conselho regional de odontologia | ano 2 | n. 7 | 2013
homenagem ao Dia do
CirurgiãoDentista
Dentro da lei: o uso de bancos de ossos registrados • 04
• 03
Papilomavírus humano: Prevenção é o melhor remédio • 10
Dr. Élito Araújo, presidente do CRO-SC, fez um resumo das ações implementadas pela entidade
Verdades e mitos sobre braquetes autoligados • 11
O CRO-SC deseja um Feliz Natal e um Ano Novo pleno de realizações a todos os cirurgiões dentistas de Santa Catarina. Em 2014 vamos seguir juntos, fortalecendo a categoria e contribuindo cada vez mais para a promoção da saúde pública.
editorial
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Carta ao leitor Estamos atravessando uma fase difícil para todos os que fazem clínica privada e também para os que procuram um emprego público. Muitos gestores oferecem um valor de salário aviltante, insuficiente para que os profissionais tenham uma vida digna. Temos combatido diretamente esta prática nos manifestando em jornais locais, enviando ofícios aos órgãos públicos que promovem concursos com salários abaixo do padrão do mercado e divulgando em redes sociais nossa posição. Além disso, orientamos aos colegas para que não se inscrevam nos referidos concursos. Temos um número crescente de faculdades de odontologia, o que faz o mercado ficar mais e mais saturado, o que tem reflexos negativos sobre todos os colegas. O CRO-SC tem limitações para atuar contra novos cursos, mas temos feito o que está a nosso alcance. Encaminhamos documentos ao Ministério da Educação, ao Conselho Federal de Odontologia e aos demais Conselhos Regionais cobrando posições firmes contra a mercantilização de nossa atividade. Até o momento não atingimos nosso objetivo, mas seguiremos trabalhando. Outro problema: os planos de saúde fazem acordos com profissionais de forma isolada e não através das entidades. Isso permite que as operadoras imponham seus valores, drenando recursos que deveriam ficar com os profissionais da saúde. Os problemas no mercado são vários e precisam ser enfrentados pela categoria. Afinal, a formação de um profissional é dispendiosa e exige muita dedicação. Para isso, a classe precisa se conscientizar sobre a importância de lutar por nossos objetivos, o que vai exigir muita união. O conselho está atuando e à disposição. Mas precisamos da participação de todos para termos mais forças. Conto com vocês. Por fim, aproveito a proximidade de datas tão especiais para desejar a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.
expediente
Prof. ÉLITO ARAÚJO, Presidente do CRO-SC
É uma publicação trimestral e gratuita do Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina. Assessoria de Comunicação e Produção Editorial | All Press Comunicação Estratégica
Comissão Revista do CRO-SC
JORNALISTA RESPONSÁVEL | Déborah Almada (MTB 5899 RS)
Dalton J.B. Nercolini
fotos | Divulgação e Foto Líder
Bráulio Pasternak Júnior
planejamento gráfico | Ayrton Cruz
Sérgio Bastos Abraham
IMPRESSÃO | Gráfica Impressul Tiragem | 10.000 exemplares
Murilo Rosa Janete Cabral de Oliveira
Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina Rua Duarte Schutel, 351 | Centro | Florianópolis/SC | CEP: 88015-640 Fone: (48) 3222-4185 Fax: (48) 3222-2111 E-mail: crosc@crosc.org.br Site: www.crosc.org.br Facebook: www.facebook.com/crosc Twiter: @Odonto_crosc
composição do CRO-SC Diretoria Presidente: Profo Dr. Élito Araújo Secretário: Bráulio Pasternak Júnior Tesoureiro: Guido Ritter Bonmann Membros Efetivos Presidente Comissão Tomada de Contas: Dalton José Bittencourt Nercolini Presidente Comissão de Ética: Caren Regis Bueno de Oliveira São Thiago Membros Suplentes Ivan Renato Burigo Tânia Elizabeth Roese José Luiz do Couto Genaro Costa Keske Patrícia Santos Quaresma Membros de Comissões no CFO Comissão do Mercosul: Sérgio Bastos Abraham Comissão de Políticas Públicas de Saúde: João Carlos Caetano Comissão de Legislação: Tulio Del Conte Valcanaia Comissões Comissão de Tomada de Contas Presidente: Dalton José Bittencourt Nercolini Tania Elisabeth Roese Ivan Renato Burigo Comissão de Ética Presidente: Caren R.B.O. São Thiago José Luiz do Couto Patricia dos Santos Quaresma 1a Câmara de Instrução Ética – Região de Florianópolis Célio Manoel da Silva Rosana Legat Springmann Sidney Joffre Legat Leonardo Lauro Marques 2a Câmara de Instrução Ética – Região de Joinville Tania E. Roese Evandro Daniel Roggia Juliana Sato Rogério Leite Cesar Alberto Barg 3a Câmara de Instrução Ética — Região de Criciúma Ivan Renato Burigo Carmen Lygia Leal Cunha Luiz Gonzaga Mariano Sílvia Silvestre Negro 4a Câmara de Instrução Ética — Região de Lages Dalton J.B. Nercolini Roberto Fiorindo Ogliari Michael Dalmolin Ivo Schutz Geraldo Costa de Oliveira Alcides Vieira 5a Câmara de Instrução Ética — Região de Chapecó Genaro Costa Keske Rubens de Paula Maia Filho Daltro Boniati Bianca Fiorentin Moura Câmara Técnica de Radiologia Rodrigo Grotto Márcio Correia Adelar Virgilio Dalfovo Jr. Câmara Técnica de Especialidades Rodrigo O. Melim Passsoni Câmara Técnica de Odontogeriatria Fernando Demboski Pinter Câmara Técnica de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial José Nazareno Gil Frederico Duarte da Silva Marcelo Vargas Schutz Câmara Técnica de Patologia Bucal Liliane Janete Grando Elisabete Ulsenheimer Rojas Alessandra Duarte da Silva Câmara Técnica de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais Cláudio José Amante Sílvia Schaefer Tavares Andrea Gallon Câmara Técnica de Disfunção TemporoMandibular e Dor Orofacial Roberto Ramos Garanhani Evandro Oenning Mario Roberto Homem Rosan B. de Souza Abrantes Wladmir A. de Souza Dal Bó Comissão dos Auxiliares e Técnicos em Prótese Dentária Carlos Alberto Pereira Irom Lemos da Cunha Marcelo Scarton Jean Cley de Souza Bueno Comissão de Ensino Alessandra Araújo Lizette Feuser Luciana Amorim Thaise Medeiros Machado Comissão de Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal Maria Bernadete da Silva, São José Josiane Cristina Siqueira, São Sebastião Cristiane da S. Bonora, Xanxerê Soeli das Neves Tomio, São Miguel D´Oeste Juliana de Souza, Curitibanos Ileini Venilda Friedrich Ferreira Lopes, Blumenau Jaqueline Ehmke de Oliveira, Balneário Camboriú Gerusa Maria Pereira, Lages
Gleice Kelen de Almeida Negrini, Joinville Juliana de Cássia Cavassini, Concórdia Patrícia Kirschner da Cruz, Caçador Santina Saldetti Salvaro Viero, Araranguá Anita Woltel Hansen, Pomerode Maria Bernadete da Silva, São José Josiane Cristina Siqueira, São Sebastião Comissão Social e Divulgação Carmen Rosa Saavedra Alessandra Araújo Wilson Batista Rosana Legat Springmann Simone Lunardi S. Leal Maria Cristina de M. Remor Comissão Defesa no SUS João Carlos Caetano Marynês Terezinha Reibnitz Ana Cláudia B. Silva Cimardi Comissão de Acadêmicos Eduardo Hilário Sá Eron Flores Tommy Luiz Rasmussen Comissão Científica Renata Gondo Machado Sheila Cristina Stolfo Jussara Karina Bernardon Comissão de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde Bucal Karime Suely Pereira Marisa Salvador Dominguez Monique Cunha da Silva Wladmir Antônio de S. Dal Bó Maria Helena G. Lehnmann Aleto Silva Cintia Zonta Vanuce Torres de Oliveira Comissão de Odontologia Hospitalar Maury José da Luz Maciel Rodrigo Granato Rodrigo Grotto Jonathas Daniel Paggi Claus Comissão de Convênios e Credenciamentos Carla D´Agostini Derech Fernando Demboski Pinter Elton Germano Zomkowski Comissão CRO Mulher Carmen Rosa Saavedra Tania E. Roese Lilian Thiesen Pasternak Patricia dos Santos Quaresma Caren R. Bueno O. San Thiago Comissão de Análise de Projetos da Odontologia Walmor S. Dresch Neto Stroher Comissão de Biossegurança Daniele de Almeida Lima Comissão de Análise de Projetos da Odontologia Walmor S. Dresch Neto Stroher Renato Klotz Angelo Antônio Detoni Mariana Wechenfelder Camila Perondi Comissão Da Revista do CRO-SC Dalton J.B. Nercolini Braulio Pasternak Jr. Sérgio Bastos Abraham Murilo Rosa Janete Cabral de Oliveira Representações do CRO-SC Conselho Municipal de Saúde de Florianópolis Adalton Vieira Regina Kátia P. Gonçalves Conselho Municipal de Saúde de São José Giovani Sant’Anna Garcia Conselho Municipal de Saúde de Criciúma Fernanda G.F. Sonego Sinara Gasola Silvia Silvestre Negro Conselho Municipal de Saúde de Mondaí Andressa Gass Carlos Alberto Post Raquel da Rocha Colegiado Graduação da UFSC Elmo Bittencourt Marianella Aguilar V. Fadel Comitê de Ética da Maternidade Carmela Dutra Marisa Salvador Bittencourt DELEGADOS REGIONAIS Araranguá: Edson Shigueo Kikuchi Balneário Camboriú: Francisco Sgarioni Blumenau: Roberto Luiz Evaristo Berndt Brusque: Charles Albani Dadam Caçador: Luiz Henrique Grando Padilha Canoinhas: Edegferson Erivaldo Meister Chapecó: Celso Nunes Moura Filho Criciúma: Carlos Henrique Burigo Rosso Concórdia: Ticiano Vieira Machado Curitibanos: Rodrigo da Costa Imbituba: Ademir Fantucci Jaraguá do Sul: José Ambrosio dos Santos Neto Joaçaba: Roberto Francisco Wesoloski Joinville: Evandro Daniel Roggia Lages: Alceu Luis da Silva Martins Júnior Mafra: Sergio Airto Lazzari Médio Vale: Michel Horvath de Lima Rio do Sul: Cintia Zonta São Bento do Sul: Alexandre Braulio Cordeiro São Miguel D´Oeste: Marcos Sabadin Tubarão: Ronaldo de Carvalho Cabral Filho Xanxerê: Gilberto Luiz Cherubin
Evento marca passagem do
Dia do Cirurgião-Dentista
homenagem
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Categoria foi homenageada pelo trabalho em prol da saúde pública Membros da Academia Catarinense de Odontologia prestigiaram sessão solene
Sessão selene foi bastante prestigiada
saiba mais
Uma sessão solene na Assembleia Legislativa reuniu dezenas de profissionais de todo o Estado para celebrar a passagem do 25 de outubro, Dia do Cirurgião-Dentista. Durante o evento, o Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina homenageou 12 profissionais e uma instituição, a ABO SC Regional Mafra (veja quadro). O presidente do CRO-SC, Élito Araújo, aproveitou a oportunidade para apresentar um pequeno balanço das atividades desenvolvidas. Ele falou da ampliação dos serviços de fiscalização; da criação dos postos de representantes municipais do Conselho; de ações sociais desenvolvidas em parceria com entidades odontológicas; de novas ferramentas de comunicação usadas pela entidade, e da necessidade de valorização e defesa da categoria. Citou como exemplo as manifestações do Conselho contrárias à oferta de salários considerados aviltantes em concursos públicos de prefeituras do interior. A entidade vem orientando os cirurgiões-dentistas a não participarem de processos seletivos que oferecem salários abaixo do valor de mercado. O deputado estadual Dado Cherem, que fez o requerimento para a realização da sessão solene, parabenizou o Conselho pela iniciativa e disse estar ao lado dos cirurgiões-dentistas na luta pela valorização da categoria. Élito Araújo destacou ainda o sucesso dos encontros regionais do Conselho, promovidos com o objetivo de unir a classe e oferecer formação continuada para Cirurgiões-dentistas, Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal (ASBs e TSBs). Esse ano foram promovidos 13 encontros que reuniram mais de duas mil pessoas. O evento mais recente foi em Florianópolis, também no dia 25.
Homenagens entregues no dia 25 • Daltro Halla — Contribuição Profissional • Vilson Sampaio Schambeck — Contribuição Honorífica • Abelardo Nunes Lunardelli — Contribuição Benemérita • ABO-SC Regional de Mafra (Instituição da Odontologia) Diploma de Honra ao Mérito Odontológico Catarinense • Adalton Vieira • Roberto Ramos Garanhani • Charles Albani Dadam • Altair Medeiros da Silva Júnior • Celso Nunes Moura Filho. • Dagoberto Sabatini Fernandes
Dr. Daltro Halla falou em nome dos homenageados e defendeu universalização dos serviços de saúde bucal
Certificado de Inscrição remida • Oberdan Andriani • Edison Gonçalves • Ilson José Soares
orientação legal
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Dentro da lei Profissionais só devem usar ossos vindos de bancos registrados Qualquer pessoa que apresente perda óssea causada por trauma, infecção ou doença periodontal pode realizar cirurgias de enxerto ósseo. Há alguns anos o tecido utilizado era do próprio paciente, geralmente retirado da bacia. Mas atualmente há opção de uso de técnica menos invasiva, com material proveniente de bancos ósseos. Para ter acesso a eles, o cirurgião-dentista precisa seguir algumas normas de legislação, como possuir especialização na área. O transplante ósseo é realizado no Brasil desde a década de 1970. Na área da odontologia a prática é mais recente — começou há 15 anos para a realização de cirurgias bucomaxilofaciais e na reconstrução do osso de pacientes que haviam perdido seus dentes. Para garantir a confiabilidade dos transplantes ósseos realizados no país, o Ministério da Saúde, em parceria com o Sistema Nacio-
nal de Transplantes, é responsável pelo cadastro e credenciamento dos bancos de ossos, bem como dos profissionais aptos a realizarem os procedimentos. Os bancos de ossos estão presentes em Passo Fundo (RS), Curitiba (PR), São Paulo (SP), e Rio de Janeiro (RJ). De acordo com o procurador jurídico do Conselho Regional de Odontologia (CRO-SC), Alexandre Beck Monguilhott, “é fundamental que os profissionais somente utilizem material proveniente de bancos de ossos registrados, mediante o preenchimento da documentação pertinente e imprescindível e que os pacientes sejam esclarecidos sobre todas as etapas do processo”. Além do cadastro obrigatório, para ter acesso aos bancos é necessário ainda que o cirurgião-dentista comprove especializações em implante, periodontia ou CTBMF (cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial. A política nacional de transplantes de órgãos e tecidos está fundamentada na Legislação (leis 9.434/97 e 10.211/01), que tem entre as diretrizes a gratuidade das doações. Toda a política de transplante está em sintonia com as leis 8.080/90 e 8.142/90, que regem o funcionamento do SUS.
O CRO-SC agradece aos parceiros do Encontro Regional dos cirurgiões-dentistas da Grande Florianópolis realizado em 25/10:
Dental Flex
Dental Kobrasol
Como funciona a captação dos ossos O processo de obtenção dos ossos passa por rigoroso controle, desde o processo de captação, exames laboratoriais, limpeza até o armazenamento. Uma equipe especializada em remoção de ossos é avisada quando surge um doador de órgãos e tecidos. Eles têm que variar de, no máximo, 6 a 12 horas para retirar os ossos e congelá-los em um freezer especial que resfria o material a 80º negativos. Depois disso, são cortados em pequenos blocos para se adequarem ao uso odontológico.
Flúor: máximo de benefício
com risco mínimo Excesso de flúor nas águas ou em produtos podem acarretar distúrbios para a população A adição de fluoretos às águas de abastecimento público é considerada a forma coletiva mais importante para a prevenção das cáries. Porém, é preciso fiscalização para que eles sejam utilizados de forma adequada para proteger a população. Outros artifícios, tais como as pastas de dente, devem ser utilizados, mas é a quantidade de flúor que vai definir os benefícios provocados pelos produtos com o mínimo de risco. “Não fluoretar a água ou interromper a continuidade da fluoretação devem ser consideradas atitudes juridica-
mente ilegais, cientificamente insustentáveis e socialmente injustas”, destaca o pesquisador da USP, Paulo Caprl Narvai. Segundo a Lei Federal n.o 6.050, de 24 de maio de 1974, regulamentada pelo Decreto Federal n.o 76.872, de 22 de dezembro de 1975, a agregação de flúor ao tratamento das águas de abastecimento onde exista estação de tratamento é obrigatória no Brasil. Mas é preciso ficar atento aos riscos. De acordo com a pesquisadora, Mirian Kuhnen, da Uniplac, para alcançar o máximo de benefício com um mínimo de prejuízo para a saúde humana, os teores de fluoreto devem estar adequados. “Se a água é hipofluoretada, deixa de beneficiar os consumidores com o método, ou seja, não protege contra a cárie. Já a água hiperfluoretada deixa exposta a população com idade até nove anos ao risco de desenvolver fluorose dentária, uma malformação do esmalte dentário
com alterações de coloração e de forma nos casos mais severos”, diz. A fluorose dentária não é considerada um problema de saúde pública no Brasil, mas deve ser prevenida. Segundo dados do último levantamento nacional de saúde bucal realizado em 2010, a prevalência do distúrbio em crianças de 12 anos foi de 16,7%, sendo 10,8% apresentando fluorose muito leve, 4,3 fluorose leve e 1,5% fluorose moderada. Os pais devem ficar atentos na hora da escovação de dentes dos pequenos. De acordo com Mirian, pesquisas brasileiras e internacionais evidenciaram que crianças em idade pré-escolar ingerem involuntária e sistematicamente certa quantidade de pasta de dente — também chamada de dentrifício —, durante a escovação. “Pequena quantidade da pasta colocada na escova e monitoramento dos adultos são altamente recomendáveis”, alerta.
Fiscalizar é essencial
Como o fluoreto age na cárie
Para assegurar a manutenção dos níveis adequados de flúor nas águas, é necessário o acompanhamento constante dos órgãos competentes. De acordo com a Portaria MS-GM-518 de 25 de março de 2004, compete ao setor de saúde, a vigilância da fluoretação das águas de abastecimento público, por meio da coleta, sistematização e análise dos teores, enquanto as ações de controle da qualidade da água cabem aos responsáveis pela operação do sistema. A pesquisadora alerta que mesmo com a legislação, ainda existem sérios problemas quantoa interrupção e a falta de regularidade nos teores de flúor em diversas localidades brasileiras.
A cárie dentária é ocasionada pela ação de ácidos que promovem a decomposição dos alimentos, através de bactérias que metabolizam os carboidratos e dissolvem a estrutura mineral dos dentes. O fluoreto age de forma a reduzir a perda de mineral do dente, retardando o desenvolvimento das lesões da cárie ocasionada pela ação das bactérias. “A manutenção do íon flúor na cavidade bucal, seja por meio de pastas dentais, géis, enxaguatórios bucais ou água fluoretada utilizada para consumo ou para o preparo de alimentos, interfere no desenvolvimento da cárie dentária”, destaca Mirian Kuhnen. De acordo com o Ministério da Saúde, a pasta de dente é um dos métodos mais racionais de prevenção das cáries, pois alia a remoção do biofilme dental à exposição constante ao flúor. Sua utilização tem sido considerada responsável pela diminuição nos índices de cárie observados hoje em todo mundo.
saúde pública
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saúde do cd
6 Depoimento
Mudança de
postura
Alongamentos e exercícios físicos regulares podem prevenir doenças crônicas em cirurgiões-dentistas A rotina de horas a fio em atendimento, sentados em posição desconfortável, torna os profissionais da odontologia vítimas frequentes de problemas posturais. Mais do que uma dor ocasional, o estresse físico causado pela má postura pode levar à incapacitação ao trabalho, caso não sejam tomadas precauções. A boa notícia é que algumas alterações na rotina podem auxiliar na melhora da qualidade de vida desses profissionais. De acordo com o médico ortopedista Gustavo Carriço, especialista em coluna, a odontologia é uma profissão que predispõe o profissional a situações de desgaste físico e psíquico, podendo causar patologias do sistema músculo esquelético. “Por ficarem sentados por muito tempo, os dentistas ocasionam uma sobrecarga de pressão nos discos da coluna que ao longo dos anos podem entrar em processo de degeneração e causar muita dor”, adverte. O principal vilão, segundo o especialista, é o disco intervertebral, causador da famosa lombalgia, ou dor na região lombar, estrutura cartilaginosa localizada na região anterior da coluna. “Dentre os diversos tipos de degeneração do disco intervertebral estão a protusão, que é uma saliência ou abau-
lamento do disco, e a hérnia de disco. A dor causada pelos problemas pode prejudicar o desempenho dos profissionais”, destaca Carriço. Além dos discos, os músculos da região paravertebral também são causadores frequentes de dor. Esses músculos, que tem a função de manter o equilíbrio da coluna, são prejudicados pela postura frequente na odontologia de o indivíduo manter o corpo inclinado sobre o paciente. “Entre as queixas mais comuns relacionadas a essa região estão queimação na região dorsal, a sensação de peso no final do dia e a fadiga”, afirma o ortopedista. Os braços também sofrem. Por estarem frequentemente elevados os ombros também são bastante lembrados pelos dentistas quando o assunto é a dor. “O movimento de elevação constante provoca sobrecarga nos tendões e músculos do chamado manguito rotador, grupo de músculos que envolve a articulação dos ombros e punhos e que provoca a famosa lesão por esforço repetitivo (LER)”, destaca Gustavo Carriço. Gustavo Carriço (CRM/SC 9237) Ortopedia e Cirurgia da Coluna (48) 3229-4000
Nos graduamos em Odontologia na primeira turma do curso na Universidade Federal de Santa Catarina, ainda nos anos 60. Somente a partir dos anos 70 os consultórios odontológicos passaram a ser idealizados apresentando cadeiras muito confortáveis, visando apenas o bem estar dos pacientes. Com o passar dos anos, porém, vimos que todos os dentistas apresentavam algum tipo de patologia articular — as famosas lesões por esforço repetitivos — que atingiam as mãos, ombros, braços e pernas. Foi então que nós, professores do curso de Odontologia da UFSC, começamos a nos interessar por ergonomia e orientamos os alunos a adotar postura adequada para proteger a coluna. Somente em 1993, surgiu na Udesc o curso de Fisioterapia. E foram esses profissionais que começaram a reabilitar dentistas e a esclarecer a todos sobre quantas patologias articulares poderiam ser evitadas com cuidados simples, principalmente posturais, adotados durante as longas jornadas de 8 ou até 10 horas diárias que caracterizam nosso trabalho. Um problema comum é a lesão no quadril. No meu caso, com orientação de fisioterapeutas, identifiquei a posição errada da mesinha auxiliar usada há mais de 50 anos a minha direita. Isso exigia uma torção do quadril que provocava lesões. A solução foi simples: a mesa foi mudada de lugar, sem prejuízo do atendimento para o paciente, para um ponto onde não há necessidade de movimentos inadequados para seu uso. Os resultados foram excelentes. Com 52 anos de experiência clínica, creio ter dicas a dar aos colegas mais jovens: • Tenham orientação profissional para manter a saúde das articulações; • Busquem tratamento sempre que surgirem problemas de articulação; • Atenda os pacientes em local arejado e bem iluminado; • Faça uma pausa depois de atender cada cliente para um alongamento e hidratação; • Pratique exercícios físicos, principalmente ao ar livre; • Dedique tempo aos amigos e à família; • Tire férias ao menos uma vez ao ano. Professora Iara Odila Noceti Ammon Foi professora dos cursos de graduação e pós-graduação da Ufsc. Membro da Academia Catarinense de Odontologia
Orientação sobre
concursos públicos Estudos científicos permitem detectar medidas de tratamento e prevenção de distúrbios posturais e doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho (DORT). As desordens musculoesqueléticas estão relacionadas diretamente com as atividades repetitivas que o dentista realiza constantemente. Os resultados de tais mudanças ficam patentes no aumento do ritmo de trabalho e na imposição da cadência da máquina sobre o homem. Os sintomas começam com desconfortos musculares, evoluindo para inflamações seguidas por lesões musculares. Entretanto, a maioria dos dentistas procura um tratamento quando a lesão já foi diagnosticada. Além dos distúrbios posturais mais comuns, como a escoliose, as doenças ocupacionais que mais acometem os dentistas são as síndromes do impacto nos ombros, do túnel do carpo, a tendinite da cabeça longa do bíceps e as epicondilites. As dores nas costas atormentam grande número desses profissionais e a região é a mais atingida. A inclinação lateral do tronco provoca “encurtamento” maior dos músculos laterais e posteriores do tronco (grande dorsal, fibras laterais do oblíquo externo e interno, quadrado lombar) do lado para o qual o dentista inclina-se. Muitas vezes, associado a esta posição, o dentista pode rodar o tronco, fazendo com que os músculos oblíquos externos do lado que rodou anteriormente e oblíquo interno do lado oposto se tornem mais encurtados. Trabalhar o condicionamento físico e mental através de aparelhos específicos com instrutores especializados, como fisioterapeutas, promove harmonia e balanço muscular, condicionando e energizando o corpo através de exercícios. O método pilates é direcionado para a necessidade de cada aluno, podendo ser praticado por qualquer individuo. No pilates é preferível exercitar-se com mais eficiência e com menos repetições, exigindo do praticante um controle adequado do corpo e da mente, conscientizando-o das funções musculares, aperfeiçoando a coordenação motora. A atividade proporciona uma melhora na postura, condicionamento físico e respiratório, flexibilidade, fortalecimento muscular, definição do abdômen e maior controle corporal, além de estimular a circulação sanguínea. Ajuda a reduzir e prevenir riscos de lesões proporcionando inclusive uma melhora nos padrões de dores crônicas, ou seja, o método pilates é particularmente utilizado para reabilitação de disturbios posturais e ocupacionais. Rodrigo N. Bittencourt Fisioterapeuta — CREFITO: 2219F
oferecido aos cirurgiões-dentistas, essenciais para a promoção da saúde pública. Veja a nota publicada no jornal e manifesto publicado em jornal do município de Balneário Arroio do Silva.
Clínicas mantidas por Instituições de Ensino Superior devem ser inscritas no CRO-SC Clínicas e policlínicas de cursos de graduação em odontologia mantidas por faculdades, universidades ou entidades de classe têm até a primeira quinzena de dezembro para solicitar a inscrição do serviço junto ao CRO-SC. A medida é necessária para atender à resolução 63/05 do CFO. Os coordenadores dos cursos de odontologia oferecidos pelas Instituições
nota
Pilates é opção para prevenção e tratamento
O CRO-SC trabalha também pela valorização da categoria. A partir de agora, a entidade vai se manifestar contrariamente a concursos públicos que ofereçam salário inadequado para contratação de cirurgião-dentista. A coluna Visor, assinada pelo Jornalista Rafael Martini, no Diário Catarinense, registrou a contrariedade do Conselho com o valor oferecido em concurso público promovido por Prefeitura do Sul do Estado. A entidade permanece atenta aos editais de seleção de pessoal para o serviço público. Se os profissionais não se inscreverem em concursos que oferecem salários aviltantes, os prefeitos serão obrigados a elevar o valor
Prevenção
de Ensino Superior que atuam em Santa Catarina foram comunicados da decisão por ofício no dia 24 de outubro. A norma do CFO diz, no artigo 87: “O funcionamento de entidade prestadora de assistência obriga ao registro no Conselho Federal e à inscrição no Conselho Regional em cuja jurisdição esteja estabelecida ou exerça sua atividade.”
No início do mês de outubro foi lançado em Florianópolis um folder educativo sobre Hepatite B e C, idealizado pela dra. Elisabete Rojas e equipe, resultado da parceria entre o CRO-SC, o Governo do Estado e a Universidade Federal de Santa Catarina. O material aborda as formas de transmissão das hepatites — infecções sistêmicas graves, que desencadeiam processos inflamatórios no fígado. São listadas também ações indispensáveis para prevenir a doença na Odontologia. O objetivo, segundo o presidente do CRO-SC, Élito Araújo, é reforçar a ideia da necessidade de prevenção, já que os cirurgiões-dentistas são grupo de risco para a doença. Em 2012 a taxa de incidência da hepatite C em Santa Catarina era de 15,99% e da hepatite B, de 24,28%, de acordo com a DIVE (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) da Secretaria de Estado da Saúde. No total foram produzidos 10 mil exemplares para distribuição no Estado.
geral
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registros cancelados
8 PERÍODO DE 27/06/2013 a 31/10/2013 Caducidade*
Guilherme Alves da Silva Cardoso; SC-CD-10053
André Kovalski Wizbicki; SC-CD-12213
André Cesar de Oliveira; SC-CD-12051
Guilherme Bortolon Fasolo; SC-CD-12273
Andreia Karin Lovera; SC-CD-12893
Andrea Gewehr; SC-CD-12329
Igor de Oliveira Torres; SC-CD-11392
Anyella Neri Modesto; SC-CD-11927
Bárbara Mildemberg; SC-CD-12004
Joci de Fátima Gomes de Campos; SC-ASB-1979
Bárbara Guidetti Quinteiro; SC-CD-13273
Camila Costa da Rosa; SC-CD-12088
Josemael de Oliveira Ribas Filho; SC-CD-10935
Braitner Lovatto; SC-CD-12677
Camila Martins Alano; SC-CD-12079
Júlio Cesar de Oliveira; SC-APD-111
Byanca Marcelino Baiao; SC-CD-10573
Carlos Felipe Paiva de Sá; SC-CD-12318
Luciane Gnoatto; SC-CD-9238
Camila Moura da Silva; SC-CD-11839
Charles Nabhan Leonel dos Santos; SC-CD-11985
Luiz Roberto Campedelli; SC-CD-7296
Ciro André Justo do Espírito Santo; SC-CD-11832
Everton Pacheco; SC-CD-12095
Marco Aurelio de Anselmo Peres; SC-CD-3740
Daniani Rosa Ferraz; SC-CD-10395
Gabriela Luiza Jaques; SC-CD-11977
Mario Cesar Machado; SC-CD-837
Dayane Cristina Kehl Balbinot; SC-CD-12052
Gilsara Marega Martins Fernandes; SC-CD-12111
Michele de Camargo; SC-ASB-1306
Débora Felini; SC-CD-13239
Iago Ribeiro Nogueira; SC-TPD-976
Nair Crescencio Dutra; SC-ASB-639
Estela La Bella Machado de Machado; SC-
Leonardo Carvalho de Moraes; SC-CD-12584
Odonto Radi - Imagem Ltda.; SC-EPAO-1145
CD-12999
Meg Mel Minusculi; SC-CD-12126
Odontovip - Clínica Odontologica S.S; SC-
Eucresio Mendonca de Jesus; SC-CD-12851
Nicoli Kulba Perboni; SC-CD-11981
EPAO-843
Fernando Dalla Vecchia; SC-CD-7411
Patrícia Cristina Zunino; SC-CD-11974
Qualident Odontologia S/S Ltda-Epp; SC-
Gabriela Pastrez Nicolau Mauad; SC-CD-12818
Rafael Tortora; SC-CD-12059
EPAO-1271
Guilherme Bazzo dos Santos; SC-CD-12736
Raul Henrique Bratz Rodrigues; SC-CD-12092
Renata Sesti Diefenbach; SC-CD-11278
Haroldo Baeta Filho; SC-CD-10752
Renan de Oliveira Remor; SC-CD-12075
Renice Gudas da Silva; SC-TSB-125
Jairo Souza Silva; SC-CD-11488
Renata Roque Teixeira; SC-CD-12207
Sérgio Eduardo Santos Marques; SC-CD-9068
Juliana Ernandes Corradi; SC-CD-8685
Ricardo Picolotto; SC-CD-12353
Tatiane Bastos da Cruz; SC-TSB-386
Juliana Pickert; SC-CD-4630
Sheila Camargo de Souza; SC-CD-12049
Tiago Goulart Appel; SC-CD-11900
Kely Cristina Marin; SC-CD-7574
Tamiris Czervinski; SC-CD-13048
Triuze Yano Barone; SC-CD-10054
Laiz Luckner Bogoni; SC-CD-12501
Vanessa Salgado Bicudo; SC-CD-6572
Lilian Flosi de Camargo; SC-CD-12240
Vinicios Xavier Borges; SC-APD-288
Luceia Albarello Schwingel; SC-CD-12053
* Obs.: Os cancelados por caducidade podem estar com processo de inscrição principal em tramitação.
Luciana Coelho Pereira; SC-CD-8970
Cassado por Diploma Falso
Falecimento
Marcelo Moraes; SC-CD-9982
Kairo Gomes Leal; SC-CD-12715
Adalgiza Alice Ana Maria Alexandre; SC-ASB-2828
Monica Akemi Piano; SC-CD-12756
Antonio Duarte Martins; SC-TPD-90
Nichele Fátima da Silva Dias; SC-CD-13055
Encerramento
Carlos Alberto de Souza; SC-CD-482
Patrícia Nasiniak Saquet; SC-CD-9995
Adriano Alves Scapin; SC-CD-10829
Gabriel Granzoti da Silva; SC-CD-12747
Priscilla Vianna De Souza; SC-CD-12230
Alex Júnior Bittencourt; SC-APD-249
Ivo Moser; SC-CD-655
Raphael Machado Zanotto; SC-CD-11317
Ana Paula Capeletto; SC-ASB-1716
Julio Cesar de Lima; SC-TPD-52
Rodrigo Tsutomu Takahama; SC-CD-10906
Angelita Amorim Telles; SC-TSB-669
Roberto Luiz Captzan; SC-CD-9979
Sérgio Nunes Soares Júnior; SC-CD-12955
Berenice Beltrame; SC-CD-5308
Rosangela Massae Okaji; SC-CD-6167
Souitiro Ogata; SC-CD-11911
Carina Gisele Costa Bispo; SC-CD-10956
Suellen Fortes; SC-CD-12292
Claudete Maria Moro; SC-ASB-2217
Número de Inscrição Inválido
Talita Pressi; SC-CD-13231
Clinica Odontologica Oba Ltda.; SC-EPAO-217
Amanda Pickler Bratti; SC-CD-13170
Tanara Caron; SC-CD-12742
Daiane da Silva de Souza; SC-TSB-426
Thaisa Cezaria Triches; SC-CD-12721
Daiane da Silva de Souza; SC-ASB-2094
Suspensão Temporária
Viviane Pinheiro de Miranda; SC-CD-6250
Edenilson Scremin Martins; SC-ASB-439
Rafael Weber Rosa; SC-CD-12319
Yasaka Jinbo; SC-CD-3906
ASB-2881
Transferência
Transferência Provisória
Elias Zeferino da Silva; SC-APD-339
Adriana Raquel Lourenço Almeida Mendonça
Flavia Cristina de Andrade Pinto; SC-CD-6310
Elisangela Brasil da Silva; SC-ASB-2587
Durau; SC-CD-7266
Luiz Renato de Melo Calcas Paz; SC-CD-12003
Fernanda Trento; SC-TSB-674
Alexandre Zambonini Moreira; SC-CD-10981
Maria Divina Matias Pereira; SC-ASB-1919
Giscard Goedert; SC-CD-8198
Ana Paula Piovezan; SC-CD-9959
Silmara Regina Silva Pereira; SC-CD-10265
Eliana Aparecida Leandro Guimarães; SC-
Obrigatoriedade de registro de técnicos e assistentes visa melhoria no atendimento Assim como ocorre com os cirurgiões-dentistas, os técnicos e assistentes em saúde bucal (ASBs e TSBs) também devem ser registrados no Conselho Regional de Odontologia. O registro, que exige a realização prévia de cursos específicos, e o aperfeiçoamento constante desses profissionais garante mais segurança aos pacientes e no trabalho do consultório. Por isso, o CRO-SC também desenvolve ações direcionadas aos TSBs e ASBs, principalmente com a oferta de palestras nos encontros regionais da entidade. De acordo com a cirurgiã-dentista Alessandra Araújo, presidente da Comissão de Ensino do Conselho Regional de Odontologia do Estado (CRO-SC), os assistentes e técnicos em saúde bucal são essenciais para o melhor desenvolvimento das atividades da área odontológica. “Os assistentes tem papel importante no apoio a procedimentos clínicos e no diálogo com os pacientes. Também participam ativamente dos programas de saúde bucal. Os técnicos de saúde bucal vão mais longe e coordenam equipes, além de participar de muitos procedimentos operatórios”, destaca. Os técnicos e assistentes em saúde bucal realizam atividades necessárias à pres-
seguro
tação de cuidados no âmbito da promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal sob a supervisão do cirurgião-dentista. “Garantir que os profissionais que ajudam o cirurgião-dentista estejam preparados para exercer essa função é essencial para a melhoria dos serviços”, diz Alessandra. Registro é obrigatório O Conselho orienta os cirurgiões-dentistas do estado sobre a obrigatoriedade de registro dos ASBs e TSBs. A medida, prevista na Lei n.o 11.889 de 2008, é essencial para garantir mais segurança a pacientes e profissionais e melhorar o atendimento à comunidade. Só podem atuar como técnicos ou auxiliares nos consultórios, os profissionais que tenham concluído cursos específicos nessas áreas. Entre as metas do CRO-SC está o registro de todos os profissionais que ainda não têm inscrição junto ao Conselho. Por isso, os profissionais que ainda não têm registro devem regulamentar sua situação. De acordo com Alessandra Araújo, uma equipe de saúde devidamente treinada é essencial na área odontológica, pois auxilia na compreensão do paciente e de suas necessidades na busca pela preservação e recuperação de sua saúde. “Devemos lembrar sempre que o paciente é um ser complexo, único, especial e que merece toda a atenção, finaliza.” Mais informações sobre a regularização de técnicos e assistentes em saúde bucal: www.crosc.org.br/registros/
Como atuam os TSB e ASB
saiba mais
Por um ambiente mais
• Os técnicos em saúde bucal atuam sob a supervisão do cirurgiãodentista e desenvolvem uma série de atividades essenciais, tais como: participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de promoção à saúde, supervisionando-os — sob delegação do cirurgião-dentista, realizar fotografias e tomadas de uso odontológico exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas e exercer todas as competências no âmbito hospitalar, como instrumentar o cirurgião-dentista em ambientes clínicos e hospitalares. • O auxiliar de saúde bucal atua sempre sob a supervisão do cirurgião-dentista ou do técnico em saúde bucal. Tem entre suas atividades: organizar e executar atividades de higiene bucal, preparar o paciente para o atendimento, auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas — inclusive em ambientes hospitalares, executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho, adotando medidas de biossegurança.
Projeto da Odontologia do Trabalho segue fortalecido na Câmara dos Deputados A Comissão Parlamentar do Conselho Federal de Odontologia conquistou, no dia 16 de outubro, em Brasília, voto em separado favorável ao Projeto de Lei da Odontologia do Trabalho, concedido pelo Deputado Esperidião Amin (PP-SC). O Projeto de Lei 422/07 estabelece que as empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, deverão manter serviços especializados em segurança, em medicina e em Odontologia do Trabalho. O Presidente do CRO-SC, Dr. Élito Araújo contribuiu com a articulação junto ao parlamentar do estado de Santa Catarina, destacando a importância da aprovação do PL no Congresso Nacional. “Estamos na última
instância para aprovação do Projeto na Câmara dos Deputados, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), todo apoio é bem-vindo”, garante. No ato da assinatura do voto em separado, o Deputado Esperidião Amin, afirmou: “Secundo o voto do Deputado Dr. Grilo (PLS-MG), que foi o percussor no apoio ao PL 422/07, na CCJC. É preciso firmar posição clara a respeito do tema. Uma das pessoas que me sensibilizaram foi o Dr. Genovêncio Mattos Neto, que foi um grande pioneiro no desempenho social e político da Odontologia Catarinense”. Na ocasião, estiveram presentes o Presidente do CRO-SC, Dr. Élito Araújo; o membro da Comissão Parlamen-
Da esq. para a dir.: Esperidião Amin, Dr. Grilo, Élito Araújo e Nilo Celso Pires
tar do CFO, Dr. Nilo Celso Pires, e o Procurador Jurídico do CFO, Dr. José Alberto Cabral Botelho. Matéria produzida pelo CFO.
asbs e tsbs
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Mulher
Prevenção é o melhor remédio HPV pode acometer 100% da população nos próximos anos Considerada a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente no mundo, o HPV ou Papilomavírus humano é um vírus de transmissão preferencialmente sexual. São vírus da família Papilomaviridae, capazes de induzir lesões em pele ou mucosas e habitualmente regridem por ação do sistema imunológico. Nos próximos 10 anos, estudos epidemiológicos estimam que o HPV atingirá mais de 85% da população mundial, e, se não houver uma forma mais eficaz de prevenção, todas as pessoas poderão se infectar em alguma fase de suas vidas. De acordo com o médico Ginecologista e Obstetra Edison Natal Fedrizzi, chefe do Centro de Pesquisa Clínica “Projeto HPV”, da Universidade Federal de Santa Catarina, o HPV pode atingir tanto homens e quanto mulheres, causando infecções genitais e extragenitais (anal, oral, orofaringe e laringe) que podem ser benignas ou pré-cancerosas. O HPV também está associado a alguns casos de câncer, principalmente do colo uterino, que atinge cerca de 1% das mulheres. “Estudos desde a década de 80 comprovaram que o HPV está associado ao câncer do colo uterino. Mas para a mulher ter este tipo de câncer, além da presença do vírus, são necessários outros fatores imunológicos, hormonais, dietéticos e ambientais que propiciarão o crescimento e a evolução das lesões HPV induzidas”, destaca. Segundo Fedrizzi, considera-se que uma média de 20% a 50% das mulheres sexualmente ativas estejam infectadas por um dos 200 tipos de HPV. As infecções podem estar em estado latente ou ser o que os médicos chamam de “produtiva”. “As infecções latentes são mais frequentes e não apresentam nenhuma manifestação clínica até o momento em que há queda imunológica. Já a infecção produtiva tem várias formas de manifestação, indo desde pequenas lesões praticamente imperceptíveis até as de grande porte, chamadas de Tumor de Buschke-Loewenstein”, alerta.
Formas de contágio O HPV é transmitido por contato direto com a pele ou mucosa infectada. Entretanto, devido às características genitais diferentes, as manifestações e complicações desta infecção são mais frequentes nas mulheres. Na maioria das vezes (95%) são transmitidos através da relação sexual, mas em 5% das vezes poderá ser através das mãos contaminadas pelo vírus, objetos, toalhas
e roupas, desde que haja secreção com vírus vivo em contato com pele ou mucosa não íntegra. As lesões clínicas mais comuns ocorrem nas regiões anogenitais como vulva, vagina, ânus e pênis. Porém, a infecção pode aparecer em qualquer parte do corpo, como cavidade oral e trato aéro-digestivo, bastando ter o contato do vírus com a pele ou mucosa com alguma lesão.
Tratamento personalizado Vacina como prevenção Segundo Edison Fedrizzi, não existe tratamento único para combater o HPV. “A orientação terapêutica deve ser individualizada, segundo as características e exigências de cada caso”, destaca. Como medidas gerais, ele indica manter boa higiene local, tratar infecções associadas, se alimentar diariamente com frutas e verduras, dormir de 6 a 8 horas por dia, evitar stress e eliminar o fumo. Na maioria das vezes, e principalmente entre as pessoas mais jovens, o sistema imunológico consegue combater o HPV de maneira eficiente, alcançando até mesmo a cura, com eliminação completa do vírus. Mas de acordo com o médico, cerca de 50% a 60% das pessoas infectadas com o HPV desenvolvem anticorpos que podem ser detectados no organismo, mas que nem sempre são competentes o suficiente para proteger contra uma nova infecção.
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cro mulher
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Previna-se! w Use preservativo nas relações sexuais. w Evite múltiplos parceiros sexuais. w Realize exame ginecológico periódico (ideal a cada 6 meses) e Papanicolau pelo menos uma vez por ano. w É importante ressaltar que o uso do preservativo, apesar de prevenir a maioria das DSTs, não impede totalmente a contaminação pelo HPV, pois, frequentemente as há lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha, como pube, raiz da coxa e região perianal.
Eficaz principalmente para quem ainda não teve contato com o HPV, já está disponível na rede privada a vacina quadrivalente contra o HPV, capaz de prevenir os vírus 6 e 11 (responsáveis por 90% dos casos de verrugas genitais) e 16 e 18 (responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo uterino) e a vacina bivalente (contra os HPV 16 e 18). De acordo com o especialista Fedrizzi, a vacina é aplicada em três doses, semelhante à hepatite B. A partir de 2014, o Ministério da Saúde, por intermedio do Programa Nacional de Imunizações irá incorporar a vacina quarivalente anti-HPV no calendário nacional de vacinação, para meninas de 11 a 13 anos. A medida será uma forma preventiva das verrugas genitais (condilomas acuminados) e do câncer anogenital, principalmente do colo uterino.
artigo
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Verdades e mitos sobre
braquetes autoligados Dr. Carlos Victor Dias Bönmann e Guido Ritter Bönmann
O mito de tratamentos mais rápidos fornecidos pelo aparelho autoligado é sustentando por alguns relatos de casos e série de casos juntamente com opiniões de especialistas. A odontologia não pode ser ingênua, frente a esses Muito se tem anunciado e prometido, com relação a argumentos que possuem uma evidência científica pobre essa “nova” tecnologia em ortodontia: é dito como um quando comparados com estudos de caso controle ou enaparelho mais eficiente, que utiliza de uma mecânica de saios clínicos randomizados. baixo atrito, sendo capaz de produzir forças mais biológicas Como vantagens sustentadas pela literatura, podemos e tratamentos mais curtos. Na busca de uma odontologia citar o menor índice de placa bacteriana e gengivite em baseada em evidência científica, temos que ser críticos e pacientes que utilizam esses aparelhos, quando comparanos perguntar se todos esses conceitos estão sustentados dos com os aparelhos ligados com elásticos comuns; na literatura e o que as pesquisas mais atuais têm consultas mais rápidas, algumas investigações reportado a respeito dos braquetes autoligados. comparativas mostram um ganho de tempo Uma verdade é que os braquetes autosignificante por atendimento. Os braqueligados não são uma novidade em ortoA odontologia tes estéticos autoligados também se dontia. Eles existem desde a década de não pode ser ingênua, mostram melhores por dispensarem dos 70 e partem de um conceito em que o elásticos que frequentemente pigmenpróprio acessório ortodôntico, o brafrente a esses argumentos tam e causam transtornos aos nossos quete, é capaz de prender os arcos que possuem uma evidência pacientes que buscam estética. ortodônticos dispensando elásticos e O braquete autoligado é mais uma ligaduras metálicas. Sem esse matecientífica pobre quando ferramenta em ortodontia e carece de rial o atrito do fio com os acessórios é comparados com estudos de investigações para receber todas as diminuído, criando a possibilidade de caso controle ou ensaios atribuições que lhe são dadas. O mais se usar menos forças para a mecânica importante ainda esta naquele que o maortodôntica. clínicos randomizados.” nipula, o ortodontista, que vai definir diagDentro deste sistema, os fabricantes nóstico, prognóstico e plano de tratamento. possuem vários modelos de braquetes e Professor Hideo Suzuki, usou uma brilhante anamuitas investigações de caráter laboratorial logia quando abordou o tema: “Não é o arco e a fletem mostrado que, de fato, os braquetes autoligacha que vão atingir o alvo, mas o índio que o opera.” dos são capazes de produzir menos atrito quando comparados com braquetes comuns. Todavia essa propriedade não tem comprovação científica de um ganho real de tempo Dr. Carlos Victor Dias Bönmann • Cirurgião-Dentista • de tratamento. Ou seja: os estudos clínicos comparativos CRO-SC 10.228 tem mostrados resultados divergentes, uns beneficiando o Dr. Guido Ritter Bönmann • Cirurgião-Dentista • aparelho comum e outros mostrando uma ligeira vantagem CRO-SC 3.581 para os braquetes autoligados.
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55 anos dedicados ao ensino, a pesquisa e a classe odontológica Dr. Jorge Seara Polidoro
Odontolanos 1958, um mês antes da formatura, com destaque à professora Ieda Rofino Guber e ao professor Pedro Mendes de Souza
sores José Edú Rosa (Radiologia), Rogério Henrique Hidelbrand da Silva (Odontopediatria) e Darci Zani (Prótese Dentária). Em São Paulo, me especializei em Dentística e em Radiolo“Nasci na casa de numero 10, na bela e encantadora Rua gia Odontológica em 1966. Depois, em 1974, me tornei Doutor Bocaiúva, localidade conhecida como Praia de Fora, no Centro em Ciências Odontológicas, inicialmente na área de Dentística de Florianópolis, no dia 26 de julho de 1934. Minha mãe, Irae no mesmo ano, na Livre Docência. cema Leite Seara Polidoro, nasceu no município de São José, No retorno a Santa Catarina, preparamos minuciosos relade tradicional família, e o meu pai, Basílicio Polidoro, comertórios com a finalidade de enriquecermos o currículo da nossa ciante, em Biguaçu. Eles tiveram quatro filhos: além de mim, Faculdade. A resposta positiva ao Ministério da Educação e os irmãos Dakir, nascido em 1928, já falecido, e Hélio, nascido Cultura procurava tornar sem efeito o parecer desfavorável da em 1930, também falecido, e a irmã Vilma, nascida em 1929. Comissão verificadora do MEC. Conseguimos, Graças a Deus, Eu e minha esposa, Marly Terezinha de Andrade Polidoro, alcançar o nosso intento. Tanto que a Associação Latina de Fatemos uma filha, Gisele de Andrade Polidoro Müller. Formada culdades de Odontologia (ALAFO) considerou nossa Faculdade pela UFSC em Administração e História, trabalha na FIESC, é a número 1 da América Latina. Uma grande e extraordinária casada com o Engenheiro Mecânico José Carlos Müller Filho e conquista. Devo registrar que nossa Faculdade mantém até tem uma filha, Fernanda Polidoro Müller, que conclui o curso hoje elevado padrão de ensino odontológico. de Arquitetura em agosto de 2014 pela UNISUL. Consegui com muita luta criar um “Grupo” especializaMinha trajetória na odontologia começa no dia 17 de dedo no ensino da dentística. Hoje sob o comando do Prof. Dr. zembro de 1958, data da belíssima festa de formatura, quando Luiz Narciso Baratieri, esse grupo é considerando como o mais me foi outorgado o grau de Cirurgião-Dentista pela Faculdade importante do Brasil. Me orgulha muito o fato de os responde Farmácia e Odontologia de Santa Catarina. A atuação como sáveis pela Clínica de Pós-Graduação de Dentística teprofissional começou logo depois, em março de 1959. rem me homenageado em 2004 com o uso do meu Eu e o amigo cirurgião-dentista Luiz Candido nome para batizar a Clínica. Depois, em 2010, os Silveira de Souza instalamos nosso consultório na ...o que fiz professores e doutores Luiz Narciso Baratieri, rua Felipe Schmidt, nos altos da loja de tecidos Sylvio Monteiro Junior e Tiago Spezia de Melo “Casas Daura”. A parceria durou 10 anos. pela odontologia, editaram e dedicaram a mim o livro “OdonA atuação junto à universidade começou realizei e conquistei tologia Restauradora — Fundamentos e Técem seguida, pelas mãos do ilustre e ilustrado até o presente momento nicas”. mestre Professor Dr. Miroslau Casemiro WoEm paralelo, atuei nas entidades da lowski. Procurando honrá-lo, segui a Carreira enche de alegria o meu odontologia. Em 1972 assumi a presidência Universitária e cheguei ao Doutoramento. coração.” da ABO/SC. No período 1972/1974, a entidade Em 1964 o MEC deu parecer desfavorável ao passou a ter sede em Florianópolis, o local mais nosso curso de odontologia. Professores catedráindicado para sediar ABOSC, onde havia a Faculdade ticos pelas disciplinas da nossa faculdade, em ato de Odontologia. Também criamos a revista Catarinense de bom senso, decidiram encaminhar para a Faculdade de Odontologia, que circulou apenas no período (1974/1976), de Odontologia de São Paulo alguns jovens professores que essob presidência do Prof. Miroslau Casemiro Wolowski. tavam iniciando suas atividades como Assistentes Voluntários. Em caráter pioneiro no Estado de Santa Catarina, a ABO/ A cada período letivo, um Grupo desses jovens freqüentaria SC, ainda na gestão de 1972/1974, seguiu o modelo das escosuas respectivas disciplinas naquela Instituição, considerado o las de aperfeiçoamento da Associação Paulista de Odontologia maior centro odontológico de ensino no Brasil na época. e da Regional do Rio de Janeiro e fundou sua própria Escola Já no ano de 1966 segui para São Paulo. Eu era professor (EAP). da Disciplina de Dentística e fui acompanhado pelos ProfesFoto divulgação Em 1991, outro passo importante para a valorização da categoria: a criação da Academia Catarinense de Odontologia. Seguindo a tradição, foram escolhidos 12 profissionais que somados aos três criadores e organizadores comporiam os membros fundadores da ACO. O local escolhido foi uma sala anexa ao consultório do CD-Samuel Fonseca, situada na rua Jerônimo Coelho, no 180 no centro de Florianópolis. Esta sala foi cedida para ser a sede provisória da Academia. A reunião foi realizada no dia 25 de outubro de 1991. Foi eleito Presidente o Acadêmico Samuel Fonseca. Hoje a Academia é presidida pelo Professor Dr. Saulo Rogério Stefen de Albuquerque. Sem falsa modéstia, digo que colaborei com a odontologia catarinense. E o que fiz pela odontologia, realizei e conquistei até o presente momento enche de alegria o meu coração!” Dr. Jorge Seara Polidoro • Membro da Academia Catarinense de Odontologia • CRO-SC 38