PAOLO RIDOLFI
PAOLO RIDOLFI
PAOLO RIDOLFI abertura terça-feira, 8 de novembro de 2011, às 19h
de 8 de novembro a 6 de dezembro terça a sexta-feira, das 10h às 19h sábado, das 10h às 17h
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Equilíbrio Acrílica sobre tela 166x105cm 2010
POROS E ESTILHAÇOS AGNALDO FARIAS
Enquanto através de cenas, paisagens, retratos ou por meio de soluções abstratas diversas, geométricas, gestuais ou matéricas, a maioria dos pintores persiste no clássico objetivo de fazer com que suas telas e afrescos sublimem as paredes onde estão fixadas, Paolo Ridolfi, ao contrário, coloca-nos diante de planos estilhaçados em padrões multicoloridos, uma acumulação de pequenos losangos, círculos, quadrados, estrelas de desenhos variados, tudo tão enfaticamente material que parece projetar para fora, transbordar e escorrer pelas superfícies, dinamizando ainda mais as composições, tornando-as ainda mais vivas pulsantes. E o artista obtém esse resultado mesmo quando suas telas assemelham-se a muros, desses de grandes construções, imponentes e robustos, comuns em sítios urbanos, contendo barrancos, suportando viadutos, atravessados por túneis e dutos por onde escoam águas e os líquidos de toda a sorte que atravessam incognitamente o chão das cidades. E não deixa de ser curiosa a idéia de sobrepor a uma parede outra parede. Transpondo esse procedimento para outras linguagens, equivaleria a pensar num poeta que em lugar de ocupar uma folha de papel em branco com palavras concatenadas entre si, optasse por preenchê-las com palavras soltas, apenas fazendo-as variar seus desenhos, variando entre o nítido e o borrado e difuso. Em outras palavras, preferisse abandonar as significações que os arranjos entre elas poderiam fornecer para apresentá-las como uma nebulosa. O que também leva-nos a um maestro que substituísse a música a ser tocada, por cacofônica, atonal e incidental que fosse, pedindo que cada um dos músico fizesse soar seus instrumentos. O simples pensamento de uma pintura que de certo modo reitera e sobrepõese a presença da parede em que está fixada pode levar a supor em resultados claustrofóbicos, imagens sufocantes, ainda mais se se trata de obras de grandes dimensões, como é o caso da maior parte das apresentadas nessa exposição de obras recentes de Paolo, com a qual ele inicia seu trabalho conjunto com a jovem Galeria Sim. Porém, basta se deter diante dessas telas para ter uma sensação completamente distinta. Conquanto cada uma passe-nos a noção de coisa sólida, trata-se de uma solidez carismática, garantida por cores fortes e contrastes vivos, recurso que lhes confere vivacidade e até mesmo efervescência. 6
Caleidoscópio Acrílica sobre tela 165x115cm 2011
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O pintor exalta suas superfícies como planos potentes, transbordantes, nada a ver com um elemento passivo, que é o que comumente associamos a paredes e telas em branco, simples suporte de nossas idéias e ações. Se Paolo Ridolfi, como bom pintor, logra desviar nossa atenção da parede para sua pintura, nela, como já foi dito, a planaridade típica da parede reaparece e numa solução muito mais enfática e expressiva, longe da homogeneidade e a discrição daquelas que definem os espaços domésticos e as salas de exposições de arte. Diferentemente da textura lisa, sem solução de continuidade do acabamento habitualmente empregado, elas, coerentemente, mantêm relação com a lógica ornamental das pinturas murais, nomeadamente as que são revestidas de azulejos, desses pintados com padrões geométricos repetidos, passíveis de serem combinados de modos variados, um modo peculiar de obter o estilhaçamento virtual do plano que as recebe, procedimento que no nosso país atingiu seu ápice em Athos Bulcão, referência clara do artista. Como já sugeri, grande parte dessas novas pinturas parecem recobertas de azulejos quadriláteros de bordas frisadas, organizados em sequências que se destacam por força das linhas nítidas, incisivas e grossas que compõem as juntas que há entre eles. Há ilusão e ela se concentra no retorcimento dramático dessas composições, no enunciamento de aberturas circulares, concêntricas, sempre tortuosas e, em alguns casos, flagrantemente perdidas. Há também aquelas cujas retículas coloridas de azulejos modifica-se por séries de recalques e reentrâncias, trançando sua superfície em formas geométricas, regulares, ganhando as feições semelhantes a objetos e elementos familiares como correntes, tranças, gotas, e que, em função da similitude cromática, confunde-se com o fundo, num acontecimento próximo a esses peixes e borboletas que se fundem a pedras e troncos, quando então se mexem, deixando-nos maravilhados por testemunharmos a irrupção de algo que até então não sabíamos existir. A movimentação da superfície das pinturas de Paolo sugere a porosidade das paredes, a possibilidade de que elas, ao invés de bloquear nossa visão, o avanço do nosso corpo, enuncie a passagem para um outro lugar, uma zona misteriosa que captura nossos olhos, fazendo-os avançar em suas entranhas. Simultaneamente a esses efeitos de profundidade acontecem os jogos de superfície, o embaralhamento e distorções de módulos planares, recursos que emprestam movimento ao olhar, fazendo-o deliciar-se no simples percorrer ocioso, como alguém que se deixa contemplar incansavelmente o vai e vém hipnótico das ondas, a ondulação lenta das chamas de uma fogueira, o batuque desencontrado de uma chuvarada sobre um teto metálico.
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Coluna Acrílica sobre tela 160x105cm 2009
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O requinte dessa peculiar investigação sobre os vários modos de se ativar uma superfície plana estende-se dos “azulejos” às composições povoadas por linhas coloridas, curtas e ritmadas, organizadas em múltiplos matizes, numa singular mescla da optical art com o pop. Com essas linhas o artista constrói vórtices, junta-as em pilhas, sempre obtendo irradiações de alta temperatura cromática, com uma desenvoltura que há muito não se vê na paleta dos nossos artistas, nem mesmo entre seus colegas de geração 80. O resultado é um espaço dentro de um outro espaço, um produto pictórico cuja ostensiva e constrastante relação com o espaço real leva-nos a concluir sobre o estado de confusão entre o cotidiano e o maravilhoso, o banal e o insólito. Onde estamos afinal? De que matéria somos feitos? A pintura de Paolo Ridolfi parece recuar momentaneamente sobre a parede na qual está estendida para então projetarse para fora, sobre nós, arrastando-nos para dentro dela. São Paulo, 7 de outubro de 2011
Agnaldo Farias é crítico de arte, curador independente, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Assinou as co-curadorias das Bienais de São Paulo dos anos 2010, 1996 e 1992. Foi curador-chefe do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e diretor de exposições temporárias do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. É consultor de curadoria do Instituto Tomie Ohtake e coordena o projeto Rumos Visuais, do Itaú Cultural. Foi curador do Pavilhão Brasileiro da 54ª Bienal de Veneza em 2011. 10
Furacão Acrílica sobre tela 238x153cm 2011
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Sem título Acrílica sobre tela 160x310cm 2008
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Tempo de Espera Acrílica sobre tela 160x160cm 2009
Dimensão Acrílica sobre tela 126x133cm 2011
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Azulejos Acrílica sobre tela 160x214cm 2010
Constelação Acrílica sobre tela 105x166cm 2010
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Homenagem a Zerbini AcrĂlica sobre tela 160x213cm 2009
Universo AcrĂlica sobre tela 130x165cm 2011
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Composição II Acrílica sobre tela 160x310cm 2008
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Composição em Amarelo Acrílica sobre tela 167x164cm 2010
Composição em Azul Acrílica sobre tela 159x172cm 2011
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Estrutura Acrílica sobre tela 146x92cm 2011
Ora Bolas II Acrílica sobre tela 136x160cm 2011
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Ora Bolas III Acrílica sobre tela 107x156cm 2011
Pixels Acrílica sobre tela 162x210cm 2008
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Diurno Acrílica sobre tela 160x105cm 2010
Noturno Acrílica sobre tela 160x209cm 2009
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Balões Azuis Acrílica sobre tela 163x68cm 2011
Palitinhos Azuis acrílica sobre tela 164x100cm 2011
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Composição III Acrílica sobre tela 345x160cm 2007
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Irradiação Acrílica sobre tela 119x158cm 2009/2011
Expansão Acrílica sobre tela 100x160cm 2011
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PAOLO RIDOLFI
1991 Casa Triângulo – Visita ao Museu Guido Viaro – Curitiba, PR 1990 Mostra de Aniversário da Casa Triângulo – São Paulo, SP
Nasceu em 1962, em Maringá, PR, onde vive e trabalha atualmente. Iniciou sua trajetória artística na década de 1980 em São Paulo. Participou de mostras institucionais em diversos museus brasileiros e teve inúmeras participações em Salões de Arte Contemporânea recebendo várias premiações. Possui obra em destacadas coleções e museus. EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
Objeto – Casa Triângulo, São Paulo, SP
1989 Coleção Particular de Eduardo Brandão – Casa Triângulo, São Paulo, SP 1987 Sala de Exposições do Teatro Guaíra – Curitiba, PR Quatro Artistas de Maringá – Galeria Banestado, Curitiba, PR
PRINCIPAIS SALÕES 1985 3° Salão Paulista de Arte Contemporânea 1986 9° Salão Nacional – Rio de Janeiro 1987 4º Salão Paranaense da Paisagem – Curitiba
5º Salão Paulista de Arte Contemporânea
44º Salão Paranaense
1988 Salão Paulista de Arte Contemporânea
45º Salão Paranaense
10º Salão Nacional
2011 Paolo Ridolfi – Pinturas – SIM Galeria, Curitiba, PR
1989 46º Salão Paranaense
2009 As Ilhas – Museu Helenton Borba Cortes, Maringá, PR
1990 5º Salão Paranaense da Paisagem
2000 Paolo Ridolfi – Museu Helenton Borba Cortes, Maringá, PR
1991 9º Mostra do Desenho Brasileiro
1992 Paolo – Casa Triângulo, São Paulo, SP
1988 Paolo – Casa Triângulo, São Paulo, SP
1992 48º Salão Paranaense
1995 10º Salão Paranaense da Paisagem
Paolo Ridolfi – Objetos – Sala Miguel Bakun, Curitiba, PR
EXPOSIÇÕES COLETIVAS 2011 Mostra Inaugural – SIM Galeria, Curitiba, PR 2010 O Estado da Arte – Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR
6º Salão Paranaense da Paisagem
1997 12º Salão Paranaense da Paisagem 2001 58º Salão Paranaense 2004 15º Salão Paranaense da Paisagem
2009 Experiências Contemporâneas – Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Brasília, DF
PRÊMIOS
2008 Imãs – Casa Andrade Murici, Curitiba, PR
1989 46º Salão Paranaense – Curitiba, PR
1990 5º Salão Paranaense da Paisagem – Curitiba, PR
Terrenos Mirantes – Espaço Piloto – Universidade de Brasília, DF
2007 Arredore – Paisagens Poéticas – Museu Helenton Borba Cortes, Maringá, PR
1991 6º Salão Paranaense da Paisagem – Curitiba, PR
2006 Retratos – Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba, PR
1997 48º Salão Paranaense – Curitiba, PR
2002 Entre Cores e Reflexos II – Assembléia Legislativa do Paraná, Curitiba, PR
Nós – Espaço Arte Cultura Brasil Telecom, Curitiba, PR
2004 15º Salão Paranaense da Paisagem – Curitiba, PR
A Carne – Museu Helenton Borba Cortes, Maringá, PR
12º Salão Paranaense da Paisagem – Curitiba, PR
2001 Quatro Elementos – Galeria Santa Imagem, Maringá, PR
OBRAS EM MUSEUS E COLEÇÕES
1999 Quatro x Quatro – Museu Helenton Borba Cortes, Maringá, PR
MAC – Museu de Arte Contemporânea do Paraná – Curitiba, PR
1997 Cristina Agostino / Paolo Ridolfi – Casa da Cultura, UEL, Londrina, PR
MON – Museu Oscar Niemeyer – Curitiba, PR
1995 Suíte Vollard – Picasso – Exposição Itinerante
Coleção Marcantonio Vilaça – São Paulo, SP
1994 Uma Coleção de Objetos Perigosos – Espaço Bermann, Curitiba, PR
Coleção Eduardo Leme – São Paulo, SP
1992 Mostra da Casa Triângulo – Um Olhar Sobre o Figurativo, curadoria Leonilson
Coleção Rodrigo Barroso – Curitiba, PR
1991 Reflexão dos Anos 80 – Museu de Arte Contemporânea, Curitiba, PR
Coleção Marcos Bertoldi – Curitiba, PR
Projeto Parceiros do Tiête – SESC, São Paulo, SP
Coleção Thomas Cohn – São Paulo, SP
Casa Triângulo – Centro de Conveniência Cultural de Campinas, SP
Coleção Waldir Simões de Assis Filho – Curitiba, PR
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SIM galeria PAOLO RIDOLFI De 8/11 a 6/12/11
projeto e coordenação laura simões de assis e guilherme simões de assis colaboração flavia simões de assis e waldir simões de assis filho montagem da exposição raul fuganti texto crítico agnaldo farias projeto gráfico mayra pedroso fotografia das obras sergio guerini tratamento de imagem miguel ricado melo revisão de textos altair pivovar impressão comunicare
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