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Nova Serrana-MG, sexta-feira, 21 de junho de 2019 | Ano XIV | Nº 1689 | R$2,50
Últimas palavras...
NOVA SERRANA-MG | SEXTA-FEIRA, 21 DE JUNHO DE 2019 | ANO XIV | Nº 1689
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Um convite a reflexão: Será que realmente vale a pena?
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dia 18 de junho de 2019 será uma data que ficará marcada, porque nela experimenta mos um sentimen to que jamais pensamos que seria gerado. Pela primeira vez em mais de uma década de Popular, desejamos sermos praticamente tudo, menos jornalistas. Esse sentimento se deu por um paradoxo no qual nos vimos em seu centro. Como em todas as terças, nos colocamos presentes no legislativo municipal para acompanharmos os trabalhos da Câmara de Nova Serrana. Inicialmente era uma noite como qualquer outra, os demais órgãos imprensa da cidade, como na maioria das vezes, não se faziam presentes e a nós coube discernir após uma pesada e tensa exposição das últimas palavras de Flávio Rodrigues Lago, qual era nosso papel mediante aos acontecimentos daquela noite. A imprensa, senhores leitores, tem como conduta, não noticiar ou expor quaisquer fatos que possam caracterizar mesmo que de forma subjetiva motivos ou questões que possam elucidar o auto-extermínio. Contudo diante disso assumimos um papel que é mais doloroso do que nunca e nos faz pensar: Vale a pena viver o que temos vivido? Em uma conversa com nosso jornalista Thiago Monteiro, após uma noite de debates e considerações, ouvimos pelo nosso profissional, que cumpre o papel de Jornalista Políti-
co a indicação de que, não mais faz sentido atuar como jornalista em nossa cidade e isso, porque a política atingiu o mais baixo e doloroso patamar já presenciado em nossa cidade. Entenda, não estamos aqui avaliando méritos e incriminando, mas como dar continuidade a um trabalho, diante das tragédias, exposições e riscos com os quais são lidados. E aqui, amigos leitores, não falamos em riscos relacionados a nós, mas da dor e riscos relacionadas as partes envolvidas diretamente. Sendo empáticos, imaginamos como será estar à frente de uma cidade, como vereador ou prefeito, com a consciência de que em cada ação, cada obra, cada projeto, tem uma vida de uma pessoa está ligada a eles por uma tragédia causada pelo simples fator político. Como lidar com o fato de que, pessoas que nem mesmo tinham contato íntimo e pessoal com os envolvidos, em momento de dor usa de forma oportunista a exposição dada pela família e amigos, a pedido da própria vítima, para incriminar, ou justificar politicamente um nome, a pessoal do seu político de estimação. Chegamos ao mais baixo patamar entre os seres viventes, pois nos tornamos incapazes de identificar a dor, de nos solidarizar com o próximo, e utilizamos das tragédias para promoção ou justificativa. Assim como disse Thiago Monteiro, na manhã de quarta-feira, se for para lidar com esse nível de pensamento, com essa qualidade de pessoa
humana, com esse inválidos e subjetivos valores, não mais vale a pena ser jornalista, não vale mais a pena ser vereador, não vale mais a pena ser prefeito. Quando a dor ultrapassa o limite da racionalidade e pessoas se apropriam disso em situações próprias, temos que rever se vale a pena mantermos firmes, ou redirecionarmos o rumo de nossas ações. Nós deste Popular, tivemos a honra e o prazer de por tantos anos sermos o veículo com maior propriedade política da cidade. Cumprimos muito bem nossa missão como meio de comunicação que expõe erros e denúncias sem nenhum grilhão político, mas isso vai além. Agora vamos repensar a nossa conduta como homens, não por culpa, ou por entender que erramos (apesar de termos a consciência de que não somos 100% assertivos). Mas porque em situações como essas percebemos que cumprir uma missão diante de posicionamentos medíocres é até o momento irrelevante. Convidamos você leitor a repensar a sua condição social, aos políticos envolvidos a repensarem o seu papel, afinal, se isso não acontecer, a cidade continuará a crescer em população, mas também nossa política irá crescer em ignorância e mediocridade. Mais uma vez ressaltamos nosso pesar aos familiares, salientamos nosso pesar pelo momento político de nossa cidade e salientamos que em meio a dor e reflexão, continuaremos firmes, pois entendemos que nosso papel é fundamental para que de alguma forma essa mudança que sonhamos efetivamente aconteça.
NOVA SERRANA-MG | SEXTA-FEIRA, 21 DE JUNHO DE 2019 | ANO XIV | Nº 1689
3 Na última terça-feira, dia 18 de junho foi divulgado na Câmara de Nova Serrana durante a 18ª reunião Ordinária, um vídeo onde o falecido Flávio Rodrigues Lago, irmão do atual prefei-
to, expôs aos familiares os motivos por quais ele atentou contra a sua vida. Como não poderia ser diferente, nós deste Popular, não compactuamos e tão pouco damos visibili-
dade a atos cometidos contra a própria vida. Não defendemos ou de maneira nenhuma temos o interesse ou o desejo de tornar tal ato como exemplo. Nós respeitamos a
dor da família e por horas debatemos quais medidas deveriam ser tomadas quando a exposição do discurso. Contudo, justamente por termos dados visibilidade a denúncia, e
por sermos neutros quanto ao fato, tomamos como decisão, publicar na íntegra o texto que vem sendo amplamente reproduzido em redes sociais. Mais uma vez mani-
festamos nossa solidariedade com a dor da família, e conforme solicitado por Flavio Rodrigues Lago, suas últimas palavras ganham publicidade assim como a denúncia.
Últimas Palavras Esse vídeo tem pra mim a importância de mostrar a relevância das coisas independente do que as pessoas pensam. Às vezes as pessoas não dão importância para as coisas, não dão valor por algo. Pois bem um cidadão chamado Willian Barcelos, professor e vereador pegou a foto de casamento da minha filha e colocou no telão da Câmara. Uma coisa que ele não precisava, porque ele tinha a documentação para provar o que ele queria, mas ele queria humilhar, queria ofender alguém, queria machucar, ferir sentimentos. Ele foi como um rato na intimidade da família e pegou uma coisa que é sagrada; um casamento que eu não tinha dinheiro nem para colocar um terno, um paletó para alugar se fosse preciso, foi feito com ajuda da família dos amigos porque minha filha iria casar somente no civil. Ele pegou isso e ridicularizou, um ato sagrado, um ato íntimo, um ato privado e particular, e ainda que fosse ao Facebook, não precisava porque a lei diz que as coisas têm que serem julgadas com a importância que ela tem. Aquilo não era necessário. Ele simplesmente disse que não era algo pessoal, mas era pessoal sim, porque se não fosse pessoal ele não tinha feito isso somente comigo para atingir meu irmão; com minha filha para atingir o tio dela; ele teria feito quando o cidadão chegou na Câmara e gritou que o genro da presidente da Câmara estava lá querendo impedir ele de alguma coisa, ele não atinou porque ela é do partido dele. Ele não atinou quando tinha nove funcionários fantasmas lá dentro, e seis vereadores pagando 15 mil para um voto, e ele disse que não sabia porque entra pelo elevador e sobe para o segundo andar e não conhece ninguém lá embaixo. Mas isso é porque provavelmente ele deve favor àqueles que não cassaram ele. Mas isso para esse cidadão não tem a menor importância. Eu quero dizer que eu pretendia sim, cheguei a procurar alguns advogados, cheguei a falar com eles que queria fazer a coisa certa para não fazer qualquer coisa, mas para mostrar a relevância porque ninguém da importância para isso, mas é uma foto pública, meu genro estava de costas, minha filha estava de costas, ele só queria mostrar a cara do Euzebio que é um prefeito e uma pessoa pública. Esse cidadão olhou com a maior esperteza, ele foi delicado no que iria fazer, escolheu bem para não ter nenhuma complicação judicial, sei lá se é isso que a gente diz. Mas eu queria dizer para o senhor professor Willian Barcelos. Eu peço aqui que esse vídeo seja postado, seja apresentado com a mesma relevância que teve para o senhor, aquilo que o senhor não deu importância. Para o senhor o casamento não era importante, o ato não era importante, o sacramento não era importante, a família não era importante, o sentimento de minha filha que me ligou chorando e isso partiu o meu coração. Eu andei esses dias todos tentando arrumar um jeito. Ah, professor vou te dizer uma coisa, você disse que é uma onça que não se deve cutucar com vara curta, sabe por que eu não fui cutucar o senhor na cara. Porque o senhor pode até ter me agredido na alma, mas ao contrário do senhor eu não vou querer transmitir a dor que o senhor deveria sentir para a família, porque uma bala na cara é o que o senhor merecia. A justiça vai dizer que não, que aquilo lá não tem tanta
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importância assim, não tem como a justiça é relativa, o que um juiz acha e condena o outro absolve depende do entendimento. No meu aquilo era muito importante pra mim... eu não pude fazer nada quando ouvi ela chorando falando pai colocaram a foto do meu casamento na parede da Câmara. Ela não questionou se expôs o marido dela, se ele iria ser condenado, ou o prefeito, não foi nada disso não ela colocou os entendimentos que ela tinha porque eu segui os procedimentos familiares para conceber ela.... Uma pessoa sem caráter, uma pessoa vergonhosa, um ser rasteiro que se estivesse um pingo de decência, de decoro, de pudor, trataria as coisas de modo diferente. É porque é pessoal, você queria atingir simplesmente o prefeito, ai diz que não, que não tem nada disso, que não quer ser candidato. Não me interessa o que o senhor vai ser, o mandato do meu irmão não vale uma lagrima da minha filha. O emprego do meu genro ele arranja outo não vale uma lagrima da minha filha. Aquelas palavras partiram a minha alma e ai o que eu posso fazer, mandar o senhor para o inferno? Não eu não posso não. A sua família não merece passar pelo que eu estou passando, mas para o senhor entender a relevância que tem o ato do senhor, mesquinho, pobre, uma coisa hedionda é justamente isso. A maioria das pessoas não terão visto como eu vi. O primeiro artigo da constituição federal fala sobre a dignidade da pessoa. A lei da proporcionalidade, não tenho tempo nesse vídeo para ficar explicando isso. Mas aquilo não era necessário, aquilo não era necessário para provar o que os documentos já tinham provado. Eu não tenho outra forma de te atingir vereador, mas dizem que o senhor gosta de debater, se eu fosse na tribuna como eu quis fazer o senhor teria direito de resposta. Pois bem para onde eu vou quero que o senhor vá lá, debater comigo se o senhor da tanta importância assim para o debate, para a sua razão, vá lá, vá me procurar aonde eu vou agora, não sei se tem tribuna mas o senhor tem o direito de debater comigo. Eu espero que o senhor tenha o mínimo, sei que o senhor não tem, mas se puder ao menos esse pedido o senhor possa me atender, não fale a respeito de minha família. Ouça isso aqui e simplesmente entenda que alguém fez por amor uma coisa que ninguém esperava fazer, porque ninguém dava a importância que eu dava ao assunto. Quero deixar meu pedido de perdão a todos, sei que vão sofrer muito, eu tenho um filho de quatro anos que tem uma vida pela frente, ele tem um pai que ama ele muito, tenho uma filha de 20 anos que esta fazendo faculdade de enfermagem, vai sofrer demais. Tenho uma esposa que me ama, irmãos que me ama, tenho uma mãe que depende de mim. Eu não conseguiria na justiça vereador, fazer com que o senhor tivesse alguma responsabilidade sobre isso, a justiça não está nem ai para isso, mas eu tinha que mostrar para o senhor e para as pessoas que aquela moça tem relevância para mim. O sentimento dela tem relevância pra mim. Vai ter muito debate pelas ruas, falando que é loucura não precisava disso, é relevância. A proporcionalidade deve ser interpretada por cada um. Para o senhor entender a proporcionalidade que teve pra
mim, para quando você olhar para seus filhos, seu vagabundo, quando o senhor olhar para sua esposa, para as fotos do seu casamento, que o senhor tente entender a importância que tem a família de alguém, tente entender a importância que tem os filhos para os pais, porque pra mim o pai tem menos valor que a vida do filho. Peço aqui que minha família nem sequer passe perto do senhor com intenção de ferir e lhe agredir, esse é um desejo meu, íntimo e sincero. Que o senhor viva muito anos vereador, a não ser que o senhor como eu disse queira ir atrás de mim para debater comigo. Eu não tinha problema nenhum em debater com o senhor, mas iria virar uma chacota, como eu disse as pessoas não dão importância para isso, mas eu dou. Aproveita bem o seu mandato, continua fazendo o que o senhor faz, mas tenta fazer com imparcialidade, não como o senhor esta fazendo, não por favor que o senhor deve por não ter sido cassado por ter conversado besteira, não porque a vereadora é do seu partido, não porque o senhor segundo diz ta tentando agir com justiça, que não pode prevaricar contra uma denúncia Eu estou dando uma denúncia aqui, foi um cidadão ai e gritou que a presidente da Câmara tinha um genro trabalhando com ela. Da uma olhada nisso já que o senhor é imparcial. Aproveito para pedir perdão para os meus colegas de trabalho, ficaram sem saber quando eu sai, se elas tinham me ofendido de alguma forma, não tem nada a ver. O que tem a ver é essa dor que vem se arrastando desde aquele dia. Peço a minha filha a Julia, que me perdoe. Eu conto com ela para ajudar a essa família, conto com meus irmãos para ajudar essa família. Peço que deem meu carro a qualquer preço, ele está vazando água, está fervendo se descuidar um dia, e eu não quero deixar um problema para minha família. Vendam a moto, vendam os cachorros, minha esposa não vai ter condição de pensar nisso... Que Deus abençoe a todos. Pra mim a alma dos meus é mais importante do que a minha, estou chorando não pelo medo de estar ali pendurado como eu pretendo fazer, mas estou chorando por lembrar do ato cruel que foi cometido contra a pessoa que eu amo demais. Só Deus sabe o que vai acontecer a partir daqui tanto pra mim quanto para minha família. Eu sei o que me consola e que eu sei que nunca fui responsável pela sobrevivência da minha família porque até a minha é Deus quem cuida! É Deus quem sustenta a minha família. Deus que protege cada um de nós. Tanto é que eu não pude proteger a minha filha desse ato tão absurdo, cruel, insensível. Eu não sei o que dizer mais aqui, estou tentando gastar os 15 minutos que tenho direito a tribuna porque eu peço aqui agora, que nem que seja por força legal... que esse vídeo seja passado na Câmara como foi passado a foto de casamento da minha filha. E que seja seguido os parâmetros legais, que seja seguido o regimento interno. E pelo menos 72 horas antes seja apresentado o pedido, protocolado e que os 15 minutos sejam respeitados. Aos meus amigos e a todos que me amam, fica aqui o meu agradecimento o meu pedido de perdão, eu sei que minha família não vai ter condição de fazer o que eu estou pedindo. Eu peço ao Jerson Rotandando Junior, meu amigo, meu irmão que providencie isso pra mim. Obrigado e Deus abençoe.”
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