Revista Voz da Igreja – Novembro 2019

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Revista

VOZ DA IGREJA ANO XVI - EDIÇÃO 198 - novembro DE 2019 Impresso Especial

AMOR AO PROXIMO: MANIFESTACAO DO AMOR A DEUS

36000135947 - DP/PR ARQUIDIOCESE DE CURITIBA

CORREIOS

Acompanhe reflexões Pág. 8

Mês de Finados

Centro Pastoral

Projeto SobreViver

reflexão sobre virtude na oração pelos mortos. Pág. 5

conheça melhor este espaço que se coloca a serviço dos evangelizadores. Pág. 6

prevenção e acolhimento para pessoas em situação de sofrimento. Pág. 18


Agenda Mensal dos Bispos Novembro/2019

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial Queridos irmãos e irmãs, nas palavras de nosso bispo auxiliar e referencial para a Dimensão Social de nossa Arquidiocese, Dom Francisco Cota, todos são convidados com essa revista a exercitar o olhar frente à pobreza. 'Procurem em cada pobre aquilo de que ele tem verdadeiramente necessidade. Não vamos nos deter na primeira necessidade material. Lançardes sobre eles um olhar de amor e não vos esquecerdes de que a pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. Antes de tudo, os pobres precisam de Deus, do seu amor'. Essa é uma das mensagens que queremos repercutir em nossa Arquidiocese neste mês em que a Igreja promove o Dia Mundial dos Pobres. As reflexões podem ser acompanhadas na revista, bem como todos são convidados a conhecer o projeto que promove, como primeiro e fundamental direito, a moradia à pessoa que vive o drama de estar nas ruas. O mês de novembro é marcado em seu início pelo Dia de Todos os Santos e pelo Dia de Finados. Em uma cultura em que muitas vezes se nega a reflexão ou até a aceitação da morte, nosso coordenador da Comissão Litúrgica nos leva à reflexão sobre a compreensão da vida na perspectiva da ressurreição em Cristo, agradecendo pelos dons e virtudes daquele que já sei foi, celebrando sua memória. O tema é abordado também no artigo de nosso arcebispo, Dom José Antônio Peruzzo, que traz uma reflexão sobre a partida e o luto. Dando sequência à apresentação das coordenações da Arquidiocese, convidamos a todos também a conhecer melhor nosso Centro Pastoral, essencial referência a todos que se dispõem a evangelizar em nossa Igreja local. São diversas as novidades e reflexões propostas na revista, elaborada com o apoio de nossas comissões pastorais. A todos uma boa leitura.

Fale Conosco ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco 80510-010 - Curitiba (PR) Bárbara Moraes: (41) 2105-6342 barbaramm@mitradecuritiba.org.br Patryck Madeira patryckam@mitradecuritiba.org.br

Imprensa: Téo Travagin - 5531 (DRT-PR) comunicacao@mitradecuritiba.org.br Fones / Fax: (41) 2105-6343 E-mail: comunicacao@mitradecuritiba.org.br Site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br

A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Maurício Gomes dos Anjos | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão Teológica: Irmão Irineu Letenski, osbm | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Foto da Capa: Acervo Memorial Irmã Dulce | Tiragem: 10 mil exemplares.

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Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2019

01 • Aula no Studium 02 • Missa no Cemitério Água Verde, 11h 04 • Gravação do Programa Pausa Para Reflexão, TV Evangelizar 05 • Missa de Aniversário da Pastoral da Pessoa Idosa, Santuário Nossa Senhora de Guadalupe • Gravação do Programa Conhecendo a Palavra, TV Evangelizar • Conhecendo a Palavra, ao vivo, 19:00 06 • Expediente na Cúria 07 • Expediente na Cúria • Investidura, Paróquia São Grato 08 • Aula no Studium • Visita ao Seminário Bom Pastor 09 • Formação RHEMA • Missa da Padroeira Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá 10 • Missa de Aniversário da Pastoral da Pessoa Idosa, Parque São Cristóvão • Ordenações Diaconais Permanentes, Catedral 11 • Gravação do Programa Leitura Orante, TV Evangelizar 12 • Reunião da APAC • Gravação do Programa Conhecendo a Palavra, TV Evangelizar 13 • Reunião da ARSEM • Expediente na Cúria 14 • Expediente na Cúria • Reunião do CAP 15 • Missa em Paranaguá 16 • Palestra e Missa no Encontro Arquidiocesano de Educadores, Casa de Retiro Santo André

17 • Missa de encerramento do Congresso da Misericórdia, Santuário da Divina Misericórdia 18 • Encontro Região Episcopal Sul • Gravação do Programa Leitura Orante, TV Evangelizar 19 • Gravação do Programa Conhecendo a Palavra, TV Evangelizar 21 • Reunião Setor Mercês, Paróquia Santíssimo Sacramento • Reunião Regional de Catequese • Visita ao Seminário Propedêutico 22 • Aula no Studium • Visita ao Seminário São José 23 • Palestra ECC, 3ª etapa, Colombo • Crisma na Paróquia São Grato 24 • Aula no IAFFE • Missa de Encerramento das Escolas e Atividades do IAFFE 25 • Retiro dos Padres Legionários • Gravação do Programa Leitura Orante, TV Evangelizar 25 a 28 • CONSEP, Brasília 29 • Missa em celebração do aniversário Hospital Nossa Senhora das Graças, Paróquia Nossa Senhora das Mercês • Missa de encerramento do Conselho de Leigos 30 • Aula no Seminário Rainha • Formação, Doc 107, na Paróquia Santa Teresinha de Lisieux, Colombo • Crisma na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Seminário

Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 01 • Crisma do Colégio Medianeira – 15 • Missa de Abertura do Congresso Paróquia Cristo Rei da Misericórdia, Sant. da Divina 02 • Missa no Cemitério Municipal, 10h Misericórdia • Missa com jovens com benção especial 16 • Missa no Encontro das Novas Gerações, pelo ENEM, Paróquia Nossa Senhora do Casa de Retiro Irmãs da Providência Rosário de Belém • Crisma na Paróquia São José Operário, 03 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora Alto Boqueirão do Rocio • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da • Dedicação da Igreja e Consagração do Anunciação, Capão Raso Altar, Capela São Miguel e São Justino 17 • Missa das Paróquias Agostinianas 04 • Investidura, Santuário São Francisco • Dedicação do Altar, Santuário São de Assis Leopoldo Mandic, CIC 05 • Investidura, Paróquia Nossa Senhora da 18 • Encontro Região Episcopal Sul Conceição, Butiatuvinha 19 • Aula Escatologia, Colombo 06 • Missa da Padroeira Nossa Senhora do 20 • Missa no Hospital Marcelino Rocio, em Paranaguá Champagnat 07 • Missa no Santuário Santa Rita de 21 • Investidura, Paróquia Imaculada Cássia, Hauer Conceição, Guabirotuba 08 • Reunião do Conselho de Ordens e 22 a 24 • Curso de Teologia, Paranavaí Ministérios 25 • Missa de 25 anos da Associação Casa 09 • Missa de Jubileu, Paróquia Nossa do Servo Sofredor, Mosteiro Monte Senhora Menina Carmelo • Reunião com coordenadores do Setor • Missa 8º Dia da Novena Nossa Senhora Juventude da Medalha Milagrosa 10 • Missa do Padroeiro, Paróquia São 26 • Missa de Ação de Graças, Setor Carlos Barromeu Boqueirão, Santuário Santa Rita de • Palestra no Encontro da Associação da Cássia Medalha Milagrosa 27 • Lectio Divina, Paróquia Universitária • Crisma Paróquia Santa Teresinha do Jesus Mestre Menino Jesus 28 • Reunião Setor Portão 12 • Reunião da APAC • Missa com os Passionistas, Colégio • Aula de Escatologia, Colombo Nossa Senhora Menina 13 • Reunião da ARSEM 29 • Missa na Cúria • Palestra Pós Encontro ECC, Paróquia • Investidura, Cenáculo de Itaperuçu Nossa Senhora das Mercês 30 • Crisma Paróquia Senhor Bom Jesus, 14 • Reunião do CAP Portão • Missa de Envio, Missão Jovem, Londrina • Dedicação da Igreja e Consagração do 15 • Missa na Paróquia Nossa Senhora do Altar, Paróquia São Rafael, CIC Rocio, Rebouças

Dom Francisco Cota de Oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 01 • Reunião Setor Colombo 02 • Missa no Cemitério da Saudade, 14h 03 • Missa da Padroeira, Paróquia Nossa Senhora Medianeira, Boa Vista • Reunião com Equipe de Nossa Senhora 05 • Formação para os coordenadores da Pastoral Familiar 06 • Missa 5º Dia da Novena Nossa Senhora da Saúde, Pinhais 07 • Reunião em Brasília 08 • Crisma na Paróquia Senhor Bom Jesus, Cabral 09 • Missa 5º Dia da Novena, Capela N. Sra. Do Rocio, Rondinha 10 • Assembleia dos Diáconos • Missa da Padroeira, Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá 12 • Reunião da APAC 13 • Reunião da ARSEM • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, Colombo 14 • Reunião do CAP • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, Colombo 15 • 60 Anos do Seminário Palotino

16 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Almirante Tamandaré 16 a 19 • Visita Pastoral, Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Almirante Tamandaré 18 • Encontro Região Episcopal Sul 21 • Missa de Ação de Graças ECC, Paróquia São Martinho de Lima, Cajuru 22 • Reunião com os coordenadores das 5 comissões 23 • Missa de 70 Anos da Paróquia Menino Jesus, Porto Amazonas 24 • Missa da Padroeira e Reinauguração do Salão Paroquial, Paróquia Santa Catarina Labouré, Água Verde 25 • Reunião da Coordenação Regional da Pastoral Carcerária 28 • Investidura, Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 29 • Crisma na Capela Jesus Misericordioso, Campo Largo 30 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Campo Largo • Crisma no Santuário Nossa Senhora de Lourdes, Jardim Botânico


Palavra do Arcebispo

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Falando do Luto Inevitavelmente, antes ou depois, eis o que a vida nos reserva: teremos que lidar com a morte dentro da nossa casa. É o que nunca desejamos, mas é também uma das mais consolidadas certezas da vida. E qualquer luto anuncia outra certeza: a da nossa partida. Parece uma temática repulsiva, acerca da qual ninguém tem apreço em abordar. Mas o realismo da vida e da morte não nos autoriza a ignorar. O luto é na sua realidade mais simples uma profunda experiência de dor, causada pela perda ou morte de alguém que amamos. Quem passa a conhecer este sofrimento, sempre fala que é mais intenso do que o imaginado. Somente a experiência permite conhecer sua profundidade. Comporta perdas, vazios, saudades, percepções da própria pobreza e muitas perguntas sem respostas. Ante a realidade dramática da perda de alguém que amamos a tristeza parece desfigurar tudo: a vida não tem sentido, as conquistas se tornam insignificantes, as relações não substituem o vazio aberto, as grandes causas já não têm nenhuma grandeza. São dias sem caminhos. Somente a fraqueza é “grande e forte”. Mas, paradoxalmente, quando respeitados os dias de luto, ele mesmo faz emergir perguntas decisivas acerca da vida. Para quem, em favor de quem queremos vivê-la? Ainda outras indagações podem aflorar e seguir seu curso. E para quem crê, ou melhor, para quem quer fazer de sua vida uma grande resposta a Deus,

até a morte, com suas dores e temores, passa a ter sentido. Em tal contexto, cada cristão pode se deixar perguntar: onde vou passar a eternidade? Não se trata de um interrogativo de tipo curiosidade intelectual. Antes, é uma realidade que se impõe até mesmo quando queremos ignorá-la. Quem crê na eternidade faz certas opções de vida. Quem duvida fará outras. Para nós cristãos crer na ressurreição de Jesus Cristo e na nossa ressurreição com Ele não diminui a dor e a tragédia da morte. Nem do luto. Mas não se trata de evitar o que é inexorável. Trata-se sim de conferir sentido ao que seria, se faltasse a fé em Jesus Cristo, apenas término e desaparecimento. Nem as maiores homenagens póstumas restituem a vida. Segue que a lide com a morte e a vivência do luto podem nos aproximar do que é essência e fundamento: a que e a quem consagramos a vida? Comecei pelo luto, é verdade. Mas fixar-se apenas nele, como se se tratasse apenas de uma fase da vida, superável dentro do tempo, equivaleria tão somente a adiar as grandes verdades da existência pessoal. O sucesso não vence a morte. As conquistas e triunfos também não. Permanece, pois, o caminho da reflexão honesta e realista. Neste mês de novembro, no qual o Dia de Finados e de todos os Santos estão em sequência, outra vez se apresenta a graça de renovar projetos de vida, aqueles que nos aproximam de Quem é maior do que a morte.

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Palavra de Dom Pedro

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO Arcebispo Emérito de Curitiba

Bem-Aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus (Mt. 5,9) A Bem-Aventurança sobre os Pacificadores, a meu ver, é a mais importante, porque toda a pessoa humana aspira viver em paz, mesmo os pobres, os mansos, os aflitos, os famintos, os misericordiosos, os puros de coração, os perseguidos, se se realizar o que Cristo propõe para eles. Para que os Pacificadores promovam a paz é preciso que todos contribuam com a união, o serviço e o testemunho dentro de seu âmbito humano, familiar, religioso e civil, de acordo com sua capacidade, disponibilidade, função social e religiosa.

No âmbito religioso, todos os chefes têm o dever de promover a paz para seus súditos. Assim, na Igreja Católica são promotores para todos os católicos: o Papa para toda a Igreja Católica, os Bispos em suas Dioceses, os párocos e diáconos nas paróquias, os religiosos e religiosas, em seus conventos, os leigos e leigas batizados em todo o lugar.

Quem nos ensinou a promover a paz foi Cristo, quando disse a seus discípulos: “Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: Paz a esta casa”.

Para se construir a paz é preciso compreender os outros com suas ideias e planos, superar os conflitos nas discussões, aceitar a votação da maioria, quando se trata do bem comum para todos, e não se colocar sempre na oposição.

Qual é o sentido desta casa? Esta casa pode ser a própria casa de cada um, de cada família. Esta casa pode ser entendida toda a humanidade com seus chefes civis e religiosos. Todos estes chefes devem ser pacificadores, a começar pelos chefes da casa: esposo, esposa, pai e mãe, gerando a paz na família.

Concluo com as palavras do Papa Francisco no documento Gaudete et Exsultate para todos os Pacificadores: “Trata-se de ser artesão da paz, porque construir a paz é uma arte que requer serenidade, criatividade, sensibilidade e destreza”.

No âmbito civil, todas as autoridades no nível legislativo, executivo e judiciário devem ser pacificadores em suas nações, estados, cidades.

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Explicitando melhor: reis e rainhas, presidentes dos países, senadores, deputados, governadores, prefeitos, vereadores e demais autoridades são pacificadores por excelência para o povo.

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Caro leitor, seja um semeador de paz, onde quer que se encontre. Se assim proceder, será chamado filho de Deus.


Liturgia

PE. MARIO RENATO BARÃO FILHO Coordenador da Comissão Litúrgica

A celebração dos Fiéis Defuntos O hábito cristão de guardar um dia para celebrar os seus falecidos remonta dos primeiros séculos. Já no século II os cristãos rezavam pelos falecidos; no século V, da mesma forma, recomendava-se um dia para rezar por aqueles pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava; o abade de Cluny, em 998, pedia aos monges que orassem pelos mortos, da mesma forma que muitos papas o faziam; somente no século XIII este dia passa a acontecer no dia 2 de novembro para toda a Igreja latina, tornando-se oficial. Todos os sacramentos têm por finalidade a última páscoa do Filho de Deus, aquela que, pela morte, o fez entrar na vida do Reino. Agora se realiza o que o cristão confessa, na fé e na esperança: “Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir” (Símbolo Niceno-Constantinopolitano). O sentido cristão da morte é revelado à luz do mistério pascal da morte e ressurreição do Cristo, em que repousa nossa única esperança. O cristão que morre em Cristo “deixa este corpo para ir morar junto do Senhor” (2Cor 5,8). A Igreja que, como mãe, trouxe sacramentalmente, em seu seio, o cristão durante sua peregrinação terrena, o acompanha ao final de sua caminhada, para entregá-lo às mãos do Pai; deposita na terra o germe do corpo que ressuscitará na glória. Dessa forma é importante salientar que o dia de Finados não é a exaltação da morte, mas declaração da memória daquele que se foi, oração para que a misericórdia divina complete aquilo que em vida faltou em virtude de suas misérias e um aconteci-

mento que deve fazer ultrapassar as perspectivas deste mundo e levar os fiéis às verdadeiras perspectivas da fé em Cristo ressuscitado. Numa cultura em que muitas vezes se nega a reflexão ou até a aceitação da morte a tendência é perceber este dia como triste e que deva ser evitado. A maneira mais adequada é compreender a vida na perspectiva da ressurreição em Cristo; agradecer pelos dons e virtudes daquele que já sei foi (celebrar sua memória); bem como suplicar a Deus misericórdia e perdão pelos pecados que porventura tenha cometido – a oração pelos defuntos é uma virtude, evite-se fazê-lo como superstição ou crendice popular vazia. Em especial, todo dia 2 de novembro recomenda-se ir a um cemitério e rezar pelos defuntos, buscar a confissão, participar da Celebração Eucarística e comungar. Por fim, rezar nas intenções do Sumo Pontífice. Feitos estes passos a Igreja concede a Indulgência Plenária à alma pela qual rezarmos. Luto: o período de luto é digno e natural. Estranho seria se não sentíssemos dor ou tristeza pela perda de um ente querido. Da parte da Igreja, que estejamos atentos a ir ao encontro das famílias em luto, ouvindo e apoiando a partir da esperança da vida eterna e celebrando também em comunidade. Em muitas comunidades já existem equipes organizadas para esta necessidade. É igualmente essencial a atenção dos ministros ordenados e extraordinários no atendimento constante das Exéquias. Neste momento a Igreja não pode estar ausente!

EXPEDIENTE COMISSÃO LITÚRGICA: Coordenador: Pe. Mário Renato Barão Filho. Secretaria da comissão: Vanessa Langner. Telefone: 2105-6309. E-mail: liturgia@mitradecuritiba.org.br

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Palavra do Sacerdote

PE. ALEXSANDER CORDEIRO LOPES Arquidiocese de Curitiba

O que é e o que faz o Centro de Pastoral da Arquidiocese de Curitiba? Na edição anterior de nossa revista “Voz da Igreja” a Chancelaria apresentou-nos as suas principais atividades e a sua importância em nossa Igreja Particular de Curitiba. Vimos que por “Cúria” se compreendem todos órgãos e pessoas que auxiliam o Arcebispo em sua missão de pastorear, santificar e ensinar. Compõem a Cúria Metropolitana de Curitiba, portanto, a Chancelaria e o Tribunal Eclesiástico, o Centro Administrativo e o Centro de Pastoral, que neste artigo compreenderemos um pouco melhor. O Centro de Pastoral Nossa Senhora da Luz, situado ao lado do prédio histórico da Av. Jaime Reis, 369, é a sede das secretarias das 13 Comissões Pastorais que compõe a Ação Evangelizadora da Ar-

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quidiocese de Curitiba, bem como o local de atendimento da Coordenação da Ação Evangelizadora, da Secretaria de Pastoral de nossa Arquidiocese e do Serviço Social da Mitra. A Coordenação da Ação Evangelizadora, que hoje tem como responsáveis os padres Alexsander Cordeiro Lopes, Valdir Borges e Juarez Rangel, tem a tarefa de auxiliar o Arcebispo e os Bispos Auxiliares em sua missão de pastorear o Povo de Deus que se organiza em Pastorais, Movimentos, Organismos, Paróquias e sua articulação geográfica. Eles são os responsáveis primeiros pelo Centro de Pastoral. Além disso, organizam a pauta e coordenam o Conselho Arquidiocesano de Pastoral, conforme Cân. 511 e 512 do Código de Direito Canônico:


“Em cada diocese, enquanto a situação pastoral o aconselhar, seja constituído o conselho pastoral, ao qual compete, sob a autoridade do Bispo, examinar e avaliar as atividades pastorais na diocese, propor conclusões práticas sobre elas. (…) Os fiéis designados para o conselho pastoral, sejam de tal modo escolhidos que por eles se configurem realmente toda a porção do povo de Deus que constitui a diocese, levando-se em conta as diversas regiões da diocese, as condições sociais e as profissões, bem como a parte que eles têm no apostolado individualmente ou associados a outros.” A Secretaria de Pastoral tem por responsabilidade auxiliar a todos os membros do Conselho de Pastoral e do Centro de Pastoral em suas diversas necessidades de articulação e manutenção da Evangelização em nossa Igreja Particular. Eles cuidam da agenda arquidiocesana, organizam os maiores eventos (como Corpus Christi, reuniões do Conselho de Pastoral, encontros diocesanos de formação do Clero e dos Leigos), gerem o Fundo Diocesano de Evangelização e ajudam as 13 comissões em suas diversas necessidades. Os responsáveis pela secretaria, bem como assessores da coordenação geral são o Diácono Sidney Lemes dos Santos e a Sandra Maria Valério Tokikawa. Sempre que alguém necessitar qualquer informação acerca de atividades pastorais ou sobre algum organismo evangelizador de nossa Igreja Local pode conversar com eles, que saberão como ajudar. O Serviço Social da Mitra é exercido pela Assistente Social Jaqueline da Conceição Belo, que organiza, de modo especial, a gestão do Fundo Diocesano de Solidariedade, fruto da Campanha da Fraternidade. Além disso, auxilia as pastorais em diversas necessidades técnicas, bem como organiza o atendimento dos pobres e marginalizados que batem à porta da Cúria Metropolitana pedindo auxílio da Igreja. Os demais agentes de pastoral estão à serviço das 13 Comissões Pastorais da Arquidiocese. Há mais de uma centena de pastorais, organismos e movimentos eclesiais atuando em nossa Igreja Particular. Cada comissão agrega um grupo destas expressões por áreas específicas do serviço evangelizador da Igreja. As comissões

ajudam a formarmos pastoral orgânica em nossa Igreja Particular, evitando a fragmentação de ações desarticuladas. Elas têm coordenação, planejamento comum e orçamento partilhado. Abaixo seguem os agentes e as comissões pelas quais estão responsáveis:

• Patryck Araújo Madeira e Bárbara Miranda Moraes: Comissão da Comunicação, Comissão Vocacional e Comissão das Novas Comunidades • Regina Menon, Regiane Teixeira Cardoso, Deise do Rocio Ferreira Barzenski e Márcio Lima da Cruz: Comissão Bíblico-Catequética • Rodrigo Antonelo Rigoni: Setor Juventude e Comissão dos Movimentos Eclesiais • Elânia Conceição Menezes Bueno: Comissão da Dimensão Missionária e Comissão do Conselho de Leigos • Leandro Corsi da Silva: Dimensão Social e Comissão Ecumenismo e Diálogo Interreligioso • Vanessa Amaro Langner: Comissão Família e Vida, Comissão Litúrgica e Comissão Dízimo.

Caso necessite de alguma informação acerca destas comissões ou de qualquer grupo católico de nossa Igreja Particular, ligue para nossa recepcionista Zenilda de França e ela saberá direcionar ao agente de pastoral responsável. E para coroar nossa descrição das pessoas responsáveis pelo Centro de Pastoral, contamos com a Catiane Raldi Wendler, que deixa sempre a casa em ordem para acolher a todos que a ela se achegam; e também a Layssa Gabrielli dos Reis Oliveira, nossa jovem aprendiz que sempre nos socorre em diversas de nossas necessidades! O Centro de Pastoral não faz tudo... Apenas articula e se coloca a serviço dos evangelizadores! A Evangelização em nossa Igreja Particular é feita com a colaboração de cada clérigo e leigo que, apaixonados pelo Cristo, não desistem de anunciar sua Palavra e fazer seu Reino acontecer, porque nosso lema é “Ser Igreja, caminhar juntos, participar.” Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2019

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Dom Francisco Cota de Oliveira Irmão em Cristo e Servidor do Evangelho Bispo Auxiliar e Referencial da Comissão Pastoral da Dimensão Social

Especial

3º Dia Mundial dos Pobres 17 de novembro de 2019

“A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sl 9,19) A todas as comunidades cristãs, todos os padres, diáconos, religiosos, representantes de organizações eclesiásticas, lideranças leigas e fiéis da Arquidiocese de Curitiba, segue uma reflexão sobre o Dia Mundial dos Pobres. Trata-se também de um pedido de empenho de todos para que a data possa reforçar em muitos a vontade de colaborar concretamente para que ninguém se sinta privado da proximidade e da solidariedade:

Como tem ocorrido nos últimos anos, no penúltimo domingo do Tempo Comum, a pedido do Papa Francisco, somos chamados a colocar em prática a proposta do “Dia Mundial dos Pobres”. Seguem algumas das indicações da Mensagem do Papa para a 3ª edição desta proposta, que neste ano de 2019 ocorrerá em 17 de novembro. A referida mensagem toma como ponta de partida as palavras do salmista, “A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sal 9, 19), que, segundo o papa, “são de incrível atualidade”. Assim como naquele contexto do salmista, a realidade hoje não é muito diferente. Encontramos tantos pobres a cada dia! Às vezes parece que o transcorrer do tempo e as conquistas da civilização, em vez de diminuir o seu número, os tem aumentado.

Tantas são as pessoas sem abrigo e marginalizadas que vagueiam pelas ruas das nossas cidades. É comum vermos os pobres nas lixeiras a catar o descarte e o supérfluo, a fim de encontrar algo para se alimentar ou vestir. Tendo-se tornado, eles próprios, parte duma lixeira humana, são tratados como lixo, sem que isto provoque qualquer sentido de culpa em quantos são cúmplices deste escândalo. O clamor dos milhões de pessoas que vivem em situação de marginalização tem aumentado e abraça a terra inteira. Reconhecemos uma multidão de pobres, muitas vezes tratados com retórica e suportados de forma tediosa. Como que se tornam invisíveis, e a sua voz já não tem força nem consistência na sociedade. Homens e mulheres cada vez mais estranhos entre as nossas casas e marginalizados entre os nossos bairros. Constitui um refrão permanente da Sagrada Escritura a descrição da ação de Deus em favor dos pobres. É Aquele que “escuta”, “intervém”, “protege”, “defende”, “resgata”, “salva”. Passam os séculos, e a Bem-aventurança evangélica – “Felizes vós, os pobres” (Lc 6, 20) – apresenta-se cada vez mais paradoxal: os pobres são sempre mais pobres, e hoje são-no ainda mais. Colocando no centro os pobres ao inaugurar o seu Reino, Jesus nos quer dizer precisamente isto: que inaugurou, mas confiou-nos, a nós seus discípulos, a tarefa de lhe dar seguimento, com a responsabilidade de dar esperança aos pobres. Também, Jesus não teve medo de Se identificar com os marginalizados: “Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes” (Mt 25, 40). Esquivar-se desta identificação equivale a ludibriar

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o Evangelho e diluir a revelação. Disso depende a credibilidade do nosso anúncio e do testemunho dos cristãos. É um programa que a comunidade cristã não pode subestimar. A opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e lança fora, é uma escolha prioritária que os discípulos de Cristo são chamados a abraçar para não trair a credibilidade da Igreja e dar uma esperança concreta a tantos indefesos. É neles que a caridade cristã encontra a sua prova real. A condição dos pobres obriga a não se afastar do Corpo do Senhor que sofre neles. Antes, pelo contrário, somos chamados a tocar a sua carne para nos comprometermos em primeira pessoa num serviço que é autêntica evangelização. Queridos irmãos e irmãs, exorto-vos a procurar, em cada pobre que encontrais, aquilo de que ele tem verdadeiramente necessidade; a não vos deter na primeira necessidade material, a lançardes sobre eles um olhar de amor e não vos esquecerdes de que a pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. Antes de tudo, os pobres precisam de Deus, do seu amor. É certo que, por vezes, os pobres se aproximam de nós porque estamos a distribuir-lhes o alimento, mas aquilo de que verdadeiramente precisam ultrapassa a sopa quente ou o sanduíche que oferecemos. Os pobres precisam das nossas mãos para se reerguer, dos nossos corações para sentir de novo o calor do afeto, da nossa presença para superar a solidão. Precisam simplesmente de amor... A todas as comunidades cristãs e a quantos sentem a exigência de levar esperança e conforto aos pobres, peço que se empenhem para que este Dia Mundial possa reforçar em muitos a vontade de colaborar concretamente para que ninguém se sinta privado da proximidade e da solidariedade.

As motivações e exortação do papa, apresentadas acima, indicam que nossa solidariedade com os pobres precisa se revestir de um caráter mais comprometedor. Para além de ações caritativas isoladas, devemos oferecer meios para que possam sair da situação de abandono e de miséria em que se encontram. Ressaltamos que o acolhimento da proposta do Papa, para que se promova o dia “Dia Mundial dos Pobres”, não significa a realização de mais um evento em favor dos pobres, mas o planejamento e efetivação de ações que os libertem da situação de miséria e abandono em que se encontram. Eis o que diz o papa: “O compromisso dos cristãos, por ocasião deste Dia Mundial e sobretudo na vida ordinária de cada dia, não consiste apenas em iniciativas de assistência que, embora louváveis e necessárias, devem tender a aumentar em cada um aquela atenção plena, que é devida a toda a pessoa que se encontra em dificuldade, buscando o seu verdadeiro bem”. Nesta perspectiva propomos, em nossa Arquidiocese, um empenho conjunto em favor do programa de ressocialização das pessoas em situação de rua, denominado “Moradia Primeiro”. Apresentamos a seguir o detalhamento deste programa. A sugestão que fazemos, em favor do Programa Moradia Primeiro, não pretende tolher outras iniciativas e programas já consolidados e de bons resultados na promoção integral dos pobres. Tratase de uma alternativa para atender ao requisito de um comprometimento e uma “atenção mais plena” para com as pessoas em situação de pobreza. No espírito da Comunhão Eclesial, conto com a acolhida desta proposta por parte de todas as paróquias e pelos Organismos Eclesiais vinculados a nossa Arquidiocese.

Santa Dulce dos Pobres: Canonizada no dia 13 de outubro, a história da freira baiana foi marcada por uma trajetória de doação e serviço aos pobres. Desde a juventude acolhia doentes e dedicou a vida a diversas obras de caridade em favor dos mais necessitados. Que sua história seja cada vez mais conhecida e seu exemplo inspire a todos neste Dia Mundial dos Pobres.

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Especial

Moradia P rimeiro “Muito além de abrigar, o programa é uma chance de vencer os preconceitos que sofrem as pessoas que estão atualmente nas ruas”

O programa “Moradia Primeiro” é uma iniciativa

públicos, repúblicas, até a adaptação em algum

que desafia os modelos mais assistencialistas vol-

programa habitacional. O problema é que ao per-

tados para acolher as pessoas que, por diversas

manecer na rua na etapa inicial, essas pessoas se-

razões, vivem nas ruas. O programa trabalha com

guem vivendo seus grandes desafios particulares

a premissa de que ter um domicílio é o primeiro

e precisam buscar o merecimento frente às mes-

passo para a reestruturação da vida das pessoas

mas condições que estão sujeitos nas ruas, sendo

que convivem com o drama de estar nas ruas e que

comuns as recaídas e desistência”. O programa

buscam sua inserção social.

entende que o espaço privado do domicílio, além de um direito fundamental de todas as pessoas,

“Ter um domicílio cria as condições materiais e

favorece ao desenvolvimento de aptidões, gera

subjetivas para a transformação da vida, produ-

autoestima, aumenta o senso de identidade e po-

zindo segurança e estabilidade para que essas pes-

tencializa a autonomia da pessoa. “A habitação é

soas se tornem capazes de enfrentar toda sorte de

um direito social a ser efetivado, não um privilé-

dificuldades, tais como a dependência química,

gio”, afirma Melo.

transtornos mentais, desemprego e reestabelecimento de vínculos familiares”, explica Tomás

O programa está sendo implantado, na forma de

Melo, coordenador da organização INRua, parcei-

experiência piloto, em Curitiba, proporcionando,

ra no programa.

neste ano de 2019, cinco unidades de moradia. Cada pessoa contemplada tem diferentes vivên-

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Ele comenta que o atual modelo de atendimento

cias, perfis e particularidades, para identificar

parte de pressupostos que dificulta a reinserção

como cada perfil de público pode ser melhor aten-

social: “O fluxo de atendimento atual é etapista, se

dido neste modelo. A iniciativa é colocada em prá-

baseia na ideia de produzir etapas de adaptação,

tica pela Organização Social INRua com o apoio da

desde a abordagem na rua, depois nos abrigos

Arquidiocese de Curitiba. A Igreja local abraça esta

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2019


ideia entendendo que o programa pode ser visto

Dom Francisco ressalta que “a principal caracte-

pelo poder público como referência para uma polí-

rística do programa é oferecer à pessoa que se en-

tica pública que responda, de forma mais adequa-

contra em situação de rua condições para morar

da, a problemática das centenas de pessoas que

de forma individualizada, com um referencial de

vivem em situação de rua. Trata-se de um modelo

endereço, conta de água ou de luz, em seu nome.

alternativo que questiona o modelo atual, pouco

Ressalve-se que se trata de uma condição básica

eficaz para solucionar tal problemática.

para o requisito de comprovante de domicílio que, por sua vez, é essencial para preenchimento de

O incentivo ao exercício da autonomia pessoal é

um currículo de trabalho ou do formulário para

um fator fundamental do programa: “Todo o pro-

uma bolsa de estudos”.

cesso de escolha tem a participação do beneficiário”, explica o coordenador. O beneficiário é livre

A experiência piloto, viabilizada por uma parceria

para aceitar participar ou não do programa. De-

entre o InRua e a Mitra Arquidiocesana de Curiti-

pois, ele mesmo define os caminhos a serem tri-

ba, tem a perspectiva de 5 moradias, contudo po-

lhados, incluindo a escolha do local da moradia, de

derá ser ampliada conforme a disponibilidade dos

acordo com a viabilidade, contando com o apoio

recursos financeiros. Cada moradia tem o custo

e suporte da equipe técnica para essa escolha. Ele

aproximado de R$ 800,00 a R$ 1.000,00 mensais,

recebe suporte individualizado e orientações para

incluindo aluguel, água e luz. Para as primeiras

sua recuperação em relação aos problemas que o

unidades, 4 paróquias e a própria Mitra estão ofe-

levou para as ruas e conta com o reconhecimento

recendo os valores. Outras paróquias, Organismos

à sua liberdade de escolhas como beneficiário nes-

Eclesiais ou mesmo Pessoas Físicas e Jurídicas que

te processo.

queiram, por livre adesão, apoiar este programa, poderão fazer suas doações através de depósitos

Após ter novamente um domicílio, um dos aspec-

na conta bancária indicada abaixo. O doador fica

tos fundamentais para o sucesso do programa é a

livre quanto ao valor da doação. A Mitra emitirá o

integração com a comunidade. O início do projeto

recibo com validade fiscal.

já possibilitou verificar o forte preconceito da sociedade para com estas pessoas. Dom Francisco Cota, bispo auxiliar de Curitiba e referencial para

Para contribuir, faça sua doação em

a Dimensão Social na Arquidiocese, comenta que

qualquer valor.

“são muitas as barreiras impostas pela sociedade e que dificultam a inserção social destas pessoas. É uma população que sofre com muitos preconceitos. Dentre outros, são taxados como pregui-

Conta para depósito: Bradesco | Ag 5760 | CC 21030-7 | CNPJ 76.648.500/0001-04. MITRA DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA

çosos, vagabundos, viciados e criminosos. Tidos

Favor enviar comprovante por e-mail,

assim como uma ameaça a ser combatida pelo

especificando o assunto: DOAÇÃO

uso da força policial. Até a locação de um imóvel é

MORADIA PRIMEIRO, e o nome do doador

dificultada quando se toma conhecimento que se

para joao@mitradecuritiba.org.br

destina a um programa social voltado para oferecer moradia a pessoas em situação de rua”. O papa Francisco, na “mensagem para o III dia Mundial

Cursos, possibilidades de emprego e geração

dos pobres”, a transcorrer-se em 17 de novembro

de renda e outras parcerias são bem-vindas

do corrente ano, diz: “Os pobres precisam das nos-

ao programa. A equipe da Dimensão Social da

sas mãos para se reerguer, dos nossos corações

Arquidiocese de Curitiba está à disposição para

para sentir de novo o calor do afeto, da nossa pre-

atender as possibilidades de apoio pelo telefone

sença para superar a solidão.”

(41) 2105 6326.

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CARLA BRASIL MAGNO Teóloga e coordenadora da Ação Missionária dos Moradores de Rua Paróquia Maria Mãe da Igreja.

Reflexão

Pobreza e Espiritualidade:

“O Cristão e a Pobreza de Coração” Todos deveríamos ser pobres! Pobres no sentido de totalmente despojados de ganância, poder, acúmulo de bens, vaidades e luxos: aprendermos a “ser” mais do que “ter”. Entretanto, existem outras formas de pobreza que necessitam ser visibilizadas e combatidas. Nosso irmão pobre de pão, teto, justiça, saúde, educação e direitos precisa de pessoas que tenham um olhar de empatia, compaixão e humildade e que procurem amenizar suas tristezas e diminuir suas dificuldades. Também há um tipo de pobreza ligada às necessidades que vão além do corpo e do material, relacionada à carência de amor, principalmente ao próximo. Os indivíduos que sofrem dessa pobreza são justamente os que não se importam com seus irmãos necessitados, são os pobres de espírito e de coração, os verdadeiramente miseráveis! Jesus Cristo, maior referência de pobreza e espiritualidade da história da humanidade, se fez homem pobre por amor, deixou o maior exemplo que foi o modelo perfeito de simplicidade, humildade, misericórdia e caridade. Em sua trajetória, ensinou caminhos de oração, fé e amor. Sua espiritualidade divina faz aqueles que creem e praticam a viver a plenitude de fé. Hoje temos a luz de Cristo no Papa Francisco, que, fiel aos Evangelhos, nos indica a necessidade de vivermos profundamente os princípios das primeiras comunidades cristãs, a viver mais o kerigma do que os dogmas. Ele chama a Igreja para ser uma Igreja acolhedora, que dá opção preferencial aos pobres, que pode quebrar muros e barreiras. É o que indica a encíclica de Gaudium, onde o pontífice expõe a necessidade de fazermos o Reino de Deus presente no mundo aqui e agora. É preciso chamar atenção para o fato de que muitas pessoas ao redor do mundo vivem em situação de rua. A maioria morre como indigente, pois perdem suas identidades, não são conhecidos pelos seus nomes, suas moradas tornam-se as calçadas, seus pertences cabem em sacos plásticos. São assombrados pela violência, vício, fome, doença, tristeza e abandono, dessa forma, sofrem a pobreza do corpo e do espírito. O Papa Francisco faz um apelo justamente para olhar e atender as necessidades desses irmãos. Ele clama para que se deixe de lado o individualismo e que se coloque em prática a Palavra ouvida e professada. Em sua Encíclica Laudato se diz: “O amor cheio de pequenos gestos de cuidado mútuo é também civil e político”, faz um chamado para que profetas atuais sejam anunciadores praticantes da Boa Nova, assim colocando em prática o Vaticano II. Conforme exemplo do Sínodo da Amazônia, o Papa se coloca

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junto ao Povo, caminha junto a eles, ouve as necessidades e defende o direito e respeito das culturas. Assim se constrói uma Igreja viva atuante e comprometida em amenizar a pobreza. Muitos são os indiferentes a essa realidade, e esses são os mais carentes espirituais, pois sofrem uma profunda pobreza nociva, a de coração. Como já foi abordado, os preferidos de Deus necessitam de cuidados primários para satisfazer necessidades básicas, mas também necessitam de cuidados espirituais, pois muitos vivem a desesperança, sem sentido para a vida. O ‘Livro do Sentido’, de Clodovis Boff, descreve a desesperança: “Em um primeiro momento, num mundo sem Deus, as coisas ficam desencantadas e perdem toda graça: é o tédio. Em seguida no mundo sem Deus as coisas se tornam mais ameaçadoras e terríveis: é angústia. Por fim, num mundo sem Deus, as coisas mostram sua face sinistra e aniquiladora perante um eu totalmente desamparado: é a depressão”. Muitos se encontram nessa situação, e um meio de melhorar essa realidade é se aproximar, levar a esperança, carinho, atenção, escuta, toque e palavras de fé. Isso é praticar o Evangelho, é ser cristão, dando a oportunidade a essas vidas de encontrarem um sentido ao proporcionar possibilidades de tratamento e de reintegração na sociedade. Esse é o objetivo de uma ação direta com nossos irmãos mais necessitados. Fechar os olhos e ignorar as circunstâncias em que essas pessoas vivem é um posicionamento tomado pelos governantes. Nessa situação se faz necessário que os cristãos assumam a responsabilidade de serem anunciadores e denunciadores de injustiça e que se deixem conduzir pela ação do Espírito Santo na promoção do bem no meio do povo. Quando se fala de pobreza, nossa principal referência aqui no Brasil é a Irmã Dulce, que tinha Maria sempre como modelo e sob sua proteção. Outro modelo de ser Igreja que fazia a opção preferencial aos pobres, era padre Ezequiel da zona rural de Roraima. Sua voz foi calada com sua morte, mas seu exemplo vive: ele não tinha medo de lutar pelos direitos dos pobres, contra injustiças. Era uma voz ativa que proclamava com determinação e fé seguindo os evangelhos. Esse é o chamado de Cristo para Igreja, que seja atuante, viva! Esse chamado é para todos estarem junto dos mais carentes, em defesa dos mais fracos e indefesos. Todos que se reconhecem como irmãos em Cristo são chamados. Só assim assumimos nosso batismo de fato. Você assume sua identidade cristã? Ou vive no individualismo, imerso na pobreza verdadeiramente nociva, a de coração?


Catequese

PLANO DE AÇÃO 2020 DA COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA As atuais Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil foram construídas a partir da imagem da casa. É a casa que permite a entrada e a saída, a experiência e o anúncio, o acolher e o enviar. Ela estrutura-se em quatro pilares fundamentais: a Palavra, o Pão, a Caridade e a Ação Missionária. No que tange a iniciação à vida cristã estamos, portanto, fundamentados pelo pilar da Palavra. O itinerário da iniciação à vida cristã da arquidiocese de Curitiba “consiste em ampliar a formação de pequenas comunidades de discípulos convertidos pela Palavra de Deus e conscientes da urgência de viver em estado permanente de missão” (CNBB 100, nº 8). A Comissão da Animação Bíblico-Catequética, participante neste processo de Igreja missionária, deseja intensificar ações para consolidar todos os projetos da iniciação à vida cristã na arquidiocese. Desejamos que a iniciação à vida cristã seja promotora privilegiada de um estilo missionário, catecumenal e mistagógico nesta Igreja particular. Segue o planejamento da Comissão para o ano de 2020:

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Catequese

IR. VALÉRIA ANDRADE LEAL

Na edição de setembro, falamos da importância de integrar a Catequese e a Pastoral Juvenil, promovendo uma pastoral orgânica que permita, especialmente ao crismado, conhecer formas de perseverar no seguimento de Cristo em comunidade. Sempre que atuamos em conjunto pela evangelização, testemunhando o amor de Deus Trino que é comunhão de amor. Mas como fazer isso? Em primeiro lugar é preciso conhecer o grupo de jovens da paróquia ou comunidade. Como adultos, na idade e na fé, seria bom que a iniciativa viesse do grupo de catequistas, visto que o grupo de jovens pode ainda estar em processo de aprendizagem acerca do seu lugar na comunidade. Conhecer é saber nomes, horários, identidades. Entre os jovens existem muito grupos diferentes: uns gostam mais da oração, outros da ação; alguns se envolvem com questões políticas e sociais, outros atuam mais no anúncio do Evangelho; alguns gostam mais do estudo da Palavra e da doutrina, outros preferem a liturgia. Conhecer a identidade do grupo ajuda a entender melhor as propostas dos jovens e também suas necessidades. Importante também é acolher, perder tempo com os jovens. Ficar com eles como uma presença amiga. Ouvilos e apoiá-los em suas reflexões, o que não significa concordar com tudo o que o jovem quer fazer, mas sim saber fazer as perguntas certas para que os jovens possam melhor avaliar suas propostas e ideias. Uma vez conhecido e sentindo-se acolhido, o grupo de jovens pode atuar ao lado da catequese promovendo ações concretas que visam contribuir para que os crismados encontrem seu lugar na comunidade. Isso pode ser feito com a presença do grupo de jovens no retiro em preparação ao Crisma. Os jovens podem até mesmo ser eles os responsáveis por este retiro. Podem organizar gincanas bíblicas e atividades esportivas e culturais voltadas para os catequizandos. Seria ótimo se o grupo de jovens convidasse os crismandos para realizar alguma missão ou ação solidária feita por eles. Podem também dar testemunho ou preparar algum tema para o encontro de catequese. Esta parceria precisa ser verdadeira. Não basta chamar os jovens e não permitir que atuem, deixando-os apenas como expectadores. O jeito de organizar as atividades pode ser diferente dos adultos, mas isso não significa que não se possa confiar no grupo de jovens. É preciso apostar no protagonismo da juventude para além do discurso e dar espaço para que mostrem que, do seu jeito, sabem ser responsáveis e se dedicam com generosidade no serviço ao Reino.

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Foto: Edson-Past. Comunicação

COMO INTEGRAR CATEQUESE E PASTORAL JUVENIL Iniciar um grupo de pós-crisma Os sacramentos da iniciação cristã, como o próprio nome já diz, iniciam, ou seja, são a porta de entrada para a comunidade dos seguidores de Jesus. Logo, que o adolescente/jovem crismado encontre seu lugar e permaneça no seguimento é a meta da catequese. Entretanto, o que normalmente ocorre é que nem sempre o crismado consegue identificar-se com a linguagem, com a faixa etária, com os objetivos de alguns grupos e pastorais formadas por adultos ou até mesmo jovens mais velhos. Após receberem o Sacramento da Crisma, é necessário oferecer aos adolescentes uma opção de identificação com pessoas de sua idade e de seus gostos para permanecer na comunidade enquanto amadurece e abre-se para outras possibilidades. A criação de grupos de pós crisma, pode contribuir para este amadurecimento. Para iniciar um grupo de pós-crisma, é necessário criar um ambiente em que esses adolescentes se sintam únicos e acolhidos. A primeira coisa a fazer é identificar lideranças: adolescentes que possam motivar os demais a estarem juntos e formarem o novo grupo. Em segundo lugar é necessário que estas lideranças sejam atuantes e não meros cumpridores de ordens dos adultos que os acompanham. Estes precisam se colocar ao lado dos adolescentes, mas dando espaço para que eles expressem e concretizem suas ideias. O grupo de pós-crisma não é mais o grupo de catequese em que o catequista direciona o processo. E também não segue mais um planejamento cujo objetivo é compreender elementos doutrinais. O novo grupo, num primeiro momento, precisa priorizar a convivência entre os pares e a experiência de comunhão com os irmãos e com Cristo. É mais vivencial e precisa falar a linguagem dos que estão nele envolvidos. Por isso, nada melhor do que deixar que os próprios adolescentes tragam os temas da vida para serem iluminados pela Palavra de Deus. É importante que sejam eles mesmos a definirem como serão seus encontros, lembrando que não podem faltar a Palavra de Deus, a espiritualidade, reflexão sobre a própria realidade, práticas missionárias e de solidariedade e a diversão que eles tanto gostam. Assim, a identidade do grupo vai se formando a partir da experiência da comunidade de fé e logo estarão maduros para desejaram experimentar outras formas de expressar sua fé na Igreja integrando-se cada vez mais. • Para saber mais confira o folheto: Como criar um grupo de jovens, do Setor Juventude da Arquidiocese de Curitiba.


RUBHIA MORAIS E CYNTHIA GLOWACKI FERREIRA

Feira Bíblica Catequética do Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro traz reflexão sobre as Bem-Aventuranças e a Santidade Nas palavras de Papa Francisco, “Santidade é parrésia: é ousadia, é impulso evangelizador que deixa uma marca neste mundo.” Jesus nos impulsiona e cheios de coragem do Espírito Santo os catequizandos do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro viveram no dia 28/09, a experiência de anunciar o Evangelho, colocar-se a caminho e ter a certeza que nada “será capaz de nos separar do amor de Deus” Rm 8,39. Para celebrar o mês da Bíblia, a Pastoral da Catequese promoveu a V Feira Bíblica Catequética do Santuário. com o tema “As bem-aventuranças, caminho de santidade”, tendo como fundamento a passagem bíblica do Sermão da Montanha e a Encíclica Gaudete Et Exultare, de Papa Francisco. Padre Celso Cruz, CSsR, reitor do Santuário, realizou a abertura do evento com um momento de oração e reflexão. Houve uma encenação sobre o tema das Bem-Aventuranças em contextos atualizado e, num movimento conjunto e vivencial, contou com a participação dos catequistas, catequizandos, familiares e membros de demais pastorais do Santuário. E como toda Feira tem estandes, estes foram preparados pelos próprios catequizandos, que apresentaram as parábolas de Jesus com muita criatividade por meio de maquetes, jogos, cartazes, brincadeiras e encenações.

Para o Lar Mãe Maria, foram arrecadados materiais de higiene e limpeza, o Centro Redentorista de Ação Social (CERAS) recebeu leite e alimentos para as cestas básicas doadas às famílias carentes cadastradas. Os catequizandos também coletaram caixas de leite vazias para o projeto “Brasil sem Frestas” e tampinhas de garrafas pet para o projeto “Tampinha do Bem”. Os catequizandos da pré-catequese participaram do projeto “O Carteiro Chegou” e escreveram cartas e desenhos para crianças internadas em hospitais. A quarta etapa colaborou com o projeto “Semeando o Futuro” que vai ao encontro da encíclica papal “Laudato Si”, cujo objetivo é o cuidado com toda a Criação. Assim, no olhar ambiental, catequistas e catequizandos promoveram a semeadura e o plantio de árvores. O catecumenato, juntamente com demais pastorais do Santuário são responsáveis pelo projeto “Bíblia na África”, colaborando na Missão Evangelizadora das Irmãs Beneditinas da Divina Providência da Aldeia Marara, em Moçambique. Estão recebendo doações para a aquisição de 500 Bíblias na língua yungue e este projeto vai até dezembro de 2019. Todos são convidados a colaborar! “Viver e ressoar a Palavra de Deus e fazê-La conhecida e presente em gestos de partilha e solidariedade é compromisso evangelizador de toda uma comunidade na educação da fé de nossas crianças, jovens e adultos”, finaliza Vera Lúcia. Confira outras fotos da V Feira Bíblica Catequética.

Fotos: Eduardo Sakaguti.

Em resposta ao aprendizado das bem-aventuranças, somada a reflexão das parábolas e de virtudes específicas, os catequizando também realizaram várias ações solidárias. “Cada etapa ficou responsável por uma ação solidária diferente e também tivemos o apoio da comunidade para sua realização. Assim conseguimos contemplar vários projetos e instituições”,

explica Vera Lúcia Wunsch, coordenadora da pastoral, levando às famílias e à comunidade a vivência das BemAventuranças.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@mitradecuritiba.org.br. (41) 2105-6318. Coordenação: Pe. Luciano Tokarski. Assessoria: Regina Fátima Menon.

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Juventude

Tornar o Reino de Cristo presente Nosso Setor Juventude apresenta nesta edição o movimento Regnum Christi, atuante de forma bastante expressiva em nossa Arquidiocese Nascido em 1968, o Regnum Christi é um movimento de fiéis católicos que busca fazer presente o Reino de Cristo pela santificação de seus membros e por uma ação apostólica pessoal e comunitária para que Jesus Cristo reine no coração dos homens e da sociedade. O movimento é formado por homens e mulheres que participam de um mesmo carisma, respondendo à sua vocação e identidade específicas: sacerdotes religiosos legionários de Cristo, homens e mulheres leigos consagrados e leigos seculares que vivem no mundo. Cada vocação expressa de uma maneira peculiar o carisma comum, compartilhando uma mesma espiritualidade e missão. A complementariedade das diversas vocações dá ao movimento especial força evangelizadora. O objetivo do Regnum Christi é dar glória a Deus e contribuir para que Cristo reine nos corações de seus membros, nos das demais pessoas e na sociedade. Os membros do movimento, conforme a sua condição de batizados, exercem esse objetivo por meio do cumprimento dos deveres próprios de seu estado e condição de vida e da acolhida e irradiação da luz do Evangelho em sua vida pessoal, familiar, profissional e social. O que fazemos? Buscamos que as pessoas tenham um encontro pessoal com Jesus Cristo através do Evangelho, da vida de oração e sacramental, da experiência de comunhão e dedicação aos outros no apostolado. Estamos convencidos de que Jesus Cristo transforma a vida da pessoa que O experimenta na fé e transforma-o em apóstolo de uma civilização da justiça e do amor cristãos.

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Como fazemos? A oração, a vida litúrgica e sacramental e o contato com a Sagrada Escritura nos levam a conhecer e amar mais a Jesus Cristo. Este amor nos impulsiona a conhecer os outros para transmitir a eles, com obras e palavras, a boa notícia do amor de Deus e convidá-los a colaborar no estabelecimento do Reino de Cristo no mundo. Qual a nossa espiritualidade? O Regnum Christi fundamenta sua espiritualidade na contemplação e seguimento de Jesus Cristo, que, revelando o amor misericordioso de seu Coração desde a encarnação até o momento culminante da Cruz e Ressureição, anuncia e realiza o Reino de Deus. Nossa espiritualidade se expressa em cinco amores: amor a Jesus Cristo, amor à Santíssima Virgem Maria, amor aos homens, amor à Igreja e ao Papa, e ao Regnum Christi como caminho para a vivência da própria vocação. Quais Santos temos como inspiração? Todos os membros do movimento se encomendam à proteção materna da Santíssima Virgem Maria e reconhecem como especiais advogados e padroeiros a São Paulo Apóstolo e a São João Evangelista. Regnum Christi em Curitiba Na Arquidiocese de Curitiba, o Regnum Christi está presente de forma bastante expressiva, através do Seminário Menor dos Legionários de Cristo, das comunidades de padres Legionários de Cristo e de Consagradas do Regnum Christi, das seções de equipes de leigos (jovens e adultos), além do Ecyd e do Colégio Everest.


As atividades desenvolvidas pelo Regnum Christi em Curitiba são: • Direção Espiritual; • Clube ECyD – para 10 a 16 anos; • Encontros com Cristo de moças, jovens e adultos (encontros semanais de reflexão evangélica e discussão de fatos de vida); • Retiros mensais em silêncio, para aprofundamento em espiritualidade, para moças, jovens e adultos; • Hora Eucarística semanal, todas as quintas-feiras na Paróquia do Divino Espírito Santo (Rua Mateus Leme, 1855); • Formações periódicas sobre diversos temas; • Apostolados, como: • Juventude e Família Missionária: os jovens e famílias visitam as casas no intuito de levar o amor de Cristo aos mais afastados - seja da Igreja ou por morarem em locais de difícil acesso para os párocos, em especial na Semana Santa e na Semana de Nossa Senhora Aparecida. • Sonhar Acordado: Uma organização internacional sem fins lucrativos, de inspiração católica, que propõe a formação integral do ser humano nos valores cristãos como forma de transformar a sociedade, através de trabalho voluntário com jovens, adolescentes e crianças. • Rogai ao Senhor da Messe: Apostolado de oração, intercessão e promoção vocacional de sacerdotes.

“Na foto, Exercícios Espirituais para jovens, em março de 2019, no Centro Vocacional Maria Mãe Imaculada, Seminário dos Legionários de Cristo”

Contate-nos através de nossas redes sociais facebook/instagram: Regnum Christi Curitiba ou pelo email: atendimentosrc.ctba@gmail.com

Convite: Exercícios espirituais de carnaval para jovens 2020 Baseado na metodologia desenvolvida por Santo Inácio de Loyola, os Exercícios Espirituais buscam colocar os participantes em comunhão com Deus, para escutar seu chamado e descobrir o plano de Deus para nós. O Regnum Christi convida a todos rapazes e moças de 18 a 35 anos para este retiro de carnaval, que acontece de 21 a 25 de fevereiro de 2020.

Tema: "Viver, crescer e possuir a terra" (Deut 8, 1-6)

INSCRIÇÕES: facebook.com/reinocuritiba/ 1º lote: R$ 350,00 (até 10/12/2019) 2º lote: R$ 375,00 (após 11/12/2019)

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE CURITIBA: Assessor Eclesiástico: pe. Luis Fernando Costa Secretário: Rodrigo Rigoni. E-mail: juventude@mitradecuritiba.org.br / Telefone: 2105-6364

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Família e Vida

MARA E MARCELO AVELINO SOS Família

Projeto SobreViver, um olhar para a vida A sociedade atual vive um contexto de muitas pressões nos mais diferentes aspectos da nossa vida. É pressão social, econômico, cultural e, inclusive, espiritual. Isso reflete em uma assustadora realidade que chega cada vez mais próxima das nossas famílias e comunidades: muitas pessoas optam por encerrar o sofrimento do corpo e da mente, tirando a própria vida. Mas a vida é um dom de Deus e deve ser protegida por meio do amor concreto. Ninguém deveria deixar de receber o devido respeito e atenção ao passar por nós.

zar. Serão 10 programas com temáticas como o uso da internet e redes sociais, bulling, relacionamentos, depressão e outros assuntos que favorecem a reflexão sobre a vida dos jovens. A terceira necessidade é o espaço de formação “Juntos em Família”, criado para trabalhar conteúdos voltados para o matrimônio, relacionamentos, educação dos filhos, saúde física e emocional, trabalho, entre outros. Este espaço encontra-se no site da Arquidiocese, na página arquidiocesedecuritiba.org.br/sobreviver.

Desenvolvido pelo SOS Família, o Projeto Sobre Viver propõe à Igreja local e aos profissionais da área da Saúde, voluntários e intituições, uma ação de prevenção e acolhimento para as pessoas que estão em situação de sofrimento. Lançado no dia 14 de julho deste ano, o projeto tem caminhado com a colaboração de voluntários que, além do tempo, doam também suas habilidades profissionais. O objetivo é suprir três necessidades básicas para estabelecer um serviço de apoio e prevenção do suicídio: A primeira delas consite na ampliação do serviço de escuta já existente em algumas das nossas comunidades. Nesta proposta, pretende-se aumentar o número de voluntários psicólogos e médicos, para formar equipes multidisciplinares que possam acolher as pessoas, acompanhá-las e tratar quando necessário. A equipe do projeto quer contar com a coragem e a disposição de todos aqueles que sentem um apelo para salvar vidas. A segunda necessidade é a prevenção voltada para o público jovem. Para isso, está em desenvolvimento a série Sobre Viver em parceria com a TV Evangeli-

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Gravação da série Sobre Viver na TV Evangelizar


Encontro aproximou agentes de pastorais familiares ao projeto No dia 6 de outubro, o Sobre Viver foi apresentado no encontro da formação SOS Família para os voluntários que já trabalham no serviço de escuta, agentes da Pastoral Familiar e outras pessoas interessadas. Dom Francisco Cota, Bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba, responsável pela Comissão Família e Vida, esteve presente no encontro e presidiu a santa Missa. Foi uma oportunidade de refletir sobre a base que sustenta o nosso projeto: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo 10,10). O encontro contou com a participação da jovem Ana Clara Giovanni que é a apresentadora da série Sobre Viver. Ela manifestou a sua alegria em participar do projeto, pois, segundo ela, é uma realidade muito próxima dos jovens, “com as pessoas que eu convivo ultimamente tem se falado muito sobre suicídio, sempre chega alguém contando sobre uma pessoa que tirou a própria vida”.

Todas as pessoas são bem vindas neste projeto, não é necessário ser um profissional da área da saúde para ser um voluntário. Quem já conviveu com alguém que perdeu o ânimo ou deixou de sentir vontade de viver, sabe o quanto esta situação é triste e incômoda. Em geral, não somos preparados suficientemente para compreender esta realidade, e por isso, muitas vezes, ela é banalizada. É comum a pessoa que se encontra nesta situação se sentir um peso no ambiente de trabalho, com amigos e até mesmo na própria família. Mas vale lembrar que ninguém está imune. É necessário nos conscientizarmos de que este problema age silenciosamente e pode estar bem próximo. Todos nós somos capazes de colaborar para que a vida seja preservada. Se você se identifica com o Sobre Viver, entre em contato com a gente. projeto. ap.sobreviver@gmail.com I arquidiocesedecuritiba. org.br/sobreviver

Nós do SOS Família entendemos que é necessário que o Sobre Viver vá além dos muros da Igreja e possa envolver a sociedade civil como um todo. Com a Lei 10216/2001, que regulamenta o atendimento psiquiátrico no Brasil, criou-se uma grande expectativa com este serviço, porém, a realidade é outra, não há respaldo profissional nos postos de saúde para atender os diferentes serviços que esta lei determinou. Os serviços que estão em funcionamento são em escala inferior do que a necessária para suprir as demandas da população. Muitos já abraçaram esta causa conosco. Contamos com o apoio do clero, das novas comunidades, movimentos e pastorais, assim como dos diversos meios de comunicação ligados a Igreja. Precisamos de voluntários médicos, psicólogos e enfermeiros; profissionais de diversas áreas para a escuta e triagem. Almejamos a participação das universidades públicas e particulares por meio de Projetos de Extensão nas áreas de Psicologia e Psiquiatria, também é fundamental obter o apoio dos Conselhos destas áreas. Encontro do SOS Família com apresentação do projeto Sobre Viver

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Dízimo

ANA MARIA OLENIKI E WILLIAM MICHON Pastoral Arquidiocesana do Dízimo

A PASTORAL DO DÍZIMO NA PASTORAL DE CONJUNTO Inserida na Pastoral de Conjunto, buscando assim estar em unidade com toda a Igreja, a Pastoral do Dízimo segue com o desafio de promover a compreensão do Dízimo como ato de fé cristã e de apontar sua importância na ação evangelizadora O Papa Francisco, em recente pronunciamento, nos lembra da grande necessidade de pessoas, leigos e leigas, que se comprometam com a missão evangelizadora da Igreja. Assumir o compromisso recebido no Batismo é testemunhar a verdade do Evangelho por meio de exemplo de fé e de testemunho de vida. Os leigos não apenas fazem parte da Igreja, mas são a Igreja, parte do Corpo em que Jesus Cristo é a cabeça (cf. 1Cor 12,27). O Documento 100 da CNBB, Comunidade de comunidades: Uma nova paróquia, afirma: A missão dos leigos deriva do Batismo e da Confirmação: “A sua ação dentro das comunidades eclesiais é tão necessária que, sem ela, o próprio apostolado dos pastores não pode conseguir, na maior parte das vezes, todo o seu efeito.” (CNBB, Doc. 100, n. 210) Ao experimentar esta realidade de fazer parte da Igreja, que tem como premissa básica a comunhão e a unidade é necessário que todos caminhem juntos para garantir a integração de ideias, de pautas e de ações que favoreçam e promovam a evangelização. Em 1979, em Puebla, o episcopado latino-americano definiu a Pastoral de Conjunto como: Ação global, orgânica e articulada, que a comunidade eclesial realiza sob a direção do bispo destinada a levar a pessoa e todos os membros à plena comunhão de vida com Deus. Portanto, a Pastoral de Conjunto é um novo modo de desenvolver as ações evangelizadoras, integrando as realidades e o trabalho das pastorais já existentes. Cada pastoral, movimento ou associação ativa na paróquia deve desenvolver o seu planejamento dentro da estrutura organizacional e eclesial, atenta ao planejamento dos outros grupos e sempre que possível articulando ações integradas para tratar de assuntos que perpassam os diferentes grupos da comunidade. Para isso é fundamental que se estabeleçam metas comuns na evangelização, aplicadas

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pelas pastorais e movimentos, dentro de suas especificidades, mas mantendo a vivência da comunhão e pertença à Igreja. A Pastoral do Dízimo precisa estar inserida na Pastoral de Conjunto para cumprir sua missão de motivar para que cada fiel se conscientize sobre a importância de pertencer a uma comunidade e ser corresponsável pela sua manutenção por meio do dízimo e das ofertas. Nesta perspectiva, cabe à Pastoral do Dízimo realizar ações concretas que promovam a compreensão do Dízimo como ato de fé cristã e a sua importância na ação evangelizadora: • Organizar formações e orientações para as lideranças das demais pastorais, movimentos, ministérios e comunidade em geral; • Oferecer apoio e orientações para que o dízimo faça parte da iniciação da vida cristã por meio da inserção do tema nos encontros de catequese; • Orientar para que sejam reforçados o conhecimento e a prática do dízimo nas formações dos futuros ministros ordenados; • Propor que o dízimo seja apresentado nos cursos de noivos que estão em preparação para o Sacramento do Matrimônio e também nos encontros de pais e padrinhos que se preparam para o Sacramento do Batismo. As ações da Pastoral do Dízimo na Pastoral de Conjunto promovem o entendimento do dízimo como gesto de partilha e que resulta como aporte financeiro para subsidiar toda a ação evangelizadora da Igreja, portanto precisa estar inserido na catequese comunitária de maneira ampla. O Documento 106 da CNBB orienta sobre a importância da Pastoral do Dízimo estar representada no Conselho Diocesano


de Pastoral, nos Conselhos Paroquiais de Pastoral e nas Assembleias para que ela esteja integrada com a pastoral orgânica de conjunto. O Conselho Econômico tem atribuições canônicas, estabelecidas pelo Código de Direito Canônico e pelo Regimento próprio de cada Igreja particular. Entretanto, o Conselho Econômico e Pastoral do Dízimo precisam trabalhar de modo integrado, cada qual com suas competências específicas. Tal integração pode ser promovida pela participação de algum membro da Pastoral do Dízimo nas reuniões do Conselho Econômico (cf. CNBB, Doc. 106, n. 58 e n. 73)

buscando despertar uma autêntica motivação e sensibilização para que o fiel cristão experimente a plena comunhão com Deus e assuma concretamente este compromisso eclesial. “Tragam o dízimo completo para o cofre doTemplo,para que haja alimento em meu templo” (Ml 10,3).

Portanto, a Pastoral de Conjunto tem como objetivo promover a unidade da Igreja, articulando e propondo metas na ação evangelizadora, com atitudes concretas vividas pela comunidade numa espiritualidade de comunhão. À Pastoral do Dízimo cabe a tarefa de facilitar a compreensão do dízimo, que acontece com uma genuína clareza quanto a sua origem, fundamentação e aplicação dos recursos

XXIII Seminário Arquidiocesano do Dízimo Realizou-se no dia 20 de outubro na Paróquia Santa Madalena Sofia Barat, o XXIII Seminário do Dízimo que teve início com Santa Missa celebrada por Dom Francisco Cota de Oliveira (Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba e Referencial da Pastoral do Dízimo), auxiliado pelos Diáconos Sérgio Hercules e Henry Belchior da Cunha. Após a celebração, o palestrante Pe. Cristovam Iubel apresentou questões importantes sobre o Dízimo como contribuição motivada pela fé e que tem como prioridade a evangelização. A equipe da Pastoral Arquidiocesana do Dízimo agradece ao pároco Pe. Alexsander Cordeiro Lopes pela acolhida e a todos os agentes de pastoral, coordenadores e demais lideranças que participaram deste dia de formação e encontro.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão e Pastoral do Dízimo: Wanderley Zocolotti. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Secretária da Pastoral do Dízimo: Vanessa Langner - (41) 2105-6309. E-mail: dizimo@mitradecuritiba.org.br

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Dimensão Missionária

PE. MARCONDES M. BARBOSA Coordenador da Comissão da Dimensão Missionária

PROGRAMA MISSIONÁRIO NACIONAL

Irradiar o amor de Deus que é a fonte da missão ! Há pouco foi lançado o Programa Missionário Nacional, fruto de uma reflexão iniciada em 2017 junto aos dezoito regionais da CNBB. É uma iniciativa que pretende despertar nossas comunidades eclesiais missionárias para um tempo de graça e de oportunidades, além de indicar caminhos para um trabalho missionário com fios condutores comuns para uma maior comunhão missionária na Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Na perspectiva de uma Igreja em saída, com atitude samaritana, que se aproxima, cuida, compromete-se com a vida em todas as suas dimensões, o Programa Missionário Nacional (PMN) quer ser uma via - uma ponte de integração - com o objetivo de contribuir para que a missão seja, de fato, parte integrante e necessária da vida de cada batizado e dos organismos eclesiais. A missão não é algo restrito a grupos “especializados”. A missão é responsabilidade de todo o Povo de Deus, animada e fortalecida por meio das Igrejas locais. Importante destacar que o PMN em comunhão com o Decreto Ad Gentes, sobre a atividade missionária da Igreja do Concílio Vaticano II, apresenta a missão que brota do coração da Santíssima Trindade como identidade da Igreja peregrina que, por sua natureza, é missionária (AG n.2). Desperta para a compreensão de que a missão é de Deus e vem de Deus e todos os batizados são chamados a ser cooperadores, irradiadores, comunicadores do amor incondicional de Pai, manifestado plenamente na pessoa e na vidamissão de Jesus Cristo. O PMN propõe um recomeço a partir de Jesus Cristo, voltando àquilo que é essencial para a evangelização, cultivando um coração misericordioso e atitudes que expressam a alegria do Evangelho: Jesus Cristo no centro e no coração da Igreja, da evangelização. Na força do Espírito Santo, protagonista da missão, as comunidades eclesiais missionárias, são chamadas a vivenciar a missão como um grande dom de Deus, cultivando a espiritualidade que brota do seguimento de Jesus Cristo. São chamadas a assumir um caminho de doação generosa e assumir com esperança o desafio da Kenosis, no seguimento do discipulado para uma Igreja em saída e totalmente doada.

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Como resultado da escuta dos dezoitos regionais da CNBB, o Programa Missionário Nacional, propõe quatro prioridades nacionais para uma maior compreensão do nosso tempo que se consolida cada vez mais plural e de uma forte cultura urbana: a formação, animação missionária, missão ad gentes e o compromisso profético social. Logo, para concretizar cada prioridade, foram aprovados diversos projetos e ações que ajudarão e iluminarão os planos pastorais missionários das Igrejas locais, numa firme decisão de evangelizar a partir de Jesus Cristo, o missionário do Pai, tendo como guia o Espírito Santo, para uma Igreja em saída sinodal, a Igreja de Cristo em missão no mundo. Somos convidados a conhecer mais o PMN, que está alinhado e presente nas novas Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019 a 2023. Continuemos em nossas pastorais, movimentos, conselhos, grupos a aprofundar a missionariedade da Igreja, a nossa missão de discípulos missionários!


INÊZ R. CONOR BORDORI Integrante do COMIDI - Setor Pinheirinho

Testemunho Missionário

Missão de São Félix do Araguaia e Romaria dos Mártires em Ribeirão Cascalheira Em 11 de julho de 2016, partimos em 11 pessoas de Curitiba de avião para Goiânia e de ônibus por 15 horas de viagem para Ribeirão Cascalheira. Neste tempo tivemos muito tempo para conversar com os passageiros. Fomos recebidos em Ribeirão Cascalheira pelos padres André e Marcondes, junto a diversas da comunidade local. No dia seguinte já começamos a organizar o nosso trabalho para Festa dos Mártires e no outro dia partimos para São Félix do Araguaia. Fomos recebidos pelo Padre Saraiva na Casa de Acolhimento da Prelazia de São Félix do Araguaia. A Arquidiocese de Curitiba tem enviado missionários para a Igreja Irmã da Prelazia de São Félix do Araguaia-MT desde 2007. Visitamos o Bispo, Dom Pedro Casaldáliga, que na sua humildade nos acolheu e nos abençoou em nossa missão, nos dando força para levarmos o evangelho, o amor e paz a todos. Também fizemos a visita missionária com os indígenas, agendada com a Funai, e ficamos muito tristes em constatar alto índice de álcool e drogas, assim como de depressão e suicídio entre os jovens indígenas. Também fizemos visitas missionárias nas famílias indígenas vivem na cidade e outras pessoas no local. Voltamos para Ribeirão Cascalheira, onde tínhamos de cuidar dos alimentos, vindos da doação das famílias da região, e servir as pessoas que vieram para a Festa. A Romaria dos Mártires acontece a cada cinco anos, com celebrações, feira, rodas de conversas, procissão luminosa, envolvendo toda a comunidade. Aquele ano foi celebrada a memória dos 40 anos do martírio do Padre João Bosco, do Padre Rodolfo Lunkenbein e do índio Simão Bororo. Lembrar essa experiência do passado com certeza nos traz um novo ardor missionário.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO MISSIONÁRIA: Coordenador: Padre Marcondes. Secretária: Elania Bueno - 2105-6376. E-mail: elaniacmb@mitradecuritiba.org.br

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Especial Em Nossas Paróquias

PEDRO HENRIQUE COLATUSSO Pastoral da Comunicação

O símbolo da fé de um povo em restauração Igreja Matriz da Paróquia São José e Santa Felicidade passa por processo de restauração Era o ano de 2015 quando, enquanto celebrava uma Missa, Pe. Claudio Ambrozio, pároco da Paróquia São José e Santa Felicidade, percebeu algo diferente na hora em que proclamava o Evangelho. Por sobre o Lecionário, caíram alguns fragmentos do estuque, do forro da Igreja. O que poderia ser algo irrelevante tornou-se o estopim para a primeira obra de caráter restaurativo dos mais de 125 anos de história da Igreja Matriz da Paróquia São José e Santa Felicidade. Os trabalhos iniciaram com uma série de estudos acerca da situação do templo. Na sequência, um projeto completo foi elaborado. Para o arquiteto Tobias Bonk Machado, que acompanha o processo desde o início, este processo foi fundamental. “Por meio do desenvolvimento dos projetos, pudemos ver a situação do templo como um todo: da ponta mais alta da torre, descendo, adentrando ao templo, cobertura e estruturação. Descrevemos todos os itens, pudemos enxergar quais eram os elementos mais preocupantes e quais os menos urgentes”, conta.

O restauro da torre leva em conta todos os elementos que a compõe. Abaixo da cruz, o coruchéu, todo revestido em azulejaria, já foi higienizado. Os sinos também estão sendo preservados e, com uma nova automação, voltarão a tocar “Louvando Maria”. Abaixo, os relógios revelam muitas histórias. O original foi vendido pela Paróquia à família Dal’Larmi na década de 1970, e encontra-se em pleno funcionamento, a poucos metros da Igreja Matriz. Da torre, já foram retirados os mostradores dos relógios não originais, revelando parte da arte impressa na própria parede, com espaço para os numerais em algarismos romanos, e com pequenas peças azuis, mostrando os minutos.

De lá para cá, a caminhada da restauração passou a envolver toda a comunidade paroquial de Santa Felicidade. “São raríssimos os casos em que nós vemos um empenho tão grande e uma ajuda exclusiva da comunidade. Por mais que muitos dos elementos originais não estejam mais na Igreja, muitos estão salvaguardados em casas de paroquianos. Isso prova o olhar preservacionista da própria paróquia, da comunidade”, conta o arquiteto. Desenvolvidos todos os projetos, as obras iniciaram em junho de 2017, pela cobertura. Para os técnicos envolvidos, esta primeira fase foi fundamental, pois salvaguardar o telhado significava cuidar da estrutura como um todo. Infelizmente, muitas estruturas do telhado estavam falidas, sendo necessária a inserção de novas peças na estrutura, além das telhas semelhantes às originais.

Os tons de ocre da Igreja Matriz já voltaram a predominar no centro histórico de Santa Felicidade

A Torre Em 1891, quando a Igreja foi abençoada na Noite de Natal, certamente os imigrantes vênetos não a deram como concluída sem que houvesse uma torre. As obras iniciaram em 1900 e foram concluídas em 1903, pelo engenheiro Vanini.

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Engrenagem do Relógio Original em funcionamento a poucos metros da Igreja e detalhe do acabamento original dos mostradores encontrados na Torre


Restauro artístico interno Aliado aos trabalhos na torre, iniciaram-se, em 2019, as obras do restauro artístico interno pela nave da lateral esquerda, que já foi isolada pelos andaimes. O processo iniciou com estudos acerca do estado em que as pinturas se encontravam. Para o restaurador artístico, Gilberto Benvenutti, a fase foi fundamental. “Os estudos por meio das prospecções são muito importantes para avaliar a qualidade das pinturas originais e o processo de remoção para chegar ao original e restaurar”, conta.

Comprometimento do forro de estuque foi um dos maiores desafios da obra de Restauração até o momento.

A igreja foi pintada originalmente pelo suíço Paulo Kohl. “Ele foi um pintor muito importante. Pintou várias igrejas na região de Curitiba, como a de Santa Teresinha, Imaculado Coração de Maria, Capela da Sagrada Família. A pintura dele é muito bela, como poderemos apreciar no futuro aqui na Igreja”, relata Benvenutti.

Para este trabalho, é necessário abrir novamente trechos do telhado para acessar o forro por cima. “No primeiro momento, nós tínhamos que estruturar a cobertura para garantir a estrutura do templo, até porque nós sabíamos que o trabalho do forro seria muito lento e cuidadoso”, conta Machado.

No ano de 1992, o interior da Igreja passou por um processo de intervenção muito grande, com repinturas nas pinturas decorativas e figurativas, escondendo a arte de Kohl. O processo de restauração busca resgatar os originais. “Iniciamos pela nave esquerda para que a Igreja continue com suas atividades, seguindo para a nave lateral direita e para a nave central. O processo leva em conta a remoções das repinturas recentes para restaurar os originais”, conta o restaurador, que também destaca a quantidade de camadas de repinturas, que chegam a sete em algumas áreas da Igreja.

Pintura externa

As pinturas figurativas do interior da Igreja criam um histórico da evangelização, iniciando pelo Batismo de Jesus e contando a história dos padres scalabrinianos. “Isso vai se preservar, vai continuar. Tenho certeza de que os jovens de hoje têm essa consciência de preservar”, resume Benvenutti. Aliado ao processo de restauração artística, está sendo restaurado o forro, que hoje é um dos grandes desafios da obra. “A estrutura do forro está em estado muito ruim. As fasquias, que são as madeirinhas que ficam dentro da massa do estuque, tem um comprometimento muito grande de insetos, como cupins. Esta trama de madeiras não é acessível nem por cima, nem por baixo, está totalmente dentro das massas, então como estruturar isto?”, questiona o arquiteto.

Detalhe da restauração das pinturas figurativas internas. À esquerda, anjo com repinturas feitas ao longo do tempo e, à direita, após início do processo restaurativo.

Nesse contexto, foi concluída a pintura externa da Igreja e da Torre. Os tons de ocre originais já podem ser vistos e foram aplicados por meio de tintas específicas para patrimônio histórico.

Adequação Litúrgica Aliado a todas as obras de caráter restaurativo, existe a preocupação da adequação litúrgica do templo de acordo com o Concílio Vaticano II. Inaugurada em 1891, a Igreja foi pensada em uma mentalidade pré-conciliar, quando não havia uma mesa eucarística distinta do altar mor, era outra a concepção da Liturgia da Palavra e a assembleia vinha, de fato, assistir à Missa. Com o Vaticano II, na década de 1960, a reforma litúrgica trouxe a assembleia para uma participação ativa na Liturgia e a centralidade dos três polos celebrativos: sédia (cadeira da presidência), altar e ambão, que por si representam o Cristo cabeça, sacrifício e Palavra. Para o arquiteto, este fator representa um desafio. “Esta concepção litúrgica pós-concílio é interessante e desafiadora, pois nós temos um olhar da preservação e temos um olhar do uso máximo deste espaço que é a celebração da Santa Missa, que é o encontro, a partilha, a Igreja se reunir em assembleia.” Por isso, o projeto levou em conta como devem ser o novo altar, o novo ambão e a nova sédia na igreja histórica. Além disso, a Paróquia está realizando uma investigação histórica para averiguar se a Igreja Matriz foi dedicada. Sabe-se que o templo foi abençoado pelo Pe. Pietro Colbacchini em 1891, mas até o momento não existem relatos formais de uma dedicação. “Quando ela der por finalizada, e o espaço celebrativo estiver adequado, esta Igreja, se não foi, poderá ser totalmente dedicada na celebração do rito da dedicação.” A dedicação de um templo é uma celebração única, que acontece uma vez na história e é considerada uma das mais belas da Igreja. Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2019

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IR. RAQUEL DE FÁTIMA COLET, FC Comissão Arquidiocesana de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso

Ecumenismo

PROF. DR. RUDOLF VON SINNER Pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)

20 anos da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação: Professar a fé, reconciliar a memória, praticar a compaixão. Há exatamente 20 anos, cristãos luteranos e católicos-romanos celebravam um passo importante no caminho da unidade. Trata-se da assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação (DCDJ), em 31 de outubro de 1999, na cidade de Augsburgo/Alemanha, entre a Federação Luterana Mundial (FLM) e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. O documento foi também adotado oficialmente em 2006 pelo Conselho Metodista Mundial e, em 2017, pela Comunhão Mundial de Igrejas Reformadas. A Comunhão Anglicana acolheu a declaração e afirmou sua substância em 2016.

na obra salvífica de Cristo, e não por causa de nosso mérito, somos aceitos por Deus e recebemos o Espírito Santo, que nos renova os corações e nos capacita para boas obras” (DCDJ, n. 15). Tal consenso não anula, nem nivela as diferenças existentes nas demais questões vinculadas a essa verdade de fé, mas as situa em compatibilidade de compreensão e motiva a continuidade dos diálogos. Isso reforça a convicção que tem acompanhado o empenho ecumênico de que o que nos une é muito maior do que nos separa. As condenações de outrora não mais atingem a igreja adversária que se tornou parceira.

Fruto de mais de três décadas de trabalho da Comissão Bilateral católico-luterana, o documento afirma haver, entre as partes, um consenso em torno de verdades fundamentais da doutrina da justificação. Esta doutrina teve importância central no debate teológico que desencadeou a Reforma Protestante do século XVI e que, associado a divergências de ordem sociocultural e política, provocou divisões no interior da comunidade cristã.

Portanto, a DCDJ convida a uma revisita reconciliadora à memória das igrejas, refazendo vínculos, desfazendo incompreensões e preconceitos mútuos, e fortalecendo o compromisso com a unidade em todas as suas expressões. Em tempos de mercantilização do sagrado e instrumentalização da fé, a mensagem da Declaração Conjunta adquire relevância singular para as comunidades cristãs. O reconhecimento de que somos pessoas salvas única e exclusivamente pela graça de Deus, razão da nossa confiança e definitiva esperança, nos impele a traduzir tamanha dádiva em eloquente testemunho de comunhão e diaconia.

No núcleo da Declaração Conjunta está a confissão comum de que “somente por graça, na fé

EXPEDIENTE COMISSÃO DO ECUMENISMO E DIÁLOGO INTER RELIGIOSO: Coordenador: Pe. Volnei Carlos de Campos. Secretaria da Comissão: Leandro Corsi da Silva. Telefone: 2105-6326.

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CRISTINA SILVEIRA DE OLIVEIRA Coordenadora Pastoral Afro Brasileira/Diocese de Curitiba

Dimensão Social

*Colaboraram com este texto Valdir Moises Nunes e Padre Ivaldir Camarote dos Reis.

Fazei ressoar a palavra de Deus em todo lugar: a Pastoral Afro em Curitiba No mês em que se celebra a Semana da Consciência Negra, a Pastoral Afro se organiza para vivenciá-la com atividades diversas na finalidade de fomentar a cultura negra em comunhão com a Igreja e a sociedade. Segundo dados do IBGE no Paraná, Curitiba e Região Metropolitana apresentam o maior percentual de negros. Somos cerca de 30% comparado a outros estados da Região Sul. Localizados/as nas regiões periféricas e metropolitana, somos trabalhadores e trabalhadoras, em sua maioria vivendo de trabalhos informais e buscando seu lugar na sociedade. Um agravante é o fato do genocídio dos jovens negros/as no Brasil estar relacionado com a ação policial ou outros desdobramentos oficiais daí originados. Em Curitiba e região, também há situações bastante evidenciadas de intolerância religiosa, racismo e discriminação, potencializando o complexo cenário da mortandade negra. É pensando nesta realidade que a Pastoral Afro Brasileira vem tomando corpo e buscando ser e viver a luz do Evangelho de Jesus Cristo, o resgate da sua cultura, a autoestima e a evangelização de forma acolhedora, para celebrarmos a centelha divina do Criador em cada ser. Esta Pastoral surge como consequência de um longo processo de conscientização. É um espaço de ação e de discernimento da Igreja e da sociedade para a realidade da população afrodescendente. Condiz com expressão do Papa Paulo VI, na sua encíclica Populorum Progressio, que carrega o seguinte significado em português: “Sobre o desenvolvimento dos povos é que a Igreja procura realizar a sua missão”. Enquanto grupos organizados fora da Igreja levantavam a problemática da escravidão e de suas consequências para a população de afrodescendentes, no âmbito da Igreja pouco ou quase nada se dizia. Assim, a Pastoral Afro Brasileira (PAB) nasce após a Campanha da Fraternidade de 1988, com o lema: “Fraternidade e Povo Negro – Ouvi o clamor deste povo”. No documento de Santo Domingo, de 1992, no capítulo terceiro, sobre a cultura cristã, é chamada a atenção para os desafios pastorais e linhas de evangelização para os povos indígenas e os afrodescendentes. Também há a mensagem do Papa ressaltando o reconhecimento das riquezas culturais desses povos. No documento de Aparecida, de 2007, a Igreja denuncia a história dos afrodescendentes e seu caráter de exclusão social, econômica, política, e sobretudo racial, onde a identidade étnica é fator de subordinação social (....); cita o ocultamento sistemático de seus valores, história, cultura e expressões religiosas; lembra que é preciso descolonizar as mentes, o conhecimento, recuperar a memória histórica, porque são condições para a afirmação da plena cidadania. Com o surgimento da PAB, o povo negro começa a galgar seu espaço na Igreja, trazendo suas problemáticas e a beleza da sua cultura para a liturgia. Surgem em muitas dio-

ceses do Brasil grupos de pastoral, assessores eclesiásticos, bispos, organizações, romarias, novenas, entre outros, ligados à questão da negritude. Entre os objetivos da pastoral, podemos citar a continuidade à rica herança de experiência e reflexão das comunidades negras para aprofundar a inculturação, contribuindo para a superação dos preconceitos, discriminações, reconhecendo os valores religiosos da cultura africana; empreender ações solidárias dentro dos objetivos da ação evangelizadora, visando a superação das desigualdades, da exclusão social, da miséria e da violência contra o povo negro, através de políticas públicas que favoreçam a inclusão social e o reconhecimento dos direitos das populações afrodescendentes. A pastoral caminha diante a visão profética de lutarmos juntos pela história, a ancestralidade e a contribuição do povo negro para a sociedade brasileira, evidenciando a sua forte religiosidade. A Pastoral Afro passa a ser presença importante nas comemorações do mês da Consciência Negra em novembro e outras datas onde homenageia e se reverencia a luta pela justiça e igualdade social da causa negra. Por isso, unidos com a Igreja, estaremos durante a semana da consciência negra, realizando as seguintes atividades: 13, 14 e 15/11 – 19h: Tríduo a São Benedito com animação da Pastoral – Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Benedito (São Francisco – Curitiba) 16/11 – 15h: Cortejo e Procissão a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário 15h30: Missa Campal em honra a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Local: Tenda no Largo da Ordem. Celebrantes: Padre Emerson Lipinsky e Padre Lionel. Animação Pastoral Afro Brasileira. 16h30: Encontro Inter-religioso Vozes do Sagrado 17/11 – 10h30: Lavação das escadarias e Missa das Almas em memória dos negros que construíram a Igreja do Rosário (São Francisco – Curitiba) Mais informações sobre a Pastoral Afro, sua dinâmica, reuniões, atividades e inserção na vida das comunidades, entre em contato com Cristina Silveira, coordenadora arquidiocesana no e-mail pafroctba@gmail.com ou na secretaria da dimensão social com Leandro pelo telefone 2105-6326.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO SOCIAL: Coordenador:Pe. Danilo Pena. Secretaria da Dimensão Social: Leandro Corsi da Silva. Telefone: 2105-6326 E-mail: dimensaosocial@mitradecuritiba.org.br Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2019

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Painel

Realizada a Assembleia Geral dos Presbíteros 2019 Os bispos e padres da Arquidiocese de Curitiba estiveram reunidos de 8 a 10 de outubro, na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê, para a vigésima sexta Assembleia Geral dos Presbíteros. Foram diversos os momentos de formação e de alinhamento de questões relacionadas à Ação Evangelizadora e a questões administrativas. O tema geral, “A evangelização no pontificado do Papa Francisco e nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, foi aprofundado junto aos participantes por de Dom Amilton Manoel da Silva. Ao final do encontro, os padres aprovaram o lançamento de uma Carta aos Fiéis destinada a manifestar o apoio ao Papa Francisco e ao Sínodo para a Amazônia, realizado entre os dias 6 e 27 de outubro.

Anselm Grün em conversa com padres e seminaristas em Curitiba O monge beneditino alemão Anselm Grün, um dos maiores autores da espiritualidade na atualidade, esteve em Curitiba no dia 27 de setembro para palestra sobre o tema “Trabalho e Espiritualidade”. Com mais de cem títulos traduzidos no Brasil e mais de 2 milhões de exemplares vendidos, as obras do monge ajudam pessoas a compreender melhor as questões da fé e sua relação com a vida diária, social e familiar. Além da palestra ao público geral, o monge realizou uma conversa exclusiva com o clero da Arquidiocese de Curitiba. Na conversa, ele falou sobre como lidar com os diversos anseios das pessoas, utilizando-os como meios para tornar Deus perceptível às pessoas. Ele conta que ficou feliz com o convite de falar com os padres: “Eu quero que, em primeiro lugar, eles ouçam o que as pessoas dizem. E eu quero muito que os padres acreditem no anseio de cada um, porque é somente se eles acreditarem nesses anseios que existe nas pessoas é que eles vão poder guiá-las na fé”. Sobre o tema de seu mais recente livro, ‘Trabalho e Espiritualidade’, ele comentou: “Reconheço e honro o fato de que muitas pessoas sofrem no trabalho e sei que existem estruturas injustas em determinadas empresas. Eu quero mostrar caminhos de como as pessoas podem sair de seu papel de vítima e mostrar a elas que existe uma margem de ação em que elas podem criar o seu próprio espaço de trabalho. Eu quero mostrar que esse espaço pode ser também um espaço de vida onde as pessoas podem criar algo e despertar a vida em outras pessoas”.

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Missa celebrou os 125 anos da Arquidiocese Além deste importante marco, a Missa celebrou também a conclusão do Jubileu de 350 anos da Paróquia da Catedral e ainda lançou o Mês Missionário Extraordinário. A celebração foi realizada no dia 28 de setembro, presidida pelo arcebispo, Dom José Antônio Peruzzo, e contou com a presença de diversos grupos missionários de diferentes setores da Arquidiocese.

Fotos: Patryck Madeira

Sobre os 125 anos da Diocese de Curitiba, Dom Peruzzo comentou sobre o olhar que se deve ter à história da Diocese: “Quem quer traçar bons caminhos para o futuro, precisa se deixar inspirar pelas belas experiências de quem chegou antes e viveu antes aquilo que hoje se celebra”. O arcebispo comentou também sobre a conclusão do Ano Jubilar pelos 350 anos da Paróquia Nossa Senhora da Luz, primeira de Curitiba e atual Catedral: “Esse ano jubilar ajudou-nos a retomar as afeições por esse maravilhoso templo, não porque é gigante, mas porque tem tantos detalhes que retratam a multiplicidade de uma história construída com muita afeição”.

CPPs e CAEPs realizaram formação anual Os Coordenadores de Pastorais (CPPs) e dos Conselhos de Assuntos Econômicos (CAEPs) das paróquias Arquidiocese estiveram reunidos nas três Regiões Episcopais da Arquidiocese de Curitiba para o seu encontro anual. Os encontros foram realizados no dia 3 de agosto na Região Episcopal Sul, no dia 17 de setembro na Região Norte e no dia 19 de outubro foi a vez dos CPPs e CAEps da Região Centro-Oeste. Além de promover a integração, o encontro teve como objetivo principal trabalhar em conjunto as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023.

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Painel

Realizada Escola de Comunicação no Setor Pinheirinho No dia 19 de outubro, a Comissão de Comunicação da Arquidiocese de Curitiba promoveu um novo encontro de formação em comunicação para agentes de Pascom ou pessoas que possam contribuir na implantação da mesma em sua paróquia. A formação do Setor Pinheirinho foi realizada no Santuário São Francisco de Assis. Estes encontros da Escola de Comunicação têm sido realizados desde maio de 2019. A Escola foi colocada em prática com a proposta inicial de ampliar e articular a rede de comunicadores das paróquias e comunidades da Arqudiocese de Curitiba. A formação é relacionada à fundamentação teórica da implantação da Pastoral da Comunicação (Pascom) nas paróquias e à integração entre as paróquias e com a comunicação arquidiocesana. Até 2020, a Escola da Comunicação realizará a formação em todos os setores da Arquidiocese.

Realizado Tríduo do Sínodo para Amazônia Curitiba contou com o Tríduo em comunhão com o Sínodo para a Amazônia. O Tríduo em Curitiba promovido pela Arquidiocese foi realizado na Paróquia Bom Jesus dos Perdões nos dias 10, 17 e 24 de outubro. O primeiro dia, com material preparado pela REPAM, teve o tema “A Voz da Amazônia”. O tema do segundo dia foi “Ecologia integral: O Clamor da Terra dos pobres”, organizado pelo COMIDI e CRB. E o terceiro dia foi organizado pela Comissão de Ecumenismo com o tema “Igreja Profética na Amazônia: Desafios e Esperança”.

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Mês Missionário Extraordinário na Arquidiocese de Curitiba Neste ano, o mês de outubro teve maior impulso eclesial missionário com a celebração do Mês Missionário Extraordinário, realizado com a finalidade de despertar, em maior medida, a consciência da missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral. A Abertura do Mês Missionário Extraordinário na Arquidiocese de Curitiba foi realizada no dia 28 de setembro, durante missa na Catedral Basílica de Curitiba. Diversos foram os setores na Arquidiocese que organizaram atividades missionárias especiais neste mês. Confira algumas fotos:

Boqueirão: Abertura do Mês Missionário no Santuário do Carmo.

Cabral: Tarde de formação com enfoque no MME e Paróquia Missionária.

Boqueirão: Novenas nas casas com a IAM do Santuário do Carmo

Santa Felicidade:Abertura do Mês Missionário Extraordinário com a Caminhada Missionária

Cabral: Terço Missionário na Praça N. Sra da Salette com a presença dos símbolos missionários.

Santa Felicidade:Missa no parque Barigui

Dia Mundial das Missões Diversas foram as atividades missionárias realizadas durante o final de semana de 19 e 20 de outubro para marcar o Dia Mundial das Missões.

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