Revista Construir Mais - Julho de 2015

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CUB MAIO

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REVISTA MENSAL DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NO ESTADO DE GOIÁS - SINDUSCON-GO

ANO V, Nº 60 JULHO/2015

ENTREVISTA COM O GERENTE REGIONAL CENTRO-OESTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND (ABCP), FERNANDO CROSARA Pág. 6



E

DITORIAL

PLANO INTEGRADO: ordenando o desenvolvimento da Região Metropolitana De forma inédita, as matérias de Capa desta edição e também da próxima revista de agosto estão centradas em temática única, da maior importância para o futuro dos habitantes dos municípios que formam a chamada Grande Goiânia no longo prazo. Na sequência de edições, trataremos da elaboração do Plano Diretor para o desenvolvimento integrado da Região Metropolitana de Goiânia, ora em estudos preliminares pela Universidade Federal de Goiás. A primeira parte da reportagem especial que estamos veiculando em julho tem aspecto político-institucional, em que a equipe de reportagem abriu espaço para lideranças empresariais e representantes das cidades mais ligadas à Capital: além de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade e Senador Canedo. Posteriormente, ouviremos técnicos e empresários com sugestões e exemplos para contribuir com a excelência do Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Goiânia. O PDM vai cumprir com a diretriz nacional e com a orientação do atual Governo do Estado, além de responder aos anseios das populações das localidades abrangidas. O Plano integrado deverá se constituir em alavanca para o desenvolvimento econômico ordenado da região, pois definirá diretrizes que possibilitarão alinhar os municípios conforme a sua vocação, o seu potencial e as suas necessidades, em aspectos como mobilidade urbana, meio ambiente, saneamento e ocupação dos espaços vazios de maneira produtiva e sustentada. Enfim, a ideia básica é que o planejamento destas cidades seja voltado ao atendimento das pessoas, proporcionando aos cidadãos oportunidades iguais e uma melhor qualidade de vida. Fora a temática central, o leitor poderá acompanhar outros assuntos importantes destacados nesta edição. Chama a atenção, por exemplo, o 4º ECOS - Encontro sobre Construção e Sustentabilidade realizado no Sin-

duscon-GO no mês de junho, oportunidade em que se discutiu com especialistas e a participação do público os “Caminhos para a Construção de um Mundo Melhor”. Anteriormente, o Seminário da Habitação, em meados de maio, fez uma ampla radiografia sobre o panorama das edificações habitacionais no País, o desempenho e a viabilidade econômica dos empreendimentos. Na produção de habitações de interesse social foram pontuados como principais desafios: escala, custo, sustentabilidade e qualidade, neste ponto analisando-se componentes específicos para otimizar o sistema construtivo. Na entrevista desta edição, o eng. Fernando Crosara, gerente regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), discorreu sobre sistemas inovadores à base de cimento como ferramenta para a racionalização e industrialização do processo construtivo. Quando nos aproximamos de realizar o próximo Dia Nacional da Construção Social (DNCS 2015) na Unidade Integrada Sesi/Senai Aparecida de Goiânia, em 22 de agosto, é oportuno veicularmos o artigo da gerente de Relações Institucionais do Seconci-Rio. Ana Cláudia Gomes, que também é presidente do Fórum de Ação Social e Cidadania da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Fasc/CBIC), fala sobre a missão da Responsabilidade Social Empresarial, um conceito que deve ser disseminado como boa prática na gestão da empresa contemporânea, em todos os segmentos. Boa leitura! CARLOS ALBERTO DE PAULA MOURA JÚNIOR Presidente do Sinduscon-GO

DIRETORIA EXECUTIVA DO SINDUSCON-GO (2013/2016) PRESIDENTE: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior - 1º Vice-Presidente: Eduardo Bilemjian Filho - 2º Vice-Presidente: Guilherme Pinheiro de Lima - Diretor Administrativo: Manoel Garcia Filho Diretor Administrativo Adjunto: Luís Alberto Pereira - Diretor Financeiro e Patrimonial: José Rodrigues Peixoto Neto - Diretor Financeiro e Patrimonial Adjunto: Ricardo Silva Reis - Diretor da Comissão de Economia e Estatística: Ibsen Rosa - Diretor da Comissão de Economia e Estatística Adjunto: Maurício Figueiredo Menezes - Diretor da Comissão da Indústria Imobiliária: Mário Andrade Valois - Diretor da Comissão da Indústria Imobiliária Adjunto: Eduardo Bilemjian Neto - Diretor da Comissão de Habitação: Roberto Elias de Lima Fernandes - Diretor da Comissão de Habitação Adjunto: Cláudio Jesus Barbosa de Sousa - Diretor da Subcomissão de Legislação Municipal: Renato de Sousa Correia - Diretor de Materiais e Tecnologias: Sarkis Nabi Curi - Diretor de Materiais e Tecnologias Adjunto: Pedro Henrique Borela - Diretor da Comissão de Concessão, Privatização e Obras Públicas: João Geraldo Souza Maia - Diretor da Comissão de Concessão, Privatização e Obras Públicas Adjunto: Humberto Vasconcellos França - Diretora de Qualidade e Produtividade: Patrícia Garrote Carvalho - Diretora de Qualidade e Produtividade Adjunta: Aloma Cristina Schmaltz Rocha - Diretor de Construção Pesada: Sérgio Murilo Leandro Costa - Diretor de Construção Pesada Adjunto: Jadir Matsui - Diretor de Construção Metálica: Cezar Valmor Mortari - Diretor da Construção Metálica Adjunto: Joaquim Amazay Gomes Júnior - Diretor de Assuntos Jurídicos: Ricardo José Roriz Pontes - Diretora de Assuntos Jurídicos Adjunta: Selma Regina Palmeira Nassar de Miranda - Diretor da Subcomissão de Política e Relações Trabalhistas e Sindicais: Yuri Vaz de Paula - Diretor da Comissão de Saúde: Jorge Tadeu Abrão - Diretor da Comissão de Saúde Adjunto: Célio Eustáquio de Moura - Diretor da Comissão de Proteção ao Patrimônio Natural: Gustavo Veras Pinto Cordeiro - Diretor da Comissão de Proteção ao Patrimônio Natural Adjunto: Nelson Siqueira Neto - Diretor do Setor Elétrico e Telefônico: Ricardo Daniel Lopes - Diretor do Setor Elétrico e Telefônico Adjunto: Carlos Vicente Mendez Rodriguez - Diretor Social e de Comunicação: Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro - Diretor Social e de Comunicação Adjunto: Ulisses Alcoforado Maranhão Sá - CONSELHO CONSULTIVO: Justo Oliveira d’Abreu Cordeiro, Paulo Afonso Ferreira, Mário Andrade Valois, Joviano Teixeira Jardim, Sarkis Nabi Curi, José Rodrigues Peixoto Neto, Roberto Elias de Lima Fernandes, Alan de Alvarenga Menezes, José Augusto Florenzano, José Carlos Gilberti - SUPLENTES: Bruno de Alvarenga Menezes, Marco Antônio de Castro Miranda, André Luiz Baptista Lins Rocha - CONSELHO FISCAL: Célio Eustáquio de Moura, Guilherme Pinheiro de Lima, Carlos Henrique Rosa Gilberti - SUPLENTES: Paulo Silas Ferreira, Ricardo de Sousa Correia, Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro REPRESENTANTES JUNTO À FIEG: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior, Roberto Elias de Lima Fernandes - SUPLENTES: Eduardo Bilemjian Filho, Justo Oliveira d’Abreu Cordeiro - REPRESENTANTE JUNTO À CBIC: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior - SUPLENTES: Eduardo Bilemjian Filho, Guilherme Pinheiro de Lima.

JULHO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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S UMÁRIO 6

Entrevista Gerente Regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Cimento Portland, Fernando Crosara, fala sobre a aplicação de sistemas construtivos inovadores e sustentabilidade.

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Artigo Arquiteto e urbanista Guilherme Takeda

18 MATÉRIA DE CAPA Plano de Desenvolvimento Integrado, equilíbrio para o crescimento da Região Metropolitana de Goiânia. Leia a primeira parte desta reportagem especial.

aborda a metodologia charrete: método de construção colaborativa de projetos urbanísticos via participação popular.

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Construção Sustentável Acompanhe matéria especial sobre os temas tratados durante o 4º Encontro sobre

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Construção e Sustentabilidade – ECOS.

RH e Você “Como superar os desafios da crise” é o tema de artigo da professora e coach Tahiane Deândhela.

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Inovar é Preciso Esta edição ressalta a Câmara da Indústria

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Registro de Eventos

da Construção instituída pela Fieg com

Acompanhe o registro dos eventos realizados

objetivo de promover o desenvolvimento

pelo Sinduscon-GO em maio e junho últimos,

da cadeia produtiva do setor.

quando se destacaram temas como habitação e planejamento urbano.

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Espaço CBIC “A ética como prática” é o assunto

Indicadores Econômicos

destacado pelo presidente da CBIC,

Confira o valor do Custo Unitário Básico da

José Carlos Martins.

Construção (CUB) referente ao mês de maio/2015.

REVISTA CONSTRUIR MAIS - Revista mensal do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO) Sinduscon-GO - Filiado à CBIC e FIEG. Rua João de Abreu, n° 427, Setor Oeste, Goiânia-Goiás - CEP 74120-110. Telefone: (62) 3095-5155 / Fax: (62) 3095-5177 - Portal: www.sinduscongoias.com.br | Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior | Diretor Social e de Comunicação: Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro | Gerente Executiva: Sebastiana Santos | Edição: Joelma Pinheiro | Reportagem: Aymés Beatriz B. Gonçalves (beatriz@ sinduscongoias.com.br), Joelma Pinheiro (joelma@sinduscongoias.com.br) e Valdevane Rosa (valdevane@sinduscongoias.com.br) | Fotografia: Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-GO e Silvio Simões | Projeto Gráfico e Diagramação: Duart Studio | Publicidade: Sinduscon-GO - Telefone: (62) 3095-5155 | Impressão: Gráfica Art3 | Tiragem: 6.000 exemplares. Publicação dirigida e distribuição gratuita. *As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Consciente das questões ambientais e sociais, o Sinduscon-GO trabalha em parceria com a gráfica Art3, que utiliza papéis com certificação FSC (Forest Stewardship Council) na impressão dos seus materiais.

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Anuncie na revista

Para informações entre em contato com o Departamento Comercial do Sinduscon-GO, telefone (62) 3095-5168, e-mail comercial@sinduscongoias.com.br.


N

OT Í C I A S D O S PA R C E I RO S

CBIC LANÇA PROJETO “ÉTICA E COMPLIANCE NA CONSTRUÇÃO”E ASSINA ADESÃO AO PACTO GLOBAL/ONU A CBIC lançou no dia 13 de maio, durante reunião do Conselho de Administração da entidade, em Brasília, o projeto “Ética e Compliance na Construção”, que visa despertar a consciência sobre ética e compliance e dar suporte aos empresários do setor para a gestão da ética em suas organizações, a fim de fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio. “Um setor que não se posiciona sobre o que é certo ou errado acaba sendo responsável pelos erros dos outros”, destaca o presidente da CBIC, José Carlos Martins. São prioridades do projeto: disseminar os conceitos e fundamentos sobre a ética, valores e princípios; promover o engajamento cada vez maior das empresas do segmento à causa, e compartilhar as boas práticas já existentes para que possam ser reconhecidas e transferidas como aprendizado a outras organizações. Para Martins, esses conceitos agregarão competitividade e sobrevivência às empresas. O lançamento contou com exposições do consultor de Comunicação, Gustavo Krieger,

sobre a questão da imagem do setor; do cientista político Leonardo Barreto sobre ética, reputação e o futuro da construção civil; da assessora jurídica Maria Luisa Guimarães, sobre a Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013 e Decreto 8.420/2015), e do consultor Vitor Seravalli sobre a estrutura do projeto, além da presidente do Fórum de Ação Social e Cidadania (Fasc), Ana Cláudia Gomes, e do vicepresidente Administrativo, Adalberto Cleber Valadão. A CBIC também assinou a adesão ao Pacto Global da Rede Brasil, que marcou o compromisso da entidade e da Indústria da Construção com a sociedade. A diretora executiva do Pacto Global da Rede Brasil, Renata Seabra, destacou a importância da iniciativa pioneira do setor e explicou as vantagens da adesão ao Pacto, que garante às empresas uma adesão simplificada, voz ativa nas Nações Unidas, capacitação e aprendizado, e visão estratégica e sustentabilidade.

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O PRÊMIO CREA GOIÁS DE MEIO 2015 O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), por meio da Comissão de Desenvolvimento Sustentável (Codesu), realizou o lançamento oficial do novo Prêmio de Meio Ambiente no dia 30 de junho último, em seu auditório. Com o tema “Desenvolvimento Sustentável: respeitando os limites, respeitando a vida”, o Prêmio contemplará cinco modalidades e apenas um trabalho, em cada uma das cinco modalidades, será agraciado com certificado e troféu, nas categorias: Elementos Naturais (Água, Terra, Fogo e Ar), Biodiversidade (Fauna e Flora), Sociedade Sustentável, Imprensa e Inovação Tecnológica. A candidatura está aberta para profissionais, personalidades, entidades e instituições públicas e privadas, pessoas físicas e jurídicas, propriedades rurais. O formulário de inscrição está disponível no site www.premiocreagoias.org.br e o número de inscrição será gerado automaticamente. O prazo começa em 1º de julho e segue até 25 de setembro de 2015. Os anexos deverão ser entregues em uma das 47 inspetorias ou na sede do Crea-GO, em Goiânia.

PERNA MECÂNICA OTIMIZA OBRAS Com a finalidade de otimizar o tempo e os custos nas obras, construtoras têm buscado novas maneiras de desenvolver empreendimentos imobiliários, uma delas é a perna mecânica. Com ajuda da tecnologia, é possível reduzir o prazo médio das construções, contribuindo para que a entrega do empreendimento seja feita até mesmo antes do prazo estipulado. Novidade nos canteiros de obras de Goiás, a perna mecânica pode ser encontrada na obra do Chateau Marista LifeStyle, da EBM Desenvolvimento Imobiliário. A ferramenta auxilia na precisão e na rapidez durante a realização de diversas tarefas, substituindo os andaimes na parte interna da construção. As pernas mecânicas dão maior mobilidade ao funcionário e garantem maior estabilidade, pois os pés emborrachados impedem que o operário escorregue e se acidente. Para o gerente de obra da EBM, Cláudio Eduardo Pinheiro, a ferramenta representa uma grande vantagem para a conclusão da obra. “Com a perna mecânica o funcionário não precisa mais ficar subindo e descendo de um andaime, reduzindo o risco de acidentes, dando mais agilidade e reduzindo o tempo gasto”, diz. Dentre as principais atividades que podem ser executadas com o uso da perna mecânica estão os serviços de acabamento, que compreendem lixamento e pintura, mas também pode ser utilizada para outros fins. Para operar a ferramenta, o funcionário passa por um treinamento a fim de se familiarizar com o equipamento e operá-lo de forma adequada. O objetivo é que a técnica seja utilizada em massa nas obras da EBM a partir de 2016. JULHO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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N T R E V I S TA

FERNANDO CROSARA

ABCP DIFUNDE a industrialização da construção por meio do emprego de sistemas construtivos inovadores e racionalizados à base de cimento

Fernando Crosara é natural de Santos/SP, graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui pós-graduação em Gerência de Projetos pelo Instituto Euvaldo Lodi e cursa MBA em Infraestrutura de Transportes e Rodovias pelo IPOG. Tendo trabalhado na execução de várias obras industriais, construção civil e infraestrutura, e como gerente comercial em construtoras de grande porte no Brasil; além de gerente de projetos da Empresa Brasileira de Transportes Urbanos, atuando na implantação de Projetos de Mobilidade Urbana em todo o País, Crosara exerce atualmente o cargo de gerente regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), atuando, desde 2002, no desenvolvimento de projetos e relacionamento institucional com as cadeias produtivas que utilizam sistemas à base de cimento. Nesta edição da Construir Mais o engenheiro civil fala da atuação da entidade em prol da cadeia produtiva da indústria da construção e da parceria efetivada com o Sinduscon-GO, por meio do projeto Comunidade da Construção. Veja a entrevista a seguir. COMO SURGIU A PARCERIA ENTRE A ABCP E O SINDUSCON-GO? QUE RESULTADOS FORAM ALCANÇADOS? A ABCP comemora 80 anos de vida em 2016, e desde sua criação, em 1936, se dedica ao desenvolvimento da construção civil que emprega os sistemas construtivos à base de cimento. A partir do ano 2000 ela intensificou esse desenvolvimento por intermédio de projetos em parceria e com ampla presença nacional. Um deles foi o projeto Comunidade da Construção, e foi dele que nasceu a parceria com o Sinduscon-GO. Sua receptividade foi extraordinária em Goiás, pelas metas traçadas e resultados alcançados, traduzidos na qualificação das empresas construtoras associadas e seus colaboradores, bem como na qualidade das obras que têm executado. QUAIS SÃO AS AÇÕES REALIZADAS PELA ABCP VISANDO PROMOVER A SUSTENTABILIDADE NA INDÚSTRIA DO CIMENTO? A indústria brasileira de cimento é uma das mais ecoeficientes do mundo, fruto das inovações tecnológicas em energia térmica e elétrica, uso de combustíveis alternativos e adições ao cimento. Atualmente, 75% da produção brasileira de cimento pertencem ao universo do CSI (sigla em inglês da Iniciativa de Sustentabilidade do Cimento) do WBCSD (sigla em inglês do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável), movimento que promove o desenvolvimento sustentável da indústria cimenteira mundial. Por fim, a utilização dos fornos de cimento para destruição de resíduos gerados por outros ramos industriais (tintas e pneus entre tantos) – o chamado coprocessamento – merece destaque pela eficiência e economia, sem por em risco a qualidade do cimento. QUE AÇÕES A ENTIDADE PROMOVE NA ÁREA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA? 6

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A capacitação de mão-de-obra para os sistemas construtivos à base de cimento pela parceria com as Escolas do Senai é uma delas. Além disso, a ABCP desenvolveu em 2001 o projeto Habitação 1.0, para oferecer à sociedade brasileira uma habitação saudável, que auxiliou a criação do programa Minha Casa Minha Vida do governo federal, através da UNC, União Nacional da Construção, uma parceria da CBIC com a Fiesp. Outra ação foi a edição do Guia de Boas Práticas “Controle de Saúde dos Trabalhadores com Atividades em Coprocessamento de Resíduos em Fornos de Cimento”, visando garantir o acompanhamento médico adequado e seguro dos trabalhadores. Com o Sebrae Nacional, há o convênio no projeto “Empreendedor da Obra”, que objetiva capacitar os pequenos empreendedores da construção civil. E NA ÁREA DE PRODUTOS SUSTENTÁVEIS, COMO É A ATUAÇÃO DA INSTITUIÇÃO? Não basta que os produtos da construção sejam sustentáveis. Eles devem compor sistemas construtivos industrializados. Assim a ABCP difunde a industrialização pelo emprego de sistemas racionalizados com blocos de concreto – como a alvenaria estrutural e de vedação – e com Paredes de Concreto, ambos hoje presentes em 80% do Minha Casa Minha Vida (MCMV). Outra atuação é o projeto PDE, Programa de Desenvolvimento Empresarial, voltado para a melhoria da qualidade na fabricação de pré-moldados de concreto, com ênfase nos blocos para alvenaria e pavimentação. Em infraestrutura, os pavimentos intertravados, o concreto permeável, o pavimento de concreto e os pré-fabricados pesados de alta qualidade para as obras de arte, como pontes e viadutos, têm tido um papel de destaque, em face da durabilidade desses sistemas. Merecem destaque os pavimentos de concreto que, por sua rigidez, oferecem menor resistência ao rolamento, o que diminui o consumo de combustível e, consequentemente, a emissão de gases, mitigando o impacto ambiental potencial. A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, AO LONGO DOS ANOS, FOI TAXADA COMO UMA INDÚSTRIA COM ALTO ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS. COMO A INDÚSTRIA CIMENTEIRA TRATA SEUS RESÍDUOS? Como os resíduos gerados na fabricação de cimento são reaproveitados no processo de fabricação, a ABCP se volta para a aplicação do cimento pelo incentivo ao emprego dos sistemas racionalizados mencionados na resposta da pergunta anterior. E, dessa forma, trata de ajudar as construtoras a resolverem o problema de resíduos na construção civil. Além disso, em parceria com universidades e os Sinduscon’s, a ABCP tem buscado algumas soluções de reciclagem para sacos de cimento, restos de concreto e outros materiais de demolição. COMO FOI A PARTICIPAÇÃO DA ABCP NO PROJETO DE INFRAESTRUTURA URBANA NO BRT NORTE–SUL?


JUNTO AOS ENTES PÚBLICOS PARA QUE ESTE TIPO DE PAVIMENTO SEJA MAIS UTILIZADO? O pavimento de concreto é adequado para o tráfego pesado e canalizado. Apesar da vida útil de projeto ser de 20 anos, sua durabilidade média passa dos 40 anos com manutenção praticamente nula. Não faz trilhas de roda, nem buracos, e pela sua textura e coloração clara, aumenta muito a segurança e conforto dos usuários. A ABCP desenvolveu um estudo, que mostra a faixa de viabilidade na utilização do pavimento de concreto comparada ao asfalto, e tem apresentado isso aos órgãos e entidades que decidem. Nele, o investimento inicial é menor que o do asfalto, aspecto que se destaca com o aumento dos combustíveis e as novas regras para aquisição de asfalto, contidas no novo Sicro.

FERNANDO CROSARA, GERENTE REGIONAL CENTRO-OESTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND (ABCP) Quando Goiânia manifestou interesse em desenvolver dois grandes eixos de transporte, o Leste-Oeste e o Norte-Sul, este último desenvolvido pela CMTC, com importante apoio da RMTC, da Ademi-GO e também do Sinduscon-GO, a ABCP foi procurada para desenvolver um estudo de viabilidade técnica e financeira em pavimento de concreto, alternativa mais adequada, dado o trânsito pesado e canalizado de ônibus. A projetista da obra – Basitec – desenvolveu os projetos, tendo a ABCP como apoio técnico. Complementarmente, foi oferecido aos responsáveis, um treinamento técnico de execução do pavimento para garantir a qualidade da obra e a durabilidade de pelo menos 30 anos do pavimento com mínima manutenção.

COMO A INDÚSTRIA CIMENTEIRA SE POSICIONA DIANTE DO ATUAL CENÁRIO ECONÔMICO BRASILEIRO? A redução da atividade da cadeia produtiva da construção só vai ser combatida pelos ajustes sócios econômicos necessários e pela retomada do investimento. E isso exigirá, em paralelo, elevações da eficiência, que no caso da construção civil passa pela produtividade, que se traduz pela pesquisa, desenvolvimento e emprego de sistemas construtivos inovadores e racionalizados à base de cimento, como propõe a ABCP. A indústria de cimento, independente do momento, seguirá investindo para manter a oferta de um produto de qualidade por entender que, a exemplo de momentos anteriores similares, a construção civil retomará sua importância e dinâmica. Afinal, não há mais dúvidas da real importância da construção civil para a economia brasileira.

A UTILIZAÇÃO DO PAVIMENTO DE CONCRETO NAS RODOVIAS É DEFENDIDA PELA ABCP. QUAIS AS VANTAGENS DESSE PROCESSO PARA OS USUÁRIOS? QUAIS AS INICIATIVAS DA ABCP

Pavimentação - IMPLANTAÇÃO www.abcp.org.br www.viasconcretas.org.br

VDM = 10.000

FAIXA PARA ESTUDO ENGENHARIA DE VALOR

1.800.000,00

CCP

19,0 cm

CCR

10,0 cm

BGS

10,0 cm

1.400.000,00

Custo de implantação por km (R$)

CBUQ

24,0 cm

VDM = 500

1.600.000,00

1.200.000,00

BGS

15,0 cm

MACADAME SECO

20,0 cm

REFORÇO

30,0 cm

CCP

23,0 cm

CCR

10,0 cm

BGS

10,0 cm

1.000.000,00

800.000,00

600.000,00

400.000,00

CBUQ

12,5 cm

BGS

15,0 cm

CBUQ = Concreto Betuminoso Usinado à Quente

CBRsubleito > 5% (adotado) REFORÇO

Largura de Projeto 7,0 m

30,0 cm

200.000,00

Veículos Comerciais/Dia - 2 sentidos (VDMc)

100

500 VDMc 500

FONTE: Os custos unitários foram retirados da tabela de preços do DER/SP, data-base: março 2013.

CONCRETO - R$ 1.066.000,40

750

2000

ASFALTO - R$ 791.484,50

BGS = Brita Graduada Simples

ASFALTO

CCP = Concreto de Cimento Portland CCR = Concreto Compactado com Rolo

3000

1000

__

CONCRETO

3500 VDMc

5.000

10.000

CONCRETO - %

ASFALTO - %

500

100%

26%

750

1.104.463,30

938.046,27

750

100%

15%

2.000

1.104.463,30

1.138.449,29

2.000

100%

-3%

3.500

1.142.926,20

1.285.548,61

3.500

100%

-12%

5.000

1.181.389,10

1.341.571,64

5.000

100%

-14%

10.000

1.219.852,00

1.532.054,61

10.000

100%

-26%

100.000 MAIS BARATO QUE O CONCRETO

MAIS CARO QUE O CONCRETO

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RT I G O

A MISSÃO

da Responsabilidade Social Empresarial Responsabilidade Social Empresarial é um modelo de gestão definido pela ética e transparência da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. Este é, na verdade, o grande desafio e – por que não dizer – a missão da Responsabilidade Social. A implementação nas empresas deste modelo de gestão pressupõe uma mudança profunda no padrão mental e na maneira de fazer negócios. Querendo ou não, este desafio está imposto pela própria sociedade. É chegada a hora de empresas e indivíduos enfrentarem este dilema e fazerem suas escolhas. E sinceramente acredito que momentos de crise são ideais para esta tomada de decisão. É exatamente neste momento que devemos rever nossas estruturas, nossas entregas, nossas crenças. É preciso comprometer a todos com nossos objetivos. Nas estruturas organizacionais esta implementação se dá de várias formas. Em algumas empresas este trabalho começa com o público interno e se traduz em políticas inovadoras de gestão de pessoas levando a empresa a buscar o maior entendimento das necessidades de sua força de trabalho na tentativa de atendê-las, fidelizando colaboradores e alavancando a entrega dos mesmos, reduzindo efetivamente turn over e absenteísmo, provocando um aumento da produtividade e melhorando o clima organizacional. Em outras empresas este trabalho pode iniciar no desenvolvimento da comunidade no entorno de seu empreendimento, ou seja, depende da sensibilidade, da visão, da vocação e da

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prioridade dos gestores que estão à frente deste processo. E não importa por onde começamos, pois o importante é começar a implantar este estilo de gestão, entendendo que o mesmo pode – e deve – ser incremental, pois a Gestão Socialmente Responsável se dá efetivamente quando a empresa consegue atender a todos estes stakeholders. E este é o papel da CBIC, por meio do Fórum de Ação Social e Cidadania (Fasc). Estimular este estilo de gestão, disseminar este conceito, mapear e divulgar boas práticas, enfim, apoiar entidades empresariais e suas empresas para que possamos construir uma transição em nosso modelo de gestão e assim garantir que o aumento do resultado de nossos negócios esteja alinhado ao desenvolvimento sustentável de nosso país. ANA CLÁUDIA GOMES é gerente de Relações Institucionais do Seconci-Rio e presidente do Fórum de Ação Social e Cidadania da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Fasc/CBIC)


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RT I G O

CHARRETTES: uma nova forma de urbanizar as cidades Repleta de parques e áreas verdes, Goiânia detém o título de capital verde do País. “Praias” dos goianienses, os parques estão espalhados por toda a Capital: são 33 segundo a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma). Em sua orla, a população se refresca em dias de calor sob a sombra das árvores, as crianças brincam, os adultos fazem caminhada e outros exercícios físicos, a família se reúne para o piquenique. A cidade ameniza a turbulência de uma metrópole com o ritmo bucólico verde dos parques, onde o goianiense preserva sua cultura da boa convivência em baixo da sombra de uma árvore. Este foi o cenário em que fui convidado a atuar, como arquiteto, na elaboração do projeto do Parque do Cerrado, criado por lei municipal, mas ainda não urbanizado. Dada sua grande extensão – área do parque é de 706 mil metros quadrados, o equivalente a 8 parques Vaca Brava –, a Prefeitura não tem recursos para sua implantação e a Euroamérica Incorporações, que possui empreendimentos imobiliários na região, ofereceu apoio para que ele saísse do papel. Propôs a doação do projeto de arquitetura, como um primeiro passo para esta concretização, e parte dos materiais para a execução de 1/8 das obras. Trata-se de uma parceria, similar a outras já realizadas em Goiânia, em que ganha a cidade e ganha a incorporadora com o desenvolvimento de uma região. Mas, com uma diferença. Desta vez, a população foi protagonista na elaboração do projeto que ela própria irá utilizar no futuro. Essa interação é o espírito das charrettes, método colaborativo que surgiu na França e é amplamente difundido nos Estados Unidos, para se projetar espaços públicos. Neste método, profissionais como eu são apenas instrumentos. Fui convidado então para ser mediador dessa ideia e pude ver que o amor pelos parques corre nas veias dos habitantes de Goiânia. Durante dois dias de workshop, recebemos mais de 100

participantes ativos para as dinâmicas que envolveram ideias e desenhos. Foram arquitetos, engenheiros, ciclistas, crianças, idosos, professores, estudantes e escritores que definiram, em consenso, um mosaico que se converteu em um projeto de arquitetura apresentado um mês depois, agora em abril, e já ganhou reforço. O governador Marconi Perillo, na oportunidade, anunciou que irá contribuir com recursos para parte das obras. Com a aliança do Governo do Estado, Prefeitura e Euroamérica, 25% do projeto já conta com recursos para sua execução. Agora, estamos concentrados no detalhamento do projeto executivo, onde são feitas todas as especificações técnicas, e no levantamento de custos, fundamental para busca de mais parcerias e recursos. São etapas importantes para a concretização do projeto, que é o nosso foco principal. As charretes não visam apenas reunir as ideias da sociedade, mas também ajudar o poder público a viabilizá-las. O próximo passo é buscar a contribuição de empresas e do governo federal para o financiamento das obras e, acredite, isto é perfeitamente possível. Nosso escritório, Takeda Paisagismo e Urbanismo, tem 25 anos de atuação e projetos assinados em 23 estados brasileiros. Somos um dos principais aplicadores da metodologia charrette no País, com cases desenvolvidos em cidades como Duque de Caxias (RJ), São Paulo (SP), Gravataí (RS), Seropédia (RJ), entre outras, onde um sonho distante tornou-se realidade quando se despertou o envolvimento social e o esforço coletivo por parte de empresas, governos e pessoas em busca do bem comum. GUILHERME TAKEDA é arquiteto e urbanista, titular da Takeda Paisagismo e Urbanismo em Porto Alegre (RS). É o coordenador da charrette que originou o projeto do Parque do Cerrado. Saiba mais em http://www.charrette.cc/

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S PA Ç O J U R Í D I C O

O PROTESTO de débitos fiscais Como forma de coagir os contribuintes a regularizar suas dívidas tributárias, o Poder Público tem se valido do protesto em Cartório das CDAs – Certidões de Dívida Ativa. Embora essa tentativa de protesto de créditos tributários não seja medida recente, desde a publicação da Lei nº 12.767, em 28 de dezembro de 2012, que inseriu um parágrafo único no art. 1º, da Lei nº 9.492/97 (que regulamenta o protesto de títulos), os contribuintes têm enfrentado maiores dificuldades nesse tema, já que houve a legalização (inclusão em lei) de tais protestos. O referido artigo 1º passou a incluir entre os títulos sujeitos a protesto, “as certidões de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações públicas”. Inovou-se a ordem jurídica, por meio de simples lei federal, para permitir expressamente o protesto de dívidas fiscais da União, Estados, Municípios, Distrito Federal, bem como respectivas autarquias e fundações públicas. O sério problema que esta lei traz decorre de o Poder Público, em verdade, estar insistindo em uma medida legislativa arbitrária e inconstitucional, devendo, inclusive, assumir o risco por tal conduta. O protesto para certidões de dívida ativa configura uma sanção política, ou seja, o emprego de meios indiretos ou oblíquos, totalmente desnecessários, com o objetivo de constranger o contribuinte e, consequentemente, obter o recebimento dos tributos pretendidos. Equivale dizer: cerceia-se diversos direitos fundamentais do contribuinte, constrangendo-o de todas as formas, pois, o que para o Fisco realmente se revela importante é o recebimento do tributo. O Supremo Tribunal Federal em diversas oportunidades já reconheceu a impossibilidade do Poder Público se utilizar de sanções políticas, uma vez que há clara violação à Constituição Federal (Súmulas 70, 323, 547, ADI 173, entre outros precedentes). Não há razão jurídica que possa justificar do ponto de vista da legislação brasileira e da perspectiva prática o emprego do protesto, como almejado pelo Poder Público e admitido por lei federal. Como é de conhecimento, o protesto tem por finalidade, em regra, provar a inadimplência, interromper prescrição, tornar o título exigível, viabilizar pedido de falência, induzir em mora, como também preservar direito de regresso. Ora, as certidões de dívida ativa tributária já possuem os atributos essenciais, especialmente, pelos arts. 201 e 204, do Código Tributário Nacional, a presunção relativa de certeza, liquidez e exigibilidade, preenchendo de forma adequada a função de comprovar a inadimplência e permitir a satisfação do crédito por meio de um processo 10

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legal e justo, que é a execução fiscal. O fim maior do protesto de CDA é constranger o contribuinte supostamente inadimplente, por meios indiretos de coação, ao pagamento do tributo. Esta finalidade, como já afirmado, é sanção política, a qual o Supremo Tribunal Federal incisivamente tem rechaçado em suas decisões. Uma finalidade legislativa desnecessária e, em contrapartida, violadora de forma excessiva de diversos direitos fundamentais do contribuinte não pode ser em um Estado Democrático de Direito acolhida pelo Poder Judiciário. Não resta dúvida que o protesto de certidão de dívida ativa, nos termos da Lei nº 12.767/2012, é inconstitucional, por desrespeitar direitos fundamentais do contribuinte, inabaláveis até mesmo por emenda constitucional, cabendo ao Poder Judiciário sua proteção, em especial, a proporcionalidade, razoabilidade, livre iniciativa, devido processo legal, entre outros. Daí porque, tratando-se de medida legislativa sabidamente inconstitucional, aquele contribuinte (pessoa física e/ou jurídica) que sofrer dano material e moral, mais do que impedir o protesto, poderá também postular no Poder Judiciário a total reparação por danos sofridos, independentemente de culpa ou dolo do Estado, pois a responsabilidade deste é objetiva, inclusive, em matéria tributária, conforme art. 37, § 6º, da Constituição Federal de 1988.

KLAUS E. RODRIGUES MARQUES é advogado tributarista, sócio do escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia, coordenador da unidade Goiânia-GO, especialista em Direito Tributário pelo IBET, mestre em Direito Tributário pela PUC/ SP e professor de pós-graduação do IBET, LFG, ATAME-Cândido Mendes e Universidade Estadual de Londrina-PR

FÁBIO PALLARETTI CALCINI é advogado tributarista, sócio do escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia, membro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, membro da Comissão de Direito Tributário do Conselho Federal da OAB, doutor e mestre em Direito Constitucional pela PUC/SP, especialista em Direito Tributário – IBET e em Direito Tributário Internacional pela Universidade de Salamanca (Espanha), professor de graduação e pósgraduação (UNISEB-COC, EPD, IBET, FGV/SP, PUC/ SP, FAAP, UEL). Autor de livros e artigos jurídicos


Justiça Entende Em que pese o dispositivo trazido ao texto pela Lei 12.767/2012, que acrescentou a possibilidade legal de protestos de dívidas fiscais por emenda parlamentar ser flagrantemente inconstitucional, há ainda posicionamentos divergentes nos Tribunais acerca da matéria, veja abaixo: AÇÃO DECLARATÓRIA – Sustação de Protesto de CDA – Indeferimento da tutela antecipada pelo C. Juízo de primeiro grau – Inconstitucionalidade do art. 25 Lei nº 12.767/12, que incluiu o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.492/97, vislumbrada – Princípio da reserva de plenário – Art. 97 da CF/88 e Súmula Vinculante nº 10 do STF – Suspensão do julgamento do recurso e determinação de remessa ao C. Órgão Especial deste E. Tribunal. (Relator (a): Luis Ganzerla; Comarca: Guarulhos; Órgão julgador: 11ª Câmara de Direito Público; Data do julgamento: 28/04/2015; Data de registro: 07/05/2015) Embargos de Declaração – Contradição e omissão – Inocorrência – Acórdão embargado que entendeu pela possibilidade do protesto de CDA, de acordo com ju-

risprudência do STJ – Ausência de violação a dispositivos legais – Embargos rejeitados. (Relator (a): José Luiz Gavião de Almeida; Comarca: Cotia; Órgão julgador: 3ª Câmara de Direito Público; Data do julgamento: 05/05/2015; Data de registro: 11/05/2015) ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. Certidão de dívida ativa. Impedimento de protesto. Medida expressamente permitida pela Lei nº 12.767/2012, que acrescentou parágrafo único ao artigo 1º da Lei 9.492/1997, sem motivo de inconstitucionalidade flagrante que coubesse reconhecer para efeito de antecipação da tutela, negada pela decisão agravada. Recurso não provido. (Relator (a): Edson Ferreira; Comarca: São Paulo; Órgão julgador: 12ª Câmara de Direito Público; Data do julgamento: 07/05/2015; Data de registro: 07/05/2015)

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ONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Cidades, negócios e construção sustentáveis são temas do 4º ECOS

DIRETOR DE HABITAÇÃO DO SINDUSCON-GO, ROBERTO ELIAS, MEDIOU DEBATE DOS TEMAS DO PRIMEIRO PAINEL

O Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO) realizou no dia 11 de junho último, em sua sede, o 4º ECOS – Encontro sobre Construção e Sustentabilidade, sob o tema “Caminhos para a Construção de um Mundo Melhor. O encontro constitui um fórum permanente de discussão das interferências socioambientais da construção, tendo reunido diversos profissionais de áreas afins, contando com as presenças de diversas lideranças como o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira; o secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável, Paulo César Pereira; o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado de Goiás (Ademi-GO), Renato de Sousa, entre outros. O evento contou com painéis que proporcionaram discussões sob três aspectos: Cidades Sustentáveis, Negócios Sustentáveis e Construção Sustentável. O presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, abriu o encontro abordando a importância da sustentabilidade para o desenvolvimento econômico das cidades em especial neste momento de crise, em que ela surge como uma grande oportunidade para melhorias em vários aspectos fundamentais. Para ele, hoje os negócios têm que ser sustentáveis, porque “isso é que faz e sempre continuará fazendo a diferença, cooperando decisivamente para a continuidade do negócio”.

Cidades Sustentáveis

O engenheiro civil, José Carlos Valêncio, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico (Codem) de Maringá (PR), abriu o painel “Cidades Sustentáveis” com palestra sobre a participação efetiva do setor produtivo no planejamento urbano sustentável. Tendo como case a cidade de Maringá, ele demonstrou como a sinergia entre o poder público e a sociedade organizada contribui para promoção do desenvolvimento social, qualidade de vida, desenvolvimento urbano e econômico, etc. O Codem é uma instituição apartidária com participação voluntária de representantes de segmentos econômicos e sociais que se uniram em um movimento inicialmente chama12

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do de “Repensando Maringá”, quando a cidade passava por uma severa crise nos anos 1990. Hoje o Conselho conta com quase 200 entidades participantes que desenvolvem propostas de planejamento do futuro da cidade, direcionando quais as prioridades e quais áreas devem receber os recursos geridos pelo ente público, entendido neste processo como um servidor público eleito para administrar a cidade. O foco de todas as iniciativas pensadas em Câmara Técnicas é a promoção de ações coordenadas que resultem no futuro planejado, atendendo às demandas sociais da cidade, antecipando suas projeções de crescimento e criando oportunidades, como por exemplo, o polo aeronáutico instituído por sugestão do Codem. Dentro desta visão diversas ações foram realizadas como instalação de empresas de aviação, novo aeroporto com infraestrutura adequada, atração de companhias, produtoras de peças para aeronaves, empresas de manutenção e o mais importante para a sustentabilidade e viabilidade do projeto: criação de cursos para formação de profissionais nas diversas áreas da aviação. Uma premissa básica do Conselho é o “empoderamento” da sociedade para definir suas prioridades para que supere, assim, os entraves políticos, impedindo que na troca de gestões municipais os projetos anteriores sejam paralisados. Outros pontos importantes desta exitosa iniciativa que já se espalha pelo Brasil - como em Goiânia e Aparecida de Goiânia, que adotaram a estratégia por meio do projeto “O Futuro da Minha Cidade” -, é o bem comum e o não imediatismo. Na oportunidade, o presidente do Sinduscon-GO anunciou que o Conselho de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Goiânia (Codese) estava sendo instituído na mesma data do evento, contado com a participação de 22 entidades, entre elas o Sinduscon-GO, Ademi-GO e Secovi-GO, integrantes do Fórum Goiano da Habitação. O arquiteto e urbanista Guilherme Takeda, apresentou o tema “Construção de Projetos Urbanísticos Colaborativos e Sustentáveis”. Inserida neste conceito, ele explicou os princípios básicos do sistema de concepção de projetos colaborativos NCI Charrette System, uma estratégia utilizada amplamente em diversas cidades do Brasil e no exterior, tida como excelente ferramenta para planos urbanísticos viáveis com poder de transformar comunidades. Nesta metodologia a população é convidada a dar ideias sobre determinado empreendimento habitacional, área pública ou até mesmo parques, por meio de desenhos; posteriormente as ideias são analisadas, aprovadas e o projeto é desenvolvido e executado. Com diversas experiências de sucesso, Takeda citou exemplo da revitalização do centro de Anápolis-GO a qual ele foi convidado a realizar juntamente com a população local, resultando na criação de uma praça acessível para qualificar o local. Em seis meses a Praça Bom Jesus estava pronta, alcançando seu objetivo, tornando o centro da cidade um local de visitação e convivência. Ele também coordenou recentemente a Charrette que originou o projeto do Parque do Cerrado, em Goiânia-GO. Thomaz Assumpção, engenheiro, fundador e presidente da Urban Systems Brasil, empresa de estudos de lógica urbana, inteligência estratégica e análise de risco de investimentos apresentou a palestra “Tendências Inovadoras no Desenvolvimento de


Bairros Planejados”, ilustrando com o case da Granja Marileusa, empreendimento privado com seis milhões de metros quadrados em Urbelândia-MG, desenvolvido em quatro etapas, ainda em execução. O engenheiro comentou que a cidade já enfrentava alguns problemas comuns às áreas urbanas brasileiras na atualidade: o adensamento, o espraiamento urbano (criando periferias sem conectividade), e a falta de mobilidade. Então, para desenvolver este projeto, a proposta foi criar uma comunidade integrada, utilizando a lógica de conectividade globalizada, minimizando a necessidade de deslocamento em comunidades que ofereçam além da moradia, opções de trabalho, lazer, estudo, saúde, etc. A Granja Marileusa já conta com a primeira de suas quatro etapas totalmente comercializada e habitada. Espera-se que dentro de 15 a 20 anos todas as outras etapas estejam concluídas, quando a comunidade deverá contar com cerca de 40 mil habitantes.

Negócios Sustentáveis

“Sustentabilidade em Tempos de Crise” foi o tema abordado pela assessora de Experiência em Meio Ambiente do Grupo Rio Quente, Neide Tavares, na abertura do segundo painel – “Negócios Sustentáveis”. Ela falou sobre o modelo de desenvolvimento de negócio pautado pela sustentabilidade. Com 50 anos de fundação do seu primeiro hotel, hoje o grupo - que atua em diversas áreas que se completam em um ciclo de realimentação como hotelaria, turismo e aviação – tem o maior complexo hoteleiro do Brasil, com cerca de 1.200 apartamentos. Tavares destacou que o segredo do sucesso constante é manter a essência, que no caso do Grupo é a natureza, sendo que não é a natureza que é integrada aos projetos, são os projetos que devem ser desenvolvidos para aproveitar ao máximo o que a natureza tem a oferece. Com o objetivo de manter seu crescimento e ser exemplo na responsabilidade social e ambiental a companhia, certificada pela NBR ISO 14001, desenvolve uma série de programas de gerenciamento nas áreas de: Recursos Hídricos, Emissões Atmosféricas, Recursos Naturais, Gestão Ambiental de Obras, Resíduos Sólidos, etc. Ela relatou os projetos já planejados para os anos seguintes até 2020; sendo que, a fim de alcançar metas estabelecidas de crescimento, continuarão aumentando os investimentos, que deverão subir de 319 milhões em 2015, para 819 milhões em 2020. Em seguida, o especialista em desenvolvimento local, Jean Benevides, gerente Nacional de Sustentabilidade Socioambiental da Caixa Econômica Federal, explanou sobre “Os Impactos e Custos Socioambientais na Concessão de Crédito”. Ele esclareceu que investimentos em sustentabilidade representam entre 1% e 8% nos custos da obra, mas aumentam a sua eficiência em 30%. Exemplificou o perfil dos novos empreendimentos, mencionando unidades administrativas que implementaram itens sustentáveis e obtêm resultados positivos, como no caso de Agência da Caixa no Paraná, certificada com o Selo Procel Nível A, e que registra economia de 30% em energia e 40% em água. Em se tratando de edifício da Caixa em Belém do Pará, equipamentos eficientes garantem economia de energia elétrica, bem como o aproveitamento da água das chuvas, enquanto que a Agência Vazente (MG) gera sua própria energia fotovoltaica. Assim como em prédios administrativos, também é possível adotar padrões sustentáveis em habitações sociais para baixa renda, colocou Benevides, faltando apenas trabalhar formas de introduzir esses conceitos neste segmento. Exemplo de sucesso é o Conjunto Habitacional Paraisópolis (SP), empreendimento que adotou a energia solar como solução sustentável, registrando-se 48% de economia na conta de energia das famílias do empreendimento.

A questão ambiental permeia os negócios

Economista e pesquisador da Fundação Dom Cabral, sócio-diretor da NHK Sustentabilidade (que auxiliou na elaboração do ‘Guia de Boas Práticas da CBIC’) e coordenador técnico do Centro de Referência de Sustentabilidade nas Cidades, Rafael Augusto Tello Oliveira, discorreu sobre as oportunidades que as empresas têm de responder às ameaças que obstaculizam a gestão estratégica da sustentabilidade. A reestruturação dos negócios com base nas boas práticas sustentáveis exige esforço das empresas, mas as tornam mais competitivas, ao diminuir custos e inovando em tecnologias e serviços com vistas à racionalização dos processos e à redução da geração de resíduos, como no caso da indústria da construção. Para cada ameaça identificada, Tello pontuou com o que chamou de resposta competitiva. Por exemplo, para responder ao argumento que ações sustentáveis aumentam os custos da construção, o benefício é que a inovação provoca melhorias em desempenho e industrialização, ganhando em produtividade e competitividade; no caso de empresas com orçamento restrito e famílias com baixa disponibilidade para gastos, a contrapartida é a sustentabilidade focada em eficiência e consumo racional, com mais qualidade de vida. No caso das construtoras, as boas práticas permeiam o planejamento, o projeto do empreendimento e a execução no canteiro de obras. O consultor mencionou o case da Pontal Engenharia, que implantou 29 conceitos sustentáveis, na prática obtendo redução de gastos com materiais, diminuição do absenteísmo e elevação da produtividade. “Dá para perder dinheiro com a sustentabilidade?” questionou o economista, em seguida respondendo que não. Essas ações têm que ser trabalhadas como geradoras de valor perene para o negócio e devem ser entendidas como valor sustentável, com ganhos no futuro. Na última parte da programação do 4º ECOS foi realizado o painel Construção Sustentável e as tecnologias para a eficiência energética e uso racional da água no ambiente urbano. A abertura ficou por conta do doutor em engenharia civil, Fernando Simon Westphal, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e presidente da Associação Nacional para Simulação de Desempenho de Edificações (IBPSA-Brasil). Na palestra sobre Vidros Especiais e Eficiência Energética em Edificações, discorreu sobre o projeto de pesquisa desenvolvido pela UFSC em parceria com a Abividro centrado no uso do vidro em ambientes sustentáveis. O estudo evidencia os benefícios da utilização de vidros de controle solar nas fachadas de edifícios comerciais e residenciais, com alta eficiência energética, com baixo consumo, sombreamento e conforto térmico. Também esclareceu os critérios para seleção e especificação dos vidros, simulando o tipo ideal para cada projeto. O terceiro Painel foi encerrado com o tema Conservação de Água nas Edificações. A apresentação ficou por conta do professor da Universidade Federal do Espírito Santo, Ricardo Franci Gonçalves, sócio proprietário da empresa Fluxo Ambiental – especializada em soluções tecnológicas sustentáveis para estações de tratamento e de esgoto e sistemas de captação de água da chuva. O engenheiro sanitarista expôs sobre reuso eficiente de água em sistemas prediais e iniciou falando da inexistência de normas específicas nesta área, sendo que os municípios brasileiros até hoje não têm legislação que contemple o reuso da água, constituindo essa falta de arcabouço legal uma das grandes dificuldades para disseminar essa prática. Alterar o modus operandi de construção de novas edificações é fundamental, pois não cabem adaptações quando a obra está concluída. Mas a insegurança é obstáculo para projetar edificações com sistema hidrossanitário com finalidade ‘flex’, ou seja, de reuso independente da água tratada, própria para o consumo. O reuso resulta em até 26% de economia no consumo de água e, além dessa redução de gastos, representa economia do m³ de esgoto tratado, amortizando o investimento. JULHO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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N OVA R É P R E C I S O

CIC/FIEG, ferramenta indutora do

desenvolvimento do setor da construção

A Câmara da Indústria da Construção (CIC) da Federação das Indústrias do Estado de Goiás foi instituída no dia 26 de agosto de 2013, em solenidade realizada na sede da Federação, quando foram eleitos, também, os membros da sua Diretoria, para um mandato de dois anos. A partir desta data estava criado o instrumental indutor do desenvolvimento sustentado do conjunto de segmentos do setor da construção em Goiás. Reconduzido à presidência da Câmara em maio último para novo um mandato, o engenheiro Sarkis Nabi Curi, diretor de Materiais e Tecnologia (Comat) do Sinduscon-GO, explica que a missão da CIC é constituir-se no foro privilegiado para discussão e atendimento às reivindicações dos sindicatos que a compõem, liderar o processo de desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva da indústria da construção, fortalecendo sua competitividade e buscando a melhoria contínua das condições socioeconômicas do Estado. A Câmara da Indústria da Construção trabalha com cinco projetos básicos de atuação, priorizando em seu escopo a promoção do cumprimento das Normas Prescritivas da ABNT e da Norma de Desempenho que regem a qualidade de cada elo da cadeia da construção (indústria cerâmica, concreto e blocos, telhas, fios, cabos, etc.) e ações decorrentes, em atendimento às demandas do setor. Também constituem ações prioritárias a parceria com laboratórios para ensaios e certificação, a au-

SARKIS NABI CURI

tomatização da produção, racionalização da gestão e qualificação de cada segmento, a melhoria da capacitação da mão de obra por meio de parceria com entidades e instituições de ensino profissionalizante, a promoção da inovação tecnológica na linha de produção das indústrias e a negociação de linhas de crédito para fomentar a capacitação tecnológica e o gerenciamento das indústrias. Conforme o presidente da CIC/Fieg, a intenção é o entrelaçamento dos segmentos da cadeia produtiva, visando ao crescimento crescente e contínuo de cada um. “É recorrente à indústria da construção local abastecer-se com fornecedores de outros Estados na compra, por exemplo, de conjuntos de portas de madeira, e mesmo de fora do País, como no caso da aquisição de elevadores, quando poderíamos adquirir de nossa própria indústria moveleira, com fabricantes trabalhando em conformidade com as referências de desempenho estabelecidas pela norma”. Uma das tarefas da Câmara da Indústria da Construção é a elaboração de levantamento sobre os principais materiais consumidos pelas construtoras. Aferidas as necessidades demandadas, incentivar a cadeia produtiva a fabricar esses materiais aqui mesmo, para garantir o fornecimento às indústrias da região. Desta forma, afirma o engenheiro Sarkis, “fortalece-se a economia regional como um todo, gerando emprego e renda em toda o segmento da construção”. Finalizando, ele destaca a meta da CIC/Fieg de viabilizar junto ao Sinduscon-GO a elaboração de um programa de gerenciamento de resíduos da construção civil. Contatos para informações: • Na CIC: Leandro Gondim Silva, técnico executivo da Fieg, na Coordenação Técnica (Cotec), e-mail leandro@sistemafieg.org.br; telefones (62) 3219-1303/3219-1719. • No Sinduscon-GO: Luciana Abdallah, coordenadora técnica da Comat; e-mail luciana@sinduscongoias.com.br; telefone: (62) 3095-5181.

Sindicatos que compõem a CIC/Fieg • Sinduscon-GO / Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior) • Sindiareia / Sindicato dos Areeiros do Estado de Goiás (Presidente: Gilberto Martins da Costa) • Sicma / Sindicato das Indústrias da Construção e Mobiliário de Anápolis (Presidente: Álvaro Otávio Dantas Maia) • Sindcel-GO / Sindicato da Indústria da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia no Estado de Goiás (Presidente: Célio Eustáquio de Moura) • Simagran / Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais do Estado de Goiás (Presidente: Eliton Rodrigues Fernandes) • Sindibrita / Sindicato das Indústrias de Pedreiras no Estado de Goiás, Tocantins e Distrito Federal (Presidente: Flávio Santana Rassi) • Sindicer / Sindicato das Indústrias de Cerâmica no Estado de Goiás (Presidente: Laerte Simão) • Sindquímica-GO / Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás (Presidente: Jaime Canedo)

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• Sindigesso / Sindicato das Indústrias de Gesso, Decorações, Estuques e Ornatos do Estado de Goiás (Presidente: José Luiz Martin Abuli) • Sinprocimento / Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de Goiás (Presidente: Luiz Ledra) • Simplago / Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado de Goiás (Presidente: Olympio José Abrão) • Simelgo / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás (Presidente: Orizomar Araújo de Siqueira) • Sindmóveis / Sindicato das Indústrias de Móveis e Artefatos de Madeira no Estado de Goiás (Presidente: Pedro Silvério Pereira) • Simmea / Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis (Presidente: Robson Peixoto Braga) • Simesgo / Sindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico do Sudoeste Goiano (Presidente: Welington Soares Carrijo)


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S PA Ç O C B I C

A ÉTICA como prática Somos uma entidade que tem marcado sua história pela defesa dos interesses da construção e do mercado imobiliário, um setor que temos a honra de representar nacionalmente. Mas é importante ressaltar que, no exercício das nossas atividades de representação política e institucional, agimos sempre com ética e transparência. A ponto de trilhar um caminho que permita, de um lado, conciliar os objetivos corporativos e/ou associativos, e de outro a perspectiva do desenvolvimento econômico e social do País. Essa atitude nos levou a propor um Código de Ética para o setor, em 1992; a participar ativamente do processo de votação e aprovação da Lei de Licitações, em 1993; e, mais recentemente, há dois anos, a realizar um Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) para discutir as transformações atuais da sociedade e da construção, cujo tema era “O Brasil mudou. E a construção?”. Coerente com essa trajetória, a CBIC lançou recentemente o Projeto Ética e Compliance na Construção, que tem como objetivo disseminar, junto às entidades e empresas associadas, conceitos de gestão inspirados na transparência e nos princípios da responsabilidade social. Entendemos que o lucro deve ser pressuposto de qualquer empreendimento saudável e próspero, mas ele deve ser visto pelo gestor como um meio, e não como um fim em si mesmo. Nosso objetivo é discutir ética de forma objetiva e sem hipocrisia. Defendemos que, ao observar certos conceitos e valores, as empresas da construção e do mercado imobiliário estarão inseridas, de forma natural, a um projeto

de gestão preventiva de crises. E não há nada pior para os negócios do que a insegurança jurídica e financeira gerada por uma conjuntura de denúncias e escândalos. Neste sentido, o cumprimento rigoroso das leis – desde as que regem os processos licitatórios até as que defendem os direitos do consumidor – deve se tornar um imperativo para todo o nosso setor. Sabemos que não será fácil desenvolver, em nível nacional, um projeto tão ousado e desafiador. No entanto, como das outras vezes em que fomos levados a nos posicionar, estamos prontos para, com o apoio dos companheiros, empunhar mais essa bandeira em favor da construção e do Brasil. É chegado o momento divulgar o nosso projeto, estabelecer um plano de metas e cuidar para que ele se efetive na prática. Em inglês, a palavra “complience” quer dizer algo como “cumprimento” ou “observância”. Estabelecer, nas empresas e corporações, um programa de compliance significa investir em uma cultura de respeito às leis e às boas práticas de gestão. Que pressupõe, por exemplo, estar atento à qualidade de vida dos trabalhadores e à preservação do meio ambiente. Uma empresa moderna e sustentável deve, necessariamente, conciliar ética com bons resultados financeiros. Pois, para a continuidade dos negócios em ambiente seguro, a imagem e a reputação são tão importantes quanto a rentabilidade. JOSÉ CARLOS MARTINS é presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

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OMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO

TCI REALIZA café da manhã em obra para receber profissionais da Comunidade da Construção

ALTO PADRÃO NA UTILIZAÇÃO DE ESQUADRIAS DE PVC-VISTA/CLARIS

A TCI Desenvolvimento Imobiliário S.A. completa 29 anos em 2015, sempre valorizando as melhores práticas. Para a empresa, participar da Comunidade da Construção de Goiânia é apoiar inovações e melhorias, que vão se refletir na maior qualificação dos profissionais e no aumento do valor agregado aos produtos entregues aos clientes. Trata-se de uma visão responsável da engenharia diante dos desafios do futuro e da sociedade. Promovendo um momento de troca de experiências e também de integração, a equipe técnica da obra Premier L’Adresse ofereceu um café da manhã aos profissionais das empresas aderidas à Comunidade de Goiânia, compartilhando com os presentes boas práticas empregadas pela TCI no referido canteiro.

Práticas em destaque

Alto padrão na utilização de esquadrias de PVC-Vista/Claris: • Instalação facilitada (não requer contra-marco); • Portas internas de uso suave, resistentes à umidade; • Não necessita de pintura; • Portas internas não fissuram nos encontros; • Melhor acabamento; • Desliza suavemente; • Maior vedação (cantos soldados com termo fusão); • Melhor resultado estético; • Melhor isolamento acústico e térmico nos ambientes; • Maior valor agregado ao padrão do edifício. Isolamento acústico com Manta Albicon: • Contratação de consultor especializado; • Dúvida quanto ao traço (1:3) descartada; • Execução da cura de no mínimo 3 dias; • Execução da compactação do contra-piso em camadas; • Não fazer emendas no meio dos ambientes; 16

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• Fazer cortes no contra-piso da sala; • Proibição do uso de martelete na laje; • Segundo a consultoria, não haveria necessidade do uso de fibras e outros produtos complementares; • Necessidade de cuidados especiais com desníveis, fissuras e desprendimentos nos contra-pisos. Melhorias com a argamassa projetada: • Custo muito próximo da argamassa rodada em obra; • Mudança no horário de abastecimento (uso de argamassa com retardador de pega); • Aumento de produtividade da equipe (abastecimento feito 100% no dia anterior); • Redução do número de funcionários na equipe de reboco interno (antes eram 7 duplas – 14 funcionários); • Pequena quantidade de funcionários na equipe de reboco interno (1 operador; 1 servente; 1 meio-oficial; 2 pedreiros para desempenar; 1 pedreiro e 1 servente para requadrar); • Tempo médio do serviço de uma dupla: 45 dias/apartamento; • Tempo médio do serviço de uma equipe: 10 dias por apartamento, hall e escada; • Gestão de um único material (argamassa ensacada); • Facilidade de descarga (empilhadeira); • Facilidade de transporte horizontal e vertical; • Funcionários qualificados; • Uniformidade na aplicação; • Maior resistência de aderência; • Redução do consumo de massa corrida; • Melhoria do desempenho com a utilização de duas, ou mais, máquinas de aplicação. EQUIPE DE GESTÃO TCI PREMIER L’ADRESSE Engenheiro civil (coordenador) Thiago Avelino e engenheiro civil (residente) Kleudener Ribeiro


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AT É R I A D E C A PA

REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA PLANO INTEGRADO PODE ALAVANCAR O DESENVOLVIMENTO Diretriz nacional e compromisso de campanha do atual Governo de Goiás, o Plano Diretor para o desenvolvimento integrado da Região Metropolitana de Goiânia (RMG) começa a tomar forma. A Universidade Federal de Goiás (UFG) já foi contratada pelo governo estadual para iniciar os estudos e desenvolver o projeto do Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Goiânia. O Plano se faz extremamente importante em um cenário de conurbação intensa dos municípios que cercam a capital goiana, e que necessitam de diretrizes que definam questões como mobilidade urbana, meio ambiente, saneamento, entre outros problemas que afetam a qualidade de vida da população da região. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2014, as 20 cidades da Região Metropolitana de Goiânia possuem 2,384 18

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milhões de pessoas, o que corresponde a 35% da população do Estado, um terço de seus eleitores, cerca de 80% de seus estudantes universitários e aproximadamente 36,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Tendo em vista a importância do tema e sua amplitude, o Conselho Editorial da revista Construir Mais optou por desenvolver esta reportagem em duas etapas, sendo esta a primeira matéria, que abordará a parte político-institucional da proposta, objetivando elucidar quais serão as possíveis contribuições para o desenvolvimento econômico e estratégico integrado da Região Metropolitana a longo prazo. Portanto, nesta edição a reportagem buscou o posicionamento de cinco cidades, que também prestaram informações sobre os planos diretores municipais: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, Senador Canedo e Goianira, não obtendo


retorno somente da última. A segunda parte desta reportagem será veiculada na edição do mês de agosto da revista Construir Mais e terá um cunho mais técnico. A equipe de reportagem buscará ouvir o responsável pelo projeto no governo estadual, representante da Universidade Federal de Goiás, contratada para realizar os estudos preliminares, e também empresários do segmento.

Goiânia: adensamento sustentável O Plano Diretor (PD) de Goiânia, Lei Complementar 171 de 29/05/2007, é fundamentado em princípios da igualdade, da oportunidade, da transformação, da qualidade e do cumprimento da função social da cidade, preconizada na Lei Federal 10.257/2001, informou o diretor de Planejamento e Gestão Sustentável da Secretaria de Desenvolvimento Urbano Sustentável (Semdus), Sérgio Weiterheccker. Segundo ele, para se atingir estes princípios o Plano Diretor estimula a ocupação do território de maneira produtiva, útil, desestimulando a especulação com terras, através de outra Lei, a 181/2008, conhecida como “Lei de Vazios Urbanos” prevista no PD; isto estimula a ocupação do território e, por consequência, dinamiza a economia, além de promover mais justiça social. O Artigo 225 do PD estabelece alterações (modificações menores) a cada dois anos e revisão (modificação ampla, atingindo, inclusive, fundamentos) a cada dez anos; como a Lei é de 2007, em 2017 o Município deverá realizar essa revisão. A pauta principal é discutir como implementar verdadeiramente alguns conceitos fundamentais do PD; por exemplo, o modelo espacial: “Cidade mista e adensada ao longo dos seus eixos de mobilidade”, foi um modelo em que houve grande realização somente no aspecto adensamento, pois no aspecto mobilidade os investimentos foram aquém do ideal e dos investimentos que foram feitos em adensamento. O diretor explica que todas as metrópoles do mundo estão se adensando; o adensamento é a economia de escala, no meio urbano, compatível com os padrões metropolitanos sustentáveis. Weiterheccker pontua que adensar não significa destruir o meio ambiente e poluir os mananciais; é possível morar ao lado de um rio e, simultaneamente, preservar a qualidade de sua água. “Um exemplo disso são os numerosos rios urbanos em outras capitais do mundo, com água limpa; em Seul, uma cidade 10 vezes mais densa do que Goiânia, em pleno centro da cidade, o Cheonggyeecheon, do porte do nosso João Leite aproximadamente, é limpo, cristalino e cheiroso; pode-se ver

pequenos peixes nadando, com aparência saudável. Não é o que podemos observar, por exemplo, no Botafogo ou no Capim Puba, em nossa Goiânia. Assim, considero que além de investimentos em mobilidade, para equilibrar esta agenda com a do adensamento, que se desenvolveu bastante por ser uma agenda do setor privado, será necessário forte investimento na questão da mobilidade, na questão ambiental, com especial atenção para a sustentabilidade hídrica. Igualdade de oportunidades e uma agenda social também são muito importantes”, enfatizou. Adepto da ideia de discutir amplamente com toda a comunidade como promover o desenvolvimento da melhor maneira possível, especialmente construindo uma cidade voltada para as pessoas, o diretor de Planejamento e Gestão Sustentável considera a criação do Plano Diretor integrado da Região Metropolitana de Goiânia muito adequada; pois as cidades conurbam, a capital metrópole se funde a outras cidades e, nada mais correto do que pensar integradamente o planejamento desta vasta região metropolitana. Para integrar este Plano Metropolitano, de acordo com ele, há várias agendas importantes; dando-se especial destaque às seguintes: • Ambiental: água, saneamento, resíduos, reciclagem; • Social: diminuição das desigualdades; • Desenvolvimento urbano: mobilidade, desenvolvimento de modais alternativos; • Econômica: igualdade de oportunidades, desburocratização fiscal, estímulo ao pequeno negócio, grande gerador de renda e emprego; • Política: que a cidade seja o espaço democrático onde todos possam se manifestar e serem ouvidos; • Educacional: universalizar, estender, ampliar; • Cultural: que Goiânia possa desenvolver um ambiente cultural rico e plural.

Aparecida de Goiânia: infraestrutura para subsidiar o crescimento O secretário de Planejamento de Aparecida de Goiânia, Afonso Boaventura, informou que a cidade iniciou formalmente o processo de revisão de seu Plano Diretor em maio de 2014, com a participação efetiva de diversos segmentos em todas as etapas (diagnóstico e cenários futuros), mas o Município vem, há pelo menos dois anos antes, se preparando para esse processo. Ele lembra que consta do histórico de formação urbana da cidade “o processo especulatório e desenfreado de parcelamento do solo que retalhou a cidade, justamente por causa de sua proximidade e fragilidade institucional perante a capital”. Segundo o Secretário, o novo plano que será encaminhado à Câmara de Vereadores em breve, deve consolidar os ganhos que o anterior teve, mas principalmente reafirmar o viés desenvolvimentista atribuído pela atual administração, unindo sustentabilidade econômica e ambiental, desburocratização dos processos de licenciamento e mobilidade urbana, tripé básico do PD.

Boaventura destacou que a atual gestão municipal investiu maciçamente em infraestrutura, na construção de equipamentos públicos e em mobilidade com os eixos estruturantes Norte-Sul – NS 01, NS 03 e NS 05, mas ainda há muito o que fazer. Um dos alicerces do tripé citados são os eixos viários e as zonas parques, que visam atingir tanto a mobilidade quanto a qualificação da paisagem urbana, distribuindo o adensamento nos eixos arteriais existentes e projetados, induzindo a apropriação de atividades comerciais e habitação ao longo de todo o território, melhorando a qualidade de vida de toda a população aparecidense. Para Boaventura, se o PD busca equalizar as questões locais de ordenamento territorial, o Plano Diretor Metropolitano (PDM) deve abordar as questões macro, como a preservação e a otimização da gestão dos bens fundamentais às cidades-membro, como o patrimônio natural, água, mobilidade e localização de grandes equipamentos, JULHO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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AT É R I A D E C A PA

sem ferir, entretanto, a autonomia dos municípios. O PDM é instrumento fundamental para evitar distorções entre os municípios, como o que aconteceu com Aparecida na década de 1970, por exemplo. Em sua visão, bem gerido esse plano pode ainda representar uma oportunidade de negócios ao expor em nível nacional as potencialidades da RMG. Os técnicos dos municípios e os órgãos representantes da sociedade são atores fundamentais, têm muito a contribuir, inclusive na construção da metodologia de trabalho, pois são profundos conhecedores da realidade local.

Senador Canedo: desenvolvimento equilibrado e sustentável O secretário municipal de Planejamento Urbano de Senador Canedo, Jorge Moreira da Silva, informou que o Município possui Plano Diretor aprovado por meio da Lei nº 1.317/07 de 28 de dezembro de 2007, sendo o instrumento básico da política de desenvolvimento urbano e territorial. O Plano Diretor do Município instituiu como principais diretrizes o desenvolvimento urbano, o saneamento ambiental, o desenvolvimento econômico e social, e a Política de Mobilidade Urbana, a qual objetiva, dentre outros aspectos, a acessibilidade e o desenvolvimento sustentável das cidades. Está em vigor juntamente com o Plano Diretor de Senador Canedo, ampla legislação tratando as questões urbanísticas do Município, tais como: Plano de Saneamento aprovado

pela Lei 1.697/12, Plano de Gestão de Resíduos aprovado pela Lei nº 1.662/12, Lei de Parcelamento do Solo Urbano (Lei nº 1.377/08), Lei de Zoneamento e Uso do Solo (Lei nº 1.379/08), Código de Obras e Edificações (Lei nº 123/90), Código de Posturas (Lei nº 1.596/11), Lei de Loteamento Fechado (Lei nº 1.822/14), dentre outras. Sobre a criação do Plano Diretor integrado da Região Metropolitana de Goiânia, ele comentou que seu objetivo é construir um processo de planejamento metropolitano; assim, se feito de forma conjunta com os demais Municípios e o Estado certamente trará grandes benefícios diante da possibilidade de planejamento e formulação de políticas públicas conjuntas no que se refere, dentre outros, ao uso do solo, habitação, mobilidade, tributação, aproveitamento dos recursos hídricos, proteção ambiental e promoção social, garantindo um desenvolvimento econômico e social de forma equilibrada e sustentável da Região Metropolitana do Estado de Goiás. Dessa forma, a tomada de decisões pelos Municípios de maneira conjunta e planejada, a fim de prevenir consequências danosas aos municípios vizinhos ou ao meio ambiente trará grandes benefícios a toda população goiana. Silva sugeriu que, sob a coordenação do Governo do Estado e com a participação de todos os municípios que compõem a Região Metropolitana, é preciso ouvir, por meio de audiências públicas, a população e os segmentos organizados da sociedade, envolvendo nesse processo as instituições de ensino e pesquisa, orientados por consultorias especializadas.

Trindade: foco na qualidade de vida da população Com cerca de 120 mil habitantes, Trindade é um dos maiores polos do turismo religioso do Brasil. A população economicamente ativa que habita nos dois núcleos urbanos da cidade – na parte central onde encontra-se a Basílica e em outra parte que conurba com Goiânia, chamada de Trindade Leste – se divide em atividades diversas além do turismo religioso, como a indústria de confecção, identificada como sua segunda vocação; indústria alimentícia; comércio e serviços; e uma parcela se desloca para trabalhar nas cidades do entorno, principalmente na Capital, explicou Sérgio Pinheiro, secretário executivo do Conselho da Cidade. O conselho municipal criado pela Lei do Plano Diretor atua em quatro áreas: ordenamento territorial, mobilidade e trans20

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porte, habitação e saneamento ambiental, contando com a participação do poder público e sociedade civil. Conforme o conselheiro, o Plano Diretor de Trindade foi elaborado em 1999 e sancionado em 2002; mas em 2005 houve no Estado de Goiás o “Programa Cidade pra Gente” diante do qual o Plano recebeu a primeira revisão, culminando com a sanção de uma nova Lei em 2008, a Lei Complementar nº 08/2008, que está em vigor. Segundo informou o membro do Conselho da Cidade, as diretrizes gerais do PD privilegiam a função social da propriedade, inclusão social, proteção ao meio ambiente, desenvolvimento econômico, etc. Seu foco é elevar a qualidade de vida da cidade de modo a incluí-la entre as cinco melhores cidades do Estado


de Goiás neste quesito, até 2018; elevar a cidade a importante centro turístico; buscar a universalização da mobilidade e acessibilidade urbana e rural e a integração com os municípios da Região Metropolitana, além de dotar a cidade de infraestrutura adequada para receber os romeiros e carros de bois que participam da tradicional festa religiosa dos romeiros. Ele lembra que a instituição do Plano Diretor Metropolitano é uma diretriz nacional, pois em torno de 2008/2009 aconteceu uma pesquisa do Ministério das Cidades – a rede de avaliação dos Planos Diretores dos Municípios – que culminou na discussão sobre as regiões metropolitanas. Na opinião do conselheiro, o Plano Metropolitano é um instrumento de auxílio para o desenvolvimento das cidades, pois grande parte dos problemas do Município está ligada com a Capital ou com a região metropolitana, como a questão da mobilidade estratégica, utilização dos recursos hídricos advindos dos sistemas situados na Capital; aterro sanitário; além dos equipamentos públicos para atender a população que reside no entorno, como hospitais e escolas. Pinheiro afirma que estas questões de mobilidade e água são as-

suntos que deverão ser amplamente discutidos para a elaboração do PDM. Finalizando, o conselheiro informou que Trindade contou com recente consultoria do arquiteto Luiz Fernando Cruvinel para atualizar o PD na área de mobilidade urbana e zoneamento.

FÓRUM GOIANO DA HABITAÇÃO APOIA A INICIATIVA “Um Plano Diretor para Região Metropolitana de Goiânia passará pelas fases de elaboração, implantação e manutenção. Os ganhos para a sociedade goiana ocorrerão logo na fase de elaboração, que passará pelo envolvimento das equipes técnicas dos vários municípios envolvidos. Estes debates serão importantes para identificar os pontos de convergência de interesse, as vocações de cada região e como elevar o potencial das mesmas. O resultado destes debates será o estabelecimento de diretrizes macro para a Região Metropolitana nas questões sobre mobilidade, ocupação urbana, recursos hídricos, preservação ambiental e economia, dentre outros. Assim que implantado, cada município poderá editar ou reeditar o seu Plano Diretor Municipal buscando orientação nas diretrizes do Plano Diretor da Região Metropolitana, organizando de forma integrada as atividades na região. É importante entendermos que os planos diretores são a base para o desenvolvimento organizado das cidades. Na fase de manutenção será a oportunidade de revisá-los periodicamente de forma a corrigirmos os pontos que não estão funcionando e também acrescentarmos os pontos que porventura não tenham sido contemplados inicialmente, permitindo a aplicação direta da melhoria contínua, formando um círculo virtuoso de desenvolvimento para nossas cidades.”

CARLOS ALBERTO MOURA, PRESIDENTE DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NO ESTADO DE GOIÁS (SINDUSCON-GO)

RENATO DE SOUSA CORREIA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO (ADEMI-GO)

“O Plano Diretor Integrado da RMG é fundamental, importante para definir a vocação da Região Metropolitana. Acredito que esse plano tenha a capacidade para delimitar e mostrar onde nós queremos chegar. Agora, é muito importante que todos sejam ouvidos: a população, o empresário, todos os segmentos da sociedade, para que seja construído um Plano Diretor Metropolitano que realmente atenda à região metropolitana. Hoje não há como se tratar de mobilidade urbana, por exemplo, separando Goiânia da Região Metropolitana. Existem atividades que são muito comuns a essas cidades, muitos trabalhadores que moram em Goiânia e trabalham em Aparecida, ou em Goianira, por exemplo. E a economia desses municípios deve ser complementar. Nós podemos ter um polo educacional em uma cidade. Na outra não precisa ter aquele polo educacional, teria um polo hospitalar, um atendimento de alto padrão. Mas é importante que os moradores destas cidades tenham acesso aos serviços básicos para que se evite o deslocamento. O desafio é ver esse Plano implantado: inicialmente, tem que ser feito um planejamento, depois deve ser feito um projeto e, por fim, executá-lo. Temos que ter também indicadores para acompanhar essa evolução. A transparência na gestão desse Plano Diretor Integrado é fundamental para o êxito do processo.”

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I VA C O M S A Ú D E

BANCO DE EMPREGOS

DA CONSTRUÇÃO

Está precisando contratar colaboradores para sua empresa? Por meio do Banco de Empregos da Construção, o Sinduscon-GO disponibiliza para as empresas associadas e filiadas, a preços abaixo dos praticados pelo mercado, cadastros de profissionais de várias categorias. Confira, a seguir, algumas opções de profissionais que poderão integrar a sua equipe de trabalho:

SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO E A GARANTIA DO AMBIENTE LABORAL SEGURO,

ADEQUADO E EQUILIBRADO

De acordo com a Constituição Federal do Brasil (CF/1988) em seu artigo 7º inciso XXII, assegura a todos os trabalhadores urbanos e rurais a redução dos riscos inerentes ao trabalho através das normas de saúde, higiene e segurança, na CLT no Capítulo V do título II dos artigos 154 a 201, e ainda na Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, representam o principal respaldo legal que garantem aos trabalhadores a proteção no ambiente laboral, prevenindo dos infortúnios laborais sejam eles os acidentes do trabalho ou as doenças ocupacionais. Destaca-se ainda que o ambiente laboral seguro, adequado e equilibrado encontra-se em consonância com o princípio da dignidade do ser humano trabalhador, inserido em um princípio maior que é o da própria dignidade da pessoa humana um dos fundamentos da nossa Carta Magna, de igual modo se relaciona com os valores sociais do trabalho, sendo este forma de provento de si próprio e de sua família, melhorando a sua condição de vida e a sua inserção no mercado de consumo. A questão sobre a segurança no ambiente laboral ganha ainda mais importância quando se destaca a terceira posição que o Brasil ocupa dentro do Grupo dos Vinte (G20), que constituem os 20 países mais industrializados do mundo, ficando atrás somente da China e da Índia, no quantitativo de acidentes do trabalho, mesmo com todos os progressos trazidos com as normas de saúde e segurança adotadas no País ao longo dos últimos anos. É necessário que as reflexões sobre como garantir um ambiente laboral que proporcione a proteção que está garantida no ordenamento jurídico do Brasil seja amplamente discutida por toda a sociedade, com a participação dos empregados e dos empregadores e do governo. Desta forma a segurança e a medicina do trabalho constituem um importante meio para garantir um ambiente de trabalho seguro e adequado, sem as ocorrências de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, respeitando dois importantes princípios consagrados na nossa Lei maior, que são a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho. PAULO HENRIQUE MOREIRA DE SOUZA é técnico de Segurança do Trabalho do Seconci-GO

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ENGENHEIRO CIVIL C. S. N. Formação: Universidade Federal de Goiás (2000). Experiência: Coordenar as atividades dos engenheiros nas obras, deliberando serviços e acompanhando metas de produção. Negociação, gerenciamento e aprovação de contratos terceirizados. Acompanhar, orientar e aprovar utilizando-se do contrato, cronograma físico/financeiro e planilhas orçamentárias, as contratações das obras. Analisar os custos mensais, comparando-os com o planejamento. I. L. A. P. Formação: Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Experiência: Obra de construção civil, em condomínio com 1.920 unidades de casas habitacionais. Realização de levantamentos relacionados à produção e qualidade de processos construtivos. Apoio, ao processo produtivo e controle da mão de obra. Responsável pelo Relatório Diário de Obras. Participação no processo de planejamento do empreendimento. J. M. C. Formação: Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2012). Experiência: Prospecção de negócios, serviços e projetos. Acompanhamento de obras. Gestão de projetos. Contratação de mão de obra própria e terceirizada. Planejamento e orçamento de empreendimentos. Fechamento de relatórios de custo e faturamento. Administração de folha de pagamento. Administração de obras. P. R. R. Formação: Universidade Católica de Goiás (1988). Experiência: Experiência em gerenciamento, acompanhamento, planejamento e controle de obras, elaboração de cronogramas, agindo de acordo com os custos e prazos estabelecidos. Coordenação do controle de qualidade ISO 9001 e PBQP-H. Gestão de pessoas.

AUXILIAR DE COBRANÇAS A. M. B. R. Formação: Administração de Empresas – Universidade Salgado de Oliveira (2015). Experiência: Cobrança de valores devidos de boletos, títulos e cheques devolvidos, contatando devedores e negociando formas de pagamento. Análise de títulos e documentos de cobrança. Definição de estratégias e itinerários de cobrança. Notificação de débitos. Registro de informações de negociações com o devedor. L. C. D. Formação: Ciências Contábeis – Universidade Norte Paraná (2014). Experiência: Acompanhamento da contratação de serviços com base nas normas e políticas da empresa, conferência e cobrança de GIFP. Acompanhamento diário da legislação federal, estadual e municipal vigente do processo, lançamento de notas fiscais, alteração do cálculo dos impostos no sistema juntamente com a área de centro de excelência. G. C. O. Formação: Direito – Faculdade Alfa (2016). Experiência: Serviço de banco, recepção, confecção e entrega de contratos imobiliários, cadastro de clientes, lançamentos de notas fiscais, compra de mercadorias, arquivo de documentos, lançamentos de contas a pagar e a receber, cobrança, atendimento ao cliente. F. F. K Formação: Gestão Imobiliária – Fasam (2015). Experiência: Em incorporadora como auxiliar administrativo, departamento de pessoal, financeiro e de cobrança interna, atendimento ao cliente, atendente de aluguel, acompanhamento de processos, realizações de audiências de conciliação em cortes arbitrais, serviços externos.

OBSERVAÇÃO: Também dispomos no Banco de Empregos cadastros de profissionais formados pelo Senai-GO em áreas operacionais. Para mais informações procure a Comissão de Qualidade e Produtividade/Desenvolvimento Humano do Sinduscon-GO, telefone (62) 3095-5170 (Paula Jacomini).


RH

& VOCÊ

COMO SUPERAR os desafios da crise? O que torna uma pessoa extraordinária? Fazer o que todos fazem não me parece uma boa resposta! Mas colocar em prática jargões famosos e muito citados, apesar de pouco aplicados, será uma ótima escolha. Que tal então transformar do limão uma limonada? Essa frase pode parecer familiar para muitos, mas está longe de ser colocada em prática! Penso que o nosso comportamento precisa ser de pró-atividade e otimismo diante da alardeada crise que o nosso país vive em 2015. Se o mercado de trabalho não está bem em momentos assim, porque não empreender e inovar, começar investindo em estudo e qualificação? Quando a crise passar, afinal a vida é feita de fases, sejam elas boas ou ruins, você terá um diferencial em relação aos que se paralisaram no momento difícil. Ter sucesso em um mercado favorável é relativamente fácil. Agora ter sucesso em um mercado de crise, é só para pessoas extraordinárias. Nick Vujicic, nasceu sem os dois braços e duas pernas. Médicos e os pais do garoto ficaram em estado de choque, além disso, sua mãe teve dificuldade de amamentar e aceitar aquela situação para sua família. Ele, já na fase adulta, tendo todo o entendimento de suas limitações e diferenças, pôde escolher entre ficar com raiva de Deus pelo que não tinha ou agradecer pelo que tinha. Nick percebeu que não adianta estar inteiro por fora se o seu interior estiver quebrado e foi quando tomou a decisão de independente das circunstâncias externas, realizar seus sonhos. A partir daí, conseguiu não só casar e ter filhos, como também ser um palestrante renomado e de muito sucesso! Hoje tem a independência que muitas pessoas sem limitações físicas não tem. Ter atitude e tomar a decisão de transformar as pedras do caminho em degraus faz diferença e impacta diretamente nos nossos resultados. O ativista indiano Mahatma Gandhi disse que nunca saberemos que resultados virão das nossas ações, mas se não fizermos nada, não existirão resultados. Pensando assim, ele ajudou a livrar o seu país da dominação britânica com ações pacíficas. Cabe lembrar, ainda, que tempo é um recurso escasso e podemos escolher aproveitá-lo com atitude positiva ou com lamentações. Seus pensamentos geram sentimentos que geram comportamentos. E fica evidente que o Universo responderá em uma força da física de ação e reação, na mesma medida de energia que projetarmos para o Universo. Estudos da psicologia positiva comprovam que pessoas mais otimistas e de atitudes conseguem atrair mais oportunidades e no final acabam sendo mais bem sucedidas. Tanto é que na crise de 2008, noticiários eviden-

TATHIANE DEÂNDHELA

ciaram que algumas empresas cresceram em média 6%, enquanto outras fecharam suas portas. A escolha é sua. E cabe ressaltar que toda escolha envolve uma renúncia, portanto, se você escolher ser um perdedor, com certeza abrirá mão de ser um ganhador e não poderá culpar ninguém pelas escolhas que fez na vida. Enfim, o meu convite aqui para vocês é: tirem o “S” da crise, e transforme em crie… Explore sua criatividade, inove e se empenhe mais. Lamentar fatores macroeconômicos não vai mudar nada, pelo contrário, pode piorar, afinal seu foco atrairá mais problemas. Agir pode mudar e também pode não mudar. Mas só há uma forma de saber: experimentando. Experimente ter atitude e fazer a diferença! Se você quiser, você pode! TATHIANE DEÂNDHELA

é empresária, professora, palestrante e coach JULHO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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E G I S T RO D E E V E N TO S

SEMINÁRIO DISCUTE

o panorama das edificações habitacionais no Brasil O Sinduscon-GO realizou no dia 20 de maio o Seminário da Habitação. O encontro, iniciativa da Comunidade da Construção, resultado da parceria técnica entre o Sindicato e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), objetivou discutir o panorama das edificações habitacionais sob os aspectos de racionalização, desempenho e viabilidade econômica, além de abordar as perspectivas dos atuais programas habitacionais diante do cenário econômico atual. Durante a abertura do evento, o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, destacou que qualidade nas habitações não é um diferencial, mas sim uma obrigação que deve ir do início ao final da obra. “Devemos nos antever aos problemas, com uso de materiais certificados e qualificação de todos os elos da cadeia da construção”, pontuou ele. Moura também aproveitou a oportunidade para informar que o setor tem expectativas positivas em relação ao ajuste fiscal e seus impactos no segmento habitacional, acreditando que o setor deverá continuar vigoroso, forte e dinâmico, com retomada a partir do terceiro trimestre. Acompanhando a mesma visão em relação ao cenário econômico, o superintendente executivo de Habitação da Região Sul de Goiás da Caixa Econômica Federal, Cleomar Dutra Ferreira, afirmou que nos momentos de crise é que surgem as oportunidades. Segundo ele, a Caixa busca soluções para habitação social, modalidade que deve conciliar a qualidade com redução de custos e finalizou opinando que “compete a nós encontrarmos soluções e trabalharmos para que o País mantenha seu ritmo de produção e consumo”. Na sequência, o engenheiro civil Ricardo Caldas Brito, assessor técnico da CLP Engenharia, abriu o primeiro painel com a palestra “Sistemas Construtivos para Habitações de Interesse Social”, quando destacou como principal premissa o baixo custo de manutenção ao longo da vida útil. Como principais desafios da produção de HIS, ele reforçou quatro questões: escala, custo, sustentabilidade e qualidade. Brito explanou sobre os sistemas construtivos com PVC concreto, painéis cerâmicos pré-fabricados, paredes de concreto pré-fabricadas, alvenaria estrutural, etc., citando os componentes construtivos específicos para oti24

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mizar cada sistema. Mostrou também um comparativo de custos de componentes construtivos específicos x convencionais, revelando que por mais que os componentes convencionais, como por exemplo, para instalações elétricas e hidráulicas tenham um preço individual menor, considerando os custos de acessórios, tempo e mão de obra para instalação, esses componentes apresentam, no final da obra, custo maior do que quando utiliza-se kits pré-prontos. A segunda palestra com o tema “Soluções Sustentáveis para Instalações de Água e de Energia Elétrica para Habitações de Interesse Social”, foi realizada pelo engenheiro civil, Rony Rossi Horta, diretor da Efatá Projetos e Soluções Integradas. Ele iniciou sua apresentação mostrando imagens do que chamou de “insustentabilidade”: obras com alto índice de destruição de alvenarias, muita produção de entulho e desperdício, além de alto grau de retrabalho. A solução, em sua opinião, seria trabalhar com processos racionais, iniciando-se na fase de projeto, onde nasce a sustentabilidade. Como sugestão, ele destacou: adotar técnicas que preservem os materiais; reduzir o prazo de construção; aplicar kits pré-moldados, confirmando a visão do palestrante anterior; usar materiais naturais, locais, reciclados ou recicláveis, etc. Em sua visão, a palavra de ordem é reduzir custos para o consumidor final: com uso de dispositivos economizadores que qualifiquem o uso da energia e da água, além de possibilitar o reuso dos recursos. Citou como bom exemplo de sistema industrializado “Chicotes Pex”, pois não usa produtos químicos, não gasta energia e não produz resíduos em sua montagem. “Especificações de desempenho nos empreendimentos de HIS baseadas na NBR 15575”, foi o tema apresentado pelo doutor em Engenharia Mecânica, Fúlvio Vittorino, professor da USP e pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Ele realizou exposição com uma visão geral sobre os requisitos da Norma de Desempenho das Edificações Habitacionais (NBR 15575), cintando exemplos de critérios da Norma nas áreas de desempenho estrutural; pisos e coberturas; segurança contra incêndio; segurança no uso e operação; estanqueidade à água em paredes, coberturas e pisos; funcio-


nabilidade e acessibilidade; conforto tátil e antropodinâmico; desempenho térmico; acústico; durabilidade, etc. Vittorino informou que está sendo realizado estudo junto ao Ministério de Cidades por meio do qual serão desenvolvidos documentos orientativos como: Documento Base (DB) – estabelecerá as especificações de desempenho compatíveis com a NBR 15575 que se enquadrem nos programas de HIS; Manual do Proponente – deverá orientar e dar subsídios de caráter processual e técnico aos proponentes de projetos para a aplicação das especificações previstas no Documento Base e Manual do Agente Financeiro – orientará os agentes financeiros na análise dos projetos de HIS de acordo com os requisitos estabelecidos no DB. Também será formulado o Catálogo de Subsistemas.

O caminho das pedras

A programação do evento prosseguiu com a palestra “Critérios adotados pela Caixa nas Análises Técnicas de Engenharia para Financiamento de Empreendimentos Habitacionais”, com o engenheiro civil Flávio da Silva Valente, gerente executivo de Habitação de Goiânia na Caixa Econômica Federal. Ele abriu a exposição apresentando produtos e linhas de crédito oferecidos pela instituição financeira e os do programa Minha Casa Minha Vida e faixas específicas. Para cada produto a Caixa exige uma lista de documentos que demandam diversas análises, como de engenharia e arquitetura, e também acompanhamento da obra. Segundo Flávio Valente, na fase de implantação do empreendimento esses cuidados começam com uma pré-análise, como localização e adequação do terreno para fins habitacionais (sendo observados critérios de viabilidade técnica, condições topográficas, riscos de erosão); são avaliados, entre outros quesitos, a viabilidade econômico-financeira do empreendimento proposto e atendimento aos critérios de sustentabilidade, seguindo-se o padrão normativo e a Norma de Acessibilidade (cujo resumo pode ser acessado em www.caixa.gov.br). É verificada também a disponibilidade para transporte coletivo e coleta de lixo. Em projetos da faixa 1 do MCMV existe o modelo de Memorial Descritivo e Especificações que pode ser utilizado pelas construtoras, constando de informações como análise do custo unitário por m², viabilidade do orçamento, encargos sociais, BDI, cronograma da obra, alvará e licenciamento ambiental, AVTO’s, viabilidade de fornecimento de serviços pelas concessionárias e certificado de conformidade do PBQP-H.

“A crise é de credibilidade”

Antes do debate de encerramento foi a vez do economista Luís Fernando Melo Mendes, assessor da presidência na Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), apresentar palestra sobre a “Conjuntura Econômica do País, com foco no mercado de trabalho e na produtividade”. Mendes iniciou sua apresentação analisando a primeira gestão Dilma Rousseff que, em sua visão, afrouxou os pilares que alicerçavam a política econômica do governo até então (baseados na meta de inflação, câmbio flutuante e no resultado do superávit primário), em resposta às criticas, à época, de que o Brasil tinha seu desenvolvimento limitado pela política monetária restritiva. “Mas o crescimento não veio, e hoje o ambiente é de quase insolvência”, sublinhou o economista. Na sequência, Luís Fernando Mendes desenhou o quadro recente da política econômica brasileira, em que se convive com declínio das expectativas positivas, mercado de trabalho menos aquecido, crédito em condições menos favoráveis, consumo e investimento perdendo força, inflação crônica acima da meta, riscos setoriais em alta (energia e água), crescimento persistentemente baixo e endividamento privado e público (dívida bruta) elevado. “Obviamente, vivenciamos uma crise de credibilidade, porque não existe hoje, necessariamente, uma crise – interna ou externa – de liquidez ou descontrole dos principais indicadores econômicos que não possam ser reconduzidos a níveis confortáveis”. No entanto, situou ele, o momento atual do setor é o mais difícil desde 2003, com deterioração agravada nos últimos seis a três meses, correndo-se o risco de desmobilizar as conquistas dos últimos anos, em que se registrou aumento da produtividade, da qualificação profissional, da renda e melhoria do ambiente de trabalho, mecanização nas obras e inovações nos produtos e nos processos dos canteiros, rompendo-se, já a partir de outubro de 2014, um ciclo de “quase pleno emprego”, ou desemprego mínimo. Ele sustenta que a situação exige coerência entre discurso e ação, eficiência e eficácia na gestão pública e privada, investimento prioritário em infraestrutura e neutralização de expectativas negativas, com o restabelecimento da confiança dos agentes econômicos.

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E G I S T RO D E E V E N TO S

SINDICATO MANIFESTA-SE em apoio à segurança jurídica na aprovação de empreendimentos Durante sua reunião mensal de Diretoria realizada no dia 09 de junho, o Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás, recebeu diversos convidados para tratar de temas relevantes para o crescimento do setor. Um dos assuntos de destaque foi tratado, em Assembleia Geral, realizada durante a reunião, quando foi deliberado, por unanimidade entre os presentes, o apoio ao Mandado de Segurança impetrado pela EuroAmérica Incorporações referente ao empreendimento Europark. A Assembleia entendeu que a entidade deve zelar pela segurança jurídica do setor e que o apoio como assistente no processo visa resguardar os investimentos privados, visto que em Goiânia foram expedidos mais de 200 projetos e alvarás de construção no período em discussão – entre 24/07 e 22/10 do ano de 2007. Para o presidente do Sinduscon-GO, eng. Carlos Alberto de Paula Moura Júnior, o deliberado justifica-se tendo em vista que “não é coerente o levantamento extemporâneo do assunto, vez que coloca em risco a credibilidade das leis goianas”. Também foi anunciada a criação da Diretoria específica para tratar sobre assuntos relativos à Segurança e Saúde do Trabalho. A nova Diretoria ficou a cargo da eng.ª Selma Regina Nassar de Miranda. À frente da Comissão de SST do Sindus-

Sinduscon-GO participa do

FEIRÃO DA CAIXA

O presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura participou da abertura da 11ª edição do Feirão CAIXA da Casa Própria na manhã do dia 12 de junho, no Shopping Estação Goiânia, local em que o Sindicato também apresentou ao público seus serviços, em estande, durante o três dias de Feira. O evento se estendeu até o dia 14, envolvendo aproximadamente 90 parceiros, englobando mais de 30 construtoras, cerca de 26 correspondentes imobiliários da CAIXA e 39 imobiliárias, que ocuparam os estandes próprios. Durante o evento realizado em Goiânia (GO), 14.767 pessoas passaram pelo local, onde foram negociados mais de R$ 462 milhões. Ao todo, são mais de 2.800 contratos fechados ou em andamento. No Feirão, que teve como foco o financiamento de habitação popular do Programa Minha Casa Minha Vida e das demais operações com recursos do FGTS, foram oferecidos mais de 4,3 mil imóveis, distribuídos pela região metropolitana de Goiânia. 26

SINDUSCON-GO • CONSTRUIR MAIS • JULHO 2015

con-GO, a eng.ª Luciana Abdallah, contando com o suporte da Técnica em Segurança do Trabalho Eliscarla Augusto, que está à disposição dos interessados para sanar dúvidas e questões relativas as normas de Segurança e Saúde do Trabalho aplicadas à indústria da construção civil. A Comissão de SST funciona na sede do Sindicato, atendendo em horário comercial. Informações: (62) 3095-5185.


Sinduscon-GO presta apoio à festa junina do

NÚCLEO DE PROTEÇÃO AOS QUEIMADOS O Sinduscon-GO apoiou a realização da 13ª edição da “Festa Junina sem Queimaduras”, promovida anualmente pelo Núcleo de Proteção aos Queimados (NPQ), realizada nos dias 12 e 13 de junho, na área de estacionamento do Goiânia Shopping, que contou com a participação de mais de duas mil pessoas. O evento configura a maior fonte de arrecadação de recursos destinados ao atendimento às vítimas de queimaduras. Em prol desta causa, o Sinduscon-GO definiu que ao longo de 2015 todas as ações de Responsabilidade Social Empresarial que a entidade realizar serão focadas no apoio ao Núcleo de Proteção aos Queimados (NPQ). No dia 25 de maio, o Sindicato realizou a entrega ao NPQ de doações de diversos empresários que compõem o quadro de diretores e associados da entidade (foto acima). A renda da doação da indústria da construção goiana custeou a realização da “Festa Junina sem Queimaduras”. Diversas ações já foram realizadas, como: “O Natal Solidário” no final de 2014 e almoço com representantes do segmento empresarial, que foram convidados a ser voluntários e auxiliar no trabalho da instituição, dentre outros projetos em fase de formatação. A organização não governamental foi institucionalizada em 1999 com a missão de divulgar a prevenção de acidentes junto à sociedade civil, apoiar tanto o paciente como seus familiares,

A GERENTE EXECUTIVA DO SINDUSCON-GO, SEBASTIANA SANTOS, REALIZA VISITA AO NPQ ACOMPANHADA DAS SENHORAS SUELY PARANAÍBA DE OLIVEIRA E SOLANGE MARIA SOARES FERREIRA

reabilitar física e psicologicamente os sobreviventes de queimaduras, favorecer sua reinserção tanto no ambiente social como profissional e desenvolver pesquisas em prol da melhoria do tratamento e de suas sequelas. O organismo está diretamente vinculado ao Hospital de Queimaduras de Goiânia. O Sinduscon-GO reitera seu agradecimento às empresas que contribuíram com a doação para a realização da Festa Junina. São elas: Alpes Engenharia e Construções; Bilenge Construtora; Cifran - Construtora e Incorporadora França; Construtora Ferreira; Construtora Ingá; Construtora Moreira Ortence; Construtora São Cristóvão; Dinâmica Engenharia; Engeseg Engenharia; FR Incorporadora; GPL Engenharia; Jofege Pavimentação e Construção; Loft Construtora e Incorporadora; Pertisau Engenharia e Participações; Prumus Construtora e Empreendimentos; RF Engenharia e Construções; Santa Cecília Empresa de Engenharia e Arquitetura; Sobrado Construção; Sousa Andrade Construtora e Incorporadora; Telemont Engenharia e Telecomunicações S/A; Trípoli Construtora; Vectra Engenharia; Vega Construtora e Locagyn. JULHO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

27


R

E G I S T RO D E E V E N TO S

Aparecida de Goiânia adere ao projeto

“O FUTURO DA MINHA CIDADE” A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o Sinduscon-GO, em parceria com a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-GO), Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias de Goiás (Secovi-GO), Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag), realizaram com apoio da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, o lançamento do projeto “O Futuro da Minha Cidade”, na sede da Aciag, no dia 28 de maio. O evento de lançamento foi precedido de entrevista coletiva para a imprensa, realizada na sede do Sinduscon-GO, com participação do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. Durante a entrevista coletiva o Prefeito foi indagado sobre o motivo da adesão a este projeto, quando respondeu que foi por considerar esta uma grande ideia que pode mudar a gestão pública no Brasil e também a forma de fazer campanha política, pois sugere uma atuação voltada não só a promessas de resolução de problemas existentes, mas também no planejamento para evitar que eles se repitam e se ampliem no futuro. A visão de Vilela corresponde com a mensagem de Silvio Barros, que afirma ser a implantação e execução deste projeto resultado do amadurecimento social que “faz com que os governos existam para a sociedade, e não o contrário”. Aparecida de Goiânia é a oitava cidade brasileira a aderir ao projeto. “O Futuro da Minha Cidade” já foi adotado em Joinville (SC), São Gonçalo do Amarante (CE), Goiânia (GO), Cascavel (PR), Porto Velho (RO), Uberlândia (MG) e Teresina (PI).

Evento de sensibilização

Durante a abertura do evento de lançamento, o prefeito Maguito Vilela destacou o bom momento que vive Aparecida de Goiânia, que investiu 23% de sua arrecadação nos anos de 28

SINDUSCON-GO • CONSTRUIR MAIS • JULHO 2015

2013 e 2014, conquista, segundo ele, alcançada por poucas cidades do Brasil. O líder também falou sobre a importância do projeto justamente para que a cidade mantenha esse nível de investimentos e obras satisfatórios, pois se não houver planejamento o futuro ficará comprometido. Para ele, a sociedade civil organizada deve unir-se para pensar, discutir e estudar soluções para questões que precisam de intervenções rápidas para que não se tornem um grande problema no futuro, citando como exemplo o trecho da BR-153 que corta a cidade e o Anel Viário, que deverá ser desviado com planejamento de longo prazo para evitar que daqui a 20 anos ocorra o mesmo problema, só que em outro local. O anfitrião do evento, Osvaldo Zilli, presidente da Aciag, pediu o apoio de todos os empresários para o desenvolvimento do projeto que privilegia o bem comum da cidade. Ele também destacou o momento de pujança que vive Aparecida de Goiânia e a localização privilegiada da cidade, que é o quarto município que mais cresce no País. Para o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, “Aparecida de Goiânia não é uma promessa, é uma realidade”, saindo de cidade-dormitório para cidade-líder. Ele destacou que a parceria para a execução do projeto só será possível se os líderes locais acreditarem na sua importância para o bem da sociedade, pois é a oportunidade dos segmentos organizados ouvirem e serem ouvidos em um entrosamento público-privado que é proveitoso para todos. Adepto da ideologia do projeto, Renato Correia, presidente da Ademi-GO, lembrou que uma crise econômica em Maringá levou a sociedade a se unir aos gestores públicos para salvar a cidade. Em sua visão, Aparecida de Goiânia tem condições de surpreender o Brasil com esse projeto e enfatizou que “a


sociedade jamais pode se acomodar com o bom momento e deixar de implementar melhorias, pois isso é um grande risco que pode levar à perda de estabilidade”. Representando o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira, o empresário e presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de Goiás (Sindifargo), Heribaldo Egídio, destacou o crescimento de Goiás e falou sobre o estudo desenvolvido pela Fieg sobre o Polo Industrial de Aparecida de Goiânia, acreditando que esse estudo poderá ser mais proveitoso para a cidade do que para outros municípios em que já foi realizado, como para o Daiag em Anápolis, por estar experimentando um exponencial crescimento, tendo atualmente quase 2.200 indústrias. Ele citou dificuldades como o fornecimento qualitativo e quantitativo de energia elétrica, que acaba por inviabilizar a implementação de melhorias nos parques fabris. Porém, afirmou que o objetivo do projeto não é criticar, mas sim contribuir, acreditando no crescimento da cidade.

Inovação

O ex-prefeito de Maringá (PR) e consultor da CBIC, Silvio Barros, atual secretário de Planejamento e Coordenação Geral do Estado do Paraná foi o palestrante do evento (foto). Na oportunidade, apresentou as diretrizes e os objetivos do projeto “O Futuro da Minha Cidade”, relatando como o movimento surgiu no município paranaense e como se deu o bem sucedido envolvimento da sociedade e do poder público no desenvolvimento de um plano de ação contínuo. O projeto é uma iniciativa transformadora que pretende discutir um plano de ação a ser desenvolvido pelos próximos 20 anos, com alternativas de soluções dos problemas sendo trabalhadas com a administração pública da cidade. Para ele, o projeto vai além, propondo a construção de um ambiente social onde as pessoas possam conviver com paz, harmonia e felicidade. Barros lembrou que o projeto iniciou-se na cidade de Maringá (PR) na década de 1990, quando o Município estava com mais de 1/4 da sua arrecadação comprometida com déficit, situação gerada por diversos fatores, entre eles, uma péssima relação do prefeito com o governador do Estado. Diante da situação, um pequeno grupo de seis empresários encabeçado pela Associação Comercial e Industrial da região, decidiu se unir para estudar, propor e exigir mudanças na forma de condução da cidade, visando a retomada e manutenção do crescimento econômico, independentemente de qual gestor assumisse no próximo pleito eleitoral. O grupo passou a se reunir e a convidar mais pessoas que amavam a cidade e que fossem líderes em suas áreas de atuação para agregar à causa. Assim, o movimento foi crescendo e se fortalecendo, sendo reconhecido por sua representação social legítima. Nasceu então, em 1996, o movimento Repensando Maringá. Posteriormente, o grupo formou o Codem – Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá. Hoje, com 18 anos de atuação, conta com a participação ativa de 180 entidades, cerca de 400 pessoas que constróem o planejamento futuro da cidade em Câmaras Técnicas, com participação voluntária, fundamentalmente apartidária e focada no planejamento do futuro e no desenvolvimento econômico. Maringá consolidou-se como uma cidade que mantém crescimento fora da curva padrão. Fundada em 1947 e com 350 mil habitantes atualmente, possui o 23º lugar de melhor IDH no País, ocupa o terceiro lugar em sanea-

mento básico, o quinto em combate à mortalidade infantil e o 13º em exportação. O debate foi aberto com questões como: Qual a vocação de Aparecida de Goiânia? Como deverá ser a cidade daqui a 20 anos? Como vai ser o trânsito? Vai haver favelas? Que tipo de empregos e salários desejam? A estratégia é promover o debate e propor soluções de melhorias para o desenvolvimento sustentado do Município. Protagonista ou refém? Diante deste questionamento-chave, Barros pontuou que neste contexto a sociedade civil organizada deve ser posicionar a fim de definir o enredo para o desenvolvimento de ações que orientem o desenvolvimento econômico do Município. O projeto é subdividido em quatro macro etapas: ouvir, planejar, gerenciar e continuar. Com este projeto, a sociedade, por meio das empresas e instituições, empresta voluntariamente sua capacidade de planejar e proteger esse planejamento da descontinuidade política. Finalizando, o palestrante convidou os participantes a formar esse grupo de líderes apaixonados por Aparecida de Goiânia para pensar o futuro da cidade. Atenderam ao convite voluntariamente 21 pessoas, que devem iniciar as ações imediatamente.

O projeto na Capital goiana

Em Goiânia, a primeira reunião de sensibilização ocorreu no dia 13 de maio de 2014 na sede da OAB-GO, com a participação de 240 pessoas e 58 líderes “apaixonados” pela causa. O projeto recebeu apoio da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, OAB-GO, Fórum Goiano da Habitação (composto pelo Sinduscon-GO, Ademi-GO e Secovi-GO), da sociedade e do poder público. Dando prosseguimento ao projeto, foram formados Grupos de Trabalho para tratar os temas prioritários para o desenvolvimento de Goiânia. Para subsidiar as decisões foi realizado pela Tendências Consultoria (SP) o “Estudo de Competitividade para Goiânia”, quando foram levantados os seguintes pontos como estratégicos para o desenvolvimento econômico de Goiânia e Região Metropolitana: Logística e Distribuição; Confecção e Moda (indústria); Turismo de Negócios; Turismo de Saúde; Polo Educacional; Polo Tecnológico e Polo de Negócios Agropecuários. Em fase de institucionalização, o Conselho de Desenvolvimento Econômico Sustentável e Estratégico de Goiânia (Codese), criado em 11 de junho último, é um importante passo rumo ao objetivo de preparar Goiânia para o seu centenário. O Conselho conta com dez Câmaras Técnicas, sendo uma para tratar cada assunto levantado na etapa de planejamento. JULHO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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AGENDA DE EVENTOS EVENTO Dialux Cálculos Luminotécnicos

Início em 31/07

18h às 23h (sexta), 08h às 19h (sábado), 08h às 13h (domingo)

Excel Avançado Planilhas Inteligentes

Início em 10/07

18h45 às 22h45

Inteligência Emocional e Mediação de Conflitos

Início em 31/07

18h às 23h (sexta), 08h às 19h (sábado), 08h às 13h (domingo)

Gestão de Inadimplência e Formas de Pagamento

Início em 27/07

18h45 às 22h45

Gestão de Conflitos nas Organizações

08/07

08h30 às 17h30

Pesquisa de Clima Organizacional

10/07

08h30 às 17h30

10 e 11/07

08h30 às 17h30

15/07

08h30 às 17h30

Planejamento Tributário para Micro, Pequenas e Médias Empresas

17 e 18/07

08h30 às 17h30

Matemática Financeira Aplicada aos Negócios com uso da HP12C

17 e 18/07

18h30 às 22h (17/07) 08h30 às 18h (18/07)

24/07

08h30 às 17h30

Cursos de Curta Duração do Ipog

JULHO

DATA HORÁRIO

Gestão de Custos e Formação de Preços Como Implantar o Programa 5S na Prática

Análise de Balanço Feira do Construtor (Feira dos Fornecedores da Construção Civil)

Feira Palestras

29/07 a 31/07

14h às 21h 17h às 20h45

LOCAL

INFORMAÇÕES / INSCRIÇÕES

Unidade 1 do Ipog

(62) 3945-5050 / cap@ipog.edu.br Site: www.ipog.edu.br/cap/

Sede do Grupo Destra

(62) 3933-2670 / 3933-2671 / (62) 3954-6888 viviane@grupodestra.com.br, comercial@grupodestra.com.br Site: http://www.grupodestra.com.br/

Centro de Eventos Sistema Fiep, Curitiba-PR

(41) 3077-7151 construtor@jaeventos.com.br feiradoconstrutor@jaeventos.com.br Site: www.feiradoconstrutor.com.br

ENDEREÇOS: Unidade 1 do Ipog: Av.T-1 esquina com Rua T-55, n° 2390, Qd. 105, Lt. 01/22, Setor Bueno, Goiânia-GO. Sede do Grupo Destra: Rua C-228, Qd. 536, Lt. 16, Jd. América, Goiânia-GO. Centro de Eventos Sistema Fiep: Av. Comendador Franco, 1341, Jardim Botânico, Curitiba-PR.

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SINDUSCON-GO • CONSTRUIR MAIS • JULHO 2015


Índice de confiança do Empresário da Indústria da Construção MAIO DE 2015 CONFIANÇA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CAI

GOIÁS ICEI - ÍNDICE DE CONFIANÇA DO

INDICADOR INDICADOR DE O ICEI da indústria da construção não reEMPRESÁRIO DA INDÚSTRIA DE CONDIÇÕES EXPECTATIVA DA CONSTRUÇÃO petiu o bom resultado de abril. Naquele mês houve um avanço positivo de 5,5, fazendo MAI / 2014 53,1 43,8 57,8 com que o indicador quase chegasse a casa JUN / 2014 49,9 39,9 54,9 de 50 pontos, com o índice saindo de 42,6 JUL / 2014 45,2 38,9 48,4 para 48,1. Porém, em maio um novo resultado AGO / 2014 47,3 33,8 54,0 positivo não se repetiu. Pelo contrário, houve SET / 2014 39,3 31,3 43,3 retração de 6,1 pontos e o índice caiu para 42. Os empresários da construção se enconOUT / 2014 43,0 31,5 48,7 tram apreensivos com relação ao momento NOV / 2014 45,8 27,6 55,0 atual, principalmente no que se refere à diDEZ / 2014 46,7 32,3 53,9 minuição de recursos financeiros disponíveis JAN / 2015 50,8 29,3 61,5 no mercado, em especial quanto às linhas de FEV / 2015 45,8 28,3 54,2 financiamentos habitacionais. Outra situação MAR / 2015 42,6 28,5 49,3 desfavorável diz respeito à retração dos investimentos dos governos em relação às obras de ABR / 2015 48,1 34,6 55,8 infraestrutura, gerando redução de negócios MAI / 2015 42,0 28,9 48,6 no segmento e de certa forma ampliando a OBS: OS INDICADORES VARIAM NO INTERVALO DE 0 A 100. VALORES ACIMA DE 50 INDICAM EMPRESÁRIOS CONFIANTES - FONTE: FIEG falta de confiança dos empresários locais. O indicador de condições atuais teve uma piora em maio. Houve retração de 5,7 pontos, contrapondo-se corte de 50 pontos, situação desfavorável, segundo a metodoaos dois resultados positivos ocorridos em março e abril. Com logia da pesquisa. tal queda chegou-se à sua segunda pior marca, caindo de 34,6 O ICEI nacional da construção teve queda de 0,5 ponto em para 28,9 pontos, sendo que o pior resultado da série é de 28,3 relação a abril. Assim, o índice manteve-se abaixo de 50 pontos, pontos e registrada em fevereiro/2015. com recuo do índice de 39,2 para 38,7 pontos. O ICEI nacional O indicador de expectativa da indústria da construção tamencontra-se em situação desfavorável desde maio de 2014, senbém apresentou revés. O avanço registrado em abril, que foi de do que de lá para cá, as oscilações mensais apresentaram pre6,5 pontos, foi superado de forma negativa quando da retradominância de resultados desfavoráveis, retroagindo o índice ção de 7,2 pontos em maio, em comparação com abril. Assim, de 49,9 pontos (maio/2014) para os 38,7 pontos (maio/2015). novamente o indicador de expectativas passa a ficar abaixo do Retração de 11,2 pontos no período.

ICEI DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO BRASIL E GOIÁS

Nota Metodológica: o Índice de Confiança do Empresário Industrial elaborado pela FIEG tem como base os resultados da Sondagem Industrial, e varia de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. Para outras informações encaminhar e-mail para claudiohenrique@sistemafieg.org.br. FIEG – Av. Araguaia, n° 1.544, Ed. Albano Franco, Casa da Indústria, Vila Nova, Goiânia/GO - CEP: 74645-070 | E-mail: claudiohenrique@sistemafieg.org.br | Telefone (62) 3219-1325 | Site: www.sistemafieg.org.br

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CUB

CUSTOS UNITÁRIOS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO NBR 12.721:2006 – CUB 2006

PADRÃO RESIDENCIAL

PROJETOS

ANO 2015

MAIO

0,00%

PADRÃO BAIXO

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

R-1

R-1

1.292,77

R-1

1.545,01

1.062,96

PP-4

949,77

PP-4

1.216,29

R-8

1.238,89

R-8

903,54

R-8

1.055,75

R-16

1.336,97

PIS

700,93

R-16

1.016,75

PADRÃO COMERCIAL*

PROJETOS PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

CAL-8

1.209,57

CAL-8

1.279,58

CSL-8

1.061,47

CSL-8

1.153,20

CSL-16

1.412,27

CSL-16

1.530,74

PROJETOS PADRÃO RESIDÊNCIA POPULAR (RP1Q)

1.089,05

PADRÃO GALPÃO INDUSTRIAL (G1)

586,29

*CAL: Comercial Andares Livres - CSL: Comercial Salas e Lojas

VALOR REFERENCIAL (R$/m²) R-16A

VARIAÇÃO MÊS %

VARIAÇÃO ANO %

VARIAÇÃO 12 MESES %

1.336,97

0,00

0,826

6,216

MATERIAIS

MÃO DE OBRA

EQUIPAMENTO

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

TOTAL

572,66

711,61

5,91

46,78

1.336,97

MÃO DE OBRA* PEDREIRO DE MASSA

*Custo médio R$/hora

h

6,96000

SERVENTE

h

4,97000

ENGENHEIRO

h

53,25000

PROJETOS-PADRÃO QUE COMPÕEM A NORMA NBR 12.721:2006 Padrão Baixo:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Projeto de Interesse Social (PIS)

Padrão Normal:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Padrão Alto:

Residência Unifamiliar (RI)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Comercial Normal:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Comercial Alto:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Residência Popular (RP1Q) Galpão IndustriaL (GI)

Os valores acima referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são correspondentes ao mês de MAIO DE 2015. “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador”.

INDICADORES ECONÔMICOS ÍNDICES ECONÔMICOS

VARIAÇÃO

MÊS

ANO

INCC (FGV) / MAIO

623,951

0,953

3,299

INPC (IBGE) / MAIO

4.415,37

0,99

5,99

IGP-M (FGV) / MAIO

578,516

0,406

3,637

12 MESES

5,737 8,76 4,110

INFORMAÇÕES: (62) 3095-5162 | www.sinduscongoias.com.br | e-mail: sebastiana@sinduscongoias.com.br (Comissão de Economia e Estatística)

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SINDUSCON-GO • CONSTRUIR MAIS • JULHO 2015


CUB

CUSTOS UNITÁRIOS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO NBR 12.721:2006 – CUB 2006

PROJETOS

ANO 2015

MAIO

0,00%

PADRÃO BAIXO

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

R-1

992,59

R-1

1.195,22

R-1

1.439,16

PP-4

890,62

PP-4

1.130,02

R-8

1.156,97

R-8

847,93

R-8

978,21

R-16

1.244,93

PIS

652,99

R-16

942,17

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

CAL-8

1.123,05

CAL-8

1.192,23

CSL-8

983,46

CSL-8

1.073,05

CSL-16

1.423,98

CSL-16

PADRÃO RESIDENCIAL

PADRÃO COMERCIAL*

PROJETOS

1.308,42

DESONERADO

PROJETOS PADRÃO RESIDÊNCIA POPULAR (RP1Q)

995,71

PADRÃO GALPÃO INDUSTRIAL (G1)

542,90

*CAL: Comercial Andares Livres - CSL: Comercial Salas e Lojas

VALOR REFERENCIAL (R$/m²) R-16A

VARIAÇÃO MÊS %

VARIAÇÃO ANO %

VARIAÇÃO 12 MESES %

1.244,93

0,00

0,887

3,584

MATERIAIS

MÃO DE OBRA

EQUIPAMENTO

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

TOTAL

572,66

619,57

5,91

46,78

1.244,93

MÃO DE OBRA* PEDREIRO DE MASSA

*Custo médio R$/hora

h

6,96000

SERVENTE

h

4,97000

ENGENHEIRO

h

53,25000

PROJETOS-PADRÃO QUE COMPÕEM A NORMA NBR 12.721:2006 Padrão Baixo:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Projeto de Interesse Social (PIS)

Padrão Normal:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Padrão Alto:

Residência Unifamiliar (RI)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Comercial Normal:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Comercial Alto:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Residência Popular (RP1Q) Galpão IndustriaL (GI)

Os valores acima referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são correspondentes ao mês de MAIO DE 2015 - DESONERADO. “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.”

NOTA TÉCNICA – tabela do CUB/m² desonerado Os valores do Custo Unitário Básico (CUB/m²) presentes nesta tabela foram calculados e divulgados para atender ao disposto no artigo 7º da Lei 12.546/11, alterado pela Lei 12.844/13 que trata, entre outros, da desoneração da folha de pagamentos na construção civil. Eles somente podem ser utilizados pelas empresas do setor da construção civil cuja atividade principal (assim considerada aquela de maior receita auferida ou esperada) esteja enquadrada nos grupos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0. Salienta-se que eles não se aplicam às empresas do setor da construção civil cuja atividade principal esteja enquadrada no grupo 411 da CNAE 2.0 (incorporação de empreendimentos imobiliários). A metodologia de cálculo do CUB/m² desonerado é a mesma do CUB/m² e obedece ao disposto na Lei 4.591/64 e na ABNT NBR 12721:2006. A diferença diz respeito apenas ao percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. O cálculo do CUB/m² desonerado não considera a incidência dos 20% referentes à previdência social, assim como as suas reincidências. Qualquer dúvida sobre o cálculo deste CUB/m² deve ser consultada junto ao Sinduscon-GO, com Sebastiana Santos, telefone (62) 3095-5162 (sebastiana@sinduscongoias.com.br).

JULHO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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E

U RECOMENDO

O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, A REDUÇÃO DA IDADE PENAL E O MEU GURI

Dispõe o artigo 227 da Constituição Federal (CF), reafirmado pelo artigo 4º da Lei nº 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” Dispõe igualmente o texto constitucional (art.228) que são penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, se aplicando aos adolescentes em prática infracional as medidas socioeducativas estabelecidas no artigo 112 do ECA, dentre elas a medida de internação pelo prazo máximo de três anos. A comissão especial aprovou no último dia 17 de junho o relatório do deputado Laerte Bessa (PR) sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC nº 171) que reduz a maioridade penal de 18 anos para 16 anos para crimes hediondos. A proposta de redução de maioridade penal é um tema que provoca discussão e merece uma madura reflexão. Quem é favorável considera que a mudança irá reduzir a criminalidade. Para os que se posicionam contrários à redução da maioridade penal, o argumento é de que fica evidente o risco de os crimes passarem a ser praticados cada vez mais cedo pelos menores de 18 anos, corrente a qual me afilio, por entender que a idade penal estabelecida na Constituição Federal é garantia intocável, constituindo-se em cláusula pétrea e, na realidade, o ECA, apesar de completar nos próximos dias 25 anos, ainda não está sendo integralmente cumprido, pois a maioria dos jovens da classe econômica menos favorecida não conta efetivamente com seus direitos fundamentais assegurados tal como consta na lei: lhe falta escola, saúde, respeito à sua dignidade, lazer, profissionalização e convivência familiar. Nesta condição, acaba por ser adotado pelo tráfico e pelo crime que lhe proporcionam poder e prazer. Como profissional integrante da Rede de Proteção da Criança e Adolescente e quanto ao tema da redução da idade penal, sou contra! Se tal fato acontecer estará de vez condenando o adolescente infrator atingido pela maioridade penal a partir de 16 anos de idade a ser definitivamente marginalizado e se marginalizar.

As oportunidades de socialização, ainda que com deficiência, tal como são prestadas ao adolescente infrator com a aplicação de medidas socioeducativas (art. 112, ECA), lhes serão de vez negadas, retirando-lhe qualquer oportunidade de melhoramento material, familiar e psicossocial. O sistema carcerário do Brasil não está preparado para receber o menor e em nada irá contribuir para o seu melhoramento. No Brasil não há pena de morte e de prisão perpétua. Logo, o adolescente quando adulto e em liberdade poderá colocar em prática o que aprender durante o seu encarceramento. É necessário sim, o comprometimento com a causa da infância e notadamente da adolescência: políticas públicas efetivas voltadas à saúde para afastá-lo das drogas, programas que possam afastá-lo do ócio e da falta de lazer; de ações programadas que o coloque na escola comprometida com o aprendizado, com a profissionalização, que lhe dê oportunidade de trabalho e o aproveitamento de seu talento e, especialmente, atividades que lhe proporcione ocupação sadia. Ao refletir sobre tudo isso, foi instituído no final do ano de 2014 pela Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e Juizado da Infância da Capital, o programa O Meu Guri. Além de envolver a sociedade e o poder público de Goiânia na recuperação e reinserção do adolescente infrator no contexto social, com a implementação efetiva das medidas preventivas e de socialização, possui como objetivo específico retirar o adolescente da situação de risco ou de marginalidade, lhe proporcionando atividades voltadas à educação, cultura, esporte e lazer com novos grupos; despertar no adolescente em potencial situação de risco ou já infrator, a oportunidade de refletir acerca de sua conduta, fomentando a vontade de sair da marginalidade com a aquisição de novos valores (honestidade, disciplina, etc.); promover junto aos Centros de Internação da Capital, programas de assistência (orientação) jurídica, através de parcerias e de assistência psicossocial mais especializada, por meio de convênios; oportunizar o aprendizado fundamental e técnico com a sua reinserção no meio escolar; inserir o adolescente no mercado de trabalho após o término do aprendizado profissionalizante, como menor aprendiz, além de outros. Por fim, acompanhar o adolescente e sua família durante um período após o cumprimento da medida socioeducativa. Parece ilógico e desnecessário dispensar toda esta atenção ao adolescente infrator. Entretanto, não nos parece razoável lançar o adolescente a uma penitenciária sem antes lhe dar a oportunidade de escolha. Segundo Aristóteles, filósofo grego (séc. III A.C.) “sem um mínimo de condições materiais, é impossível a prática da virtude”. Para finalizar, recomendo uma melodia da década de 80, “Meu Guri”, de Chico Buarque de Holanda, conhecido compositor da MPB, que já retratava a época o descaso em que vive grande número de adolescentes no Brasil, restando-lhe quase sempre como escolha a prática infracional. MARIA SOCORRO DE SOUSA AFONSO DA SILVA é juíza de Direito da Infância e Juventude de Goiânia e professora da Faculdade de Direito da UFG

NOVOS ASSOCIADOS ALVORADA CONSTRUTORA

A empresa foi fundada em 18/11/2014 pelo diretor Osvaldino Martins Barbosa. A Alvorada Construtora atua no ramo de construção de edifícios. Sua sede está instalada na Avenida Padre Wendel, Quadra 515, Lote 22, no Setor São José, em Goiânia (GO).

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SINDUSCON-GO • CONSTRUIR MAIS • JULHO 2015


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