Revista Construir Mais - Setembro de 2015

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CUB JULHO

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REVISTA MENSAL DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NO ESTADO DE GOIÁS - SINDUSCON-GO

ANO VI, Nº 62 SETEMBRO/2015

ENTREVISTA COM A PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RECURSOS HUMANOS (ABRH-GO), DILZE PERCILIO Pág. 6



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DITORIAL

ALICERCE

para a construção individual e do bem coletivo Por se tratar de um assunto amplo e da maior relevância para o crescimento pessoal e da coletividade em todas as suas instâncias, o Conselho Editorial da Construir Mais decidiu dedicar o número de setembro da revista, em sua totalidade, ao tema educação, abordando-o sob o ponto de vista empresarial e de experts, e sob a ótica de profissionais da área de engenharia do setor privado e da área acadêmica. A mensagem da matéria de capa remete, em sua essência, a uma das frases mais célebres do patrono da educação brasileira, pensador Paulo Freire, para definir a importância do estudo em seu sentido mais profundo: “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Daí que jovens e adultos mais preparados pelo conhecimento e beneficiados por um ensino de qualidade poderão contribuir para um futuro mais promissor, com desenvolvimento e progresso duradouros. Haja vista fatos marcantes na própria história contemporânea mundial. As mais sérias crises que ocorreram no mundo são as do pós-guerra, em que países como a Coreia do Sul, Japão e Alemanha obtiveram excelente desempenho econômico muito graças à educação. Os dois últimos, por exemplo, já contavam com ótimos sistemas educacionais capazes de formar técnicos e cientistas qualificados para ajudar suas nações a se reerguerem depois da derrota. Já a atual realidade em nosso País aponta para um quadro preocupante, em que aproximadamente 14 milhões de cidadãos são analfabetos absolutos, de acordo com o movimento Todos pela Educação, enquanto que o Censo 2010 mostrou que uma entre quatro pessoas são analfabetas funcionais, ou seja, 20,3% da população. Conforme o IBGE, quase a metade da população brasileira não concluiu nem mesmo o Ensino Fundamental, a etapa básica na escala do conhecimento. São 49,25% que estão nesta situação. Na construção civil, o índice é ainda menor: somente 26,5% possuem esta escolaridade. Tomando para si a tarefa de contribuir para reverter essa situação e propiciar aos operários a oportunidade de voltar aos estudos e crescerem profissionalmente, empresas do setor da construção têm levado o ensino a seus canteiros de obras, como mostra nossa matéria central.

Trata-se de projeto de escolarização integrante do Programa Ensino de Jovens e Adultos (EJA) do Serviço Social da Indústria (Sesi), que o desenvolve em parceria com empresas da construção civil e de outros segmentos. Desde a sua implantação, em 1965, mais de 190 mil alunos – só em Goiás – já foram atendidos. Em 2014, o programa realizou 11.356 matrículas e, até fevereiro de 2015, foram realizadas outras 2.440 inscrições. “Ser educado é ser ético, progressivo, competente e feliz”, dizia o médico e escritor de dezenas de livros sobre educação, Içami Tiba, referindo-se ao resgate da própria dignidade e plenitude do ser humano quando se lhe são abertas as portas dos estudos e da educação de forma mais aprofundada. Estudar, atualizar-se continuamente... aprender todos os dias é fundamental, destaca o coordenador de MBA do Ipog, professor Edgar Madruga, quando sabiamente afirma que “não perder a sua cota diária de conhecimento é o grande segredo na busca por oportunidades geradas pelo empreendedorismo”. Como contraponto, a coluna Inovar é Preciso desta edição expõe que também é preciso rever o aprendizado em sala de aula, pois o professor deve saber se renovar na profissão constantemente, observa a pedagoga Carmen Silvia Carvalho. “Os desafios da docência em cenário de cibercultura avivam a necessidade de se repensar, ousar, recriar e refletir sobre a práxis, saberes científicos, pedagógicos e competências necessárias ao exercício da profissão. É a inovação adentrando o planejamento do professor e manifestando-se em suas aulas”, atesta a especialista em Docência Universitária. Já a Entrevista com a socióloga Dilze Percilio, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos de Goiás, evidencia como é importante o investimento das empresas na valorização e no desenvolvimento de seus talentos. São ações que, segundo ela, melhoram o clima organizacional, mantêm os colaboradores mais preparados, evitam retrabalho, deixam clientes mais satisfeitos e reduzem a rotatividade do quadro de profissionais. Vale a pena conferir todas as seções da Construir Mais. Boa leitura! CARLOS ALBERTO DE PAULA MOURA JÚNIOR Presidente do Sinduscon-GO

DIRETORIA EXECUTIVA DO SINDUSCON-GO (2013/2016) PRESIDENTE: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior - 1º Vice-Presidente: Eduardo Bilemjian Filho - 2º Vice-Presidente: Guilherme Pinheiro de Lima - Diretor Administrativo: Manoel Garcia Filho Diretor Administrativo Adjunto: Luís Alberto Pereira - Diretor Financeiro e Patrimonial: José Rodrigues Peixoto Neto - Diretor Financeiro e Patrimonial Adjunto: Ricardo Silva Reis - Diretor da Comissão de Economia e Estatística: Ibsen Rosa - Diretor da Comissão de Economia e Estatística Adjunto: Maurício Figueiredo Menezes - Diretor da Comissão da Indústria Imobiliária: Mário Andrade Valois - Diretor da Comissão da Indústria Imobiliária Adjunto: Eduardo Bilemjian Neto - Diretor da Comissão de Habitação: Roberto Elias de Lima Fernandes - Diretor da Comissão de Habitação Adjunto: Cláudio Jesus Barbosa de Sousa - Diretor da Subcomissão de Legislação Municipal: Renato de Sousa Correia - Diretor de Materiais e Tecnologias: Sarkis Nabi Curi - Diretor de Materiais e Tecnologias Adjunto: Pedro Henrique Borela - Diretor da Comissão de Concessão, Privatização e Obras Públicas: João Geraldo Souza Maia - Diretor da Comissão de Concessão, Privatização e100 Obras Públicas Adjunto: Humberto Vasconcellos França - Diretora de Qualidade e Produtividade: Patrícia Garrote Carvalho - Diretora de Qualidade e Produtividade Adjunta: Aloma Cristina Schmaltz Rocha - Diretor de Construção Pesada: Sérgio Murilo Leandro Costa - Diretor de Construção Pesada Adjunto: Jadir Matsui - Diretor de Construção Metálica: Cezar Valmor Mortari - Diretor da Construção Metálica Adjunto: Joaquim Amazay Gomes Júnior - Diretor de Assuntos Jurídicos: Ricardo José Roriz Pontes - Diretora de Assuntos Jurídicos Adjunta: Selma Regina Palmeira Nassar 95 de Miranda - Diretor da Subcomissão de Política e Relações Trabalhistas e Sindicais: Yuri Vaz de Paula - Diretor da Comissão de Saúde: Jorge Tadeu Abrão - Diretor da Comissão de Saúde Adjunto: Célio Eustáquio de Moura - Diretor da Comissão de Proteção ao Patrimônio Natural: Gustavo Veras Pinto Cordeiro - Diretor da Comissão de Proteção ao Patrimônio Natural Adjunto: Nelson Siqueira Neto - Diretor do Setor Elétrico e Telefônico: Ricardo Daniel Lopes - Diretor do Setor Elétrico e Telefônico Adjunto: Carlos Vicente Mendez Rodriguez - Diretor Social e de Comunicação: 75 Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro - Diretor Social e de Comunicação Adjunto: Ulisses Alcoforado Maranhão Sá - CONSELHO CONSULTIVO: Justo Oliveira d’Abreu Cordeiro, Paulo Afonso Ferreira, Mário Andrade Valois, Joviano Teixeira Jardim, Sarkis Nabi Curi, José Rodrigues Peixoto Neto, Roberto Elias de Lima Fernandes, Alan de Alvarenga Menezes, José Augusto Florenzano, José Carlos Gilberti - SUPLENTES: Bruno de Alvarenga Menezes, Marco Antônio de Castro Miranda, André Luiz Baptista Lins Rocha - CONSELHO FISCAL: Célio Eustáquio de Moura, Guilherme Pinheiro de Lima, Carlos Henrique Rosa Gilberti - SUPLENTES: Paulo Silas Ferreira, Ricardo de Sousa Correia, Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro REPRESENTANTES JUNTO À FIEG: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior, Roberto Elias de Lima Fernandes - SUPLENTES: Eduardo Bilemjian Filho, Justo Oliveira d’Abreu Cordeiro - REPRESENTANTE JUNTO À CBIC: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior - SUPLENTES: Eduardo Bilemjian Filho, Guilherme Pinheiro de Lima. 25 5

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S UMÁRIO 5

Artigo “Educação cidadã” é o tema do artigo do presidente de honra do PSDB Nacional e do Conselho das Organizações Sociais do Estado de Goiás, Nion Albernaz.

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Entrevista A presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-GO), Dilze Percilio, aborda as principais características comportamentais requeridas pelas

18 MATÉRIA DE CAPA Educação: base para a ascensão do indivíduo e o bem da coletividade.

empresas na hora de contratar.

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Artigo “A importância do professor no mundo tecnológico” é o tema do artigo da

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Plano de gestão de manutenção de fachadas é o

Educação de Goiás, Maria Ester Galvão

assunto tratado pelo representante regional da

de Carvalho.

ABCP, Waldir Belisário dos Santos Júnior.

Espaço CBIC

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Registro de Eventos

“Alternativas para a crise hídrica” é o assunto

Acompanhe o registro dos eventos realizados

abordado nesta edição pelo presidente da

pelo Sinduscon-GO no mês de agosto/2015.

(CBIC), José Carlos Martins.

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Indicadores Econômicos Confira o valor do Custo Unitário Básico (CUB)

Inovar é Preciso

referente ao mês de julho e o resultado da pesquisa

Inovação na Educação: repensando os

“Índice de Confiança do Empresário da Indústria

caminhos construídos em sala de aula.

da Construção” do mês de julho.

REVISTA CONSTRUIR MAIS - Revista mensal do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO) Sinduscon-GO - Filiado à CBIC e FIEG. Rua João de Abreu, n° 427, Setor Oeste, Goiânia-Goiás - CEP 74120-110. Telefone: (62) 3095-5155 / Fax: (62) 3095-5177 - Portal: www.sinduscongoias.com.br | Presidente: Carlos Alberto de Paula Moura Júnior | Diretor Social e de Comunicação: Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro | Gerente Executiva: Sebastiana Santos | Edição: Joelma Pinheiro | Reportagem: Aymés Beatriz B. Gonçalves (beatriz@ sinduscongoias.com.br), Joelma Pinheiro (joelma@sinduscongoias.com.br) e Valdevane Rosa (valdevane@sinduscongoias.com.br) | Fotografia: Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-GO e Silvio Simões | Projeto Gráfico e Diagramação: Duart Studio | Publicidade: Sinduscon-GO - Telefone: (62) 3095-5155 | Impressão: Gráfica Art3 | Tiragem: 6.000 exemplares. Publicação dirigida e distribuição gratuita. *As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Consciente das questões ambientais e sociais, o Sinduscon-GO trabalha em parceria com a gráfica Art3, que utiliza papéis com certificação FSC (Forest Stewardship Council) na impressão dos seus materiais.

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Comunidade da Construção

presidente do Conselho Estadual de

Câmara Brasileira da Indústria da Construção

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SINDUSCON-GO • CONSTRUIR MAIS • SETEMBRO 2015

Anuncie na revista

Para informações entre em contato com o Departamento Comercial do Sinduscon-GO, telefone (62) 3095-5168, e-mail comercial@sinduscongoias.com.br.


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RT I G O

EDUCAÇÃO CIDADÃ Como educador e gestor público, sempre realizei ações voltadas para o bem comum. E a educação, sem sombra de dúvida, é a base para todo e qualquer projeto de desenvolvimento sustentável de uma comunidade, de uma cidade, de um povo ou de uma nação. O homem necessita de conhecimento para se desenvolver e a educação é o caminho para que ele evolua de forma criteriosa e com qualidade. A alfabetização e as ciências complexas apresentadas aos alunos nos ensinos fundamental e médio, cursos de graduação e posteriores, são elos de um círculo contínuo do aprimoramento do ser humano. A busca incessante do homem por novas conquistas, na Terra ou em planetas da nossa galáxia, só foi possível graças à capacidade de pensar, raciocinar, criar e pesquisar. Pois bem, acredito e defendo, em todas as instâncias da vida, que o essencial para um povo é investir na educação. Por meio dela, venceremos desafios e vamos ultrapassar fronteiras consideradas intransponíveis. Nenhum povo caminha para frente sem educação. Porém, não basta apenas ensinar o cidadão a ler e escrever, a somar e multiplicar. Ele precisa também da cultura da cidadania. Soluções modernas, atuais e viáveis para a educação podem ser planejadas e praticadas nas escolas e nos institutos de pesquisa. Mas vamos tratar aqui do sistema público e gratuito de educação. Este sim, deve ser parte do plano de qualquer governante e gestor que se dispõem a percorrer os mais importantes caminhos em favor do bem comum. A leitura e a escrita, o pensar e o agir de forma cidadã, coerente e responsável, compõem uma síntese de estratégia de desenvolvimento que beneficia desde uma pequena comunidade até a mais industrializada das nações. Escolas de tempo integral com programas de aprendizado contínuo e avaliações eficientes, além do investimento no profissional da educação e na renovação dos acervos das bibliotecas, são iniciativas que devem estar à disposição da população. O cidadão deve ter a possibilidade, física ou remota, de utilizar centros de estudos fundamentais para sua formação acadêmica. Uma boa gestão deve implementar programas de intercâmbios, nacionais e internacionais, olimpíadas culturais, formação à leitura, às ciências exatas e biológicas, ao teatro, à música, artes plásticas e visuais, entre outras. Ou seja, oferecer um programa educacional completo, moderno e arrojado, que atenda às necessidades de crescimento ordenado e viável para sua cidade. Estamos na era do uso permanente de recursos tecnológicos que interligam e conectam as pessoas de um continente ao outro. Então, vamos usar estes meios para contribuir com a formação educacional das pessoas. Este é um caminho sem volta, no qual os gestores devem investir recursos, técnicos e financeiros, e atuar com a iniciativa privada para o preenchimento das lacunas.

A LEITURA E A ESCRITA, O PENSAR E O AGIR DE FORMA CIDADÃ, COERENTE E RESPONSÁVEL, COMPÕEM UMA SÍNTESE DE ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO QUE BENEFICIA DESDE UMA PEQUENA COMUNIDADE ATÉ A MAIS INDUSTRIALIZADA DAS NAÇÕES”

Podemos ter estratégias para o uso racional da internet, de conteúdo técnico-científico, cultural e profissional. As escolas públicas devem acompanhar os avanços tecnológicos, não apenas fornecer equipamentos, mas incentivar os alunos a buscar o conhecimento necessário para a sua formação, técnica, científica ou de mercado. Exemplos que dão certo em outros centros urbanos estão disponíveis para apropriação seletiva. Por exemplo, a Biblioteca Municipal de Nova York. Além de estar com as portas abertas em tempo integral, realiza programas de acessibilidade à educação e cultura em parques públicos. Em períodos de férias ou letivos, as pessoas trocam ou obtêm livros emprestados e participam de rodas de leituras. Os profissionais daquela instituição estão a serviço da população. Enfim, a globalização nos permite interligar países e pessoas a qualquer tempo. A educação deve se beneficiar deste cenário e ser parte integrante do dia-a-dia das pessoas para que elas cresçam e se tornem cidadãos participativos, contribuindo para o avanço da humanidade de maneira inteligente e respeitosa com todos os seus pares. NION ALBERNAZ é presidente de honra do PSDB Nacional e do Conselho das Organizações Sociais do Estado de Goiás

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N T R E V I S TA

DILZE PERCILIO

NA HORA DE CONTRATAR, foco no autodesenvolvimento, senso de dono e empatia são as principais características comportamentais requeridas pelas empresas Dilze Percilio nasceu em Goiânia. É graduada em Sociologia (Unicamp), mestre em Sociologia da Cultura (UFG) e especialista em Docência Universitária (PUC Goiás). Possui MBA em Gestão de Pessoas por Competências e Coaching e em Formação em Dinâmica de Grupo pela Sobrap. Ela preside a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-GO), período 2010/2015, é diretora da Apoio Consultoria de Negócios, consultora em Desenvolvimento Humano e Organizacional, pesquisadora nas áreas de Clima Organizacional, Mercado e Comportamento do Consumidor e ainda é professora universitária (pós-graduação). Reconhecida palestrante em nível regional, Dilze Percilio ministrou palestras em eventos nacionais como a Expo-Conarh, o Congresso Paraense de Gestão de Pessoas e Fóruns de Coaching. Ela é a entrevistada desta edição da Construir Mais. MUITO SE FALA EM INTELIGÊNCIA EMOCIONAL INFLUINDO NO COMPORTAMENTO EQUILIBRADO DO PROFISSIONAL. O QUE É INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E COMO ELA IMPACTA NAS ORGANIZAÇÕES? Entendemos Inteligência Emocional como a capacidade que o individuo tem de utilizar suas emoções de maneira positiva, ou seja, para atingir seus objetivos. Um exemplo interessante: nós podemos usar a ansiedade, que é uma emoção, de maneira danosa, nos travando no momento de falar em grupo ou numa negociação, mas também podemos empregá-la positivamente quando entendemos que a ansiedade pode ser aquela sensação de estar sempre buscando se melhorar e melhorar uma situação. E desta forma, um profissional que tem Inteligência Emocional, não é uma pessoa que não tem emoções, mas que vai usar sua ansiedade, por exemplo, como energia para fazer. E isso impacta de maneira extremamente positiva na organização que ele faz parte. QUAL A RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS COM A QUALIFICAÇÃO E APRIMORAMENTO DE SEUS PROFISSIONAIS? E NA CONTRAPARTIDA DESSAS RELAÇÕES, QUE CONTRIBUIÇÃO UMA EMPRESA DEVE OFERECER PARA O APERFEIÇOAMENTO DO QUADRO DE PROFISSIONAIS? Na minha visão essa responsabilidade é quase total. Mas o que eles entendem por qualificação? Eles entendem que a 6

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qualificação está atrelada a cursos de longa, média e curta duração que o funcionário tem que fazer antes de entrar em sua empresa. Contudo, por mais que a formação é importante, seja no nível acadêmico ou profissionalizante, 65% da capacitação deve ser feita “on the job”, ou seja, no trabalho. Sendo assim, as empresas precisam fazer Avaliações de Desempenho por Competências e, desta forma, identificar quais são os gaps gerados pelos processos organizacionais, que estão cada vez mais específicos, e a partir da análise do Plano de Desenvolvimento de cada colaborador, procurar formadores no Sistema S, empresas e profissionais de treinamento, sindicatos e associações. QUAIS BENEFÍCIOS ESSE COMPROMETIMENTO COM SEU COLABORADOR PODEM TRAZER PARA OS EMPRESÁRIOS? Para a empresa um ganho imediato é produtividade, pois com colaboradores mais preparados diminui-se o retrabalho e aumenta-se a satisfação do cliente. Como ganho secundário tem-se a redução da rotatividade, o que gera economia para a empresa, pois admitir não é barato, mas demitir é muito caro! E para o colaborador aumenta a afinidade com seu posto de trabalho gerando uma melhoria significativa no clima organizacional e até a sensação de reconhecimento pelo fato dele ter sido escolhido pela empresa para receber esse investimento. Recentemente ouvi de um cliente da construção civil (construtora e incorporadora) que “nesses momentos em que não podemos aumentar salários e não há a abertura de novos cargos para promoção, é o investimento no desenvolvimento que vai fazer nossos líderes quererem ficar conosco”. A EXEMPLO DO QUE OCORRE COM O PROCESSO EDUCATIVO OFERECIDO NOS CURSOS TÉCNICOS, DE QUE FORMA AS ACADEMIAS PODERIAM INFLUENCIAR MAIS DIRETAMENTE NA FORMAÇÃO DOS ALUNOS PARA SEU INGRESSO NO MERCADO DE TRABALHO? Volto a insistir que a capacitação para o trabalho está muito mais conectada a empresa do que às universidades. Realmente acredito que os cursos superiores ensinam as teorias e metodologias necessárias, enquanto os cursos técnicos externos ou internos às empresas ensinam a prática. Mas, com toda certeza, os programas de cursos poderiam se atualizar e incorporar o desenvolvimento de competên-


Foco no Autodesenvolvimento (o profissional estar sempre disposto a ser melhor amanhã, preocupando-se com sua performance); Senso de Dono (sentir-se responsável pelo resultado de sua função como se o negócio fosse dele), e Empatia (facilidade de relacionamento interpessoal, mesmo com “pessoas difíceis”, sempre se colocando no lugar do outro para entender um ponto de vista contrário ao seu).

DILZE PERCILIO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RECURSOS HUMANOS (ABRH-GO)

cias e habilidade de relacionamento interpessoal. Um bom exemplo é o curso de Engenharia Civil. Não há como dizer que um profissional não precise fazer um bom curso superior em uma renomada instituição, mas ao sair ele se depara com uma série de demandas de gestão de processos e pessoas que ele ou não viu ou viu muito pouco em seu curso superior. NO CAMINHO DA TEORIA PARA A PRÁTICA, O ESTÁGIO É CONSIDERADO COMO DE GRANDE IMPORTÂNCIA PARA A PREPARAÇÃO E O AMADURECIMENTO DO FUTURO PROFISSIONAL. EM SUA VISÃO, QUE PAPEL REALMENTE DESEMPENHA NESSE CONTEXTO? Sou grande defensora dos programas de Estágio e Trainee. Para o aluno, toda experiência prática durante o curso é válida, e quem trabalha, mesmo com menos tempo, se torna um aluno muito melhor. E mesmo que o estágio não tenha sido bom (muito operacional, execução de atividades desvinculadas com a formação ou líderes ruins) e ele não seja efetivado, ele cresce com essa experiência. Contudo, vejo que as empresas desperdiçam um “talento futuro”, pois o vêm como uma “mão-de-obra barata”. E nesse sentido todo o segmento perde, pois mais alunos saem das faculdades “crus” e maiores se tornam as dificuldades de encontrar bons profissionais. QUAIS CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS AS EMPRESAS TÊM SOLICITADO DOS CANDIDATOS PARA A OCUPAÇÃO DE FUNÇÕES/CARGOS EM SUAS ORGANIZAÇÕES?

E, PARA OS PROFISSIONAIS QUE ALMEJAM SER CONTRATADOS, EXISTE TREINAMENTO OU CONSULTORIA QUE LHES ORIENTEM OU PREPAREM DE FORMA MAIS ADEQUADA PARA CONQUISTAR ESSAS VAGAS? Sim, existem empresas e profissionais muito capacitados para a orientação de carreira. Esse trabalho pode ser feito a partir de uma Consultoria de Carreira ou por meio do Coaching de Recolocação. Ambas as metodologias são bastante eficazes, mas a diferença está no processo, pois enquanto a consultoria busca o desenvolvimento pelo aconselhamento, o coaching desenvolve as competências do profissional a partir da autopercepção dele sobre o que ele precisa fazer para se posicionar melhor nos processos seletivos. O que gera um desenvolvimento bem mais profundo, e por isso mesmo, mais duradouro. É PERCEPTÍVEL A EVOLUÇÃO NO COMPORTAMENTO DAS EMPRESAS, DE MODO GERAL. QUAIS FERRAMENTAS PODERIAM CONTRIBUIR PARA A ASCENSÃO DOS LÍDERES EMPRESARIAIS, TORNANDO-OS, DE FATO, APTOS A LIDAR COM NOVOS CONCEITOS DE GESTÃO VIGENTES NO MEIO PRODUTIVO? Antes de citar algumas ferramentas, é importante entendermos o porquê dos líderes, apesar de fazerem treinamentos e terem boa formação, não estarem realmente aptos? Em muitas empresas esbarramos na falta de investimento na valorização e desenvolvimento de seus talentos. Mas, em muitas que destinam orçamentos de razoáveis a ótimos para a gestão de pessoas, esse problema ainda acontece. E por quê? Porque não se sabe o que realmente precisa ser desenvolvido num líder! “Ahhhh, o que precisa ser desenvolvido em um líder é a Liderança”, muitos responderiam apressadamente. Mas você já se perguntou o “monte” de comportamentos que estariam nesse “pacote” chamado Liderança? Pois é... Então, para garantir o desenvolvimento tem-se que fortalecer o diagnóstico dos gaps de cada gestor e desenvolver as Competências da Organização, através de ferramentas da Avaliação de Desenvolvimento por Competências, seguido do Plano de Cargos e Salários, Planejamento Estratégico e Pesquisa de Clima Organizacional. Aí sim, de posse de todas essas informações e desenvolvimento organizacional, podemos realizar um eficaz Programa de Desenvolvimento de Gestores. É saber por onde começar para poder terminar bem. SETEMBRO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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RT I G O

A IMPORTÂNCIA do professor no mundo tecnológico Entender o papel da Educação no processo de crescimento econômico de um país vai muito além de estimar o valor com que ela contribui na composição da renda. Quando pensamos em desenvolvimento, o maior bem com o qual contamos é o capital humano. Investir em Educação, mesmo em tempos de crise, é uma tomada consciente de decisão. No epicentro deste processo está o aluno, mas como protagonista figura o professor, responsável direto no processo de ensino. Já é um jargão dizer que temos “uma escola do século XIX, com professor do século XX e um aluno do século XXI”, entretanto, continuamos insistindo em um modelo falido de “derrame de conhecimento”, em uma era em que todo o conhecimento humano circula na Rede, e pode ser acessado com poucos cliques em nossos celulares. O Brasil optou por um modelo de educação conteudista, desvinculado do mundo real e prático. Ao tempo em que checamos nossos celulares a cada cinco minutos para ver se não temos novas mensagens e consultamos o “Google” para obter informações, proibimos que os nossos alunos levem os celulares para a escola. Apesar de ser uma ferramenta que pode ser integrada e aliada à educação de qualidade e prazerosa, nós, professores, ainda insistimos no modelo em que o professor derrama sabedoria, enquanto o aluno, congelado na cadeira, tenta sorvê-la de alguma maneira pouco agradável. Não é um acaso o fato de figurarmos em posição desconfortável no

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Pisa, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. Vários países no mundo adotaram modelos e práticas que se mostram muito mais eficazes quando o assunto é Educação. Uma dessas práticas é que a carreira docente é valorizada. Ser professor naqueles países é motivo de orgulho e admiração, como já foi aqui no Brasil, há menos de 30 anos. Além de prestígio social, o professor é bem remunerado, o que faz da carreira uma das mais disputadas. Para ser professor da Educação Básica na Finlândia, na Coreia do Sul e na Suíça, a formação mínima exigida é o mestrado e não sobram professores sem lugar no mercado. Aqui no Brasil apenas 2% dos jovens estudantes brasileiros confessam sonhar com a profissão de professor. O professor deve ser qualificado, valorizado e preparado para utilizar novas tecnologias nas salas de aula. Computadores, tablets, celulares, e-books, robôs e afins já são parte do cotidiano de algumas escolas. É ele maior responsável por instar o aluno a explorar novos conteúdos, a exercitar a criatividade, a pesquisar e desenvolver projetos, a buscar respostas para dúvidas e curiosidades. Os mestres e seu incansável carinho são os pilares para que nossos filhos adquiram capacidade inovativa e estejam preparados para a “sociedade do conhecimento”. MARIA ESTER GALVÃO DE CARVALHO, presidente do Conselho Estadual de Educação de Goiás


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S PA Ç O C B I C

Alternativas para a

CRISE HÍDRICA Com o fim da estação de chuvas, e o início de mais um período de estiagem nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, torna-se oportuno e atual o debate sobre o uso racional da água nas edificações urbanas. Em evento que promovemos recentemente, em Brasília, para discutir o tema, especialistas de diversas áreas defenderam a formulação de uma política pública integrada para regular a questão. Se a crise hídrica é uma realidade, o que devemos fazer – governos, iniciativa privada, academia – para minimizar os seus efeitos? Até 2030, o planeta poderá enfrentar um déficit de água de 40%, caso não seja alterada drasticamente a gestão desse recurso precioso. Essa conclusão é do Relatório das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Água 2015 – Água para um Mundo Sustentável, lançado em 20 de março deste ano. No caso do Brasil, um país privilegiado em matéria de recursos naturais, a população já tem de conviver hoje com baixos índices de água nos reservatórios e o risco permanente do racionamento. Esse quadro de escassez hídrica nos obriga a encontrar alternativas inteligentes para evitar o desperdício e, ao mesmo tempo, reduzir o seu consumo per capita nos centros urbanos. As bases para essa política foram lançadas há quase duas décadas. No governo federal, surgiram em 1997 o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA), no âmbito do Ministério do Planejamento, e o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), este coordenado atualmente pela Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades. Outra experiência importante nessa área ocorreu em São Paulo, com a criação do Programa de uso Racional da Água (PURA) pela Companhia de Saneamento Básico do Estado. É chegado o momento de integrarmos os nossos esforços para que a questão hídrica seja analisada como um todo, a partir das redes de saneamento básico, e não apenas nos sistemas prediais. Como disse o professor Orestes Gonçalves, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e coordenador do PURA, “é preciso trabalhar a gestão da oferta de água com a gestão da demanda. Tem que atualizar os programas atuais e discutir o saneamento fora e intra-muros”. Nós, empresários da construção e do mercado imobiliário, entendemos que é preciso ampliar, de forma considerável, os serviços públicos de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgotos sanitários. Em seu Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto de 2011, publicado em 2013, o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) informou que os índices médios nacionais de atendimento à população urbana foram de 93% para abastecimento de água, e de 55,5% para coleta de esgoto.

ATÉ 2030, O PLANETA PODERÁ ENFRENTAR UM DÉFICIT DE ÁGUA DE 40%, CASO NÃO SEJA ALTERADA DRASTICAMENTE A GESTÃO DESSE RECURSO PRECIOSO. NO CASO DO BRASIL, UM PAÍS PRIVILEGIADO EM MATÉRIA DE RECURSOS NATURAIS, A POPULAÇÃO JÁ TEM DE CONVIVER HOJE COM BAIXOS ÍNDICES DE ÁGUA NOS RESERVATÓRIOS E O RISCO PERMANENTE DO RACIONAMENTO”

A CBIC defende que, ao destinar novos investimentos em saneamento básico nas cidades brasileiras, os governos cuidem de aumentar a eficiência dos sistemas públicos de água e esgoto. No projeto de uma nova rede urbana de abastecimento de água, por exemplo, devem ser levados em conta dois parâmetros básicos que, entre outros, influenciam na sua eficiência operacional e econômica: o desperdício nas redes de distribuição e o elevado consumo per capita nos sistemas prediais – residencial, comercial, industrial e de serviços. Outro desafio será planejar novas formas seguras de oferta interna de água, a partir de fontes alternativas (aproveitamento de água de chuva, reuso predial, poços profundos, etc.). Neste caso, o usuário terá que receber instruções do poder público sobre as melhores técnicas de conservação da água não potável, utilizada em atividades menos nobres (por exemplo, para limpar pisos ou aguar jardins). Será importante também investir em unidades de tratamento para reuso de água potável em reservatórios próximos, evitando a captação em fontes muito distantes. Como se vê, estamos prontos para participar desse debate. É nosso desejo contribuir com soluções modernas para que possamos conviver, sem grandes traumas, com a crise hídrica. JOSÉ CARLOS MARTINS é presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

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S PA Ç O J U R Í D I C O

ASPECTOS GERAIS

sobre o FAP – Fator Acidentário Previdenciário Com incidência desde o dia 10 de janeiro de 2010, o FAP – Fator Acidentário Previdenciário é um multiplicador que varia de 0,5 (cinco décimos) a 2,0 (dois inteiros), sobre a alíquota da contribuição coletiva das empresas ao antigo Seguro Acidente de Trabalho (SAT), de atual denominação RAT – Riscos Ambientais do Trabalho, atuando como medida de redução progressiva dos riscos inerentes ao trabalho, nos moldes do artigo 7º, XXII, da Constituição Federal. Tal contribuição é obrigatória para todas as empresas, salvo aquelas que se enquadram no regime Simples nacional. Desta feita, temos que o FAP – Fator Acidentário Previdenciário será diretamente influenciado pelo histórico de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho de cada empresa. Vale destacar que para que haja a caracterização da doença ocupacional ou do acidente de trabalho, tais ocorrências deverão ser, obrigatoriamente, enquadradas em um dos NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário. Assim, a tarifação coletiva do SAT/RAT será calculada em conformidade com o enquadramento da atividade preponderante de cada empresa, que é estabelecida através da subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), aplicando alíquotas de 1%, 2% e 3% (graus leve, médio e grave) sobre o valor total das remunerações pagas por determinada empresa. Estes percentuais poderão ser reduzidos em até 50% ou aumentados em até 100% em razão dos “resultados obtidos a partir dos índices de frequência, gravidade e custo”, de acordo com o artigo 10 da Lei 10.666/2003. Em outras palavras, através do FAP – Fator Acidentário Previdenciário, é possível estabelecer uma tarifação individualizada para cada empresa, através da flexibilização das respectivas alíquotas da contribuição coletiva obrigatória, que poderão ser reduzidas até a metade ou majoradas até o dobro, em conformidade com a política de melhorias do ambiente de trabalho de cada uma delas, incentivando aquelas empresas que adotarem políticas preventivas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, para as quais as alíquotas do FAP serão reduzidas, bem como exigindo mais daquelas empresas que tenham apresentado elevados índices de acidentes e doenças laborais, para as quais as alíquotas do FAP serão majoradas. Destaque-se que as empresas que apresentarem casos de morte ou invalidez permanente em decorrência de acidente de trabalho ou doença ocupacional, ou apresentarem taxa média de rotatividade de empregados superior a 75%, ficarão impedidas de utilizar-se da redução da alíquota do FAP, que não poderá ser inferior a 1,0 e a solicitação do desbloqueio da bonificação só será possível mediante efetiva comprovação de investimentos em saúde e segurança dos empregados, com o regular acompanhamento dos sindicatos, tanto dos empregados, como dos empregadores. O FAP é publicado no mês de setembro de cada ano pelo Ministério da Previdência Social, e é calculado sobre os dados 10

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dos dois últimos anos antecedentes ao ano do processamento. O Decreto 7.126/2010 que alterou o artigo 202-B do Regulamento da Previdência Social quanto ao procedimento de contestação dos índices anuais do FAP – Fator Acidentário Previdenciário, assim dispõe: “Art. 202-B. O FAP atribuído às empresas pelo Ministério da Previdência Social poderá ser contestado perante o Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional da Secretaria de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência Social, no prazo de trinta dias da sua divulgação oficial. § 1º. A contestação de que trata o caput deverá versar, exclusivamente, sobre razões relativas a divergências quanto aos elementos previdenciários que compõem o cálculo do FAP. § 2º. Da decisão proferida pelo Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional, caberá recurso, no prazo de trinta dias da intimação da decisão, para a Secretaria de Políticas de Previdência Social, que examinará a matéria em caráter terminativo”. Assim, caso a empresa entenda que houve divergência quanto aos elementos previdenciários que compõem o cálculo do FAP, quais sejam, “frequência, gravidade e custo”, poderá a mesma contestar tais matérias administrativamente, dentro do prazo legal. Da decisão, caberá recurso, também no prazo de 30 (trinta) dias. O FAP – Fator Acidentário Previdenciário atribuído às empresas pelo Ministério da Previdência Social referente ao ano de processamento de 2015 e com vigência no ano de 2016, será publicado neste mês de setembro, e poderá ser contestado administrativamente pelas empresas pelo prazo de 30 (trinta) dias, contados da data de sua divulgação, mediante apresentação de formulário disponibilizado no próprio site do Órgão Previdenciário. Também, é possível a discussão de tais matérias por via judicial, bem como da Constitucionalidade do FAP, por ofensa ao princípio da legalidade, ante a majoração ou redução tributária por meio de Decretos do Poder Executivo e não por Lei. Não é por acaso que tem se discutido cada vez mais acerca da dignidade e segurança do ambiente de trabalho. Certamente os custos de prevenção do ambiente de trabalho são elevados para os empregadores, entretanto, é preciso que cada vez mais os empresários se conscientizem de que garantir um ambiente de trabalho é forma, não só de fazer cumprir as Normas Constitucionais, mas também de valorizar o trabalho humano. LÁIZA RIBEIRO GONÇALVES é advogada trabalhista no Escritório Brasil, Salomão e Matthes Advocacia, especialista em Direito Processual Civil pela Rede LFG de Ensino e pós-graduanda em Direito Processual e Material do Trabalho na Atame


Justiça Entende A IMPORTÂNCIA DE ENSINAR AS NOÇÕES PRELIMINARES DE DIREITO NAS ESCOLAS Considerando que nesse mês de setembro, nosso editorial está voltado para o tema Educação, pedimos licença à coluna “Justiça Entende” e utilizamos esse espaço para refletirmos um pouco sobre a importância de ensinar as noções do Direito (entendido como disciplina) na educação básica – e o quanto tal assunto é ignorado nas grades curriculares. Não faz muito tempo existiam nas escolas as matérias de EMC (Educação Moral e Cívica) e OSPB (Organização Social e Política do Brasil), cujo objetivo era apresentar aos jovens estudantes as instituições da sociedade brasileira e a organização do Estado, a Constituição, os processos democráticos, os direitos políticos e deveres do cidadão. Salvo me engano, eu cursei essa disciplina na antiga sexta ou sétima série, aos 12 ou 13 anos, nos anos 90. Contudo, posteriormente as disciplinas foram extintas. Observando a legislação sobre a matéria, temos que o artigo 2º da Lei de Diretrizes e Bases – LDB (Lei 9394/96) enuncia em seu artigo 2º que a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o “exercício da cidadania” e sua qualificação para o trabalho. Observa-se, portanto, que a escola deve preparar as pessoas para a vida, para o convívio em sociedade. Ora, se a função da escola é formar cidadãos, e se ser cidadão é, entre outras coisas, ter direitos e obrigações igualitariamente perante os outros, parece fundamental que o conhecimento sobre quais são os direitos e obrigações do cidadão seja efetivamente ensinado nas instituições de ensino básico. O aluno é constantemente avaliado nas matérias de português, matemática, geografia, história, dentre outras. Mas será que ele sabe o que pode e o que não pode fazer um policial quando aborda uma pessoa na rua? Quais impostos uma pessoa deve pagar e porque, quais são os seus direitos fundamentais, por que eles são chamados de “fundamentais” e como eles

foram conquistados? A diferença entre a função do deputado, senador, ministro e presidente, o que é obrigação do prefeito e o que é obrigação do governador? Será que o aluno sabe que não socorrer uma pessoa em necessidade é crime? Em minha opinião, a resposta para a maioria dessas perguntas é não. Infelizmente a grande parte de nossos alunos não conhecem tais conceitos visto que não há uma educação voltada para tal. Até ouso defender que “ser cidadão”, ou seja, saber valer seus direitos e executar seus deveres é bem mais valioso que realizar uma operação matemática ou escrever uma redação. Em 2013, o deputado Valtenir Pereira apresentou um Projeto de Lei (PL 5960/2013) para reinstituir o ensino de EMC e OSPB. Contudo, o parecer do Relator Dep. Izalci (PSDB-DF) é pela rejeição em virtude de o disposto no art. 9º da Lei nº 4.024 de 20/12/1961, segundo o qual compete ao Conselho Nacional de Educação (CNE), como órgão consultivo do Ministério da Educação (MEC), deliberar, por meio de suas Câmaras de Educação Básica e de Educação Superior, sobre as diretrizes curriculares propostas pelo MEC. Enfim, não precisamos de grandes reflexões para entender a importância dos alunos terem o básico conhecimento sobre Direito. Basta olhar ao redor e perceberemos a falência da educação em nosso país. É de fundamental importância estabelecer nas grades curriculares do ensino fundamental e do ensino médio, disciplinas que podem em muito contribuir para a formação de valores nacionais, éticos, morais e humanitários fundamentais para o funcionamento de uma sociedade mais igualitária, justa e orgulhosa de si mesma. AMANDA GRAZIELLA MIOTTO é advogada trabalhista no Sinduscon-GO, pós-graduada em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pelo Centro Universitário Uni Anhanguera

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ONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

SUSTENTABILIDADE

nos cursos de Engenharia da UFG O termo sustentabilidade se faz cada vez mais presente em todas as áreas de conhecimento. Este conceito deve ser entendido sempre de forma ampla, considerando aspectos não apenas ambientais, como também, os aspectos sociais, econômicos e culturais. A introdução desse conceito nas engenharias ocorreu de forma natural devido ao fato de que o setor é um dos principais usuários dos recursos naturais, e veio como alternativa para a diminuição dos problemas gerados durante todo o ciclo de vida de uma obra. De acordo com a Association Haute Qualité Environnementale, essa avaliação deve ser feita desde a idealização de um projeto, passando pela concepção, construção, uso e, finalmente, pela sua requalificação ou demolição. Neste contexto, e consciente de seu papel, a Universidade Federal de Goiás (UFG), através da Escola de Engenharia, trabalha no sentido de formar profissionais com uma visão cada vez mais ampla, humanista, crítica e reflexiva, preparados e qualificados para as demandas atuais e futuras da sociedade. O tema sustentabilidade pode ser observado ao longo

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EMILIANO LÔBO DE GODOI

de toda a grade curricular dos cursos de Engenharia da UFG, através de disciplinas que tratam, dentre outras, de projetos de saneamento, de planejamento e gestão ambiental de obras, de certificações ambientais, da redução e controle da poluição atmosférica e da recuperação de áreas degradadas. A consolidação desse propósito dentro da UFG foi a criação no ano de 2009 do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária. Este curso inclui conceitos como interdisciplinaridade, reengenharia, qualidade total e um planejamento sistemático das atividades antrópicas. Com isso, a UFG promove os avanços necessários aos cursos de Engenharia, fomentando assim o desenvolvimento científico, tecnológico e sustentável do País. EMILIANO LÔBO DE GODOI, professor doutor da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás (EEC/UFG)


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RT I G O

AGENDA GOIÁS e o Plano Regional Centro-Oeste

O objetivo da Agenda Goiás e do Plano Regional Centro-Oeste é realizar um estudo estratégico e detalhado em conjunto com empresários, Governo de Goiás, governos dos Estados do Centro-Oeste e Governo Federal. Trabalhar um mapeamento de potencialidades e iniciativas para aproveitar as vantagens competitivas do Estado e sinalizar um caminho para a região Centro-Oeste, dentro da estratégia nacional de desenvolvimento econômico e inovação nas cadeias produtivas buscando um novo ciclo de oportunidades e posicionamento. A Fieg juntamente com os seus Conselhos Temáticos buscará contribuir com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República; Ministério de Integração Nacional, por meio da Sudeco; Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e Segplan-GO, na elaboração do Plano Regional Centro-Oeste, e identificar como Goiás poderá se integrar aos demais estados da região e exercer sua vocação de estado eixo. Durante os eventos Agenda Goiás: Participação e Produtividade/Agronegócios, ocorridos em junho em Goiânia e julho em Rio Verde, o presidente do Conselho Temático de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fieg, Heribaldo Egídio, entregou ao ministro Mangabeira Unger documento formalizando os desafios do setor farmacêutico e as principais demandas, com foco em inovação. Ao destacar as fontes das cadeias produtivas da região, como minérios, agronegócios e produtos farmacêuticos, Mangabeira disse que o único longo prazo que conta é o longo prazo que começa em curto prazo, e aí tem que demarcar o caminho e identificar os primeiros passos. “Isso já está acontecendo em Goiás, estado que demonstra estar encarnando um dinamismo brasileiro”, disse durante o evento. “Somos favoráveis a uma convergência futura, de longo prazo, e de incentivos”, disse o governador Marconi Perillo. “Exportávamos há 20 anos para menos de 50 países, hoje exportamos para mais de 150 países”, informou o governador. Ao falar sobre agenda do futuro, questionou: “qual seria a agenda pós-incentivos fiscais?”. Para respondê-lo, Mangabeira apontou a necessidade imediata de construir um desenho institucional que promova o acesso a crédito, à tecnologia, capacitação e a mercados mundiais. E advertiu: “só crédito não adianta”. Além do campo da saúde, Mangabeira reconhece em Goiás um dos maiores produtores de minérios com grande potencial futuro, pois, para ele, se trata de uma riqueza só parcialmente aproveitável e conhecida. Mangabeira pontuou o que deve constar na agenda

dos Estados no Plano Regional Centro-Oeste, propondo a definição de uma infraestrutura compartilhada para a logística da região; a criação de uma agenda interestadual, por meio da Sudeco, com foco na agregação de valor na cadeia do agronegócio, fomento da mineração e da produção e inovação no campo da saúde. Aumentando a participação de empresas nacionais de insumos agrícolas e na produção de alimentos orgânicos e biodinâmicos, seriam os “genéricos” entrando na fronteira agrícola. “Precisamos diminuir a importação e desenvolvermos tecnologias nacionais para a agricultura, desde defensivos agrícolas, sementes e fertilizantes”. O Brasil precisa incentivar a integração das indústrias de mineração, insumos farmacêuticos e agronegócios. É isso que faz os EUA, Alemanha, entre outros países de primeiro mundo. Investir em centros de P&D brasileiros deveria ser política nacional de desenvolvimento e inovação, principalmente química fina e alcoolquímica. Isso nenhuma multinacional quer fazer, transferência de conhecimento e registro de patentes nacionais. Aí que está o “segredo” intelectual das multinacionais. Precisamos passar de importadores para exportadores nas cadeias como um todo. “Exportamos commodities e importamos conhecimento e tecnologia”. Sem dúvida, os Parques Tecnológicos seriam terrenos férteis para um novo ciclo desenvolvimentista de Goiás e do Centro-Oeste pós-incentivos fiscais, rumo a novas tecnologias e inovação com conteúdo nacional, aumentando a competitividade e produtividade das empresas brasileiras, goianas e do Centro-Oeste. MARCOS BERNARDO CAMPOS, vice-presidente da Aciag, vice-presidente da Rede Goiana de Inovação (RGI), vice-presidente do Conselho de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CDTI/Fieg) e membro do Conselho do projeto “O Futuro da Minha Cidade” em Aparecida de Goiânia e Região Metropolitana

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N OVA R É P R E C I S O

INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO:

repensando os caminhos construídos em sala de aula Pensar o processo de inovação é um exercício que pode se dar a partir de muitos cenários. Neste artigo, optei por refletir a respeito de como podemos minimizar a distância entre professores e alunos a partir das práticas pedagógicas, ou seja, ação que envolve o processo de ensinar e aprender e a relação entre docentes e discentes, numa abordagem histórica, pedagógica e social. Para o autor Pedro Demo, agir de modo profissional hoje é, principalmente, saber renovar a profissão todo dia. E é nesta perspectiva que reflito aqui. Segundo o pensador Nikos Kazantzakis, professores ideais são aqueles que se fazem de pontes e convidam os alunos a atravessarem e, depois, tendo facilitado a travessia, desmoronam-nas com prazer, encorajando-os a criarem as suas próprias pontes. Assim, a construção de novos significados ampliam as potencialidades de interpretação e intervenção com o mundo, com as pessoas e com o conhecimento. Os desafios da docência em cenário de cibercultura avivam a necessidade de se repensar, ousar, recriar e refletir sobre a práxis, saberes científicos, pedagógicos, e competências necessárias ao exercício da profissão. É a

CARMEN SILVIA CARVALHO

inovação adentrando o planejamento do professor e manifestando-se em suas aulas. A autora Débora Silva afirma que uma mutação social oriunda da sociedade da informação tem suscitado muitas linhas de investigação, gerando grande volume de pesquisas que objetivam desvendar o funcionamento da sociedade contemporânea. Neste cenário, a atuação do professor se configura como um dos temas centrais, uma vez que se apresenta como grande desafio a reinvenção das práticas de ensino e da mediação pedagógica. A sala de aula, neste cenário, além de ser um evento comunicativo é um espaço de interação social, na qual vida e aprendizagens são reconstruídas a partir de novos saberes e de novas possibilidades de atuação efetiva no mundo. Em concordância, o estudioso Marcos T. Masetto reflete que os professores devem transformar as aulas tradicionais em aulas vivas que realmente contribuam para melhorar a qualidade do ensino. Completa afirmando ainda que para que isso seja possível é preciso, antes de tudo, inovar seu fazer pedagógico. O paradigma emergente propõe a inovação dos paradigmas sobre os papéis dos alunos e dos professores. A aula deve ser espaço e tempo do aluno e do professor, onde ambos são aprendizes no campo do conhecimento, das interações pessoais e do relacionamento pessoal e profissional, no campo da solidariedade, do respeito mútuo, do diálogo, do desenvolvimento de habilidades e competências profissionais, no campo da ética e da honestidade intelectual e profissional, no campo das responsabilidades cidadãs. O desenvolvimento de novas competências docentes é fator determinante para práticas de ensino e aprendizagens exitosas, principalmente naquelas que envolvem o uso de tecnologias. O uso de tecnologias da informação e comunicação não modificarão sozinhas as relações pedagógicas. É fundamental a formação docente e a sua conscientização de que já não há mais tempo para as práticas meramente tradicionais. Entendemos que é preciso repensar os caminhos e compreender os processos que têm sido construídos nas salas de aula, valorizando as práticas pedagógicas que estimulem a aprendizagem significativa dos alunos e que consequentemente os auxiliem a se transformar em profissionais com maior competência técnica, epistemológica e atitudinal. Em tempos de capital intelectual, a aprendizagem é sempre nosso maior diferencial! CARMEN SILVIA CARVALHO, pedagoga, mestranda em Educação, Linguagem e Tecnologias pela UEG. Professora da especialização Formação de Professores em Didática e Gestão Educacional do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (Ipog). Especialista em Docência Universitária e em Educação a Distância

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EGURANÇA DO TRABALHO

A EDUCAÇÃO

como ferramenta na prevenção de acidentes de trabalho É fato sabido por todos a constante necessidade de conhecimento do ser humano, independente do ambiente que esteja. Profissionalmente não é diferente e há quem diga que os melhores são os que mais conhecem a sua função. Mas vejamos, será que conhecem mesmo todos os aspectos? Existe um aspecto que é primordial, que o faz estar todos os dias no trabalho, estou falando de Segurança e Saúde Ocupacional, que atualmente é muito discutida. Conhecimento vem da educação e a Segurança e Saúde Ocupacional tem como base a prevenção de acidentes de trabalho, logo percebemos que a educação é uma ferramenta muito importante na prevenção de acidentes, pois melhor pratica essa prevenção quem dela mais conhece. Muitos acidentes de trabalho acontecem por causa da imperícia do trabalhador, pelo uso incorreto de máquinas e equipamentos, por práticas de condução erradas nas atividades realizadas. Há também o desconhecimento das leis e normas pertinentes. Mas como educar no contexto “prevenção de acidentes”? Educação é o ato de educar, de instruir, é disciplinamento. No seu sentido mais amplo, educar significa a prática de se transmitir e ensinar novos hábitos, costumes e valores. Por meio da educação os conhecimentos são transferidos de uma pessoa para outra. Educação no sentido formal é todo o processo contínuo de formação, ensino e aprendizagem. Na prevenção de acidentes educamos por meio de treinamentos, palestras, DDS’s/DSS’s e outras diversas formas. Transmi-

FERNANDO G. PEREIRA

timos ao trabalhador não só a importância, mas a forma correta de se prevenir acidentes e doenças e ter um ambiente de trabalho cada vez mais saudável. Há que se atentar para que estes momentos de educação sejam bem planejados e realizados, utilizar de uma didática adequada e rica em técnicas é também essencial. Conhecer bem o público alvo com suas características e necessidades, utilizar sempre material didático bem elaborado, apresentações e dinâmicas envolventes, vídeos, exercícios e uma boa oratória fazem parte desse contexto. Assim percebemos também que os profissionais prevencionistas ou outros envolvidos também devem buscar cada vez mais atualização e conhecimento. A educação em si é uma prática de prevenção aplicada com o objetivo de preparar melhor o trabalhador e este, por sua vez, entrar no ambiente de trabalho saudável para desempenhá-lo cada vez melhor. A educação também é uma forma de valorizar o trabalhador. Troquemos então os riscos no trabalho pelas práticas de educação profissional. FERNANDO G. PEREIRA é técnico de Segurança do Trabalho. Formado em Pedagogia pela Unigran (MS) e em Segurança do Trabalho pela ETFG/Senai-GO, instrutor de Saúde e Segurança do Trabalho pelo Senac-GO, consultor do Sesi-GO em Segurança e Saúde Ocupacional e gestor de Segurança e Saúde Ocupacional da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (Unidade HDT)

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OMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO

Plano de gestão de manutenção de FACHADAS A construção civil vem passando por uma série de mudanças nos últimos anos, aumento pela busca da competitividade, da racionalização e dos resultados finais, aliados ao desempenho e custos com manutenção. Com o início da vigência da norma ABNT NBR 15575:2013 houve um marco na relação entre construtor e comprador, onde alguns itens passaram a ter destaque na hora da escolha da WALDIR compra dos imóveis, como por exemplo, BELISÁRIO o desempenho. Durante sua vida de serviço, os edifícios sofrem uma degradação, podendo perder sua funcionalidade. O processo de degradação tem início na fase de construção, tanto em seus aspectos exigenciais, quanto em suas funções. Esse processo pode ser controlado e a vida útil dos edifícios alcançada, se for devidamente mapeado e passar por manutenções preventivas, como ocorre na indústria automobilística. Hoje é buscado o desenvolvimento de trabalhos relacionados com os elementos de construção defeituosos, que podem afetar a funcionalidade das necessidades do proprietário (necessidades de controle orçamentário em serviço com níveis aceitáveis de conforto sem riscos potencialmente inseguros), enfatizando a importância da manutenção. O processo de manutenção pode ser dividido em atividade ou operações de manutenção adequada, por manutenção inadequada ou por falha operacional do sistema. Diante do aumento dos custos de construção e considerando o orçamento de manutenção previsto ou adotado na fase de projetos, a gestão de manutenção vem ganhando força, onde uma das tarefas mais importantes é a de minimizar os custos operacionais. Portanto, a seleção das estratégias mais rentáveis e de manutenção adequada pode resultar em melhor dotação orçamentária. O processo de manutenção também pode minimizar a deterioração dos edifícios, além de garantir o desempenho ao longo de todo seu ciclo de vida (concepção, construção, utilização e demolição). A manutenção é importante etapa na garantia dos cumprimentos de vida útil da edificação, onde a seguir serão dados alguns importantes conceitos: • Manutenção – Nos termos da ABNT NBR 15575, conjunto de atividades a serem realizadas ao longo da vida útil da edificação para conservar ou recuperar a sua capacidade funcional e de seus sistemas constituintes e atender as necessidades e segurança dos seus usuários. • Vida Útil (VU) – Nos termos da ABNT NBR 15575, vida útil é o período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades para as quais foram projetados e construídos, com atendimento dos níveis de desempenho previstos nas normas técnicas, considerando a periodicidade e a correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção (a vida útil não pode ser confundida com prazo de garantia legal ou contratual). • Vida Útil de Projeto (VUP) – Período de tempo definido no projeto e que é acordado com o dono da obra e o projetista, 16

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servindo de referência às decisões específicas. • Manutenção Rotineira – Nos termos da ABNT NBR 5674, caracteriza-se por um fluxo constante de serviços, padronizados e cíclicos, citando-se, por exemplo, limpeza geral e lavagem de áreas comuns. • Manutenção Corretiva – Nos termos da ABNT NBR 5674, caracteriza-se por serviços que demandam ação ou intervenção imediata a fim de permitir a continuidade do uso dos sistemas, elementos ou componentes das edificações, ou evitar graves riscos ou prejuízos pessoais e/ou patrimoniais aos seus usuários ou proprietários. • Manutenção Preventiva – Nos termos da ABNT NBR 5674, caracteriza-se por serviços cuja realização seja programada com antecedência, priorizando as solicitações dos usuários, estimativas da durabilidade esperada dos sistemas, elementos ou componentes das edificações em uso, gravidade e urgência, e relatórios de verificações periódicas sobre o seu estado de degradação. • Reabilitação – Melhorias sem grandes alterações às características originais, podendo incluir algumas ações (embora limitadas) de remodelação e modificação ao nível dos elementos do edifício. • Renovação – Termo mais adequado para incluir os trabalhos de reabilitação em que existe um significativo grau de modernização ao nível dos elementos do edifício (por exemplo: aplicação / execução de elementos que não existiam inicialmente no edifício); os trabalhos de renovação poderão incluir a substituição de um grande número de elementos do edifício ou o acréscimo de outros. • Reconstrução – O caso mais extremo de intervenção, que pode incluir a demolição (quase completa) ou não, e a reconstrução do edifício e/ou da maioria dos seus elementos. O presente texto tem como função básica informar da importância de ser estabelecida uma metodologia de manutenção para as edificações, tomando por base três importantes documentos, a ABNT NBR 15575, que estabelece os padrões de desempenho para as edificações residenciais brasileiras; a ABNT NBR 5674, que estabelece os critérios para a formulação dos manuais de manutenção das edificações, e a ABNT NBR 14037, que é a norma do manual de operação, uso e manutenção de edificações. Uma importante etapa da manutenção é a fase de inspeções rotineiras, onde hoje os processos de verificação da degradação das edificações, em todo ou em parte, segue critérios de inspeção visual, não tendo um parâmetro que estabeleça uma rotina básica de verificação, que traria maior segurança a quem habita as edificações e a quem executa a construção das mesmas, pois existem parâmetros de durabilidade, estabelecidos por Normas Técnicas, porém não tendo uma referência de verificação análoga à indústria automobilística, que estabelece períodos e rotinas de manutenção. WALDIR BELISÁRIO DOS SANTOS JÚNIOR é engenheiro civil pela Universidade de Brasília (UnB), representante regional DF/GO na Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e coordenador na Comunidade da Construção de Goiânia


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AT É R I A D E C A PA

EDUCAÇÃO

BASE PARA A ASCENSÃO DO INDIVÍDUO E O BEM DA COLETIVIDADE “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo.Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre”. (Paulo Freire) Para o diretor da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás (EEC/UFG), Frederico Martins Alves da Silva, há uma forte correlação positiva entre desempenho profissional e estudo. “O estudo é libertador e dá ao aprendiz o ferramental para se tornar um sujeito autônomo e independente, portanto, para mim, a opção por estudar deve ser a primeira de cada jovem”. No ensino superior, o contato com a Academia, que por essência, é o local da diversidade de ideias e ideais, permite ao estudante sucessivas desconstruções e construções de paradigmas sociais, culturais e, no caso da Engenharia, técnicos. “Ao entender suas limitações e as limitações de toda a cadeia profissional, o engenheiro é capaz de utilizar o ferramental teórico-prático, construído no ensino superior, para tomar as devidas decisões respeitando os limites éticos, respeitando a utilização racional dos recursos, prezando pela qualidade e segurança”. Manter-se conectado com as inovações científico-tecnológicas do setor, segundo o professor Frederico Silva, é fundamental para o profissional da Engenharia. E os cursos de pós-graduação, segundo ele, são um excelente agente facilitador, sendo as atividades da graduação, da pesquisa e extensão complementadas por diversos laboratórios, muitos deles dotados com equipamen18

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tos de ponta e estrutura mais complexa para assegurar a qualidade das atividades. “A cada dia surgem novas técnicas construtivas, novos procedimentos normativos, novos procedimentos de análise de projetos em geral, além de novas interfaces com outras áreas do conhecimento que a Engenharia proporciona. É preciso que cada engenheiro entenda o que essas inovações impactam no seu já conhecido procedimento e como obter vantagens com a inovação”. De acordo com o diretor da EEC/UFG, o corpo docente revisa cuidadosamente as disciplinas clássicas, incorporando outras FREDERICO MARTINS ALVES DA SILVA, DIRETOR DA ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL DA UFG


disciplinas ao projeto pedagógico, dando ao aluno conhecimento, por exemplo, sobre industrialização da construção, elementos pré-fabricados, gerenciamento e planejamento de negócios, controle da qualidade e recuperação e reabilitação de edificações, evidenciando a preocupação da Escola de Engenharia Civil em se adaptar às novas realidades e assegurar a formação transversal plena dos alunos. Atestando a constante revisão dos projetos pedagógicos, ele menciona o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária como o mais novo da unidade, e entre as metas e desafios, a consolidação dos programas de mestrado, visando aproximar os conhecimentos produzidos pela Universidade da comunidade como um todo. O professor Frederico Silva remonta à importância da criação da Escola de Engenharia Civil da UFG e sua origem como Escola de Engenharia do Brasil Central, em 1954. O curso foi reconhecido em 1958 e, em seguida, em 1960, ocorreu a federalização do curso de Engenharia Civil, juntamente com os cursos de Direito e Medicina, entre outros. O objetivo inicial da Escola de Engenharia do Brasil Central era o de atender, além de Goiás, os estados do Mato Grosso e do Pará, minimizando a dependência técnica das regiões Sul e Sudeste. Após a criação da Universidade Federal de Goiás, a Escola de Engenharia do Brasil Central passa a ser uma unidade da UFG, nomeada como Escola de Engenharia Civil. Para ele, “o êxito do projeto idealizado na década de 50 pode ser medido com os inúmeros casos de sucesso de nossos egressos, que atuam incansavelmente para a consolidação da Engenharia goiana no cenário brasileiro”.

Mercado exige do profissional da área tecnológica manter-se atualizado

“A atualização profissional é uma exigência do mundo para todas as profissões, principalmente das áreas tecnológicas, que se modificam mais rapidamente. A Engenharia está entre estas áreas e, independente da posição do Brasil em relação ao mundo, as atualizações forçam todos os engenheiros a buscar uma sintonia com o estado da arte em suas áreas de atuação”, opina o diretor da Escola de Engenharia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Fabio Manoel Sá Simões. “Se pensamos em ter um país passando da posição de usuário de tecnologias para, pelo menos, replicador de tecnologias, entendendo que este último é uma condição intermediária para se chegar à posição de desenvolvedor de tecnologias, precisamos melhorar a formação na Engenharia. Os cursos de pós-graduação sejam eles stricto sensu, mestrado e doutorado ou lato sensu, as especializações, contribuem significantemente para a mudança desta realidade e consequente crescimento profissional e sucesso nas carreiras”. O professor Fabio Simões considera a sintonia com as necessidades demandadas pela indústria da construção um grande desafio para as escolas de Engenharia, devido à própria rapidez da evolução do mercado e às negociações que dependem de articulação entre entidades relacionadas, como o Confea/Crea, as Instituições de Ensino Superior (IES) e o Ministério da Educação e Cultura (MEC), necessitando, ainda, atender a uma série de legislações específicas. Esse contexto faz com que exista sempre uma defasagem, segundo ele. “Esta é uma realidade existente em todas as profissões. Nas engenharias existe um grande percentual de conteúdo voltado para o núcleo básico de formação exigido na Diretriz Curricular Nacional (DCN), que não pode ser alterado enquanto não houver novas diretrizes nacionais. O estágio obrigatório e as atividades complementares, também obrigatórias, são oportunidades que procuramos potencializar

FABIO MANOEL SÁ SIMÕES, DIRETOR DA ESCOLA DE ENGENHARIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

para propiciar esta sintonia das demandas do mercado com a formação acadêmica”. O curso de Engenharia Civil da Escola de Engenharia da PUC Goiás procura atender as novas demandas do mercado e atualizações de normas, cria novas disciplinas optativas, além de fomentar a discussão entre os professores de cada área sobre as atualizações necessárias que precisam ser inseridas nos conteúdos. “A Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais, por exemplo, já está sendo trabalhada em sala de aula em diversas disciplinas, com professores que inclusive lideram a sua disseminação em nossa região, pois a maioria de nossos professores atua no mercado, o que faz com que o curso e a realidade da vida profissional se aproximem mais ainda”. Saúde e Segurança no Trabalho também tem disciplina específica na matriz curricular da graduação, além de uma especialização nesta área. A automação nas edificações possui um reforço especial, uma vez que a Escola oferece o curso de Engenharia de Controle e Automação. “Nossas principais metas estão relacionadas à qualificação dos egressos e o caminho está na transformação das metodologias de ensino: observando as mudanças globais, as escolas de Engenharia de todo o mundo estão implantando Metodologias Ativas de Ensino, em que o aluno passa de uma condição passiva na aprendizagem, com a limitação do conteúdo, para uma condição ativa capaz de aprendizagem por toda a vida, condição essencial para agora e ainda mais no futuro”. Entre outras ações, o diretor Fabio Simões informa que a Escola de Engenharia participa de um consórcio de 35 IES no Brasil, chamado Sthem Brasil, que busca aprender novas metodologias com instituições internacionais de referência na área, como Harvard, MIT e Olin College. “Sabemos também que a aproximação entre a vida acadêmica e as exigências do mercado de trabalho necessita da aproximação da Escola com a iniciativa privada e, portanto, está entre nossos desafios a intensificação das parcerias existentes. A curto prazo os desafios estão em comunhão com todos os outros setores: superar a crise em que o País se encontra, torcendo para que o cenário econômico mundial não sofra inflexões que possam nos exigir ainda mais”.

A verdadeira chave da conquista humana

No dia 30 de julho deste ano um grupo de marinheiros japoneses desceu de seu navio, em Recife, e recolheu lixo e fez limpeza na Estação Central do Metrô. Entrevistados, disseram que no Japão as crianças aprendem desde cedo a limpar suas carteiras, a sala de aula e também a escola, incluindo o banheiro, e que isso faz com que queiram tudo sempre limpo e organizado, fazendo eles próprios ao invés de esperar que alguém faça (isso se chama responsabilidade). Este fato, narrado pelo professor SETEMBRO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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AT É R I A D E C A PA

de Filosofia em Nova Acrópole, Jean Cesar Antunes Lima, serve como pano de fundo ao observar que “atualmente, quando se fala em educação escolar, pensamos sempre em termos acadêmicos, uma educação que prioriza a formação mental ou técnica. E nos esquecemos que, ao longo da história humana, e até hoje para qualquer pessoa sensata, uma pessoa educada é, fundamentalmente, uma pessoa de bons hábitos, e não exatamente um intelectual”. Discorrendo sobre a importância da educação, Jean Cesar lembra que para as civilizações clássicas ser educado significava ser nobre, e a nobreza era uma marca distintiva de mulheres e homens que, superando a mera impulsividade dos instintos, caracterizavam-se pela moderação e cortesia em seu comportamento e coragem na defesa da justiça, tornando-se assim damas e cavalheiros. “Vemos hoje tristemente como isso tem se perdido, e infelizmente não apenas no Brasil, como também em muitos outros países, incluindo as grandes potências mundiais. Nossa educação hoje prioriza o técnico, e ainda assim, no Brasil (com poucas e heroicas exceções) sem grande qualidade, não abordando sequer de longe a questão do comportamento ou, mais importante que isso, a questão moral”. Já foi dito por muitos estudiosos, inclusive por economistas, que a base que sustenta uma sociedade não é técnica, mas sim moral, pois são valores como confiança e respeito o que tornam as relações possíveis, e não há sociedade saudável se não há relações

JEAN CESAR ANTUNES LIMA, PROFESSOR DE FILOSOFIA EM NOVA ACRÓPOLE

confiáveis. Mas a confiança, como muitos outros valores humanos, já não faz mais parte de nossa educação formal, atesta ele. “Hoje é comum ver a educação não mais como um fim, e sim apenas como um meio para se alcançar o salário ou a posição que se deseja, e para muitos, se for possível alcançar o que se almeja sem ter de passar pelo ‘sacrifício’ do aprendizado, tanto melhor (a exemplo de alguns de nossos políticos). Mas muitos vão concordar que deveria ser esse um sonho humano, e que maravilhoso seria, o de se aprimorar a cada dia naquilo que se ama por vocação, seja em que área for, buscando ser a cada dia melhor naquilo que se faz, não pelo dinheiro, mas pelo prazer de conhecer, de desvendar, de Ser... E quão melhores poderíamos ser vivendo assim!”. O que nos torna realmente humanos? O que nos torna felizes? Questiona o professor de Filosofia, ponderando logo em seguida: “o que os grandes homens de todos os tempos nos ensinaram, e que forma parte do rico legado humano, é que a Educação é a chave para a verdadeira conquista humana: a conquista de si mesmo”.

Nova chance para um futuro melhor

JOÃO BATISTA DA PURIFICAÇÃO, ENCARREGADO DE PEDREIRO DA DINÂMICA ENGENHARIA

Estudar, exemplo de pai para filhos Em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi-GO), a Dinâmica Engenharia implantou o Projeto Escola no Canteiro, que soma um total de 764 formandos nos cursos de Alfabetização, Ensino Fundamental e Ensino Médio nos canteiros de obras da construtora. Iniciando a carreira profissional na construtora em 2007, o então ajudante de pedreiro João Batista da Purificação agarrou a chance de estudar e crescer na empresa, passando a pedreiro, onde atualmente exerce a função de encarregado de pedreiro. “Foi muito importante ter a oportunidade de estudar, pois consegui subir de cargo após a conclusão do estudo. Apareceram muitas frentes de serviço, mas como a Dinâmica me deu a oportunidade, escolhi ficar aqui”, recorda João Batista, que afirma hoje passar o seu exemplo aos filhos, sendo que o mais novo já manifestou que sonha em ser engenheiro. E ele se sentiu tão motivado em crescer profissionalmente que decidiu investir em mais dois cursos de qualificação, concluindo os cursos de Mestre de Obras e Técnico em Leitura de Projetos há mais ou menos um ano e meio. “Com a atualização dos projetos nos diversos estágios da obra e com o conhecimento adquirido nos cursos, sendo encarregado de pedreiro eu tenho outra visão sobre a execução do serviço. Foi muito importante para o meu crescimento profissional”, conclui João Batista. (com informações da Assessoria de Marketing da Dinâmica Engenharia)

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Após ter a satisfação de formar recentemente um dos filhos no curso técnico de Agronomia, o carpinteiro piauiense Luís Carlos Neves Nogueira, de 41 anos, sentiu na própria pele a emoção de receber, em março deste ano, o diploma de conclusão no Ensino Fundamental do projeto Ensino Consciente – Escola nas Obras. Ele, que quando criança teve de parar de ir à escola no 5º ano para ajudar a família a se sustentar, finalmente conseguiu realizar o sonho que começou a transformar-se em realidade em 2010, quando pode retomar os estudos de onde parou. “No início, tive muitas dificuldades em Matemática, mas graças à persistência e dedicação dos professores, hoje tenho mais intimidade com os números”, recorda Luís Carlos, contando que, no dia a dia, muitos de seus companheiros falam em voltar para a escola. No entanto, a rotina cansativa é vista pelos operários como um empecilho, que ele garante ser passageiro. Depois do banho e do lanche, o foco passa de tijolos e concreto para os livros: “como a escola fica dentro da obra, é bem mais fácil. Além disso, compensa muito estudar, pois o mundo é de quem sabe das coisas e a gente pode melhorar de vida, inclusive dentro da empresa”, conclui. Atualmente Luís Carlos continua sonhando, mas agora com a Universidade, pois o carpinteiro ainda quer ver chegar o dia em que vai cursar a faculdade de Engenharia. (com informações da Assessoria de Marketing da Consciente Construtora) LUÍS CARLOS NEVES NOGUEIRA, CARPINTEIRO DA CONSCIENTE CONSTRUTORA


O saber, o talento e o destemor, ingredientes para o avanço contínuo “A educação é o meio mais poderoso de ascensão social e econômica. Permite ao indivíduo se destacar da maioria; o chefe valoriza, e acaba tendo que promovê-lo. Especialmente no Brasil, que é um País de muita oportunidade, a pessoa tem que se diferenciar no mercado de trabalho, e só conseguirá ascensão social por meio da educação. Se a pessoa para de estudar, eu digo: ‘ok, você vai chegar a ganhar dois salários mínimos’... Tenho na empresa o caso de dois irmãos, excelentes profissionais: um não quis estudar, é o melhor motorista que temos. O outro, que entrou aqui também como motorista, foi estudando, estudando, e se formou como advogado; hoje, ganha várias vezes mais do que o irmão. É o mercado que determina: quem para de estudar coloca um limite no seu teto salarial”. (ENG. WILTON MACHADO, SÓCIO-DIRETOR DA CONSTRUTORA CENTRAL DO BRASIL – CCB)

Como o investimento em educação transformou a sua vida?

A educação na minha infância teve um peso muito grande, porque meus pais, minha família, moravam em Firminópolis (GO), onde eu estudava na escolinha rural. E a cidade mais perto era São Luiz de Montes Belos. Todos os vizinhos e amigos do meu pai falavam ‘você tem que mudar para São Luiz, para quando seus filhos tiverem mais idade estudar lá’. Mas ele decidiu mudar para Goiânia, porque aqui na Capital as escolas teriam melhor condição de educação com um ambiente social melhor. Se não fosse isso, possivelmente hoje eu não seria empresário; estudando em São Luiz talvez fosse fazendeiro. Então essa decisão foi que mudou tudo, e foi tomada quando eu tinha sete anos de idade. Outro passo importante é que meu pai me colocou, aos oito anos, na escola de Inglês. Com isso comecei a falar inglês, e aos 15 anos ele me incentivou a fazer um intercâmbio nos Estados Unidos. E eu fui, e fiz o segundo ano colegial lá, o que me tornou fluente no idioma. Na época eu não sabia o quanto seria importante falar inglês, não só para viagens e pelo conhecimento da língua, mas me abriu portas profissionalmente. Nosso grupo tem uma empresa de mineração que exporta para 30 países, e meu relacionamento com os clientes é todo em inglês. Outro evento transformador em minha vida foi quando terminei a faculdade de Engenharia Civil (na UFG) e, aos 22 anos, quis fazer uma pós-graduação (de três anos) na Alemanha na área de Gerenciamento de Empresas da Construção e Gestão de Projetos, com meu pai sempre me incentivando. Além do conhecimento específico, a gente aplica esse conhecimento de mundo, aprende a enfrentar desafios e não teme outras realidades. O indivíduo aprende a enfrentar as dificuldades, o mesmo se aplicando na vida empresarial, em que aprendemos a superar dificuldades e a enxergar oportunidades. Se não fosse a visão do meu pai, que tinha pouca educação, mas tinha outra visão para os filhos, nós não teríamos condição de ter um grupo empresarial com várias empresas de diferentes segmentos. Essa mesma filosofia eu passo para os meus filhos e aplicamos na empresa. Todos os nossos sócios fizeram MBA em Gestão Empresarial e aqui na nossa companhia temos um Programa de Excelência Empresarial (curso ‘in company’) com a Fundação Dom Cabral, para todos os nossos diretores executivos, o que tem nos ajudado muito a espalhar uma cultura de eficiência e de foco em resultado em toda a organização. De novo, a educação, já numa fase empresarial, ajudando a enxergar melhor, focando em resultados e gestão: é um avanço contínuo. É uma visão dos negócios sob a ótica contemporânea. A empresa evoluiu. Participamos do Paex, Programa de Excelência Empresarial, já há cinco anos, o que tem ajudado não só os acionistas, como todo o corpo técnico que tem cargo de direção a enxergar e focar melhor em resultado e oportunidades.

Conte sobre a trajetória de sua empresa no segmento da construção e como tudo começou.

Fui professor de inglês e iniciei na profissão como engenheiro treinée na Construtora Mendes Júnior. Como empresário, começamos como uma empresa bem pequena aqui em Goiânia, fazendo obra por administração. Permutamos um terreno por um apartamento e fizemos obra por administração. Começamos há 29 anos (em 1986). Depois migramos um pouco para a incorporação e em seguida começamos a fazer pequenas obras públicas. Com a crise da Encol, saímos do mercado imobiliário e nos concentramos mais no mercado de infraestrutura. Fomos pegando obras cada vez maiores, em áreas diferentes. Começamos na área de saneamento, depois estradas, infraestrutura urbana, habitação popular, construção industrial, e aí foi diversificando o leque de atuação da construtora. Hoje o grupo tem outras atividades além da construção: 60% da receita são provenientes da construção, 40% vêm de outros negócios. Temos uma pequena central hidrelétrica chamada CCB Energia, temos área de desenvolvimento de loteamentos, chamada CCB Urbanismo, franquias da World Tênis e do Burger King no Centro-Oeste todo e outros estados, totalizando mais de 40 restaurantes. Por último, agora somos concessionários de saneamento, juntamente com outra empresa de porte nacional, fazemos a operação do sistema de esgoto de Aparecida de Goiânia, Trindade, Rio Verde e Jataí. Nosso contingente varia muito em função das obras, mas a Construtora tem, em média, três mil funcionários, sendo que o Grupo todo tem cinco mil funcionários nas empresas. Com muita satisfação vimos recentemente a revista Exame – Melhores e Maiores pela primeira vez listar a CCB entre as 100 Maiores da Região Centro-Oeste. No ranking das 100 maiores, a Construtora Central do Brasil saiu em número 64, e pela primeira vez nós figuramos como a maior construtora de Goiás. E isso é motivo de muito orgulho para nós. Se considerado o grupo todo, que teve um faturamento de mais de R$ 900 milhões no ano de 2014, incluindo todas as empresas do grupo CCB, subiríamos do 64º lugar para a posição de número 30 deste ranking. Se retirássemos as estatais, como a Eletrobras, e as empresas como os Correios, somos o 15º maior grupo econômico do Centro-Oeste brasileiro. Saiu em destaque nesta publicação que a CCB foi a construtora que mais cresceu no ano passado (crescimento de 58%), com uma receita líquida de US$ 147 milhões. Essa satisfação compartilhamos com todos os nossos colaboradores, porque acreditamos que uma empresa se faz em conjunto e que o nosso maior capital são os nossos colaboradores. SETEMBRO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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PRESIDENTE DO SINDUSCON-GO, CARLOS ALBERTO MOURA, DURANTE O PRONUNCIAMENTO NA ABERTURA DO DNCS 2015

FESTA DA CIDADANIA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO REPETE SUCESSO EM SUA NONA EDIÇÃO Neste ano de 2015 o Dia Nacional da Construção Social (DNCS) mobilizou centenas de famílias de trabalhadores do setor que compareceram à Unidade Integrada Sesi/Senai Aparecida de Goiânia (GO) em 22 de agosto. Ao todo, foram registradas 1.555 pessoas presentes e um total de 4.715 atendimentos. O prefeito do Município, Maguito Vilela, acompanhado por auxiliares, autoridades estaduais e lideranças classistas prestigiaram a abertura do evento e em seguida foram visitar os postos de atendimento, acompanhando ainda o Torneio Início de Futebol Soçaite dos Jogos da Construção. Considerado o mais importante evento de responsabilidade social do setor da construção no Brasil, o DNCS é promovido nacionalmente pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e realizado em Goiás anualmente pelo Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-GO) e Serviço Social da Indústria da Construção (Seconci-GO), em parceria com o Sistema 22

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Fieg, por meio do Sesi/Senai. Há nove anos, a CBIC promove o DNCS, em parceria com o Departamento Nacional do Sesi e com os diversos Seconcis nos Estados, sendo que este ano o evento aconteceu simultaneamente em 34 localidades do País, com atividades educativas, serviços de saúde, cidadania e lazer. No palanque, o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura explicou ao público e convidados que a temática da nona edição do DNCS “Quer mudar o mundo? Mãos à obra!” refere-se à possibilidade de mudança por meio da atitude pessoal, e que o indivíduo seja proativo, protagonista de sua própria história. “Um dos principais objetivos aqui é mostrar aos jovens que estão em fase de escolha da profissão que é possível fazer carreira na nossa indústria, progredir por meio dos estudos, sendo reconhecido e valorizado pelo setor da construção. Compartilhamos dessa premissa, por acreditarmos que seja perfeitamente viável por meio da educação do ser humano e da qualificação profissional”, disse Moura.


AUTORIDADES PARTICIPARAM DA SOLENIDADE DE ABERTURA

Participantes enaltecem ações do DNCS 2015 Maria de Fátima Machado Mendez ficou encantada com a apresentação de street dance do grupo Urban School e também do grupo Patins Urbano. Ela vem todos os anos ao DNCS acompanhada do esposo, o empresário e diretor do Sinduscon-GO Carlos Vicente Mendez, da TC Engenharia, e elogiou a iniciativa. “Foi uma satisfação acompanhar essas excelentes apresentações. As atividades do evento são muito interessantes para a população, pois também oferece oportunidades de aprendizado e diversos serviços gratuitos”. Carlos Vicente Mendez destacou a ação, pois é a continuidade da responsabilidade social que o setor da construção exerce no dia-a-dia. Para ele, este é um momento de plantar a semente, pois quando o empresário integra a família do colaborador em ações que promovem a saúde, o desenvolvimento e o bem-estar, motiva-o a trabalhar com mais satisfação, melhorando, consequentemente, o rendimento no trabalho.

MOSTRA DE TECNOLOGIA CHAMOU A ATENÇÃO ESPECIALMENTE DOS JOVENS PRESENTES AO DNCS 2015

DIRETORES DA TC ENGENHARIA ELOGIARAM APRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS

O eletricista Marcos Roberto dos Santos Freire, encarregado de instalações na Fuad Rassi, se interessou pelas inovações apresentadas na Mostra de Tecnologia. Ele explicou que os dispositivos que promovem o controle de consumo de energia, via aplicativo de celular foi o que mais lhe chamou atenção, pois como é estudante de Engenharia Civil pretende agregar novos conhecimentos à sua área de atuação. A inovação, que necessita de utilização de programação específica, faz parte das disciplinas do curso de Eletrotécnica do Sesi/Senai, conforme explicou o monitor, Gabriel Rossendy, ex-aluno da Unidade de Aparecida de Goiânia. SETEMBRO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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VOLUNTÁRIOS TAMBÉM USUFRUÍRAM DOS SERVIÇOS OFERECIDOS NO DIA NACIONAL SERVIÇOS DE BELEZA ATRAÍRAM A PRESENÇA DO PÚBLICO FEMININO

O posto de atendimento do Instituto Embelleze, que contou com serviços de corte de cabelo, escova e sobrancelhas, foi um dos postos que mais atraiu a presença feminina e esteve cheio do início ao fim do evento. Marineide Araújo Barbosa, autônoma, ficou muito satisfeita com a escova feita em seus longos cabelos pela estudante do curso de Cabeleireiro, Jeane Correa da Rocha. Ela também registrou que considera muito importante a realização do evento, pois oferece oportunidades de desenvolvimento para os trabalhadores.

O voluntariado também é uma das ações incentivadas pelo evento pautado pela responsabilidade social. A estudante de Enfermagem, Maria José Pereira da Silva, veio doar seu trabalho como voluntária no posto de atendimento do Núcleo de Proteção aos Queimados (NPQ), que prestou importantes informações ao público sobre a prevenção aos acidentes com queimaduras. Ela foi convidada pela colega de estudos, Sabrina Sousa, voluntária permanente do NPQ. Maria José Silva também aproveitou para realizar o exame de Bioimpedância, oferecido pela equipe do Sesi local. Ela elogiou o atendimento e relatou que foram esclarecidas muitas dúvidas, além de receber orientações para a realização de atividades físicas. Um dos destaques do DNCS foi o torneio inicial dos Jogos da Construção 2015, que contou com a participação de 15 times formados por jogadores de empresas da indústria da construção, incluindo um time formado por colaboradores do Sinduscon-GO. O Sindicato teve entre sua equipe de atletas a participação de convidados ilustres: o prefeito do Município de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela; o presidente da Federação das indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira; e o presidente da entidade, Carlos Alberto Moura. A primeira colocação do torneio inicial foi para a Telemont Engenharia, que é tricampeã no Torneio Início e, segundo o coordenador de Manutenção da empresa, Laurêncio Messias de Carvalho, vai disputar com garra o título de tricampeão dos Jogos da Construção em 2015. TELEMONT ENGENHARIA SEMPRE PRESENTE AOS JOGOS DA CONSTRUÇÃO

ALÉM DO PRESIDENTE CARLOS ALBERTO MOURA, O TIME DO SINDUSCON-GO CONTOU COM A PARTICIPAÇÃO DO PREFEITO MAGUITO VILELA E DO PRESIDENTE DA FIEG, PEDRO ALVES DE OLIVEIRA

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Secretário Vilmar Rocha recebe representantes do

SINDUSCON JOVEM No último dia 29 de julho, o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura, acompanhou o presidente e o vice-presidente do Sinduscon Jovem, respectivamente Raphael Andrade Nasser Rocha e Diogo Lopes Maldi, em visita ao secretário de estado de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), Vilmar da Silva Rocha. A primeira visita institucional do Sinduscon Jovem ao secretário foi realizada com a finalidade de convidá-lo para ser o padrinho político do grupo de jovens empresários do setor da construção, que já conta com Paulo Afonso Ferreira, que é ex-presidente do Sinduscon-GO, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás e atual 3º vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), além de presidente do Conselho de Assuntos Legislativos (CAL) da CNI e diretor geral do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), como padrinho empresarial.

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Vilmar Rocha aceitou o convite e se prontificou a auxiliar o desenvolvimento empresarial do grupo. Assim, na oportunidade, já foi agendado o primeiro encontro do secretário com todos os integrantes do Sinduscon Jovem durante café da manhã, quando o secretário falará sobre ética e tomará conhecimento dos projetos prioritários e do plano de trabalho da organização. Na mesma ocasião, contando também com a presença do procurador do Estado, chefe da Advocacia Setorial da Secima, Bruno Belém, foi tratado sobre a elaboração do decreto do Governo do Estado que irá regulamentar o Pagamento sobre Serviços Ambientais (PSA), atividade apoiada pelo Sinduscon-GO, que segundo Carlos Alberto Moura trará desenvolvimento sustentável e recursos para o Estado. Vilmar Rocha informou que o decreto está em fase final de análise pelo corpo jurídico da Casa e ainda neste semestre será encaminhado para aprovação da Assembleia Legislativa.


Vanderlan Cardoso destaca importância das parcerias para a

GESTÃO PÚBLICA O Sinduscon-GO realizou a 23ª Reunião de Diretoria da atual gestão em 11 de agosto, tendo como convidados a diretora do Núcleo de Proteção ao Queimados (NPQ), Thereza Piccolo; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada (Sticep), Petronilho Alves; e o empresário e presidente do PSB em Goiás, Vanderlan Vieira Cardoso. Thereza Piccolo agradeceu a todos os empresários ligados ao Sinduscon-GO que contribuíram para a realização da Festa Junina sem Queimaduras, oportunizada por meio de parceria com a entidade, nos dias 12 e 13 de junho, no estacionamento do Goiânia Shopping. Ela informou que a arrecadação líquida superou as festas dos anos anteriores, o que vai possibilitar a manutenção das atividades do NPQ por seis meses. Petronilho Alves apresentou o Sticep, falou de sua atuação e reiterou que o objetivo do Sindicato é proteger a vida dos trabalhadores e apoiar o desenvolvimento empresarial, por isso convidou os empresários para a união de forças para eliminar nos canteiros de obras a ocorrência de acidentes de trabalho e se disponibilizou a apoiar o Sinduscon-GO nas demandas públicas em favor da manutenção do desenvolvimento do segmento e, consequentemente, do emprego e da renda dos trabalhadores. Vandelan Cardoso relatou sobre sua experiência na administração da cidade de Senador Canedo, por cerca de cinco anos. Ele comparou a administração pública à privada, citando que se forem seguidos critérios aplicados nas empresas de sucesso, não há como dar errado na área pública. Segundo ele, o êxito de todo o processo começou no diagnóstico e passou essencialmente por um planejamento eficaz e busca de parcerias. O empresário lembrou que na época em que se candi-

“ O MELHOR CAMINHO PARA

O DESENVOLVIMENTO É A PARCERIA DO ENTE PÚBLICO COM O PRIVADO, SEJA COM A POPULAÇÃO, COM AS EMPRESAS E TAMBÉM COM AS ASSOCIAÇÕES DE CLASSE, POIS ESTAS CONTRIBUEM COM O CONHECIMENTO TÉCNICO QUE O GESTOR PRECISA”

datou a prefeito de Senador Canedo fez um levantamento de todos os problemas da cidade, e dentre vários se destacavam a questão do abastecimento de água deficitário e que era de responsabilidade de operação da própria Prefeitura, falta de iluminação pública e segurança, comércio fraco que não gerava emprego suficiente e mantinha o Município em condição de cidade dormitório, etc. Com destaque para um planejamento visionário, Cardoso planejou ações de curto, médio e longo prazo com projeção de 30 anos, de 2005 a 2035. Assim desenvolveu várias ações. Instituiu o Comitê Permanente de Licitações (CPL), que definiu regras para compra de qualquer insumo e reduziu os custos das compras públicas, em alguns casos, em até 10 vezes o valor que era praticado. Para resolver a questão do saneamento instalou hidrômetros para medição individual do consumo de água, gerando redução no consumo e aumento na receita, que foi revertida para a melhoria do próprio sistema. Também buscou parceria com os novos loteadores, que investiram nas redes de distribuição de água e adutoras. Durante sua gestão executou mais de três milhões de m² de asfalto com quase 250 km de galerias de água pluvial, além de diversos investimentos nas áreas de saúde, segurança, educação, etc. Cardoso acredita que tudo só foi possível por causa da alta adesão popular que foi estimulada em sua gestão, pois buscava ouvir as necessidades e sugestões da população, além de convocar sua contribuição em momentos específicos, como quando realizou a duplicação de uma das principais avenidas da cidade e os moradores doaram parte de seus terrenos, pois a Prefeitura não tinha condições de pagar pela desapropriação. Para ele, o melhor caminho para o desenvolvimento é a parceria do ente público com o privado, seja com a população, com as empresas e também com as associações de classe, pois estas contribuem com o conhecimento técnico que o gestor precisa. SETEMBRO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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I VA C O M S A Ú D E

BANCO DE EMPREGOS

DA CONSTRUÇÃO

Está precisando contratar colaboradores para sua empresa? Por meio do Banco de Empregos da Construção, o Sinduscon-GO disponibiliza para as empresas associadas e filiadas, a preços abaixo dos praticados pelo mercado, cadastros de profissionais de várias categorias. Confira, a seguir, algumas opções de profissionais que poderão integrar a sua equipe de trabalho:

ENGENHEIRO CIVIL F. P. C.

Formação: MBA em Gestão de Projetos em Engenharia e Arquitetura – Ipog (2012). Experiência: Coordenação de custos, aprovação de contratos/compras. Gerenciamento de contratos com parceiros, prestação de apoio técnico à equipe de engenheiros. Processo de contratação e demissão e também monitoramento da assiduidade e produção da equipe (própria e terceiros) com os engenheiros e aprovação dos diários de obra.

F. Z.

Formação: Unoesc Joaçaba – Santa Catarina (2012). Experiência: Execução de projetos em obra/leitura de projetos bem como tomada de decisões; verificação de estoque de materiais e quantitativo para encomenda e compra; gerenciamento de equipe/divisão de tarefas/ agendamento de serviços por empreitada em obra; auxílio na contratação de mão de obra; inspeção e medição de serviços.

P. H. M. S.

HIPERTENSÃO ARTERIAL Hipertensão arterial ou pressão alta é a pressão arterial igual ou maior que 14 por 9, confirmada em mais de uma ocasião. É uma doença democrática acometendo homens e mulheres, crianças e idosos, brancos e negros, não fazendo distinção de classe social. Estima-se que em torno de 25% da população brasileira adulta tenha hipertensão, chegando a 50% após os 60 anos e está presente em 5% das crianças e adolescentes. Na maioria das vezes a hipertensão é uma doença silenciosa mostrando seus primeiros sintomas quando já causou danos a vasos, coração, rins e cérebro. Algumas pessoas têm alguns sinais de alerta como dores de cabeça, tontura, entre outros. A pressão alta é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal levando à hemodiálise. Essas graves consequências da hipertensão podem ser evitadas com um diagnóstico precoce, e instituindo medidas de controle adequadas como mudanças no estilo de vida e uso regular da medicação prescrita pelo médico. Dentre as mudanças nos hábitos de vida que devem ser adotados para tratamento e prevenção da hipertensão estão: a prática de atividade física, alimentação saudável (com pouco sal e gordura, mais frutas, verduras e legumes), reduzir o consumo de álcool, abandonar o tabagismo e combater o estresse. Errata: Ao contrário do que foi publicado na edição de agosto, a autoria do texto desta editoria foi da fisioterapeuta Fernanda P. Camenach.

DRª. FLAVIANA DE SOUSA CARNEIRO, médica cardiologista do Seconci-GO

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Formação: Universidade Federal de Goiás (2008). Experiência: Gerenciamento de frentes de serviços com foco em produtividade, no controle de custos e prazos. Gerenciamento de contratos com fornecedores e empreiteiros. Mobilização e desmobilização de equipes de trabalho e equipamentos necessários para os serviços a serem executados. Realização de fechamentos de medições. Controle da qualidade de produtos e serviços e a produtividade da equipe.

W. G. V. L.

Formação: Faculdade Objetivo (2012). Experiência: Responsável pelo acompanhamento, medição e fiscalização da execução de passagens veiculares. Responsável pelo acompanhamento, medição e fiscalização da execução de drenagens superficiais, drenos profundos e descidas d’águas rápidas e em degraus. Responsável pelo acompanhamento, medição e fiscalização da execução de cercas para faixa de domínio.

TOPÓGRAFO C. R. G. R.

Formação: Técnico em Agrimensura – IFG (2014). Experiência: Serviço de demarcação, limitação e altimetria de sítios arqueológicos escavados ao longo da Ferrovia Norte-Sul.

G. M. B.

Formação: Técnico em Estradas – Cefet (2000). Experiência: Desenho técnico, topográfico, atualização de primitivos da margem direita e esquerda da obra, cálculos de volumes de escavação, processamento e cálculos de levantamentos, seções, perfis, acompanhamento de campo, operação dos sistemas de automação topográfica, Topograph, AutoCad e demais atribuições.

L. P. A.

Formação: Técnico em Agrimensura – IFG (2000). Experiência: Levantamentos para construção civil, duplicação de rodovias, demarcação para construção de viadutos na cidade de Goiânia, levantamentos, demarcação e construção de condomínios horizontais. Trabalha com AutoCad e Topograph.

J. S. M.

Formação: Geomática – Cefet (2005). Experiência: Projetos topográficos alusivos a redes de energia. Criação de projetos em AutoCad para topografia de redes e cálculos topográficos. Desenvolvimento cadastral de redes elétricas com auxílio de GPS topográfico.

OBSERVAÇÃO: Também dispomos no Banco de Empregos cadastros de profissionais formados pelo Senai-GO em áreas operacionais. Para mais informações procure a Comissão de Qualidade e Produtividade/Desenvolvimento Humano do Sinduscon-GO, telefone (62) 3095-5170 (Paula Jacomini).


RH

& VOCÊ

EXECUÇÃO:

resultados e fracassos Estamos vivendo uma época em que sofremos o impacto de grandes transformações tecnológicas, movimentos econômicos de abrangência global, crises políticas, debates públicos de ordem moral, entre outros aspectos. E neste contexto, as empresas, desde a Revolução Industrial, são alvo de todos os tipos de estudiosos acerca de seu crescimento, atuação e mudanças que promovem no mercado. Porém, há não só quem sofra na pele estes impactos como também há responsáveis por grande parte dele: os comandantes das empresas. Sejam empresários ou executivos, sãos estes os profissionais responsáveis por influenciar movimento de mercados, comportamentos das pessoas que estão inseridas no contexto empresarial, além de lucrar com suas atividades comerciais. O fato é que este ambiente, além de ser alvo de todas estas transformações, carece de um olhar crítico sobre qual a influência das pessoas neste contexto. Para tanto, é necessário que esta reflexão seja sobre as competências de quem pensa, executa e movimenta as empresas. O tema da moda entre executivos e empresários é “sucesso”. Mas sob qual perspectiva? Qual a relação entre resultado e sucesso? Qual a influência do fracasso no sucesso? E, ainda, qual a minha parcela de contribuição para este sucesso ou fracasso? Estes questionamentos permeiam sempre o comportamento humano nas relações profissionais. “O arqueiro que ultrapassa o alvo falha tanto como aquele que não o alcança”. Esta frase de Michel Montaigne, jurista do século XVI, que defendia a experiência no ensino, instiga a avaliação de pontos importantes sobre as competências necessárias para atingir os resultados. E aqui deixo algumas dicas. • Identifique as habilidades Antes de definir um objetivo bem estruturado, um gestor deve estar atento ao que tem em mãos: quais habilidades e conhecimentos atuais podem lhe impulsionar do momento presente para algo desejado? O autoconhecimento é uma importante ferramenta para estabelecer um primeiro passo para um resultado positivo. • Atenção às experiências Considerar as experiências já vividas e estar atento às boas histórias das pessoas que o cerca é um fator que certamente pesará no momento de definir quais as melhores estratégias de execução. Toda experiência tem um “moral da história” que pode ser absorvido como conhecimento. • Amplie sua visão Uma boa ideia não significa um bom negócio. Todos podem ter uma boa ideia, porém há muitas variáveis a serem consideradas para que esta ideia deixe de ser algo platônico (e aqui me refiro ao mundo das ideias) para algo prático. Abrir o campo de visão pode incrementar ou fazer com que o seu plano original mude.

DANIEL MORAIS VIEIRA

• Cuide da sua imagem Preocupe-se com seus relacionamentos sociais, tenha sempre um networking ativo, cuide de sua imagem alinhada com sua identidade. Você deve ser percebido como o que você realmente é. • Arisque Faça do limão uma limonada. Esteja preparado para errar, para lidar com momentos e situações adversas. Por mais metódico e sistematizado que seja o seu planejamento, você não está livre de ações não programadas que podem lhe direcionar para o erro ou o fracasso. O que é perceptível nesta geração é a facilidade com que as pessoas têm mudado de emprego, de profissão, de relacionamentos. As pessoas mudam, mas as competências, habilidades e experiências que foram adquiridas as acompanham. Portanto não é possível relacionar o sucesso apenas às empresas ou às relações profissionais. O ser humano não é parcial e a integralidade do ser não pode passar despercebida. Projete, sonhe, não tenha medo de errar, mas seja o comandante de sua própria vida e carreira. Decida fazer e faça! Esta, talvez, seja a maior relação entre sucesso e fracasso: a execução. DANIEL MORAIS VIEIRA é administrador, professor da disciplina Gestão de Carreira e Marketing Pessoal no MBA Executivo em Liderança e Gestão Empresarial no Instituto de Pós-Graduação e Graduação (Ipog)

SETEMBRO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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AGENDA DE EVENTOS EVENTO Cursos de Curta Duração do Ipog

DATA HORÁRIO Atendimento de Alto Padrão

Início em 08/09

18h45 às 22h45

Avaliação de Desempenho e Planejamento Financeiro

Início em 28/09

18h45 às 22h45

Excel Avançado Planilhas Inteligentes

Início em 28/09

18h45 às 22h45

10, 11 e 12/09

08h30 às 17h30

Formação Estratégica em Governança Corporativa e Holding Familiar Programa de Gestão Estratégica em Atendimento de Alta Performance ao Cliente

11 e 12/09

08h30 às 17h30

Como Elaborar um Plano de Negócios

17/09

08h30 às 17h30

Oficina da Norma de Desempenho – Módulo Incorporação Imobiliária Realização: Comunidade da Construção de Goiânia

03/09

13h30 às 19h30

SETEMBRO

Análise da Integridade Estrutural de Estruturas Metálicas

Edifícios Industriais, Plataformas de Trabalho e Pipe Racks

07/09 a 12/10 (segundas, quartas e sextas-feiras) 19/09 a 07/11 (sábados)

14h às 18h

13/09

13h30 às 20h30

IV Convensi (Convenção Anual do Sistema Cofeci-Creci) VII Enbraci (Encontro Brasileiro de Corretores de Imóveis)

14 e 15/09

13h30 às 20h

Feira de Materiais e Sistemas Construtivos

16 a 19/09

15h às 22h (16, 17 e 18/09) 14h às 20h (19/09)

Palestras TécnicoComerciais

16 a 19/09

CIMI 2015 (Congresso Internacional do Mercado Imobiliário)

17h30 às 21h30 (16, 17 e 18/09) 16h30 às 19h (19/09)

87º ENIC – Encontro Nacional da Indústria da Construção

23 a 25/09

24 e 25/09

23/09

Expo Construir

19h às 22h

20h30 – Cerimônia de Abertura 09h30 às 12h30 – Painéis 14h às 18h – Reuniões das Comissões e Fóruns

LOCAL

INFORMAÇÕES / INSCRIÇÕES

Unidade 1 do Ipog

(62) 3945-5050 cap@ipog.edu.br Site: www.ipog.edu.br/cap

Sede do Grupo Destra

(62) 3933-2670 / 3933-2671 viviane@grupodestra.com.br, comercial@grupodestra.com.br Site: http://www.grupodestra.com.br

Sinduscon-GO

(62) 3095-5178

Cursos On Line

(11) 3522-7694 contato@engeduca.com.br Site: www.engeduca.com.br

Expo Unimed Curitiba

(61) 3344-1471 convensi@convensi.gov.br Site: www.convensi.gov.br

Centro de Eventos do Ceará

(85) 4012-9933 contato@ikaeventos.com.br Site: http://www.expoconstruir.com.br

Teatro Castro Alves – Salvador (BA)

Senai Cimatec – Salvador (BA)

(71) 3354-9050 enic2015@taticcaeventos.com.br Site: http://www.enic.org.br

ENDEREÇOS: Unidade 1 do Ipog: Av. T-1 esquina com Rua T-55, n° 2390, Qd. 105, Lts. 01/22, Setor Bueno, Goiânia (GO). Sede do Grupo Destra: Rua C-228, Qd. 536, Lt. 16, Jardim América, Goiânia (GO). Sinduscon-GO: Rua João de Abreu, nº 427, Setor Oeste, Goiânia (GO). Expo Unimed Curitiba: Universidade Positivo, Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, nº 5300, Campo Comprido, Curitiba (PR). Centro de Eventos do Ceará: Av. Washington Soares, nº 999, Edson Queiroz, Fortaleza (CE). Teatro Castro Alves: Praça Dois de Julho, s/n, Campo Grande, Salvador (BA). Senai Cimatec: Av. Orlando Gomes, nº 1845, Piatã, Salvador (BA).

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SINDUSCON-GO • CONSTRUIR MAIS • SETEMBRO 2015


Índice de confiança do Empresário da Indústria da Construção JULHO DE 2015 CONDIÇÕES ATUAIS NÃO MELHORAM, SEGUE EM BAIXA

GOIÁS ICEI - ÍNDICE DE CONFIANÇA DO

INDICADOR INDICADOR DE O ICEI da construção apresentou avanço EMPRESÁRIO DA INDÚSTRIA DE CONDIÇÕES EXPECTATIVA DA CONSTRUÇÃO em julho, cresceu 1,8 pontos em relação a junho. Esse avanço não foi maior em razão JUL / 2014 45,2 38,9 48,4 da retração do Indicador de Condições, que AGO / 2014 47,3 33,8 54,0 mensura o sentimento do empresário conSET / 2014 39,3 31,3 43,3 siderando o atual momento em relação aos OUT / 2014 43,0 31,5 48,7 seis meses anteriores. Assim, o Indicador de NOV / 2014 45,8 27,6 55,0 Condições que caiu de 28,9 pontos para 27,5 influenciou para baixo o ICEI do mês. DestaDEZ / 2014 46,7 32,3 53,9 ca-se que este resultado foi o mais baixo da JAN / 2015 50,8 29,3 61,5 série histórica da pesquisa e que remete ao FEV / 2015 45,8 28,3 54,2 entendimento de plena insasfação com a atuMAR / 2015 42,6 28,5 49,3 al situação em relação a outros momentos. ABR / 2015 48,1 34,6 55,8 De forma bem mais favorável que o IndiMAI / 2015 42,0 28,9 48,6 cador de Condições foi o comportamento do Indicador de Expectativas. Houve um surpreJUN / 2015 42,5 28,9 49,3 endente avanço de 2,9 pontos em relação ao JUL / 2015 44,3 27,5 52,2 mês passado. Assim, em julho o indicador saltou de 49,3 para 52,2 pontos. Com tal com- OBS: OS INDICADORES VARIAM NO INTERVALO DE 0 A 100. VALORES ACIMA DE 50 INDICAM EMPRESÁRIOS CONFIANTES - FONTE: FIEG portamento o Indicador de Expectativas volta à casa dos 50 pontos após dois meses seguidos com resultados mento da inflação, diminuição do fluxo de negócios diante do abaixo desta marca: 48,6 e 49,3 em maio e junho, respectiendividamento das famílias e o aumento do desemprego em vamente. Tem-se que a situação se apresenta melhor para os vários setores, fato que diminui o mercado consumidor. Conpróximos meses diante do entendimento e adaptação às nosiderando o porte das empresas pesquisadas percebe-se uma vas situações impostas pela política econômica desde janeiro igualdade de pensar sobre o atual momento econômico. Para deste ano. A melhor assimilação do que esteja acontecendo as médias empresas o Indicador de Condições está em 27,0 no mercado no atual momento por parte do setor empresarial pontos. E para as pequenas e grandes empresas, 28,7 e 30,6 permite reformular as diretrizes estabelecidas e poder melhor pontos, respectivamente. Ou seja, todos os resultados abaixo enfrentar problemas como elevação da taxa de juros, crescide 50 pontos sinalizando uma situação bem desfavorável.

ICEI DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO BRASIL E GOIÁS

Nota Metodológica: o Índice de Confiança do Empresário Industrial elaborado pela FIEG tem como base os resultados da Sondagem Industrial, e varia de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. Para outras informações encaminhar e-mail para claudiohenrique@sistemafieg.org.br. FIEG – Av. Araguaia, n° 1.544, Ed. Albano Franco, Casa da Indústria, Vila Nova, Goiânia/GO - CEP: 74645-070 | E-mail: claudiohenrique@sistemafieg.org.br | Telefone (62) 3219-1325 | Site: www.sistemafieg.org.br

SETEMBRO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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CUB

CUSTOS UNITÁRIOS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO NBR 12.721:2006 – CUB 2006

PADRÃO RESIDENCIAL

PROJETOS

ANO 2015

JULHO

4,523%

PADRÃO BAIXO

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

R-1

R-1

1.361,81

R-1

1.619,53

1.114,60

PP-4

989,79

PP-4

1.279,49

R-8

1.295,90

R-8

940,99

R-8

1.109,16

R-16

1.400,32

PIS

734,69

R-16

1.067,47

PADRÃO COMERCIAL*

PROJETOS PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

CAL-8

1.270,22

CAL-8

1.341,38

CSL-8

1.115,02

CSL-8

1.208,39

CSL-16

1.482,68

CSL-16

1.603,46

PROJETOS PADRÃO RESIDÊNCIA POPULAR (RP1Q)

1.149,04

PADRÃO GALPÃO INDUSTRIAL (G1)

614,00

*CAL: Comercial Andares Livres - CSL: Comercial Salas e Lojas

VALOR REFERENCIAL (R$/m²) R-16A

VARIAÇÃO MÊS %

VARIAÇÃO ANO %

VARIAÇÃO 12 MESES %

1.400,32

4,523

5,603

6,454

MATERIAIS

MÃO DE OBRA

EQUIPAMENTO

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

TOTAL

576,10

767,83

5,91

50,48

1.400,32

MÃO DE OBRA* PEDREIRO DE MASSA

*Custo médio R$/hora

h

7,50984

SERVENTE

h

5,36263

ENGENHEIRO

h

57,4600

PROJETOS-PADRÃO QUE COMPÕEM A NORMA NBR 12.721:2006 Padrão Baixo:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Projeto de Interesse Social (PIS)

Padrão Normal:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Padrão Alto:

Residência Unifamiliar (RI)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Comercial Normal:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Comercial Alto:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Residência Popular (RP1Q) Galpão IndustriaL (GI)

Os valores acima referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são correspondentes ao mês de JULHO DE 2015. “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador”.

INDICADORES ECONÔMICOS ÍNDICES ECONÔMICOS

VARIAÇÃO

MÊS

ANO

INCC (FGV) / JULHO

638,880

0,547

5,770

INPC (IBGE) / JULHO

4.475,17

0,58

7,42

IGP-M (FGV) / JULHO

586,426

0,671

5,054

12 MESES

6,757 9,81 6,973

INFORMAÇÕES: (62) 3095-5162 | www.sinduscongoias.com.br | e-mail: sebastiana@sinduscongoias.com.br (Comissão de Economia e Estatística)

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CUB

CUSTOS UNITÁRIOS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO NBR 12.721:2006 – CUB 2006

PROJETOS

ANO 2015

JULHO

4,275%

PADRÃO RESIDENCIAL

PADRÃO BAIXO

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

R-1

R-1

1.256,55

R-1

1.505,32

1.038,66

PP-4

925,97

PP-4

1.186,40

R-8

1.207,50

R-8

880,99

R-8

1.025,50

R-16

1.301,01

PIS

682,96

R-16

PADRÃO COMERCIAL*

PROJETOS

DESONERADO

PADRÃO NORMAL

PADRÃO ALTO

CAL-8

1.176,87

CAL-8

1.247,13

CSL-8

1.030,85

CSL-8

1.121,91

CSL-16

1.370,62

CSL-16

1.488,26

986,99

PROJETOS PADRÃO RESIDÊNCIA POPULAR (RP1Q)

1.048,32

PADRÃO GALPÃO INDUSTRIAL (G1)

567,19

*CAL: Comercial Andares Livres - CSL: Comercial Salas e Lojas

VALOR REFERENCIAL (R$/m²) R-16A

VARIAÇÃO MÊS %

VARIAÇÃO ANO %

VARIAÇÃO 12 MESES %

1.301,01

4,275

5,432

5,804

MATERIAIS

MÃO DE OBRA

EQUIPAMENTO

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

TOTAL

576,10

668,52

5,91

50,48

1.301,01

MÃO DE OBRA* PEDREIRO DE MASSA

*Custo médio R$/hora

h

7,50984

SERVENTE

h

5,36263

ENGENHEIRO

h

57,4600

PROJETOS-PADRÃO QUE COMPÕEM A NORMA NBR 12.721:2006 Padrão Baixo:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Projeto de Interesse Social (PIS)

Padrão Normal:

Residência Unifamiliar (RI)

Prédio Popular (PP)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Padrão Alto:

Residência Unifamiliar (RI)

Residência Multifamiliar (R8)

Residência Multifamiliar (R16)

Comercial Normal:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Comercial Alto:

Comercial Andar Livre (CAL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-8)

Comercial Salas e Lojas (CSL-16)

Residência Popular (RP1Q) Galpão IndustriaL (GI)

Os valores acima referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são correspondentes ao mês de JULHO DE 2015 - DESONERADO. “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.”

NOTA TÉCNICA – tabela do CUB/m² desonerado Os valores do Custo Unitário Básico (CUB/m²) presentes nesta tabela foram calculados e divulgados para atender ao disposto no artigo 7º da Lei 12.546/11, alterado pela Lei 12.844/13 que trata, entre outros, da desoneração da folha de pagamentos na construção civil. Eles somente podem ser utilizados pelas empresas do setor da construção civil cuja atividade principal (assim considerada aquela de maior receita auferida ou esperada) esteja enquadrada nos grupos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0. Salienta-se que eles não se aplicam às empresas do setor da construção civil cuja atividade principal esteja enquadrada no grupo 411 da CNAE 2.0 (incorporação de empreendimentos imobiliários). A metodologia de cálculo do CUB/m² desonerado é a mesma do CUB/m² e obedece ao disposto na Lei 4.591/64 e na ABNT NBR 12721:2006. A diferença diz respeito apenas ao percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. O cálculo do CUB/m² desonerado não considera a incidência dos 20% referentes à previdência social, assim como as suas reincidências. Qualquer dúvida sobre o cálculo deste CUB/m² deve ser consultada junto ao Sinduscon-GO, com Sebastiana Santos, telefone (62) 3095-5162 (sebastiana@sinduscongoias.com.br).

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E

U RECOMENDO

VOCÊ PODE

MUDAR O MUNDO

Quantas vezes nos pegamos discutindo com amigos e familiares as formas de melhorar nossa sociedade, país ou mundo? Em restaurantes, ambiente de trabalho e casas de amigos geralmente temos as soluções, os caminhos. Educar melhor as crianças e jovens, uma saúde pública melhor, controlar o legislativo e executivo para que não sejam corruptos, entre outras. Mas, no fim, deixamos para os outros fazerem o que falamos que deveria ser feito. Os outros geralmente são os governadores, legisladores, policiais, professores e juízes. Enfim, alguém que não seja a gente mesmo. Podemos ser aqueles que fazem a diferença! Infinitas são as maneiras de colocar a mão na massa. Ajudar uma reforma na creche do filho, participar de uma campanha de doação de alimentos, contribuir com dinheiro para uma ONG, ir a passeatas e manifestações e participar de mutirões são exemplos das inúmeras possibilidades. Acredito que ser voluntário de uma organização sem fins lucrativos é a maneira que mais nos dá sentimento de realização. É perceber que realmente fazemos a diferença. Vemos, instantaneamente, o resultado da nossa ação e do aprendizado imenso que colhemos. Especialmente quando ensinamos a pescar e não somente damos a vara. O que é preciso para começar? Primeiro, escolher um projeto em que realmente acredite. Aquele tipo de trabalho

MURILO ANDRADE

que, quando fizer, trará grande sentido e satisfação para sua vida. Segundo, sair da zona de conforto e entrar em contato com alguém desta organização. Terceiro, certificar-se de que as pessoas que conduzem a organização são sérias e alinhadas com seus próprios valores e propósitos. Quarto e, último, é só começar. Eu escolhi a Junior Achievement. Tanto individualmente quanto para minha empresa. Você pode ser um voluntário e a empresa onde atua pode ser mantenedora desta ONG internacional, com forte atuação em todos os estados brasileiros. Apesar do nome complicado, o trabalho realizado é simples e eficiente – educar para despertar o espírito empreendedor nos jovens ainda na escola. Prioridade sempre é estimular o desenvolvimento pessoal dos jovens, proporcionando uma visão clara do mundo dos negócios e facilitando o acesso ao mercado de trabalho. No Brasil, já foram 4 milhões de alunos beneficiados e 150 mil voluntários envolvidos. Globalmente, 10 milhões de jovens ao ano participam dos programas da Junior Achievement, consolidando a formação de uma cultura empreendedora ao redor do mundo, dentro de uma perspectiva ética e responsável. Os voluntários da Junior Achivement já ajudaram a transformar a vida de milhares de jovens pelo Brasil afora. As histórias de sucesso da Janayna Galvão, no Pará, e da Jocylene Wzorek, do Paraná, estão no site da organização www.jabrasil.org.br. Além dos vários casos de jovens aqui de Goiânia que mudaram suas perspectivas de vida a partir da experiência vivenciada nos projetos da instituição, algumas dessas histórias de transformação eu tenho a honra de conhecer pessoalmente, de jovens que participaram de ações em que estive envolvido nos últimos quatro anos. Vale a pena inteirar-se do trabalho dessa ONG e de todos os projetos realizados. Quem sabe você não encontra um para participar? Pequenas mudanças somadas é que vão mudar o mundo! E elas começam com você! MURILO ANDRADE é diretor de Qualidade da Junior Achievement Goiás e superintendente da Adão Imóveis

NOVOS ASSOCIADOS GUAVA MANUTENÇÃO E SERVIÇOS LTDA. A empresa foi fundada em 18/03/2013 pelo diretor Tércio Sathler Garcia. A Guava Manutenção e Serviços Ltda. atua no ramo de obras de acabamento em gesso e estuque. Sua sede está instalada na Rua J-13, Quadra 48, Lote 04, no Setor Jaó, em Goiânia (GO).

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SETEMBRO 2015 • CONSTRUIR MAIS • SINDUSCON-GO

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