Centro de Apoio para Crianças e Adolescentes em Contraturno Escolar - Pesquisa

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Simone Gambini Rubin CENTRO DE APOIO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES | CONTRATURNO ESCOLAR Pesquisa

Pesquisa apresentada ao curso de Arquitetura

e

Universidade

Urbanismo

Franciscana,

da como

requisito parcial para a aprovação na disciplina

de

Trabalho

Graduação I.

Orientadora: Prof. Me. Juliana Lamana Guma Professora da Disciplina: Prof. Me. Liese Basso Vieira

Santa Maria – RS 2020

Final

de


AGRADECIMENTOS Privilégios. Hoje eu gostaria de agradecer e reconhecer os meus privilégios. Privilégio de ter uma família que me apoiou quando eu disse que queria estudar, que queria fazer faculdade, que queria me mudar de cidade para ir atrás de um sonho. Privilégio em me apoiarem pela segunda vez, quando descobri que o sonho que tinha desde criança não era real, e que o que realmente fazia diferença na minha vida era poder trabalhar com profissões palpáveis, que mudavam vidas de todas as classes sociais e poderes aquisitivos. Profissão essa, que vai além de números, dinheiro e status: Arquitetura e Urbanismo. Obrigada família por me proporcionar o privilégio que é estudar, fazer uma faculdade e crescer profissionalmente. Privilégio este, que poucas pessoas conseguem ter e por isso é tão valioso. Obrigada. Privilégio de ser rodeada por pessoas que me escutam: rede de apoio. Privilégio de ter amigos, muito mais que amigos, pessoas que tem empatia pelo o que eu sou e pelo o que eu faço. Que nos momentos que eu mais precisei, estavam dispostos a me escutar. Obrigada amigos por me por proporcionarem esse privilégio que é ter uma rede de apoio sólida. Privilégio este, que com a pressa que o mundo exige que tenhamos, vocês não recuam. Obrigada. Privilégio de estar no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas: professores. Privilégio ser educada por seres com tanta luz, já que o significado de aluno é sem luz (kkk). São professores, são amigos, são companheiros, são pessoas para levar para o resto da vida. Obrigada professores por me proporcionarem esse privilégio que é ser aluna de vocês. Privilégio este, que mesmo em um mundo onde a ganância prevalece, vocês continuam firmes e prontos para nos educar. Obrigada. Privilégio de cursar Arquitetura e Urbanismo. Curso que me ensinou que cidade não é apenas uma selva de pedras, e sim um local com infinitas possibilidades e visões. Obrigada Arquitetura e Urbanismo, por ser esse privilégio!


RESUMO O número de crianças e adolescentes em vulnerabilidade social no Brasil ainda é significativo, articular centro e periferia, através de equipamentos públicos com arquitetura de qualidade é uma maneira de minimizar essa necessidade que enfrentamos. A presente pesquisa tem como objetivo ampliar os conhecimentos e ter maior embasamento sobre as atividades que auxiliem na formação de crianças e adolescentes no contraturno escolar, para assim projetar o Centro de Apoio para Crianças e Adolescentes em Contraturno Escolar. Sua implantação será dada na Vila Maringá, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, bairro onde existe segundo maior percentual de crianças e adolescentes por habitante da cidade. O projeto visa oferecer espaços adequados de ressocialização com possibilidade de oficinas, estudos, brincadeiras e lazer para a comunidade em geral, principalmente para crianças e adolescentes no contraturno escolar. Além disso, através de diretrizes, o projeto proporciona espaços de permanência, lazer e esporte para a população que vive na Vila Maringá, locados em dois lotes complementares, articulando o Centro de Apoio com o restante do bairro.

Palavras-chave: Contraturno, arquitetura, periferia.


ABSTRACT The number of children and adolescents in social vulnerability in Brazil is still significant, articulating center and periphery, using public facilities with quality architecture is a way to minimize this need that we face. The present research aims to expand knowledge and have a greater basis on the activities that assist in the training of children and adolescents during school hours, in order to design the Support Center for Children and Adolescents in School Hours. Its implementation will take place in Vila Maringรก, in Santa Maria, Rio Grande do Sul, where there is the second highest percentage of children and adolescents per inhabitant of the city. The project aims to offer adequate spaces for re-socialization with the possibility of workshops, studies, games and leisure for the community in general, especially for children and adolescents during school hours. In addition, through guidelines, the project provides spaces for permanence, leisure and sport for the population living in Vila Maringรก, located in two complementary lots, articulating the Support Center with the rest of the neighborhood.

Keywords: Counterpart, architecture, periphery.


ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1 - PIRÂMIDE ETÁRIA BAIRRO DIÁCONO JOÃO LUIZ POZZOBON, VILA MARINGÁ................................................... 20 FIGURA 2: ESCADA ROLANTE. COMUNA 13, MEDELLÍN, COLOMBIA. .................................................................................... 27 FIGURA 3: GRÁFICO EXPLICATIVO SOBRE AS MISSÕES DAS UVAS PARA A SOCIEDADE. ..................................................... 29 FIGURA 4: LOCALIZAÇÃO DA UVA SOL DO ORIENTE............................................................................................................. 30 FIGURA 5: CROQUIS DA EVOLUÇÃO DE PROJETO. UVA SOL DO ORIENTE, MEDELLÍN, COLOMBIA. ...................................... 31 FIGURA 6: MAQUETE ELETRÔNICA EXPLODIDA, MOSTRANDO PROGRAMA DE NECESSIDADES DO LOCAL. ............................ 31 FIGURA 7: MAQUETE FÍSICA DA UVA SOL DO ORIENTE. ....................................................................................................... 32 FIGURA 8: VISTA SUPERIOR, UVA SOL DO ORIENTE. ............................................................................................................ 33 FIGURA 9: QUADRA POLIESPORTIVA INTERNA, UVA SOL DOO ORIENTE. ............................................................................. 34 FIGURA 10: PLANTAS BAIXAS DO PRIMEIRO MODELO: 700M². ESTAÇÃO CIDADANIA - CULTURA, EDU. ............................ 35 FIGURA 11: MAQUETE ELETRÔNICA EXTERNA, MODELO 01 (700M²), ESTAÇÃO CIDADANIA - CULTURA, CEU.................... 36 FIGURA 12: PLANTAS BAIXAS DO SEGUNDO MODELO: 3000M². ESTAÇÃO CIDADANIA - CULTURA, EDU. ......................... 36 FIGURA 13: MAQUETE ELETRÔNICA EXTERNA, MODELO 02 (3000M²), ESTAÇÃO CIDADANIA - CULTURA, CEU. .............. 37 FIGURA 14: PLANTAS BAIXAS DO TERCEIRO MODELO: 7000M². ESTAÇÃO CIDADANIA - CULTURA, EDU. ......................... 38 FIGURA 15: MAQUETE ELETRÔNICA EXTERNA, MODELO 03 (7000M²), ESTAÇÃO CIDADANIA - CULTURA, CEU. .............. 38 FIGURA 16: LOCALIZAÇÃO DA CASA AMARELA PROVIDÊNCIA. ............................................................................................. 39 FIGURA 17: CASA AMARELA PROVIDÊNCIA. ...........................................................................................................................40 FIGURA 18: SALA MULTIUSO, CASA AMARELA PROVIDÊNCIA. ...............................................................................................41 FIGURA 19: LAJE MULTIUSO, CASA AMARELA PROVIDÊNCIA. .............................................................................................. 42 FIGURA 20: ELEMENTO PRINCIPAL DA CASA AMARELA PROVIDÊNCIA. ............................................................................... 43 FIGURA 21: LOCAL DE INTERVENÇÃO. .....................................................................................................................................45 FIGURA 22: BAIRRO DIÁCONO JOÃO LUIZ POZZOBON, VILA MARINGÁ. ............................................................................... 46 FIGURA 23: MAPA MOSTRANDO EDIFICAÇÕES IMPORTANTES DA VILA MARINGÁ. ............................................................... 47 FIGURA 24: MAPA MICRO DE ACESSOS AOS TERRENOS. .......................................................................................................48 FIGURA 25: MAPA DE MOBILIDADE URBANA DA VILA MARINGÁ........................................................................................... 49 FIGURA 26: MAPA DE ZONEAMENTO URBANÍSTICO DO 1º DISTRITO DE SANTA MARIA.......................................................... 50 FIGURA 27: MAPA DE USO DOS SOLOS DA VILA MARINGÁ.................................................................................................... 50 FIGURA 28: REDE DE ESGOTO DO ENTORNO IMEDIATO. ......................................................................................................... 52 FIGURA 29: REDE ELÉTRICA DO ENTORNO IMEDIATO. ............................................................................................................ 52 FIGURA 30: MAPA INDICATIVO DAS VISUAIS FOTOGRAFADAS. .............................................................................................. 53 FIGURA 31: VISUAIS 01, 02, 03 E 04......................................................................................................................................54 FIGURA 32: VISUAIS 05, 06, 07 E 08. ................................................................................................................................... 55 FIGURA 33: VISUAIS 09, 10, 11 E 12. ....................................................................................................................................... 55 FIGURA 34: ESQUEMA 3D DA ÁREA DE INTERVENÇÃO. ......................................................................................................... 56 FIGURA 35: PLANTA BAIXA COM CURVAS DE NÍVEL. .............................................................................................................. 56 FIGURA 36: IMPLANTAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO. ........................................................................................................ 57 FIGURA 37: CORTE A-A' DA ÁREA DE INTERVENÇÃO. ........................................................................................................... 58


FIGURA 38: CORTE B-B' DA ÁREA DE INTERVENÇÃO. ........................................................................................................... 59 FIGURA 39: ESTUDO DE INSOLAÇÃO NO PERÍODO DA MANHÃ. .............................................................................................. 60 FIGURA 40: ESTUDO DE INSOLAÇÃO NO PERÍODO DA TARDE. ............................................................................................... 60 FIGURA 41: REFERÊNCIAS PARA A ÁREA COMPLEMENTAR 01............................................................................................... 66 FIGURA 42: REFERÊNCIAS PARA A ÁREA COMPLEMENTAR 02. ............................................................................................ 67 FIGURA 43: FLUXOGRAMA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO.......................................................................................................... 68 FIGURA 44: FLUXOGRAMA DAS ÁREAS COMPLEMENTARES. ................................................................................................. 69

ÍNDICE DE TABELAS TABELA 1: TABELA DE ÍNDICES URBANÍSTICOS E AFASTAMENTOS DO 1º DISTRITO DE SANTA MARIA/RS. .......................... 49 TABELA 2: SETOR ADMINISTRATIVO. ...................................................................................................................................... 63 TABELA 3: SETOR ESPORTIVO................................................................................................................................................. 64 TABELA 4: SETOR CULTURAL. ................................................................................................................................................ 64 TABELA 5: SETOR DE SERVIÇO. .............................................................................................................................................. 64 TABELA 6: SETOR DE ALIMENTAÇÃO. ..................................................................................................................................... 64 TABELA 7: SETOR ESPORTIVO DA ÁREA COMPLEMENTAR 01. ................................................................................................ 65 TABELA 8: SETOR DE SERVIÇO DA ÁREA COMPLEMENTAR 01. .............................................................................................. 65 TABELA 9: SETORIZAÇÃO DA ÁREA COMPLEMENTAR 02. ...................................................................................................... 67


Sumário

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 10 1.

APRESENTAÇÃO DO TEMA .................................................................................................... 12

2.

JUSTIFICATIVA ...........................................................................................................................14

3.

OBJETIVOS .................................................................................................................................. 17

4.

3.1.

Objetivo geral ..................................................................................................................... 17

3.2.

Objetivos específicos ....................................................................................................... 17

REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................................... 19 4.1.

A realidade das crianças e adolescentes nas periferias urbanas brasileiras e

em Santa Maria/RS ...................................................................................................................... 19 4.2.

Contraturno escolar: conceito, importância, atividades e legislação ............ 22

4.3.

A influência da arquitetura de qualidade em espaços de apoio e

socialização................................................................................................................................... 24 5.

6.

REFERENCIAL PRÁTICO ........................................................................................................ 29 5.1.

UVA – Sol do Oriente ...................................................................................................... 29

5.2.

CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados ....................................................... 34

5.3.

Casa Amarela Providência ........................................................................................... 39

ÁREA DE INTERVENÇÃO ........................................................................................................ 45 6.1.

Mobilidade urbana ...........................................................................................................48

6.2.

Índices urbanísticos e uso do solo ............................................................................. 49

6.3.

Rede de Infra-estrutura ................................................................................................. 51

6.4.

Levantamento fotográfico do terreno e do entorno imediato............................ 53

6.5.

Levantamento plani-altimétrico ................................................................................. 56

6.6.

Elementos técnicos do lote principal ........................................................................ 57

6.7.

Microclima ......................................................................................................................... 59


7.

PRÉ-PROGRAMA DE NECESSIDADES .............................................................................. 63 7.1.

Pré-programa de necessidades para áreas complementares ......................... 65

7.2.

Fluxograma ....................................................................................................................... 68

8.

METODOLOGIA ........................................................................................................................... 71

9.

CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 73

10.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 75


INTRODUÇÃO A temática abordada no presente Trabalho Final de Graduação I surgiu da inquietude e observação, de que muitas crianças e adolescentes não tem para onde ir no contraturno escolar. Essa realidade sempre esteve presente nas periferias das cidades, onde crianças e adolescentes são educados e ensinados a ter responsabilidades extracurriculares quando não estão na escola, com o intuito de ajudar nos afazeres domésticos ou na renda familiar, ficam sozinhos em suas casas ou soltos nas ruas em situação de vulnerabilidade. Além de fragilizar o desenvolvimento escolar e social, tal realidade potencializa o risco dessas crianças e adolescentes ficarem suscetíveis a: uso de drogas, trabalho infantil irregular e diversos abusos (verbais, físicos, sexuais). No decorrer do presente trabalho, autores e dados científicos foram apresentados como justificativa da temática, embasando a necessidade do equipamento proposto. Além disso, itens como referencial teórico e prático, programa

de

necessidades

e

local

de

intervenção,

foram

apresentados

fundamentando o projeto arquitetônico que será desenvolvido na disciplina de

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Trabalho Final de Graduação II.



1. APRESENTAÇÃO DO TEMA O presente Trabalho Final de Graduação I, possui como tema a proposta de um Centro de Apoio para Crianças e Adolescentes em Contraturno Escolar, na Vila Maringá em Santa Maria no Rio Grande do Sul. O projeto visa oferecer espaços adequados de ressocialização com possibilidade de oficinas, estudos, brincadeiras e lazer para a comunidade em geral, principalmente para crianças e adolescentes no contraturno escolar. Sendo um lugar de apoio para famílias da região, como alternativa de curadoria, sem preocupações, para seus filhos enquanto cumprem suja jornada de trabalho. O equipamento visa também proporcionar transformações no espaço urbano do bairro, fomentando o encontro de cidadãos, esporte, educação, recreação, cultura e participação comunitária. Promovendo equilíbrio entre bairro e cidade, com o objetivo de tornar a cidade uma gleba homogênea e consciente, com qualidade de vida em todos os âmbitos da mesma. Alguns autores afirmam que: “A educação integral precisa de toda a cidade. Do teatro à banca de jornal; do museu ao campinho de futebol; do clube à casa do vizinho; precisa de tudo. Espaços edificados e espaços livres de edificação. A escola integral precisa das ruas. Ao contrário do que muitos pensam e desejam, não quer tirar as crianças das ruas, mas, sim, dar-lhes a oportunidade e o direito do reencontro.” (AZEVEDO, RHEINGANTZ, TÂNGARI, 2017, p. 42)

Portanto, o Centro de apoio para crianças e adolescentes em Contraturno Escolar poderá ser um ponto de referência para a região, descobrindo o que realmente a população necessita e gostaria de ter no espaço, gerando sentimento de pertencimento e cuidado. Por isso, além do lote definido para o projeto arquitetônico, foram mapeados outros espaços próximos, que serão trabalhados como diretrizes, que poderiam complementar esse equipamento. Dessa forma, acredita-se que com arquitetura de qualidade, os índices socioeconômicos e culturais do bairro possam

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melhorar a partir da promoção de uma melhor qualidade de vida para os mesmos.



2. JUSTIFICATIVA Estudos demonstram que o desejo de articular escolas com a comunidade, através da abertura de seus espaços ao uso livre, voltou a ganhar destaque com as construções dos Centro Educacionais Unificados – CEUs, entre 2001 e 2005, durante a gestão de Marta Suplicy (AZEVEDO, RHEINGANTZ, TÂNGARI, 2017, p. 28). Eles foram criados para suportarem um programa adequado para a população da periferia com ações culturais, práticas, esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à violência e de inclusão digital. Além de promover a cidadania em territórios de alta vulnerabilidade social das cidades brasileiras. Se considerados os dados dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade que reúne 34 países, quase todos eles do chamado Primeiro Mundo, o Brasil ficaria em quarto lugar entre os de maior jornada de trabalho (VEJA, 2016). Onde os salários não são compatíveis com a realidade econômica do país, assim o contraturno escolar público se torna um equipamento de suma importância no contexto familiar para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Sobre esta temática, na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, é possível observar através dos dados do censo demográfico, realizado em 2010 pelo IBGE, que o Bairro Diácono João Luiz Pozzobon (IPLAN, 2020), que abrange a Vila Maringá, é o segundo bairro com maior número de crianças e adolescentes na cidade. Sendo assim, se torna cada vez mais pertinente fomentar a educação e cultura em contraturno escolar na região. Hoje há duas escolas municipais e ensino fundamental na região, Escola Municipal de Ensino Fundamental Diácono João Luiz Pozzobon e Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria de Lourdes. Além disso, a região também possui a Escola Municipal de Educação Infantil Ady Schneider Beck, que contempla crianças de 1 à 5 anos. A implementação de contraturno escolar na região em questão, possibilita o aumento da qualidade de vida e desenvolvimento socioeconômico, pois tem

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escolar da região, e podendo se tornar exemplo de desenvolvimento para a cidade

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atividades que acolhem uma parte importante da população aumentando o nível


como um todo. O objetivo é possibilitar a prática de esportes, cultura, ressocialização, reforço escolar e lazer através de espaços projetados para esta comunidade. O lote para implantação do equipamento proposto neste TFG é estratégico, pois localiza-se no mesmo quarteirão da Escola Diácono Jõao Luiz Pozzobom, da escola de educação infantil local e próximo da Unidade de Saúde do Bairro. Ainda, foram elencados outros dois lotes potenciais para a implantação de atividades complementares que atenderiam a todos os moradores. Sendo assim, o equipamento cumprirá seu papel de articular programa e cidade, gerando referencial urbano para o bairro e recuperando espaços que antes estavam em desuso ou sendo usados inadequadamente. Além disso, o equipamento traz maior segurança para a região,

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com iluminação e atividades que geram alternativas para a vida no espaço urbano.



3. OBJETIVOS Os objetivos apresentados nos itens 3.1 e 3.2, referem-se a etapa de Pesquisa do Trabalho Final de Graduação I.

3.1.

Objetivo geral Ampliar os conhecimentos e ter maior embasamento sobre as atividades que

auxiliem na formação de crianças e adolescentes no contraturno escolar para projetar um equipamento adequado a esta demanda.

Objetivos específicos o Compreender como é o funcionamento das periferias no Brasil, Santa Maria e principalmente o Bairro Diácono João Luiz Pozzobon, Vila Maringá. Para obter dados sobre a população que vive em vulnerabilidade

social

nas

periferias,

sem

condições

de

dar

continuidade aos estudos a fim de dar suporte ao núcleo familiar. o Ter melhor entendimento e embasamento do projeto através de outras áreas de conhecimento, como: psicologia, pedagogia, serviço social. o Entender e aprofundar o funcionamento de equipamentos que comportam contraturno escolar no Brasil e no mundo, através do estudo de referenciais práticos para definir as diretrizes do projeto arquitetônico que será proposto em TFG II. o Compreender o Estatuto da Criança e Adolescente e entre outras leis pertinentes para a viabilização legal do projeto. o Coletar dados técnicos e logísticos de Santa Maria, Vila Maringá, área de intervenção e das áreas complementares do projeto, para ter melhor embasamento e dar continuidade na segunda etapa do TFG. o Explorar soluções arquitetônicas de qualidade ligadas à temática de projeto para melhor embasar a elaboração do programa de

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necessidades do equipamento e as futuras decisões projetuais .

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3.2.



4. REFERENCIAL TEÓRICO Serão analisados, na pesquisa, três temas considerados importantes para o embasamento do trabalho final de graduação proposto: a realidade das crianças e adolescentes nas periferias urbanas brasileiras e em Santa Maria/RS; os elementos que definem o contraturno escolar – conceito, importância, atividades e legislação; e a influência da arquitetura de qualidade em espaços de apoio e socialização.

4.1.

A realidade das crianças e adolescentes nas periferias urbanas brasileiras e em Santa Maria/RS O Brasil possui uma população de 206,1 milhões de pessoas, dos quais 57,6

milhões têm menos de 18 anos de idade. (IBGE, 2016). Desses, cerca de 6,5% são crianças com idade escolar obrigatória fora da escola entre os anos de 1990 à 2015 (Pnad, 2015). No entanto, mesmo com tantos avanços, em 2015, 2,8 milhões de crianças ainda estavam fora da escola (Pnad, 2015). Os índices do Pnad também mostram que quem está fora da escola são majoritariamente pobres, negros, indígenas e quilombolas. Dessas crianças, parte significativa vive nas periferias dos médios e grandes centros urbanos, no semiárido, na Amazônia e na zona rural, e muitos deixam a escola para trabalhar e contribuir com a renda familiar. E, embora o país tenha feito grandes progressos em relação à sua população mais jovem, esses avanços não atingiram todas as crianças e todos os adolescentes brasileiros da mesma forma. “O Brasil é ainda um dos países mais desiguais do mundo. Por exemplo, entre 1996 e 2006, a desnutrição crônica (medida pela baixa estatura da criança para a idade) caiu 50% no Brasil, passando de 13,4% para 6,7% das crianças menores de 5 anos. Esses bons resultados, no entanto, não alcançam toda a população.” (UNICEF, 2020)

A partir desse contexto, a realidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, não é diferente. Da sua população, 6,82% são crianças do sexo feminino e 7,03% são do sexo masculino, tendo idades entre 5 e 14 anos. Dessas crianças, em média 98,1% é

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“No município, a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola é de 84,29%, em 2010. No mesmo ano, a proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental é de 92,13%; a proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo é de 63,25%; e a

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escolarizada, com déficit de escolarização de 1,9%. (IBGE,2016)


proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo é de 52,77%.” (ATLAS BRASIL, 2013)

Em 2010, 86,70% da população de 6 a 17 anos do município estavam cursando o ensino básico regular com até dois anos de defasagem idade-série. Em 2000 eram 85,15% e, em 1991, 82,31% (ATLAS BRASIL, 2013). Esses dados mostram que em Santa Maria, existe uma ascensão na escolarização das crianças da região, se fazendo ainda mais necessária a ampliação dos contraturnos escolares como espaços de incentivo ao estudo, diminuindo a evasão escolar. A realidade da Vila Maringá é uma das áreas urbanas de Santa Maria que possui mais crianças que adultos, 23,81% dos moradores locais são crianças com idades entre de 5 a 14 anos (IBGE SINOPSE, 2010). Esse dado, representa o quanto as periferias da região estão nos índices nacionais. A pirâmide etária abaixo, na figura 1, ilustra essas informações. Figura 1 - Pirâmide Etária Bairro Diácono João Luiz Pozzobon, Vila Maringá.

Fonte: IBGE, 2010.

O Atlas Brasil, trouxe que em 2010 o índice de crianças de 6 a 14 anos fora da escola em vulnerabilidade social era de 1,89% e que há 2,84% de crianças em vulnerabilidade social extremamente pobres na cidade. Além disso, 1,37% das mulheres de 10 a 17 anos tiveram filhos, parando de frequentar a escola (ATLAS, 2010).

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cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul.

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Sendo os dados referenciados acima, os mais recentes encontrados em relação a


O acesso à escola e a proteção das crianças e adolescentes foi legitimado no Brasil com o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), sancionado em 13 de julho de 1990, revisado em 2019, e que hoje é o principal instrumento normativo do Brasil sobre o tema (ECA, 2019). Ele define os direitos e as garantias fundamentais para as crianças e os adolescentes e, os objetivos apresentados pelo Estatuto em questão vão ao encontro do equipamento proposto neste trabalho final de graduação. O ECA reafirma a responsabilidade da família, da sociedade e do Estado de garantir as condições para o pleno desenvolvimento dessa população, além de colocá-la a salvo de toda a forma de discriminação, exploração e violência (ECA, 2019). O Art. 4º reafirma esses deveres: Art. 4º: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (ECA, 2019)

Para isso o ECA se atualiza anualmente, para que suas legislações supram as necessidades dessa população do Brasil. Uma das legislações que merece destaque é a Lei da Primeira Infância (Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016), que implica o dever do Estado de estabelecer políticas, planos, programas e serviços para a primeira infância que atendam às especificidades dessa faixa etária, visando a garantir seu desenvolvimento integral. (ECA, 2019) A Lei da Primeira Infância, caracteriza o equipamento de contraturno escolar proposto, pois visa o desenvolvimento da criança e adolescente em tempo integral, tirando alguns de situações de vulnerabilidade social, além de fomentar a importância do equipamento público, que abriga contraturno escolar, para a comunidade. Sendo assim, o mesmo se torna fundamental para o crescimento socioeconômico da cidade contribuindo tanto com crianças e adolescentes, como famílias que não possuem renda suficiente para incluir seus dependentes em contraturno escolar. Adequando espaços públicos de qualidade que tenham

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cultura e lazer.

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disponibilidade de locais que fomentam a ressocialização entre pessoas com esporte,


4.2.

Contraturno escolar:

conceito, importância, atividades e

legislação As atividades extracurriculares oferecem às crianças mais oportunidades de adquirir novos conhecimentos, socializar com outras crianças e adolescentes de mesma idade, além de auxiliar com retirada dos mesmos das ruas e de atividades não adequadas para suas idades. O chamado contraturno escolar, consiste na oferta dessas atividades após as aulas, com a intenção de desenvolver novas habilidades nos estudantes e/ou aprimorar o que já é trabalhado pelo colégio. No Brasil, o Ministério da Educação vem investindo no contraturno escolar desde 2007. Primeiramente o programa estabelecido pelo governo foi o “Mais Educação”, onde eram disponibilizados recursos extras para escolas de ensino fundamental e médio oferecerem atividades no contraturno escolar para seus alunos. Contribuindo para a formação integral de crianças, adolescentes e jovens, por meio da articulação de ações, de projetos e de programas do Governo Federal e suas contribuições às propostas, visões e práticas curriculares das redes públicas de ensino e das escolas. Alterando o ambiente escolar e ampliando a oferta de saberes, métodos, processos e conteúdos educativos. (Ministério da Educação, 2007.) Um levantamento feito pela SEDAC em 2009, aponta que as duas atividades mais procuradas pelos estudantes do Mais Educação 2009 foram a música e os esportes, ficando em terceiro lugar a criação e manutenção de hortas escolares. Além disso, para estudantes do ensino médio, as atividades oferecidas em laboratórios de informática também foram bem procuradas. Já em 2016, o governo federal criou o Novo Mais Educação.

Sendo o

desdobramento do programa Mais Educação (PME), que vigorou entre 2007 e 2016 e foi um dos maiores do Brasil em alcance e recursos. Embora ambos sejam planos de ampliação da jornada escolar e haja certa continuidade entre eles, a concepção de educação que trazem é divergente. Em 2016, Patrícia Mendonça afirmou que o objetivo não é mais ampliar conhecimentos, mas estender a jornada para aprender mais do

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mesmo.


Em Santa Maria, algumas escolas municipais possuem contraturno escolar, porém apenas para estudantes com baixa renda familiar comprovada. As vagas são limitadas e preenchidas por ordem de chegada. Em contato com as escolas já citadas presentes na Vila Maringá, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Diácono João Luiz Pozzobon, possui contraturno escolar no turno da tarde para apenas 17 alunos, sendo esses alunos com idades entre 5 e 15 anos e alguns alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) que comprovam renda familiar. Além disso, são disponibilizadas duas tardes da semana de contraturno escolar para alunos especiais. Já a Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria de Lourdes Castro, também localizada na Vila Maringá, não oferece contraturno escolar e apenas os alunos do maternal ficam em turno integral. Ainda, a região possui a Escola Municipal de Educação Infantil Ady Schneider Beck, que é destinada para crianças de 2 a 5 anos e funciona em turno integral. Os artigos 58 e 59, dispostos no capítulo IV, “Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer”, do Estatuto da Criança e Adolescente frisam a importância de locais com foco de proporcionar espaços de educação, cultura, esporte e lazer para essa população. “Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.” ... “Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.” (ECA, 2019)

Sendo uma região com cerca de 1000 alunos regularmente matriculados, podemos concluir que o contraturno escolar está em falta. Sendo necessária implementação de espaços/equipamentos públicos com arquitetura adequada e de qualidade para abrigar e auxiliar no desenvolvimento dessas crianças e adolescentes em vulnerabilidade social. Promovendo os direitos de socialização e qualidade de vida

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para os mesmos, como é proposto no Estatuto da Criança e Adolescente.


4.3.

A influência da arquitetura de qualidade em espaços de apoio e socialização A arquitetura é a arte e a ciência de garantir que nossas cidades e edifícios

se encaixem na maneira como queremos viver nossas vidas: o processo de manifestar nossa sociedade em nosso mundo físico (INGELS, Bjarke, 2014). Portanto, arquitetura é uma maneira de ver, pensar e questionar nosso mundo e nosso lugar nele (MAYNE, Thom, 2005). Concordando com as citações acima, estudos da Academia de Neurociência para Arquitetura, localizada em San Diego na California, Estados Unidos, comprovam que a relação entre arquitetura dos ambientes e as respostas que nosso corpo e cérebro emitem, são diretamente proporcionais ao nosso dia a dia. Além disso, constataram que melhoria no aprendizado e perspectiva motivacional são alguns dos impactos da neuroarquitetura na nossa vida. Propor salas amplas, que favoreçam a entrada de luz natural e a circulação pelo espaço, são os principais estímulos ao foco e à concentração das pessoas. Isso, consequentemente, leva à melhoria no aprendizado, já que, quanto mais focado, mais o nosso cérebro se empenha para desenvolver habilidades. Mesmo se as dimensões do local forem reduzidas, é possível garantir esse efeito a partir da otimização dos espaços, possibilitando a regular entrada de luz solar na medida para o conforto visual e o bem-estar das pessoas. Além disso, ANFA (Academy of Neuroscience for Architecture) também ressalta que existe a tendência para que as cores neutras sejam priorizadas, de modo a não carregar o ambiente com excesso de informação. No entanto, é possível pontuar cores ao longo das edificações para deixá-las mais estimulantes de acordo com sua finalidade. Ao inserir painéis, luminárias de mesa ou até mesmo uma poltrona de descanso colorida já será o suficiente para exercitar a criatividade dos ocupantes do equipamento sem comprometer a identidade visual do local. Para os equipamentos públicos de contraturno escolar, a neuroarquitetura

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crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. Além disso,

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se torna ainda mais importante, pois traz maior expectativa vida e oportunidades para


proporciona alívio emocional e psicológico, aumentando o seu rendimento escolar e suas interrelações sociais. A criatividade que a neuroarquitetura provoca nos jovens, os instiga a procurar novas alternativas para seus futuros pessoais e profissionais. (Marelli, 2018) A importância dos espaços educativos na vida das crianças, principalmente na periferia da cidade, onde as opções são mais restritas, se torna ainda maior quando entramos no assunto ruas da periferia. Na ausência dos mesmos, os jovens acabam recorrendo a elas, que com a priorização dos carros se torna um local perigoso, podendo gerar atropelamentos, violências, drogas e outras mazelas que a rua proporciona. “Nossas ruas, com trânsito irresponsável e calçadas infinitas e mal conservadas, resultado da contínua priorização do carro sobre o pedestre, também não são seguras para as brincadeiras infantis. Os atropelamentos aparecem como a segunda causa mais frequente de internação, respondendo por 8,4% dos casos. Esses dados confirmam que as crianças brasileiras brincam em ruas e lajes, áreas sabidamente perigosas, pela ausência de melhores alternativas nas nossas cidades.” (AZEVEDO, RHEINGANTZ, TÂNGARI, 2017, p. 26)

Em Medellín, Colômbia, desde 2008 vem-se priorizando o desenvolvimento das crianças e adolescentes na comunidade. Para isso, a Empresa de Desenvolvimento Urbano – EDU, juntamente com a prefeitura da cidade, articulam espaços com arquitetura de qualidade para os moradores das Comunas. A Empresa de Desenvolvimento Urbano – EDU, tem como principal finalidade a gestão e operações urbanas e imobiliárias, desenvolvimento, execução, assessoria e consultoria de planos e programas urbanos e imobiliários nas esferas municipal, departamental, nacional e internacional. (EDU, 2020) Sua missão é transformar o habitat através da formulação, desenho, execução, assessoria e consultoria de projetos urbanos que contribuam para o desenvolvimento do território e a melhoria da qualidade de vida, trabalhando em coordenação com as pessoas (EDU, 2020). Além disso, com valores de transparência, proximidade, liderança, flexibilidade e paixão, fazem a empresa ter como objetivo ser a líder em transformação de habitats, inclusão, eficiência e qualidade, alcançando

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solidez e crescimento econômico até 2025. (EDU,2020)


Além das Unidades de Vida Articulada, a EDU também proporciona requalificação urbana nas Comunas de Medellín. A comuna mais conhecida pela requalificação do espaço, é a Comuna 13, onde foi implementando escadas rolantes, ruas adequadas para uso, entre outros artifícios artísticos que facilitam a vida de quem mora no local e gera renda para os mesmos, circulando a economia na região. Abaixo o relato de uma moradora da Comuna 13, San Javier, que sentiu na pele a evolução da comunidade: “Eles convocaram uma reunião na qual participaram vários líderes e pessoas da comunidade. Primeiro, as necessidades e grupos foram expostos. Então a EDU nos fez as propostas de estradas, ruas, trilhas com mais cor e mais vida. Eles propuseram as escadas rolantes para resolver o problema da mobilidade ”...“Eles nos disseram que com o projeto da escada rolante iriam melhorar as condições de vida e de trabalho das pessoas. Isso está acontecendo, muitas pessoas na comunidade têm suas unidades produtivas. Muitas famílias conseguem ter sustento diário. ”...“Como sobrevivente da Comuna 13, conhecemos pessoas de outros lugares que nos ensinam muito. Foi facilitado porque há novas pessoas que querem cooperar dentro do território. As unidades produtivas que temos na comunidade também estão sendo mais reconhecidas ”...“Enfatizo que eles levam em conta a percepção da comunidade. Eles não apenas querem fazer um trabalho, mas querem que as próprias comunidades se tornem cuidadoras e protetoras dos benefícios que não tinham antes ” (RIVAS, Paola Andrea, EDU, 2018)

Na figura 2, podemos observar as escadas rolantes da Comuna 13, elemento importante para a comunidade, gerando acessibilidade, conforto e mobilidade para os moradores. Além de tornar a Comuna 13, referência mundial no assunto

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mobilidade urbana na favela.


Figura 2: Escada Rolante. Comuna 13, Medellín, Colombia.

Fonte: Archdaily, 2019.

Na figura 2 acima, também podemos observar outros elementos importantes para a mobilidade urbana na periferia de Medellín. O Metrocable e o Trenvía são elementos que se complementam ligando um ao outro. Estes, facilitam e tornam a vida de quem mora nas Comunas, mais fluida e cômoda. Sendo assim, espaços de apoio e socialização com arquitetura de qualidade sempre se fizeram necessários. São locais que vão além da arquitetura, geram desenvolvimento socioeconômico para as cidades e regiões, tirando crianças e adolescentes das ruas e possibilitando um futuro melhor para as mesmas e para

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suas famílias.



5. REFERENCIAL PRÁTICO Como referencial prático, serão analisados três projetos com características similares: programa arquitetônico, volumetria e causa social. Posteriormente, os mesmos ajudarão na composição do projeto realizado na disciplina de Trabalho Final de Graduação II.

5.1.

UVA – Sol do Oriente A Unidade de Vida Articulada – Sol do Oriente, projetada pela empresa EDU e

localizada na Comuna 08, na cidade de Medellín, Colômbia, foi inaugurada 2015 com o propósito estratégico na memória histórica de seus habitantes. As comunas são elementos importantes na história dos cidadãos de Medellín, retratando períodos complicados em suas vidas. Dessa forma, as Unidades de Vida Articulada, UVA, surgiram com o intuito de fazer transformações urbanas nos bairros destinadas ao encontro entre cidadãos, ao fomento ao esporte, à recreação, à cultura e à participação comunitária – elementos discriminados na figura 3 – sob os preceitos de articular programas, projetos e cidade; reciclar espaços existentes em desuso; recuperar referenciais urbanos; e projetar espaços para aproveitar com os cinco sentidos. (Archdaily, 2017) Figura 3: Gráfico explicativo sobre as missões das UVAs para a sociedade.

Fonte: Archdaily, 2017.

A Unidade de Vida Articulada Sol o Oriente, localizada na Comuna 8, na parte

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antiga quadra de areia, onde seu uso tanto para esportes como para eventos

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mais alta dos morros de Medellín, como mostra a figura 4, é a transformação de uma


comunitários era intenso. Se tornando ícone estratégico na história dos moradores da região, sendo um equipamento contra a ocupação informal. Figura 4: Localização da UVA Sol do Oriente.

Fonte: Google Maps, modificada pela autora, 2020.

Este projeto foi concebido a partir de uma construção coletiva, por meio de ideias dos próprios cidadãos materializadas em oficinas de imaginário com um interesse persistente de conservar a quadra e suas medidas originais, junto à oportunidade de incorporar uma oferta de vários serviços para a comunidade, sem deixar de lado suas tradições esportivas. (Archdaily, 2017) A partir da participação da comunidade para gerar o programa de necessidades, surge a ideia de elevar a quadra poliesportiva e cerca-la, cumprindo a função de ser uma grande praça, aberta 24h por dia. Na figura 5, podemos analisar a evolução do projeto, desde a quadra de areia até a concepção final da volumetria,

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mostrando os fluxos e acessos de cada proposta.


Figura 5: Croquis da evolução de projeto. UVA Sol do Oriente, Medellín, Colombia.

Fonte: Archdaily, 2017.

Já o programa de necessidades da UVA Sol do Oriente, descrito a seguir é focado no apoio para a comunidade como um todo. Tendo quadra poliesportiva interna e externa, academia, brinquedoteca, sala de dança, escritórios e salas para reuniões, auditório, sala multiuso e espaço ao ar livre de lazer. Na figura 6, o programa de necessidades esta legendado ao lado da imagem, onde podemos ver que seu programa e sua volumetria interligam espaços do bairro. Figura 6: Maquete eletrônica explodida, mostrando programa de necessidades do local.

Fonte: Archdaily, 2017.

Além disso, analisando a maquete física da UVA em questão, representada

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conectando as residências circundantes com o centro de saúde do lado oposto. Esse

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na figura 7, podemos concluir que a mesma possui corredor conector interno,


elemento conector, faz com que o bairro fique mais articulado e seguro para a comunidade. Além disso, na figura 7, circulações e acessos do local podem ser vistas através da análise por setas feita pela autora.

Figura 7: Maquete física da UVA Sol do Oriente.

Fonte: Archdaily, 2017. (Modificada pela autora.)

A materialidade e volumetria também chamam atenção. Concreto sendo o material principal, ocorre naturalmente a homogeneidade do equipamento com o resto do bairro – como podemos analisar na figura 8 – gerando sentimento de pertencimento para quem mora no local. Já a sua volumetria respeita os níveis e alturas da região, comportando todos os programas adequados. Além disso, na figura

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apresentações infantis e descanso de moradores que passam pelo local, como no

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8 observa-se a existência de arquibancadas tanto no nível térreo, sendo local de


pavimento superior, sendo arquibancadas para a quadra de futebol localizada no terraço da edificação. Figura 8: Vista superior, UVA Sol do Oriente.

Fonte: Archdaily, 2017.

A figura 9 mostra a quadra poliesportiva interna da edificação, nela podemos observar alguns elementos importantes da obra, como por exemplo a existência de uma série de brises verticais, sendo parte da estratégia bioclimática para a proteção solar e a própria identidade do edifício através da cor em suas fachadas. Na mesma figura, podemos ver a existência de laje nervurada, com o auxílio do sistema de viga

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e pilar vencendo grandes vãos.


Figura 9: Quadra poliesportiva interna, UVA Sol doo Oriente.

Fonte: Archdaily, 2017.

Sendo assim, podemos concluir que as Unidades de Vida Articulada são elementos importantes da rotina dos moradores da região periférica de Medellín. No Brasil, no entanto, existem equipamentos públicos com programas e objetivos parecidos com eles, como é o caso dos Centros de Artes e Esportes Unificados, também conhecidos como CEUs. São equipamentos como esses que articulam as cidades e alavancam o desenvolvimento de crianças e adolescentes das periferias.

5.2.

CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados As Estações Cidadania – Cultura, nomenclatura dada pela Portaria Ministral

876/2019, também conhecidas como Centro de Artes e Esportes Unificados - CEU, localizam-se no Brasil, com diversas unidades nos 27 estados do país. Foram criadas para suportarem um programa adequado para a população da periferia com ações culturais, práticas, esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à violência e de inclusão digital, além de promover a cidadania em territórios de alta vulnerabilidade social das

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unidades espalhas pelo país. (ESTAÇÃO CIDADANIA – CULTURA, 2019)

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cidades brasileiras. Hoje, com a parceria da União e municípios, já são mais de 300


Sua gestão é feita entre a prefeitura e a comunidade apoiadora, que cria o regimento interno do equipamento, além de fornecer informações acerca do funcionamento do sistema ePraças. Além disso, os colaboradores da espaço são obrigados a cumprir uma meta de Mobilização Social e Planejamento da Gestão, para continuar com o equipamento em funcionamento e a todo vigor. Para a implementação dos CEUs, foram feitos três projetos pilotos de referência, por uma equipe multidisciplinar e interministerial, tendo três padrões de terrenos com metragens mínimas de: 700m², 3000m² e 7000m². A primeira (700m²), é uma edificação multiuso com cinco pavimento, contendo uma praça coberta, pista de skate, equipamentos de ginástica, CRAS, salas de aula, salas de oficina, telecentro, sala de reunião, biblioteca, cineteatro/auditório com 48 lugares e terraço. Na figura 10, pode-se observar o layout de algumas salas, como: salas de aula, oficinas, biblioteca, telecentro, cineauditório e terraço. Figura 10: Plantas baixas do primeiro modelo: 700m². Estação Cidadania - Cultura, EDU.

Fonte: Estação Cidadania – Cultura, 2014. (modificada)

A volumetria da edificação é simples, porém imponente, como é mostrado na figura 11. Com concreto sendo o elemento principal, ela tem o objetivo de se adequar em todos os padrões de ambientes urbanos. Além disso, o equipamento está sob pilotis e seu elemento destaque de fachada são os brises, gerando melhor eficiência

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energética e sustentabilidade para o mesmo.


Figura 11: Maquete eletrônica externa, modelo 01 (700m²), Estação Cidadania - Cultura, CEU.

Fonte: Estação Cidadania – Cultura, 2014. (modificada)

Já o segundo padrão de CEU (3000 m²), possui dois edifícios multiuso dispostos numa praça de esportes e lazer. Agregando ao seu programa CRAS, salas multiuso, biblioteca, telecentro, cineteatro/auditório com 60 lugares, quadra poliesportiva coberta, pista de skate, equipamentos de ginástica, playground e pista de caminhada. Na implantação e planta baixa, mostradas na figura 12, podemos ver a existência da praça no centro do terreno, sendo um local com atividades externas como: ginástica, pista de skate e playground. Circundando a mesma, temos o restante do programa distribuído pelos dois prédios e a quadra poliesportiva coberta, organizando a circulação e os acessos das edificações.

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Fonte: Estação Cidadania – Cultura, 2014. (modificada)

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Figura 12: Plantas baixas do segundo modelo: 3000m². Estação Cidadania - Cultura, EDU.


Já na figura 13, podemos analisar a volumetria e elementos de fachada das edificações. Trazendo o mesmo padrão do modelo anterior, possui concreto como elemento principal e eixos de circulação bem expressivos. Porém, no modelo em questão, temos a característica da horizontalidade, não sendo uma edificação vertical como a anterior. Figura 13: Maquete eletrônica externa, modelo 02 (3000m²), Estação Cidadania - Cultura, CEU.

Fonte: Estação Cidadania – Cultura, 2014. (modificada)

A terceira opção, de 7000m², possui apenas uma edificação multiuso de um pavimento, também disposta numa praça de esportes e lazer. A planta baixa da edificação, figura 14, mostra como é disposto seu programa, que consiste em: CRAS, salas multiuso, biblioteca com telecentro, cineteatro com 125 lugares, pista de skate, equipamentos de ginástica, playground, quadra poliesportiva coberta, quadra de

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areia; jogos de mesa e pista de caminhada.


Figura 14: Plantas baixas do terceiro modelo: 7000m². Estação Cidadania - Cultura, EDU.

Fonte: Estação Cidadania – Cultura, 2014.

Já na figura 15, pode-se observar a volumetria da edificação. Onde nesse modelo é de apenas um pavimento e mais alongada que os outros modelos. Continua com mesmo padrão de elementos: concreto, eixos bem demarcados e breses. Agora seu diferencial está na parte externa, com um adendo de uma quadra de vôlei de areia e mesas de jogos. Figura 15: Maquete eletrônica externa, modelo 03 (7000m²), Estação Cidadania - Cultura, CEU.

Fonte: Estação Cidadania – Cultura, 2014. (modificada)

Sendo assim, os três projetos pilotos, são elementos importantes para as comunidades das periferias das cidades do Brasil. Ajudando a articular centro e bairro, além de proporcionar oportunidades para os moradores da região,

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se inspiraram e hoje o Brasil possui uma gama vasta de equipamentos

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fomentando cultura, esportes e lazer. Com a criação dos CEU’s, instituições privadas


públicos/privados e ONGs que atendem comunidades carentes, auxiliando no desenvolvimento de crianças e adolescentes.

5.3.

Casa Amarela Providência Localizada no Morro da Providência, no Rio de Janeiro, como mostra a figura

16, é um espaço cultural para a comunidade em geral, sobretudo para crianças e a adolescentes no contraturno escolar. Ela existe desde 2009, e foi fundada por Jean Réné, mais conhecido por JR, artista urbano francês e Maurício Hora, fotógrafo nascido e criado no Morro da Providência. No local é ofertado aulas de artes, música, dança, alfabetização (português, inglês e francês), fotografia e todos os tipos de aulas relacionadas a cultura. Figura 16: Localização da Casa Amarela Providência.

Fonte: Google Maps, modificada pela autora, 2020.

O objetivo da Casa Amarela Providência é fomentar a arte com a criatividade e imaginação das crianças, que são desenvolvidas durante as oficinas com o auxílio dos professores e colaboradores da Casa. Ajudando no crescimento e

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favela, com elementos artísticos de fachada desenvolvidos pelo próprio JR. São

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desenvolvimento das crianças e adolescentes, a casa é uma residência comum da


esses elementos, vistos na figura 17, que dão toda a ênfase para a Casa Amarela Providência e faz ela ser o marco que é dentro da favela. Figura 17: Casa Amarela Providência.

Fonte: Instagram Casa Amarela Providência, 2017 à 2019. (Modificada pela autora)

O seu programa de necessidades não é específico, possuindo salas multiusos, que servem para diversas atividades, desde aula de línguas até estúdio de fotografia. Essa é a grande característica da Casa Amarela Providência, um local multidisciplinar que apoia crianças e adolescentes sem ser algo diferente do que eles já estão acostumados na vida na favela. Na figura 18, podemos observar que em apenas uma sala existem várias atividades, como: aula de pintura, aula de inglês, aula de fotografia e aula de economia criativa, tendo abertura para outras atividades caso seja necessário. Funcionando como multiuso, assim como todas as outras salas do local, a comunidade se sente

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pertencente ao equipamento.


Figura 18: Sala multiuso, Casa Amarela Providência.

Fonte: Instagram Casa Amarela Providência, 2017 à 2019. (Modificada pela autora)

A Casa, localizada em local estratégico na favela, possui uma laje com visual incrível. Como podemos ver na figura 19, é lá que atividades ao ar livre acontecem, como: aulas de dança, defesa pessoal, teatro, música, arte terapia, entre outras atividades pertinentes a comunidade. Dessa forma, a laje se torna outro espaço multiuso para a Casa, tirando as crianças das ruas e da vulnerabilidade social que a

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favela proporciona para as mesmas.


Figura 19: Laje Multiuso, Casa Amarela Providência.

Fonte: Instagram Casa Amarela Providência, 2017 à 2019. (Modificada pela autora)

A materialidade mais importante da Casa Amarela Providência são as cores primárias e a textura de livros velhos, chamando atenção de quem passa. Além disso, a casa é totalmente lúdica, podendo ser vista de longe, contendo o elemento volumétrico mais estimado: a Lua. Para os criadores da casa, a Lua é o lugar mais simbólico do local. É lá que atividades especiais acontecem e é o almejo de todas as crianças e adolescentes que a frequentam, pois para eles, quando se chega a “Lua”, significa que está ultrapassando barreiras e rompendo seus limites. Na figura 20, podemos ver a beleza simples e simbólica que a Lua carrega, feita com estrutura metálica, materialidade e textura de livros e cor amarela predominantemente. Além disso, ela possui fenestrações arredondadas, tornando o local ainda mais lúdico. Na parte interna, possui revestimento de madeira e livros para o uso comum, sendo um local confortável e tranquilo. Além de possuir uma

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visual para os morros e para a praia.


Figura 20: Elemento principal da Casa Amarela Providência.

Fonte: Instagram Casa Amarela Providência, 2017 à 2019. (Modificada pela autora)

Sendo assim, a Casa Amarela Providência é um ícone de referência em atividades focadas no contraturno escolar, sendo um elemento articulador importante

para

a

favela.

Contribuindo

ativamente

no

desenvolvimento

socioeconômico da comunidade em questão e proporcionando qualidade de vida para

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as pessoas que ali moram.



6. ÁREA DE INTERVENÇÃO Como já citado, a área de intervenção escolhida foi no Bairro Diácono João Luiz Pozzobon, Vila Maringá, Santa Maria, Rio Grande do Sul. A escolha se deu pela existência de escolas municipais que tem disponibilidade de acolher e auxiliar no projeto, especialmente a Escola Municipal de Ensino Fundamental Diácono João Luiz Pozzobon. Além disso, após pesquisas, constatou-se que o bairro apresenta segunda maior população jovem em Santa Maria. A realidade socioeconômica indica que o local possui crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, necessitando ainda mais o Centro de Apoio a Crianças e Adolescentes em Contraturno Escolar. O bairro surgiu em 2006, onde no local existia uma unidade residencial denominada Conjunto Residencial Diácono João Luiz Pozzobon, sendo uma homenagem à João Luiz Pozzobon. A área do bairro é a soma de toda a área do antigo Cerrito e às áreas ao sul da BR-287 que até então faziam parte do bairro São José. (Câmara Municipal de Santa Maria, 2006) Na figura 21 podemos ver onde a Vila Maringá se localiza. Situada na porção leste da cidade, seu principal acesso é feito pela chamada Faixa Nova (BR 287), tanto do centro da cidade quanto da UFSM. Figura 21: Local de intervenção.

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Fonte: Open Street Maps, modificada pela autora, 2020.


Visto

a

importância

da

conectividade

de

equipamentos

públicos,

exemplificados no tópico 4.3, foi acrescido ao projeto mais duas áreas complementares. Dessa forma, além do terreno de intervenção principal, localizado ao lado do Centro Social São Francisco, onde ficará localizado o Centro de Apoio, os dois outros terrenos serão trabalhados com diretrizes urbanas. Na figura 22, podemos ver onde se localiza os três terrenos dentro da Vila Maringá. Em vermelho, destaca-se o terreno do futuro Centro de Apoio para Crianças e Adolescentes em Contraturno Escolar. Em amarelo, temos as duas novas áreas complementares, onde a primeira delas situa-se ao lado da EMEF Diácono João Luiz Pozzobon e ao fundo do lote da EMEI Ady Schneider Beck; e o segundo terreno da área complementar, situa-se ao lado do ESF Maringá. Ambas as áreas são destinadas a equipamentos institucionais e áreas verdes pelo projeto original do loteamento. Em tracejado a rota de acesso ao bairro e aos terrenos de intervenção. Figura 22: Bairro Diácono João Luiz Pozzobon, Vila Maringá.

Fonte: Open Street Maps, modificada pela autora, 2020.

Na figura 23, pode-se perceber que o terreno principal localiza-se na mesma quadra da Escola Municipal de Ensino Fundamental Diácono João Luiz Pozzobon e da Escola Municipal de Educação Infantil Ady Schneider Beck, configurando um quarteirão de referência em equipamentos públicos de atendimento às crianças e

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adolescentes.


Também destaca-se na figura 23, alguns elementos importantes que configuram o bairro, que são eles: Centro Social São Francisco, EMEF Diácono João Luiz Pozzobon, EMEI Ady Schneider Beck, ESF Maringá, UBS São Francisco e loteamento de habitação de interesse social Zilda Arns. Figura 23: Mapa mostrando edificações importantes da Vila Maringá.

Fonte: Open Street Maps, modificada pela autora, 2020.

Os principais acessos do terreno de intervenção se dão por três ruas: Rua Ariticuns, Rua Galdino Balinasso e Rua Hilda Conceição Colussi Berleze. Como podemos ver na figura 24, a área complementar 01 tem acesso pela Rua Galdino Balinasso, já a área complementar 02, localizada ao lado do ESF Maringá, se dá pelas

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ruas Palmiteiros e São Dimas.


Figura 24: Mapa micro de acessos aos terrenos.

Fonte: Open Street Maps, modificada pela autora, 2020.

6.1.

Mobilidade urbana As vias citadas anteriormente possuem grande importância para o bairro,

pois são por elas que o percurso do transporte público de Santa Maria se configura na Vila Maringá. Iniciando o percurso dos ônibus pela Estrada Eduardo Duarte, onde posteriormente se direciona para a rua Hilda Conceição Colussi Berleze, prosseguindo até o final da mesma. O retorno se dá pela Rua Galdino Balinasso e indo ao encontro da Estrada Eduardo Duarte novamente. Na figura 25 podemos ver, em roxo, as paradas de ônibus influenciáveis ao nosso projeto e as principais ruas de acesso ao nosso terreno. Segundo o site do Instituto do Planejamento de Santa Maria, a Vila Maringá possui cerca de 60 paradas de ônibus e suas ruas, na grande maioria, estão sem pavimentação. Além disso, o bairro possui aproximadamente 4551 lotes, 6046 edificações, cerca de ¼ do bairro ainda não possui iluminação pública e cerca de 50%

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do bairro possui galeria pluvial. (IPLAN, 2020)


Figura 25: Mapa de mobilidade urbana da Vila Maringá.

Fonte: Open Street Maps, modificada pela autora, 2020.

6.2.

Índices urbanísticos e uso do solo

Constituindo a parte institucional do loteamento, o terreno escolhido é de propriedade municipal, e se localiza ao lado do Centro Social São Francisco. A zona urbanística em que se localiza o terreno é a 12.b, com índices e afastamentos descritos na tabela 1: Tabela 1: Tabela de índices urbanísticos e afastamentos do 1º distrito de Santa Maria/RS.

TABAELA DE ÍNDICES UBANÍSTICOS E AFASTAMENTOS DO 1º DISTRITO

2,2

0,55

0,18

Afastamentos de divisas Frent e Acima (mín.) Até 13m de 13m (mín. (mín. 2m) 3m) 4

2,00

H/5

Alturas Metros

COMAR

Superfíci e mínima dos lotes (m²)

350

Parcelamentos Testada Relação mínima máxima do lote testada/ de meio comprim. de quadra (m) 12 ¼

IA a agregar (máx.)

1.1

Fonte: Desenvolvida pela autora, baseada nos dados do anexo 06 do LUOS, IPLAN, Santa Maria, 2020.

Na figura 26, podemos ver que a área de intervenção está situada na macrozona “Cidade Leste”, tendo como divisa a Cidade Sul, Áreas Especiais Naturais e em branco o 3º Distrito Pains. Dentro da Cidade Leste, o sítio escolhido está dentro da zona urbanística 12.b - discriminado na tabela 1 – fazendo vizinhança com as zonas 10.f, 17.e e 18.a.

49

12.b

IV (mín.)

Página

Z O N A S

IA (máx. )

ÍNDICES IO (máx.)


Figura 26: Mapa de zoneamento urbanístico do 1º distrito de Santa Maria.

Fonte: Anexo 10 do LUOS, IPLAN, Santa Maria, 2020, modificada pela autora.

Como é possível observar na figura 27, o uso dos solos é bem distinto na região. Nota-se que no mesmo quarteirão da área de intervenção não há uso residencial, predominando os usos de educação, cultura e religioso. Porém, nos quarteirões do entorno o que predomina é o uso residencial, com poucas edificações comerciais. Figura 27: Mapa de uso dos solos da Vila Maringá.

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Fonte: IPLAN, Santa Maria, 2020, modificada pela autora.


Além disso, pode-se perceber que o uso do solo destinado à saúde também se faz presente, encontrando-o próximo a uma das áreas complementares do projeto.

6.3.

Rede de Infra-estrutura Como citado no início do ítem 6, a região estudada é relativamente nova para

Santa Maria, sendo criada e oficializada no ano de 2006. Portanto, a partir desse momento recebe abastecimento de água tratada e distribuição pela Companhia Riograndense de Saneamento, CORSAN. Já em relação a rede de esgoto, a região é atendida pela Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Sendo que a Estação de Bombeamento de Esgoto (EBE), que transporta o esgoto gerado em um ponto mais baixo da rede para o ponto mais alto, para que possa ser transportado por gravidade até a ETE, é a EBE Loteamento Zilda Arns, com vazão máxima de 8,66 L/s, e média anual de 5,43 L/s. (Plano Municipal de Saneamento Ambiental de Santa Maria, 2020) No momento em que a pesquisa está sendo executada (maio 2020), o mundo está vivendo uma pandemia de COVID-19, período histórico onde a população precisa ficar em isolamento social por tempo indeterminado. Neste contexto, o levantamento da área de intervenção não pode ser feito presencialmente, portanto todos os mapas de infraestrutura foram elaborados pela autora, tendo como fonte o levantamento fotográfico feito pela mesma antes da pandemia, imagens de satélite e dados da Prefeitura Municipal de Santa Maria. Na figura 28, podemos observar a rede de esgoto do entorno imediato da área de intervenção. Sendo locado duas bocas de lobo importantes para o projeto do

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Centro de Apoio para Crianças e Adolescentes em contraturno escolar.


Figura 28: Rede de esgoto do entorno imediato.

Fonte: Open Street Maps, modificada pela autora, 2020.

Já a distribuição de energia elétrica é feita pela CPFL Energia, RGE. O abastecido do entorno imediato é feito por postes de energia elétrica em apenas um lado do passeio público, onde a iluminação se dá pelos mesmos postes de energia. Na figura 29, podemos ver a rede elétrica do entorno imediato da área de intervenção. Onde através das imagens feitas pela autora, antes da pandemia, foi possível locar aproximadamente os postes de luz e a rede elétrica pertinente para o projeto. Figura 29: Rede elétrica do entorno imediato.

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Fonte: Open Street Maps, modificada pela autora, 2020.


Levando em conta a dificuldade de levantamento físico da região, por decorrência da pandemia de Covid-19, a partir do item 6.4, as análises se restringem ao lote principal do projeto.

6.4.

Levantamento fotográfico do terreno e do entorno imediato O levantamento fotográfico da área de intervenção foi feito dia 12 de abril de

2020 pela autora. Na figura 30 consta indicado os locais das visuais feitas. Figura 30: Mapa indicativo das visuais fotografadas.

Fonte: Open Street Maps, modificada pela autora, 2020.

As figuras 31, 32 e 33 representam as visuais fotográficas da área de intervenção, locadas na figura 30. Na figura 31, podemos ver quatro visuais importantes para o projeto. São imagens feitas do ponto mais alto do lote, onde pode-se vislumbrar os morros e as edificações ao redor. Também é perceptível a quadra de areia utilizada pelos moradores da região, como espaço de lazer e alguns caminhos peatonais criados

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pelos mesmos.


Figura 31: Visuais 01, 02, 03 e 04.

Fonte: Elaboras pela autora, 2020.

Abaixo, na figura 32, podemos analisar outro ângulo da área de intervenção. Onde nela fica perceptível a existência da fachada cega do Centro Social São Francisco, moldando a paisagem urbana do local, gerando sombra no terreno em determinadas horas do dia, detalhes que serão especificados no ítem 6.7. Nessa mesma figura, a topografia suave do lote fica mais visível, trazendo à tona algumas especificações que serão detalhadas a seguir no ítem 6.5. Além disso, na figura 33, temos a visual da terceira testada do lote, sendo uma das mais importantes para o projeto, pois é por ela que o acesso principal de

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54

transporte público acontece, como foi citado no ítem 6.1.


Figura 32: Visuais 05, 06, 07 e 08.

Fonte: Elaboradas pela autora, 2020.

Figura 33: Visuais 09, 10, 11 e 12.

Pรกgina

55

Fonte: Elaboradas pela autora, 2020.


Nas imagens acima, também podemos perceber a falta de calçamento nas três principais ruas de acesso ao lote, a existência de boca de lobo próximo à esquina, além da paisagem urbana limpa ao fundo, com edificações baixas, não gerando sombra para o mesmo.

6.5.

Levantamento plani-altimétrico A área de intervenção principal possui topografia suave, com apenas três

curvas de nível, sendo que apenas duas passam pelo terreno principal, como podemos ver na figura 34. Figura 34: Esquema 3D da área de intervenção.

Fonte: Elaborada pela autora, 2020.

Na figura 34, também podemos observar algumas edificação importantes para nosso projeto de intervenção, como: Centro Social São Francisco, EMEF Diácono João Luiz Pozzobon e EMEI Ady Schneider Beck. Já na figura 35 podemos analisar as curvas do entorno imediato.

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Fonte: Elaborada pela autora, 2020.

56

Figura 35: Planta baixa com curvas de nível.


6.6.

Elementos técnicos do lote principal Como observado no item 6.4, o terreno é de esquina, possui uma grande área

livre de 2463m², testada principal de 50,5m, profundidade de 48,8m e topografia plana – com poucos desníveis – sendo um terreno regular. Além disso, o terreno está destinado para uso de lazer/esportes, comportando adequadamente a proposta do trabalho final de graduação em questão (IPLAN, 2019). No momento da execução da presente pesquisa, está ocorrendo uma pandemia, portanto o levantamento físico da área não pode ser feito presencialmente. Por conseguinte, as plantas técnicas aqui apresentadas, foram disponibilizadas pela Prefeitura Municipal de Santa Maria, analisadas e estudadas pela autora, levando em consideração todos os estudos anteriores e referencias pertinentes. Possivelmente

existam

alguns

dados

conflitantes

entre

os

dados

disponibilizados pelo IPLAN e a planta técnica disponibilizada pela prefeitura. Portanto os dados que serão valorizados e utilizados serão os que estão nas figuras 36, 37 e 38.

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Fonte: Elaborada pela autora, 2020.

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Figura 36: Implantação da área de intervenção.


Na figura 36, podemos ver a implantação do quarteirão estudado e seu entorno imediato. Nela podemos analisar alguns dados importantes para a elaboração do projeto do Centro de Apoio para Crianças e Adolescentes em Contraturno Escolar. A área de intervenção, totaliza 3127,41m², sendo um terreno relativamente grande e com testadas de 56m. Sua angulação varia de 90º à 86º, configurando sua geometria quadrada. Além disso, possui topografia suave, como foi explicado no item 6.5. Na figura 36, também podemos observar uma das áreas complementares do projeto. Com características bem similares a área de intervenção, possui terreno com ângulos de 90º, com geometria quadrada, topografia plana, área de 1250m² e testada de 38m. Já a figura 37 representa o corte longitudinal A-A’ da área de intervenção. Com o propósito de mostrar o desnível do terreno e as edificações ao seu redor. O terreno que será usado está representado pela cor vermelha, e nele podemos ver que a topografia é plana. Figura 37: Corte A-A' da área de intervenção.

Fonte: Elaborada pela autora, 2020.

A figura 38, representa o corte transversal B-B’ da área de intervenção. Nele podemos analisar que o desnível é um pouco mais acentuado que no sentido

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longitudinal, porém continua sendo uma topografia plana. Além disso, podemos


analisar na figura as edificações do entorno imediato do terreno, que está representado pela cor vermelha. Figura 38: Corte B-B' da área de intervenção.

Fonte: Elaborada pela autora, 2020.

6.7.

Microclima Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o clima de Santa Maria

caracteriza-se em subtropical úmido, com temperaturas variadas durante todo o ano. O verão é longo, quente e abafado alcançando máximas de 40º, e o inverno é curto e ameno, chegando a temperaturas inferiores a 3º. (Weather Spark, 2016) Durante a maior parte do ano a cidade recebe precipitação de chuva normalmente, sendo época de seca considerada entre os meses de julho e setembro. Os ventos são principalmente no sentido leste e a chuva acompanha o sentido dos ventos, por isso o projeto deve prever artifícios ou elementos impedidores da penetração de água e da proteção das paredes. O uso de grandes beirais ou varandas e o posicionamento das aberturas contrárias ao sentido da chuva nos telhados, são algumas opções de elementos ou artifícios a serem empregados. (Projeteee, 2020) Na figura 39, podemos observar a análise solar da área de intervenção no período da manhã durante o mês de novembro. Na análise, é possível constatar que a insolação é praticamente absoluta no terreno, com o Centro Comunitário São

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Francisco sombreando-o durante a manhã.


Figura 39: Estudo de insolação no período da manhã.

Fonte: Elaborada pela autora, 2020.

Já na figura 40, podemos observar a análise solar do terreno no período da tarde, onde a insolação é absoluta na área de intervenção, sem interferência das edificações existentes. Figura 40: Estudo de insolação no período da tarde.

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Fonte: Elaborada pela autora, 2020.


Através dessa análise, sente-se a necessidade de projetar elementos sustentáveis que sirvam de barreiras para a insolação, pois será constante no período da tarde. Assim, possibilitará uma edificação confortável e com foco no meio

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61

ambiente.



7. PRÉ-PROGRAMA DE NECESSIDADES O pré-programa de necessidades do projeto, foi desenvolvido com base nos estudos iniciais de referenciais teóricos e práticos e do livro Neufert auxiliando no dimensionamento do mesmo. Assim como da leitura prévia de algumas legislações pertinentes. Tomada como base, a plataforma QEdu disponibilizou no ano de 2018 o censo das escolas do Estado do Rio Grande do Sul. Os dados demonstram que a Escola Municipal de Ensino Fundamental Diácono João Luiz Pozzobon possui um total de 501 alunos, dentre eles 249 dos anos iniciais (1º à 5º ano), 144 dos anos finais (6º à 9º ano), 73 do EJA e 35 são alunos de Educação Especial (QEdu, 2018). Já a escola Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria de Lourdes, também localizada no bairro Diácono João Luiz Pozzobon, Vila Maringá, possui uma média de 521 alunos matriculados (Escolas, 2017), totalizando uma média de 1000 alunos na região de intervenção, aproximadamente 500 por turno. A partir desses dados o equipamento foi dimensionado para uma população máxima de 150 usuários, nas atividades internas. A setorização ocorreu da seguinte forma: administrativo, esportivo, cultural, serviço e alimentação. É importante salientar que além da edificação, o equipamento disponibilizará área livre que funcionará como uma pequena praça para os moradores do local. As tabelas 2 a 6 apresentam a setorização proposta: Tabela 2: Setor Administrativo.

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ADMINISTRATIVO AMBIENTE ÁREA POPULAÇÃO Hall/Recepção 25m² Sala ADM 18m² 2 Secretaria 24m² 3 Almoxarifado 3m² Sala de reuniões 29m² 10 Copa/Descanso 9,5m² 10 Sanitários 3m² Sanitários PNE 4m² Fonte: Desenvolvida pela autora, 2020.


Tabela 3: Setor Esportivo.

ESPORTE AMBIENTE ÁREA POPULAÇÃO Depósito 9m² Quadras poliesportivas 864m² (02) Espaço Aeróbico 25m² Espaço para caminhada Sanitários/Vestiários 90m² Sanitários PNE 24m² Fonte: Desenvolvida pela autora, 2020. Tabela 4: Setor Cultural.

CULTURA AMBIENTE ÁREA POPULAÇÃO Auditório 303m² 150 Camarim 22,55m² 10 Inclusão digital 47,13m² 15 Foyer 110m² 72 Salas multiuso (03) 120m² 60 Sanitários 3m² Sanitários PNE 4m² Biblioteca 88m² 17 Oficinas 3 120m² 60 Fonte: Desenvolvida pela autora, 2020. Tabela 5: Setor de Serviço.

SERVIÇO AMBIENTE ÁREA POPULAÇÃO DML 3,5m² Copa 9,5m² 5 Reservatório 10m² Carga e descarga 24m² Pátio de serviço 15m² Sanitários 3m² Sanitários PNE 4m² Depósito de lixo 3m² Transformador 3,5m² Central de gás 6,5m² Estacionamento (2% PCD) 10,58m² Depósito 3m² Bicicletário 6m² 15 Fonte: Desenvolvida pela autora, 2020.

Página

ALIMENTAÇÃO AMBIENTE ÁREA POPULAÇÃO Cozinha industrial 160m² 5 Cantina 189m² 30 Banheiros PNE (02) 18m² Fonte: Desenvolvida pela autora, 2020.

64

Tabela 6: Setor de Alimentação.


Portanto, ao analisar as tabelas de pré-dimensionamento, conclui-se que a área estimada para o equipamento está em torno de 2414m², não contabilizados os espaços abertos de lazer e permanência. Com essa metragem, podemos perceber que o terreno comporta adequadamente o equipamento proposto, além de estar em boa localização para o bairro.

7.1.

Pré-programa de necessidades para áreas complementares Como citado no item 6, o Centro de Apoio para Crianças e Adolescentes em

Contraturno Escolar terá mais duas áreas complementares que serão estudadas em forma de diretrizes. Dessa forma, foi desenvolvido um programa de necessidades especial para ambas as áreas. A área complementar 01, com aproximadamente 1250m², localizada no fundo de lote das escolas Ady Schneider Beck e Diácono João Luiz Pozzobon, tem como proposta ser uma área complementar esportiva, auxiliando ambas as escolas municipais e ligando o Centro de Apoio. Sua setorização ocorreu da seguinte maneira: esporte, serviço e contemplação. Onde o setor de contemplação terá espaço livre no terreno, com mobiliário urbano para permanência e descanso. Já os setores esportivo e serviço foram discriminados nas tabelas 7 e 8. Tabela 7: Setor esportivo da área complementar 01.

ESPORTE ÁREA

AMBIENTE POPULAÇÃO Mini quadra poliesportiva 100m² (02) Mini circuito de atletismo 200m² Fonte: Desenvolvida pela autora, 2020. Tabela 8: Setor de serviço da área complementar 01.

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SERVIÇO AMBIENTE ÁREA POPULAÇÃO Reservatório 10m² Sanitários 3m² Sanitários PNE 4m² Transformador 3,5m² Estacionamento (2% PCD) 10,58m² Depósito 3m² Bicicletário 6m² 15 Fonte: Desenvolvida pela autora, 2020.


A figura 41 mostra algumas referências de projetos similares as diretrizes a serem seguidas na área complementar 01. O mini percurso de atletismo, estará presente, mantendo a ludicidade para estimular a criatividade das crianças e adolescentes que irão usufruí-lo. Na primeira imagem da figura 41 podemos ver a referência de mini percurso de atletismo, com diversos elementos para a modalidade e piso emborrachado especial para atividades de alto impacto. Na segunda imagem, observa-se outra referência de percurso de atletismo, porém vertical, popularizado no Brasil como “Escola sem Teto”. Na terceira e na quarta imagem, são referências das mini quadras de esportes, com espaços de permanência e arquibancadas para quem for usufruir o local. Figura 41: Referências para a área complementar 01.

Fonte: Pinterest, 2016 à 2019. (Modificada pela autora)

Já a segunda área complementar, localizada ao lado do ESF Maringá possui topografia acentuada. Como estamos vivendo a pandemia de COVID-19, não foi possível fazer o levantamento físico e fotográfico do local e a Prefeitura de Santa Maria não disponibilizou o levantamento existente. Portanto trabalhamos apenas com imagens de satélite do Google Earth.

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850m², é trabalhar com as curvas de nível existente. Portanto para preservar o

66

A principal diretriz para a área complementar 02, com aproximadamente


conforto acústico da área – edificação existente de saúde - pretende-se fazer uma praça de contemplação com espaço lúdico. Além disso, foi acrescido ao programa da área complementar 02, o setor de comércio. Onde o objetivo é implementar um espaço de comércio alimentício local com área externa e possibilidade de expositores para feiras de produtos coloniais e artesanais, instigando o comércio da Vila Maringá e gerando fluxo de pessoas para a praça. Portanto, a segunda área complementar ficou setorizada em: comércio, serviço, contemplação e espaço lúdico. Onde as áreas estimadas de cada setor estão discriminadas na tabela 9: Tabela 9: Setorização da área complementar 02.

SETOR ÁREA POPULAÇÃO Comércio 100m² Contemplação 500m² Espaço lúdico 200m² Serviço 40m² Fonte: Desenvolvida pela autora, 2020.

Na figura 42, podemos observar algumas imagens de referência para a segunda área complementar, que vão ao encontro com as diretrizes do projeto.

Página

Fonte: Pinterest, 2016 à 2019. (Modificada pela autora)

67

Figura 42: Referências para a área complementar 02.


A primeira imagem da figura 42 representa o uso adequado das curvas de nível, com escadas se mesclando com espaços de permanência e o uso de caminhos/rampas de acessos. A segunda imagem, representa estruturas tensionadas que servem de cobertura para determinada atividade, gerando conforto térmico e sombra para a população que usufrui o local. E por último o espaço lúdico, cheio de cor, elementos que instigam a criatividade, escorregadores aproveitando as curvas de nível e piso emborrachado especial para atividades de alto impacto.

7.2.

Fluxograma Segue na figura 43, fluxograma da área de intervenção, demonstrando os

diferentes setores do programa de necessidades e seus respectivos fluxos. Figura 43: Fluxograma da área de intervenção.

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Segue na figura 44, fluxograma das áreas complementar 01 e 02, demonstrando os diferentes setores do programa de necessidades e seus

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68

respectivos fluxos.


Figura 44: Fluxograma das áreas complementares.

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

A partir dos fluxogramas nas figuras 43 e 44, é possível visualizar melhor como é o programa de necessidades tanto da área de intervenção como das áreas

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69

complementares que serão trabalhadas em forma de diretrizes.



8. METODOLOGIA A pesquisa é uma das partes mais importantes para o desenvolvimento do Trabalho Final de Graduação I. É nela que surge todo o embasamento para justificar as ações que serão tomadas na segunda etapa do projeto, conhecida como TFG II. Para concluir a primeira etapa, foi preciso passar por algumas etapas importantes que ajudaram na criação do programa de necessidades do equipamento. No primeiro momento, foi feita a pesquisa bibliográfica coletando dados pertinentes ao tema, justificando e compreendendo o mesmo de uma forma mais ampla e formal. Nesta mesma etapa, foi feita a pesquisa de equipamentos similares ao Centro de Apoio proposto, intitulado como referencial prático. Onde além de imagens ilustrativas, foram anexados elementos estruturais, volumétricos e qualidade arquitetônica dos mesmos. Além disso, foi feita a pesquisa da área de intervenção e áreas complementares ao projeto. Contendo elementos como: localização, edificações importantes, acessos, mobilidade urbana e infraestrutura da Vila Maringá; levantamento fotográfico e plani-altimétrico do entorno imediato; elementos técnicos e microclima. Além de realizada a pesquisa dos índices urbanísticos e uso dos solos da região estudada. Após o recolhimento de todos os dados, estes foram compilados e compuseram a pesquisa em questão. Assim foi possível gerar discussões e conclusões mais fundamentadas para o tema, tornando viável a proposta e diretrizes apresentadas. Os estudos iniciais do projeto foram feitos no decorrer do semestre, cumprindo o cronograma de atividades proposto na etapa anterior, intitulada como

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71

projeto de pesquisa.



9. CONCLUSÃO Após o estudo do referencial teórico e prático pode-se concluir que o bairro possui carência de elementos que articulem periferia – cidade. Ao analisar mais detalhadamente a área de intervenção e áreas complementares, foi nítida a relevância da implementação do equipamento público em questão na Vila Maringá. Equipamento este, que se torna um elemento trivial para o desenvolvimento educacional e pessoal das crianças e adolescentes. Além de auxiliar os núcleos familiares a produzir renda e qualidade de vida para os mesmos. Além disso, após o embasamento adequado, foi possível perceber que a introdução de edificações com arquitetura de qualidade nas periferias, leva a elas maior visibilidade, infraestrutura e investimento para a região. Dessa forma, o desenvolvimento do bairro e da população que ali vive se torna uma consequência programada. Ao fazer o estudo do sítio, foi possível perceber o potencial da área de intervenção. Durante o levantamento fotográfico, crianças e adolescentes jogavam e brincavam no terreno baldio, com goleiras improvisadas com chinelos, bolas murchas e marcações da quadra com gravetos, enfatizando a necessidade da implementação do equipamento. Portanto, conclui-se que a pesquisa gerou dados importantes e pertinentes para o desenvolvimento da etapa de Trabalho Final de Graduação II, que será feita no

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73

segundo semestre de 2020, possibilitando um bom e detalhado embasamento.



10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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77

Brasil.

Página

Sul,



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