REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
MAIO | JUNHO 2015
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Palavra do presidente
Vai passar Gilson Abreu
É mais um passo no nosso programa de ampliação da rede Sesc Senac no estado. Já no mês de julho, inauguramos a nova sede de São Mateus do Sul, cidade que foi a capital hidroviária paranaense nos tempos da navegação no Rio Iguaçu. Tudo isso enquanto o país sofre com os problemas da conjuntura econômica, fazendo diminuir a confiança da classe empresarial. No entanto, sabemos que as dificuldades são passageiras, previstas para que já possamos voltar aos patamares de crescimento a partir do próximo ano. São razões mais que suficientes para que o nosso Sistema se mantenha acelerado. Como vocês poderão ver nesta edição, as programações abrangem todas as regiões paranaenses. Os projetos corporativos do Sesc, como o Sonora Brasil, Palco Giratório, Dia do Desafio, a Maratona Internacional de Foz do Iguaçu e as Festas Juninas, realizadas em parceria com a RPC, demonstram a vitalidade do nosso braço social. Pelo lado do Senac, além das inaugurações, tivemos participação em feiras e o workshop de atendimento, uma caravana de correu o estado. O programa de Revitalização dos Espaços Comerciais ganhou mais uma cidade participante, exatamente Paranaguá, pelos motivos que já vimos acima. Tivemos ainda a participação no Seminário da OIT, em Genebra, e a missão comercial a Taiwan. Um bimestre cheio de atividades e conquistas. É isso que passamos às mãos de vocês. Boa leitura!
A
inauguração do novo Senac de Paranaguá, matéria de capa nesta edição, mostra a certeza do Sistema Fecomércio Sesc Senac e do segmento comercial do Paraná no crescimento econômico e profissional do nosso litoral. No momento em que se iniciam as reuniões que vão definir os novos limites da Poligonal do Porto de Paranaguá e Antonina, as entidades do setor produtivo paranaense defendem de maneira enfática a ampliação das suas linhas, permitindo novos investimentos que são estimados em R$ 8 bilhões, com mais de 20 mil empregos diretos e indiretos. É para formar esta nova mão de obra, com alta qualificação para o ambiente competitivo do comércio dos próximos anos, que investimos R$ 8,5 milhões para dotar Paranaguá de uma escola profissionalizante moderna e com tecnologia de ponta.
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Darci Piana Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR
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NESTA EDIÇÃO
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Capa Ano XV Nº 106 MAIO | JUNHO 2015
Senac inaugura nova escola em Paranaguá
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Palavra do presidente Notas
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Festival de encontros
Expansão São Mateus do Sul ganha novo Senac
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Teatro
Palco para todos
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Negócio Social Nobel da Paz participa de Congresso em Curitiba
Tradição Gastronomia Carneiro no Buraco em Curitiba Circuito junino
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História Café Pioneiro
Desenvolvimento Smart City conta com apoio da Fecomércio PR
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Palestra
Jornalismo no interior
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Juriscomércio Novo Código Comercial Brasileiro
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Pesquisa Os inovadores hábitos de compra
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Trabalho Formalização como prioridade
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Perfil Semeador de Paz e Bem
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Internacionalização O céu é o limite
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Turismo FIT Cataratas e Hotel Show movimentam o Turismo
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Capa Senac inaugura nova escola em Paranaguá
Feira Do campo à mesa
17
Patrimônio histórico Latifúndio Cultural
Revitalização Paranaguá no Programa de Revitalização Comercial
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Música O século da viola
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Cultura
www.fecomerciopr.com.br www.sescpr.com.br www.pr.senac.br
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Sindicato Na ponta do lápis
Fecomércio PR Rua Visconde do Rio Branco, 931, 6º andar CEP 80410-001 Curitiba PR 41 3883-4500
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Esporte Foi dada a largada...
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SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR Presidente: Darci Piana
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SESC PR Diretor Regional: Dieter Lengning
Esporte Combate ao sedentarismo Treinamento Workshop Atendimento para colaboradores
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Case de Sucesso O prazer do conhecimento
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SENAC PR Diretor Regional: Vitor Monastier NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING jornalismo@fecomerciopr.com.br | 41 3883-4530
Crônica O basqueteiro mão de pau
Núcleo de Comunicação e Marketing Coordenador: Cesar Luiz Gonçalves
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Rodovias Sem duplicações, o Paraná para!
Jornalismo Coordenador: Ernani Buchmann
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Sindicato Cresce setor de construção
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Artigo A saga do Mercosul
Jornalistas Responsáveis Karla Santin DRT-PR 6657 Silvia Bocchese de Lima DRT-PR 6157 Redação e Revisão: Carolina Lara, Fernanda Ziegmann, Isabela Mattiolli, Karen Bortolini, Karla Santin e Silvia Bocchese de Lima Estagiárias: Raíssa Ribeiro, Thaynara Rezende e Jéssica Oliveira Fotos: Bruno Tadashi e Ivo José de Lima DRT-PR 9999 Foto da Capa: Rodrigo Hirata Arte e Diagramação: Vera Andrion DRT-PR 10260 Impressão: TP Graciosa Gráfica – Curitiba Tiragem: 10 mil exemplares
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Investimento Notas
Câmara de Relações Internacionais coordena missão empresarial a Taiwan
Durante a missão, um acordo de cooperação foi assinado pelo secretário geral da Taitra, Simon Wang, e pelo vice-presidente da Fecomércio PR e presidente do SincaPR, Paulo Hermínio Pennacchi
Entre os dias 20 e 28 de junho, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), o Sindicato do Comércio Atacadista do Paraná (SincaPR), e a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) em parceria com a Taiwan Trade Center no Brasil (Taitra) realizaram uma missão de negócios em Taipei, Taiwan. Um grupo formado por 11 pessoas, entre membros da diretoria das entidades e empresários dos setores atacadista distribuidor e supermercadistas, integra a comitiva.
A missão de negócios surgiu a partir de um convite feito pela Taitra – entidade ligada ao governo de Taiwan, à Fecomércio PR. Durante a viagem foi feito um acordo de cooperação entre as entidades parceiras, que tem por objetivo promover as movimentações bilaterais entre Taipei e o Paraná. O documento foi assinado pelo vice-presidente da Fecomércio PR e presidente do SincaPR, Paulo Hermínio Pennacchi; e pelo secretário geral da Taitra, Simon Wang.
Também fez parte da programação reuniões com empresas do segmento de alimentos interessadas no mercado paranaense; rodadas de negócios, visitas técnicas a indústrias e empresas; entre outras. O diretor da Câmara de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rui Lemes também participou da comitiva. A Câmara de Relações Internacionais da Fecomércio PR já realizou missões na China, no Japão e na Coreia do Sul, e completa agora o ciclo Ásia, com a viagem a Taiwan.
Guerreiro A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) promove no dia 24 de julho, em Curitiba, a 10ª edição do Troféu Guerreiro do Comércio. A homenagem é um reconhecimento dos empresários que geram riquezas e o desenvolvimento do Paraná. Na próxima edição da Revista Fecomércio PR você poderá conferir a matéria completa com os ganhadores.
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Notas
Sistema participa de Semana Francesa O Restaurante-escola do Senac Curitiba sediou, no dia 16 de junho, um almoço de negócios entre a Fecomércio PR e a Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB), regional Paraná. O evento aconteceu em paralelo ao almoço temático de Culinária Francesa, promovido pelo Senac Curitiba. Ambos integraram a programação da quarta edição da Semana Francesa, que ocorreu de 12 a 21 de junho em Curitiba e outras três capitais: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. O almoço reuniu diretores de empresas francesas e brasileiras, que assistiram à palestra do presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, sobre a atual conjuntura econômica brasileira. Além de falar sobre as Relações Internacionais entre Brasil e França, Piana abordou os principais indicadores econômicos nacionais, falou das expectativas de crescimento para o comércio paranaense e discorreu sobre as dificuldades e oportunidades geradas com a crise.
Presidente Piana durante palestra proferida para associados da Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB) Paraná
Alterações no Simples Nacional No dia 22 de junho, o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, o deputado federal João Arruda e o líder da Frente Parlamentar da Pequena Empresa, deputado federal Jorginho Mello, estiveram em Curitiba, na sede do Sebrae/PR, para o Seminário Estadual Supersimples. O objetivo do evento foi debater com entidades e empresários o Projeto de Lei Complementar (PLP) 448/14, que propõe alterações no Simples Nacional. Entre as alterações previstas está o aumento do teto da receita bruta anual para enquadramento no regime tributário do Simples. No caso das microempresas, o limite proposto passa de R$360 mil para R$900 mil; para pequenas empresas o aumento foi de R$3,6 milhões para R$14,4 milhões, e para microempreendedores individuais o teto deixa de ser R$60 mil e passa para R$120 mil. O projeto prevê ainda uma redução no número de faixas de faturamento de 20 para sete. O número de tabelas de alíquotas, que antes era sete, passa para quatro: uma para comércio, uma para indústria e duas para serviços. Outra medida importante, na visão do ministro, é que a partir das novas faixas de faturamento
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O ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, durante Seminário Estadual Supersimples, em Curitiba a tributação será progressiva. “Igual no imposto de renda, você fatura até um determinado valor. Quando você passa para a próxima faixa, você só paga o imposto sobre a diferença”, explicou o ministro. O relator do Projeto de
Lei, deputado João Arruda, informou ainda que apresentará substitutivos ao projeto com outras propostas como extensão dos benefícios do Simples Nacional para cervejarias, cachaçarias e vinícolas artesanais.
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Investimento Negócio social
Nobel da Paz participa de Congresso em Curitiba Criador do Grameen Bank, Muhammad Yunus foi um dos palestrantes do Congresso Internacional de Negócios Sociais e Empreendedorismo Pezzicomunição
Texto: Carolina Lara
Da esquerda para a direita: o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; a presidente da Fundação de Ação Social de Curitiba, Marcia Fruet; o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet; o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho; o economista bengalês e ganhador do Nobel da Paz de 2006, Muhammad Yunus; a professora do Departamento de Economia da UFPR, Ana Lúcia Jansen de Mello de Santana; o diretor de Operações do Sebrae/PR, Júlio Cesar Agostini, e o gerente de Marketing da Rede Mabu, Douglas Meneses
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riador do Grameen Bank, popularmente conhecido como “banco dos pobres”, iniciativa que o levou a receber o Prêmio Nobel da Paz de 2006, o economista de Bangladesh, Muhammad Yunus, esteve em Curitiba no início de maio para o Congresso Internacional de Negócios Sociais e Empreendedorismo, promovido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Durante palestra de abertura, que ocorreu no Teatro Guaíra em 3 de maio, Yunus defendeu o que ele chama de “negócios sociais”, empreendimentos concebidos para resolver probleREVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
mas sociais, econômicos e ambientais, cujo lucro é reinvestido no próprio negócio para expansão e melhorias. Em entrevista concedida ao jornal Gazeta do Povo, Yunus comparou os negócios sociais à caridade e disse acreditar que investidores tradicionais habituados a destinar parte de seu dinheiro para ações beneficentes podem investir em negócios que também ajudarão outras pessoas, e ainda receber o dinheiro de volta. “Na caridade você doa dinheiro, mas ele não retorna para você. O negócio social é uma opção melhor”, colocou.
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GRAMEEN BANK
Iniciado em 1976 por Yunus, o “banco da aldeia” de Bangladesh empresta, com termos e condições razoáveis e adequados, quantias pequenas de dinheiro para pessoas que vivem em condições de pobreza, estimulando-as a desenvolver atividades de geração de renda. Com aproximadamente 8,5 milhões de mutuários, dos quais 97% são mulheres, o banco cobre mais de 97% das aldeias de Bangladesh e já está presente em outras partes do mundo.
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Desenvolvimento
Smart City conta com apoio da Fecomércio PR Texto: Karen Bortolini | Foto: Bruno Tadashi
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om apoio da Fecomércio PR, o Smart City Business America Congress & Expo 2015 foi realizado nos dias 19 e 20 de maio, na ExpoUnimed, em Curitiba. Foram debates, reuniões de prefeitos, conferências e apresentação de projetos para o desenvolvimento das cidades. O Smart City Business é a oportunidade em que os participantes discutem os principais problemas detectados nas cidades, e trocam ideias em busca de soluções inteligentes. O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, no debate dos prefeitos, falou sobre a importância das parcerias dos setores público e privado e apresentou os projetos de referência da capital. “Somos a quarta geração de modelo em transporte público e abertos para as inovações”, disse. À noite, para a assinatura da Declaração de Curitiba, compuseram a mesa da solenidade de abertura o prefeito Fruet; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Darci Piana; o presidente do Smart City, Leopoldo Albuquerque; o arquiteto e planejador urbano da ONU, Claudio Acioly; o chairman da Toshiba América do Sul, Shigeo Myiahara; o prefeito de Belo Horizonte e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), 8 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
Márcio Lacerda; e o secretário de Planejamento do Paraná, Silvio Barros. O documento acrescenta compromissos da cidade ao documento criado no Fórum Mundial das Cidades em 1992. O apoio da Fecomércio PR ao evento se deve pelo fato do forte envolvimento que a mobilidade urbana, um dos modais apresentados, tem com o comércio da cidade. “Sabemos que o comércio é fomentado com movimentação das pessoas”, apontou. Outro destaque da programação foi o debate com o tema Prosperidade, qualidade de vida e sustentabilidade das cidades, com a participação do presidente Piana.
NA FOTO
Após a abertura oficial, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, assinou a Declaração de Curitiba, documento para a contribuição da capital para o processo preparatório da III Conferência de Habitação e Moradia, em 2016, entre outros compromissos com o desenvolvimento da cidade. Da esquerda para a direita: Gustavo Fruet, prefeito de Curitiba; o chairman da Toshiba América do Sul, Shigeo Myiahara; o presidente Piana; o prefeito de Belo Horizonte e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), Márcio Lacerda.
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Palestra
Jornalismo no interior Congresso de Jornais do Interior debate atual situação do segmento Texto: Raíssa Ribeiro | Fotos: Agência Adjori de Jornalismo
O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, palestrou na abertura do evento
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43º Congresso da Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina (Adjori/SC) e o V Encontro Nacional de Jornais do Interior do Brasil acorreu de 19 a 21 de junho, no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis. O evento, apoiado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), reuniu jornalistas e empresários da comunicação para discutir e analisar a atual situação do segmento. O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, realizou palestra na abertura do Congresso, abordando a temática “Como o Brasil vê o seu Interior”. Os jornais locais têm importante participação no desenvolvimento do comércio, fornecendo informação e siREVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
tuando os empresários em relação aos principais acontecimentos. Ressaltando a importância do interior em relação à economia nacional, o presidente Piana explicou que o PIB do interior corresponde a 50% da produção nacional, configurando um grande e importante mercado consumidor. Por lidarem com diferentes adversidades do meio, Piana destacou que os comunicadores são “guerreiros do jornalismo”. Durante a palestra, o presidente explicou que a internet está cada vez mais presente no cotidiano dos consumidores. Também orientou sobre como lidar com a tendência da divulgação de notícias por meio de plataformas eletrônicas. Além da palestra do presidente Piana, durante os três dias de evento o público contou com palestras
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do presidente do Instituto Verificador de Comunicação, Pedro Silva; do autor e coautor de mais de 10 livros, colunista das revistas Você S/A, Vida Simples, On Point, Melhor RH e da edição brasileira da Harvard Business Review, Eugênio Mussak; do secretário executivo da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), Roberto Messias; da superintendente executiva de agências e conteúdo digital da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Denize Bacoccina; do secretário de comunicação social do Governo de Santa Catarina, Walter Bier; da presidente do Sindicato das Agências de Propaganda (Sinapro/SC); e da psicóloga especialista em Dinâmica de Grupos, Rosana Cunha. SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 9
Juriscomércio
Novo Código Comercial Brasileiro Atividade empresarial passará a contar com legislação própria, que reunirá leis esparsas e eliminará lacunas jurídicas Texto: Karla Santin
O
centenário Código Comercial Brasileiro será, enfim, reformulado. Tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 1.572, de 2011, de autoria do deputado Vicente Cândido (PT-SP), que disciplina, no âmbito do direito privado, a organização e a exploração da empresa. Promulgado em 25 de junho de 1850, o Código Comercial vigente teve sua primeira parte, que tratava do comércio em geral, totalmente revogada. Somente a parte que trata do comércio marítimo continua a vigorar. No entanto, diante da constante evolução das relações empresariais, já está mais do que na hora de uma atualização. Conforme explica a professora e mestre em Direito Empresarial, Isabella Cristina Costa Nacle, esse corte na primeira parte do códi-
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go praticamente aboliu a legislação comercial e motivou a criação de leis esparsas, tais como a Lei das S/A, a Lei dos Títulos de Crédito, a Lei de Falências, etc. “Todo o nosso código comercial está em leis esparsas e dentro do Código Civil de 2002, que deveria regular as relações sociais e está regulando também as relações econômicas. Inserir normas de direito empresarial no Código Civil foi uma saída, mas não atende a contento. Hoje temos um verdadeiro quebra-cabeça de leis”, avalia. A advogada também salienta que as relações comerciais derivam do direito consuetudinário, decorrente dos costumes. E por isso muitas práticas empresariais costumeiras, tais como o cheque pré-datado, não são disciplinadas pelo ordenamento jurídico. É inadmissível que uma atividade tão importante quanto a empresarial, responsável pela geração de riquezas de um país inteiro, não tenha uma legislação própria. Com 670 artigos, o Projeto de Lei nº 1.572/2011, busca reunir as normas espalhadas nos vários dispositivos e eliminar as lacunas jurídicas. CNC COORDENA COMISSÃO ESPECIAL A proposta tem sido amplamente debatida com a sociedade e a classe empresarial, visando atender às necessidades das empresas brasileiras. A Comissão Especial do Novo Código Comercial, presidida pelo deputado federal e vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Laércio Oliveira, realizou, no dia 22 de maio, uma audiência pública sobre o projeto que institui o novo Código Comercial. O evento, ocorrido na Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, reuniu parlamentares, juristas, advogados, estudantes de direito e empresários. Temas como direito marítimo, direito societário, agronegócio, entre outros, foram analisados pelos especialistas no direito comercial e receberam comentários e sugestões do público. Na abertura, Laércio Oliveira lembrou a importância de eventos como esse para que se tenha um texto legal, compatível com os anseios dos empresários e MAIO | JUNHO 2015
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todos os demais atores do ambiente comercial brasileiro. Segundo Laércio, os trabalhos da Comissão do Projeto de Lei do Código Comercial estão na reta final. Ele destacou o posicionamento da CNC nesse processo. “Desde o começo a CNC abraçou a ideia desse projeto. Nós estamos confiantes de que, a partir da aprovação dessa lei, o Brasil tenha uma norma legal, um capítulo exclusivo para reger as relações comerciais em nosso país”. Também compondo a mesa estiveram presentes os deputados federais Augusto Coutinho (SD-PE) – relator do caderno das empresas dentro do projeto –, Júlio Lopes (PP-RJ), Alessandro Molon (PT-RJ) José Carlos Aleluia (DEM-BA) – vice-presidente da Comissão do novo Código Comercial – e Paes Landim (PTB-PI) – relator do projeto do Código Comercial. MUDANÇAS A palavra que define o novo Código Comercial é desburocratizar. A nova redação será benéfica para os empresários em geral, simplificando e racionalizando o dia a dia da empresa, ao dar mais força aos contratos, coibir práticas desleais, legalizar o comércio eletrônico, entre outras inovações. O projeto do novo Código Comercial contribuirá para o aumento da competitividade das empresas brasileiras, ao dispensá-las do atendimento a exigências burocráticas obsoletas e desnecessárias. No entanto, a proposta tem suscitado muitas dúvidas aos comerciantes, o que tem favorecido a disseminação de mitos. De acordo com a professora Isabella Nacle, o empresário, diante de tantas alterações na legislação e do atual cenário político e econômico incerto, teme que se imponham novas obrigações e, principalmente, que as mudanças onerem ainda mais sua atividade. O que não é o caso, pois o Novo Código não trará alterações de ordem tributária. Obviamente que o dispositivo abordará obrigações escriturais e contábeis que já existem. O objetivo do Projeto de Novo Código Comercial é simplificar a contabilidade dos empresários, dando maior importância às normas criadas pelos próprios contabilistas, por meio do Conselho Federal de Contabilidade. “As alterações mais expressivas do projeto estão na parte do direito comercial marítimo. Para o empresário, de modo geral, a vinda do Novo Código é positiva e não há motivos concretos para receios. A criação de uma lei específica trará mais segurança, servindo como um escudo para a atividade empresarial”, pondera Isabella.
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CARTILHA Para esclarecer as dúvidas dos empresários, a CNC elaborou uma cartilha sobre o novo Código Comercial. O material foi redigido por Fábio Ulhoa Coelho, um dos mais renomados juristas no campo do Direito Empresarial. A cartilha está disponível no site: www.cnc.org.br/central-do-conhecimento/livros/cartilha-do-novo-codigo-comercial.
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Pesquisa
Os inovadores hábitos de compra Pesquisa mostra que o comportamento do consumidor mudou em relação aos canais de compra Texto: Silvia Bocchese de Lima
O
consumidor já ficou em frente ao balcão de um armazém, solicitou os produtos a granel, em fardos ou embalados individualmente. Usou pacote de papelão para embrulhar e levar as mercadorias, depois fez uso da sacola plástica e, hoje, pode optar pela retornável. Os hábitos do consumidor acompanham as mudanças da sociedade e o comércio 12 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
varejista precisa estar atento a essas transformações. Uma pesquisa realizada pela Kantar Worldpanel, empresa que monitora e analisa o mercado, em maio deste ano, identificou os novos hábitos do consumidor brasileiro. O levantamento apontou os diferentes tipos de comportamento do consumidor em relação aos canais de compra. Quem se beneficiou com os novos
hábitos foi o varejo tradicional, que ganhou força e hoje é opção de 30% dos consumidores, à frente dos supermercados tradicionais, com 26% e das grandes redes, que registraram 24%. A modalidade atacarejo foi escolhida por 6% dos consumidores ao lado do comércio porta a porta, que registrou 5%. A mesma pesquisa foi realizada em 2011 e mostrou aumento significativo no varejo tradicional.
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De acordo com o levantamento, o que atrai 66% do público consumidor à compra é a proximidade e a boa e velha oferta é responsável pelo chamariz de 62% dos consumidores. A certeza de encontrar sempre bons preços é essencial para 43% dos entrevistados. Fatores como limpeza, organização do local, produtos de qualidade e confiança são atrativos que o varejo deve estar atento.
O comprometimento de grande parcela da renda familiar também é responsável por ajustes no consumo. Segundo a Kantar Worldpanel, em 49% dos lares brasileiros gasta-se mais do que a renda e as despesas básicas são com habitação, vestuário, alimentação e higiene pessoal.
MUDANÇAS E HÁBITOS
A pesquisa mostra que o aumento
da inflação e dos juros fez o consumidor abrir mão de alguns gastos, como deixar de fazer as refeições fora de casa; optar pela compra de abastecimento em detrimento daquela por impulso. Segundo o levantamento, o varejista deve esperar um ano de menor frequência de compra e promover vendas visando às compras de despensa.
Opções do consumidor: 66% querem receber informações
Principais canais de compra:
do produto que compram
antes da compra
44% querem provar os produtos
30% varejo tradicional 26% supermercados independentes 24% grandes redes 6% atacarejo 5% porta a porta 3% farmácias 2% mercado de vizinhança
42% buscam novidades sempre
O que atrai na hora da compra:
Fonte: Kantar Worldpanel
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66% proximidade 62% ofertas 45% limpeza e organização do local 43% ter bons preços sempre 39% produtos de qualidade 37% confiança SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 13
Capa
A nova Unidade de Educação Profissional do Senac em Paranaguá trará mais desenvolvimento para a Costa Leste do estado
Senac inaugura nova escola em Paranaguá Mais uma obra concluída Texto: Karla Santin e Fernanda Ziegmann | Fotos: Bruno Tadashi e Ivo Lima
O
Senac inaugurou em 28 de maio, mais uma unidade de educação profissional, desta vez, em Paranaguá. A instituição, está de casa nova, com quase 1.800 m² e capacidade para atender 906 alunos diariamente. De acordo com o diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier, a cidade de Paranaguá recebeu um novo 14 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
estímulo para o desenvolvimento econômico e turístico, uma vez que o ensino profissionalizante é o alicerce para a inclusão social por meio da geração de empregos e empreendedorismo. “Essa cidade centenária merece uma escola de ensino profissionalizante e este é o jeito Senac de agradecer a quem tanto contribuiu e continua contribuindo para o desen-
volvimento do Paraná: criar um espaço para a qualificação de pessoas e o fortalecimento das empresas do comércio de bens, serviços e turismo”, enfatizou. O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Paranaguá (Sindilojas), Said Khaled Omar, ressaltou que a ampliação das
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opções de capacitação de trabalhadores melhorará o atendimento do comércio e a prestação de serviços do município e região. “A oferta de cursos para a formação de profissionais para o setor comercial, de serviços e turismo é uma carência que será preenchida com a nova escola do Senac. Em um mercado de trabalho tão dinâmico como o atual, os cursos profissionalizantes ampliam as chances do trabalhador obter uma colocação. O Senac é um marco, um presente que Paranaguá merecia há muito tempo”, avaliou. O prefeito de Paranaguá, Edison de Oliveira Kersten, ressaltou o impacto que o empreendimento terá na qualificação da mão de obra na cida-
Ambiente Pedagógico de beleza
de e no litoral. “Investir em qualificação significa investir no trabalho, renda e dinamismo econômico de milhares de pessoas. Nosso desejo é que por essas portas entrem milhares de pessoas e seus sonhos e possam sair daqui muitas realizações, reforçando a base do crescimento que é a qualificação profissional de nossos parnanguaras”, afirmou. ESTRUTURA A unidade conta com quatro salas de aula convencionais, dois ambientes pedagógicos de informática, cozinha pedagógica, confeitaria-escola, ambientes pedagógicos específicos para cursos de cabeleireiro, manicu-
Confeitaria-escola
re/pedicure, maquiagem e enfermagem, além de auditório e biblioteca. Essa é a segunda unidade do Senac no litoral paranaense – a primeira é a escola de Caiobá – e atenderá, além de Paranaguá, os municípios de Antonina, Guaraqueçaba e Morretes. Com a inauguração, a instituição opera com plena capacidade para atender às demandas de qualificação de profissionais da região litorânea. “O Sistema Fecomércio tem sido competente e determinado na busca de espaços para a qualificação profissional de nossa população, essencial no concorrido mercado de trabalho”, destacou o superintendente do Trabalho e Emprego no Paraná, Neivo Beraldin.
Ambiente Pedagógico de Enfermagem
Ambiente Pedagógico de Informática
O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, durante pronunciamento
Em seu discurso, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, agradeceu à prefeitura pela colaboração na construção da nova sede, que doou parte do terreno para que se fizesse essa obra. “Os valores investidos na construção desta REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
unidade são infinitamente pequenos diante da grandiosidade do conhecimento que será proporcionado nestas salas de aula. É a oportunidade que estamos abrindo a quem quer um bom emprego, iniciar uma carreira e também aos empresários que querem
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prestar um bom serviço a seus clientes”, afirmou. EXPANSÃO PELO PARANÁ Piana aproveitou a ocasião para anunciar a próxima inauguração do Senac PR, em São Mateus do Sul, SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 15
Investimento Capa
Descerramento das placas inaugurais pelo prefeito de Paranaguá, Edison de Oliveira Kersten; pelo presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; e pelo presidente do Sindilojas Paranaguá, Said Khaled Omar
no mês de julho, e afirmou que o Sistema Fecomércio continua com seu plano de expansão pelo estado, que se mostra ainda mais necessário em momentos econômicos difíceis como o vivenciado atualmente, a fim de combater o desemprego e qualificar os trabalhadores paranaenses. “O nosso Senac não termina aqui. Teremos em breve, a inauguração da unidade de São Mateus do Sul, além das várias obras em andamento, num programa que foi traçado quando assumimos, para expandir o atendimento do Sesc e do Senac no Paraná. E essa missão só é possível com o apoio de nossos sindicatos filiados e dos empresários que contribuem com nosso Sistema”, frisou Piana. Também participaram da cerimônia, o prefeito de Morretes, Helder Teófilo, representando os demais prefeitos da região; o vice-presidente da Fecomércio PR, Ari Faria Bittencourt; o diretor regional do Sesc PR, Dieter Lengning; a presidente da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios de Paranaguá (CMEG), Maria Elizete da Silva Zattar; o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola 16 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
de Paranaguá (Aciap), Arquimedes Anastácio, além de demais autoridades locais e representantes do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e sindicatos filiados. FEIRA DE PROFISSÕES No dia seguinte à inauguração, as turmas em andamento na antiga unidade foram transferidas para o novo espaço e, no dia 3 de junho, a escola recebeu aproximadamen-
te 300 pessoas durante a Feira de Profissões. Além das atividades, a atração foi a própria unidade. A população aproveitou para conhecer as novas instalações e as novidades em cursos profissionalizantes. A escola promoveu nove diferentes oficinas nas áreas de gastronomia, beleza e informática, palestras sobre mercado de trabalho e marketing pessoal, serviços de saúde como aferição de pressão e teste de glicemia.
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Revitalização
Paranaguá no Programa de Revitalização Comercial Rua da Praia e entorno receberão melhorias para atrair mais turistas para o município Texto: Karla Santin | Fotos: Bruno Tadashi e Ivo lima
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aranaguá é a nona cidade paranaense a aderir ao Programa de Revitalização de Espaços Comerciais, iniciativa do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e do Sebrae/PR para a transformação de ruas tradicionais do comércio. REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
A proposta, apresentada em 14 de maio, durante evento realizado no Sesc Paranaguá, teve boa aceitação entre os empresários. O foco do programa são os estabelecimentos do Centro Histórico, localizados entre a Rua da Praia, Rua
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General Carneiro e a Praça do Guincho, que receberão estímulos para a melhoria das fachadas e do visual de loja, além de consultorias e treinamentos para os empresários e colaboradores realizados pelo Sebrae e Senac. O poder público municipal SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 17
Revitalização
também investirá no melhoramento de calçadas, iluminação e urbanização. O objetivo é proporcionar um ambiente atrativo ao turista e aumentar o fluxo de clientes na região. “Pretendemos revitalizar toda a região, colocando pistas de caminhada, ciclofaixas, academias ao ar livre na Coronel José Lobo, palco para apresentação de artistas locais e espaço para exposição para nossos artesãos”, explicou o prefeito de Paranaguá, Edison Kersten, durante reunião com representantes do município, do Sebrae e do Sistema Fecomércio, realizada na nova unidade do Senac Paranaguá, horas antes da inauguração. “Este investimento público deve vir acompanhado do investimento dos empresários”, ressaltou.
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De acordo com o prefeito, será um projeto integrado com o restante da cidade, que vai da Ponte dos Valadares até o Porto. “Queremos tornar essa área, hoje subaproveitada, em uma atração que reforçará a vocação turística de Paranaguá. Por isso a participação da Fecomércio e do Sebrae, para a mudança e aprimoramento da cultura empresarial da região, é fundamental”, salientou.
TURISMO
Entusiasta do Programa de Revitalização de Espaços Comerciais, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, acredita que Paranaguá terá grandes benefícios para o comércio e para o turismo, da mesma forma que Curitiba e as demais cidades onde foi implan-
tado. “O projeto permitiu que a região do entorno do Paço da Liberdade, no Centro Histórico de Curitiba, desse um salto de qualidade, com a abertura de novas empresas e redução da violência. Esse trabalho, o primeiro do gênero do país, serviu de exemplo e expandimos a ideia para outras cidades do Paraná e do Brasil”, relembrou. Piana também destacou o potencial da orla do Rio Itiberê, em Paranaguá, propícia para a instalação de um polo gastronômico e cultural. “Essa orla é linda, mas precisa de melhorias. Se fizermos um upgrade, certamente estimularemos a instalação de novas empresas e de um polo gastronômico e cultural, para que a região volte a ter vida, criando um clima atrativo para os turistas”, projetou.
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EXECUÇÃO DO PROJETO
De acordo com o diretor executivo do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini, o programa terá várias fases. O início será em julho e irá até o fim de 2017. Neste período, os comerciantes que aderirem ao projeto receberão consultorias e capacitação em finanças, visual de loja (com criação de identidade visual, logomarca e slogan), pesquisa de perfil do consumidor, dicas de gestão, material promocional, dentre outros. “Assim como em outras cidaREVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
des que receberam o programa, faremos o monitoramento da qualidade desses estabelecimentos para mensurarmos a evolução e a maturidade das empresas, além de orientações para melhorias nas fachadas, na gestão e na qualidade do atendimento”, pontuou.
PARCERIA
O projeto de Revitalização de Espaços Comerciais do Centro Histórico de Paranaguá é uma inicia-
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tiva do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e do Sebrae/PR, em parceria com a prefeitura, Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap) e Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Paranaguá (Sindilojas). O empresário interessado em participar pode retirar o formulário de adesão no escritório do Sebrae/PR em Paranaguá, na Rua Gabriel de Lara, 1.404, Bairro Leblon. SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 19
Ezpansão
São Mateus do Sul ganha novo Senac Texto: Carolina Lara e Fernanda Ziegmann | Fotos: Bruno Tadashi
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oi inaugurada no dia 10 de julho a nova unidade do Senac São Mateus do Sul. Com área de 890m², a nova estrutura amplia a capacidade de atendimento para 525 alunos por dia. A escola fica localizada no centro da cidade, na Rua Ledy Afonso Roderjan, nº 1251, e conta com ambientes pedagógicos convencionais, ambiente pedagógico para cabeleireiro e maquiagem, para informática e software, ambiente de enfermagem e de segurança do trabalho. Além de cursos técnicos de Enfermagem e Segurança do Trabalho, outras novidades serão viabilizadas por meio da nova estrutura, como cursos na área de segurança voltados a normas regulamentadoras, cursos na área de gastronomia e aperfeiçoamentos no eixo de beleza. “A demanda por capacitação profissional da região cresceu. Com isso, surgiu a necessidade de encontrarmos um espaço maior, capaz de abrigar cursos que demandam ambientes pedagógicos específicos, como os técnicos em Enfermagem e Segurança do Trabalho”, contou o diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier. Além de São Mateus do Sul, outros dois municípios serão beneficiados: Antônio Olinto e São João do Triunfo. “Antes São Mateus do Sul tinha um núcleo de atendimento do Senac, hoje passa a ser uma unidade e atenderá outros municípios da região com o que há de mais moderno. Nessas condições serão ofertados outros cursos que antes a cidade não tinha. O Senac tem mais de 580 cursos em seu portfólio que poderão vir para cá conforme a demanda”, destacou o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana.
QUALIFICAÇÃO
de São Mateus do Sul, Clóvis Ledur. “Essa unidade do Senac em São Mateus proporcionará o que há de melhor para nossa região, contribuindo para a expansão do comércio”, disse o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de União da Vitória, Horst Adelberto Waldraff.
O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, durante solenidade de inauguração
Ambiente Pedagógico de Cabeleireiro/ Maquiagem
Ambiente Pedagógico de Informática/ Software
Ambiente Pedagógico de Enfermagem
Ambiente Pedagógico de Segurança do Trabalho
Dados gerais • Área total: 890,68m² • Capacidade instalada: 525 alunos por dia
Estrutura física • 03 Ambientes Pedagógicos Convencionais
A cidade vive um sólido ciclo de desenvolvimento, marcado pela produção agropecuária, pela produção industrial – aproximadamente cem REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
indústrias nos mais diversos ramos imprimem seu ritmo à economia local. “O Senac vai contribuir ainda mais na formação de mão de obra da nossa população, principalmente com os cursos técnicos que serão ofertados na nova unidade. Se não qualificarmos nosso trabalhador do comércio vamos acabar perdendo vagas para pessoas que vem de outros lugares”, ressaltou o prefeito
• Ambiente Pedagógico de Cabeleireiro/ Maquiagem • Ambiente Pedagógico de Informática/ Software • Ambiente Pedagógico de Enfermagem • Ambiente Pedagógico de Segurança do Trabalho
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Gastronomia
Carneiro no Buraco em Curitiba Prato típico de Campo Mourão leva mais de 12 horas para ficar pronto; ritual é o auge da festa nacional Texto: Fernanda Ziegmann | Fotos: Ivo Lima e Bruno Tadashi
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omate, batata doce, mandioquinha salsa, chuchu, cenoura, pimentão, vagem, maçã, abobrinha, cebola e carne de carneiro. Tudo isso temperado com sal, pimenta do reino, óleo, vinagre de vinho, Ajinomoto, salsinha, cebolinha, alho e molho de soja são os ingredien22 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
tes do famoso prato típico de Campo Mourão, o Carneiro no Buraco. O Mestre Peteleco, da Associação Panela, entidade especialista na preparo da receita, veio direto de Campo Mourão para a Chácara das Vaquinhas, em São José dos Pinhais montar o prato que fica cerca de 12
horas dentro de um buraco de 1,5 metro de profundidade por 1,05 metro de largura. O resultado foi servido no Restaurante-escola do Senac Curitiba, em evento de lançamento da 25ª Festa Nacional do Carneiro no Buraco, reunindo autoridades do trade turístico e da mídia.
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No lançamento da 25ª Festa Nacional do Carneiro no Buraco em Curitiba: a vereadora de Campo Mourão, Nelita Piacentini; a prefeita de Campo Mourão, Regina Bronzel Dubay; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; o mascote da Festa do Carneiro no Buraco; a miss Campo Mourão, Lohana Mormul, e o secretário estadual de Esporte e Turismo, Douglas Fabrício Prefeitura
Com o objetivo de difundir a cultura e o turismo paranaense a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo junto a Prefeitura de Campo Mourão, foram as responsáveis pelo evento. “A instituição tem o papel de divulgar o estado e a Festa do Carneiro no Buraco faz parte da tradição paranaense. Me propus em fazer um trabalho nas escolas do Senac para servirmos o prato em nossos restaurantes, para torná-lo ainda mais conhecido”, destacou o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana. O evento, que acontece sempre em meados de julho, acabou transformando o prato típico em verdadeiro símbolo de Campo Mourão, divulgando o município em todo o Brasil e até em outros países. A primeira festa foi realizada em 1991 e reuniu cerca de 4.200 pessoas. Atualmente são mais de nove mil pessoas vindas de diversos lugares que degustam o prato. “Quando a festa começou foram preparados 70 tachos de carneiro, hoje são 140 tachos e servimos quase dez mil pessoas em um único dia. Nossa festa que é agropecuária, se tornou a terceira maior do estado, onde o público assiste a shows, participa de leilões e ainda visita os galpões de exposições”, comentou a prefeita de Campo Mourão, Regina Bronzel Dubay.
HISTÓRIA
A história do Carneiro no Buraco tem origem na década de 1960 quando um grupo de pioneiros da cidade assistiu a um filme de faroeste. Uma das cenas mostra o preparo de carne de carneiro e legumes num buraco escavado no solo, onde se queimava antecipadamente certa quantidade de lenha. Inspirados no filme, o grupo partiu para a prática, tentando recriar a receita que viria mais tarde se tornar o prato típico da região. Da primeira versão do prato até a conhecida hoje em dia, foram realizadas muitas experiências e adaptações REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
A Festa Nacional do Carneiro no Buraco é a terceira maior feira agropecuária do estado. Em 2015 deve receber mais de 150 mil visitantes
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Gastronomia
Mas sabe-se que a prática de preparar alimentos dentro de buracos data de muito antes. Por volta de 1580, com a chegada dos jesuítas ao continente sul-americano, houve a troca de costumes entre os colonizadores e os índios.
Com isso os castelhanos passaram a cozinhar carnes embrulhadas em folhas de bananeiras dentro de buracos escavados no chão, o que evitava o risco de incêndio e ainda permitia que a carne fosse conservada por três dias. Prefeitura
para aprimorar a iguaria. Por muito tempo o Carneiro no Buraco foi servido esporadicamente em encontros de amigos. Na década de 1980 passou a ser servido também para autoridades que visitavam a cidade.
Ritual do Fogo realizado na 24ª Festa Nacional do Carneiro no Buraco, em 2014
O ESPETÁCULO
O sucesso da festa típica de Campo Mourão não fica só por conta do Carneiro no Buraco. Na noite que antecede o evento, ocorre o espetáculo “O Guardião do Fogo”, onde é apresentada a história da criação do prato típico, desde a descoberta do fogo, tendo como base a Mitologia Grega, até aspectos da colonização do município. O show é encerrado com dezenas de pessoas na arena portando tochas, simbolizando a importância e o poder do fogo em todas as culturas. 24 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
O RITUAL
Na mesma noite é realizado o Ritual do Fogo, com o acendimento dos buracos, às 23h. Durante o ritual, autoridades, atiradores do Tiro de Guerra, entidades e patrocinadores conduzem o fogo com o qual serão acesos os buracos. O cortejo segue em caminhada pelo Parque até o Buraco nº 1, e depois ao Pavilhão dos Buracos e lá solenemente as autoridades fazem o acendimento num clima de festa. “Na noite que antecede a festa fazemos um ato
simbólico do enterro do carneiro, com tiro de guerra, onde autoridades municipais e estaduais participam do acendimento dos buracos. Outro ponto alto da nossa festa é o Ritual de Retirada dos Tachos, em que o mesmo cortejo da noite anterior retira o carneiro de dentro do primeiro buraco, dando início à festa. Esse ritual todo valoriza as passagens históricas que deram origem ao nosso município”, contou a prefeita de Campo Mourão, Regina Bronzel Dubay.
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tempo de preparo 12h
Receita Ingredientes • Carne de Carneiro de média idade • tomate • batata doce • mandioquinha salsa • chuchu • cenoura • pimentão • vagem • maçã vermelha • abobrinha • cebola (Temperos) • Sal • pimenta do reino • óleo • vinagre de vinho • Ajinomoto • salsinha • cebolinha • alho • molho de soja
Os instrutores do Senac, José Adones Marcelino (esquerda) e Christian Tamayo Sanches de Souza (direita) acompanharam o preparo do Carneiro no Buraco e puderam aprender os segredos da receita com o Mestre Peteleco (centro)
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Modo de Preparo A carne, cortada em pedaços pequenos, deve permanecer três horas na vinha preparada com todos os ingredientes do tempero, batidos no liquidificador. O tacho de ferro – de 30 polegadas de diâmetro – deve ser untado e a primeira camada é sempre de chuchu e abobrinha. Na sequência, alternam-se as camadas de carne e legumes. O restante do tempero da carne é despejado no fim da montagem do tacho. Apenas os tomates e maçãs, que ficam por cima, não são cortados. Após seis horas, a iguaria está pronta. O pirão é preparado com caldo retirado do tacho e farinha de mandioca torrada, além de cheiro verde e pimenta a gosto. O Carneiro no Buraco é servido acompanhado de arroz branco e salada de almeirão. Pode ser acompanhado de vinho, cerveja ou refrigerante. Um tacho serve cerca de 60 pessoas e o tempo de preparação é de aproximadamente de 12 horas. SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 25
História
Café Pioneiro História do Norte do Paraná contada na xícara Texto: Karla Santin | Foto: João Bim
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eu aroma inconfundível, nos desperta todos os dias pela manhã. E no meio do dia para garantir ânimo extra. Também é o epílogo ideal após uma sobremesa. Ou o pretexto para uma boa conversa. Coado, na cafeteira, solúvel, em cápsulas ou expresso, o café é preferência nacional. De acor26 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
do com pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) é a segunda bebida mais consumida no país, perdendo apenas para a água. E a estimativa é de que este consumo cresça ainda mais. O brasileiro já está bebendo mais café. O consumo interno de café no Brasil, que havia registrado uma re-
tração de -1,23% em 2013, mostrou recuperação de 1,24% em 2014 e chegou a 20,333 milhões de sacas. O consumo per capita também aumentou ligeiramente, passando de 4,87 kg/habitante/ano para 4,89 kg/habitante/ano de café torrado e moído, o que equivale a aproximadamente 81 litros/habitante/ano.
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Segundo a Abic, a bebida está presente em 98% dos lares. A maior parte do consumo é feito dentro de casa, representando 67% do total, mas o consumo fora do lar também está crescendo. CAFÉS-ESCOLA SENAC Com três Cafés-escola no Paraná – em Curitiba, Matinhos e Londrina –, o Senac PR incentiva o consumo e a formação de baristas. Inaugurado no fim do ano passado, junto ao Sesc Cadeião Cultural, neste primeiro semestre de funcionamento, o Café-escola do Senac Londrina, ampliou a clientela, mostrando outras formas de consumir a bebida. O barista responsável pelo atendimento e pelos cursos realizados no espaço, João Bim, relata que
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a preferência na terra que já foi a capital mundial do café é pelo coado ou o “pingado” com leite. “Não é como em Curitiba, onde as pessoas estão mais acostumadas com o café extraído sob pressão, de sabor mais intenso. Por isso incentivamos nossos clientes a provar o expresso, explicamos como é o preparo e a melhor forma de degustar”, explica o barista. O cardápio do estabelecimento também foi adequado ao gosto do londrinense, com a inclusão de bolos caseiros, como o de fubá, cenoura e chocolate. “Buscamos sempre deixar o cliente à vontade, sem qualquer imposição, apenas sugerindo algo novo. O café une as pessoas e queremos que nossos clientes se sintam em casa”, reforça.
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Instalado no antigo pátio de sol do Cadeião, o Café-escola atrai desde mães que acompanham os filhos para alguma atividade do Sesc, crianças e adolescentes que desejam tomar um coffee shake, além de empresários para reuniões de negócios. Os grãos utilizados são, é claro, do Norte Pioneiro. Trata-se de um café gourmet da variedade obatã, produzido pela Fazenda Califórnia, de Jacarezinho. Nos últimos anos, a região tem retomado sua vocação, com a produção de cafés especiais. Apesar de ser mais valorizado pelo mercado, segundo o engenheiro agrônomo aposentado, Irineu Pozzobon, o cultivo do Coffea arabica no Paraná não chega a 2% da área plantada no passado.
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EPOPEIA DO CAFÉ NO PARANÁ Autor do livro Epopeia do Café no Paraná, Pozzobon acompanhou o ciclo da cafeicultura no Norte do estado. Foi funcionário do Instituto Brasileiro do Café (IBC) – hoje Cocamar – por mais de 30 anos, onde era encarregado de fornecer assistência técnica para os cafeicultores. “O Paraná foi líder na produção brasileira em 14 safras no fim dos anos 1950, 1960 e parte da década de 1970. Destas, em três safras, o estado produziu mais de 50% do café nacional”, recorda. O café foi a terceira commodity no mundo no fim do século XIX. Sua vinda ao Brasil é creditada a Francisco de Melo Palheta, militar oficial do governo da capitania do Maranhão e do Grão-Pará. Enviado à Guiana Francesa para averiguar problemas com a demarcação de fronteiras, enamorou-se da esposa do governador de Caiena, Madame D’Orvilliers, que lhe entregou algumas sementes de café. Apesar de documentos oficiais descreverem a chegada de Palheta ao Brasil com as sementes, em 1727, o café já era conhecido e mencionado em escritos brasileiros em 1663. Independentemente da veracidade da versão romântica da inserção do café no país, o fato é que as plantas encontraram aqui solo e clima ideais para se desenvolver. Tanto que em 1822, um ramo de café frutificado passou a compor o brasão do Império do Brasil e permanece no brasão da República. Logo depois da independência, em 1830, o Brasil já havia se tornado o maior produtor mundial de café. De acordo com Pozzobon, a cultura se alastrou por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, indo sempre em direção às terras férteis e virgens. Não demorou muito para chegar ao solo paranaense, cobiçado por sua fertilidade, sendo que a ocupação mais representa28 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
Fotos publicadas no livro “A epopéia do café no Paraná”, de Irineu Pozzolon
História
tiva se deu em meados do século XX. “A produção no Paraná se intensificou com o fim da II Guerra Mundial, quando o café passou a ter valor muito alto e houve o deslocamento da população para o Norte do Paraná para plantar café”, conta. A grande produção, no entanto, já começava a extrapolar a capacidade de consumo. Para enfrentar o problema, o governo brasileiro passou a comprar e estocar café, para garantir os preços. Com os armazéns lotados, ordenou a queima de milhões de sacas e pagava os produtores para erradicar plantações. O basta definitivo veio em 1975, com a implacável geada negra, que dizimou quase todos os pés de café no Paraná. “Antes da geada, o Paraná já tinha diminuído 40% da lavoura. Depois, reduziu outros 30%. Não havia mais interesse em plantar café”, esclarece o engenheiro agrônomo. A partir desse episódio, o café deu lugar às pastagens e, nas terras mais férteis, iniciou-se cultivo da soja. VOCAÇÃO RETOMADA Em busca de um novo caminho para a cafeicultura paranaense, anti-
gos e novos produtores têm se unido, por meio da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP) e, com incentivos de entidades ligadas ao desenvolvimento do setor e dos avanços tecnológicos, produzem cafés de qualidade. Em 2012, conquistaram a Indicação Geográfica de Procedência (IGP), registrada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A certificação garante a origem, os processos de produção e algumas características sensoriais dos cafés do Norte Pioneiro. Além dos paranaenses, apenas outras duas regiões brasileiras, localizadas em Minas Gerais, apresentam o registro oficial, a Região do Cerrado Mineiro e a Serra da Mantiqueira. Mas, se hoje os pés de café são menos abundantes do que antes, as marcas deixadas pelo auge da cafeicultura na região Norte do estado ainda são aparentes. Estão na linha férrea, construída para escoar a produção, nas rodovias, nos prédios e nos aspectos do desenvolvimento das cidades e na memória, que se aviva pelo aroma, a cada xícara de café.
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Trabalho
Formalização como prioridade Organização Internacional do Trabalho estabelece novas normas para promover o trabalho digno Texto: Thaynara Rezende de Oliveira
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Fecomércio SC
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rradicação do trabalho infantil, oferta de trabalho decente e transição da economia informal para formal foram temas da 104ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizada de 1º a 13 de junho em Genebra, na Suíça. O evento reuniu representantes dos trabalhadores, empregadores e gestores públicos internacionais. O Brasil esteve presente por meio da delegação tripartite formada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias; pelo presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e vice-presidente administrativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Darci Piana; pelos vice-presidentes da CNC, Luiz Gil Siuffo Pereira, Josiais Albuquerque, Pedro Nadaf e Laercio Oliveira; pelos diretores da CNC, Bruno Breithaupt e Alexandre Sampaio; pela chefe de Divisão Sindical (DS), Patrícia Duque; e pela advogada da DS, Lidiane Nogueira. Neste encontro foi definida uma Recomendação – norma internacional que fornece diretrizes para ações políticas – prevendo incentivos fiscais à formalização trabalhista e políticas de empreendedorismo. Estas medidas devem ser disseminadas pelos países a fim de promover economia no mercado e no ambiente de negócios. A norma também inclui temas como terceirização e cadeias produtivas, embora não tenham sido aprovados pela banca empregadora. A discussão desses assuntos deve continuar na próxima Conferência, prevista para 2016. A Conferência Internacional do Trabalho é realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) uma vez por ano, sempre no mês de junho, em Genebra. O encontro reúne delegações tripartites dos 185 países-membros da Organização. O Brasil faz parte do conselho administrativo da OIT, como um das dez maiores economias do mundo.
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias ao lado do presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, durante conferência da Organização Mundial do Trabalho
O Diretor da CNI, Albano Franco; a Chefe da Missão do Brasil nas Nações Unidas e outros Organismos Internacionais em Genebra, Embaixadora Regina Maria Cordeiro Dunlop; o presidente da Fecomércio Paraná, Darci Piana; e o Ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias
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Perfil
Semeador de Paz e Bem Somente aos 21 anos, o atual reitor da FAE, Frei Nelson José Hillesheim retomou os estudos, concluiu três graduações, uma especialização, um MBA e um mestrado. O franciscano foi terreno fértil e hoje é um apaixonado semeador Texto: Silvia Bocchese de Lima | Fotos: Bruno Tadashi
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e encontrar as condições adequadas, toda semente madura germina e, já adulta, dá frutos e novas sementes. A determinação do crescimento é biológica, a responsabilidade do semeador é colocá-la no solo. 30 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
Mesmo tendo 13 filhos e morando no interior de Santa Catarina, em Ituporanga e depois em Witmarsum, o casal Hillesheim preocupou-se em preparar com cuidado o solo sob o qual semearia valores sobre sua família. A semente da fé cristã encon-
trou terreno fértil no coração do filho Nelson. Desde pequeno, expressava a vontade de ser religioso. As dificuldades financeiras não permitiram que dois filhos estudassem para o sacerdócio e o primogênito seguiu os estudos em São Paulo. Nelson, ao lado dos demais irmãos, ficou com os pais no interior e cursou até a quarta série. Embora o estudo formal não estivesse acessível, ele procurou aproveitar as oportunidades que lhe eram ofertadas, fossem elas pela Igreja, pela sociedade ou pelo governo. “Fui muito ativo na minha comunidade. Fiz a Crisma, tornei-me catequista, ministro da eucaristia, coordenei o grupo de jovens de mais de 130 integrantes, fui da diretoria do clube de futebol e do conselho da escola, da igreja. Tive formação de liderança. Participei de um projeto que se chamava 4S: Saber, Sentir, Servir, Saúde! A ideia era manter o jovem no campo com uma formação de qualidade e conhecimentos específicos”, revela.
EDUCAÇÃO
Mas foi aos 21 anos que Nelson
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mudou o rumo de sua vida. Com a ordenação sacerdotal do irmão, Frei Salésio, o antigo sonho da vida religiosa bateu à porta e ele optou pelo término do namoro, pela saída do campo e pela semente que foi plantada quando ainda era criança: o sacerdócio. Foi então que retomou os estudos formais e em dois anos concluiu o Ensino Fundamental, em sua cidade natal. “No início da década de 1980 fui para Agudos, em São Paulo, e lá eu fiz o atual Ensino Médio, como todos os jovens. Da turma, eu era um dos mais velhos, tinha 23 anos”. Frei Nelson passou por diversas cidades: Rodeio, em Santa Catarina; Campo Largo e Rondinha no Paraná, onde viveu a experiência do noviciado e cursou Filosofia. Em Petrópolis, no Rio de Janeiro, graduou-se em Teologia e, em janeiro de 1991, foi ordenado sacerdote. A semente da educação germinou e durante quatro anos, em Agudos, foi professor e orientador dos jovens que estavam no seminário. “Percebendo meu perfil educacional, meus superiores solicitaram que eu fizesse outra faculdade, agora com foco em educação, para que pudesse trabalhar nos colégios e nas unidades franciscanas. Optei pela Pedagogia”, conta o frei. Porém, antes de assumir a educação em Blumenau, trabalhou durante três anos como pároco e em uma comunidade rural de Xaxim, também em Santa Catarina. “Lá tive uma das minhas melhores experiências como sacerdote. Pude trabalhar com o povo, com a realidade de uma comunidade sofrida e humilde. Foi um tempo de muito trabalho, de muita celebração, mas com um povo acolhedor e participativo. Foi uma experiência gratificante”, revela. Para continuar a sua qualificação profissional, fez especialização em Gestão Empresarial, MBA em Liderança de Alta Gestão e é mestre em Educação. REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
Frei Nelson Hillesheim e os alunos do Colégio Sesc São José
VIDA FRANCISCANA
A história dos franciscanos no Brasil tem início com a chegada dos portugueses, em 1500 e desde então, nunca mais deixaram o solo brasileiro. O desenvolvimento do país foi marcado pela ordem franciscana, que registrou os primeiros fatos históricos, a elaboração da primeira constituição e do primeiro dicionário Tupi. Foi o trabalho franciscano e o exemplo de São Francisco de Assis que fazem o Frei ter a certeza de que sua opção pela ordem foi a melhor decisão tomada. “Ser franciscano é uma identificação, uma busca por responder em forma de vida aquilo que é espiritualidade, evangelho e Jesus Cristo. Ser franciscano é ser livre para servir, ser instrumento nas mãos de Deus e para semear, como São Francisco dizia tão bem, a Paz e o Bem”, diz.
MISSÃO DE APRENDER E ENSINAR
Integrante da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, que engloba 30 colégios diretos, mais de 10 indiretos, três faculdades e uma universidade, Frei Nelson é reitor da FAE, em Curitiba e, ao lado de outros cinco frades, ajuda a coordenar todo o setor de educação. São mais de 55 mil alunos diretos e, com as parcerias em colégios, este número ultrapassa os 100 mil.
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Quando o assunto é parceria, o Frei destaca a firmada desde 2009 entre o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e o Grupo Educacional Bom Jesus, resultando na criação do Colégio Sesc São José. Desde então, a ação tem possibilitado o acesso gratuito à educação de qualidade no Ensino Médio, para filhos de comerciários e estudantes oriundos de escolas públicas, com renda familiar de até três salários mínimos. “A missão das duas instituições é com a educação. Vimos nesta parceria que ambos temos paixão pela educação. O trabalho que temos feito juntos certamente faz a diferença na vida e na família desses alunos. Creio que estamos investindo no desenvolvimento e na transformação social. Pessoas com conhecimento são pessoas transformadoras”, pontua. Trabalhar com a educação diferenciada é para Frei Nelson essencial para a formação humana. “É necessário trabalharmos com educação de qualidade, mas também levarmos valores e virtudes a estes alunos. O mundo está carente disso e reconhece os profissionais que apresentam estes diferenciais”, revela o Frei, destacando que em todo o plantio, não pode faltar a semente do amor. “Se não houver o amor, como o apóstolo Paulo falou, nada tem valor. Acima de tudo, o amor verdadeiro e despretensioso, aquele que você não exige nada em troca”, conclui. SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 31
Internacionalização
O céu é o limite Empresas paranaenses investem em projetos de internacionalização de marcas Texto: Fernanda Ziegmann
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internacionalização da marca é o sonho de qualquer empresa em ascensão e pode estar mais próximo do que se imagina. Com a globalização do mercado isso já é realidade para muitas empresas brasileiras. Em tempos de crise é preciso quebrar alguns tabus e não ter medo de apostar. A tecnologia e o avanço da internet são fortes aliados para esse importante passo, mas conhecer um pouco mais sobre comércio exterior é essencial para se ter sucesso fora do país. Uma empresa paranaense que vem apostando na internacionalização da sua marca é a rede de restaurantes Madero, especializada em hambúrgueres gourmet. O Madero está abrindo uma loja em Miami, nos Estados Unidos e outra em Sydney, na Austrália. “Nosso negócio já deu certo no país, temos muitos estados para levar nossa marca, mas não precisamos terminar o Brasil para ampliar nossa rede. Antes de abrirmos as lojas em Miami e Sydney fizemos um levantamento informal de informações e, 32 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
a partir disso, começamos a planejar a expansão”, explica o proprietário da rede, Junior Durski. O modelo de expansão ainda não está completamente definido e dependerá das oportunidades de negócio que surgirem. “Escolhemos Miami para ser a primeira por ser uma cidade extremamente importante e por ser mais próxima do Brasil. Lá tem muito turista brasileiro e é de fácil acesso. Mas esse processo de levar a marca para lá foi um pouco complicado, a burocracia de lá é como a de cá. É preciso conhecer as leis e acreditamos que para as próximas unidades estrangeiras o ideal seria arrumarmos parceiros que conheçam esses trâmites, para facilitar a implantação”, comentou Durski. O plano do empresário é levar ao exterior os mesmo produtos que são servidos nos restaurantes do Brasil, com algumas adaptações. “Temos produção própria de todos os produtos servidos, desde o pão até o hambúrguer, então isso facilita em manter a qualidade. Mas no caso da unidade de Sydney tivemos que pensar em al-
ternativas, pois o palmito assado que é um dos destaques do restaurante não poderá ser servido lá pela dificuldade em exportar o produto, pois ele tem uma durabilidade de 15 dias. Mas para compensar colocamos em nosso cardápio a carne de canguru, que é muito comum na Austrália”, ressalta. A marca paranaense de sorvetes, Los Paleteros – paletas mexicanas – também pretende expandir os negócios para fora do país. A fabricante de picolés, ou paletas mexicanas já tem lojas e quiosques espalhados por 11 estados brasileiros e franquias em fase de negociação no exterior. “Vemos em outros países as mesmas oportunidades de mercado que nos baseamos para criar o mercado de paletas no Brasil, e com potencial ainda maior em alguns casos. O desafio certamente é encontrar os parceiros certos para as operações internacionais. Encontrar pessoas com o perfil adequado, personalidade, recursos e que compartilhe de nossas ideias é sempre desafiador”, disse o sócio fundador da Los Paleteros, Gean Chu.
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Turismo
FIT Cataratas e Hotel Show movimentam o Turismo Eventos já fazem parte do calendário nacional e têm atraído cada vez mais participantes Texto e Fotos: Carolina Lara
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ntre 17 e 19 de junho, dois importantes eventos de turismo foram sediados pela cidade de Foz do Iguaçu: o Festival de Turismo das Cataratas (FIT Cataratas), que este ano chegou na décima edição, e o Hotel Show 2015. Ambos já fazem parte do calendário nacional de eventos ligados ao turismo e têm atraído, a cada edição, um público maior. O Sistema Fecomércio Sesc Senac PR apoiou os dois eventos e promoveu, em ambos, atividades nas áreas de gastronomia e atendimento em hospitalidade.
FIT CATARATAS
e Negócios do FIT Cataratas
Com mais de 30 eventos paralelos, o 10º Festival de Turismo das Cataratas é considerado o maior evento fixo de Foz do Iguaçu e o segundo maior de turismo da região Sul. Devido à posição geográfica, possibilita a promoção de um encontro de negócios entre profissionais de turismo do Mercosul. O fato foi demonstrado durante cerimônia de abertura (no dia 17), no Recanto Cataratas Resort REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
O estande do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e parceiros ficou cheio durante a Feira de Turismo
Thermas, que teve a presença do ministro do Turismo do Brasil, Henrique Alves, da ministra de Turismo do Paraguai, Marcela Bacigalupo, e de diversos representantes do segmento nacional e internacional. Para um auditório lotado, o ministro Alves falou sobre a intenção de criação de áreas de interesse específico de turismo com legislação tributária mais simples, legislação
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ambiental mais rápida e segurança jurídica clara. “Nós temos que ter a sensibilidade de saber conviver com respeito ao meio ambiente, gerando desenvolvimento e geração de renda e emprego”, defendeu. Uma das principais atrações do Festival, a Feira de Turismo e Negócios, ocorreu nos dias 18 e 19, com um público aproximado de seis mil pessoas, que aproveitou para circuSISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 33
Turismo
Ministro do Turismo do Brasil, Henrique Alves, fala para auditório
Degustação de creme de milho com ragu de rabada promovida pelo Senac Foz
lotado durante abertura do FIT Cataratas
do Iguaçu no último dia do FIT Cataratas
lar pelos 216 estandes da feira, onde foram divulgados diferentes destinos turísticos do Brasil e exterior, além de novidades do setor. No estande conjunto do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Sindicato do Comércio Varejista de Foz do Iguaçu, Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares de Foz do Iguaçu (Sindhotéis) e Senac Foz do Iguaçu, o que chamou a atenção e atraiu muitos visitantes foram as duas degustações conduzidas pelo Senac Foz do Iguaçu, nos dias 18 e 19, ambas servidas para 120 pessoas. No dia 18, o risoto de carne seca com queijo coalho esgotou em menos de 20 minutos. Os visitantes fizeram fila para ver a equipe de cozinheiros e chefs do Senac Foz do Iguaçu finalizar o prato com um maçarico, e é claro, degustar o prato. No último dia do Festival (19), foi a vez do creme de milho com ragu de rabada, criação da equipe de gastronomia do Senac Foz. As duas degustações foram harmonizadas por espumantes da vinícola catarinense Villagio Grando. 34 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
INSTITUTO DE TURISMO MERCOCIDADES
No dia 18, durante o FIT Cataratas, representantes da Rede de Mercocidades do Brasil, Uruguai e Argentina realizaram a reunião da Unidade Temática de Turismo para tratar do Instituto de Turismo Mercocidades, que unirá diversos municípios do Mercosul em prol de um turismo sem fronteiras. A reunião foi articulada pela Fecomércio PR, por meio da Câmara Empresarial de Turismo (CET), e pela Unidade Temática de Turismo de Mercocidades. O encontro foi considerado o primeiro capítulo para a consolidação do Instituto, quando houve apresentação do estatuto e definição da cidade-sede da Secretaria Técnica do Instituto, que será instalada em Porto Alegre. O grupo se reunirá novamente nos dias 16 e 17 de setembro de 2015, em Curitiba, durante o 9º Congresso de Turismo de Mercocidades. No evento, será formalizado o compromisso dos municípios e organizações que participarão como sócios-fundadores do Instituto.
HOTEL SHOW
Realizado no Hotel Golden Tulip, o Hotel Show 2015 teve como foco a sustentabilidade nos meios de hospedagem e alimentação. Durante os três dias de evento, palestras, oficinas, exposição e apresentação de casos de sucesso demonstraram que é possível reduzir custos com medidas relativamente simples. A abertura do evento, no dia 17, contou com a presença de representantes de entidades do setor hoteleiro e do turismo. Durante a cerimônia, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, elogiou a iniciativa dos organizadores que, mesmo em tempos de crise, trabalharam para que o evento pudesse mais uma vez ser realizado. “Este evento só tende a crescer. Nosso Sistema sempre foi parceiro do turismo e continuará sendo”, disse. O Sistema Fecomércio promoveu duas atividades que fizeram parte da programação oficial do evento. No dia 17, o Senac Foz do Iguaçu promoveu uma demonstração de confeitos finos. O instrutor Adriano Pereira da Motta conduziu a aula que ensinou duas receitas: um bolinho
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de aipim com carne seca, servido com queijo de búfala, e o parfait de café, sobremesa gelada de origem francesa. No dia 18, a gerente de Turismo, Hotelaria e Hospitalidade Empresarial do Senac Rio de Janeiro, Marcella Pestana, prendeu a atenção dos participantes com a palestra sobre Excelência no Atendimento. De acordo com a palestrante, “atender nada mais é do que se relacionar”, e apesar de depender de atitudes comportamentais, a hospitalidade e o bom atendimento podem, sim, ser ensinados, planejados e treinados, mas dependem de um binômio. “O atendimento tem que gerar uma recompensa, uma realização por parte de quem executa e uma satisfação por parte de quem recebe. Os dois lados têm que estar felizes nessa equação”, defendeu a palestrante. O diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier, que acompanhou a palestra, acredita que o assunto é de extrema importância, principalmente em um momento em que o mercado tem tratado produtos e serviços como sendo todos iguais. “Quando abordamos esse item da excelência no atendimento estamos abordando um tema que eu tenho certeza é um diferencial. O atendimento é o que podemos deixar como traço quando estamos trabalhando”, disse. A palestra também foi assistida por gestores e colaboradores das unidades do Senac de Medianeira, Cascavel, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Foz do Iguaçu. Para o gerente executivo do Senac Cascavel, Marco Antonio de Oliveira Biss, tratar bem o cliente não é um diferencial, é uma obrigação. “A qualidade do atendimento está diretamente relacionada à satisfação do cliente. Foi nesse contexto que a palestrante abordou, com casos reais, a necessidade de se criar uma cultura de hospitalidade e acolhimento, ressaltando a importância da qualificação profissional”. REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
Abertura do Hotel Show 2015
O instrutor do Senac Foz do Iguaçu, Adriano da Motta, conduziu a demonstração de confeitos finos, parte da programação oficial do Hotel Show 2015
A equipe do Senac Foz do Iguaçu (de crachá) recebe as colaboradoras do Senac Rio de Janeiro, Marcella Pestana e Catherine Queiroz, e o diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier
Apoio O FIT Cataratas é uma realização da Secretaria Municipal de Turismo, com organização da De Angeli Feiras & Eventos e apoio estratégico do Ministério do Turismo e Paraná Turismo, além de patrocínio do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Itaipu Binacional, Sebrae Nacional e Fundo Iguaçu. Já o Hotel Show é realizado pelo Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação (SEHA) e pelo Sindhoteis – que na ocasião comemorou 40 anos de fundação –, com organização da JP Eventos e apoio especial do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e da FBHA, além de outras entidades.
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Investimento Feira
Do campo à mesa Feira promoveu a cadeia produtiva de frutas, hortaliças e flores estimulando negócios e desenvolvimento no setor Texto: Fernanda Ziegmann | Fotos: Bruno Tadashi
Autoridades e empresários paranaenses e italianos durante a abertura oficial da Hortifruti & Foods Brasil Show 2015
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Sistema Fecomércio Sesc Senac PR foi um dos apoiadores estratégicos da terceira edição da Hortifruti & Foods Brasil Show 2015, que ocorreu de 30 de junho a 2 de julho em Curitiba. Durante três dias foram realizadas palestras, painéis, debates, workshops nacionais e internacionais com o objetivo de mobilizar todos os envolvidos no setor de alimentos de Curitiba, a fim de estimular negócios e promover desenvolvimento. “A 36 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
feira tem como objetivo apresentar as empresas que ofereçam um fator de competitividade, que é a qualidade dos produtos desde o campo até a mesa. Os produtos apresentados têm a tipicidade paranaense”, ressaltou o diretor de operações do Sebrae/PR, Júlio Cezar Agostini. A feira que era aberta ao público foi realizada no centro de eventos da Fiep. “O Sistema Fiep ficou honrado em receber um evento tão rico quanto esse, que valoriza nossos produtores locais. Todas as atividades
tiveram como intuito incentivar esses trabalhadores, seja no campo, no comércio ou nas cozinhas utilizando esses produtos. Não podemos nos deixar impactar com a crise, os empreendedores não podem desistir, e a feira serviu como estímulo”, destacou o presidente da Fiep e presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae PR, Edson Campagnolo.
PARCERIAS
Essa edição da Hortifruti & Foods Brasil Show contou com par-
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cerias internacionais. A Macfrut – maior feira do setor de frutas e hortaliças da Europa – esteve presente no evento com empresários e expositores. A Casa Artusi – Centro de Cultura Gastronômica dedicado à cozinha doméstica italiana e à Região de Emilia-Romagna, ambas da Itália, foram peças fundamentais para a realização do evento. “Estamos em busca da excelência na alimentação e essa certificação de produtos locais de qualidade é o primeiro passo. Precisamos alinhar a tecnologia com a produção dos alimentos do campo até a mesa”, disse Luciano Trentini, representante da Macfrut.
O convênio tem como objetivo promover o intercâmbio cultural gastronômico entre as cozinhas brasileira e italiana, importando no treinamento, aprimoramento e formação profissional de alunos e fun-
cionários do Senac e da Casa Artusi, envolvendo técnicas de preparo de alimentos, bebidas, matérias e insumos, além dos aspectos culturais relacionados à gastronomia das respectivas regiões.
INTERCÂMBIO
Da Casa Artusi veio o chef Giuliano Tassinari, que participou da Cozinha Show, uma aula aberta em que apresentou algumas receitas de origem italiana, preparadas com os produtos produzidos no Brasil. O Senac deu todo o apoio nas produções das receitas junto ao chef italiano. “O Senac tem o dever de melhorar a qualidade da alimentação e estamos trabalhando justamente para isso; temos cozinheiros formados na instituição trabalhando pelo mundo afora. Agora temos a oportunidade de firmar convênio com a Casa Artusi, e isso fará melhorar ainda mais nossa qualidade. Vamos promover um intercâmbio cultural entre os dois países”, ressaltou o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana.
O diretor de operações do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini; o chef italiano da Casa Artusi, Giuliano Tassinari, e o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana
SENAC ASSINA CONVÊNIO COM CASA ARTUSI
No dia 30 de junho o Senac PR assinou um convênio com a Casa Artusi, o primeiro Centro de Cultura Gastronômica dedicado à cozinha doméstica italiana, situado no centro da região da Romanha, na Itália. REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
O presidente da Casa Artusi, Giordano Conti, e o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, assinaram o convênio durante almoço no Restaurante-escola do Senac, em Curitiba
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Patrimônio Histórico
Latifúndio cultural Marco histórico dos Campos Gerais, a Fazenda Capão Alto revela suas facetas de antiga sesmaria a novo espaço de cultura de Castro Texto: Isabela Mattiolli | Fotos: Arquivo Núcleo de Mídia e Conhecimento
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s margens do Rio Iapó, que serviram de pouso aos tropeiros no século XVIII já evidenciavam o potencial turístico e produtivo de Castro. Hoje, com pouco mais de 70 mil habitantes, a cidade revela sua grandeza com espaços dedicados a contar sua história. Um deles é a Fazenda Capão Alto – tombada como Patrimônio Histórico do Paraná em 1981 e que, desde outubro do ano passado, passou a ser oficialmente espaço cultural. Não por acaso, o local fez parte da rota de passagem das tropas e de tantas outras 38 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
ocupações que deram início não apenas à cidade, mas foram berço de muitas histórias da região e do Paraná. Antiga sesmaria na época das Capitanias Hereditárias, a fazenda também foi ocupada por padres Carmelitas e seus escravos – responsáveis por erguer a capela em taipa de pilão em 1740, cujos escombros fazem parte dos 150 mil metros de área da Capão Alto. Essas são apenas duas grandes transições na história da fazenda, que também foi quilombo e, alguns anos mais tarde, sede de casario do Barão de Monte Carmelo, construído em 1858.
Segundo o curador do espaço cultural, Fábio André Chedid Silvestre, independente da época ou ocupação, a fazenda sempre se manteve ativa. “A última fase como fazenda produtiva foi no período em que ela pertencia à Castrolanda (Cooperativa Agroindustrial), nos anos 1970, quando foi transformada em fazenda experimental. Assim que o tombamento do local se deu, a tecnologia foi transferida para outras fazendas, começando aqui um processo de preservação”, conta.
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ESTUDO ARQUEOLÓGICO E ESPAÇO CULTURAL
O cooperado da Castrolanda, Koob Petter, pertence à comunidade holandesa da região. Ele identificou o potencial cultural e turístico do local e adquiriu a fazenda como propriedade privada, para dar andamento ao cuidado necessário para o espaço. De 2011 para cá, um Plano Diretor foi criado para dar sequência ao projeto que, oficialmente, ganha o nome de Espaço Cultural Capão Alto. “Como a fazenda tem muita história, precisávamos de uma prospecção arqueológica do local. O primeiro passo foi um estudo de solo e de campo feito logo no início do Plano Diretor. O pesquisador da CEPA, Igor Chmyz, durante trabalho de campo na fazenda Mais tarde, viabilizado pela Lei Rouanet, o estudo arqueológico iniciou em agosto de 2014, para fornecer um mapa de manejo do lugar, e dar sequência à restauração dos prédios históricos, e assim por diante”, declara o curador. O estudo arqueológico foi feito pelo professor sênior da Pós-graduação do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisador do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológica da universidade (CEPA), Igor Chmyz. “O trabalho começou em agosto de 2014 e fizemos campo de novembro até março deste ano. Nós No local foram encontradas evidências de antigas ocupações da Capão Alto aplicamos uma metodologia arqueológica de cortes experimentais, nos quais foram feitos 702 ção, encontramos pregos quadrados, encontradas na área pesquisada refecortes”, explica. como os feitos antigamente pelos rentes às ocupações do local, entre O material encontrado no estu- ferreiros com marretas. Isso revela elas três técnicas construtivas utilido inicial diz respeito à ocupação que no local existiu uma fundição de zadas em períodos diferentes. “Na dos Carmelitas e africanos no local, ferro, dado que até então não tinha escavação encontramos três técnicas além do caminho das tropas próximo nenhum registro. Essa é uma infor- utilizadas na construção. Além do esa mata. “É uma história riquíssima. mação novíssima tanto no aspecto combro da capela feita em taipa de Em vários locais onde esses cortes arqueológico, como histórico da re- pilão, também encontramos alguns foram feitos, encontramos materiais gião”, revela Chmyz. fragmentos de taipa de mão, adobe de fundição de ferro e, na escavaOutras evidências também foram que é uma espécie de tijolo cru, e até REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
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Patrimônio Histórico
Mais de 150 mil metros fazem parte da área da fazenda
fragmentos de tijolos maciços”, diz o pesquisador. De acordo com Igor Chmyz, outras ocupações do local ainda podem ser descobertas pelo estudo, como a presença indígena na região. “Há referências de que no século XVIII havia tribos indígenas nos arredores. Temos sítios arqueológicos nos Campos Gerais com mais de sete mil anos, caso da Fazenda Cambiju e do Morro do Castelo. Acredito na possibilidade de encontrar algumas evidências dessas primeiras ocupações também na Fazenda Capão Alto”, acredita. Foram encontrados mais de sete mil itens no local, desde objetos decorativos em cobre, pederneira, até objetos relacionados à fauna como ossos. O estudo inicial feito na Capão Alto resultará em uma publicação com essas e outras referências da arqueologia e história da fazenda. 40 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
SEMANA NACIONAL DE MUSEUS
Alguns itens encontrados na área pesquisada foram expostos ao público durante ações feitas no Espaço Cultural Capão Alto na 13ª Semana Nacional de Museus – circuito promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus para celebrar o Dia de Museus, comemorado em 18 de maio. Durante todo o mês de maio, visitas guiadas foram programadas na fazenda com outras O curador do Espaço Cultural Capão Alto, Fábio André duas exposições: Rodas do Chedid Silvestre, na 13ª Semana Nacional de Museus tempo – sobre a história do local; e outra com obras de 40 artistas de Castro e região. história”, comenta o curador Fábio “A exposição Rodas do Tempo André Chedid Silvestre. foi instituída durante o lançamento Como o tema da 13ª Semana Naoficial do Espaço Capão Alto, utili- cional de Museus era “Museus Para zando estruturas como as edificações uma Sociedade Sustentável”, o espaço da época do Barão, para contar sua cultural promoveu um seminário sobre MAIO | JUNHO 2015
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patrimônio histórico e cultural como ferramenta para a sustentabilidade, que contou com palestras do pesquisador Igor Chmyz; do curador Fábio André Chedid Silvestre; do conselheiro do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná e de Paranaguá e integrante da equipe que produziu o estudo que levou ao tombamento da Fazenda Capão Alto, Luiz Marcelo Bertoli de Mattos; e do procurador geral do município de Castro, Ronie Cardoso. A gerente executiva do Sesc Paço da Liberdade, Celise Niero, também foi uma das palestrantes na ocasião. Ela falou sobre o projeto de Educação Patrimonial que a unidade cultural do Sesc PR em Curitiba desenvolve desde sua inauguração – premiado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com o Prêmio Rodrigo de Mello, no campo da educação Patrimonial. De acordo com Silvestre, as palestras auxiliaram na discussão sobre a preservação do patrimônio histórico de Castro não só da Capão Alto especificamente, mas também do centro da cidade. “A Fecomércio tem um papel importante nessa discussão, não apenas pelo trabalho desenvolvido no Sesc Paço da Liberdade, como também no Programa de Revitalização de Espaços Comerciais que acontece em Castro na Rua Dr. Jorge”, menciona o curador.
TURISMO CULTURAL
Além de espaço cultural, um dos objetivos é que a Capão Alto seja encarada também como espaço turístico. “A rota turística Curitiba-Campos Gerais é um dos nossos objetivos. É o que chamamos de turismo de 100 km ou turismo de curta duração, no qual
A exposição Rodas do Tempo abriu a programação cultural da Capão Alto
é possível encontrar rotas étnicas, culturais, esportivas e de negócios, para mostrar o valor do nosso estado e desta região tão rica”, planeja Silvestre. Um dos atrativos do local e de outros da região é a ligação com a colonização holandesa – verdadeiros patrimônios culturais Brasil-Holanda que já soma quatro séculos. “Desde o parque Histórico de Carambeí, como o memorial da imigração holandesa do Moinho de Castrolanda, até a Capão Alto possuem traços desta colonização. Estamos falando de uma das regiões mais ricas do Paraná no âmbito agroindustrial, social, de in-
vestimentos, de negócios, e também de qualidade de vida. A fazenda continua nova neste momento cultural em que ela está inserida”, reforça o curador. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Castro, José Marioli Simão, a cidade possui diversos atrativos turísticos e, justamente por esse motivo, a Fazenda Capão Alto não poderia ficar de fora desta rota. “A fazenda é lugar histórico e é um espaço que merece atenção, neste momento em que Castro vive um momento bom no turismo”, conclui.
SERVIÇO: O Espaço Cultural Fazenda Capão Alto está localizado na Estrada Castro-Castrolanda e é aberto a visitações orientadas que podem ser agendadas pelo telefone (42) 3232-5856.
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Música
O século da viola Ela chegou ao Brasil pelas caravelas e, desde então, agrada os ouvidos brasileiros. O modo de se tocar viola no país é único e, ao mesmo tempo, diverso. Em 480 concertos musicais, o Sesc apresenta no Sonora Brasil: Violas Brasileiras
Flávio Pereira
Texto: Silvia Bocchese de Lima | Fotos: Divulgação Sesc
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eculiar e diversa, única em sua pluralidade e unânime no gosto popular. A viola foi fundamental no desenvolvimento da música no Brasil e, desde que por aqui chegou, ganhou o gosto popular. “A viola é, reconhecidamente, um instrumento com uma brasilidade muito clara e todo conhecimento da viola está focado, principalmente, 42 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
na da região Sudeste. Existem não só outras formas físicas do instrumento, como outros repertórios espalhados pelo Brasil”, revela o assessor técnico de Música do Departamento Nacional do Sesc, Gilberto Figueiredo. Em sua 18ª edição, o Sonora Brasil, projeto de música do Sesc, traz como protagonista do espetáculo, nas regiões Sul e Sudeste, a Viola Bra-
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VIOLAS BRASILEIRAS
Quando o Sesc apresenta o tema Violas Brasileiras a intenção é aprofundar o olhar sobre este instrumento e traçar um panorama de como ele está presente no país e, em todas as regiões. Para contar a história da viola, quatro segmentos foram escolhidos: caipira; em concerto, nordestina e singular. “A Viola do Sudoeste é a mais consagrada pela mídia e conhecida como Viola Caipira ou sertaneja. A Viola Nordestina está muito ligada ao repente; a Viola Machete, ao samba Chula, o samba de roda
do recôncavo baiano. Seu repertório é próprio, construído a partir da cultura musical nordestina, que é o ponteado e outras expressões. Também apresentaremos a viola que chega às salas de concerto, com um repertório desenvolvido pelo meio acadêmico da música. O quarto segmento são as Violas Singulares, próprias de determinadas regiões, como é a Viola de Cocho, da região Centro-Oeste; a Viola de Buriti, de Tocantins e Maranhão e a de Fandango, localizada no litoral do Paraná e Sul de São Paulo”, explica Figueiredo.
Frank Buzatto
sileira. Serão 480 apresentações, em 130 cidades, tornando-o o maior projeto do país em circulação musical. Segundo a gerente de Cultura do Departamento Nacional do Sesc, Márcia Rodrigues, desde a sua primeira edição, em 1998, o projeto já recebeu cerca de 80 grupos, em mais de 3.900 apresentações pelo Brasil, alcançando um público superior a 520 mil espectadores. “O Sonora Brasil não é uma simples circulação de músicos, de música e de instrumentos. Trazemos à cena a história da música brasileira e suas raízes. Pesquisamos o que é interessante mostrar para o Brasil, aquilo que está acontecendo na música, o que já aconteceu, o que precisa ser preservado, mostrado e, também, o que é necessário ser reconstruído e inovado, salientou Márcia, durante o lançamento do projeto, em maio deste ano, no Sesc Glória, em Vitória (ES). Enquanto as regiões Sul e Sudoeste recebem a viola, o Nordeste, Centro-Oeste e o Norte do Brasil terão apresentações do tema “Sonoros Ofícios – Cantos de Trabalho”. Em 2016, realiza-se a inversão dos temas. O projeto Sonora Brasil é singular. Uma das características marcantes é o fato de ser acústico, ou seja, não há o uso de sonorização. “Nossa preocupação é escolher um espaço adequado para uma apresentação que não faça uso de sonorização. É um convite a uma audição mais atenta”, pontua Figueiredo, explicando que o espetáculo não é didático, mas trata-se de um programa contextualizado. “Podemos ir a fundo no tema proposto e ir além da música. O projeto produz um catálogo que apresenta informações sobre os grupos que estão circulando e traz um texto relacionado com o conteúdo temático, produzido por um especialista. Esse texto serve de suporte para pesquisadores, estudantes de música e todos os interessados em música”, diz.
Violas Singulares
Segundo o músico e contador de causos, Paulo Freire, que ao lado de Levi Ramiro apresentará as Violas Caipiras, o instrumento chegou ao Brasil pelos portugueses. “Aqui a viola se espalhou e é tocada de uma
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forma única, diferente do mundo todo. Essa música que pegamos lá no sertão, é um diamante bruto, e é muito bonito podermos trazer esta viola ao palco e mostrar o que os nossos mestres nos ensinaram”, diz. SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 43
Música PARANÁ NO SONORA
ropa e o Brasil. “Na era colonial não temos um repertório solístico no Brasil, temos sim um repertório significativo e maravilhoso na Viola Barroca, tanto em Portugal quanto na Espanha. Deste período trazemos um renomado compositor, Gaspar Sanz, com a Dança Canários. Do período colonial um Lundu ou Lundum (anônimo) e uma modinha. O repertório solístico da viola no Brasil começa a partir de 1960, com compositores como Guerra-Peixe e Theodoro Nogueira e violeiros da nova geração, que eu faço parte, onde o objetivo maior foi explorar as possibilidades solísticas e levar a viola para as salas de concerto. A maior parte do repertório do programa viola de concerto será com obras compostas para viola a partir de 1960”, conta Deghi.
Flávio Pereira
Embora tenha nascido em São Bernardo do Campo (SP), o músico de formação erudita, Fernando Deghi escolheu o Paraná para morar, sendo o representante paranaense no Sonora Brasil. Estudioso da viola brasileira, tendo tocado por mais de 20 anos violão erudito, Deghi apresenta, ao lado de Marcus Ferrer, a Viola de Concerto. “Eu optei pela viola porque me interessei pelo instrumento, pelas afinações, pelas possibilidades que ela poderia me propor. A viola me traz o novo e trouxe também meu lado compositor”, revela. O duo apresenta no Sonora Brasil um repertório que remonta ao período colonial brasileiro, quando a viola era uma das pontes musicais entre a Eu-
Viola de Concerto – Fernando Deghi
No programa a ser apresentado há a obra “Modinha-Raivas Gostosas”, poema de Domingos Caldas Barbosa e música de Marcos Portugal. “Infelizmente a música negra no período colonial brasileiro não foi catalogada. Temos um importante representante, de 1750, Domingos Caldas Barbosa – um mulato carioca, filho de um português com uma escrava angolana que foi enviado para Portugal em 1763, para estudar em Coimbra. Celebrizou-se pelas trovas 44 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
improvisadas ao som da sua viola de cordas de arame. Suas composições estão reunidas no livro Viola de Lereno, pseudônimo que ele adotava. Há no país um intenso e repleto repertório musical para a viola, que precisa ser organizado em termos de metodologia. “Enquanto os outros instrumentos já estão resolvidos nesta questão, eu creio que há um trabalho imenso a ser feito em termos de sistematização da metodologia na viola. Este é o século da viola!”, acredita.
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SONOROS OFÍCIOS
Calendário do Sonora Brasil em 2015, no Paraná: Viola Nordestina Antônio Madureira, Ivanildo Vilanova e Cássio Nobre (PE/BA) 8/8 – Curitiba; 9/8 – Paranaguá; 10/8 – Ponta Grossa; 11/8 – Guarapuava; 12/8 – Pato Branco; 13/8 – Medianeira; 15/8 – Maringá e, 16/8 – Londrina Viola Caipira Levi Ramiro e Paulo Freire (SP) 3/9 – Curitiba; 4/9 – Paranaguá; 5/9 – Ponta Grossa; 6/9 – Guarapuava; 7/9 – Francisco Beltrão; 8/9 – Foz do Iguaçu; 10/9 – Maringá e, 11/9 Londrina Violas Singulares Sidnei Duarte, Rodolfo Vidal e Maurício Ribeiro (MT/SP/TO) 27/10 – Londrina; 28/10 – Maringá; 30/10 – Medianeira; 31/10 – Pato Branco; 1/11 – Guarapuava; 2/11 – Ponta Grossa; 3/11 – Paranaguá e, 4/11 – Curitiba Violas de Concerto Fernando Deghi e Marcus Ferrer (PR/RJ) 6/12 – Curitiba; 7/12 – Paranaguá; 8/12 – Ponta Grossa; 9/12 – Guarapuava; 10/12 – Francisco Beltrão; 11/12 – Foz do Iguaçu; 13/12 – Maringá e, 14/12 – Londrina
“Eu lhe falo sincero, que a cultura do vaqueiro já estava morta, mas com o Sonora, eu estou achando que a cultura reviveu. Me deu uma vontade de começar agora a vida de vaqueiro, essa profissão que é a minha paixão... Eu já tive vários acidentes a cavalo, tenho diversas marcas no corpo feitas com ponta de boi e ponta de pau. Antes de ontem cheguei a sonhar que estava correndo atrás de boi, no mato. É uma coisa que eu não consigo me afastar. Ao Sesc eu dou meus parabéns, dou nota 1.000, porque foi o único órgão que eu vi resgatar a cultura que para mim estava morta há muitos anos. É um grande orgulho integrar este circuito e só assim eu vou terminar de matar as minhas paixões de falar da vida de vaqueiro”. Ailton Aboiador, de Valente (BA), que junto às Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valente participará do Sonora Brasil, com apresentações no Paraná, em 2016. Flávio Pereira
Robson D. Almeida
É recorrente em pesquisas sobre a música o tema cantos de trabalho e a proposta do Sesc é apresentar um panorama dessa expressão, no palco. Para isso, foram selecionados quatro grupos. “Três desses grupos são de fato de tradição, como as Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e Mestre Nelson Rosa; as Quebradeiras de Coco de Babaçu e as Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valentes. Cada um deles traz algo em comum que é um repertório utilizado na lida de trabalho diário, mas cada um com sua característica particular. São músicas com cunho político, conquista de direitos, ligadas à atividade laboral. Os cantos de trabalho estão muito ligados a essas questões do cotidiano e aos lamentos e queixas. Já Ilumiara não é um grupo de tradição, é formado por músicos e pesquisadores”, explica Figueiredo. Em 2016, o Paraná receberá os 28 cantadores e as histórias dos cantos de trabalho.
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“Eu sempre acompanhei o projeto e participar do Sonora era um sonho há uns 15 anos. Essa ideia de viajar o Brasil tocando cada dia em um lugar diferente é encantador. O Sesc sempre foi uma paixão. Eu gosto muito do jeito que o Sesc trabalha, das coisas que ele proporciona para as pessoas. O Sesc pensa conjuntamente”. Fernando Deghi, representante paranaense no Sonora Brasil, com o tema Violas de Concerto.
Sonora Brasil em números: 3.900 apresentações 520 mil espectadores 18 anos de projeto
Em 2015: 480 apresentações 130 cidades 10 violeiros 28 cantadores
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Cultura
Ao todo, 1694 pessoas assistiram às apresentações do Femucic no Teatro Calil Haddad
Festival de encontros Femucic chega a 37ª edição atento à formação e integração musical
C
om caráter formativo musical ainda maior que nos demais anos, o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, a Prefeitura de Maringá e a Rede Paranaense 46 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
Texto: Isabela Mattiolli e Karen Bortolini | Fotos: Ivo Lima
de Comunicação (RPC) realizaram a 37ª edição do Festival de Música Cidade Canção (Femucic), nos dias 5 e 6 de junho. Vinte e cinco músicos do Paraná e de outros dez estados
do país puderam expor suas composições e interpretações autorais no Teatro Calil Haddad, em Maringá. O grande público pôde fazer um passeio musical pelos diversos
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gêneros, ritmos e estilos musicais sem sair da poltrona. Com ênfase na formação de plateias, o Femucic dá oportunidade para artistas e incentiva suas produções, como é o caso da música instrumental, que dificilmente conta com espaço comercial. Um dos exemplos da edição foi o Duo Sertão Ibérico, de Recife (PE). Lucas Almeida e José Freire Neto participaram de outros projetos musicais do Sesc, como a Mostra de Música Leão do Norte, realizada em REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
Pernambuco. “Nos apresentamos lá, e ficamos sabendo do Femucic. Inscrevemos nossa música e fomos selecionados. Ficamos muito felizes de podermos mostrar elementos do Nordeste no outro extremo do país”, disse um deles. Além da pluralidade musical, outro aspecto importante é a troca de experiência dos artistas ao dividirem o mesmo palco. Muitas das parcerias surgiram dos bastidores do festival, ponto de encontro dos músicos para o processo criativo.
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De Campinas (SP), Sinhá Rosária e João Arruda trouxeram a composição “Eu vim da Capoeira”, fruto de encontros de outros festivais, como o Festival Jacarezinhense da Canção (Fejacan) também promovido pelo Sesc. Aos 80 anos, ela com muita energia e vitalidade sobe aos palcos para trazer ritmos afros, muito presentes nas raízes das músicas brasileiras. “Fui influenciada pelos meus avós, que eram escravos. Então a veia artística já estava nos meus antepassados”, conta. SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 47
Cultura
Outros estilos musicais como o carimbó, martelo agalopado, MPB, chorinho, frevo, baião, toada, música caipira e o repente também compuseram o repertório das selecionadas. Ao todo foram inscritas 739 músicas de 22 estados brasileiros. O trio maringaense Paulino, Zequinha e Tercílio Man completou as 26 músicas apresentadas, a convite do Sesc, com uma clássica moda de viola.
AÇÕES FORMATIVAS
Pratas da casa e do Femucic, os músicos Paulino, Zequinha e Tercílio Man foram convidados para se apresentarem na primeira noite do evento
Encontro de baianos: o ator Jackson Costa entrevista o violonista João Omar durante sua apresentação no festival
Toda a performance do multi-instrumentista Filó Machado no workshop promovido durante o Laboratório de Música do Femucic
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O Sesc Maringá concentrou uma programação paralela voltada à formação musical, com a realização do primeiro laboratório de música do evento. Com o objetivo de aprimorar a performance em música brasileira e promover a troca de experiências entre músicos, o laboratório priorizou o estudo de composição musical e minicursos de aperfeiçoamento de técnicas em instrumentos musicais. De Vitória da Conquista (BA), o músico João Omar coordenou a masterclass de violão no Sesc Maringá. No currículo, o mestrado em Regência Orquestral pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) se completa com a experiência obtida ao lado do pai, o célebre compositor Elomar Figueira Mello. Além da masterclass, João Omar foi convidado a abrir a primeira noite de apresentações do Festival de Música Cidade Canção, com a música “Brasil Central”. “Foi muito interessante esses dias reunidos com os alunos na masterclass, um espaço onde a gente trabalha a interpretação, que não é especificamente algo que complete a formação, mas que dá informação e acrescenta ao compositor e ao intérprete”, reforça. Quem também integrou a grade de programação do laboratório de música foi o multi-instrumentista Filó Machado. Ele promoveu um workshop que evidenciou o seu lado performático abusando da fusão de estilos musicais. “Eu dou muito valor à liberdade musical. Estar em um ambiente como o Femucic, que privilegia a interação musical e não a competição, é fantástico”, completa. O pianista André Marques, que acompanha a banda de Hermeto Pascoal desde 1994, foi outra boa nova na ação formativa. Ao lado dos músicos Marcel Bottaro, Fúlvio Moraes, Guilherme Fanti, Diego Garbin, e Fabio Oliva – do grupo André Marques Sexteto –, o pianista foi responsável pelas oficinas voltadas a instrumentos musicais durante o laboratório. O grupo André Marques Sexteto, inclusive, fez o encerramento do laboratório de música, com apresentação do álbum “Plural”, no dia 4 de junho, no Teatro Calil Haddad. MAIO | JUNHO 2015
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Os músicos Conrado Pera e Cara Lauzon levaram cantigas de roda às crianças
FEMUCIC NAS ESCOLAS
Foi do encontro em festivais país afora que surgiu a parceria entre os músicos Sinhá Rosária e João Arruda que se apresentaram no Femucic ao lado de Esther Alves e Yandara Pimentel
O grupo André Marques Sexteto encerrou as atividades formativas do evento, com show de lançamento do álbum “Plural”
Destaques presentes Prestigiaram a edição 37 do Festival de Música Cidade Canção, o diretor regional do Sesc PR, Dieter Lengning; a secretária de Cultura de Maringá, Olga Agulhon; a diretora de Cultura de Maringá, Laíde Sousa; o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio Varejista e Atacadista de Maringá e Região (Sivamar), Ali Wardani; a diretora de Educação e Cultura do Sesc PR, Maristela Bruneri; o gerente de Cultura do Sesc PR, Fábio Gimovski; o gerente executivo do Sesc Maringá, Antônio Vieira; a gerente executiva do Sesc Paço da Liberdade, Celise Niero; e o gerente executivo do Sesc Cadeião Cultural, Alexandre Simioni. Esta edição do evento contou também com o apoio da Net, do jornal O Diário do Norte do Paraná, do portal odiario.com, das rádios MundoLivre FM, Maringá FM, CBN Maringá, Mix FM e UEM FM.
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Realizado há sete anos, o projeto Femucic nas Escolas completou as ações formativas do festival. Ao todo, 11 escolas da Rede Pública de Ensino de Maringá e Região receberam apresentações de músicos selecionados para a 37ª edição do festival. De Alto Paraíso de Goiás (GO), o músico Conrado Pera se apresentou ao lado da americana Cara Lauzon na escola municipal Dr. Helenton Borba Cortes. Segundo ele, a experiência no projeto foi reflexiva, principalmente no que diz respeito à formação de plateias. “Percebi o quanto nós precisamos buscar maneiras funcionais que dialoguem com o universo dessas crianças. Essa reflexão me ocorreu no momento em que eu perguntei o que elas gostariam de ouvir, e prontamente me responderam funk! De certa forma elas não têm nenhum contato com o universo retratado nas letras do funk carioca, e muito provavelmente não se deem conta da obtusidade com que é realizado esse retrato, mas é o resultado implícito da manipulação da mídia e despreparo da sociedade em resposta”, conta. De acordo com o músico, esse pedido foi contornado com uma cantiga de roda com o ritmo de funk. “Em determinado momento me senti responsável e incitado a compor algum funk que dialogasse com a verdadeira realidade delas de uma maneira mais gentil. Eu aposto na utilização do lúdico, artístico, comunitário e também de entretenimento na educação das crianças. Iniciativas como essa do Femucic deveriam ser adotadas na grade curricular de todas as escolas”, pontua. SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 49
Teatro
Palco para todos De julho a agosto, Curitiba concentra a programação cênica do Festival Palco Giratório com apresentações, ações formativas e discussões sobre acessibilidade
A
presença do ator em cena é uma das possíveis discussões do trabalho de estreia da companhia paranaense Vigor Mortis, no Circuito Nacional do Palco Giratório. A companhia ao lado de outras 19 de diversas regiões do país passará pelo seu estado natal com a chegada do projeto a Curitiba, Araucária, Paranaguá e Ponta Grossa, entre os dias 31 de julho e 23 de agosto. As cidades do estado abre a programação itinerante do Palco com um festival que concentra 20 espetáculos do circuito nacional e, além da presença física do ator e inovação tecnológica, se propõem também a discutir a acessibilidade e o teatro para todos. “Este ano, temos três trabalhos que trazem essa reflexão e que foram escolhidos por mérito.
Marco Novack
Texto: Isabela Mattiolli
Em Jukebox Vol. I, a companhia paranaense Vigor Mortis discute o papel do ator em cena e o uso da tecnologia
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Guto Muniz
O espetáculo O Som das Cores, do grupo Catibrum Teatro de Bonecos, contará com áudio
Ines Correa
descrição. A acessibilidade é uma das temáticas fortemente presentes no Palco Giratório
São espetáculos expressivos, cheios de mensagem, significados e que trazem discursões sobre as possibilidades de expressão dos corpos diferenciados”, explica a analista de Cultura do Sesc PR, Tatyane Ravedutti. Um desses trabalhos, Proibido Elefantes, da companhia potiguar Gira Dança, abre a programação do Festival em Curitiba, no dia 31 de julho. De acordo com a analista de Cultura do Sesc PR, o espetáculo não trabalha com a questão da deficiência como temática, mas explora a sua expressão a partir dos corpos dos atores – alguns com deficiências físicas ou visuais, e de seus limites, sempre transpondo-se. A acessibilidade também se faz presente no teatro de formas animadas O Som das Cores, do grupo mineiro Catibrum Teatro de Bonecos, que também contará com áudio descrição para atingir um maior número de espectadores. Ainda faz parte da discussão o espetáculo Avental Todo Sujo de Ovo, do Grupo Ninho de Teatro, do Ceará. “Esse espetáculo tem uma dramaturgia contemporânea que parte do texto épico para construir sua narrativa e que traz em cena a expressividade dos corpos diferenciados e questionando esse lugar da arte para todos”, completa Tatyane Ravedutti.
A intervenção Dança Contemporânea a Domicílio, de Claudia Müller, faz a entrega do espetáculo homônio em locais onde ela não é esperada
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Guto Muniz
Teatro
A intervenção Dança Contemporânea a Domicílio, de Claudia Müller, faz a entrega do espetáculo homônio em locais onde ela não é esperada
O FESTIVAL
Esse ano, por meio de uma ação de descentralização, o festival ampliou sua área de abrangência, contemplando além da capital, as cidade des Araucária, Paranaguá e Ponta Grossa. Nesses locais, o teatro de horror, infantil, de formas animadas, a tragicomédia, o drama se dividem com a dança, com espetáculos de rua e intervenções artísticas. A intervenção, inclusive, deixa de ser feita a céu aberto para ganhar novas fronteiras. “O espetáculo Dança Contemporânea em Domicílio é um trabalho executado há anos pela Claudia Müller. Essa intervenção artística parte de uma proposta de levar a entrega de espetáculos de dança em locais onde ela não é esperada, como uma casa por exemplo. Para isso, agendamentos serão feitos no SAC do Sesc da Esquina, com pessoas interessadas em oferecê-lo como um presente”, revela a analista de Cultura do Sesc PR.
AÇÕES FORMATIVAS
Homenageado pela 18ª edição do Palco Giratório, o Balé Popular do Recife trará aos paranaenses o espetáculo Nordeste, a Dança do Brasil – que explora o frevo, o maracatu, o xote e o baião durante a apresentação. O grupo fundado em 1977 trabalha na criação de uma dança nacional baseada nos folguedos e ritmos brasileiros; inclusive, eles foram responsáveis por catalogar mais de 40 passos de frevo. Esse conhecimento será disseminado no Pensamento Giratório – ação normativa que ocorrerá na Universidade Federal do Paraná (UFPR), com bate-papo e oficinas voltadas à formação cênica. “Nesta edição, a parceria mantida com a UFPR promove intercâmbio entre os alunos do curso de Produção Cênica, com essa aproximação da programação do Sesc. Essa parceria confere cientificidade às oficinas, pois todos os inscritos receberão
certificado de participação nas oficinas”, pontua Tatyane. Outra ação normativa que contribui para o intercâmbio cênico – um dos vieses do Palco é o espetáculo Playlist. “Esse espetáculo é resultado de uma oficina que acontece no dia anterior a apresentação, na qual os alunos são convidados a colaborar na criação de todo o espetáculo. Essa ação traz a possibilidade de interação e de colocar o público como protagonista na cena”, observa a analista.
CIRCUITO
A descentralização das ações do projeto no Paraná segue de agosto a outubro. As cidades de Apucarana, Cascavel, Cornélio Procópio, Guarapuava, Ivaiporã, Jacarezinho, Londrina, Maringá, Medianeira, Paranavaí, Toledo e Umuarama serão contempladas com espetáculos da 18ª edição do Circuito Nacional do Palco Giratório. Mais informações e programação pelo www.sescpr.com.br.
Mais informações e programação pelo www.sescpr.com.br
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Fernando Benega/RPC
Tradição
Circuito junino Sesc PR e RPC disseminam segundo maior festejo popular do país por cidades paranaenses Texto: Isabela Mattiolli
S
eja por herança, tradição ou crença, as festas juninas são realizadas de Norte a Sul do Brasil desde a chegada da colonização portuguesa. Elas eram comemoradas pelos países europeus para celebrar o início da colheita ou o chamado solstício de verão. Anos mais tarde, a Igreja Católica incorporou o festejo e aproveitou para homenagear os três principais santos do mês de junho: Santo Antônio (13), São João (23) e São Pedro (29). Foi desta forma que a festa chegou ao Brasil e, com a inserção de REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
novas referências e ritos, foi conquistando os que aqui viviam. A festa junina é vista hoje como a segunda maior do país, ficando atrás apenas do Carnaval. A região Nordeste é a que mais dissemina o festejo, atraindo milhares de pessoas para cidades como Campina Grande (PB) e Caruaru (PE). No Sul e Centro-Oeste do país, as festas são centradas na figura do caipira brasileiro e, embora com comemorações pontuais, foi perdendo fôlego nas últimas décadas.
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CIRCUITO
Para reavivar o espírito junino dos paranaenses, o Sesc PR realiza há três edições o circuito de festas juninas pelo estado. Sempre no mês de junho, as festas têm programação gratuita e concentram ritos tradicionais como a quadrilha – este ano coordenada pelo grupo de Trabalho Social com Idosos. Em 2015, foi a vez das cidades de Londrina, Foz do Iguaçu e Curitiba, sediarem a festa nos dias 14, 20 e 27, respectivamente, com uma vasta programação SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 53
Ivo Lima
Tradição
LONDRINA
A Londrina Junina foi a primeira a erguer a fogueira cênica um dia após a celebração de Santo Antônio, no dia 14. A festa, realizada em frente ao Sesc Cadeião Cultural, teve apresentações artísticas com os grupos: Forró Pé de Pano, Pisada da Jurema, The Fabulous Bandits, além do grupo de Cantoria do Sesc Lon54 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
Além de apresentações musicais e artísticas, a quadrilha formada pelo grupo de Trabalho Social
Fernando Benega/RPC
com Idosos chamou a atenção do público nas três cidades Rubem Vital/RPC
A primeira a entrar na roda foi Londrina, no dia 14
O Gaúcho da Fronteira encerrou as atividades
de junho, com programação para toda família
em Foz do Iguaçu, no dia 27 Ivo Lima
voltada para a família. A ação contou com a parceria da Rede Paranaense de Comunicação (RPC). De acordo com a analista de Cultura do Sesc PR, Tatyane Ravedutti, o resultado alcançado nas edições anteriores comprova a ampla adesão do público. “É um local que estimula e fomenta a tradição das festas e eventos populares nas cidades, difundindo a gastronomia típica especializada e promovendo o resgate das brincadeiras tradicionais. De ampla aceitação popular, a festa realizada pelo Sesc PR pretende se tornar referência no estado para promover a tradição e também movimentar o comércio da região”, completa. Programações locais foram organizadas com apresentações musicais, danças populares, brincadeiras voltadas para as crianças, entre outras. Os eventos também levaram ao público feira de artesanato e gastronômica – com as delícias típicas das festas juninas, como a pipoca e o quentão, e também da culinária paranaense, como o pinhão na brasa ou cozido. A paulistana Juliana Marcondes mora em Curitiba há sete anos e, segundo ela, essa é a primeira festa tipicamente junina que participa na cidade. “Em São Paulo, as festas juninas não são tão comemoradas como no Norte e Nordeste do País, mas eu sempre encontrava alguma opção. Aqui, eu sentia falta disso. Vi pela TV que a festa iria acontecer e vim prestigiar, porque essa cultura tem que ser valorizada e reavivada”, disse ela que foi acompanhada pelos familiares Maria Salete e Luiz Roberto Martins.
O sulista Renato Borguetti foi uma das atrações da festa na capital do estado
drina. O encerramento ficou por conta da dupla Zé Mulato e Cassiano.
FOZ DO IGUAÇU
Dando sequência às festas do mês de junho, no dia 20 foi realizada a Foz Junina. O arraiá foi montado na unidade do Sesc e, entre as atrações, apresentações com Ricardo Denchusky & Banda, Maryanne Francescon & Banda, grupo Xaxá do Xexé, e show com o Gaúcho da Fronteira.
CURITIBA
A Curitiba Junina foi comemorada com pipoca e quentão na capital do estado. O Bosque São Cristóvão, em Santa Felicidade, concentrou a programação. As apresentações artísticas ficaram por conta dos grupos Baquetá, Jangada Ligeira, e Viola Quebrada. O mestre da gaita ponto, Renato Borguetti, encerrou a noite e o circuito junino paranaense.
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Sindicato
Na ponta do lápis Queda no consumo, aumento da inflação e do IPI são os principais desafios do Sindilojas junto ao setor Texto: Thaynara Rezende de Oliveira | Foto: Ivo Lima
M
anter o ritmo de produção, gerar vendas e administrar o quadro de funcionários têm sido algumas das dificuldades do empresário brasileiro neste início de 2015. Essa situação não é diferente para os lojistas do comércio, principal base de representação do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens, Tintas, Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos de Curitiba e Região Metropolitana (Sindilojas Curitiba). Um dos setores que mais está sofrendo é o de cosméticos e perfumaria, devido ao novo sistema de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que elevou em 12,5% o preço do produto. Isso somado à inflação e ao ICMS resulta num aumento de 40% o custo da mercadoria, o que obriga o empresário a repassar aos consumidores o valor, inibindo a compra. Até mesmo as datas comemorativas como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados, que geralmente alavancam as vendas no comércio, tiveram queda. “Não significa que a população não tem dinheiro, mas as pessoas não estão gastando, por estarem receosas, com medo de perder
o emprego, por exemplo.” comenta o presidente do Sindilojas Curitiba, Ari Faria Bittencourt. É neste sentido que vem atuando o sindicato, junto aos órgãos do poder público dos municípios de abrangência a fim de reduzir a carga tributária e facilitar o trabalho das empresas, aumentando a competitividade e estimulando o empreendedorismo. “A previsão de melhora é para o último semestre do ano”, explica Bittencourt. ATENDIMENTO AO ASSOCIADO Há três décadas, o Sindilojas Curitiba vem prestando serviços aos colaboradores das empresas associadas e seus titulares com atendimento jurídico, médico, odontológico e laboratorial. Além disso, o sindicato conta com um moderno sistema de Tecnologia da Informação (TI) que disponibiliza a emissão de certidões negativas e guia da contribuição sindical, e também deixa o empresário informado com as principais notícias do setor. HISTÓRIA O Sindilojas iniciou suas atividades em 9 de setembro de 1938. Atual-
Presidente do Sindilojas Curitiba, Ari Faria Bittencourt
mente o sindicato representa 14 mil empresas em Curitiba e Região Metropolitana, sob o comando do presidente Ari Faria Bittencourt há 19 anos. Ele também é vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná.
SERVIÇO: Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Maquinismos,Ferragens, Tintas, Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos de Curitiba e Região Metropolitana (Sindilojas Curitiba) Endereço: Rua Marechal Deodoro, 469, 2º Andar | Centro, Curitiba – PR | 80020-320 | (41) 3262.5092.
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Esporte
Foi dada a largada... A 8ª Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR será em 27 de setembro de 2015, mas a corrida por uma vaga na prova já começou Texto: Silvia Bocchese de Lima | Fotos: Ivo José de Lima
D
e Itaipu Binacional ao Parque Nacional do Iguaçu. A 8ª Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR liga dois dos mais belos e importantes cartões postais do Brasil e, no dia 27 de setembro, reunirá em Foz do Iguaçu, atletas de todo o mundo e de todos os estados brasileiros para provas de corrida com diferentes distâncias. Serão provas para todos os tipos de condicionamentos físicos: a prova tradicional com 42.195 m, a maratona em duplas e a corrida de 11,5 km. 56 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
A largada já foi dada e a primeira etapa da prova começa com as inscrições. Em apenas 30 dias desde o início das inscrições, mais da metade das vagas foram preenchidas. O radialista de Pato Branco, Fabiano Marangon, foi um dos primeiros a garantir a vaga na maratona. Ele começou a correr em agosto de 2013, após uma decisão por mudança de vida. “Venho de um quadro de obesidade mórbida e, desde que decidi mudar, venho aumentando as distâncias percorridas. Já completei duas
maratonas e duas ultramaratonas”, revela o atleta. Marangon fez a prova de revezamento na última edição da maratona, em 2013, apenas um mês depois de ter começado a correr. “Para quem nunca havia feito provas de rua, com um mês de asfalto fazer revezamento, já é histórico, ao menos para mim. Comecei a correr em agosto e, em setembro, fiz os 21 km, e em Foz! O trajeto é desafiador, mas o atleta tem todo o apoio necessário para o percurso. Quero ter o privilégio de ver
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as Cataratas na chegada e, com certeza, vibrar como campeão ao completar os 42 km”, conta. Quem também não perdeu tempo e foi o primeiro a se inscrever para a prova dos 11,5 km foi o analista de sistemas, Paulo Afonso Martins Franco. “Venho participando de diversas corridas, sempre em São Paulo. Estou ansioso por esta prova, principalmente pela localização, no Parque Nacional do Iguaçu, 100% puro oxigênio. É algo que não existe para quem corre em São Paulo”, apontou Franco, que por motivos de saúde e sobrepeso, começou a correr em 2012 e esta será sua primeira competição no Paraná.
VAGAS LIMITADAS
As inscrições para as provas estão abertas até o dia 11 de setembro – ou até o momento em que todas as vagas forem preenchidas – e devem ser feitas, exclusivamente, pelo site www. sescpr.com.br/maratona, sendo obrigatória e indispensável a apresentação de atestado médico específico para a prática de atividades físicas. As vagas são limitadas: 700 inscrições para a maratona individual, 200 duplas para a maratona de revezamento e 1.100 vagas para a corrida dos 11,5km. Durante o percurso da prova, aferido pela Confederação Brasileira de Atletismo, os atletas terão à disposição postos de atendimento médico, distribuição de água, banheiros químicos, frutas e isotônicos, além de placas de sinalização e policiamento. A 8ª Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR é uma iniciativa do Sesc PR, integrante do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, em parceria com a Itaipu Binacional e Prefeitura de Foz do Iguaçu, com apoio do Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Foz do Iguaçu e da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios de Foz do Iguaçu, patrocínio da Caixa Econômica Federal e promoção da RPC. REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
Fabiano Marangon, atleta com numeral 8351
“Quero ter o privilégio de ver as Cataratas na chegada e, com certeza, vibrar como campeão ao completar os 42 km”. Fabiano Marangon – radialista e atleta
Excursão: Para atender atletas e familiares que participarão da 8ª Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR, o Turismo Social do Sesc PR promove excursão a Foz do Iguaçu, no período de 25 a 27 de setembro de 2015. Informações pelo telefone (41) 3304-2204.
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Esporte
Combate ao sedentarismo Não apenas no DDD. Ginástica Multifuncional se destaca como atividade permanente em incentivo à prática de atividades físicas Texto: Karen Bortolini | Fotos: Ivo Lima
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inte e quatro unidades do Sesc Paraná ofereceram atividades físicas à população do estado no dia 27 de maio, como incentivo à iniciação de práticas esportivas. A ação é do Dia do Desafio (DDD), realizado pela entidade em parceria com as prefeituras, sempre nas últimas quartas-feiras do mês de maio. Neste ano, a capital competiu com Manaus (AM). 58 SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR
Cidades com o mesmo número de habitantes competem entre si. Vencem aquelas que contabilizam maior volume de registros pelo 0800 730 1003 ou pelo www.sescpr.com. br. Mas, o maior ganho é o combate ao sedentarismo, mote da campanha do DDD. O coordenador de eventos da Secretaria Municipal de Esportes Lazer e Juventude de Curitiba, Celso Augusto da Silveira,
salientou que a parceria com o Sesc fortalece a iniciativa. “Já se criou a consciência na cidade de que o Dia do Desafio é uma data de incentivo às práticas esportivas, e de imediato associa-se aos realizadores Sesc e Prefeitura de Curitiba”, frisou. As atividades foram realizadas dentro das unidades do Sesc Paraná, como desafios na Ginástica Multifuncional (GMF), desafio na
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esteira, aulas de dança, de Tai Chi Chuan, entre outras. Para a orientadora de atividades da GMF, Carmem Parzianello Serafim, do Sesc da Esquina, a proposta inovadora do Sesc congrega diversas atividades, o que foge da prática convencional da musculação. “Ganhamos muitos adeptos desde a implantação da GMF”, comentou, prova de que o Sesc estimula os exercícios físicos durante todo o ano. Já nos espaços ao ar livre, toda a população pode participar. Na Rua XV de Novembro, em Curitiba, um intenso circuito compreendeu aulas de Zumba, apresentação de artes marciais, exames de saúde, demonstração da GMF, brincadeiras e jogos de mesa. As demais cidades em que o Sesc está presente e que aderiram ao DDD também promoveram atividades a céu aberto. Para tirar os colaboradores das cadeiras, orientadores de atividades e profissionais de Educação Física, deram aula de ginástica laboral em ambientes corporativos. Os colaboradores do Grupo Vital – onde este ano funcionou o callcenter do DDD no Paraná, também participaram da programação contra o sedentarismo. Ao todo, 65 pessoas que computam os atendimentos do Dia do Desafio se revezaram nas práticas de ginástica laboral.
RESULTADOS
Neste ano, Curitiba perdeu por dois pontos percentuais para sua concorrente Manaus. O mau tempo e a greve dos professores estaduais foram fatores que influenciaram nos resultados em todo o estado. Dos 295 municípios participantes, 204 venceram. Foi registrada a participação de 3.335.594 pessoas, o que representa 35,32% da população das cidades inscritas. Na capital, houve o registro de 451.357 participantes (25,76% da população). REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
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Treinamento
Workshop Atendimento para colaboradores O objetivo do evento foi reforçar a importância do atendimento com qualidade e como pequenas atitudes podem fidelizar clientes Texto: Fernanda Ziegmann | Fotos: Bruno Tadashi
O
Senac PR, por meio da Divisão de Desenvolvimento Corporativo e Relação do Trabalho, da Assessoria de Relacionamento com o Cliente e da Assessoria de Comunicação e Marketing, ofertou para seus colaboradores o Workshop Atendimento, com o objetivo de aprimorar os conhecimentos sobre o tema. Mais de 850 pessoas participaram da atividade. Segundo o diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier, a ideia era
reforçar a importância do atendimento com qualidade e como pequenas atitudes podem reter e fidelizar clientes. “Queremos que o mesmo padrão de qualidade seja percebido em todas as nossas escolas. Pequenos gestos podem ser os responsáveis pelo recrutamento de nossos clientes e isso contribui com a sustentabilidade financeira da nossa instituição”, explicou Monastier. No dia 16 de abril foi realizado um projeto piloto na unidade de Co-
lombo com a participação de toda a equipe, sob a coordenação do diretor da divisão de Recursos Humanos do Senac PR, Sidnei Lopes de Oliveira, que destacou a importância e a qualidade que se deve ter no atendimento ao cliente. “Fazemos parte de uma grande empresa e uma das mais importantes para o desenvolvimento do estado e do país, pois colaboramos com a preparação e inclusão de profissionais diferenciados no mercado. Nos relacionamos anualmente com
Diretor regional do Senac PR,
O assessor de relacionamento com o cliente do Senac PR, Solan Arantes Valente; o instrutor do Senac Curitiba,
Vitor Monastier
Marcos Vinícius Benatti de Souza; a assistente técnica administrativa do Núcleo de Comunicação e Marketing, Thalita Regina Uhlik Vieira, e o diretor da divisão de Recursos Humanos do Senac PR, Sidnei Lopes de Oliveira
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milhares de pessoas, sendo clientes internos e externos e, portanto, temos de estimular o desenvolvimento contínuo de uma cultura de atendimento ao cliente, onde todos percebam a sua importância independente do setor que atua. Temos de ser o exemplo. Satisfação e encantamento são determinantes para o cliente continuar com a nossa marca. E só atingiremos a excelência em atendimento se constantemente investirmos em treinamento”, ressaltou o diretor de RH. Depois do projeto piloto foi a vez das unidades do interior receberem o treinamento. Irati, Maringá, Londrina, Cascavel, Francisco Beltrão e Paranaguá recepcionaram os colaboradores das regiões correspondentes.
Entre as atividades ofertadas estavam palestras ministradas pelos instrutores das escolas com o tema: “A importância do atendimento com qualidade”. O assessor de relacionamento com o cliente do Senac PR, Solan Arantes Valente, apresentou o cenário e diretivas da entidade para 2015 e o Workshop Disney; a assistente técnica administrativa do Núcleo de Comunicação e Marketing, Thalita Regina Uhlik Vieira, apresentou o “Projeto Senac Atendimento: unificação das ferramentas”, entre outras. “A experiência foi muito positiva! Foi uma excelente oportunidade de contextualizar nossos atendentes sobre a situação que vivemos hoje, repassar as diretivas estratégicas e
reforçar alguns aspectos comportamentais importantes para o atendimento. Inclusive, tivemos a oportunidade de trocar experiências e demandas das equipes. Trata-se de um momento único de aprendizado e crescimento dentro da instituição”, afirmou Thalita. Os colaboradores do Senac Curitiba foram os últimos a participar do workshop, que ocorreu de 24 a 26 de junho no auditório da Administração Regional.
Opinião “Parabenizo a todos os envolvidos na elabora-
condutas que já sabemos e que muitas ve-
bre o que o Senac PR está fazendo para
ção deste importante Workshop Atendimento.
zes não são colocadas em prática e também
conquistarmos mais alunos; evidenciou que
Nossos servidores das Unidades de Jacarezi-
permitiu uma integração da unidade com ou-
somos parte de um organismo maior, todos
nho e Santo Antônio da Platina ficaram muito
tros setores da instituição”.
focados em atingirmos a mesma missão:
felizes com o conteúdo apresentado e tam-
Bruno Truber Damião
bém na contribuição para o desenvolvimento
Gerente executivo do Senac Colombo
profissional de cada um. Com certeza refletirá
Educar para o trabalho!”. Thiago dos Santos Ferreira Gerente Executivo do Senac Paranaguá
na melhoria do atendimento aos nossos clien-
“O workshop veio ao encontro com nossa
tes, alunos, parceiros e usuários do Senac”.
necessidade e atendeu as expectativas, pois
“O evento veio com a proposta de expor aos
Antenor de Matos Pinheiro
proporcionou aos participantes um melhor en-
colaboradores conteúdos relacionados ao
Gerente executivo do Senac de Jacarezinho
tendimento sobre a importância do tema para
atendimento do cliente externo e também
o nosso dia a dia, além de ter possibilitado re-
interno, com o objetivo de desenvolver pon-
“Pela dinâmica da Central de Informações
flexões sobre situações cotidianas e como um
tos como: cooperativismo, excelência, zelo e
e Matrículas é difícil reunir toda a equipe
atendimento com qualidade pode influenciar
acima de tudo dar soluções aos nossos clien-
em um único momento. Essa oportunidade
nos resultados” .
tes. Estes foram desenvolvidos por meio de
proporcionou troca de experiências entre os
Marcos Vinicios H. da Cruz
conteúdos teóricos conciliados a exemplos
colaboradores de diferentes unidades e trou-
Gerente executivo do Senac Marechal Cândido Rondon
de como encantar o cliente, pontos chaves no atendimento Senac, serviço excepcional,
xe um aprendizado significativo. A equipe de atendimento é o cartão de visitas da Unida-
Foi um momento muito rico de aprendizagem
mapeamento dos pontos em cada unidade,
de e a satisfação do cliente está totalmente
e troca de experiências. Ouvir sobre a visão
interação com o cliente durante os serviços
atrelada a esse primeiro atendimento”.
do Senac a respeito das pessoas de dentro
que o Senac oferece. Entendemos que deve-
Marco Antonio de Oliveira Biss
e fora da organização, sem dúvida, reforçou
mos realmente vestir a camisa e fazer tudo
Gerente executivo do Senac Cascavel
ainda mais o conceito de missão. Conhecer
com amor e respeito, que o otimismo deve
o direcionamento e perspectivas para o ano
fazer parte do nosso dia a dia”.
“O evento foi importante para a equipe, pois
trouxe a percepção da importância de cada
Gilberto Pereira Dias
proporcionou novos aprendizados, reforçou
um da equipe no resultado, e ouvirmos so-
Gerente executivo do Senac Caiobá
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CaseInvestimento de sucesso
O prazer do conhecimento Com saldo de 31 cursos do Senac, Kazumi ainda tem vontade de aprender muito mais Texto: Raíssa Ribeiro | Foto: Arquivo pessoal
“
Pode parecer exagero, mas os cursos do Senac têm sido a razão dos meus dias”, admite Kazumi Yamamoto, japonesa que adotou o Paraná como lar. Já com seus 60 anos, vida estruturada e os filhos criados, resolveu investir no conhecimento. O forte sotaque mostra que a imigrante ainda mantém os costumes de sua cultura. Nascida na província de Ehime, que fica a noroeste da ilha de Shikoku, no Japão, Kazumi veio para o Brasil com apenas 15 anos, acompanhando sua família. Em São Paulo, quando ainda era solteira, trabalhou como secretária executiva e coordenou a área de convenções da Honda Motor do Brasil. Depois de casada, mudou-se para Castro e dedicou seu tempo para cuidar dos três filhos. Porém, o trabalho voluntário foi parte do seu dia a dia, já que seu foco sempre foi ajudar quem precisa.
APRENDIZADO
Formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Gestão Empresarial, Kazumi continua sentindo prazer em aprender coisas novas. Membro da Associação Cultural de Castro (ACEC), não vê a idade como um impedimento para continuar trabalhando e se aperfeiçoando. “Eu só tenho 60 anos, ainda posso aprender e fazer muitas coisas na vida”, afirma. A WebTV, plataforma de ensino a distância do Senac, ajudou Kazu-
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mi a conseguir fazer os cursos que queria de forma mais prática. “Antes eu tinha que ficar viajando para outras cidades, me deslocava para fazer um curso que interessava. Agora não. Faço no conforto da minha casa e no horário que é melhor para mim”, explica.
DESAFIO
“No começo fiquei com medo de não me adaptar, porque não tinha muito domínio da internet”, explica Kazumi. Porém, logo se acostumou e adotou a WebTV como uma forma de sempre estar em contato com ideias diferentes. Preparo de Risotos, Cozinha Italiana, e Salgadas e Bolos de Casamento são alguns dos cursos que Kazumi participou. “Agora quero focar na área de Kazumi Yamamoto gastronomia, tenho me interessado cada vez mais por isso”, afirma. Dos 31 cursos realizanão conhecem muito da comida ocidos no Senac, 12 foram pela WebTV. dental. Lá eu ensino o que aprendo “Esse método de ensino me proporcio- com o Senac”, explica. na infinitas possibilidades de conheciKazumi acredita que todo o comento, pois, além das matérias ofere- nhecimento que está acumulando é cidas, ainda posso fazer pesquisas pela uma ótima forma de crescer, além de internet e buscar mais informações por ajudar quem está a sua volta. “Tento meio das bibliografias”, ressalta. repassar tudo que aprendo, é imporPor conta do conhecimento ad- tante dividir o conhecimento. Hoje quirido, Kazumi dá aulas de gastro- não consigo mais ficar sem fazer os nomia na ACEC. “As outras senho- cursos, tenho vontade de aprender ras sabem cozinhar muito bem, mas cada vez mais”, conclui.
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Crônica
Ernani Buchmann
M
uitos anos antes de escrever um livro chamado “O Homem com Dois Lados Esquerdos”, fui por supuesto um rapaz com dois lados esquerdos. Apaixonado por esportes, imaginei que pudesse praticar algum com relativo sucesso. Se as pernas não repetiam os comandos do cérebro, quem sabe os braços, por estarem mais perto da cabeça, pudessem fazê-lo. Assim é que fui treinar basquete no ginásio do Sesc, hoje Sesc Centro, entre ruas José Loureiro e Pedro Ivo. Tínhamos uns 15 anos, estudantes do Colégio Estadual, Santa Maria, Bom Jesus. A entrada era franqueada mesmo a quem não tinha ligação familiar com o comércio. O professor era Renato Werneck, o Camundongo, professor de Educação Física, ex-jogador, mesmo com a altura imprópria para a atividade. O Camundongo gostou dos meus primeiros treinos, como ala que marcava com alguma eficiência. Então vieram as férias de julho e fui passar os 30 dias regulamentares em Santa Catarina. A cidade de Joinville recebia os Jogos Abertos do estado, evento que mobilizava toda a população. No Pavilhão de Esportes cada noite era uma emoção diferente, com jogos de vôlei, futebol de salão e basquete. Foi em uma daquelas decisões memoráveis, contra Blumenau ou Florianópolis, que vi um jogador de basquete de Joinville fazer marcação individual sobre um adversário, o craque do time. Não tinha sido até então apresentado à marcação individual. Aquilo me pareceu o futuro do basquete, algo digno dos Globe Trotters, trupe de ex-jogadores norte-americanos que divertia o mundo fazendo um misto de jogo e circo nos ginásios em que se apresentava. REVISTA FECOMÉRCIO PR | Nº 106
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Na volta das férias, apresentei-me ao nosso treinador, trazendo na mente aquela arma secreta. Comecei a marcar individualmente o ala do time reserva. Camundongo viu e apitou: – Pode me explicar o que é isso? – Marcação individual, assim eu anulo o cara. Com a pouca paciência que tinha, ele quis sabe se onde eu tinha tirado aquilo. Didático como nunca fui, expliquei que tinha sido daquela maneira que Joinville tinha vendido os Jogos Abertos. – Fique sabendo que sou técnico do Sesc, não de Joinville. Você está fazendo marcação individual sobre o pior jogador do outro time, não sobre o melhor. Quem sai perdendo somos nós. Vá descansar um pouco para enxergar o jogo de longe. Abandonei o basquete no Sesc uns tempos mais tarde, sem nunca ter jogado uma partida oficial. Isso só aconteceu na faculdade, no ginásio da Sociedade Thalia, contra Educação Física, pelos Jogos dos Calouros. Perdemos de 65 x 12. Entrei na metade do primeiro tempo, fiz três faltas seguidas e depois puxei um adversário. Saí desclassificado. O pior é que esqueci no vestiário o par de tênis que me tinha sido emprestados pelo Mário Alice. Quando paguei o valor de uns tênis novos ao irredutível dono do par furtado, encerrei minha meteórica passagem pelo basquete. As estatísticas não mentem: nenhum ponto, uma marcação individual fajuta, uma desclassificação por falta técnica, um par de tênis perdidos. Resultado: zero à esquerda. Dois lados esquerdos, a propósito. SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR 63
Investimento Rodovias
Sem duplicações, o Paraná para! Entidades de classe do Paraná se unem para assinatura de documento que foi entregue ao Ministro dos Transportes. Na pauta, a necessidade de urgente negociação e renovação de convênio que delega trechos das rodovias federais ao estado do Paraná
E
m menos de uma década, o número de veículos rodando pelas ruas e estradas do Paraná saltou dos 3,18 milhões, em 2004, para mais que o dobro, em 2014, ultrapassando a marca dos 6,48 milhões de automóveis. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o volume das exportações paranaenses passou dos US$ 5,703 bilhões, registrados em 2002, para US$ 16,332 bilhões
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Texto: Silvia Bocchese de Lima
no ano passado. A mesma tendência foi verificada nas importações, saindo no mesmo período, dos US$ 3,3 bilhões para US$ 17,2 bilhões. O estado figura como quinta maior economia do país, é o maior produtor agropecuário do Brasil, um grande polo industrial e, segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o valor adicionado do setor de serviços do Paraná totalizou R$ 143,5 bilhões, em 2012, com importante par-
ticipação do comércio, administração pública e atividades imobiliárias. Em 29 de junho, os presidentes de cinco das maiores entidades de classe do Paraná: da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR); da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep); da Associação Comercial do Paraná (ACP); da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap) e da Federação das Empresas de Transporte de
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Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), enviaram documento ao ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues. Segundo o texto, as exportações paranaenses dos produtos agropecuários representam 77% da pauta paranaense. “O grande problema do escoamento dos produtos, resultado do árduo trabalho dos produtores, não está dentro de suas porteiras. As rodovias federais e estaduais que cortam o Paraná estão obsoletas, congestionadas, saturadas. Isso também afeta as exportações de produtos semi e manufaturados”, pontua o documento.
CONCESSÕES DE RODOVIAS
O cenário de crescimento e desenvolvimento dos últimos anos não foi seguido de perto pela malha viária do estado. Os mais de 1,8 mil quilômetros de rodovias federais delegadas ao governo do Paraná, em 1997, pouca alteração sofreram em sua extensão. Este repasse foi feito por meio da primeira etapa do Programa de Concessões de Rodovias Federais, idealizado no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Com este programa, a União foi autorizada a delegar estra-
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das federais aos estados, isso devido às más condições de pavimento e tráfego, além da escassez de recursos para a restauração e duplicação das estradas. Após ser dividido em seis lotes, esses quase dois mil quilômetros de estradas foram concedidos à iniciativa privada, resultando no Anel de Integração. Entre idas e vindas judiciais, os cronogramas de investimentos que as concessionárias deveriam cumprir foram alterados e, segundo relatório do Tribunal de Contas da União, aditivos ao contrato resultaram no prolongamento de prazos de execução dos serviços. Grande parte das obras exigida nos contratos foi cancelada ou postergada para o fim dos contratos. Porém, o convênio firmado entre União e estado tem data para encerrar: 2021. O documento enviado ao ministro Rodrigues destaca que “o Paraná precisa com urgência que o Anel de Integração seja totalmente duplicado para atender ao grande e crescente volume de tráfego. As vias com trechos de pista simples se tornaram extremamente perigosas, com o registro de um enorme e crescente volume de congestionamentos, acidentes e mortes”, diz o documento.
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As cinco entidades de classe destacam que para superar este cenário é preciso uma negociação com as concessionárias e antecipar as obras programadas para o fim dos contratos e pedem ao governo federal a renovação do Convênio de Delegação das Estradas Federais por mais 24 anos e, posteriormente, da anuência nos aditivos contratuais referentes às rodovias federais do sistema. “Somente assim será possível prorrogar os atuais contratos, adicionando o que ficou faltando em obras, obrigando as concessionárias a darem início com curtos prazos de conclusão, bem como uma negociação franca e que permita uma redução dos atuais preços para que correspondam aos anceios do setor produtivo. Esta é a única forma de solucionar o grave problema de transporte no Anel de Integração, que une todas as regiões do Paraná a Paranaguá, seu principal porto de exportação”, encerra o documento. No dia 1º de julho, o ministro dos Transportes determinou a criação de um grupo de trabalho para discutir a prorrogação do convênio de delegação dos 1,8 mil quilômetros de rodovias federais.
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A Poligonal do Por e o futuro No dia 3 de julho foi realizada reunião pública em
operativas do Paraná, com 231 cooperativas, 1,1
Paranaguá, com a presença do Secretário-Chefe
milhão de cooperados, 70 mil trabalhadores dire-
da Secretaria Nacional dos Portos, Ministro Edi-
tos e 1,7 milhão de postos de trabalho; Federação
nho Araújo, para discussão da redefinição da Po-
das Associações Comerciais e Empresariais do
ligonal do Porto de Paranaguá, conforme dispõe a
Paraná, com 294 associações, 12 coordenadorias
Lei 12.815/13.
e 50 mil empresas; Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná, com
Os setores da economia paranaense, representa-
10 sindicatos, uma associação e 350 mil trabalha-
dos pelo G7 e pela AECIC, manifestam sua preo-
dores; e Associação Comercial do Paraná, com
cupação com a indefinição quanto à aprovação dos
26.000 associados diretos e indiretos; que assinam
novos limites, que irão ampliar a estrutura portuária
este informe com a Associação das Empresas da
paranaense com novos investimentos e permitirão a
Cidade Industrial de Curitiba, com 200 empresas
competição com outros estados brasileiros.
associadas e mais de 50 mil trabalhadores.
O G7 é composto pela Federação das Indústrias
É preciso que a população paranaense tome
do Estado do Paraná, com 109 sindicatos, 50 mil
conhecimento de alguns fatos:
indústrias e 870 mil trabalhadores; Federação do
• Os investimentos previstos com os novos limites da
Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná,
Poligonal são de R$ 8 bilhões, no futuro imediato,
com 61 sindicatos, 514 mil empresas e 1,76 mi-
com a criação de até 20 mil empregos, diretos e in-
lhão de trabalhadores; Federação da Agricultura do
diretos, em Paranaguá e demais cidades do litoral
Estado do Paraná, com 184 sindicatos e 650 mil
paranaense. Apenas na operação dos novos ter-
trabalhadores; Federação e Organização das Co-
minais serão quatro mil postos diretos de trabalho.
to de Paranaguá do Paraná. • Nosso vizinho e competidor mais próximo, o
• Os investimentos previstos serão efetuados de
estado de Santa Catarina, já possui cinco termi-
toda maneira, em nome do desenvolvimento do
nais portuários funcionando a plena capacida-
país e da necessidade econômica paranaense.
de, e acaba de receber a licença para construir
Se não puderem ser efetivados no Paraná, eles
mais um, o sexto. Enquanto isso, seguimos limi-
migrarão para ambientes mais favoráveis.
tados a um terminal de grande porte, já no limite da sua capacidade. • A nova Poligonal irá beneficiar a população de todo o nosso estado, preservando recursos ge-
• É fundamental o desmembramento das áreas de desenvolvimento portuário de Pontal do Sul e Embocuí-Emboguaçu e sua destinação para investimentos privados.
rados aqui e evitando a perda de receitas para
• Na eventualidade de alguma assimetria econômi-
Santa Catarina, Santos, Rio de Janeiro e portos
ca-operacional, seja a favor dos portos públicos,
do Norte e Nordeste.
seja a favor dos terminais privados, aqueles termi-
• Anualmente, milhões de toneladas produzidas no
nais com maiores encargos devem ter o seu custo
Paraná são embarcadas em portos de outros
reduzido, através da alteração da legislação e/ou
estados. É preciso perguntar: nos próximos
da sua forma de operar; do contrário, perderemos
anos, os filhos e netos dos atuais trabalhado-
a competitividade em relação a estados vizinhos
res do Porto de Paranaguá irão trabalhar em
e a outros países. Tentar agregar ou manter cus-
Itapoá, em Itajaí? Quem irá consumir os produ-
tos desnecessários é nivelar por baixo a nossa
tos do comércio do nosso litoral se o progresso
competitividade e por cima os nossos custos.
atravessar a divisa? Que empresas prestadoras
• Não podemos mais esperar. O futuro do Pa-
de serviços e de transportes terão condições de
raná depende da Nova Poligonal do Porto de
crescer com os investimentos em outros estados?
Paranaguá.
Sindicato
Setor de materiais de construção tenta driblar as dificuldades Empresários do ramo apostam no segundo semestre Texto Jéssica Oliveira | Foto: Ivo Lima
N
o já distante ano de 1955, em um momento em que a economia paranaense crescia como resultado da expansão das fronteiras agropecuárias do estado e da criação de novas cidades, os empresários do setor de materiais de construção criaram seu sindicato, com o nome de Sindicato do Comércio Atacadista de Materiais de Construção no Estado do Paraná. Em 2013 alterou seu estatuto, passando de atacadista a varejista, integrando outros segmentos, como material hidráulico, madeiras e seus artefatos, pisos e revestimentos, vidraçarias, espelhos e molduras. Hoje o Simaco tem base territorial em 354 municípios paranaenses, representando oito mil empresas. O Simaco é um sindicato com estrutura completa, incluindo em seu quadro funcional diretor executivo, secretária e advogado em tempo integral para consultas e informações técnicas. O Sindicato firma convenções coletivas com 23 sindicatos laborais. À frente da entidade pelo terceiro mandato, Sigismundo Mazurek, natural de União da Vitória acumula seu cargo com o de diretor tesoureiro da Fecomércio Paraná; o de conselheiro do Sesc Paraná; e de membro da Câmara Brasileira de Materiais de
Construção na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. O presidente explica que seu trabalho tem a missão de defender as empresas filiadas e fortalecê-las no mercado. Para tanto, é preciso ampliar o número de filiados. “É de suma importância a filiação, porque um sindicato só é forte com um número expressivo de membros, o que aumenta sua representação legal e sua importância política”. Nesse sentido, a atuação do Simaco é significativa. São constantes suas reivindicações junto a autoridades, como o Secretário da Fazenda, para contestar o aumento do ICMS de 12 para 18%, que afetaria as vendas do setor e a geração de empregos. Também esteve presente em Brasília, em junho passado, em reunião da Câmara Brasileira de Materiais de Construção, para pleitear junto à Superintendência da Caixa Econômica Federal a inclusão de financiamento de mão de obra pelo Construcard, o que irá aliviar o fluxo de caixa das empresas e impulsionar o setor com o incremento da venda de materiais de construção. O Simaco igualmente tem se manifestado em relação ao momento político nacional. Mazurek é crítico das medidas econômicas implanta-
Presidente do Simaco, Sigismundo Mazurek
das pelo governo federal, pelos seus efeitos negativos no comércio. “São medidas impensadas, simplistas, focando no aumento de tributos em vez da redução de gastos públicos, sem que se busque eficiência e competência técnica no lugar das nomeações políticas”, enfatiza o presidente. Mesmo com todas as dificuldades, Mazurek e sua diretoria são unânimes em apostam em uma melhora na situação no segundo semestre. O desempenho histórico do setor aponta para isso, com a entrada do dinheiro do 13º salário na conta dos brasileiros, o que facilita ao consumidor as reformas e melhorias em suas residências.
SERVIÇO: Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Materiais de Construção no Estado do Paraná (Simaco) Av. Cândido de Abreu, 427, 15º andar / cj. 1509. Centro Cívico | Curitiba-PR | simaco@simaco.com.br | (41) 3018-4259.
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Artigo
Crisitna Bocayuva
A saga do Mercosul
O
Mercado Comum do Sul (Mercosul) emerge do Tratado de Assunção, que prevê, em essência, o funcionamento de uma União Aduaneira na qual se pratica o livre comércio e uma política comercial comum entre os Estados membros. Na primeira década de sua implantação, o Mercosul propiciou importante crescimento das trocas comerciais entre os países membros, da ordem de 400%, com destaque para as exportações brasileiras para Argentina, que cresceram mais de 1.000%, destravando o represamento do comércio entre os dois países e proporcionando, igualmente, um nítido aumento da escala industrial de vários setores, como no setor automobilístico na Argentina, e no setor de bens duráveis no Brasil. O bom desempenho do comércio intrazonal observado com o passar dos anos motivou o interesse de novas adesões e associações com terceiros países, como o mais recente ingresso da Venezuela como membro pleno, e o da Bolívia, ainda em tramitação.
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Novas adesões estão previstas, sempre com observância do artigo 20 do Tratado de Assunção, ou seja, mediante “decisão unânime dos Estados-partes”. A despeito da determinação sobre “decisão unânime dos Estados-partes”, faz-se necessário refletir sobre outro dispositivo: o Protocolo Adicional ao Tratado de Assunção sobre a Estrutura Institucional do Mercosul, conhecido como Protocolo de Ouro Preto. Nele, firmou-se o artigo 37, o qual coloca expressamente que “as decisões dos órgãos do Mercosul serão tomadas por consenso e com a presença de todos os Estados-partes.” Trata-se de exigência de aprovação unânime para todas as decisões do bloco. Durante seus 21 anos de existência, o Mercosul negociou vários acordos com terceiros mercados, sempre respeitando a limitação de decisão e consenso unânimes. Ocorre que, embora se reconheçam os avanços alcançados em termos do comércio entre os países, há questões não resolvidas que limitam a eficácia da união aduaneira, assim como existem tensões que comprometem a realização de novos e maiores avanços no sentido da integração com outros mercados. O comércio no Mercosul tem sofrido em função da conjuntura atual de demanda externa mais fraca e dos problemas econômicos internos enfrentados pelos países membros, principalmente Argentina e Brasil. Na primeira metade do ano passado, as exportações do Mercosul para o resto do mundo reduziram-se em cerca de 6%, enquanto as vendas brasileiras ao Mercosul caíram 21% em todo o ano de 2014. Assim como é preciso reconhecer os avanços em algumas áreas, tem-se de admitir as fragilidades do sistema,
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especialmente na esfera econômica e comercial. O Mercosul, como união aduaneira, no formato atual, está deixando a desejar. De um lado, observa-se o acirramento dos conflitos de interesses entre os países sócios e, de outro, surge um amplo leque de oportunidades envolvendo acordos multilaterais e regionais de comércio. O Chile, o Peru, a Colômbia e o México, celebraram a “Aliança do Pacífico”, um acordo mais fluido, limitado à esfera estritamente econômica e comercial, ao qual outros países da América Central pretendem aderir. Enquanto isso, o Brasil encontra-se atado a um Mercosul que tem oferecido baixa expressão comercial, no mesmo momento em que no mundo se multiplicam acordos comerciais, com novos blocos e/ou acertos bilaterais. Ao que tudo indica, é necessário buscar uma saída para o que representa o grande entrave às negociações bilaterais entre os países associados no Mercosul e terceiros países. Uma alternativa seria a supressão do artigo 37 do Protocolo de Ouro Preto. A extinção do consenso e unanimidade nas decisões do bloco possibilitaria aos Estados-membros negociar acordos bilaterais sem necessariamente deixarem de participar do Mercosul. Essa nova condição abriria possibilidades em termos da ampliação e diversificação das pautas de exportações dos países sócios. É urgente a necessidade de os países membros do Mercosul se libertarem das amarras que impedem o bilateralismo. Antonio Oliveira Santos Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
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