Semana de Mordomia DEZEMBRO DE 2017

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Semana de Mordomia 2-9 DE DEZEMBRO DE 2017

Parceiros na Sua

MISSĂƒO


Parceiros na Sua

MISSÃO Índice

1—Parceiros na Missão de Deus 2—Doadores em Todas as Épocas 5—Parceiros sem usar Palavras 8—A Caridade Começa No Lar 10—Colocando Os Óculos De Deus 12—Parceiros de Aventais e Lenços 15—Quem Sabe Quanto Tempo? 17—Parceiros com os nossos Próprios Bens 20—Uma Vida De Permanência


Parceiros na Missão de Deus por Paminus Machamire A primeira vez que ouvi falar sobre Envolvimento Total dos Membros (ETM), pensei que este estava limitado a ganhar almas para Cristo. Retirei lições maravilhosas depois de analisar bem o tópico do corpo humano. Tal como a igreja, o corpo tem muitos membros com funções diferentes, os quais trabalham para o bem comum. Semelhantemente, o ETM não está limitado a testemunhar, mas inclui o apoio prestado à missão, tanto financeiro como de outras formas. Consideremos seis dos onze aparelhos principais do corpo humano: 1. O aparelho circulatório bombeia sangue de e para o coração, para fornecimento de oxigénio e nutrientes aos diversos órgãos e células do corpo, através do coração, artérias e veias. 2. O aparelho digestivo processa os alimentos e fornece nutrientes ao sangue para serem espalhados pelas células em todo o corpo. 3. O aparelho exócrino é composto pela pele, cabelo, unhas e transpiração, todos os quais ajudam a arrefecer o corpo. 4. O sistema imunitário defende o corpo contra as doenças. 5. O aparelho respiratório é composto pelos pulmões e traqueia, sendo responsável pela respiração. 6. O sistema esquelético é composto pelos ossos, cuja responsabilidade principal é servir de estrutura de suporte do corpo e dos seus órgãos. Os aparelhos do corpo humano desempenham as suas funções fielmente, para bem do corpo inteiro. Semelhantemente, o Senhor espera que os membros da igreja trabalhem em equipa, para o bem da missão. O Senhor tem concedido generosamente

tempo, talentos, o corpo e recursos a todas as pessoas, para serem usados na Sua vinha. Ricas bênçãos aguardam aqueles que desempenham de bom grado as responsabilidades que Deus lhes confiou. 1. Raabe, a prostituta de Jericó, abriu as suas portas aos espias e acabou por se salvar a si própria e a toda a sua família (Josué 6:23). 2. A viúva de Sarepta deu alojamento e alimento a Elias. Em consequência, recebeu diariamente mantimento do Senhor durante os anos de fome (1 Reis 17:14). 3. A mulher Sunamita recebeu Eliseu e acabou por ser abençoada com um filho (2 Reis 4:16). 4. Na sua pobreza, Maria e José aceitaram humildemente a responsabilidade divina de serem pais do Filho de Deus. Numa altura crítica, Deus enviou reis magos do oriente com oferendas que os sustentaram durante a sua permanência no Egito. Ao invés de focar a sua atenção nos seus recursos, estes fiéis mordomos olharam para Deus. Ao apoiarem a Sua causa, foram ricamente abençoados. Hoje, Deus deseja usar-nos para promovermos a Sua causa de uma maneira ou outra. Em Filipos, Lídia fez o convite a Paulo e Silas, “Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa e ficai ali” (Atos 16:14–15). Em Corinto, Áquila e Priscila alojaram Paulo e Silas (Atos 18) e mais tarde fizeram da sua casa uma igreja para os santos (1 Cor. 16:19). Se nos comprometermos de boa vontade a nós próprios e aos nossos bens, tornar-nos-emos canais das bênçãos de Deus na igreja e na comunidade. Verdadeiramente, isto é ETM.

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Dia Mundial da Mordomia Sábado, 2 de Dezembro

Doadores em Todas as Épocas por Aniel Barbe

Introdução Existem alturas na vida em que estamos mais predispostos a dar do que outras. Quando nos sentimos abençoados ou recebemos abundantemente, a propensão para dar é normalmente maior. Todavia, quando temos pouco dinheiro e os desafios e obrigações são muitos, podemos hesitar em dar ao Senhor e aos outros. Em Provérbios 21:26b, Salomão estabelece o ideal para os crentes de ofertarem constantemente, em todas as épocas: “o justo dá, e nada retém.” Há um grupo de crentes, os macedónios, que adotaram o ideal de doar em todas as épocas. Como é que conseguiram fazer isto e como é que doavam? (Oração)

Parte I: A Necessidade de uma Coleta Geral Juntamente com o seu ministério de pregação, o apóstolo Paulo organizou uma iniciativa de coleta em toda a igreja Cristã. Podemos encontrar alguns detalhes em 1 Coríntios 16:1 e 16:3. “Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós, também, o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia.” “E, quando tiver chegado, mandarei os que por cartas aprovardes, para levar a vossa dádiva a Jerusalém.” Os Cristãos de origem Judaica enfrentavam um grave desafio. Havia uma fome severa na região ao redor de Jerusalém na Judeia. Lemos em Atos 11:27-30: “E naqueles dias, desceram profetas de Jerusalém para Antioquia. 28 E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. 29 E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judeia.” A coleta teve como objetivo levar auxílio ao povo de Deus na Judeia, o qual estava a sofrer. Apesar do Apóstolo Paulo se apresentar como o apóstolo dos gentios, ele estava deveras

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preocupado e desejava levar auxílio aos Cristãos de origem Judaica. Este é um exemplo de solidariedade; a Igreja Primitiva estava unida não somente na Palavra, mas também no cuidado uns pelos outros, que ultrapassava os limites culturais e fronteiras nacionais. Esta prática está em contraste com a tendência entre alguns de ser generosos e apoiar apenas aqueles que se encontram próximo, a quem podem ver e de quem podem beneficiar. Esta era generosidade sem motivação egoísta. Uma análise mais profunda de Atos 11:27-30 mostra-nos que a coleta não era apenas para fins de auxílio. A fome não estava a ser sentida só em Jerusalém, na Judeia, mas espalhava-se por “todo o mundo,” muito provavelmente em todo o Império Romano. Havia necessidade de auxílio em todo o território, mas Paulo pediu de forma específica para a igreja em Jerusalém. Qual teria sido o motivo? O papel da Igreja em Jerusalém, como igreja mãe, pode explicar esta consideração especial. A Igreja em Jerusalém desempenhava um papel espiritual, administrativo e missionário vital na Igreja Cristã inicial. Portanto, as contribuições de todas as igrejas para Jerusalém não eram apenas para prestar auxílio numa altura de necessidade, mas também para garantir que a Igreja em Jerusalém pudesse realizar a missão que lhe foi dada por Deus de desempenhar a função de igreja dirigente.

A Igreja Primitiva estava unida não somente na Palavra, mas também no cuidado uns pelos outros, que ultrapassava os limites culturais e fronteiras nacionais.

Podemos, semelhantemente, ter uma obrigação dupla na administração dos recursos que Deus nos concede: cuidar dos necessitados e apoiar o avanço da obra de Deus. Muitos são privilegiados por não viverem em lugares onde há fome, mas


haverá sempre pobres e necessitados (Mat. 28:14; Mar. 14:7). Um autor desconhecido escreveu as palavras seguintes sobre a nossa responsabilidade social: “Se o nosso Cristianismo estiver somente na mente e não nas mãos, então não vale muito.” É também evidente que “Deus tem colocado nas mãos dos Seus servos os meios para o avanço da Sua obra nas missões locais e estrangeiras” (The Review and Herald, 23 de dezembro de 1890). Lemos em 2 Coríntios 8:10b sobre a primeira resposta da Igreja em Corinto ao apelo de Paulo, “Desde o ano passado começastes; e não foi só praticar, mas, também, querer”. Todavia, a passagem to tempo parece ter diminuído a disposição dos Coríntios para darem ofertas. Em 2 Coríntios 9:3-5, Paulo expressa alguma preocupação com respeito à boa vontade da Igreja para a coleta seguinte. Não sabemos exatamente o que aconteceu entretanto. O facto é que a mudança de ano ou estação deu origem a uma mudança na disposição dos crentes de darem ofertas para a Igreja em Jerusalém. Paulo está aqui a suplicar para que estes sejam doadores em todas as épocas. Como é que deixamos de ser doadores emocionais, ocasionais ou circunstanciais para nos tornarmos doadores contínuos, sistemáticos?

Parte II: A Graça de Deus Como forma de impulsionar a motivação da Igreja em Corinto, em vez de fazer um apelo, Paulo partilha o exemplo estabelecido pelos macedónios e o poder da doação em todas as épocas. Por vezes os testemunhos e exemplos falam mais alto do que os sermões e apelos. É esta a fundamentação lógica por trás das histórias da Carta Missionária. Lemos em 2 Coríntios 8:1: “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus, dada às igrejas da Macedónia.” Macedónia estava situada na região norte da Grécia atual. Paulo tinha estabelecido igrejas nas cidades Macedónias de Filipos, Tessalónica e Bereia. O tema principal desta secção é a generosidade das igrejas da Macedónia. É interessante que Paulo inicia com aquilo que receberam, “a graça de Deus,” não com aquilo que deram. Paulo está a dizer aos coríntios que os macedónios são beneficiários da graça de Deus, das dádivas de Deus. O que receberam eles como dádivas de Deus? Receberam alguns bens materiais que explicam a sua generosidade? Não necessariamente. A dádiva que receberam é, primeiramente, um espírito doador, o espírito de generosidade e liberalidade. Os seres humanos caídos são naturalmente egocêntricos e egoístas, independentemente da abundância dos seus recursos. O diabo está tão certo desta realidade que ele ousou fazer esta pergunta a Deus acerca do famoso patriarca em Jó 1:9, “Porventura teme Jó a Deus debalde?” Temos tendência a fazer coisas pelo benefício; para obter ou conservar algo. Os macedónios deram livremente não porque eram doadores “super-heróis” mas porque Deus lhes concedeu a capacidade para tal, esta era a Sua graça para eles. Foi a mesma graça que tornou Zaqueu no homem mais

generoso em Jericó. Deus concede-nos o poder para doarmos. É igualmente importante notar que a mesma palavra “graça” é usada para descrever a dádiva, doação ou contribuição dada pelos macedónios (2 Cor. 8:6,7; 2 Cor. 9:8; 1 Cor. 16:3). A graça de Deus é necessária se desejamos ser uma fonte de graça para os outros. A oportunidade de dar, a propensão para dar e a doação em si são todos dons da graça de Deus. A fim de ajudar os seus leitores a avaliarem o efeito da graça de Deus nos macedónios, Paulo descreve a experiência providencial pela qual estes crentes passaram. Lemos em 2 Coríntios 8:2, “Como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade.” Esta passagem baseia-se em dois contrastes maravilhosos. Primeiro, a grande prova é uma referência à perseguição que os macedónios sofreram por causa da sua fé. Alude à perseguição do povo de Deus pelo mundo. Em vez de se entregarem ao desespero por causa das suas circunstâncias, eles desfrutavam da felicidade em abundância. É este o poder da graça de Deus. Segundo, a prova levou os macedónios a uma “pobreza profunda” que significa literalmente a “mais profunda pobreza.” É bem conhecido que a Macedónia era uma região rica e próspera no império Romano. Neste contexto, a pobreza dos crentes da Macedónia era ainda mais difícil de suportar. Todavia, de acordo com Paulo, apesar da sua falta de recursos, os macedónios eram ricos em generosidade. É este o poder da graça de Deus.

Como é que deixamos de ser doadores emocionais, ocasionais ou circunstanciais para nos tornarmos doadores contínuos, sistemáticos?

Qual era o motivo da sua alegria? Lemos em Atos 20:35, “E recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.” Há alegria em dar. Um estudo recente realizado por seis cientistas da Universidade de Zurique (Nature Communications, 11 de julho de 2017) demonstrou que existe uma correlação direta entre a generosidade e a alegria. O IRM dos participantes que estavam a fazer planos de doar mostrava que a região do cérebro associada à alegria estava mais ativa do que no outro grupo que não tinha tomado a decisão de dar. Por outro lado, o povo em Corinto estava com dificuldade de continuar a dar. Os ensinos de Paulo sobre “a graça de Deus” representam uma fonte de encorajamento para todos os crentes. Ele admite que é de certa forma normal nem sempre nos sentirmos bem a dar. Ser generoso não está em sintonia com a nossa natureza humana. A graça de Deus tinha transformado os macedónios pobres e perseguidos em doadores felizes e liberais. O poder de dar em todas as épocas é real e eficaz.

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A graça que estava ativa entre os macedónios é acessível a cada um de nós. Paulo escreveu estas palavras em Efésios 4:7, “Mas a graça foi dada, a cada um de nós, segundo a medida do dom de Cristo.” Cristo pagou o preço completo pelo dom da graça. Como é que podemos ter acesso a esta graça? Lemos em 2 Coríntios 8:5, “E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram, primeiramente ao Senhor, e, depois, a nós, pela vontade de Deus.” Os macedónios primeiro submeteram-se à autoridade e cuidado de Deus. Por conseguinte tornaram-se capazes de realizar a vontade de Deus, o Grande Doador. Ellen White descreve a fonte do poder doador dos macedónios nas palavras seguintes: “A voluntariedade em sacrificar da parte dos crentes macedónios era consequência de sua inteira consagração” (Atos dos Apóstolos, p.239). Quando nos consagramos completamente a Deus, Ele derrota o egoísmo que há em nós.

Eles não reclamavam por causa de mais um apelo, mas viam a situação como mais uma oportunidade para se associarem a Deus.

Parte III: O modelo macedónio de doar Depois de falar sobre o poder de doação que os macedónios receberam de Deus, Paulo apresenta detalhes de como eles davam. Isto é apresentado como o ideal para os crentes em Corinto e para os crentes em todas as gerações. Lemos em 2 Coríntios 8:3, 4 “Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico), e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos, com muitos rogos, a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos.”

Segundo a sua capacidade Eles avaliaram as suas doações não em termos do valor dado mas com base no que tinham recebido. Eles não se compararam aos outros com relação às suas ofertas. Quando outros dão grandes somas, podemos concluir que não é importante nós darmos as nossas ofertas. Quando outros dão montantes pequenos, podemos pensar que estamos a dar demais. Quando entramos no jogo da comparação, acabamos por dar menos do que somos verdadeiramente capazes. Somos orientados a calcular as nossas ofertas em base de proporção, como percentagem dos nossos rendimentos.

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Acima da sua capacidade Eles não deram depois de satisfazerem as suas necessidades. Não foi daquilo que lhes restou. É improvável até que lhes tivesse restado qualquer coisa! Eles deram ofertas de sacrifício, não daquilo que não precisavam. Ellen White motiva esta atitude nos Cristãos: “A ausência de sacrifício próprio nos Seus seguidores professos, Deus considera como negação do nome de Cristão. Aqueles que professam ser um com Cristo, e acariciam os seus desejos egoístas de roupas, mobiliário e alimentos opulentos e dispendiosos, são Cristão apenas no nome. Ser Cristão é ser semelhante a Cristo.” (Review & Herald, 13 de outubro de 1896). A fim desta afirmação ser relevante nos dias de hoje, pode ser que tenhamos de adicionar algumas outras coisas à lista para além do vestuário, mobília e alimentos. O segredo de dar “acima da nossa capacidade” é colocar as ofertas em primeiro lugar na nossa lista de despesas e usar um orçamento pessoal ou familiar.

Voluntariamente Dar é o resultado de uma escolha, uma decisão. Não é feito pela compulsão ou baseado em emoções. É errado pensar que uma oferta voluntária significa que é aceitável o crente decidir não dar. A oferta voluntária significa dar uma proporção dos nossos rendimentos de acordo com a motivação de um coração reavivado. Não deve ser por pressão.

Apelo para participação Os macedónios consideravam dar como um privilégio que não podiam perder. Eles não reclamavam por causa de mais um apelo, mas viam a situação como mais uma oportunidade para se associarem a Deus.

Conclusão Ser um doador em todas as épocas não é algo natural para os seres humanos. Contudo, é o padrão para aqueles que já experimentaram a justiça de Cristo: “o justo dá, e nada retém.” Deus concede a graça de doar àqueles que se submetem à Sua orientação. Tal como os macedónios, nós também podemos ser transformados em doadores generosos e felizes.


Semana de Mordomia Domingo, 3 de Dezembro

Parceiros sem usar Palavras por Aniel Barbe

Introdução Quem recebeu o mandato de cumprir a missão de Deus? Ao responder a esta pergunta, pensamos naturalmente naqueles que têm a capacidade de pregar, ensinar e falar. Afinal, a missão é descrita como proclamação, e a capacidade verbal é considerada essencial à sua execução. A história de um herói desconhecido irá mostrar-nos que podemos ser parceiros de Deus sem usarmos as nossas vozes, desempenhando um papel essencial e eficaz na concretização da Sua missão. Iremos refletir sobre o valor dos ministérios que não dão lugar primordial à utilização de palavras e às condições necessárias para a sua eficácia. (Oração)

1ª Parte: Guiando Pessoas à Intimidade O livro de Êxodo é muito importante, uma vez que nele estão registados os 10 Mandamentos, no capítulo 20. Todavia, a secção maior do livro (capítulos 25–40) fala da adoração. Deus deixou instruções detalhadas sobre a criação das melhores condições de adoração pelo Seu povo. O texto base para a nossa meditação, Êxodo 31:1–11, é retirado desta secção. Houve um elemento central na experiência de adoração de Israel. Lemos em Êxodo 25:8, 9: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis.” Antes de guiar Israel até à terra prometida, o primeiro propósito de Deus foi estar com o Seu povo. O relacionamento e intimidade sempre foram o desejo de Deus para o Seu povo. Quando Jesus veio a este mundo, Ele era Deus connosco. Quando Ele escolheu os discípulos, o Seu propósito principal foi para que estivessem com Ele (Marcos 3:14). Esta intimidade também é característica essencial da mensagem da Sua segunda vinda. “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o

Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o Seu Deus” (Apocalipse 21:3-4). O elemento supremo da missão de Deus é a intimidade entre a humanidade e a divindade para toda a eternidade. Durante o êxodo, Israel teve que construir uma “miskhan,” a tenda da congregação, no deserto para Deus “shakhan” ou “habitar” nela. Isto eles fizeram como nação. Cada israelita participou na construção da tenda, através dos seus dons e ofertas. Esta é uma forma de parceria sem usar palavras. A mesma missão é dada ao Seu povo em todas as gerações – levar tantas pessoas quanto possível a terem um relacionamento íntimo com Deus e preparar um povo para o encontro final com Ele. Ao aprendermos sobre a experiência da construção da tenda no deserto, podemos realizar de forma eficaz a nossa missão hoje. Nesta meditação iremos concentrar a nossa atenção num grupo especial de homens que fizeram a sua parte sem terem que usar as suas vozes.

2ª Parte: Chamados por Deus Êxodo 31:1–11 fala sobre os artesãos que controlaram e construíram a tenda e o seu mobiliário. No primeiro verso Deus apresenta o Seu artesão mestre a Moisés. “Depois, falou o Senhor a Moisés, dizendo: Eis que eu tenho chamado por nome a Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá …’” (Êxodo 31:1). Os assistentes são mencionados em Êxodo 31:6. “Eis que eu tenho posto com ele a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado sabedoria ao coração de todo aquele que é sábio de coração, para que façam tudo o

Esta passagem testifica que Deus não escolhe somente profetas, sacerdotes, mestres e juízes, mas também artesãos para criar as condições sob as quais as pessoas podem aproximar-se mais dEle.

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que tenho ordenado.” Estas palavras descrevem a tarefa destes homens, cujo instrumento principal era a sua perícia, não discursos, palavras e vozes. Deus informou Moisés que, apesar de ele ser o líder escolhido de Israel, não seria ele que construiria o local principal de adoração, a tenda da congregação. Deus deu esta tarefa a outros, a alguns que eram menos conhecidos. O facto de Deus ter informado Moisés sobre as linhagens dos dois artesãos mostra que eles ainda não eram conhecidos. Moisés, tal como muitos dos líderes, podem ter, por vezes, sofrido da síndrome “faz tudo.” A instrução de Deus sobre os construtores do tabernáculo era um eco do conselho sobre a distribuição de responsabilidade que lhe foi dada por Jetro, o seu sogro. Por vezes pensamos ser mais fácil e mais prático centralizar as tarefas e ministérios da igreja e entregá-los a poucas pessoas. Escolhemos pessoas com quem já trabalhámos e que se mostraram eficientes e confiáveis. Todavia, Ellen White fala sobre a deficiência desta prática: “Entre aqueles que não estão dispostos a realizar tudo sozinhos, ainda existe uma fraqueza, a tendência de depender somente em pessoas com talentos e aptidões desenvolvidos. Delegam responsabilidades a pessoas que já são capazes. Nenhum tempo é investido no ‘desenvolvimento e crescimento’ dos talentos. Os trabalhadores continuam a ser poucos” (RH, 27 de junho de 1912). Esta prática priva a igreja dos muitos recursos que Deus providenciou e impede os

Deus capacita aqueles que se associam a Ele sem usarem palavras quando estes elevam a Palavra Viva e se alimentam dela.

indivíduos de viverem o propósito que lhes foi dado por Deus. Uma tarefa importante da liderança é “combinar as forças e vigor de todos os que podem alistar-se como ajudadores. Podem assim realizar grandes esforços para o seu Mestre” (ibid). Esta passagem também testifica que Deus não escolhe somente profetas, sacerdotes, mestres e juízes, mas também artesãos para criar as condições sob as quais as pessoas podem aproximar-se mais dEle. Deus chamou Bezalel, o artesão mestre, pelo seu nome, da mesma forma que chamou Moisés (Êxodo 3:4; Êxodo 33:12), Samuel (1 Samuel 3:10), Ciro (Isaías 45:3,4) e outros líderes religiosos, políticos e militares. A natureza do trabalho pode ser diferente mas o chamado provém do mesmo Deus. Não existe hierarquia nos diversos chamados para os ministérios da igreja. A tendência prevalecente na sociedade de menosprezar as atividades manuais não é justificável na igreja de Deus. Como é que apreciamos o nosso ministério quando este não envolve pregação, instrução ou liderança? Pensamos que é de importância inferior?

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3ª Parte: Capacitados por Deus Ao descrever as competências de Bezalel, Deus queria tranquilizar Moisés acerca da suficiência da Sua escolha. Lemos em Êxodo 31:3, “E o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, de entendimento e de ciência, em todo o artifício.” Espera-se que um artista ou artesão tenha entendimento, conhecimento e perícias. Contudo, para além de ter estas qualidades essenciais, Bezalel, o artista e artesão, era também uma pessoa cheia de sabedoria e do espírito. Estas foram apresentadas como as suas primeiras qualidades. O Espírito de Deus, “Ruach Elohim,” é uma referência ao Espírito de Deus que pairava sobre as águas no início da semana da criação. O Espírito participou na formação do que era sem forma e no preenchimento do que era vazio. É o mesmo Espírito que dá a um crente “a palavra da sabedoria; e a outro, a palavra da ciência …, a outro, a fé …, e a outro os dons de curar …, a outro a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação de línguas.” Dotado pelo mesmo Espírito, Bezalel poderia indubitavelmente realizar o trabalho a ser feito. É verdade que muitos artesãos e artistas são capazes de fazer o seu trabalho sem a influência direta do Espírito. Mas, desde que todos os ministérios da igreja são de natureza espiritual, neste contexto específico, o Espírito é fundamentalmente necessário. Somos nós inclinados a minimizar a importância de sermos cheios do Espírito quando servimos em qualquer tipo de ministério na Igreja? Lembremo-nos que os diáconos selecionados para garantir a distribuição justa dos alimentos na Igreja Primitiva não precisavam de ser principalmente bons a matemática ou grandes gerentes de hospitalidade, mas deveriam estar “cheios do Espírito” (Atos 6:3). Os critérios de uma espiritualidade elevada devem aplicar-se não somente à seleção de pregadores ou instrutores, mas sempre que escolhemos pessoas para estarem envolvidas nos ministérios da igreja. Como corista, técnico de som ou coordenador da plataforma, podem ter dons naturais ou podem ter adquirido algumas perícias técnicas, mas estar “cheio do Espírito” é o critério principal para um ministério que é agradável Àquele que vos chama. Deus deseja enchê-lo(a) com o Seu Espírito de criatividade santificada: batam, busquem, peçam e receberão. Para além do Espírito, Deus menciona a sabedoria que concedeu a Bezalel. Ele tinha o discernimento de saber e fazer o que era correto. Se Bezalel vivesse durante a nossa geração, ele teria recebido milhares de “gostos” e seguidores no Facebook, Twitter e outras redes sociais. Em muitas situações, os trabalhos artísticos falam mais alto do que mil palavras. Lamentavelmente, a popularidade e o sucesso tem levado muitos a cometerem erros morais. Em contraste, Bezalel era um artista com elevados padrões espirituais. Ele não considerava estar acima da lei de Deus. Como é que poderia estar tão cheio da sabedoria divina? Provérbios 9:10 apresenta uma resposta correta: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e a


ciência do Santo a prudência.” O temor do Senhor era a fonte da sua sabedoria. Temer ao Senhor é respeitar e sujeitar-se a Deus e não tentar agir como ídolo de outros e de si mesmo. Outra fonte de sabedoria é “o conhecimento do Santo.” Apesar de Bezalel não estar directamente envolvido no ministério da instrução ou pregação, ele encheu-se com o conhecimento de Deus. Ellen White confirma o relacionamento entre o estudo da Palavra de Deus e a sabedoria. “O esforço para aprender as grandes verdades da revelação, comunica frescor e vigor a todas as faculdades. Expande a mente, aguça a perceção, amadurece

Os parceiros eficazes sem palavras são aqueles que sujeitam a sua imaginação e criatividade ao controlo e orientação de Deus. Eles obedecem escrupulosamente ao modelo estabelecido pelo Arquiteto Divino.

o juízo” (O Grande Conflito, p. 94). Deus capacita aqueles que se associam a Ele sem usarem palavras quando estes elevam a Palavra Viva e se alimentam dela.

4ª Parte: Parceiros à Sombra de Deus Uma característica essencial dos parceiros de Deus sem voz é captada no nome de Bezalel. O seu nome significa literalmente “à Sombra de El”. A pessoa com este nome deve estar sob a influência de Deus, perto dEle e sob a Sua protecção. Bezalel não estava apenas a ajudar a construir a tenda onde outros poderiam comungar com Deus, mas encontrou a sua identidade num relacionamento íntimo com Deus. A sombra tem outra característica interessante. O objeto ou pessoa à qual está ligada decide a direção a tomar e esta segue fielmente. Quando uma pessoa se muda para a direita ou esquerda, para frente ou para trás, a sua sombra faz imediatamente o mesmo. Esta prontidão em seguir instruções era esperada

dos artesãos e artistas que trabalhavam na construção da tenda. “Farão conforme a tudo o que tenho mandado” (Êxodo 31:11). Os artistas e artesãos são conhecidos pela sua imaginação fértil, grande criatividade e capacidade de improvisação. Alguns deles defendem a sua peculiaridade ou espírito rebelde ao afirmar: “Sou artista.” Os parceiros eficazes sem palavras são aqueles que sujeitam a sua imaginação e criatividade ao controlo e orientação de Deus. Eles obedecem escrupulosamente ao modelo estabelecido pelo Arquiteto Divino. Todos temos a nossa forma pessoal de fazer as coisas. Somos artistas da nossa própria maneira e no nosso tempo. A singularidade de todos e diversidade resultante não devem ser reprimidas e sim afirmadas e valorizadas. Contudo, isto tem o potencial de criar conflito e afetar o avanço da missão de Deus. Lamentavelmente, é esta a situação que prevalece em muitas igrejas. Certamente que existia o mesmo risco entre Bezalel, Aoliabe e os outros artesãos ocupados com a construção da tenda e respetivo mobiliário, assim como as vestes dos sacerdotes, mas a situação foi superada. O resultado foi uma obra-prima no deserto. As fricções podem ser mantidas sob controlo ou podem até tornar-se fricções saudáveis quando todos aderem com sinceridade ao princípio de estarem na sombra de Deus, cultivando a intimidade pessoal com Ele e submetendo-se totalmente às Suas instruções.

Conclusão Nem todos são chamados para ser parceiros de Deus utilizando as suas vozes, discursos e palavras. A missão de Deus é muito mais ampla do que uma exposição verbal da verdade. Evangelismo é mais do que simplesmente colocar um homem ou uma mulher por trás do púlpito. Deus escolheu que alguns sejam parceiros sem usar palavras. São necessários tanto os parceiros com palavras como os parceiros sem palavras para o envolvimento total dos membros se tornar uma realidade. Deus concede o Seu Espírito e sabedoria a todos os Seus parceiros sem fazer distinção. Os parceiros eficazes são aqueles cujo relacionamento com Ele cresce e estão dispostos a obedecer às Suas instruções.

Aprofundamento •

Mencione algumas formas de ser parceiro(a) na missão de Deus sem usar palavras.

Como é que podemos motivar e fortalecer aqueles que são parceiros sem palavras?

Se pensa que foi chamado(a) para ser parceiro(a) sem palavras, como é que pode melhorar a sua eficácia?

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Semana de Mordomia Segunda-feira, 4 de Dezembro

A Caridade Começa No Lar por Mundia Liywalii

Introdução Nenhuma sociedade ou instituição pode sobreviver sem lares, nem as maiores distinções fora do lar podem mudar uma imagem manchada no lar, da mesma forma que as maiores calúnias não conseguem manchar a reputação de um lar exemplar. Uma sociedade que não seja construída no lar não tem futuro. A beleza das sociedades, a força das nações deve ser sempre creditada à influência do lar. Nenhum indivíduo pode chegar a nível mais elevado daquele que ocupa no lar. Ellen G. White entendia a importância do lar na salvação das almas quando escreveu, “A restauração e reerguimento da humanidade começam no lar. A obra dos pais é a base de toda outra obra. A sociedade compõe-se de famílias, e é o que a façam os chefes de família. Do coração ‘procedem as saídas da vida’ (Provérbios 4:23); e o coração da comunidade, da igreja e da nação é o lar. A felicidade da sociedade, o êxito da igreja e a prosperidade da nação dependem das influências domésticas” A Ciência do Bom Viver, 349. Uma vez que muitas coisas giram em torno do lar, a parceria com Deus para terminar a Sua obra não pode ocorrer sem o envolvimento do lar. Serão usados cinco exemplos da Bíblica para mostrar a influência do lar.

1. O Lar Molda Líderes Ao descrever as competências dos anciãos ou bispos, Paulo declarou que um ancião deve ser alguém, “Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia; porque se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?” (1 Timóteo 3:4–5) O lar cria ou destrói um líder. As qualidades de um bom líder são vistas no lar antes de serem vistas em público. O motivo pelo qual muitos falham na área da liderança é porque tentam

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ser fora do lar aquilo que não são dentro deste. Ser uma boa pessoa fora do lar enquanto se é um tirano em casa não é ser bom. Existem muitas pessoas que podem ser consideradas santas por aqueles que encontram em praças públicas, mas são como irmãos gémeos de Satanás (se tal fosse possível) para aqueles que vivem com eles. É por isto que podemos afirmar seguramente que a “Caridade começa no lar.” A Bíblia faz alusão à importância central do lar na formação da sociedade e financiamento da obra de Deus.

Lar, doce lar – é triste dizer que este pode ser o centro de recrutamento do céu ou do inferno.

2. Salomão Conhecia O Poder Da Religião No Lar “Instrui ao menino no caminho onde deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6). Este, o mais sábio dos reis da antiguidade, senão mesmo de todos os reis, conhecia a influência da religião no lar. É no lar que são moldados os santos e produzidos os pecadores. Pode ser afirmado que o lar é o centro, tanto do céu como do inferno. Se o lar é assim tão crítico, então qualquer que seja a estratégia que usamos para alcançar o mundo, este deve ser aperfeiçoada no lar. A maioria dos adultos que causam problemas à sociedade podem remontar a sua situação atual à sua educação no lar. Podemos dizer com certeza aqui que a “Caridade começa no lar.”

3. O Lar Estabelece A Fundação Para O Futuro Paulo escreveu o seguinte com relação a Timóteo, “E que, desde


a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.” 2 Timóteo 3:15. Timóteo foi o que foi para Paulo e para a igreja por causa daquilo que aprendeu no lar. O sucesso das suas realizações foram fruto do trabalho realizado na obscuridade pela sua avó e pela sua mãe. Se estas mulheres tivessem fracassado no seu dever com relação à educação de Timóteo, a sociedade teria sido privada do exemplo piedoso que Timóteo deixou. Podemos certamente dizer a seu respeito, “a Caridade começa no lar.”

4. A Fidelidade, Ou A Falta Dela, Começam No Lar No capítulo 5 de Atos, observamos o sol poente a recair sobre Safira e seu marido Ananias. A decisão de vender a propriedade e dar o rendimento à igreja foi tomada no lar. Lamentavelmente, a decisão de não entregar tudo para a causa de Deus também foi tomada no lar. Foi no lar de Ananias e Safira que o Espírito Santo os tocou para que apoiassem a causa de Deus e foi no mesmo lar que o diabo derrubou este plano. Sim, é no lar que a luta entre o bem e o mal é travada. É no lar que são formados santos e pecadores. Lar, doce lar – é triste dizer que este pode ser o centro de recrutamento do céu ou do inferno. Os bebés nascem inocentes e, no lar, podem tornar-se criminosos. No lar, uma pessoa insignificante pode vir a ser alguém. No lar, alguns são instruídos para o palácio, enquanto outros são formados para o abismo. Tudo de bom que observamos nos amigos e membros da igreja pode ser remontado ao ambiente do lar. Novamente podemos afirmar, “a Caridade começa no lar.”

5. A Generosidade Ou A Avareza São

A generosidade é planeada, aprendida e decidida no lar. A igreja é o palco onde a generosidade é demonstrada.

Aprendidas No Lar (1 Cor. 16:1–2) Paulo foi defensor do plano de ofertas do lar. Ele motivou as pessoas a planearem e implementarem o seu plano de ofertas no lar. Meus amigos, o que vemos na igreja é o resultado do que foi decidido em casa. Antes de colocarmos o nosso envelope com o dízimo no saco da coleta na igreja, a decisão já foi tomada em casa. Aquele que não dá na igreja, tomou a decisão de não dar no lar.

é um reflexo do lar. Se quiser saber o quão bondosos, fiéis, amáveis e hospitaleiros os lares são, observe o comportamento dos membros na igreja. O que somos na igreja é uma imagem do que somos nos nossos lares. Sim, podemos certamente afirmar, “a Caridade começa no lar.” Então como é que podemos tornar-nos parceiros de Deus para terminar a missão que Jesus nos deixou? Como já foi demonstrado, a generosidade não começa na igreja. A generosidade é

Quando as famílias que formam as nossas igrejas se associam a Deus, a igreja toda entra em parceria com o Mestre da missão.

planeada, aprendida e decidida no lar. A igreja é o palco onde a generosidade é demonstrada. Tal como atores que não ensaiam perante uma grande audiência, a generosidade é praticada longe de uma grande audiência—a igreja. Se a igreja quiser ser parceira de Deus para terminar a obra que Jesus nos confiou, esta parceria deve começar no lar. Aqueles que devolvem os dízimos e dão as suas ofertas fazem planos para tal e praticam no lar. Semelhantemente, aqueles que não honram a Deus com os seus recursos também não honram a Deus no lar. Qualquer estratégia que deixe de reconhecer a importância central do lar na generosidade, nunca produzirá resultados duradouros. Apelo às famílias aqui presentes e representadas hoje para que pratiquem a mordomia no lar. Apelo aos membros individuais das famílias que me ouvem agora para começarem a ser parceiros de Deus, a fim de ser terminada a missão de evangelizar o mundo. Quando as famílias que formam as nossas igrejas se associam a Deus, a igreja toda entra em parceria com o Mestre da missão.

Apelo Ao se aproximar rapidamente o fim do tempo da graça e ao continuarmos a correr contra o tempo, a caridade deve começar no lar. A caridade na forma de hospitalidade deve começar no lar. A caridade na forma de bondade deve ser observada nos nossos lares. A caridade na forma de perdão deve ser exemplificada nos nossos lares. A caridade na forma de fidelidade deve ser vivida nos nossos lares. A caridade na forma de uma vida de sacrifício e apoio à obra de Deus deve ser demonstrada no lar. Sim, a caridade na forma de parceria com Deus para terminar a missão que nos foi confiada no Monte das Oliveiras deve ser vista nos nossos lares. A pergunta que vos deixo é, “O que dizer de mim? A caridade começou no lar ou a caridade falhou no lar?”

Não podemos ter uma igreja fiel sem famílias fiéis. A igreja

Aprofundamento •

Qual é o papel dos pais e da igreja em fazer nossas casas melhores campos de treinamento para todos os aspectos da caminhada cristã, incluindo a administração?

SEMANA DE MORDOMIA (Dezembro de 2017) |Página 9


Semana de Mordomia Terça-feira, 5 de Dezembro

Colocando Os Óculos De Deus por Mundia Liywalii

Introdução: Não é fácil usar os óculos de outra pessoa. Não é fácil calçar os sapatos de outra pessoa. Mas não podemos avaliar os desafios que os outros enfrentam ou as situações que vivem se não colocarmos os seus óculos ou calçarmos os seus sapatos. A nossa tarefa para hoje é tentar usar os óculos de Deus. Os óculos são usados para a visão. É neste contexto que convido a todos os adoradores aqui que coloquem os óculos de Deus, para que possamos ver como Deus vê e dar o valor às pessoas e à vida como Deus o dá. Os seres humanos nunca conseguirão chegar perto de apreciar o valor ou a importância de uma alma até colocarem os óculos de Deus.

1. Deus Entra Em Ação (Génesis 3:15) Depois da queda de Adão e Eva, Deus foi até eles com palavras cheias de esperança. Ele sabia que alguém que já está de rastos não precisa de condenação para se levantar e caminhar. Uma pessoa dessas precisa de palavras de esperança. Alguém que está desanimado, alguém que vive em pecado, não precisa de condenação e sim de encorajamento para abandonar o passado e olhar para Jesus.

Então, colocar os óculos de Deus significa amar os seres humanos para além da nossa zona de conforto.

A Semente da mulher aqui prometida é Jesus. Era esta Semente prometida que restauraria aquilo que Adão e Eva tinham perdido. Eles perderam a comunhão aberta com Deus, mas com a promessa da Semente da mulher, a humanidade teria novamente comunhão com Deus face a face. Esta Semente deveria morrer para que eles pudessem viver. Muito antes dEle ter sido ferido na árvore do Calvário, Cristo

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aceitou o castigo pelo pecado da humanidade. Foi esta realidade que levou João a chamar Jesus o “Cordeiro, que foi morto desde a fundação do mundo” (Apo. 13:8). Ao prometer a Adão e Eva a Semente da mulher, Deus estava na realidade a estender a promessa a toda a posteridade do casal. Não admira que Jesus tenha falado a Nicodemos do amor universal de Deus.

2. O Amor De Deus É Universal (João 3:16) A universalidade do amor de Deus está expressa nas palavras “mundo” e “todo aquele.” Através destas palavras – “mundo” e “todo aquele” – Deus demonstra a abrangência dos Seus óculos. O “mundo” é mais do que uma região geográfica. Ele inclui toda a humanidade. Semelhantemente, “todo aquele” abrange toda a população do Planeta Terra e transcende a nossa visão estreita do amor de Deus, uma visão que está limitada àqueles que amamos, aos que se encontram na nossa zona económica, àqueles da nossa região e etnicidade. “Todo aquele” não diz respeito à raça ou género. O amor de Deus pela humanidade é por todas as pessoas, de todos os níveis sociais, instruídas ou iletradas, ricas ou pobres, negras ou brancas. Deus ama até mesmo aqueles que não O amam. Então, colocar os óculos de Deus significa amar os seres humanos para além da nossa zona de conforto. Significa amar os seres humanos para além da sua etnicidade e do seu género. Significa amar as pessoas o suficiente para ajudá-las, amando-as o suficiente para devolver o dízimo e ofertas para a sua salvação, amando-as o suficiente para arriscar tudo por elas, amando-as o suficiente para nos associarmos a Deus, a fim de terminarmos a obra de divulgação do evangelho para que todos – nós e eles – possamos ser salvos para o reino. “Todo aquele” indica não somente a universalidade do amor de Deus, mas também a sua preocupação com os indivíduos.


“Todo aquele que crê” significa que o amor de Deus é direcionado aos indivíduos entre todas as multidões de pessoas. Deus está tão interessado nas multidões como está interessado nos indivíduos. Onde vemos apenas multidões de pessoas, Deus vê indivíduos com os seus próprios desafios e alegrias. Então, colocar os óculos de Deus significa recursar-nos a ver os filhos de Deus como multidões incógnitas e vermos antes indivíduos abandonados numa ilha de desespero e angústia.

Quem pode calcular o valor de uma pessoa? Se quiserdes conhecê-lo, ide ao Getsémani.

Em Mateus 10:29-31, Jesus enfatiza novamente a importância de uma pessoa aos olhos de Deus. Se nenhum passarinho cai sem que Ele saiba, quão mais importante é o ser humano criado à Sua imagem? Se Deus conhece até o número de cabelos na nossa cabeça, não é isto prova de que Ele se preocupa com as pessoas individualmente? Para reiterar o valor que Ele coloca nos indivíduos, Jesus tirou tempo para pregar a uma mulher junto a um poço (João 4) e a Nicodemos durante a noite (João 3). Ser parceiro(a) de Deus para terminar a missão da igreja significa encontrar tempo para falar às pessoas individualmente. O mundo não será alcançado até que os seres humanos sejam alcançados individualmente com o evangelho da salvação. Os seres humanos devem ser amados independentemente de quem são, de onde vêm e de quanto têm. Os seres humanos, sejam eles africanos ou árabes, asiáticos ou brancos necessitam do nosso cuidado. Necessitam da nossa preocupação. Necessitam do nosso toque. Necessitam de ser alcançados com o evangelho da salvação. Isto é porque nenhuma criatura na terra é tão importante como os seres humanos. No livro Parábolas de Cristo, p. 122, Ellen White afirma, “Quem pode calcular o valor de uma pessoa? Se quiserdes conhecê-lo, ide ao Getsémani.” Ela diz no livro Beneficência Social, p. 83,

“O mundo desaparece na insignificância em comparação com o valor de uma alma. E o instrumento humano, que participa da natureza divina, amará como Cristo amou, trabalhará como Ele trabalhou.” Igreja, isto é colocar os óculos de Deus. Necessitamos de colocar os óculos de Deus como nunca antes, e isto significa amar as pessoas como Deus as ama. Significa olhar para as pessoas da mesma forma que Deus olha para elas. Significa fazer tudo o que podemos para ajudá-las a serem salvas. Se isto significa visitá-las, então a igreja que vá até elas. Se insto significa transmitir a mensagem através da televisão ou rádio, então que suportemos o pagamento destes meios. Se significa realizar companhas para alcançar as classes mais elevadas da sociedade, então que seja despendido o dinheiro para tal. Por fim amigos, colocar os óculos de Deus significa que não devemos reter nada de Deus na nossa missão de salvar almas. Se Deus não poupou o Seu único Filho para nos salvar, porque deveríamos nós reter certas coisas dEle? Se para tal forem necessárias as nossas ofertas voluntárias, então que os sacos e salvas estejam repletos. Se forem necessários dízimos e ofertas, então que ninguém seja culpado de roubo. Alguém precisa de ser salvo, mas esta pessoa só poderá ser salva se colocarmos os óculos de Deus.

Apelo É seu desejo colocar os óculos de Deus para poder começar a ver as coisas como Ele vê? Deseja colocar os óculos de Deus do sacrifício? Deseja colocar os óculos de Deus da generosidade? Deseja colocar os óculos de Deus da preocupação por aqueles que se encontram nas trevas? Deseja colocar os óculos de Deus para alcançar pessoas individualmente? Se é seu desejo associar-se a Deus para ver as pessoas pelo que são—objetos valiosos do Seu amor pelas quais Ele morreu, então levante a sua mão enquanto oramos.

Aprofundamento •

Como pode ver as coisas do jeito que Deus as vê ajudando a nos fazer administradores fiéis de recursos e a verdade confiada a nós como uma igreja?

SEMANA DE MORDOMIA (Dezembro de 2017) |Página 11


Semana de Mordomia Quarta-feira, 6 de Dezembro

Parceiros de Aventais e Lenços por Aniel Barbe

Introdução Temos todos que participar em serviços denominacionais para ajudarmos na missão de Deus? Não, podemos ser eficazes ao testemunharmos e proclamarmos a verdade enquanto realizamos as nossas atividades profissionais. Paulo, o grande missionário da Igreja Primitiva, não era alguém que poderíamos chamar hoje de evangelista profissional. Ele era fabricante profissional de tendas, e era também evangelista a tempo integral. Iremos voltar a analisar estas duas facetas da vida de Paulo: fazer tendas e trabalho missionário.

1ª Parte: Paulo, o Fabricante de Tendas Lucas faz um relato da terceira viagem missionária do Apóstolo Paulo e dá-nos um vislumbre dos milagres que ocorreram em Éfeso. Lemos em Atos 19:11,12: “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os lenços e aventais se levavam, do seu corpo, aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam.” Não nos vamos demorar nos milagres em si, mas nos instrumentos que deram origem aos milagres: lenços e aventais. Estes artigos faziam parte do vestuário normal de Paulo, aos quais os crentes tinham acesso fácil. Este vestuário era bastante diferente do que os escribas, rabis, pregadores itinerantes, mestres e filósofos usavam naqueles dias. Qual era a função principal destas duas peças de vestuário? O lenço, chamado sudaria, era usado para limpar a transpiração da testa ou do rosto e o avental, chamado semicincta, era usado pelos artesãos enquanto trabalhavam. Isto indica que Paulo estava frequentemente ocupado com atividades profissionais durante o tempo que pregou em Éfeso. O mesmo sucedeu quado visitou Tessalónica, Corinto e outros lugares. Outras passagens nas Escrituras esclarecem melhor a natureza do envolvimento profissional de Paulo. Lemos em Atos 18:1-3, “E depois disto, partiu Paulo de Atenas, e chegou a Corinto, E, achando um certo judeu, por nome Áquila, natural do Ponto,

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que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), se ajuntou com eles, e, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas.” O Apóstolo Paulo era fabricante de tendas profissional. A palavra “fabricante de tendas” traduzida normalmente alude a alguém que faz trabalhos em couro. É diferente de um tecelão. A sua cidade natal, Cilícia, era bem conhecida pelos artesãos que trabalhavam com pele de cabra. As ferramentas necessárias para este trabalho incluíam uma faca bem afiada, uma sovela (furador) e uma grande agulha curvada. Assim, ele podia movimentar facilmente o seu ofício de uma cidade para outra. Os seus clientes eram principalmente comerciantes itinerantes e militares em todo o Império Romano, uma vez que era difícil encontrar alojamento naqueles dias.

O Apóstolo Paulo era fabricante de tendas profissional e ao mesmo tempo missionário a tempo integral.

2ª Parte: O Missionário Existem muitas passagens que nos ajudam a reconhecer Paulo, o fabricante de tendas profissional, como líder missionário. Iremos permanecer em Éfeso. Está escrito em Atos 19:8–10, “E, entrando na sinagoga, falou ousadamente e por espaço de três meses, disputando e persuadindo-os acerca do reino de Deus. Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano. E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que, todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos.” De acordo com esta passagem, Paulo, o fabricante de tendas, era um mis-


sionário frequente. Ele pregou por “três meses” e depois por “dois anos.” Ele não permitiu que as dificuldades o impedissem e teve muito sucesso em toda a região.

vivam do evangelho.” Ele não queria usar “este direito” (1 Cor. 9:11) ou “estas coisas” (1 Cor. 9:15) para si próprio. Ele pregou “sem prémio” (1 Cor. 9:18).

Podemos fazer uma pergunta prática: Como é que Paulo equilibrava as suas actividades profissionais e de pregação? Em uma reunião de despedida em Mileto com os anciãos da Igreja de Éfeso, Paulo fala sobre a sua profissão e ministério durante a sua estadia em Éfeso. Lemos em Atos 20:33,34: “De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestido. Vós mesmos sabeis que, para o que me era necessário a mim, e aos que estão comigo, estas mãos me serviram.” Paulo, o fabricante de tendas, era uma figura bem conhecida do povo de Éfeso. Ele trabalhou diligentemente para suprir as suas necessidades pessoais e para ajudar os outros. Relativamente ao investimento no ministério, lemos no mesmo discurso, em Atos 20:31: “Portanto vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós.” Ele “não cessou,” ele pregou “noite” e “dia”. Quando escreveu aos crentes em Tessalónica, ele usou a mesma expressão “noite e dia” em alusão ao seu trabalho como fabricante de tendas (2 Tessalonicenses 3:8). Como é que conciliamos estas duas realidades: pregar de “noite e dia” e trabalhar “noite e dia”? A única explicação possível era que ele partilhava simultaneamente as boas novas enquanto trabalhava. Depois, durante o horário da sesta mediterrânea, as horas a meio do dia, ele ia ao salão de palestras de Tirano, vestido com a roupa de trabalho, para algumas palestras especiais. Possivelmente, quando tirava o seu lenço e avental durante os debates, algumas pessoas pegavam neles e saiam a realizar milagres. O Apóstolo Paulo era fabricante de tendas profissional e ao mesmo tempo missionário a tempo integral.

3ª Parte: Vantagens de ser autossuficiente Quais são os benefícios de um missionário autossuficiente? O Apóstolo Paulo explica a sua escolha em 1 Coríntios 9:12b, “Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.” O verbo egkopé, “impedir,” significa literalmente “cortar.” Paulo estava primeiramente preocupado com o progresso e avanço do evangelho de Cristo. Na sua opinião, depender de assistência financeira externa poderia impedi-lo de avançar e progredir mais depressa na missão de Deus. Podemos identificar dois obstáculos que ele poderia ter encontrado se tivesse sido um missionário remunerado:

O propósito principal da vida de Paulo era proclamar as boas novas de Jesus Cristo. A execução da sua actividade profissional representava outra oportunidade de alcançar este mesmo propósito de vida. Não havia distinção entre Paulo, o fabricante de tendas profissional e Paulo, o missionário. Para ele, tudo girava em torno de testemunhar para Jesus.

Ellen White escreve acerca do equilíbrio perfeito entre Paulo, o missionário, e Paulo, o fabricante de tendas: “Enquanto trabalhava com Áquila, mantinha-se em contacto com o grande Mestre, não perdendo oportunidade de dar testemunho do Salvador e de auxiliar a tantos quantos necessitassem de auxílio… A seus co-obreiros deu instrução sobre coisas espirituais, e também exemplo de operosidade e inteireza… Enquanto trabalhava em seu ofício, o apóstolo tinha acesso a uma classe de pessoas que de outra maneira não teria podido alcançar” (Atos dos Apóstolos, p.351). O propósito principal da vida de Paulo era proclamar as boas novas de Jesus Cristo. A execução da sua actividade profissional representava outra oportunidade de alcançar este mesmo propósito de vida. Não havia distinção entre Paulo, o fabricante de tendas profissional e Paulo, o missionário. Para ele, tudo girava em torno de testemunhar para Jesus.

Preconceitos. Alguns acusavam Paulo de pregar para benefício próprio. Em sua defesa, Paulo declara, “De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestido” (Atos 20:33). Ao trabalhar, ele não deu oportunidade a ninguém para dizer que ele pregava o evangelho a fim de se enriquecer a ele próprio. Esta atitude está em harmonia com o que está escrito em 2 Coríntios 6:3, “Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado.” Ellen White faz um comentário sobre a posição de Paulo: “Ele podia com justiça reclamar manutenção da parte de seus ouvintes coríntios; mas deste direito se dispunha a abrir mão, com receio de que sua utilidade e sucesso como pastor fossem prejudicados pela suspeita injusta de estar ele pregando o evangelho por ganho” (Atos dos Apóstolos, p.349).

Paulo era o que chamamos hoje um missionário autossuficiente. Contudo, ele não negou a veracidade teológica de ser remunerado pelo serviço prestado à Igreja. Ele escreve em 1 Coríntios 9:13, 14: “Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou, também, o Senhor, que os que anunciam o evangelho

A missão é um empreendimento dispendioso. De tempos a tempos Paulo recebia assistência das igrejas na Macedónia e da igreja em Tessalónica. Todavia, teria sido impossível ele realizar todas estas viagens missionárias prolongadas dependendo unicamente destas ajudas ocasionais. Os recursos da Igreja Primitiva eram bastante escassos e os grandes esforços missionários de Paulo necessitavam de fundos significativos.

SEMANA DE MORDOMIA (Dezembro de 2017) |Página 13


Ele também tinha apoio dos membros da sua equipa missionária. Ele libertou-se da limitação causada pela falta de fundos da igreja ao produzir os seus próprios recursos para a missão. Quão motivados estamos nós para avançarmos na obra de Deus quando o apoio financeiro externo não se encontra prontamente disponível? Ellen White comenta sobre a abordagem de Paulo ao ministério: “Paulo deu o exemplo contra o sentimento, ganhando depois a influência da igreja, de que o evangelho poderia ser proclamado com êxito somente pelos que estavam completamente livres da necessidade do trabalho físico.” Ser um missionário autossuficiente não significa que a eficácia é reduzida. Ela recomendou a abordagem de Paulo para a expansão da obra nos EUA e para a missão mundial: “A igreja inteira precisa de ser imbuída com o espírito missionário; então haverão muitos para trabalhar desinteressadamente, nas diversas formas que podem, sem serem assalariados” (The Southern Work, p.17). “Muito do trabalho terá que ser autossuficiente. Há mais a fazer num curto espaço de tempo do que poderá ser feito se os homens esperarem ser enviados e pagos pelo seu trabalho” (An Appeal to Seventh-day Adventists to fulfil their duty to the South, p.12).

4ª Parte: Tornando-se um missionário autossuficiente Como é que podemos explicar toda esta dedicação e investimento sem esperar qualquer remuneração ou benefício financeiro? Paulo permitiu que a missão moldasse o curso da sua carreira. Ele mudava-se para onde houvesse uma oportunidade de trabalho missionário; ele não se mudava consoante as oportunidades de negócios. Existia nele um espírito de abnegação e amor incondicional pelas almas que corriam o risco de perecerem. Ouçamos as palavras do próprio Paulo sobre a motivação por trás do seu ministério autossuficiente. Lemos em 1 Coríntios 9:16-18, “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e, ai de mim se não anunciar o evangelho! E por isso, se o faço de boamente, terei prémio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação

me é confiada. Logo, que prémio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça o evangelho de Cristo, para não abusar do meu poder no evangelho.” Ele apresenta dois motivos para as suas ações: “pois me é imposta essa obrigação” e “o prémio.” “Pois me é imposta essa obrigação” significa “estar sob compulsão,” “sob pressão.” Em outras palavras, ele não podia esquivar-se do seu dever de pregar. Na sua carta à Igreja em Roma, ele diz ser “devedor, tanto a gregos como bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.” Ele reconheceu que tem um Mestre para o qual está em dívida. O texto em 2 Coríntios 5:14 transmite a mesma ideia de ser compelido. Aqui, ele define claramente a fonte da compulsão, “Porque o amor de Cristo nos constrange.” Ele experimentou o amor do Salvador crucificado e ressuscitado. A sua nova identidade e a sua vocação não são merecidos; são o resultado da graça de Deus. É este o motivo dele ter pregado sem cessar “noite e dia,” mesmo enquanto desempenhava as suas atividades profissionais. Todavia, Paulo desejava que as suas ações fossem além do dever e da obrigação. Pregar era cumprir o seu dever, partilhar o evangelho de graça, negando-se a si mesmo quaisquer benefícios, era ir além da sua obrigação. Esta era a recompensa, o privilégio que ele estava disposto a renunciar. Esta é mordomia radical; ir além do dever.

Conclusão A maioria de nós tem uma profissão. Poucos são chamados a deixar os seus empregos e se alistarem em empregos denominacionais. Todavia, somos todos o resultado do Seu infinito amor. Em resposta, apoiamos a missão final de Deus ao devolvermos o dízimo, darmos ofertas e doações e a nos disponibilizarmos depois do horário de trabalho. Louvamos a Deus porque muitos já estão a viver como mordomos fiéis. Contudo, Paulo deu o exemplo de uma parceria radical na missão de Deus para os crentes—ser um missionário a tempo integral e ao mesmo tempo um profissional a tempo integral. Está Deus a chamar-nos para fazermos algo mais radical, que vá além do dever? Porque não considerar sermos missionários de aventais e lenços?

Aprofundamento •

Como é que o modelo missionário estabelecido por Paulo nos ajuda a encarar a questão de encontrarmos tempo depois do horário do trabalho para testemunharmos?

De que forma pode a nossa profissão se tornar uma plataforma para o ministério?

Pense em exemplos de algumas coisas radicais que Deus pode estar a pedir que faça para o avanço da Sua causa.

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Semana de Mordomia Quinta-feira, 7 de Dezembro

Quem Sabe Quanto Tempo? por Mundia Liywalii

Introdução: Estão a desenrolar-se ao nosso redor eventos de grande importância. Eventos que não esperávamos, no tempo em que vivemos, chegarem às páginas principais das notícias e serem o centro de atenção. Entre tais eventos está a queda da União Soviética sem que fosse disparado um único tiro, alterações climáticas cujos efeitos podem ser vistos na escassez de alimentos em muitos lares, inundações causadas por chuvas torrenciais, níveis cada vez mais elevados do mar que ameaçam muitos habitantes de ilhas ao redor do globo. Outro evento espetacular, que ocorreu a 4 de novembro de 2008, foi a eleição de um presidente negro na nação mais ponderosa do mundo – os Estados Unidos da América. Muitos afro-americanos derramaram lágrimas de alegria e surpresa porque, em suas próprias palavras, nunca pensaram que tal pudesse acontecer durante a sua vida. Amigos, será que existem outras coisas que pensamos não ser possível acontecerem durante a nossa vida? Ouçam o que a serva do Senhor disse: “As forças do mal arregimentam-se e consolidam-se. Elas se robustecem para a última grande crise. Grandes mudanças estão prestes a ocorrer no mundo, e os acontecimentos finais serão rápidos” (Testemunhos para a Igreja, volume 9, página 11). Uma vez que não sabemos quanto tempo vai passar até à volta do nosso Senhor, sugiro que adotemos uma abordagem de sermos parceiros de Deus agora.

1. Seja Parceiro de Deus Agora (Eclesiastes 10:9) O que deixamos para amanhã pode nunca ser feito porque poderemos não estar vivos ou o amanhã poderá não permitir que façamos o trabalho de hoje. Não devemos ser tentados a procrastinar e não devemos deixar de realizar os nossos

deveres presentes. Hoje tudo pode parecer prometedor, mas a promessa pode ser eliminada por uma mudança no ambiente e nas circunstâncias. O evangelismo deve ser uma questão de aqui e agora, porque um descuido pode fazer com que a porta da graça se feche para alguém, ou a ocorrência de circunstâncias desfavoráveis à aceitação da mensagem. A pessoa que deixamos de alcançar hoje poderá ser inalcançável amanhã.

O evangelismo deve ser uma questão de aqui e agora, porque um descuido pode fazer com que a porta da graça se feche para alguém, ou a ocorrência de circunstâncias desfavoráveis à aceitação da mensagem.

O nosso dever para com Deus e para com o nosso próximo não pode ser adiado para outro dia. A vida é imprevisível. Estamos vivos hoje, mas podemos não estar daqui a uns segundos. O que não fazemos por Deus hoje pode ser impossível de fazer amanhã ou para o mês que vem. O que não fazemos pelos nossos cônjuges hoje pode ser impossível de fazer amanhã porque a morte pode levá-los com uma embolia, hipertensão, enfarte ou acidente de viação fatal. Tudo isto pode suceder sem aviso prévio.

2. Esteja Preparado a Qualquer Momento (Mateus 24:43–44) Parece que os seres humanos estão condicionados ao tempo. Parece que trabalhamos bem sob pressão torturante. Não começamos a fazer a preparação para o Sábado no domingo, mas esperamos até às 14h00 de sexta-feira, depois queremos

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mostrar a todos que o Sábado se aproxima. Alguns agricultores esperam como se tivessem mudado de profissão, até começarem a ver a chuva a cair. Alguns estudantes ignoram os seus estudos até que os horários dos exames são afixados no quadro de informações e, repentinamente, são vistos com montões de livros tão grandes que se intimidam até a eles próprios. Alguns crentes não oram até que a enfermidade surge. Alguns casais não dão valor aos seus cônjuges até que estes estejam frios dentro de um caixão. Que pena um esposo ou uma esposa esperar até ao dia dos namorados para demonstrar amor pelo seu cônjuge! Algumas pessoas nunca pensam em Deus até ficarem doentes, ou até que os seus negócios tenham falido ou até que a sua reforma tenha acabado ou até que o seu casamento tenha desmoronado! Algumas vezes, muitos até podem reconciliar-se, mas o nosso relacionamento com Deus não é assim. Será fatal esperar até se ouvir a trombeta a tocar. Devemos viver diariamente como se fosse o nosso último dia de vida. O nosso foco hoje deve estar no que faríamos se soubéssemos a hora da nossa morte. Ninguém pode predizer quanto tempo vai demorar até que todas as profecias sejam cumpridas. Pode demorar anos, mas é possível que algumas se cumpram no espaço de dias, semanas ou meses. O chamado para estarmos preparados é dirigido a todos os que ainda estão vivos, daí a necessidade de alcançarmos a todos com esta mensagem. Mas como é que aqueles que se encontram enraizados em religiões tradicionais africanas podem estar prontos se não nos tornarmos parceiros de Deus ao levar as boas novas até eles? Como é que uma pessoa secular poderá entender a diferença que Jesus faz na vida dela, sem o testemunho de Cristãos? Se cremos que todo o mundo deverá ser preparado para a volta de Jesus, então cada membro da igreja deverá ser responsável por se associar a Deus, a fim de tornar isto uma realidade.

3. Invista no Céu (Mateus 6:19–21) É ao investirmos no céu que ansiamos lá estar um dia. Dar para avançar a obra de Deus aqui na terra, ajudar os pobres, a devolução do dízimo e as ofertas são todas formas de investir no céu. Entesourar no Céu dará nobreza ao caráter; fortalecerá a beneficência, estimulará a misericórdia; cultivará o compassivo interesse, a bondade fraternal e a caridade. Unirá a vida do homem com Cristo por laços indissolúveis. Podeis juntar

tesouros no Céu sendo ricos de boas obras—ricos nas coisas espirituais, imperecíveis (Nossa Alta Vocação, p. 402). Embora exista um frenesim para investir em muitas empresas, o que não está errado em si, nunca deveremos perder de vista onde Deus desejaria que colocássemos os nossos bens. Que aqueles que fizeram compromissos de levar avante a obra de Deus não se arrependam de seus votos e retenham o que ofereceram. Aqueles que assumiram a responsabilidade de anular um voto feito a Deus estão pretendendo fazer aquilo pelo que não cuidarão em dar contas no dia do acerto final. O conselho de homens que neste tempo recomendariam que meios sejam retidos da causa de Deus e investidos em outros empreendimentos deveria ser rejeitado, pois o Senhor vos diz: ‘Formai tesouros no Céu.’ ‘Investi vossos meios para avançar Minha obra, para abrir novos campos, para que a luz da verdade presente possa resplandecer em todas as partes do mundo’” (Olhando para o Alto, p. 174).

Podeis juntar tesouros no Céu sendo ricos de boas obras—ricos nas coisas espirituais, imperecíveis.

Apelo Em que está a investir? É em infraestrutura, aquisição de ações em empresas lucrativas, ou educação sem consideração pelo que é mais importante? Devemos todos planear investir onde é realmente importante – no céu. Ninguém sabe quanto tempo vai demorar até que a porta da graça se feche e antes que se torne impossível fazer trabalho missionário. Os eventos finais serão rápidos, então porque não ser também rápido no que faz? Porque não associar-se a Deus para terminar a missão, ao investir na salvação de homens e mulheres, meninos e meninas? Porque não tornar-se parceiro(a) de Deus agora, antes que seja tarde demais para fazê-lo? Porque não associar-se a Deus ao chamar pessoas ao redor do mundo para que se preparem? Irmãos e irmãs, é tempo de sermos parceiros de Deus para terminarmos esta obra, porque estamos cansados de sofrer e já chega. Já chega de pranto. Já chega de enterrarmos os nossos queridos. Já chega de dor e sofrimento. Tem desejo de se associar a Deus para terminar a obra ao devolver o seu dízimo e dar ofertas liberais? Se este é o seu desejo, levante-se para orarmos.

Aprofundamento •

Como a percepção de que não conhecemos o futuro e o que ele detém sobre o fim da liberdade condicional humana, a vinda do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e a promulgação de leis que restringirão a propagação livre do evangelho, afetam a forma como vemos o Grande Comissão de Mateus 28?

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Stewardship Emphasis Week Sexta-feira, 8 de Dezembro

Parceiros com os nossos Próprios Bens por Aniel Barbe

Introdução Será que Deus realmente precisa de nós como parceiros? A pergunta é pertinente quando sabemos que o Deus da Bíblia é omnipotente, omnipresente e omnisciente. Ele próprio declara ser o Dono de todas as coisas (Salmos 24:1-2). Qual a relevância de qualquer debate sobre a parceria na missão de Deus? Lucas 8:1–3 lança alguma luz sobre a nossa pergunta: “E aconteceu, depois disto, que andava de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e os doze iam com Ele, e algumas mulheres, que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demónios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Susana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas.” De acordo com esta passagem, Jesus associou-se aos 12 e até dependeu de algumas mulheres como Suas parceiras. Iremos aprender mais sobre a natureza desta parceria especial. (Oração)

1ª Parte: Expansão na Missão Lucas 8:1–3 serve como introdução a uma parte importante do ministério terrestre de Jesus – a Sua terceira viagem na Galileia. Este período representa o último segmento da missão de Jesus antes dEle partir para Jerusalém, para ser preso e crucificado. O Evangelho de Lucas conclui esta secção com Lucas 9:51, onde está escrito, “E aconteceu que, completando-se os dias para a Sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém.” Esta fase do Seu ministério contou com abundância de ensinos, demonstrações de poder e expansão na missão. Durante as suas viagens em Galileia, Jesus começou a usar parábolas para que os seus ensinos fossem ainda mais fáceis de entender pelos seus seguidores. Uma das principais parábolas que Jesus ensinou foi a parábola do semeador. Ele ensinou igualmente acerca de “quem é o maior” e admoestou contra o

sectarismo. Ele falou claramente sobre a morte e a ressurreição. A transfiguração foi outra experiência importante, através da qual Ele chamou ainda mais a atenção dos discípulos para o futuro, concedendo-lhes um vislumbre da Sua segunda vinda em glória.

Jesus, o Deus todo-poderoso, dependia de pessoas humanas, e de mulheres, para a execução da Sua missão. Este é um paradoxo formidável.

Durante a Sua viagem, Jesus teve oportunidade de demonstrar o Seu poder de controlar os elementos, ao acalmar a tempestade e caminhar sobre a água. Ele demonstrou compaixão e poder de cura ao restabelecer a saúde da filha de Jairo e a mulher com o fluxo de sangue já há 12 anos. Ele alimentou uma multidão de 5 000 homens, mais mulheres e crianças, os quais provavelmente comeram mais do que os homens, uma vez que excediam o seu número! Esta viagem tornou-se a plataforma que Jesus usou para Se apresentar como Todo-poderoso. Este período assinalou igualmente um avanço significativo na missão. Jesus aperfeiçoou a formação dos doze ao enviá-los sozinhos pela primeira vez. Ele visitou igualmente lugares como Tiro, Sidónia, Betsaida e Decápole. No norte, Ele foi até Cesareia e Filipo. Fora de Tiro, Ele repetiu o milagre da multiplicação do pão, alimentando 4 000 homens, apresentando-se assim como o Pão da Vida para todas as nações. Jesus estava a apresentar o modelo da missão universal. Na realidade, este foi um período excecional no Seu ministério terrestre, um período de expansão na missão. Como é que Ele consegui realizar tanto? Na introdução ao seu evangelho, Lucas informa os seus leitores sobre a logística necessária para andar de cidade em cidade,

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e de aldeia em aldeia pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus (Lucas 8:1–3). É interessante que a logística foi providenciada através de assistência externa, da parceria de algumas mulheres. Estas mulheres desempenharam um papel essencial na assistência prestada a Jesus e à Sua equipa missionária. Jesus, o Deus todo-poderoso, dependia de pessoas humanas, e de mulheres, para a execução da Sua missão. Este é um paradoxo formidável.

a missão; estas mulheres usaram os seus próprios bens. Ellen White dá-nos um conselho prático: “Cada um deveria conservar à mão uma caixa missionária, e nela depositar cada centavo que é tentado a desperdiçar na condescendência própria” (Conselhos sobre Mordomia, p.176). Temos nós a nossa caixa, gaveta, porta-moedas ou conta bancária missionária? É essencial se desejamos ser contados entre aqueles que apoiaram Jesus com os seus próprios bens.

Quando estudamos as profecias Bíblicas, compreendemos que a missão de Deus para o Planeta Terra já está na sua fase final. É tempo de avançar e andar mais depressa. Precisamos de logística para apoiar esta expansão? Ellen White partilha este pensamento sobre o desígnio de Deus: “Não é Seu desígnio que o Seu trabalho seja incapacitado por falta de meios.” Tem a Igreja, tem a sua igreja, meios suficientes para a execução da missão final de Deus?

3ª Parte: As Forças Motrizes

2ª Parte: As Contribuições das Mulheres Lucas foi cuidadoso ao mencionar como é que estas mulheres investiram os seus recursos para que a Terceira viagem a Galileia se tornasse uma realidade e um êxito. Lemos em Lucas 8:3b “E muitas outras que O serviam com os seus bens.” Ele usa duas expressões: “serviam” e “seus bens”. A palavra διηκόνουν (diekonoun) tem um significado duplo. Alude tanto ao serviço prestado como à assistência financeira. O contexto pode adaptar-se a ambos os significados. Não há dúvida que um pregador itinerante com doze discípulos tinha algumas necessidades essenciais que precisavam de ser supridas: a lavagem e arranjo das roupas, a preparação de alimentos e outras. Jesus deixou a sua carpintaria; os Seus seguidores abandonaram os seus barcos e redes e, em um dos casos, a banca de recolha de impostos e, por conseguinte, necessitavam de apoio financeiro para sobreviverem. As mulheres prestaram algum do apoio necessário. Não devemos minimizar o valor do apoio financeiro e material. Estas coisas mundanas são essenciais para espalhar as boas novas; são as rodas da missão. Estas mulheres usaram os seus “próprios bens.” A que tipos de “próprios bens” está Lucas a aludir? Quando prestavam serviços, era de acordo com a sua capacidade, tanto simples como complexos. Os “bens” também se referem a meios financeiros. Poderia ter sido alguma parte da mesada ou poupanças. A palavra “bens” (no grego ὑπαρχόντων ou “Uparchonton”) também capta a ideia de posses, bens fixos, de certo valor. É possível que estas mulheres tenham vendido alguns dos seus objetos de valor para dar assistência a Jesus e aos Seus discípulos. Elas começaram uma prática que mais tarde seria emulada pela Igreja Cristã Primitiva – venda de bens e entrega dos proventos para apoiar a missão de Deus. As mulheres, em todas as gerações, parecem desejar sempre comprar algo importante para elas próprias. Certamente estas mulheres não eram uma excepção. Contudo, elas demonstraram um espírito excecional de sacrifício próprio. Muitas vezes somos impelidos a apelar à Conferência, à União ou a alguns doadores endinheirados a fim de recolhermos os recursos para

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Quais foram os factores que levaram aquelas mulheres a apoiarem Jesus e os Seus discípulos com os seus próprios bens? Existem três motivos; um é sócio-emocional e dois são retirados do próprio texto.

A intimidade da nossa relação com Deus e com a Sua Palavra leva à renovação frequente do Seu Espírito e, a fidelidade é um fruto do Espírito. Quando investimos no nosso crescimento espiritual, o resultado será crescimento em liberalidade.

É facto bem conhecido que as mulheres naturalmente se preocupam e ajudam. Um estudo realizado pelo Instituto de Filantropia das Mulheres no Centro Universitário de Filantropia em Indiana, concluiu que as mulheres são mais generosas do que os homens no que diz respeito a donativos para caridade. Isto pode explicar parcialmente o investimento destas mulheres para apoiarem Jesus e os doze discípulos. Tradicionalmente, os apelos para ajuda financeira e responsabilidades de mordomia tinham como alvo os homens, os quais eram considerados como tendo a maior fonte de rendimentos e os quais normalmente auferiam salários mais elevados. A descoberta sobre a generosidade das mulheres levou os angariadores de fundos e instrutores de mordomia a alcançarem intencionalmente este segmento da igreja – as mulheres. Hoje podemos louvar a Deus por muitas mulheres que dão generosamente dos seus próprios bens e muitas outras que estão a influenciar os seus esposos e filhos a apoiarem a missão de Deus. Uma inclinação natural santificada para cuidar e dar é um bem poderoso no avanço da missão de Deus. Outra explicação da tendência generosa destas mulheres é o facto de que que elas estavam com Jesus. A companhia de Jesus, o Grande Doador, só pode transformar pessoas na Sua imagem. Em 2 Coríntios 3:18 o Apóstolo Paulo testemunha desta experiência: “Mas, todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” No livro “Práticas Dizimistas entre Adventistas do Sétimo Dia,” Robert K. Mclver partilha as suas conclusões sobre o relacionamento positivo entre o comportamento dizimista e


práticas espirituais: “Entre os Adventistas do Sétimo Dia, o comportamento dizimista está intimamente relacionado com diversas outras práticas ligadas à religião, tais como a frequência à Escola sabatina, leitura e reflexão diária da Bíblia e oração frequente durante o dia” (p.30). A intimidade da nossa relação com Deus e com a Sua Palavra leva à renovação frequente do Seu Espírito e, a fidelidade é um fruto do Espírito. Quando investimos no nosso crescimento espiritual, o resultado será crescimento em liberalidade. Outro motivo que explica claramente o espírito de benevolência é o facto de que estas mulheres “haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades.” Elas tinham sentido o poder libertador e a bondade de Jesus. Sem este contexto, é difícil entender como Cuza, o procurador de Herodes, permitiria que a sua esposa andasse com jesus e usasse os seus bens pessoais para apoiar o ministério do humilde Rabi de Nazaré. A intervenção de Jesus salvou a vida da sua amada esposa. A mordomia é sempre a resposta de um coração agradecido. É interessante notar que no auxílio tradicional, os beneficiários demonstravam muitas vezes gratidão somente com palavras e emoções, mas neste caso os beneficiários demonstraram a sua gratidão ao se tornarem doadores. Esta é uma característica singular da mordomia Bíblica. Damos porque Ele já nos deu. Amamo-lO porque Ele nos amou primeiro.

Conclusão Jesus, Aquele que tem poder para multiplicar pão, está claramente a indicar que o Deus Divino escolhe associar-se a parceiros humanos na obra de proclamação das boas novas do reino. Ele necessitou dos doze discípulos e das mulheres que deram dos seus próprios bens. A ocasião seguinte onde encontramos estas mesmas mulheres da Galileia é aos pés da cruz (Lucas 23: 49), no sepultamento de Jesus (Lucas 23: 55) e quando estas são as primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus (Lucas 24:1-9). A fidelidade no apoio à missão de Deus prepara-nos para a fidelidade no tempo de crise. Estas mulheres não fugiram quando Jesus foi preso e condenado. A vida destas mulheres foi uma confirmação das palavras de Jesus em Lucas 12:34, “Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará, também, o vosso coração.” A sua dedicação no apoio prestado a Jesus era uma expressão da sua dedicação total a Ele. O nosso envolvimento hoje no apoio à missão final de Deus é um indicador seguro de onde permaneceremos durante a crise final.

Aprofundamento •

Que motivos teria o Deus todo-poderoso para escolher associar-se a seres humanos fracos e limitados?

Deus já proporcionou os meios para o avanço da Sua obra: De acordo com as suas observações, a sua igreja local tem os recursos necessários para cumprir totalmente esta missão conferida por Deus?

Como é que podemos aumentar o grupo de parceiros para incluir membros de todos os segmentos da igreja?

Sharing hope and healing is at the very heart of our mission. We exist to partner with all traditional, civil and national leaders who endeavor to combat crime, substance abuse, poverty, destitution, hunger, disease, marital infidelity and divorce, and many other social ills that hinder young people to realize their good dreams. While we eagerly wait for the Second Coming of Christ, we, however, have a duty to alleviate human suffering here and now through ministries that lead to disease prevention, stable marriages and families, job creation, reduction of crime, empowered young people and many other positive life choices. This is our way of healing nations and communities.

www.gauteng2018.org SEMANA DE MORDOMIA (Dezembro de 2017) |Página 19


Semana de Mordomia Sábado, 9 de Dezembro

Uma Vida De Permanência por Rodgers Chansa

Introdução Jesus Cristo falou sobre um relacionamento vital e vivo em João15. Usando a analogia da vinha e dos ramos, Ele descreveu o relacionamento de permanência que devemos ter com Ele, se desejamos ser reavivados pela Sua vida em nós e viver uma vida frutífera. Como iremos observar, Jesus realçou que permanecer nEle e depender dEle são elementos indispensáveis para vivermos uma vida Cristã útil. Não podemos ser parceiros e realizar a missão de Deus de forma eficaz se estivermos desligados. Tendo João 15: 1–17 como nosso texto principal, iremos falar sobre o relacionamento com Cristo, uma vida de permanência nEle. Porque sem esta ligação, não podemos ser parceiros de Deus na Sua missão.

Uma Vida de Permanência em Cristo Tudo na vida está ligado ao crescimento e desenvolvimento. Por definição, o crescimento exige tempo. Não há adolescência sem infância, nem idade adulta sem puberdade. Assim também acontece com a vida no reino. Não podemos ir adiante de Deus. Ele tem uma ordem divina através da qual está a trabalhar em nossas vidas. A ordem divina de Deus para a nossa vida requer que aprendamos a abundância de uma vida de permanência. É por este motivo que o discurso de Jesus em João 15 enfatizou a importância de uma vida vivida em comunhão com Ele. No nosso texto, Jesus descreveu o relacionamento que Ele tem com os Seus seguidores ao compará-lo à ligação que a vinha tem com os seus ramos. Jesus conseguiu imediatamente a atenção dos Seus ouvintes com esta analogia. Se aplicarmos o ensino de Jesus à nossa vida pessoal, iremos ver como esta analogia da vinha e dos ramos retrata o nosso

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relacionamento com Deus. Iremos falar sobre este assunto de permanecer em Cristo ao abordarmos o seguinte: 1. A necessidade de uma vida de permanência em Cristo 2. Os meios de uma vida de permanência em Cristo 3. O perigo de não permanecermos em Cristo 4. As bênçãos da permanência em Cristo

1. A Necessidade de uma Vida de Permanência em Cristo A vida do Cristão deve ser vivida em ligação constante com Cristo. Jesus não encontrou uma ilustração melhor do relacionamento do crente com Ele do que a ligação dos ramos à vinha. Para compreendermos melhor esta analogia, consideremos alguns factos relacionados com o tratamento das vinhas. As vinhas cresciam e ainda crescem por toda a Palestina. A plantação de vinhas exige muitos cuidados. O terreno deve ser limpo de todas a pedras e detritos. São usadas grades para apoio das vinhas ou são enterrados paus bifurcados no solo, com uma distância de cerca de 3,5m entre eles, para apoiarem a vinha à medida que esta se espalha pelo solo. [Barclay 1975: 173]

A vida do Cristão deve ser vivida em ligação constante com Cristo.

A vinha necessitava de ser podada frequentemente. Crescia muito depressa e tinha que ser bastante cortada durante os primeiros três anos, a fim de ser mantida a sua vida e vigor para dar fruto no quarto ano. A poda tinha como objetivo


evitar que a vinha desse fruto até ao quarto ano, para que as uvas fossem de melhor qualidade. A poda também era necessária para maximizar a fertilidade dos ramos. Existem dois tipos de ramos que crescem da vinha: os que dão fruto e aqueles que são apenas paus de madeira. O agricultor cortava os ramos que não davam fruto para que estes não tirassem a vitalidade da vinha e enfraquecessem os ramos que iriam efetivamente produzir fruto (Ibid., p. 174). Quanto aos ramos que não davam fruto, estes criavam tanta madeira inútil que, se deixados, iriam ser fonte de enfermidade e apodrecimento (ref. João 15: 2). Ademais, mesmo depois desta madeira ser cortada da vinha, ela é inútil para qualquer fim de construção. Serve apenas para alimentar uma fogueira (Barclay, p. 174). Esta informação ajuda-nos a entender melhor a ênfase que Jesus deu à necessidade de permanecermos nEle. Existem três motivos pelos quais necessitamos de praticar uma vida de permanência em Cristo: i.

A vida de permanência em Cristo evita a improdutividade. Jesus afirmou no verso 4, “Permanecei em mim, e Eu permanecerei em vós. Nenhum ramo pode produzir fruto por si mesmo, se não estiver ligado à videira. Vós igualmente não podeis dar fruto por vós mesmos, se não permanecerdes unidos a mim.” Este verso confirma que não podemos viver uma vida Cristã através do poder de autodeterminação. Na realidade, não podemos viver nenhuma vida Cristã. É somente quando Cristo vive em nós e manifesta a Sua vida através de nós que somos verdadeiros seguidores de Jesus. Como diz o apóstolo Paulo, “Fui crucificado juntamente com Cristo. E, desse modo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20a). É necessária uma vida de permanência em Cristo, porque devemos estar totalmente ligados a Cristo se desejamos que Ele viva a Sua vida através de nós continuamente. Quando vivemos fora desta comunhão vital com Cristo, a nossa vida produz as obras da carne – defeitos de caráter que evidenciam a nossa distância de Deus. Outro aspeto de uma vida Cristã frutífera é o nosso ministério eficaz. As nossas vidas e os nossos ministérios devem levar outros a sentirem a presença e poder de Deus nas suas vidas, para que possam aproximar-se dEle e aprenderem a viver em comunhão permanente com Ele. Tal como permanecer em Cristo é vital para produzirmos o fruto do Espírito, esta permanência é igualmente importante para realizarmos um ministério eficaz, sendo assim assegurados da nossa parceira na missão de Deus.

ii. Uma vida de permanência em Cristo requer poda e limpeza. Os ramos que estão ligados à vinha são objeto do trabalho cuidadoso do agricultor, o qual os examina e poda. Jesus disse, “Todo o ramo que não dá fruto Ele limpa, para que dê mais fruto” (verso 2b). Deus examina a nossa vida para ver os frutos que comprovam a nossa ligação vital com o Seu Filho. Quando não há frutos, Ele começa a podar e a limpar. A poda ilustra o trabalho da

santificação nas nossas vidas. Ou seja, Deus trabalha ativamente em nós, podando cada pensamento, atitude, desejo e tendência que não reflita a Sua natureza. iii. Uma vida de permanência em Cristo maximiza a produtividade. Jesus disse, “Aquele que permanece em mim, e Eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim não podeis realizar obra alguma” (verso 5b). A vida em Cristo é um relacionamento constante para podermos produzir cada vez mais frutos. O texto enfatiza a necessidade de não só produzirmos frutos como produzirmos sempre mais e mais frutos (versos 2 e 5).

Tal como permanecer em Cristo é vital para produzirmos o fruto do Espírito, esta permanência é igualmente importante para realizarmos um ministério eficaz, sendo assim assegurados da nossa parceira na missão de Deus.

Deus é um Deus de crescimento. Ele busca retornos maiores nos Seus investimentos. Tudo o que Ele toca se multiplica, tal como os pães e os peixes multiplicados nas mãos de Jesus. Como ramos que permanecem na videira que é Cristo, Deus deseja que produzamos mais frutos do nosso ministério do que aqueles que foram evidenciados no próprio ministério de Jesus. Todavia, para que tal aconteça, é necessário que vivamos uma vida de permanência nEle.

2. Os meios para uma vida de permanência em Cristo Já falámos sobre a necessidade de permanecermos em Cristo. Ele insta a que produzamos frutos e garante que somos alvo do trabalho disciplinar de Deus da poda, o qual garantirá a produção de mais frutos e uma vida verdadeiramente satisfatória. Mas como é que permanecemos em Cristo? No nosso texto, Jesus proferiu três exortações aos Seus discípulos que nos ajudam a compreender como podemos permanecer nEle. i.

Permanecemos em Cristo através de uma vida de amor. Jesus disse, “Assim como o Pai me amou, Eu da mesma forma vos amei. Permanecei no meu amor” (verso 9). Permanecer em Cristo é permanecer no amor. Jesus veio ao mundo para demonstrar o amor redentor de Deus pela humanidade caída (João 3:16). Todavia, notemos que Jesus comunica um aspeto importante sobre o amor. Este amor é o amor que Ele deu aos Seus discípulos. Semelhantemente, o amor que recebemos da nossa comunhão com Cristo é o amor que devemos partilhar uns com os outros. A questão é que não somos capazes de gerar o amor que damos. É somente ao permanecermos em Cristo e sermos preenchidos com o Seu amor que podemos partilhá-lo com outros.

ii. Permanecemos em Cristo através de uma vida de obediência. O amor a Deus é demonstrado através

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da obediência a Ele. Jesus disse, “Se obedecerdes aos meus mandamentos, permanecereis no meu amor, exatamente como Eu tenho obedecido às ordens do meu Pai e permaneço em Seu amor” (verso10). Uma vez que o amor não tem origem em nós e sim em Deus, temos que ser ensinados a amar. Considerando que uma das provas do amor é a obediência, temos que ser ensinados a obedecer. Jesus novamente surge como nosso exemplo a este respeito. Como é que devemos ser obedientes ao Senhor Jesus? Da mesma forma que Ele foi obediente ao Seu Pai. Para poder obedecer ao Pai, Jesus necessitou de ter comunhão constante com Ele. Foram as revelações da vontade do Pai ao Seu Filho que colocaram o Filho em posição de obedecer-Lhe. Jesus disse que Ele fazia apenas a vontade do Pai, e fazia apenas aquilo que via o Seu Pai fazer (ver João 8:42; 8:28; 14:10; 10:32). iii. Permanecemos em Cristo através de uma vida de oração. A oração frequente é o meio de mantermos comunhão com Deus através de Cristo. É esta mesma comunhão que experimentamos com Deus que garante que tenhamos uma vida de oração frutífera. Jesus disse, “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que desejardes, e vos será concedido” (verso 7). A primeira parte deste versículo está relacionada com uma vida de permanência; a segunda parte garante que as orações serão atendidas. Quando nos comprometemos a viver em comunhão com Cristo, iremos ser motivados a pedir coisas que agradam ao Senhor e que fortalecem o nosso relacionamento com Ele.

3. Os perigos de não permanecermos em Cristo Não creio ser o desejo de Deus fazer uso do temor para motivar as pessoas a O amarem e adorarem. O Seu convite a nós é um convite amável para irmos e bebermos do Seu “rio de delícias” (Salmos 36:8). É um convite a “provar e ver que o Senhor é bom” (Salmos 34:8a). No nosso texto, Jesus falou sobre os perigos de não permanecermos nEle. Existem quatro perigos que iremos mencionar rapidamente. i.

O perigo de uma vida desligada de Cristo. Ao fazer alusão ao Seu Pai como o agricultor, Jesus disse, “Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, Ele retira” (verso 2a). Cristo é o único caminho que conduz a Deus. Ele disse, “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). Então, estar desligado de Cristo é estar desligado de Deus. É ser um peregrino inquieto e um vagabundo como Caim, quando deixou o paraíso. É vaguear pela vida como num deserto árido, tal como a geração de israelitas que não entrou na Terra Prometida. Uma vida desligada de Cristo é uma vida fútil e vazia.

ii. O perigo de uma vida sem frutos. Jesus admoesta-nos com estas palavras: “Nenhum ramo pode produzir fruto por si mesmo, se não estiver ligado à videira. Vós igualmente não podeis dar fruto por vós mesmos, se Página 22 | SEMANA DE MORDOMIA (Dezembro de 2017)

não permanecerdes unidos a mim” (verso 4). Uma necessidade básica que todos temos é descobrir qual o plano de Deus para nós e cumprirmos o Seu propósito para a nossa existência. Quando alguém sente o desespero de ver a vida a escapar por entre os dedos sem ter descoberto e cumprido o propósito da sua existência, dizemos que está a sofrer uma crise existencial – a crise de uma existência sem sentido. Quando nos desligamos de Cristo, perdemos de vista o propósito para qual Ele veio a este mundo, que foi para redimir a humanidade caída. Fazer isto é perder de vista o nosso propósito, que é ser cobreiros com Cristo na tarefa de ajudar a humanidade caída a receber e aceitar o dom gracioso do perdão de Deus através de Cristo. Se não permanecermos em Cristo, não podemos guiar outros a Ele de forma eficaz. Passaremos inevitavelmente pela crise existencial de uma vida infrutífera. iii. O perigo de uma vida de rejeição e estagnação. Jesus disse, “Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca …” (verso 6a). A última coisa que Deus deseja é rejeitar o Seu povo. Ele ama-nos com um amor eterno e deu o Seu Filho para morrer pela nossa redenção. Todavia, se escolhermos rejeitar a vontade de Deus, escolhemos ser rejeitados por Deus. Herdamos uma vida separada, mirrada, descartada, rejeitada. Tenho constatado que os Cristãos falam muito sobre rejeição – e com muita razão. Vivemos numa sociedade onde existem mais casamentos a terminarem em divórcio do que casais a permanecerem juntos. Homens e mulheres em busca da satisfação própria à custa dos seus parceiros, passam a vida a rejeitar e a ser rejeitados. As crianças que não se sentem amadas revoltam-se contra a autoridade e buscam a sua identidade através de gangues, drogas, sexo ilícito e até mesmo o ocultismo. A psicologia popular cobre a ferida ao encorajar as pessoas a melhorarem a sua autoestima ao serem “a sua própria pessoa” e a evitarem todos os “relacionamentos co dependentes.” Somente Jesus é o caminho que leva a Deus, e somente Deus é capaz de nos amar de volta à vida. É por isso que Ele nos adverte amoravelmente sobre o perigo de não permanecermos em Cristo. iv. O perigo de uma vida destinada ao julgamento de fogo. Jesus afirmou acerca daqueles ramos que são jogados fora para secarem que tais “ramos são juntados, lançados ao fogo e queimados” (verso 6b). Esta é a mais forte advertência de todas. Viver uma vida desligada de Cristo e, consequentemente, longe de Deus, é escolher separação eterna de Deus. Isto não somente faz com que o pecador seja um peregrino inquieto pela vida fora, mas também conduz à condenação eterna. Jesus disse que aqueles que recusam eliminar a fonte do pecado em suas vidas serão desligados de Deus e “serão lançados no fogo do inferno que nunca se apaga” (Marcos 9:46–48)..

4. As bênçãos da permanência em Cristo The dire warnings Jesus gave in this teaching regarding the dangers of not abiding in Him are intended to create in us a reverential fear of God. However, God does not desire to use


negative motivation as a means of persuading us to do His will. On the contrary, life in Christ is meant to be a life of blessing. Jesus said, “I have come that they may have life, and have it to the full” (John 10:10). The benefits of abiding in Christ are exciting. They provide strong, positive motivation to live a life of connectedness with Him. There are four benefits from our text that we will comment on here. i.

A bênção da alegria. É prometido àquele que permanece em Cristo a alegria de uma vida mais frutífera em união com Cristo. Jesus disse no verso 11: “Tenho-vos dito essas palavras para que a minha alegria permaneça em vós e a vossa felicidade seja completa.” Qual é a base desta alegria Cristã? É que estamos unidos a Cristo na morte, sepultamento, ressurreição, ascensão e exaltação. É por isto que Paulo pode escrever que “Deus nos ressuscitou juntamente com Ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus (Efésios 2:6), que nós “reinaremos em vida por um só – Jesus Cristo” (Romanos 5:17). Temos alegria através da nossa união com Cristo, porque a Sua vitória sobre o pecado e morte é a nossa vitória. Porque estamos unidos ao amado Filho de Deus através da fé e nada nos pode separar do amor do Pai.

Um servo ou um empregado trabalha para cumprir o seu dever. Um amigo ou sócio trabalha por amor, motivado pela dedicação àquele com quem trabalha e ao sentido de titularidade.

ii. A bênção da amizade com Cristo. Depois de exortar os Seus discípulos a se amarem uns aos outros com o mesmo amor que Ele demonstrou para com eles, Jesus disse-lhes, “Vós sois meus amigos, se praticais o que Eu vos mando” (verso 14). A amizade com Jesus não é um conceito etéreo. Deve ser uma realidade diária nas nossas vidas. Ele vive em nós através do Seu Espírito e Ele deseja ter comunhão connosco – andar connosco, falar connosco e permanecer em nós. Ele convida-nos a abrirmos o nosso coração a Ele e a aceitarmos a Sua oferta de amizade. Jesus falou aos Cristãos através de João, o Revelador, com estas palavras: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Apocalipse 3:20). O preço desta amizade com Jesus é que nos devemos amar uns aos outros, como Ele nos amou. É uma vida de permanência em Cristo. iii. A bênção da parceria com Deus. Parceria implica partilhar a vida juntos, com uma visão e propósito comuns. Significa cotitularidade num empreendimento comum. No nosso texto, Jesus disse aos Seus discípulos, “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu

senhor; mas Eu vos tenho chamado amigos, pois tudo o que ouvi de meu Pai Eu compartilhei convosco” (verso 15). Nesta passagem, a diferença entre um servo e um amigo é como a diferença entre um empregado e um sócio na empresa. Um servo ou um empregado trabalha para cumprir o seu dever. Um amigo ou sócio trabalha por amor, motivado pela dedicação àquele com quem trabalha e ao sentido de titularidade. Dado que somos um com Cristo, é-nos concedida a bênção de sermos sócios de Deus na Sua obra de redenção na terra. Fomos redimidos e recebemos a vida eterna. Oferecemos agora o nosso trabalho de amor ao partilharmos as boas novas do evangelho com outros, porque tomamos posse da tarefa de cumprirmos a Grande Comissão. iv. A bênção de orações respondidas. Jesus tem-nos mostrado o segredo das orações respondidas. Não é simplesmente uma questão de aprendermos princípios Bíblicos sobra a oração e aplicá-los à nossa vida. Esta seria uma abordagem desprovida de sentimento com relação à oração. Antes, a oração respondida brota do nosso conhecimento de Cristo. Jesus disse no verso 7, “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que desejardes, e vos será concedido.” Como se desejasse explicar melhor, Ele disse no verso 16, “Não fostes vós que me escolhestes; ao contrário, Eu vos escolhi a vós e vos designei para irdes e dardes fruto, e fruto que permaneça. Sendo assim, seja o que for que pedirdes ao Pai em meu Nome, Ele o concederá a vós.” Quando os nossos corações estiverem dedicados a Deus e aos Seus propósitos, os nossos pedidos de oração nunca estarão opostos ao Seu desejo para nós ou para as pessoas por quem oramos. Deus terá prazer em responder às nossas orações, e nós descobriremos uma vida de orações contínuas e respondidas.

Conclusão Usando a analogia da vinha e dos ramos – a vinha sendo Jesus e os ramos sendo os Seus fiéis seguidores – Jesus ajuda-nos a entender como uma vida de permanência nEle nos torna parceiros de Deus. Tal permanência evita uma vida infrutífera, garante o corte da “madeira seca” em nossas vidas, e ajuda-nos a sermos cada vez mais frutíferos em caráter Cristão e ministério eficaz. Jesus falou sobre as formas de permanecermos nEle. Permanecemos nEle através de uma vida de adoração resultante do nosso amor por Ele, uma vida de obediência refletida na nossa mordomia, e uma vida de oração, através da qual nos podemos aproximar mais dEle. Jesus falou sobre os perigos de não permanecermos nEle. Quando escolhemos negligenciar o nosso relacionamento com Deus, através de Jesus, e seguimos o nosso próprio rumo, vivemos uma vida separada de Cristo, infrutífera, rejeitada e destinada ao julgamento de fogo. Por fim, Jesus falou sobre a bênção de permanecermos nEle. Viveremos uma vida cada vez mais frutífera, de amizade com Cristo, parceria com Deus na Sua obra de redenção, e uma vida de oração contínua e atendida.

SEMANA DE MORDOMIA (Dezembro de 2017) |Página 23


PRIMEIRO DEUS

MEU PACTO:

SEPARAR os primeiros momentos de cada dia para comunhão com o Senhor através da ORAÇÃO, do estudo da Bíblia, do Espírito de Profecia e da Lição da Escola Sabatina, e através do CULTO FAMILIAR. MELHORAR meus RELACIONAMENTOS: crescendo em fidelidade, perdão e amor por princípio. ESTABELECER um novo HÁBITO SAUDÁVEL, para melhor servir ao Senhor com minha mente:

OFERECER um dia (ou noite) cada semana para TRABALHAR para Deus, espalhando as boas novas a outros através de Estudos Bíblicos, Pequenos Grupos, etc. (“Meu Talento, Meu Ministério”). GUARDAR o SÁBADO, preparando-me devidamente para ele na sexta-feira, respeitando seus limites e mantendo pensamentos e atividades apropriados.

10

DEVOLVER FIELMENTE o DÍZIMO ao Senhor (10% da minha renda). DEDICAR uma porcentagem regular de minha renda ( %) como oferta ao Senhor (Pacto).

COM A AJUDA DE DEUS:

DATA:

MORDOMIA CRISTÃ

27 Regency Drive, Route 21 Corporate Park Nellmapius Drive Irene, 0174 Pretoria tel: +27 (12) 345-7000 www.sidadventist.org


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