Guia Valor retrata a cultura de inovação nas companhias do país_Valor Econômico

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cultura de inovação nas companhias do país As empresas brasileiras têm um velho hábito de copiar modelos de sucesso de outras organizações, principalmente de fora do país. Prova disso são os dados referentes à compra de tecnologia do exterior: em 1992, a conta de royalties e licenças era de US$ 200 milhões. Dez anos depois, o volume chegou a US$ 3,5 bilhões. O problema de imitar os outros o tempo todo é que, assim, a empresa castra a capacidade das pessoas de inovar e atrofia o desejo do novo. E o que as organizações de sucesso têm mostrado é que a inovação é a principal arma para sobreviver nesse cenário mundial tão competitivo. Para investigar como as empresas brasileiras têm se preocupado com esse tema, o consultor Moysés Simantob, coordenador do Fórum de Inovação da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), e a jornalista Roberta Lippi, repórter do Valor, passaram quase um ano entrevistando presidentes de empresas e entidades de pesquisa. Ao todo, foram mais de 30 entrevistas com os principais executivos de instituições como Natura, Gol, 3M, Brasilata, Banco do Brasil, Sebrae, Embrapa, Monsanto e MIV. O resultado desse trabalho, inédito no país, pode ser visto no Guia Valor Econômico de Inovação nas Empresas, que está sendo lançado hoje pela Editora Globo em parceria com o Valor. Existem muitos mitos cercando as organizações, lembram os autores, e um deles é o de que inovação é tarefa para acadêmicos ou gênios solitários. O que Simantob e Lippi tentam mostrar é que a melhor forma de incentivar a criatividade das pessoas é criar uma cultura de inovação, que envolva não apenas a diretoria mas todos os níveis da empresa. "É preciso desmistificar a inovação no Brasil", diz Simantob.


O guia, em formato de perguntas e respostas, trata da inovação nos seus mais diversos aspectos: gestão, processos, serviços e tecnologia. Há também um capítulo voltado para os profissionais inovadores e outro que trata da importância de uma relação mais estreita entre empresas e escolas. Qual o melhor momento para inovar? "O ideal é que você inove antes que a concorrência comece a roubar sua participação de mercado, antes que as multinacionais passem a competir diretamente com você ou antes que as outras companhias dominem alguma tecnologia que você ainda não tem", explica o guia. As empresas inovadoras, no auge do sucesso, já pensam no próximo passo. Exemplo disso aconteceu na indústria de tecnologia da informação em 2002: enquanto alguns fabricantes de equipamentos de telecom enfrentaram problemas de caixa, como Lucent e Nortel, a Intel resolveu manter seus investimentos em pesquisa. "Mesmo admitindo que a falta de capital de risco poderia prejudicar projetos inovadores, o CEO da empresa fabricante de semicondutores declarou publicamente que a tecnologia nunca diminui o passo", conta o livro, que traz também uma pesquisa com diretores de recursos humanos que desenha o perfil do profissional inovador. Por uma convenção internacional, as empresas inovadoras são aquelas com mais de 30% do seu faturamento advindo de produtos ou serviços lançados há menos de cinco anos. Se há uma companhia brasileira que se encaixa nesse perfil é a catarinense WEG. O percentual de faturamento gerado por produtos novos é de 70%. O grupo, que faturou R$ 1,53 bilhão em 2002, tem unidades em 14 países e exporta para outros 80. O Guia Valor Econômico Inovação nas Empresas, nono de uma série publica da pela Editora Globo, tem 150 páginas e será vendido nas livrarias por R$ 29. Lançamento no bar Magenta, rua Delfina, 196, Vila Madalena, São Paulo, a partir das 19h.

Veículo: Valor Econômico – São Paulo – pg. B2 Editora Globo


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