Ponto turismo 13

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#13 AGO/SET

2014 €5

TURISMO SOCIAL E ACESSÍVEL PARA TODOS OPINIÃO

Novos mercados emissores e estratégias de promoção

TECNOLOGIA

Quando a arte se junta à tecnologia de impressão 3D surge o Relievo

ANÁLISE

5 tendências no consumo que estão a moldar as viagens

10 INSIGHTS

Tine Thygesen diz quais são os mandamentos no empreendedorismo

GRANDE ENTREVISTA OSCAR ALMENDROS BONIS NATIONAL EXPERT COMISSÃO EUROPEIA



Editorial

Os fins são os princípios de todas as coisas “Quando a beneficência não prejudica o benfeitor, mata o beneficiado.” › Balzac

N

a mitologia grega, “Calypso” era uma ninfa do mar que, ao se apaixonar pelo náufrago Ulisses (o herói da Odisseia, de Homero) utilizou os seus encantos para o envolver e conseguir retê-lo na sua ilha. Durante sete longos anos teve êxito. No final foi forçada a libertá-lo e eventualmente, até o ajudou na sua partida. Na terminologia da Comissão Europeia, Calypso é um projeto inovador, sustentado numa plataforma eletrónica, que permite aos menos protegidos usufruir da oferta turística mundial. Tal como a Calypso mitológica fez com o herói grego, este sistema pretende ajudar seniores, jovens, pessoas com deficiências e famílias com baixo rendimento para viajar. Curioso, porque poucas pessoas do nosso setor conhecem este projeto. Mais curioso ainda é este mercado valer 400 mil milhões de euros na União Europeia, representando 3% do seu PIB! Na entrevista central, Oscar Almendros explica como podemos aceder a ele e porque ainda estamos atrasados neste tema. Na terminologia económica portuguesa, a palavra Calypso também passou a fazer parte do dicionário empresarial nos dias que correm. A origem etimológica da palavra, Calypso deriva do grego “Kaliptó”, que significa ‘ocultar’, ‘enganar’. Infelizmente atravessamos mais um agudo problema financeiro causado pelos “Calypsos” da nossa praça. Para além da credibilidade e saúde económica do nosso país, o impacto específico para o nosso setor pode vir a ser dramático. Per-

Infelizmente atravessamos mais um agudo problema financeiro causado pelos “Calypsos” da nossa praça.

gunto quantas famílias inteiras, pais, mães e filhos, estão hoje pendentes de decisões sobre as quais contribuíram com zero de responsabilidade? Quantos investimentos perdidos? Quantos e diferentes tipos de juros vamos pagar nós, como sociedade? Quanto de credibilidade num sistema político, financeiro, económico e judicial ainda temos? E quantos dos prevaricadores serão punidos? É claro que nenhum dos Calypsos anteriores tem qualquer relação entre si. Seria inclusive uma piada de mau gosto pela bondade das histórias e ideias ou infelicidade do momento, ou ainda da sua origem, do seu desenvolvimento e objetivo. No entanto, não nos devemos esquecer que no final da história, a ninfa libertou o Ulisses no mar para a sua viagem final a casa, a Comissão Europeia ajudou os desfavorecidos a viajar através do megaprojeto intracomunitário, e que o Banco de Portugal separou o “Bom” do “Mau” - ou o “Novo” do “Velho” - abrindo o caminho possível para uma nova viagem da nossa nação. Calypso pode não ter relação nenhuma, mas é quase sempre um sinónimo de um novo início. No décimo terceiro número da Ponto, para além da referida entrevista central, destaco o pragmatismo do artigo de opinião de Jorge Costa, presidente do IPDT, que apresenta várias medidas concretas sobre a promoção do nosso país. E ainda os 10 “insights” em empreendedorismo de Tine Thygesen, CEO e Cofundadora da everplaces.com. Espero que gostem. Até daqui a dois meses e… boa leitura!

Miguel Quintas Diretor Geral

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Ficha Técnica

Propriedade Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A. Sucursal em Portugal

Sede Rua de São José, 35 - 4º andar 1150-321 Lisboa, Portugal Tel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75 E-mail: pontoturismo@pt.amadeus.com

Diretor Geral Miguel Quintas

Diretora da Ponto Turismo

Índice

“A Calypso visa englobar numa plataforma todos os produtos de Turismo para Todos”

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Oscar Almendros Bonis, perito nacional da Comissão Europeia esteve em Portugal para apresentar a plataforma Calypso no âmbito do conceito “Turismo para Todos” da Comissão Europeia

Helena Torres Bimestral · Ano - 2014 - Edição 12

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Coordenação Editorial

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pontoturismo@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99

Produção de Conteúdos e Edição Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Tel.: 214 037 656 · mediapearl@mediapearl.pt

Publicidade htorres@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99

Ilustração Capa Pedro Taquelim

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Opinião

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Grande Entrevista

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Em Foco

Fotografia

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Tecnologia

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Análise

Moda e Turismo: um mercado a explorar em Portugal

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10 Insights

Entrevista Caderno

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Lifestyle

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Viagem de: Fernando Bessa

Novos mercados emissores e estratégias de promoção

Arte e Tecnologia em fusão Quem é que se lembraria?

Mediapearl

Produção Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Centro Empresarial Tejo Rua de Xabregas, Lote A, Piso 1, Sala 13 1900-440 Lisboa mediapearl@mediapearl.pt

Impressão e Acabamento RBM - Artes Gráficas

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Tiragem 1300 exemplares

Registo na ERC N.º 126281

Depósito Legal N.º 350109/12

A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.

Oscar Almendros Bonis - National Expert da Comissão Europeia

Jorge de Andrade O administrador da Quadrante Viagens defende mais formação para os agentes

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Soluções

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Notícias

trendwatching.com: 5 tendências que estão a moldar a atualidade e o futuro da indústria das viagens

10 Insights de Empreendedorismo

Festas no Amadeus Terrace juntam amigos e VIPS no Verão

As viagens são sempre um anti-stress

AMM - Amadeus Mobile Messenger

Primeira plataforma profissional online: Solução Amadeus Selling Platform Connect

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Opinião Novos mercados emissores e estratégias de promoção

António Jorge Costa Presidente do IPDT

Turismo em Portugal

Novos mercados emissores e estratégias de promoção Portugal deverá focar a sua promoção na recuperação dos mercados Alemão e Britânico, na captação dos mercados Russo e Brasileiro e na promoção dos países Escandinavos, devendo ainda investir em novos produtos e serviços, identificar novos mercados e inovar na forma de promoção.

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om a chegada do verão, é grande a expetativa quanto ao comportamento do setor do turismo. As perspetivas são animadoras e é legítimo acreditar que a tendência de crescimento verificada em 2013 irá manter-se. De facto, de acordo com o estudo de intenção de férias desenvolvido pelo IPDT – Instituto de Turismo, quase metade dos portugueses vai gozar férias no período de junho a setembro. O estudo indica ainda que um em cada cinco portugueses prevê gastar mais nas férias de verão deste ano, sendo que o Algarve se mantém no topo das preferências dos turistas. Como razões principais para a escolha, os inquiridos apontam a boa relação qualidade/preço e o clima. Igualmente animadoras são as previsões da Organização Mundial do Turismo para o setor, que prevê que nos próximos 20 anos, o turismo tenha um crescimento sustentado de 3.3% ao ano, em média, atingindo, em 2030, mais de 1.8 mil milhões de chegadas internacionais de turistas, com as economias emergentes a ultrapassarem as economias avançadas. Os BRIC’S continuarão a ser os principais impulsionadores do crescimento do turismo a nível mundial, com a Rússia a assumir especial relevância para a Europa, assim como o Brasil. Nesta perspetiva, tendo em conta os dados supracitados, em termos de mercados, e de forma genérica, Portugal deverá focar os seus esforços de promoção na recuperação dos mercados Alemão e Britânico, na captação dos mercados Russo e Brasileiro e na promoção junto dos países Escandinavos. Portugal tem de investir em novos produtos, novos serviços, identificar novos mercados e apostar em formas inovadoras de promoção.

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As estratégias para captar estes turistas são necessariamente diferentes hoje daquilo que eram há 10 anos atrás. Isto porque os orçamentos de promoção são cada vez mais reduzidos, e é preciso fazer mais com menos, e depois porque o viajante acredita cada vez menos no marketing institucional e mais naquilo que lhe é contado pelos órgãos de comunicação social, amigos e redes sociais. Então, o caminho passa, em grande parte por transitar da promoção tradicional, única e massificada, para as campanhas que privilegiem os meios online e as redes sociais, em diferentes idiomas, direcionadas para vários produtos e segmentos, consoante as épocas do ano. Em vez da tradicional presença em feiras, para captar turistas, Portugal deve ser comentado através de campanhas no digital e junto dos meios de comunicação, deve promover ações de ativação da marca Portugal, divulgar uma experiência surpreendente e estimular a visita, a partilha nas redes sociais e o efeito viral. E acima de tudo, Portugal tem de ser promovido com recurso a imagens e mensagens claras, alinhadas e diretas. Contudo, a promoção não se conclui no online. Apoiar o trade, através da disponibilização de verbas de marketing diretamente para operadores


Nomeemissores do Conteúdo do Capítulode Nome do Capítulo Novos mercados e estratégias promoção Opinião

o vinho (31%) é o produto mais associado à atividade turística em Portugal, superando pela primeira vez a clássica imagem de destino de “sol e mar” manter-se no topo da agenda. (17%).

e companhias aéreas para promover o destino é fundamental, embora o retorno destes investimentos deva ser cuidadosamente avaliado. Organizar press trips e convidar jornalistas estrangeiros e líderes de opinião a visitar Portugal e a escrever sobre o país, assim como identificar e potenciar eixos de oportunidade como city breaks, cruzeiros, turismo náutico, golfe, turismo residencial, turismo de saúde, etc. são algumas das prioridades a cumprir.

Portugal não é só um destino de Sol e Mar Segundo o estudo de 2014 “The Image of Portuguese Tourism”, realizado pelo IPDT – Instituto de Turismo junto do universo de membros afiliados da Organização Mundial do Turismo, o vinho (31%) é o produto mais associado à atividade turística em Portugal, superando pela primeira vez a clássica imagem de destino de “sol e mar” (17%). O “good value for money” ou a “cultura” são outros dos atributos citados pelos especialistas inquiridos para definir o turismo Português. E assim é, de facto. Portugal

deve ser promovido como um destino de evasão, de retiro, com um clima agradável, ótimas praias, mas também com vinhos de qualidade mundial, excelentes restaurantes, animação noturna, tranquilidade, relaxamento, durante todo o ano. Atributos fundamentais para concorrer juntos dos turistas europeus, nomeadamente alemães, ingleses e russos. E refletindo um pouco naquilo que são os mercados, tradicionais e emergentes, é forçoso versar as ligações aéreas entre os três aeroportos nacionais. Nesta perspetiva, e ao nível da criação/reforço de rotas aéreas, identificam-se de seguida três questões que podem constituir importantes janelas de oportunidade. Primeiro, e sobretudo no caso do aeroporto do Porto, o enfoque deverá incidir agora nas ligações às cidades Escandinavas (sobretudo Copenhaga e Estocolomo) e ao Reino Unido, nomeadamente Manchester, Norte de Inglaterra, Escócia. Estas são ligações estratégicas fundamentais para o desenvolvimento dos city-breaks e short-breaks, que representam já uma fatia significativa do nosso turismo e devem

Em segundo lugar, e uma vez mais, o mercado Russo. Para captarmos estes turistas, é preciso dinamizar ligações ao país. O crescimento é limitado pelas restrições aéreas e é necessário, senão fundamental, apoiar uma política de céu aberto com a Rússia, e promover uma rota com ligação direta ao Porto. Saliente-se que, para os turistas Russos, a existência de voos diretos, companhias low-cost e charters são fatores decisivos no momento de escolha de um destino de viagem. Por fim, importa salientar que a Escandinávia é igualmente importante para o Algarve, assim como cidades francesas além de Paris, embora a prioridade deva ser a recuperação dos charters e operadores turísticos para a região. Estas são as linhas condutoras de um trabalho que só dará frutos com muito esforço, reunindo todos os agentes do setor em torno de uma estratégia comum de crescimento e inovação. Por isso, temos de continuar a inovar, a melhorar os nossos produtos e destinos, e a reclamar condições de maior competitividade para o nosso Turismo. l

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Grande Entrevista Oscar Almendros Bonis

Oscar Almendros Bonis National Expert, DG Entreprise and Industry, da Comiss達o Europeia

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Oscar Almendros Bonis Grande Entrevista

Plataforma Calypso

Englobar “todos os produtos de Turismo para Todos” O National Expert, DG Entreprise and Industry, da Comissão Europeia, Oscar Almendros Bonis, falou à “Ponto Turismo” sobre a Plataforma Calypso, desenvolvida pela Europa, que visa a criação de um local onde se possam encontrar todos os produtos de “Turismo para Todos”, pensados para seniores, jovens, pessoas com deficiências e famílias com baixo rendimento. A conversa com Oscar Almendros Bonis teve lugar durante a 1ª Conferência Internacional de Turismo para Todos promovida pelo INATEL no passado dia 29 de maio. A explicação sobre o que trata a plataforma, a necessidade das cidades de terem e partilharem experiências de turismo acessível e o que podem ganhar, foram alguns dos temas abordados. Ponto Turismo › Do que é que trata a plataforma Calypso para o turismo social? Oscar Almendros Bonis › A Comissão Europeia fomentou a plataforma Calypso, como um projeto que ganhou co-financiamento em 2012. Trata-se de uma plataforma que visa integrar a oferta e procura, em turismo social. A Comissão Europeia adotou recentemente o conceito de “Turismo para Todos”, entre os quatro grupos mais desfavorecidos, para fomentar as suas viagens: sénior, jovens, pessoas com deficiências e também famílias com baixo rendimento. A ideia é que o fornecedor tem um pacote turístico, com transporte, restaurante e uma atividade cultural, que pode oferecer a organizações que pretendam proporcio-

A Comissão nar uma experiência a turisEuropeia adotou tas, concretamente, sénior, jovens… recentemente o conceito A procura é feita fundamentalmente por orgade “Turismo para Todos”, nizações, associações de entre os quatro grupos mais seniores, jovens, pessoas com deficiências que prodesfavorecidos, para curam informação para proporcionar uma experiência fomentar as suas turística, ou para contratar um pacote turístico. viagens Esta plataforma é um B2B, um Business to Business, não é uma plataforma diretamente focada no consumidor final, mas sim em intermediários. É um local onde se podem fazer transações. A ideia visa englobar numa plataforma todos os produtos de Turismo para Todos. #13 AGO/SET 2014

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10 Grande Entrevista Oscar Almendros Bonis

ISABEL HENRIQUES / TEATRO DA TRINDADE / CONFERÊNCIA TURISMO PARA TODOS/ FUNDAÇÃO INATEL

O objetivo é melhorar a plataforma das transações e aumentar a procura, que é (...) o mais país, porque a Comissão Europeia não vincula importante e o que bilateralmente com nenhum país. O que faz é apoiar todas as iniciativas nacionais que tenham mais falta

Ponto T. › A plataforma já existe? O.A.B. › Já existe, mas não é uma propriedade da Comissão Europeia. A Comissão Europeia ajuda durante um período de implementação de 18 meses. Depois é a própria plataforma que tem que se promover e desenvolver. A plataforma teve início em julho do ano passado e agora foi feito um reforço através de uma plataforma de comercialização. O objetivo é melhorar a plataforma das transações e aumentar a procura, que é fundamentalmente o mais importante e o que mais falta. Em 2013 foi feita a convocatória de seniores e queremos enfocar-nos nesse grupo específico para ver possibilidade de potenciar o aumento da procura do produto de turismo acessível e social. Veremos, mais adiante, pode ser que também se estenda a outros grupos. Ponto T. › Que tipo de grupos? O.A.B. › Jovens… No ano passado foi feita a convocatória de seniores, este ano, previsivelmente em julho, deverá haver também uma convocatória para promover a mobilidade de jovens. É uma intenção da Comissão Europeia de promover esses segmentos da população.

Ponto T. › Que contributo pode Portugal trazer para este Turismo para todos? O.A.B. › O contributo de Portugal pode ser como o de qualquer outro #13 AGO/SET 2014

um conceito transnacional. Viagens transnacionais. É isso que a Comissão Europeia pretende fazer. Em Portugal, falando concretamente do Turismo para Todos, do turismo social, já existe uma experiência de boas práticas. Foi feita uma coordenação com Espanha, também, com o instituto IMSERSO. Acho que todas essas práticas têm que ser exportadas, ensinadas a outros países, para que possam criar um produto transnacional. O valor acrescentado que a Comissão quer trazer são essas experiências nacionais, uma adição mais transnacional e expandi-las à Europa. Ponto T. › Acha que as cidades estão aptas para oferecer um turismo acessível para todos? O.A.B. › Acho que sim. Esses estudos que comentei, na apresentação que fiz, há uns minutos, [referem que] há uma falta de investimento em acessibilidade, em serviços de acessibilidade. O estudo que fizemos em 2012, e cujo resultado será [que foi] apresentado a 6 de junho, vai falar sobre o impacto económico da possibilidade de investir em serviços de acessibilidade na Europa, em concreto. É um impacto muito importante.


Oscar Almendros Bonis Grande Entrevista 11

Não só para pessoas com deficiências, mas também para os seniores, que também têm necessidades de acessibilidade. Mas a acessibilidade é um conceito muito mais amplo. Neste estudo sobre a oferta de serviços acessíveis, a maioria das empresas refere que há uma falta também de consensualização sobre a importância de investir em serviços acessíveis. É também muito caro, é muito custoso. Não têm ajudas públicas para investir. Isto é um trabalho que pouco a pouco, creio que desde o ponto de vista da administração nacional, regional, tem que se fazer, porque a infraestrutura existe, mas ainda há necessidade de fazer muito trabalho. Mas a consensualização, a promoção das vantagens que tem o investimento económico em serviços de acessibilidade, [é o que] estamos a tentar difundir entre a sociedade, as administrações nacionais, o setor, para que seja o próprio setor [a fazer], porque a Comissão Europeia não pode fazer. Toda a competência de promoção é nacional, ou regional, dependendo da distribuição territorial. Nós pomos sobre a mesa um estudo, necessidades. Depois é no âmbito nacional que tem que se desenvolver.

nível de destinos. Todo o setor em geral. E o trabalho da Comissão Europeia é tentar promover isso, num “top-down”, uma estratégia. É complicado, mas um trabalho de todos.

“A ideia é de englobar numa plataforma todos os produtos de Turismo para Todos”

Ponto T. › Acha que há sensibilidade para este tema do Turismo para Todos e das acessibilidades não só por parte dos privados, mas também do poder político e também dos cidadãos? O.A.B. › Claro. Tem que ser assim. Na Comissão Europeia temos dois canais de coordenação para promover o turismo, neste caso, falamos do turismo acessível, o turismo social, o turismo para todos. Por um lado, para as administrações nacionais temos um fórum que se reúne duas, três vezes por ano, com todos os responsáveis de turismo das diferentes administrações nacionais. Eles são os encarregados de coordenar toda a promoção turística a nível doméstico. Pomos sobre a mesa as questões que achamos que são mais importantes. Neste caso, uma promoção de acessibilidade, porque fizemos um estudo cujo resultado propõe a importância de investir em serviços de acessbilidade. Por um lado, são as administrações nacionais que devem fazer o trabalho de promoção de qualquer tipo de turismo. Neste caso, como também foi mencionado esta manhã pelo presidente da OITS, Organização Internacional do Turismo Social, há uma diversidade nas prioridades políticas de turismo das diferentes administrações nacionais. Este também é um ponto importante. Não só porque se o turismo é prioridade, então também dentro do turismo, quais são as prioridades. Em alguns países, são as acessibilidades, noutros não. Por um lado é isso, por outro lado, obviamente, a consensualização de um setor turístico de cidadania, também de uma promoção que tem que se fazer a nível local, a

Ponto T. › Agora que foi apresentado o trabalho, o que acontece? O.A.B. › Vamos ver. Eu, pessoalmente, não estou a dirigir essa parte da acessibilidade. Primeiramente vamos divulgar os resultados com o setor. Há mais de 200 pessoas inscritas e porque é uma reunião de alto nível, mais técnica. Em 2014 há um orçamento destinado a fazer uma convocatória para criar uma massa crítica em toda a cadeia de valor turístico, para gerar produto, serviços acessíveis, a nível europeu. Esta é a primeira ação mais concreta em 2014. Mas dentro do programa COSME de competitividade, das pequenas e médias empresas, em que fundamentalmente todo o setor turístico está integrado, esse programa previu para 2015 e até 2020, um determinado orçamento, também para uma das linhas de ação que é a acessibilidade. Agora é cedo para falar sobre quais são as próximas iniciativas. Eu posso dizer que concretamente em 2014 vai sair uma convocatória para um período de implementação em 2015, de 18 meses. A convocatória que sai agora vai apresentar projetos concretos para 2015. Estamos numa dinâmica em que não há um orçamento muito grande para nenhuma das iniciativas de turismo, não só para a acessibilidade. Mas tentamos diversificar, vamos tentar escutar, sobretudo, os principais atores do setor turístico, da indústria, federações, associações, de todos os diferentes campos, tentar escutar as suas necessidades e propor atividades dentro do nosso modesto orçamento. Mas também há que procurar outras linhas de financiamento que existem através de outros fundos financeiros que não têm como prioridade o turismo, mas sim, indiretamente, têm a ver. Ponto T. › O que é que falta para haver um turismo que seja de facto um turismo para todos? O.A.B. › Em primeiro lugar há que haver uma ideia consensual do que entendemos ser um Turismo para Todos. Normalmente, a Organização Internacional de Turismo Social, criou um conceito de turismo para todos que eles próprios consideraram ser um conceito bastante difícil de encontrar, porque Turismo Social em alguns países da Europa do Leste poderá ter uma conotação histórico-política totalmente diferente e não quererem nem ouvir falar de turismo social. Há que ter uma ideia clara do que é. Em segundo lugar, por um lado é a ideia de crescimento, ou de investimento económico em turismo e também de investimento social. Saber que turismo social, independentemente de que não seja uma prioridade dentro do #13 AGO/SET 2014


12 Grande Entrevista Oscar Almendros Bonis

turismo nos governos, que saibam também que economicamente tem um vetor muito importante e que também existe um potencial de crescimento importante. Existe uma massa crítica de turistas que necessitam cada vez mais de serviços acessíveis. Há mudanças demográficas que indicam uma população cada vez mais velha, e portanto precisam, não só de mais capacidade de aceder à saúde, sistema sanitário, etc, mas também precisam de serviços acessíveis para sair de viagem. É um potencial que existe e uma necessidade. Daí dizer que a necessidade de consensualização é importante. Da parte da Comissão Europeia, o que podemos fazer é apresentar um estudo e resultados e expor toda a importância que tem a acessibilidade. Vamos juntar todo o setor, vamos

uma mudança de consensualização entre as diferentes sociedades. Viu a Primavera Árabe, todas as mudanças que os governos estão a fazer. Em Espanha, no meu caso, lutar contra um bipartidismo político, as pessoas saem à rua para manifestar uma necessidade de democracia direta. Há uma mudança social enorme. Isso pode ser importante para um turismo para todos, para um turismo mais sustentável, para um turismo que tente integrar toda a sociedade dentro dele, e que não tenha uma visão puramente económica. Ainda que seja difícil, mas há que tentar encontrar um…

IMPACTO ECONÓMICO NO TURISMO ACESSÍVEL O estudo sobre o impacto económico e os padrões de Turismo Acessível na Europa, comissionado pela Comissão Europeia revelou que a procura turística acessível por parte de pessoas com necessidades especiais de acesso da União Europeia gerou um impacto económico de 786 mil milhões de euros em termos de produção total e 356 mil milhões de euros em termos de valor acrescentado bruto ou 394 mil milhões de euros em termos de PIB para a União Europeia, equivalendo a cerca de 3% do PIB total da UE-27 em 2012. A procura pelo Turismo Acessível vai continuar a crescer, sendo a estimativa de que em 2020 a procura dentro do espaço europeu cresça até cerca de 862 milhões de viagens por ano e possivelmente até mais se as condições de acessibilidade melhorarem no setor do Turismo. As previsões mais optimistas, elaboradas com base no cenário em que o acesso em hotéis, museus, restaurantes, edifícios é praticamente total, associadas ao aumento demográfico desta população, mostra um aumento adicional até 39,4% das contribuições económicas associada à procura dentro da UE, para uma produção total que pode ir até 1,073 mil milhões de euros. O estudo refere ainda que cada pessoa com necessidades especiais na UE viaja em média com 1,9 companheiros e tendo em consideração o impacto destes, o contributo total para a economia relacionado com o Turismo Acessível é ainda maior. O estudo refere ainda que estes viajantes depararam-se com obstáculos na preparação das viagens e que os destinos e fornecedores de serviços estão pouco sensibilizados para a importância do Turismo Acessível.

criar parcerias público-privadas, tentar cooperar e coordenar. Essa é a consensualização que tem que se fazer, é complicado, mas creio que é essa linha que podemos seguir. Ponto T. › Como gostaria que fosse o turismo no futuro? O.A.B. › Pessoalmente tenho as minhas ideias. Infelizmente, as prioridades sempre vêm de um ponto de visto político mais do que pessoal. Para mim, o turismo que vem é uma palavra, estava a falar com uma coordenadora da Rede Europeia de Turismo Acessível e dizia-se que em 2012 ia o ser o fim do mundo. Acho que o fim do mundo não existe como tal, mas sim #13 AGO/SET 2014

Ponto T. › Equilíbrio? O.A.B. › Exato. E uma associação entre todos os atores. Isso é o mais importante. O turismo de futuro será isso, um turismo cooperativo, associativo, em que todos investem uma parte e toda a gente beneficia. É um ideal, é uma utopia, mas acho que a mudança de consenso da sociedade está a ficar. Vamos ver se continua. l


Moda e Turismo, um mercado a explorar em Portugal Em Foco 13

Moda e Turismo

um mercado a explorar em Portugal Moda: Um tema que não deixa ninguém indiferente. As semanas de moda de Paris, Milão, Nova Iorque e Londres são consideradas as “4 Big” onde prevalece a seleção, não só de quem participa, como de quem assiste.

A

s grandes Casas internacionais como Ferragamo, Balenciaga, Versace… há muito que deixaram de ser‘ familiares’ e se transformaram em marcas de peso que têm criadores famosos a trabalhar para elas. Fala-se de Nova Iorque, Paris ou de Milão, e fala-se de Moda. Tornaram-se em ícones de tal forma que existem pacotes turísticos para as semanas de Moda que movem multidões e agitam a economia. De acordo com a British Fashion Council, organizadora da London Fashion Week, estima-se que cada evento atinja 100 milhões de libras em encomendas. Em 2013 a Oxford Economics avaliava o impacto da moda britânica na economia do Reino Unido em 26 mil milhões de libras incluindo setores como o retalho, grossistas e turismo. A Semana de Moda de Nova Iorque, que em 2009 passou a chamar-se Mercedes-Benz Fashion Week, é a mais antiga e maior. O evento, que se realiza duas vezes ao ano, integra mais de 500 shows por ano, tem uma assistência aproximada de 232 mil pessoas entre criadores de moda, imprensa, executivos seniores, compradores e outros profissionais da indústria, gerando um impacto económico de 865 milhões de dólares/ano diz a New Yor City Economic Development Corporation (NYCEDC). Em 2013, o evento criado em 1943 teve um impacto de 6 milhões de

dólares nos hotéis, 7 milhões de dólares em lojas de retalho, 9 milhões de dólares em restaurantes e 12 milhões de dólares nos locais-anfitriões da NYFW. A análise da NYCEDC diz ainda que os gastos dos visitantes chegam aos 532 milhões de dólares. “As grandes marcas contribuem para a associação de um estilo à cidade, como é o caso de Londres. Em Portugal não há grandes marcas que se consigam comparar às marcas francesas, como uma Chanel por exemplo, há um circuito turístico, principalmente quando é a Semana da Moda, que se passa lá fora mas que em Portugal não existe”, diz à Ponto Turismo o criador de joalharia Valentim Quaresma cujas peças figuraram num vídeo de Lady Gaga, dando-lhe ainda mais notoriedade. Segundo o criador, para Portugal chegar a esse patamar “é preciso o desenvolvimento da indústria da moda, pois quando mais os criadores evoluírem em termos das suas marcas, melhor para o País, melhor para o turismo e para tudo.” #13 AGO/SET 2014


14 Em Foco Moda e Turismo, um mercado a explorar em Portugal

Portugal “deve posicionar-se com um bom ‘statement’, com coisas bem-feitas, com qualidade e com os pés assentes na terra

Mas Portugal já deu passos em prol do reconhecimento da sua moda. O Portugal Fashion e Moda Lisboa são exemplos que ajudaram estilistas a mostrarem as suas criações no estrangeiro. “Desde que estou na Moda Lisboa a minha marca tem sido falada, já para não falar em chegar a outros países que de outra maneira seria impossível. Têm tudo organizado para que a marca seja divulgada em outros países e isso é fundamental!”, disse Valentim Quaresma. Também Nuno Gama reconhece a importância destes eventos: “Mostrarmos o que melhor se faz em Portugal e bem, é muito importante para as pessoas. Para desmistificar a imagem errada que muitas vezes se tem do português…mas é a atitude que as pessoas têm que mudar e tem que ser geral a todos os níveis”. O criador defende ainda que “seria importante que os nossos embaixadores a todos os níveis tivessem a preocupação de, em vez de comprarem uma marca qualquer, levassem um bocadinho da sua bandeirinha de alguma forma. O importante era percebermos que ao comprarmos um produto português há uma cadeia de gente a quem estamos a manter o emprego, a contribuir para o PIB, e as pessoas esquecem-se disso.” Nuno Gama, que recentemente inaugurou a sua Maison onde recebe clientes estrangeiros, diz que “há um caminho a fazer porque somos poucos, é tudo muito recente, não há investimento e é tudo muito difícil.” Para ser um ícone da Moda, o estilista defende que Portugal “deve posicionar-se com um bom ‘statement’, com

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coisas bem-feitas, com qualidade e com os pés assentes na terra, mas com uma linguagem própria”. Nuno Gama acrescenta: “Cada um tem de encontrar o seu caminho, saber o que é que a sua realidade e empacotá-la da melhor maneira. É isso que faz a diferença das marcas.” Os obstáculos estão na falta de reconhecimento da cultura portuguesa. “É muito complicado quando se está no mercado internacional com milhares de marcas internacionais em que qualquer ‘porcaria’ italiana é muito boa só porque é italiana e nós podemos ter a melhor coisa ao lado que as pessoas dizem ‘ah mas isto é português, o que é que é isto, como é que funciona’… colocam uma série de questões porque falta credibilidade ao produto português”. Também Valentim Quaresma diz que as dificuldades que se colocam são as faltas de apoio logístico, aos criadores para desenvolverem as criações e as marcas e financeiros, que deviam ser, em parte, dados pelo Estado, tal como existem para o calçado. O criador defende ainda que a questão de criar marcas portuguesas está no financiamento e na capitalização das empresas. “Há uma série de condições que as fábricas colocam aos criadores, como por exemplo mínimos de unidades de produção que não correspondem à realidade das empresas. Um criador não pode encomendar 5.000 t-shirts se não as vender.” Num mundo onde os grandes grupos dominam, os portugueses procuram o seu nicho oferecendo um produto de qualidade e irreverente. Marcas como Salsa, Cheyenne, Sacoor Brothers, e muitas outras, já provaram o seu valor. l Antónia Barroso Jornalista


Jorge de Andrade Entrevista Caderno 15

CADERNO 16

Formação é o desafio dos agentes de viagens

Jorge de Andrade QUADRANTE VIAGENS

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Soluções

AMM - Amadeus Mobile Messenger oferece uma solução única, fácil e em tempo real para um suporte e uma gestão eficiente de incidentes

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Notícias

Chegou a Solução Amadeus Selling Platform Connect, a primeira plataforma profissional online de reservas e transmissão do setor

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Caderno Amadeus 16 Entrevista Caderno Jorge de Andrade

Jorge de Andrade

ADMINISTRADOR DA QUADRANTE VIAGENS #13 AGO/SET 2014


Caderno Amadeus Nome do Conteúdo Jorge dedo Andrade CapítuloEntrevista Nome do Capítulo Caderno 17

Quadrante Viagens

“Nós não temos uma política de turismo” Numa altura em que a curva é ascendente após um período em que a crise afetou o operador, Jorge de Andrade, sócio da Quadrante Viagens, diz que em Portugal não existe uma política de turismo, sendo a formação o grande desafio para os agentes de viagens.

Ponto Turismo › A Quadrante é um operador que já existe há muitos anos. Quer resumir um pouco a vossa história? Jorge de Andrade › A Quadrante Operador Turístico apareceu há 18/19 anos e surgiu como um operador de aventura, mas os agentes de viagens, sabendo do nosso conhecimento dos destinos, ‘empurraram-nos’ para sermos o operador que hoje somos: um operador dedicado ao turismo de luxo e destinos exóticos. Na verdade a ideia dos dois sócios, eu e o Paulo, era um operador para turismo de aventura, mas fomos ‘empurrados’ pelos agentes de viagens que achavam que havia uma ‘falha’ de turismo de um operador dedicado a destinos exóticos e de luxo.

Tudo o que propomos aos agentes de viagens e ao cliente final pode sempre ser alterado, desde que possível com os voos.

Ponto T. › Ou seja existia a procura para esse tipo de viagens mas não existia para as aventuras… J.A. › As aventuras não… não foi muito bem aceite na altura… e os agentes de viagens viram que tínhamos conhecimentos dos hotéis, dos destinos, principalmente dos de luxo e exóticos, e acabaram por ser os agentes de viagens a ‘construir’ este operador. Ponto T. › E agora, não vos apetece voltar à ideia original? J.A. › Não. Estamos cada vez mais especializados e na verdade é nesta área que nos sentimos bem depois de 18 anos a trabalhar nisto, dedicados quase a um turismo de segmento de luxo e de novos destinos, porque nós lançamos muitas novas propostas no mercado… Posso dizer que o Dubai, as Maldivas, aquilo que é hoje tido como ‘corriqueiro’, fomos nós que lançámos no mercado. Fomos o primeiro operador a trabalhar com a Emirates

que ainda não era conhecida no País. Hoje sentimos que é este o nosso lugar. Não queremos voltar a uma ideia que sentimos que não é o desejo do mercado.

Ponto T. › Quais são as novidades que a Quadrante apresenta para este ano, e quais são os destinos ‘estrela’? J.A. › Em termos de novidade temos o relançamento das Filipinas e mais duas novidades, mas ainda não foram feitas as viagens de inspeção, por isso não podemos divulgar. Em termos de vendas, os destinos-estrelas continuam a ser a Polinésia, os safaris em África e os países asiáticos como a Tailândia, a Índia...

Ponto T. › Como é que funciona a vossa operação, fazem pacotes ou viagens à medida? J.A. › Temos pacotes de viagens mas todas as nossas viagens são feitas à medida. Tudo o que propomos aos agentes de viagens e ao cliente final pode sempre ser alterado, desde que possível com os voos. As nossas viagens não são imutáveis, podemos sempre mexer ao gosto do cliente. Aliás 90% das nossas viagens são sempre alteradas ao gosto do cliente. Há uma base de circuito e depois o cliente opta por mexer em dias e mesmo nos próprios circuitos, como começar num local diferente e coisas do estilo. Desde que seja possível com os voos, é sempre à medida do que o cliente quer. Esse é o nosso grande trunfo e foi durante muito tempo. Na altura os operadores turísticos apresentavam um produto e não faziam #13 AGO/SET 2014


Caderno Amadeus 18 Entrevista Nome do Capítulo CadernoNome JorgedodeConteúdo Andrade do Capítulo

alterações aos circuitos que tinham e a Quadrante começou a fazer isso. Ponto T. › Como é que lidaram com a crise? Sentiram na pele? J.A. › Terrivelmente. Todos na área do turismo sentimos. Bateu-nos forte. O nosso segmento é viagens de turismo, não temos o corporate. Num país que atravessou e atravessa uma crise sem precedentes, logicamente o operador sofreu bastante com a situação. Ponto T. › E está a recuperar? J.A. › Bastante. Estamos a subir lentamente. Não quero e não gosto de criar sonhos porque estamos muito dependentes das nossas políticas. Quem decide o nosso sucesso e o nosso insucesso são os nossos políticos e nós estamos dependentes. Ponto T. › Acha que os agentes não estão a receber a consideração e atenção que merecem sendo o Turismo tão importante para o PIB? J.A. › Acho que não. Sinceramente nós não temos uma política de turismo, é inexistente. Nós não trabalhamos o incoming, apenas o outgoing, passamos um bocadinho ao lado da falta de política de turismo, mas é verdade, os nossos agentes foram prejudicados pelas declarações de um Presidente da República que aconselhava os portugueses a não viajarem para fora. Quando um Presidente da República vem a público dizer isto, não faz ideia o quanto está a prejudicar e o número de empresas que está a prejudicar. Ponto T. › Qual é a sua opinião sobre o encurtamento do prazo para pagamento ao BSP? J.A. › Eu estou de acordo porque faz tudo parte da capacidade de nos adaptarmos. Essa situação era excecional em dois países, Portugal e Espanha se não me engano. O novo regime vai evitar problemas, vai definir e estruturar o setor do turismo porque as empresas que não vão ter capacidade de responder com as responsabilidades à IATA, vão ter de ponderar. Estou de acordo. Este era um sistema de exceção em todo o mundo. Nós neste momento não somos IATA e por isso já temos de pagar os nossos bilhetes à semana…

estamos muito dependentes das Ponto T. › Essa formação deverá ser nossas políticas. Quem dada pelos operadores? decide o nosso sucesso J.A. › O operador deve ser uma formação constante, um complemento da formação e o nosso insucesso que deveria ser dada nas escolas, nos cursos... até porque tudo está sempre em evolução, os são os nossos hotéis fazem remodelações, há novas propostas, novos circuitos…. novos destinos... Os portugueses políticos

Ponto T. › Fazem a emissão através de um consolidador? J.A. › Exatamente e não vejo problema nisso. Tivemos de reestruturar a empresa para que quando chegasse aquele dia tivéssemos o valor para pagar. As empresas têm que fazer uso desse dinheiro para outros fins, que é o que acontece nos grandes grupos, que muitas vezes se servem do dinheiro, do crédito que a IATA dava, para cobrirem outros valores e isso não trazia mais-valias para o turismo. Eu não vejo aí um problema. Só o será se as empresas não tiverem estrutura para aguentarem e nesse caso, pergunto-me, se deverão existir. Ponto T. › Como é que vê a profissão do agente de viagens no mundo de hoje. Quais são os grandes desafios que se lhe apresentam? J.A. › Os agentes de viagens têm que deixar de ser simples comercian#13 AGO/SET 2014

tes. Têm de passar a ser um conselheiro de viagens. Tem que haver uma maior formação nos agentes de viagens. É o que sentimos que faz falta no nosso meio. Os agentes de viagens têm que ser bem formados para saberem o que estão a vender. Eu estou a falar no meu caso que é um produto muito específico. Não é só vender pelo preço. É preciso saber agradar, informar e quando não se sabe, tem que se procurar informação junto das pessoas que melhor podem dar essa informação e que são os operadores que fazem a inspeção nos destinos, são aqueles que vão lá e estão prontos a dar essa informação. Acho que o grande desafio é a formação.

que fazem grandes viagens são poucos mas é bastante aventureiro e aí é preciso uma formação constante e que são os operadores que devem dar. Mas tem de haver interesse por parte do agente que não pode vender apenas pelo dinheiro. É fundamental. Ponto T. › Como vê a Amadeus enquanto parceiro tecnológico? J.A. › Um parceiro insubstituível. Tem sido um parceiro excelente desde que optámos pela Amadeus e tenho as melhores relações comerciais. São pessoas super disponíveis. Têm sido verdadeiros amigos. Há uma coisa que não me esqueço. Nos momentos mais difíceis a Amadeus esteve do nosso lado e isso para nós foi fundamental para definir quem são os amigos e quem está conosco nos bons e nos maus momentos. E foram amigos até para nos chamar a atenção de algumas atitudes e procedimentos. Aconselharam-nos em algumas coisas, estou a falar nas pessoas do Pedro e do Miguel Quintas. Foram verdadeiros amigos. l


Caderno Amadeus Nome AMM do Conteúdo - Amadeus do Capítulo Mobile Messenger Nome do Soluções Capítulo 19

AMM - Amadeus Mobile Messenger Localizar, comunicar e ajudar os seus viajantes.

O Amadeus Mobile Messenger oferece uma solução única, fácil e em tempo real para um suporte e uma gestão eficiente de incidentes.

P

rovidencie uma gestão de incidentes rápida e eficiente, com toda a informação de que necessita para identificar, analisar e assistir os seus viajantes numa única ferramenta.

Os dados dos viajantes são atualizados em tempo real, garantindo aos utilizadores toda informação atualizada. Fundamental para a gestão de incidentes.

O Amadeus Mobile Messenger (AMM) proporciona uma assistência profissional para lidar com incidências, tais como alterações climáticas, instabilidade política ou desastres naturais, e permite comunicar com os viajantes em qualquer momento. Tenha a situação sob controlo e proporcione paz de espírito aos viajantes.

Uma solução que vai ao encontro das necessidades das agências de viagens e empresas e que garante:

O Amadeus Mobile Messenger inclui uma série de recursos inteligentes que permitem otimizar o fluxo de trabalho para gestão de incidentes, economizar tempo e tornar o processo mais eficiente. Uma consulta por polígono permite selecionar um grupo de viajantes numa área específica para facilitar a assistência. O envio de mensagens automáticas permite comunicar com estes viajantes, bem como com os viajantes que estão selecionados para serem incluídos num polígono num período de datas específico.

• Ajuda profissional rápida e eficiente • Otimização do fluxo de trabalho: Funcionalidade única de envio de mensagens, ferramentas de filtros e de distribuição do fluxo de trabalho • Atualizações automáticas em tempo real: os dados mais atuais para a gestão de incidentes

• Satisfação do cliente reforçada • As agências podem atuar de uma forma proativa, ajudando a economizar nos custos das assistências

• As empresas podem reforçar as políticas internas de gestão de riscos e monitorar a segurança e o bem estar dos viajantes durante a sua viagem

Mapa da Interface AMM numa consulta por polígono

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Caderno Amadeus 20 Soluções Nome do Capítulo AMM - Amadeus Nome do Mobile Conteúdo Messenger do Capítulo

Funcionalidades do Amadeus Mobile Messenger O ecrã principal é o único ecrã completo da aplicação. Todas as funcionalidades estão disponíveis a partir daqui. Não existem outros ecrãs ou uma interação complexa. Todas as restantes janelas estão no topo do ecrã principal que se mantém sempre visível. Esta Interface simples permite que novos utilizadores se familiarizem rapidamente e se sintam confiantes com a aplicação.

Mapa da Interface AMM com o módulo de inteligência de risco

Comunique facilmente

Mapa da Interface AMM

Comunique com os viajantes a qualquer momento, através de uma aplicação para smartphone, SMS ou por email. Mensagens unidirecionais podem ser utilizadas para enviar informação que não necessita de resposta, enquanto a opção de mensagens bidirecional proporciona um feeback e atualizações do status de um viajante no interace do mapa de acordo com a resposta.

Localize viajantes de imediato Os itinerários são representados na interface do mapa dinâmico, permitindo identificar a localização exata de um viajante. Os viajantes podem ser localizados através da funcionalidade GPS de um smartphone ou por geolocalização de um aeroporto, hotel, etc.

Foco na informação relevante Os dados dos viajantes no Amadeus Mobile Messenger são atualizados em tempo real, garantindo aos utilizadores toda a informação atualizada, fundamental para gestão de incidentes. Estão disponíveis várias opções de filtros para melhor definir itinerários ou viajantes. Um módulo opcional de inteligência de risco com dados fornecidos pela Riskline™ disponibiliza informações de risco relevantes de acordo com a localização de um viajante: relatórios do status de um país, pré-avisos e alertas de risco. Este módulo oferece aos viajantes informações com uma análise precisa e em tempo real. Qualquer dado que possa ter impacto na viagem de um cliente pode ser comunicado automatica ou manualmente sempre que necessário. Mensagens bidirecionais: comunicar de forma rápida e eficiente com os viajantes

Amadeus Mobile Messenger powered by Charter Solutions International com o risco de inteligência fornecido pela RisklineTM

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Caderno Amadeus Amadeus lança a nova solução Nome doAmadeus ConteúdoSelling do Capítulo PlatformNome Connect do Capítulo Notícias 21

Primeira plataforma profissional online

Solução Amadeus Selling Platform Connect

A

Amadeus continua com a implementação do Amadeus Selling Platform Connect - a nova versão do Amadeus Selling Platform - e que constitui a primeira plataforma profissional online de reservas e transmissão do setor, dirigida aos agentes de viagens clientes, que não necessita de instalação local e está perfeitamente adaptada às suas necessidades. Com a evolução das necessidades dos viajantes, assim como as exigências das agências de viagem, mais e mais agentes estão a trabalhar tanto fora do escritório como em casa. A Amadeus tem usado a sua experiência tecnológica para projetar uma solução que se adapta a essas novas exigências, permitindo às agências antecipar as necessidades dos viajantes e reduzir significativamente os seus custos operacionais e de suporte. Sendo um aplicativo baseado na Web, permite aos agentes de viagens aceder a informações em qualquer lugar e entrar em contato com os seus clientes a qualquer momento. “A Amadeus Selling Platform Connect permite às agências de viagens aceder às reservas dos seus clientes em qualquer lugar do mundo, a partir de qualquer dispositivo com conexão à internet. A plataforma é acedida através de um ID de utilizador e senha, sem a necessidade de instalar qualquer software. Único na indústria, este recurso amplia as oportunidades de negócio das agências de viagens. A natureza online da plataforma significa também que as atualizações ou novas ferramentas são compartilhadas instantaneamente com o resto da rede.

“A plataforma fornece também uma variedade de A Amadeus Selling Platform Connect foi deseferramentas inovadoras nhada a pensar nas necessidades dos clientes e tem uma grande capacidade de persopara agências de viagens, nalização e de adaptação à região, permitindo às agências de viagens solicitar integração de incluindo a Cryptic conteúdo local ou que o desenho dos pacotes de soluções se adapte à sua metodologia de trabalho. Magic” A plataforma fornece também uma variedade de ferramentas inovadoras para agências de viagens, incluindo a Cryptic Magic, que traduz automaticamente comandos crípticos em ações gráficas, bem como uma série de melhorias de produtividade. O novo modelo de navegação proporciona uma interação perfeita entre a interface gráfica e a página de comando, graças a técnicas avançadas de design baseadas na informação dos seus utilizadores. A nova solução está a ser gradualmente implementada em todos os mercados da Amadeus, com mais de 20 mercados implantados hoje na Europa Oriental, África, América Latina e América do Norte, e mais regiões em breve. A Amadeus oferece suporte completo para ajudar os clientes a migrar de soluções existentes, bem como novos clientes que aderirem à plataforma. l #13 AGO/SET 2014


Caderno Amadeus 22 Notícias Nome do Capítulo Breves Nome do Conteúdo do Capítulo

Empresa apresenta Amadeus Ventures Amadeus partilha a visão com start-ups em Lisboa A Amadeus participou na Lisbon Challange Tourism Day, uma conferência internacional com o objetivo de dar a conhecer às start-ups tecnológicas do setor das viagens, uma visão profissional sobre o empreendedorismo e os recursos mais avançados. Na Lisbon Investment Summit, evento que fez parte do Lisbon Challange, Katherine Grass, Head of Innovation and Ventures da Amadeus, apresentou o Amadeus Ventures, um fundo de investimento que visa identificar e investir em start-ups em nichos específicos da indústria. “Como investidores procuramos equipamento e talentos interessantes, pois é nos indivíduos que se investe para realizar com sucesso a implementação dessas ideias inovadoras”, disse a responsável que acrescentou: “O principal objetivo do fundo é identificar e investir em start-ups que já desenvolveram um plano de negócios, e se concentraram em nichos específicos da indústria que estão na vanguarda das tendências do mercado.” A responsável sublinhou também que ”para a Amadeus é fundamental promover a inovação na indústria de viagens para manter o pulso da indústria, uma vez que somente através dela, as empresas conseguiram posicionar-se corretamente no seu nicho e até mesmo superar as suas expetativas.”

Katherine Grass salientou ainda a importância do turismo como um contribuinte sólido para o PIB e como a Amadeus visa prestar serviço através das suas soluções tecnológicas para os diversos intervenientes que compõem a indústria de viagens. A dinâmica deste programa de aceleração envolve o contato com 30 start-ups com um grupo seleto de 200 mentores e investidores das áreas de tecnologia de informação e comunicação (ITC, a sua sigla em Inglês), e dar-lhes acesso a um segmento de mentoring, reuniões networking e de Hackathón (Reuniões para o desenvolvimento colaborativo de software) durante 3 meses. Nesta segunda edição do programa, um júri interno e externo realizou um rigoroso processo de seleção, de entre 400 candidatos. Entre as start-ups participantes destacaram-se: Uniplaces, Here we go, Poshpacker, Bguest, In event e Mougli. Do Grupo de especialistas que participaram no evento, destaca-se a Secretaria de Estado do Turismo; parceiros tecnológicos relacionados com viagens, tais como os espanhóis Segittur; organizações empresariais e universidades; empresas que têm um nicho no setor do turismo, através da inovação – WeHostels, Trip4real e iClio –, e outras como a Beta-i, a Microsoft Portugal e a Amadeus.

Resultados financeiros do primeiro semestre Lucro ajustado da Amadeus cresce para €380,6 milhões Os resultados financeiros do primeiro semestre terminado a 30 de Junho da Amadeus IT Holding S.A apresentaram um crescimento do lucro ajustado de 8,9%, para €380,6 milhões, sustentado por um aumento na receita de 8,5%, para € 1.730,9 milhões, e um crescimento do EBITDA de 8,8%, para €702,6 milhões. No negócio da distribuição, o total de reservas de agências de viagens aéreas processadas pela Amadeus expandiu 3,8%, para 241,8 milhões, tendo superado a indústria cujas reservas aéreas cresceram 2,6% nos primeiros seis meses do exercício de 2014. Este resultado permitiu um aumento de quota de mercado de 0,3 pontos percentuais, para 40,3%. A América do Norte, onde as reservas através do Amadeus cresceram 15,5%, continua a ser a região com o crescimento mais rápido. A receita, por sua vez, aumentou 4,6%, para €1.271,5 milhões.

No negócio de IT Solutions a receita cresceu 21%, para €459,4 milhões nos primeiros seis meses do exercício financeiro deste ano. Se excluirmos a a Newmarket Internacional e a UFIS, a receita foi de €423,5 milhões, um aumento de 11,6%. O volume de passageiros embarcados aumentou em 15,6% alcançando um total de 328,5 milhões. A migração de companhias aéreas asiáticas: como a Garuda Indonesia, Thai Airways, Sri Lanka Airlines para a plataforma Altéa resultou num aumento de 76,7% de passageiros embarcados na região Ásia-Pacífico. No relatório de apresentação dos resultados, o CEO da Amadeus Luís Maroto reiterou o compromisso com o Corporate Travel IT e a estratégia de diversificação em novas áreas de TI, nomeadamente com o Hotel TI, o Airport TI e o Rail TI.

Mercado Chinês Alipay integra Amadeus Payment Platform A Amadeus e a Alipay, fornecedor líder na China do serviço de pagamentos online, anunciam uma colaboração estratégica para integrar a Alipay no Amadeus Payment Platform. Esta parceria irá tornar mais fácil aos fornecedores de viagens da Amadeus servir os viajantes chineses, ao oferecer a opção de pagamento com o sistema online da Alipay. Os fornecedores de viagens da Amadeus serão capazes de tirar proveito do maior mercado de turismo do mundo. “Com esta parceria vamos adicionar um pagamento-chave à nossa plataforma de modo a satisfazer as necessidades de pagamento dos nossos clientes. A nossa experiência com o segmento de pagamento combinado com a penetração de mercado da Alipay e a facilidade de uso dos seus #13 AGO/SET 2014

produtos proporcionará aos nossos clientes a solução ideal para satisfazer o pagamento e as exigências chinesas”, comentou Célia Pereiro, Head of Amadeus Travel Payments. Em 2012 a China estabeleceu um novo recorde “the world’s top-spending”, no mercado do turismo, com uma despesa total de $102 mil milhões, segundo os dados da Organização Mundial do Turismo, prevendo-se que até 2020 venha a triplicar esse valor. “Esta nova parceria combina a tecnologia avançada e o amplo alcance de dois líderes confiáveis, a Amadeus e a Alipay, para dar aos consumidores mais opções e conveniência no exterior” disse Jingming Li, group vice president and Head of Alipay U.S and Europe.



24 Tecnologia Arte e Tecnologia em fusão

Arte e Tecnologia em fusão

Quem é que se lembraria? Já alguma vez imaginou que um dia iria poder admirar arte graças a uma técnica de impressão 3D?

U

m engenheiro holandês teve esta ideia há cerca de sete ou oito anos a qual foi depois desenvolvida pela Fujifilm Bélgica NV em cooperação com o Museu Van Gogh. Mas o que é exatamente esta técnica? Relevografia é um processo inovador único de reprodução desenvolvido pela Fujifilm Bélgica NV que combina tecnologia de alta qualidade com precisão e perícia. Pela primeira vez, a digitalização tridimensional junta-se à imagem digital e à tecnologia de impressão para reproduzir de uma forma fiel, não só a imagem, mas também o detalhe da textura das obras de arte de Van Gogh na cor exata. Este é o resultado de sete anos de pesquisa e afinação até chegar a esta elevada qualidade de reprodução. O interesse no projeto Relievo tem sido bastante positivo desde o seu lançamento em Julho de 2013 em Hong Kong pelo Museu Van Gogh e foi introduzido também no Benelux, Califórnia, Taiwan, China e, mais recentemente, na Suíça e Alemanha, estando outros países em agenda no decurso deste ano e do próximo. As obras que fazem parte da coleção Relievo do Museu Van Gogh foram realizadas pela Fujifilm na fábrica e o processo consiste em diversas fa#13 AGO/SET 2014

ses. O processo completo de manufatura é muito complexo e consiste em diferentes passos e diversos materiais para atingir o resultado final e para aproximar-se o mais possível do original. Cada obra da Coleção Relievo tem que refletir de forma o mais precisa possível o quadro original, tanto em termos de cor, brilho e textura. Obviamente isto não se faz apenas pressionando um botão. Cada passo tem que ser dado com o maior cuidado possível, atenção ao detalhe e perfecionismo. A Fujifilm conta com uma equipa de artesãos apaixonados e dedicados para conseguir as melhores réplicas de obras de arte jamais vistas. Para a produção de cada Relievo é necessário tratamento especializado e verificação de qualidade por especialistas do Museu Van Gogh e Fujifilm. Isto poderá soar a contradição, mas a manufactura de um trabalho da Coleção Relievo poderá ser quase considerado como trabalho manual. O processo global começa pela captura dos dados 3D do quadro original e depois combiná-lo como os dados 2D de imagem em alta resolução. Deste passo é produzido um primeiro master Relievo que tem que ser aprovado pelo curador do Museu Van Gogh após a qual passa a ser a referência. Este é um processo que pode levar facilmente cerca de dois


Arte e Tecnologia em fusão Tecnologia 25

a três meses. Cada um dos Relievos seguintes é, por sua vez, verificado cuidadosamente pela equipa da Fujifilm, após a qual são ainda mais minuciosamente inspecionados pelos especialistas do museu. Este processo de controlo de qualidade concentra-se em primeiro lugar na reprodução em si, mas a estrutura e o verso da estrutura – que também é reproduzida a partir do original – também passam por esta verificação de qualidade. Apenas quando tudo é validado como perfeito é que um Relievo fica disponível para o mercado. A atual coleção Relievo inclui nove Relievos baseados nas obras-primas de Van Gogh: Amendoeiras em Flor (Almond Blossom), A Colheita (The Harvest), Girassóis (Sunflowers), Boulevard de Clichy, Campo de Trigo sob um Céu de Tempestade (Wheatfield under Thunderclouds), O Quarto (The Bedroom), Árvores e vegetação rasteira (Undergrowth), Barcos de Pesca na Praia em Saintes Maries de la Mer (Fishing Boats on the Beach at Les Saintes-Maries-de-la-mer) e Landscape at Twillight. As obras da coleção Relievo são selecionadas com base no seu perfil público e no período em que Van Gogh pintou as obras. A estrutura do trabalho também é levada em consideração para que a Relevografia permita capturar o estilo característico de Van Gogh. Cada Relievo traz uma proteção anti-falsificação e um certificado para que o comprador tenha a certeza que investe num verdadeiro Relievo, feito com o coração e cuidado pela Fujifilm e aprovado pelo Museu Van Gogh. Para atingir uma elevada qualidade Relievo é muito importante ter em consideração o relevo do original, o tamanho e a cor, e, naturalmente, ter uma correspondência perfeita entre estas. Hoje em dia a Fujifilm imprime as pinturas de Van Gogh, uma vez que o uso de tinta a óleo e o efeito impasto são particularmente interessantes para serem refletidas num Relievo. No entanto, os pintores que utilizem técnicas semelhantes também podem ser considerados. Outro aspeto determinante é que a Fujifilm trabalha apenas com quadros originais. Existem várias outras técnicas de impressão 3D que estão a ser desenvolvidas, mas noutras áreas e com objetivos diferentes. A fim de preservar o estado dessas réplicas 3D Premium de alta qualidade são recomendados alguns cuidados e dicas de limpeza. É importante evitar a luz solar direta, a iluminação fluorescente e fontes de aquecimento. Idealmente, o Relievo deverá ser exibido num ambiente controlado tanto em termos de humidade como de temperatura. Deverá também utilizar um soprador de pó para fazer a limpeza geral de poeiras e detritos. A Coleção Relievo do Museu Van Gogh é vendida através da rede de agentes e distribuidores. O preço inicial

Cada obra da Coleção Relievo tem que refletir de forma o mais precisa possível o quadro original

OLIVE GROVE, VAN GOGH MUSEUM AMSTERDAM

RELIEVO ALMOND BLOSSOM. VAN GOGH MUSEUM AMSTERDAM

recomendado é de 25 mil euros. Cada obra Relievo tem uma edição limitada de 260 exemplares e os compradores têm inúmeros e amplos motivos para comprarem uma obra da Coleção Relievo. No entanto o que une estes compradores é o seu fascínio pelo mais famoso artista da Holanda, Vincent Van Gogh. Um fascínio e admiração que expressam na escolha de uma obra Relievo específica. l Daniëlla Levy Communication & PR Manager Sales & Marketing FUJIFILM Belgium NV

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26 Análise 5 tendências nos consumidores pela trendwatching.com

5 tendências que estão a moldar a atualidade e o futuro da indústria das viagens Trendwatching.com O viajante atual transforma-se perante os nossos olhos. Em 2014, os viajantes têm imensas expetativas e desejos – muitos surgidos pelo mundo online – nas suas interações com as companhias aéreas, hotéis, operadores turísticos, entre outros. Estas expetativas estendem-se a todos os aspetos das viagens – da reserva aos itinerários, da informação de viagem à descoberta no terreno – e são enquadradas pelas experiências moldadas noutras indústrias. As marcas de turismo que procuram aplicar as tendências do consumidor deveriam pensar em procurar inspiração fora do seu setor, e ver como as marcas estão já a servir, impactar e a criar necessidades e desejos nos consumidores. Eis, sem qualquer ordem em particular, 5 tendências no consumo que estão a moldar a indústria das viagens em 2014 e para anos vindouros.

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5 tendências nos consumidores pela trendwatching.com Análise 27

1 PREÇO SIMPÁTICO

À

medida que a noção de preço se torna cada vez mais fluída, graças às opções de preço ultra-flexíveis, personalizadas, e responsive (adaptáveis) oferecidas pelas start-up online, os consumidores procuram descontos relevantes e imaginativos que possam amenizar os pontos críticos do estilo de vida, oferecer ajuda em tempos difíceis ou mostrar apoio por um valor partilhado. Diversas marcas turísticas já implementaram algumas estratégias imaginativas de Preço Simpático, como a companhia área holandesa Corendon, que lançou uma promoção de voos

para ativistas gay que viajaram para os Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi. À semelhança, também o Neighbour Magnolia Hotel em Amesterdão, ofereceu 10% de desconto aos clientes de países eliminados do Campeonato Mundial da FIFA. Com o objetivo de provar que há mais no verão do que só futebol, o hotel prometeu (simpaticamente) remover das áreas comuns todas as referências ao evento.

2 CONSUMO SEM REMORSOS

C

ada vez mais os viajantes procuram experiências e serviços que aliviam o sentimento de culpa associado muitas vezes ao calcorrear pelo mundo. Essa ‘culpa’ pode incluir os impactos negativos no planeta, na sociedade, no próprio. Como é muita a informação sobre práticas disfuncionais de negócio e de ética, torna-se mais difícil aos consumidores negar o impacto e as implicações das suas viagens. Mas o tempo para viajar, principalmente se for em lazer, é um tempo em que os consumidores querem sentir-se bem consigo e não culpados pelas suas ações. Qual é a resposta? Pensar como amenizar alguma culpa, se não toda, com inovações que tenham como alvo áreas de maior tensão entre os valores e os impulsos dos consumidores. Em Maio de 2014, a agência de viagens para estudantes STA Travel, sediada no Reino Unido, anunciou que iria deixar de vender viagens para destinos associados ao tratamento ‘não-ético’ de animais; a exclusão incluía de início, todos os parques temáticos Sea World e os tours de elefante ao Templo dos

Tigres na Tailândia. Outras empresas da GFC (Global Forest Coalition) incluem a Puma com a gama InCycle com certificado Cradle to Cradle e que é totalmente biodegradável e reciclável, ou o Rug Og Stub, um restaurante recentemente inaugurado em Copenhaga que vende refeições feitas de comida que doutra forma seria deitada fora pelos supermercados locais.

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28 Análise 5 tendências nos consumidores pela trendwatching.com

HISTÓRIAS 3 DE STATUS

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ara um elevado número de viajantes, a emoção da exploração está nas histórias que gera. Cada vez mais, o status de viagem não aumenta pelos destinos visitados mas pelos episódios que proporciona, em especial se puderem ser facilmente partilhados através das redes sociais. Por isso, pense em proporcionar Histórias de Status inesperadas, divertidas ou mesmo chocantes que possam ser re-contadas. Algumas ideias? O Ice Hotel na Suécia permite aos hóspedes desenharem a sua suite em gelo de acordo com as suas próprias especificações e, no momento da partida, oferece uma garrafa de água derretida do gelo que foi utilizado para criar a sua suite e os planos originais do quarto. Se não for uma marca de luxo ou marca já esta-

belecida de turismo, pense que histórias estão associadas ou ligadas à sua localidade: em janeiro de 2014 foi lançado o e-book gratuito “On The Road For 17,527 Miles” (Na estrada durante 17,527 milhas) que reconstrói a novela inspiradora de Jack Kerouac a utilizar as instruções de condução do Google Maps. Existe algum marco local icónico ou evento à volta do qual possa construir uma história?

F-DISCOVERY

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Social Media não é só uma ferramenta útil para partilhar memórias de viagens. Para muitos viajantes é cada vez mais utilizado como uma ferramenta de descoberta e como apoio nas redes dos amigos à procura de recomendações que possam ajudar nas decisões de viagens. As marcas inteligentes estão a utilizar estas plataformas para promover e aumentar a sua reputação através de utilizadores influentes de redes sociais. A versão Beta da Hotelied, lançada nos Estados Unidos em Abril passado, oferece descontos em estadas de luxo a viajantes influentes com peso nas redes sociais, adaptando hotéis e destinos para grupos específicos com base no setor ou regularidade das viagens. Os viajantes também estão empenhados em integrar as suas marcas pessoais online nas suas experiências de viagem. A motivação prende-se tanto com a facilidade acrescida ao partilhar as suas histórias, quanto do estatuto e reconhecimento que advêm da partilha. Em Nova Iorque, o

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W Hotel um serviço de concierge de redes sociais para casamentos. Por 3.000 dólares os hóspedes podem ter o seu casamento documentado através de múltiplas plataformas de redes sociais, desde tweets em direto, a fotografias no Instagram e Vine vídeos. O Marriott Hotels Australia direcionou-se para um grupo demográfico específico com o programa de concierge This City My Way, que permite aos viajantes adolescentes ligar-se a habitantes locais com os quais se identificam.


5 tendências nos consumidores pela trendwatching.com Análise 29

5 FLEXIBILIDADE HONESTA

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s viajantes frequentes darão as boas-vindas a marcas que são honestas e transparentes sobre os limites do seu serviço mas que são flexíveis dentro destes limites. Por exemplo, o grupo de hotéis Art Series, de Melbourne, um dos primeiros a adotar esta tendência, lançou uma campanha que permitia aos clientes estender a sua hora de check-out gratuitamente desde que o quarto estivesse livre. À semelhança, em Março de 2014, o Palms Casino Resort em Las Vegas introduziu uma política flexível de check-out 24 horas que permite aos clientes deixarem os seus quartos livres à mesma hora em que fizeram o seu check-in. Esta tendência é impulsionada pela autenticidade, maturidade e abertura; os consumidores não estão à espera que as marcas sejam perfeitas, mas esperam soluções e respostas úteis e humanas. As marcas inteligentes estão conscientes dos seus limites e em vez de esperarem até serem chamadas a atenção por clientes descontentes, confrontam-nos antecipando as possíveis frustrações dos consumidores. Um exemplo é o banco espanhol Bankia que viu-se obrigado a fechar uma série de dependências remotas em consequência da crise financeira na Europa. Em resposta, lançaram uma série de autocarros de mobile-banking que oferecia serviços aos clientes afetados. Uma solução perfeita? Não, mas certamente uma realista que tentou minimizar o incómodo.

Claro que estas são apenas algumas das tendências dos consumidores que estão a ter impacto na indústria das viagens. Então, o que é que se segue? Novas tendências irão surgir quando as tendências actuais se combinarem de forma inesperada. Por exemplo, estamos a começar a assistir ao surgimento do estado Sem Remorsos, que dá aos consumidores um impulso de status ao mesmo tempo que absolve a culpa: a marca de bebida artesanal Treeson Spring Water permite aos consumidores devolver pelo correio as garrafas para reciclagem, eliminando alguma da eco-culpa muitas vezes associada à água engarrafada. A nossa dica? Tente antecipar as novas combinações de tendências. As marcas inteligentes irão pensar nas tendências que as estão a impactar agora, mas as mais experientes estarão de olho no que vem a seguir.

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30 10 Insights Empreendedorismo por Tine Thygesen

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Insights de Empreendedorismo

Ideias não são nada, ação é tudo A grande diferença entre comportamento corporativo e empreendedorismo é o equilíbrio entre o pensamento e a ação. Uma vez que o caminho para um empreendedor é incerto, os planos e as ideias não têm grande valor. O que interessa é a execução, por isso comece e vá adaptando-se pelo caminho.

Construir uma equipa Tente juntar pessoas com valores semelhantes mas com competências diferentes. Por exemplo, a Everplaces começou com um designer, um técnico de programação e um comercial. Isto deu-nos uma perspetiva alargada e permitiu-nos executar a maioria das tarefas dentro da equipa desde o início.

Pessoas com o perfil certo As pessoas certas para inovae e empreender não são necessariamente os seus colaboradores-estrela atuais. Escolha pessoas com elevada tolerância ao risco, um forte sentido de propósito e tenacidade para estar no comando de projetos empresariais.

Tudo é flexível Apesar de ter um conceito em mente quando começa, tenha em atenção que é provável que venha a ter de alterar tudo! Atenção aos falsos-negativos, se não estiver a resultar pode ser porque não encontrou ainda a combinação certa.

Deadlines curtos, iterações frequentes #13 AGO/SET 2014

Porque vai aprender e ajustar-se naturalmente ao longo do caminho, é melhor não investir em ciclos longos de desenvolvimento. Escolha ciclos de projetos curtos (seis semanas) para que possa colher lições com frequência, isto significa que pode otimizar a sua direção ao longo do caminho.


Empreendedorismo por Tine Thygesen 10 Insights 31

Teste rapidamente, em clientes reais Teste o interesse antes de construir o produto. Por exemplo, telefone a 100 clientes potenciais e veja se eles comprariam o seu produto caso o construísse. Irá descobrir mais com o feedback dos clientes reais do que num milhão de reuniões. Continue a avaliar o feedback dos clientes sempre que siga para o passo seguinte.

Meça tudo Deverá medir os indicadores-chave desde o início (em particular a taxa de conversão) para ter um quadro sobre o que resulta (e o que não resulta) para que possa ir ajustando em conformidade.

Falhar faz parte do processo Ser inovador significa trabalhar sem mapa, utilizando métodos e desenvolvimento de produtos que não foram testados. Tenha uma mente aberta e experimente múltiplas soluções até que encontre a certa. Tenha uma expetativa de que 1 em cada 10 funcione, isso é o normal.

Seja corajoso É preciso coragem para se distinguir da multidão. As pessoas não irão entender o porquê da sua atitude e não a irão apreciar. Seja forte.

Perseverança Dizem que são precisos 10 anos para construir um sucesso de um dia para a noite, por isso insista, mesmo quando as coisas não estão fáceis. Vai chegar lá, mas leva tempo.

Tine Thygesen - CEO e Cofundadora da everplaces.com

Everplaces ajuda as empresas de turismo a entrarem na área do mobile e criou mais de 70 aplicações para o turismo

#12 AGO/SET 2014 #13


32 Lifestyle Festas no Amadeus Terrace juntam amigos e VIPS no Verão

Festas no Amadeus Terrace

juntam amigos e VIPS no Verão As festas da Amadeus Portugal, parceiro tecnológico líder global para a Indústria de viagens e turismo, já fazem parte do calendário social turístico do verão em Portugal e nas duas primeiras contaram com a participação da Iberia e British Airways e da TAP Portugal.

A

quarta temporada das festas no Amadeus Terrace arrancou às 19h00 de 17 de Julho, com a VIP Lounge, e contou com a presença de Ricardo Pereira, Vanessa Oliveira, José Fidalgo, Dalila Carmo, Rui Porto Nunes, José Figueiras e Rita Mendes que fez a animação DJ. Ao longo dos vários eventos temáticos de final da tarde, que juntou mais de 300 pessoas em cada evento, puderam disfrutar de animação, cocktails, caipirinhas e canapés diversos, além de aproveitar a ocasião para convívio e networking entre os profissionais de turismo. A segunda festa a Amadeus e a TAP juntaram-se no evento “A mí me gusta” em que a companhia aérea portuguesa deu a conhecer melhor aos profissionais de turismo dois dos novos destinos da TAP: Bogotá e Cidade do Panamá. O espírito da América Latina deu o tema da festa. A animação esteve a cargo da banda Serenata Latina, ao sabor de burritos, mojitos e muita tequilha. Rockabilly Thursday fechou o mês de Julho ao som do twist e rock’n’roll com os The Jukeboxers e onde não faltaram os hambúrgueres, martinis e capilé. #13 AGO/SET 2014

Agosto abriu com “a mãe de todas as festas”, os clássicos do rock interpretados pelos Oitentamente, hambúrgueres, cerveja e gin. O ambiente do Brasil aconteceu a 14 de Agosto com o Show di Bola, numa referência ao recente Mundial de Futebol. O som foi garantido pela banda Brasil Tropical Band. Brigadeiros, pão de queijo, quindim, coxinhas de galinha com caipirinhas e cocktails saciaram o apetite e sede dos presentes. A festa que irá encerrar a temporada é a Bigode Tuga, na quinta-feira de 21 de Agosto. A incontornável festa popular portuguesa com o DJ João Magalhães, onde não irão faltar enchidos no carvão, gin e cerveja. l


Festas no Amadeus Terrace juntam amigos e VIPS no Ver達o Lifestyle 33

#13 AGO/SET 2014


34 Viagem de: Fernando Bessa

Mas são estes momentos, com uma certa adrenalina, que transformam as viagens em algo que nunca mais esquecemos

Fernando Bessa

Ponto Turismo › Qual foi a viagem da sua vida? Fernando Bessa › Foi em 1998 à Argentina. Pensaria que ia ser a Austrália por causa das praias fantásticas, os antípodas, o clima, e nunca me tinha predisposto a ir à Argentina que me surge através de uma agente de viagens. Acabámos por ir para o sul da Argentina, no pico do Verão, com temperaturas negativas. Apanhámos um avião para Buenos Aires e ficámos logo apaixonados pela cidade, mas toda a viagem é feita no meio da natureza, ao pé dos pinguins, é pararnos o carro e eles estarem à nossa frente, o condor no meio de uma planície. Em Puerto Madryn fomos ver baleias, o que para mim foi uma aventura, quando vi uma baleia a 300 metros e quando já estava encostada ao barco, com os olhos fixos em nós a fazer abanar o barco…Depois vimos elefantes-marinhos, numa praia onde já não se pode ir. Fomos a Perito Moreno. Na altura não havia aeroporto portanto fomos de carro, 4 horas na Patagónia, com um vento que fazia um barulho horrível. A paisagem dessa zona é daquelas em que penso quando estou stressado. A paisagem glaciar de Perito Moreno é fabulosa. Nunca tinha visto um glaciar e nós pensamos que um glaciar é uma coisa estática… mas não. Os barulhos constantes de rochas, de gelo, os pedacinhos de gelo a caírem, os pedações de gelo a caírem, os barulhos do gelo a rachar. É uma imensidão de gelo e uma cor soberba e o barquinho andava por ali. Ponto T. › Então fez esta viagem por causa de um agente de viagens… F.P.B. › Sim, ela decidiu tudo e organizou tudo! Eu só apanhei o avião e fui. Ponto T. › E é normalmente assim que faz as viagens? F.P.B. › Nem sempre. Algumas são preparadas em casa, outras que não. Esta e a da Austrália, como queríamos ir a muitos sítios e ver muita coisa, foram preparadas ao milímetro… Ponto T. › O que é que o leva a escolher um determinado destino? F.P.B. › Não sei, gosto de ir a Nova Iorque, ao Algarve, ao Porto… No ano passado estive no Porto e adiei o regresso três vezes. À Austrália tinha que ir por causa do calor, depois fui lá na maior chuva que houve, não havia calor, havia inundações. Mas as minhas viagens podem ser fazer compras em Nova Iorque, ir aos canais de Amesterdão, qualquer coisa me pode atrair. Na Ásia – não conheço muito #13 AGO/SET 2014

As viagens são sempre um anti-stress desse continente e adoraria ir à Índia porque tenho um grande fascínio - o país onde já fui e que adorei foi o Sri Lanka. Ponto T. › Então a viagem que lhe falta fazer é a India? F.P.B. › É a Índia. A viagem à Índia faço-a cada vez que vou a uma livraria e compro livros em inglês sobre a Índia. Ponto T. › Algum sítio em particular na Índia… F.P.B. › Gostaria de fazer o Triângulo Dourado, Goa, Jaipur, Agra, Deli, Bombaim… Não está marcada e tenho um safari em África prometido à minha mulher. Eu já fiz em Mala Mala em que tivemos momentos de grande adrenalina a fugir dos elefantes. Mas são estes momentos, com uma certa adrenalina, que transformam as viagens em algo que nunca mais esquecemos. A viagem à Argentina perdura nos momentos de stress, se eu precisar de me concentrar numa coisa com calma e silêncio, vou mentalmente para alguns sítios da Argentina. Ponto T. › Portanto as viagens servem também como um anti-stress? F.P.B. › As viagens são sempre um anti-stress e tenho muita capacidade de reduzir o stress. Acho que as viagens são uma coisa fabulosa, para nos tirar do dia-a-dia e para nos darem coisas. Ponto T. › O que é que as viagens nos dão? F.P.B. › Maneiras de estar na vida, lembranças de coisas boas, coisas que chocam e que nos fazem pensar… é um dinheiro bem-gasto. Precisávamos de mais tempo para fazer mais. Trago sempre coisas fabulosas das viagens. Trazemos as memórias. l





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