Revista Construir Mais - outubro 2013

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CUB AGOSTO

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REVISTA MENSAL DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NO ESTADO DE GOIÁS - SINDUSCON-GO

ANO IV, Nº 39 OUTUBRO/2013

ENTREVISTA COM O PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA TROPICAL URBANISMO E INCORPORAÇÃO, PAULO ROBERTO DA COSTA Pág. 6



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DITORIAL

Goiânia,

a Capital de todos nós Não é por acaso, que Goiânia foi a Capital escolhida para sediar nos dias 21, 22 e 23 de maio de 2014, o 86º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), uma realização da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Capital com um dos maiores potenciais de consumo do País, Goiânia será palco do principal evento do setor na América Latina, e o Sinduscon-GO e a Ademi-GO estão a todo vapor, organizando este importante acontecimento em nosso Estado. Para tanto, todos nós já estamos de braços abertos para acolher os congressistas, tendo como referência a nossa hospitalidade e a nossa alegria em estar cuidando dos preparativos para que tudo corra da melhor forma. A Construir Mais traz como principal matéria desta edição, reportagem sobre o aniversário de 80 anos de Goiânia. A jovem Capital, inicialmente planejada pelo urbanista Attílio Corrêa Lima para acolher uma população de 50 mil habitantes, completa no dia 24 de outubro deste ano seu octogésimo aniversário, abrigando uma população de aproximadamente 1milhão e 300 mil habitantes. Nosso perfil econômico baseia-se nas áreas de comércio, serviços públicos e na prestação de serviços e como toda cidade que cresce muito acima do planejado, precisamos unir esforços – governos estadual, municipal e sociedade civil – visando dar mais atenção ao planejamento urbano, executando prioritariamente os projetos que visam à melhoria da nossa infraestrutura e que atendam aos anseios da população. Precisamos estar atentos à execução de projetos, cujo foco seja essencialmente o técnico, deixando o viés político de lado – aqui chamamos atenção para que os projetos sejam muito bem executados, até mesmo para garantir a captação de recursos financeiros para sua implementação, sejam de órgãos de financiamento nacionais e/ou internacionais. Para tanto, a parceria entre os setores público e privado deve ser construída com base nas necessidades e demandas mais emergentes da cidade, olhando para o futuro sustentável da Capital, sem deixar de lado a legalidade e a ética. Acreditamos que juntos temos condições de trabalhar para que a nossa jovem Capital resolva alguns problemas

semelhantes aos de grandes centros urbanos que já afetam o nosso dia a dia, como a mobilidade urbana, saúde, segurança pública, habitação, uso do solo, geração de emprego e renda. Não poderíamos deixar de agradecer a todas as fontes ouvidas para a redação desta reportagem: o arquiteto Luís Fernando Cruvinel Teixeira e inúmeros empresários da Indústria da Construção, que disseram um pouco das suas expectativas sobre o crescimento da Capital para os próximos anos. A nossa revista apresenta ainda entrevista com o empreendedor Paulo Roberto da Costa, artigos dos engenheiros Antônio Alberto Basílio e Yuri Vaz de Paula, matérias nas áreas jurídica, segurança do trabalho, recursos humanos, inovação tecnológica, construção sustentável, saúde e muito mais. Dedicamos esta edição da revista Construir Mais a todos os goianienses, fazendo um convite para que juntos continuemos empenhados para cuidar da nossa cidade. Boa leitura! CARLOS ALBERTO DE PAULA MOURA JÚNIOR Presidente do Sinduscon-GO

DIRETORIA EXECUTIVA DO SINDUSCON-GO (2013/2016) Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior - 1º Vice-Presidente: Eduardo Bilemjian Filho - 2º Vice-Presidente: Guilherme Pinheiro de Lima - Diretor Administrativo: Manoel Garcia Filho Diretor Administrativo Adjunto: Luís Alberto Pereira - Diretor Financeiro e Patrimonial: José Rodrigues Peixoto Neto - Diretor Financeiro e Patrimonial Adjunto: Ricardo Silva Reis - Diretor da Comissão de Economia e Estatística: Ibsen Rosa - Diretor da Comissão de Economia e Estatística Adjunto: Maurício Figueiredo Menezes - Diretor da Comissão da Indústria Imobiliária: Mário Andrade Valois - Diretor da Comissão da Indústria Imobiliária Adjunto: Eduardo Bilemjian Neto - Diretor da Subcomissão de Habitação: Roberto Elias de Lima Fernandes - Diretor da Subcomissão de Legislação Municipal: Renato de Sousa Correia - Diretor de Materiais e Tecnologias: Sarkis Nabi Curi - Diretor de Materiais e Tecnologias Adjunto: Pedro Henrique Borela - Diretor da Comissão de Concessão, Privatização e Obras Públicas: João Geraldo Souza Maia - Diretor da Comissão de Concessão, Privatização e Obras Públicas Adjunto: Humberto Vasconcellos França - Diretora de Qualidade e Produtividade: Patrícia Garrote Carvalho - Diretora de Qualidade e Produtividade Adjunta: Aloma Cristina Schmaltz Rocha - Diretor de Construção Pesada: Sérgio Murilo Leandro Costa - Diretor de Construção Pesada Adjunto: Jadir Matsui - Diretor de Construção Metálica: Cezar Valmor Mortari - Diretor da Construção Metálica Adjunto: Joaquim Amazay Gomes Júnior - Diretor de Assuntos Jurídicos: Ricardo José Roriz Pontes - Diretora de Assuntos Jurídicos Adjunta: Selma Regina Palmeira Nassar de Miranda - Diretor da Subcomissão de Política e Relações Trabalhistas e Sindicais: Yuri Vaz de Paula - Diretor de Saúde e Meio Ambiente: Jorge Tadeu Abrão - Diretor de Saúde e Meio Ambiente Adjunto: Gustavo Veras Pinto Cordeiro - Diretor do Setor Elétrico e Telefônico: Ricardo Daniel Lopes - Diretor do Setor Elétrico e Telefônico Adjunto: Carlos Vicente Mendez Rodriguez - Diretor Social e de Comunicação: Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro - Diretor Social e de Comunicação Adjunto: Ulisses Alcoforado Maranhão Sá - Conselho Consultivo: Justo Oliveira d’Abreu Cordeiro, Paulo Afonso Ferreira, Mário Andrade Valois, Joviano Teixeira Jardim, Sarkis Nabi Curi, José Rodrigues Peixoto Neto, Roberto Elias de Lima Fernandes, Alan de Alvarenga Menezes, José Augusto Florenzano, José Carlos Gilberti - Suplentes: Bruno de Alvarenga Menezes, Marco Antônio de Castro Miranda, André Luiz Baptista Lins Rocha - Conselho Fiscal: Célio Eustáquio de Moura, Guilherme Pinheiro de Lima, Carlos Henrique Rosa Gilberti - Suplentes: Paulo Silas Ferreira, Ricardo de Sousa Correia, Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro - Representantes junto à FIEG: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior, Roberto Elias de Lima Fernandes - Suplentes: Eduardo Bilemjian Filho, Justo Oliveira d’Abreu Cordeiro Representante junto à CBIC: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior - Suplentes: Eduardo Bilemjian Filho, Guilherme Pinheiro de Lima.

OUTUBRO 2013 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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S UMÁRIO 5

Artigo “As principais intervenções na malha urbana necessárias à preparação de Goiânia para os seus 100 anos” é o tema do artigo do engenheiro civil Antônio Alberto Basílio.

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Entrevista O presidente do Conselho de Administração e diretor de Empreendimentos da Tropical Urbanismo e Incorporação, Paulo Roberto da Costa, fala sobre os pontos cruciais que interferem no desenvolvimento de Goiânia.

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Construção Sustentável Compensação de energia elétrica. Confira matéria sobre o assunto nesta editoria.

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22 Matéria de Capa

Artigo

Goiânia completa 80 anos

“Quando menos é mais” é o tema do artigo

Grandes desafios se apresentam

do diretor da Subcomissão de Política

à jovem Capital.

e Relações Trabalhistas e Sindicais do Sinduscon-GO, diretor de Saúde e Segurança do Trabalho do Seconci-GO e diretor do

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Grupo Engeseg, Yuri Vaz de Paula.

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O médico cardiologista, Dr. Sérgio Baiocchi Carneiro, aborda como combater o estresse,

Registro de Eventos A cobertura do 3º Encontro sobre Construção e Sustentabilidade (Ecos) teve destaque entre

um problema de saúde pública.

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Indicadores Econômicos

os eventos realizados pelo Sinduscon-GO no

Confira o valor do Custo Unitário Básico (CUB)

mês de setembro.

referente ao mês de agosto/2013.

REVISTA CONSTRUIR MAIS - Revista mensal do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO) Sinduscon-GO - Filiado à CBIC e FIEG. Rua João de Abreu, n° 427, Setor Oeste, Goiânia-Goiás - CEP 74120-110. Telefone: (62) 3095-5155 / Fax: (62) 3095-5177 - Portal: www.sinduscongoias.com.br | Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior | Diretor Social e de Comunicação: Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro | Gerente Executiva: Sebastiana Santos | Edição: Joelma Pinheiro | Reportagem: Aymés Beatriz B. Gonçalves (beatriz@ sinduscongoias.com.br), Joelma Pinheiro (joelma@sinduscongoias.com.br) e Valdevane Rosa (valdevane@sinduscongoias.com.br) | Fotografia: Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-GO e Sílvio Simões | Projeto Gráfico e Diagramação: Duart Studio | Publicidade: Sinduscon-GO - Telefone: (62) 3095-5155 | Impressão: Gráfica Art3 | Tiragem: 6.000 exemplares. Publicação dirigida e distribuição gratuita. *As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Consciente das questões ambientais e sociais, o Sinduscon-GO trabalha em parceria com a gráfica Art3, que utiliza papéis com certificação FSC (Forest Stewardship Council) na impressão dos seus materiais.

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Eu Recomendo

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ESPAÇO EMPRESARIAL

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RT I G O

As principais intervenções

na malha urbana necessárias à preparação de Goiânia para os seus 100 anos Em Goiânia o número de viagens em que os usuários utilizam o transporte coletivo é aproximadamente igual ao daqueles que utilizam o transporte individual, este fato pode ser percebido pelo aumento do número de veículos de passeio e motocicletas. Sempre que surgem debates sobre a solução para o trânsito de Goiânia, cada vez mais congestionado, grande parte das pessoas afirmam que a solução é investir no transporte coletivo, sugerindo a implantação do metrô na Av. Anhanguera, sem levar em consideração o transporte individual. O tráfego nas maiores cidades do mundo, inclusive nas que possuem grandes redes de metrôs como Paris e Londres, também apresentam problemas como enormes congestionamentos. Essa situação indica que ainda não se encontrou uma solução pronta e acabada que resolva os problemas do tráfego urbano. Para Goiânia penso que deveríamos investir os recursos disponíveis de maneira equitativa, de modo que o transporte coletivo seja beneficiado sem, contudo, esquecer do transporte individual, dessa forma, teríamos um equilíbrio entre os tipos de transporte. Assim sendo, sugiro as seguintes intervenções: • Conclusão do Anel Viário de Goiânia. • Conclusão do pequeno anel proposto pelo Plano Diretor de Transportes de Goiânia – PDTV em 1985 e que até hoje não foi totalmente implantado. Esse anel prevê a ligação através da Av. 2ª Radial da Av. T-63 com a marginal do Córrego Botafogo. O trecho entre a Av. 2ª Radial e a Av. Jamel Cecílio ainda não foi concluído, no extremo norte da Marginal Botafogo falta a ligação com a Av. Leste-Oeste, através de uma via de 1.700m chamada marginal do Capim Puba, cujo projeto já foi elaborado. Essa ligação permitirá o desvio do tráfego proveniente da região Sudoeste de Goiânia como Campinas e também o acesso às rodovias GO-060 e GO070, sem passar pela área central da Cidade. • A Av. Leste-Oeste está concebida para ligar Trindade à Senador Canedo, numa extensão de cerca de 54 km. A implantação em sua totalidade deverá criar um grande eixo de empregos e serviços. Assim sendo, considero que mereça também prioridade para execução dos projetos dos trechos faltantes e construção dos mesmos. • A via Perimetral Norte suporta um grande tráfego urbano e rodoviário, já que liga as rodovias GO-060, GO-070 e GO-080 à BR-153 e BR-060. Essa via tem vários cruzamentos em nível e semaforizados. Esses cruzamentos deverão ser em desnível. • Goiânia carece muito de intervenções pequenas, como

travessias de córregos, ligando bairros adjacentes e separando o tráfego local do tráfego pesado das vias arteriais. As recomendações urbanísticas sugerem que a cada 800m haja uma travessia nesses córregos. • Para o transporte coletivo penso que a Av. Anhanguera merece uma renovação do trecho existente, nas estações, na troca dos separadores atuais da pista exclusiva para ônibus por canteiros, na troca do pavimento da pista exclusiva por concreto e principalmente a extensão desse eixo, no lado Leste da Vila Pedroso até Senador Canedo. No lado Oeste a extensão deverá se dar até a Vila Finsocial. Nessas extensões deverão ser construídos os respectivos terminais de integração. O eixo Anhanguera atende muito bem à população. O problema reside nos atuais terminais de integração, que não conseguem atender a demanda no sentido de volta das viagens, trabalho-casa. • O BRT-Norte Sul está atualmente com o projeto executivo em andamento. Esse eixo deverá ligar o terminal Cruzeiro do Sul ao terminal Recanto do Bosque, numa extensão de 22 km com a previsão de 5 terminais de integração e 39 estações de embarque e desembarque. Esse eixo proverá a integração entre todos os grandes corredores de transporte coletivo, como os eixos Anhanguera, T-7, T-9 e 85. • Também devem ser implantados os eixos T-7 e T-9, mas com faixas exclusivas junto ao canteiro central e não do lado externo das vias, onde não se consegue exclusividade para os ônibus. • O transporte nos eixos através de pistas exclusivas, com ônibus modernos inclusive com ar condicionado, estações de embarque e desembarque seguras e confortáveis, contribuirá para atrair novos usuários para o transporte por ônibus, invertendo a tendência atual de fuga desse transporte para outros meios, principalmente motos e carros. • A Secretaria que cuida do tráfego em Goiânia dispõe de um bom grupo de engenheiros, porém o que sobra em qualidade falta em quantidade, como técnicos e recursos de materiais para aquisição de semáforos, projeto e execução de sinalização de orientação e de regulamentação, etc. Essa Secretaria deveria dispor de mais recursos. Penso também que a reativação do batalhão de trânsito da Polícia Militar de Goiás deve ser considerada. ANTÔNIO ALBERTO BASÍLIO é engenheiro civil, diretor da Basitec Projetos e Construções Ltda. OUTUBRO 2013 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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N T R E V I S TA

PAULO ROBERTO DA COSTA

Goiânia: infraestrutura e transporte

público, pontos cruciais para destravar o desenvolvimento da Capital Natural de Goiânia, Paulo Roberto da Costa é presidente do Conselho de Administração e diretor de Empreendimentos da Tropical Urbanismo e Incorporação. Fundada em 1976, a Tropical Imóveis atualizou a sua marca em 2012. Ao longo dos anos, implementou em Goiânia cerca de 40 mil lotes, distribuídos em diversos loteamentos. Em termos de incorporação, foram mais de 10 mil unidades. Já no ramo de vendas, na época da Tropical Imóveis, comercializou em torno de 70 mil unidades. Prestando sua contribuição nas diretorias de algumas entidades de classe, como o Creci, Secovi, Ademi, Compur (Conselho Municipal de Políticas Urbanas), Paulo Roberto da Costa, exerceu o cargo de presidente na Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI) e da Junior Achievement, uma ONG que cuida de despertar o espírito empreendedor em jovens. A seguir, confira a entrevista que o empreendedor Paulo Roberto da Costa concedeu a Construir Mais. Outubro é o mês do aniversário dos 80 anos da fundação da Capital. Em sua avaliação, o que Goiânia necessita para que a população viva com mais qualidade de vida? Hoje, o principal foco tem de ser a acessibilidade. O transporte público urbano está um caos. Se não privilegiarmos o transporte público, nas ruas não caberão a grande quantidade de carros. Precisamos com urgência pensar no VLT e também no metrô. Só assim as pessoas vão deixar o carro em casa e utilizar o transporte público. O transporte é o calcanhar de Aquiles da cidade. Além disso, claro que existem outros pontos. Temos de enfrentar o problema das drogas. O craque e as drogas em geral matam muita gente e a população está ficando refém. Existe ainda o problema da segurança pública, que deixa a desejar. Outro ponto importantíssimo é a educação, que precisa ser melhorada. É com uma educação de qualidade que conseguimos reverter muitos problemas. Baseando-se nas diretrizes do Plano Diretor, quais aspectos mais evoluíram na cidade nesses 80 anos? O plano diretor do Attilio Corrêa Lima foi planejado para uma cidade de 50 mil habitantes e atualmente Goiânia tem cerca de 1,3 milhão de pessoas. Se a gente considerar a região metropolitana, passa dos 2 milhões. Digo isso porque não podemos pensar em Goiânia sem considerar a região metropolitana. O plano do Attilio acabou ficando muito restrito ao Centro de Goiânia, Setor Sul e uma região muito pequena. O crescimento de lá para cá acabou não sendo ordenado por um Plano Diretor que extrapolasse o do Attilio Corrêa. Nosso sistema viário não ficou bom, precisa ser revisto, enquanto há tempo, para que possamos ter uma acessibilidade melhor. Quanto mais demorar para resolver essa situação, mais complicado ficará. 6

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Algumas iniciativas vêm sendo realizadas, como por exemplo, os corredores de ônibus, que são fundamentais para fazer o trânsito fluir. Precisamos de ciclovias. Todos os transportes alternativos contribuem para ajudar na composição de uma melhor mobilidade urbana. Um aspecto que merece destaque é que Goiânia é uma cidade arborizada. O plano diretor do Attilio já contemplava isso. Em sua opinião, quais são as principais obras de infraestrutura necessárias ao desenvolvimento da Capital? Precisamos dos corredores preferenciais nas linhas de ônibus e da melhoria do transporte de massa, para que a gente possa tirar um pouco de carro das ruas. Precisamos ter infraestrutura no sentido em que a pessoa possa morar, trabalhar e estudar próximo de casa. O governo precisa fazer uma reordenação, no sentido de implantar escolas e unidades de saúde em pontos estratégicos. Precisamos também descobrir qual é a vocação econômica de Goiânia na atualidade. Antes, a principal vocação de Goiânia era a prestação de serviço, porém isso está morrendo. Há dez anos, pessoas saiam de Aparecida de Goiânia para trabalhar em Goiânia. Tínhamos nos horários de pico – 7 horas da manhã e 5 horas da tarde – um deslocamento de gente saindo de manhã de Aparecida e indo para Goiânia e no final do dia o fluxo inverso. Agora inverteu, Goiânia está se transformando em cidade dormitório. As pessoas estão saindo de Goiânia para ir trabalhar em Aparecida e nas outras cidades próximas. Precisamos reverter esse quadro. Uma década depois, por não ter feito o dever de casa, Goiânia perdeu empresas para os municípios vizinhos. Chamo de dever de casa a redução dos valores dos impostos, a exemplo do ISSQN, que é altíssimo, um dos mais altos do Brasil. Enquanto isso, as cidades adjacentes a Goiânia oferecem incentivo fiscal e atraem empresas. Não existe uma cidade cobrar 5% de ISSQN, o que corresponde a 20% da empresa. Esse alto imposto é incompatível com o desenvolvimento da cidade no sentido de atrair empresas para o município. O novo Plano Diretor precisa definir algumas regiões destinadas à construção de parques industriais, para acolher e atrair empresas para Goiânia. A Capital não pode ser simplesmente uma cidade dormitório. Essa desempregabilidade faz com que a parte social fique muito aquém. Se falta emprego, falta renda e, consequentemente, vem uma série de problemas sociais. Nossos governantes precisam trabalhar no sentido de ver qual é a vocação da cidade e incentivar. Eu aposto que se poderia investir em tecnologia da informação como uma vocação para Goiânia. A Capital é preparada para ser uma prestadora de serviços. Poderíamos ter aqui call centers, parques tecnológicos. Fala-se muito e pratica-se pouco.


Paulo Roberto da Costa, presidente do Conselho de Administração e diretor de Empreendimentos da Tropical Urbanismo e Incorporação Temos visto a tendência do crescimento de bairros verticais. Na sua opinião, quais são as vantagens e desvantagens dessa verticalização? A vantagem é deixar a cidade mais compacta, o que significa menos investimento do poder público para levar o transporte para regiões mais distantes. Colocar a população mais concentrada significa menos gastos em infraestrutura pelo poder público, o que se traduz em rede de esgoto, água, energia, iluminação pública, limpeza das ruas. Em resumo, a concentração permite a diminuição do custo operacional também. Quando você faz um bairro planejado vertical, como é o caso do Residencial Eldorado, que nós idealizamos, é preciso do apoio do poder público. Nós, empreendedores, fizemos nossa parte, construímos o bairro com shopping e outros atrativos que levam qualidade de vida aos moradores. Os compradores adquiriram os imóveis. Agora falta a parte do poder público. A Prefeitura precisa construir as vias de acesso que já foram planejadas, porém não foram executadas. As vias que existem hoje não dão conta de dar vazão ao trânsito movimentado por uma população que ocupa os cinco mil apartamentos que compõem o bairro. Vemos que outros bairros também carecem de vias alternativas para fluir o trânsito, como o Jardim Goiás, Bueno, Goiânia 2. Em todos os bairros podemos fazer a verticalização, que é positiva, porém é necessário que a Prefeitura leve infraestrutura para a população – o que inclui também escola, postos de saúde e outros serviços – necessita e próximo de sua casa. A desvantagem da verticalização ocorre se as vias de escoamento do trânsito não estiverem adequadas para dar vazão à demanda, o que depende do poder público. Quais são os bairros onde os imóveis são mais valorizados em Goiânia? Como tem sido a evolução desse mercado? Observando aspectos específicos da Capital, pode-se dizer que quatro fatores explicam porque a região sul da cidade cresceu primeiro do que o restante das outras regiões. O primeiro é o Rio Meia-Ponte, que por muito tempo foi um entrave, porque era necessária a construção de pontes para se ter acesso. O segundo obstáculo para o crescimento da região norte de Goiânia era a estrada de ferro, que cortava grande parte da região norte. Terceiro: a BR-153 também atrapalhava o crescimento da região norte. Quarto motivo: as terras boas para cultivo ficavam na região norte. As terras do sul eram muito fracas, por isso, como não serviam para a agricultura na época, foram usadas para o desenvolvimento imobiliário. Atualmente, percebemos que as regiões sul e sudeste de Goiânia, que eram as mais desenvolvidas, estão perdendo mo-

radores para as outras regiões da cidade. É preciso destacar que também não é mais possível um crescimento para o sul, pois sua expansão já chegou até a divisa com o município de Aparecida de Goiânia. Existe um foco de crescimento da região norte, no Goiânia 2. Ali vai ser o maior surto de desenvolvimento de Goiânia. Temos ainda o Jardim Goiás, que passou a ser ainda mais procurado depois da construção do Parque Flamboyant. Destacamos também a saída de Bela Vista, onde existe uma concentração de condomínios horizontas. Enfim, Goiânia hoje tem vários pontos de desenvolvimento e de valorização. Eu apontaria o Jardim Goiás, o Goiânia 2 e a região do Parque Amazônia como as mais promissoras. Precisamos lembrar também que o desenvolvimento do Macambira-Anicuns vai dar um grande empurrão nos bairros envolvidos no projeto, que vai do Parque Oeste Industrial até o Goiânia 2, passando por parte da região sudoeste da cidade, além de regiões oeste e norte. Em termos de qualidade de vida, sustentabilidade, inovação tecnológica e responsabilidade socioambiental, marcas que permeiam os novos empreendimentos em Goiânia e na Região Metropolitana, que novidades devem ser implementadas (tendências)? Que desafios devem ser enfrentados pelas empresas para realizar grandes projetos urbanísticos? Qualidade de vida e sustentabilidade caminham juntas. Precisamos investir em acessibilidade. Os projetos atuais já se preocupam com a questão da sustentabilidade, visando economia de energia, por meio de um uso menor do ar condicionado, melhor aproveitamento da luz natural. O Plano Diretor de Goiânia ajuda muito. Quanto mais vertical for a obra, mais tem de ser afastada. Goiânia já é uma cidade arborizada, mas a tendência é que isso aumente nas partes novas, por conta da taxa de ocupação baixa. Isso em termos de sustentabilidade traduz um bom efeito. Sobre a inovação tecnológica nas construções, temos de tornar os edifícios mais sustentáveis, no que diz respeito ao uso de energia, economia de água, por meio do reuso; uso de energia solar para aquecer a água. Temos que investir em telhados verdes, para diminuir a intensidade do calor provocado também pelos vidros dos prédios, que refletem a luz solar. Um dos maiores entraves para o empreendedor é a baixa qualidade da infraestrutura – água, esgoto, energia, iluminação pública – oferecida pelo poder público. Essa situação tem de ser melhorada para atrair inclusive nos investidores. Atualmente, quais são os principais problemas vivenciados na cidade pelos moradores e que podem ser agravados no futuro? A impossibilidade de se gerar emprego e renda na cidade. Essa é a pior situação. Goiânia está se transformando numa cidade dormitório. A outra questão emergente é a melhoria da malha viária, para desafogar o trânsito. Deve-se investir em transporte de massa e na construção dos corredores de ônibus nas linhas prioritárias, esse é o caminho. E, claro, apostar na construção de metrô. Tem de se melhorar ainda a questão do saneamento, levar água e esgoto para toda a população; da energia elétrica. Esses pontos falhos têm dificultado a atração de novos investidores e empresas para nossa Capital. OUTUBRO 2013 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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OT Í C I A S D O S PA R C E I RO S

Sicoob Engecred-GO oferece produtos diferenciados ao setor da construção civil Classificada entre as três maiores cooperativas de crédito de Goiás, o Sicoob Engecred-GO oferece produtos diferenciados para o setor da construção civil. Destaque para a Antecipação de Recebíveis Imobiliários, linha de crédito desenvolvido exclusivamente para cooperados Pessoa Jurídica, construtoras e incorporadoras, criada com o objetivo de propiciar capital de giro e otimizar o fluxo de caixa. Outro produto específico para o setor é o Financiamento à Produção, utilizado para custear a obra ou servir de ligação entre o início do empreendimento até a aprovação de um financiamento em bancos comerciais. O diretor de Relacionamento com o Associado do Sicoob Engecred-GO, Ricardo Elias, ressalta ainda que o grande

diferencial da cooperativa é a capacidade de entender as necessidades das construtoras e incorporadoras, e estruturar produtos e serviços financeiros de forma personalizada, contribuindo com o desenvolvimento do mercado da construção civil em Goiás. “Além de o cooperado encontrar taxas mais atrativas, ele também conta com a distribuição do resultado operacional e o compromisso com o desenvolvimento econômico social na área de abrangência da cooperativa. São tantas as vantagens de ser cooperado que convido a todos a se associar ao sistema de cooperativismo de crédito”.

Empresa goiana investe no segmento de fÔrmas para HIS Tendo em vista o aquecimento do mercado de Habitações de Interesse Social no Brasil, gerado pelo Programa Minha Casa Minha Vida, a industrialização da produção de moradias se tornou uma necessidade. Pensado em atender esse mercado, a Locagyn iniciou, no final de 2012, desenvolvimento de projeto com o objetivo de produzir e comercializar fôrmas para paredes e lajes. Atualmente, o projeto piloto está em execução em uma das obras da Construtora Almeida Neves, em Senador Canedo. Serão 13 blocos habitacionais, com quatro pavimentos cada e devem ser finalizados no final deste ano. A empresa, naturalmente goiana, com 16 anos de mercado, já atua em todo o País tendo filiais em Brasília (DF) e Gurupi (TO), oferecendo soluções também nos ramos de máquinas pesadas, equipamentos e produtos para a construção civil. A Locagyn já está preparada para atender às demandas dos seus parceiros, produzindo as fôrmas de acordo com as especificações dos projetos. Um dos diferenciais da

empresa, segundo o gestor comercial, Célio Monteiro, é a tônica de “fortalecer as parcerias locais”, oferecendo suporte técnico especializado voltado para as necessidades específicas de cada obra. O sistema, segundo Monteiro, é pautado por três pilares. O primeiro é o aumento da produtividade, podendo superar 70%, se comparado com outros sistemas construtivos. O segundo é a redução de custo, pois uma vez reduzindo-se o cronograma da obra, automaticamente gera-se economia. E, por último, a qualidade que o sistema oferece, garantindo o equilíbrio entre os três pilares. Na visão do presidente da Locagyn, Lúcio Girundi, esse sistema é mais um importante passo dentro do processo de industrialização do setor da construção civil. “Hoje, diversas construtoras do País já estão trabalhando dentro desse conceito, comparando seus canteiros de obras com a indústria automobilística. Mas isso só é possível com o uso sistemático das novas tecnologias, como as fôrmas utilizadas nas edificações com paredes de concreto”, ressaltou.

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ONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Compensação

de energia elétrica beneficia consumidores e meio ambiente A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou em abril de 2012 a Resolução nº 482/2012 alterando-a posteriormente, em dezembro do mesmo ano, com a publicação da Resolução Normativa nº 517, em que estabelece o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, por meio da microgeração e minigeração distribuída. Nele, o consumidor instala pequenos geradores em sua unidade (como, por exemplo, painéis solares fotovoltaicos e pequenas turbinas eólicas) e a energia gerada é usada para abater o consumo de energia elétrica da unidade. Quando a geração for maior que o consumo, o saldo positivo de energia poderá ser utilizado para abater o consumo em outro posto tarifário ou na fatura do mês subsequente, sendo que os créditos de energia gerados continuam válidos por 36 meses. O Sistema de Compensação de Energia Elétrica utiliza a medida de energia líquida, isto é, o medidor afere a energia solar (KWh) exportada do consumidor para a rede da distribuidora e mede também no sentido inverso, isto é, a energia (KWh) fornecida pela distribuidora ao consumidor. Para o engenheiro eletricista Célio de Oliveira, diretor-presidente da Cel Engenharia, que atua na área há 32 anos realizando obras de engenharia, principalmente do setor elétrico; em diversos Estados brasileiros, especialmente no Centro-Oeste e no Estado de São Paulo, a Resolução veio em boa hora e até poderia ter vindo antes, uma vez que tanto a Europa como a China e a América do Norte já estão utilizando a tecnologia solar fotovoltaica há alguns anos. “O Brasil está atrasado”, afirmou ressaltando, contudo, que teremos os benefícios de utilizar esta tecnologia já com mais eficiência e com custos menores. O engenheiro considera que esta resolução ajudará no crescimento da demanda e consequentemente em uma maior redução nos preços dos sistemas fotovoltaicos (PV). “Todos ganharão com o Sistema de Compensação de Energia Elétrica”, declarou Oliveira. Ele avalia que os consumidores poderão investir em seus próprios sistemas geradores de energia, com retorno dos investimentos em um prazo menor que 10 anos. Destaca também que menores investimentos serão necessários pelas empresas de energia com geração e transmissão, uma vez que a energia gerada pelo consumidor será consumida pelo próprio, por se tratar de energia distribuída. Ainda dentre os benefícios, o engenheiro eletricista enfatiza o fato de que novos profissionais e novas empresas atuarão como players deste novo setor, desenvolvendo assim postos de trabalho especializados e empresas com 10

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novas tecnologias.“O meio ambiente será agraciado com mais uma fonte geradora de energia limpa, pois a fotovoltaica não gera nenhum tipo de poluição. Ela simplesmente transforma a luz do sol em energia elétrica. As hidroelétricas e as eólicas geram energia limpa, portanto, o Brasil continuará avançando na proteção ao meio ambiente”, informa. Na visão do empresário do segmento, sistemas fotovoltaicos solares instalados nos telhados das residências podem auxiliar também na geração energética para sustentar o crescimento industrial. “Durante o dia a residência gera energia e consome pouco, mas a indústria consome muito. Durante a noite a residência consome mais e a indústria consome menos. Portanto, estes contrastes de horários de consumo facilitam um menor desequilíbrio de demanda”, explicou. Segundo Oliveira, o Sistema é perfeitamente viável para o País e, em especial, para Goiás, pois tanto o Brasil, como o Estado têm altos índices de irradiação solar, o que beneficia em muito a geração de energia fotovoltaica. “Para você ter uma ideia do quanto somos privilegiados, o melhor índice de irradiação solar na Europa é menor que o nosso pior índice. O Rio de Janeiro tem petróleo, o Nordeste tem vento (eólicas), sol e hidroelétricas, Goiás tem pequenas centrais hidroelétricas (PCH’s) e muito sol. Vamos, portanto, aproveitar ao máximo esta fonte inesgotável de energia, que é o sol”, exclamou. No quesito infraestrutura básica para que a produção Célio de Oliveira, engenheiro eletricista e diretor-presidente da Cel Engenharia


própria de energia ocorra, é necessária a instalação de pequenos geradores na unidade consumidora. Para viabilizar, ele cita que atualmente existem duas técnicas que podem ser utilizadas em sistemas fotovoltaicos (PV) para edificações: a instalação de módulos (painéis) nos telhados, ou em espaços térreos disponíveis, ou em coberturas de pátio/garagens e a instalação de filmes finos PV em fachadas das edificações. De acordo com o engenheiro, cada técnica tem suas vantagens e desvantagens, portanto um bom projeto depende de empresa/profissional especializado para a melhor escolha e definição. Segundo ele, já existe uma área de conhecimento na arquitetura que leva o arquiteto a projetar uma edificação, considerando locais apropriados em relação à posição do sol, assim como futuros sombreamentos potenciais pela vizinhança que deverão ser evitados, quando da instalação dos sistemas solares PV. “Um bom projeto de um consumidor-gerador é aquele que prevê um crédito energético próximo de zero ao final de um ano. Nos meses de maior irradiação solar a sobra deve suprir 100% da falta de energia gerada nos meses de menor irradiação. Se sobrar muita energia gerada ao final de um ano, indica que o projeto ficou mais caro que deveria ficar e se faltar muita, significa que a planta solar foi subdimensionada”, recomenda. Ele observa que o Brasil tem tudo para deslanchar com a energia solar fotovoltaica – PV, pois tem irradiação solar em abundância, tem conhecimento da engenharia solar, tem empresas e profissionais preparados, o custo do investimento está caindo ano a ano e portanto há demanda para novos empreendimentos. Porém, faltam financiamentos e incentivos fiscais adequados para que os consumidores invistam em suas propriedades, gerando sua própria energia elétrica durante o dia e compensando o consumo de energia, da empresa distribuidora, no período noturno. Para que o Sistema se torne efetivo e acessível aos consumidores brasileiros, ele sugere a implementação de fontes de recursos financiados, no longo prazo e a juros baixos. “O governo brasileiro poderia montar um Programa Nacional para o crescimento sustentável da energia solar fotovoltaica, que envolvesse todos os players – do consumidor ao fabricante – para que todos soubessem a direção a ser seguida, sem sustos e sem arrependimentos. No final quem ganharia seria o Brasil”, finaliza.

Custos x benefícios

Equacionar custos e benefícios para incentivar a adesão dos consumidores a este programa é o maior desafio, segundo o superintendente de comercialização da Celg, engenheiro eletricista Leandro Chaves de Melo. No princípio, segundo ele, deverá haver adequações no sistema, pois deixa de apenas fornecer para também captar eletricidade. O tema já foi regulamentado pela Norma Técnica Celg 071 – Requisitos para a Conexão de Microgeradores e Minigeradores ao Sistema de Distribuição da Celg D (disponível em www.celg.com.br, link Normas Técnicas). Por meio desta Norma a concessionária do serviço orienta quanto aos procedimentos técnicos para a implantação dos equipamentos nas unidades mini ou microgeradoras, estabelecendo qual a resposta mínima necessária para

Leandro Chaves de Melo, engenheiro eletricista e superintendente de comercialização da Celg

cada sistema, determina as ações com foco na proteção tanto dos usuários, trabalhadores e do sistema distribuidor, entre outras informações. O superintendente destaca que o ganho proporcionado pela implantação desta estratégia será fantástico, mas para ele, é preciso a adequação do mercado. Ele informou que desde que o Sistema foi regulamentado (dezembro/2012) a Celg recebeu uma média de 10 consultas de acesso, mas destas, até o momento, apenas uma prosseguiu com a solicitação e já recebeu parecer de acesso; considerando-se um universo de aproximadamente 2 milhões e 570 mil consumidores atendidos pela Celg em quase todo o Estado de Goiás. A baixa demanda, segundo ele, ocorre por dois motivos. Primeiro, mas menos relevante, seria a falta de informação; contudo a maior relevância ele confere ao custo, considerado elevado pelos consumidores que demorarão para receber o retorno do investimento. Em sua opinião, “até que se tenha preço satisfatório a procura será pequena, mas quando os consumidores de maior poder aquisitivo começarem a adquirir, se tornará mais acessível”. O tempo para que o consumidor de unidade mini ou microgeradora obtenha o parecer gira em torno de 120 dias. São quatro etapas: a partir da entrada do pedido na concessionária (consulta de acesso) a instituição tem até 60 dias para realizar a análise de viabilidade de implantação; posteriormente são repassadas ao consumidor as informações de acesso, ou seja, o detalhamento técnico das necessidades de adequação na rede e os valores que deverão ser desembolsados pelo requerente; em seguida, depois do consumidor decidir pela implantação, ele realiza a solicitação de acesso e apresenta um projeto de adequação elétrica que deve ser novamente avaliado pela Distribuidora que emite, então, o parecer de acesso, tendo 30 dias para a emissão, caso não haja a necessidade de execução de obras e, se houver, esse prazo sobe para 60 dias. Deve ser somado a estes períodos citados acima o tempo para realização das adequações exigidas, análise e prazo para reaprovação. Interessados devem realizar suas solicitações no Departamento de Clientes Corporativos (DC-DPCP), telefone (62) 3243-1183. OUTUBRO 2013 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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S

EGURANÇA DO TRABALHO

Treinamento de

integração na construção civil Quando falamos em integração de segurança, não estamos querendo apenas colocar pessoas numa sala e dizer que elas correm risco. O momento do treinamento de integração é muito mais que isso. Este momento se faz necessário não só para atender a Norma Regulamentadora nº 18, mas principalmente para ambientar o trabalhador a tarefa que ele irá realizar com informações sobre o modo correto de utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), dos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e das máquinas e equipamentos que eles irão utilizar ao longo do trabalho. O momento de integração é quando o trabalhador se conscientiza de sua importância dentro e fora da cadeia produtiva e de sua responsabilidade na empresa e consigo mesmo. É neste momento que o trabalhador vai ser orientado e vai conhecer os riscos e as condições inerentes a sua atividade e ao meio em que trabalha e vai enxergar com outros olhos o seu trabalho, podendo assim identificar de forma rápida e segura a melhor forma de trabalhar sem correr riscos. Atendendo a NR-18 no subitem 28.1, todos os empregados devem receber treinamentos admissional e periódico, visando garantir a execução de suas atividades com segurança.Temos na própria NR-18 o passo a passo de como deve ser elaborado o treinamento de integração no segmento e a duração mínima de cada um. O grande “x” da questão que levantamos é: precisamos entender que quando o treinamento é feito fora dos padrões estabelecidos, ele não atenderá a real necessidade de conscientização dos trabalhadores. Então, além de um conteúdo de qualidade, o treinamento de integração deve provocar no trabalhador a vontade de realizar corretamente cada tarefa, de modo seguro, 12

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para ele e para a empresa. Todos os procedimentos apresentados no treinamento de integração devem ser impressos e entregues aos presentes, neste caso, como sugestão, o melhor seria elaborar uma Ordem de Serviço bem detalhada e entregar a todos.

Por que o treinamento admissional é importante?

O treinamento admissional existe como forma de informar e conscientizar o trabalhador sobre os riscos existentes no ambiente de trabalho. O trabalhador só tem condições de se precaver de algum perigo se tiver sido informado, especialmente na indústria da construção, onde os riscos mudam de acordo com a fase da obra, o treinamento é muito importante. O trabalhador precisa estar em sintonia com o ambiente em que trabalha para considerar os riscos particulares do local. A NR-18 também menciona que o treinamento deve ser feito periodicamente, pois os riscos da construção são mutáveis. Em cada fase da obra há um risco diferente. Por isso é necessário alinhar o treinamento com a fase da obra que está sendo executada. Como o treinamento tem o caráter de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, o profissional ou equipe de profissionais que irá ministrá-lo deve ter conhecimento profundo na causa da prevenção. Seguindo essas dicas os trabalhadores serão conscientizados e ocorrerão menos acidentes de trabalho. A empresa toda ganha com isso! NESTOR WALDHELM NETO é técnico em Segurança do Trabalho e atua no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Goiânia (Sindmetal-GO)


A

RT I G O

Quando menos é MAIS No dia 11 de outubro de 1995, há 17 anos, o deputado Inácio Arruda (PC do B-CE) apresentou ao Congresso Nacional o Projeto de Emenda Constitucional que reduz a carga horária de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais com aumento de 75% na remuneração de serviço extraordinário (PEC 231/1995), admitida no ano seguinte (1996) pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. O Projeto, segundo o deputado Major Fábio (DEM-PB), tem por objetivo preservar e criar novos empregos de qualidade e possibilitar a construção de boas condições de vida. Entretanto, trata-se de uma visão equivocada dos reais efeitos dessa emenda. O histórico de outros países tem nos mostrado que essa política tem efeitos devastadores na economia. Ela afeta diretamente os custos de produção, aumentando generalizadamente o preço de todos os produtos e diminuindo sensivelmente a capacidade aquisitiva do cidadão e o potencial competitivo do país. Como na indústria da construção existem prazos a serem cumpridos, a hora trabalhada é fundamental para o bom andamento da obra. Com a redução de 44 para 40 horas, o empregador terá que, ou contratar mais funcionários ou pagar mais horas extras para manter sua capacidade produtiva, o que impactará diretamente no aumento de seus custos e automaticamente no aumento do valor do produto final. O desdobramento de aumento de custos não será sentido apenas pelos clientes vinculados a construção civil, ele afetarátambém os consumidores comuns. O ex-ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, um dos que são a favor da redução, considera que esta medida gerará mais empregos. Em 2010, afirmou que “40% dos países do mundo adotam média de 40 horas semanais ou menos, e nem por isso diminuíram sua produção”. Para o ex-ministro, a economia brasileira está madura para assimilar essa mudança. Porém, esquece o senhor ex-ministro que as economias que tem atingido os aumentos de PIB mais elevados são as que têm as maiores jornadas. A China, por exemplo, país com um dos menores custos de mão de obra e elevadas taxas de crescimento, tem uma jornada semanal de trabalho maior que a brasileira. Hoje, da forma que está estruturada a relação trabalhista em nosso país, o Brasil tem perdido muito espaço para a concorrente asiática o que, com a aprovação da PEC 231, pode piorar. A economia na França, onde essa jornada é de 35 horas semanais, está em colapso e o índice de desemprego bate na porta dos 11%. O país entrou em recessão com uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,2% no primeiro trimestre do ano, depois de uma contração semelhante nos últimos três meses de 2012. Não que seja a jornada de trabalho reduzida que gere sozinha essa condição, mas que sem dúvida é ela uma das muitas condições negativas que agrupadas levam para o caminho do desequilíbrio. Voltando a realidade brasileira, segundo o deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR), “a proposta vai elevar os custos fixos do emprego e onerar a admissão de novos trabalhadores. O resultado será inverso ao desejado. A PEC implicará, inevita-

velmente, na elevação dos preços dos produtos, penalizando o próprio trabalhador como consumidor final. Querem dar com uma das mãos e tirar com a outra”. Os deputados André Zacharow (PMDB-PR) e Odilio Balbinoti (PMDB-PR) consideram essa PEC prejudicial às empresas. “Estamos numa hora de sacrifício em função da crise. É preciso buscar o aumento da produção. A redução da jornada não é oportuna. Ela vai asfixiar ainda mais o sistema produtivo”, avalia Zacharow. O trabalhador brasileiro não anseia por uma menor jornada trabalhista, isso pode ser visto pela grande quantidade de pessoas que buscam oportunidades de trabalho em outros países, oportunidades onde a jornada, sem dúvida é bem superior a 44 horas semanais. O que o brasileiro de fato busca é um poder maior de aquisição e, assim, ter acesso a melhores condições de saúde, educação, habitação, etc. É nessa necessidade que aqueles que fazem as leis em nosso país deveriam focar sua atenção. YURI VAZ DE PAULA é diretor da Subcomissão de Política e Relações Trabalhistas e Sindicais do Sinduscon-GO, de Saúde e Segurança do Trabalho do Seconci-GO e do Grupo Engeseg OUTUBRO 2013 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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E

S PA Ç O J U R Í D I C O

A ocupação irregular de imóveis é uma triste realidade nacional que, a partir de 2009 – com a edição da Lei 11.977/2009 – passou a ter mais condições de ser alterada. A referida lei disciplina a regularização fundiária de assentamentos urbanos. Dados do IBGE do ano 2000 revelavam a presença de assentamentos irregulares em quase 100% das cidades com mais de 500 mil habitantes e 80% das cidades entre 100 mil e 500 mil. Até nos municípios com menos de 20 mil habitantes, os assentamentos informais apareciam em mais de 30% dos casos¹. Na mesma época, estimativas realizadas pelo Ministério das Cidades indicavam que mais de 12 milhões de domicílios, habitados por famílias com renda mensal de até 5 salários mínimos, se encontravam nesta condição². Certamente, a realidade atual é bem mais complexa. Equivoca-se quem pensa que tal situação está somente ligada às camadas de baixa renda. Inúmeros condomínios e loteamentos fechados de luxo encontram-se irregulares. Polos industriais estimulados pelo próprio poder público também. A irregularidade fundiária implica em subutilização do bem, uma vez que o mesmo é inservível para garantias, por exemplo, em subvalorização e também na impossibilidade de investimentos seguros. Ou seja, ofende a função social da propriedade. Em época de brados políticos da sociedade brasileira, vale ressaltar que a perpetuação de tal lamentável realidade está diretamente ligada ao pernicioso modo de se fazer política no Brasil, pois a mesma ainda alimenta de forma permanente relações marcadas pela troca de favores e manutenção de clientelas. Regularização fundiária relaciona-se, portanto, não só com o direito fundamental à moradia e a dignidade humana, mas também com a consolidação de nossa democracia. Normalmente, a irregularidade imobiliária apresenta-se na ausência de direito de propriedade dos possuidores e/ou na ocupação em desconformidade com as normas urbanísticas e ambientais. A lei ora comentada revoluciona o direito pátrio ao criar a usucapião administrativa, que permite o reconhecimento do direito de propriedade decorrente do exercício da posse sem a participação do Poder Judiciário. No mais, trata da flexibilização das normas urbanísticas e ambientais, bem como de medidas compensatórias às mesmas. A relevância do tema em debate salta, portanto, aos olhos. Nesse sentido, ressalto a iniciativa do meu mestre e pai, o advogado e professor Arthur Rios, que 14

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Foto: Cristina Cabral

Regularização imobiliária

Inúmeros condomínios e loteamentos fechados de luxo encontram-se irregulares. Polos industriais estimulados pelo próprio poder público também”

recentemente lançou livro sobre o tema, visando estimular a discussão e a concretização da regularização fundiária. ¹Cf. ROLNIK, Raquel [et al.]. Regularização fundiária de assentos informais. Belo Horizonte: PUC Minas Virtual, 2006, p. 8. ²CF. Ibidem.

ARTHUR RIOS JÚNIOR é advogado do segmento imobiliário, sócio da Advocacia Arthur Rios, pós-graduando em Direito Tributário pelo Ibet, pósgraduado (LL.M.) em Direito Corporativo pelo IBMEC e em Direito Civil e Processual Civil pela Universidade Cândido Mendes arthurjr@advrios.com.br


Pergunta e Resposta:

Quais são as condições e providências básicas para a concessão de

férias coletivas? As férias coletivas podem ser concedidas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa, ou seja, não há férias coletivas sem que pelo menos um setor inteiro da empresa esteja descansando. As férias coletivas poderão ser gozadas em dois períodos anuais, respeitando a regra de nenhum dos períodos ser inferior a 10 dias corridos. O empregador deverá comunicar ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego, com antecedência mínima de 15 dias, as datas de início e de fim das férias, demonstrando quais são os setores ou estabelecimentos da empresa que serão abrangidos pela medida. Em igual prazo, deverá enviar cópia da aludida comunicação aos

sindicatos representativos da respectiva categoria sindical. É dever do empregador, ainda, providenciar a afixação de aviso nos locais de trabalho a respeito das férias coletivas, informando sua abrangência, duração, início e fim, respeitando o mesmo prazo das comunicações. Os empregados contratados há menos de 12 meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo. O empregador deverá pagar os dias de férias coletivas acrescidos de 1/3 constitucional até 2 dias antes do início do correspondente gozo, mediante a entrega do recibo de quitação dos valores pagos. (CLT, arts. 136, 139, 141, § 2º, art. 145).

Justiça Entende: Regularização DESAPROPRIAÇÃO. INTERESSE SOCIAL. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA. RETITULAÇÃO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. DIFERENÇA ENTRE ÁREA RETITULADA E ÁREA EXPRORIADA. SÚMULA 7/STJ. 1. É cabível indenização nos casos de desapropriação para regularização fundiária quando exista comprovação do prejuízo sofrido. 2. Na hipótese dos autos, consignou o Tribunal a quo, com soberania na análise das premissas

Fundiária

fáticas nos autos, que ocorreu prejuízo, pela diminuição da área possuída e pelo valor pago pela “retitulação” do imóvel. 3. Alega o INCRA que não houve dano, porque ausente correspondência material entre o título de propriedade e a área regularizada, em virtude de sobreposição de outros títulos ou posse (...). (AgRg no REsp 1264562 PR 2011/0159863-8, Ministro HUMBERTO MARTINS, T2 - SEGUNDA TURMA, d.j. 01/12/2011) OUTUBRO 2013 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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NOVEMBRO

OUTUBRO

AGENDA DE EVENTOS EVENTO

DATA HORÁRIO

LOCAL

INFORMAÇÕES

Curso de Leitura e Interpretação da Norma NBR ISO 9001:2008. Realização: Sinduscon-GO e Grupo Destra

16 a 18/10

08h às 17h30

Sinduscon-GO

Mais informações: telefone (62) 3093-0302.

Reunião do Programa de Desenvolvimento de Construtoras – PDC. Estruturas de Concreto (Módulo de Projeto)

17/10

13h30 às 18h30

Sinduscon-GO

Evento fechado para as empresas que participam da Comunidade da Construção de Goiânia. Mais informações: telefone (62) 3095-5178.

Seminário sobre Norma de Desempenho. Realização: Comunidade da Construção de Goiânia

29/10

14h às 18h

Sinduscon-GO

Mais informações: telefone (62) 3095-5178.

Reunião do Programa de 06 e 07/11 Desenvolvimento de Construtoras – PDC. Estruturas de Concreto (Módulo de Execução)

14h às 18h

Sinduscon-GO

Evento fechado para as empresas que participam da Comunidade da Construção de Goiânia. Mais informações: telefone (62) 3095-5178.

1º Seminário Internacional de Sucessão Patrimonial e Proteção de Bens

07/11

14h30 às 17h30

Sinduscon-GO

Mais informações: telefone (62) 3095-5158.

Curso de Edifícios de Múltiplos Andares em Aço em Goiânia

21 a 23/11

12h às 18h (21/11) 08h às 18h (22/11) 08h às 18h (23/11)

Sinduscon-GO

Mais informações: telefone (62) 3095-5158.

IV Concretar

21/11

13h30 às 20h

Sinduscon-GO

Mais informações: telefone (62) 3095-5178.

ENDEREÇO: Sinduscon-GO: Rua João de Abreu, nº 427, Setor Oeste, Goiânia (GO).

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I

N OVA R É P R E C I S O

Perfis de aço em telhados

Ilustração Isoeste

permitem maior sustentabilidade às obras

Exemplo de aplicação do Light Steel Frame em estrutura residencial

O Grupo Isoeste, um dos líderes de mercado na fabricação de construtivos isotérmicos, trouxe para o mercado da construção, através da sua unidade Isoeste Metálica, o Perfil Light Steel Frame, muito utilizado em sistemas de paredes drywall e também em sistemas de cobertura de edificações. Conforme a fabricante goiana, a inovação tem caráter sustentável, pois substitui o uso da madeira nos telhados, com redução do material em até 70%. O coordenador de Marketing da empresa, Júlio César Ramos, explica que Light Steel Frame é um sistema construtivo estruturado em perfis de aço Galvalume formados a frio, de elevada resistência mecânica. São perfis de baixíssima espessura que, consequentemente, diminuem seu peso próprio, uma vantagem considerável nas edificações residenciais e comerciais. “Esse sistema não apresenta grandes restrições aos projetos por ser flexível, de fácil aplicação e manuseio”, afirma. Fabricado com material 100% reciclável, o Perfil Light Steel Frame contribui com o meio ambiente, por se tratar de um produto ecologicamente correto, substituindo o uso de madeiramento principalmente quando aplicado em telhados. Nesse tipo de aplicação, sua estrutura leve, porém robusta, garante uma perfeita sustentação do telhado, com a vantagem de não pesar tanto sobre a edificação, a exemplo da madeira. “Na sua instalação é mais leve para o trabalhador da construção, acostumado com peças muito pesadas e que agora tem um alívio em seu trabalho”, comenta Júlio César. 18

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Dentre as vantagens tecnológicas, explica ele, a composição de alumínio no perfil em Galvalume dá maior vida útil ao produto, com uma durabilidade média de 30 a 40 anos em ambiente nocivo. O aço Galvalume é resultante da união do zinco e do alumínio, proporcionando uma durabilidade duas a quatro vezes maior que o aço galvanizado, hoje comumente encontrado nas obras. E por ser um elemento em aço, não apodrece, não empena e não necessita de tempo de cura, como na madeira. Também é muito mais versátil, além de não criar mofo ou proliferar qualquer outro tipo de fungo. Enfim, “trata-se de um produto antenado com o futuro da construção civil e que vem a ser uma solução definitiva na montagem de telhados em geral”. Há 30 anos no mercado da construção civil, como fabricante de isolantes térmicos, a Isoeste busca trazer ao mercado brasileiro avanços tecnológicos. O coordenador de Marketing aponta como outro diferencial da empresa “a busca constante de certificações de seus produtos, o que os tornam seguros mediante o mercado”. Atualmente, com seis unidades fabris espalhadas pelo País de forma estratégica, a Isoeste é um dos maiores fabricantes de construtivos isotérmicos (painéis e telhas térmicas), atendendo a todo o Brasil e América Latina. Suas unidades estão situadas em Anápolis (GO), São José dos Pinhais (PR), Várzea Grande (MT), Castanhal (PA) e Vitória de Santo Antão (PE).


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C

OMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO

Lançada ação em estrutura de concreto armado e alvenaria de vedação com

blocos de concreto A Comunidade da Construção de Goiânia iniciou em maio deste ano seu 7º Ciclo de Ações, propondo dentre os temas a serem trabalhados o Programa de Desenvolvimento de Construtoras (PDC), que abordará os sistemas construtivos: estrutura de concreto armado e alvenaria de vedação com blocos de concreto. Desenvolvido pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), este programa objetiva disseminar conhecimento técnico sobre os sistemas construtivos à base de cimento, a fim de aumentar a competitividade e melhorar o desempenho das construtoras participantes, por meio da difusão das melhores práticas de projeto, planejamento e execução. Tendo em vista a capacitação dos gestores e da equipe técnica das obras, o PDC foi estruturado em formato de curso, com carga horária de 45 horas, dividida em seis módulos, com duração de 6 a 9 horas. Ao final de cada encontro é prevista uma reunião técnica para realização de atividades

práticas, com dinâmicas e exercícios direcionados, utilização de ferramentas de planejamento e gestão, além da discussão sobre questões específicas de cada canteiro. Os módulos serão ministrados por profissionais experientes, especialistas nos assuntos abordados, o que contribuirá para o aperfeiçoamento dos processos de implantação, gerenciamento e produção das obras, estimulando, assim, a disseminação das boas práticas construtivas e, consequentemente, a melhoria da qualidade e produtividade dos processos executados nas empresas envolvidas. O módulo de projeto que discutirá sobre estrutura de concreto armado está previsto para ocorrer dia 17 de outubro, sob instrução do engenheiro Roberto Barella, da GMO de São Paulo (SP). Mais informações sobre o PDC com a engenheira Daniela Castro pelo telefone (62) 3095-5178 ou e-mail comunidadedaconstrucao@sinduscongoias.com.br.

MÓDULOS PREVISTOS NO PDC NIVELAMENTO ECA + AV (6HS) • Conceitos básicos sobre estruturas de concreto e alvenaria de vedação • Materiais (foco em normalização) - Concreto: componentes, propriedades, dosagem, preparo e durabilidade; - Blocos de Concreto: fabricação, propriedades, ensaios, utilização e vantagens PROJETO EC (6HS) • Conceitos • Tipologias de estruturas • Coordenação de projetos • Compatibilização de projetos • Indicadores de qualidade do projeto EXECUÇÃO EC (9HS) • Preparação da equipe • Fundações • Fôrmas • Cimbramento • Armação • Protensão • Concretagem • Controle de qualidade

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PROJETO AV (6HS) • Conceitos • Coordenação e compatibilização de projetos • Modulação e ajuste dimensional • Detalhamento • Projeto de produção • Interface com a estrutura • Fixação da alvenaria • Juntas e amarração • Vergas e contra-vergas • Instalações e esquadrias EXECUÇÃO AV (6HS) • Preparação da equipe e de ferramentas • Interface com a estrutura • Fixação da alvenaria • Juntas e amarração • Vergas e contra-vergas • Embutimento de instalações • Esquadrias • Controle de qualidade PLANEJAMENTO ECA + AV (9HS) • Conceitos • Planejamento Físico / Logístico: equipamentos de transporte, suprimentos, projeto de canteiro • Planejamento financeiro: orçamento, análise financeira e econômica, controle da obra • Ferramentas de planejamento e controle


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M

AT É R I A D E C A PA

Goiânia 80 Anos FUTURO DEPENDE DE AÇÃO CONJUNTA DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS E da SOCIEDADE CIVIL A história de Goiânia começa com as primeiras ideias de mudança da Capital em 1753, proposta pelo então governador da Província de Goiás, Dom Marcos de Noronha, que ambicionava transferir a capital de Vila Boa para a atual Pirenópolis. A discussão sobre a necessidade de mudança da Capital prosseguiu por causa da estagnação econômica, provocada pelo término do ciclo do ouro na região. Mas foi somente com o advento da revolução de 30, em 1933, que o interventor federal, Pedro Ludovico Teixeira, tomou providências a respeito da edificação da cidade, tornando realidade um sonho que já durava 180 anos. 22

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Pedro Ludovico Teixeira seguiu em conformidade com a Marcha para o Oeste, movimento criado pelo governo de Getúlio Vargas para acelerar o progresso e a ocupação do Centro-Oeste, incentivando as pessoas a migrarem para o centro do Brasil, onde haviam muitas terras desocupadas. A implantação de tal projeto só seria possível com a garantia de uma infraestrutura básica ligando o Centro-Oeste ao Sul do País. As medidas adotadas pelo interventor foram: a mudança da capital, construção de estradas internas e a reforma agrária. Conforme informações disponibilizadas pela Prefeitura em seu portal na internet, em 06 de julho de 1933, Pedro


Ludovico baixou um decreto, encarregando o urbanista Attílio Corrêa Lima da elaboração do projeto da nova Capital. O atual bairro de Campinas foi escolhido como o lugar ideal para a edificação da futura Capital. A pedra fundamental da cidade de Goiânia foi lançada em 24 de outubro de 1933 por Pedro Ludovico Teixeira, como homenagem aos três anos do início da Revolução de 1930, em pleno altiplano, onde se encontra atualmente o Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica. A efetiva transferência da Capital do Estado para Goiânia foi oficializada em 1937. O Batismo Cultural de Goiânia, inauguração oficial, aconteceu somente em 05 de julho de 1942. Planejada para 50 mil habitantes, a cidade foi dividida em quatro setores: Central, com destaque para a Praça Cívica, sede do Centro Administrativo, de onde se irradiam as três principais avenidas (Goiás, Araguaia e Tocantins). Foi aberta a Avenida Paranaíba perpendicularmente às três avenidas mencionadas, conectando o Parque Botafogo ao antigo aeroporto (localizado no atual Setor Aeroporto). Na Região Sul, foi introduzido um bairro residencial, o atual Setor Sul e no Norte, surgiam as primeiras casas do Bairro Popular. Segundo o arquiteto Luís Fernando Cruvinel Teixeira, pós-graduado em Urbanismo pela Architectural Association School of Architeture – Londres, até 1950 o governo estadual controlava com planejamento o desenvolvimento de Goiânia. A população urbana naquela época era de 40.333 habitantes. Entretanto, entre 1950 e 1969 foram aprovados 183 loteamentos sem os critérios urbanísticos próprios de uma cidade planejada. Urbanizações esparsas, ocupação dos fundos de vale, desarticulação viária dos loteamentos entre si e, principalmente, com a cidade planejada. Enfim, eram questões oriundas da especulação imobiliária que desestruturaram o ordenamento territorial proposto pelo plano original. Fato que tem origem com a revogação do Decreto-Lei nº16, de 20 de junho de 1950, que exigia a implantação das infraestruturas urbanas no ato da implantação do loteamento. Para ele, durante 20 anos a cidade cresceu sem o ordenamento urbano necessário para garantir o futuro da configuração de seu espaço social. Em 1969, a população já atingira 363.056 habitantes, crescendo no período nove vezes o número de habitantes existentes em 1950. Em 1969, com a consultoria do urbanista Jorge Wilheim, foi contratado à Serete o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Goiânia. Era muito abrangente e apesar de aprovado pela Câmara Municipal, apenas algumas diretrizes foram implantadas, deixando de lado projetos urbanos importantes para o futuro da cidade. Ele lembrou que a partir da aprovação do plano de Wilheim os loteamentos deveriam implantar as necessárias infraestruturas.

Biblioteca Nacional - RJ

Vista parcial do centro cívico em 1936

Expectativa de empresários da INDÚSTRIA DA construção sobre o crescimento da Capital para os próximos anos “Espero que Goiânia siga o caminho para a sustentabilidade, que seja pensada e planejada a longo prazo, que se execute projetos corretos e alinhados com os interesses do cidadão. Que se busque recursos para atender essas necessidades antes do problema acontecer, que se mantenha e avance nos índices referentes ao IDH, que seja modelo de mobilidade urbana, meio ambiente, educação, segurança e saúde, que seja a Goiânia de todos nós”. Carlos Alberto Moura, presidente do Sinduscon-GO e da Caminho Engenharia “Acredito que os poderes públicos precisam olhar nossa Capital com mais carinho. Goiânia nestes 80 anos se tornou um importante polo regional, contribuindo com grande arrecadação de tributos para os governos federal, estadual e municipal. Mas, infelizmente, tem recebido muito pouco em troca, na forma de obras e investimentos na cidade e no seu entorno; afinal, temos que pensar não só em Goiânia, mas na sua região metropolitana. Precisamos de um choque de gestão pública nos três níveis, menos gastos de custeio e mais investimentos na cidade”. Roberto Elias Fernandes, diretor da Subcomissão de Habitação do Sinduscon-GO e da RF Engenharia “Foco minhas expectativas em três vertentes principais: Político - que os três níveis de governo atuem em sintonia, superando divergências políticas; Cultural - tornar-se centro educacional de alto nível, gerando cérebros capazes de influir nos destinos do país e Físico - integração com municípios conurbados, priorizando preenchimento de espaços vazios e transporte coletivo, aproximando o trabalhador do local de trabalho”. João Geraldo S. Maia, diretor da Comissão de Concessão, Privatização e Obras Públicas do Sinduscon-GO e da Construtora Ingá OUTUBRO 2013 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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“Meu berço: Goiânia. Hoje, jovem metrópole aos 80 anos, fundada sob visão urbanística do velho mundo, deve ser repensada, agora, sob a ótica contemporânea da vanguarda tecnológica, de modo que se apresentem soluções para as comprometidas mobilidade, segurança e saúde. Ainda, deve ser repensada holisticamente, alcançando todos as dimensões humanas, de forma a valorizar e tornar digna a vida de todos os seus cidadãos”. Ricardo de Sousa Correia, conselheiro fiscal do Sinduscon-GO e diretor da WazCo Empreendimentos

“O mercado imobiliário em Goiás, em consonância com o brasileiro, tem crescido de forma constante e sustentável nos últimos anos. Construímos com qualidade, respeitamos prazos e somos vanguardistas em conceitos e inovações. Temos a certeza de um futuro muito promissor tanto para os empreendedores quanto para os consumidores de nossa cidade”. Guilherme Pinheiro de Lima, 2º vice-presidente do Sinduscon-GO e diretor da GPL Incorporadora

“Quando cheguei em Goiânia, em 1984, a Av. 85 quase nem chegava na T-63, o Bueno não tinha prédios e a Praça Tamandaré era o parque de diversões do goianiense. Decorridos 29 anos, nossa capital cresceu sofregamente fartando-se de carros e prédios altos, e o que era para ser a Dallas brasileira tem mais edifícios que Chicago. O futuro está em nossas mãos e não há como fugir do caminho do meio. Há grandes méritos na verticalização, porém os vazios são cruciais para o convívio e bem estar humanos; temos que priorizar o transporte público porém teremos que encontrar soluções inventivas para a fluidez dos automóveis; há que modernizar as regiões distantes, sem deixar de proteger e melhorar a infraestrutura existente nos bairros centrais. Enfim: o equilíbrio. Temos que ser assim: uma Vancouver, uma Sydney, ou melhor”. Cezar Valmor Mortari, diretor da Comissão de Construção Metálica do Sinduscon-GO e da Irontec Construção Metálica 24

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Construção do Centro Administrativo em meados da década de 60

De acordo com dados da Prefeitura de Goiânia, um estudo do Instituto de Pesquisa e Planejamento deGoiânia (Iplan) apontou que, a partir de 1970 e, mais rapidamente, em 1975, a cidade expandiu significativamente seus parcelamentos urbanos. Na década de 70, a Capital teve um grande crescimento populacional, chegando ao ano de 1980 com 700 mil habitantes, sendo que desse total apenas 2% da população vivia em área rural. Esse aumento demográfico provocou o surgimento de um grande número de loteamentos nas cidades vizinhas, como Aparecida de Goiânia. A grande oferta de lotes era voltada especialmente para as classes de renda mais baixa. Luiz Fernando Teixeira informou que em 1975 e 1980, com a consultoria dos urbanistas Jayme Lerner e Lubomir Ficinsky, foi proposto um reordenamento urbanístico com a implantação de dois eixos de transporte urbano, denominados de Leste/Oeste e Norte/Sul, respectivamente. Nesta época, segundo o arquiteto, observou-se em Goiânia avanços no planejamento do uso do solo em função do transporte de massa. Mas em sua visão, infelizmente, se passaram 30 anos sem qualquer avanço no sistema de transporte público, fato que gerou a maioria dos problemas da mobilidade em Goiânia. Em 1980 a população goianiense atingia 717.526 habitantes. Em 10 anos a população duplicara. Ele complementou enfatizando que o Plano elaborado pela Serete permaneceu em vigência até 1984 quando foi aprovado outro Plano Diretor, elaborado pela Engevix. Foram tratados durante sua elaboração os processos de degeneração do meio ambiente natural pela ocupação urbana, os grandes equipamentos regionais, o macrozoneamento e os aspectos institucionais da legislação urbanística, que regulava a expansão da cidade e do uso e ocupação do solo sem, todavia, fazer menção ao sistema de mobilidade e acessibilidade, já preocupantes. “Os governantes não compreenderam a aplicabilidade do Plano deixando de lado a visão maior para dirigir o ordenamento da cidade. Os problemas continuaram se avolumando sem as devidas soluções urbanísticas para minimizá-los”, avaliou o especialista em urbanismo. Conforme histórico publicado pela Prefeitura do Município, no final dos anos 90 e início do século 21, Goiânia foi alvo de vários loteamentos irregulares e invasões, fruto de um fluxo migratório vindo de Estados próximos como Tocantins, Maranhão, Pará, Minas Gerais e Bahia. Problemas se afloraram com mais ênfase nas questões do uso do solo, no transporte urbano, geração de emprego e renda, educação, saúde, habitação e segurança pública. Tais entraves para


Hélio de Oliveira

o desenvolvimento social ficaram mais evidentes no final dos anos 90, quando Goiânia atingiu a marca de um milhão de habitantes. Segundo a própria Prefeitura, a partir de 2005, Goiânia voltou a experimentar um significativo aumento no índice de qualidade de vida. Os bairros mais distantes receberam benefícios básicos como asfalto, esgoto, iluminação e novas áreas de lazer. No texto, disponível no portal (goiania.go.gov.br), o órgão ressalta que “por meio de projetos habitacionais de caráter social e com apoio do governo federal, a Prefeitura consegue controlar as inúmeras ocupações irregulares na cidade”, contudo finaliza reconhecendo que mesmo com os atuais investimentos públicos e “com esse cenário promissor, a capital fundada por Pedro Ludovico ainda enfrenta problemas crônicos, frutos de um crescimento populacional vertiginoso e desordenado como trânsito e atendimento emergencial na saúde. O grande fluxo de veículos requer um aumento e melhor organização da malha viária da cidade. Goiânia registra uma das maiores médias de carros por habitante da América Latina”. Neste contexto, Teixeira reforçou que com a aprovação do Estatuto da Cidade em 2006, fez-se necessária a elaboração de outro Plano Diretor, conforme metodologia daquele estatuto. Com uma população de 1.223.225 habitantes e vários problemas de sustentabilidade socioambiental, mobilidade e acessibilidade, de ordenamento territorial, desenvolvimento econômico e sócio cultural, foi elaborado pela Secretaria de Planejamento Municipal (Seplam), o Plano Diretor Sustentável de Goiânia. Foram estabelecidos estratégias e projetos estruturantes para serem implantados a médio e longo prazo. O que, em sua opinião, não tem acontecido.

“A Goiânia menina, adolescente tão amada pelo seu fundador, virou moça e se tornou senhora. A nós construtores, toda a responsabilidade para continuarmos esta linda trajetória de vida e de paixão. De paixão não, de amor por ela, comprometido com a saúde dela. Igual a amor de mãe, que eterniza em nossos corações. Obrigado Goiânia, que me acolhe em seu colo todos os dias”. Sarkis Nabi Curi, diretor de Materiais e Tecnologia do Sinduscon-GO e da Sarkis Engenharia

“Minha expectativa para o crescimento dos próximos anos de Goiânia é bastante alvissareira. Nossa cidade é a Capital de um dos Estados que mais crescem no País e está bem posicionada em termos de qualidade de vida. Não obstante, exigirá lucidez dos governos na aplicação de políticas públicas em infraestrutura urbana, notadamente no que tange à mobilidade, e avanços nas áreas de segurança, saúde e educação”. Luís Alberto Pereira, diretor adjunto Administrativo do Sinduscon-GO, presidente do Sicoob Engecred-GO e sócio proprietário da Santa Cecília Engenharia e Arquitetura

centro cultural oscar niemeyer

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“Goiânia é uma cidade maravilhosa. A segunda no mundo em número de m² de área verde por habitante. Uma das melhores qualidades de vida do Brasil. Temos planejamento urbano, pessoas e empresas com grande capacidade. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Minha expectativa é que consigamos efetivamente desenvolver mecanismos de gestão pública que possibilitem o maior aproveitamento da janela de oportunidades que se apresenta para Goiânia e o Brasil, com o advento do bônus demográfico”. Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro, diretor Social e de Comunicação do Sinduscon-GO e diretor da Vectra Engenharia

“Goiânia, cidade acolhedora por natureza, onde seus habitantes renovam a esperança, pintada no sorriso, sabendo que a cidade oferece tudo que precisa e os enche de orgulho de ser goianiense. Goiânia cada vez mais moderna, precisa continuar seu crescimento em ritmo acelerado, mas, oferecendo cada vez mais conforto a seus habitantes, sem perder suas tradições, sua vocação humanitária e seu habitual tratamento caloroso a seus visitantes”. Carlos Vicente Mendez Rodriguez, diretor adjunto do Setor Elétrico e Telefônico do Sinduscon-GO e diretor técnico da TC Engenharia

Projetos para as pessoas “Novamente, o Plano tornou-se apenas leis controladoras da ocupação do espaço municipal, sem sequer avançar nos aspectos importantíssimos da estruturação e da mobilidade urbana”, afirmou o arquiteto. Para ele, os motivos que atrapalham a implantação de planos diretores e, consequentemente, o desenvolvimento urbano, se baseiam na falta de importância conferida pelos gestores aos planos diretores e para os projetos que estruturam a cidade; falta também de compreensão abrangente face à complexidade dos desafios relativos à mobilidade, inclusive a logística urbana; as legislações urbanísticas ficam rapidamente inadequadas para enfrentarem as complexas dinâmicas da cidade contemporânea e falta ente governamental com a função específica de planejar o futuro e definir intervenções urbanísticas para transformações qualitativas necessárias. Crítico, o especialista em urbanismo, com larga experiência em projetos para Goiânia, ressaltou que sem gestão o planejamento vira “peça fictícia”. Ele citou que o que ocorre é uma burocratização do Plano Diretor. “Ora, apenas com leis urbanísticas que controlam a transformação do solo urbano não se constroi cidades com qualidade de vida. A chave da questão está na governança que planeja e executa o que foi planejado. Para Goiânia nunca faltou planos e projetos, falta mesmo, é a implantação deles”. Para o arquiteto, é preciso fazer projetos para as pessoas, com acessibilidade universal, sustentabilidade socioambiental, etc. Ele destaca ser função do poder público traduzir em realidade as propostas que constam no Plano Diretor, interpretando os Planos que são apenas indicadores. Em sua visão, as ações precisam deixar de ser pontuais para ser integradas ao planejamento da cidade. Ele ainda provoca a reflexão no sentido de se pensar qual é o papel de Goiânia no contexto das cidades brasileiras, sugerindo que os empreendedores devem pensar o futuro da cidade, juntamente com o poder público. Outro ponto citado por ele como crítico é a logística que atrapalha o desenvolvimento econômico da cidade e do seu entorno. Para ele, deve haver melhor distribuição dos serviços públicos, como por exemplos os centros de saúde e de produção do conhecimento. O urbanista defende o modelo de metrópole consorciada para Goiânia, pois, segundo ele, a integração metropolitana, intensificaVista do canteiro central da avenida goiás

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Luís Fernando Cruvinel Teixeira, arquiteto e urbanista

Minha expectativa para os próximos anos é que Goiânia continue apresentando grande crescimento econômico aliado a um maior desenvolvimento social, cultural e ambiental. É preciso que todos os aspectos anteriormente citados sejam devidamente discutidos e tratados para que, assim, Goiânia continue sendo esta cidade linda e capaz de oferecer uma ótima qualidade de vida aos seus moradores e frequentadores”. Gustavo Veras, diretor adjunto de Saúde e Meio Ambiente do Sinduscon-GO e diretor da Loft Construtora

os motivos que atrapalham a implantação de planos diretores e, consequentemente, o desenvolvimento urbano, se baseiam na falta de importância conferida pelos gestores aos planos diretores e para os projetos que estruturam a cidade”

da pela expansão urbana acelerada, pode ser benéfica para as cidades e para os habitantes quando há consórcios. Esses consórcios públicos são o elo que subsidiaria investimentos em infraestrutura, por exemplo. Sobre a recente atualização ocorrida no Plano Diretor da Capital seu pensamento segue a mesma linha crítica. Para ele, faltou discussão. Em sua opinião, há preocupação em gerar condições econômicas, mas falta fornecer a estrutura básica para que isso funcione, privilegiando-se os habitantes, pois nessa visão, “o mais importante é o ser humano, ele é o patrimônio da cidade; não o automóvel”, declarou. Para proteger a vida, ele sugere que a infraestrutura deve ser construída no sentido de fornecer acesso aos serviços públicos, principalmente os indispensáveis como água tratada, esgoto sanitário, asfalto, drenagem e tratamento dos resíduos; pois estes itens diminuem a necessidade de uso dos serviços de saúde. Outra questão de sobrevivência apontada pelo especialista é a proteção dos recursos naturais. Segundo ele, até hoje “nada é sustentável”, são ações pontuais. E a maior dificuldade de se implantar a sustentabilidade, de fato, tanto para empreendedores quanto para o governo, é o aumento no custo de produção que pode girar em

“Goiânia completa 80 anos e é hoje uma metrópole importante de nosso País. A atratividade de nossa bela cidade é incrementada por várias qualidades: está geograficamente no coração do Brasil, sua arquitetura moderna e de bom gosto, mais de 30 parques para o lazer, é ainda referência em várias áreas tais como: medicina, engenharia, música, educação, dentre outros. A prosperidade vinda deste crescimento nos remete também a grandes e novos desafios que cada um de nós precisa se envolver e participar, pois somente com esta participação será possível melhorar ainda mais a qualidade de vida em nossa cidade”. Renato de Sousa Correia, diretor da Subcomissão de Legislação Municipal do Sinduscon-GO e diretor da Vega Construtora

“Goiânia continuará desfrutando de um crescimento populacional contínuo, com a atração de mais investimentos e a geração de novas oportunidades. Para que o desenvolvimento socioeconômico se consolide, esse cenário traz consigo a necessidade de ações públicas e de intervenções no mesmo ritmo, assegurando qualidade de vida à população, com habitação, segurança, transporte, mobilidade urbana, educação, saúde, infraestrutura, etc.”. Paulo Afonso Ferreira, diretor 1º secretário da CNI, conselheiro do Sinduscon-GO e diretor-presidente da Sobrado Construção OUTUBRO 2013 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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“Todos querem morar em um local que ofereça conforto, oportunidades e principalmente qualidade de vida, Goiânia chega aos 80 anos com crescimento acima da média nacional, mantendo a qualidade de vida que tanto queremos para nós e nossos filhos. De braços abertos e com muito vigor recebe aqueles que fazem daqui a sua pátria. Goiânia é e continuará a ser o melhor lugar do Brasil”. Ricardo Daniel Lopes, diretor do Setor Elétrico e Telefônico do Sinduscon-GO e da Telemont Engenharia e Telecomunicações S/A

“Goiânia faz 80 anos em um momento de forte expansão econômica e populacional. Para os próximos anos, a expectativa é que o poder público trabalhe mais e conjuntamente à iniciativa privada para que esse desenvolvimento seja regulamentado, sustentável e ordenado, com a finalidade de que o bem-estar da população seja preservado”. Aloma Cristina Schmaltz Rocha, diretora adjunta de Qualidade e Produtividade do Sinduscon-GO e da Bloco Engenharia e Construção

“Espero que nossa cidade cresça em qualidade de vida, que os nossos gestores cuidem da mobilidade urbana e que o setor de engenharia e imobiliário continue contribuindo para que Goiânia continue sendo uma cidade boa demais da conta para se viver”.

torno de 10%. Contudo, ele sugere ações coletivas de alto resultado, como a redução das ilhas de calor, com uso de telhados verdes, implementação de novas tecnologias no asfaltamento das vias, sombreamento nos espaços públicos, etc. Sobre suas expectativas em relação à Capital, tendo como referência a comemoração de seus 100 anos em 2033, Teixeira alerta que o futuro não será animador, se continuar da forma que está: sem gestão urbana voltada para o ser humano. “Há mais de 15 anos eu disse em uma entrevista que se as cidades continuassem a crescer 5% ao ano, por 10 anos, seriam insustentáveis e veja como está”, lembrou. Sobre os pontos positivos de Goiânia, no mês em que se comemora seus 80 anos, ele enfatizou o início do interesse das pessoas em participar do desenvolvimento, via entidades de classe e associações e a visão ambiental que já se mostra relevante, mas precisa passar da sociedade civil para os governos. Finalizou instigando a sociedade a reagir para mudar a forma de gestão da cidade.

Goiânia Patrimônio Art Déco

Goiânia possui um dos maiores acervos da arquitetura Art Déco do mundo. A principal característica é a exploração de formas geométricas, com fachadas em destaque, vitrais, ornamentos e platibandas (muretas na cobertura da edificação), além de ser comum encontrar os nomes dos prédios grafados em alto relevo. Entre as obras de destaque desta arquitetura histórica, tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), destacam-se: o Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica, Centro; a Estação Ferroviária, na Praça do Trabalhador; o Grande Hotel, na Avenida Goiás, Centro; o Palace Hotel, na Avenida 24 de Outubro, no Bairro Campinas; o Trampolim e a Mureta no Lago das Rosas, no Setor Oeste, entre outros.

Principais características

Localização: Centro-Oeste brasileiro Data de fundação: 24 de outubro de 1933 Gentílico: goianiense População: 1.220.412 (estimativa 2006) Área (em km²): 739,492 Densidade demográfica (habitantes por km²): 1.650,3 Altitude (em metros): 749

André Rocha, conselheiro consultivo do Sinduscon-GO e diretor da Pertisau Engenharia e Participações

Dados econômicos e sociais

“O crescimento de Goiânia tem surpreendido a todos em suas mais diversas previsões. A começar por Attílio Corrêa Lima, que projetou a cidade para 50 mil habitantes.Nos últimos 35 anos, fiz sete previsões e errei em todas. É certo que nossa Capital ainda vai crescer muito, pois nosso Estado tem tido um crescimento econômico acima da média e, com isso, atraído novos moradores e impulsionado seu desenvolvimento urbano. Mas, quantificar este crescimento é uma ousadia, em minha opinião”.

Geografia

Alan Alvarenga Menezes, conselheiro consultivo do Sinduscon-GO e diretor da Toctao Engenharia 28

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Produto Interno Bruto (PIB)*: R$ 8.593.611.689,00 (2004) Renda Per Capita*: R$ 7.274,00 (2004) Principais atividades econômicas: comércio, serviços públicos, agropecuária e indústria Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0.832 (PNUD - 2000) Taxa de alfabetização: 95,2% (ano 2000) Índice Pluviométrico: 1.400 mm por ano Relevo: planície Temperatura média anual: 22º C Clima: tropical semiúmido Fontes: *Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e portal da Prefeitura de Goiânia


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A advogada ambiental Danielle Limiro mediou o primeiro debate

Setores público e privado expõem ações no 3º Encontro sobre

Construção e Sustentabilidade Realizada no dia 22 de agosto, no Auditório José Alves Fernandes Filho (Sinduscon-GO), a terceira edição do Ecos – Encontro sobre Construção e Sustentabilidade atraiu engenheiros, arquitetos, construtores e profissionais da cadeia produtiva do setor, um público interessado em conhecer mais de perto as propostas desse enfoque e as ações sustentáveis praticadas por um número crescente de empresas da indústria da construção regional. Em sua fala de abertura, o eng. Gustavo Veras, diretor adjunto de Saúde e Meio Ambiente do Sinduscon-GO, na ocasião representando o presidente da entidade, eng. Carlos Alberto de Paula Moura Júnior, salientou que a atual Diretoria assumiu com a missão justamente de debater iniciativas capazes de reduzir os impactos ambientais gerados pela indústria da construção. “Eventos como o Ecos – organizado pela Comunidade da Construção de Goiânia – promovem a conscientização, por parte das construtoras, sobre a importância de se diminuir a quantidade de resíduos e de oferecer opções de moradia com recursos sustentáveis, ajudando ainda a quebrar o estigma de que sustentabilidade é cara”, afirmou Veras, destacando que sua empresa já comprovou, na prática, que é algo viável. “Realizamos pesquisa no primeiro empreendimento executado com tecnologias sustentáveis e constatou-se um aumento de apenas cinco por cento no orçamento; digo que é um pequeno aumento diante 30

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dos benefícios resultantes desse investimento para minimizar os impactos de um empreendimento imobiliário de porte”. Partindo da ideia de que “quanto mais se fala sobre o assunto, mais soluções são encontradas”, o diretor disse que o Sinduscon-GO está pronto a apoiar a realização de eventos focados na sustentabilidade. Entre as metas da atuação sindical já definidas pela gestão 2013/2016, Veras destacou: destravar o licenciamento ambiental; destinação correta para os resíduos gerados na construção, com a instalação de mais usinas de reciclagem e melhora na estrutura daquelas já existentes; além de ações no campo da logística reversa, incluindo a busca de parcerias do setor público com o privado objetivando agilizar soluções para que a sociedade se beneficie das inovações no curto prazo.

Ações do setor público No primeiro painel, Flávio Yuaça, diretor de Informações Urbanas e Geoprocessamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável de Goiânia (Semdus), apresentou o Programa Goiânia Cidade Sustentável, um projeto que está inserido na Ices – Iniciativa Cidade Emergente Sustentável do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ices é um diagnóstico das cidades, que objetiva identi-


ficar os problemas e propõe ações para mitigá-los antes que se tornem insolúveis ou de solução difícil e onerosa. Essa iniciativa já tem orçamento aprovado para os próximos dois anos de trabalho, viabilizado por meio da doação de diversos países da Ásia, América do Norte, América Latina e Caribe, como EUA e Japão. Entre as áreas de ações prioritárias em Goiânia, estão: mobilidade urbana, competitividade e conectividade, gestão por resultados, segurança pública, gestão da expansão urbana e adaptação às mudanças climáticas. Yuaça discorreu sobre o conceito de sustentabilidade adotado pelo Programa, ponderando que a sustentabilidade deve atender a todos os grupos, por esse motivo a importância de se debater o que é a sustentabilidade. Ele apontou que nesta iniciativa busca-se um “estado desejado”, que deve ser atingido e preservado; mas para alcançar este objetivo se faz necessário conhecer o “estado base”, ou seja, a situação atual; além de ter claramente definido o espaço de tempo em que as ações deverão ser demandadas, pois podem ser sustentáveis por um período e depois deixarem de ser. Com essas noções de situações e forças atuantes sobre o cenário atual e a projeção de futuro, ele levou o público à reflexão de que sustentabilidade vai além de ações ambientais desconectadas do contexto da cidade; ela depende do histórico, do estoque, da demanda de uso e do tempo em que os recursos deverão ser úteis. Ele também afirmou que “não dá para pensar em sustentabilidade sem pensar em competitividade e equilíbrio fiscal”. Segundo o diretor da Semdus, “devemos prever ações a longo prazo e que sejam intersetoriais”. Weber Coutinho, gerente de Planejamento e Monitoramento Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte/MG (SMMA), apresentou o Programa de Certificação em Sustentabilidade Ambiental do município. Em sua opinião, o Programa é um exemplo de como se trabalhar as políticas públicas para induzir o desenvolvimento sustentável nas cidades. A concepção do Programa se deu entre os anos 2009 e 2011; contudo, o mesmo foi respaldado pela criação do Comitê Municipal sobre Mudanças Climáticas e Ecoeficiência, por meio do Decreto nº 12.362, de maio/2006. O Decreto já previa o uso de fontes renováveis de energia; o uso racional da água e da energia; a melhoria da eficiência energética e a promoção da redução, reutilização e reciclagem de resíduos. Posteriormente (já em 2013), houve a elaboração do Plano de Redução dos Gases de Efeito Estufa. A Certificação Ambiental é destinada a empreendimentos públicos e privados, residenciais, comerciais e/ou industriais que adotarem medidas que contribuam para a redução do consumo de água, de energia, das emissões atmosféricas e da geração de resíduos sólidos. Envolvendo estas quatro dimensões, o programa oferece três categorias de certificação: Ouro (três ou mais dimensões), Prata (duas dimensões) e Bronze (uma dimensão). O gerente da SMMA de Belo Horizonte explicou que a certificação se dá, inicialmente, pela constatação de boas práticas ambientais (por meio da implantação de processos ambientais), discriminadas nos projetos dos empreendimentos, avaliadas em sua eficiência por auditoria de conformidade; posteriormente, ao término da obra, ou a cada período de um ou dois anos, para manutenção da certificação existe a avaliação dos resultados ambientais (cumprimento da meta mínima), por meio da auditoria de performance, objetivando comprovar a eficácia das ações. Ele destacou que todo o processo é simples e o próprio requerente pode se inscrever pelo portal www.cesa.pbh.gov.br e simular

em qual nível as ações projetadas se enquadrariam. Após o envio dos dados pelo portal e a análise feita pela Prefeitura, o empreendimento recebe o Selo BH Sustentável, documento onde consta o laudo aprovado e a classificação, o que, segundo ele, possibilita agregar valor ao empreendimento. Finalizando suas colocações, Coutinho ressaltou o bom momento que Goiânia vive e reforçou ser uma boa hora para incentivar o crescimento sustentável da cidade, sugerindo que o Sinduscon-GO encabeçasse esse movimento, criando também uma certificação semelhante. Já o biólogo da Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia (AMMA), Pedro Henrique Baima Paiva, falou sobre as ações do município para a Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos da Construção Civil. Paiva informou que a Prefeitura de Goiânia tem discutido a implementação de certificações ambientais, podendo também trabalhar com esta estratégia futuramente. Contudo, ele lembrou que implementar políticas para a gestão dos resíduos é responsabilidade do poder público, mas o gerenciamento desses resíduos é responsabilidade do gerador. Para ele, “o foco está na gestão sustentável da cadeia de suprimentos”, que foi definida como um pensamento estratégico, transparente e integrado para atingir objetivos econômicos, sociais e ambientais, numa coordenação sistêmica de processos interorganizacionais ao longo da cadeia. O biólogo acrescentou que a logística reversa é a coluna vertebral da Política Nacional de Resíduos Sólidos, mas a responsabilidade é compartilhada e, para que se efetive, precisa ser entendida assim por todos os agentes. Neste sentido, destacou o papel da indústria e das cooperativas na cadeia da construção civil, além de ressaltar a importância da inclusão dos catadores, dos ecopontos e da informatização do sistema de controle do transporte dos resíduos, o que garantirá o descarte correto, e que já está em fase de implantação via internet e telefone. Em sua opinião, “a responsabilidade compartilhada é o segredo da gestão sustentável”. Ele defende uma política de incentivo e estímulo para que os empreendedores gerem cada vez menos resíduos; destacou a relevância de ações de reaproveitamento de resíduos nas próprias obras e evidenciou acreditar na função dos consórcios privados para a construção de usinas de reciclagem, por não confiar na iniciativa do poder público para esta solução. flávio yuaça apresentou o programa goiânia cidade sustentável

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rafael tello (centro) foi o mediador do segundo debate

Iniciativas sustentáveis no ambiente construtivo Abrindo o Painel II – Iniciativas do Mercado, o coordenador do Centro de Desenvolvimento da Sustentabilidade na Construção (CDSC) da Fundação Dom Cabral, mestre em economia Rafael Tello, falou sobre a importância do engajamento das empresas de Goiás para a disseminação de ações sustentáveis na indústria da construção, lembrando que de um total de 250 práticas analisadas pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção, 29 iniciativas foram descritas no Guia CBIC de Boas Práticas em Sustentabilidade na Indústria da Construção, sendo oito ações de construtoras goianas. Segundo ele, a sustentabilidade na cadeia produtiva da construção deve levar em conta os aspectos ambiental, social e econômico, os quais promoverão ganhos para o negócio, garantindo-lhe retorno, a sua sustentação e o seu crescimento. Mas como tornar as empresas sustentáveis? Com certeza não apenas observando-se a legislação, mas sim provando que é possível ganhar mais – e porque não, lucrar mais – com a sustentabilidade do que trabalhando de modo convencional, com desperdício e sem maiores preocupações preservacionistas. Ele ilustrou com o exemplo de construtora que investiu R$ 24 mil para implantar o programa de gestão de resíduos no canteiro de obras, processo que já gerou uma economia de R$ 48 mil proveniente da implantação de uma cultura do não desperdício, do reaproveitamento e reciclagem dos materiais. “São práticas sustentáveis que precisam ser replicadas na comunidade da construção, afinal lucrar com sustentabilidade não é vergonha, é meta!”. Ao descrever as funções da Fundação Dom Cabral, Rafael Tello mencionou os convênios da FDC com organizações para a geração de conhecimento e a busca de soluções educacionais, o seu comprometimento com a difusão e a padronização das melhores iniciativas, os grupos de trabalho e suas pesquisas para a promoção da sustentabilidade, conceito que engloba, entre 32

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outros, uma gestão responsável (sustentável) de projetos e da qualidade do produto final das empresas, e governança social integrada. Em sua concepção, as boas práticas da sustentabilidade se relacionam com seis amplas ações: mudança no sistema de gestão, relacionamento com stakeholders; melhoria dos processos construtivos; saúde e segurança do trabalho; qualificação da mão de obra e desenvolvimento imobiliário urbano. O coordenador do CDSC vê como grande desafio na atualidade mudar o fato de a sustentabilidade ainda não ser trabalhada sob a ótica corporativa, pois não é entendida contribuição significativa para agregar valor ao negócio. No momento, afirma Rafael Tello, muitas empresas enxergam a sustentabilidade apenas como um fator que proporciona uma melhor imagem ao seu negócio, quando deveria ser vivenciada como uma atitude transformadora que realmente é.

Cases das empresas de Goiás ganham destaque Na etapa final do Painel II, representantes da Biapó, Consciente, Pontal e Toctao apresentaram iniciativas sustentáveis adotadas pelas construtoras goianas com o intuito de reduzir, mitigar e mesmo eliminar as interferências socioambientais provocadas pelas atividades das empresas nos canteiros de obras. Todos os cases mostrados durante o evento constam do Guia CBIC de Boas Práticas em Sustentabilidade na Indústria da Construção. O arquiteto e coordenador de projetos da Construtora Biapó, Adriano Carvalho, apresentou o projeto da empresa denominado “Além dos Números”, situando aos presentes que a Biapó, focada no restauro de prédios do patrimônio histórico, tem seu trabalho pautado em valores e ações educativas com


seu público interno e externo, voltadas para a importância da preservação das edificações e de se tornarem agentes propagadores dessa cultura, a partir da disseminação de um sentimento de pertencimento. Além da alfabetização nas obras, a empresa premia seus funcionários através do programa Biapó em sua Casa, desenvolvendo, assim, a autoestima dos colaboradores, o contentamento da equipe e a fidelização. A Biapó também sempre busca ouvir a comunidade, abrindo seus canteiros à visitação pública. Da Consciente Construtora e Incorporadora, o engenheiro de Qualidade, Eduardo Carvalho de Paiva, apresentou os programas Implantação da Produção mais Limpa, com o gerenciamento para reaproveitamento de entulhos no canteiro a partir de um fluxograma que monitora o que entra e o que sai da obra, e da Calçada Consciente, este último por iniciativa do eng. Augusto Fernandes, em 2009, o qual deu origem ao Manual da Calçada Consciente, evoluindo mais recentemente para o projeto Praça Consciente. Conforme Eduardo Paiva, “são soluções simples, como retenção da água da chuva, piso drenante, arborização adequada, que contribuem com o meio ambiente e a circulação segura e confortável dos pedestres”. Por sua vez, o engenheiro Ivo Corrêa Faria discorreu sobre o case da Pontal Engenharia, apresentando o Modelo de Gestão Integrada, que engloba o desenvolvimento do sistema de gestão da qualidade para um ambiente de trabalho saudável, observando-se aspectos como a ergonomia nos postos de trabalho/ginástica laboral nos canteiros e a otimização da gestão de materiais na construção, incluindo o processo de logística reversa e o programa Produção Mais Limpa e Sustentável com resíduo zero nas obras. “Um dos resultados provenientes do treinamento e da capacitação dos colaboradores, e da padronização dos serviços, foi o aumento do índice de produtividade em 17%, além da economia de recursos financeiros e dos recursos naturais (água e energia), a fidelização da mão de obra e a melhoria contínua dos processos, criando-se uma cultura da qualidade que contagia o público interno, clientes e fornecedores”.

Encerrando o Painel, a mestra Cinthia Martins dos Santos, especialista em Gestão Ambiental e coordenadora de Meio Ambiente da Toctao Engenharia apresentou o case Melhoria no Desempenho Ambiental dos Canteiros e Relacionamento com os Clientes. São muitos os benefícios das boas práticas nos canteiros de obras da empresa, como a redução do consumo de recursos naturais, a transparência dos processos, a limpeza no ambiente laboral e a redução dos acidentes de trabalho. A Toctao também promove o canteiro ecológico, com o plantio de hortas e da parede verde, iniciativa que visa provocar o sombreamento natural e reduzir a temperatura interna dos escritórios da obra com menor utilização do ar condicionado, introduzindo, ainda, revestimento acústico nas betoneiras para reduzir o barulho das mesmas. Já o Projeto Vizinho Amigo busca a proximidade com os moradores da região onde a obra está instalada. A partir de encontros, desenvolvem-se ações visando minimizar os incômodos e transtornos temporários provocados durante a construção do empreendimento. Antes da conclusão do evento, os convidados falaram dos planos para a continuidade de ações de responsabilidade socioambiental nas empresas. A Toctao, por exemplo, tem como meta aperfeiçoar o desempenho ambiental de suas obras. A Pontal adiantou sua intenção de aplicar novas tecnologias para o reaproveitamento do gesso e redução do desperdício, pois sem a reciclagem hoje a perda gira em torno de 27%; informalmente se falou na construção de um bairro sustentável como sequência natural aos projetos da calçada e da praça sustentável da Consciente; para a Biapó, o grande desafio será manter a vontade de internalizar os valores conquistados pela construtora, incluindo-se parcerias para levar novos conhecimentos aos colaboradores. No final, os expositores comentaram que desde 2011 construtoras preocupadas com a sustentabilidade vêm se reunindo para a troca de experiências. Esse grupo está receptivo à participação das construtoras da comunidade de Goiânia e aberto à visitação de seus canteiros, para uma vivência prática das ações de perfil sustentável já implementadas.

Ações de responsabilidade socioambiental A equipe organizadora do 3º Ecos também se preocupou com o caráter sustentável do próprio evento. Foram selecionados itens de decoração que fazem o reaproveitamento de matéria prima, como madeira de demolição, e distribuídos lápis ecológicos e canetas em material reciclado. O lanche oferecido aos presentes também foi preparado a partir do reaproveitamento de talos e cascas de alimentos. O Ecos ainda contou com espaço de massagem, patrocinado pelo Sesi-GO, sendo que os banners do Encontro serão posteriormente reutilizados na confecção de ecobags e aventais. Outra ação de destaque, de cunho social, foi a doação de alimentos. Com a contribuição dos participantes foram arrecadados 141 quilos de alimentos não perecíveis sendo, em sua maioria, produtos da cesta básica (arroz, feijão, açúcar, macarrão e óleo de soja). A doação foi revertida para o Posto de Assistência Menino Jesus, situado na Avenida Armando de Godoy, no Setor Leste Vila Nova, em Goiânia.

participantes do 3º ecos receberam massagem no espaço zen montado pelo sesi-go

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01. Gustavo Veras, diretor adjunto de Saúde e Meio Ambiente do Sinduscon-GO. 02. Weber Coutinho, gerente de Planejamento e Monitoramento Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte. 03. Pedro Henrique Baima Paiva, biólogo da Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia. 04. Rafael Tello, coordenador do Centro de Desenvolvimento da Sustentabilidade na Construção da Fundação Dom Cabral. 05. Adriano Carvalho, coordenador de projetos da Construtora Biapó. 06. Eduardo Carvalho de Paiva, engenheiro de Qualidade da Consciente Construtora e Incorporadora. 07. Ivo Corrêa Faria, diretor executivo da Pontal Engenharia. 08. Cinthia Martins dos Santos, coordenadora de Meio Ambiente da Toctao Engenharia

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Inaugurado laboratório

de ensaios de concreto da construção civil Em 27 de agosto, a Escola Senai Vila Canaã realizou, com a presença do presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, a cerimônia de inauguração do Laboratório de Ensaios de Concreto. A unidade foi estruturada e equipada para funcionar a partir deste mês, e já conta com profissionais treinados para os procedimentos necessários ao trabalho que irão realizar. Antes, autoridades, professores e alunos dos cursos técnicos relacionados à construção civil participaram de palestra sobre os referidos ensaios e seus resultados, proferida pelo eng. Luiz Henrique Manetti, diretor técnico da Portobello.

Cooperativismo é destaque na reunião de Diretoria do Sinduscon-GO

No dia 03 de setembro, o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, liderou a segunda reunião de Diretoria da gestão 2013/2016. Além de trazer informações importantes para os participantes sobre, por exemplo, segurança do trabalho e relações trabalhistas, força-tarefa para aprovação de projetos na Prefeitura de Goiânia e investimentos do Conselho Municipal de Habitação na Capital, foi ressaltada a importância do cooperativismo. Primeiramente, o diretor adjunto de Materiais e Tecnologia do Sinduscon-GO, Pedro Henrique Borela, falou sobre o fortalecimento da atuação da Cooperativa de Compras da Construção em Goiás (Coopercon-GO) e o diretor adjunto Administrativo do Sindicato, Luís Alberto Pereira, que é ainda presidente do Sicoob Engecred, abordou as vantagens da cooperativa de crédito, que oferece produtos e serviços adaptáveis às necessidades dos cooperados. O Sistema também dispõe de financiamento à produção e antecipação de recebíveis.

Governador recebe

diretorias do Sinduscon-GO e do Seconci-GO Os presidentes do Sinduscon-GO, Carlos Alberto de Paula Moura Júnior, e do Seconci-GO, Jorge Tadeu Abrão, atenderam ao convite para almoço com o governador Marconi Perillo, em que também compareceram diretores das respectivas entidades. O encontro ocorreu no dia 05 de setembro, nos jardins do Palácio das Esmeraldas, ocasião em que foram apresentadas as novas diretorias empossadas recentemente, bem como as metas para a gestão 2013/2016, com destaque para a importância do apoio ao Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) a ser realizado em Goiânia em maio de 2014. O governador, por sua vez, se comprometeu em respaldar as ações das lideranças da construção, mostrando-se receptivo a encampar sugestões do setor da engenharia. Perillo disse do empenho na aplicação de R$ 3,5 bilhões em obras de infraestrutura geridas pela Agetop e mencionou a intenção de futura parceria com o Seconci-GO, empregando sua expertise em auxílio à administração de hospitais no Estado como uma OS (Organização Social), a exemplo do que tem feito o Seconci de São Paulo. “Nosso setor sente-se prestigiado pela administração estadual e pelo estadista que é o chefe do Executivo goiano”, observou o presidente do Sinduscon-GO na oportunidade.

Lailson Damásio

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Instalada Câmara Setorial da Indústria da Construção

Os integrantes da CIC presentes no evento

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) lançou, no dia 26 de agosto, a Câmara Setorial da Indústria da Construção (CIC), em concorrido evento realizado em sua sede. A criação da Câmara foi proposta pelo Sinduscon-GO, na pessoa do presidente da Comissão de Materiais e Tecnologia (Comat/CBIC), Sarkis Nabi Curi, que assumiu a liderança da CIC, tendo como vice-presidente o empresário Gilberto Martins (Sindiareia) e como conselheiro o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura. Ao todo, serão 15 sindicatos patronais goianos integrando a Câmara, por estarem relacionados diretamente à cadeia produtiva, além do Sinduscon-GO, também os Sindicatos: da Indústria da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (Sindicel); Indústrias de Cerâmica (Sindicer), Indústrias de Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sicma); Indústrias de Gesso, Decorações, Estuques e Ornatos (Sindigesso); Indústrias de Material Plástico (Simplago); Indústrias de Móveis e Artefatos de Madeira (Sindimóveis); Indústrias de Produtos de Cimento (Sinprocimento); Indústrias de Rochas Ornamentais (Simagran); Indústrias Extrativas de Pedreiras (Sindibrita); Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Anápolis (Simea); Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simelgo); Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Sudoeste Goiano (Simesgo); Indústrias Químicas (Sindiquímica) e Sindicato dos Areeiros (Sindiareia). A Câmara Setorial da Indústria da Construção se constituirá em foro privilegiado para a discussão e atendimento às reivindicações dos sindicatos que compõem a cadeia produtiva do setor em Goiás, no âmbito da Fieg. Ela deverá estabelecer os princípios e regras para nortear as condutas dos responsáveis pelas suas atividades e buscar soluções para questões conflituosas. O objetivo é fomentar o desenvolvimento e o fortalecimento da cadeia produtiva, aumentando sua competitividade 36

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e criando uma cultura organizacional que garanta e preserve conquistas essenciais para o avanço do segmento em Goiás. Um dos primeiros focos da câmara será a aplicação, por parte das empresas, das Normas Técnicas que regulamentam a qualidade dos materiais e processos no setor. O presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, afirmou que a CIC tem a missão de promover a integração da cadeia produtiva. Ele ressaltou o bom momento e a força de geração de empregos do setor no Brasil, com destaque para Goiás que figura entre os primeiros do ranking de novas vagas, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. O presidente da Fieg também reforçou o apoio e empenho da Federação, por meio do Sesi/Senai em prol do desenvolvimento do setor, qualificação da mão de obra e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores. Entre as ações, destacou o lançamento, no dia 27 de agosto, do novo laboratório de ensaios de concreto na Escola Senai Vila Canaã e também a parceira para a realização do Dia Nacional da Construção Social anualmente. O recém-empossado presidente da CIC, Sarkis Nabi Curi, informou que a proposta da Câmara é o desenvolvimento de trabalho conjunto em favor da cadeia produtiva. Dentre os objetivos ele enfatizou a qualificação dos fornecedores para que os produtos fabricados em Goiás cumpram as normas técnicas, em especial a Norma de Desempenho de Edificações, para que as obras tenham mais qualidade e durabilidade; fortalecer a competitividade do setor; modernização do processo construtivo, etc. Tendo em vista estes fins, alguns serviços deverão ser implementados, como uma rede de promoção e divulgação de tecnologias; pesquisas e desenvolvimento tecnológico; incentivo à inovação e sustentabilidade, entre outros. O presidente do Sinduscon-GO e conselheiro da CIC, Carlos Alberto Moura, frisou a importância do tema “palpitante” e que terá impactos tanto na atualidade quanto no futuro, referindo-se à Norma de Desempenho. Para ele, o maior desafio é que cada um entenda seu papel neste contexto. Sarkis nabi curi assina termo de criação da câmara


Manetti ministrou palestra no lançamento da CIC

Desempenho como atributo

Já iniciando os trabalhos da CIC, o engenheiro civil Luiz Henrique Manetti, gerente técnico de engenharia da Portobello e secretário de revisão da Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais - NBR 15.575, abriu o ciclo de palestras abordando a Norma que entrou em vigor desde julho deste ano. Com exemplos reais de como ficarão os projetos, falou sobre as perspectivas de aproveitamento da Norma em favor da redução da insegurança jurídica e da criação de diferenciais de vendas. Usando sua experiência profissional, ele fez uma relação entre o novo perfil dos clientes e as novas atribuições que a construtora poderá agregar a seus produtos para atender de forma satisfatória. Em seu primeiro exemplo, Manetti citou que realizou um trabalho em que visitou 90 empresas do segmento, treinando no total cerca de 1.200 pessoas sobre os impactos da nova Norma. Contudo, o que chamou a atenção, segundo ele, é que desse total 20% sequer sabiam da existência da referida norma e dentre os 80% que tinham conhecimento da existência, só duas pessoas haviam comprado e lido o documento. Assim, ele abriu sua palestra alertando ao público presente formado, em sua maioria, por engenheiros, arquitetos, projetistas e empresários, da importância da integração do setor em prol da qualidade do sistema como um todo, tendo em vista que a NBR 15.575 não é prescritiva, mas estabelece índices de desempenhos de sistemas (estruturais, pisos, vedações, coberturas e hidrossanitários). O engenheiro reforçou que é necessário acompanhar a evolução do comportamento do consumidor, que atualmente é mais sofisticado e mais sensível a preço. Além disso, dispõe de pouco tempo, quer mais conveniência, equipara mais entre fornecedores e está cada vez mais insatisfeito e infiel. Sendo assim, se faz necessário criar formas de provar para o cliente as vantagens que justificam o investimento no imóvel. A Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais, de acordo com ele, facilita a comparação dos atributos do bem, permitindo também a avaliação dos sistemas inovadores e servindo de parâmetro em casos de demanda jurídica. A Norma passou por diversas revisões e, segundo Manetti, a última versão publicada avançou consideravelmente, principalmente no sentido de definir melhor as responsabilidades, estabelecendo o que tange aos arquitetos, projetistas, incorporadores, construtores, fornecedores e usuários: uma das maiores evoluções em sua opinião, por ser “inédita e positiva”. O engenheiro discorreu detalhadamente sobre a Norma,

ressaltando que o foco, agora, se volta para os projetos, em que os projetistas terão a responsabilidade pelas especificações feitas, enquanto perdurar a vida útil das edificações. Depois, a mestre em Engenharia Civil Tatiana Jucá, superintendente e auditora líder do Instituto de Certificação Qualidade Brasil (ICQ Brasil), realizou apresentação direcionada ao diagnóstico dos blocos cerâmicos usados na região metropolitana. Participaram 14 construtoras de Goiânia, em que foram coletadas 13 amostras de 12 fabricantes do insumo e os ensaios foram realizados pelos laboratórios Funmineral e Furnas. A avaliação foi realizada em duas etapas: aplicação de questionário de múltipla escolha aos construtores e depois a avaliação de conformidade dos blocos à NBR 15.270, observando-se as características geométricas: medidas das faces – dimensões efetivas; espessura dos septos e paredes externas dos blocos; desvio em relação ao esquadro (D) e planeza das faces (F); além das características físicas e mecânicas. Foi identificado que atualmente o percentual de cerâmica vermelha usado nas alvenarias das construtoras pesquisadas é de 81% e somente 19% das alvenarias são feitas com outros sistemas. A principal dificuldade apontada pelos respondentes foi relacionada à qualidade dos produtos, seguida pelo prazo de entrega. Em geral, a qualidade dos blocos cerâmicos pesquisados apresentou grande variação de resultados, apontando déficit em diversos quesitos como absorção, dimensões e resistência. O objetivo agora da CIC, com ações encabeçadas pelo Sindicer, que já iniciou contatos com as indústrias de blocos cerâmicos, é investir na qualidade dos produtos. A engenheira Tatiana Jucá pontuou que esta qualificação deve ser feita por meio da capacitação dos trabalhadores, da modernização dos equipamentos e da realização de ensaios laboratoriais periódicos no setor cerâmico, visando à padronização dos insumos. A superintendente do ICQ Brasil, Tatiana Jucá, finalizou destacando que, dentro do contexto atual, o projeto arquitetônico terá que considerar uma gama maior de produtos para que a edificação alcance o desempenho esperado, possibilitando a utilização de um mix que permita menor desperdício. Ela alertou: “cuidado com a compra pelo menor preço”, acrescentando que as construtoras devem fazer análises mais criteriosas. Tatiana Jucá falou sobre a qualidade dos blocos cerâmicos

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I VA C O M S A Ú D E

BANCO DE EMPREGOS

DA CONSTRUÇÃO

Está precisando contratar colaboradores para sua empresa? Por meio do Banco de Empregos da Construção, o Sinduscon-GO disponibiliza para as empresas associadas e filiadas, a preços abaixo dos praticados pelo mercado, cadastros de profissionais de várias categorias. Confira, a seguir, algumas opções de profissionais que poderão integrar a sua equipe de trabalho:

ENGENHEIRO CIVIL F. G. R. F. Formação: Universidade Federal de Goiás (2011). Experiência: Gestão da execução de obras verticais, planejamento de obras, coordenação de projetos, liderança de equipes, orçamentos e manutenção.

Fisioterapia

para prevenir, não só para remediar O esforço físico é uma constante nos canteiros de obra e, por maiores que sejam os cuidados e os avanços materiais e tecnológicos, algumas lesões são comuns entre os trabalhadores, como a tendinite de ombro, uma inflamação do tendão pelo esforço repetitivo e prolongado dos braços acima do nível dos ombros. Em 13 de outubro, comemora-se o Dia do Fisioterapeuta, profissional que atua na prevenção e tratamento de boa parte das Lesões por Esforço Repetitivo (LER), também chamadas de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Por meio da fisioterapia preventiva é possível diminuir custos e ganhar tempo nos empreendimentos, já que se evita o afastamento dos operários por motivo de lesões, aumenta-se a produtividade e a motivação e reduz-se o estresse, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida ao trabalhador. Uma das iniciativas para a prevenção das lesões seria a adequação da ginástica laboral no canteiro de obra, com sessões baseadas principalmente em alongamento, sob a orientação de um fisioterapeuta ou educador físico. A aplicação dos princípios de ergonomia, buscando a melhor relação do ser humano com o seu ambiente de trabalho, também auxilia na prevenção da LER/DORT. Desde junho deste ano, o Seconci Goiás oferece consultas de Ortopedia e sessões de Fisioterapia para atender os trabalhadores que forem acometidos por esses males. Para saber mais sobre os serviços prestados e obter dicas sobre a implantação de ações preventivas na obra, entre em contato com a sede da entidade pelo telefone (62) 3250-7500. 38

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F. Q. I. Formação: Universidade Federal de Goiás (1990). Experiência: Execução de obras verticais e horizontais, obras de terraplanagem, obras de shopping e rede de esgoto e saneamento. T. C. C. C. Formação: Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2012). Experiência: Controle de qualidade dos serviços executados em obra, controle de projetos e documentos, treinamento de funcionários para procedimentos, elaboração de medições, orçamentos e licitações. I. I. R. Formação: Universidade São Francisco – SP (1983). Experiência: Obras rodoviárias, terraplanagem, pavimentação, irrigação, montagem eletromecânica, saneamento e edificações.

TÉCNICO DE EDIFICAÇÕES E. A. S. Formação: Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão (1997). Experiência: Levantamento de serviços executados na obra, cotação, compra de materiais e projetos. R. A. O. Formação: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (2010). Experiência: Verificação in loco e controle de serviços executados, implantação do PBQP-H, treinamento admissional e periódico dos funcionários, diário de obras, moldagem e compra de materiais. F. R. S. Formação: Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás (1992). Experiência: Gestão de sociedades mercantis e cooperativas, gerência técnica-administrativa de obras, docência no ensino de qualificação profissional de construção civil e gestão empresarial, planejamento de controle de obras e orçamento. E. F. P. Formação: Escola Técnica Federal de Goiás (1988). Experiência: Leituras de projetos e levantamentos, cotações de preços, orçamentos, medições e acompanhamento de obras.

OBSERVAÇÃO: Também dispomos no Banco de Empregos cadastros de profissionais formados pelo Senai-GO em áreas operacionais. Para mais informações procure a Comissão de Qualidade e Produtividade/Desenvolvimento Humano do Sinduscon-GO, telefone (62) 3095-5169 (Juliana Maciel).


RH

& VOCÊ

Resiliência

como lidar com as pressões no ambiente de trabalho A palavra resiliência vem do latim, resílio, que significa retornar a um estado anterior, basicamente como uma mola, sendo utilizada na engenharia e na física, para definir a capacidade de um corpo físico voltar ao seu estado normal, depois de haver sofrido uma pressão sobre si. É a capacidade humana que algumas pessoas têm de enfrentar e superar pressões e adversidades com mais facilidade. Hoje, a cobrança para apresentação de resultados é grande e todo líder/profissional precisa aprender a trabalhar sob pressão. As pessoas muito resilientes são aquelas que possuem uma inteligência emocional grande e criatividade, aceitando e lidando bem com as mudanças. Como lidar com as adversidades? Como lidar com as mudanças que acontecem no dia a dia que não conseguimos controlar? Quanto maior a capacidade de lidar com as mudanças que vêm, seja do ambiente externo, como uma crise econômica ou do ambiente interno da organização, mais o coeficiente da adversidade aumenta e mais resiliente o indivíduo se torna. Todavia, a resiliência é a capacidade que o ser humano tem de dar um salto, de se impulsionar, apesar de uma mudança. Então, as pessoas

resilientes se adaptam melhor ao ambiente de trabalho, à pressão e a competitividade do mercado, que é uma realidade nos dias de hoje. As adversidades, mudanças e transformações que o indivíduo passa devem ser enxergadas como uma oportunidade e não como um problema do qual o ser humano torna-se vítima, pois a vitimização não proporciona o questionamento que deve ser feito: o que é que eu tenho que aprender com essa dificuldade, constituindo assim uma forma inteligente de resolver e viver uma mudança, ressaltando seu diferencial. Os fatores determinantes da resiliência são: • Administração das emoções; • Estabilidade familiar; • Análise do ambiente; • Otimismo; • Senso de humor; • Controle de impulsos; • Autoeficácia; • Empatia; • Autonomia; • Autoestima; • Expectativa de sucesso no futuro; • Estabilidade emocional. Seja resiliente! Esse é o comportamento de um profissional de sucesso. JULIANA GUIMARÃES MACIEL é coordenadora de Desenvolvimento Humano da Comissão de Qualidade e Produtividade do Sinduscon-GO juliana@sinduscongoias.com.br

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U RECOMENDO

Estresse um assunto de saúde pública E agora? O que eu faço? O prazo “estourou”! E aquelas duplicatas? Estão vencendo! Mas esse lugar é muito tranquilo... Será que não tem algum lugar mais agitado para irmos? Que horas são? Os meninos ainda não chegaram! Nem deram notícias... Megasena? Acumulada? O que vou fazer com todo esse dinheiro? Será que vou DR. SÉRGIO ter que me esconder o resto da vida?! Pois BAIOCCHI é... Quando falamos em stress, ou estresse, em bom português, podemos estar falando de uma ação inespecífica dos agentes e/ou de influências nocivas (frio ou calor excessivos, infecção, intoxicação, emoções violentas, tais como inveja, ódio, medo, etc.). Podemos também estar nos referindo a uma força ou influência, interna ou externa, desagradável; uma pressão, uma tensão, um esforço, quase sempre além de nossos limites, que nos leva a reações (quase) sempre nocivas à nossa saúde. O estresse nada mais é do que a relação direta entre a pessoa e o seu meio. Partindo do princípio que todos possuímos um nível de estresse constante, eliminamos o rótulo que atribui o estresse somente a pessoas mal humoradas. Ele é uma reação ou adaptação do nosso organismo diante de alguma alteração de uma situação, de forma fisiológica ou emocional. No campo fisiológico, é necessária a compreensão de que nosso corpo precisa reagir e se adaptar a situações diversas, como a esquiva a um acidente; ao reflexo motor necessário para nos defendermos de algum risco iminente. A ansiedade advinda dessas situações é o estresse. Ou seja, precisamos do estresse simplesmente para vivermos normalmente. Mas o nível tolerável é até o limite em que o corpo esteja adaptado a essa nova situação. Quando essa capacidade adaptativa se excede, surge o esgotamento, tanto físico como mental. Na pré-história, já vivíamos estressados. Estresse da fome, do frio, do medo. Nossos antepassados estressavam-se com as longas caminhadas em busca de subsistência, com a preocupação de suas mulheres, sozinhas, com a prole em uma caverna escura e fria, em um ambiente inóspito e hostil. Esse estresse era a base de sua sobrevivência. Deixava-os, através de várias modificações psicológicas, orgânicas e hormonais, em condições de lutar ou fugir. Alertas, fortes, decididos, atentos, estres-

sados. Um nível de estresse fisiológico, saudável. Por outro lado, é inegável que o ritmo intenso de atividades e responsabilidades a que nos submetemos hoje, aumenta consideravelmente o nível de estresse. O fato é que o estresse hoje está presente em todos os níveis da sociedade, em todas as faixas etárias, tornando-se assim um assunto de saúde pública. A competitividade, a pressão profissional e social, a sobrecarga de atividades, o desemprego, a violência, as dificuldades nas relações, e outras situações nos acompanham constantemente. Nossa respiração, nossos batimentos cardíacos e nosso desgaste elevam essa exaustão física que nos coloca em estado de alerta constante e intenso. Quando nos observamos nesse estado, podemos nos considerar “estressados”. Os sinais de nosso corpo são vários: fraqueza, tonturas, palpitações, tensão muscular, suor, dificuldade de concentração, irritação, insônia, sonolência, perda do apetite, inclusive sexual, entre outros, que por si só já são suficientes para alterar nossa produtividade e sociabilidade, acarretando prejuízos em nossa rotina diária. O que diferencia esses estresses, a princípio, são milhares de anos. Mas o mais importante é que atualmente não respeitamos nossos limites, físico e mental. Trabalhamos demais, preocupamos em excesso, corremos atrás de sonhos (quase sempre) impossíveis ou que nos levam a um extremo que ultrapassam nossas capacidades, consumimos o que não precisamos. Brincamos de menos, rimos pouco, damos muita importância a coisas pequenas e esquecemos fatores importantes para nosso bem estar. Esquecemos o significado da palavra suficiente! Para minimizarmos os efeitos maléficos do estresse podemos, e devemos, cuidar de nosso corpo e de nossa mente (alma?) com mais harmonia. Brincar, exercitar, comer, beber, ler, meditar, trabalhar, amar... Meditação, ioga, pilates, acompanhamento psicológico, clubes de dança, grupos de corridas, de jogos, de leitura...Tudo funciona, mas o mais importante é: respeite seus limites! Conheça seus limites e respeite-os! Sei que é mais fácil falar do que fazer, mas nunca é tarde para tentar! DR. SÉRGIO BAIOCCHI CARNEIRO é médico cardiologista

NOVOS ASSOCIADOS CONSTRUTORA INGÁ LTDA. A empresa foi fundada em 11/12/1989 pelos diretores João Geraldo Souza Maia e Túlio Dias Maciel Souza Maia. A Construtora Ingá Ltda. atua nos ramos de construção de edifícios e de instalações esportivas e recreativas. Sua sede está instalada na Rua 09, esquina com Rua 22, Quadra 30, Lotes 01 a 04, no Polo Empresarial Goiás, em Aparecida de Goiânia (GO).

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HABITACIONAL EMPREENDIMENTOS LTDA. A empresa foi fundada em 05/03/2002 pelo diretor João Alves Neto. A empresa atua nos ramos de construção de edifícios e de administração de obras. A sede da Habitacional Empreendimentos Ltda. está instalada na Rua Cláudio Batista, nº 334, no Bairro Santo Antônio, em Aracaju (SE).

LOGICAL CONSTRUÇÕES LTDA. A empresa atua nos ramos de construção de edifícios e de outras obras de acabamento da construção. A Logical Construções Ltda. foi fundada em 08/05/2012 pelos diretores Adriano Álvares Justino e Marcelo Ramos dos Santos. A sede da empresa está instalada na Avenida 136, nº 797, Edifício New Work Square, 16º andar, no Setor Sul, em Goiânia (GO).


OUTUBRO 2013 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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CUB

CUSTOS UNITÁRIOS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO NBR 12.721:2006 – CUB 2006

PADRÃO RESIDENCIAL

PROJETOS

ANO 2013

AGOSTO

0,506%

PADRÃO BAIXO

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

R-1

976,20

R-1

1.198,61

R-1

1.420,98

PP-4

873,65

PP-4

1.128,39

R-8

1.143,48

R-8

829,52

R-8

978,13

R-16

1.234,63

PIS

643,15

R-16

943,32

PADRÃO COMERCIAL*

PROJETOS PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

CAL-8

1.120,72

CAL-8

1.188,22

CSL-8

981,49

CSL-8

1.068,17

CSL-16

1.420,28

CSL-16

1.307,39

PROJETOS PADRÃO RESIDÊNCIA POPULAR (RP1Q)

1.003,15

PADRÃO GALPÃO INDUSTRIAL (G1)

534,85

*CAL: Comercial Andares Livres - CSL: Comercial Salas e Lojas

VALOR REFERENCIAL (R$/m²) R-16A

VARIAÇÃO MÊS %

VARIAÇÃO ANO %

VARIAÇÃO 12 MESES %

1.234,63

0,506

5,880

6,181

MATERIAIS

MÃO DE OBRA

EQUIPAMENTO

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

TOTAL

521,79

662,89

6,22

43,73

1.234,63

MÃO DE OBRA* PEDREIRO DE MASSA

*Custo médio R$/hora

h

6,51200

SERVENTE

h

4,65036

ENGENHEIRO

h

49,77000

PROJETOS-PADRÃO QUE COMPÕEM A NORMA NBR 12.721:2006 Padrão Baixo:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Projeto de Interesse Social (PIS)

Padrão Normal:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Padrão Alto:

Residência Unifamiliar (RI)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Comercial Normal:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Comercial Alto:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Residência Popular (RP1Q) Galpão IndustriaL (GI)

Os valores acima referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são correspondentes ao mês de AGOSTO DE 2013. “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador”.

INDICADORES ECONÔMICOS ÍNDICES ECONÔMICOS

VARIAÇÃO

MÊS

ANO

INCC (FGV) / AGOSTO

558,340

0,313

6,865

INPC (IBGE) / AGOSTO

3.838,94

0,16

3,33

IGP-M (FGV) / AGOSTO

521,270

0,146

2,159

12 MESES

7,859 6,07 3,847

INFORMAÇÕES: (62) 3095-5162 | www.sinduscongoias.com.br | e-mail: sebastiana@sinduscongoias.com.br (Comissão de Economia e Estatística)

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