Jornal da GM setembro de 2012

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Comitê em Defesa dos Empregos na GM Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá

Setembro/2012

TODOS CONTRA AS DEMISSÕES NA GM! Em defesa dos empregos em São José dos Campos (SP)

A luta dos trabalhadores e do Sindicato dos Metalúrgicos conseguiu suspender, até aqui, a demissão de 1840 companheiros na GM, em São José dos Campos (SP). Como parte do acordo que barrou os cortes, cerca de 900 operários continuam trabalhando e outros 925 entraram em layoff. Mas a GM não desistiu de demitir e atacar os metalúrgicos em São José. A companhia continua

cada demissão na gm gera outras

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demissões na região

querendo fechar um setor inteiro da fábrica, o MVA (Montagem de Veículos Automotores), e jogar na rua milhares de pais e mães de família. A produção do único veículo que restou no setor, o Classic, pode ser transferida para a Argentina. Tudo porque a empresa só pensa em aumentar seus lucros e despreza a situação de tantas vidas.

ATAQUE À REGIÃO As demissões na GM vão gerar outras 13 mil dispensas, segundo levantamento do Dieese. Além de representar uma tragédia para a região, a demissão é um drama para cada trabalhador, que perderá a fonte de sustento. CAMPANHA CONTINUA O Sindicato está promovendo a campanha SOS Empregos, com

várias iniciativas. A mobilização dos trabalhadores de São José, com a solidariedade de outras categorias, pode deter os planos da GM. Os governos, por sua vez, despejaram bilhões de reais no colo das montadoras e não podem aceitar as demissões. A presidente Dilma deveria editar uma medida provisória para proibir as demissões.

MOBILIZAÇÃO CONTINUA: DILMA, PROÍBA AS DEMISSÕES!


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Metalúrgicos da GM foram à luta

Mobilização suspendeu cortes A mobilização dos trabalhadores, em conjunto com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, evitou até aqui as 1840 demissões planejadas pela GM. Foram paralisações na fábrica, passeatas, ocupação da Rodovia Presidente Dutra, pressão sobre os governos municipal, estadual e federal para que as demissões fossem suspensas. Diante de tanta pressão, a GM aceitou fechar um acordo com o Sindicato, suspendendo a demissão imediata dos trabalhadores. A luta contra as demissões ainda não terminou. Foi apenas prorrogada. Por isso, é fundamental que a sociedade e os trabalhadores de todas as categorias se somem à luta em defesa dos empregos na General Motors.

Sindicato tem promovido diversas mobilizações em defesa dos empregos na GM

GM quer continuar demitindo Nas negociações que estão ocorrendo com o Sindicato, a GM apresentou uma série de propostas que retiram direitos dos trabalhadores. Em nenhum momento, a empresa garante que trará investimentos para São José dos Campos ou que vai manter o atual nível de empregos na planta. Ao contrário, ela continua com seus planos de demissão. Com essa medida, a montadora levará a cidade de São José dos Campos a uma situação de extrema gravidade. Segundo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos), 2 mil demissões podem gerar outros 13 mil cortes na cidade. Seria uma tragédia social. A GM está instalada em São José dos Campos há 53 anos, e agora quer simplesmente virar as costas para os trabalhadores e para toda a cidade. Isso não pode acontecer.

Governo tem de agir

Dilma pode impedir demissões Mesmo antes de a GM anunciar seu plano de demissão em massa, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos já vinha cobrando do Governo Federal medidas em favor do emprego. A presidente Dilma Rousseff tem plenos poderes para impedir que as demissões se concretizem. Basta assinar uma Medida Provisória determinando que empresas beneficiadas por redução ou isenção fiscal não possam demitir. A GM é uma das empresas beneficiadas pelo Plano Brasil Maior (pacote de incentivos do governo à indústria), e mesmo assim fechou mais de 1.200 postos de trabalho no país, em apenas um ano. Se as demissões em São José se concretizarem, chegaremos a mais de 3 mil. É preciso deixar claro que a GM não está

em crise financeira e não precisa de socorro do governo. A montadora continua vendendo como nunca, batendo recordes mês a mês. As demissões são apenas uma forma de aumentar ainda mais seus lucros e enviar mais dinheiro para o exterior. Dilma tem de cumprir promessa Antes da GM anunciar seus planos, a presidente Dilma declarou ser contra as demissões. Foi muito importante essa manifestação da presidente. Queremos agora que ela cumpra a promessa, proibindo a GM de fazer os cortes. Isso é possível. Mil oitocentos e quarenta trabalhadores não são meros números. São pais e mães de família, e nem a GM, nem o governo podem ignorar essa realidade!


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Ataque

Empresa que faz importação não pode fazer demissão A General Motors tem usado o argumento de que não há como manter os trabalhadores do setor MVA (Montagem de Veículos Automotores) porque não há investimentos previstos para São José dos Campos. Isso não é verdade! A GM não quer investir em São José porque prefere produzir os carros em outras plantas, com preços mais baixos, obtendo, assim, lucros maiores. Essa sede de ganância é que está levando a empresa a acabar com o sustento de 2 mil famílias. Para garantir seus objetivos, a GM está transferindo a produção de seus veículos para outros países.

Ela se aproveita dos custos de mão de obra local, da desvalorização da moeda de outros países e de acordos com outras nações, para trazer os carros do exterior, sem pagar impostos. GM PRODUZ FORA E DEMITE NO BRASIL A GM importa todo ano cerca de 90 mil carros, o

Em 2011, foram importados 90 mil veículos pela GM

que elimina 3 mil postos de trabalho no Brasil. Agora, ela quer aumentar mais ainda a importação, demitindo mais dois mil trabalhadores. Isso é inaceitável! O governo Dilma não pode permitir que multinacionais instaladas no Brasil, ainda por cima beneficiadas com dinheiro público, tragam carros de fora para demitir em nosso país.

Se fossem produzidos no Brasil, a GM teria aberto 3 mil postos de trabalho

Cada trabalhador gera em riqueza para a GM mais de R$ 1 milhão por ano

Carros no Brasil são os mais caros do mundo Além de garantir seus lucros através da exploração dos trabalhadores nas fábricas, as montadoras também ganham muito cobrando preços absurdos nas vendas de seus veículos. O Brasil tem os carros mais caros do mundo. O próprio Classic, vendido no Brasil por cerca de R$ 32 mil (o modelo completo), custa apenas R$ 17 mil, na Argentina. Um outro exemplo é a S10, que sai por R$ 117 mil aqui, e por apenas R$ 83 mil na Argentina. As montadoras afirmam que a diferença entre os preços se deve ao “Custo Brasil”, termo utilizado pelos empresários para se referir aos impostos e custo de produção brasileiro, mas tanta diferença se deve a margem de lucro das montadoras. Alguns veículos, como o Honda Fit, são 106% mais caros aqui do que na França (veja outros exemplos no quadro ao lado). Não é por acaso que todas as montadoras querem se instalar no Brasil.

R$ 32 mil Chevrolet Classic

R$ 117 mil R$ 83 mil Chevrolet S10

Além disso, as vendas de veículos seguem em alta. Este ano, o setor automotivo teve o melhor mês de julho da história, com 329,5 mil carros vendidos. No mês anterior, as vendas já haviam subido 24%. A GM vendeu, em julho, 49.116 carros, o que

representa um crescimento de 13,8% em relação a julho de 2011 e acredita num crescimento de 3%, no segundo semestre. Por isso, a GM não precisa demitir esses 1840 trabalhadores. Essa medida é apenas para garantir mais lucros e agradar seus acionistas.

Benefícios fiscais para as montadoras

Brasil perde R$ 27 bilhões Enquanto os trabalhadores são demitidos e se afundam em dívidas, as indústrias são beneficiadas, ano a ano, com incentivos fiscais. Desde 2008, o Governo Federal deixou de arrecadar mais de R$ 27 bilhões, por causa da isenção e redução de impostos dados para as montadoras. Esse dinheiro poderia ter sido usado para melhorar serviços públicos de saúde, educação, transporte e moradia. No fim de agosto, o governo anunciou a prorrogação da isenção da cobrança do IPI sobre veículos até outubro. Com essa medida, as montadoras ganharam cerca de R$ 3 bilhões. DINHEIRO NO COFRE DAS MONTADORAS A verdade é que não faltou dinheiro público para as montadoras. Além da redução de impos-

R$ 17 mil

tos, ainda foram beneficiadas com cerca de R$ 5 bilhões em financiamentos pelo BNDES. Mas o absurdo não acaba aí. Depois de terem recebido tanto dinheiro do governo brasileiro, as montadoras enviaram para suas matrizes, só em 2011, nada menos do que R$ 10 bilhões! Nos últimos três anos e meio, foram cerca de R$ 30 bilhões em remessas de lucros ao exterior. Ou seja, o dinheiro que deveria ficar no Brasil, para realizar melhorias e garantir direitos e benefício para a população, acabou nas mãos de milionários acionistas estrangeiros! Por isso, o governo brasileiro precisa proibir as multinacionais de continuar demitindo. É preciso que a presidente Dilma garanta a manutenção e ampliação dos postos de trabalho.


Jornal do Metalúrgico

Em defesa dos empregos!

Pressão dos trabalhadores pode virar esse jogo POR UMA CAMPANHA NACIONAL CONTRA AS DEMISSÕES! A força dos trabalhadores é fundamental para impedir que a GM e outras montadoras, como a Mercedes-Benz, prossigam com seus planos de demissão. A pressão dos metalúrgicos impediu que a GM realizasse as demissões até agora, mas é preciso muito mais para que os cortes não se concretizem de fato. A sociedade e os trabalhadores de todo o país têm um papel fundamental nessa mobilização: pressionar as empresas e exigir a manutenção dos postos de trabalho. Na Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, o sinal de alerta também já foi aceso. A em-

presa suspendeu o contrato de trabalho de 1,5 mil funcionários. Temos de nos somar nesta luta. As montadoras estão lucrando muito, e querem descartar aqueles que dão duro nas linhas de produção. Esses trabalhadores não podem ser tratados como números ou objetos a serem descartados, simplesmente por ganância. Por isso, a luta em defesa do emprego tem de ser de todos. É preciso unidade entre os trabalhadores de todas as categorias e de todo o país para dar início a uma grande Campanha Nacional contra as Demissões!.

Apoie esta mobilização!

Sindicato quer investimentos e tem proposta para negociar O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos já apresentou alternativas que evitam as demissões e garantem novos investimentos em São José dos Campos, com qualidade no emprego. São medidas viáveis que dependem exclusivamente da vontade da GM em manter os postos de trabalho na cidade (veja quadro ao lado). O Sindicato continua aberto às negociações e vai levar eventuais propostas da empresa à apreciação dos trabalhadores em assembleia, de forma transparente e democrática como sempre foi tradição deste Sindicato. Mas as propostas não podem beneficiar exclusivamente a montadora. Temos de garantir empregos e o retorno de todos os trabalhadores que estão em layoff. Em 2008, o Sindicato assinou um acordo com a GM que garantiu a abertura de vagas na planta de São José dos Campos e ainda hoje é usado como base de negociação. Neste novo acordo, o que está em jogo é o emprego de 1.840 trabalhadores. E isto tem de ser levado em conta na mesa de negociação.

O Sindicato defende: . Não às demissões! . Não à transferência do Classic para a Argentina! Continuidade da fabricação do Classic em São José! . Pela produção em São José dos Campos do Sonic e de outros carros, hoje importados. . Pela volta da produção de caminhões! . Que a GM invista no Brasil os lucros que consegue aqui.

Queremos da presidente Dilma: . Proibição de demissões em todas as empresas que importam produtos para vender no Brasil! . Proibição da remessa de lucros das multinacionais para o exterior! Investimento no Brasil de 100% dos lucros aqui obtidos! . Sobretaxar as importações para nacionalizar a produção! . Redução da jornada de trabalho sem redução de salário e proibição do Banco de Horas! . Piso Nacional do Dieese para os metalúrgicos: R$ 2.200,00! . Pela nacionalização das empresas que demitirem em massa! Pela produção do primeiro carro nacional!

Unidade dos movimentos sindical e popular: . A CUT, Força Sindical, CTB e demais centrais têm que romper o pacto com os patrões e lutar em defesa do emprego. . Unir o movimento sindical e popular por uma campanha nacional e internacional contra as demissões na GM e nas demais fábricas e regiões do país! Por um dia nacional de mobilização contra as demissões!

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