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ANO XXIV

Nยบ 1202

ENCARTE ESPECIAL HUs

22 A 28 DE MAIO DE 2017

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ESPECIAL HU S/UFRJ

Hospitais e institutos são discutidos no Consuni

Como as unidades de saúde da UFRJ estão conseguindo sobreviver sem recursos devido à redução orçamentária imposta pelo governo federal e com pessoal insuficiente? Qual a dimensão da crise no grande Clementino Fraga Filho e nos institutos e centros? Todas essas questões foram discutidas na extensa sessão do Conselho Universitário, no dia 11 de maio, com a presença de nove diretores de hospitais e institutos da UFRJ, que fizeram uma exposição sobre suas unidades.

O debate sobre os hospitais universitários estava pautado desde o ano passado, entre outros temas sobre os quais o colegiado vem promovendo discussões, como segurança no campus da Cidade Universitária e assistência estudantil. A comunidade universitária lotou o espaço reservado para a assistência na quinta-feira, dia 11, revelando o quanto a situação das unidades de saúde preocupa. A Reitoria abriu o debate fazendo uma exposição sobre as medidas que vem adotando para garantir o funcionamento dos hospitais e institutos. O reitor Roberto Leher falou sobre o problema de falta de pessoal e dos extraquadro, sobre o déficit financeiro, quando destacou a queda vertiginosa do orçamento da universidade, e discorreu a respeito das propostas para melhorar a assistência, o ensino, a pesquisa e a extensão. Em seguida, os diretores dos HUs e centros, a maioria com o auxílio de PowerPoint, cada um ao

seu tempo, detalharam a produção acadêmica e assistencial nas suas unidades, os problemas que enfrentam no dia a dia em consequência da falta de recursos, e como superam as dificuldades. Estavam presentes Eduardo Côrtes, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Maria Tavares, do Instituto de Psiquiatria (Ipub), Bruno Leite, do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), Joffre Amim, da Maternidade Escola, Roberto José Leal, do Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (ex-Hesfa), Fernanda Carvalho, do Instituto de Doenças do Tórax (IDT), José Luiz de Sá Cavalcanti, do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC), Gutemberg Almeida Filho, do Instituto de

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Ginecologia (IG) e Nelson Souza e Silva, do Instituto do Coração Edson Saad (Ices). A sessão foi prorrogada em mais uma hora, mas o tempo decorrido foi suficiente apenas para as exposições, por essa razão o debate será retomado na próxima sessão, prevista para o dia 25 de maio. Posicionamento das entidades sindicais A presidente da Adufrj, Tatiana Roque, anunciou o lançamento (provavelmente no próximo mês) de um dossiê sobre o HUCFF. A publicação, organizada pelo setor de jornalismo da entidade, segundo ela, vai abordar condições de trabalho e infraestrutura, com dados do cadastro nacional do sistema de saúde, “para democratizar as

informações para a comunidade”. Ela convidou o diretor da unidade para uma entrevista, e destacou ser fundamental a “mobilização da comunidade pela demanda justa por mais investimentos”. O diretor Côrtes sugeriu que a publicação não fosse apenas sobre o HUCFF, mas sobre os demais hospitais também, e disse que está sempre aberto a dar entrevistas e que “confia que a imprensa seja sempre informativa e ética”. O coordenador-geral do Sintufrj Francisco de Assis, que anunciou a realização de assembleia na tarde daquele mesmo dia para mobilização da categoria contra os ataques do governo, elogiou a iniciativa da Adufrj, mas acrescentou que o Sindicato tem feito reuniões e mobilizado os trabalhadores do

hospital contra a falta de condições de trabalho. Assis solicitou aos conselheiros que procurassem conhecer o texto (“para enriquecimento do debate”) “Os hospitais universitários que temos e os hospitais universitários que queremos”, elaborado pela Fasubra, que resume o projeto de Regimento Geral dos Hospitais Universitários de Ensino. “Neste trabalho construído coletivamente, a categoria defende a indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão como base para a formação e produção de conhecimento crítico e transformador. Hospitais universitários são unidades acadêmicas que conjugam a assistência e merecem o reconhecimento de seu papel estratégico”, afirmou o dirigente do Sintufrj.

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ESPECIAL HU S/UFRJ

Reitoria expõe a situação das unidades de saúde

A

situação dos hospitais universitários na UFRJ é grave, particularmente a do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). Esta é a conclusão do levantamento feito pela Reitoria sobre as unidades de saúde e exposta, detalhadamente, na sessão do Conselho Universitário (Consuni) no dia 11 de maio. Na próxima reunião do principal órgão colegiado superior de decisões da universidade, a ser realizada na quinta-feira, dia 25, os HUs continuarão sendo a pauta principal. Redução de recursos O reitor Roberto Leher iniciou sua explanação abordando a situação orçamentária das universidades públicas. Segundo demonstrou, os recursos do Tesouro para manutenção (custeio) tiveram forte crescimento entre 2005 e 2013, chegando a R$ 5 bilhões para 63 instituições federais de ensino superior (Ifes). Mas a partir de 2014, no entanto, houve queda acentuada, de modo que a previsão para o orçamento de 2017 seja apenas de R$ 3,2 bilhões. “Vamos chegar ao patamar semelhante ao que era em 2008, só que agora não mais com 45 universidades (antes do programa de expansão), porém com 63, e não mais com 150 campi, mas 300”, disse Leher. A redução foi ainda mais drástica nos recursos para investimento (para construir prédios e renovar instalações): R$ 3,5 bilhões no final de 2012, mas com cortes devastadores para as universidades federais, que desceram ao patamar inferior a R$ 1 bilhão. Para este ano, os recursos previstos estão em torno de R$ 800 milhões, o que, segundo Leher, significa zero de investimento no próximo ano. Frentes de ação Diante deste quadro, os eixos centrais que a gestão da UFRJ vem construindo em articulação com unidades acadêmicas e assistenciais são três: maior integração das unidades acadêmicas com as unidades assistenciais; recomposição do quadro de pessoal, com substituição dos extraquadro, fortalecimento de setores estratégicos (como compras, almoxarifado e farmácia) e abertura de leitos, notadamente de CTI; e aperfeiçoamento na captação de recursos (com a recomposição dos valores da contratualização com o SUS, da distribuição entre as universidades e as unidades da UFRJ dos valores do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários – Rehuf).

Quadro de pessoal – A questão fundamental são os extraquadro. Acórdão do Tribunal de Contas da União determina a substituição desses profissionais contratados sem concurso público e a elaboração de um plano de dimensionamento de pessoal para reativação dos serviços desativados nos moldes de 2008. Para tanto, o reitor editou portaria para que a Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) elabore um diagnóstico da força de trabalho nas unidades de saúde e normatize a substituição dos extraquadro. A Reitoria constituiu um grupo de trabalho com profissionais da UFRJ e de fora, coordenado pela vice-reitora Denise Nascimento. Desde então, ficou proibida a admissão de profissionais precarizados e condicionada a substituição para as atividades-fim somente com a autorização da Reitoria. O objetivo do dimensionamento não é apenas a substituição

Foto: Renan Silva

SESSÃO do Consuni: diretores das unidades de saúde assistem à apresentação da Reitoria

de pessoal precarizado, mas o planejamento para ampliação de leitos, de modo que o HUCFF passe dos atuais 260 leitos para 450. A decisão judicial estabeleceu que

a UFRJ deve nomear e dar posse a todos os profissionais aprovados nos concursos públicos dos editais 63, de 2013; 70, de 2014, e 390, de 2015. A decisão também esta-

belece a contratação temporária para substituição daqueles que exercem atividades-fim, mas que não foram substituídos pelos nomeados.

Quadro geral Em todas as unidades de saúde da UFRJ trabalham 2.469 trabalhadores pelo Regime Jurídico Único (RJU) e 752 extraquadro, distribuídos da seguinte forma: HUCFF

Instituto de Psiquiatria (Ipub)

Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (ex-Hesfa)

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG)

Instituto de Doenças do Tórax (IDT)

Instituto do Coração Edson Saad (Ices)

Médicos – Pelo RJU: 214 (20 horas) e 174 (40 horas); extraquadro: 97. Auxiliar de enfermagem – Pelo RJU: 337; extraquadro: 29. Técnico em enfermagem – RJU: 317; extraquadro: 124. Enfermeiros – RJU: 213; extraquadro: 29. Assistente e auxiliar de administração – RJU: 194; extraquadro: 186.

Médicos: RJU: 6 (20 horas) e 7 (40 horas); extraquadro: 1. Auxiliar de enfermagem – RJU: 19; extraquadro: 0. Técnico em enfermagem – RJU: 29; extraquadro: 0. Enfermeiro – RJU: 27; extraquadro: 0. Assistente e auxiliar de administração – RJU: 17; extraquadro: 0. Médicos – RJU: 10 (20 horas) e 19 (40 horas); extraquadro: 0. Auxiliar de enfermagem – RJU: 20; extraquadro: 0. Técnico em enfermagem – RJU: 25; extraquadro: 0. Enfermeiro – RJU: 16; extraquadro: 0. Assistente e auxiliar de administração – RJU: 13; extraquadro: 0.

Instituto de Ginecologia

Médicos – RJU: 2 (20 horas) e 12 (40 horas); extraquadro: 0. Auxiliar de enfermagem – RJU: 18; extraquadro: 0. Técnico em enfermagem – RJU: 8; extraquadro: 7. Enfermeiro – RJU: 5; extraquadro: 2. Assistente e auxiliar de administração – RJU: 11; extraquadro: 0.

Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC)

Médicos – RJU: 5 (20 horas) e 18 (40 horas); extraquadro: 0. Auxiliar de enfermagem – RJU: 14; extraquadro: 0. Técnico em enfermagem – RJU: 12; extraquadro: 0. Enfermeiro – RJU: 11; extraquadro: 0. Assistente e auxiliar de administração – RJU: 15; extraquadro: 0.

Médicos – RJU: 10 (20 horas) e 27 (40 horas); extraquadro: 3. Auxiliar de enfermagem – RJU: 27; extraquadro: 0. Técnico em enfermagem – RJU: 31; extraquadro: 4. Enfermeiro – RJU: 29; extraquadro: 0. Assistente e auxiliar de administração – RJU: 23; extraquadro: 0.

Médicos – RJU: 36 (20 horas) e 61 (40 horas): extraquadro: 21. Auxiliar de enfermagem – RJU: 58; extraquadro: 6. Técnico em enfermagem – RJU: 64; extraquadro: 55. Enfermeiro – RJU: 55; extraquadro: 16. Assistente e auxiliar de administração – RJU: 47; extraquadro: 0. Médicos – RJU: 2 (20 horas) e 2 (40 horas); extraquadro: 0. Assistente e auxiliar de administração – RJU: 7; extraquadro: 0.

Maternidade Escola

Médicos – RJU: 19 (20 horas) e 45 (40 horas); extraquadro: 48. Auxiliar de enfermagem – RJU: 41; extraquadro: 0. Técnico em enfermagem – RJU: 47; extraquadro: 45. Enfermeiro – RJU: 36; extraquadro: 24. Assistente e auxiliar de administração – RJU: 17; extraquadro: 55.

Total

Médicos – RJU: 304 (20 horas) e 365 (40 horas); extraquadro: 170. Auxiliar de enfermagem – RJU: 534; extraquadro: 35. Técnico em enfermagem – RJU: 531; extraquadro: 235. Enfermeiro – RJU: 391; extraquadro: 71. Assistente e auxiliar de administração – RJU: 344; extraquadro: 241. Classe – De um total de 1.058 extraquadro, 97 são da classe C, 562 da classe D e 399 da classe E. Desse total, 34 profissionais dos cargos de classe D e C serão repostos com nomeação imediata; para 523 haverá solicitação de novas vagas pelo RJU para nomeação e 501 serão contratados temporariamente.


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Evolução do financiamento As principais fontes de receita das unidades de saúde da UFRJ são o Fundo Nacional de Saúde (FNS) e o Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf).

Os recursos do FNS estão relacionados aos serviços que o hospital presta. “Isso envolve um tema da maior complexidade, que é a contratualização (contrato dos hospitais da UFRJ com o SUS).

Nós temos ido sistematicamente a Brasília, ao município (do Rio) e ao estado (do Rio) conversar sobre a necessidade de melhorar a contratualização para permitir o aperfeiçoamento da natureza

universitária das nossas unidades assistenciais”, informou o reitor. Outro ponto de discrepância, segundo a Reitoria, é em relação aos valores do Rehuf (cuja divisão entre os hospitais segue crité-

rios pouco conhecidos). A pauta acerca de matriz de distribuição de recursos às unidades de saúde das Ifes foi levada pela UFRJ à Associação Nacional de Dirigentes das Ifes (Andifes).

Quadro evidencia discrepância Num quadro comparativo entre as portarias do Rehuf com valores para os HUs em 2016, divididos pelo número de leitos, evidencia-se a discrepância.

Ifes /HUs UFRJ Unifesp UFMG UFMA Ufes Unb

Fotos: Renan Silva

Leitos Valor por leito 640 R$ 27.982,82 860 R$ 20.751,62 494 R$ 29.163,75 591 R$ 40.241,45 266 R$ 45.985,47 250 R$ 57.356,39

Queda – Na evolução do orçamento para as unidades de saúde da UFRJ, o HU recebeu, em 2012, R$ 71,940 milhões do FNS e R$ 12,281 milhões do MEC. Em 2016, esses valores caíram, respectivamente, para R$ 50,607 milhões e R$ 2,866 milhões.

Custo das demais unidades em 2016 Maternidade Escola

Hesfa

IPPMG

Instituto de Ginecologia

Ipub

INDC

R$ 11,140 milhões do FNS e R$ 1,823 milhão do MEC. R$ 7,527 milhões do FNS e R$ 1,482 milhão do MEC. R$ 5,804 milhões do FNS e R$ 1,242 milhão do MEC.

Custo dos extraquadro Em 2016, o gasto com extraquadro nas unidades de saúde da UFRJ foi de R$ 30,67 milhões (em 2012 foi de R$ 40,27 milhões, ano em que a UFRJ pagou 93% dessa despesa, contra 76% pagos em 2016). “Com muito custo, sacrifício e indignação, os hospitais custearam uma parte dos extraquadro”, explicou o reitor.

R$ 3,096 milhões do FNS e R$ 94 mil do MEC.

IDT

R$ 19 mil do FNS e R$ 802 mil do MEC.

R$ 926 mil do FNS e R$ 598 mil do MEC. R$ 1,178 milhão do FNS e R$ 343 mil do MEC.

Software vai integrar HUs A Reitoria apresentou o AGHUse, um sistema de informação que integra diversos setores dos hospitais: administração, assistência, planejamento acadêmico e prontuário. É um software livre de gestão de saúde, de apoio às atividades assistenciais e administrativas,

que foi desenvolvido no Hospital das Clínicas de Porto Alegre, e a versão mais recente será desenvolvida na UFRJ. “Com esta ferramenta, nós podemos integrar prontuários com a farmácia, almoxarifado, setor de compras. Ou seja, vamos ter um sistema de informações

integrado que vai permitir um planejamento de médio e longo prazos para nossos hospitais, particularmente no que diz respeito à disponibilização de prontuários para analisarmos a situação de quadro epidemiológico. Com isso, vamos poder trabalhar questões de pesquisa clínica com uma interfa-

ce poderosa com o sistema que permite consulta à literatura científica”, disse Leher. O software, que está em fase de implantação, tem a pretensão de integrar todas as unidades de saúde, porém, vai ligar, a princípio, Ipub, INDC, IPPMG, Maternidade Escola e HUCFF.

Dificuldades e potencialidades Para Roberto Leher, é imprescindível a abertura de leitos para a formação dos novos profissionais. Ele propôs uma reflexão coletiva a respeito dos desafios que envolvem o ensino, a pesquisa e a extensão “no grande

e complexo campo da saúde”. “Tivemos uma excelente apresentação de dificuldades e potencialidades de nossas unidades”, disse, lembrando que o debate a respeito do tema terá continuidade na próxima sessão do Consuni, no dia 25 de maio.

Ensino nas unidades de saúde REITOR Roberto Leher

Graduação – Envolve 11 cursos com duração média de 5 anos e entrada anual de 1.528 estudantes; a pós-graduação (residências) conta com 76 programas ativos com 583 estudantes; a pós-graduação strico sensu tem três programas ativos com 129 estudantes.

Pesquisa – Há 25 grupos de pesquisa registrados no CNPq: no HUCFF, 9; no IPPMG, 1; no Ipub, 12; na Maternidade Escola, 1; no IDT, 1; e no INDC, 1. Extensão – Há um total de 16 ações de extensão em andamento: 6 no HU, 3 no IPPMG, 5 no Ipub, 1 no IDT e 1 na Maternidade Escola.


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HUCFF precisa de investimentos e pessoal Foto: Renan Silva

Depois da Reitoria, a mais longa exposição foi a de Eduardo Côrtes, diretor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), que apresentou a produção da unidade e seus mais de 110 mil metros quadrados, o grande número de extraquadro e a falta de reposição das vacâncias (por aposentadoria, transferência, morte). E comparou o número de leitos e os recursos destinados ao HUCFF com outros hospitais universitários: “O que recebemos é muito inferior”. Côrtes iniciou a exposição apresentando números com base em 2016: Internações – 8.117 (667/mês). Consultas Ambulatoriais – 196.573. Atendimentos na Emergência – 9.806. Cirurgias (a maioria de alta complexidade) – 4.801. Alunos circulando diariamente – mais de 1.600. Pessoas em geral circulando diariamente – 6 mil. Residentes – 372. Prédio – 110.000 m2. Ele destacou que os hospitais não são unidades assistenciais: “Somos todos unidades de ensino. Todo paciente, todo exame feito envolve alunos de graduação e de pós-graduação”. Pessoal RJU – 2.209. Extraquadro – 676. Idade média dos trabalhadores – 52 anos. Pessoas aptas a se aposentarem hoje – 408. Aposentadorias não repostas (desde 2010) – 208. Déficit Segundo Côrtes, o maior déficit de pessoal está entre os trabalhadores da administração, com graves impactos em todas as áreas. E, para agravar a situação, o hospital tem recebido cerca de cinco pedidos de aposentadoria por semana. “Devolvemos recursos ao longo dos anos por falta de capacidade (na parte administrativa) de fazer projetos”, lamentou. Execução financeira Côrtes fez um breve relato da execução financeira: a gestão assumiu em janeiro de 2014 (na época o hospital tinha 200 leitos) com um total de R$ 85.878.809,11 executados, e R$ 42.312.147,32 de

EDUARDO Côrtes na apresentação no Conselho Universitário

material de consumo. Gasto que, mesmo com a inflação e com aumento dos leitos, veio caindo consideravelmente, até que em 2016 o total da execução foi de R$ 82.836.419,87 e o material de consumo ficou em R$ 30.070.387,56. Isso, segundo ele, com 40 leitos a mais, com emergência aberta e funcionando sete dias por semana. “Este enorme esforço foi porque investimos na parte administrativa, principalmente no (setor de) compras, porque aquele déficit arruinou a administração de pessoal”, disse ele, acrescentando que houve investimento em treinamento e que conseguiram reduzir o valor em compras de suprimentos e também de furtos, principalmente na farmácia. Menos favorecido De acordo com o Portal Transparência do Governo Federal – com base em levantamento feito pela geral do HU –, de 2014 para cá, dos vários hospitais federais, o HUCFF foi o que menos recebeu e gastou de recursos. O quadro comparativo de 2014 demonstra que a UFMG realizou gastos de cerca de R$ 301 milhões e o HUCFF, de R$ 60 milhões. “Eles com 560 leitos e nós com 260, embora eles lá tenham transplantes ativos, ainda assim é extremamente desproporcional”, aponta Côrtes.

Ele fez comparação também com o hospital da Ufal, com 230 leitos (e gastos, segundo demonstra o quadro, acima de R$ 150 milhões) e que não realiza “a metade da alta complexidade que fazemos”. “É realmente uma ginástica de gestão e de esforço, e quero parabenizar toda a equipe de saúde e administrativos”, afirmou o diretor, demonstrando que a situação de 2015 não mudou em 2016: “Uma constante de dificuldades que o hospital tem em relação a outros hospitais universitários.” Se compararmos outra fonte de financiamento dos HUs, que é o Rehuf, o HUCFF aparentemente vem recebendo “mais que todo mundo”, mas o diretor aponta que ainda assim não é em uma proporção muito correta: “Resolvemos calcular por número de leitos, e o HU (entre os que recebem menos) só perde para o Ipub”. Segundo o gráfico mostrado na apresentação no Consuni, o IDT recebe pouco menos de R$ 30 mil por leito, o Instituto de Ginecologia pouco mais de R$ 10 mil e o HUCFF menos que R$ 5 mil, acima apenas do Ipub e do INDC. Produção O diretor explica que ainda assim o HUCFF ultrapassou metas estabelecidas e contratualizadas com o Sistema Único de Saúde (SUS).

Entre os indicadores de produção hospitalar, a meta de atendimentos de urgência em 2016 era de 673 atendimentos/mês, mas na grande maioria dos meses ficou acima disso, entre 800 e 1.000 atendimentos. A meta de internações era de 631/mês, mas a média ficou entre 660 e 750 na maioria dos meses. “Precisamos de investimentos” “Essa é a nossa realidade. A nossa situação frente a este quadro de dificuldades financeiras, e a tentativa de resposta da gestão ainda é muito ruim. Nós temos 260 leitos, mas temos capacidade de ter 320 leitos. Temos 21 leitos de CTI prontos, reformados, sem pessoal. Nossos alunos estão sendo extremamente prejudicados, porque este é um hospital geral de alta complexidade que tem o maior número de alunos na área de saúde. Temos feito reuniões com todos os setores do hospital para discutir nosso futuro. Não podemos mais continuar do jeito que estamos”, garante Côrtes. Segundo ele, há investimentos sendo feitos no prédio absolutamente necessários, obras que estão sendo cobradas pela Anvisa, pelo Ministério Público Federal e pela Controladoria Geral da União. “O hospital não fez investimentos nos seus 40 anos de existência no sistema elétrico, hidráulico, no

Centro Cirúrgico, nas enfermarias etc. Somos o único hospital da UFRJ que foi (parcialmente, a ala D) implodido, que tinha mais de 500 leitos e perdeu mais da metade. Somos, provavelmente, o pior hospital universitário federal do país, porque foi o único que reduziu sua capacidade pela metade. Temos 200 alunos e estamos oferecendo, por falta de hospitais, um curso que, se antes estava entre os dois primeiros do país, hoje vemos as pessoas optarem por outras universidades federais. Não é um discurso pessimista, é realista”, ponderou o diretor. “Precisamos mudar” O diretor fez questão de destacar que o HUCFF tem uma das melhores equipes de profissionais de saúde do país. “Mas temos também uma capenguice administrativa enorme, com baixíssima capacidade de resposta, e isso precisa ser revisto”, declarou, explicando que o hospital não é feito apenas de profissionais de saúde. “Uma das razões para que chegássemos a este ponto foi justamente a falta de pessoas na área administrativa. Perdemos recursos e não fomos capazes de melhorar a gestão antes. Eu diria que nem foi culpa dos diretores. Foi culpa de toda equipe. Eu diria que precisamos mudar. Essa é a mensagem que a gente queria (deixar). Precisamos mudar”, concluiu.


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Instituto do Coração Edson Saad (Ices)

A

NELSON Souza e Silva

pós assistir à apresentação dos colegas gestores, o diretor do Instituto do Coração Edson Saad, Nelson Souza e Silva, concluiu que a única saída para as unidades de saúde da universidade é uni-las, “para termos força para brigarmos por recursos adequados”. E lembrou que a UFRJ tem o maior parque de hospitais de ensino do Brasil: “Temos a potencialidade de oferecer mil leitos à população”. Segundo Nelson, a universidade “tem potencialidade de oferecer mil leitos à população”, mas, para que isso ocorra, “é fundamental que todos cerrem esforços para que se reverta a perversa situação orçamentária que penaliza a qualidade dos hospitais”, e ilustrou sua afirmação destacando a excelência do Ices: “residentes de cardiologia ganharam recen-

temente taça de melhores do Estado do Rio”. Inovação O instituto, disse o diretor, talvez tenha sido o primeiro a ser criado (em 2004) com uma lógica diferente, isto é, como unidade intra-hospitalar, reunindo não apenas especialistas em cardiologia, mas também diversas áreas em torno de doenças cardíacas. A unidade funciona no 7º e no 8º andar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). “Procuramos construir uma estrutura de ensino e pesquisa dentro do instituto, que é o Programa de Pós-Graduação em Cardiologia em conjunto com a Faculdade de Medicina. Em 2016, foram feitas 16 defesas de dissertação de mestrado e 16 teses de dou-

torado. Há em atividade 13 pesquisadores, nove alunos de pós-graduação, um residente e cinco alunos de graduação”, disse Nelson. A estrutura do Ices abriga o Núcleo Interinstitucional de Avaliação Tecnológica em Saúde, o Núcleo de Telemedicina, o Laboratório de Análise de Grandes Bancos de Dados e Estudos Epidemiológicos, entre outros programas. Porém, o instituto sobrevive em meio a muitas dificuldades, tais como: falta de espaço no 8º andar que ocupa no HUCFF, de pessoal, de unidade gestora executiva, de cooperação institucional com o HUCFF e com outras unidades do Complexo Hospitalar e de laboratórios para pesquisas básicas, como cirurgia experimental, fisiologia do exercício e reabilitação cardiovascular.

Pesquisa reveladora O diretor demonstrou, com pesquisas desenvolvidas na pós-graduação no Ices importância da universidade para a sociedade. Uma delas, de 2015, combina dados sobre a mortalidade por doenças cardiovasculares no Rio de Janeiro com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de regiões do município. O estudo revela que a incidência de doenças cardiovasculares é 10 vezes maior – e as pessoas morrem 10 anos mais cedo devido ao problema – em Campo Grande e Santa Cruz (que tem o menor IDH do Rio) do que na Gávea (o maior IDH). “Vale a universidade mostrar que qualquer medida que leve à desigualdade social (como as medidas econômicas propostas pelo governo que aumentam o desemprego) mata gente”, aponta o diretor.

Instituto de Psiquiatria (Ipub)

A

diretora Maria Tavares optou por uma apresentação quase sem números e ilustrou com imagens as atividades do instituto, numa homenagem aos funcionários, alunos e pacientes. Como as outras unidades de saúde, o Ipub enfrenta deficiência de pessoal, e serviços são afetados por falta de profissionais, como o Centro de Atenção Psicossocial. Nos últimos anos, o número de extraquadro passou de 198 para 48, e também houve baixa de trabalhadores concursados. “Perdemos mais de 150 servidores do RJU”, contabiliza a diretora. Apesar das dificuldades, ela apresenta um quadro de avanços na área acadêmica. Novos cursos “Criamos a residência multiprofissional, passando de 14 para 55 residentes”, informou Tavares, relacionando ainda a criação do mestrado profissional em atenção psicossocial, atualmente na segunda turma, com 45 alunos. “Temos mais de sete cursos de especialização, pós-graduação stricto sensu, mestrado, doutorado e projetos de pesquisa, além de núcleos de

excelência em pesquisas no campo da saúde mental e psiquiatria, apesar de todas estas perdas de profissionais”, enumera a diretora. “Além disso, várias atividades acontecem no Hospital-Dia. Tudo isso é formação, pesquisa e assistência integrada”, acrescenta Tavares, argumentando que, quando se referem às unidades de saúde como assistenciais, deveriam dizer unidades de formação. Atendimento ao público O Ipub conta com duas enfermarias (masculina e feminina), num total de 106 leitos, hospital-dia de adultos, ambulatório infantil e Centro de Atenção Psicossocial Infantil, ambulatório geral de adultos, Centro de Psicogeriatria, Programa de Álcool e Drogas, além de desenvolver várias pesquisas. Tavares falou também das atividades desenvolvidas com os usuários, como o ateliê de artes, o grupo Cancioneiros do Ipub, a ida ao Teatro Municipal com pacientes internados e o bloco de carnaval “Tá pirando, pirado, pirou”. O instituto é um dos poucos no Brasil que tem atendimen-

Fotos: Renan Silva

to ambulatorial e hospital-dia para pacientes com demência, fez questão de destacar a diretora. E tem mais: o Ipub foi pioneiro em oferecer tratamento especializado para a terceira idade, como a Psicogeriatria, e até criou um curso de especialização na área. Tudo isso porque a gestora e sua equipe estão antenadas no rápido envelhecimento da população brasileira e na dificuldade de acompanhamento desse processo pelo serviço público. Fazendo milagres Com recursos do Rehuf, Tavares construiu um novo módulo para repouso da enfermagem e outras instalações. Ela ainda mostrou fotos de ambientes recém-recuperados, entre os quais um prédio onde moram 45 residentes, a biblioteca, enfermaria masculina, enfermaria clínica e auditório. No canal do Ipub no Youtube há vídeos sobre a unidade. A diretora apresentou um em que a bibliotecária Cátia Mathias conta a história do instituto. O Ipub teve origem no pavilhão de observações clínicas do Hospício de Alienados, criado em 1894 e que ocupava todo o campus da Praia Vermelha.

MARIA Tavares


Jornal do Sintufrj – Encarte Especial HUs – No 1202 – 22 a 28 de maio de 2017 – www.sintufrj.org.br – sintufrj@sintufrj.org.br – 7

ESPECIAL HU S/UFRJ

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) “A missão da unidade é o desenvolvimento de ensino, pesquisa e extensão articulado com a assistência especializada à criança, com o objetivo de que a unidade esteja entre as melhores instituições de cuidados de crianças e adolescentes no Brasil”, resumiu o diretor do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), Bruno Leite. Ele destacou o empenho da equipe da unidade, ressaltando que, mesmo com todas as dificuldades, “trabalha com um sorriso no rosto, tornando o instituto um espaço diferenciado. O instituto oferece 30 especialidades, realiza 300 consultas por dia e tem residência multidisciplinar, especialização médica e mestrado. Pessoal São 540 funcionários contra-

tados pelo RJU, e extraquadro e terceirizados somam 134. Todos os anestesiologistas são extraquadro. Num quadro de movimentação de servidores, de 2011 a 2016 entraram 180 e saíram 163. Segundo o diretor, com apoio da política de reconstrução de recursos humanos da Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) foi possível recuperar enfermarias e reabrir a emergência. Hoje há uma enfermaria com 54 leitos, duas enfermarias de lactantes com 16 leitos, duas enfermarias pré-escolar e escolar com 16 leitos, uma enfermaria cirúrgica com oito leitos e uma enfermaria de hematologia com seis leitos. Atendimento A emergência está aberta 24 horas, e oferece 12 leitos. A UTI

conta com seis leitos pediátricos e quatro neonatais cirúrgicos, mas a direção pretende que se tornem 10 leitos pediátricos. Com emendas parlamentares, a unidade instalou o Centro de Tratamento Intensivo, que, segundo Bruno Leite, não deixa nada a dever ao de grandes hospitais particulares. Mas o ambulatório necessita de obras, há enfermarias precisando serem adequadas aos padrões da vigilância sanitária e uma enfermaria com oito leitos encontra-se fechada por falta de pessoal. Ele faz questão de registrar que a unidade acompanha 46 crianças com leucemia e que o índice de cura da doença está em torno de 80%, padrão considerado europeu. E destacou, ainda, a presteza da unidade, desde o início dos cuidados desses casos.

Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (ex-Hesfa) O diretor do Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (ex-Hesfa), Roberto Leal, iniciou sua exposição valorizando a história que envolve a unidade. Em 1879 o prédio foi inaugurado como asilo de mendigos e somente em 1922 passou a Hospital-Geral São Francisco de Assis. Em 1945 a unidade foi transferida para a Universidade do Brasil como Hospital Escola, sendo desativada em 1978. Mas, em 1988, por motivo de calamidade pública decretada na época das grandes enchentes, o hospital foi reativado pelo reitor da UFRJ Horácio Macedo. E vários programas, como o Centro de Testagem Anônima de Aids, passaram a ser executados ali. Dificuldades O prédio foi tombado em 1983, e em 2001, por apresentar muitos problemas estruturais, a direção foi obrigada a suspender as internações, permanecendo apenas com as atividades ambulatoriais e algumas atividades de baixa, média e alta complexidade. Em 2013, o hospital passou a ser instituto, e atualmente oferece vários serviços pactuados com a Prefeitura do Rio. A missão do ex-Hesfa é realizar assistência integral à saúde atendendo à formação, capacitação e qualificação de profissionais. Os problemas estruturais estão

ROBERTO Leal

sendo aos poucos resolvidos com recursos do BNDES e de emendas parlamentares. O telhado e a fachada do prédio, por exemplo, estão sendo recuperados. Mesmo em obras, o hospital continua atendendo o público. A unidade convive com outros problemas, e um deles é falta de profissionais. “Temos um problema de pessoal sério. No setor de compras, temos apenas uma pessoa para fazer pregões”, contou Leal. Por conta disso, o hospital foi obrigado a devolver recursos aos cofres públicos, porque não conseguiu utilizá-los dentro do exercício. O que o diretor lamenta profundamente. “Nosso quadro de pessoal vive uma situação muito delicada, inclusive nas

áreas de enfermagem e de fisioterapia”, acrescenta. No momento, o diretor está empenhado em melhorar as condições financeiras da contratualização com a Secretaria municipal de Saúde. Atividades acadêmicas A unidade recebe cerca de 80 alunos por semestre, a maioria da Escola de Enfermagem Anna Nery, mas também dos cursos de Fisioterapia e Medicina, entre outros. Em parceria com a Faculdade de Medicina, oferece mestrado profissional em atenção primária à saúde, com 28 alunos, e estágio curricular e treinamento profissional. Em 2016, desenvolveu 16 projetos de pesquisa, e em 2017, nove.

Fotos: Renan Silva

BRUNO Leite

Instituto de Neurologia (INDC) O maior problema do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC) é a falta de pessoal, afirmou o diretor José Luiz de Sá Cavalcanti. Especializado e de porte médio, a unidade atende a doenças neurológicas crônicas, como Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), demência, Parkinson, esclerose múltipla, epilepsia de difícil controle, entre outras, realizando diagnóstico, tratamento e reabilitação. Apesar da sua especialização, desde 1981 o instituto não recebe professores de neurologia, embora conte com profissionais de outras áreas, entre as quais Fisioterapia e Fonoaudiologia, oferecendo ao doente tratamento diversificado. “As doenças crônicas degenerativas têm que ser vistas num sentido mais eclético para que se possa, no futuro, olhar para o paciente como se ele estivesse em uma fase com possibilidades de melhorar mais à frente”, diz o diretor, apontando a possibilidade de conexões com outras unidades do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Estrutura A unidade tem possibilidade de oferecer 42 leitos. Mas muitos estão desativados, porque não atendiam às normas da Vigilância Sanitária. No momento, o INDC conta com 12 leitos já adequados às normas e 22 em adequação. Ao todo, 108 servidores estão lotados no instituto, sendo que 19 tem mais de 30 anos de serviço, podendo se aposentar a qualquer hora, e 36 recebem abono-permanência. “Temos só funcionários do quadro;

JOSÉ Luiz de Sá Cavalcanti

nunca tivemos extraquadro. Porém, tivemos que fechar centros cirúrgicos e enfermarias por falta de profissionais”, disse o diretor. No quadro, há 21 médicos, dos quais 11 neurologistas e 10 de outras especialidades. Entre os médicos, 10 têm possibilidade de aposentadoria imediata. Na área de enfermagem, há 39 profissionais: 17 auxiliares, 12 técnicos e 10 enfermeiros. Nesse grupo, 20 podem se aposentar a qualquer momento. O diretor conclui apontando que o INDC pode ser importante na rede como referência no atendimento de doenças neurológicas crônicas e pode tornar-se referência como unidade voltada à reabilitação. A estrutura da unidade melhorou nos últimos anos, mas necessita de pessoal, o que está, segundo o diretor, entre as necessidades emergenciais, assim como a expansão do número de leitos para programas específicos.


ESPECIAL HU S/UFRJ

Instituto de Doenças do Tórax (IDT) A unidade foi inaugurada em 1957 como Instituto de Tisiologia e Pneumologia e ficava no bairro do Caju. Em 1996 foi transformada em Instituto de Doenças do Tórax (IDT), e somente em 2000 passou a funcionar nas dependências do HUCFF. Desde 2009, o IDT conta também com o prédio do Ambulatório Newton Bethlem, que fica próximo ao HUCFF e tem cerca de três mil metros quadrados de área construída, e abriga cinco salas de ambulatório, uma farmácia e uma sala de telemedicina. Unidade de pequeno porte De acordo com a diretora Fernanda Carvalho, desde 2014 o IDT é classificado como hospital de pequeno porte, e considerado pela rede pública referência no tratamento de doenças do tórax. Atuam na unidade 11 docentes e 136 técnicos-administrativos. Os serviços de limpeza, vigilância e processamento de dados são terceirizados. Desde 2013 não trabalha com extraquadro. A unidade dispõe de 22 leitos, 26 salas de ambulatório compartilhadas, laboratório de microbactérias, Núcleo de Controle do Tabagismo em parceria com o HUCFF (que é referência nacional), Programa de Controle de Tuberculose e Unidade de Pesquisa Clínica.

FERNANDA Carvalho

Em 2016, a unidade realizou 11.120 consultas ambulatoriais, 302 internações, 200 cirurgias torácicas e alguns milhares de exames. Atividades acadêmicas – No ano passado, o IDT teve 80 alunos de graduação atuando nas enfermarias, 60 nos ambulatórios e três alunos de residência médica. Foram realizadas no instituto quatro defesas de dissertação de mestrado e quatro teses de doutorado. A unidade oferece o curso de extensão Tratamento e Prevenção do Tabagismo, com 96 alunos. Orçamento – Com recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e do Rehuf – num total de R$ 2.530.537 em 2016 –, a direção realizou reparos nos setores de assistência e exames, adquiriu equipamentos e contribuiu para a obra do contraventamento do HUCFF (fechamento estrutural da face do prédio que estava exposta). Com a recuperação física, a unidade conseguiu aumentar o número de vagas para procedimentos e consultas. Desafios – O principal, segundo a diretora, é resolver o problema de falta de pessoal. Ela disse que os profissionais da unidade estão envelhecendo, e com a proximidade da aposentadoria será preciso em pouco tempo renovar o quadro.

Instituto de Ginecologia Em setembro, o Instituto de Ginecologia completa 70 anos. Localizado na Rua Moncorvo Filho, 90, no Centro do Rio, é considerado uma unidade de saúde de pequeno porte, cuja missão, além do atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS), é atuar no ensino de graduação e na capacitação de especialistas. O diretor Gutemberg Almeida Filho disse que a última contratualização com o SUS foi muito nociva para a unidade: o valor prefixado mensal caiu de R$ 85 mil para R$ 44 mil. Essa contratualização vence em 24 meses, e ele espera refazê-la em melhores bases. Unidade de referência O instituto funciona com 29 salas de ambulatório e três de cirurgia, 12 leitos para internação e seis leitos de recuperação pós-anestésica, e 11 ambulatórios especializados que são referência no estado. Em 2016 a unidade realizou mais de 22 mil consultas. Na equipe há 89 servidores, dois substitutos, 65 terceirizados (nas áreas de serviços gerais, processamento de dados, vigilância etc.), 10 extraquadro (dois enfermeiros, sete técnicos em enfermagem e um pintor), nove docentes e dois professores substitutos. Orçamento O orçamento da unidade em 2016, entre recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais

GUTEMBERG Almeida

Universitários Federais (Rehuf), foi de R$ 2,461 milhões. O gasto com consumo, serviços e investimento ficou em torno do mesmo valor, ou seja, a unidade não teve que devolver ao governo nenhum dinheiro significativo. Com recursos do Rehuf, a direção fez obras de infraestrutura nas enfermarias, banheiros, posto de enfermagem, e construiu salas para exames e curativos. Formação de profissionais – O instituto, segundo o diretor, tem importante vertente de ensino: oferece residência médica para 20 residentes e residência multidisciplinar para seis estudantes, em convênio com outras unidades da UFRJ. Mais de 500 alunos de graduação circulam na unidade, que ministra também cursos de capacitação, estágio curricular, e recebe 80 alunos por ano da Faetec. Atendimento à comunidade universitária – O convênio mantido com o Instituto do Coração da UFRJ possibilita à unidade realizar estudo do perfil epidemiológico e de redução do risco cirúrgico; já o convênio com a Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador oferece atendimento às servidoras encaminhadas à unidade; e o convênio com a Superintendência de Assistência Estudantil disponibiliza atendimento às alunas do Alojamento. Entre as perspectivas do diretor para 2017, ele cita como principais a construção de um novo almoxarifado, arquivo médico e refeitório; a criação de um hospital-dia; a ampliação do número de leitos, de cirurgias e consultas. Além, é claro, de receber mais profissionais.

Perfil das unidades de saúde Unidade Porte Perfil de atendimento Especialidade Estrutura predial HUCFF/ Ices/IDT Grande Ambulatório, internação, hospital-dia Hospital geral e serviços especializados Vertical IPPMG Pequeno Ambulatório, internação, emergência Hospital geral pediátrico e especialidades Vertical Hesfa Pequeno Ambulatório e unidade de testagem HIV/Aids Atenção básica Horizontal Ginecologia Pequeno Ambulatório, internação Ginecologia e especialidade Horizontal Maternidade Escola Pequeno Ambulatório, internação Obstetrícia Vertical Ipub Médio Ambulatório, internação, hospital-dia Psiquiatria Horizontal Neurologia Pequeno Ambulatório, internação Neurologia Vertical

WebTV UFRJ registrou apresentações A sessão do Consuni do dia 11 de maio, com a exposição feita pela Reitoria e pelos diretores das unidades de saúde, foi exibida pela WebTV UFRJ e a íntegra pode ser acessada na página https://youtu.be/1MqKPdnUBi0


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