L DO B 1ª edição Junho 2013
ISSN 1808-5564
Lado B - Distribuição Gratuita VENDA PROIBIDA
Editorart
EDITORIAL Por Otávio Costa Redação Lado B
Abra as portas para São Paulo!
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ensa na mistura da arte e cultura de São Paulo sendo tocada por seus dedos. Com sua primeira edição, esse é o objetivo da revista Lado B, divulgar e publicar as intervenções urbanas existentes na grande São Paulo, mostrando as ideias e as experiências dos interventores despercebidas no dia a dia. A partir de um tour na cidade de São Paulo, foi possível encontrar diferentes fontes de informação para concretizar a primeira edição da revista, lado a lado a projetos gráficos marcantes e uma diagramação diferenciada. A Lado B #01 está aqui, pronta para ser encarada por seus olhos.
Nas Ruas
Making Of
Sinalize-se
Exposição
Arte em movimento
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Nas Ruas
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Principal referência da cidade de São Paulo para se encontrar bons graffitis.
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Beco do Batman
POR OTÁVIO COSTA
Uma galeria de grafite a céu aberto. Essa é a melhor definição para a Rua Gonçalo Afonso, mais conhecida como Beco do Batman, uma viela totalmente grafitada, principal referência da cidade de São Paulo para se encontrar bons grafites. Ela està localizada na Vila Madalena, bairro nobre da região oeste da cidade. Com paredes inteiramente grafitadas, sua história inicia-se na década de 80, com um desenho do homem morcego feito em uma de suas paredes. 07
Quando o desenho do Batman apareceu na viela, estudantes de artes plásticas começaram a utilizar aquela região para desenvolverem seus desenhos. Na época, o lugar era sem vida, deteriorado e sujo, o que incentivava os artistas a tirarem o “cinza” dos muros e dar vida ao local
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Mesmo sendo uma galeria informal, o Beco do Batman tem um regime de autogestão, criado e conservado pela própria comunidade. A principal regra é quem está na parede é dono daquele pedaço, e para fazer-se qualquer coisa ali, deverá ter uma autorização do autor do desenho. B
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FOTOS PO R SIMO NE KO NSSO
Making Of Entrevista
MakinG
of
Já desenhei com pedra, barro, tinta, fósforo e o meu maior trabalho é com latas de tinta e canetas marcadoras, inspirando-as liberdade. POR OTÁVIO COSTA
Com sua marca Maius, desenvolvida por meio de seus desenhos em grafites, objetos ou roupas customizadas, o jovem Andy Villela vem buscando seu reconhecimento pelo que faz. A arte urbana vem sendo encarada por Andy como uma forma de se expressar crua e totalmente livre de censuras, passando conhecimento, cultura e fazendo com que o colorido das tintas dê mais vida ao ambiente.
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[Lado B] Como você encara a arte urbana? Andy: Encaro como uma forma da sociedade se expressar cruamente e totalmente livre de censuras. [Lado B] Qual foi sua intenção ao criar a intervenção urbana em São Paulo? Andy: Passar conhecimento, cultura, fazer com que aquelas tintas coloridas nas parede, mudem o dia da pessoa, mudem seu modo de pensar, mude algo que precisa ser mudado. [Lado B] Como você acha que essa obra dialogou com a cidade? Andy: Tirou seu espaço cinza, dando mais vida, mais cor ao ambiente. [Lado B] Qual foi o seu primeiro contato com a arte? Onde tudo começou? Andy: Desde que me entendo por gente eu me fascino por arte, de todos os tipos e de todas as formas, a arte é uma
linguagem sem letras, um dialogo sem idiomas, por isso ultrapassa barreiras na hora do entendimento, isso sempre me fascinou. [Lado B] Qual é a sua inspiração para o trabalho? Ou, o que o inspira? Andy: Me inspira ou me revolta (o que causa minha inspiração) ver que todos nós temos escolhas, e nascemos livres, mais por influência da sociedade seguimos o caminho que todos seguem, por quê? Porque não ousar e ser diferente, fazer o que se quer fazer sem medo, alias MEDO DO QUE? DE QUEM? Se quem vê e sente nosso atos somos nos mesmos, porque vender sua vida? Porque te disseram pra fazer isso? Em fim, tudo me inspira só observar a sociedade robótica em que vivemos. [Lado B] Qual a maior atração no seu trabalho? Andy: As cores, os gritos, as expressões de dor e ao mesmo tempo curiosidade muito afloradas nos desenhos, de certa forma causando inconscientemente um certo choque. B
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PO FOTOS CURAT BOOK/ R FACE
Sinalize-se
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A solução estava em despertar a atenção nos problemas, iniciando de forma criativa, uma intervenção.
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B IVOSUR
Curativos Urbanos
POR OTÁVIO COSTA
Todos são cientes dos problemas presentes no dia a dia espalhados pela cidade, seja no trânsito, na poluição, com o ruído ou mobilidade. Mas o que fazer para solucionar esses problemas? Um grupo de jovens, formado por publicitários, jornalistas e arquitetos, viu que a solução estava em despertar a atenção nos problemas, iniciando, de forma criativa, uma intervenção nas ruas e calçadas de São Paulo e Rio de Janeiro.
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O projeto batizado de Curativos
Urbanos, iniciado em agosto de 2012, teve o objetivo de conscientizar a população e o poder público sobre as dificuldades de locomoção. Essa conscientização foi iniciada com a colagem de mais de cem curativos em buracos de calçadas das duas cidades, visando mostrar que a mobilidade é o mínimo de que se precisa em uma cidade boa para todos.
Em São Paulo, a intervenção
começou com curativos na Avenida Paulista e ruas adjacentes e passeios da região central, próximos à Rua da Consolação e da Avenida São João. Após a colagem, os participantes do projeto monitoram os locais, para evitar que os curativos, coloridos e decorados com pequenos corações, transformem-se em lixo e poluam a cidade. B 22
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Sinalize-se
Precisamente ruas e calçadas, revestindo a cidade com reflexões e imagens propostas pelor artistas e fixadas na lembrança de quem passar por elas. POR ALINE FONSECA
Tijolinhos de arte é uma intervenção que consiste na colagem de recorte de folhas de revistas na superfície de paralelepípedos que forram o chão da cidade. Trata-se de uma arte efêmera que coexiste com teatro e apresentações no espaço urbano, precisamente em ruas e calçadas, revestindo a cidade com reflexões e imagens propostas pelos artistas e fixadas na lembrança de quem passar por elas.
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Uma alusão aos tijolinhos de ouro que trilham o caminho da personagem Dorothy em O Mágico de Oz. Com cores fortes e bastante aleatórias, a colagem é feita em determinado percurso de forma que quem os segue encontra o espaço onde foi ou está sendo realizada a intervenção cênica.
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Durante a execução, a artista criadora, Aline Fonseca, que é collagista – artista que trabalha com a técnica e o conceito de colagem ou collage – e atriz, conta com ajuda de outros artistas para que a obra tome uma grande dimensão. Como o material é frágil e, mesmo após seco, será pisado pelos passantes, costuma durar até duas semanas, caso não haja chuva. B
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OR FOTO P .BR EIA.COM SITE 6M
Sinalize-se
Pintando bueiros, postes, tampas de esgoto e qualquer outro objeto que construa o cenário urbano. POR OTÁVIO COSTA
A dupla de grafiteiros, Anderson Augusto “São” e Leonardo Delafuente, moradores do bairro paulistano da Barra Funda, iniciaram o projeto 6emeia na busca de mudanças e transformações do cotidiano da cidade, pintando bueiros, postes, tampas de esgoto e qualquer outro objeto que construa o cenário urbano, propondo uma reflexão sobre arte.
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qualquer objeto pode exalar arte, por mais indiferente que seja. B
colorido no imenso balde cinza, que é a cidade de São Paulo mostrando que
arte/pessoas, principalmente com a pintura de bueiros, dando um toque
O duo 6emeia propõe um estilo próprio de linguagem entre arte/cidade e
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Exposição
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Bienal do Graffiti
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POR SIMONE KONSSO
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do
Expor os diferentes estilos, técnicas e conceitos do graffiti, a partir de trabalhos dos artistas.
Em sua segunda edição, a Bienal Internacional Graffiti Fine Art foi realizada no Mube (Museu Brasileiro da Escultura), em São Paulo. O objetivo foi expor os diferentes estilos, técnicas e conceitos do grafite, a partir de trabalhos de artistas de destaque nacional e internacional, feitos em painéis, instalações, telas, fotografias, pinturas, carros e esculturas, expostos do dia 22 de janeiro ao dia 17 de fevereiro de 2013.
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Bienal A Bienal Internacional Graffiti Fine Art teve sua primeira edição em 2010, no Mube, apresentando a história do grafite no Brasil e no mundo, suas influências de diferentes movimentos artísticos do século XX, sua relevância na contemporaneidade e suas manifestações culturais e artísticas diretamente relacionadas à cultura urbana.
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Graffiti Entre os principais artistas presentes na segunda edição, havia nomes como os gringos Kongo, ECB, Kress, Daze e Wernz, e os brasileiros Crânio, Nunka, Speto, Finok, DMS e Minhau, com curadoria de Binho Ribeiro, um dos pioneiros da street art no Brasil. B
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ba.bi.l么.
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Arte em movimento ba.bi.lô.nia
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O que eu queria era edificar uma nova cidade uma nova torre, preparar ou anunciar um mundo futuro. POR ALINE FONSECA
O espetáculo mostra um dia em um escritório e as consequências desse dia para uma faxineira que nele trabalha. Os fatos ali vistos por ela, associados com as interpretações que essa jovem trabalhadora faz sobre trechos bíblicos, fazem com que essa empregada veja o mundo atual como a concretização do mito Babilônia, como um mundo caótico e confusamente percebido no qual cada um de nós sucumbe ao dinheiro.
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ba.bi.lô.nia
O espetáculo, dirigido por Luciano Gentile e
produzido por Franklin Jones e Aline Fonseca, conta em seu elenco com Aline Fonseca, Gabriela Saiani, Juliana Araújo, Pamela Regina e Rodrigo Pignatari. Foram 135 encontros em diferentes galpões, casas e espaços, e um ensaio aberto no centro da cidade de Guarulhos, para a Babilônia acontecer.
Se todos os encontros fossem computados,
como se tivessem trabalhado dia após dia, um seguido do outro, chegaria a quatro meses e meio de ensaios, aproximadamente. No entanto, não foi isso que aconteceu: tudo durou quase dois anos. E não há como negar as lacunas desse processo que tanto os inspirou a trabalhar, os espaços vazios durante os quais muito sonharam, entre os encontros esparsos e dispersos. B
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“ Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido.
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Milton Santos
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Realização Trabalho acadêmico Conclusão do curso Desenho Industrial Universidade de Guarulhos - UNG Simone Konsso editora / idealizadora / fotos Otávio Costa redação Ju Araujo fotos Lado B direção de arte CONSELHO EDITORIAL Júlio Brilha, Manoel Lorena, Alessandro Cammilo, Adriel Contieri, Thais Deodato e Otávio costa. COLABORADORES Coletivo Assim, Aline Fonseca, Renata Konsso, Ju Araújo e Andy Villela. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por mais uma etapa sendo concluída e por me dar forças para seguir em frente sempre. Agradeço muitíssimo o meu namorado Otavio Costa, que teve paciência e compreensão durante toda a produção deste projeto. Aos grandes e mestres professores: Alessandro Cammilo, Alzira Pires, Julio Brilha e Manoel Lorena. Aos meus amigos Adriel Contieri, Brunno Balco, Carla Diniz, Marcelo Rodrigues, Paolo De Tommaso e Thaís Deodato e agradeço também, a Aline Fonseca e Renata Konsso, as colaboradoras das imagens e matérias fornecidas para a revista.
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