Guia Valor retrata a cultura de inovação nas companhias do país_Valor Econômico

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"Guia Valor" retrata a cultura de inovação nas companhias do país De São Paulo 30/07/2003 As empresas brasileiras têm um velho hábito de copiar modelos de sucesso de outras organizações, principalmente de fora do país. Prova disso são os dados referentes à compra de tecnologia do exterior: em 1992, a conta de royalties e licenças era de US$ 200 milhões. Dez anos depois, o volume chegou a US$ 3,5 bilhões. O problema de imitar os outros o tempo todo é que, assim, a empresa castra a capacidade das pessoas de inovar e atrofia o desejo do novo. E o que as organizações de sucesso têm mostrado é que a inovação é a principal arma para sobreviver nesse cenário mundial tão competitivo. Para investigar como as empresas brasileiras têm se preocupado com esse tema, o consultor Moysés Simantob, coordenador do Fórum de Inovação da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), e a jornalista Roberta Lippi, repórter do Valor, passaram quase um ano entrevistando presidentes de empresas e entidades de pesquisa. Ao todo, foram mais de 30 entrevistas com os principais executivos de instituições como Natura, Gol, 3M, Brasilata, Banco do Brasil, Sebrae, Embrapa, Monsanto e MTV. O resultado desse trabalho, inédito no país, pode ser visto no Guia Valor Econômico de Inovação nas Empresas, que está sendo lançado hoje pela Editora Globo em parceria com o Valor. Existem muitos mitos cercando as organizações, lembram os autores, e um deles é o de que inovação é tarefa para acadêmicos ou gênios solitários. O que Simantob e Lippi tentam mostrar é que a melhor forma de incentivar a criatividade das pessoas é criar uma cultura de inovação, que envolva não apenas a diretoria mas todos os níveis da empresa. "É preciso desmistificar a inovação no Brasil", diz Simantob. O guia, em formato de perguntas e respostas, trata da inovação nos seus mais diversos aspectos: gestão, processos, serviços e tecnologia. Há também um capítulo voltado para os profissionais inovadores e outro que trata da importância de uma relação mais estreita entre empresas e escolas. Qual o melhor momento para inovar? "O ideal é que você inove antes que a concorrência comece a roubar sua participação de mercado, antes que as multinacionais passem a competir diretamente com você ou antes que as outras companhias dominem alguma tecnologia que você ainda não tem", explica o guia. As empresas inovadoras, no auge do sucesso, já pensam no próximo passo.


Exemplo disso aconteceu na indústria de tecnologia da informação em 2002: enquanto alguns fabricantes de equipamentos de telecom enfrentaram problemas de caixa, como Lucent e Nortel, a Intel resolveu manter seus investimentos em pesquisa. "Mesmo admitindo que a falta de capital de risco poderia prejudicar projetos inovadores, o CEO da empresa fabricante de semicondutores declarou publicamente que a tecnologia nunca diminui o passo", conta o livro, que traz também uma pesquisa com diretores de recursos humanos que desenha o perfil do profissional inovador. Por uma convenção internacional, as empresas inovadoras são aquelas com mais de 30% do seu faturamento advindo de produtos ou serviços lançados há menos de cinco anos. Se há uma companhia brasileira que se encaixa nesse perfil é a catarinense WEG. O percentual de faturamento gerado por produtos novos é de 70%. O grupo, que faturou R$ 1,53 bilhão em 2002, tem unidades em 14 países e exporta para outros 80. O Guia Valor Econômico de Inovação nas Empresas, nono de uma série publicada pela Editora Globo, tem 150 páginas e será vendido nas livrarias por R$ 29. Lançamento: bar Magenta, rua Delfina, 196, Vila Madalena, São Paulo, a partir das 19h.

Veículo: www.valoronline.com.br Data: 30/07/2003


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