Revista Construir Mais - Maio de 2015

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CUB MARÇO

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REVISTA MENSAL DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NO ESTADO DE GOIÁS - SINDUSCON-GO

ANO V, Nº 58 MAIO/2015

ENTREVISTA COM O MESTRE EM ECONOMIA E VICE-PRESIDENTE DO INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA (INSPER), MARCOS LISBOA Pág. 6



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DITORIAL

A real dimensão do

RECURSO HÍDRICO

Se o Brasil é privilegiado em termos de recursos naturais, o Cerrado destaca-se por seu rico bioma e vasto potencial hídrico. No entanto, por aqui também compartilhamos a preocupação com o rebaixamento dos níveis dos reservatórios e da insegurança quanto a um futuro próximo com escassez de água em nossas torneiras, ou de falta de água mesmo, como já tem ocorrido em diversas cidades do País. Outrora abundante e talvez por isso pouco valorizado pela população em geral, cujos hábitos, via de regra, resultam em desperdício e no alto consumo de água e energia, hoje convivemos com uma perspectiva alarmante, de que a água pode vir a ser, sim, um recurso natural finito. Ou no mínimo, que os níveis em baixa dos aquíferos não poderão ser repostos no mesmo patamar de algumas décadas atrás, apesar da tecnologia disponível e de uma conscientização que leve, de fato, a um consumo consciente, com o uso correto e racional da água. Não há dúvida quanto à urgência de uma grande discussão com a participação de todos os entes que representam a sociedade civil, técnicos, estudiosos, autoridades e poder público, inspirando ações eficientes e medidas eficazes para o enfrentamento do problema. Por isso trazemos o tema em nossa matéria de capa. As opiniões indicam que não há um consenso sobre estarmos convivendo com uma crise hídrica ou apenas de gestão do recurso. Mas o que não se contesta é que a redução do volume do potencial hídrico é uma realidade, e tende a se agravar. Também não há divergência quanto à somatória de fatores que contribuíram para a situação atual, como o desmatamento, a diminuição da cobertura vegetal das nascentes e margens de rios e a ocupação inadequada de seus entornos, a expansão agropecuária e

urbana, a poluição, o uso inadequado do solo e o consumo crescente de água. Entre outros assuntos, o artigo de maio da Construir Mais faz uma retrospectiva da performance da construção civil, que entre 2007 e 2012 registrou crescimento vigoroso, mas que atualmente convive com desafios a serem enfrentados neste período de desaquecimento do setor. Entre eles, conciliar a atividade produtiva com o desenvolvimento sustentável responsável, conforme o foco da coluna Construção Sustentável desta edição. No espaço reservado à Inovação, o destaque fica por conta de um equipamento que realiza o serviço de impermeabilização com economia de tempo e mão de obra em sua aplicação, com os colaboradores envolvidos nessa tarefa liberados mais rapidamente para executar outras atividades, representando aumento de produtividade no canteiro de obras. Boa leitura! CARLOS ALBERTO DE PAULA MOURA JÚNIOR Presidente do Sinduscon-GO

DIRETORIA EXECUTIVA DO SINDUSCON-GO (2013/2016) PRESIDENTE: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior - 1º Vice-Presidente: Eduardo Bilemjian Filho - 2º Vice-Presidente: Guilherme Pinheiro de Lima - Diretor Administrativo: Manoel Garcia Filho Diretor Administrativo Adjunto: Luís Alberto Pereira - Diretor Financeiro e Patrimonial: José Rodrigues Peixoto Neto - Diretor Financeiro e Patrimonial Adjunto: Ricardo Silva Reis - Diretor da Comissão de Economia e Estatística: Ibsen Rosa - Diretor da Comissão de Economia e Estatística Adjunto: Maurício Figueiredo Menezes - Diretor da Comissão da Indústria Imobiliária: Mário Andrade Valois - Diretor da Comissão da Indústria Imobiliária Adjunto: Eduardo Bilemjian Neto - Diretor da Comissão de Habitação: Roberto Elias de Lima Fernandes - Diretor da Comissão de Habitação Adjunto: Cláudio Jesus Barbosa de Sousa - Diretor da Subcomissão de Legislação Municipal: Renato de Sousa Correia - Diretor de Materiais e Tecnologias: Sarkis Nabi Curi - Diretor de Materiais e Tecnologias Adjunto: Pedro Henrique Borela - Diretor da Comissão de Concessão, Privatização e Obras Públicas: João Geraldo Souza Maia - Diretor da Comissão de Concessão, Privatização e Obras Públicas Adjunto: Humberto Vasconcellos França - Diretora de Qualidade e Produtividade: Patrícia Garrote Carvalho - Diretora de Qualidade e Produtividade Adjunta: Aloma Cristina Schmaltz Rocha - Diretor de Construção Pesada: Sérgio Murilo Leandro Costa - Diretor de Construção Pesada Adjunto: Jadir Matsui - Diretor de Construção Metálica: Cezar Valmor Mortari - Diretor da Construção Metálica Adjunto: Joaquim Amazay Gomes Júnior - Diretor de Assuntos Jurídicos: Ricardo José Roriz Pontes - Diretora de Assuntos Jurídicos Adjunta: Selma Regina Palmeira Nassar de Miranda - Diretor da Subcomissão de Política e Relações Trabalhistas e Sindicais: Yuri Vaz de Paula - Diretor da Comissão de Saúde: Jorge Tadeu Abrão - Diretor da Comissão de Saúde Adjunto: Célio Eustáquio de Moura - Diretor da Comissão de Proteção ao Patrimônio Natural: Gustavo Veras Pinto Cordeiro - Diretor da Comissão de Proteção ao Patrimônio Natural Adjunto: Nelson Siqueira Neto - Diretor do Setor Elétrico e Telefônico: Ricardo Daniel Lopes - Diretor do Setor Elétrico e Telefônico Adjunto: Carlos Vicente Mendez Rodriguez - Diretor Social e de Comunicação: Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro - Diretor Social e de Comunicação Adjunto: Ulisses Alcoforado Maranhão Sá - CONSELHO CONSULTIVO: Justo Oliveira d’Abreu Cordeiro, Paulo Afonso Ferreira, Mário Andrade Valois, Joviano Teixeira Jardim, Sarkis Nabi Curi, José Rodrigues Peixoto Neto, Roberto Elias de Lima Fernandes, Alan de Alvarenga Menezes, José Augusto Florenzano, José Carlos Gilberti - SUPLENTES: Bruno de Alvarenga Menezes, Marco Antônio de Castro Miranda, André Luiz Baptista Lins Rocha - CONSELHO FISCAL: Célio Eustáquio de Moura, Guilherme Pinheiro de Lima, Carlos Henrique Rosa Gilberti - SUPLENTES: Paulo Silas Ferreira, Ricardo de Sousa Correia, Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro REPRESENTANTES JUNTO À FIEG: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior, Roberto Elias de Lima Fernandes - SUPLENTES: Eduardo Bilemjian Filho, Justo Oliveira d’Abreu Cordeiro - REPRESENTANTE JUNTO À CBIC: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior - SUPLENTES: Eduardo Bilemjian Filho, Guilherme Pinheiro de Lima.

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S UMÁRIO 6

Entrevista Entrevista com o mestre em Economia e vice-presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Marcos Lisboa.

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Artigo “Para retomar o crescimento” é o tema do artigo da coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE – Instituto

18 MATÉRIA DE CAPA Crise hídrica em Goiás Especialistas e agentes públicos divergem sobre a questão.

Brasileiro de Economia, Ana Maria Castelo.

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Espaço CBIC “Segurança e Saúde no Trabalho” é o tema do artigo do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José

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Gestão de Desempenho: o desafio organizacional.

Carlos Martins.

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Construção Sustentável

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Registro de Eventos

Goiânia prepara leis com foco no

Acompanhe o registro dos eventos realizados

desenvolvimento urbano sustentável.

no Sinduscon-GO no mês de abril/2015.

Inovar é Preciso

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Indicadores Econômicos

Equipamento otimiza impermeabilização

Confira o valor do Custo Unitário Básico (CUB)

do imóvel.

referente ao mês de março/2015.

REVISTA CONSTRUIR MAIS - Revista mensal do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO) Sinduscon-GO - Filiado à CBIC e FIEG. Rua João de Abreu, n° 427, Setor Oeste, Goiânia-Goiás - CEP 74120-110. Telefone: (62) 3095-5155 / Fax: (62) 3095-5177 - Portal: www.sinduscongoias.com.br | Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior | Diretor Social e de Comunicação: Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro | Gerente Executiva: Sebastiana Santos | Edição: Joelma Pinheiro | Reportagem: Aymés Beatriz B. Gonçalves (beatriz@ sinduscongoias.com.br), Joelma Pinheiro (joelma@sinduscongoias.com.br) e Valdevane Rosa (valdevane@sinduscongoias.com.br) | Fotografia: Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-GO e Silvio Simões | Projeto Gráfico e Diagramação: Duart Studio | Publicidade: Sinduscon-GO - Telefone: (62) 3095-5155 | Impressão: Gráfica Art3 | Tiragem: 6.000 exemplares. Publicação dirigida e distribuição gratuita. *As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Consciente das questões ambientais e sociais, o Sinduscon-GO trabalha em parceria com a gráfica Art3, que utiliza papéis com certificação FSC (Forest Stewardship Council) na impressão dos seus materiais.

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RH & Você

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ESPAÇO EMPRESARIAL

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Para informações entre em contato com o Departamento Comercial do Sinduscon-GO, telefone (62) 3095-5168, e-mail comercial@sinduscongoias.com.br.


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OT Í C I A S D O S PA R C E I RO S

PESQUISA HÍDRICA E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS: SEMINÁRIO DISCUTE O ASSUNTO COM PROPOSTA DE DESPERTAR O APERFEIÇOAMENTO DA QUESTÃO O Clube de Engenharia de Goiás realizou nos dias 25 e 26 de março, o 11º Seminário da Engenharia Comemorativo ao Dia Mundial da Água. O evento reuniu especialistas para apresentar e discutir assuntos relacionados à gestão de recursos hídricos. A promoção do seminário teve como proposta despertar nos participantes (profissionais e estudantes ligados aos recursos hídricos) o aperfeiçoamento da questão. Durante o seminário estiveram em debate variados assuntos relacionados à água. Dentre outros, foram destaques a preservação do reservatório João Leite, conflitos de água, fatores ambientais que contribuem para atual crise hídrica, programa produtor de água e a importância das PCHs no desenvolvimento sustentável. A primeira palestra abordou o tema “Preservação do Reservatório João Leite”, proferida por Livia Maria Dias, engenheira civil e presidente da Associação Brasileira de

Engenharia Sanitária de Goiás. Já a palestra “Conflitos de Água”, foi o tema tratado pelo promotor de Justiça, Juliano de Barros Araújo. “Fatores Ambientais que Contribuem para a atual Crise Hídrica”, foi o assunto abordado por Altair Sales, professor e diretor do Instituto do Trópico Subúmido. Já a palestra “Programa Produtor de Água”, foi abordado pela superintendente executiva do Meio Ambiente e de Recursos Hídricos, Jacqueline Vieira da Silva. Em seguida, houve a palestra “A Importância das PCHs no Desenvolvimento Sustentável”, com o palestrante Sevan Naves, geólogo e presidente da Associação das PCHs de Goiás. A realização do seminário teve o apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-GO), Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte (Cobamp) e da empresa Pedreira Araguaia, com o patrocínio da Caixa Econômica Federal.

ESPAÇO EBM RECEBE DECORADO GRAN FINESTRA Após o sucesso na Casa Cor 2014, foi a vez do Espaço EBM receber o decorado do Gran Finestra Lifestyle. Desde o dia 21 de março, os clientes podem conferir o novo decorado que apresentará aos visitantes outra charmosa proposta do apartamento e todo potencial de flexibilidade e personalização da planta de 175 m². Mais novo empreendimento de alto padrão do Setor Marista, o Gran Finestra Lifestyle apresenta o exclusivo conceito Open Living, trazendo em seu projeto vigas e pilares em locais estratégicos, proporcionando fluidez entre os cômodos e sensacional integração entre cozinha, sala e varanda. Com inspiração italiana, oferece ainda janelas maiores que o habitual. As janelas, em italiano “finestras”, são as grandes estrelas do empreendimento por proporcionarem um maior contato com o verde, o céu e a luz natural. Com localização privilegiada na Rua 34, entre o Shopping Bougainville e a Avenida Portugal, o Gran Finestra Lifestyle está

próximo de restaurantes, colégios, supermercados e centros comerciais de referência na Capital. O apartamento decorado pode ser conferido no Espaço EBM, na Alameda Ricardo Paranhos, em Goiânia.

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N T R E V I S TA

MARCOS LISBOA

O MOMENTO ECONÔMICO é de cautela, afirma Marcos Lisboa O mestre em Economia, diretor vice-presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e ex-vice-presidente do Itaú-Unibanco, o economista Marcos Lisboa esteve em Goiânia no dia 13 de março, quando o Sinduscon-GO sediou encontro promovido pelo Fórum Goiano da Habitação sobre o tema “Cenário Econômico 2015 para o segmento da indústria da construção”. Na ocasião, Marcos Lisboa ressaltou a necessidade de se promover o equilíbrio econômico, pois com câmbio oscilante, juros altos e inflação subindo não se pode escapar do ajuste fiscal. Para ele, uma das causas do atual momento delicado que o País enfrenta é a série de políticas que comprometem gastos públicos que não cabem no orçamento. Confira, a seguir, a entrevista que ele concedeu a Construir Mais. EM LINHAS GERAIS, QUE AVALIAÇÃO O SENHOR FAZ DO CENÁRIO ECONÔMICO BRASILEIRO, ESTE ANO? É um cenário muito difícil, a questão fiscal hoje é grave, é severa. E o País está fazendo pouco nesse processo: os recursos públicos, assim como a água, foram gastos à vontade. E, da mesma maneira, acabou tanto a água quanto os recursos públicos. Hoje, no País, o ajuste fiscal é necessário para seguir em frente, com a decisão do governo de fazer um ajuste fiscal, o que temos é um cenário de inflação mais elevada, a subida no custo dos financiamentos, tudo isso consequência do descontrole fiscal, que estamos vivenciando a partir de 2008/2009. Tem que discutir as proteções setoriais, a reforma da previdência. Tem que discutir as contribuições sindicais. Tem que haver a reforma tributária. Essa crise infelizmente não termina em 2015. Espero estar errado, mas tenho a impressão que ela se arrastará por muitos anos. AINDA SOBRE ESSE CENÁRIO ECONÔMICO, EM QUE ASPECTOS A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO SERÁ MAIS AFETADA? A indústria da construção e vários setores estão sendo gravemente afetados por este processo. Você tem o custo do financiamento, você tem a redução do crescimento da renda de famílias. E isso dificulta diversos setores, como o setor da construção. Além disso, o setor da construção ainda tem a consequência da crise da Petrobras – diversas empresas estão enfrentando graves dificuldades não só pelo escândalo, mas por outras consequências, como a queda do financiamento. Criamos um BNDES há 60 anos para desenvolver o mercado de capitais, desenvolver o Brasil, a indústria. Se tivesse dado certo, o BNDES não seria mais necessário. Ele é o reflexo da política equivocada de desenvolvimento, ou seja, quando se protege mais um setor do que o outro. ALGUNS ANALISTAS APONTAM QUE O PAÍS NÃO ESTÁ SOMENTE PASSANDO POR UMA 6

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MARCOS LISBOA, DIRETOR VICEPRESIDENTE DO INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA (INSPER)

CRISE ECONÔMICA, MAS PRINCIPALMENTE POLITICA E INSTITUCIONAL, OCASIONADA PRINCIPALMENTE PELA OPERAÇÃO LAVAJATO. NESTE CENÁRIO DE TANTA INCERTEZA, QUE OPORTUNIDADES VOCÊ ACHA QUE O EMPRESARIADO DEVE BUSCAR? Eu acho que o momento atual é um momento de cautela. O País pode fazer os ajustes pela maneira correta – conseguir aprovar as medidas de ajuste fiscal, que ainda não são suficientes para fazer as ações necessárias. As medidas econômicas já anunciadas são importantes, algumas menores outras mais questionáveis, mas elas estão na direção correta. Ou se faz o ajuste da maneira correta, que é a redução de gastos e o aumento dos impostos, ou vamos ter um ajuste de uma maneira mais difícil, mais duro, mais sofrido que é pelo aumento da inflação, pela maior oscilação da economia e pela perda de credibilidade internacional do País. COMO ESTE ESCÂNDALO DA PETROBRAS PODE ATRAPALHAR O AMBIENTE DE NEGÓCIOS E CRÉDITOS DAS EMPRESAS? Eu acho que já afetou, este escândalo teve impacto em aumentar a insegurança sobre as operações realizadas no Brasil. O Brasil já não tem um bom passado, nós tivemos claros momentos de renegociações de contratos, renegociação de PPP’s, revisão de regras que haviam sido estabelecidas, o escândalo da Petrobras traz o componente adicional que é a insegurança.


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RT I G O

Para retomar o

CRESCIMENTO Os números do PIB recém-divulgados pelo IBGE confirmaram o que outros indicadores já sinalizavam: entre 2007 a 2012, a construção civil registrou taxas de crescimento vigorosas que superaram bastante o crescimento do País. Impulsionado pelo crédito e por programas governamentais, como o Minha Casa Minha Vida, o PIB setorial elevou-se 42%, enquanto o PIB brasileiro aumentou 19%. A construção passou a representar metade do investimento realizado no País. A expansão desse período foi impulsionada especialmente pelas empresas da construção, que tiveram expansão superior ao do próprio PIB setorial. Ou seja, houve um avanço na formalização da produção no comparativo com as atividades realizadas pelas próprias famílias ou por pequenos empreiteiros não formalizados. Em 2012, cerca de dois terços do PIB setorial tinham origem na produção formalizada. Isso significa que o setor da construção contribuiu ativamente tanto para a redução das taxas de desemprego quanto para a formalização da força de trabalho no País. No entanto, como seria de esperar, o aumento da demanda por trabalhadores mais qualificados pressionou o mercado de trabalho e gerou uma maior elevação dos custos com mão de obra: as despesas das empresas com salários aumentaram 31% acima do INPC entre 2007 e 2012, o que representa um aumento médio real de quase 6% ao ano. Mas a produtividade do trabalhador não acompanhou o ritmo dos salários, registrando queda de 1,1% no mesmo período. Ou seja, houve queda na produtividade e aumento do custo da mão de obra. No fim do período, em 2012, esse quadro começou a mudar. Pesquisa do IBGE mostrou um aumento dos investimentos realizados pelas empresas da construção com repercussões positivas na produtividade da mão de obra. Na comparação com 2011, houve avanço da produtividade, embora ainda aquém do aumento dos salários. O ano de 2012 marca também o fim do período de maior expansão da construção civil. Em 2013 o crescimento arrefeceu.

Os números, ainda preliminares, do IBGE mostram que em 2014, a construção registrou retração, o que deve se repetir em 2015. Ainda não se dispõe de dados sobre a evolução da produtividade da mão de obra, nem sobre os investimentos das empresas nesses últimos anos, mas há um grande receio que o cenário que começava a mostrar-se favorável venha a se alterar de forma negativa. Em parte a reversão do crescimento setorial está associada a ajustes necessários do mercado imobiliário. Mas o setor sofre também com o forte ajuste macroeconômico que vem afetando as despesas com investimentos. No entanto, é preciso olhar além do curto prazo: necessidades habitacionais elevadas e um déficit de infraestrutura enorme indicam que a retomada do crescimento deverá novamente passar pelo setor da construção. Nesse sentido, a pouca disponibilidade de mão de obra qualificada existente hoje no País mostra que é imprescindível manter os esforços no sentido de aumentar a produtividade. A desaceleração do crescimento não pode arrefecer as iniciativas que vinham sendo realizadas. Nesse sentido há muitos desafios como: • Intensificar o emprego de modernas práticas de gestão, métodos racionalizados, industrializados e inovadores de construção; • Incorporar novas tecnologias ao sistema produtivo das empresas construtoras; • Reduzir a carga tributária; • Diminuir a burocracia; e • Melhorar a capacitação da mão de obra em todos os níveis. Enfim, o que se precisa, acima de tudo, é de uma agenda positiva de comprometimento com a produtividade que envolva governos, empresas, trabalhadores e instituições de pesquisa.

PIB DAS EMPRESAS (R$ MILHÕES) E TAXAS DE CRESCIMENTO (%)

PRODUTIVIDADE (VA/TRABALHADOR) E SALÁRIOS, TAXAS DE CRESCIMENTO

ANA MARIA CASTELO, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE – Instituto Brasileiro de Economia

Taxas anuais*

Fonte: IBGE. Elaboração FGV| *Taxas corrigidas pelo INCC-DI

Fonte: IBGE. Elaboração FGV

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S PA Ç O J U R Í D I C O

BREVE ANÁLISE

da Medida Provisória 664/14 quanto ao afastamento do empregado por doença ou acidente e quanto à pensão por morte Publicada no Diário Oficial em 30/12/2014 e com vigência a partir do dia 1º do mês de março do corrente ano, a Medida Provisória 664/14, dentre outras inovações, alterou significativamente a redação da Lei nº 8.213/91 no que se refere à pensão por morte e quanto ao afastamento do empregado de suas atividades laborais por motivo de doença ou acidente. Tais alterações tiveram por objeto principal a redução dos custos tidos pelo Órgão da Previdência Social para com seus segurados, ao tornar ainda mais criterioso o acesso dos segurados ao percebimento dos benefícios do INSS. A primeira considerável alteração trazida pela edição da aludida Medida Provisória foi a ampliação do período de interrupção do contrato de trabalho previsto no § 3º do artigo 60 da referida Lei que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, de 15 (quinze) para 30 (trinta) dias, decorrentes do afastamento do empregado de suas atividades laborais por doença ou acidente. Desta feita, se antes da vigência da MP 664/14, o Órgão Previdenciário suportava o encargo salarial do empregado que se encontrava afastado de suas atividades laborais em razão de doença ou acidente a partir do 16º (décimo sexto) dia do efetivo afastamento, agora só se vê compelido a tal encargo a partir do 31º (trigésimo primeiro) dia do afastamento do empregado, se requerido até o 45º (quadragésimo quinto) dia daquele, onerando, consequentemente, o empregador ao invés dos cofres públicos. Ademais, partindo da premissa de que quanto maior o período de interrupção do contrato de trabalho por doença ou acidente, menores seriam as condições de recuperação do empregado incapacitado, é certo que a intenção do legislador foi, não só de incumbir ao empregador o encargo salarial de seu empregado incapacitado por período inferior a 30 (trinta) dias, mas também evitar que situações menos gravosas de doenças ou acidentes sejam objeto de perícia médica por parte do Órgão da Previdência Social, reduzindo ainda mais os custos deste. Também, a referida MP 664/14 alterou as regras pertinentes à pensão por morte, prevendo, desde a sua vigência, carência de 24 (vinte e quatro) meses de contribuição para o acesso à pensão por morte, salvo nos casos de acidente de trabalho ou de doença laboral. Resta nítida a ideia de redução dos custos pelo Órgão Previdenciário, evitando, assim, filiações repentinas ao Órgão com o único intuito de acesso à pensão por morte. Ainda, a Medida Provisória em pauta, incluiu no artigo 74, o § 2º da Lei 8.213/91, com a seguinte redação: “§ 2º O cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito ao benefício 10

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da pensão por morte se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há menos de dois anos da data do óbito do instituidor do benefício, salvo nos casos em que: I - o óbito do segurado seja decorrente de acidente posterior ao casamento ou ao início da união estável; ou II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por doença ou acidente ocorrido após o casamento ou início da união estável e anterior ao óbito”. Mais uma vez buscou-se minimizar os prejuízos do Órgão da Previdência Social decorrentes de possíveis inverídicos matrimônios ou uniões estáveis com o propósito de percebimento de pensão por morte pelo cônjuge ou companheiro sobrevivente. Repise-se que a regra se aplica também à união homoafetiva por analogia. Não bastasse o critério objetivo temporal supramencionado, a MP 664/14 instituiu outro critério para que a pensão por morte seja conferida ao cônjuge ou companheiro sobrevivente, temporária ou definitiva (vitalícia), critério este condicionado à expectativa de vida do beneficiado no momento do óbito do segurado, segundo a Tabela do IBGE. Em outras palavras, a pensão por morte será vitalícia se o dependente, quando do óbito do segurado, tenha expectativa de sobrevida de até 35 (trinta e cinco) anos. Sendo superior, a pensão será conferida temporariamente, observada também a referida Tabela. É fato que a MP 664/14 é recente e muito ainda será discutido sobre o tema, entretanto, não há duvidas de que as alterações ora delineadas provocam não só impacto econômico-financeiro aos empregadores, na hipótese da ampliação do período de interrupção do contrato de trabalho do empregado incapacitado, mas também, e principalmente, visam desonerar o Órgão da Previdência Social quanto aos custos com os filiados segurados, haja vista que tais inovações notoriamente dificultam o acesso dos contribuintes aos benefícios previdenciários. LÁIZA RIBEIRO GONÇALVES é advogada trabalhista no escritório Brasil, Salomão e Matthes Advocacia, especialista em Direito Processual Civil pela Rede LFG de Ensino, e pós-graduanda em Direito Processual e Material do Trabalho na Atame


Justiça Entende

Adicional de Transferência Não há na legislação trabalhista qualquer dispositivo que determine as características de uma transferência provisória. Dada à omissão legal, a matéria comporta controvérsia. Alguns doutrinadores alegam que é considerada provisória a transferência efetuada para a realização de um trabalho ou serviço específico, independentemente do tempo despendido. Outros defendem que, ocorrendo a permanência do trabalhador por mais de dois anos no local para o qual foi transferido, estaria configurado o caráter permanente da transferência. Há ainda quem elasteça esse tempo para até 3 ou 5 anos. A nosso ver, é necessária a intenção de permanência do trabalhador na nova localidade, fato este que deve ser estabelecida tácita ou expressamente entre empregado e empregador. AUXÍLIO MUDANÇA – TRANSFERÊNCIA – O fato de o empregado haver permanecido um ano e quatro meses no local para onde foi transferido, não é por si só causa eficiente para caracterizar a transferência definitiva. O retorno do empregado para a localidade resultante do contrato de trabalho, como ocorreu no caso vertente, comprova o caráter provisório da transferência efetivada pela empregadora. Recurso improvido no particular por unanimidade. (Acórdão do TRT da

24ª Região – RO 2.300/1995 – Rel. Juiz João de Deus Gomes de Souza – DJ MS 11.03.1996, pág. 48). ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA – ALTERAÇÃO DO LOCAL DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – CONDIÇÃO PARA A EXECUÇÃO DO CONTRATO – DEFINITIVIDADE – NÃO CABIMENTO – O toque de pedra para se verificar o direito ou não ao adicional de transferência, reside em saber se a alteração promovida é precária ou definitiva. Para tanto, irrelevante o tempo que o empregado permaneça na nova localidade. O que efetivamente importa é se a alteração foi feita com o escopo de se estender ao longo do tempo, ou se teve um objetivo certo e determinado, ainda que o seu termo final não estivesse previamente previsto. Ademais, sendo que a alteração é condição ínsita da nova função que o laborista passou a exercer por força de promoção, tendo sido respeitadas as vantagens pecuniárias, agiganta-se ainda mais a impertinência do adicional diante da definitividade do novo quadro fático delineado. (Acórdão unânime da 2ª Turma do TRT da 15ª Região – RO 11.673/199 – Rel. Juiz Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva – DJ SP II 06.11.2000, pág. 3).

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ONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Foto: Geovanna Purificação

GOIÂNIA PREPARA

leis com foco no desenvolvimento urbano sustentável O cenário nacional a respeito dos recursos hídricos revela incertezas quanto à disponibilidade de água em quantidade e qualidade para hoje e para o futuro. Estudos apontam que o descaso ou a pouca importância dada à proteção e preservação ou até mesmo o mau aproveitamento das bacias causam desequilíbrios irreparáveis, tanto ao abastecimento em quantidade e qualidade satisfatórias, quanto ao atendimento a demandas futuras e à preservação ambiental em seu sentido mais abrangente, essa é a visão apontada pela arquiteta e urbanista Janamaina Costa Bezerra de Azevedo, diretora do Departamento de Gestão do Plano Diretor da Prefeitura Municipal de Goiânia. Atentando para esta realidade o município de Goiânia define, por meio do Plano Diretor, as estratégias de ordenamento territorial. O território urbano e rural do Município foi dividido em Macrozonas, considerando como determinantes seu espaço construído e as suas sub-bacias hidrográficas com ocupação rarefeita, respeitando as características econômicas, sociais, físicas e ambientais diferenciadas de cada sub-bacia, bem como mantendo suas características de densificação. Goiânia está trabalhando ainda outras legislações que tem como princípio norteador a sustentabilidade ambiental em todos os seus aspectos, considerando a declividade dos terrenos, a condição erosiva dos solos, a dinâmica fluvial, a vegetação natural remanescente, os compartimentos geológicos, a hidrografia e hidrogeologia, bem como o uso e ocupação do solo e restrições legais pré-existentes. Dentre elas destacam-se: o Código Ambiental ou Lei de Consolidação do Meio Ambiente, a institucionalização dos relatórios técnicos do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e da Carta de Risco do Município de Goiânia, também chamado Zoneamento Ambiental e a lei que trata da gestão dos resíduos sólidos da construção civil. “As leis em destaque buscam assegurar a promoção e a integração entre os municípios da Região Metropolitana de Goiânia (RMG), na perspectiva do desenvolvimento sustentável da sua ocupação territorial e uso, inclusive com a representação do município em conselhos estaduais que versam sobre as matérias”, explicou a diretora do Departamento de Gestão do Plano Diretor da cidade, informando também que as legislações devem ser finalizadas e encaminhadas à Câmara de Vereadores ainda neste ano. Segundo Azevedo, a institucionalização do ZEE é parte integrante dessa estratégia e está alicerçado nesses apontamentos sendo pautado por regulamentação federal que o conceitua como instrumento de organização do 12

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JANAMAINA COSTA

território que estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população.

Impactos na indústria da construção

Para a arquiteta e urbanista Janamaina Azevedo, os projetos de lei em andamento, com destaque para a lei de resíduos da construção civil, apenas vão gerar para a indústria da construção uma oportunidade de reavaliar desperdícios dentro do canteiro de obras, estabelecendo um consumo racional sem excessos, avaliando as múltiplas funcionalidades dos resíduos de forma a reutilizá-los no processo construtivo, conciliando a atividade produtiva com o desenvolvimento sustentável responsável. Em sua opinião, o setor deve se preparar no sentido de optar por não trabalhar em processos corretivos, mas se antevendo a eles e adotando medidas preventivas. Tendo como notório que o setor da construção civil tem papel fundamental para a realização de processos de desenvolvimento sustentável, pois estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto de todas as atividades humanas sejam provenientes da construção, ela acredita que os desafios do setor estão pautados em otimizar o consumo de materiais e energia, com redução de resíduos gerados, com o propósito da preservação do ambiente natural e na melhoria da qualidade do ambiente construído. “Essa melhoria acontecerá à medida que os modelos de arquitetura usuais remodelam-se possibilitando reutilização de espaços com geração de menos resíduos, quando os projetos preveem o uso racional de energia ou de energias renováveis, bem como gestão ecológica da água e redução do uso de materiais com alto impacto ambiental, tendo o gerenciamento construtivo partindo do pressuposto da renovação e do ciclo de vida dos materiais”, reforçou. Quanto aos estudos do Zoneamento Econômico Ecológico e da Carta de Risco, Azevedo explica que estes definem diferentes graus de fragilidade em função de suas características genéticas e antrópicas, de tal forma a redirecionar as atividades socioeconômicas e de ocupação urbana para que estas não venham a criar vulnerabilidades, objetivando um desenvolvimento alicerçado na sustentabilidade.


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S PA Ç O C B I C

SEGURANÇA e saúde no trabalho Segurança e saúde na construção. Este será o tema de um encontro nacional que realizaremos em Brasília no dia 12 de maio, para discutir as ações desenvolvidas em nosso setor para promover o bem-estar do trabalhador e reduzir os índices de acidentes de trabalho. O evento faz parte de um esforço da CBIC, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, para conscientizar as empresas sobre a necessidade de se investir em medidas preventivas. Essa tem sido também uma preocupação da própria Confederação Nacional da Indústria – CNI, por meio de programas que contam com o nosso apoio. Por exemplo, o Programa Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho para a Indústria da Construção – PNSST IC, desenvolvido pelo Sesi Nacional com a colaboração dos Sindicatos da Indústria da Construção Civil (Sinduscons) e do Serviço Social da Indústria da Construção – Seconci. Em todas as ações e iniciativas, partimos do pressuposto de que a informação é um instrumento eficaz para prevenir doenças e acidentes no trabalho. Na indústria da construção, responsável hoje pela geração de mais de três milhões de empregos em canteiros de obras, temos procurado evoluir no cumprimento das normas de segurança em vigor, seja no que se refere aos equipamentos de proteção individual (EPI) ou aos equipamentos de proteção coletiva (EPC). A referência para todo esse nosso esforço está na NR 18, a Norma Reguladora instituída por portaria do Ministério do Trabalho, que define as condições ideais de trabalho nos canteiros de obras. De lá para cá, temos participado de comitês

tripartites – integrados por representantes dos empresários, dos trabalhadores e do governo – que discutem a utilização de novos métodos e tecnologias na prevenção de doenças e acidentes, focando sempre em melhoria contínua no que se refere a segurança e saúde dos trabalhadores nos canteiros de obra. Nesse contexto, vale destacar a importância do trabalho de assistência ao trabalhador realizado pelos Seconcis, os serviços sociais mantidos por empresários da construção em todo o país. A primeira unidade foi criada em São Paulo em 1964, e hoje já existem 27 unidades espalhadas por 11 Estados, com mais de 11 mil empresas associadas. Os Seconcis atuam nas áreas de assistência social, medicina ocupacional, medicina assistencial, odontologia, segurança do trabalho, qualificação profissional, educação e cultura. Segundo dados do Seconci Nacional, que representa os serviços sociais nos Estados, em 2013 foram realizadas 614 mil consultas médicas, 475 mil consultas odontológicas e 1 milhão e 200 mil exames complementares. As receitas das diversas unidades, naquele ano, ultrapassaram os 120 milhões de reais. Como se vê, os empresários da construção civil têm buscado contribuir para a segurança e saúde do trabalhador. Mas sabemos que ainda há muito o que fazer para atingirmos, como meta para os próximos anos, os índices de doenças e de acidentes de trabalho dos países mais desenvolvidos. JOSÉ CARLOS MARTINS, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

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EGURANÇA DO TRABALHO

Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

(SESMT)

O dimensionamento do SESMET vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento, conforme Quadros I e II anexos à Norma Regulamentadora (NR 4), observadas as exceções existentes na mencionada Norma. O quadro I da NR 4, observadas as alterações posteriores dispõe sobre a Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE) e os correspondentes graus de risco; e o Quadro II determina o dimensionamento do SESMT conforme o grau de risco da atividade e o número de empregados no estabelecimento. Assim, de acordo com seu enquadramento nos mencionados quadros, a empresa deverá verificar se está ou não obrigada a constituir o SESMT e, em caso positivo, no próprio Quadro II, constam o número e os respectivos profissionais que devem integrar o serviço. Cabe ressaltar que o SESMT deve analisar e registrar em documentos específicos todos os acidentes ocorridos na em-

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presa ou no estabelecimento, com ou sem vítimas, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições dos indivíduos portadores de doença ocupacional ou acidentados. Os SESMTs deverão também registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI da NR 4, devendo a empresa encaminhar o mapa com a avaliação anual desses mesmos dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, até o dia 31 de janeiro, por meio do órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Fonte: Boletim IOB – Manual de Procedimentos – Legislação Trabalhista e Previdenciária, Fascículo nº 01/2015


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OMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO

PESQUISA NORMA DE DESEMPENHO (Parte 3 de 3) – Potenciais Usuários Neste último artigo serão apresentadas as conclusões relativas ao levantamento realizado com potenciais usuários de edificações habitacionais, no âmbito da pesquisa “Percepções e perspectivas dos agentes da cadeia produtiva da construção civil em Goiânia quanto à implantação da Norma de Desempenho – ABNT NBR 15575:2013 um ano após o início da sua vigência”. Pesquisou-se: o nível de conhecimento de potenciais usuários de edificações verticais em Goiânia sobre a Norma de Desempenho e suas percepções sobre alguns aspectos de qualidade e desempenho de imóveis residenciais.

Amostragem

Foram selecionados dois estandes de vendas de imóveis residenciais em dois pontos da cidade de Goiânia, observando-se a movimentação das pessoas que por lá passavam buscando informações. Quando saíam do local, elas eram abordadas e convidadas a participar da pesquisa. O objetivo desta escolha foi concentrar esforços em locais de grande circulação de pessoas e diversidade de níveis socioeconômicos. Foram pesquisados 41 usuários entre 06/09/2014 a 17/11/2014, dos quais 19 buscavam empreendimentos de alto padrão e 22 buscavam empreendimentos de padrão popular.

Coleta de dados

Para o levantamento proposto aplicou-se um questionário com as perguntas seguintes: 1. Você está pensando em adquirir um imóvel nos próximos dois anos, para morar? 2. Se você tivesse que escolher apenas 3 (três) dos itens abaixo para tomar sua decisão de compra deste imóvel, quais seriam eles? (Foi apresentada lista com 11 itens como: localização, nível de barulho, preço, etc.). 3. Considere que o imóvel que você vai comprar infelizmente será mal construído e terá os defeitos abaixo. Escolha apenas 3 (três) desses defeitos que você não gostaria de ter de jeito nenhum, ou seja, “daria qualquer coisa” para não precisar conviver com eles. (Foi apresentada lista com 12 itens relacionados à Norma de Desempenho, em linguagem coloquial). 4. Você já ouviu falar na Norma de Desempenho? 5. Onde você ouviu falar? 6. Quanto você estaria disposto a pagar a mais em seu apartamento se a construtora garantisse um bom nível de conforto acústico como: diminuição dos barulhos da

rua (carros, ônibus, empresas barulhentas, etc.), dos vizinhos (conversas, sons de TV, rádio, etc.), diminuição de ruídos de impacto (criança arrastando cadeiras, mulher andando de salto no andar de cima, ruídos de furadeiras, etc.)?

Resultados

• 95% dos pesquisados têm intenção de adquirir um imóvel nos próximos 2 (dois) anos, resultado já esperado devido à escolha do local de aplicação dos questionários. • Os fatores preço, condições de pagamento e localização (51%) ainda dominam a decisão de compra de um imóvel. Não obstante, e até surpreendentemente, a qualidade do imóvel (28%) foi o item individual mais citado pelos pesquisados, sinalizando a forte influência deste requisito na decisão de compra. • Problemas relacionados com água (infiltrações e vazamentos hidráulicos) corresponderam a 44% das patologias que os usuários não gostariam de ter de jeito nenhum. Trincas e fissuras respondem por 22% dos resultados e o mau desempenho acústico obteve a considerável porcentagem de 17% das respostas, configurando-se como um dos problemas mais indesejáveis. • 90% dos usuários nunca ouviram falar da Norma de Desempenho. Os 10% que já ouviram falar eram pessoas que trabalham no setor da construção civil. • Surpreendentes 71% dos entrevistados alegaram estar dispostos a pagar a mais para ter a garantia de um bom nível de conforto acústico. Destes, 5% manifestaram a grande importância que este requisito possui em suas expectativas. A íntegra da pesquisa pode ser consultada em www. normadedesempenho.com.br.

FAUSTO CARRARO é mestre em Engenharia, professor universitário e diretor da Central de Desempenho (www.normadedesempenho.com.br)

PAMELA SUELEN PIEREZAN é formanda em Engenharia Civil pela PUC Goiás

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N OVA R É P R E C I S O

EQUIPAMENTO otimiza

impermeabilização do imóvel

Qual a melhor maneira de diminuir o impacto que o excesso de umidade das construções causa ao imóvel, evitando-se problemas como vazamentos e outros transtornos a seus moradores? É realizar a impermeabilização na etapa correta da obra, o que vai assegurar a preservação da integridade de sua estrutura. Para executar esse serviço de forma a garantir um resultado duradouro, de forma mais ágil e produtiva, foi desenvolvido um equipamento capaz de reduzir em até um terço o tempo de sua aplicação, conta o encarregado de Pintura e Impermeabilização da Dinâmica Engenharia, Jorcilei Silvério de Oliveira. “O equipamento tem a função de aquecer a massa asfáltica. O produto, aplicado na etapa correta da obra e em alta temperatura impede que ocorram infiltrações”, explica o técnico. Segundo ele, toda a estrutura que mantém contato com água, na forma líquida ou de vapor, deve ser impermeabilizada: lajes, terraços e sacadas expostas à chuva, banheiros, piscinas, jardineiras, áreas de serviço, saunas, caixas d’água, poços de elevador, além de paredes e pisos em contato com o solo. Quando bem realizada, a impermeabilização oferece maior vida útil à edificação, com menor exigência de manutenção ao longo dos anos, valorizando a construção e permitindo ainda maior conforto térmico se associada a um sistema de isolação térmica, por exemplo, acrescenta. “Somos uma das primeiras construtoras a adquirir esse aquecedor de massa asfáltica da Tec Port (fábrica em São Paulo) para aquecimento de asfalto. Há um ano temos equipe própria de impermeabilização, pois o habitual é as empresas contratarem esse serviço terceirizado”. São quatro profissionais, que recebem treinamento específico, envolvendo técnicas de aplicação do material (manta asfáltica aquecida a 300 graus, a partir de asfalto rígido modificado), e equipamentos de proteção, como luvas e aventais de couro, coletes/jaquetas e extintores. Segundo Oliveira, o 16

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processo anteriormente era feito de forma artesanal, utilizando maçaricos e tambores, que evoluíram tecnologicamente para aquecedores devidamente blindados, que podem ser movidos tanto eletricamente quanto à gás. O ganho de tempo impressiona: 100 quilos de massa asfáltica demoravam três horas para ser aquecidos, com o novo maquinário caiu para um total de aproximadamente 25 minutos. “Além de ganharmos tempo, houve redução do consumo de gás, aumentou a segurança dos operadores e a prevenção de acidentes”. No comparativo, o ganho em produção no canteiro da Dinâmica é de cerca de 80%. O trabalho de impermeabilização que antes consumia um período de três meses agora demanda um mês para ser executado. Assim, com o trabalho facilitado, o mesmo grupo de profissionais fica disponível para suprir outras áreas e contribuir com as demais equipes, assumindo novas tarefas na obra. (fotos: arquivo Dinâmica Engenharia)

JORCILEI DE OLIVEIRA MOSTRA O EQUIPAMENTO AO LADO DE COLEGAS DA DINÂMICA ENGENHARIA



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AT É R I A D E C A PA

CRISE HÍDRICA EM GOIÁS ESPECIALISTAS E AGENTES PÚBLICOS DIVERGEM SOBRE A QUESTÃO Várias cidades brasileiras têm enfrentado dificuldades para garantir o abastecimento de água de sua população. Notícias sobre a baixa do nível dos reservatórios se tornaram corriqueiras, assim como as reclamações dos habitantes que, sem água nas torneiras, cobram iniciativas dos entes públicos para resolver a questão, temendo que a crise se agrave ainda mais. Em Goiás a situação pode não ser tão grave, mas opiniões divergem sobre a real condição da disponibilidade, qualidade e durabilidade dos recursos hídricos da região. Na visão do secretário de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), Vilmar Rocha, o Estado não enfrenta crise hídrica, mas sim problemas sistêmicos. “Não temos uma crise hídrica em Goiás e nem expectativa de termos, como a que aconteceu no Sudeste este ano, principalmente em São Paulo. Não temos esse risco aqui”. Diagnóstico recente apontou que cerca de 25, dos 246 municípios goianos, enfrentam problemas em relação à água. Goiânia integra este grupo de 25 cidades com problemas, que Rocha afirma serem pontuais e momentâneos, tendo em vista que os mananciais estão em boas condições e a Barragem do João Leite está acima de sua capacidade. Ele se demonstrou confiante na manutenção do abastecimento, pois as duas regiões de maior concentração populacional, a Região Metropolitana de Goiânia e o Entorno do DF, já contam com infraestrutura que deve garantir água para a população, por meio dos sistemas João Leite e Corumbá IV. Para o secretário, o 18

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Estado de Goiás possui dois problemas neste sentido. Primeiro, a adequação do sistema em algumas cidades, pois há a água, mas é necessário melhorar a distribuição. O segundo ponto é mudar as fontes de captação, que estão esgotadas em alguns municípios, carecendo então de direcionamento para outras fontes. O secretário destacou que a pasta está planejando o futuro, “não vamos esperar o problema acontecer”. Esse planejamento consta do Plano Estadual de Recursos Hídricos lançado neste ano. O órgão publicou recentemente dois editais para promover os programas de proteção e recuperação das nascentes. O primeiro visa selecionar produtores rurais da Bacia do João Leite, para os quais serão direcionados recursos diretamente a fim de que eles façam a conservação da água e proteção das nascentes; o segundo Edital vai selecionar projetos de prefeituras e entidades, VILMAR ROCHA, SECRETÁRIO DA SECIMA


LUIZ NOVO, SUPERINTENDENTE DE COMUNICAÇÃO E MARKETING DA SANEAGO

quando serão direcionados até R$ 300 mil para cada projeto, o que totalizará um investimento de três milhões de reais para a proteção ambiental. O superintendente de Comunicação e Marketing da Saneago, Luiz Novo, concorda com o secretário Vilmar Rocha no sentido de que Goiás não passa por uma crise hídrica. “A nossa situação é muito diferente do que ocorre hoje em outros estados. Os mananciais e reservatórios da capital e do interior de Goiás estão regulares, não havendo pontos críticos neste momento. Ainda assim, o Governo e a Saneago estão projetando diversas obras para ampliar a produção de água e evitar o desabastecimento nos municípios goianos”, destacou ele. Novo informou que o principal desafio desta questão é identificar e sistematizar os problemas para, a partir daí, estabelecer um planejamento efetivo, com metas, passos, prazos e objetivos bem definidos. Nesse sentido, um grande aliado do Governo de Goiás será o recém-lançado Plano Estadual de Recursos Hídricos. Com base nessa política, poderão ser colocados em prática todos os compromissos elencados para a gestão de recursos hídricos durante os próximos anos: debater a cobrança pelo uso da água, efetivar a fiscalização de recursos hídricos, consolidar os comitês de bacias, gerir a informação de usos e outorgas, empreender ações de conservação, economia e valorização da água e atuar na garantia de abastecimento para todo o Estado.

mentação da complexa teia hidrográfica que parte do centro do Brasil em direção norte, nordeste e sul do Continente. Ocorre que, de acordo o pesquisador do meio ambiente, a partir de 1970 uma nova matriz territorial, imposta pelo grande capital, se instalou na região, implicando na retirada da vegetação nativa das áreas de recarga dos aquíferos, e sua substituição por vegetação de raiz sub-superficial. “Com o passar do tempo, os aquíferos deixaram de ser recarregados, como eram outrora, e foram diminuindo de nível até chegarem à situação crítica em que se encontram atualmente. Isto não é invenção, mas fruto de um modelo econômico que transformou o Cerrado numa fronteira de expansão econômica, sem levar em consideração seus aspectos evolutivos e sua ecologia”. Indagado sobre a possibilidade de recarga do lençol freático ante a diminuição da vazão dos rios do aquífero da região, o professor Altair Barbosa informa que existem tecnologias artificiais que podem ser utilizadas para a recarga dos aquíferos. Entretanto, alerta ele, “a diminuição do nível dos aquíferos é um processo irreversível, pois a normalização destes depende de muita água e do fator tempo, calculado em alguns milhões de anos”.

SHELLEY CARNEIRO, GERENTE EXECUTIVO DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE DA CNI

“Infelizmente, a crise hídrica decorre de fatores ambientais”

Diretor do Instituto do Trópico Subúmido e pós-graduado em Geologia, Arqueologia e Ecologia, entre outros títulos, o professor de Antropologia Social na PUC Goiás, Altair Sales Barbosa afirma que a crise hídrica “infelizmente, existe em decorrência de fatores ambientais”. Ele explica que as bacias sedimentares situadas na região do cerrado e localizadas entre os crátons (estruturas geológicas antigas e ricas em minérios) da Amazônia e do São Francisco abrigam, ou abrigavam, grandes lençóis artesianos, conhecidos como aquíferos, responsáveis pelo nascedouro e ali-

PROFESSOR ALTAIR SALES BARBOSA, DIRETOR DO INSTITUTO DO TRÓPICO SUBÚMIDO

Gestão dos recursos hídricos com participação empresarial

O gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Shelley Carneiro, sustenta que “a indústria tem capacidade tecnológica e pode fazer parte de um processo mostrando que é possível haver uma solução mais adequada para a gestão da água no Brasil”. A orientação da CNI é que as empresas continuem a investir em iniciativas de recirculação interna e reuso dos recursos hídricos. Afinal, o uso sustentável dos recursos naturais é decisivo para reduzir os custos e garantir a competitividade das empresas. Nesse sentido, é fundamental que a representação dos empresários participe das decisões estratégicas de responsabilidade do governo. Dados apresentados pelo gerente da CNI mostram que a indústria atualmente responde por 17% do total da água captada dos rios e reservatórios no Brasil, para a fabricação de produtos como bebidas, cosméticos e alimentos, em operações de lavagem e na geração de energia, entre tantas outras atividades. Os 83% restantes são destinados a outros segmentos e ao consumo doméstico. MAIO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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AT É R I A D E C A PA

“Hoje, a dificuldade no abastecimento de água afeta a indústria de forma geral”, pondera Shelley Carneiro, “mas os efeitos de uma eventual restrição ou interrupção no abastecimento teriam um impacto ainda maior na atividade de pequenas e médias empresas. Um grande contingente desses empreendimentos é cliente das companhias de saneamento e não dispõe dos meios e tecnologias de reuso de água ou acesso a poços artesianos”. Por isso, adverte, “qualquer corte não programado afetará diretamente sua produção e faturamento, podendo causar desemprego ou mesmo deterioração de ativos, como fornos e equipamentos que dependem de água para a sua manutenção”.

Práticas sustentáveis e reconhecimento da sociedade Os frequentadores do Shopping Estação Goiânia podem até nem perceber, mas o empreendimento dispõe de torneiras com redução de vazão de água e descargas ecológicas. Além disso, utiliza coleta de água pluvial, volume que é direcionado às descargas e na limpeza do Shopping, não sendo necessário usar a água produzida pela Saneago para essa finalidade. As boas práticas de redução de consumo de água foram implementadas no complexo de comércio e serviços formado pelo shopping, construído há oito anos, e pelo hotel vizinho, o Go Inn, com 217 apartamentos, construído mais recentemente, há três anos. Estas medidas foram adotadas ainda na planta dos dois empreendimentos, comenta Marcelo Alves, gerente de Operações do Shopping Estação Goiânia. “O Hotel Go Inn foi concebido com a premissa do Estação Goiânia. Ambos praticam o conceito de uso sustentável da água, evitando-se o desperdício de grandes volumes de água. No caso dos dois projetos foi prevista a instalação de tubulações separadas para a rede de descarga e lavagem. Como resultado, o reaproveitamento de água representa 30% do consumo de água dessas edificações”, atesta Marcelo Alves. Além disso, a instalação de painéis solares para aquecimento da água nos apartamentos do Go Inn garante uma economia de 70% da energia consumida para esta finalidade. O engenheiro adianta que outras práticas sustentáveis estão em estudos, envolvendo o uso da energia fotovoltaica e da energia solar. A EBM Desenvolvimento Imobiliário, por sua vez, entrega seus empreendimentos com vários itens que promovem o con-

MARCELO ALVES, GERENTE DE OPERAÇÕES DO SHOPPING ESTAÇÃO GOIÂNIA

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LYVIA MENDONÇA QUEIRÓZ, GERENTE DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS DA EBM

sumo sustentável, de acordo com a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos da empresa, Lyvia Mendonça Queiróz. “Já desenvolvemos um padrão que vem de série em nossas edificações. E constantemente pesquisamos novos itens, como um reservatório para reuso de água de ar condicionado para um empreendimento comercial que será lançado no segundo semestre deste ano”, adianta a engenheira. Essa preocupação com a sustentabilidade encontra o respaldo de um mercado cada vez mais consciente, que se adapta para oferecer ao usuário itens que representem economia de gastos com água e preservação do recurso. De acordo com Lyvia Queiróz, existe um custo adicional para a empresa no início do processo, mas traz retorno no longo prazo para o próprio negócio. “Além da aceitação crescente dos nossos produtos junto aos clientes, existe o reconhecimento da comunidade, expresso nas várias premiações conquistadas pela EBM no quesito sustentabilidade”, complementa ela.

Consciência internalizada e Cartilha Sustentável Nos canteiros de obras também são realizadas reuniões para estimular o hábito do uso consciente dos recursos, bem como afixação de cartazes e placas para lembrar os colaboradores de desligar as luzes ao sair, fechar as torneiras etc. A construtora também disponibiliza aos usuários, funcionários e fornecedores a “Cartilha Sustentável”, abordando os impactos ambientais do consumo dos recursos naturais e como mitigá-los sem grandes esforços, mas com atenção e adoção de atitudes simples. A gerente da EBM exemplifica alguns itens relacionados à economia de água: torneiras/misturadores com arejadores de vazão constante e registro regulador de vazão, que evitam respingos na cuba e desperdício de água, permitindo aos usuários dos apartamentos que regulem conforme sua necessidade; torneiras para lavatórios de ambientes sociais da área comum de lazer com acionamento manual e fechamento automático, que reduzem o desperdício de água; bacias sanitárias com caixa acoplada de duplo acionamento (seis e três litros), possibilitando a escolha do usuário para o tipo de resíduo: para se ter uma ideia, em uma casa com quatro pessoas, com uma média de 16 descargas/dia, a economia é de aproximadamente 65 m³ de água em um ano; infraestrutura para medição individualizada de água fria, proporcionando ao cliente precisão e conscientização no uso da água, pois o consumo total do empreendimento não será dividido entre as unidades privativas.


Radiografia dos recursos hídricos em Goiânia Segundo o superintendente de Comunicação e Marketing da Saneago, Luiz Novo, em Goiânia, o atendimento com água tratada é considerado universalizado, com cobertura de 100% da capital. Já o serviço de esgoto alcança 84,5% da população. Esse percentual em breve deve superar os 93%, com a construção de mais de 1.000 km de redes na região noroeste da Capital. No Estado de Goiás como um todo, o índice de atendimento com água tratada é de 95,3%, beneficiando mais de 5,3 milhões de pessoas. Com esgotamento sanitário, o índice chega a 49,1%. A universalização do abastecimento de água em Goiás é meta prioritária da Saneago para os próximos anos, de acordo com o cronograma de obras em andamento. Em relação aos serviços de esgotamento sanitário, o objetivo da empresa é elevar o índice de atendimento para atingir as metas estabelecidas no Plano Nacional de Saneamento Básico (PNSB). A evolução do índice de atendimento nos últimos 16 anos já supera 175%. Goiânia é a capital com o menor índice de perdas durante o processo de tratamento e distribuição de água: 21,5%, número bem abaixo da média nacional, que é de 37%, segundo relatório

do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), referente ao ano de 2013. Em âmbito nacional, o Estado de Goiás detém a segunda posição nesse ranking, ficando atrás apenas do Distrito Federal, que tem uma extensão de redes de distribuição menores do que as do Estado de Goiás. Para Luiz Novo, um dos principais motivos para o desperdício de água tratada são os vazamentos nas redes. O procedimento para retirada de vazamentos tem início a partir de uma ligação do cliente ou da identificação do próprio sistema. “O trabalho de combate às perdas de água na Saneago vem sendo executado através de diversas ações: desenvolvimento do cadastro técnico, simulação hidráulica de sistemas de abastecimento de água, através do software de engenharia Epanet, setorização de sistemas, modulação dos mesmos através do controle de pressão, instalação de Válvulas Redutoras de Pressão, macromedição, micromedição, automação e o controle ativo de vazamentos na rede de distribuição. Quanto aos resultados alcançados em termos do índice de perdas médio, observa-se uma redução significativa de 3,5%, desde 2011”, informou o superintendente de Comunicação e Marketing da empresa de saneamento.

PRINCIPAIS OBRAS NO ESTADO No ano de 2014, a Saneago investiu R$ 577,8 milhões na melhoria dos serviços. O valor global previsto no orçamento para ser investido em saneamento básico em Goiás no ano de 2015 é R$ 390,4 milhões. Entre os investimentos, destacam-se o Sistema Produtor Mauro Borges, destinado a atender Goiânia e Região Metropolitana, e o Sistema Corumbá IV, para atender o Entorno Sul de Brasília.

Goiânia: O Sistema Produtor Mauro Borges é a mais im-

portante obra de saneamento do Estado de Goiás e a maior em execução no Brasil. O complexo compreende, além da Barragem Dr. Henrique Santillo, também conhecida como Barragem do Ribeirão João Leite, uma Estação Elevatória de Água Bruta, uma Estação de Tratamento de Água e milhares de metros de adutoras. Hoje, os dois sistemas que abastecem a Região Metropolitana vêm trabalhando na capacidade máxima, produzindo 4,5 mil litros de água tratada por segundo. Com mais quatro mil litros que serão produzidos pelo Sistema Produtor Mauro Borges, o abastecimento estará garantido até meados da década de 2040, quando estima-se que a população local chegará a cerca de três milhões de pessoas.

Entorno Sul: O índice de 100% de abastecimento

com água tratada será uma realidade para diversas cidades goianas no Entorno Sul do Distrito Federal a partir do ano de 2016. Nesta data, a região será contemplada com a entrada em operação do Sistema Produtor Corumbá, obra que envolve R$ 350,8 milhões em investimentos e vai possibilitar a produção de 2.800 litros de água por segundo. O projeto é uma iniciativa dos governos de Goiás e do Distrito Federal, executada por meio do Consórcio Corumbá – Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) e Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Os municípios beneficiados serão Novo Gama, Luziânia, Valparaíso de Goiás e Cidade Ocidental (Goiás), além de Santa Maria e Gama (Distrito Federal).

Anápolis: Cerca de 98% da população de Anápolis é atendida pelo sistema de abastecimento por água tratada operado pela Saneago, sendo que 80% é fornecido pelo Sistema Piancó, 16% pelo Daia e 4% por Sistemas Independentes de Poços. O sistema Piancó produz 880 l/s e o sistema Daia 140 l/s, em média. Nos últimos meses de 2014, a cidade passou por obras de ampliação do Sistema de Abastecimento de Água. Iniciado em 2011, o projeto previa duas etapas. A primeira foi finalizada em setembro do ano passado e a segunda tem previsão de término em 2017. Foram construídos 15,5 quilômetros de adutoras, que irão levar água das duas unidades de captação instaladas no Ribeirão Piancó até a Estação de Tratamento de água de Anápolis, que também será ampliada, aumentando a capacidade de produção para 1.200 litros por segundo. Para fazer a distribuição de todo o volume produzido, já foram construídos mais de 20 quilômetros de adutoras de água tratada, que alimentarão seis novos reservatórios, aumentando a capacidade de armazenamento do município para 40 milhões de litros. A capacidade de produção está sendo ampliada em 50%, com a produção de mais de 4,3 milhões de litros de água a cada hora, volume suficiente para garantir o abastecimento para a população anapolina até o ano de 2035.

Saiba mais Consumo médio diário de água tratada na Capital e nas cidades da Região Metropolitana: Goiânia Aparecida de Goiânia Goianira Trindade

251.818,06 m³/dia 46.856,11 m³/dia 4.259,42 m³/dia 14.286,17 m³/dia

Dados referentes ao mês de fevereiro de 2015. Fonte: Saneago.

MAIO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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I VA C O M S A Ú D E

BANCO DE EMPREGOS

DA CONSTRUÇÃO

Está precisando contratar colaboradores para sua empresa? Por meio do Banco de Empregos da Construção, o Sinduscon-GO disponibiliza para as empresas associadas e filiadas, a preços abaixo dos praticados pelo mercado, cadastros de profissionais de várias categorias. Confira, a seguir, algumas opções de profissionais que poderão integrar a sua equipe de trabalho:

ENGENHEIRO CIVIL D. O. A. Formação: Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC (2014). Experiência: Acompanhamento e fiscalização das obras, elaboração de relatório de acompanhamento das atividades, cronogramas físico-financeiro, planejamento, orçamento e levantamento de insumos, acompanhamento de medições, elaboração de ordem de serviço e de projetos de reforma das mesmas.

QUANDO O

SENTIMENTO AMEAÇA A SAÚDE

Atualmente recebemos um número cada vez maior de indivíduos em sofrimento clamando por ajuda. A sociedade reflete esse adoecimento. O sofrimento afeta todo ser vivente. Para cada um se apresenta de forma específica. As plantas, os animais irracionais, o homem. Crescemos e nos fortalecemos com as dores, crises e sofrimentos quando bem elaborados. Quando não se elabora adoecemos e morremos de alguma forma (física e emocional). Suicídios, depressões, ansiedades relacionados ao trabalho, à família, aos relacionamentos, às doenças... Erramos nas pequenas coisas que vamos deixando de fazer. Não respeitamos nosso corpo e nosso ser. Alimentação, atividade física, atividades sociais e espiritualidade vão ficando em segundo plano. Vivemos numa “normose” ou “anestesiados”, deixando de sentir verdadeiramente. Acostumamos até com o sofrimento e muitas vezes só reagimos quando começam a surgir os problemas que ameaçam nossa saúde. O somatório dos pequenos deslizes vão se acumulando e quando acordamos já estamos com IMC elevado, casamento já está em crise, os filhos já estão adoecidos, doenças já se instalaram, etc. Lembramos então de quando éramos felizes... quando éramos magros, quando éramos amados, quando tínhamos aquele emprego... saudade... Precisamos reagir e transformar o seco em verde buscando atitudes eficazes, persistência, resignação, autoestima, ajuda. Reflexão sobre si mesmo é o caminho, não nos conhecemos e esse encontro é necessário. No processo psicoterápico em doses homeopáticas o indivíduo consegue resignificar o caminho percorrido ampliando a própria visão. “Fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes” não faz sentido. Precisamos descobrir a felicidade nas pequenas alegrias (que se tornam rotinas) e viver o dia de hoje que é um presente. HELOISA S. PINTO é psicóloga do Seconci-GO. Horário de atendimento: segunda-feira (período integral) e de terça-feira a sexta-feira (das 7h às 13h)

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F. H. B. Formação: Pós-graduação em Gerenciamento de Projetos – FGV (2014). Experiência: Responsável pela execução de obras, realizando o planejamento e a coordenação das equipes de pavimentação e recapeamento asfáltico. Experiência com medições e fiscalização de obras, desde orçamentos contratuais até os processos de qualidade. J. O. C. Formação: Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC (2007). Experiência: Fiscalização e execução de barragem de terra e terraplanagem. Responsável pela estimativa de produção dos equipamentos como: operação e manutenção, seleção dos equipamentos de terraplanagem, construção de estradas de serviço, acompanhamento de locação topográfica, desmatamento e destocamento. T. R. L. Formação: Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC (2012). Experiência: Acompanhamento e execução da obra. Coordenação de equipe de obra. Fiscalização de serviços terceirizados, realização e controle de medições mensais. Atuação na área de planejamento e controle de obras.

CONTADOR E. R. S. Formação: Superior completo em Ciências Contábeis – (2000). Experiência: Rotinas contábeis fiscais e trabalhistas, gerenciamento de pessoal, implantação de rotinas de trabalho, planejamento tributário de empresas. Fechamento de impostos de qualquer natureza fiscal e regime de tributação. Planejamento e consulta de situação fiscal em todas as esferas públicas. J. R. S. C. Formação: Pós-graduando em Contabilidade Fiscal e Tributária – 2015. Experiência: Apuração fiscal de empresas do Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional, englobando ME’s, EPP’s, Ltda’s, S/S. Geração, análise, validação e entrega de obrigações acessórias como Sped ICMS/IPI. Contabilização, fechamento, acompanhamento, emissão e conferência de livros e relatórios contábeis. Configuração de estruturas, rotinas, histórica e integração contábil. K. C. O. Formação: Superior completo em Ciências Contábeis – (2003). Experiência: Processos contábeis, separação e análise de documentos, lançamentos contábeis, apuração de impostos retidos nas notas de terceiros (ISS, INSS, PIS/Cofins/CSLL), arquivo de documentos, assessoria para obras nas dúvidas pertinentes a área. R. M. O. Formação: Superior completo em Ciências Contábeis – (2010). Experiência: Fechamento de balancete mensal, envio de obrigações acessórias como SPED fiscal, GIA-MT, DCTF e DIPJ. Apuração de impostos ICMS. Controle de Finame’s, solicitações de CND’s federais, estaduais e municipais.

OBSERVAÇÃO: Também dispomos no Banco de Empregos cadastros de profissionais formados pelo Senai-GO em áreas operacionais. Para mais informações procure a Comissão de Qualidade e Produtividade/Desenvolvimento Humano do Sinduscon-GO, telefone (62) 3095-5170 (Paula Jacomini).


RH

& VOCÊ

GESTÃO DE DESEMPENHO:

o desafio organizacional Hoje em dia, um dos maiores desafios das empresas é gerir o desempenho ou a performance de seus colaboradores. Quando a avaliação de desempenho surgiu, na verdade o seu grande objetivo era possibilitar que gestores dessem feedback para seus colaboradores. Com o passar do tempo, as organizações evoluíram e surgiu a necessidade de utilizar algum padrão mais objetivo para medir o desempenho de seus funcionários. Aliado a isso, houve também a necessidade de começar a remunerá-los de maneira diferenciada e, desta forma, a nota da avaliação de desempenho começou a ser usada também para justificar o pagamento de bônus diferenciado. Dentre vários métodos de avaliação de desempenho, podemos citar a pesquisa de incidentes críticos, lista de verificação, escala gráfica e a moderna avaliação participativa por objetivos. E as formas de aplicação vão desde a autoavaliação e a avaliação do chefe, até o que denominamos 360° (que envolve todas as pessoas que têm algum contato com o avaliado). Existem muitos caminhos. Entretanto, o enfoque desse artigo é mostrar os cuidados necessários que uma empresa deve tomar ao implementar uma cultura de Gestão de Desempenho. A começar, mudamos o nome de avaliação de desempenho para Gestão de Desempenho, com base no princípio de que gerir o desempenho consiste em processo composto de três fases, que são: planejar o que será feito (as metas os objetivos); acompanhar o que foi feito (com isso já vai se dando feedbacks e corrigindo rotas) e, por fim, avaliar (essa avaliação serve também como um início de um novo planejamento, de um ciclo do processo de gestão de desempenho). O início de uma metodologia eficaz de implementação da cultura de gestão de desempenho nas empresas transcorre, inicialmente, por envolver todas as pessoas chave, desde o planejamento desta metodologia de avaliação e não apenas na execução. Envolve também despertar o interesse das pessoas sobre a importância desse processo, ganhando seu comprometimento para ser percebida como justa (o maior desafio da avaliação de desempenho). Para tanto é necessário: 1 – Avaliadores capacitados, ou seja, que as pessoas responsáveis por aplicar a avaliação de desempenho sejam líderes, pares, colaboradores ou Recursos Humanos, dependendo da metodologia da empresa. É necessário que estas sejam percebidas como treinadas e capazes para avaliar o desempenho do colaborador; 2 – É preciso que o instrumento seja realmente eficaz para medir desempenho e que não seja uma ferramenta que meça outra coisa como satisfação no trabalho, alinhamento com gestores, etc.; 3 – A análise da pontuação desse instrumento precisa ser transparente e simples, estatisticamente falando. É importante que a pessoa, ao dar uma nota ou colocar algum comentá-

CYNDIA BRESSAN

rio, tenha clareza do quanto isso repercute em sua avaliação final e o quanto serve para que o instrumento seja percebido com maior justiça por parte dos integrantes da organização. A metodologia de implementação de um processo de gestão de desempenho em uma empresa perpassa, também, por um projeto piloto. Ou seja, no início, a avaliação deve ser feita apenas em um nível hierárquico ou em um departamento, sem envolver muitas pessoas. Dessa forma, a empresa vai criando a cultura e ao mesmo tempo adquirindo prática na aplicação dessas avaliações. Isso faz com que os próximos processos, que devem ser realizados formalmente de 6 meses até 1 ano, se tornem mais fáceis e envolvam mais pessoas, mais níveis hierárquicos e mais áreas. Ao se trabalhar a Gestão de Desempenho é também preciso ficar atento a certos erros, muitas vezes inconscientes, que cometemos no decorrer do processo. Dentre esses erros temos: 1 – Leniência: inflacionar, aumentar a nota dos indivíduos; 2 – Severidade: diminuir a nota dos indivíduos; 3 – Tendência Central: colocar todos os colaboradores na média; 4 – Recenticidade: ao fazer a avaliação de desempenho, principalmente se ela for apenas um dia durante o ano, o que não é recomendável, as pessoas só se lembram dos fatos mais recentes, das últimas semanas ou dos últimos meses. Para evitar esse erro é preciso que as avaliações sejam mais frequentes. É importante que tanto o gestor quanto o colaborador tenham evidências comprobatórias de como caminharam ou não para aquela meta. O que vale é aquele ditado “contra fatos não há argumentos”; 5 – Efeito de Halo: é feito de uma característica do indivíduo que se destaca positiva ou negativamente e se generaliza por todo o comportamento do mesmo. Por exemplo, pode ser uma pessoa pontual, mas, às vezes, não tem um bom relacionamento; não entrega resultado, mas é visto como um bom funcionário porque é pontual; ou, ao contrário, costuma chegar atrasado, mas entrega resultados, tem um ótimo relacionamento e conhece a estratégia da empresa. Avaliar desempenho é um grande desafio para o gestor, para o colaborador e para o RH. E é um desafio para toda a empresa no sentido que ela só vai crescer com a cultura da Gestão de Desempenho na medida em que todos a perceberem como planejamento de melhoria para o futuro e como um acompanhamento constante que traga desenvolvimento para o indivíduo e para a empresa que atinge suas metas e objetivos. CYNDIA BRESSAN, coordenadora do MBA Gestão de Pessoas por Competências, Indicadores e Resultados do Ipog, psicóloga Organizacional e do Trabalho e Coach

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Com cenário desafiador, especialista defende agenda de ajustes da política econômica para

RETOMADA DO CRESCIMENTO

No dia 13 de março, o Sinduscon-GO sediou encontro promovido pelo Fórum Goiano da Habitação, o qual integra juntamente com a Ademi-GO e o Secovi-GO, quando o mestre em Economia, Marcos Lisboa, vice-presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e ex-vice-presidente do Itaú/Unibanco (foto), apresentou o “Cenário Econômico 2015 para o segmento da indústria da construção”. O evento restrito, contou com a presença de cerca 50 participantes, entre empresários de diversas áreas e autoridades. A economista Maria Tereza Umbelino abriu o evento apresentando o Programa Brasil Mata Viva (BMV) aos empresários presentes. Em sua visão, “o BMV promove o encontro entre pessoas que ocupam áreas de reservas naturais e empresas no processo de construção da sustentabilidade do Planeta”. O programa possui uma forma de valorar e atestar o patrimônio natural, gerando as Unidades de Créditos de Sustentabilidade (UCS) e por meio da sua preservação, o Pagamento por Serviços Sustentáveis (PSA). Ele se propõe a proteger essas riquezas naturais e gerar uma combinação de negócios entre o protetor, as empresas investidoras e a sociedade, o que, segundo Maria Tereza Umbelino, resulta em expansão de divisas naturais, culturais e econômicas. A economista finalizou atestando que as empresas que investem neste programa podem compensar esse custo com ganhos em sua imagem e também com benefícios tributários. 24

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A consultora tributarista, Leliana Vieira, ex-delegada da Receita Federal, explicou sobre as “Políticas institucionais de sustentabilidade – efeitos tributários e oportunidades”. Segundo ela, os tributos também exercem papel extra fiscal para contribuir com a proteção das áreas de interesse social. Ela esclareceu que a UCS do BMV tem natureza jurídica de direito sobre bem intangível puro e incorpóreo transacionável, nos mesmos moldes definidos no Art. 3º, inciso XXVII da Lei 12.651/2012 (Código Florestal). Ela também informou como podem ser feitas compensações da aquisição da UCS, como dedução no Imposto de Renda; além de referenciar as possibilidades no campo de incentivos fiscais. O convidado especial do evento, economista Marcos Lisboa, falou sobre o atual cenário econômico brasileiro, relacionando-o com fatos históricos. Para ele, o ajuste fiscal no País é necessário, porém é somente reflexo de algo mais grave. Ele relembrou o Projeto Nacional Desenvolvimentista como uma negação da crise, quando a ideologia de proteção da economia nacional e a redução de benefícios tributários foram implantados no Brasil, após a década de 1950. Para ele, esses erros foram repetidos em 2008, tornando-se uma doença crônica, pois nunca foi tratada como deveria. Ele também criticou a política de crédito subsidiado pela classe empresarial. Para ele, é necessário promover o equilíbrio, pois com câmbio oscilante, juros altos e inflação subindo não se pode escapar do ajuste fiscal: “se o governo não o fizer, o mercado ajusta as contas para o governo, mas de forma nefasta”, afirmou. Uma das causas do atual momento delicado que o País enfrenta, segundo ele, é a série de políticas que comprometem gastos públicos que não cabem no orçamento, compromissos esses acumulados desde a década de 1990. “Se o governo quiser continuar honrando esses compromissos, os juros e impostos continuarão aumentando ano após ano”, alertou. Com discurso duro, ele criticou a política de proteção nacional, em que empresas que não geram recursos são mantidas por subsídios governamentais, citando como exemplo a indústria naval e a Zona Franca de Manaus. Em sua visão, essa prática gerou uma sociedade infantilizada, dependente do subsídio, com um agravante: alguém tem que pagar essa conta. Outro ponto crítico destacado por ele no atual cenário econômico brasileiro é a complexidade tributária “imensa”, regras múltiplas e não claras. Para Lisboa, a abertura da economia, a competição e a meritocracia do mercado são benéficas, podendo gerar resultados diferentes como no caso do agronegócio brasileiro que cresceu 295% nos últimos anos. O economista defendeu uma análise mais séria sobre os reais


desafios fiscais, a discussão da reforma previdenciária, reavaliar o controle dos investimentos advindo das contribuições sociais, o público deve ter acesso claro às informações. Ele também destacou a necessidade de que o Brasil estabeleça metas de desempenho, de aumento de produtividade, etc. “Precisamos encarrar o ajuste fiscal de frente. Não há agenda social mais importante hoje do que retomar o crescimento, reduzir distorções, parar com a economia da meia-entrada. O crescimento não retornará a menos que se enfrente essa agenda”.

Comunidade da Construção de Goiânia promove curso de Execução de Edificações em

PAREDES DE CONCRETO A Comunidade da Construção de Goiânia promoveu, em parceira com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e o Sinduscon-GO, o curso de Execução de Edificações em Paredes de Concreto, no dia 24 de março, na sede do Sindicato. O aprimoramento foi direcionado a engenheiros, arquitetos, gestores de obras, tecnólogos, técnicos e demais profissionais ligados à prática de obras na construção civil. O curso foi ministrado pelo engenheiro civil Ricardo Brito. O profissional compõe a equipe da CLP Engenharia na assessoria técnica e gerencial para a concepção e implantação de sistemas construtivos eficientes, com foco no sistema Parede de Concreto, tendo participado da comissão de elaboração da ABNT NBR 16055:2012 – Parede de Concreto moldada no local para a construção de edificações. Para ele, o Sistema, por suas características, é muito adequado às necessidades do atual cenário habitacional brasileiro, principalmente em relação às Habitações de Interesse Social. Dentre essas características ele elencou a solidez da edificação, a simplicidade e baixo custo de manutenção, e a durabilidade, pois por se tratar de uma edificação em parede de concreto armado, é extremamente durável, se feita seguindo os requisitos normativos, conferindo maior vida útil ao imóvel. Em segundo ponto, ele destacou que esse sistema construtivo diminui drasticamente as etapas construtivas e os materiais a serem manipulados e processados, e com isso consegue-se reduzir o prazo de construção das edificações. “Logicamente isso também está ligado a uma gestão integrada de todos os componentes e etapas do empreendimento ou edificação”, ressaltou. Brito explicou que pelo fato do Sistema permitir a construção de imóveis em escala e em menor tempo, unindo a questão da durabilidade e ma-

nutenção, contribui para a redução do déficit habitacional. Em relação à compatibilização do Sistema Parede de Concreto frente aos requisitos da NBR 15575 – Norma de Desempenho das Edificações, ele esclareceu que o Sistema não é novo, tendo ganhado força partir de 2007 para fazer frente às políticas públicas de habitação de interesse social, assim seus parâmetros mínimos já foram discutidos em sua relação com a Norma de Desempenho antes mesmo de que ela entrasse em vigor. Então, em sua visão, Paredes de Concreto é um sistema que já está muito compatibilizado com os requisitos da NBR 15575, em comparação a outros sistemas construtivos. Segundo o engenheiro há alguns questionamentos, principalmente no que tange à questão de isolamento acústico, que estão sendo amplamente discutidos, mas em sua visão não são impactos exclusivos do Paredes de Concreto, mas de vários sistemas como os que utilizam lajes de concreto armado, alvenaria estrutural, etc. Para evitar patologias nas obras, o engenheiro reforçou que os problemas técnicos surgem geralmente em dois momentos: no processo executivo, quando se unem os materiais com os processos e procedimentos, o que exige o controle tecnológico na obra; e em longo prazo, após a execução do empreendimento. Ele lembrou que o Brasil já tem tradição no uso de estruturas de concreto armado; dessa forma, em sua opinião, “se fizermos uma boa gestão de nossos processos nos canteiros de obra, faremos estrutura de concreto armado com algumas especificidades para o Sistema Paredes de Concreto, que se bem feitas têm duração prevista de até 100 anos ou mais”. Dentre os cuidados, foram abordadas questões executivas tanto quanto questões de projeto, que dão apoio a eliminação de problemas iminentes ou futuros. Ele ressaltou a importância das fases de projeto e planejamento dos empreendimentos em geral. “Vejo que no Brasil temos certa cultura de projetar e planejar em pouco tempo e construir em tempo maior, aí chamo a atenção para que coloquemos como fundamental e muito importante as fases de projeto para que quando iniciarmos uma obra tenhamos todas ou quase todas as condicionantes, especificações, dimensionamentos, tudo previamente definido, para que na execução da obra nos aproximemos de linhas de montagem, que é o queremos: a industrialização dos sistemas construtivos”, orientou o palestrante. MAIO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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Indústria da construção debate Responsabilidade Social em

CICLO DE SEMINÁRIOS O Sinduscon-GO sediou no dia 16 de março, o ciclo de Seminários de Gestão Empresarial Estratégica e Responsabilidade Social, iniciativa promovida pelo Fórum de Ação Social e Cidadania (Fasc) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Departamento Nacional do Sesi, Seconci Brasil e Seconci-GO. O evento já passou pelo Distrito Federal e Palmas, seguindo para Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, Fortaleza e Curitiba. O encontro direcionado a empresários visou mostrar como a Responsabilidade Social reafirma o posicionamento e o relevante papel das empresas do setor mesmo diante da crise que o País vive atualmente. A dinâmica do seminário teve como proposta alinhar o conhecimento sobre o que é Responsabilidade Social e inspirar as empresas para a mudança rumo ao crescimento sustentado, por meio da apresentação de cases de sucesso. Para o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, a Responsabilidade Social das empresas deve ser encarada como o seu posicionamento em relação à sociedade, de forma que a organização busque, por meio de projetos, devolver à comunidade uma parcela dos benefícios adquiridos. “A importância deste evento está na divulgação das boas práticas já desenvolvidas para que sirvam de incentivo a outras empresas, ampliando a rede de ações positivas e gerando maior reconhecimento social para a atividade empresarial”, destacou. O mestre em Administração com especialidade na área de Responsabilidade Social, João Paulo Vergueiro (foto), apresentou a palestra “Estratégia Empresarial e Responsabilidade Social na Indústria da Construção”. Ele reconheceu que a razão de ser de uma empresa é a geração de lucro, mas pontuou que as organizações empresariais podem gerar receita de forma responsável e sustentável, fazendo com que seus impactos sejam positivos em relação à comunidade, ao meio ambiente, etc. Ele

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afirmou que a consciência da importância da Responsabilidade Social Corporativa (RSC) precisa ser expandida. Atualmente, é algo que advém da crença e dos valores de seus dirigentes, mas está se tornando cada dia mais uma obrigação, ao passo que as empresas que não a praticarem ficarão para trás. Vergueiro falou sobre o Investimento Social Privado, uma forma de as empresas se relacionarem com o público que está diretamente ligado à organização, como a comunidade local, institutos, ONG’s, etc. A iniciativa ocorre por meio da alocação voluntária e estratégica de recursos privados para o benefício público. Assim, a empresa pode operar o investimento social diretamente, com a criação de fundações, institutos, etc.; pode ser doadora, organização apoiadora de outras entidades; e também pode promover a cultura de doação incentivando a participação dos funcionários. Ele orientou que a Responsabilidade Social deve ser um valor compartilhado por toda a organização, começando pelo topo. Somente assim o negócio sustentável prosperará. Finalizando sua fala, o professor reforçou a importância da RSC, pois é estratégia para auxiliar as empresas a permanecerem em atividade e em crescimento mesmo em momento de crise.

Do canteiro para casa

Na etapa de Goiânia o evento contou com a palestra de Mário Andrade Valois, diretor da Dinâmica Engenharia, e Otávio Lage de Siqueira Filho, diretor da Jalles Machado. Em sua exposição, o engenheiro Mário Valois fez um apanhado das ações adotadas pela empresa em seus canteiros de obras ao longo dos últimos anos. Inclusive algumas dessas práticas de alcance social inseridas no Programa Família Mais já foram reconhecidas nacionalmente em premiação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção entregue durante o 86º Encontro Nacional da Indústria da Construção realizado na capital goiana em maio de 2014. Inicialmente, houve a implantação de programas de alfabetização e educação integrada para jovens e adultos. A empresa passou então a disponibilizar cursos direcionados às esposas de funcionários, ensinando a fabricação doméstica de bombons, bijuterias, bordados em sandálias e bolos de aniversário, como fonte extra de renda familiar. Na Dinâmica há quatro anos, a técnica de Segurança do Trabalho Cintia Dornele de Souza, é uma das incentivadoras desses cursos realizados com apoio do Sesi. Durante o Seminário, a técnica contou que ela própria frequentou o curso de bombons. “No começo, meu marido não gostou da ideia achando que essa atividade atrapalharia as tarefas de casa. Mas quando abri a caixa de sapato onde guardo o dinheiro da venda dos bombons e tinha mil e duzentos reais, ele me perguntou: quando vai ser o próximo curso?”, provocando risos dos presentes. Cintia afirmou que depois do curso já comprou geladeira e sofá novos, e que a iniciativa acabou contagiando suas cunhadas e amigas. “Recebi até proposta de vizinhas me perguntando se eu queria sócia no negócio, e eu disse não!”, arrancando mais risos com seu comentário. A técnica de Segurança do Trabalho


reconhece a preocupação e o empenho da construtora com o crescimento do trabalhador no canteiro de obras e também da família do funcionário, afirmando que a adoção dessas práticas gerou uma cultura de responsabilidade e integração na equipe de colaboradores, o que resulta em retorno positivo para a empresa e a comunidade. Retomando seu relato, Mário Valois (foto acima) apresentou o Programa Família Horta, que consiste na impermeabilização de floreiras, evitando-se a manutenção pós-obra. “Esse exemplo o funcionário leva para casa, onde planta e colhe para o seu próprio consumo e de sua família. São pequenas atitudes, simples e baratas, mas que têm retorno muito significativo na disseminação das boas práticas de sustentabilidade”, atestou o empresário, informando ainda sobre o Programa Música no Canteiro de Obra. Antes de concluir anunciou que novos cursos, como pequenos reparos domésticos e reforma independente já estão programados, atendendo a sugestões dos funcionários e familiares.

diretos nas duas unidades no período da safra (que dura oito meses) ou 2,9 mil empregos na entressafra. Ao mesmo tempo em que gerava desenvolvimento para a região de Goianésia, durante sua trajetória de 34 anos a Jalles Machado implantou uma série de ações de responsabilidade social que muitas vezes extrapolaram o seu quadro de colaboradores ao se estender à comunidade. A empresa disponibiliza às famílias dos colaboradores acesso a clubes recreativos, atividades esportivas, escolinhas de futebol e natação para crianças em parceria com o Sesi (Programa Atleta do Futuro) e um departamento de promoção e assistência social com atendimento médico, odontológico e acesso a medicamentos em farmácia. A Fundação Jalles Machado mantém uma escola de primeiro grau na cidade para os filhos dos trabalhadores, onde são realizados concursos de redação com bolsas de estudos oferecidas aos vencedores. E também a Rádio Educativa Itajá FM. Otávio Lage de Siqueira Filho explicou que o grupo conta com um projeto de educação, qualificação e treinamento da mão-de-obra com apoio do Senar e do Senai. “O objetivo é estimular a ascensão profissional dos trabalhadores nas indústrias, mas também incentivamos o empreendedorismo e a abertura de negócios próprios como alternativa de trabalho e geração de renda”, destacou o empresário. Na prática, para minimizar os efeitos da mecanização no corte/colheita da cana, a Jalles Machado implantou o Projeto Seringueiras, com o plantio e replantio de mudas amenizando o desemprego na atividade.

Mais qualidade de vida

Em seguida, foi apresentada a história da Usina Jalles Machado, que teve seu projeto iniciado em 1980 com o plantio de cana-de-açúcar. Três anos depois processava etanol com o resultado da primeira colheita, e a partir de então atingindo uma produção que crescia 10% ao ano, segundo o empresário e ex-prefeito de Goianésia, Otávio Lage de Siqueira Filho (foto ao lado). Anos depois, uma nova planta industrial, a Unidade Otávio Lage, surgiu para agregar a cogeração de energia elétrica à produção de etanol, com o processamento de quatro milhões de toneladas de cana. A empresa exporta 2/3 do que produz e hoje é responsável por 3,7 mil empregos

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Diretoria do Sinduscon-GO apoia Núcleo de

PROTEÇÃO AOS QUEIMADOS

O Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás elegeu que ao longo de 2015 todas as ações de Responsabilidade Social Empresarial que a entidade realizar serão focadas no apoio ao Núcleo de Proteção aos Queimados (NPQ). A fim de apresentar a instituição aos empresários da indústria da construção, o Sindicato realizou reunião no dia 09 de abril em sua sede, com a presença da diretora do NPQ, Maria Thereza Sarto Piccolo, acompanhada da coordenadora geral, Rosa Serafim (foto acima). Na oportunidade, as representantes do NPQ falaram sobre as origens da organização não governamental institucionalizada em 1999 com a missão de divulgar a prevenção de acidentes junto à sociedade civil, apoiar tanto o paciente como seus familiares, reabilitar física e psicologicamente os sobreviventes de queimaduras, favorecer sua reinserção tanto no ambiente social como profissional e desenvolver pesquisas em prol da melhoria do tratamento e de suas sequelas. O organismo está diretamente vinculado ao Hospital de Queimaduras de Goiânia. As representantes do NPQ também participaram da reunião de Diretoria do Sinduscon-GO, no dia 14 de abril (foto ao lado), quando apresentaram aos diretores o referido projeto e suas ações, além de solicitar o apoio dos líderes presentes para a realização da tradicional Festa Junina, promovida pela organização anualmente. O evento configura a maior fonte de arrecadação de recursos destinados ao atendimento às vítimas de queimaduras. Neste ano, será realizado na área de estacionamento do Goiânia Shopping, nos dias 12 e 13 de junho (sexta-feira e sábado), das 19h à meia-noite, quando se espera receber duas 28

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mil pessoas. Durante a reunião, a Diretoria do Sinduscon-GO aprovou, por unanimidade, uma cota de doação individual de cada diretor à instituição. O Sindicato também recebeu em sua reunião mensal de Diretoria o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Anselmo Pereira, e o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Sustentável (Semdus), Paulo César Pereira. Anselmo Pereira convocou o empresariado da indústria da construção a acompanhar a agenda legislativa da Casa, citando diversas leis que impactam diretamente ao setor e deverão ser votadas ainda nesta gestão, como a Lei Ambiental, o Código de Posturas, Lei de Parcelamento do Solo, Planta de Valores, Revisão do Plano Diretor da cidade, Reforma do Código Tributário, Lei de Incentivo a Estacionamentos, Reforma Administrativa, entre outras. Anselmo afirmou defender que a Reforma Administrativa seja eminentemente técnica e que se busque pessoas qualificadas para gerir cada área específica. O secretário Paulo César, que é engenheiro, também defendeu o caráter técnico que deve ser mantido nas secretarias, pontuando somente que é necessário que os técnicos tenham visão político/administrativa. Ele relatou o trabalho que tem desenvolvido na Semdus para elaborar o planejamento urbano da cidade e o regulamentar. Dentre outras inciativas de relevância, citou a busca pela profissionalização dos servidores públicos e a institucionalização de procedimentos claros e definitivos, visando à desburocratização dos processos. Ele abordou o Decreto 546 assinado pelo Prefeito de Goiânia, que objetiva agilizar a aprovação de projetos. Segundo César a finalidade é reduzir de mais de um ano para, no máximo, cinco meses o tempo para aprovação de empreendimentos na Semdus.


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AGENDA DE EVENTOS EVENTO

DATA HORÁRIO

Matemática Financeira Aplicada aos Negócios

08 e 09/05

08h às 17h

Sede do Grupo Destra

Desenvolvendo a Liderança Criativa

14 e 15/05

08h às 17h

Sinduscon-GO

Arquitetura e Construção de Cargos e Salários

15 e 16/05

08h às 17h

Sede do Grupo Destra

Formação de Líderes e Gestores

15, 16 e 17/05

18h às 23h (sexta), 08h às 19h (sábado), 08h às 13h (domingo)

Auditório do Empório e Restaurante República da Saúde

Excel Avançado e Planilhas Inteligentes

19, 20, 21, 26 e 27/05

18h45 às 22h45

Unidade 1 do Ipog

Gestão e Marketing de Escritório de Engenharia e Arquitetura

29, 30 e 31/05

18h às 23h (sexta), 08h às 19h (sábado), 08h às 13h (domingo)

Auditório do Empório e Restaurante República da Saúde

Formação Disc

30 e 31/05

08h às 19h (sábado), 08h às 13h (domingo)

Unidade 1 do Ipog

Seminário da Habitação Realização: Comunidade da Construção de Goiânia

20/05

13h30 às 18h30

Sinduscon-GO

FECONATI - Feira da Construção Atibaia Feira que apresenta soluções sustentáveis para a construção civil

28 a 31/05

10h às 20h (28 a 30/05) 10h às 18h (31/05)

Congresso de Construção Sustentável

28 e 29/05

13h às 18h

Seminário de Construção Sustentável – Sebrae-SP

29/05

10h30 às 12h30

Seminário de Construção Sustentável – Crea-SP

30/05

08h30 às 16h30

MAIO

Cursos de Curta Duração do Ipog

LOCAL

Estação Atibaia

INFORMAÇÕES / INSCRIÇÕES (62) 3933-2670 / 3933-2671 / (62) 3954-6888 viviane@grupodestra.com.br, comercial@grupodestra.com.br Site: http://www.grupodestra.com.br/

(62) 3945-5050 / cap@ipog.edu.br Site: http://www.ipog.edu.br/cap/ (62) 3945-5050 / cap@ipog.edu.br Site: http://www.ipog.edu.br/cap/

(62) 3945-5050 / cap@ipog.edu.br Site: http://www.ipog.edu.br/cap/

(62) 3945-5050 / cap@ipog.edu.br Site: http://www.ipog.edu.br/cap/

Mais informações: telefone (62) 3095-5178.

Mais informações: (11) 4411-3988 / (11) 4411-4421 / (11) 4411-7616 / contato@feconati.com.br Site: http://www.feconati.com.br/contato/precredenciamento-de-visitantes.html

ENDEREÇOS: Sede do Grupo Destra: Rua C-228, Qd. 536, Lt. 16, Jd. América, Goiânia-GO. Sinduscon-GO: Rua João de Abreu, nº 427, Setor Oeste, Goiânia-GO. Auditório do Empório e Restaurante República da Saúde: Rua 89, 655, Setor Sul, Goiânia-GO. Unidade 1 do Ipog: Av. T-1 esquina com Rua T-55, n° 2390, Qd. 105, Lt. 01/22, Setor Bueno, Goiânia-GO. Estação Atibaia: Av. Jerônimo de Camargo, 6308, Caetetuba – Atibaia-SP.

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SINDUSCON-GO • CONSTRUIR MAIS • MAIO 2015


Índice de confiança do Empresário da Indústria da Construção MARÇO DE 2015 MANTIDA FALTA DE CONFIANÇA EM MARÇO

GOIÁS ICEI - ÍNDICE DE

Pelo segundo mês consecutivo o ICEI da CONFIANÇA DO INDICADOR INDICADOR DE construção retroagiu, pondo fim a uma sequênEMPRESÁRIO INDUSTRIAL DE CONDIÇÕES EXPECTATIVA cia de resultados positivos e consecutivos de quaMAR / 2014 62,0 51,0 67,6 tro meses, quando o Índice saiu de 39,3 pontos ABR / 2014 62,2 50,3 68,1 registrados em setembro/2014 para 50,8 pontos MAI / 2014 53,1 43,8 57,8 em janeiro/2015. O recuo em março levou o ICEI JUN / 2014 49,9 39,9 54,9 a 42,6 pontos, portanto mantendo-se abaixo do JUL / 2014 45,2 38,9 48,4 desejado, sendo que em março/2014 foi de 62,0 pontos. Um resultado abaixo de 50 pontos, seAGO / 2014 47,3 33,8 54,0 gundo a metodologia da pesquisa, aponta para SET / 2014 39,3 31,3 43,3 uma situação desfavorável e de menor confiança OUT / 2014 43,0 31,5 48,7 dos empresários locais em relação aos próximos NOV / 2014 45,8 27,6 55,0 meses e do atual momento na comparação com DEZ / 2014 46,7 32,3 53,9 seis meses atrás. JAN / 2015 50,8 29,3 61,5 Os empresários do segmento vêm apresenFEV / 2015 45,8 28,3 54,2 tando comportamento de incerteza diante da MAR / 2015 42,6 28,5 49,3 retração do mercado, em especial com a elevação dos custos financeiros e as dúvidas quanto OBS: OS INDICADORES VARIAM NO INTERVALO DE 0 A 100. VALORES ACIMA DE 50 INDICAM EMPRESÁRIOS CONFIANTES - FONTE: FIEG aos programas habitacionais do governo federal e seu contingenciamento de despesas. sendo que o indicador abaixo de 50 pontos sinaliza desconfiança. O ICEI de março sofreu influência do indicador de expectatiO Indicador de Condições manteve-se em baixo nível, ou seja, hoje em relação a seis meses atrás a situação encontra-se abaixo vas, pois o mesmo regrediu de 54,2 pontos para 49,3. Voltando, do esperado. O indicador de março praticamente foi igual ao de portanto, a ficar abaixo de 50 pontos. Nos útlimos 12 meses isso fevereiro: 28,3 para 28,5. A percepção empresarial reflete o atual aconteceu nos meses de julho, setembro e outubro de 2014. A momento econômico, que pode ser caracterizado pela: elevada expectativa empresarial estava crescente de outubro/2014 a jainflação, baixo consumo, taxas de juros em alta, descrédito do neiro deste ano, alcançando inclusive a marca de 61,5 naquele governo federal, ajustes fiscais com redução de investimento e mês. Contudo, fevereiro e março apresentaram recuo de forma a corte de gastos na manutenção da máquina estatal. expressar o sentimento empresarial quanto aos próximos meses,

ICEI DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO BRASIL E GOIÁS

Nota da CEE/Sinduscon-GO: Seguindo a tendência nacional, a confiança do empresário goiano também está diminuindo. Apesar do empresário goiano não estar confiante, o nacional está mais pessimista ainda. A percepção empresarial reflete o atual momento econômico do País: descrédito no Governo e na administração das empresas públicas.

Nota Metodológica: o Índice de Confiança do Empresário Industrial elaborado pela FIEG tem como base os resultados da Sondagem Industrial, e varia de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. Para outras informações encaminhar e-mail para claudiohenrique@sistemafieg.org.br.

FIEG – Av. Araguaia, n° 1.544, Ed. Albano Franco, Casa da Indústria, Vila Nova, Goiânia/GO - CEP: 74645-070 | E-mail: claudiohenrique@sistemafieg.org.br | Telefone (62) 3219-1325 | Site: www.sistemafieg.org.br

MAIO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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CUB

CUSTOS UNITÁRIOS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO NBR 12.721:2006 – CUB 2006

PADRÃO RESIDENCIAL

PROJETOS

ANO 2015

MARÇO

0,134%

PADRÃO BAIXO

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

R-1

R-1

1.291,59

R-1

1.543,56

1.059,78

PP-4

945,69

PP-4

1.214,77

R-8

1.237,50

R-8

899,57

R-8

1.054,42

R-16

1.335,56

PIS

698,31

R-16

1.015,55

PADRÃO COMERCIAL*

PROJETOS PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

CAL-8

1.208,16

CAL-8

1.278,21

CSL-8

1.060,32

CSL-8

1.151,98

CSL-16

1.410,74

CSL-16

1.529,10

PROJETOS PADRÃO RESIDÊNCIA POPULAR (RP1Q)

1.085,62

PADRÃO GALPÃO INDUSTRIAL (G1)

584,53

*CAL: Comercial Andares Livres - CSL: Comercial Salas e Lojas

VALOR REFERENCIAL (R$/m²) R-16A

VARIAÇÃO MÊS %

VARIAÇÃO ANO %

VARIAÇÃO 12 MESES %

1.335,56

0,134

0,719

6,368

MATERIAIS

MÃO DE OBRA

EQUIPAMENTO

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

TOTAL

571,25

711,61

5,91

46,78

1.335,56

MÃO DE OBRA* PEDREIRO DE MASSA

*Custo médio R$/hora

h

6,96000

SERVENTE

h

4,97000

ENGENHEIRO

h

53,25000

PROJETOS-PADRÃO QUE COMPÕEM A NORMA NBR 12.721:2006 Padrão Baixo:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Projeto de Interesse Social (PIS)

Padrão Normal:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Padrão Alto:

Residência Unifamiliar (RI)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Comercial Normal:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Comercial Alto:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Residência Popular (RP1Q) Galpão IndustriaL (GI)

Os valores acima referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são correspondentes ao mês de MARÇO DE 2015. “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador”.

INDICADORES ECONÔMICOS ÍNDICES ECONÔMICOS

VARIAÇÃO

MÊS

ANO

INCC (FGV) / MARÇO

615,248

0,622

1,858

INPC (IBGE) / MARÇO

4.341,26

1,51

4,21

IGP-M (FGV) / MARÇO

569,536

0,981

2,028

12 MESES

7,344 8,42 3,160

INFORMAÇÕES: (62) 3095-5162 | www.sinduscongoias.com.br | e-mail: sebastiana@sinduscongoias.com.br (Comissão de Economia e Estatística)

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SINDUSCON-GO • CONSTRUIR MAIS • MAIO 2015


CUB

CUSTOS UNITÁRIOS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO NBR 12.721:2006 – CUB 2006

PROJETOS

ANO 2015

MARÇO

0,143%

PADRÃO BAIXO

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

R-1

989,40

R-1

1.194,04

R-1

1.437,71

PP-4

886,54

PP-4

1.128,50

R-8

1.155,57

R-8

843,97

R-8

976,89

R-16

1.243,51

PIS

650,37

R-16

940,97

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

CAL-8

1.121,63

CAL-8

1.190,86

CSL-8

982,32

CSL-8

1.071,83

CSL-16

1.422,34

CSL-16

PADRÃO RESIDENCIAL

PADRÃO COMERCIAL*

PROJETOS

1.306,89

DESONERADO

PROJETOS PADRÃO RESIDÊNCIA POPULAR (RP1Q)

992,28

PADRÃO GALPÃO INDUSTRIAL (G1)

541,14

*CAL: Comercial Andares Livres - CSL: Comercial Salas e Lojas

VALOR REFERENCIAL (R$/m²) R-16A

VARIAÇÃO MÊS %

VARIAÇÃO ANO %

VARIAÇÃO 12 MESES %

1.243,51

0,143

0,772

3,735

MATERIAIS

MÃO DE OBRA

EQUIPAMENTO

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

TOTAL

571,25

619,57

5,91

46,78

1.243,51

MÃO DE OBRA* PEDREIRO DE MASSA

*Custo médio R$/hora

h

6,96000

SERVENTE

h

4,97000

ENGENHEIRO

h

53,25000

PROJETOS-PADRÃO QUE COMPÕEM A NORMA NBR 12.721:2006 Padrão Baixo:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Projeto de Interesse Social (PIS)

Padrão Normal:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Padrão Alto:

Residência Unifamiliar (RI)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Comercial Normal:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Comercial Alto:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Residência Popular (RP1Q) Galpão IndustriaL (GI)

Os valores acima referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são correspondentes ao mês de MARÇO DE 2015 - DESONERADO. “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.”

NOTA TÉCNICA – tabela do CUB/m² desonerado Os valores do Custo Unitário Básico (CUB/m²) presentes nesta tabela foram calculados e divulgados para atender ao disposto no artigo 7º da Lei 12.546/11, alterado pela Lei 12.844/13 que trata, entre outros, da desoneração da folha de pagamentos na construção civil. Eles somente podem ser utilizados pelas empresas do setor da construção civil cuja atividade principal (assim considerada aquela de maior receita auferida ou esperada) esteja enquadrada nos grupos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0. Salienta-se que eles não se aplicam às empresas do setor da construção civil cuja atividade principal esteja enquadrada no grupo 411 da CNAE 2.0 (incorporação de empreendimentos imobiliários). A metodologia de cálculo do CUB/m² desonerado é a mesma do CUB/m² e obedece ao disposto na Lei 4.591/64 e na ABNT NBR 12721:2006. A diferença diz respeito apenas ao percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. O cálculo do CUB/m² desonerado não considera a incidência dos 20% referentes à previdência social, assim como as suas reincidências. Qualquer dúvida sobre o cálculo deste CUB/m² deve ser consultada junto ao Sinduscon-GO, com Sebastiana Santos, telefone (62) 3095-5162 (sebastiana@sinduscongoias.com.br).

MAIO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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E

U RECOMENDO

TRABALHO VOLUNTÁRIO Em dezembro de 2014, amigos do Sinduscon-GO me convidaram a participar como voluntária de uma ação de Natal do Núcleo de Proteção aos Queimados (NPQ). A atividade a mim designada foi ajudar na decoração da festa. Apesar de estar com vários compromissos profissionais e com pouco tempo para cumpri-los, me sensibilizei e aceitei o convite. Como não conhecia o trabalho, fui com o intuito apenas de ajudar a causa e aproveitar para rever os velhos e queridos amigos. Terminadas as atividades, resolvi ficar para a festa e foi a partir daí a minha surpresa: na hora marcada, um ônibus chegou com pessoas de várias idades, de crianças de 3 aninhos a pessoas adultas, todas vítimas de acidentes graves envolvendo queimaduras. Pude perceber a importância do trabalho do Núcleo de Proteção aos Queimados no que se refere à reabilitação e reinserção dessas pessoas na sociedade com respeito e dignidade. Impressionou-me a forma com que elas agiam perante cada situação, a confiança com a qual desempenhavam as atividades, apesar de estarem passando por tamanha provação. Vi crianças com cicatrizes no rosto, mas radiantes de felicidade ao ganharem um presente de Natal. Deparei-me em alguns momentos com mulheres com cicatrizes por todo o corpo, mas com a autoestima muito mais elevada

CAROL CHENDES

que a minha, que nunca passei por nada parecido. Após as festividades de fim de ano, fui conhecer mais a fundo o Núcleo de Proteção aos Queimados e vi que as famílias e amigos também participam ativamente no processo de recuperação dos pacientes, através de reuniões mensais, confecção de trabalhos de artesanato para arrecadação de fundos, dentre outras atividades. Depois dessa experiência, primeira de muitas, constatei que estes pacientes e suas respectivas famílias são verdadeiros heróis, aos quais vou ter como exemplo por toda a minha existência! Para quem deseja entrar nesse caminho, mas logo pensa: “ah, é voluntário, não vou receber nada por isso”, se engana cegamente. É um trabalho onde a remuneração é tamanha que não se compara a mais elevada quantia em dinheiro. Na verdade, hoje não considero o voluntariado ao NPQ um trabalho propriamente dito, mas sim uma grande escola onde tenho a oportunidade de aprender as mais valiosas lições a respeito da vida. Tenho certeza de que a minha contribuição não será grande coisa perto do retorno que venho recebendo em termos de aprendizagem e crescimento! Eu recomendo! CAROL CHENDES é arquiteta e voluntária do Núcleo de Proteção aos Queimados (NPQ)

NOVOS ASSOCIADOS MF INCORPORADORA E CONSTRUTORA LTDA.

A empresa foi fundada em 15/04/2013 pelos diretores Leandro Matheus Bastos Rassen e Fábio Duarte Rosique. A MF Incorporadora e Construtora Ltda. atua no ramo de incorporação de empreendimentos imobiliários. Sua sede está instalada na Rua do Saveu, s/n, Quadra 23, Lote 18, Casa 01, no Jardim Atlântico, em Goiânia (GO).

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SINDUSCON-GO • CONSTRUIR MAIS • MAIO 2015


MAIO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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