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começa a interagir com uma palavra mágica que é a organização. Ele terá mais controle do passo a passo da atividade e do papel que ele desempenha”, diz.
Segundo Alvarenga, o mercado brasileiro de reposição já está acostumado com normas ABNT para serviços técnicos e a norma específica para o balconista também está ligada ao tema. “Tivemos um pioneirismo com a primeira norma de qualificação do mecânico que, de alguma forma, entra no campo de algumas habilidades e capacitações necessárias que a norma do balconista irá seguir, como por exemplo recomendações de nível de instrução e capacitação, que não são técnicas, mas conferem um norte sobre as competências que se deve ter para assumir as funções de balconista de autopeças”, avalia.
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Ganho de qualidade para empresas e profissionais
Entre os benefícios imediatos que a normalização trará para esses profissionais está uma política mais clara de cargos e salários, com uma relação muita mais transparente entre empresários do varejo e seus colaboradores balconistas. “De imediato cria-se uma situação de meritocracia que pode ser construída nessa relação, como também de capacitação profissional, identificando habilidades ou deficiências que determinado profissional tenha e assim direcionar com maior assertividade sua capacitação, seja por iniciativa da empresa ou do próprio profissional, o que gera um ganho de qualidade entre as partes”, define Alvarenga.
Como complemento dessa base estruturada entre profissional e empresa, Alvarenga detalha que a qualificação cria uma certificação de competências, também chamada de certificação profissional, acreditada pelo governo brasileiro, promovida pela Organização Internacional do Trabalho, onde o Brasil é signatário. “Existem vários testes para certificação de competência que proporcionarão forte impulso ao balconista e na projeção da sua ocupação, bem como na atividade do varejo de autopeças no Brasil”, acredita.
Ponta do iceberg para nova normas
Para as próximas reuniões, previamente agendadas para as últimas quartas-feiras de cada mês, serão convidados a participar todos os elos da cadeia, desde indústrias, distribuidores, varejistas, oficinas, até entidades como IQA, Senai, Senac, além da imprensa especializada e do próprio profissional balconista de autopeças.
Alvarenga adiantou que a CE já tem um texto-base, que é o ponto inicial para os trabalhos, e a criação dessa norma é do interesse do profissional e principalmente das lojas de autopeças porque todos ganham nesse processo. “Com isso criamos uma da cadeia de valor. O objetivo é elevar a categoria do comércio varejista de au-
topeças e estamos iniciando esse trabalho valorizando o balconista. Essa é a ponta do iceberg para criação de novas normas do setor. Entendemos que essa é uma das formas de profissionalizar o setor. As grandes corporações sempre se valeram de normas, as oficinas de reparação andaram mais rápido porque se utilizam de muitos dados técnicos de substituição de componentes e agora chegou a hora do varejo de autopeças, que manuseia e tem um grande trabalho de logística e comercialização de produtos, com extensa capilaridade no Brasil, que requer uniformização. A ideia é elevar o patamar para cima, valorizar o profissional, a atividade econômica e consequentemente o País, além de potencializar projetos e ações de melhoria para os dois lados, seja para o empresário criar um programa de cargos e salários, seja para o profissional se capacitar melhor”, assegura Alvarenga.
O presidente da Associação dos Sincopeças do Brasil, Ranieri Leitão, agradeceu a indicação e disse que é sempre uma honra contribuir com o setor, qualquer que seja a função. “Estarei sempre à disposição para avançar e contribuir. A normalização do balconista vai valorizar não somente os profissionais, mas também as empresas incluídas nesse processo. Contem comigo”, disse.
O presidente do Sincopeças-SP, Heber Carvalho, parabenizou as indicações para a coordenadoria e secretaria da comissão. “Manifesto aqui minha satisfação com a escolha desses nomes para comandar a comissão. Fico muito feliz porque conheço a competência de ambos. O Sincopeças-SP está empenhado em contribuir para o sucesso desse trabalho”, afirmou o presidente.
O diretor executivo da Andap, Fernando Vasconi, também concordou com a indicação do coordenador e do secretário por entender que são profissionais competentes, capacitados e aglutinadores. “São os melhores nomes para comandar essa comissão”, frisou.
O varejo na ótica de adversidades
(Por Abram Szajman)
Após um ano repleto de dificuldades, é necessário esforço do governo para destravar o ambiente de negócios e dar continuidade à agenda de reformas
Oano de 2020 foi marcado pela instabilidade e pelo sentimento de insegurança ao redor do mundo, comprometendo não só a saúde da população, como perspectivas e convicções. Na economia, medidas de auxílio de renda, crédito e flexibilização trabalhista evitaram que os danos fossem ainda maiores. Com medidas restritivas de isolamento e fechamento de algumas atividades, as vendas do comércio varejista de São Paulo, que antes da pandemia davam sinais de manter a recuperação de 2019, passaram a amargar resultados, chegando a registrar quedas de dois dígitos. Poder Público precisa de medidas que amparem as empresas e os empregos (Arte: TUTU)
Conheça as reivindicações da FecomercioSP aos governos federal, estadual e municipal
A abertura gradual das atividades trouxe fôlego para a economia. Projeções da FecomercioSP estimam que o comércio varejista paulista encerre o ano com crescimento de 2%, ainda assim com desempenhos assimétricos jamais vistos na história do setor no Estado. Os segmentos voltados a bens essenciais, como farmácias e supermercados, se recuperaram de forma mais expressiva, ao passo que os setores de vestuário e concessionárias continuaram (e continuam) caindo.
É esperada uma baixa de 60 mil empregos formais no setor em relação a 2019, o pior desempenho anual desde 2010. A capacidade de sobrevivência dos negócios também foi duramente acometida. O varejo paulista iniciou a pandemia com 410,8 mil empresas e ingressará em 2021 com 346,6 mil.
Para 2021, é necessário esforço do governo para destravar o ambiente de negócios e dar continuidade à agenda de reformas, amparando empresas e empregos. Aos empreendedores, faz-se indispensável a habilidade de reinvenção no cenário ainda de adversidades.
Abram Szajman é presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) Artigo originalmente publicado na Revista Eletrolar no dia 6 de janeiro de 2021.