Santa Maria da Ínsua

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Santa Maria da Ínsua

A cerca de 200 m. da costa encontra-se situada a Ilha de Nossa Senhora da Ínsua, é de formação rochosa, junto à foz do rio Minho a Poente, em frente à Mata do Camarido. Esta pequena ilha foi primitivamente utilizada como local de culto. Em época cristã, nela erguia-se uma pequena ermida sob a invocação de Nossa Senhora da Ínsua. Segundo Rufo Avieno, na sua descrição das costas europeias no limiar do século IV, existiria na Ínsua um templo dedicado a Saturno do panteão mitológico romano deus da agricultura, justiça e força, correspondente a Cronos do panteão grego; pai de Zeus - Júpiter. No entanto, antes da fundação do Convento de Nossa Senhora da Ínsua, o templo referido já tinha dado lugar a uma ermida. Para os portugueses a ermida era dedicada à Nossa Senhora da Ínsua, para os galegos a Santa Maria de Carmes, e para os mareantes a Santa Maria da Boa Viagem ou Santa Maria da Salva.


Forte da Ínsua

Nela está construído o Forte da Ínsua, cuja planta forma uma estrela irregular, composta por 5 baluartes, sobre embasamento saliente, de coroamento boleado e altura variável, atingindo nalguns pontos 2.80m, funcionando quase como quebra-mar das muralhas mais expostas, ou seja, as viradas a E. e a S. Fachada principal a NE. com entrada protegida por revelim, de muros em talude, rasgados superiormente por canhoeiras estreitas rectangulares, e com guarita facetada e cobertura em calote esférica no cunhal; a N. abre-se portal de arco pleno simples; no seu ângulo interior, rampas de acesso à guarita e canhoeiras. De ambos os lados, o revelim é protegido por muros mais baixos. Fortaleza de muros em talude, corridos em toda a sua extensão por moldura curva encimada por parapeito, interrompido nos cunhais dos 4 baluartes maiores por guaritas, de planta facetada e cobertura em calote esférica, assentes directamente sobre a moldura. A meio do pano de muralha do frontispício, rasga-se portal, de arco pleno sobre pés direitos, entre estrutura quadrangular em ressalto, sobre a qual assenta cornija e frontão triangular com 3 brasões no tímpano: as armas de Portugal e as do Governador. No lado direito tem inserida lateralmente lápide alusiva à construção. Na fachada virada a SO., balcão rectangular sustentado por mísulas e coberto por calote esférica rematada por bola. Interiormente é percorrida por larga plataforma, com pavimento de lajes, protegida por parapeito e com acesso junto aos 4 baluartes principais por escadas; junto às muralhas NE. e NO. desenvolvem-se os quartéis, depósitos e cozinha, muito arruínados, sem cobertura e fachadas rasgadas por janelas e portas de verga recta, excepto a do alinhamento do


portal, onde é de arco pleno. Praça de armas reduzida, tendo ao centro e para S., com algumas paredes comuns à fortaleza, o convento, de planta composta por igreja, longitudinal composta, sacristia, claustro quadrangular irregular e outras dependências muito arruinadas. Igreja com portal de verga recta encimada por janela. Interiormente tem arco abatido em cantaria de suporte ao antigo coro-alto, arco triunfal pleno e cobertura em abóbada de berço. Claustro com alas de colunas jónicas assentes em murete e suportando entablamento. Em 1378 - com o Grande Cisma do Ocidente, alguns religiosos galegos e asturianos, desgostosos por Castela apoiar o Papa de Avignon, deslocam-se para o Minho; 1392 - Breve de Bonifácio IX autoriza em Portugal religiosos Franciscanos, da Observância Menorita, na sequência do qual se devem ter iniciado as obras do convento de Santa Maria da Ínsua, tendo sido o seu principal impulsionador Frei Diogo Arias; 1462 - concessão de privilégios aos 2 pescadores que os transportavam; 1471 - obras de reedificação: construção de novas celas, melhoria da capela e retalho da casa, permitindo a entrada de muitos religiosos, entre eles Frei André da Ínsua, mais tarde Geral da Ordem; 1502 ou 1512 - visitado por D. Manuel; 1512 - visitado pelo Governador de Ceuta e Senhor de Caminha, D. Fernando de Menezes; 1548 - visitado por D. Luís, filho de D. Manuel; 1580 - ocupado pela armada galega, numa atitude de apoio à causa filipina; 1602 - atacado por corsários Ingleses; 1606 - saqueado por piratas Luteranos de La Rochelle; na sequência destes ataques, muitos religiosos abandonaram o convento; 1623 - o convento tinha apenas 2 frades; 1649 / 1652, entre - construção da fortaleza sob ordem de D. Diogo de Lima, Governador das Armas da Província do Minho, iniciando-se a partir daí uma difícil convivência entre os frades e a guarnição militar; 1653 - empossado o 1º Governador, Capitão Domingos Mendes Aranha;


1676 - ampliação do convento com construção em piso elevado de um dormitório de 5 celas; 1717 - D. João V oferece 200$000 rs para reedificação da igreja, com tecto de abóbada de pedra e coro-alto; 1765 - a fortaleza possuía 7 peças de bronze e guarnição de 10 homens; 1767 - fazem-se novas celas, sala do capítulo e retábulo do altar; 1793 / 1795 - obras de reparação, tendo os frades abandonado provisoriamente o convento, mas regressando alguns anos depois; 1807 - fortaleza ocupada por forças espanholas devido à 1ª Invasão Francesa; 1808 - Capitulou ( juntamente com Caminha ) perante o exército francês; 1831 - recolha ao Arsenal de Lisboa das peças inutilizadas; 1834 - extinção das ordens religiosas; 1861 - ocupado por destacamento de veteranos; 1886 - instalação de um foral; 1909 - nomeado o último Governador, Major Rodolfo José Gonçalves; 1940 - auto de entrega da fortaleza pelo Ministério da Marinha ao Ministério das Finanças; 1953 - envio de relação dos objectos existentes na capela, pelo chefe do farol da Ínsua à Capitania do Porto de Caminha; 1983 - fortaleza definitivamente entregue ao Ministério das Finanças; 1993, 20 Maio - Despacho conjunto dos Secretários de Estado da Cultura e das Finanças determina a desafectação do Forte da Ínsua ao IPPAR, manifestando o Instituto Politécnico de Viana do Castelo interesse nessa afectação. De referir ainda que possui um poço de água doce, um dos 3 únicos do mundo situados no mar. Observações Foi uma das fortalezas construídas durante o Séc. XVII, sob o reinado de D. João IV, não só para defesa do Convento de Santa Maria de Ínsua, várias vezes saqueado, mas também para reforço da costa portuguesa durante a Guerra da Restauração, integrando-se na linha defensiva estrategicamente colocada nas margens do rio Minho e ao longo da Costa Atlântica. A sua planta, estrelada com baluartes e revelim, faz deste imóvel uma verdadeira fortaleza, tornando-se, portanto, incorrecta a designação de forte. Inscrição da lápide junto ao portal da fortaleza: " A Piedade do muito Alto e Poderoso monarca el rei D. João IV / ministrada pela intervenção e assistência de D. Diogo de Lima / Nogueira General e Visconde de Vila Nova da Cerveira Governador das / armas e exército da Província de Entre Douro e Minho


dedicaram / esta fortificação à sereníssima Rainha dos Anjos Nossa Senhora / da Ínsua para asilo e defesa das religiosas da Primeira Regra / Seráfica que assistem nos contínuos júbilos desta Senhora debaixo / de cujo patrocínio se assegura a defesa desta corte. Fez-se a / obra na era de 1650". Em 1575 teve lugar a 1ª ligação documentada da Ilha de Ínsua à costa Portuguesa, verificando-se novas ligações em 1582, 1629, 1708, 1895 e 1947.

Convento de Santa Maria da Ínsua

Enquadramento Marítimo, implantado numa pequena ilha, situado no Oceano Atlântico, a SO. da foz do Rio Minho, a cerca de 200m. da costa. A ilha possui vários afloramentos graníticos e tem acesso através de uma zona de areal, virada a E., a partir do qual de acede à porta do Forte da Ínsua. Situa-se em zona privilegiada, com vista sobre a costa espanhola e a Praia de Moledo, em território português. Descrição Convento de planta rectangular irregular, possuindo duas alas que se prolongam no sentido E. e O., composto por igreja situada no lado do S. do conjunto, pela zona regral, adossada ao lado esquerdo, de volumes articulados e disposição na horizontal, envolvido por pequena cerca em alvenaria de granito, onde surgem duas capelas e um cruzeiro. IGREJA de planta longitudinal composta por nave, antecedida por endo-nártex, e capela-mor mais estreita, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas. Fachadas rebocadas a cimento, a principal virada a O., com remate em empena, com cruz no vértice, rasgada por portal de verga recta, encimado por janelão rectilíneo, ambos com moldura simples em cantaria. Fachada lateral esquerda adossada à zona conventual e a lateral direita é rasgada por janela rectilínea no corpo da nave. Fachada posterior adossada à zona conventual.


INTERIOR em cantaria de granito aparente *1, com vestígios de reboco em alguns pontos, e coberturas em abóbada de cantaria aparente, assentes em friso do mesmo material, e pavimento em lajeado de granito. Possui vestígios do primitivo coro-alto *2, constituído por vigas de madeira e acesso por porta de verga recta, rasgada no lado do Evangelho, sob o qual se desenvolve um endonártex, definido por um arco abatido; este possui vestígios das argamassas dos azulejos que revestiam parcialmente a parede, formando silhar *3, possuindo, nas ilhargas, dois vãos de volta perfeita, com os arcos ostentando vestígios de pintura, e cobertura em abóbada, assente sobre pequeno friso, contendo um dado que servia de suporte a imaginária *4; neste local, no pavimento, surge uma sepultura com a inscrição; "PEDRO ANES BARQUEIRO QUE FOI DESTA CASA 1559". No lado do Evangelho, sob o coro, surge a porta de verga recta de acesso ao claustro, surgindo, no mesmo lado o vestígio do púlpito, quadrangular e assente sobre mísula de cantaria, com acesso por porta de verga recta e moldura simples. No lado da Epístola, rasga-se janela em capialço. Confrontantes, dois nichos de alfaias, que serviam os desaparecidos retábulos colaterais *5, os quais flanqueavam o arco triunfal de volta perfeita e com a moldura formada pelas aduelas *6. Na capela-mor, com cobertura de madeira a duas águas e pavimento em lajeado de granito, surge um supedâneo de cantaria de granito, com um degrau, onde se implantava o altar-mor *7. A partir dela, uma porta de verga recta liga à zona regral. CONVENTO de planta rectangular irregular, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas. A fachada O. forma dois panos em ressalto, o do lado esquerdo marcado por escadaria de cantaria, de acesso ao segundo piso, através de porta em verga recta; no vão da escadaria, rasga-se uma segunda porta semelhante, que liga ao piso inferior. O pano do lado direito, virado ao pequeno terreiro da igreja, tem cunhal em cantaria e ostenta três pequenas janelas rectilíneas no primeiro piso e uma semelhante no segundo; no ângulo formado por ambos, rasgam-se duas janelas e porta de verga recta com acesso por escadas exteriores, em cantaria. A fachada lateral esquerda, virada a N., possui vãos rectilíneos simples, correspondendo, no piso inferior, a duas portas e três janelas, surgindo, no superior, sete janelas, correspondentes às antigas celas dos frades. É marcada por uma chaminé que se destaca no muro, com remate piramidal e pequeno frontão triangular, telhada superiormente. Fachada lateral direita, virada a S., parcialmente adossada à igreja, tendo visível um corpo que a prolonga, com duas janelas e porta de verga recta no piso inferior e cega no segundo piso. A fachada posterior forma um ângulo recto, tendo, na face S. um corpo adossado a uma das dependências do Forte, com um único piso e sem cobertura, sendo visível o segundo piso do convento, possuindo porta de verga recta, ladeada por pia de água benta, em arco de volta perfeita e moldura de cantaria. A face S. do outro braço do ângulo, mais recuado, possui duas dependências adossadas, de um único piso, sem cobertura, uma delas com janela de verga recta, ambas com portas ostentando o mesmo perfil; no segundo piso, quatro janelas e uma porta de verga recta, com acesso por escadas de cantaria. Na face virada a N., surge, no lado esquerdo, dependência rematada em meia-empena, com porta de verga recta, ladeada por pia de água benta, semelhante à anterior, encimada por pequena janela rectangular; no lado direito, duas janelas sobrepostas. Sobre uma das dependências, surge uma sineira em empena,


rasgada por ventana em arco de volta perfeita, onde surge um sino, com a inscrição "Josephus Rex I jussit fieri, & donavit anno 1753". O INTERIOR desenvolve-se em torno de um pequeno claustro quadrangular *8, com a quadra marcada por dois vãos por ala, do tipo arquitravado, suportados por pilares e colunas toscanas, assentes em murete de cantaria, no centro do qual, surge um cruzeiro sobre plataforma de três degraus, o inferior de cantaria e os superiores de alvenaria, onde assenta parte da haste vertical da cruz, com elementos decorativos entrelaçados; do segundo piso, resta a guarda plena em cantaria. A ala S. prolonga-se lateralmente à igreja, formando uma estreita Via Sacra, tendo, na parede fundeira, vestígios de uma capela de orago desconhecido, com estrutura retabular em cantaria, de planta recta e nicho em arco de volta perfeita, rematando em empena angular, com cornija, surgindo algumas pedras do antigo altar; no lado direito, surge um nicho de alfaias, parcialmente revestido a reaproveitamento de azulejo de padrão policromo. No lado esquerdo, uma dependência, provavelmente a zona de acesso à antiga tribuna do retábulo-mor, fronteira à qual surge a sacristia, completamente arruinada. Na ala E, duas dependências de funções desconhecidas, surgindo, na ala N., que se prolonga para O. uma sucessão de dependências, constituindo o De Profundis, o refeitório, a cozinha e a depensa, antecedido por uma quinta dependência, provavelmente a adega. O De Profundis tem acesso directo ao claustro, marcado por várias mísulas de cantaria, que sustentavam os bancos corridos destinados aos frades, possuindo, na parede que liga ao dormitório, uma mistura de pintura e embrechados, formando uma cartela de enrolamentos, contendo um coração, encimada por cruz latina de hastes flor-de-lisadas e base em forma de coluna, envolvida por cruz e encimada por um galo, uma alusão à Paixão de Cristo, tendo, nas hastes, o cálice, o martelo, a turquês e os cravos. Por porta de verga recta e moldura de cantaria, acede-se ao refeitório, à cozinha e à despensa, o primeiro ostentando a ministra de ligação à cozinha e duas cantareiras embutidas na espessura da parede. Na cozinha, subsiste o lavabo, junto à janela, formando uma ampla taça quadrangular, de bordo saliente, duas cantareiras embutidas no muro, uma mesa de cantaria e a chaminé, sustentada por pilar de granito, no interior da qual surge o forno. Na ala O., o acesso à antiga Casa do Capítulo, iluminada por duas janelas e com acesso por porta em arco de volta perfeita. No segundo piso, surgem várias celas, divididas por tabique, de construção recente, com pavimento em soalho, bastante degradado, e, no extremo S., uma sala, hoje degrada, com chaminé e lar, que constituía a Casa do Fogo. A CERCA *9 encontra-se parcialmente envolvida por muro em alvenaria de granito, formando três zonas amplas, com acessos individualizados, dois deles com porta de verga recta e o junto à igreja e terreiro, com ligação por pequeno arco de volta perfeita, encimado por um nicho em abóbada de concha, rematado por volutas. Junto à igreja, a CAPELA da Madalena, de planta rectangular simples, de espaço único, com cobertura a duas águas e fachadas rebocadas, com a principal virada a E., em empena com cornija e cunhais de cantaria almofadada, rasgada por portal de verga recta com aro almofadado e remate em cornija. O INTERIOR tem cobertura em abóbada de berço em cantaria, possuindo um amplo nicho em arco abatido, assente em pilastras toscanas, que continha a imagem do orago, rematado por friso e cornija, onde assentam dois nichos em


arco de volta perfeita com colunas toscanas e abóbada de concha, que centram um terceiro nicho de volta perfeita, sustentado por dois enrolamentos e ladeado por apainelados com florão *10. No lado direito, a CAPELA de Santo Cristo, de planta rectangular simples e espaço único, com cobertura a uma água, com a fachada principal, virada a E., rasgada por portal em arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas. INTERIOR em alvenaria de granito com nicho de volta perfeita. No lado S., um campo amplo, onde surge um cruzeiro formado por plinto rectangular e cruz latina. Época Construção Séc. XV / XVII / XVIII Cronologia 1392 - fundação de um oratório numa ilha no meio do Atlântico, junto à Foz do Rio Minho e a uma ermida denominada Senhora da Salva, zelada por um ermitão, pela acção do frade Observante Diogo Aires, que se manteve no local até 1399; doação do terreno por Martim Solteiro; o conjunto foi dedicado a Nossa Senhora da Natividade; Séc. XV - feitura da cerca em pedra insonsa, por ordem de Frei Gualter; doação de elementos decorativos para a igreja por D. Isabel Henriques de Mendonça de Mendanha; referência à colocação de 2 órgãos pequenos na capela-mor; execução da imagem do orago; 1419, 20 Março - D. João I isenta a casa que os frades possuíam em Caminha do direito de pousio *11; 1436, 16 Outubro - D. Duarte concedeu privilégios aos servidores do Convento; 1444 - a Câmara de Caminha deu a exclusividade das camboas e apanha de concha ao Convento; 1449, 19 Julho - D. Afonso IV isenta de impostos os pescadores que doassem peixe aos frades; 1467, 21 Fevereiro - a Câmara tenta reaver o direito ao pescado e apanha de concha; o Senhor de Caminha interveio, reservando o direito de exclusividade aos frades; 1469, 15 Abril - D. Afonso IV confirma a isenção do avô; 1474 - no inventário, é referida a existência de dois cálices de prata, um deles dourado, com esmaltes e figuras lavradas no pé, e um turíbulo pequeno; 1481 - doação de um retábulo-mor, por Pedro da Cunha, que professou no local, pintado por João Gonçalves Nogueira de Lisboa, enviado por João Gonçalves o Velho, que importou em 12$000, tratando-se, provavelmente de pinturas murais, que representavam Santa Maria com o Menino, ladeada por São Francisco a receber os estigmas, Santo António e São Luís Bispo; doou, ainda, um cálice dourado e duas galhetas de prata;


1482, 29 Junho e 27 Julho - D. João II confirma a isenção dos seus antecessores; Séc. XV, final - possuía 10 frades; 1471 - na qualidade de Senhores de Caminha e Vila Nova da Cerveira, a Casa de Vila Real assume o padroado do edifício; Frei Jorge de Sousa ordenou a remodelação do imóvel, que tinha um piso único, colocando um novo telhado e mandando fazer mais celas, permitindo a permanência de 12 frades; instalação no local de um noviciado; 1498 - feitura de um sino; Séc. XVI - o retábulo colateral do Evangelho era dedicado ao Espírito Santo e o oposto à Natividade; 1501 - doação de várias pinturas flamengas, representando Natividade, Adoração dos Reis Magos, Apresentação no templo e uma Anunciação, por D. Isabel, irmã de D. Manuel I, as quais haviam pertencido à falecida esposa do monarca, D. Isabel de Castela; 1512 - visitado pelo Governador de Ceuta e Senhor de Caminha, D. Fernando de Menezes; 1559 - sepultura na galilé do barqueiro que servia a comunidade, Pedro Anes; 1560 - o padroeiro passa a pagar 40 arratéis de carne semanais, que antes eram doados pela Câmara de Caminha; recebiam, ainda, um carneiro pelo Natal, 15 alqueires de azeite, 10 almudes de vinagre, 5 alqueires de castanhas piladas, um ceirão de figos, 80 varas de burel para os hábitos, 40 varas de peças brancas para as túnicas, 1 cruzado anual para o babeiro e outro para quem lavasse a roupa e limpasse a casa; 1568 - a casa passa a Convento, integrando a Província Capucha de Santo António, tendo como primeiro guardião Frei Lopo de Penamacor; 1575 - lugar a primeira ligação documentada da Ilha da Ínsua à costa Portuguesa; 1580 - ocupado pela armada galega, numa atitude de apoio à causa filipina; 1582 - ligação da ilha à costa portuguesa; Séc. XVII - feitura do campanário sobre a sacristia; 1602 - atacado por corsários Ingleses;


1606, 13 Abril - saqueado por piratas Luteranos de La Rochelle que profanaram a imagem de Santa Maria Madalena, roubaram um cálice e a custódia; 1612, 1 Setembro - a Câmara proíbe a apanha do sargaço nos dias exclusivos dos frades; 1619, 16 Novembro - a casa volta a assumir a hierarquia de oratório, com dois frades; o padroeiro, Duque de Caminha, D. Miguel Luís de Meneses, pede mais três frades para o local, o que lhe é concedido, com a chegada de Frei André da Merceana, Frei António da Piedade e Frei Domingos de Santo António; 1620 - visita de D. Afonso Furtado de Mendonça, que deixou várias esmolas; 1623 - o convento tinha apenas 2 frades; 1624 - com a fundação do Convento em Caminha, D. Miguel Luís de Meneses, reduziu a despesa com a alimentação da Ínsua, passando a doar 30$000; 1627 - feitura da imagem de Nossa Senhora da Conceição para a Casa do Capítulo, por ordem do presidente Frei Sebastião do Rosário; 1629 - construção junto à horta de um cruzeiro a comemorar a salvação do Santíssimo aquando do ataque de hereges à ilha; ligação da ilha à costa portuguesa; 1635 - aquisição em Lisboa de dois cálices dourados; 1647 - extinção da Casa de Vila Real, tendo os seus bens passado para a Corte; 18 Julho - D. João IV assume os compromissos da casa de Vila Real, pagos pelo almoxarifado de Caminha; doação ao convento de 26 cântaros de azeite; 1649-1652 - construção da Fortaleza; 1649 / 1652, entre - construção da fortaleza sob ordem de D. Diogo de Lima, Governador das Armas da Província do Minho, iniciando-se a partir daí uma difícil convivência entre os frades e a guarnição militar; 1652 - D. João IV nomeia como confessores da guarnição militar os frades, para o que pagava 1$500 anuais; 1676 - Frei Luís de Penalva ordena a construção do segundo piso do claustro, com 13 celas; 1686, 8 Maio - D. Pedro II declara que a pesca é actividade exclusiva dos frades; 1694, 16 Janeiro - decisão de dividir a Província de Santo António em duas;


Séc. XVIII - existência de pintura na nave; o retábulo colateral do Evangelho passa a assumir o orago de Santa Ana e o oposto a São José; as monjas de São Bento do Porto e do Mosteiro de Santa Ana de Viana contribuíram com a dádiva de alfaias; 1705, 24 Abril - nascimento da Real Província da Conceição *12, por Breve de Clemente XI, passando o imóvel a integrá-la; 1707 - reforma da zona conventual por ordem de Frei Francisco da Trindade, que mandou construir a Casa do Capítulo e uma cela para os irmãos donatos no piso inferior, e mais 3 celas no superior; o mesmo mandou fazer o retábulomor e dourá-lo; 1708 - ligação da ilha à costa portuguesa; 1712 - a imagem de Santa Maria da Ínsua é descrita por Frei Agostinho de Santa Maria, como se de talha ricamente estofada, com 3 palmos e o Menino no braço esquerdo, tendo vários mantos de tela (MARIA, vol. IV, 1712, p. 104); 1717 - a comunidade manda refazer a igreja, com abóbada de cantaria, para amenizar o troar dos canhões do forte e com coro-alto, possível pela doação de 200$000 por D. João V; a construção do coro-alto permitiu a criação de um endonártex; execução de um cadeiral, disposto numa fiada; feitura do forro da varanda do claustro; colocação da imagem da Conceição da Casa do Capítulo sobre o arco triunfal; 1718 - reforma da Capela de Santa Maria Madalena; feitura das imagens de um Santo Cristo e um Cristo morto para a Capela da cerca; 1720, 11 Março - D, João V aumenta o ordenado dos confessores da guarnição militar para 3$000; 1726, 19 Janeiro - D. Francisco, chefe da Casa do Infantado aceita ser padroeiro do Convento; 1730, 15 Março - D. João V declara que o produto das camboas pertence exclusivamente aos frades, bem como o direito à apanha da concha e argaço; 1744 - feitura das imagens em cantaria policroma de Cristo atado à coluna e de um Ecce Homo para os nichos do sub-coro; 1745, 16 Março - a casa volta à hierarquia de Convento, pois tinha meios financeiros para manter 12 membros; 1747 - feitura da imagem de Santa Ana a ensinar a Virgem a ler, no Porto, por ordem de Frei João da Natividade, que também ordenou a feitura da imagem de São José; execução de uma custódia, com o contributo de Pascoal Álvares Bezerra, com a doação de vários utensílios de prata pessoais e várias esmolas; Séc. XVIII, meados - feitura da imaginária para a capela de Santa Maria Madalena por ordem do mesmo presidente do convento;


1752 - os religiosos enfermos tinham que se curar no Convento de Caminha, revelando que a casa não possuía enfermaria; 1753, Julho - doação do sino pelo rei D. José, a pedido do guardião Manuel de São Bernardo, pago pela Fazenda Real; 1757 - estofo da imagem do orago, por ordem de frei João da Natividade, altura em que fizeram um novo Menino, que segurava na mão um livro, sendo feito um ceptro para a mão direita, tendo sido executado, ainda, um escabelo; 1767 - fazem-se novas celas, sala do capítulo e retábulo do altar; 1781, 21 Março - o monarca declara que o produto das camboas pertence exclusivamente aos frades; 1785, 3 Novembro - D. Maria I declara que o produto das camboas pertence exclusivamente aos frades e que a lenha doada ao forte teria que ser dividida com os frades; proibia, ainda, o transporte de presos para o local, para manter o recato da comunidade; 1793 - 1795 - obras de reparação, tendo os frades abandonado provisoriamente o convento, mas regressando alguns anos depois; Séc. XIX - pintura do espaldar do cadeiral; 1807 - fortaleza ocupada por forças espanholas devido à 1ª Invasão Francesa; 1834 - extinção das Ordens Religiosas, ficando o edifício na posse do Ministério da Guerra; 1839, 3 Maio - pedido para manter o quartel no local; 1894, 13 Julho - cedência de alguns compartimentos no piso superior do convento, para instalação dos faroleiros; 1895 - ligação da ilha à costa portuguesa; 1920, 2 Junho - os faroleiros ocupam mais quatro celas no lado N.; 17 Outubro - cedência da igreja, capela e parte do primeiro piso do convento ao Ministério da Marinha; 1924 - inventário dos bens móveis, mostrando a existência de estantes para missais, quatro caldeirinhas, três delas de prata, um cálice de prata dourada, duas patenas de prata, uma delas dourada, uma âmbula para os Santos Óleos, um turíbulo, uma naveta, quatro castiçais de latão amarelo, duas galhetas usadas, um vaso de estanho para lavatório, três sacras para os altares, lanternas de folha pintadas e um hissope; 11 Março - cedência dos objectos de culto ao Ministério da Marinha;


1940, 30 Abril - o piso inferior do convento estava alugado ao sargaceiro José Joaquim Lourenço do Paço, por 161$00; 1940 - a DREMN acha que devem decorrer obras urgentes no convento; 1942, 1 Julho - informação do Ministério das Finanças, revelando o estado do edifício, após os temporais do Inverno; 1947 - carta de um faroleiro, revelando a existência de vidros partidos, falta de coberturas; roubo dos azulejos do <em>De Profundis</em>; ligação da ilha à costa portuguesa; 23 Agosto - cai o tecto da sacristia; os azulejos do refeitório encontravam-se salitrados; 1951 - levantamento da necessidade de obras no local; 1953 - envio de relação dos objectos existentes na capela, pelo chefe do farol da Ínsua à Capitania do Porto de Caminha; 1975 - elaboração de um orçamento para obras de vulto, pela DGEMN, orçando em 90.000$00; 1977 - remoção dos caixotões do tecto da Casa do Capítulo, que representavam vistas de Caminha, para o Museu Municipal; 3 Agosto - pedido da Comissão Organizadora do Museu Municipal de Caminha (Raul do Carmo Reis de Sousa, padre João Martins Baptista e Manuel Artur de Sousa Ribeiro Lima) pedem o espólio da Ínsua; 1979 - elaboração de um projecto de adaptação a pousada pelos arquitectos Alberto Bessa e Cassiano Barbosa; 29 Julho - referência à mutilação da imagem de Santa Maria Madalena; 1983 - a Câmara de Caminha queixa-se que o espólio está a ser roubado; 15 Junho - relatório a referir que a igreja tinha os retábulos vandalizados e que os azulejos haviam sido roubados; 1990 - estudo do Instituto Politécnico de Viana do Castelo sobre a localização de um Centro de Investigação Avançada das áreas marinhas da costa e Rio Minho; Séc. XX, década de 90 - o retábulo-mor encontrava-se em péssimo estado de conservação; 1993, 20 Maio - desafectação do forte da Ínsua ao IPPAR, por despacho conjunto dos Secretários de Estado das Finanças e da Cultura; interesse do Instituto Politécnico de Viana em criar uma pousada e um observatório marinho no local; transporte do espólio da Ínsua para o Museu de Caminha; 2000 - interdição do acesso do público ao interior do Forte para evitar a sua ruína;


2004 - o projecto de 1990 volta a ser tido em conta; 2005 - visita do deputado Jorge Fão, do Director Regional dos Monumentos e Edifícios do Norte e do Presidente do Instituto Politécnico de Viana, avaliando a possibilidade de instalar no local um centro de investigação marinha. Tipologia Arquitectura religiosa, maneirista, barroca e rococó. Convento franciscano capucho de construção medieval, de que não subsistem vestígios, tendo sido remodelado ao longo dos Sécs. XVII e XVIII, alterando significativamente a sua estrutura, a última tentando-o adequar às normas da Província da Conceição. É de planta rectangular irregular, composto por igreja de planta longitudinal e convento desenvolvido no lado esquerdo. A igreja é de estrutura chã, de planta longitudinal, antecedida por endo-nártex, e capela-mor mais estreita, com coberturas diferenciadas em abóbada de berço na nave e a duas águas de madeira na capela-mor, escassamente iluminada por uma janela rectilínea rasgada na fachada lateral direita, virada à cerca. Fachada principal em empena, rasgada por portal de verga recta e pelo janelão do coro-alto, assemelhando-se, em termos de estrutura, ao Convento da São Francisco do Monte, em Viana do Castelo. Interior com amplo coro-alto, de madeira, assente directamente nas paredes. No lado do Evangelho, o púlpito quadrangular assente em mísula e com acesso por porta de verga recta. Arco triunfal de volta perfeita, encimado por imaginária, ladeado por retábulos colaterais de talha dourada do estilo rococó. Capela-mor com retábulo de talha dourada, do estilo barroco nacional, de três eixos e com remate constituído por uma arquivolta de volta perfeita. O convento desenvolve-se em torno de claustro quadrangular, com o piso inferior marcado por quatro vãos arquitravados, assentes em pilares e colunas toscanas, com afinidades com o claustro de São Francisco do Monte de Viana do Castelo. No lado do Evangelho, o acesso à Via Sacra e à sacristia, tendo, na ala oposta à igreja, o De Profundis, refeitório, cozinha e despensa, surgindo, virado à fachada principal, a Casa do Capítulo. No piso superior, subsistem sete celas e a casa do fogo. A cerca, de pequenas dimensões tem acesso por portal em arco de volta perfeita, totalmente murada, possuindo duas capelas e duas fontes. Características Particulares Edifício conventual com implantação original num ilhéu, de linhas irregulares, mantendo-se com a estrutura primitiva, que não foi possível regularizar devido ao facto de se achar espartilhada pelo Forte, construído no Séc. XVII. Possui alterações sucessivas até ao Séc. XVIII, que lhe foram alterando a estrutura, com a construção de um coro-alto e a diminuição das dimensões da capela-mor, bem como a ampliação em altura, com a construção do segundo piso da zona conventual, permitindo situar o dormitório, com mais celas, no piso superior. Apesar do seu estado arruinado, preserva, ainda, algumas das suas características arquitectónicas, algumas caso único na Província da Conceição e no mundo capucho, como a existência de um endonártex em vez


de uma galilé e a inexistência da Capela do Senhor dos Passos, com a portaria com acesso por porta anexa ao edifício da igreja. O endo-nártex possui dois nichos de volta perfeita, que possuíam imaginária. Mantém, na zona conventual, as cantareiras do refeitório e cozinha, a ministra, uma mesa e o lavabo da cozinha, onde se ergue a ampla lareira, sustentada por pilar de granito e o forno, embutido no muro. O De Profundis, anexo a esta estrutura, possui uma cruz com símbolos da Paixão, pintados, esgrafitados e com embrechados. A cerca, com acesso por pequeno arco, encimado por nicho com abóbada de concha, mantém uma fonte, embora entulhada, e duas capelas, uma delas de maiores dimensões, dedicada a Santa Maria Madalena, com vestígios do amplo nicho do orago, rematado por três nichos de menores dimensões e a de Santo Cristo, completamente abandonada. Na cerca, um cruzeiro simples assinala o local onde, durante uma invasão de hereges no Séc. XVII, os frades esconderam o Santíssimo. Observações *1 - o corpo do templo estava revestido por telas, provavelmente setecentistas, acondicionadas no Museu de Caminha e aguardando restauro. *2 - o coro-alto tinha guarda em ripa, com uma estante de madeira; possuía um cadeiral de assentos fixos e braços volutados, com espaldares pintados, com motivos fitomórficos e paisagens. *3 - o endonártex possuía revestimento a azulejo de padrão, totalmente desaparecido por roubos ocorridos ao longo do Séc. XX; constituía um reaproveitamento de azulejos de outro edifício, pois formava o P-999, não havendo espaço no local para formar esta padronagem, composta de 12x12 azulejos. *4 - as Imagens do sub-coro encontram-se no Museu Municipal de Caminha e representavam um Ecce-Homo e um Cristo atado à coluna. *5 - os retábulos colaterais eram semelhantes, dispostos em ângulo, de talha dourada rococó, executados em meados do Séc. XVIII, de planta recta e um eixo definido por quarteirões, com nicho rectilíneo, na base do qual surgia um sacrário embutido, rematado por cornija; o ático era composto por acantos e concheados recortados, sobrepujados por cornija; o do lado do Evangelho era dedicado a Santa Ana e o oposto a São José; no primeiro, existia uma pintura do Pentecostes, pois o altar tivera a invocação do Espírito Santo, e a imagem do orago, de excelente qualidade, representando as duas figuras de pé, com a Virgem a olhar para um livro aberto; sobre a banqueta, existia um Crucificado, numa cruz de madeira lenhosa, datável do Séc. XVIII; no lado oposto, várias pinturas representando a Natividade, Adoração dos Reis Magos, Apresentação no templo e uma Anunciação, datadas do Séc. XVI e reformadas no XVIII; o São José é algo tosco e desproporcionado, tendo apenas algum dinamismo nas vestes, segurando, na mão direita, uma vara florida metálica; sobre a banqueta, um Crucificado de madeira, com cruz metálica, datável do Séc. XVIII. *6 - a imagem, ainda existente no Museu de Caminha, surge sobre uma glória de querubins e um crescente lunar, bastante longilínea, com tratamento de pregueados algo anacrónicos, com o cabelo solto e anelado, mas com um tratamento de carnações que pronunciam o Barroco que se avizinhava.


*7 - o retábulo era de planta recta e três eixos definidos por quatro colunas salomónicas, as centrais prolongando-se em arquivolta, constituindo o ático, assentes em consolas; ao centro, trono expositivo, com baldaquino; os eixos laterais, possuíam duas mísulas com imaginária, tendo o fundo pintado com motivos florais; no trono, integrava-se a pequena imagem do orago do templo, Nossa Senhora da Ínsua, Santa Maria da Boa Viagem, nome que lhe era dado pelos mareantes, ou Nossa Senhora da Salva, invocação originada pelo facto de todas as embarcações a salvarem com tiros de artilharia quando passavam pelo local; é de expressão tardo-gótica, com os drapeados a evoluírem nos típicos pregueados triangulares, de face ovalada e olhos amendoados, reconhecendo-se, como posterior o estofado das vestes e o Menino, apesar de possuir um tratamento anacrónico, revelando que terá sido executado segundo o modelo primitivo, com claras preocupações de não criar demasiadas dissonâncias estéticas na imagem, resolução notável, tomada em meados do Séc. XVIII; a imagem é alvo de um intenso culto, sendo transportada, em época de festividades, para a Igreja de Vila Praia de Âncora, revelando a forte devoção que lhe prestam as comunidades piscatórias de uma ampla zona costeira; encontrava-se ladeada pelas imagens de São Francisco e Santo António, executadas no séc. 18, surgindo a figura de São Francisco de mãos cruzadas, a sustentar um Crucificado, possuindo resplendor, enquanto Santo António segura, na mão esquerda, um livro fechado, encimado pelo Menino, de pé e nu, sustentando um globo. *8 - no claustro existiam quadros com os Passos da Via Sacra e uma sepultura com inscrição, pertencente a frei Domingos de São Julião. *9 - a cerca tinha árvores de fruto, uma vinha, que dava um almude de vinho, figueiras, pessegueiros, um deles junto à Capela de Santa Maria Madalena, e amoreiras; após a construção da fortaleza só ficou com hortas; possuía duas fontes, uma delas salobra, pois era cheia pela água do mar, durante as marés cheias; a segunda, de água doce, tinha acesso por escadas de pedra, a primeira com 11 degraus, a que se seguia um lanço com 6, tudo coberto em abóbada, que subsiste atulhada. *10 - a Capela da Madalena tinha as imagens, em nichos, de São João Baptista, São Bento e São Pedro de Alcântara, em pedra, arrecadados no Museu de Caminha. *11 - a necessidade dos frades se deslocarem a Caminha frequentemente, levou à obtenção de uma casa junto à Igreja Matriz, pesando-se que se situaria na Rua da Ribeira. *12 - faziam parte da Província os seguintes Conventos: Santa Maria de Mosteiró, Santa Maria da Ínsua, São Francisco de Viana, Santo António de Ponte de Lima, Santo António de Viana, Santo António de Caminha, São Bento de Arcos de Valdevez, São Bento e Nossa Senhora da Glória de Monção, Nossa Senhora da Conceição de Melgaço, Santo António do Porto, São Francisco de Lamego, São Francisco de Orgens, São Francisco de Moncorvo, São Francisco de Vila Real, Santo António de Serém, Santo António de Viseu, Santo António de Viana, Santo António de Vila Cova de Alva, Santo António de Pinhel, São José de São Pedro do Sul, Convento do Senhor da Fraga, Colégio de Santo António de Coimbra e o desaparecido Hospício de Lisboa. (fonte: IHRU)


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