O popular 1033

Nova Serrana-MG, sexta-feira, 08 de julho de 2016 | Ano XI | Nº 1033 | R$2,50 - www.opopularns.com.br

Governando na crise Joel Martins é prefeito de Nova Serrana e está em seu quarto mandato, tendo em seu hitórico político a façanha de nunca ter perdido uma eleição. Governou a cidade pela primeira vez entre os anos de 1993 e 1996, quando venceu nas urnas o então candidato José Manoel. À época dos fatos, a justiça eleitoral não permitia a reeleição e Joel Martins somente voltou a se candidatar para as eleições no ano 2000, desta vez vencendo Paulo César de Freitas e ficando a frente da prefeitura até 2004.

Nas eleições seguintes, Joel Martins conseguiu uma nova façanha e foi o primeiro prefeito da historia de Nova Serrana a ser reeleito, governando também no mandato 2005 a 2008, disputa essa que ganhou de Agenor Carlos Pereira, apoiador e membro do grupo político de Paulo César.

Ainda em 2012 mais uma vez bateu Paulo César nas urnas e na atual administração, governa Nova Serrana em uma das piores crises que já atravessou o país.

“

Tem muita gente dizendo: “Mas, prefeito, você não cumpriu o seu programa de governo” - aí eu pergunto: quem cumpriu os seus planos nos últimos quatro anos?

O Brasil inteiro parou.

NOVA SERRANA-MG | SEXTA-FEIRA, 08 DE JULHO DE 2016 | ANO XI | Nº 1033

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Fala, Prefeito!

Na presente edição vai um entrevista com o atual prefeito de Nova Serrana, Joel Martins. Nela, fica mais explícito o homem que tenta governar, do que o político em si. Como o leitor poderá verificar toda entrevista tem mais o aspecto de um desabafo do que de um pronunciamento formal a um meio de comunicação.

De forma geral, Joel Martins assume seus erros e acertos nos últimos três anos e meio e, sobretudo, destaca as dificuldades em se governar coberto de dívidas e em tempos de crise.

Ainda como tema abordado de forma imprevista, Joel afirma vivenciar cotidianamente os reflexos da corrupção no país e descontente com a forma que a população em geral enxerga a situação.

Como dito, em dados momentos prevaleceram mais o homem do que o político, e talvez essa seja a forma mais acertada de se comunicar com o povo sem incorrer em demagogias, hipocrisia e falsas notícias.

Apesar das dificuldades, Joel Martins afirma que está disposto a concorrer mais uma vez a prefeito, caso essa seja a decisão de seu partido durante as convenções.

Para o leitor, vai à dica de leitura, uma vez que nada melhor do que conhecer a realidade do município em ano eleitoral e saber com quais monstros o próximo governante terá que lidar.

Em todo o Brasil, mais de 5 mil obras estariam paradas Realidade em Nova Serrana não é diferente - A crise e o atraso em repasses também vêm inviabilizando diversas obras em Nova Serrana. Em entrevista, o prefeito Joel Martins assumiu que este foi um dos seus mandatos mais difíceis e que várias medidas vêm sendo tomadas para contornar a crise. Confira entrevista completa nas páginas 4 e 5.

De Norte a Sul do Brasil, milhares de empreendimentos iniciados com o dinheiro público estão parados, sem perspectiva de retomada. Um levantamento feito mostra que há, pelo menos, 5 mil obras paralisadas no País inteiro, num total de investimentos de mais de R$ 15 bilhões.

Os projetos estão espalhados por vários setores e incluem restauração e pavimentação de rodovias, expansão de ferrovias, escolas, construção de prédios públicos e sanea-

mento básico.

O trabalho foi elaborado com base em informações dos tribunais de contas dos Estados (TCEs), programas online de acompanhamento de obras e levantamento dos Ministérios de Cidades, Integração Nacional e Transportes. Embora seja alarmante, o resultado pode ser considerado conservador: de todos os TCEs consultados, dez tinham acompanhamento dos projetos (municipais e estaduais), como o tribunal do Paraná, Pernambuco, Minas Gerais,

Rio Grande do Sul e Goiás.

Além do transtorno para a população, que não contará com os benefícios dos projetos, a situação representa um grande prejuízo para os cofres públicos, com o inevitável aumento dos custos numa retomada da obra. Outro reflexo está estampado no crescente avanço do desemprego no País.

Importante indutor de emprego e renda, o setor da construção já demitiu mais de 700 mil pessoas com carteira assinada de novembro de 2014

para cá, segundo dados do Ministério do Trabalho.

Com o País afundado numa das piores crises da história, falta dinheiro para quase tudo, especialmente para a continuidade dos investimentos. O problema é que a deterioração das contas do governo federal tem um efeito cascata nas finanças de Estados e municípios, que hoje não têm dinheiro nem para pagar os funcionários públicos. Com as contas no vermelho, a medida mais fácil é cortar investimentos.

Planos de saúde vão cobrir exames para confirmação de zika vírus Desde quarta-feira (6), os planos de saúde terão que cobrir obrigatoriamente três exames de detecção do vírus zika. Os procedimentos deverão ser disponibilizados para gestantes, bebês filhos de mães com diagnóstico de infecção pelo vírus, bem como aos recémnascidos com malformação congênita sugestivas de infecção pelo zika.

A escolha destes grupos levou

em conta o risco de bebês nascerem com microcefalia devido à infecção da grávida pelo vírus durante a gestação. A microcefalia é uma malformação irreversível que pode comprometer o desenvolvimento da criança em diversos aspectos.

A norma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece que os planos têm que oferecer o PCR, indicado

para a detecção do vírus nos primeiros dias da doença; o teste sorológico IgM, que identifica anticorpos na corrente sanguínea; e o IgG, para verificar se a pessoa teve contato com o zika em algum momento da vida.

Normalmente, a ANS revê a cada dois anos o rol de procedimentos obrigatórios a serem cobertos pelos planos de saúde. A última revisão começou

a valer em janeiro deste ano.

Porém, no caso do exame de diagnóstico do vírus Zika, a incorporação dos testes laboratoriais ocorreu de forma extraordinária, segundo a agência reguladora, por se tratar de uma emergência em saúde pública decretada pela Organização Mundial da Saúde.

Os planos de saúde tiveram 30 dias para se adequarem à nova regra.

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Quase 70% do mundo têm internet sem franquia Do direito, dos advogados Em meio à polêmica sobre a intenção de algumas operadoras de telecomunicações brasileiras limitarem os dados na banda larga fixa, ressurgiu o debate sobre qual é o principal modelo ofertado em todo o mundo: franquia ou ilimitado? Para justificar uma possível efetivação da franquia, defensores da restrição chegaram a afirmar que a banda larga fixa limitada já é tendência em outros países.

Contudo, dos 190 países monitorados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), 130 deles oferecem prioritariamente planos de banda larga fixa com internet ilimitada. Ou seja, 68% dos países optaram por modelos sem franquia. A UIT é o organismo da Organização das Nações Unidas (ONU) responsável por criar padrões e recomendações globais sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).

No fim de cada ano, a organização publica o relatório Medição da Sociedade da Informação, que traz dados

e dos contadores

Stefan Salej

atualizados sobre as telecomunicações, e divulga o ranking de países de acordo com o nível de acesso às TICs, conhecido como Índice de Desenvolvimento das TICs (IDI).

O último relatório, publicado em novembro de 2015, mostra que a Coreia do Sul continua na liderança entre os países melhor avaliados, seguida pela Dinamarca e Islândia. O Brasil está apenas na 61º posição, bem distante dos Esta-

dos Unidos (15º), que possui um dos modelos mais competitivos do mundo. Na frente do Brasil, também estão três países sul-americanos: Uruguai (49º), Argentina (52º) e Chile (55º).

Dos dez países mais bem posicionados no ranking de desenvolvimento das TICs, apenas três aplicam prioritariamente planos limitados, sendo Reino Unido, Luxemburgo e Islândia. Os demais optavam, até a data do

levantamento, por modelos ilimitados. Entre eles, a líder Coreia do Sul e a segunda colocada, a Dinamarca.

O relatório destaca também a grande ascensão do serviço móvel de celular, que chegou a mais de 7,1 milhões de inscrições em todo o mundo. Enquanto isso, a adesão à internet cabeada ainda aumenta lentamente em relação aos outros anos monitorados. Atualmente, há 800 milhões de consumidores de banda larga fixa

Projeto para cadastrar armas de fogo apreendidas é aprovado na Assembleia de Minas

O Projeto de Lei que dispõe sobre o registro de dados de armas de fogo apreendidas no Estado, de autoria dodeputado Sargento Rodrigues (PDT), foi aprovado em 1º turno no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A matéria passou com cinco emendas da Comissão de Segurança Pública, na Reunião Extraordinária realizada na quarta-feira (6).

O objetivo do projeto é criar um cadastro administrativo com a identificação de armas apreendidas, para fins de registro e controle. Os dados para registro deverão ser cadastrados no momento da lavratura do auto de apreensão da arma de fogo e, depois de consoli-

O impressionante na vida empresarial brasileira e, em especial nas empresas de menor porte, é o desprezo pela lei. Que temos uma burocracia e uma quantidade de leis, impostos e taxas infernais, não há dúvida. Talvez não sejamos campeões do mundo, mas sem dúvida alguma estamos no topo. Mas isso não justifica a ignorância das leis e regulamentos e o seu respeito.

Para começar, não precisa ir longe. É só prestar atenção na hora de atravessar a rua, com sinal verde para pedestre e vermelho para motoristas e motoqueiros. Se você for dos primeiros a atravessar quando o sinal fica verde para pedestre, tem 99 % de chance de ser atropelado por um motoqueiro ou motorista em um carro, potente mostrando que está com pressa e falando no celular. E isso não vale só para São Paulo e Belo Horizonte, mas para o Brasil inteiro. A maior parte de infrações de trânsito são feitas intencionalmente, infringindo a lei.

Bem, nas empresas essa questão começa pela própria ignorância dos seus dirigentes. E aí a questão é de educação. Começa com os valores aprendidos em casa, sobre os direitos e obrigações do cidadão. Esta parte também é fundamental na escola primária. Diz respeito à lei e às pessoas. Já em seguida, essa educação deve ser impregnada por toda a educação secundária. Por exemplo, nas escolas francesas, mesmo as que existem no Brasil, é assim. E nos cursos superiores, o ensino de direito é menos do que relevante.

Nos cursos de administração e correlatos, nem os dirigentes de escolas e nem os alunos se preocupam com isso. Passou-se o tempo em que os jovens juristas, como Carlos Mario Velloso, posteriormente presidente do Supremo Tribunal Federal, ensinavam aos administradores a lei e o respeito a ela. A maioria acha que é uma matéria desnecessária no exercício de funções gerenciais. E se falarmos de outras profissões, como engenharia, é melhor desistir. Ou médicos e dentistas, psicólogos etc.etc., idem. Ninguém ensina direito e a ignorância só aumenta.

O mesmo acontece com contabilidade. A maioria dos empreendedores acha isso chato e desnecessário. Pura burrice e ignorância. Sem base jurídica solida e contábil, a empresa é vulnerável e chega a ser inviável.

Mas, para que isso mude, tem que se dar não só mais ênfase a essas matérias na educação profissional e acadêmica, mas também simplesmente há que respeitar a lei. E aí também as entidades como o SEBRAE, e outras, que se vangloriam com ensino de empreendedorismo, têm seu papel. Deve minculcar o básico respeito à lei e ensinar as bases de direito e contabilidade para empresários e gerentes. No caso de start ups, é quase criminoso o movimento de usurpadores, chamados de investidores,em cima de jovens empresários despreparados e sem dinheiro para advogados, empurrando contratos às vezes legais mas imorais aos jovens empreendedores.

As corporações como a OAB, os conselhos regionais de contabilidade e administração, também deveriam agir.

Estamos criticando o sistema de corrupção e desrespeito à lei, mas nada fazemos para melhorar. Só há revolta sem resultados.

dados, enviados semestralmente ao Ministério Público.

O projeto foi aprovado com cinco emendas, sendo que as três primeiras acrescentam os termos “munições”, “número de munições” e “armas de fogo e munições apreendidas” em dispositivos do texto original, para acrescentar a previsão de que as munições também sejam cadastradas.

O projeto ainda determina que o servidor público responsável pelo recebimento das armas de fogo e munições apreendidas será responsabilizado civil, penal e administrativamente caso haja comprovação de que o material apreendido retornou à circulação sem a observância das formalidades legais.

Proibição de porte de arma branca também estava na pauta Na reunião,também foi aprovadoem 1º turno, o projeto de lei que proíbe o porte de armas brancas no estado, definida como artefato cortante ou perfurante, geralmente destinado à ação ofensiva, como faca, punhal ou similares, cuja lâmina tenha 10 centímetros de comprimento ou mais. O projeto, de autoria do deputado Cabo Júlio (PMDB) passou na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A matéria prevê a incidência de multa para o caso de descumprimento e determina que o valor arrecadado com a sanção seja recolhido ao Fundo Penitenciário Estadual.

O substitutivo aprovado especifica os casos que não configuram porte de arma branca: transportar o artefato novo, na embalagem original; em bolsas, malas, sacolas ou similares; em veículos, desde que acondicionados em mala ou caixa de ferramentas; e em razão de atividade econômica desempenhada pelo transportador.

Estabelece, também, como sanções a apreensão do artefato e o valor da multa, de 900 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs).

Stefan Salej, Consultor internacional Ex presidente do Sebrae Minas e da Fiemg

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Governando na crise crise nacional tão grande?

Evaldo Silva - O Popular

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oel Martins é prefeito de Nova Serrana e está em seu quarto mandato, tendo em seu histórico político a façanha de nunca ter perdido uma eleição. Governou a cidade pela primeira vez entre os anos de 1993 e 1996, quando venceu nas urnas o então candidato José Manoel. À época dos fatos, a justiça eleitoral não permitia a reeleição e Joel Martins somente voltou a se candidatar para as eleições no ano 2000, desta vez vencendo Paulo César de Freitas e ficando a frente da prefeitura até 2004. Nas eleições seguintes, Joel Martins conseguiu uma nova façanha e foi o primeiro prefeito da historia de Nova Serrana a ser reeleito, governando também no mandato 2005 a 2008, disputa essa que ganhou de Agenor Carlos Pereira, apoiador e membro do grupo político de Paulo César. Ainda em 2012 mais uma vez bateu Paulo César nas urnas e na atual administração, governa Nova Serrana em uma das piores crises que já atravessou o país. Historicamente Joel Martins é responsável por diversas obras de infraestrutura na cidade, como o centro de convenções, a instalação do Corpo de Bombeiros e o prefeito que mais construiu escolas na cidade. Neste seu quarto mandato, Joel atravessa a pior crise vivida não apenas para o município, mas para todo o país, governando com quedas bruscas na arrecadação e com uma prefeitura endividada.

Para fazer um balanço dos atuais três anos e meio de Governo, Joel Martins concedeu mais uma entrevista exclusiva para o Jornal O Popular, onde afirma ter feito o melhor governo possível diante do quadro de instabilidade econômica que assola o país.

A entrevista que os leitores deste diário verão em sequencia busca abordar a gestão de uma maneira macro e o modo como o prefeito a conduziu. Não nos debruçamos sobre problemas menores da administração. Mas, com uma leitura atenta das perguntas e respostas aliada a um pouco de interpretação de texto, possibilita que aqueles que nos lêem também alcancem este resultado. Falamos com ele sobre crise, dívidas, promessas não cumpridas, reposição salarial dos servidores públicos, entre outros assuntos.

A conversa com Joel Martins aconteceu ontem (quinta-feira, 7) na redação do Jornal O Popular. A entrevista foi feita com o prefeito e não com o político, que eventualmente pode ser candidato à reeleição. No entanto, como em muitos casos a figura do político e do gestor é indissociável, é claro que o tema eleições não ficou de fora.

Esperamos que os leitores apreciem a entrevista e que a analisem de forma didática e com olhos nas eleições que estão por se iniciar, já que os erros e acertos de quem ocupa o segundo andar da Prefeitura hoje terão impacto direto no dia a dia de quem ocupar aquele espaço a partir de janeiro de 2017. Pensemos todos nisso e boa leitura!

como a construção de escolas, a instalação de saneamento básico, o asfaltamento de diversos bairros, a construção de pontes ligando bairros ao centro entre outras.

Por isso que eu entendo que a população; acredito que a população esclarecida, está entendendo este momento de crise e sabe que nós trabalhamos muito para poder compensar alguns itens que nós não conseguimos cumprir no nosso plano de governo.

(OP): OP): Quais outros avanços vieram nestes quatro anos de governo na área da Saúde?

(JM): Na saúde tivemos várias conquistas durante todo o mandato. Todas as campanhas nacionais atingiram suas metas. Também criamos o Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS ad II) que trata de pessoas prejudicadas pelo uso de drogas e álcool e o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), que dá apoio aos PSF’s com profissionais de várias especialidades.

Os PSF’s também não atuaram sem médicos em nenhum momento neste mandato, em 2013 eram apenas 10, hoje temos 17. Demos uma atenção especial para a UPA, onde aumentamos o número de médicos e instalamos uma forma de atendimento utilizada nos grandes centros de atendimento do país, o Protocolo de Manchester.

Conquistamos ainda o SAMU, que deverá chegar em breve, no qual tivemos que pagar o consórcio desde o início do mandato. Isso sem falar nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) que estão sendo inauguradas. Construímos quatro novas unidades e finalizamos uma abandonada pela última gestão.

O POPULAR (OP) (OP): Joel, indispensavelmente acreditamos que esta (OP) (OP): Como está sendo governar Nova Serrana em um período de entrevista deva começar falando de sua maior proposta de governo: a construção do Hospital Municipal. Em qual ponto está a obra e qual a previsão de entrega?

JOEL MARTINS (JM): Bem, é preciso levar em consideração que esta será uma das maiores obras da história do município e que mesmo assim alguém teve a coragem de buscar recursos para realizá-la e dar o pontapé inicial. Serão 10 mil metros quadrados no total. Contudo o país atravessa um momento difícil e tanto os municípios como os estados e a federação se encontram sem recursos para investir. Então optamos por construir o hospital por etapas.

A primeira delas e que já vem sendo executada é o setor de urgência e emergência, que apresenta uma área construída de 1.300 metros. Muito possivelmente não conseguiremos entregar a obra neste ano, mas a próxima administração com certeza dará a devida atenção à obra e a finalizará.

Agora, essa história de que o “prefeito deixou de cumprir o plano de governo dele”, que tanto se comenta é boato, o que aconteceu foi que eu deixei de cumprir uma parte das propostas, mas eu compensei com muito mais investimos trazendo dinheiro de fora.

Jamais eu imaginava que no meio da crise mais perversa da nossa história, nós pudéssemos estar urbanizando a cidade inteira com obras que eram aguardadas há muito tempo,

(JM): Foi o mandato mais difícil que tive. Antes governávamos com uma folha de pagamento em torno de 45% da arrecadação, agora, devido a quedas bruscas na arrecadação somente a folha de pagamento gira em torno de 53%, o que é o limite máximo permitido.

Então pensa a dificuldade, porque todos os anos temos que aumentar o número de professores e médicos pelo fato da cidade não parar de crescer. Mesmo assim estamos fazendo o melhor possível, estamos cortando gastos em outras áreas, como por exemplos shows, para que as áreas essenciais não parem.

Iniciei sim o mandato com forte disposição e com propostas concretas e totalmente possíveis de serem realizadas, contudo na primeira semana de governo já me deparei com uma dívida milionária deixada pelo prefeito anterior. Mais de 30 milhões. Por outro lado, iniciava-se a crise mais perversa da nossa história e que nós estamos presenciando hoje, em que o país está curvando-se diante disso, não só aqui em Nova Serrana, como em Minas Gerais e em todos os municípios do Brasil.

Nós estamos vendo hospitais fecharem as portas, a saúde vivendo o pior caos da sua história, a educação se esfacelando no país inteiro. Em Minas Gerais, não é diferente disso e em Nova Serrana também não, apesar de nossa arrecadação ser um pouco privilegiada em comparação a outros municípios, mas sentimos esse impacto.

Para se ter uma idéia a família que gostaria de um carro novo, deixou de comprar o carro novo. O pai que pagava a escola particular para o filho, mandou o filho para a escola pública.

Enfim, o empresário que estava programando a ampliação da sua empresa com a contratação de mais funcionários, acabou recuando e também adiou os planos. O Brasil inteiro suspendeu os planos e para nós aqui não foi diferente.

Tem muita gente dizendo: “mas, prefeito, você não cumpriu o seu programa de governo”, eu pergunto: quem cumpriu os seus planos nos últimos quatro anos? O Brasil inteiro parou. E tem muita gente, inclusive, que cobra: “mas por que você mudou o rumo?”.

Nós mudamos o rumo para poder sobreviver. Hoje, tenho certeza que fecharemos o mandato sem dívidas, o que com certeza facilitará a vida do próximo gestor.

O que é diferente da situação de como peguei a prefeitura neste mandato, pois fiquei os dois primeiros anos apenas pagando dívidas do ex-prefeito e, estes dois últimos, fomos surpreendidos pela crise. Só para se ter uma ideia a minha administração iniciou com uma dívida de R$ 33 milhões, deixada pelo prefeito anterior. Apesar da dificuldade, acredito que foi um bom mandato, afinal, mesmo que não tenha apresentado uma obra de grande porte, é possível notar obras da prefeitura em diversos bairros da cidade e as comunidades rurais.

(OP): Neste mandato você também se viu em contingências de reajustar os salários dos servidores abaixo do índice do INPC e com isso recebeu diversas críticas do sindicato

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5 que representa a categoria. Tal medida tem relação com a queda políticos estão passando no país na arrecadação municipal? Como a prefeitura vem enfrentando como um todo? tal situação?

(JM): Pago, na verdade pago (JM): Olha, diversas prefeituras estão atrasando salários e pelo seguinte, que por mais sequer concederam qualquer aumento ou reajuste nos últi- que nós passemos três anos e mos anos. Apesar de toda dificuldade, nunca atrasamos o seis meses no nosso governo pagamento dos funcionários públicos da cidade. Também sem uma acusação ou sem nelutamos ao máximo para que anualmente estes pudessem nhuma denúncia de corrupção ter um reajuste, mesmo que não fosse o esperado, mas to- [que isso para nós até num dos tiveram. Como dito, este é um tempo de forte crise e de momento desses é razão de orqueda na arrecadação. gulho] por outro lado é obriQuanto ao sindicato, todos de uma forma geral, eu entendo gação evitar qualquer tipo de que eles mudaram muito. Antigamente um sindicato repre- ato de corrupção no governo. sentava tão somente a sua categoria. A vontade do trabalha- Mas, com certeza, somos atindor era respeitada na íntegra e não existia o sentimento, a gidos no governo porque o ciideologia política dentro dos sindicatos. Hoje não. Hoje o sin- dadão que está vendo o que dicato continua, claro, “representando” seu associado, mas aconteceu nos últimos anos, e prevalecem infelizmente as ideologias políticas. o povo de um modo geral, o Por mais que você faça, que você atenda, ainda que em um trabalhador que sai de manhã momento difícil da gestão pública em função da crise, e, tam- pra trabalhar e volta à noite. bém no quadro funcional, o Sindicato nunca se dá por satis- De manhã ele liga a televisão feito. Mas aqui em Nova Serrana nós estamos avançando, ou o radinho dele no ônibus e repondo salários, pagando em dia os avanços por tempo de escuta só corrupção, mais um serviço, nós estamos pagando o 13º em dia. ato de violência no país, mais Estamos respeitando o servidor na questão salarial. Quanto um ato de violência contra o às condições de trabalho, estamos fazendo o possível para erário público, contra o dinheimanter as melhores. Isso na visão do trabalhador é clara, por ro que ele está indo suar o dia isso eu tenho tranquilidade que o servidor público está res- todo pra ganhar, volta à noite peitando o nosso governo. e novamente mais uma notíMas, o sindicato, hoje tem interesses com grupos políticos cia de corrupção. O que leva de oposição, pode-se fazer de tudo, criar programas, fazer um cidadão desses pensar? É investimentos de toda ordem que não vai mudar. Porque a classe política como um quando se existe uma vontade política contrária a que se está todo. governando é impossível avançar nesse lado.

Até porque ele não está percebendo que o município, que (OP) (OP): Uma das áreas mais bem administradas de seu governo atu- o prefeito, está trabalhando, al é a educação. Quantas escolas e creches foram construídas e que está fazendo. É muito difío quanto elas significam frente ao crescimento anual da cidade? cil essa notícia chegar a ele. Ou a notícia que vem até ele é a (JM): Ainda temos uma grande deficiência em creches na ci- notícia da imprensa maior, da rede Globo, das outras redes de dade, mas já temos duas em construção e outra a ser inicia- televisão. E ele sai de casa imaginando, ele passa a régua geral, da rapidamente no bairro Novo Horizonte. Nós não vamos e para nós isso é muito difícil. conseguir zerar a fila, porque sempre está chegando mais Pra mim que trabalha o dia todo e chego em casa e vejo aquilo; gente, mas vamos nos aproximar, com certeza, de um núme- imagino que o povo também está me colocando na mesma caro aceitável de atendimento às crianças que precisam estar çarola, no mesmo pacote, e isso me deixa triste. nas creches hoje.

Sempre fui respeitado por minha atuação em prol do municíAvançamos muito, hoje já temos um déficit bem menor. Tam- pio, mas antes, quando saia na rua, a recepção que eu sentia bém construímos três escolas na zona rural, isso fora as am- que era diferente, o povo tinha uma consideração maior pelo pliações realizadas em quase todas as escolas municipais da seu prefeito. Hoje não, hoje o povo olha desconfiado. Por que? cidade. Hoje, a cidade apresenta um crescimento de pratica- Porque ele está vendo o ministro importante ir pra cadeia, cormente 1.200 alunos por ano, por isso essas ampliações são rupto. Ele vê o Presidente da República ser acusado das “lavaindispensáveis. O que é preciso entender é que tais escolas e jatos” e outras investigações. Ele vê o problema da política creches estão sendo construídas com recursos do Governo maior, do governo do país sendo atacado pela corrupção, e ele Federal e com uma contra partida do município, sem contar compara. Ele nivela todo mundo como igual. Isso nos deixa trisque o Governo Federal vem, há muito, atrasando os repas- te. ses, por isso as obras estão em atraso. Se o mesmo liberar e É difícil você falar com uma população desconfiada. Mas eu colocar em dia tais repasses, garanto que as escolas serão tenho superado isso. Tenho superado com as obras, com os entregues ainda neste mandato. investimentos, com a minha coragem de enfrentamento dessa situação. Então realmente, e infelizmente, a corrupção que atin(OP) (OP): Apesar da inexistência de uma secretaria de Segurança Pú- ge o país também acaba atingindo nós aqui no município de blica, é sabido de todos os repasses da prefeitura para as Políci- uma forma indireta. as Civil e Militar. Quanto foi investido neste mandato para garantir a segurança da cidade? E outra, o que deu errado para a insta- (OP): Se você tivesse a oportunidade de voltar para 2012 e lação do Projeto Olho Vivo? reelaborar o seu plano de governo, conhecendo as condições do município hoje, você faria o mesmo plano de governo?

(JM): Bom, eu não saberia me expressar em valores exatos, mas posso afirmar que os recursos tanto da Polícia Civil, quan- (JM): Com certeza não. Hoje to da Militar, não seriam suficientes para as manterem. Aju- nós faríamos um plano de godamos muito, tanto Civil, como Militar e também Corpo de verno em que eu viesse atenBombeiros. Os convênios garantem o abastecimento das via- der um momento de crise. turas, assim como também damos manutenção mecânica nas Aquela época era um momenmesmas sempre que possível. to de expectativa, um momenAlém do que, hoje, a prefeitura destina no total de quase 30 to pujante na nossa história. funcionários para auxiliar essas forças policiais em nossa ci- Hoje não. Hoje eu faria um pladade. Quanto ao Olho Vivo, o que deu errado foi que, na no de governo restrito à realigestão do governador anterior, o Antônio Anastasia, nos foi dade da prefeitura, diante da prometido a instalação de um batalhão na cidade e também situação financeira que do projeto olho vivo. O batalhão veio e vem a cada dia mos- estamos vivendo e dos númetrando o ótimo serviço, mas as câmeras de segurança não ros eu conheço. Conheço o orchegaram. Nós já entramos com o pedido junto ao novo go- çamento e tenho a previsão do verno de Fernando Pimentel, mas também, acredito que de- que nós vamos arrecadar. Envido à crise, ainda não obtivemos resposta. tão eu faria um plano de governo muito mais enxuto, dan(OP) (OP): Nos últimos anos o país está passando por uma crise ética do sempre mais qualidade na política. Todos os políticos são criticados, têm suas posturas dentro das propostas, mas questionadas em todas as esferas. Aqui em Nova Serrana, sobre- mais objetivo. tudo, diante do escândalo das dívidas do mandato anterior. Mas, OP): Quais as perspectivas para mesmo assim, o senhor acha que acaba pagando por este mo- (OP): mento, esse momento político nacional, essa crise ética que os este final de mandato? Pode-se

afirmar que os trabalhos pela cidade vêm sendo intensificados para cumprir o cronograma?

(JM): Estamos sim intensificando para entregar o máximo possível. Acredito que qualquer pessoa consegue entender essa situação pela qual a prefeitura vem passando, a quitação de dívidas, a queda na arrecadação, a crise em todo o país. Mas mesmo assim, não cortamos nenhum benefício da população e fizemos o melhor possível. Quero dizer também que, mesmo nessa crise, fomos a administração que mais entregou escolas e unidades de saúde em um só mandato. Foram 5 UBS e 6 escolas.

(OP): Você é pré-candidato para as eleições deste ano?

(JM): Estou sim, colocando meu nome à disposição do partido, mas já me considero um pré-candidato. Cheguei à conclusão de que gastei todo este mandato para arrumar a casa que me foi entregue em péssimas condições e que, nada mais justo que eu possa vir a disputar as próximas eleições e fazer ainda mais pela cidade. Como dito, hoje, estou por dentro da realidade atual devido à crise e me considero capaz de continuar governando nela, através da tempestade até que venha a bonança.

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7 Mesmo com a economia em crise, a agropecuária avança no Brasil banco de imagens google

Mesmo na crise, nacional e internacional, um setor que tem apresentado bons resultados é o agropecuário. Ele é responsável por um quarto da economia brasileira, estando presente todos os dias nas vidas de todos os cidadãos, até quando não se percebe.

A produção do campo sempre foi importante no Brasil, mas na crise econômica é essencial. Em 2015, foi o único setor que cresceu, assim, amenizando a queda geral da economia.

Nas exportações, a agricultura e a pecuária ajudaram o Brasil a voltar a ter superávits no comércio exterior. Dos 10 principais produtos exportados pelo país, oito vêm do campo.

A importância do setor agrícola é um fato bem conhecido.

O que nem sempre se percebe é como está presente no nosso dia a dia aquela produção que não vai para fora e que fica no Brasil. A toda hora, nós estamos consumindo ou usando produtos que têm a ver com o campo. É normal imaginar que o setor agropecuário é presente em todas as casas do país. Mas, também é normal achar que

Brasil tem o segundo maior rebanho bovino do mundo, só fica atrás da Índia esse setor é presente somente nas cozinhas, porém, um equívoco.

Na cozinha, estão os produtos mais identificados com a agropecuária: hortaliças, legumes, leite, que vêm quase sempre da agricultura familiar.

Na geladeira, ovos e frango, que juntos têm uma cadeia produtiva que emprega três milhões e meio de pessoas. E carne. O Brasil tem o segundo maior rebanho bovino do mundo, só fica atrás da Índia. É bom lembrar que a ração dos rebanhos inclui soja, e o Brasil é o segundo produtor mundial e o maior exportador. No

milho, somos o terceiro na produção e segundo na exportação.

Agora, os campeões desde a época do Brasil Colonial e do Império: o café e o açúcar. Dois líderes mundiais, tanto em produção como em exportação.

O campo também está no quarto das crianças. O papel do livro tem como matéria-prima a celulose obtida de árvores de florestas plantadas. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de celulose. No armário, a presença da agropecuária é marcante: sapatos de couro e roupas de al-

godão, como o jeans. O Brasil é o quinto maior produtor de algodão.

No banheiro, algumas surpresas: cosméticos, creme dental, sabonete que têm como ingredientes óleos vegetais, álcool de cana e glicerina que pode ter origem animal ou vegetal.

E até na garagem: pneus de borracha, em parte feitos com o látex das nossas seringueiras e, no tanque de combustível, o etanol de cana de açúcar.

Tudo isso vem do “interiorzão” do Brasil, de onde sai um quinto da riqueza produzida no país e quase metade do que exportamos para o mundo.

Enem tem alta de 46% no uso de nome social por transexuais O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) afirma que aumentou em 46% o número de travestis e transexuais que utilizarão o nome social no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016. Ao todo, 408 pessoas tiveram a solicitação atendida. Na edição anterior, foram 278.

No total, o órgão recebeu 842 solicitações. Destas, 434 foram reprovadas porque os interessados não encaminharam a documentação, conforme exigia o edital do exame.

Para usar o nome social, o participante precisava fazer a inscrição no mesmo período que os demais candidatos.

Depois, entre 1º de junho e 8 de junho, o pedido deveria ser formalizado pela internet, com o preenchimento de formulário e envio de foto recente e cópia de documento de identificação.

A possibilidade de uso do nome social ocorreu pela primeira vez em 2014, quando foram feitos 102 pedidos.

São Paulo lidera as inscrições por Estados, somando 180 inscrições, seguido de Minas Gerais, com 37 inscrições e Rio de Janeiro, com 35. Apenas o Acre não teve nenhuma inscrição tanto em 2015 quanto em 2016.

O Enem 2016 teve 8,647 milhões de inscrições confirmadas. Em 2015, o número de inscrições chegou a 7,7 milhões.

Limite de 5 anos para educação infantil é atualizado no Estatuto da Criança O atendimento em creches e pré-escolas em todo Brasil deve ser direcionado a crianças de até 5 anos. Este limite de idade está previsto desde a última terça-feira (5), no Estatuto da Criança e do Adolescente, após publicação do Diário Oficial da União.

O documento estava desatualizado e ainda estabelecia a idade de seis anos para esta etapa do ensino. Agora, está de acordo com a Constituição Federal, que prevê a idade máxima de cinco anos desde uma emenda constitucional de dezembro de 2006.

As escolas brasileiras tiveram até 2010 para se adaptar às novas divisões da educação básica. Desde então, os alunos com seis anos passaram a ser matriculados no chamado: 1º ano do ensino fundamental – o antigo ‘Prezinho’, que fazia parte da educação infantil.

O ensino fundamental compreende a faixa etária de 6 a 14 anos e o ensino médio, de 15 a 17 anos.

EDUCAÇÃO INFANTIL OBRIGATÓRIA -O Ministério da Educação estabeleceu que, desde o início de 2016, a matrícula de crianças seria obrigatória a partir dos quatroanos.

Anteriormente, os pais só necessitavam colocar os filhos na escola quando eles tivessem seis anos.

Dados do Censo Escolar de 2015 mostram que 600 mil crianças de 4 e 5 anos não estavam na escola no ano passado. O número representa 17,3% da população nesta faixa etária. O resultado apresentado pelo Ministério da Educação, em março, comparou os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com as matrículas colhidas pelo Censo Escolar no ano passado.

Ainda, de acordo com os dados do censo, há 105 mil escolas que oferecem pré-escola no Brasil e elas atendem a 4,9 milhões de alunos, sendo que um em cada quatro alunos da pré-escola frequenta a rede privada.

NOVA SERRANA-MG | SEXTA-FEIRA, 08 DE JULHO DE 2016 | ANO XI | Nยบ 1033

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