FEVEREIRO 2018 nº 383
JORNAL DOS BANCÁRIOS Carimbado QUEM VOTAR ESSE PROJETO ABSURDO NÃO DEVE VOLTAR! As reformas necessárias ao Brasil não podem se basear em mentiras, como é esta história mal contada sobre o déficit da previdência. Também não podem ser feitas por uma minoria abastada que atropela a maioria da população. Pior, mentindo e enganando sobre seus efeitos. Temos clareza do prejuízo que nossa categoria vai sofrer. E por isso, lutamos bravamente contra esse tipo de mudança. Uma mudança a longo prazo tem que ser debatida em campanha eleitoral. Não deve ser feito por um governo sem voto. Nossa principal arma agora é marcar cada um dos deputados e sua posição nesta proposta. Defendemos que aqueles que aprovarem este projeto não devem voltar ao Congresso. E seremos incansáveis nesta divulgação. Baltazar Luzia Presidente
BB e Caixa: Plano de saúde em risco Decreto publicado pelo governo Temer determina mudanças que atacam fortemente o direito dos bancários ao plano da Cassi e no Saúde Caixa. Pag. 2 e 4
REFORMA DA PREVIDÊNCIA:
ISSO O GOVERNO NÃO CONTA! Ao contrário do que diz a turma de Temer, a PEC 287 não vai mexer nas altíssimas aposentadorias do Judiciário e do Legislativo, nem dos militares. Querem acabar com a sua, mas a deles continuará
intocada. Você sabia que a dívida de grandes empresas, principalmente dos bancos, é maior do que o “rombo” que o governo alega existir na Previdência? Aliás, o cálculo do
suposto déficit da Previdência é outro embuste deslavado. Confira abaixo essas e outras patifarias do governo e sua base no Congresso e se junte à mobilização contra o fim da sua aposentadoria.
DESMONTE DA CIDADANIA - Realizado pelo Sindicato dos Bancários e a CUT MG na sede do Sindicato, o Seminário da reforma antitrabalhista denunciou a política de desmonte da cidadania no Brasil. No cenário pós-golpe estão sendo preparadas privatizações e reformas na aposentadoria e trabalho. Ver mais na Pag. 3
Jornal dos Bancários
Fevereiro de 2018
Temer cria risco para plano de saúde no BB e Caixa De lh ! BRADESCO: LUCRO E DEMISSÕES - O Bradesco lucrou R$ 19,024 bilhões, com crescimento de 11,1%, em relação a 2016 e de 1,1% no trimestre. Em contrapartida, a holding encerrou o ano de 2017 com 98.808 empregados, uma redução de 9.985 postos de trabalho em relação ao final de 2016, que representa 9,2% do seu quadro de funcionários, mesmo, após a incorporação, em setembro de 2016, de aproximadamente 20 mil trabalhadores banco HSBC. O PDVE, segundo o banco, teve 7,4 mil adesões. No período, foram fechadas 565 agências e abertos 78 novos postos de atendimento (PA).
SANTANDER: R$ 10 BI EM 2017 - Os números representam crescimento de 35,6% em relação a 2016. O lucro obtido no Brasil representou 26% do lucro global. Por outro lado, O apetite insaciável do presidente do Santander, Sérgio Rial, mostra-se presente. Agora que os juros da dívida pública não são mais tão atrativos (caiu de 13% para 7%), o banco não esconde interesse em avançar sobre fatias de mercado onde as instituições públicas sempre atuaram (financiamento social e até o FGTS), reiterou o presidente em entrevista a jornais.
70% CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES -
Para Félix, resolução é forte ataque nos direitos dos bancários No último dia 26 o Ministério do Planejamento publicou a Resolução determinando que as empresas estatais limitem e reduzam sua participação no custeio dos planos de saúde de seus funcionários. Os principais pontos da Resolução impõe sérias ameaças e prejuízos aos associados da Cassi. Entre eles o estabelecimento da paridade de con-
tribuição entre banco e associados; limite dos aportes do banco a 8% da folha (incluído aí os aposentados); proibição da empresa de custear plano de saúde para aposentados; o não oferecimento de plano de saúde a novos funcionários; e implantação da mudança em 48 meses. Para Fabiano Felix, representante dos funcionários no
Conselho de Administração do BB, a resolução é um forte ataque aos direitos dos funcionários do banco, conquistados com muita luta. Além disso, afronta diretamente o estatuto da Cassi, que só pode ser mudado por votação dos associados. As mudanças também vão atingir os bancários da Caixa e de outras empresas públicas.
Sucesso do governo: renda de bilionários cresce A ONG britânica Oxfam divulgou em janeiro um relatório mostrando que o número de bilionários no Brasil saltou de 31 para 43 pessoas em 2017. No mesmo período, o patrimônio total dessa parcela ínfima da população cresceu 13% Enquanto isso, os 50% mais pobres tiveram sua fatia da renda nacional reduzida de 2,7% para 2%. “Os dados da Oxfam re-
velam o projeto de país implantado pelo governo Temer. Enquanto cortam direitos dos trabalhadores, empregos desaparecem, congelam gastos públicos por 20 anos, a verdadeira elite se mantém intocada, com o patrimônio cada vez maior. Essa é uma opção política. Opta-se por cortar direitos trabalhistas, tenta-se afastar milhões de brasileiros da aposentadoria, mas não muda a carga tribu-
tária. O luxo não é taxado e nem as dívidas bilionários das grandes empresas são cobradas. Enquanto o povo literalmente paga o pato, quem colocou o pato na Paulista permanece intocável, engordando cada vez mais seus lucros”, critica a secretária de Imprensa e Comunicação do Sindicato, de São Paulo, Marta Soares.
2017: Bancos eliminam 17,9 mil empregos
Pesquisa Datafolha divulgada em dezembro mostra que 70% da população é contrária a privatizações de empresas públicas. Num cenário onde políticas e comentaristas da mídia oficial fazem propaganda desmoralizadora das empresas estatais há vários anos, a opinião da população significa uma “bofetada” na elite que só pensa em vender a elite do país.
2017: O MAIOR DESEMPREGO - A taxa média anual de desemprego no Brasil subiu de 11,5% para 12,7% entre 2016 e 2017. É a maior da série histórica da pesquisa iniciada em 2012 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) foram divulgados na quarta (31). No mesmo período, que coincide com a ruptura democrática no país, foram perdidos 3,3 milhões de postos de trabalho com carteira assinada.
A tradição se manteve: Depois de novos estratosféricos índices de lucratividade, os bancos continuaram eliminando milhares de postos de trabalho em 2017. No total foram 17.905 vagas cortadas no ano passado. Apenas em dezembro, 2.311
bancários foram demitidos e 2.117 contratados, saldo negativo de 194 vagas. Persistiu também a tendência de demitir quem ganha mais e contratar pagando menos. Durante todo o ano, os dispensados ganhavam em média R$ 7.456. Já a média sa-
larial dos contratados foi de R$ 4.139, o que representa apenas 56% da remuneração dos desligados. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério do Trabalho.
Jornal dos Bancários
Fevereiro de 2018
‘Reforma não afetará os mais pobres’ é mentira’ Para professor, a combinação das reformas é explosiva para o trabalhador O professor da Unicamp Eduardo Fagnani foi taxativo ao dizer que a propaganda oficial mente ao dizer que os mais pobres não serão afetadas pela PEC 287. “É uma estratégia. Como se eles estivessem fazendo uma reforma que atinge apenas os marajás do serviço público. Isso não é verdade”, aponta, destacando as dificuldades que o trabalhador terá para conseguir acesso ao benefício. “Para ter aposentadoria integral precisa contribuir durante 44 anos. Isso a inviabiliza. Ninguém mais vai ter aposentadoria integral no Brasil. Isso é superior ao tempo de contribuição que os países desenvolvidos adotam.” O economista entrevistado pela rádio Brasil Atual ava-
lia que a “reforma” trabalhista vai precarizar os empregos e diminuir as receitas previdenciárias. Ao combinar as alterações com a reforma da previdência, ficará inviabilizado o sistema, aumentando ainda mais a desigualdade no país. “Antes da reforma trabalhista, em média, 50% do trabalho era informal, mas no Maranhão esse índice é de 75%. Essas pessoas em geral não contribuem para a Previdência e não vão conseguir ter os 15 anos (de contribuição mínima). Eduardo Fagnani considera de suma importância a atuação dos movimentos sociais e sindicatos para tentar barrar a votação prevista para o dia 19 de fevereiro, na Câmara dos Deputados.
Previdência: ataques já começaram Ao invés de cobrar os grandes devedores da Previdência Social, mais uma vez o governo Temer pretende economizar à custa da população. Após cancelar os benefícios de mais de 200 mil pessoas doentes ou que ainda se encontravam em tratamento médico, a gestão federal tomou novas medidas que prejudicarão os adoecidos. Em novembro o governo publicou no Diário Oficial a Instrução Normativa 90 que, na prática, limita o tempo de afastamento pago pelo INSS a no máximo dois meses.
“A rotina massacrante dos bancos, onde a cobrança abusiva por metas inatingíveis causa adoecimentos, obriga muitos bancários a se afastarem do trabalho, particularmente por transtornos psíquicos e LER/Dort. E dificilmente a recuperação ocorre em apenas um mês”, analisa Marta Soares, secretária executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo. O novo sistema tem armadilhas na prorrogação das licenças e facilita a demissão no retorno da licença saúde.
Mais detalhes no site do sindicato
Banco Santander inicia reforma trabalhista; bancários reagem
Diretores do Sindicato incentivam a greve em Uberaba. Paralisação de 2 horas atingiu as 4 agências em Uberaba
As quatro agências do banco Santander em Uberaba paralisaram as atividades no dia 20 de dezembro. O protesto dos bancários da empresa foi nacional e contra as alterações nas relações trabalhistas promovidas pelo banco sem consulta às entidades representativas do funcionalismo. A mobilização em Uberaba durou duas horas. A reforma trabalhista foi iniciada no banco com a implantação de um sistema para forçar a assinatura de “acordo Individual do banco de horas semestral”. A medida decreta o fim do pagamento da hora extra em
espécie para a categoria. Também sem qualquer negociação com a categoria ou aviso prévio, o banco alterou o dia de pagamento dos salários e do 13º. O diretor do Sindicato dos Bancários de Uberaba e funcionário do Santander, Gilmar José de Almeida, lembra que os funcionários também foram surpreendidos com reajuste de 20% no plano de saúde. “Os trabalhadores também sofrem com metas abusivas, grande número de demissões e agora também o anúncio de que o banco vai aplicar o parcelamento das férias”, lembrou Almeida.
Itaú também tenta impor reformas O primeiro dia do ano foi de protestos nas agências do Itaú de todo o país. Em algumas cidades houve paralisações e manifestações. Em Uberaba, diretores do Sindicato entregaram jornais denunciando o banco que anunciou que não encaminhará as homologações de demitidos
para serem feitas no sindicato. O Itaú também anunciou que quer parcelar o regime de férias. Na avaliação da diretoria do sindicato, o banco quer usar a reforma trabalhista para retirar direitos e enfraquecer a representação dos trabalhadores.
Jornal dos Bancários
Fevereiro de 2018
Desmonte de banco: Caixa prepara novo PDV A inviabilização do atendimento intencional jogará a população contra o banco Segundo informações da imprensa, a Caixa pretende reabrir o programa de demissão voluntária. Em 2017, o banco recorreu duas vezes ao PDVs para enxugar o quadro de funcionários, que antes era de 101 mil e agora beira os 88 mil empregados. O banco ainda tem cerca de 3 mil funcionários próximos da aposentadoria que se encaixam nos critérios para aderir a um PDV. “Assim como no ano passado, o programa não foi conversado com os representantes dos trabalhadores”, lembra Dionísio dos Reis, co-
ordenador do Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, “O plano de demissão voluntária reforça a intenção da Caixa de enxugar a empresa e assim prepará-la para a privatização. A população também sai perdendo, já que a redução dos postos de trabalho compromete a qualidade no atendimento. A intenção é precarizar as condições de trabalho até inviabilizar o atendimento, jogando a população contra o banco 100% público”, observa o dirigente sindical. Para ele, a hora é de mobilização.
Como saberei se o INSS concedeu meu benefício? RESPOSTA:
Através do Comunicado de Decisão, que deverá ser entregue imediatamente após a perícia. Nesse documento deverá constar também a natureza do benefício concedido (acidentário ou comum) e o prazo de duração. O INSS, em abril de 2017, passou a disponibilizar os resultados somente pela internet a partir das 21 horas do dia da perícia. Fonte: Bancários SP
JORNAL DOS BANCÁRIOS EXPEDIENTE
Publicação do Sindicato dos Bancários de Uberaba e região. Presidente: Baltazar Luzia Pinto. Secretário de Imprensa: Élcio Lopes Lucas. Edição: Anízio Bragança Júnior - MG 4731JP. Rua Governador Valadares, 450. Cep: 38.010-380. Telefax: (34) 3312-1993. 1000 exemplares. Notícias do “www. contrafcut.org.br” e “www.spbancarios.com.br. Fotos: Marco Túlio Bernardes E-mail: imprensadosbancarios@ mednet.com.br e secretariadosbancarios@uol.com.br. Sítio: www.bancariosdeuberaba.com.br.