Inovação pela Estratégia Corporativa 03/02/2014
Moysés Simantob, professor de Gestão da Inovação na Fundação Getulio Vargas e na Unicamp
Como se sabe, estratégia é uma dessas palavras que, inevitavelmente, definimos de uma forma, mas frequentemente a usamos de outra. Fazer da estratégia um padrão de comportamento sistemático, que mobiliza mentes e corações, que depende da adesão de muitas pessoas para se seguir o curso de se manter coerente e consistente ao longo do tempo requer mais que disciplina, é preciso um ato de fé na prática da inovação. E o que há de novo nesse campo? O método de se pensar e fazer planejamento estratégico mudou. De um modelo mecânico de alta previsibilidade e linearidade para uma combinação de práticas e técnicas mais intuitivas e colaborativas, como o mind mapping, o design thinking e olean startup, que simulam cenários, reorganizam e aceleram o lançamento de produtos e aumentam a capacidade de experimentação e o incentivo ao poder de errar a custo baixo. A grande transformação, que noto nas empresas onde trabalho, está no abandono da abordagem top-down da estratégia para colocar em seu lugar as muitas vozes representativas internas e externas. Em termos práticos, o desafio é tornar o planejamento estratégico o grande programa de inovação, que desenvolve e implementa rapidamente ideias originais que comprovadamente adicionam valor, com grande mobilização de pessoas das mais variadas áreas. Essa inovação na forma de formular e implementar estratégias depende de diferentes frentes, não necessariamente sequenciais, e que se conectam entre si. A frente de preparação compreende a amplitude inicial de pessoas que serão engajadas no processo de democratização da estratégia e na definição do horizonte de visão (5 a 20 anos, conforme o modelo de negócio). A definição do escopo da reflexão estratégica, mercados-alvo, tendências sociais, tecnologias disruptivas, entrevistas com clientes, stakeholders e, enfim, a construção de cenários. Duas frentes de formulação, análise SWOT e mapa estratégico, que alinham a missão da empresa às perspectivas financeira, ao processo, ao mercado e ao aprendizado/inovação. É isso que permite a priorização dos projetos estratégicos, que divido em projetos de crescimento – geradores de caixa e projetos estruturantes – de apoio gerencial e suporte técnico.