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[Neurobranding: Manual de como vender através da emoção], por [Sandra Regina da Luz Inácio]

NEUROBRANDING: MANUAL DE COMO VENDER ATRAVÉS DA EMOÇÃO.

Autora: Sandra Regina da Luz Inácio 1


[Neurobranding: Manual de como vender através da emoção], por [Sandra Regina da Luz Inácio]

©2012 by Sandra Regina da Luz Inácio. Telefones: (11) 4701-9076 / 8266-6327 e-mail: Sandra@showtes.com TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei nº 5.988/73) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. CAPA E COMPOSIÇÃO: ANITA LEITE FICHA CATALOGRÁFICA Inácio, Sandra Regina da Luz Neurobranding: Manual de como vender através da emoção, 2012. Bibliografia 1. Administração de Empresas 2. Marketing digital 3. E-commerce 4. Neurociência

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AGRADECIMENTOS

A todos aqueles que me disseram NÃO na vida. Porque me impulsionaram a conseguir tudo que desejei. A todos que me criticaram, pois, foi com as criticas que me tornei um ser humano melhor. A todos aqueles que não acreditaram, porque me ensinaram a acreditar em mim. Não faça das tuas verdades as verdades para o outro... você poderá estar interferindo em seu crescimento espiritual. Cada um busca a verdade quando assim necessitar e quando estiver preparado para recebê-la (a autora).

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DEDICATÓRIA

Esta obra é dedicada a todos aqueles que foram, são e ainda serão meus alunos.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO II – O QUE A NEUROCIÊNCIA EXPLICA?

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2.1 - Um breve histórico sobe a neurociência

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2.2 – Algumas descobertas mais atuais

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2.3 – Onde a neurociência pretende chegar?

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2.4 - Pontos de discussão

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RESUMO DO CAPÍTULO

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CAPÍTULO III – NEUROPERCEPÇÃO

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3.1 – Neuroimagem

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3.1.1 – Como o cérebro processa as cores das imagens

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3.1.2 - Imagens 3D (terceira dimensão)

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3.1.3 - Ilusões para o cérebro

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3.2 – Ilusões ópticas, sistemas sensoriais e cognitivos

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3.3 - Características dos sistemas sensoriais

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3.3.1 - Sistemas cognitivos

31

3.3.2 - Outros sentidos humanos

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3.3.3 - Espaço geográfico

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3.4 – Neuropsicologia

35

3.4.1 - O que faz um neuropsicólogo?

35

3.4.2 - Qual a diferença entre um Neuropsicólogo e um Neurologista?

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RESUMO DO CAPÍTULO

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CAPÍTULO IV – O MILAGRE DAS NOTAS MUSICAIS

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4.1 – Neuroaudição

39’

4.1.1 - O efeito Mozart

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4.1.2 - O efeito da overdose musical

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4.3 – Como tirar amplo proveito da música?

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4.3 - A musicoterapia

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4.4 - Efeitos de algumas músicas no cérebro e atitudes

49

RESUMO DO CAPÍTULO

53

CAPÍTULO V – S-COMMERCE (COMÉRCIO SOCIAL)

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5.1 – A influência da mídia no comportamento e decisão do cliente

55

5.2 - A fácil criação de comunidades virtuais

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5.3 - Categorias de negócios pela internet

56

5.4 – Compras coletivas

59

5.4.1 - As etapas para divulgação de compras coletivas

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5.4.2 – A compra por impulso

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5.4.3 – Perfil do consumidor de compras coletivas

61

RESUMO DO CAPÍTULO

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CAPÍTULO VI – NEUROMARKETING

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6.1 - Quais os objetivos do neuromarketing?

66

6.2 - O primeiro grande caso de neuromarketing no mundo

66

6.2.1 - A vitória da Coca-cola

67

6.3 – Alguns casos de sucesso

69

6.4 - Como fazer os pães-duros comprar

69

6.5 - A saga do hipermercado

70

RESUMO DO CAPÍTULO

77

CAPÍTULO VII – NEUROBRANDING

78

7.1 – Como funciona o sistema de recompensa em nosso cérebro

79’

7.2 – Técnicas usadas no neurobranding

82

7.3 – Exemplos práticos de neurobranding

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7.4 - Para facilitar sua tarefa, eis algumas dicas:

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7.5 - Marcas que são resposta emocional

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7.6 - Uma história interessante de sucesso

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7.7 – Algumas dicas para a aplicação do neurobranding para indução da compra 93 RESUMO DO CAPÍTULO

95

CAPÍTULO VIII – NEUROECONOMIA

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8.1 - O Dinheiro Motiva?

98

8.2 – O dinheiro e seus efeitos

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8.3 - Compras on-line movem a neuroeconomia

104

RESUMO DO CAPÍTULO

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CAPÍTULO IX – NEUROÉTICA

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9.1 - A batalha pela sua mente: trabalhando com mensagens subliminares

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9.1.1 - Efeitos no subconsciente

113

9.1.2 - As impressões

113

9.1.3 - O Domínio da Mente Alheia

114

9.1.4 - Mensagens subliminares na mídia

114

9.1.5 - As Campanhas Publicitárias

115

9.1.6 - Equivalente, paradoxal e ultraparadoxal

116

9.1.7 - Técnica da Voz Ritmada e Conversão

118

9.1.8 - Seis Técnicas de Conversão

118

9.1.9 - Processo de Decognição

121

9.1.10 - Técnicas de Persuasão

124

9.1.11 - Programação Subliminar

127

9.1.12 - Abuso das Massas

128

9.1.13 - Vibrato

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9.1.14 – Elf

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9.1.15 - O Neurofone

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9.1.16 - Principais causas da cegueira organizacional:

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9.1.17 - A Doença do Saber

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9.1.18 - O papel do cérebro humano

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RESUMO DO CAPÍTULO

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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1. INTRODUÇÃO

Hoje não adianta a empresa ter um excelente produto ou serviço se não conseguir atingir seu público-alvo. Estará fadada ao fracasso, não tendo chances no mercado agressivo que aplica sem medir conseqüências ou ética o neuromarketing e neurobranding. É um tema polêmico, onde os EUA fazem pesquisas diversas com ressonância magnética e outros aparelhos para medir o que ocorre no cérebro do consumidor e do vendedor na hora da compra. Embora, sejam evidentes as estatísticas de que 85% de nossas compras são puramente induzidas, ainda não se conseguiu provas o suficiente para processar empresas e agências de propaganda e publicidade. O neuromarketing e o neurobranding estão ai e em minha opinião é um caminho sem volta, devido à geração de milhões de empregos, crescimento de países, etc. É um fator que gera a neuroeconomia, isso todos nós sabemos que é fator primordial para o crescimento de qualquer nação. Mesmo que seja provado totalmente, mesmo assim, acredito que haja restrições dos governos, pois, é a neuroecomia hoje que geri a demanda, vendas crescimento, etc. A Neuroética tenta por todos os meios “barrar” estes procedimentos que a seu ver são antiéticos, mas por outro lado, gera-se emprego, empresas nascem, crescem, consumidores desejam consumir. “Todos” de um modo geral estão felizes!

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Como combater tanta felicidade assim? É uma pergunta difícil de responder, mais difícil ainda de se analisar olhando-se pelo caminho ético e pelo caminho crescimento econômico. Este livro aborda técnicas, ferramentas e segredos do neuromarketing e do neurobranding, uma ciência perigosa, mas necessária na sociedade de hoje “a sociedade do consumismo sem barreiras”. Comparo-a uma droga que todos já estão viciados e que será muito difícil voltarmos a sermos meros não consumidores. A felicidade é o que o ser humano busca sua vida inteira, seja em um relacionamento, em uma propriedade imóvel, seja em um produto, serviço, o que desejamos é sermos felizes, temos “recompensas” o tempo inteiro... e quanto mais recompensas temos, mais queremos. Nos dias atuais, ninguém consegue ser feliz se não tiver a última tecnologia, ter a informação antes de todos, ter o poder de “possuir” aquilo que seu ego desejar, mesmo que a felicidade seja momentânea... não importa, o importante é sermos felizes através do consumo sem barreiras, sem questionamentos e sem análises prévias. Muitas vidas já foram “arrasadas” e muitas ainda o serão... porque somos humanos e precisamos ser felizes e o consumo nos proporciona felicidade, mesmo que imediata e não duradoura, mas queremos ser felizes neste instante, neste segundo, como se fosse o ultimo.

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CAPÍTULO II – O QUE A NEUROCIÊNCIA EXPLICA? O intrigante e fantástico universo do cérebro humano: seus desejos, suas decisões, seu intimo de cada ser humano de forma diferenciada. Nesta era não somente os cientistas, mas também empresas de todos os portes, em todos os nichos de mercado, todos querem descobrir como utilizar de forma ética ou não esta fantástica máquina que produz sonhos, realidades e que pode ser muito fácil de ser manipulada.

2.1 - Um breve histórico sobe a neurociência Nossos ancestrais há pelo menos quatro mil anos A.C, já faziam cirurgias em nossos cérebros, isso tinha o nome de trepanação. Consistia em perfurar um buraco no cérebro à mão, com a espessura mais ou menos entre 2,5 a 3,5 cm de diâmetro, com o ser humano vivo, sem nenhum tipo de anestesia ou assepsia. Esta cirurgia durava em torno de 30 a 60 minutos. Só não sabemos o percentual de êxitos em relação ao de fracassos. No antigo Egito o cérebro era considerado a sede da alma e um grande “banco de dados” de memórias. O restante do corpo era preservado para o pósvida. Sendo o cérebro removido e descartado. Para eles, o coração era a sede da consciência e pensamentos, esta idéia permaneceu até o filósofo Hipócrates, aonde se chegou à conclusão que o cérebro era o órgão responsável pela sensação, isso foi em IV a.C.

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Hipócrates, considerado então o pai da medicina (460-379 A.C), chegou à conclusão que o cérebro também era a sede da inteligência. Sendo ele que fizera a seguinte citação: O homem deve saber que, de nenhum outro lugar, se não do cérebro vem a alegria, o prazer, o riso e a recreação, e a tristeza, melancolia, pessimismo e as lamentações. E então, de uma maneira especial, adquirimos sabedoria e conhecimento, e vemos e ouvimos para saber o que é justo e o que não é, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é sem sabor... E pelo mesmo órgão tornamos loucos e delirantes, e sentimos medo e o terror nos assola... Todas essas coisas provêem do cérebro quando este não está sadio... Dessa maneira sou da opinião de que o cérebro exerce um grande poder sobre o homem.” (Hipocrates, Da Doença Sacra, IV A.C)

No entanto, o filósofo Aristóteles (384 – 322 A.C) acreditava que o coração seria o centro da inteligência, sendo um radiador que esfriava o sangue quando muito aquecido pelo coração. Para ele o comportamento não se explicava pelo cérebro. Galeno (130 – 200 A.C), que era médico como Hipócrates, e talvez por este motivo acreditasse nas teorias de Hipócrates. Como era o médico de gladiadores, obteve experiências dos danos na espinha ou no cérebro. Através destas experiências, Galeno sugeriu que o cérebro fosse o local onde ficavam as sensações e que o cerebelo deveria comandar os músculos. Tal dedução não estava muito longe da verdade. Por meio da abertura do cérebro, Galeno descobriu que ele possuía cavidades (ventrículos), prevalecendo a teoria de que nosso corpo funcionava de acordo com a movimentação dos fluídos vitais, ou humores. E que as sensações eram iniciadas pelos movimentos dos ventrículos, por meio dos nervos, que acreditava serem tubos como são as veias. Entre 1596 e 1650, o matemático e filósofo francês René Descartes, acreditava e defendia a teoria de que era inconcebível que somente através do cérebro pudesse

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se explicar o comportamento humano em sua totalidade. Ele acreditava que o homem possuía o intelecto e alma era dada por Deus, ao contrário dos animais que para ele não possuíam intelecto e nem alma. Acreditava também que a mente era espiritual que recebia comandos através da comunicação com o cérebro através da glândula pineal. Antes da criação do microscópio, isso já no século XVIII, acreditava-se que o tecido neural do cérebro tinha uma função glandular, isto é, que os nervos conduziam os fluidos produzidos pelo cérebro e medula espinhal para o restante do corpo. No final do século XIX, o médico italiano Camillo Golgi e o histologista espanhol Santiago Ramón y Cajal conseguiram descrever com detalhes as estruturas das células neurais. Após muitos anos, os estudos de Charles Darwin sobre a evolução formaram o alicerce para a observação da ação e do comportamento humano. Originando assim a psicologia experimental, o estudo do comportamento humano controlados. Pierre Flourens,

na década de década de 1820, na França, tentou isolar as

diferentes partes do sistema nervoso para explicar o comportamento, utilizando a técnica de remoção em animais dos centros funcionais. Ao qual chegou a seguinte conclusão: “Todas as percepções, todas as volições ocupam o mesmo local nesses órgãos cerebrais; as faculdades de perceber, de conceber, de querer, constituem, simplesmente, uma faculdade que é, em essência, uma só.” (Flourens) (hipótese do campo agregado)

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A hipótese do campo agregado prevaleceu até a metade do século XIX, quando o neurologista britânico J. Hughlings Jackson demonstrou através de seus estudos sobre epilepsia focal, doença esta caracterizada por convulsões, provou que os processos sensoriais e motores distintos ficavam localizados em diferentes áreas do córtex cerebral. Pierre Paul Broca em 1861 estudou e deixou por escrito o caso do paciente Leborgue; que entendia o que se dizia a ele, mas era incapaz de falar. O paciente não tinha problema motor que o impedisse de falar, pois, falava palavras isoladas e cantava uma melodia sem apresentar dificuldade alguma. Só não conseguia frases completas e nem expressar seus pensamentos por escrito. Após a morte de Leborque, o exame de seu cérebro revelou uma lesão na região posterior do lobo frontal. Através deste fato, Broca estudou oito pacientes com quadros semelhantes e eram todos portadores de lesões nessa região. Essa descoberta formulou um dos mais importantes princípios do funcionamento cerebral: “Nós falamos com o hemisfério esquerdo!”. Carl Wernicke publicou em 1876 “O Complexo Sintomático da Afasia” (o paciente pode falar, mas não compreende a fala, nem mesmo o que ele próprio dizia). Wernicke formulou um modelo para a organização da linguagem, esse modelo, a percepção inicial, auditiva ou visual, as palavras faladas ou escritas seriam transformadas em representação neural com um código partilhado pela fala e pela escrita. Na década de 1930, Edgar Adrian, na Inglaterra, e Wade Marshall e Philip Bard, nos Estados Unidos, descobriram que a estimulação do tato produz atividade elétrica em regiões determinadas do córtex cerebral. Pouco depois, Jerzy Rose e

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Clinton Woolsey e outros, depois deles, reexaminaram o conceito da arquitetura do nosso cérebro. Estudos recentes concluíram que o aprendizado e outras funções mentais não possuem localização especifica no cérebro. De acordo com essa visão, a massa cerebral, e não seus componentes neurais, são cruciais ao funcionamento do cérebro. Um exemplo interessante é que em alguns pacientes epiléticos, as fibras que conectam

os dois hemisférios são seccionadas para o tratamento de crises

epiléticas graves, podendo ser uma cirurgia, cada hemisfério desenvolve um conhecimento independente do eu. Por exemplo, cada hemisfério responde a estímulos táteis aplicados à mão oposta mas não a estímulos aplicados à mão do mesmo lado. Isso é, quando objetos iguais são colocados nas duas mãos, o objeto da mão esquerda não pode ser comparado com o objeto da mão direita, porque esse objeto só pode ser identificado pelo hemisfério esquerdo, que não mais se comunica com o hemisfério direito. Muitos anos se passaram para se descobrir que o ser humano é dotado de várias inteligências (inteligências múltiplas), que não é somente o cérebro que reage, mas também o inconsciente do indivíduo que como um todo faz ser quem realmente ele é.

2.2 – Algumas descobertas mais atuais Conforme o neurocientista Jonah Lehrer (2007), a capacidade da dopamina produzida pelo cérebro é capaz de prever eventos emocionais a todo instante. Ele descobriu em um estudo feito em Stanford Psych, chefiado pela pesquisadora

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Carol Dweck, que colocou em teste dois grupos: um grupo de controle que era denominado "serem inteligentes" e o outro grupo “seres esforçados”, com nenhuma outra diferença. Foi dado aos dois grupos testes progressivamente mais difícil. Dweck descobriu que o grupo dos "inteligentes" teve um resultado ruim, quando eles acreditavam que seria o melhor resultado, devido a algumas virtudes inatas que este grupo possuía. Na realidade o que houve foi que o grupo dos “mais esforçados” produzia mais dopamina na hora de executar os testes, fazendo com que estes fossem melhores que o primeiro grupo. O cérebro destes estava em um estado constante de recompensa, devido a competição. O desafio os motivava e produzia cada vez mais dopamina. Foi um dos primeiros testes realizados onde se provou que não importa se o indivíduo é mais inteligente, o que o faz concentrar-se mais e até ganhar com mais facilidade é o nível de dopamina que é produzida em seu cérebro (recompensa). Na realidade é fazer com que seu cérebro dê importância aquilo que deseja aprender. Faça uma repetição intensa e seu cérebro dirá "ISSO NÃO PARECE IMPORTANTE, MAS ELE FICA OLHANDO PARA A MESMA COISA REPETIDAMENTE, ENTÃO EU IMAGINO QUE DEVE SER, ENTÃO FAREI”. Outro experimento feito e chamado “Marshmallow Test” conduzido pelo psicólogo americano Walter Mischel da Universidade de Colúmbia nos anos 60, mostra-nos a seguinte história: Era 1960 e a criançada aguardava a chegada da Professora à sala de aula. Quando esta entrou na sala, os alunos viram que ela trazia um pacote enorme cheio de

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marshmallows. Um dos alunos que só tinha quatro anos de idade, não se conteve e quase caiu da carteira. Antes de distribuir os marshmallows, a Professora disse que teria que sair, mas deu instruções que voltaria em 20 minutos, quem não “atacasse” o marshmallow até a sua volta ganharia outro como recompensa. Quem não resistisse à tentação da gula, nada ganharia a mais, sendo este o caso de seu aluno de quatro anos de idade. Os pesquisadores concluíram que as crianças capazes de aguardar a volta da professora para ganhar o segundo marshmallow apresentaram, naquele momento e ao longo da infância e adolescência, maiores habilidades sociais, menor freqüência de transtornos mentais e mais de 200 pontos acima nos testes de aptidão escolar (SAT –Subject Test Scores), em relação às que não conseguiram esperar pela recompensa.

(pesquisa

retirada

da

fonte

http://www.aprendercrianca.com.br/informacao/noticias-do-cerebro/noel-e-omarshmallow. Hoje, devido a pais despreparados e sem tempo para educar, a mídia de uma forma geral, computadores e videogames, estão pronta a receita de filhos incapazes de adiar recompensas e cérebros que somente “trabalham por recompensas quase que o tempo inteiro”. Enfim, o prazer tem que ser imediato,nunca adiado. Consumir, mesmo que não seja preciso; comer, mesmo que não seja saudável, etc. vivemos na era do “prazer imediato”, muitas vezes custe o que custar. Ensinar as crianças e adolescentes que é fundamental adiar recompensas para a saúde mental, para o desafio de merecer e principalmente para que se dê mais valor aquilo que está se possuindo.

2.3 – Onde a neurociência pretende chegar?

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Conforme Gerhard Roth (2011): “o ato consciente de vontade de nenhum modo pode ser o causador do movimento, porque este movimento já está previamente fixado por processos neuronais”.

Os avanços da neurociência e neurotecnologia (utilização da tecnologia para medição dos experimentos da neurociência) levantam questões éticas e jurídicas. Em primeiro lugar, quem deve ter acesso às estas informações (que são tão particulares a cada ser humano), em segundo até quanto é permitido que outros influenciem nossas decisões, tanto de compra, como de aquisição de atitudes e determinadas escolhas em nossas vidas. È um caminho sem volta, onde hoje o ser humano consome produtos/serviços, amanhã quer o poder, não importando quantas mentes ele tenha que manipular para isso. Queira ou não, já é a nossa realidade. O verdadeiro objetivo dos neurocientistas deveria ser o rastreamento de doenças graves através do cérebro, para conseguirem curas mais eficazes e rápidas. Mas, infelizmente há neurocientistas de todos os tipos, aqueles que “venderiam” informações valiosas para empresas e quem pudesse pagar por elas, com a finalidade de “obter lucro”. Para tudo na vida há um preço e sempre a dualidade. Aos que lutam por encontrar cura para doenças, outros que fazem tudo por dinheiro. O ser humano é manipulável e todos sabem disso. Basta um fazer e outros o seguirão. Sabemos que nosso cérebro trabalha por padrões de repetição, por isso é tão mais fácil repetir que criar novas ideais ou resultados. Sem falarmos do fator genético, que em uma sociedade consumista, onde todos querem criar “vencedores”, jamais perdedores e o fato de você não possuir é um fator de fracasso e preconceito para muitos.

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O fator que mais nos preocupa é o avanço do neurotecnologia e a questão: - Será que um dia seremos capazes de "melhorar" os seres humanos. O que será das futuras gerações? Outro perigo é o consumo das drogas para o cérebro, para que o mesmo se torne mais inteligente, para que o homem tenha melhor desempenho sexual (Viagras e afins), drogas para todo tipo de reação que o ser humano queira ter em determinadas situações. Estamos criando robôs, monstros ou super heróis? São medicamentos para combater a timidez, esquecimento, sonolência, stress e uma gama de situações que muitas vezes são provenientes do stress e da cobrança constante de uma sociedade que “fabrica vencedores”, onde não se é permitido o fracasso de forma alguma.

2.4 - Pontos de discussão Moléculas conhecidas como ampaquinas (AMPA) se ligam a células nervosas e proteínas chamadas receptores, que servem para amplificar a transmissão de sinais de uma célula nervosa para outra, amplificando o efeito da aprendizagem. E se o esquecimento, a xenofobia, hiperatividade e uma série de excentricidades que compõem o caráter de uma pessoa se tornar traços opcionais ao invés das inevitáveis, as pessoas estarão mais inclinados a discriminar os portadores dessas características? E onde fica a livre escolha do ser humano, sua liberdade de expressão, liberdade de ir e vir? Muitas descobertas da neurociência podem ter profundas implicações legais. Supomos que a maioria dos tribunais começarem a aceitar uma alegação de

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insanidade como defesa em casos criminais, como isso poderá ser provado realmente?. Se há uma propensão para a agressão ou violência é isso for mostrado no cérebro, um advogado pode argumentar que seu cliente não poderia controlar seus impulsos violentos. Os tribunais teriam que aceitar exames de imagens do cérebro como prova de defesa, o que mostraria que um indivíduo não é culpado de um crime que cometeu. Isso é uma situação que nos remete a reflexão sobre conceitos que devem ser muito bem examinados em vários pontos de vista. Onde estão as limitações das pesquisas em neurociência? Podemos realmente contar com a nossa idéia intuitiva em nossa mente? Que impacto pode ter o domínio e entendimento completo do cérebro em nossas vidas cotidianas? Figura 1 – Seu cérebro nas mãos de qualquer um?

Quem gostaria de saber que seu cérebro pode estar nas mãos de qualquer pessoa, menos nas suas?

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RESUMO DO CAPÍTULO

O papel da neurociência é investigar o processo de como o cérebro aprende e lembra, como reage às recompensas, as punições, ao que vê, sente, as cores, aos aromas, etc. com a finalidade de estabelecer relações entre o cérebro, aprendizagem, emoção, reações, consumo, etc. O cérebro reage constantemente aos estímulos ambientais, levando os neurônios a fazerem constantes novas sinapses, tornando-o mais intenso, processando mais informações, tornando-se mais alerta em relação à atenção, memória, linguagem, leitura, emoção, entre outras, mais investigativo e porque não, mais inteligente. Aprendizagem, memória e emoções ficam interligadas quando são estimuladas pelo processo de Aprendizagem e novas descobertas, trazendo estas, novas sensações ao cérebro. É percebido que esta fonte não se esgota, ao contrário, se renova, aumenta e melhora com as novas descobertas feitas pela neurociência. Sabe-se que não adianta “ser mais inteligente” se não estimular mais o cérebro, pois são os estímulos que fazem toda a diferença em nossos comportamentos, decisões, avaliações, julgamentos, etc. Nosso cérebro ainda responde aos instintos primitivos. Portanto, ainda é necessário criar pontes entre a neurociência, a prática, a educação, a ciência do comportamento humano em relação aos estímulos diversos recebidos o tempo inteiro.

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Somente depois de descobrirmos tudo isso, entenderemos quem realmente somos e porque reagimos como reagirmos a algumas situações e muitas vezes não sabemos explicar. Mas, onde fica a questão ética? Onde fica o livre-arbítrio? Seremos seres manipulados futuramente? Estas questões somente o tempo poderá responder.

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