Revista Construir Mais - Abril de 2015

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CUB FEVEREIRO

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REVISTA MENSAL DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NO ESTADO DE GOIÁS - SINDUSCON-GO

ANO V, Nº 57 ABRIL/2015

Entrevista com o presidente da David French & Associates LLC e conselheiro estratégico do programa Brasil Mata Viva (BMV), David E. French Pág. 6



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DITORIAL

Uma cidade com

VIDA própria Durante décadas Aparecida de Goiânia foi um município com perfil de cidade-dormitório, onde os moradores, em sua maioria, ali apenas residiam devido às poucas oportunidades de trabalho e emprego disponíveis. Mas esse tempo passou, ficou para trás. Aparecida adquiriu vida própria, como muito bem observou um empresário do ramo de logística local, transformando-se em um campo fértil de oportunidades para viver e para investir. Mesmo um visitante menos atento e ocasional percebe como a cidade mudou. E a matéria de capa da Construir Mais de abril evidencia justamente a evolução desse município vizinho à Capital do Estado, que hoje se destaca como modelo de gestão pública de resultados. Aparecida é uma das cidades que mais crescem em todo o País atualmente, dobrando a sua renda per capita e o PIB do Município em um período de cinco anos. Com mais de 500 mil habitantes, registra um aumento populacional acompanhado por um planejamento que busca abranger os aspectos social, econômico, infraestrutural e urbanístico. De fato, em sua história recente Aparecida vem apresentando excelentes índices de desenvolvimento, que a colocaram em quarto lugar entre as regiões metropolitanas com maior poder de consumo no País. Aparecida está localizada estrategicamente ao lado da BR-153: o acesso fácil a todas as regiões do País, a forte vocação industrial aliada à expansão da infraestrutura, dos serviços públicos e nas áreas de mobilidade urbana e de desenvolvimento social, somaram-se para transformar a realidade socioeconômica do Município, atraindo parcerias e novos investidores. Além da radiografia sobre a extraordinária modernização do perfil de Aparecida, esta edição também traz artigos sobre temas técnicos e empresariais, como o do titular da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás, que trata sobre as recentes mudanças nas regras para concessão do Seguro-Desemprego, publicadas em Medida Provisória pelo Governo Federal, mas ainda em aprovação pelo Congresso Nacional, cujo objetivo é diminuir a rotatividade da mão de obra e seus reflexos.

Outro tema de relevância para o setor é abordado por representante do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, referindo-se à segurança e proteção contra incêndio na perspectiva da Norma de Desempenho NBR 15575. Nas colunas fixas sobre inovação tecnológica e ações de sustentabilidade na área da construção, destaque para a companhia de tubos e conexões Tigre, que desenvolveu o projeto Linha de Grelhas de PE Verde, contemplado com a terceira colocação da Categoria Novos Materiais na edição do ano de 2013 do Prêmio CBIC de Inovação Tecnológica. Desenvolvida para uso de instalação em caixas sifonadas, a grelha ecológica é feita com plástico verde, originado da cana-de-açúcar. O produto é sustentável devido à fabricação com matéria-prima 100% renovável, contribuindo assim para a redução de gases do efeito estufa. Também dedicamos uma página para divulgar as boas práticas sustentáveis instituídas por um grupo de construtoras em canteiros de obras na Capital. Boa leitura! CARLOS ALBERTO DE PAULA MOURA JÚNIOR Presidente do Sinduscon-GO

DIRETORIA EXECUTIVA DO SINDUSCON-GO (2013/2016) Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior - 1º Vice-Presidente: Eduardo Bilemjian Filho - 2º Vice-Presidente: Guilherme Pinheiro de Lima - Diretor Administrativo: Manoel Garcia Filho Diretor Administrativo Adjunto: Luís Alberto Pereira - Diretor Financeiro e Patrimonial: José Rodrigues Peixoto Neto - Diretor Financeiro e Patrimonial Adjunto: Ricardo Silva Reis - Diretor da Comissão de Economia e Estatística: Ibsen Rosa - Diretor da Comissão de Economia e Estatística Adjunto: Maurício Figueiredo Menezes - Diretor da Comissão da Indústria Imobiliária: Mário Andrade Valois - Diretor da Comissão da Indústria Imobiliária Adjunto: Eduardo Bilemjian Neto - Diretor da Comissão de Habitação: Roberto Elias de Lima Fernandes - Diretor da Comissão de Habitação Adjunto: Cláudio Jesus Barbosa de Sousa - Diretor da Subcomissão de Legislação Municipal: Renato de Sousa Correia - Diretor de Materiais e Tecnologias: Sarkis Nabi Curi - Diretor de Materiais e Tecnologias Adjunto: Pedro Henrique Borela - Diretor da Comissão de Concessão, Privatização e Obras Públicas: João Geraldo Souza Maia - Diretor da Comissão de Concessão, Privatização e Obras Públicas Adjunto: Humberto Vasconcellos França - Diretora de Qualidade e Produtividade: Patrícia Garrote Carvalho - Diretora de Qualidade e Produtividade Adjunta: Aloma Cristina Schmaltz Rocha - Diretor de Construção Pesada: Sérgio Murilo Leandro Costa - Diretor de Construção Pesada Adjunto: Jadir Matsui - Diretor de Construção Metálica: Cezar Valmor Mortari - Diretor da Construção Metálica Adjunto: Joaquim Amazay Gomes Júnior - Diretor de Assuntos Jurídicos: Ricardo José Roriz Pontes - Diretora de Assuntos Jurídicos Adjunta: Selma Regina Palmeira Nassar de Miranda - Diretor da Subcomissão de Política e Relações Trabalhistas e Sindicais: Yuri Vaz de Paula - Diretor da Comissão de Saúde: Jorge Tadeu Abrão - Diretor da Comissão de Saúde Adjunto: Célio Eustáquio de Moura - Diretor da Comissão de Proteção ao Patrimônio Natural: Gustavo Veras Pinto Cordeiro - Diretor da Comissão de Proteção ao Patrimônio Natural Adjunto: Nelson Siqueira Neto - Diretor do Setor Elétrico e Telefônico: Ricardo Daniel Lopes - Diretor do Setor Elétrico e Telefônico Adjunto: Carlos Vicente Mendez Rodriguez - Diretor Social e de Comunicação: Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro - Diretor Social e de Comunicação Adjunto: Ulisses Alcoforado Maranhão Sá - Conselho Consultivo: Justo Oliveira d’Abreu Cordeiro, Paulo Afonso Ferreira, Mário Andrade Valois, Joviano Teixeira Jardim, Sarkis Nabi Curi, José Rodrigues Peixoto Neto, Roberto Elias de Lima Fernandes, Alan de Alvarenga Menezes, José Augusto Florenzano, José Carlos Gilberti - Suplentes: Bruno de Alvarenga Menezes, Marco Antônio de Castro Miranda, André Luiz Baptista Lins Rocha - Conselho Fiscal: Célio Eustáquio de Moura, Guilherme Pinheiro de Lima, Carlos Henrique Rosa Gilberti - Suplentes: Paulo Silas Ferreira, Ricardo de Sousa Correia, Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro Representantes junto à FIEG: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior, Roberto Elias de Lima Fernandes - Suplentes: Eduardo Bilemjian Filho, Justo Oliveira d’Abreu Cordeiro - Representante junto à CBIC: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior - Suplentes: Eduardo Bilemjian Filho, Guilherme Pinheiro de Lima.

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(Foto da capa: Silvio Simões)

S UMÁRIO

Foto aérea do polo empresarial de Aparecida de Goiânia

Entrevista Cuidar do meio ambiente é responsabilidade de todos. Este é o foco da entrevista com o presidente da David French & Associates LLC e conselheiro estratégico do programa Brasil Mata Viva, David E. French.

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Artigo “A importância das normas de proteção

22 Matéria de Capa Aparecida de Goiânia Posicionamento geográfico estratégico, vocação industrial e investimentos em infraestrutura transformam o Município de cidade dormitório à cidade para morar e investir.

contra incêndio x Norma de Desempenho: tudo o que as empresas de construção devem observar” é o tema do artigo do comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, Carlos Helbingen Júnior.

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Artigo “Empresas mais produtivas, rotatividade menor” é o tema do artigo do superintendente

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Registro de Eventos Acompanhe o registro dos eventos realizados

Arquivaldo Bites Leão Leite.

no Sinduscon-GO no mês de março/2015.

Contrução Sustentável

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Contribuição Confederativa Patronal 2015

Diferenciais de sustentabilidade

O prazo para o recolhimento da Contribuição

dos empreendimentos goianos.

Confederativa Patronal encerra-se no dia 30 de abril.

Inovar é Preciso

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Indicadores Econômicos

Companhia foca na inovação aliada

Confira o valor do Custo Unitário Básico (CUB)

à sustentabilidade.

referente ao mês de fevereiro/2015.

REVISTA CONSTRUIR MAIS - Revista mensal do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO) Sinduscon-GO - Filiado à CBIC e FIEG. Rua João de Abreu, n° 427, Setor Oeste, Goiânia-Goiás - CEP 74120-110. Telefone: (62) 3095-5155 / Fax: (62) 3095-5177 - Portal: www.sinduscongoias.com.br | Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior | Diretor Social e de Comunicação: Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro | Gerente Executiva: Sebastiana Santos | Edição: Joelma Pinheiro | Reportagem: Aymés Beatriz B. Gonçalves (beatriz@ sinduscongoias.com.br), Joelma Pinheiro (joelma@sinduscongoias.com.br) e Valdevane Rosa (valdevane@sinduscongoias.com.br) | Fotografia: Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-GO e Silvio Simões | Projeto Gráfico e Diagramação: Duart Studio | Publicidade: Sinduscon-GO - Telefone: (62) 3095-5155 | Impressão: Gráfica Art3 | Tiragem: 6.000 exemplares. Publicação dirigida e distribuição gratuita. *As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Consciente das questões ambientais e sociais, o Sinduscon-GO trabalha em parceria com a gráfica Art3, que utiliza papéis com certificação FSC (Forest Stewardship Council) na impressão dos seus materiais.

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regional do Trabalho e Emprego em Goiás,

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ESPAÇO EMPRESARIAL

Anuncie na revista

Para informações entre em contato com o Departamento Comercial do Sinduscon-GO, telefone (62) 3095-5168, e-mail comercial@sinduscongoias.com.br.


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OT Í C I A S D O S PA R C E I RO S

Sicoob Engecred-GO apresenta resultados de 2014 Os cooperados do Sicoob Engecred-GO, além de atendimento personalizado e customizado que faz a diferença na hora de realizar uma operação financeira, também contam ao final de cada ano, com as sobras distribuídas, o que para muitos representa verba extra para auxiliar projetos e planos pessoais. A Cooperativa atingiu, em 2014, a marca de R$ 24.101 milhões de sobras brutas, superando a meta de resultados de R$ 22.645 milhões projetados para o ano. Cada cooperado recebe um valor relativo às sobras que é computado proporcionalmente à movimentação e às operações realizadas por ele. Isso representa um retorno adicional de 3,5% para cada cooperado. Trocando em miúdos, para saber o quanto terá de sobras, basta o cooperado pegar o saldo médio de suas aplicações, o saldo médio de seu depósito à vista e/ou o valor pago de juros durante o ano de 2014 e calcular o

percentual de 3,5% sobre este montante. Participação nas sobras é um dos grandes diferenciais entre uma instituição financeira cooperativa e a instituição financeira tradicional. Metade do valor das sobras vai reforçar a sua “poupança pessoal” na cooperativa (conta capital) e metade ele pode dispor como desejar. Os resultados do Sicoob Engecred-GO foram apresentados durante a Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGOE) que aconteceu no dia 12 de março, no Clube de Engenharia. A divulgação dos quadros financeiro e social de 2014, os objetivos da Cooperativa para 2015 e a eleição do Conselho de Administração também estiveram em pauta na AGOE. A Presidência do Conselho de Administração continuará a cargo de atual presidente, Luís Alberto Pereira, pelos próximos três anos.

Casa Cor Goiás aposta na brasilidade em sua 19ª edição Um país de muitas caras. Multicultural, colorido, criativo, contrastante. A essa profusão de ideias e estilos tipicamente nacionais dá-se o nome de brasilidade, conceito que é a aposta da Casa Cor Goiás em 2015. O evento foi oficialmente lançado no dia 03 de março durante um brunch promovido para profissionais, patrocinadores e jornalistas no Espaço EBM, em Goiânia. “Nosso objetivo é homenagear a arte, o design e a identidade brasileira e, dessa forma, reconhecer o valor de uma cultura tão diversa e encantadora como a nossa”, explica a arquiteta Eliane Martins, que juntamente com a também arquiteta Sheila Podestá, organizam a mostra goiana. “Brasilidade é ter coragem e ousar na forma e no conteúdo, no uso de cores e texturas, na mistura de estilos e gostos. Uma decoração tipicamente brasileira sabe ser alegre, aconchegante, divertida, inspiradora e imprevisível, e é isso que o público vai poder conferir na 19ª edição da mostra”, explica Eliane. Celebrado como o evento de maior expressão dos setores de arquitetura, design, decoração e paisagismo do estado, a Casa Cor Goiás 2015 acontece de 15 de maio a 24 de junho, na Mansão Anis Rassi, localizada na Rua Mario Bittar, nº 181, no Setor Marista, em Goiânia. Serão

37 ambientes projetados livremente por 56 dos melhores arquitetos, decoradores, designers e paisagistas do estado, exibindo o que há de mais inovador nesses segmentos. Em 2015, a Casa Cor Goiás conta com o patrocínio master das Louças e Metais Deca e o patrocínio nacional da Renault. Em nível local, a mostra tem o patrocínio da EBM Desenvolvimento Imobiliário e conta com a participação especial da Aldeia Acabamentos e Complementos e da Provence Acabamentos.

Crea-GO oferece negociação de dívidas com até 100% de desconto O Crea-GO está realizando novo Programa de Recuperação de Créditos. Nele, são oferecidos até 100% de desconto nos juros, multas e atualização monetária aos profissionais e empresas que possuem débitos referentes a dívidas de anuidades e autos de infração. A autarquia informa ainda que, desde o último dia 10 de março, o novo programa começou a ser divulgado via e-mail marketing, a todos profissionais e

empresas que possuem cadastro atualizado no Conselho – não se tratando, contudo, de uma forma de cobrança direta, mas sim de divulgação. Os interessados podem procurar a Sede do Regional ou uma das 47 inspetorias do Crea-GO no interior. Mais informações pelos telefones (62) 3221-6200 (anuidades) e 3221-6208/3221-6703 (autos de infração). ABRIL 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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N T R E V I S TA

David E. French

Cuidar do meio ambiente é

responsabilidade de todos O norte-americano David E. French possui MBA em Finanças Internacionais, é professor adjunto de Administração na Universidade Loyola Marymount e professor adjunto de Administração e de Finanças na Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Atualmente reside em Los Angeles e preside a David French & Associates LLC, empresa voltada para a Gestão Executiva e Estratégia Internacional. É conselheiro estratégico do programa Brasil Mata Viva. No período de 18 a 20 de fevereiro ele veio ao Brasil atendendo convite do Sinduscon-GO para participar de uma série de reuniões em Goiânia e Brasília, visando informar sobre as possibilidades de utilização das Unidades de Crédito de Sustentabilidade (UCS), originárias do Programa Brasil Mata Viva (BMV). Confira a seguir a entrevista exclusiva que ele concedeu para a Construir Mais. Qual sua visão sobre a consciência da população mundial e do Brasil sobre o desmatamento e danos ao meio ambiente, como nascentes, fauna, flora, etc.? A consciência destas questões existe em grande parte do planeta, mas a consciência deve ser intensificada e tornar-se mais impactante para muito mais pessoas. Nós também precisamos dar soluções e não simplesmente consciência. As soluções precisam ser práticas e relativamente fáceis de adotar. Sendo que os recursos naturais são finitos, qual o papel da proteção do patrimônio ambiental para a perpetuação e o desenvolvimento das sociedades? É certamente verdadeiro que todos os recursos são finitos e que o papel de proteger o patrimônio ambiental é responsabilidade de todo mundo. Diferentes recursos têm um impacto mais direto que outros. Danificar nossas florestas e fontes de água tem impacto imediato em nossas vidas e sociedades. O governo fornece regulações e fiscalização; os negócios devem trabalhar em maneiras criativas e em harmonia com o meio ambiente e os cidadãos devem ser mais cuidadosos em como suas escolhas afetam o meio ambiente. É responsabilidade de todos. Nós muitas vezes esperamos que outros solucionem estas questões ou simplesmente pensamos que isto não é meu problema, mas isto não poderia ser mais incorreto. Como não ter ar ou água pode não ser problema de todo mundo? 6

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O mundo tem voltado seu olhar para o Brasil por causa de suas riquezas naturais e culturais. Em sua opinião, o que o Brasil pode fazer para tornar efetiva a proteção destas riquezas? Precisamos ter mais clareza que nós devemos encorajar negócios que sejam mais conscientes ecologicamente e socialmente, bem como investidores que assim sejam, e tornar mais fácil para que eles desenvolvam coisas aqui e desencorajar essas indústrias e esses investidores que não compartilhem destes valores. Eu acredito que a melhor maneira de fazer isto é desenvolvendo leis fortes e justas para proteger o meio ambiente e garantir que existam recursos suficientes dedicados à sua aplicação. Segundo, nós precisamos de iniciativas para encorajar empresas e investidores a abraçar nossos ideais. É aí que o BMV é tão importante para o futuro do Brasil e do nosso planeta. Este sistema fornece esta plataforma – é um passo muito importante na direção certa. Qual sua visão sobre o Programa Brasil Mata Viva (BMV), projeto que incentiva a proteção do patrimônio natural e cultural por meio da conservação e recuperação da vegetação nativa e os ativos biológicos, preconizando a proteção de florestas, implantação de unidades de beneficiamento de produtos rurais e ações sociais na comunidade local? O trabalho inicial do BMV tem sido acerca de desenvolver créditos de sustentabilidade como uma compensação de tributos para conseguir fundos de preservação e recomposição de florestas. Este é um começo incrível e o trabalho que eles fizeram é tremendo. O futuro, para mim, envolve desenvolver este programa em um padrão internacional, sistemas internacionais, e uma plataforma global para investimento e desenvolvimento. Quando de sua vinda ao Brasil para participar do lançamento do Selo Vila Boa de Sustentabilidade, no último dia 30 de dezembro, na Cidade de Goiás, o senhor afirmou que os investimentos atraídos pela comercialização das Unidades de Crédito de Sustentabilidade (UCS) deveriam também ser aplicados em educação, tecnologia e desenvolvimento da região. Explique de que forma isso ocorrerá?


David E. French, presidente da David French & Associates LLC

çável de modo a conseguir qualquer coisa. Portanto, nós focamos em objetivos que sejam atuais, ao longo do médio prazo (1 - 3 anos) e no prazo mais longo (mais de 3 anos) conforme nós criamos planos. Planos de longo prazo, como o desenvolvimento de infraestrutura exigirão tempo para acontecer e para que as comunidades recebam benefícios, mas eles precisam ser iniciados. O objetivo de longo prazo trará impactos como criação de empregos e impactos positivos no meio ambiente. Qual retorno/benefícios os investidores poderão obter participando deste projeto? Eles variarão de projeto a projeto, mas é importante entender que nós não estaremos propondo qualquer projeto que não tenha um bom retorno financeiro. Nós sabemos que precisamos ser competitivos no mercado, bem como passar uma boa mensagem. Novamente, nós precisamos que estes negócios se sustentem, então isto significa que eles devem ser lucrativos.

Quando falo em educação, me refiro a aumentar a consciência tanto dos problemas ambientais quanto dos Programas BMV. As partes de tecnologia e investimento estão conectadas diretamente com os próprios créditos e nossas plataformas de investimentos. Parte de nossa missão é desenvolver e financiar projetos que sejam sustentáveis tanto da perspectiva ambiental quanto econômica. É muito importante para nós que investimentos avançados em tecnologia aqui no Brasil nos deem ambos objetivos. Está sendo estruturada internacionalmente a primeira plataforma especializada na transação de ativos de sustentabilidade. Comente sobre essa iniciativa. O BMV não é a primeira iniciativa global quanto a práticas sustentáveis ou de preservação do meio ambiente. Existem outras iniciativas, como o sistema de crédito de carbono e as debêntures verdes. A chave para nós é tentar desenvolver um programa que pegue seus objetivos nobres e aprenda com os erros deles em criar um programa que funcione e atinja objetivos. Portanto, nosso foco em projetos que causem impacto social e ecológico, e sejam economicamente viáveis são critérios muito importantes. Pessoalmente, eu acredito firmemente que a menos que as iniciativas façam sentido de uma perspectiva econômica, eles não darão certo. Qual o objetivo de médio e longo prazo? Você precisa ter uma visão para o futuro que seja alcan-

É um investimento seguro? Como o investidor poderá se certificar da aplicação de seus recursos? Esta é uma pergunta importante, sim. Isto é fundamental. Todos os investidores têm risco, mas espera-se que este risco seja administrado adequadamente. É por isso que nós somos parte da equipe do BMV para garantir que os projetos sejam geridos adequadamente, objetivos sejam alcançados, e que os fundos sejam usados e retornados como esperado. Nós construímos com transparência em todos os níveis. Então seja alguém comprando um crédito ou investindo em uma debênture, nós temos forte visão e participação de gestão. Quais os próximos passos? Primeiro, as vendas de créditos começaram. Eles são oferecidos diretamente pelo BMV e por meio de representações dos setores produtivos. Segundo, nós estamos desenvolvendo iniciativas para serem financiadas em nossa plataforma tão cedo quanto julho/agosto deste ano. Finalmente, nós estamos desenvolvendo nossa plataforma para acolher e oferecer uma pluralidade de investimentos internacionais a investidores internacionais. Quais os principais desafios para alavancar o programa Brasil Mata Viva mundialmente e no Brasil? Consciência. Nosso desafio primário é simplesmente dar conhecimento ao mundo acerca do que estamos fazendo e conseguir que eles entendam como eles podem abraçar isto em seus países. Quanto mais consciência pública nós adquirirmos, mais sucesso nós alcançaremos. É por isso que nós somos tão gratos por entrevistas como essas para nos ajudar a informar mais pessoas sobre este programa e seus benefícios. ABRIL 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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RT I G O

A importância

das normas de proteção contra incêndio x Norma de Desempenho: tudo o que as empresas de construção devem observar Nas atividades de Bombeiros, tratar da importância das normas remete-nos a um momento de despertamento e amadurecimento, já que no Brasil, a atividade de normatização de Segurança Contra Incêndio e Pânico é considerada muito recente. Até 1976, as normas apenas indicavam a necessidade de instalar equipamentos de prevenção contra incêndios nas construções, porém sem obrigatoriedade e sem a existência de fiscalização. A responsabilidade era somente do profissional que projetava. Diferentemente de outros países que possuem uma cultura prevencionista centenária, impulsionada, principalmente, pela experiência de grandes desastres naturais (tremores de terra, maremotos, vendavais, etc.) e humanos (guerras e incêndios). Os exemplos de maior destaque são os Estados Unidos e a maioria dos países europeus, que aplicam com grande rigor suas normas técnicas em suas construções. O Brasil despertou para a normatização preventiva contra incêndio após grandes desastres como o do Edifício Joelma e Andraus em São Paulo na década de 1970 e, recentemente, da Boate Kiss, no Rio Grande do Sul, os quais ceifaram centenas de vidas. Apesar do grande avanço já existente, a sociedade brasileira ainda tem dado atenção à segurança e proteção contra incêndio e pânico de forma tímida. Prova disso é a ausência destas normas nas grades curriculares dos cursos ligados à construção civil. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tem contribuído para que esse cenário de conscientização e aculturamento da utilização de normas se desenvolva com mais força. Prova disso foi a edição da NBR 15575/2013, que define as incumbências dos projetistas, do incorporador, do construtor e dos usuários, além de estabelecer os requisitos mínimos de qualidade, prazos de vida útil e de garantia e condições de manutenção da edificação. Isso é benéfico para a sociedade, porque uniformizam e consolidam o conhecimento, faz culto às boas técnicas e estabelecem um padrão de qualidade das construções. Nesse pacote de benefícios, está inserida a proteção contra incêndio e pânico, como um dos fatores principais a serem observados para o padrão da construção moderna de qualidade. No cenário goiano, o Corpo de Bombeiros Militar (CBMGO) personifica a Segurança Contra Incêndio e Pânico, pautado no que dita o Código Estadual Contra Incêndio e Pânico, Lei 15.802/2006, e suas 43 normas técnicas. É uma respon-

Apesar do grande avanço já existente, a sociedade brasileira ainda tem dado atenção à segurança e proteção contra incêndio e pânico de forma tímida. Prova disso é a ausência destas normas nas grades curriculares dos cursos ligados à construção civil”

sabilidade imensa cuidar da proteção à vida, ao patrimônio e ao meio ambiente, sem deixar de considerar os interesses de setores relevantes como indústria, comércio, construção civil, entidades de classe e outros setores da sociedade. Nesse sentido, em 2014 o CBMGO revisou suas normas, ouvindo a sociedade civil envolvida, fato que culminou em regras mais viáveis do ponto de vista da segurança, execução e custeio. Podemos afirmar que Goiás está se aperfeiçoando a cada dia em busca da conscientização pela utilização espontânea das normas técnicas, e agora, com a cultura disseminada pela NBR 15575/2013, com certeza haverá uma maior dinâmica nesse processo de adoção dos procedimentos de segurança contra incêndio, pânico e desastres, sem que haja perdas da viabilidade de técnica e econômica na implementação. A aplicação e consolidação das normatizações é um esforço conjunto. De um lado o Corpo de Bombeiros Militar viabilizando e assegurando sua aplicação, do outro a sociedade, através da conscientização, exigindo maior qualidade e segurança nas edificações, com um objetivo em comum, assegurar a proteção de nosso bem mais precioso, a vida. Isso sinaliza o início de uma nova tendência nacional, que certamente colocará o Brasil nos trilhos do desenvolvimento com alto padrão de qualidade e segurança. CARLOS HELBINGEN JÚNIOR coronel bombeiro militar, comandante geral do CBMGO

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RT I G O

Empresas

mais produtivas, rotatividade menor Atualmente, constata-se um grande interesse por parte dos empresários pelo crescimento da melhoria da produtividade e da segurança no trabalho no setor da construção civil, fortalecendo a ideia de que ambas devem se manter ligadas para que haja um controle eficaz e resultados eficientes no andamento dos processos. Ter empresas mais produtivas, gerando resultados financeiros melhores é um dos fatores que um país em desenvolvimento como o Brasil mais precisa. Inspirar e reter as pessoas não faria bem apenas para as empresas; faria bem para todo o país. Nos últimos anos, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged/MTE) mostraram números recordes anuais e mensais de geração de emprego formal no Estado de Goiás. No entanto, ao mesmo tempo em que ocorre um grande número de contratações, há também um número expressivo de desligamentos, que só vem aumentando. A rotatividade de mão de obra é uma situação preocupante, pois não há como uma empresa ampliar sua produtividade a longo prazo com altas taxas de rotatividade. Uma mão de obra sem formação profissional com vínculos de trabalho de curtíssima duração acarreta inúmeros transtornos, entre eles, os custos operacionais e financeiros decorrentes dos processos de admissão e demissão de pessoal; um número consideravelmente elevado de acidentes de trabalho, que dificultam a produtividade e o rendimento dos profissionais responsáveis pelas atividades nos canteiros. Um dos reflexos do contínuo aumento da rotatividade é o pagamento do Seguro-Desemprego, financiado pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, 338.036 trabalhadores requereram o Seguro-Desemprego em Goiás no ano de 2014, ou seja, 11,9% a mais do que nos últimos dois anos. Se o custo do Seguro-Desemprego continuar subindo nesta proporção em poucos anos não haverá recursos nem para o programa do Seguro-Desemprego, nem para do Abono Salarial ou financiamento de programas de desenvolvimento econômico. O Governo Federal, para diminuir a rotatividade de mão de obra, garantir a segurança fiscal e manter as políticas públicas nos próximos anos, publicou a Medida Provisória 665, de 30 de dezembro de 2014, que entrou em vigor no dia 28 de fevereiro deste ano. Porém, as novas regras para a concessão do Seguro-Desemprego ainda precisam ser confirmadas pelo Congresso Nacional, para que sua eficácia seja mantida. Entre as mudanças está a elevação do prazo mínimo para receber o Seguro-Desemprego. O benefício só será

A rotatividade de mão de obra é uma situação preocupante, pois não há como uma empresa ampliar sua produtividade a longo prazo com altas taxas de rotatividade”

pago após um ano e meio seguido de trabalho, e não mais após seis meses. Na segunda solicitação, o prazo exigido de tempo trabalhado cai para 12 meses; na terceira, para seis meses. Além disso, para receber o abono salarial, a pessoa precisará ter trabalhado por seis meses sem interrupção, e não por apenas um mês, como ocorre atualmente. O benefício será pago proporcionalmente ao tempo trabalhado, assim como ocorre com o décimo-terceiro salário. Existem diferentes desenvolvimentos teóricos que tratam das dispensas de trabalhadores pelas empresas e do fenômeno da rotatividade de sua mão de obra. Sobre essa matéria, observa-se consenso em torno da ideia de que quanto maior for o nível de investimento em treinamento específico de uma entidade, maior deverá ser a estabilidade das relações de emprego. ARQUIVALDO BITES LEÃO LEITE é superintendente regional do Trabalho e Emprego em Goiás

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S PA Ç O J U R Í D I C O

Risco fiscal nas incorporações imobiliárias

O Regime Especial de Tributação (RET) opcional às incorporações com patrimônio de afetação reduz significativamente a carga tributária da incorporadora aderente. Contudo, equivocado entendimento da Receita Federal sobre suas regras deve atrapalhar o pleno gozo do benefício. Desde 2004, as incorporadoras podem optar pelo recolhimento de todos os tributos federais (IRPJ, PIS/Pasep, CSLL e Cofins) através de sistema especial com alíquota única. Para tanto, basta a afetação da incorporação e a entrega do termo de opção ao regime na unidade competente da Secretaria da Receita Federal. Ocorre que a alíquota única do RET prevista originalmente na lei era de 7% sobre as receitas. A tributação federal efetiva das incorporadoras, no regime do lucro presumido, vai de 5,93% a 6,73% das receitas. Logo, a adesão foi muito pequena. Posteriormente, a alíquota única foi reduzida para 6%. No entanto, a adesão continuou pequena. Em 2013, a alíquota foi novamente modificada, para 4%. Aí sim o regime especial passou a representar uma opção de expressiva redução da carga tributária das incorporadoras. Na ocasião, inúmeras incorporações estavam em andamento. Surgiu, então, a dúvida sobre a possibilidade de adesão ao RET por parte destas. Defendemos que, desde que fosse possível cumprir as exigências legais, basicamente a de afetar a incorporação, seria sim possível. Várias incorporadoras instituíram o patrimônio de afetação em seus empreendimentos e, posteriormente, aderiram ao regime especial tributário. Nesse mesmo sentido, a Receita Federal concluiu no ano passado, na Solução de Consulta nº 214 – Cosit, que a opção ao RET pode se dar em qualquer fase do empreendimento. No entanto, argumentou que “não se sujeitam ao RET as receitas decorrentes das vendas de unidades imobiliárias realizadas após a conclusão da respectiva edificação”. Isso sob a premissa de que a incorporação se encerra com a conclusão da edificação e o regime especial, segundo a lei, é aplicável somente “às incorporações imobiliárias”. Neste ponto, equivoca-se a Receita Federal, sinalizando enorme insegurança jurídica ao mercado imobiliário. A legislação tributária em nenhum momento diz que as unidades vendidas posteriormente à conclusão da edificação não estariam abrangidas pelo RET. Além disso, sequer existe na legislação definição de um marco temporal exato sobre suposto encerramento da incorporação. Isso porque a incorporação imobiliária é a atividade econômica que tem como objeto a consecução da construção de edificação composta de unidades autônomas e da 12

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Especial “ OdeRegime Tributação aqui discutido é um excelente benefício às incorporadoras. Por estimular a afetação das incorporações, representa, ainda, valioso mecanismo de estímulo à segurança da poupança popular” venda destas, ao menos parcialmente, antes da conclusão da obra. O fato de algumas unidades serem vendidas após a conclusão das obras não desnatura a conceituação da atividade como de incorporação imobiliária. Tanto é que, em nenhum momento, a legislação deixa de utilizar o vocábulo incorporação ou incorporador quando se refere a fatos pós-obra. O Regime Especial de Tributação aqui discutido é um excelente benefício às incorporadoras. Por estimular a afetação das incorporações, representa, ainda, valioso mecanismo de estímulo à segurança da poupança popular. Lamentavelmente, a Administração Pública sinaliza que autuará ilegalmente inúmeras empresas optantes do mesmo. Em época de arrocho fiscal, fica a triste aposta. ARTHUR RIOS JÚNIOR é advogado do segmento imobiliário, sócio da Advocacia Arthur Rios, pós-graduando em Direito Tributário pelo Ibet, pós-graduado (LL.M.) em Direito Corporativo pelo IBMEC e em Direito Civil e Processual Civil pela Universidade Cândido Mendes arthurjr@advrios.com.br


Justiça Entende Qual o entendimento da Justiça do Trabalho acerca do tempo despendido pelos empregados em cursos de treinamento e aperfeiçoamento? Esse tempo é computado ou não na jornada de trabalho? Veja abaixo o entendimento dos Tribunais RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. CURSO DE RECICLAGEM.VIGILÂNCIA. 1. A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, inspirada na norma do artigo 4º da CLT, sinaliza no sentido de considerar à disposição do empregador o tempo gasto na participação de cursos de aperfeiçoamento profissional de caráter obrigatório. Precedentes. 2. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. (RR - 284571.2012.5.12.0051 Data de Julgamento: 12/03/2014, Relator Ministro: João Oreste Dalazen, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 28/03/2014). RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. HORAS EXTRAORDINÁRIAS. CURSOS OBRIGATÓRIOS. Nos termos do art. 4º da CLT, o tempo a disposição do empregador é considerado como tempo de serviço efetivo. Diante, pois, desta norma legal, tem-se que a participação do empregado em cursos de aperfeiçoamento enseja a condenação em pagamento de horas extraordinárias se decorrer de obrigação imposta pelo empregador. Ao contrário, se a realização do curso ocorrer por mera liberalidade do empregado não há que se falar nesse pagamento. (RR – 673-14.2011.5.04.0020, Re-

lator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, data de julgamento: 20/08/2014, 6ª Turma, Data de publicação: DEJT 22/08/2014). RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. HORAS EXTRAORDINÁRIAS. CURSOS OBRIGATÓRIOS. Nos termos do art. 4º da CLT, o tempo a disposição do empregador é considerado como tempo de serviço efetivo. Diante, pois, desta norma legal, tem-se que a participação do empregado em cursos de aperfeiçoamento enseja a condenação em pagamento de horas extraordinárias se decorrer de obrigação imposta pelo empregador. Ao contrário, se a realização do curso ocorrer por mera liberalidade do empregado não há que se falar nesse pagamento. No presente caso, não se extrai do acórdão regional que não havia a obrigatoriedade de participação nos cursos, o fundamento para a exclusão da parcela da condenação foi de que não era indispensável à consecução das atividades imbuídas ao reclamante como pressuposto do vínculo de emprego, de forma que são devidas as horas extraordinárias. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR: 6731420115040020, Relator: Aloysio Corrêa da Veiga, Data de Julgamento: 20/08/2014, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/08/2014).

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ONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Diferenciais de sustentabilidade

dos empreendimentos goianos O setor da construção tem visto crescer a cada dia as exigências legais e a pressão da sociedade para que estejamos ainda mais atentos às questões sociais e ambientais. Despertando assim o interesse das empresas em se tornarem agentes indutores da sustentabilidade, além da busca contínua por melhoria nos processos construtivos, valorizando os preceitos da sustentabilidade e o uso de tecnologias que otimizem o uso dos recursos naturais. Um grupo de construtoras goianas, denominado Encontros Construtivos, tem se reunido regularmente para compartilhar suas boas práticas e buscar soluções para essas questões. As empresas Consciente Construtora, EBM Desenvolvimento Imobiliário, GPL Incorporadora, Loft Construtora, Rodrigues da Cunha Construtora e Incorporadora, Sousa Andrade Construtora, TCI Construtora e Toctao Engenharia relataram alguns exemplos de diferenciais de sustentabilidade praticados por eles. Entre as práticas relacionadas à eficiência energética está o uso de energia solar para aquecimento dos chuveiros elétricos e de piscinas, o uso de lâmpadas fotovoltai-

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cas e de led na iluminação decorativa e o uso de sensores de presença nas áreas comuns. A adesão ao uso de elevadores eficientes tem ganhado espaço. Um dos modelos utilizado conta com um sistema regenerativo, que permite a utilização de parte da energia devolvida para a rede elétrica interna, resultando em 35% de economia. Em relação à agua, já é prática adotar louças e metais com dispositivos economizadores de água, torneiras e chuveiros com restritor e aerador de vazão e caixas acopladas e válvula automática com controle de vazão em mictórios. O uso de água pluvial pode promover uma economia de até 10% do consumo total das áreas comuns. Além disso, o paisagismo funcional, com escolha de espécies adaptáveis, colabora com a racionalização da água. Outra tendência do paisagismo é a adoção de jardins verticais e telhados verdes, ainda pouco comuns. A estrutura para coleta seletiva de resíduos nos pavimentos, a orientação aos condôminos sobre a segregação do resíduo e a instalação de rede coletora de óleo de cozinha já tem sido técnica recorrente. Também são observados o uso de materiais ecológicos, como telhas recicladas que possuem alta durabilidade, portas e outros itens de madeira com selo FSC e churrasqueira com pedras vulcânicas. Para manter o conforto térmico nas edificações é determinante observar as construções adjacentes, posição da edificação, espessura das paredes, tipo de fachada, dimensões e posições das aberturas. Estão entre as alternativas o aproveitamento da ventilação natural e do sombreamento de fachadas, utilização de cores claras na fachada, brises e as persianas, películas de poliéster e utilização de vidros de alta tecnologia com multicamadas. Essas diretrizes estão presentes na construção desde a concepção do projeto até a fase de ocupação dos edifícios, quando resultam em uma economia de cerca de 40% de água e 30% de energia, ao se investir até 5% do valor do empreendimento em tecnologias sustentáveis. É difícil mensurar os ganhos ambientais com investimento em sustentabilidade. Entretanto, a adoção dessas diretrizes na gestão de um empreendimento torna-se oportunidade de novos bons negócios. E é essa a tendência, o aumento dos consumidores sustentáveis, que optam por produtos que agreguem valores sociais e ambientais aos seus investimentos.


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OMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO

PesquisA NORMA DE DESEMPENHO (Parte 2 de 3) – Entidades No artigo anterior foram apresentadas as conclusões sobre projetistas e construtores no âmbito da mais ampla pesquisa sobre a Norma de Desempenho realizada até o momento na capital, intitulada “Percepções e perspectivas dos agentes da cadeia produtiva da construção civil em Goiânia quanto à implantação da ABNT NBR 15575 um ano após o início da sua vigência”. Neste segundo artigo divulgar-se-ão os resultados relativos às entidades representativas do setor da construção civil no Estado de Goiás. Para tanto, pesquisou-se: a percepção das entidades quanto ao impacto que a Norma de Desempenho causará sobre seus representados, bem como as ações que têm sido por elas empreendidas para esclarecer e conscientizar seus representados sobre o tema, haja vista tratar-se de referencial normativo obrigatório.

Amostragem

Utilizou-se método não probabilístico com amostras intencionais, levantando as principais entidades representativas do setor da construção civil atuantes na cidade de Goiânia, apresentadas no Quadro 1.

Quadro 1 Principais entidades representativas do setor da construção civil em Goiás Entidades representativas do setor da construção civil em Goiás Crea Sinduscon Ademi Senge ICQ Brasil CAU UFG IFG Comunidade da Construção de Goiânia

Coleta de dados

Confea Secovi Abece Mútua Agehab Procon PUC UEG -

Para o levantamento proposto aplicou-se um questionário com as perguntas seguintes: 1. Qual o nível de preocupação desta organização/entidade em relação à entrada em vigor da Norma de Desempenho – ABNT NBR 15575 para os seus representados? 2. Esta organização/entidade já realizou algum tipo de ação para divulgação, treinamento ou disseminação da Norma de Desempenho – ABNT NBR 15575 aos seus representados? 16

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3. Qual (is) foi (foram) as ações realizadas para a divulgação da Norma de Desempenho? 4. Como vocês avaliam a resposta/interesse dos seus representados em relação às ações descritas acima? 5. Que perspectiva esta entidade/organização tem perante a Norma de Desempenho? 6. Esta organização/entidade tem planos de realizar alguma ação para os seus representados relativa à Norma de Desempenho? O questionário foi disponibilizado ao representante indicado da entidade e aplicado de 29/10/2014 a 19/11/2014.

Conclusões

• 89% das entidades (que responderam à pesquisa) afirmaram que a preocupação quanto à entrada em vigor da Norma é alta ou muito alta, pois afetará as atividades de seus representados de forma significativa. • Das entidades que responderam à pesquisa 89% já realizaram alguma ação de disseminação desta Norma para seus representados, indicando a relevância do assunto para o setor da construção civil. • Dois terços das entidades (67%) alegam que a procura dos representados pelas ações sobre a Norma de Desempenho é alta; o terço restante respondeu que a procura é razoável. Conclui-se que os profissionais da área estão interessados em saber mais sobre a Norma de Desempenho, fato corroborado com a pesquisa realizada com os projetistas e construtores (vide edição anterior da Construir Mais). • As perspectivas das entidades sobre mudanças trazidas pela Norma de Desempenho a seus representados são altas ou muito altas (89%), validando, de certa forma, os grandes interesse e curiosidade despertados tanto na comunidade técnica quanto na mídia em relação ao assunto. • A grande importância atribuída à Norma de Desempenho pode ser comprovada pelo fato de todas as entidades manifestarem planos para realizar ações sobre a norma para os seus representados em 2015. Na próxima edição finalizaremos esta série de artigos apresentando os dados da pesquisa com potenciais usuários das edificações. A íntegra da pesquisa, incluindo gráficos, pode ser consultada em www.normadedesempenho.com.br.

FAUSTO CARRARO é mestre em Engenharia, professor universitário e diretor da Central de Desempenho (www.normadedesempenho.com.br)

PAMELA SUELEN PIEREZAN é formanda em Engenharia Civil pela PUC Goiás


RH

& VOCÊ

Endomarketing: um olhar para dentro Em tempos de crise e renovação de estratégias corporativas, o endomarketing se apresenta como uma ferramenta necessária e eficaz, que contribui para a sustentabilidade dos negócios por meio da retenção e valorização dos seus melhores talentos. “Endo”, provém do grego e quer dizer “ação interior ou movimento para dentro”. Endomarketing é, portanto, marketing para o cliente interno. É um olhar diferenciado para as pessoas que constituem uma corporação e seus resultados. Empresas que possuem um excelente planejamento estratégico promovem ações internas com maior frequência, e com isso conquistam como resultado uma equipe comprometida e motivada, além de melhor produtividade e qualidade de vida no trabalho. Esse investimento gera nas pessoas um senso de pertencimento ao grupo corporativo do qual faz parte e por meio desse vínculo, sentem-se afetadas pelos resultados conquistados pela organização, sejam eles positivos ou negativos. Palestras motivacionais, café da manhã com o presidente da empresa, eventos e ações de incentivo e de integração fazem parte das estratégias de Endomarketing de muitas empresas. O que muitas companhias não sabem é que o Endomarketing não se resume a ações isoladas, de emergência, motivacionais e para ser usada apenas em momentos de dificuldades. De acordo com especialistas no assunto, o Endomarketing não é motivação. Para Cláudio Tomanini, professor da FGV, a empresa pode e deve estimular os funcionários, e aqueles que acreditarem no programa estarão realmente motivados. Mas, não é o bastante. Empresas como Google, Microsoft, Apple e Toyota, são conhecidas por possuir o Endomarketing em seu DNA. Estas companhias estimulam seus funcionários por meio de ações focadas no bem-estar deles o que, consequentemente, melhora a produção e a capacidade intelectual das equipes. A especialista Analisa de Medeiros Brum, autora do livro “Endomarketing como estratégia de gestão”, afirma que existem muitas formas de valorizar os colaboradores de uma organização, por exemplo: reconhecer publicamente um trabalho bem feito; verificar se o mesmo possui as melhores ferramentas para realizar o trabalho que lhe foi atribuído; usar o desempenho como base para uma promoção; enfatizar o compromisso da empresa com a manutenção do emprego; proporcionar a participação nos lucros e, até mesmo, remunerar as pessoas de forma competitiva, ou seja, em função do talento de cada um. No entanto, muitas das decisões acima podem represen-

tar custos para a empresa ou estarem em desacordo com a sua política de gestão, reitera a autora. Neste caso, o sentimento de valorização torna-se decorrente de procedimentos bem mais simples, como dar aos funcionários as informações necessárias para a realização de um bom trabalho, cumprimentá-lo pessoalmente por uma tarefa bem feita, enviar-lhe uma mensagem escrita elogiando o seu desempenho, solicitar suas ideias, mostrando o quanto são importantes para a empresa, envolvê-lo nas questões e decisões relacionadas com o seu trabalho e com a sua área de atuação, etc. Tudo o que é feito no sentido de uma maior aproximação empresa/colaborador, do programa mais sofisticado à ação mais simples, está inserido no contexto do Endomarketing. Da mesma forma, atitudes desatentas como oferecer a mesma recompensa, todos os anos, independente do desempenho individual; não ser específico ou oportuno ao fazer um elogio; não fornecer informações sobre o negócio; usar de ameaças e coações para que uma tarefa seja realizada; não cumprir as promessas feitas e tratar os funcionários de forma burocrática e não como pessoas, são técnicas de afastamento empresa/colaborador e prejudicam qualquer programa de gestão, alerta a especialista. Portanto, estratégias como: estreitar os canais de comunicação; investir em tecnologia e na estrutura física do ambiente de trabalho; reconhecer o mérito de cada colaborador; promover ambientes amistosos para um bom relacionamento e consequente melhoria de resultados, são ações mínimas que conferem ao Endomarketing o necessário e inteligente movimento de olhar para dentro e cultivar o equilíbrio interior: a satisfação de cada colaborador em pertencer à corporação a qual integra. FABIANO SANTIAGO, coordenador de Desenvolvimento Humano da Comissão de Qualidade e Produtividade do Sinduscon-GO fabiano@sinduscongoias.com.br

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I VA C O M S A Ú D E

BANCO DE EMPREGOS

DA CONSTRUÇÃO

Está precisando contratar colaboradores para sua empresa? Por meio do Banco de Empregos da Construção, o Sinduscon-GO disponibiliza para as empresas associadas e filiadas, a preços abaixo dos praticados pelo mercado, cadastros de profissionais de várias categorias. Confira, a seguir, algumas opções de profissionais que poderão integrar a sua equipe de trabalho:

ENGENHEIRO CIVIL

TRABALHO

e transtorno MENTAL O trabalho cria a identidade do ser humano e para tal é necessário que seja realizado em segurança. Os transtornos mentais são fenômenos muito complexos e é necessário analisá-los sob diferentes pontos de vista, de acordo com os diferentes fatores que os influenciam (biológico, psicológico e sociocultural). A predisposição genética, o funcionamento do organismo, as expectativas e medos, as reações emocionais, os processos cognitivos, as percepções, expectativas da sociedade e do meio cultural, a influência do círculo familiar e de amigos, os modelos de papéis sociais influenciam a vida do indivíduo. Desde que foi implantado o Serviço de Psicologia em 2014 no Seconci-GO foram realizadas mais de 963 avaliações psicossociais com trabalhadores da construção civil. Os transtornos de ansiedade são os que mais ocorrem. Transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), depressão, fobias específicas como acrofobia e claustrofobia, alcoolismo, drogas em geral, o que de acordo com avaliação médica contraindica para o trabalho em altura. Outros trabalhos estão sendo desenvolvidos como atendimentos psicoterápicos com indicação médica (psicoterapia breve e focal); palestras nos canteiros de obras abordando temas diversos como ansiedade, depressão, frustrações, álcool/drogas e transtorno mental. Demais ações estão sendo desenvolvidas juntamente com os técnicos de segurança e serviço social em projetos como Dengue, Tabagismo e Técnico de Segurança nota 10. O Seconci-GO desenvolve ainda projetos relacionados à oftalmologia, Saúde Bucal e Ergonomia em parceria com o Sesi-GO nos canteiros de obras. A saúde e segurança do trabalho para nós é vista de uma forma holística. Assim, nosso trabalho é realizado de uma forma humanizada com uma equipe multidisciplinar à qual tem sido envolvida através de uma comunicação eficaz em todos os projetos. O Seconci-GO vem investindo também no desenvolvimento de pessoas, pois acreditamos que o nosso diferencial é o ser humano. O momento atual nos aponta um cenário de desafios onde se faz necessário uma releitura dos processos internos bem como investir nas capacidades humanas e na saúde do trabalhador. HELOISA S. PINTO é psicóloga do Seconci-GO. Horário de atendimento: segunda-feira (período integral) e de terça-feira a sexta-feira (das 7h às 13h)

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C. A. F. N. Formação: Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2005). Experiência: Fiscalização e execução de obras, elaboração de relatório, cronograma, orçamentos, projetos, licitações, compras, coordenação de equipe, vendas técnicas e elaboração de contrato. C. S. N. Formação: Universidade Federal de Goiás (2000). Experiência: Orientar e aprovar utilizando-se do contrato, cronograma físico/financeiro e planilhas orçamentárias, as contratações das obras. Analisar os custos mensais, comparando com o planejamento. J. I. P. J. Formação: Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008). Experiência: Controle de qualidade dos serviços executados em obra, controle de projetos e documentos, treinamento de funcionários para procedimentos, elaboração de medições, orçamentos e licitações. M. L. A. Formação: Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2010). Experiência: Gestão de obra, planejamento, orçamento, medições, verificação de serviços, suprimentos, gestão de segurança do trabalho. Gestão de qualidade PBQP-H, treinamentos de serviços e segurança do trabalho. Auxiliar e elaborar planejamento e orçamento da obra.

AUXILIAR DE TI G. C. A. B. Formação: Universidade Federal de Goiás (2015). Experiência: Suporte, desenvolvimento e teste de sistemas web. Também em homologação de Aplicativo Fiscal Emissor de Cupom Fiscal – PAF ECF. Lógica de programação, estrutura de dados, programação em linguagens Fortran, C e Java e empreendedorismo. R. O M. Formação: Faculdade de Tecnologia Senai de Desenvolvimento Gerencial (2010). Experiência: Configurações básicas, assistência em administração e suporte em Windows 2003 Server, Windows 2008 Server e Servidores Linux, consultoria em informática em geral. R. V. Formação: Faculdade de Tecnologia Senai (2005). Experiência: Instalação de sistema operacional. Formatação de computador. Reconhecimento de hardware. Instalação de placas e periféricos. Rede ponto a ponto. Instalação de drivers e softwares. Diagnóstico e reparo de defeitos e erros. T. T. F. S. Formação: Faculdade de Tecnologia Senac (2012). Experiência: Desenvolvimento de conteúdo para web, contato com o público digital e atualização do ambiente digital, como mídias sociais, sites e etc. Suporte técnico direto ao usuário e manutenção de hardware e software.

OBSERVAÇÃO: Também dispomos no Banco de Empregos cadastros de profissionais formados pelo Senai-GO em áreas operacionais. Para mais informações procure a Comissão de Qualidade e Produtividade/Desenvolvimento Humano do Sinduscon-GO, telefone (62) 3095-5170 (Paula Jacomini).


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EGURANÇA DO TRABALHO

Comunicação e criatividade na segurança do trabalho Uma das formas mais eficazes para garantir a segurança dos trabalhadores é a comunicação. E quando a comunicação (informação) é feita de forma criativa fica mais fácil de ser assimilada e compreendida. Muitas vezes a empresa tem todo um procedimento de segurança a ser renata rocha seguido, mas pela falta de comunicação e conscientização dos trabalhadores acaba não sendo exercida de forma segura. A comunicação é ferramenta fundamental para a mudança de comportamento dos indivíduos e é uma ferramenta de sucesso para o desenvolvimento de programas que visem a prevenção de acidentes, o bem estar dos trabalhadores e a segurança no ambiente laboral. As informações sobre segurança do trabalho devem ser repassadas aos trabalhadores de uma forma simples, sem o uso de termos técnicos, para que seja de fácil compreensão. Nas campanhas educativas, em momentos de Sipat, em treinamentos periódicos e em treinamentos de integração a criatividade é uma forte aliada para que os trabalhadores recebam as informações de forma mais clara e objetiva sobre os riscos pertinentes a função que exercem ou irão exercer, sobre as medidas prevencionistas que devem ser adotadas no dia-a-dia e sobre a promoção da saúde e segurança no local de trabalho. Existem muitas maneiras de fazer comunicação, entre elas podemos citar: um bate papo, apresentações, quadro de informações, e-mails, mensagens telefônicas, palestras, cursos, etc. Quando utilizamos a forma visual – cartazes, banners, faixas, desenhos para repassar uma informação ela fica mais “marcada” no trabalhador. O processo de melhoria contínua do ambiente de trabalho, das atividades a serem realizadas é conseguida através de estratégias que o Serviço de Saúde e Segurança da empresa pode desenvolver para promover a participação dos trabalhadores, que quando estão envolvidos no processo se veem responsáveis pelo trabalho desenvolvido. Outra forma de incrementar as ações de Saúde e Segurança do Trabalho é utilizar de recursos lúdicos como teatro, palestras com recursos diferenciados para que,

mesmo que os temas sejam repetidos, a forma de apresentar chame a atenção do trabalhador e faça a diferença. Quando o trabalhador não consegue entender qual é o seu papel para o desenvolvimento da segurança no ambiente laboral e o que ele “ganha” ao desenvolver práticas seguras, ele acaba realizando seu trabalho de forma somente a cumprir com determinações previamente estabelecidas não se envolvendo com as práticas de segurança que serão benéficas para ele e para os companheiros de trabalho. Mas, quando o trabalhador se vê ator no processo de produção, ele melhora sua autoestima, o seu relacionamento interpessoal, sua produtividade, sua saúde e consequentemente sua segurança, fazendo com que os procedimentos a serem seguidos sejam práticas desenvolvidas de forma natural e cotidiana sem precisar que haja cobrança ou vigilância para o seu cumprimento. O trabalhador que tem as informações sobre saúde e segurança bem assimiladas vê a sua saúde melhorar, sua produtividade aumentar e contribui para a imagem positiva da empresa. RENATA SAMANTHA RIBEIRO ROCHA é técnica de Segurança do Trabalho do Sesi-GO/Sinduscon-GO

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N OVA R É P R E C I S O

Companhia foca na inovação aliada à

sustentabilidade A Tigre S.A. – Tubos e Conexões (Joinville/SC) desenvolveu o projeto Linha de Grelhas de PE Verde que foi contemplado com a terceira colocação da Categoria Novos Materiais na 19ª edição do Prêmio CBIC de Inovação Tecnológica em 2013. O gerente de Produtos, Assistência Técnica e Capacitação da empresa, Carlos Eduardo Teruel, explica que a Grelha Ecológica Tigre é feita com plástico verde, cuja origem é renovável, já que é feita a partir da cana-de-açúcar. Essa matéria-prima é sustentável, além de ser 100% reciclável. Instalada em caixas sifonadas, serve para permitir o escoamento da água do piso para dentro da caixa e impedir a entrada de objetos indesejados. A ideia surgiu em reuniões conjuntas entre

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Carlos Eduardo Teruel

a equipe da P&D da Tigre e da Braskem e o produto foi lançado em março de 2012. Para produzir sua grelha ecológica, a companhia diversificou as formas e cores dos produtos, com informações coletadas por meio de pesquisa de consumo, para atender a preferência de seus consumidores. “Elas possuem desenho exclusivo, excelente estrutura mecânica, acabamento delicado, e podem ser encontradas nas versões redonda e quadrada, e nas cores branco e areia”, informou o gerente de produtos.

Benefícios

• Produto sustentável: fabricação é feita com matéria-prima renovável, que contribui para a redução de gases do efeito estufa; • Desenho estruturado que garante maior resistência: o dimensionamento através de elementos finitos permitiu a criação de um produto extremamente leve; • Garantia de vazão que não permite acúmulo de água: testes hidráulicos garantem a perfeita absorção do volume de água gerado pelos atuais chuveiros e duchas de alta vazão; • Acabamento durável: o processo de fabricação (injeção de plástico) de alta precisão e qualidade da Tigre garante a ausência de defeito, o que aumenta a vida útil do produto; • Desenho exclusivo, validado via pesquisas com clientes. Esse projeto também contou com a parceria da Tecnisa, que de acordo com Teruel, participou desde o início desse processo, contribuindo para o sucesso da iniciativa. O empreendimento Viverde da Tecnisa, em São Paulo, recebeu três mil grelhas. O condomínio, entregue em 2012, possui cinco torres de 25 andares cada, construídas em um terreno com mais de 20 mil m². “O nome faz jus ao lugar onde está localizado, aos pés da Serra da Cantareira, um lugar com muito verde”, comentou o entrevistado. Para Carlos Eduardo Teruel, o prêmio é um reconhecimento importante ao trabalho. “A inovação é um dos pilares de desenvolvimento da companhia e consideramos essa gestão um grande diferencial de competitividade no mercado, onde o consumidor busca cada vez mais facilidade e praticidade nos produtos. Temos um time de profissionais dedicados ao trabalho no Centro de P&D, onde lançamos uma média de 500 produtos por ano”, enfatizou, acrescentando que após lançar a grelha ecológica, a empresa investiu na renovação das embalagens desses produtos e em todas as peças no PDV, utilizando o mesmo plástico, no qual o selo “Eco Tigre” fica estampado.



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AT É R I A D E C A PA

projeto de Área verde e de lazer do Parque América

Aparecida de Goiânia,

mais do que o esperado O município de Aparecida de Goiânia vivencia um fenômeno diferenciado que o destaca até mesmo no cenário nacional. Recentemente a empresa de consultoria Prospecta Inteligência Imobiliária mostrou que Aparecida se encontra entre as 100 cidades com melhores perspectivas para investimentos imobiliários, ocupando o 29º lugar neste ranking, conforme divulgação da revista Exame em fevereiro. Uma conjunção de fatores favoráveis ao seu desenvolvimento tem provocado nos últimos anos uma reversão de expectativas, elevando a então cidade dormitório à condição atual de cidade com boas opções para morar e investir. Aparecida também se destaca por estar entre os três municípios de melhor gestão pública e fiscal do Estado de Goiás, atestado por estudo nacional da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. A Urban System publicou na Exame que Aparecida está entre as 10 cidades de regiões metropolitanas com 22

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melhores perspectivas de desenvolvimento até o ano de 2020. “São indicadores que certamente vão fazer com que os empresários, os investidores, vejam Aparecida como a bola da vez, um local onde não só a gestão é séria, tem credibilidade, onde tem uma equipe que procura atender da melhor forma possível a todos os empreendedores, mas também oferece uma logística condizente”, afirma o secretário de Governo e Integração Institucional de Aparecida de Goiânia, Euler de Morais. A mudança para uma nova realidade socioeconômica do Município é atribuída não só a um posicionamento geográfico estratégico conjugado à vocação industrial, como também a investimentos infraestruturais realizados em Aparecida ao longo dos últimos anos. Isso demonstra claramente o compromisso do governo municipal com o desenvolvimento da cidade, o qual mantém não só uma boa relação institucional e política em Brasília, junto ao Governo Federal, como tam-


Euler de Morais, secretário de Governo e Integração Institucional de Aparecida de Goiânia

bém em parcerias com o Governo do Estado, ressalta Euler de Morais. “Os empresários buscam a credibilidade de um gestor público. E Aparecida está sendo administrada de forma séria e competente, de tal forma que a cidade-problema vai se transformando hoje numa cidade atrativa, de referência para muitas atividades, e que vai buscando a sua consolidação no aspecto empresarial e industrial, e também como uma cidade universitária. Tudo isso vai gerando mais oportunidades de emprego, trabalho e renda”. Um dos focos principais para a expansão de Aparecida, segundo o secretário, reside na posição estratégica que ocupa e que a privilegia, inclusive pelos espaços vazios que ali existem. “O que inicialmente se caracterizava como um problema, hoje estamos transformando em solução, com uma ocupação mais ordenada, mais planejada. Para isso, estamos elaborando e concluindo o Plano Diretor da cidade, e o Plano de Manejo da Serra das Areias, que vai ser votado antes do Plano Diretor. Ambos vão nortear toda a expansão urbana e o desenvolvimento. Já aprovamos uma lei no Município que ordena a implementação de condomínios fechados, não só residenciais, como empresariais”. O secretário destaca que Aparecida é um dos poucos municípios que vêm fazendo esse tipo de ação de caráter preventivo, no tocante ao desenvolvimento sustentado. “Hoje temos a manifestação de muitos grupos empreendedores totalmente preparados com projetos para implantar novos condomínios em Aparecida”, adiantou. Como pontos altos e pontos frágeis nesse rápido processo de expansão da cidade, ele reconhece que os desafios são muitos, mas que estão sendo resolvidos a seu tempo. Com a conclusão do Plano de Manejo da Serra das Areias, por exemplo, “estamos equacionando um grande problema que estava atravancando todo o desenvolvimento em torno da Serra em um raio de quase 10 quilômetros. Inicialmente foi determinação da Justiça inserir a área de amortização, ou seja, a área que não se poderia construir determinados empreendimentos; reduziu-se para três quilômetros, que ainda é muito; agora, com a proposta que está sendo discutida, e que acredito será aprovada na Câmara Municipal, a Serra como uma Área de Proteção Ambiental, com uma

zona de amortização menor e potencial para empreendimentos eco turísticos, abrindo-se um novo cenário de oportunidades de investimento para o Município”. Como desafio permanente, o setor da segurança requer uma parceria maior com o Governo do Estado e, se possível, até com o Governo Federal, ressalta o secretário, para que se possa oferecer, não só à população, como aos empresários, um ambiente de maior segurança e tranquilidade. “Um bom passo está sendo dado com a parceria com o Governo do Estado, em que nós estamos propondo transferir o atual Cepaigo para uma outra região limítrofe de Aparecida com Bela Vista, onde será construído um novo sistema prisional, com isso liberando uma grande área para a implantação de novas indústrias, novas empresas. É uma área extremamente nobre, talvez hoje uma das valiosas no Estado pela sua localização. Isso vai abrir mais perspectivas de novos investimentos, mas ao mesmo tempo é claro que todos querem sentir mais segurança no ambiente em que vivem”.

Ambiente sustentável: preocupação e solução

Outro ponto importante é a questão dos resíduos sólidos no Município. Uma Parceira Público-Privada com empresa de consultoria especializada já está realizando estudos envolvendo a coleta do lixo, seja o lixo tradicional ou a coleta seletiva, e sua destinação, inclusive o da construção, adianta Euler de Morais. Especificamente sobre os entulhos das obras, a intenção é adotar um modelo como o de municípios que já têm indústrias de transformação dos resíduos da construção. Nessa modelagem, a Prefeitura poderá assegurar a aquisição de uma parte dessa matéria prima para utilizá-la na implantação de calçadas, de broquetes para atender outras necessidades, com isso dando viabilidade para a indústria fazer a coleta, a reciclagem desse lixo da construção civil. “Inclusive queremos também adotar uma tecnologia existente em Novo Hamburgo/RS, que consiste em um equipamento que pode ser instalado no aterro sanitário. Essa tecnologia, ao longo do tempo, absorve todo aterro, transformando-o em madeira sintética ou em óleo diesel sintético. Já estamos em processo de elaboração de um projeto, algo

Vista do polo empresarial

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em torno de R$ 70 milhões a R$ 75 milhões, em que o papel da Prefeitura de Aparecida será o de ceder a área, sem nenhum outro ônus, à empresa que vai explorar aquele aterro sanitário, transformar a sua matéria prima e tirar o seu resultado financeiro, trazendo um tremendo benefício ecológico ao eliminar um passivo ambiental que seria extremamente oneroso para o Município”. Ainda este ano, acredita o secretário, há possibilidade de dar início à implantação desta usina, cujo modelo também está em funcionamento em Belo Horizonte/MG e países como Argentina e Estados Unidos, portanto uma tecnologia já testada e comprovada. “Precisamos agora agilizar os procedimentos, para ver se haverá necessidade de aprovação de uma lei específica ou apenas uma assinatura de contrato com a empresa, uma vez que é uma tecnologia própria, sem similaridade. Queremos, junto com o Ministério Público e outras entidades da área ambiental, promover um fórum de discussão para encontrarmos a melhor forma de agilmente podermos contratar esse serviço”.

Desenvolvimento regional integrado

A intenção não é apenas o desenvolvimento de Aparecida, mas também a integração da Região Metropolitana, continua Euler de Morais. “Tanto que na questão dos resíduos sólidos, enxergamos a possibilidade de cooperar com o Município de Goiânia, caso não avance tão rapidamente, oferecer a possibilidade de até parte do lixo ser destinado ao local onde nós hoje temos o aterro, pelo menos naquela região mais relacionada com a divisa, desde que sejamos compensados naquilo que ia ser destinado para o próprio Município de Aparecida. Se nós conseguirmos formatar um modelo envolvendo Trindade, Inhumas, Senador Canedo, com estes quatro municípios nós temos condições de oferecer solução para o problema do resíduo sólido de Goiânia, com a mesma modelagem. Não podemos mais olhar o desenvolvimento isoladamente, sobretudo de uma Região Metropolitana. A preocupação do prefeito é buscar essa integração, esse esforço conjunto, para que se possa oferecer melhores condições para a população da região”. O secretário revela sobre o projeto urbanístico que está sendo desenhado para o Setor Garavelo, em parceria com várias empresas conceituadas, que desejam transformar a Praça onde se encontra hoje o Cais do Garavelo em um centro comercial, área de lazer e com entretenimento, um Vapt Vupt para atendimento popular, e várias lojas e empreendimentos. Mais do que a boa ocupação desta Praça, através de uma PPP, “queremos também promover uma revitalização da Avenida Igualdade, que hoje é uma das avenidas com maior custo por metro quadrado de terreno, pela pujança do comércio, mas que se não sofrer uma modernização, em pouco tempo vai estar em decadência. A ideia é trabalharmos com calçadas padronizadas, iluminação adequada, evitando os ambulantes nas calçadas, de modo a redinamizar o comércio de toda aquela região”. Outra área que a Prefeitura local pretende avançar é na consolidação do novo Paço Administrativo de Aparecida a fim de concentrar, em um só lugar, todos os órgãos da Prefeitura, que hoje estão dispersos e, muitas vezes, ocupando 24

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Fachada da Prefeitura de Aparecida de Goiânia

locais inadequados. Esse Paço vai abrigar um amplo teatro, que já está em construção, um centro de eventos para dois mil lugares, com espaço para pequenas exposições, e vários prédios modulares, um prédio principal de oito andares, e custará algo em torno de R$ 19 milhões a R$ 20 milhões, recursos esses já aprovados junto ao BNDES. “Já estamos com os projetos executivos concluídos e vamos dar início às licitações. Com isso, vamos oferecer à população um melhor e mais rápido atendimento, até mesmo a integração institucional facilitada pela proximidade desses serviços”.

Parcerias bem sucedidas

Também devem ser implementados vários outros parques na cidade, à semelhança do Parque da Criança, do Parque América, do Parque da Família, todos eles feitos em parceria com a iniciativa privada. “Isso é salutar, é muito mais ágil, e dessa forma se consegue oferecer mais qualidade de vida, mais alternativa de entretenimento e lazer, requisitos extremamente desejados pela população”, diz o secretário. A transparência da administração municipal e o diálogo com setores representativos da sociedade também são aspectos importantes para o desempenho de Aparecida, segundo Euler Morais. “Abrimos um espaço, creio bastante importante e significativo, com o Sinduscon-GO, a Ademi-GO e o Secovi-GO, no sentido de discutir todos os aspectos do Plano Diretor, que possam representar algum tipo de obstáculo ou de dificuldade aos investimentos que se pretendem realizar em nossa cidade”. E isso, tanto em relação aos condomínios que serão implementados, quanto à questão da mobilidade e da funcionalidade do próprio Plano Diretor, até mesmo no seu sistema de gestão, que implica na adoção de um Conselho Municipal de Desenvolvimento da cidade. Tudo isso, segundo ele, procura exatamente tirar entraves que possam dificultar a presença de investimentos dos empresários. “Acreditamos que com a aprovação do Plano de Manejo da Serra das Areias, do Plano Diretor que virá logo em seguida, do Plano de Resíduos Sólidos, que complementa o plano de água, esgoto e de drenagem, constituindo o Plano Municipal de Saneamento, Aparecida vai estar dotada dos instrumentos mais fundamentais para o desenvolvimento urbano sustentado, ordenado, com grandes perspectivas de transformarmos aquele espaço, que pode abrigar uma cidade maior que Goiânia, de forma muito mais sustentável do que ocorre”.


Por toda a cidade as obras avançam Saneamento básico e asfalto: Aparecida pavimentou, na administração do atual Governo Municipal, mais de 110 bairros, e deve concluir neste ano todos os bairros ainda não asfaltados, mas que são habitados, sobretudo aqueles em que ainda faltava o acesso à água. Os recursos necessários para o asfaltamento já estão assegurados, conforme a Secretaria de Governo e Integração Institucional de Aparecida. Em parceria com a Saneago existe o compromisso de, em cinco anos, universalizar o atendimento de água para toda a população. E, no máximo em sete anos, também com a subdelegação que foi feita, está previsto o atendimento de esgoto em toda a cidade. Aeroporto Executivo: O Aeroporto de Aparecida de Goiânia conta com a participação do setor privado empresarial e apoio da Prefeitura, com previsão de funcionamento nos próximos três anos. O projeto já está concluído e o serviço de terraplanagem deve ser iniciado possivelmente ainda neste mês de abril. Além da utilização do aeroporto como base de pousos e decolagens, o objetivo é assegurar o serviço de manutenção das aeronaves de pequeno e médio porte. Eixos estruturantes: Com recursos do Banco de Desenvolvimento da América Latina/Corporação Andina de Fomento está sendo implantada uma série de eixos viários estruturantes, para auxiliar na fluidez do trânsito e na melhoria da mobilidade urbana, a exemplo dos eixos Norte Sul (NS) 1, obra que beneficiará a região leste da cidade, com 13,5 quilômetros de extensão, ligando o Setor Santa Luzia ao complexo industrial da cidade; do NS 5, conectando cinco grandes avenidas da região oeste de Aparecida; e do NS 3, já em funcionamento, ligando a área central de Aparecida de Goiânia à Avenida São Paulo e, consequentemente, à Capital, sem passar pela BR-153. Próximo ao eixo que passará pelos distritos industriais, em paralelo à BR-153, há previsão de um futuro shopping center, a exemplo do Aparecida Shopping, já em construção na área central, na Avenida Independência. O eixo estruturante se estenderá até o Setor Garavelo, proporcionando uma ciclovia de 36 quilômetros de extensão, destinada não só para lazer, mas de caráter funcional, como condução para aqueles que trabalham nestes polos se deslocarem de bicicleta. Também existe compromisso com o governo federal e o estadual para implementação do BRT, inicialmente ligando a região norte de Goiânia ao Terminal do Cruzeiro do Sul; sendo que já está aprovada a sua extensão até o Terminal Veiga Jardim, com possibilidade de extensão até o Terminal do Garavelo. Um viaduto entre a Avenida São Paulo e a Avenida Rudá deverá ser construído para viabilizar a implantação do BRT. Iluminação e segurança pública: Dentro do entendimento com a Agetop e a concessionária responsável pela manutenção da BR-153, a Prefeitura propôs à Concebra trocar todas as luminárias do trecho Aparecida-Goiânia por lâmpadas led, mais econômicas e duradouras, constituindo referencial para expandir esse tipo de iluminação para toda a ci-

dade. Essa obra deve ficar pronta em no máximo quatro anos, consequentemente tornando-se uma via expressa urbana, daí advindo algumas intervenções para esse trecho, como viadutos e retornos para possibilitar mobilidade à região. Com o apoio de uma consultoria especializada está sendo feita uma análise de viabilidade econômico-financeira para implementação, até o final deste ano, de uma PPP de iluminação pública que possa assegurar melhor alternativa de iluminação, favorecendo o aumento da segurança nas ruas. Em relação à segurança pública, uma das ações em destaque é a implantação de um sistema de vídeo monitoramento, com câmaras espalhadas em várias localidades; parcerias com a Polícia Militar, com a Guarda Civil do Município e o Corpo de Bombeiros, fez com que Aparecida, nestes três últimos anos, registrasse uma redução de mais de 30% nos índices de criminalidade. Polos de desenvolvimento: Destacam-se no panorama econômico da região, agregando milhares de empresas, o Distrito Industrial do Município de Aparecida de Goiânia (Dimag), o Distrito Agroindustrial de Aparecida de Goiânia (Daiag), o Polo Empresarial Goiás (Pego), o Parque Industrial José Alencar, o Condomínio Cidade Empresarial, o Polo de Reciclagem; em breve, o Parque Tecnológico e o Complexo Industrial Metropolitano, prevendo-se a implantação de um polo atacadista, ora em estudo. No quesito desenvolvimento social e educação, destaque para investimentos na área do ensino e conhecimento, como a implantação do campus da Universidade Federal de Goiás (UFG), já em construção, do Instituto Federal de Goiás (IFG) e várias faculdades particulares, além do fomento a atividades de formação e qualificação profissional. Investimento em novas áreas: Para diversificar as oportunidades de investimento, a Prefeitura tem direcionado recursos em novas áreas, como o Parque Tamanduá, no Setor Garavelo. Ali estão sendo investidos R$ 20 milhões na recuperação de uma área onde havia uma grande erosão, com possibilidade de implantação de um lago semelhante aos que existem em Goiânia, no Parque Areião e no Vaca Brava, prevendo-se futuras construções verticais no local. Aprovação de projetos: Com o objetivo de reduzir a burocracia e agilizar a abertura de empresas interessadas em se instalar no Município, foi criada a Casa do Empreendedor, oferecendo ao empresário, seja ele pequeno, médio ou até grande, condições de abrir a sua empresa em menos de 72 horas, com todos os órgãos presentes em um só lugar para facilitar o processo. Além de recursos para a construção do novo Paço Municipal, recentemente também foi assinado contrato com o BNDES para a implantação do programa de modernização administrativa da Prefeitura. A informatização permitirá o aperfeiçoamento do atendimento ao público, qualificando-se e treinando todos os servidores para utilização plena dos equipamentos. Para o empresário, na prática o total de 72 procedimentos exigidos originalmente será reduzido para 22 procedimentos, com o alvará sendo disponibilizado via internet. ABRIL 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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AT É R I A D E C A PA Silvio Barros, secretário de Planejamento e Coordenação Geral do Paraná

Planejamento eficiente e soluções integradas Referência em gestão participativa e consultor da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) na implantação do projeto “O Futuro da Minha Cidade” em alguns municípios brasileiros, à exemplo de Goiânia, o secretário de Planejamento e Coordenação Geral do Paraná, Silvio Barros, concedeu a seguinte entrevista à Construir Mais: Como é possível conciliar a expansão de uma cidade com o potencial de desenvolvimento de Aparecida de Goiânia e enfrentar problemas como o agravamento da crescente violência e falta de mobilidade urbana que hoje permeiam os grandes centros urbanos do País? Uma gestão eficiente pode contribuir nesse sentido? Uma gestão eficiente sempre vai ajudar uma cidade. Não tem nenhuma possibilidade que uma gestão eficiente e participativa, com o envolvimento da comunidade local, não produza frutos importantes e melhorias significativas para uma cidade. No caso específico de Aparecida, é uma cidade muito grande, em termos de população, praticamente incrustrada em Goiânia. A solução dos problemas não será, em nenhuma forma, no meu entender, encontrada de maneira independente. Aparecida não tem como resolver esses problemas se não for de forma integrada com Goiânia, e vice-versa. Os reflexos acabam acontecendo de um lado e de outro. Então, aí, a importância de se fazer uma proposta de discussão regional integrada, aonde os planos diretores das duas cidades sejam desenvolvidos de maneira harmônica, de forma integrada. Até porque essa característica de cidade-dormitório é um processo reversível. Os espaços físicos de Goiânia vão se tornar limitados. O desenvolvimento industrial vai ter que se expandir para outro lugar. E o planejamento adequado disso pode fazer com que essa expansão ajude a minimizar a necessidade de que uma parcela significativa da população de Aparecida tenha que se mover para Goiânia diariamente. Mas isso é resultado de planejamento: planejamento de longo prazo, planejamento que vislumbre o problema e identifique as possíveis soluções. Eu acredito, sim, que o processo de envolvimento, de participação da sociedade, não apenas será uma boa solução, mas entendo que é uma solução desejável e, porque não dizer, urgente, nesse processo. A Prefeitura de Aparecida de Goiânia está comprometida com uma visão eficiente de gestão pública. O que nós estamos falando aqui é de um planejamento visando o longo prazo, é um conceito um pouco diferente, que não passa por um governo só. Esse modelo não é só ideal, mas necessário, é uma peça que não deveria faltar, um conceito inserido na própria concepção do projeto “O Futuro da Minha Cidade”. O novo Plano Diretor de Aparecida pode minimizar as consequências do crescimento acelerado da ocupação imobiliária? Hoje, o conceito de adensamento urbano, de bairros planejados, é uma solução adequada para qualquer lugar. É construir loteamentos e definir as áreas de expansão ur26

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A Prefeitura de Aparecida de Goiânia está comprometida com uma visão eficiente de gestão pública. O que nós estamos falando aqui é de um planejamento visando o longo prazo, é um conceito um pouco diferente, que não passa por um governo só”

bana, ou de requalificação urbana, de maneira que as pessoas tenham menos necessidade de deslocamento. Ou seja, rediscutir o zoneamento dentro do Plano Diretor, para que bairros que sejam exclusivamente residenciais possam conceber e receber um conjunto diferente de atividades. Que você possa ter comércio, escola, eventualmente atividades geradoras de emprego, residências verticais e horizontais em um mesmo ambiente, para que as pessoas diminuam a sua necessidade de se locomover dentro da cidade, para fazer coisas que poderiam fazer próximas de suas casas, a uma distância que dê para caminhar ou ir de bicicleta. Isso é fruto de planejamento. É um repensar dos modelos tradicionais de zoneamento urbano. Eu diria que esse conceito é um conceito bastante dominado, é um entendimento já amplamente debatido. Existem vários casos deste tipo no Brasil, como Pedra Branca, em Minas Gerais. Em Santa Catarina, por exemplo, creio ser o primeiro deles a ser concebido dessa maneira, um bairro inteiro dentro da cidade, periférico à Florianópolis, na cidade de Palhoça, que está na região metropolitana e que também era uma cidade-dormitório. Hoje existe todo um complexo, um bairro planejado, com uma universidade, comércio e atividades de lazer, residências horizontais, verticais, escritórios, tem tudo lá dentro. E as pessoas literalmente conseguem passar a semana sem precisar pegar o carro, só andando a pé ou de bicicleta. Então, esse tipo de conceito, compactado e adensado, é uma solução interessante, que foge do tradicional, mas que precisa ser contemplada.


Aparecida Shopping Desenvolvido pela Saga Malls, empresa com 20 anos de experiência no desenvolvimento de grandes shoppings centers no Centro-Oeste, incluindo o Goiânia Shopping, o Aparecida Shopping está previsto para ser inaugurado em 2016 no Centro da cidade. O empreendimento está sendo construído no coração de Aparecida de Goiânia, na Avenida Independência, próximo à Prefeitura, ao Fórum e à Igreja Matriz, contando com 25 mil m² de ABL (área bruta locável), distribuídos em 37 mil m² de área construída em dois pisos. De acordo com o CEO da Saga Malls, Fernando Maia, o Aparecida Shopping foi lançado no ano passado e já tem 60% de sua ABL locada, desempenho impressionante para o mercado atual. “O Aparecida Shopping deverá ser entregue com 100% das lojas funcionando, o que é fantástico no mercado competitivo de hoje. Isso mostra nossa crença e a dos lojistas no desenvolvimento do Centro-Oeste e nossa confiança no Brasil, que ainda tem poucos shoppings por habitante, se comparado a países como os Estados Unidos”, afirma Maia. O novo empreendimento terá mix de lojas completo com duas lojas âncora, um supermercado e mais 200 lojas. Os consumidores também contarão com área de lazer com seis salas de cinema, parque de diversões eletrônicas e espaçosa praça de eventos. A praça de alimentação será ampla, com restaurantes de grandes redes já confirmados. O Aparecida Shopping está recebendo investimentos de

Fernando Maia, CEO da Saga Malls

aproximadamente R$ 225 milhões por parte do grupo de investidores, formado pela Saga Malls, JC Distribuição e Mará Participações, além de lojistas que aderiram ao projeto. Voltado para a classe C, o centro de compras tem previsão de faturar anualmente R$ 250 milhões, em vista do grande potencial de consumo da região, com demanda para compra de produtos comercializados em shopping de R$ 155 milhões por mês. Estima-se, ainda, que a frequência do shopping será de aproximadamente 800 mil pessoas por mês, visto que a região de influência é superior a 570 mil habitantes, segundo pesquisa Ibope de janeiro de 2015, abrangendo toda a área urbana de Aparecida de Goiânia, o município de Hidrolândia e parte de Goiânia.

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AT É R I A D E C A PA

Conjunção de fatores favoráveis na raiz da expansão imobiliária A expansão do comércio, serviços, a infraestrutura, o posicionamento logístico e a definição de regras para o desenvolvimento do Município são fatores que somam para explicar a crescente atratividade que se enxerga em Aparecida de Goiânia, principalmente nos negócios do ramo imobiliário. Na visão do engenheiro Rodrigo Meirelles, diretor Comercial da EBM Desenvolvimento Imobiliário, o surgimento do Buriti Shopping foi uma efetiva contribuição para o desenvolvimento da região e todo o seu contorno. “O que vemos é o comércio se expandindo além da Avenida Rio Verde, da Independência e o Garavelo. Agora surge mais um shopping, o Aparecida, da Saga Malls, com inauguração prevista para o ano que vem, temos o movimento de universidades, aeroporto executivo, o crescimento do polo industrial de Aparecida. Isso tudo faz com que as pessoas invertam: se antes elas trabalhavam em Goiânia e dormiam em Aparecida, hoje é o contrário, muitos moram em Goiânia e trabalham em Aparecida, revelando a expansão do mercado de trabalho no Município”. Com a implantação de novas vias de acesso projetadas nos eixos estruturantes (NS 1, NS 3 e NS 5) e avenidas mais largas saindo de pontos estratégicos e com acesso rápido, cria-se a necessidade da implantação de serviços, escolas. As indústrias vão gerando empregos, e isso vai criando novos atrativos, comenta Meirelles, para quem Aparecida de Goiânia ainda conta com grandes áreas para o desenvolvimento de projetos, como o Parque América, do grupo de empresas formado pela EBM, Terral, GPL e Tropical. A área toda tem 300 mil m², existe um parque com área de lazer e verde totalizando 44 mil m², onde todas as projeções (serão 14 condomínios, com 21 torres) vão surgir de frente projeto de Área verde e de lazer do Parque América

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Rodrigo Meirelles, diretor Comercial da EBM

para o parque, com lazer e conveniência próximos, conforme a tendência de mercado, a exemplo da ocupação, em Goiânia, de residências de alto padrão próximas aos parques Flamboyant e Vaca Brava. “No Parque América temos uma proposta regionalizada, só que para um público com poder aquisitivo menor, com unidades de muito bom gosto, só que bem mais acessíveis em termos de preço. Estamos criando alí a oportunidade para quem quer ter esse mesmo conjunto de conforto, lazer, conveniência e qualidade da moradia, atingindo um outro público, jovens economicamente ativos, na faixa etária de 25 a 35 anos, recém-casados, por exemplo, que vão buscar algo que é diferenciado, e Aparecida começa a surgir como excelente opção. Porque o acesso é fácil para Goiânia, sim, mas você também pode morar e trabalhar em Aparecida. De acordo com o executivo, o empreendimento está comercializando cerca de 180 a 200 unidades/ano. Com os novos investimentos do Parque América a projeção é dobrar o volume de vendas, chegando de R$ 80 milhões até R$ 100 milhões em comercialização em 2015. “Nós também temos mais duas áreas para desenvolvimento em Aparecida de Goiânia, que serão condomínios horizontais; uma delas será composta por um condomínio horizontal e um vertical, também com a intenção de colocar um parque, sendo que a primeira dessas áreas devemos lançar no ano que vem, logo que aprovarem o novo Plano Diretor da cidade, dependemos disso para desenvolver o projeto. A Prefeitura de Aparecida de Goiânia tem feito a sua parte, inclusive ao definir regras claras com o Plano Diretor, que está em discussão, porque é muito difícil trabalhar com as regras mudando sempre”. Para a indústria da construção, Goiânia e Aparecida constituem nichos diferentes de mercado. Na Capital, segundo ele, vemos o movimento de pessoas saindo de condomínios horizontais e querendo morar em prédios de altíssimo padrão, muito bem localizados. O que está abrindo em Aparecida é uma janela de mercado na perspectiva do comprador que faz a sua primeira aquisição imobiliária, com a possibilidade de adquirir um produto com esse conceito, mas também pensando na valorização do patrimônio. Outro diferencial reside no preço. Hoje o imóvel em Aparecida ainda é mais barato


do que em Goiânia: a média do metro quadrado construído em Aparecida gira entre R$ 3 mil e R$ 3,5 mil, enquanto que em Goiânia é de aproximadamente R$ 5 mil. Para imóveis similares, Goiânia está na faixa de R$ 4 mil o m², o que dá uma diferença considerável na hora de compor a renda do adquirente do imóvel, destaca Meirelles.

Não há crise onde a demanda é crescente

Sobre o comportamento do mercado imobiliário em tempos de estagnação econômica, Rodrigo Meirelles faz uma analogia para explicar que em determinadas regiões não há crise: se for feito um cruzamento entre o volume de lançamentos do mercado imobiliário e o volume de vendas versus o crescimento do PIB, é normal que o mercado do setor acompanhe esse movimento. Porém, entre as regiões

de Goiânia e Aparecida de Goiânia há uma necessidade de 10.900 novos lares (demanda fomentada por divórcios e casamentos que acontecem durante o ano). Portanto, diante desta demanda, não existe uma desaceleração da oferta, mas muito campo de desenvolvimento. Em relação ao volume de lançamentos, o mercado imobiliário está aquém desses 10.900 novos domicílios que estão sendo requisitados ano a ano em Aparecida. Ocorre que a oferta de imóveis às vezes é maior em uma determinada região ou segmento da cidade, mas não atende a quesitos e atrativos, como qualidade de vida, lazer, bons projetos e região pretendida. E, neste caso, o interessado pode encontrar pouca oferta. Ou seja, ainda há muito o que se desenvolver em qualidade para oferecer aos consumidores. “Imóveis pouco atrativos têm velocidade de vendas mais lenta: tudo aquilo que é bem desenvolvido é bem absorvido”, concluiu.

Uma história de origem religiosa e espírito empreendedor Aparecida de Goiânia nasceu no ano de 1922, em um contexto nacional recheado de mudanças, espírito de ruptura com o passado e experimentação do novo. No dia 20 de março daquele ano o vigário Francisco Wand, da congregação do Santíssimo Redentor, rezou uma missa na sede da Fazenda Santo Antônio. A propriedade era do senhor José Cândido de Queirós, que sabia da importância de ceder o local para a realização da desobriga pascal, isto é, dar oportunidade à comunidade de comungar e também de realizar batizados e casamentos pelo menos uma vez ao ano. E nesse dia surgiu a ideia de fundar um patrimônio para a Igreja Católica. Menos de dois meses depois, no dia 03 de maio de 1922, um cruzeiro de aroeira lavrada despontava no cerrado, marcando oficialmente a primeira missa campal do município que ainda estava por surgir. Posteriormente, o cruzeiro foi transportado por uma multidão de pessoas, que saiu a pé da Fazenda Santo Antônio até a frente da Igreja Matriz, onde se encontra atualmente. No dia 11 de maio de 1922 foi rezada a segunda missa campal, onde foi construída a capela da padroeira do arraial, recebendo mais tarde o nome de Igreja de Nossa Senhora Aparecida. Neste mesmo ano, iniciou-se a construção da igreja que deveria ser levantada com o auxílio do povo da região. No local onde foi feito o rancho e celebrada a missa de inauguração, simbolizando o lançamento da pedra fundamental, foi construída a igreja, a mesma que, ainda hoje, ostenta a praça do jardim com seu estilo antigo, conhecida atualmente como Praça da Matriz. No início do ano de 1932 abre-se a primeira casa comercial em Aparecida. Com o tempo, a cidade cresce e passa a ser conhecida como Arraial de Aparecida. Em 26 de dezembro de 1958, pela Lei n° 1.406, foi criado o Distrito de Goialândia. Com a criação do distrito, foram conquistadas várias melhorias: energia elétrica, escola estadual e a instalação da coletoria estadual. Nessa época, já havia movimento de luta para emancipação do Distrito de Goialândia. No dia 13 de novembro de 1963 a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Goiás lavrou o parecer favorável de emancipação do distrito para município

praça da matriz

e sancionou a Lei nº 4.927, criando o município de Aparecida de Goiânia. Por não possuir uma área geográfica grande que possibilitasse o setor primário, tanto na área agrícola quanto na pecuária, Aparecida de Goiânia buscou sua base econômica na industrialização. Na década de 1990, começou o programa de industrialização em Aparecida de Goiânia de forma mais intensa, cujo processo já se desenvolvia de modo espontâneo, tendo em vista que o Município se localiza na região sul da capital do Estado e possui ligação com a região Sudeste do País pela BR-153. (Fonte de pesquisa: IBGE,TRE, Aciag e Museu Tanner de Melo. A história do município de Aparecida de Goiânia está disponível no site www.aparecida.go.gov.br).

Ficha Técnica População atual: 511.232 mil habitantes (Fonte: IBGE e Secretaria da Fazenda de Aparecida) Nº de domicílios: 136.319 domicílios (240 mil imóveis, entre edificados e não edificados) Empresas registradas: 29.432 (3.160 industriais e 26.272 de outras áreas) PIB: R$ 7,4 bilhões (em 2012) Renda per Capita: R$ 689,3 Área territorial: 288 mil m² Fonte: Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB/Secom Aparecida)

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E G I S T RO D E E V E N TO S

Sinduscon-GO promove iniciativa que visa à proteção do

patrimônio natural

O Sinduscon-GO realizou na semana pós-carnaval, de 18 a 20 de fevereiro, uma jornada de reuniões em Goiânia e em Brasília para informar sobre as possibilidades de utilização das Unidades de Crédito de Sustentabilidade (UCS), originárias do Programa Brasil Mata Viva (BMV) e propor parceria a entidades como a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Federação das Indústrias de Brasília (Fibra), Sinduscon-DF, Governos do Estado de Goiás e do Paraná e também a empresários de segmentos diversos. Este instrumento permite o acesso e a participação de todos na preservação e proteção dos recursos naturais, por meio da compensação do impacto gerado pelas atividades econômicas. A intenção é envolver desde o segmento primário, articulando-se a participação do produtor rural e do empresariado do setor secundário, fechando o ciclo com a presença da indústria da construção e demais. A primeira ação desta etapa de divulgação aconteceu no dia 18, com a realização de entrevista coletiva à imprensa regional com o consultor internacional David French, estrategista em finanças de Los Angeles, Califórnia, que esteve no Brasil para falar sobre as estratégias de desenvolvimento e propagação global do BMV e sobre a plataforma especializada na transação de ativos de sustentabilidade, que está sendo estruturada internacionalmente. Durante a entrevista no Sinduscon-GO, David French afirmou que o programa tem potencial para suprir a demanda reprimida por investimentos sustentáveis mundialmente, por primar pela transparência, o que confere segurança ao 30

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investidor. O consultor explicou que a UCS é um bem de natureza intangível vinculado ao consumo de água, energia, combustível, madeira, emissão de gases de efeito estufa, geração de resíduos, utilizado como mecanismo para garantir a reserva de reposição dos insumos de origem biológica e mitigar os efeitos do impacto das atividades produtivas no ambiente as quais estão inseridas. “É o equilíbrio da realidade econômica com a ambiental”, resumiu o especialista em mercado financeiro. O presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, destacou o comprometimento da entidade com o futuro, com um postura sustentável, com o pensar e o agir de forma correta: “o Sindicato é um incentivador do Programa por acreditar na sustentabilidade como ferramenta de valorização e remuneração do patrimônio ambiental, por seu potencial de geração de renda às comunidades, e como fator de indução ao desenvolvimento econômico de Goiás”. Moura estima que a implantação do Brasil Mata Viva poderá acrescentar em 2015 cerca de R$ 1,3 bilhão de créditos como receita ao Estado. A atividade produtiva transferindo investimentos às iniciativas de preservação dos recursos naturais vai permitir remunerar o serviço ambiental. E o financiamento dos ativos ambientais se converterá, efetivamente, a favor da sociedade como um todo, explicou a coordenadora do BMV, Maria Tereza Umbelino de Souza, também presente na oportunidade. A proposta que já havia sido apresentada à Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), foi levada na sequência da entrevista, ao presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira (foto abaixo), que a recebeu com bons olhos e solicitou à sua equipe, representada no momento pelo


superintendente José Eduardo de Andrade Neto e pelo coordenador técnico Wellington da Silva Vieira, que realizassem uma análise detalhada dos benefícios que a inciativa pode trazer para as indústrias. Assinando o Termo de Cooperação a entidade passa a ser indutora do programa e atuará como receptora de demandas e gestora da relação do BMV com as indústrias goianas. Finalizando as ações da data, foi realizado jantar que teve como convidada especial a secretária estadual da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, oportunidade em que também recebeu informações sobre o programa. No dia seguinte (19/02) o presidente do Sinduscon-GO, o consultor David French e a equipe do BMV, tiveram encontro na Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em Brasília, quando foram recebidos pelo vice-presidente da instituição, Adalberto Cleber Valadão (foto acima). Participaram também da reunião a assessora da CBIC, Mariana Silveira; Marcontoni Bites e Carlos Eduardo Oliveira (Sinduscon-DF) e as representantes da Fibra, Ana Paula Pessoa e Olivia Krohn. Na ocasião, a CEO do Programa Brasil Mata Viva, Maria Tereza Umbelino, explicou que os recursos advindos das UCS podem ser divididos em três partes, sendo: 1/3 para o Pagamento dos Serviços Ambientais (PSA) realizados pelos produtores rurais ou organização administradora de reserva ambiental; 1/3 para investimentos em novas unidades de preservação e o 1/3 restante seria para a infraestrutura de desenvolvimento dos serviços. Assim, pode-se realizar um trabalho efetivo onde todos os elos são beneficiados e remunerados, o que traz sustentabilidade ao programa. Ela também abordou os benefícios que os empresários podem obter com a adesão ao programa, como abatimentos no Imposto de Renda, realização de Parcerias Público-Privadas (PPP’s), etc. Ao propor a parceria às entidades presentes, Maria Tereza Umbelino informou que o conceito é de que o BMV seja gerido diretamente pelos entes aderidos representantes de cada setor econômico que, assim, poderão oferecer as Unidades de Créditos de Sustentabilidade como solução para os passivos ambientais de seus associados. Ela destacou que a ideia maior é promover a política de compensação ambiental padronizada para o setor industrial, validada e aceita pelo setor público, a fim de facilitar as operações, uma vez que seus princípios atendem às legislações e regulamentações nacionais e aos padrões da ONU. Para o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, esse programa propõe uma quebra de paradigmas, pois há muitos anos a sociedade brasileira e internacional deseja uma forma de promover a proteção do patrimônio natural que gere renda e desenvolvimento, fechando

o ciclo da sustentabilidade ambiental, social e econômica, pois “não é possível existir preservação sem remuneração”, afirmou ele. Entusiasta da ideia, David French, reforçou as declarações de Moura, enfatizando o equilíbrio proposto pelo programa. “O incrível é a parceria efetiva entre o meio ambiente e a economia, é o que os créditos de carbono deveriam ter feito. A UCS é um crédito tributário quantificável e imediato para as empresas e meio ambiente e a sociedade se beneficia ao longo do prazo”, completou. O consultou e professor da área financeira também enalteceu em todos os encontros a viabilidade econômica real para setor da construção e a possibilidade de abertura a mercados globais de capital, além de assegurar a transparência e qualidade do BMV. No dia 20 foi realizado reservado almoço executivo no restaurante L’Etoile D’Argent, em Goiânia (foto abaixo), quando estiveram presentes o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura; o diretor de Comunicação Social do Sindicato, Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro; a superintendente executiva de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Goiás, Jaqueline Vieira; o secretário de Planejamento e Coordenação Geral do Paraná, Silvio Barros; a CEO do Brasil Mata Viva, Maria Tereza Umbelino; Carlos Ayrton Alla, diretor financeiro do BMV; o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Iraê Amaral Guerrini, responsável pelo desenvolvimento científico do programa; o consultor internacional David French; o tradutor Alex José Simiema Filho, e a advogada Euriza Carvalho. A superintendente Jaqueline Vieira comentou que esse é um projeto para o Brasil, pois contribui com o propósito de aumentar a rede de proteção do Bioma Cerrado, ao passo que promove a construção de ideais de proteção ao patrimônio natural e o desenvolvimento. Ela também afirmou que o Governo de Goiás está preparado para fazer a interlocução com o setor produtivo. O empresário do ramo de seguros, Alaor Silva Júnior, também presente no almoço, acredita no programa. Em sua visão, a convergêcia entre sustentabilidade econômica, social e ambiental, com o poder público e toda a sociedade, corrobora para a construção de um mundo melhor.

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R

E G I S T RO D E E V E N TO S

Decreto define

prazos para aprovação de projetos de edificação em Goiânia

O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, assinou no dia 24 de fevereiro o Decreto 546/2015, que cria um manual de procedimentos para orientar a aprovação dos projetos de edificação de empreendimentos em Goiânia. A medida estabelece as responsabilidades e prazos para órgãos municipais efetuarem as análises e, assim, dar mais celeridade ao processo que, atualmente, ultrapassa dois anos. Na outra ponta, as empresas que protocolam os projetos também passam a ter prazo definido para retornarem com as correções solicitadas pelos técnicos da Prefeitura. O decreto foi resultado de seis meses de estudo e diálogo com técnicos da Prefeitura, projetistas, incorporadoras e representantes do setor imobiliário. “Este era um desejo antigo que se tornou possível graças a um esforço coletivo da administração em parceria com todos os partícipes deste processo, um exercício fundamental neste processo de construção da cidade sustentável”, assinalou Paulo Garcia durante a assinatura em seu gabinete com a presença dos representantes do Fórum Goiano da Habitação (FGH), que congrega as entidades Ademi-GO, Secovi-GO e Sinduscon-GO, além de incorporadores e outros players do setor. A expectativa é que a normativa reduza o prazo em 70% do tempo gasto atualmente, informou o secretário 32

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de Desenvolvimento Urbano Sustentável (Semdus), Paulo César Pereira. Ele também esclareceu que a primeira análise deverá ser concluída em até 30 dias com as novas regras. O decreto dá o prazo de 60 dias para que a Semdus estruture todos os procedimentos técnicos e administrativos para que os técnicos possam atuar neste novo ambiente mais veloz. “Isto inclui a criação de uma central de atendimento, que reunirá todos técnicos das pastas envolvidas na aprovação”, acrescentou. Atualmente, um projeto precisa passar pelas análises da Semdus, da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) e Secretaria Municipal de Fiscalização Urbana. Em algumas situações, também será necessário um parecer da Procuradoria Geral do Município e da Agência Municipal de Obras Públicas (Amob). Para o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado de Goiás (Ademi-GO), Renato Correia, o decreto irá otimizar toda a dinâmica da cadeia produtiva porque define, com muita clareza, os processos, procedimentos, requisitos e prazos. “A celeridade mantém a dinamicidade do mercado e consequentemente a empregabilidade e a geração de divisas para o Município. A desburocratização é mais um passo para construirmos a cidade sustentável no sentido amplo do conceito”, disse. O presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, lembrou que a medida reverterá em mais recursos para a Prefeitura investir em suas demandas por infraestrutura, mobilidade, saúde e educação. “O município passará a receber, mais rapidamente, o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) por fração ideal, ao invés de Imposto Territorial Urbano (ITU) referente à área vazia. Assim, por exemplo, uma área que gera um ITU de R$ 6 mil ao ano, passará a gerar aproximadamente 20 IPTU’s de R$ 4 mil”. A desburocratização da aprovação dos projetos vem ao encontro, ainda, do projeto “O Futuro da Minha Cidade”, que está sendo desenvolvido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em quatro cidades brasileiras, dentre elas Goiânia. O projeto, que prepara a capital para seu centenário é inspirado na experiência do município de Maringá (PR) onde a sociedade civil passou a participar ativamente do processo de gestão pública como cooperadora, resolvendo assim suas principais dificuldades. A agilidade na aprovação de projetos é uma das realidades exemplares da cidade paranaense. O documento foi publicado na edição nº 6.032 de 27 de fevereiro de 2015 do Diário Oficial. Acesse a integra em www.goiania.go.gov.br/download/legislacao/diariooficial/2015/do_20150227_000006032.pdf.


Presidência

do conselho e diretores tomam posse no Sebrae Goiás A presidência do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) e a nova Diretoria Executiva do Sebrae Goiás tomaram posse no dia 23 de fevereiro, em solenidade no Teatro Sesi. Foram empossados para um mandato de quatro anos (2015-2018) Pedro Alves de Oliveira, à frente do CDE; Igor Montenegro Celestino Otto, diretor-superintendente; Wanderson Portugal Lemos, diretor técnico, e Luciana Albernaz, diretora de administração e finanças. Igor Montenegro afirmou que, em parceria com os demais diretores e o Conselho Deliberativo, uma de suas metas será transformar o Sebrae Goiás no melhor do País. “O Sebrae é uma entidade das mais bem vistas pela sociedade porque ajuda os empreendedores das micro e pequenas empresas a se desenvolver. O trabalho feito pela diretoria anterior foi excepcional, por isso, o Sebrae Goiás está entre os melhores

do Brasil. Nosso desafio agora é tornar o Sebrae Goiás o melhor do Brasil”. Para o alcance de resultado tão arrojado, Igor Montenegro sugere ações em parceria com as várias entidades e instituições públicas e privadas do Estado de Goiás e a representação da classe empresarial, destacando a parceria que o “Sebrae tem com o Sinduscon-GO, que já conta com uma participação importante de empresas da construção civil e que deverá ser aprimorada em 2015, por meio dos programas de capacitação na gestão empresarial do setor. O Sebrae não medirá esforços para atender com qualidade as necessidades dos empreendedores goianos de pequenos negócios, que respondem pela geração de emprego, distribuição de renda e pela esmagadora maioria das empresas formalizadas em Goiás e no Brasil”, concluiu o atual superintendente do Sebrae Goiás.

Projetos goianos

poderão ser apresentados na Feira Construmat em Barcelona No dia 26 de fevereiro o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura; acompanhado do conselheiro fiscal da entidade, Carlos Henrique Rosa Gilberti; da gerente executiva, Sebastiana Santos, e da coordenadora técnica, Luciana Cintra, recebeu o delegado no Brasil da Câmara de Comércio Brasil-Catalunha, Francisco Orjales Farto, que convidou o Sinduscon-GO para participar da Feira Internacional Beyond Building Barcelona Construmat, de 19 a 23 de maio, no Recinto Gran Vía e também solicitou o apoio do Sindicato na divulgação do evento. Segundo Farto, a Construmat 2015 apresentará um novo formato de feira interativa, com amplo espaço para exposição e demonstração de funcionamento de equipamentos. A feira terá três focos: inovação, restauração e sustentabilidade. O presidente do Sinduscon-GO revelou que há interesse na realização de parceria, inclusive com possibilidade de formação de um grupo para participar do evento em Barcelona. Porém, ele afirmou que o maior interesse dos empresários brasileiros é na realização de negócios, por meio de encontros com os investidores e construtores de Barcelona e outros países, ideia que foi garantida por Orjales. Ele informou que será realizado também um Fórum onde serão apresentados 200 projetos inovadores mundiais abertos a parcerias, seis destes deverão ser levados do Estado de Goiás. Outra questão levantada por Moura durante a reunião foi

quanto à necessidade de realizar ensaios para validar/certificar os insumos no Brasil, a fim de atender aos requisitos da Norma de Desempenho de Edificações (NBR 15575), ampliando as oportunidades de importação, sobre o que Orjales afirmou acreditar ser plenamente possível. Durante a reunião de Diretoria do Sinduscon-GO, realizada no dia 10 de março, a coordenadora técnica, Luciana Cintra, apresentou a Feira aos empresários presentes e os convidou para participar da delegação que está sendo organizada pelo Sinduscon-GO. Neste grupo, todas as empresas associados ao Sindicato receberão ingressos gratuitos VIP para a feira, palestras e todos os eventos paralelos que serão realizados, como rodadas de negócios, tour expericence Barcelona, desconto em hotel próximo ao local do evento, desconto em passagens aéreas, etc. A coordenadora também falou sobre o espaço para apresentação de seis projetos goianos na Feira, solicitando aos empresários que apresentem suas propostas o quanto antes. Os contatos poderão ser feitos pelo telefone (62) 3095-5181, ou e-mail luciana@sinduscongoias.com.br. Acompanhe mais informações em www.construmat.com. ABRIL 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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R

E G I S T RO D E E V E N TO S

Sinduscon-GO participa do 1º Seminário do

Mercado Imobiliário Com auditório lotado e palestras esclarecedoras, o 1º Seminário do Mercado Imobiliário, realizado no dia 23 de fevereiro, na sede do Creci-GO, fomentou o debate, a busca de soluções duradouras e reforçou ainda mais a importância da união das entidades do mercado imobiliário na conquista de benefícios para toda a cadeia produtiva do setor. O seminário foi uma realização Unisecovi e Faculdades Alfa, promoção do Secovi Goiás, Creci-GO e Sindimóveis, com a participação da Caixa e Fenaci e o apoio da Ademi-GO, Sinduscon-GO e Sicoob Secovicred. O presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, foi um dos palestrantes do evento, quando apresentou o balanço de 2014 e as perspectivas do mercado imobiliário para 2015. Também palestraram no encontro, o presidente da Ademi-GO, Renato de Sousa Correia, sobre o papel das pesquisas no mercado imobiliário; o superintendente regional de Habitação da Caixa, Cleomar Dutra Ferreira, sobre mudanças do cenário financeiro imobiliário; e, finalizando o seminário, a mesa redonda composta pelo deputado

federal Edinho Bez; Joaquim Antônio Mendonça, presidente da Fenaci; Ovídio Maia, vice-presidente do Secovi-DF, e Marcos Augusto Netto, presidente do Secovi-MS, discutiu a nova personalidade jurídica do corretor de imóveis.

Secretária da Fazenda fala sobre ajustes do Governo em reunião no Sinduscon-GO A Diretoria do Sinduscon-GO recebeu em sua reunião mensal, realizada no dia 10 de março, a secretária estadual da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, e o superintendente executivo de Habitação, Região Sul de Goiás da Caixa Econômica Federal, Cleomar Dutra Ferreira, convidado a discorrer sobre financiamentos à produção e melhorias para o setor de habitação. Já Ana Carla Abrão Costa explicou sobre os ajustes que estão sendo feitos no Estado e projeções de investimentos. No entender do presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, a secretária da Fazenda de Goiás falou com clareza e transparência sobre a situação financeira do Estado e ações para encontrar o equilíbrio fiscal. “Chamou nossa atenção a proposta de economia dos gastos públicos e cortes no custeio”, salientou Moura, para quem “o exemplo do Governo gera confiança no empresariado em relação à retomada do crescimento do Estado”. A possibilidade das novas regras do programa Minha Casa Minha Vida nas faixas de contratação 2 e 3 serem divulgadas nos próximos 30 a 40 dias, conforme adiantou o representante da Caixa, Cleomar Dutra Ferreira, também trouxe expectativa favorável à área habitacional. 34

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Nova Diretoria da Fieg toma Tendo como prioridades simplificar a legislação, convalidar os incentivos fiscais e fortalecer a infraestrutura e a formação profissional, a nova Diretoria da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) tomou posse no dia 02 de março, com cerimônia realizada no Teatro Sesi, em Goiânia. Reeleito, o presidente Pedro Alves de Oliveira foi reconduzido ao cargo para o mandato de 2015 a 2018 e atuará para

posse

aumentar a competitividade do setor industrial goiano. A solenidade contou com a presença do governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo, além de diversas autoridades políticas e lideranças empresariais. Na foto, o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, assina Termo de Posse assumindo o cargo de 1º Diretor-Secretário da Fieg.

Encontros de interesse do setor têm presença do Sinduscon-GO O Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás se fez presente em vários eventos técnicos de interesse da indústria da construção nos meses de fevereiro e março. O diretor de Proteção ao Patrimônio Natural, Gustavo Veras Pinto Cordeiro, representou o Sinduscon-GO na reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Commam), realizada no auditório da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), no dia 27 de fevereiro. Durante o encontro, foi apresentada e discutida a proposta da Lei Ambiental Municipal, que estará em discussão durante este mês de março, sendo finalizada em seguida para posterior aprovação pela Câmara de Vereadores de Goiânia. Também foi informado sobre o trabalho desenvolvido pela Fral Consultoria na elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. A Consultoria está desenvolvendo o projeto em quatro etapas: Plano de Trabalho e Plano de Mobilização Social; Diagnóstico Situacional; Prognóstico; e Consolidação dos Trabalhos. A segunda fase, de Diagnóstico Situacional, já foi concluída e será apresentada na próxima reunião do Conselho. O Plano completo deverá ser finalizado neste mês abril, para que em maio já possa ser colocado em prática. O diretor Gustavo Veras considerou a elaboração da Lei Ambiental e do Plano de Resíduos Sólidos “de grande valia” para o empresariado goiano. No dia 05 de março, a engenheira Luciana Abdallah participou, em Brasília, da reunião da Comissão de Materiais e Tecnologia da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Comat/CBIC). O encontro tratou sobre a aplicação do conceito de modelagem em edifícios por softwares por meio da utilização da metodologia BIM (Building Information Mode-

ling). Também se discutiu sobre o projeto de acompanhamento das normas técnicas para edificações que está sendo formatado com o objetivo de disseminar o conhecimento sobre a Norma de Desempenho NBR 15575 nos estados. E no dia 12/03, a engenheira da Comat do Sinduscon-GO esteve novamente em Brasília, desta vez participando de Workshop sobre o Cepac, o qual abordou a temática da inovação e sustentabilidade no ambiente construído. Como destaque do evento, a apresentação da professora Raquel Blumenschein, que na oportunidade discorreu sobre a criação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Inovação e Sustentabilidade do Ambiente Construído. O Cepac vai ser construído em parceria da CBIC com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Governo do Distrito Federal (GDF) e a organização britânica de pesquisas independentes (BRE), objetivando disseminação de soluções tecnológicas sustentáveis para processos e produtos utilizados pelos agentes do segmento da construção civil. Também no dia 12 de março, em Goiânia, o coordenador do Departamento de Desenvolvimento Humano do Sinduscon-GO, Fabiano Santiago, participou do Fórum eSocial – Seu papel no cenário empresarial trabalhista, realizado pela Fieg, no Teatro Sesi. Na ocasião, Rafael Ernesto Kienkbush abordou o objetivo do eSocial, suas exigências práticas, o impacto na rotina dos Departamentos de Pessoal, a estrutura de seu funcionamento e o cronograma para a implantação, que estava previsto para se iniciar ainda este ano. No entanto, pelo cronograma apresentado no evento, a estimativa de exigência, apenas para alguns Cnae’s, será a partir de julho de 2016. ABRIL 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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AGENDA DE EVENTOS EVENTO

DATA HORÁRIO

Programa Líder Mentorh

ABRIL

Cursos de Curta Duração do Ipog

10/04

08h às 17h

Facebook Marketing e Estratégias de Mídias Digitais

Início em 13/04

18h45 às 22h45

Lean Construction – Construção Enxuta

Início em 17/04

18h às 23h (sexta), 08h às 19h (sábado), 08h às 13h (domingo)

Gestão de Projetos com MS Project Excel Avançado – Planilhas Inteligentes

LOCAL Grupo Destra

Unidade 1 do Ipog

INFORMAÇÕES / INSCRIÇÕES (62) 3933-2670/3933-2671 viviane@grupodestra.com.br comercial@grupodestra.com.br Site: http://www.grupodestra.com.br

(62) 3945-5050 cap@ipog.edu.br Site: www.ipog.edu.br/cap

Início em 27/04

18h45 às 22h45

Oficina Temática: Caminhos para a Gestão da Construção em um novo cenário de mercado. Realização: CTE – Centro de Tecnologia de Edificações

14/04

08h30 às 16h

Milenium Centro de Convenções/SP

eventos@cte.com.br Site: http://www.eventoscte.com.br

Oficina da Norma de Desempenho – Módulo Manual de Uso, Operação e Manutenção das Edificações. Realização: Comunidade da Construção

14 e 15/04

13h30 às 18h30 (14/04) 08h às 12h (15/04)

Sinduscon-GO

(62) 3095-5178

Técnicas Avançadas de Vendas

ENDEREÇOS: Grupo Destra: Rua C-228, Qd. 536, Lt. 16, Jardim América, Goiânia-GO. Unidade 1 do Ipog: Avenida T-1 esquina com Rua T-55, n° 2.390, Qd. 105, Lt. 01/22, Setor Bueno, Goiânia-GO. Milenium Centro de Convenções: Rua Dr. Bacelar, nº 1.043, Vila Mariana, São Paulo-SP. Sinduscon-GO: Rua João de Abreu, nº 427, Setor Oeste, Goiânia-GO.

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Contribuição Confederativa Patronal 2015

O prazo para o recolhimento da Contribuição Confederativa Patronal encerra-se no dia 30 de abril de 2015 Senhores empresários, seguem abaixo as instruções para o recolhimento da Contribuição Confederativa Patronal 2015

1

2 3 4

Finalidade da Contribuição Confederativa De acordo com o artigo 8º, inciso IV da Constituição Federal, é uma contribuição para custeio do sistema confederativo da representação sindical. O sistema confederativo, dentro da estrutura legal da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), compõe-se dos sindicatos de base, federação, como órgão de coordenação e representação estadual ou interestadual ou até mesmo nacional e as confederações como órgãos de cúpula.

Quem contribui? • O empregador (para efeito da sua organização sindical); • O trabalhador autônomo (para efeito de sua estrutura sindical); • O profissional liberal; • O trabalhador comum.

Qual o dispositivo legal que a instituiu? A contribuição é imposta categoricamente pelo inciso IV do artigo 8º da Constituição Federal, nos seguintes termos: “A Assembleia Geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei”.

Como é fixado o valor da Contribuição Confederativa Patronal 2015? Pelo texto do artigo 8º, inciso IV da Constituição Federal, acima transcrito, ela é fixada pela Assembleia Geral Extraordinária, que foi realizada na sede do Sinduscon-GO, em 09 de dezembro de 2014, conforme Edital publicado no jornal “O Popular”, veiculado no dia 02/12/2014. Essa Assembleia aprovou a manutenção da Contribuição Confederativa Patronal para o ano de 2015, os mesmos valores praticados no ano de 2014, ou seja, a contribuição básica será de 1/30 (um trinta avos) da folha de pagamento de janeiro de 2015 e R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), para a contribuição mínima. Foi aprovado também o vencimento da mencionada contribuição para 30 de abril de 2015 e a penalidade pelo atraso no seu recolhimento será de 2% (dois por cento) de multa, acrescido de 1% (um por cento) de juros de mora ao mês.

5 6 7

Como deverá ser feito o recolhimento da Contribuição Confederativa Patronal 2015? A empresa efetuará o pagamento da Contribuição Confederativa Patronal 2015, através de boleto bancário da Caixa Econômica Federal (os mesmos estão sendo enviados às empresas, via correios).

Arrecadação da Contribuição Confederativa Patronal 2015 A Assembleia aprovou ainda o rateio da arrecadação da Contribuição Confederativa Patronal entre as seguintes entidades: Confederação Nacional da Indústria (CNI), Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e o Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO).

Como são aplicados os recursos da Contribuição Confederativa Patronal 2015? A Confederação Nacional da Indústria administra o Sistema CNI, formado pelo Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, pelo Sesi – Serviço Social da Indústria e pelo IEL – Instituto Euvaldo Lodi. Estruturas estas, voltadas ao desenvolvimento profissional e social dos trabalhadores, serviços, estudos, pesquisas e análises que promovem o crescimento, a qualidade e a competitividade da indústria brasileira. A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) administra o sistema regional do Senai, Sesi e IEL, dando apoio às atividades acima mencionadas. O Sinduscon-GO oferece às empresas do setor possibilidade de desenvolvimento de ações que facilitam a gestão empresarial, estando estruturado por diretorias para a prestação de uma série de serviços (as ações do Sindicato estão catalogadas no Manual de Produtos/Serviços do Sinduscon-GO).

OBSERVAÇÃO: Para quaisquer informações adicionais sobre o pagamento da Contribuição Confederativa Patronal 2015, solicitamos entrar em contato com o Sinduscon-GO, telefones (62) 3095-5155 / 3095-5164 / 3095-5182; fax (62) 3095-5176 / 3095-5177. Informações também disponíveis no portal do Sinduscon-GO (www.sinduscongoias.com.br) / e-mails: caique@sinduscongoias.com.br e suelen@sinduscongoias.com.br.

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CUB

CUSTOS UNITÁRIOS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO NBR 12.721:2006 – CUB 2006

PADRÃO RESIDENCIAL

PROJETOS

ANO 2015

FEVEREIRO

0,581%

PADRÃO BAIXO

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

R-1

R-1

1.290,28

R-1

1.540,70

1.054,80

PP-4

939,22

PP-4

1.212,53

R-8

1.234,89

R-8

893,28

R-8

1.052,71

R-16

1.333,77

PIS

694,89

R-16

1.013,70

PADRÃO COMERCIAL*

PROJETOS PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

CAL-8

1.206,25

CAL-8

1.276,03

CSL-8

1.059,07

CSL-8

1.150,41

CSL-16

1.409,23

CSL-16

1.527,15

PROJETOS PADRÃO RESIDÊNCIA POPULAR (RP1Q)

1.082,67

PADRÃO GALPÃO INDUSTRIAL (G1)

582,48

*CAL: Comercial Andares Livres - CSL: Comercial Salas e Lojas

VALOR REFERENCIAL (R$/m²) R-16A

VARIAÇÃO MÊS %

VARIAÇÃO ANO %

VARIAÇÃO 12 MESES %

1.333,77

0,581

0,584

6,370

MATERIAIS

MÃO DE OBRA

EQUIPAMENTO

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

TOTAL

569,47

711,61

5,91

46,78

1.333,77

MÃO DE OBRA* PEDREIRO DE MASSA

*Custo médio R$/hora

h

6,96000

SERVENTE

h

4,97000

ENGENHEIRO

h

53,25000

PROJETOS-PADRÃO QUE COMPÕEM A NORMA NBR 12.721:2006 Padrão Baixo:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Projeto de Interesse Social (PIS)

Padrão Normal:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Padrão Alto:

Residência Unifamiliar (RI)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Comercial Normal:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Comercial Alto:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Residência Popular (RP1Q) Galpão IndustriaL (GI)

Os valores acima referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são correspondentes ao mês de FEVEREIRO DE 2015. “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador”.

INDICADORES ECONÔMICOS ÍNDICES ECONÔMICOS

VARIAÇÃO

MÊS

ANO

INCC (FGV) / FEVEREIRO

611,447

0,308

1,228

INPC (IBGE) / FEVEREIRO

4.276,69

1,16

2,66

IGP-M (FGV) / FEVEREIRO

564,004

0,270

1,037

12 MESES

6,975 7,68 3,861

INFORMAÇÕES: (62) 3095-5162 | www.sinduscongoias.com.br | e-mail: sebastiana@sinduscongoias.com.br (Comissão de Economia e Estatística)

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CUB

CUSTOS UNITÁRIOS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO NBR 12.721:2006 – CUB 2006

PROJETOS

ANO 2015

FEVEREIRO

0,626%

PADRÃO BAIXO

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

R-1

984,43

R-1

1.192,73

R-1

1.434,85

PP-4

880,07

PP-4

1.126,26

R-8

1.152,96

R-8

837,67

R-8

975,17

R-16

1.241,73

PIS

646,95

R-16

939,12

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

CAL-8

1.119,72

CAL-8

1.188,68

CSL-8

981,07

CSL-8

1.070,26

CSL-16

1.420,39

CSL-16

PADRÃO RESIDENCIAL

PADRÃO COMERCIAL*

PROJETOS

1.305,38

DESONERADO

PROJETOS PADRÃO RESIDÊNCIA POPULAR (RP1Q)

989,33

PADRÃO GALPÃO INDUSTRIAL (G1)

539,09

*CAL: Comercial Andares Livres - CSL: Comercial Salas e Lojas

VALOR REFERENCIAL (R$/m²) R-16A

VARIAÇÃO MÊS %

VARIAÇÃO ANO %

VARIAÇÃO 12 MESES %

1.241,73

0,626

0,628

3,734

MATERIAIS

MÃO DE OBRA

EQUIPAMENTO

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

TOTAL

569,47

619,57

5,91

46,78

1.241,73

MÃO DE OBRA* PEDREIRO DE MASSA

*Custo médio R$/hora

h

6,96000

SERVENTE

h

4,97000

ENGENHEIRO

h

53,25000

PROJETOS-PADRÃO QUE COMPÕEM A NORMA NBR 12.721:2006 Padrão Baixo:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Projeto de Interesse Social (PIS)

Padrão Normal:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Padrão Alto:

Residência Unifamiliar (RI)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Comercial Normal:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Comercial Alto:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Residência Popular (RP1Q) Galpão IndustriaL (GI)

Os valores acima referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são correspondentes ao mês de FEVEREIRO DE 2015 - DESONERADO. “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.”

Nota técnica – tabela do CUB/m² desonerado Os valores do Custo Unitário Básico (CUB/m²) presentes nesta tabela foram calculados e divulgados para atender ao disposto no artigo 7º da Lei 12.546/11, alterado pela Lei 12.844/13 que trata, entre outros, da desoneração da folha de pagamentos na construção civil. Eles somente podem ser utilizados pelas empresas do setor da construção civil cuja atividade principal (assim considerada aquela de maior receita auferida ou esperada) esteja enquadrada nos grupos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0. Salienta-se que eles não se aplicam às empresas do setor da construção civil cuja atividade principal esteja enquadrada no grupo 411 da CNAE 2.0 (incorporação de empreendimentos imobiliários). A metodologia de cálculo do CUB/m² desonerado é a mesma do CUB/m² e obedece ao disposto na Lei 4.591/64 e na ABNT NBR 12721:2006. A diferença diz respeito apenas ao percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. O cálculo do CUB/m² desonerado não considera a incidência dos 20% referentes à previdência social, assim como as suas reincidências. Qualquer dúvida sobre o cálculo deste CUB/m² deve ser consultada junto ao Sinduscon-GO, com Sebastiana Santos, telefone (62) 3095-5162 (sebastiana@sinduscongoias.com.br).

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E

U RECOMENDO

Mercados, uma viagem imperdível

Tenho certeza que você é como eu na hora de planejar uma viagem de lazer. Muito provavelmente, você compra um guia, pesquisa na internet e prepara um roteiro com os pontos mais visitados, incluindo shoppings, museus, parques, pontos históricos, etc. Mas, nem sempre está em nosso share of mind um lugar muito especial: os Mercados Centrais. Pois é justamente esse ambiente que geralmente reúne o melhor da produção de um local, revelando uma multiplicidade de coisas raras, curiosas, estranhas, populares, enfim tudo o que um turista precisa para imergir na cultura de um povo. Minha primeira experiência em um Mercado foi em uma viagem a Belo Horizonte em 1994, quando aprendi que nem tudo o que parece estranho é ruim. Lá o prato típico é composto de chips de jiló com tiras de fígado bovino, uma mistura improvável, mas que se revela um perfeito tira-gosto para os degustadores de cervejas. Toda mineiridade está reunida nesse local pitoresco e de passagem obrigatória àqueles que visitam essa capital. O Mercado Central de Santiago, no Chile, me revelou a melhor caçarolada de frutos do mar que eu poderia ter experimentado. O frescor dos alimentos trazidos do Pacífico e comercializados no Mercado confere um gosto todo especial aos pratos ali preparados. O belíssimo prédio neoclássico de estrutura metálica fabricada na Inglaterra é uma atração à parte. Mas, se você não é muito adepto a pescados, nem passe perto, pois o cheiro é forte e a atmosfera é totalmente marinha. Vários edifícios compõem a cena dos mercados populares de Barcelona, na Espanha. Mas, um em especial é quase um ritual para os amantes da gastronomia, o Mercat de Sant Jo42

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sep de la Boqueria. Ali se encontra tudo o que o Catalão usa em sua culinária, e o que mais impressiona são as cores vivas das frutas, que enchem os olhos, o cheiro das especiarias que aguçam o paladar e o frescor dessa mistura, um deleite para os sentidos. Não dá pra sair de La Boqueria sem degustar uma fruta exótica e sem levar um pouquinho dos temperos para a paella, em especial o famoso açafrão espanhol. O clima mais aristocrático e ao mesmo tempo efervescente de Madrid está traduzido no Mercado de San Miguel. Em um prédio histórico, totalmente restaurado, corredores super agitados, com gente bonita e muitas guloseimas. São tantas opções de comidinhas gourmet que somente o jeito tapas ao estilo confort food caberiam nesse local. Vale a pena dar um giro e experimentar o máximo que puder, sem esquecer-se do tradicional jamón ibérico e uma boa sangria. Emblemático para nós brasileiros é o Mercado Ver-o-Peso, em Belém (PA), um dos mais antigos do País. Exótico, caótico e, apesar do horror vacui que a sobreposição de coisas faz do espaço quase uma kunstkammer tupiniquim, em cada canto uma surpresa da mais autêntica cultura manauara. O melhor horário para visitar o local é no fim da tarde, pois além de tudo o que o Mercado oferece, tem-se um lindo pôr-do-sol. Não daria para descrever aqui tudo o que há de melhor nos Mercados Centrais pelo mundo afora. Mas, deixo a dica: eu recomendo que você não se esqueça de inclui-los em sua próxima viagem e bom proveito! WELLINGTON GUIMARÃES, engenheiro civil e coordenador técnico da Comissão de Qualidade e Produtividade do Sinduscon-GO


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