médico cearense José Telles. Após Assim, lançando mão a uma prosa deescrever sete obras em versos, agora do nominada de “afetiva e poética”, o autor autor envereda pela prosa poética. passeia pela poesia ou pelas narrativas Sua incursão está materializada no livro de alguns autores, citando, ainda, Pedro “A palavra descalça”, lançado esta semana. Henrique Saraiva Leão, Giselda Medeiros Na obra, composta por 159 páginas, o autor e Fernanda Quinderé. O prefácio é assinado escritor cearense José Telles: “você nasce analisa à luz da poesia, obras de vários au- Opoeta” por Linhares Filho, integrante da ACL, e a Foto: Miguel Portela (22/12/2006) tores, como por exemplo, do poeta cearense obra é dedicada a Vinícius Barros Leal, que José Alcides Pinto (1923 - 2008), do amazonense Jorge ocupava a cadeira 34, hoje, ocupada pelo autor. Tufic, do poeta Carlos Augusto Viana (editor do caderno O professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Ler, do Diário do Nordeste), do escritor e jornalista Lustosa Geraldo Jesuíno é autor do projeto gráfico, capa e lustrações, da Costa (1938 - 2012) e do poeta Dimas Macedo. que merecem destaque pela simplicidade e delicadeza. Numa Integrante da Academia Cearense de Letras (ACL), Telles demonstração de que narrativa literária e design gráfico festeja o seu amadurecimento no campo da poesia, expressão caminham juntos. José Telles nasceu na Vila de Bitupitá, artística que cultiva desde a infância. “Você nasce poeta”, re- litoral Oeste do Ceará, e integra a diretoria da Sociedade vela. A criação é ininterrupta. Para o segundo semestre deste de Médicos Escritores (Sobrames), sendo presidente da ano, o poeta promete um novo livro, com poemas inéditos. Academia de Letras e Artes do Nordeste. É diretor do Versatilidade departamento de cultura do Ideal Clube. Entre os títulos Mostrando versatilidade, o autor apresenta críticas escri- publicados: “Conversando” (1996), “Poemas Estivais” tas em inglês e francês. “Sou poeta poliglota e isso facilita (1997), “Sermões de Pradaria” (2001), “O lacre do silêncio” a minha vida”, conta. A desenvoltura com que transita por (2007), todos de poesia. Na sua opinião é difícil analisar a outras línguas faz com que alguns colegas peçam para que poesia, que expressa a grandeza das palavras. escreva cartas para autores franceses ou tradutores. Conforme José Telles, a pessoa nasce poeta e a técnica A pedido do autor, o texto sobre Dimas Macedo é escrito vem com o amadurecimento laborativo e da linguagem. Em em francês. A articulação do discurso do poeta, reunindo outras palavras, através da leitura e do conhecimento sobre conhecimento e erudição, ganha ainda mais dinamismo literatura. Destaca a importância do uso preciso da palavra quando o assunto é poesia. “Faço uma incursão romântica que ganha sonoridade. “Poesia sem sonoridade e sem a didentro da poesia”, diz fazendo referência ao livro “A palavra mensão especial da palavra não é poesia”, ressalta. No caso, a descalça”, que remonta sobretudo à crítica literária, mas sem pessoa faz versos ou poemas. Considera fundamental a fuga a “dureza” da crítica acadêmica, avisa. do lugar comum, ressaltando a importância da metáfora, que Uma leitura agradável, com textos concisos e sensíveis. considera “o invisível da poesia”. “O amadurecimento do autor acontece quando ele é capaz Iracema Sales, Diário do Nordeste

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Leituras VI

Sibá. O Simpático Calça Preta

(*) Audifax Rios Corria o ano de 1959. A Rádio Uirapuru de Fortaleza, sim aquela do prédio que era um rádio rabo-quente, promoveu um concurso entre as bandas de música do interior cearense e a da minha terra, que hoje conta com 114 anos, ficou em segundo lugar. Atrás apenas da do Crato. Dizem os mais ufanos bairristas que a culpa foi do próprio maestro, o Nonato Boto, que, não satisfeito com a batuta, embocou também o trombone de vara e tanto quis aparecer que se sobrepujou dos demais, exageradamente, saiu do tom, desafinou e coisa e tal; um desastre. Mas isso pode ser apenas desculpa amarela pra adoçar o amargo gosto da derrota. Porém a bandinha não baixou a crista, desfilou garbosa no dia seguinte em plena Praça do Ferreira, do Abrigo Central até a Confeitaria Ritz, levando o dobrado Quarto Centenário de São Paulo, pareciam uns soldadinhos de chumbo marchando diante dos palácios reais. No famoso restaurante haveria um jantar em homenagem aos músicos, com muita cerveja quente, como também para todos os santanenses saudosos. Tudo armação do queridíssimo Sebastião Rocha, para os íntimos Sibá, ou ainda Cimba, o marujo. O Sibá saiu de Santana ainda menino, com oito anos de idade, para ganhar a vida na cidade grande, a Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, agora com 287 anos. Perambulou pelos bares e botequins, lavou pratos e copos, passou a auxiliar de garçom até que foi convidado a gerenciar a Ritz, o casa de pasto coqueluche do centro da cidade, na rua do Ouvidor (assim o colonizado carioquês chamava a Guilherme Rocha), próximo à Senador Pompeu. Tal restaurante pertencia ao sobralense Luiz da Frota Carneiro, o qual trouxe um conterrâneo para decorar as paredes com murais em relevo, o famoso pintor Pedro Frutuoso do Vale. Sibá administrava o bar/restaurante e o irmão, Moreira, a cozinha. Pelo fato da Ritz localizar-se perto dos grandes jornais (O Povo, Gazeta de Notícias, Correio do Ceará e Unitário) congregava muitos jornalistas de peso além de intelectuais, notadamente repentistas sertanejos. A lista é imensa: Erotides Martins, Rogaciano Leite, Siqueira de Amorim, Domingos Fonseca, Altevir Alencar, José Mavignier, Adaucto Gondim, Miron Dias (irmão do cronista Milton) Felizardo Mont’Alverne, Dudu Brígido, Juarez Temóteo, pai e filho. E o mais conhecido deles, por escrever diariamente uma coluna no jornal associado Correio do Ceará, o inesquecível cronista Carlos Cavalcante, o Caio Cid. Dali (com ligeira estada pelo Bar da Alegria) passou a comandar o Bayuka, primeiro restaurante típico da Beira Mar, de propriedade de Nílbio Portela. Mais tarde foi para o Náutico Atlético Cearense onde, devido ao seu charme e carisma grangeou sinceras amizades no âmbito social e intelectual de Fortaleza. Todos amavam Sibá, o mais atencioso entre os calças-pretas, garçons, maitres e cuminhos da noite fortalezense. Aposentado, ainda prestou seus serviços inestimáveis no Carlão e Lá&Cá até que foi ancorar na terra natal querida, Santana do Acaraú, onde instalou o hotel “Nosso Aconchego”. Enveredou na política pelas mãos do amigo Chagas Vasconcelos, candidatou-se a vereador, perdeu, aquietou-se. Isto tudo vem à tona por conta de uma cobrança insistente do Lustosa da Costa enquanto viveu. Queria porque queria que botasse num livro a fascinante biografia do Sibá, o que ele mesmo tencionava fazer, mas achava que eu, como conterrâneo e amigo, detinha esse direito. Não cumpri ainda o prometido mas pretendo realizá-lo tão logo haja oportunidade. Esta crônica talvez até seja o primeiro capítulo desta rica trajetória. (*) Audifax Rios (Santana do Acaraú) . escritor, gravador, pintor, produtor cultural, capista, autor do símbolo dos 50 anos da Casa do Ceará, membro da ALANE - Academia de Letras e Artes do Nordeste

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História

Instituto do Ceará empossa diretoria da gestão 2013-2015 Uma das prioridades da nova diretoria é a de proporcionar a autossuficiência financeira da entidade O desgaste na pintura da fachada e manchas de infiltrações no foro interno não tiram a imponência do palacete Jeremias Arruda, construção de 1921. Desde 1966, ele abriga o Instituto do Ceará, entidade criada em 1887, a mais tradicional instituição cultural do Estado. Construído por um rico comerciante cearense, o prédio é um sobrevivente dentre muitas outras construções, localizadas no Centro de Fortaleza. Tombado pelo Governo do Estado, passou por restauração em 2002 e, agora, carece de reparos, além de mecanismos para garantir a sua autossuficiência. Instalações do Instituto do Ceará: entidade de referência para a história do Ceará fotos: JL Rosa Essas são algumas das necessidades expressas nos cinco vetores de ação, que formam o programa da gestão 2013-2015 da nova diretoria do Instituto do Ceará. O educador e escritor EdniloSoárez toma posse como novo presidente do Instituto, hoje, às 19h. “O Instituto é o guardião da História do Ceará. O que aconteceu está registrado nas nossas revistas”, destaca Ednilo. Ele ressalta outras plataformas de sua administração: interiorizar e socializar as ações do entidade. O novo presidente reconhece que o equipamento necessita de melhora nas instalações, considerando urgente a pintura da fachada, realização de alguns reparos e a instalação de um elevador. “Infelizmente, a fachada do prédio da sede está muito estragada”, diz. Alguns sócios não irão comparecer à posse, porque não têm como chegar ao segundo andar, onde fica o auditório Pompeu Sobrinho, palco da solenidade. Dentre pontos importantes da entidade, destaca o memorial Barão de Studart, onde funciona um museu interativo, provando que tradição e tecnologia podem caminhar de mãos dadas. O palacete Jeremias Arruda, com mobiliário, quadros, abrigando dois auditórios, chama a atenção dos visitantes. No térreo, o acervo geral com 35 mil volumes, incluindo toda a obra de Capistrano de Abreu, com seus 5,2 mil manuscritos possui sala especial em homenagem ao intelectual cearense. É ali que pesquisadores revisitam a história cearense diariamente. Uma demonstração de zelo com a memória é a oficina de restauração. A hemeroteca, com 127 periódicos dos séculos XIX e XX, algumas obras estão digitalizadas, além de um dos três auditórios da instituição completam a parte física do equipamento. Cerca de 80% das obras do acervo geral constituem obras raras. São livros cativos, que só podem ser consultados no local. Parceria Hoje, o Instituto do Ceará funciona sem verba pública. A instituição sobrevive de uma taxa paga mensalmente pelos 40 sócios e da renda de um pequeno estacionamento. “Só que tem um déficit mensal de R$ 5 mil”, diz. “Os abnegados ajudam, no fim do mês, quando o presidente passa o pires. Queremos acabar

com isso para o presidente ter mais tempo para cuidar da instituição”. A ideia é fazer um convênio com Governo, benéfica para os dois lados. A nova gestão pretende oferecer uma contrapartida de trabalho, na forma de cursos aos alunos das escolas públicas. Os cursos podem gerar mais uma receita, analisa, completando que deseja que a instituição seja vista como útil. O instituto conta com três funcionários. Às terças e quintas-feiras, o memorial Barão de Studart recebe visitas. No caso de grupos, devem ser agendadas previamente. O educador EdniloSoárez toma posse como presidente do centenário Instituto Histórico Geográfico e Antropológico do Ceará. Gestão é bienal Conforme EdniloSoárez, o objetivo é conseguir atingir quatro vetores que constituem as principais metas da administração. A primeira preocupação é proporcionar uma autossuficiência. “Nossa grande meta é socializar o Instituto do Ceará”, afirmando ser um erro das elites, achar que as pessoas que pertencem às classes menos favorecidas não se interessam por cultura. Ele promete divulgar, na primeira reunião de diretoria, uma série de conferências até o fim do ano, antecipando a presença de Ana Arraes, filha de Miguel Arraes e mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Essas conferência são promovidas todos os dias 20 de cada mês. Explica como será feita a interiorização do instituto, que apesar de ser do Ceará, sua atuação tem sido mais em Fortaleza. Hoje, muitas universidades estão no interior, daí a ideia de desenvolver a interiorização nesses locais, elegendo uma ou duas cidades para iniciar o processo. “Onde houver um instituto com finalidade congênere, não vamos fundar filial. A ideia é fazer intercâmbio”. A oficina de restauração de livros deve receber novos equipamentosr. “Não serei o presidente formal, vou diluir muito o poder, vou ser na realidade um coordenador de ações”, diz, afirmando que distribuirá uma cópia do projeto aos sócios. “Não sou dono da verdade, não coloco nada de cima para baixo. Sou acostumado a trabalhar em equipe”, argumenta, completando ser democrata. “Só acredito que a pessoa dê aquele algo mais dela, se for partícipe do processo”. Elogio Quanto às finanças, afirma que o Instituto do Ceará está numa situação muito privilegiada, elogiando a administração de seu antecessor, o bibliófilo José Augusto Bezerra. “Ele fez um trabalho da melhor qualidade. Recebo o instituto com as finanças saneadas”, conta. Diariamente o Instituto do Ceará recebe pesquisadores e estudantes de mestrado e doutorado. EdniloSoárez revela que sua intenção é é motivar as escolas a fazerem visitas com os alunos. “Queremos o espaço cheio de alunos, professores, jornalistas e que a sociedade que tenha interesse em história do Ceará veja no Instituto um canal natural”. Iracema Sales, Repórter do Diário do Nordeste

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Leituras VII É andando que se aprende Macário Batista (*) Salitre (CE), 38 graus. À sombra. A vida insiste em que há sempre um lugar a ser conhecido, um gesto inesperado, uma agressão aqui, um mordida de cachorro doido acolá e etc. e tal. O desconhecido não ficará escondido para sempre. O inesperado dos gestos a gente rebate com o piloto automático do bom senso ligado e a mordida do cachorro doido tem a vacina que se toma preventivamente. Pois bem; no final de semana vim a Salitre, extremo oeste do Ceará, no pé da chapada do Araripe, 17 quilômetros pra entrar no Pernambuco, uns 30 pra chegar no Piauí. Daqui pra lá a última cidade do Ceará. De lá pra cá a primeira. Companheiros jornalistas do interior, responsáveis pelos cuidados da imprensa com suas terras e afazeres de seus políticos e das políticas sociais que vivenciam, fizeram o XI Encontro sob o comando da quinquentona ACEJI que tem João Ferreira seu heroico presidente. E fui, convidado feliz desse e de outros encontros da ACEJI. Ouvi discursos, reclamos, choramingos, pedidos e cobranças. O drama: água. É regional o grito: Um copo dágua, por favor. Outro drama: sem água não há trabalho. Salitre, cantada pelo poeta Pedro Bandeira como a Capital da Farinha, tem este nome porque nas secas seus barreiros secam e o chão saliniza. Salitre tem sua economia calcada em 120 casas de farinha que empregam, diretamente, 1.000 pessoas de seus 17 mil habitantes. Não há chuva não há mandioca. Não há mandioca, não há trabalho. Não há trabalho, não há farinha e a economia explore numa sede de ganhos e de comida à mesa. O drama não fica aí. Água de beber até que tinha, mas a fonte secou. Há um poço na Serra do Araripe, aberto num passado distante pela Petrobras caçando petróleo que deu d”água. Boa. Mineral. Fizeram uma adutora. Uma benção. Mas a bomba que puxa a água do poço pra alimentar a adutora quebrou. É importada. Cara. R$5 milhões. Cinco anos o povo esperando uma licitação pra novas bombas. Vale nada, cinco milhões. A cidade pagando água de R$1,00 real a lata de 20 litros pra beber. Água de Pernambuco. Tem carro pipa? Tem. Uns 50, mas não dão conta. Pro banho, louça, roupa, a água é do único poço da cidade. Salobra como o próprio nome da cidade indica. Como disse; é andando que a gente sabe onde moram as andorinhas. E que tipo de cachorro doido tem no meio do caminho. (*) Macário Batista (Sobral), jornalista, blogueiro, correspondente, analista, presidente do Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa do CE.

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Eylia, um novo medicamento pra cuidar das vistas dos velhos Macário Batista (*) São Paulo (SP) 16 graus. Tipo da conversa que vale a pena ouvir, para aprender e passar adiante. A Bayer, aquela do “...se é Bayer é bom”, convidou jornalistas do Brasil inteiro para anunciar o lançamento, no País, de um remédio chamado Eylia, que segundo as mais importantes autoridades em retina e Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) revolucionará o tratamento de idosos que sofrem com a dificuldade para enxergar. Pra São Paulo, a Bayer nomes como Walter Takahashi, Marcos Pereira de Avila, Michel Eid Farah e Márcio Bittar, todos, as mais altas e importantes autoridades no assunto aqui e no exterior. Eles defenderam o lançamento do Eylia como o que há de mais revolucionário do tratamento da DMRI. Com 117 anos no Brasil, 5º. País emvendas do mundo, quatro centros de fármaco-vigilância, 114 anos de criação da aspirina e outros números que põem o Brasil entre os 10 mais importantes centros de pesquisas próprias, a Bayer só agora anuncia sua entrada no mercado da oftalmologia e lança-se nesse mercado com algo extremamente renovador, dizem os conferencistas que durante toda a manhã de ontém e até as duas horas da tarde falaram do doença l, do aumento da população idosa que hoje no Brasil é de 14 milhões de pessoas com idade acima de 65 anos, 10% das quais têm o problema de DMRI o

que, nos prócimos cinco anos, tendo em vista que estamos vivendo mais e envelhecendo mais tarde, seremos quase três vezes os pacientes de hoje com a Degeneração Macular Relacionada à Idade. O remédio é uma fusão de receptores que estão nas células que criam uma armadilha para a defesa do olho com a degeneração. Trata-se de uma injeção no olho, capaz de penetrar em todos os cantos da retina. Sua eficiência no tratamento diminui as intervenções de hoje, que são mensais, para em até três meses entre uma aplicação e outra, variando para dois meses no tratamento. Sua presença no combate à mácula é maior, facilitando a vida do paciente e dos que o cercam. A unanimidade entre os hoje cientistas da conferência de lançamento do Eylia para a imprensa brasileira é que o custo do tratamento contra a cegueira é infinitamente inferior ao que o mundo hoje gasta com os deficientes visuais, cegos ou não, que chega à casa dos US$50 bilhões de dólares anuais. Professor Dr. Takahashi e o locutor que vos fala Esperança pra velho ver melhor Prof. Dr. Walter Takahashi, muito bem humorado explica pra o repórter os problemas que causam ou ajudam na DMRI-degeneração Macular Relacionada à Idade; obesidade, pressão alta, fumo e bebida, além de quem passa dos 60 anos.

O Senado aprovou em 28.05 a criação de três novas universidades federais, no Pará, no Ceará e na Bahia. As universidades serão criadas por desmembramento das universidades federais nos estados para atender novas regiões. Os três projetos, de iniciativa do Executivo, chegaram ao Senado e foram aprovados em regime de urgência. Agora, seguirão para a sanção presidencial. As instituições criadas são a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em Marabá; a Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) em Barreiras; e a Universidade Federal do Cariri (UFCA), em Juazeiro do Norte. Os três projetos aprovados preveem a criação de cargos e de novos campi vinculados às universidades. Os campi adicionais ficarão nas cidades de Rondon do

Pará, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Xinguara, no Pará; Barra, Bom Jesus da Lapa, Luís Eduardo Magalhães e Santa Maria da Vitória, na Bahia; e Icó e Brejo Santo, no Ceará. Ralatores dos projetos que criam as universidades (PLCs 30, 31 e 32/2013), os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Walter Pinheiro (PT-BA) e Inácio Arruda (PCdoB-CE) ressaltaram a necessidade das universidades para os estados que representam. Pinheiro afirmou que a urgência na votação possibilitaria o funcionamento da Ufob em 2014. Já Inácio Arruda lembrou que a UFCA beneficiará estados vizinhos. - Essa conquista é do Ceará, mas com grande impacto também na Paraíba, em parte de Pernambuco e mesmo do Piauí - salientou o senador.

Em uma pequisa que avalia as intituições latino-americanas, a UFC está em 23º lugar. A Universidade Federal do Ceará (UFC) conseguiu se manter entre as melhores instituições brasileiras, ocupando o 15º lugar. Entre as Universidades do Brasil, no Ranking Scimago de Instituições Ibero-Americanas (Ibero-Americano ScimagoInstitutions Ranking – SIR) de 2013, conquistou a 48ª posição entre vários países. No ano passado, a Universidade estava no 52º lugar entre as instituições ibero-americanas. Estudos avaliam qualidade de ensino e UFC se destaca entre as melhores instituições. Foto: Fábio Lima Ainda na mesma pesquisa, avaliando as universidades da América Latina, a UFC está em 23º lugar (antes se posicionava em 24º). O ranking faz a análise da produção científica de quase 3.300 instituições de pesquisa em 106 países com base em dados quantitativos de publicações e citações que geram quatro indicadores bibliométricos: produção científica, colaboração

internacional,qualidade científica média e percentagem de publicações em revistas. Já no Ranking Mundial de Universidades QuacquarelliSymonds (QuacquarelliSymonds World University Rankings – QS-WUR), a UFC obteve melhoras substanciais nos componentes que medem a reputação acadêmica da Universidade: citação per capita dos pesquisadores da UFC; citação das publicações da UFC e impacto Web da Universidade. Como resultado, o valor da UFC nesse indicador foi 15% superior ao de 2012, o que possibilitou à UFC permanecer entre as 100 melhores universidades latino-americanas, no 71º lugar, situando-se no primeiro quartil de universidades de maior qualidade. Este segundo ranking resulta da análise de sete subindicadores, a saber: reputação acadêmica da Universidade; reputação do empregador dos egressos; estudantes; proporção de pesquisadores com doutorado; citação das publicações e o impacto na Web.

Senado aprova criação da Universidade Federal do Cariri com campus em Icó e Brejo Santo

UFC ocupa 15º lugar entre as melhores instituições brasileiras, diz estudo

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História do Cangaço

Leituras VIII A Palavra Descalça e as Caetanias Durval Aires Filho (*) Abril foi noite festiva para a cultura cearense. O poeta e médico José Telles autografou “A Palavra Descalça” para uma centena de amigos seletos, após uma apresentação emocionada da também escritora e poetisa Regine Limaverde, sua colega de Academia Cearense de Letras, a propósito de uma reunião de textos soltos, aparentemente descompromissados, se aludimos ao rigor acadêmico, portanto, “descalços”, sem paletós ou gravatas, andando suaves, os quais, outrora, serviram de suportes para a apresentação de inúmeros livros, ou mesmo discursos, memórias, passagens não despercebidas, crônicas, saudações a diletos amigos, com certeza, uma viva homenagem aos cultores de letras no Ceará. Assim, observando, pelo lado formal, tomo “A Palavra Descalça” como um livro bem produzido, de cara agradável, com ótimo aspecto, na boa medida de fontes e cores, por assim dizer, hermoso, desde logo, devendo-se render homenagem ao artista plástico e editor Geraldo Jesuíno, que, além de conceber o projeto gráfico e assinar as ilustrações, com grande valor estético, redigiu igualmente as orelhas. Aliás, a apresentação e trecho da 4ª capa, merecem destaques especiais, pois foram tarefas desincumbidas pelo abalizado mestre Linhares Filho, hoje, uma referência respeitadíssima nos meios acadêmicos, quando o assunto é arte literária, seja no Ceará, seja no Brasil. Na abertura da coletânea, bem antes de se adentrar nos textos escolhidos, devo destacar um poema concreto, peça essencial do autor, moldurando o início, cuja brevidade e economia dos recursos linguísticos, remontam o que restou do lugar em que Telles enterrou seu umbigo. Ficaram apenas recordações. Refiro-me a Bitupitá, uma comuna praiana, entre os confins do Ceará e Piauí, difícil de identificá-la no mundo: “no mapa/um ponto... afinal”, mas encontrado-a, um impacto: “no chão/dura realidade”. No desfecho, a síntese que crava o coração do poeta: “no peito/saudade”. Afastando-se do aspecto formal, entre os belíssimos textos sobre títulos e nomes que o José teceu, encontro pelo menos três escritores sobre os quais escrevi há muitos anos, quando havia espaço nos suplementos literários nos grandes jornais daqui, que revisito com emoção: para Caetano Ximenes Aragão, como Telles, médico, poeta e amigo, um pequeno ensaio sobre suas “Caetanias”, um momento maior da metapoesia no Ceará. Outro: foco na ficção primeira, aquela época esquecida, de José Alcides Pinto, em grande ensaio que intitulei de “Revisionismo em O Dragão”, depois de algumas visitas que empreendi lá na Rua Lauro Maia, endereço do grande escritor, louco de todos os gêneros, mas só no rótulo, para mim uma pessoa generosa e um ser extraordinário. Por fim, lembro de um pequeno artigo sobre Tufic, uma ligadura dos versos do poeta acreano com as letras do grupo Os Raimundo, cujos versos musicados tinham movimento, cor e vibração, aquilo que os críticos chamam de “hadcore”, que, agora, leio Jorge pelo Telles, lembrando seus guardanapos. Finalmente, entre centenas de textos interessantes, escolho, como exemplo, um modelo a ser lido: As Iluminuras de Giselda, momento em que Telles não se contém em festejar o título “Ânfora do Sol” e passa para uma apreciação mais consistente, ingressando pela crítica literária. Realmente, o poema “Quisera” tem algo que vai mais além que a sensibilidade, ou seja, a natureza física e humana (a chuva, o silêncio, a demora, que afinal é uma só). Outros poemas que o autor evoca também são contagiantes. Despertam e me convocam para uma avaliação criteriosa. É claro que eu vou ler Giselda de Medeiros. Mesmo de propósito, essa minha atitude isolada de escolher apenas um texto do Zé já seria bastante para justificar a grandeza desta coletânea, o porquê da sua existência, volvida para mim como uma obra de inigualável valor junto a comunidade, devido a sua função social. Isso foi um debate que grassou os anos 80, que, aliás, utilizei como método para avaliar os nomes autênticos da poesia daquela quadra, começando com a análise de Luciano Maia no seu “Sol de Espavento”. Mas o tempo não apagou essa chama, esse sol. O que mais dizer sobre “A Palavra” depois do autografo, de forma lhana e generosa. Só resta repetir o que os pacientes do José Telles diriam: Obrigado, doutor! Foi uma noite e tanto. A cultura agradeceu e foi brindada entre textos e taças. (*) Durval Aires Filho (Fortaleza) desembargador, escritor

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Livro traz fatos curiosos sobre a vida de Lampião

A obra “Curiosidades e fatos sobre Lampião”, de Haroldo Felinto, também é uma viagem pelo conto e prosa. * Haroldo Felinto nasceu na Vila de Trussu, distrito de Acopiara. É bacharel em Letras e ocupa a cadeira 9 da Almece Fortaleza Acredita-se que Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, tenha nascido no dia 4 de junho de 1898. Enveredou pelo crime aos 16 anos. Um vizinho rouba de seu pai uma cabra. Enfurecido, cheio de rancor, ele se une a seu irmão Antonio e castiga o ladrão, matando-o. Lampião foge desesperadamente com Antonio e seu outro irmão, Livino, formando uma trindade violenta. A perseguição é constante, todavia, os irmãos levam vantagem nos embates. Virgulino ingressa no bando dos Porcinos, mas fica por pouco tempo. Após o crime, ele ficou bastante conhecido. Essa e outras histórias interessantes referentes à vida do considerado Rei do Cangaço estão no livro “Curiosidades e fatos sobre Lampião”, de autoria do historiador e empresário Haroldo Felinto, lançado no último sábado, na Casa de Juvenal de Galeno, no Centro de Fortaleza. O autor, a partir de sua pesquisa, oriunda de vasta bibliografia “cangaceira”, traz fatos e atos perpetuados pela memória, pela lenda e pelo mito. Traduzidos também pela memória oral dos muitos que viveram o Cangaço, que assolou o Nordeste, notadamente entre os anos de 1918 a 1938, época marcada pelo reinado de Lampião. O surgimento do Cangaço, porém, data do século XVIII, tendo José Gomes, conhecido por Cabeleira, como anfitrião. Cabeleira foi o primeiro cangaceiro. Episódios Ao mesmo tempo em que apresenta aos leitores episódios marcantes da trajetória de Lampião, Haroldo Felinto também navega pelo oceano do conto e da prosa, reunindo histórias e estórias dignas de serem conhecidas por todos que desejam conhecer um pouco mais sobre o universo do Cangaço. Segundo o autor, são três versões sobre o apelido de Lampião. A primeira, quando ele trabalhava para o coronel Delmiro Gouveia, diz que uma mula de Virgulino esbarrou em um dos lampiões da iluminação pública, derrubando o equipamento. Tal episódio foi suficiente para que nascesse o apelido.

A segunda versão, a que Haroldo Felinto considera a mais verídica, remete à época em que Virgulino, franzino, com 16 anos, se apresentou como guerrilheiro para entrar no grupo do cangaceiro Sinhô Pereira, que teria perguntado ao menino que qualidades ele trazia para ingressar no grupo. Virgulino se emociona, olha para os lados, atenta nas faces rudes dos componentes do grupo que o cerca. Receia não ser recebido pelos integrantes e, com uma voz firme e arrogante, expressa numa comparação matuta: “O meu rifle, no pega desta noite, não deixou de sê clarão”. O grupo explode de risadas e um dos componentes fala: “Home, se é assim, o rifle deste menino é que nem um lampião”. A última versão conta que, certa vez, um dos colegas de Virgulino deixou cair um pente de bala no chão, mas não encontrava devido à escuridão. Lampião atirou e clareou tudo, fazendo com que o amigo achasse o objeto. Injustiças Para Haroldo Felinto, muitas foram as razões pelas quais Lampião se tornou pernicioso. Uma delas foi o sentimento sertanejo, de enxergar no Cangaço a explosão do seu anseio por justiça contra as formas estabelecidas pelos abusos políticos e pelas ordens dos coronéis, que, na opinião do autor, formam um “complexo de justiça injusta, arbitrária e unilateral”. Conforme o autor, Lampião nunca foi preso. Sempre que possível, frequentava a missa com seu bando, mas não entrava armado na igreja. Usava roupas de caqui e de mescla azul, sendo que esta era usada para confundir com as vestimentas da polícia. “Lampião era forte, tinha 1,80 de altura, cabelos longos, além de ser muito inteligente e um exímio atirador”, destaca. Haroldo Felinto nasceu na Vila de Trussu, distrito de Acopiara, onde concluiu seus primeiros estudos. É bacharel em Letras, e tem vários cursos de extensão universitária e vários trabalhos publicados em jornais de Fortaleza. Também é sócio-fundador da Associação dos Filhos e Amigos de Acopiara (Amiga) e ocupa a cadeira 9 da Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará (Almece). Com o Diário do Nordeste 03.10.2012

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Comandante da 10ª Região Militar do Exército Brasileiro recebe homenagem do TJCE

O presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido, recebeu, em 09.04, o General de Divisão, Geraldo Gomes de Mattos Filho, comandante da 10ª Região Militar. No Palácio da Justiça, o oficial participou de almoço que contou com a presença do vice-presidente do TJCE, desembargador Francisco Lincoln Araújo e Silva, do corregedor-geral da Justiça, desembargador Francisco Sales Neto, do assessor especial da Presidência, Antonio Carlos Pontes Barreto, de secretários e assessores do Tribunal. Estiveram presentes representantes da 10ª Região Militar: o coronel Claudemir Rangel dos Santos, coordenador da Operação Pipa, a capitão Gilvane Maria Leite de Frota, assessora jurídica, e o tenente Moacyr Müller Lago Neto, auxiliar do Estado Maior pessoal do comandante. Na ocasião, o desembargador Gerardo Brígido entregou placa ao comandante Gomes de Mattos, em reconhecimento pelos trabalhos realizados à frente da

10ª Região Militar. O general também foi presenteado com a obra “Castello”, do escritor Lira Neto. O livro conta a biografia de Castello Branco, militar cearense que foi presidente do Brasil. O comandante ganhou ainda coletânea de fotos da visita do presidente do TJCE ao Comando da 10ª Região Militar, localizado na Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. No próximo dia 3 de maio, o general Gomes Mattos deixa o comando em Fortaleza e segue para Brasília, onde será subcomandante logístico do Exército Brasileiro. O desembargador Gerardo Brígido ressaltou a amizade entre o comandante da 10ª Região Militar e o TJCE. “Como ele está deixando o comando, decidimos fazer esse almoço de cordialidade entre o Tribunal e o Exército. Ele sempre foi amigo do Tribunal. Há laços fortes de amizade entre nós”. O general Gomes de Mattos agradeceu a homenagem.

Centro de Formação Olímpica será referência esportiva no Brasil Já está marcada para o dia 26 de junho, às 9 horas, na Central de Licitações, o início do processo para construção do Centro de Formação Olímpica (CFO). O objetivo do CFO é formar atletas de alto nível e será um dos mais completos do Brasil. O complexo, com área total de 85 mil metros quadrados, será implantado em frente ao Estádio Plácido Castelo, o Castelão. A data da licitação foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), da última quinta-feira (09). O Centro permitirá a prática de 27 modalidades esportivas existentes, atualmente, nas Olimpíadas. Além do ginásio poliesportivo coberto, de padrão internacional, para receber 17 mil espectadores, o CFO contará com um hotel para atender até 262 pessoas, praça de alimentação, alojamento para até 150 atletas, pista de atletismo, campo de futebol, piscinas olímpicas, entre outras. O empreendimento contará ainda com passarela para pedestre que o ligará diretamente a Arena Castelão. Para o Superintendente do Departamento de Arquitetura e Engenharia (DAE), Quintino Vieira, o objetivo do CFO é transformar o Estado em um celeiro de atletas de alto rendimento, visando principalmente os Jogos Olímpicos em 2016. A obra será supervisionada pelo DAE, órgão vinculado a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra).

mkt.nacionalgás

Energia que faz parte da nossa vida.

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Ivens Dias Branco recebe título de Sócio Benemérito da Casa do Ceará

A MELHOR ADEGA PARA OS SEUS VINHOS, NÓS ENCONTRAMOS PARA VOCÊ.

O jornalista Fernando César Mesquita (Fortaleza), 1º vice presidente da Casa do Ceará em Brasília, fundador e ex-presidente da entidade, entregou ao empresário Francisco Ivens de Sá Dias Branco, (Cedro), presidente do Grupo M.Dias Branco, o título de sócio benemérito da Casa do Ceará, na presença do senador Eunício Oliveira (Lavras da Mangabeira) Ivens Dias Branco patrocinou o livro “Brasília 50 anos de Ceará”, que marcou os 50 anos de Brasília, com biografias de 150 anos

cearenses que, de alguma forma, contribuíram para a consolidação de Brasília como o Presidente Castelo Branco. Da mesma forma, Ivens Dias Branco vai patrocinar também o segundo livro que conta a saga dos outros 150 cearenses que emigraram com suas familias, construiram, trabalharam no setor público ou privado e ajudaram a consolidar Brasília e que será lançado em 15 de outubro durante as comemorações dos 50 anos da Casa do Ceará.

Ivens Dias Branco recebe diploma José Ermírio de Moraes no Senado

TEL.:3248-4800

PLANTÃO:9994-7941

www.aguiardevasconcelos.com.br • imoveis@aguiardevasconcelos.com.br

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O talento, inovação e empreendedorismo do empresário cearense, Ivens Dias Branco foi destaque durante solenidade no Senado Federal, em 28.05 ao ser agraciado com o Diploma José Ermírio de Moraes, que foi senador e criador do grupo Votorantim, em São Paulo. Ivens é presidente e do grupo M. Dias Branco, fundado por seu pai M.Dias Branco líder na fabricação de massas e biscoitos no Brasil e América Latina. A indicação foi sugerida pelo senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), que muito emocionado, recordou da época em que conseguiu sua primeira oportunidade de emprego no grupo M. Dias Branco. “É um reconhecimento que traz profunda admiração ao homem que me deu a primeira oportunidade de trabalho”, disse se referindo ao presidente do Grupo. Eunício informou que tinha apenas 14 anos quando iniciou sua vida profissional na empresa e que os ensinamentos de Ivens foram fundamentais para a sua formação pessoal e profissional. “Foi a sua orientação como empresário, foi sua orientação como homem, que me deu os primeiros passos na formação de caráter e profissional”, afirmou.* Eunício ainda reconheceu a capacidade de liderança de Ivens ao citar a evolução dos negócios do grupo, a diversidade das atividades e a preocupação com o social. “Nós cearenses, assim como os demais estados do Nordeste por onde o Grupo M. Dias branco gera empregos, renda e justiça social (...) agradecemos orgulhosamente por essas valiosas contribuições ao desenvolvimento econômico e ao progresso da nossa região e do nosso povo”, agradeceu.

Ao informar sobre a origem do prêmio Ermírio de Moraes, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RN) disse ser uma honra homenagear nomes de destaque como o de Ivens Dias Branco. “Muito nos orgulha homenagear Ivens Dias Branco pela expressão de seu grupo no panorama da indústria nacional”, reconheceu. M. Dias Branco* O grupo que é coordenado pelo empresário Ivens Dias Branco, existe há mais de 70 anos, e se destaca na fabricação de alimentos e hoje, é sinônimo de sucesso em atividades distintas como o setor imobiliário, de infraestrutura, serviços hoteleiros, serviços automotores e empreendimentos rurais. Prêmio O prêmio foi instituído em 2010 (Resolução 35/2009) e é concedido anualmente a pessoas ou empresas que tenham prestado relevante contribuição ao desenvolvimento econômico e social do país. Os homenageados são eleitos pelo conselho do Diploma, presidido pelo senador Armando Monteiro e composto por 13 senadores. Participaram da homenagem desta 4ª Edição, os deputados federais Mauro Benevides (PMDB), Ariosto Holanda (PSB), José Guimarães (PT), Edson Silva (PSB), Aníbal Diniz (PMDB) e Gorete Pereira (PR), senadores, o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Roberto Macêdo; o ex-governador do Ceará, Lúcio Alcântara; o empresário e ex-senador, Albano Franco; e o ex-presidente da Fiec, o empresário Jorge Parente.

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Página da Mulher

Precioso bem

Regina Stella (*)

Esbanjadores das horas, perdulários dos dias, malbaratamos o tempo, sem perceber que flui incessantemente, de Temos a vida por um fio e nem nos damos conta! A uma fonte que se esgotará para nós, irremediavelmente! seqüência dos dias e das noite a que nos acostumamos E na dissipação, na tortura de possuir e ter, o dinheiro, a desde que viemos a este planeta é tamanha rotina, que não jóia, o carro, a viagem, não sentimos que corre por um fio, pensamos em perdê-la, nunca! O amanhecer e o anoitecer a vida, ameaçados de perdê-la, agora e já! nada expressam além do sol surgir no horizonte, inundar Cedo, rescende da cozinha o cheiro do café, deliciode luz a paisagem, tornar viva e forte a silhueta das cousas, so, marcando o começo do dia. Depois, o som familiar e pouco depois se esconder no poente, se esgarçando em da água caindo, da torneira, do chuveiro, as gavetas se colorido vivo, no céu, em bela despedida. Um bom-dia a abrindo e as inveteradas perguntas se alternando, _ cadê alguém à nossa volta, quando muito um sorriso, comple- as minhas meias? _ cadê os livros que deixei aqui?_ onde tando o cumprimento, e prontos estamos para a maratona estão meus óculos? _ onde deixei meu celular? E persiste que começa. a algaravia das vozes, os vultos passando, apressados, pelo Um privilégio, a vida!A cada manhã, começando o corredor, pela sala, pelos quartos, na atividade corriqueira dia, não nos passa pela idéia que somos donos de um bem do quotidiano.Fatos da rotina, coisas simples, banais, e tão imenso, que dinheiro nenhum do mundo pode comprar, comuns mas adoráveis. Na mesa, o pão quentinho, o suco, fortuna nenhuma de marajá ou rei pode se igualar! Bilio- o café, e o primeiro diálogo do que se pretende para o dia nários, mais que isso! Não se pode comparar a vida a um que começa._ Gente! Vamos! E uma voz mais decisiva dá metal que se amealha nos cofres ou a papel que se guarda o sinal da saída. nos Bancos! Na preocupação insana de correr à cata de Abre-se a porta e se ganha a rua para uma nova batamigalhas! E esquecemos de viver. lha, mas voltar, quem sabe? Aqui e ali nos espreitam os Na ilusão de que a sucessão dos dias e das noites jamais imprevistos. A hora seguinte não é nossa. Imprevisível... findará, estamos sempre a esperar por uma tarde de verão No caminho, uma cilada, um carro, simples bicicleta, para usufruir da alegria, por umas férias de inverno para alguém furando o sinal! Quando não, um simples degrau, ser feliz, acalentando sempre uma esperança de algo no pisado em falso. Sem esquecer, hoje em dia, a humanidade futuro que ninguem, por mais sábio, pode garantir que virá! enlouqueceu, os seqüestros relâmpagos, os assaltos à mão

armada, o ladrão tão bem vestido que lhe agarra de surpresa e com o revolver ás costas, lhe empurra para o lado e lhe toma o carro! Senão, a vida! Tudo pode se desfazer em questão de segundos!Os planos, os anseios, os projetos, E nada mais tem acolhida, agora que se avulta o mais importante, viver! E num piscar de olhos se acaba o amigo, o chefe, o pai, o avô, a pessoa querida. Ah! a fragilidade deste corpo de barro. Tão débil o equilíbrio desta máquina, tão fácil romper os elos, e desfeita a engrenagem ser irrevogavelmente destruída Um simples golpe de ar, e o caniço pode se render ao vento e se quedar, imóvel para sempre! Ah! a vida! Que seja vivida intensamente! Valorizada a cada instante! Num simples detalhe da paisagem, olhos para perceber o colorido do caminho, as árvores, as flores, a natureza se oferecendo, plena! Deus foi generoso e a beleza se mostra, inteira, no flamboyant florido, no gramado que se estica, preguiçoso, no jardim, a rosa fremindo no topo de sua débil haste. No pássaro que cruzou, de repente, o céu. Numa mão amiga que se aperta e se comprova solidariedade. Ah! olhar , em silêncio, nos olhos da pessoa amada, para dizer, simplesmente: _ah! como eu te amo! (*) Regina Stella (Fortaleza), jornalista e escritora

Roteiro da Culinária Cearense em Brasília Coco Bambu – Frutos do Mar Gerente Geral Eilson Studart (Fortaleza) SCES Trecho 02, Ícone Parque/ 3224 5585 Bela Cintra Maitre Luciano Rodrigues (São Benedito) Chefe de Cozinha - Francisco Alves (Acaraú) SHCS Quadra 105, Bloco D Conjunto 35 - Asa Sul/32424005 Beirute Sul Proprietário Francisco Martins (Ipu) SCLS109 Bloco”A” Loja 2/4 – Asa Sul /3244 1717 Beirute Norte Maitre Bartolomeu Martins (Brasilia) SCLN 107 Bloco”D” Loja 19/29 - Asa Norte/ 3272 Fred SCLS 405 Bloco “B” Loja 10 – Asa Sul/ 3443 1450

Galeteria Beira Lago Proprietário João Miranda Lima (Ipueiras) SCES Trecho. 02 conjunto 33, ao lado do PIER 21 3223 7700 Carneiro e Picanha Maitre Antonio Ordonez (Reriutaba) SCLN 216 bloco “D”, lojas 34/46 - Asa Norte 3340 9900 Ki Filé Maitre – Roberto Cavalcante, Chefe de Cozinha, Raimundo Cavalcante (Sobral) SCLN 405, bloco “A”, lojas 55/65 - Asa Norte - 3274 6363 Libanus Proprietário Narciso Martins (Ipu) SCLS 206, Bloco “C”,loja 36 – Asa Sul / 3244 9795

Moranguinho Chefe de Cozinha Francisco da Silva (Icó) SHIN QI2, Área Especial, Quiosque 14., Lago Norte 2194-7641 - Em frente a loja do Pão de Açucar. Pensão da Graça Maitre – Carlos Veras (Viçosa do Ceará) Vila Planalto Verde Perto Proprietário Carlos Pontes (Nova Russas) EPTG Chácara 56 sentido Taguatinga-Guará (ao lado do Posto de Polícia) 3567 8217 Piantela Os cearenses Gerardo“Palito”Maciel, de Santa Quitéria e Agenor Gomes, de Viçosa do Ceará, são os responsáveis pela qualidade da comida servida ali há mais de 30 anos.

Vício de comer existe? Cientistas discutem se vício pode estar por trás de compulsão por comida. Cientistas que se debruçam sobre as pesquisas em torno dos vícios estão divididos quanto ao problema das pessoas que comem demais: o distúrbio realmente existe? Se sim, como poderia ser tratado? E ainda: a compulsão por se alimentar excessivamente poderia estar contribuindo para o aumento da obesidade ao redor do mundo? Tentar controlar um vício pode ser algo extremamente penoso, como qualquer pessoa que já tentou parar de fumar ou beber pode testemunhar. Uma das técnicas mais usadas é evitar o objeto do vício, abandonando visitas a bares ou parando de estocar cigarros em casa, por exemplo. Mas medidas como essas nem sempre são bem sucedidas e muito frequentemente levam a recaídas. Mas o que fazer quando você é viciado em algo que deve ter em casa e que, pior ainda, que você tem que consumir três vezes por dia? Pesquisa À medida em que os níveis de obesidade aumentam, a comunidade científica debate se o hábito de comer de forma compulsiva pode ser definido como um vício.

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A União Europeia financiou um projeto chamado NeuroFAST para reunir todas as evidências encontradas. Eles são cautelosos. Até agora há apenas um tipo de distúrbio alimentar que pode envolver vício: a compulsão alimentar, um problema caracterizado pelo consumo exagerado de alimentos geralmente associado à obesidade. O ato de comer de forma compulsiva causa danos psicológicos e físicos assim como outros tipos de vício. Michael é uma das pessoas com as quais eu conversei para a minha pesquisa. Ele é um profissional articulado, qualificado e já foi um glutão compulsivo. “É difícil para os outros entenderem”, diz ele. “Todo mundo que come demais acha que compulsão por comida é apenas uma versão maior disso. Mas é uma experiência completamente diferente, é uma obsessão diária, de minuto a minuto, para obter a substância, a comida”, explica.

“É um inferno estar nesta situação”, diz Michael. Perda de controle Louise, outra participantes do estudo, faz um depoimento convincente sobre como o vício pode agir em pessoas que comem demais. Ela também tinha problema relacionados a alcoolismo e entende muito bem os mecanismos do vício. “O que eu acho mais interessante são as semelhanças no comportamento”, diz ela. “Como alcóolatra, eu frequentava lojas diferentes para comprar bebida para que as pessoas não me reconhecessem. E fazia o mesmo quando comprava chocolate. Assim como alcóolatras escondem garrafas de bebida, eu entrava escondida em casa com comida, colocava em lugares onde ninguém via”. A médica Nora Volkow, neurocientista e diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, acredita que há processos claros que desencadeiam o que Michael e Louise descrevem. Ela descobriu que um neurotransmissor chamado dopamina, relacionado a vários tipos de vício, se comporta da mesma forma nos cérebros de obesos e de viciados em drogas. Sally Marlow, Pesquisadora em vício do King’s College London, com a BBC Brasil.

veja os sites do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br e no facebook www.facebook.com/casadoceara

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Leituras IX Humor Negro e Branco Humor Prova de Redação

Vejam só o que alguns alunos foram capazes de escrever na prova de redação, tendo como o tema: ‘A TV FORMA, INFORMA OU DEFORMA?’ ‘A TV possui um grau elevadíssimo de informações que nos enriquece de uma maneira pobre, pois se tornamos uns viciados deste veículo de comunicação’. ‘A TV no entanto é um consumo que devemos consumir para nossa formação, informação e deformação’. ‘A TV se estiver ligada pode formar uma série de imagens, já desligada não...’ ‘A TV deforma não só os sofás por motivo da pessoa ficar bastante tempo intertida como também as vista’ ‘A televisão passa para as pessoas que a vida é um conto de fábulas e com isso fabrica muitas cabeças’ ‘Sempre ou quase sempre a TV está mais perto denosco, fazendo com que o telespectador solte o seu lado obscuro’ ‘A TV deforma a coluna, os músculos e o organismo em geral’ ‘A televisão é um meio de comunicação, audição e porque não dizer de locomoção’ ‘A TV é o oxigênio que forma nossas ideias’. ‘... por isso é que podemos dizer que esse meio de transporte é capaz de informar e deformar os homens’ ‘A TV exerce poder, levando informações diárias e porque não dizer horárias’ ‘E nós estamos nos diluindo a cada dia e não se pode dizer que a TV não tem nada a ver com isso’ ‘A televisão leva fatos a trilhares de pessoas’ ‘A TV acomoda aos tele espectadores’ ‘A informação fornecida pela TV é pacífica de falhas’ ‘A televisão pode ser definida como uma faca de trezgumes. Ela tanto pode formar, como informar, como deformar’

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Os 24 Novos Sintomas de Pobreza

1 - DEGUSTAÇÃO EM SUPERMERCADO – Sabe aqueles balcõezinhos que de vez em quando aparecem no supermercado sempre com uma mocinha oferecendo alguma tranqueira pra você experimentar? Pois é, pobre adora isso. Quem é pobre adora comer qualquer coisa de graça. Experimenta até biscoito pra cachorro. Uma tristeza... 2 - COMPRAR IPHONE NO MERCADOLIVRE – Fala sério... Isso é caso pra internar. Você acha que um iPhone de verdade custa 299 reais? Em qual planeta você vive? Além de pobre, é retardado. 3 - TELHA E TIJOLO – A combinação é perfeita. Pobre atrai telha e tijolo feito ímã.Todo pobre que se preza tem que ter uma pilha de tijolos e telhas no quintal. 4 - GRUDAR O SABONETE VELHO QUE ESTÁ ACABANDO NO NOVO QUE ACABOU DE ABRIR –Sem comentários! 5 - SANDÁLIA HAVAIANA – Meu amigo, prestenção!... Só pode passear no shopping de sandália havaiana quem é rico. É fashion! Já o pobre passeando de havaiana é mulambento, porque na verdade ele usa a sandália “A Baiana”, ou seja, a genérica. 6 - USAR TERNO NO FIM DE SEMANA – Ou é pobre ou é crente. Cruz credo! Rico só usa terno no escritório ou em casamento. 7 - TAPETE NA PAREDE – Compra na 25 de março, em Sunpaulo, um legítimo tapete persa “Made in Paraguay” e põe na parede, para ninguém pisar. 8 - FESTA NO McDONALD´S OU HABIB´S – Só pobre acha que festa naquela porcaria de lanchonete é chique. O cara comemora o aniversário dos filhos no McDonald´s, fica controlando o que a pirralhada come e depois soma os presentes recebidos para ver se a festa não deu prejuízo. 9 - LAVAR CARRO NO FIM DE SEMANA – Santa pobreza! Você já viu alguém da Barra ou do Leblon lavando o carro? Manda lavar. A galera do salário mínimo acha que é programa de fim de semana lavar o chevetão 75 na calçada, com o som ligado no último volume, tocando funk. São criaturas dignas de pena! 10 - CAPINHA DE CELULAR – Além de ser coisa de pobre é muito boiola. Só viadinho pobre não gosta do celular riscado. Quem tem grana compra outro quando o celular fica riscado. Pior ainda é quando coloca o celular com capinha na cintura. Um horror... 11 - TÁ ZERINHO, ZERINHO – A criatura desorientada mantém por 15 anos colado no pára-brisa do automóvel, aqueles selos de controle de qualidade, para fingir que comprou o carro “zero quilômetro”. 12 - VIAJANDO DE AVIÃO – Quando viaja de avião, pela Gol, com passagem financiada em 15 vezes sem juros, põe no bolso aquelas pavorosas barrinhas de cereais pra dar pros filhos bixiguentos. 13 - STROGONOFF – Se você perguntar a alguém qual é o prato favorito e a criatura responder “istrogonofi” pode ter certeza é pobre! E o pior é que a criatura não tem a mínima idéia de como se faz tal iguaria, pois pobre faz um picadinho (geralmente com acém), coloca creme de leite e está pronto! 14 - VIAJAR PARA POÇOS DE CALDAS / GUARAPARI /CALDAS NOVAS – Quem tem grana vai para Nova York, Paris, Búzios, Angra, Fernando de Noronha. Rico no máximo passa por essa miséria, por cima... de avião! 15 - COMPRAR CHINELÃO RIDER E ROUPA À CREDIÁRIO NA C&A – Fala sério! Só por que a

Gisele Bünchen e a Daniela Sarahyba apareceram na TV, você acha que tá comprando artigo de rico? É artigo de pobre! Quase o fundo do poço, pois o fundo fica na Sulanca, lá em Pernambuco, via Guarulhos. 16 - BAIXAR FILME NA INTERNET – A porra do computador fica noites e noites inteiras ligado, baixando filmes... Além de pobre é burro. Você acha que a energia elétrica é de graça? Aluga a merda do filme no Blockbuster que fica mais barato, otário! 17 - USAR CAMISA DE TIME NA SEGUNDA FEIRA – Putz, que nojeira! Usar a camisa do Corinthians, São Paulo ou Fluminense, na segunda feira só pra zoar a galera do trabalho é típico de quem mora no subúrbio! 18 - CAMA BELICHE – Móvel típico dos pobres, que se reproduzem feito ratos e tem que dormir em algum lugar, uns em cima dos outros. Rico tem no máximo dois filhos. E cada um tem seu quarto. 19 - VOU DE MERCEDES PARA O TRABALHO – Com certeza, o pobre que solta essa pérola está se referindo ao ônibus... Quem tem Mercedes, não fala que tem (280, 500, CLK...). Quem tem, tem até medo de falar... 20 - LAJE – Tem palavra que mais denota a pobreza do que essa? Por favor, se sua casa ainda não está pronta, seja mais refinado e diga: “Meu imóvel está na estrutura básica” ou simplesmente “Ainda não está pronta”. Jamais diga: “Está na laje!”. Além do quê, laje (argh!) lembra palavras como garage(!), mirage(!) ou viaje(!), que, quando ditas desta forma, meu amigo, é porque a coisa está muito feia para o seu lado. 21 - POBREMA, PLOBLEMA, IORGUTE, TÁUBA, RESISTRO, IMPIM, MORTANDELA, MINDINGO, TÓCHICO, CHALCHICHA, BERRUGA, IMBIGO, FRUMINENSE, CURÍNTCHA, DI FAVOR, MENAS (essa é de matar), LARGATIXA, DAR UMA TELEFONEMA... – Palavras mais utilizadas e daí vemos... é pobre! Se não é pobre, é ignorante, porque todo mundo pode aprender que não é “menas”, é “menos”; que não é “resistro”, é “registro”; que não é “impim”, é “aipim”; que você vai saltar no próximo ponto, não “soltar”! Pedir para essas pessoas falarem palavras simples como “sobrancelha”, “cabeleireiro”, “paralelepípedo”, ou “helicóptero”, é uma afronta. Até porque não repetem a última sílaba mesmo. Fica qualquer coisa como “helicópi”, “paralelepípo”, etc... Sem contar que nomes como “Wellington”, “Washington”, “Wilson” e “Milton” se transformam em “Uélitu”, “Uóchintu”, “Uílso” e “Miltu”... Camões se revira no túmulo a cada vez que ouve. 22 - SHORTINHO COM TOP – Esse é praticamente o uniforme de pobre. Se tiver calor use uma toalhinha para enxugar o suor, de preferência combinando com a cor do top. Mas se tiver frio, é só colocar uma jaquetinha por cima e pronto, você vai arrasar em qualquer evento de pobre! 23 - CHAMAR O AMASIADO DE “MÔ”, “MÔÔÔ...” – Fala sério! Fica parecendo vaca mugindo. E o coitado ainda tem que fazer cara de que gosta senão a mulher cai na porrada com o sujeito. Coisa de mulherzinha... pobre, é claro! 24 - NO FIM DO ANO, COM O 13º SALÁRIO – Essa é clássica... no restaurante, a família toda, um dos mais salientes entra correndo e vai logo escolhendo a mesa e grita para toda a prole que está acabando de entrar: “Vamo imendá as mesa!!!” (*) Colocaram no ventilador da Web.

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Festa junina da Casa do Ceará será em 29 de junho

Casa do Ceará em Brasília realizará sua tradicional festa junina em 29 de junho em grande estilo, esperando um mínimo de 3 mil pessoas nas suas dependências. Os ingressos já estão à venda, custando 40 reais inteira e 20 reais meia. A festa terá o apoio da Só Reparos, de Francisco Hubner Mendes Carneiro e Miguel Soares Neto, e Grupo Gasol, sempre presentes nos grandes eventos da Casa, de João Estênio Campelo Bezerra que patrocinará o Trio Siridó, que cantará música junina nordestina, especialmente baião e forró, Chico Rey e Paraná, que pela segunda vez prestigia a Casa do Ceará, assim como, pela primeira vez a dupla sertaneja Pedro Paulo e Mateus e Chico Salles e banda e o Clube de Unidade e Vizinhança da 108 Sul. Cerca de 100 mesas com 400 cadeiras serão disponibilizadas para os que forem à Casa. A praça de alimentação terá cerca de 20 barracas, que oferecerão comidas típicas do Nordeste e do Ceará, comidas típicas do Brasil Central, especialmente de Goiás, bem como bebidas típicas, como cajuína e água de coco, além de refrigerantes. Moranguim comandará seu tradicional Churrasquim do Moranguim, oferecendo comida típica do Rio Grande do Sul, além de refrigerantes e cervejas, bem como bebidas quentões como rum, cachaça e caipirinha. A comissão da festa junina de 2013, supervisionada

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pelo Presidente, Osmar Alves de Melo é liderada pelo diretor de Cultura da Casa, Fernando Gurgel Filho e integrada pelo coronel Edivaldo Ximenes, membro do Conselho Fiscal da Casa e a superintendente, Antonia Lúcia Guimarães, tomou todas as providências para que haja segurança e banheiros, decoração junina, estacionamento, pista de dança, bem como haverá um posto de assistência médica. Fernando disse que “o objetivo da Casa é repetir o sucesso de anos anteriores, já que a festa junina se insere no calendário de eventos de São João de Brasília. Dessa forma, assinalou, reafirmamos os valores de nossa cultura nordestina e cearense. Esperamos que a comunidade de Brasília, das Cidades Satélites, onde vive uma grande colônia cearense se sinta em casa com os shows que apresentaremos e os serviços que ofereceremos”. Dois grandes espetáculos estão programados, um pela dupla Chico Rey e Paraná que se prontificaram mais uma vez em participar e fazer a festa abrindo mão de seu cachê para manutenção de suas obras sociais. Cantarão sucessos que os consagraram nas paradas musicais do Centro Oeste. A dupla vem de Goiânia direto para Casa. O outro espetáculo será dado pela Quadrilha Formiga da Roça, que é de São Sebastião e que há anos se apresenta na festa junina da Casa do Ceará.

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