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Nova Serrana-MG, quarta-feira, 07 de agosto de 2019 | Ano XIV | Nº 1710 | R$2,50

Calçados de Nova Serrana miram exportações para a América Latina Em meio à crise no mercado interno com a significativa queda no consumo de calçados a estratégia tratada pela indústria nacional é a exportação e se tratando do polo produtor de Nova Serrana esse norte vem sendo tratado com atenção especial

Ipea divulga o Atlas da Violência Com base nos dados de 2017, atlas da violência aponta que Nova Serrana é a cidade com maior percentual de homicídios entre as quatro maiores do Centro-Oeste Mineiro

NOVA SERRANA-MG | QUARTA-FEIRA, 07 DE AGOSTO DE 2019 | ANO XIV | Nº 1710

2 O desafio é o crescimento sustentável No ano 2020 viveremos mais um período de eleições políticas municipais. Novamente teremos em meio aos discursos políticos a exposição de problemas sociais que são crônicos, e a saúde, violência, o quadro econômico negativo e tantos outros problemas serão novamente utilizados em tom de promessas e solucionismo barato político.

Os problemas sociais mais uma vez são o alvo do discurso dos políticos que vão usar de sua oratória para convencer aos populares de que eles são seus principais alvos de voto e boas intenções.

Foi assim nas eleições passadas e ao decorrer de nossa história, contudo dessa vez alguns fatos terão que ser observados de forma mais conceitual, e aqui vamos caminhar nesse raciocínio eleitoreiro, porque ele está intimamente relacionado a fatos constatados de nosso desenvolvimento social.

Entre todas as promessas que foram trazidas nas últimas eleições, o que não podemos negar são os avanços na segurança pública de nossa cidade. Não temos como negar que foram feitos investimentos e tivemos sim melhorias.

Ao olharmos para os boletins policiais percebemos a redução dos índices criminais, contudo baseada nos dados ainda de 2017, temos nossa cidade como protagonista em meio as cidades mais perigosas de nossa região e consequentemente de nosso estado.

Efetivamente teremos uma melhor analise sobre a real situação de criminalidade de Nova Serrana, quando o município passar a ser avaliado juntamente com as demais cidades de seu porte populacional, sendo assim considerada uma cidade efetivamente com população acima de 100 mil habitantes.

Mas não podemos fechar os olhos para o fato de que, de 2018 para cá, apesar do crescimento populacional, a criminalidade e os índices tem sim tido uma redução, ou seja, se ainda somos a cidade com maiores percentuais criminais, estamos caminhando em passos sólidos para que essa “verdade” seja mudada e sendo teremos uma aplicação mais fiel ao momento que realmente presenciamos.

Por outro lado se realmente presenciamos algo, é uma crise econômica que tem sim atingido o mercado calçadista. Nossa economia como nunca antes passa por uma crise que está relacionada diretamente a economia nacional e em cadeia se refletirá quanto ao desenvolvimento populacional e da criminalidade.

Nunca se pensou em falar em desemprego em nossa cidade, e acreditamos que ainda estamos longe de termos o desemprego como um problema que causa transtornos relevantes.

Mas não podemos também fechar os olhos e levar em conta que a economia nacional passa por um momento onde os mais de 100 milhões de pares de calçados produzidos em nossa cidade, atualmente não tem um consumidor definido.

Dai os especialistas pensam quanto ao desenvolvimento e exploração de outros mercados, e a exportação passa a ser uma solução viável para as indústrias de nossa cidade. Contudo, como em todas as considerações temos um porém, temos que avaliar também a acessibilidade desse mercado para o pequeno produtor.

A indústria de nossa cidade não é formada apenas pelos grandes produtores, mas também pelos pequenos, que nesse momento passam pela dificuldade de terem as portas da pirataria fechadas, ou melhor, limitadas, o que novamente coloca nossa economia em xeque.

Não sendo advogados do diabo, tão pouco apoiando a pirataria, o desafio dos próximos gestores e porque não de Euzebio ainda neste resto de tempo de governo, está lincado ao fato de que, soluções precisam de ser tomadas para que o mercado se abra para os pequenos produtores, e porque não para que os grande se solidifiquem como exportadores.

Para que isso aconteça investimentos em infraestrutura tem que ser tomados de forma mais palpável, e por essa infraestrutura passa a segurança pública, que é nesse sentido um dos fatores que atrai investidores e causa um desenvolvimento social ainda mais palpável.

Claro caminhamos a passos largos para sermos a maior cidade de nossa região. Já somos a segunda maior e temos a maior parcela de indústria calçadista de Minas. Agora precisamos de nos ater para a aplicação e ampliação e nossa infraestrutura para que assim tenhamos um crescimento sustentável.

De tal forma o objetivo é que não atinjamos picos negativos como acontece em Divinópolis, que atualmente tem o maior percentual populacional de nossa região, mas que alimenta também índices bem limitados e até pejorativos quanto ao desenvolvimento econômico e segurança pública.

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Calçados de Nova Serrana miram exportações para a América Latina Em meio à crise no mercado interno com a significativa queda no consumo de calçados a estratégia tratada pela indústria nacional é a exportação e se tratando do polo produtor de Nova Serrana esse norte vem sendo tratado com atenção especial.

Conforme publicado pelo jornal Estado de Minas, na indústria do município tem buscado alcançar mercados externos que ainda não são tão explorados. Segundo Pedro Gomes, empresário que atua no segmento a cerca de 26 anos, a ordem é buscar clientes na Argentina, Peru, Colômbia e Bolívia, aproveitando toda a experiência que o empresário conquistou ao atravessar a fronteira do Brasil, mas ainda com embarques tímidos.

Outro empresário reconhecido no segmento, Alfredo Assis Pereira também informou a reportagem que trabalha firme no projeto de fincar bandeira no exterior e, para isso, criou este ano um departamento dedicado a incrementar exportações. Além de embarques já feitos à Argentina, a indústria conquistou espaço nos mercados do Panamá, Costa Rica e Paquistão.

Visto como um mercado a ser atingido, os fabricantes de calçados de Nova Serrana querem alavancar o setor, incrementado as vendas externas e antes mesmo do recém-anunciado acordo do Mercosul com a União Europeia já haviam definido o alvo certo: a América Latina.

Dos 105 milhões de pares de sapatos fabricados em média por ano, apenas 3% chegam às prateleiras de outros países, especialmente Argentina, Equador e Bolívia. Segundo informado no ano de 2018, as vendas ao exterior do polo calçadista movimentaram US$ 13,5 milhões com o comércio de 2,8 milhões de pares, contudo segundo as perspectivas dos industriais a meta do setor mineiro é de dobrar esses resultados ainda em 2019.

Desafio de se adequar aos padrões internacionais Para chegar ao mercado internacional não basta querer, são necessários investimentos em adequações de padrões e obtenção de algumas certificações.

Segundo o Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), entre as 1,2 mil micro, pequenas e empresas de porte médio instaladas nos 12 municípios que integram o polo calçadista da região, não chega a 10% o universo daquelas que já exportam seus produtos.

De acordo com o consultor do Núcleo de Comércio Exterior do Sindinova, Mário Menezes, não há duvidas de que ainda há muito para ser alcançado no merco internacional, e em sua avaliação a busca pela exportação está ganhando adeptos na medida em que novas gerações familiares vêm assumindo os negócios, com uma visão mais moderna de produção e mercado.

Estratégia: América Central e Estados Unidos em segunda fase Pesa a favor de Nova Serrana, segundo os especialistas, a semelhança nas condições climáticas e tendências de moda entre o Brasil e os demais países da América do Sul. Hoje, a cidade exporta principalmente os segmentos de calçados femininos com plataforma, sapatilhas e rasteirinhas, e os tênis esportivos. Em um segundo momento, as atenções estarão voltadas também para países da América Central e Estados Unidos.

Europa entra nas projeções Amparados pelo acordo comercial fechado recentemente entre a União Europeia e o Mercosul os empresários de Nova Serrana admitem o interesse de conquistar o mercado europeu em um futuro não muito distante.

Hoje, as negociações com países da Europa estão concentradas no polo industrial do Sul do país, onde os calçados têm mais identidade com o clima e as tendências do Velho

Continente.

Mas para Nova Serrana entrar nesse mercado, os empresários têm consciência de que é necessário investir em novos materiais e design para atender às características de um consumidor bem diferente do latino-americano.

De acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova),

Ronaldo Lacerda, em um primeiro momento os esforços serão concentrados para uma maior proximidade com o mercado da América Latina, mas o mapa da Europa não está riscado. “É muito mais fácil começar com mercados mais próximos, que têm identidade de língua e o mesmo clima que o nosso. Mas podemos buscar a Europa também”, finaliza Ronaldo Andrade.

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Ipea divulga o Atlas da Violência dos municípios brasileiros Atlas da violência aponta que Nova Serrana é a cidade com maior percentual de homicídios entre as quatro maiores do Centro-Oeste Mineiro Foi publicado na última segunda-feira, dia 05 de agosto o atlas da violência 2019.

O documento lista com base nos dados de 2017 as cidades mais violentas do Brasil.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) analisou, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes em 2017 e fez um recorte regionalizado da violência no país.

Também foram analisados pelo Ipea e listados os índices de criminalidade relacionados aos óbitos nas demais cidades brasileiras, inclusive, constando os dados angariados referente aos municípios de Minas Gerais e do centro-oeste de nosso Estado.

Baseado nesses dados,

listando entre as quatro maiores cidades de região, com base no numero de homicídios, Nova Serrana foi listada como a cidade mais violenta da região.

No comparativo, levando em consideração as cidades de Divinópolis, Nova Serrana, Itaúna e Pará de Minas, sendo estas as quatro com maior população na região centro-oeste mineiro, a capital do calçado obteve o pior índice registrado.

Conforme os dados do Atlas, em 2017 Nova Serrana cidade que contabilizava 94.681 habitantes, contabilizou cerca de 40 homicídios, destes sete são considerados ocultos pelo Ipea. A cidade então obteve uma taxa de estimativa de homicídio de 41,9.

Em segundo lugar ficou a cidade de Itaúna que com 92.696 habitantes, registrou 29 homicídios, sendo cinco

ocultos e gerando a taxa de 31,1. Divinópolis vem logo em seguida com 234.937 habitantes, 62 homicídios registrados, sendo três ocultos e um taxa de homicídios

de 26,4 e por fim.

Entre as maiores cidades da região Pará de Minas foi considerada a mais segura com registrando em 2017 uma população de 92.739

habitantes, com 18 homicídios registrados no ano, e uma taxa de homicídios de 19.

Ainda como destaque negativo as cidades de Perdigão,

Conceição do Pará, Araújos e Pitangui obtiveram uma taxa de homicídios significativamente alta, com os índices de 66,5; 65,4 ; 46,9 e 40,5 respectivamente.

Por outro lado, o levantamento apontou que, entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Jaú é a cidade menos Taxa estimada de homicídios violenta, seguida de Indaiatuba e Valinhos, todas em São Paudas capitais brasileiras: Apesar dos altos índices registrados em Nova Serrana, o dado lo. No ranking dos 20 municípios menos violentos, 14 são 1 - Fortaleza (CE) – 87,9 mais negativo da região foi obtido por Divinópolis, isso por- paulistas.

2 - Rio Branco (AC) – 85,3 que de acordo com o Ipea, a cidade é a 11ª mais violenta de 3 - Belém (PA) – 74,3 Minas Gerias, levando em consideração os municípios com As 10 cidades com maiores taxas estimadas 4 - Natal (RN) – 73,4 índice populacional superior a 100 mil habitantes. de homicídios por 100 mil habitantes: 5 - Salvador (BA) – 63,5 As dez primeiras cidades consideradas mais violentas do es1 - Maracanaú (CE) – 145,7 6 - Maceió (AL) – 60,2 tado com população acima de 100 mil habitantes são, Gover2 - Altamira (PA) – 133,7 7 - Recife (PE) – 58,4 nador Valadares, Ribeirão das Neves, Vespasiano, Contagem, 3 - São Gonçalo do Amarante (RN) – 131,2 8 - Aracaju (SE) – 57,4 Santa Luzia, Sabará , Juiz de Fora, Sete Lagoas, Ibirité e Belo 4 - Simões Filho (BA) – 119,9 9 - Manaus (AM) – 55,9 Horizonte.

5 - Queimados (RJ) – 115,6 10 -Macapá (AP) – 54,1 É importante ainda ressaltar que nenhuma das cidades mi6 - Alvorada (RS) – 112,6 11 - Boa Vista (RR) – 48,9 neira figura entre as 10 mais violentas do Brasil, sendo que a 7 - Marituba (PA) – 100,1 12 - Porto Alegre (RS) – 47,0 capital mineira é a 5ª mais segura do país, sendo apenas a 23 8 - Porto Seguro (BA) – 101,6 13 - São Luís (MA) – 46,9 em homicídios entre as 27 capitais brasileiras segundo o Atlas 9 - Lauro de Freitas (BA) – 99,0 14 - Goiânia (GO) – 40,7 da Violência.

10 - Camaçari (BA) – 98,1 15 - Teresina (PI) – 39,4 16 - João Pessoa (PB) – 38,9 Cidades mais violentas do Brasil 17 - Porto Velho (RO) – 36,0 As 10 cidades com menores Com exceções de Simões Filho, no Rio de Janeiro, e Alvorada, 18 - Rio de Janeiro (RJ) – 35,6 taxas estimada de homicídios: no Rio Grande do Sul, as dez cidades com maiores taxas esti19 - Palmas (TO) – 33,5 1 - Jaú (SP) – 2,7 madas de homicídios se concentram em estados das regiões 20 - Vitória (ES) – 30,6 2 - Indaiatuba (SP) – 3,5 Norte e Nordeste do país.

21 - Florianópolis (SC) – 30,0 3 - Valinhos (SP) – 4,7 Por outro lado, aquelas que apresentaram os menores núme22 - Cuiabá (MT) – 28,8 4 - Jaraguá do Sul (SC) – 5,5 ros figuram apenas em dois estados: São Paulo e Santa 23 - Belo Horizonte (MG) – 26,7 5 - Brusque (SC) – 5,8 Catarina.

24 - Curitiba (PR) – 24,6 6 - Jundiaí (SP) – 6,1 O município mais violento do Brasil, com mais de 100 mil 25 - Brasília (DF) – 20,5 7 - Limeira (SP) – 7,7 habitantes, é Maracanaú, no Ceará. Em segundo lugar está 26 - Campo Grande (MS) – 18,8 8 - Americana (SP) – 7,7 Altamira, no Pará, onde 62 detentos foram mortos durante 27 - São Paulo (SP) – 13,2 9 - Bragança Paulista (SP) – 7,7 massacre na semana passada. Em seguida vem São Gonçalo 10 - Santos (SP) – 7,8 do Amarante, no Rio Grande do Norte.

Divinópolis a cidade mais violenta do centro-oeste mineiro

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