PROVAS COMENTADAS C1 DO CILP

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL UCS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS CERTIFICADO INTERNACIONAL DE LÍNGUA PORTUGUESA

Prova 1 – Compreensão Leitora e Aspectos Linguísticos NÍVEL C1

2016


PROVA COMENTADA1 ATIVIDADE 1 Descritor: Compreender e interpretar quaisquer textos literários em prosa ou poesia. INSTRUÇÕES: Leia a Crônica de David Coimbra, escritor gaúcho, e assinale a alternativa correta (A/B/C/D). As questões de 1 a 6 referem-se ao texto 1. TEXTO 1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36

Tu e você2

Fiquei bastante satisfeito ao saber que vocês estão resolvendo esse problema do “tu” e do “você”. É algo que me inquieta. Meu filho mesmo, outro dia ele falou “você”. - Você sabe que... Deu-me um arrepio na espinha, uma sensação ruim. Não deixei que ele terminasse a frase. Gritei: - “Tu”, rapaz! “Tu”! Tu é gaúcho! Gaúcho fala “tu”! Ele ficou um pouco perplexo. E seguiu em frente com a história usando o “tu”: “Tu sabe que...” Depois me arrependi. Afinal, eu mesmo fico confuso. Em minha defesa, ressalto que gasto certo tempo trabalhando para que meu filho não perca sua identidade de gaúcho e brasileiro, e não está sendo fácil. Esses dias, tentei ensinar-lhe a dança do pezinho, mas ele não se interessou pela coreografia. Agora, quanto ao “tu” e ao “você”, esse é realmente um problema. A verdade é que nós falamos errado, é preciso admitir. Se a Isolda fosse gaúcha, Roberto Carlos cantaria assim aquele lindo clássico, Outra Vez: “Tu foi o maior dos meus casos, de todos os abraços, o que eu nunca esqueci. Tu foi, dos amores que eu tive, o mais complicado e o mais simples pra mim”. Não combina! E, como já disse, trata-se de um erro de concordância. Teria de ser: “Tu foste o maior dos meus casos”. Mas aí tiraria a suavidade da canção tão sentimentalmente interpretada pelo rei. “Tu foste o maior dos meus casos” é frase que diria o meu amigo Amilton Calovi, que é alegretense, para sua chinoca Clarissa. Os catarinenses fazem um meio-termo, mas erram também. Eles dizem: “Tu fosse”. “Tu fosse” é como brigadiano nas ruas de Porto Alegre: não existe. Reconheço que o “você” é mais civilizado e facilita a conjugação – sempre devemos facilitar as conjugações. Numa entrevista, jamais uso o “tu”. É uma intimidade imperdoável. Com jovens, como jogadores de futebol, vou de “você”, e, se o entrevistado é mais velho ou é autoridade, chamo-o de “senhor”. Quando um repórter chama um ministro ou um juiz de “tu”, desvaloriza a própria entrevista, porque dá a ela um tom de promiscuidade brejeira. Um dia, vi o Collares, então governador do Estado, destruir um repórter que o tratou como “tu”: - “Tu”, não: “senhor”. Eu sou governador do Rio Grande do Sul. O repórter se desmanchou ali mesmo. Fez muito bem, o Collares. Usar tamanha intimidade, nesse caso, é um desrespeito não apenas com o homem, mas com o posto que ele ocupa e, por consequência, com a população que representa. Quando a Luciana Genro tratava os outros candidatos à Presidência de “tu”, no debate eleitoral, eu me remexia na poltrona, incomodado. Como cidadão brasileiro, espero que um candidato à Presidência do meu país mereça certa deferência. A liturgia do cargo existe para 1 2

Comentários realizados pela equipe do Programa de Português para Estrangeiros da UCS. COIMBRA, David. Jornal Zero Hora, edição impressa, de 04 de novembro de 2015. CILP 2016 – PROVA 1

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demonstrar a importância do cargo. Optar pelo “você”, portanto, não será ruim para nós. Eu, inclusive, quando escrevo, te trato como “você”, e faço isso com naturalidade. Vamos nos render, pois. Optemos pelo “você”. A não ser que você tenha de dizer a mais importante das frases. Aí o “tu” é indispensável. Aí o “tu” mostra o seu valor. Porque ninguém usará “você” para dizer a outra pessoa: “Eu te amo”. 1. O tema central da crônica de David Coimbra é a) a confusão que os brasileiros fazem ao utilizar os pronomes ‘tu’ e ‘você’. b) a fala peculiar do povo gaúcho. c) as diferenças linguísticas existentes no Brasil. d) sua relação com o seu filho. Comentário: Logo no início do texto (l. 1), verifica-se que ele tratará sobre o uso dos pronomes ‘tu’ e ‘você’, e nas linhas 9 e 10, o autor destaca que não quer que seu filho perca a sua identidade de gaúcho. No decorrer de toda crônica, ele menciona as características da forma como os gaúchos falam. A letra ‘a’ não pode ser considerada a correta, pois o termo ‘brasileiros’ a generaliza e o autor indica que esta confusão no uso dos pronomes acontece com o povo gaúcho e não com os brasileiros em geral. 2. No texto, o autor a) critica o uso equivocado dos pronomes. b) afirma que o uso do ‘tu’ não é adequado em canções. c) indica que ele usa os pronomes de forma inadequada. d) relata as aprendizagens de seu filho. Comentário: Nas linhas 12 e 13, o escritor afirma o seguinte: “A verdade é que nós falamos errado, é preciso admitir.” Ao utilizar o ‘nós ‘, ele se inclui entre aquelas pessoas que falam errado. A letra ‘a’ não está correta, pois, em nenhum momento, ele faz uma crítica a isso; ele apenas descreve o fato. A letra ‘b’ tampouco está correta, pois ele comenta que o uso do ‘tu’ não fica adequado nesta canção de Roberto Carlo e não em toda e qualquer canção. A letra ‘d’ também deve ser excluída, pois, embora ele fale de seu filho, ele não relata as aprendizagens dele. 3. Quando o menino utilizou o ‘você’, em lugar de ‘tu’, o autor a) ficou todo arrepiado. b) ficou perplexo. c) ficou nervoso. d) ficou arrependido. Comentário: É possível perceber que ele ficou nervoso através da palavra ‘gritei’, presente na linha 4. 4. O texto afirma que a) os catarinenses falam mais errado do que os gaúchos. b) os catarinenses falam menos errado do que os gaúchos. c) os catarinenses utilizam uma linguagem similar a dos brigadianos de Porto Alegre. d) os catarinenses utilizam uma estrutura não reconhecida pela gramática. Comentário: Nas linhas 21 e 22, o autor afirma que os catarinenses utilizam uma estrutura que não existe, assim como não existem brigadianos (policiais) nas ruas de Porto Alegre, capital gaúcha.

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5. Amilton Calovi, segundo o texto, a) é uma pessoa alegre. b) é amigo do Roberto Carlos. c) possui um romance com Clarisa. d) é poeta. Comentário: o termo ‘alegretense’ refere-se à sua cidade natal, Alegrete, por isso a letra ‘a’ não está correta. Ele é amigo do escritor da crônica e não de Roberto Carlos, o que elimina a alternativa ‘b’. Em nenhum momento ele menciona que Calovi é um poeta, descartando a letra ‘d’. E, por fim, na linha 20, ele escreve ‘para sua chinoca Clarisa’. O termo ‘chinoca’ é utilizado no Rio Grande do Sul para referir-se à mulher do peão, ou seja, à pessoa com quem ele tem um romance.

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6. No texto, o autor a) interage com o seu leitor. b) narra fatos de sua rotina de trabalho. c) narra fatos de sua rotina com seu filho. d) afirma que jamais utiliza o pronome ‘tu’. Comentário: Nas linhas 38 e 39 há uma interação direta do autor com o seu leitor. Ele escreve o seguinte: “Optar pelo “você”, portanto, não será ruim para nós. Eu, inclusive, quando escrevo, te trato como “você”, e faço isso com naturalidade.” Ou seja, eu, escritor, te trato, meu leitor, como você. Ele fala sobre seu trabalho e também sobre seu filho, mas em nenhum momento ele narra suas rotinas, sejam elas profissional ou familiar, o que elimina as alternativas ‘b’ e ‘c’. E a letra ‘d’ é incorreta, pois ele utiliza, sim, o pronome ‘tu’.

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ATIVIDADE 2 Descritor: Compreender com detalhes a temática de textos extensos e complexos que se encontram na vida social, profissional ou acadêmica. INSTRUÇÕES: Alguns fragmentos do texto abaixo foram removidos. Escolha, dentre as opções de A-G, o trecho apropriado para completá-lo. Há um trecho extra que NÃO será utilizado. As questões de 7 a 12 referem-se ao texto 2. TEXTO 2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Em busca da saúde – a medicina personalizada3

"Se não fosse pela variabilidade entre os pacientes, a medicina seria uma ciência e não uma arte”. Essa frase do médico canadense William Osler, considerado por muitos o fundador da medicina científica moderna, resume muito bem o que vamos esperar da medicina num futuro próximo: personalização. Hoje em dia, a medicina atual se orienta a partir da doença. Chamamos de doença a todo estado sintomático não-saudável. Vale notar que a noção de “saúde” ou o conceito de “saudável” já é, por si mesmo, individualizado. Comunidades de surdos nos EUA rejeitaram exames genéticos para identificação desse sintoma no pré-natal, pois não consideram a surdez como deficiência. _____(07)_____Para eles, basta a aceitação social. Mas se o próprio conceito de “saúde” varia, imagine o conceito de doença. Em resposta a essa medicina curativa, surgiu a medicina preventiva, preocupada com a manutenção da saúde pública, sem levar em consideração o indivíduo. _____(08)_____Em geral, essa medicina preventiva tem servido para orientar decisões estatísticas populacionais, em caráter meramente coletivo. A revolução genômica permite a leitura do código genético do indivíduo de forma detalhada, algo inexistente alguns anos atrás. Com isso, geramos um mapa genômico, capaz de prever de maneira probabilística a susceptibilidade a doenças. _____(09)_____Sabendo-se disso, pode-se determinar a causa de doenças genéticas e investigar possíveis variantes que influenciem a saúde do indivíduo. _____(10)_____ Deu para perceber que essa revolução depende muito do conhecimento científico disponível no momento. Esse conhecimento é fluido, pois a ciência avança de forma gradativa. No entanto, a estrutura genética é estável. _____(11)_____ É uma medicina interativa, ou seja, o próprio indivíduo (ou responsável por ele) pode participar ativamente da busca por informações relevantes e decidir, juntamente com sua equipe médica, a melhor forma de lidar com as informações encontradas. _____(12)_____ A medicina genômica, apesar de ainda cara, já não é mais restrita aos mais ricos e está acessível para a população. Como toda tecnologia de ponta, o custo deve baixar significativamente. Chegará o momento em que isso será feito em todos, ao nascer, auxiliando cada um de nós na busca por uma vida cada vez mais saudável.

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Adaptado de: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/blog/espiral/>. Acesso em: 09 jun. 2016 CILP 2016 – PROVA 1

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A

QUESTÃO 11 Isso permite que revisitemos os mapas genômicos de tempos em tempos, buscando novas informações e nos atualizando sobre o conhecimento científico relevante em cada caso. Comentário: O fragmento anterior destaca que “a ciência avança de forma gradativa”. Este fragmento o complementa uma vez que ele afirma que se devem buscar novas informações e atualizações, uma vez que a ciência avança aos poucos.

B

QUESTÃO 8 Somos orientados a fazer exercícios, a comer menos açúcar, mas tanto médicos como cientistas olham para a média da população e não para cada pessoa. Comentário: o parágrafo anterior trata sobre a medicina preventiva. Todos os exemplos descritos neste parágrafo referem-se, justamente, a isso. Além do mais, as linhas anteriores também tratam sobre o fato de não se levar em consideração o indivíduo, o mesmo que é mencionado ao final deste fragmento do texto.

C

D

Apesar da velocidade das análises genômicas, o conhecimento das vias moleculares afetadas por essas mutações genéticas ainda engatinha. Isso acontece porque desvendar como cada gene atua no cérebro humano requer um tempo maior, pois ainda não temos modelos ideais para isso. QUESTÃO 10 Por exemplo, com esse conhecimento, é possível alterar o ambiente (dieta, frequência de exercício, uso de fármacos específicos, requisição de exames clínicos adicionais, etc.) de forma a manter o indivíduo o mais saudável possível. Comentário: Este fragmento refere-se ao anterior uma vez que está exemplificando o que pode ser feito a partir do conhecimento da causa das doenças genéticas e das variantes que influenciam a saúde das pessoas.

E

QUESTÃO 7 De forma semelhante, alguns autistas (diga-se os menos severos e capazes de se expressar) não buscam a cura, pois também não se consideram doentes. Comentário: Percebe-se que esse é o fragmento seguinte a partir da estrutura ‘de forma semelhante’, logo no início do parágrafo. Ou seja, de forma semelhante aos surdos, os autistas também não consideram isso uma doença. A estrutura ‘para eles’ que inicia o parágrafo seguinte também está relacionada com este fragmento. ‘Para eles’, neste caso, refere-se aos autistas.

F

QUESTÃO 12 Um exemplo disso pode ser encontrado na bibliografia do Steve Jobs, quando se reunia com sua equipe médica para tomar decisões sobre os medicamentos e estilo de vida a ser adotado após cada sequenciamento do seu câncer. Comentário: Este é o exemplo da ‘medicina interativa’, destacada no fragmento anterior.

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G

QUESTÃO 9 É diferente de exames anteriores, como o CGH array ou o cariótipo, que detectam alterações grosseiras no genoma. O sequenciamento genético “lê” cada uma das 3 bilhões de “letras” que compõem a estrutura genética de uma determinada pessoa. Comentário: a estrutura ‘é diferente’ refere-se ao mapa genômico, presente no fragmento anterior, indicando que a realização de um mapa genômico é diferente aos exames mencionados neste fragmento do texto.

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ATIVIDADE 3 Descritor: Compreender com detalhes a temática de textos extensos e complexos que se encontram na vida social, profissional ou acadêmica. INSTRUÇÕES: Leia o texto abaixo. Use as palavras em caixa alta ao final das linhas para derivar UMA nova palavra para completar o espaço em branco na MESMA LINHA. As questões de 13 a 22 referem-se ao texto 3. TEXTO 3

Os hackers da vida real estão alcançando os de Hollywood4 Imagine um mundo em que serviços de internet confiados por milhões de pessoas são invadidos por hackers - mas não pelo valor desses serviços em si, mas sim porque os invasores esperam conseguir informações úteis, especialmente senhas, que sirvam para atacar outros serviços. Imagine, ainda, que nessa mesma realidade, governos de potências mundiais financiam ataques cibernéticos para SABOTAGEM e que eles não poupam nem mesmo as empresas de seus próprios países, realizando INTERCEPTAÇÕES para coletar volumes de dados sem precedentes que precisam ser processados por supercomputadores. Imagine um APAGÃO elétrico em que o operador da estação de energia viu o cursor do seu mouse se mexer sozinho e desligar a subestação, sem que o operador pudesse parar o processo com o próprio mouse em sua mesa. Poderia ter ocorrido em um filme ou seriado de televisão, mas é a realidade. Quase que simbolicamente - mostrando que os hackers de verdade são mesmo melhores que os da ficção -, dois pesquisadores de segurança relataram, em maio, brechas no site da série "Mr. Robot", da USA Networks, que retrata as ações de um grupo de hackers ativistas, o "Fsociety". Mas não é esse SIMBOLISMO que importa. A questão é a realidade: em um mês, criminosos colocaram na internet dados de mais de 800 milhões de contas de redes sociais do MySpace, Tumblr, LinkedIn, Badoo e VK, da Rússia. Esse pacote, apesar de GIGANTESCO, ainda não é nem metade dos 1,8 bilhões de registros contabilizados pelo site "LeakedSource", que reúne informações roubadas. E fica pior: todo esse montante é certamente só uma parte do que já está nas mãos de hackers e que ainda não viu a luz do dia. Esses dados que acabaram de surgir na rede são antigos, DATADOS de 2012 ou 2013. Isso significa que alguém provavelmente ficou até três anos com esses arquivos na mão, por uma razão DESCONHECIDA, mas que deve ser boa - pois, se o interesse fosse apenas vender, como estão fazendo agora, faria muito mais sentido ter vendido essa informação IMEDIATAMENTE, quando ela valia mais. Isso não significa, claro, que quem compra os dados hoje não esteja encontrando utilidade: pessoas reutilizam senhas em serviços de pagamento, programas e lojas, onde é possível obter uma farta quantia 4

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13. SABOTAR 14.INTERCEPTAR 15. APAGAR

16. SÍMBOLO 17. GIGANTE

18. DATA 19. CONHECER 20. IMEDIATO

Adaptado de: <<http://g1.globo.com/tecnologia/blog/seguranca-digital/>. Acesso em: 09 jun. 2016. CILP 2016 – PROVA 1


de informações pessoais para a realização de fraudes. [...] Anote, mas não reutilize senhas Para quem é vítima, fica a seguinte máxima: não é possível reutilizar senhas. As grandes empresas estão fracassando na proteção dos seus usuários. Não é só uma questão de alguma falha complexa ou roubo de dados interno - questões que poderiam ser perdoadas. Mas as senhas armazenadas nos bancos de dados não estavam protegidas de maneira adequada; se estivessem, o impacto desses ataques seria nulo. Não era preciso criatividade para isso, bastava seguir as recomendações de segurança de especialistas. Isso é erro de projeto. É preguiça. É verdade que, se nenhuma senha puder ser REAPROVEITADA, todos teremos dezenas ou centenas de senhas - algo impossível de se lembrar. Mas a sugestão desta coluna sempre foi anotar as senhas e ela permanece. Para as empresas, fica um recado que elas já deveriam ter recebido: segurança não é mais uma opção. Quase todos perceberam a necessidade de armazenar senhas com maior segurança agora e talvez por isso esses dados "antigos" tenham até mais valor do que novas informações COMPARATIVAMENTE inúteis que possam ser obtidas agora, mas isso o futuro nos mostrará.

21. APROVEITAR

22. COMPARAR

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ATIVIDADE 4 Descritor: Identificar e selecionar o vocabulário ou as estruturas gramaticais adequadas para completar textos. INSTRUÇÕES: Leia o texto abaixo e complete os espaços em branco com a alternativa correta. As questões de 23 a 30 referem-se ao texto 4. TEXTO 4 Arqueólogos escavam túmulo de Jesus5 É, a gente sabe: todo ano aparece uma notícia dessas. Mas dessa vez, segundo a National 9 Geopraphic, arqueólogos da Universidade de Atenas estão mais próximos do que nunca de descobrir se o túmulo de Jesus Cristo está realmente ___(23)___ a Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém – como acredita a tradição cristã. Se ___(24)___ tanto tempo para descobrir isso, já deu pra imaginar que essa tarefa não é fácil. E não é mesmo: para começar, o lugar tem uma história caótica, de templo após templo ___(25)___, um em cima da ruína do outro, desde muito antes do imperador Constantino erguer a Basílica, em 4 D.C, sobre o suposto túmulo de Cristo. Apesar da dificuldade da busca arqueológica pela tumba sagrada, ela não era o objetivo inicial dos cientistas: eles foram chamados para fazer um trabalho de conservação da Edícula, um espaço que, em tese, está logo acima do túmulo. Construída em 1300, a estrutura ___(26)___ em 1810 e, então, precisou ser reconstruída – o que escondeu ainda mais o que está enterrado ali. O trabalho de conservação da Edícula pelos arqueólogos começou no ano passado. Mas o restauro foi apenas o começo de uma tarefa muito maior: ___(27)___ contato com partes da estrutura que não eram vistos desde 1550, os cientistas acabaram descobrindo que havia muito mais camadas subterrâneas naquele lugar do que se imaginava até então. Neste ano, os arqueólogos finalmente conseguiram permissão para abrir a Edícula e explorá-la. Como o local é muito sagrado, eles só puderam explorá-lo por pouco tempo – mas foi o suficiente para entrar em contato com algumas estruturas enterradas, que ___(28)___ há mais de mil anos. Uma vez dentro da Edícula, os arqueólogos encontraram uma espécie de laje de mármore, adornada com uma cruz. Seria tentador pensar que aquele era o verdadeiro túmulo de Cristo, mas essa laje era recente demais para isso – datava da época das Cruzadas, bem depois do que se supõe ser a morte do Messias. Assim, continuaram explorando, em busca da tumba original. Poucas horas antes do fim do prazo estabelecido, os pesquisadores finalmente encontraram algo promissor: o que parece ser a camada mais profunda da tumba, no coração da Edícula. Embora os cientistas não tenham encontrado ossos, eles acham que aquele pode ser o lugar final de descanso do judeu que, na época, era conhecido como Jesus. “Pode ser” porque há, ainda, outro problema nessa descoberta: em Jerusalém, existem mais de mil tumbas espalhadas pela cidade, todas muito parecidas ___(29)___ essa – enfeitadas de um jeito bastante rico, como era o costume dos judeus na época em que Jesus ___(30)___. Então, ninguém sabe se aquele é realmente o túmulo de Cristo ou se foi simplesmente escolhido, aleatoriamente, entre todos os outros, como uma representação desse jazigo sagrado.

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Disponível em: <http://super.abril.com.br/historia/arqueologos-escavaram-tumulo-de-jesus/>. Acesso em 13 nov. 2016. CILP 2016 – PROVA 1


Nessa pesquisa arqueológica em busca da tumba cristã, só uma coisa é certa: ainda falta cavar muito chão para encontrar alguma coisa que sirva minimamente de resposta para esses mistérios religiosos. 23. a) sob

b) sobre

c) ao longo de

d) dentro de

Comentário: Tendo em vista que o fragmento que segue o espaço para completar é “a Basílica do Santo Sepulcro”, já são eliminadas as alternativas ‘c’ e ‘d’, devido à presença da preposição ‘de’ nessas alternativas. A alternativa ‘sobre’ caberia do ponto de vista gramatical, mas a frase ficaria sem sentido, pois seria impossível o túmulo estar ‘sobre’ a Basílica. 24. a) conduz

b) levasse

c) levar

d) leva

Comentário: A alternativa ‘a’ pode ser logo descartada, pois no português brasileiro a expressão correta é ‘levar tanto tempo’. As alternativas ‘b’ e ‘c’ tampouco podem ser consideradas, pois o termo ‘levasse’ é utilizado para expressar ‘hipóteses no passado’, que não é o que acontece no texto analisado, enquanto que a forma no infinitivo ‘levar’ também seria utilizada em hipóteses, mas no presente. Desta maneira, a resposta correta é a letra ‘d’, com o verbo conjugado no Presente do Indicativo. 25. a) destruídos

b) sendo construídos

c) em destruição

d)reconstruídos

Comentário: As alternativas ‘a’ e ‘c’ logo são descartadas, pois, pelo contexto, é possível entender que os templos não são destruídos, mas sim construídos. A alternativa ‘d’ também deve ser descartada, pois eles não foram reconstruídos, mas sim ‘construídos’, conforme indica o seguinte fragmento: “um em cima da ruína do outro”. 26. a) pegara fogo

b) incendiara-se

c) pegou fogo

d) abriu fogo

Comentário: Descarta-se a alternativa ‘d’ devido ao fato de a estrutura correta no português brasileiro ser ‘pegar fogo’. As alternativas ‘a’ e ‘b’ também são descartadas, pois este tempo verbal, o Pretérito Mais-que-perfeito, expressa um fato ocorrido antes de outro já terminado, o que também não é o caso. A alternativa ‘c’ é a correta devido ao fato de que o uso do Pretérito Perfeito ‘pegou’ expressa um fato ocorrido no passado e já finalizado. 27. a) em ter

b) ao ter

c) a ter

d) para ter

Comentário: A frase que possui o espaço para ser completado possui outra subordinada a ela. Ao analisarmos a frase subordinada “os cientistas acabaram descobrindo que havia muito mais camadas subterrâneas naquele lugar do que se imaginava até então.”, percebe-se que a alternativa correta é a letra ‘b’. Pode-se, inclusive, fazer a seguinte pergunta: quando isso aconteceu? E a resposta será: ‘ao ter contato’. 28. a) não haviam sido vistas b) não tinha sido vistas

c) não eram vistas

d) não sendo vistas

Comentário: A alternativa ‘b’ é logo eliminada devido ao fato de o verbo ‘tinha’ estar no singular e o sujeito da frase ser ‘algumas estruturas enterradas’. O tempo composto presente nas letras ‘a’ e ‘b’ tampouco são adequados para completar o espaço em branco. 29. a) à

b) com

c) para

d) como

Comentário: Nesta questão, a resposta correta é a letra ‘b’ devido à regência do verbo ‘parecer’ ser a preposição ‘com’.

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30. a) teria morrido

b) morrera

c) tivera morrido

d) morreria

Comentário: As alternativas ‘b’ e ‘c’ são descartadas devido à presença do Pretérito Mais-que-perfeito que, conforme supracitado, é utilizado em ações ocorridas antes de outra já terminada. Da mesma forma, a alternativa ‘d’ não é adequada, pois o uso do Futuro do Pretérito ‘morreria’ não é o adequado para completar o texto.

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GABARITO PROVA 01 – COMPREENSÃO LEITORA E ASPECTOS LINGUÍSTICOS NÍVEL: C1 / CILP 2016

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D SABOTAGEM INTERCEPTAÇÕES APAGÃO SIMBOLISMO GIGANTESCO DATADOS DESCONHECIDA IMEDIATAMENTE REAPROVEITADA COMPARATIVAMENTE A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D A B C D

E E E E E E

F F F F F F

G G G G G G


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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL UCS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS CERTIFICADO INTERNACIONAL DE LÍNGUA PORTUGUESA

Prova 2 – Compreensão auditiva

NÍVEL C1

2016


ATIVIDADE 1 Para responder às questões de 1 a 12, você escutará um monólogo do comediante Chico Anysio1. Você tem agora 1 minuto para ler as questões e as alternativas. Agora, você vai escutar o áudio três vezes. Ao final da terceira reprodução, você terá tempo para responder às perguntas formuladas. Cada questão contém apenas uma alternativa correta. 1. A maior parte da história acontece em a) Maranguape. b) Crato. c) um aeroporto. d) um avião.

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2. Qual destes elementos é considerado o mais preocupante para a pessoa que conta a história? a) O nome da empresa aérea. b) Toda a tripulação do avião. c) O piloto do avião. d) O motor do avião. 3. Para que o avião pudesse decolar, foi necessária a ajuda de a) 8 pessoas. b) 6 pessoas. c) 4 pessoas. d) 1 pessoa. 4. O avião, segundo o locutor, a) decolou de forma tranquila. b) arrancou o corno de alguns animais ao voar. c) decolou de forma brusca. d) voava em uma altura agradável. 5. O maior temor desta pessoa era que a) o avião não conseguisse voar. b) o avião caísse. c) o avião encontrasse algum semáforo fechado. d) o lanche não fosse servido. 6. No avião, a) foi servido um sanduíche. b) a bebida estava liberada. c) foram servidos diversos tipos de empadas. d) era obrigatório o consumo de bebidas alcoólicas. 7.A fila que se formou no avião a) ia desde a cabine até o banheiro. b) ia desde a cabine do comandante até o escritório de Walter Clark. c) diminuía à proporção que o tempo passava. d) diminuiu depois que consertaram a porta do banheiro.

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Áudio disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jgY29VZSS7Q>. Acesso em: 07 de jul. 2016. CILP 2016 – PROVA 2


8. Ao abrir a porta do banheiro, as pessoas a) ficaram mais tranquilas. b) respeitaram o seu turno. c) ficaram ainda mais nervosas. d) quiseram entrar todas ao mesmo tempo. 9. O comandante do avião, a) ordenou que todos ficassem calados. b) organizou a fila do banheiro. c) foi o primeiro a utilizar o banheiro. d) foi quem conseguiu consertar a porta do banheiro.

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10. Todas as pessoas que estavam no avião a) se recusaram a sentar. b) ficaram furiosas com o comandante. c) aguardaram silenciosamente a sua vez de utilizar o banheiro. d) obedeceram o piloto. 11. Como foi organizada a utilização do banheiro? a) De acordo com o primeiro nome das pessoas. b) Mulheres e crianças tiveram a preferência. c) De acordo com o apelido dos passageiros. d) De acordo com a idade das pessoas. 12. A pessoa que conta a história se chama a) Adamastor. b) Phrancisco. c) Francisco. d) Elisário.

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ATIVIDADE 2 Para responder às questões de 13 a 20, você escutará o áudio Sotaques2. Você tem agora 1 minuto para ler as questões e as alternativas. Agora você vai escutar o áudio três vezes. Ao final da terceira reprodução, você terá tempo para responder às perguntas formuladas. Cada questão contém apenas uma alternativa correta. 13. As duas pessoas a) se tratam informalmente. b) ocupam posições diferentes dentro da empresa na qual trabalham. c) se tratam de maneira formal. d) são amigas.

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14. O entrevistado a) é do interior. b) vive no interior. c) já viveu no interior. d) gosta muito do interior. 15. Com relação à profissão, o entrevistado a) vende aparelhos de informática. b) já atuou no ramo de computadores. c) foi professor de Matemática em Portugal. d) ainda trabalha com informática. 16. O sotaque do norte do país do entrevistado está relacionado com a) momentos de euforia. b) momentos que passa ao lado de sua mulher, que é nordestina. c) momentos de alegria. d) momentos de êxtase. 17. O sotaque gaúcho aparece quando Jorge a) nega alguma informação. b) fica encabulado. c) fica feliz. d) lembra de fatos passados. 18. Quanto o entrevistado gostaria de ganhar? a) Não mais do que cinco mil reais. b) Entre seis e sete mil reais. c) Dezessete mil reais. d) Dezesseis mil reais. 19. O entrevistador diz que a) o entrevistado tem problemas. b) o currículo do entrevistado é razoável. c) gostou muito de conhecer o entrevistado. d) entrará em contato com o entrevistado.

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Áudio disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GVTQO9czBsI>. Acesso em: 07 de jul. 2016. CILP 2016 – PROVA 2


20. ApĂłs a entrevista, o entrevistado a) voltou para a empresa para saber o resultado. b) ficou curioso e ligou para o entrevistador. c) ficou muito envergonhado mas, assim mesmo, ligou para o entrevistador. d) entrou em contato com o entrevistador atravĂŠs de aplicativos de mensagens.

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CILP 2016 – PROVA 2


GABARITO PROVA 02 – COMPREENSÃO AUDITIVA NÍVEL: C1 / CILP 2016

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CILP 2016 / NÍVEL: C1 TRANSCRIÇAO DOS ÁUDIOS DA PROVA 2 - COMPREENSÃO AUDITIVA ATIVIDADE 1 – Monólogo Chico Anysio1 Eu ia de Maranguape para o Crato e cheguei no saguão do aeroporto, e o alto-falante disse: “passageiro com ficha cor de jerimum, pode tomar seu lugar no bicho e adeus”. E aquele „adeus‟ me preocupou porque, pelo que eu sei, aeroporto de alto-falante diz „boa viagem‟, aí eu fui procurar ver o avião e, de fato, para aquele avião a palavra „adeus‟ era melhor empregada. Começa que a empresa chamava-se Maranguape Transportes Aéreos, e a sigla era MATA. Bom, o avião era uma carroceria de caminhão, que eles fecharam com cartolina, puseram duas folhas de palmeira como asa, um motor de um buick 38 que era do padre e, na frente, aquele ventilador de repartição pública. Mas a fila „tava‟ andando, eu „tava‟ na fila, entrei2, sentei, entrou a tripulação, o comandante, o copiloto, a aerovelha... 86 anos. O comandante me deixou muito tranquilo3 porque ele entrou, olhou para o copiloto e perguntou: a mudança é igual a de fusca? Ali eu já vi que ele entendia. Fiquei tranquilo. Aí ele tentou ligar o avião. [onomatopeia do ruído do avião]. Ele abriu a janela e disse: “menino me dá um empurrãozinho aí para ver se pega”. Aí juntaram 84, empurraram o avião, ele pegou, trepidava um pouco, tanto que meu relógio veio parar aqui, eu não podia reclamar porque o avião estava voando, ele vinha a uma boa altura, vinha a metro e meio do solo, chifre de touro que eu contasse arrancou oito5, mas se tá voando „vamo‟ lá. Meu medo era que algum farol fechasse.6 Aí aconteceu a tragédia. Serviram o lanche. Porque lanche de avião é um sanduichinho, um refresco. Não! Serviram uma empada para cada passageiro, ainda me lembro, empada de jaca e cervejas tantas quantas quiséssemos7. Aí é aquilo né? Bebe cerveja, bebe cerveja, bebe cerveja, bebe cerveja, não tem saída. A cerveja conduz ao muro. Aí eu notei que começava a se formar uma fila no corredor do avião que ia desde a cabine do comandante até o escritório do Walter Clark8. Até as iniciais dele „tavam‟ na porta. E o pior é que a fila não diminuía. À proporção que o tempo passava, a fila aumentava. É que a porta tinha enguiçado e ninguém abria. “Num brinca”, sempre tem um mais nervoso, “eu bebi oito”. Um deputado paraibano já fez valer seus direitos: quando abrir, o primeiro sou eu porque eu tenho imunidade parlamentar. “Chama o mecânico de bordo”. Veio o mecânico, com uma chave de fenda da máquina Singer, abriu e foi pior, porque a porta era dessa largura. Quer dizer, uma porta, por onde mal passava um, quiseram passar todos ao mesmo tempo9. Aí embolou. “Primeiro eu, que já comecei. Ai que quentinho!” O comandante falou: voltem todos para seus lugares que eu vou fazer uma lista e vou chamar um de cada vez10. Dentro do avião a voz do comandante é a voz suprema, voltou todo mundo11, um disse: “comandante se eu me mexer daqui pode tirar meu nome da lista que não vai mais nem 1

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jgY29VZSS7Q>. Acesso em: 30 jun. 2016. Questão 1. A partir deste momento, a história toda se passa dentro de um avião. 3 Questão 2. Aqui, ele está sendo irônico. 4 Questão 3. 5 Questão 4. 6 Questão 5. 7 Questão 6. 8 Questão 7. Ao referir-se ao escritório de Walter Clark, ele se refere, na realidade, ao banheiro, devido às iniciais do nome WC, que, por sua vez, refere-se à sigla em inglês para Water Closet. 9 Questão 8. 10 Questão 9. 11 Questão 10. 2


CILP 2016 / NÍVEL: C1 TRANSCRIÇAO DOS ÁUDIOS DA PROVA 2 - COMPREENSÃO AUDITIVA precisar.” Mas aí, tem que obedecer. Aí voltou todo mundo. Uns como puderam voltar. Uma moça, coitada, nem pôde negar ter voltado porque o rastro denunciava. O deputado foi conduzido. Pegaram o deputado pelo colo e o depositaram em uma cadeira ele ainda diz “traz um plástico”. Um senhor gordo, vinha devagar pelo corredor, o que vinha atrás „tava‟ com pressa, ele disse “vai”, e ele “fuuuuiiii”. Aí o comandante disse: “eu vou chamar por ordem alfabética”12. Diz o baixinho lá atrás: “comandante, meu nome é Itazoroache, mas „tá‟ errado. Eu me chamo Abigail”. “Não interessa. É o nome da passagem”. “Adamastor!” Adamastor levantou, entrou, demorou um pouco, saiu, foi muito aplaudido. “Adamastor, qual é que é?” “É big, é big, é big, é big, é big.” No big big uns quatro saíram da lista. “Elisário!” Elisário levantou, entrou, deu um grito. “Que foi Elisário?” “É que minha calça é de fecho Klein e eu „tô‟ com pressa. Biliscou quase arranca.” “Camilo!” “Eu sou um dos quatro do big, big, big aqui já tá tudo certo. Vou ter que tirar a segunda via dos documentos.” “Dulcílio!” Dulcílio entrou, quando o Dulcílio ia entrando um gritou: “com revista não”. Eu aí já „tô‟ preocupado porque meu nome é Francisco13, eu sei lá se escreveram com ph? Aí “Francisco!”, eu levantei, quando eu vou entrando o capitão me segurou. “O senhor, não”. Falei: “capitão eu preciso”. “O senhor, não. Eu vi, o senhor não bebeu a cerveja”. Falei: “capitão, mas eu comi a empada.” ATIVIDADE 02 - SOTAQUES14 - Opa! - Opa!15 - Aqui que que é a entrevista de emprego? - Isso, entra aí. - Tudo bem? Sou o Rui, prazer! - Prazer, eu sou o Jorge. 12

Questão 11. Questão 12. 14 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GVTQO9czBsI>. 15 Questão 13. Através deste cumprimento, percebe-se que o tratamento entre as duas pessoas é informal. 13


CILP 2016 / NÍVEL: C1 TRANSCRIÇAO DOS ÁUDIOS DA PROVA 2 - COMPREENSÃO AUDITIVA - Senta aí, Jorge. - Você é do interior? - Só quando eu me apresento. Eu cresci no interior16, daí quando eu me apresento ficou o sotaque. - Entendi. - Você vende informática, tá dizendo aqui. - Sim, trabalhei com informática dezesseis, dezessete anos17. - Quê? - Dezessete. Dez mais sete. - Eu entendi, mas por que você está falando desse jeito? - Ah, perdão, é que eu estudei matemática em Portugal, daí toda vez que eu falo números, eu falo com o sotaque de lá. - Entendi. É, Jorge, bom, seu currículo é ótimo... - Ah, ótimo é tu, visse? - O que que foi isso agora? - Perdão, quando eu fico feliz eu acabo falando com sotaque nordestino18, minha mulher é nordestina. - „Tá‟, „tá‟, „tá‟ ótimo. Entendi. - „Entendesse‟, que bom que „entendesse‟, viu? - Você já teve experiência no ramo? - Não, com certeza não. Desculpa, é que meu filho é paulista, daí toda vez que eu nego alguma coisa sai um paulista. - Jorge, você tem algum problema? - Capaz, se eu tenho problema, viu? Desculpa, eu fiquei envergonhado. Toda vez que eu fico envergonhado sai gaúcho19, porque a maior vergonha da minha vida foi em Porto Alegre, daí só de lembrar eu já fico falando em gaúcho. - „Tá‟. Pretensão salarial, qual seria? - Seis a sete mil reais, com certeza não mais do que isso. Não, mais não20. Dezessete mil reais eu ficaria até envergonhado de pedir, né, tchê. Seis mil e seiscentos, seis mil e setecentos seria perfeito, visse. - Bom, então a gente te liga „tá21‟. Foi um prazer. - Muito prazer. - Bah, desculpa estar insistindo tá, mandando estes áudios no WhatsApp 22né, estou bastante envergonhado de estar fazendo isso né tchê, mas, é que eu não recebi nenhuma resposta sua, não 16

Questão 14. Questão 15. 18 Questão 16. 19 Questão 17. 20 Questão 18. 21 Questão 19. 17


CILP 2016 / NÍVEL: C1 TRANSCRIÇAO DOS ÁUDIOS DA PROVA 2 - COMPREENSÃO AUDITIVA costumo fazer isso mas é que já são cinco, seis dias que eu não recebo nenhuma resposta, então estou bastante curioso para saber o resultado dessa entrevista, ah, desculpa estar falando mineiro, é que eu passei minha adolescência em Minas e eu tinha bastante curiosidade, então toda vez que eu estou curioso eu acabo falando em „mineirês‟, né, então é isso, desculpa a vergonha, misturada com a curiosidade né, mas eu queria saber o que aconteceu aí com a minha entrevista, né. Não vou insistir mais, tá? Juro que eu não vou.

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Questão 20.


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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL UCS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS CERTIFICADO INTERNACIONAL DE LÍNGUA PORTUGUESA

Prova 3 – Expressão e interação escrita NÍVEL C1

2016


ATIVIDADE 1 Você assistirá a uma reportagem que trata sobre o uso da internet no local de trabalho. Ela será reproduzida duas vezes e você poderá fazer anotações. Em seguida, escreva um texto argumentativo que: a) resuma os principais pontos abordados na reportagem; b) destaque os pontos positivos e negativos da internet no trabalho; c) exponha a sua opinião sobre o tema. Vídeo disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=In-SuubyuKI>. Acesso em: 14 jul. 2016.

1 ATIVIDADE 2 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou um estudo sobre o uso da internet no Brasil. Observe o gráfico presente na Figura 1 e elabore um texto interpretando-o. No texto você deverá: a) apresentar os dados apontados no gráfico; b) comparar os dados atuais com os dados de anos anteriores; c) indicar as possíveis causas deste resultado. Figura 1

Fonte: <http://www.mobiletime.com.br/06/04/2016/celular-ultrapassa-pc-como-principal-meiode-acesso-a-internet-nas-residencias-brasileiras/437327/news.aspx>. Acesso em: 14 de jul. 2016.

CILP 2016 – PROVA 3


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Prova 4 – Expressão e interação oral NÍVEL C1

2016


ATIVIDADE 1 Leia a notícia do Jornal Folha de São Paulo e, em seguida: a) resuma-a ao entrevistador, contando-a com suas palavras; b) indique se você concorda ou não com as informações que ela traz; c) converse com o entrevistador sobre ela. Concentração no estudo depende do valor que damos para educação1 A capacidade de se concentrar nos estudos, passo fundamental para memorização de conteúdos, depende do bom funcionamento do cérebro –mais especificamente do “lobo frontal”, que fica na parte da frente da cabeça. Mas não é só isso: fatores externos também influenciam (e muito!) o processo. O Abecedário conversou com neurologistas e com psicólogos para saber o que depende do cérebro e quais 1 fatores são comportamentais na hora de estudar. Resultado? “As questões inatas do cérebro são acompanhadas pelo ambiente”, diz o neurologia Jayme Antunes, da Abneuro (Associação Brasileira de Neurologia). “É preciso ter um ambiente propício para a educação”, explica Antunes. Planejamento e gestão de tempos são essenciais para estudar Para a psicologia, a capacidade de manter atenção e o foco nos estudos está ligada à importância que cada pessoa dá para a educação. Se estudar for uma atividade sem sentido, o indivíduo simplesmente não consegue manter o foco. “Dependendo do valor que uma atividade tem para uma pessoa, ela se concentra mais”, diz Saulo Missiaggia Velasco, especialista da Pró-Estudo, empresa de São Paulo que orienta alunos a estudar do ponto de vista comportamental. Mais: de acordo com Velasco, o hábito de se manter concentrado estudando pode ser aprendido ao longo da vida —na escola, na família, na vida. “Isso é resultado da história de cada pessoa com a educação”, explica. Tem gente que coleciona tantas histórias de fracasso na escola que acaba desenvolvendo uma espécie de aversão por estudar. Com esse peso negativo, fica impossível se manter concentrado, por exemplo, em uma lição de casa. CASTANHAS Não para por aí: a alimentação também influencia a capacidade cognitiva e nossa habilidade de concentração. De acordo com um estudo publicado no ano passado pela revista científica “Neurology”, a chamada dieta mediterrânea —rica em peixes, frutas e castanhas— ajuda a manter o foco e a memória. A neurologia também defende que quem recebeu mais estímulos na chamada “primeira infância”, do zero aos seis anos de idade, tem melhor capacidade cognitiva. “Nessa idade, iniciamos a multiplicação da rede neuronal”, explica José Renato Bauab, do hospital Sírio Libanês. É até os seis anos que desenvolvemos as conexões cerebrais (sinapses) responsáveis pelo processamento das informações. A capacidade de se concentrar também está diretamente ligada a fatores como a qualidade do sono, diz Bauab. Essa dica é especialmente importante para quem entra madrugadas estudando e acaba desregulando o horário de dormir. Quem acorda muito durante a noite também não consegue entrar em sono profundo e perde a capacidade de foco e de memorização. RIGHETTI, Sabine. Concentração no estudo depende do valor que damos para educação. Folha de São Paulo, 18 mai. 2016. Disponível em: < http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2016/05/18/concentracao-no-estudo-depende-dovalor-que-damos-para-educacao/>. Acesso em: 11 ago. 2016. CILP 2016 – PROVA 4 1


ATIVIDADE 2 Escolha um dos temas que lhe são oferecidos e: a) realize uma exposição oral sobre ele; b) converse com o entrevistador sobre este tema. CILP 2016 NÍVEL: C1

MEDICINA CASEIRA: UMA ALTERNATIVA? CILP 2016 NÍVEL: C1

O USO DA INTERNET PARA SERVIÇOS FINANCEIROS CILP 2016 NÍVEL: C1

APARTAMENTO: ALUGAR OU COMPRAR?

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