Bia Simonassi 2012
A ALEGORIA DA CAVERNA Reflex천es sobre Ilus찾o, Realidade e Conhecimento
Era uma vez
uma caverna subterrânea, com uma fogueira crepitante. Dentro da caverna, havia um grupo de pessoas nascidas e criadas ali dentro, sem nunca terem visto, experimentado ou conhecido o “mundo exterior”.
As pessoas estavam viradas de costas para a entrada e sĂł conseguiam enxergar a parede na frente delas. Esta parede ficava iluminada pela claridade das chamas que nela projetavam sombras de pessoas, animais e objetos do desconhecido “mundo exteriorâ€?.
Os prisioneiros da caverna tomavam as sombras por realidades, atribuindo-lhes nomes, conversando com elas e atĂŠ mesmo ligando sons de fora da caverna com os movimentos que eles observavam na parede.
Para estas pessoas, a verdade e a realidade se resumiam a este universo feito de sombras e imagens.
Entretanto, caso um dos prisioneiros deixasse a caverna, iria perceber que as sombras nada mais são que reflexos obscuros de uma realidade mais complexa e que o conhecimento e as percepçþes dos companheiros de caverna eram imperfeitos e distorcidos.
Voltando à caverna, não seria mais capaz de viver como antes, já que, agora, o “mundo” tinha se transformado em um lugar bem diferente.
Sem dĂşvida, o ex-prisioneiro teria dificuldades em aceitar o confinamento e sentiria pena do destino dos companheiros.
Porém, se tentasse compartilhar seus novos conhecimentos, seria ridicularizado por suas idéias, porque as sombras com as quais eles estavam acostumados possuíam muito mais significado do que qualquer história sobre um mundo que eles nunca viram.
Já que a pessoa portadora desses novos conhecimentos não era mais capaz de atuar como antes e não aceitava as sombras como realidade, seus colegas passariam a considerá-la subversiva.
Provavelmente, iriam encarar o mundo fora da caverna como uma fonte potencial de perigo a ser evitado e n達o como uma fonte de sabedoria e de conhecimento.
A experiência daquele que sair da caverna poderia, então, levar os outros a se apegarem ainda mais à maneira habitual e míope de aceitar uma simples projeção como realidade.
É como se você acreditasse, desde que nasceu, que o mundo é de um jeito, e então vem alguém e diz que quase tudo aquilo é falso, é parcial, e tenta mostrar novos conceitos, totalmente diferentes.
A alegoria nos convida a refletir sobre a existência humana, onde a caverna representa as velhas crenças e os dogmas que limitam e impedem o desenvolvimento e a evolução do Homem.
Moral da História:
cada um vê e acredita no que quer (ou no que pode)...
ADAPTADO DE: “Imagens da Organização”, de Gareth Morgan, São Paulo: Editora Atlas, 1996
Bia Simonassi 2012