Informativo do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba # 231 | novembro 2016 | Gestão "Novos Rumos¨ |
Construção da greve geral avança no Brasil contra PEC do Congelamento e retirada de direitos Magistério vai atrasar entrada no dia 11 e paralisar as aulas dia 25 de novembro págs. 4 e 5
Negociação
Direito de greve
Resistência
Prefeitura não negocia critérios de avanços do pág. 3 novo Plano
Supremo ataca direito dos servidores e autoriza pág. 6 descontos
Secundaristas protagonizam maior onda de ocupações pág. 8 do mundo
2
| # 231 | novembro 2016
EDITORIAL
prestaÇÃo de contas
União e resistência para a construção da Greve Geral SISMMAC
Agosto/2016 SALDO DO MÊS DE JULHO/ 2016 SALDO BANCÁRIO CAIXA INTERNO SALDO POUPANÇA FUNDO DE GREVE APLICAÇÃO PARA COMPRA DA SEDE SALDO ATUAL
CEI José Lamartine 550,00 Trabalhadores Salários e aux. transporte e alimentação 38.016,76 Assistência médica 7.599,18 Cursos especialização 375,00 Plano odontológico 585,49 Seguro de vida 237,33 Contribuição Sindical 109,02 Jurídico Gastos Processuais 1.158,59 Sede Material de consumo/limpeza/conservação 1.350,40 Material de escritório 3.603,75 Manutenção e reparos 4.571,70 Aluguel/IPTU 10.298,54 Comunicação Jornal/cartazes/folders 5.338,50 Diagramação/arte final 6.250,00 Publicação de editais 140,00 Telefone VIVO 412,39 TIM 1.594,89 Copel telecomunicações/internet 369,90 Transporte Transporte ativ. sindicais (sindicalizados) 574,02 Veículos Combustível 1.861,65 Desgaste/combustível 42,45 Estacionamento 1.384,79 Estar 102,00 Manutenção 440,00 Seguro veículos 1.390,55 IPVA/Taxas DETRAN 362,48 Tarifas Bancárias 160,33 Apoio a outros movimentos* Sindagua - DF 5.000,00 Coletivo Outros Outubros Virão 1.000,00 Eleições Sindicatos Metalúrgicos de Limeira - Chapa 1 621,05 Jornais oposições Florianópolis 2.000,00 Aplicações (investimentos) Aplicação para compra da sede 22.500,00 Fundo de greve 37.642,58 TOTAL DESPESAS 263.796,10
246.734,19 1.635,97 52.725,95 832.597,88 980.500,00 2.114.193,99
DEMONSTRATIVO DE RECEITAS DE AGOSTO DE 2016 Mensalidades Associados 280.383,00 Rateio eventos conjuntos sindicatos 470,70 TOTAL RECEITA 280.853,70
SALDO ATUAL SALDO BANCÁRIO CAIXA INTERNO SALDO POUPANÇA FUNDO DE GREVE APLICAÇÃO PARA COMPRA DA SEDE SALDO ATUAL
263.230,99 2.196,77 53.124,44 676.213,48 1.003.000,00 2.197.765,68
* O apoio a outros movimentos faz parte da política aprovada no último Congresso do SISMMAC. A contribuição mensal de 6,2%, que antes era destinada à CUT, passou a ser utilizada como apoio financeiro para movimentos que atuam de acordo com os princípios da organização por local de trabalho, formação política, autonomia em relação a partidos políticos e independência frente a patrões e governos.
Tabela de Vencimentos do Magistério de Curitiba - Abri/2016 (reajuste de 10,36%)
Parte Permanente - Especialização
Parte Permanente - Graduação
Parte Especial
A
Parte Permanente - Mestrado
N
os últimos meses os ataques aos direitos da classe trabalhadora avançaram. A Proposta de Emenda Constitucional 241/2016, que congela investimentos em saúde e educação pelos próximos 20 anos, foi aprovada na Câmera dos Deputados e será pauta de votação no Senado no dia 29 de novembro. A proposta de desmonte da Previdência e a Medida Provisória 746, que reformula o ensino médio, são outras duras ameaças de retrocesso. Além disso, no âmbito municipal, a Prefeitura se nega a negociar a Pauta Geral de Reivindicação do magistério. Por isso, novembro será um mês muito importante para intensificar a pressão da categoria e barrar o avanço desses ataques! Os estudantes secundaristas protagonizaram a maior onda de ocupações do mundo contra a MP 746 e deram uma aula de resistência e mobilização. A página 8 desta edição mostra mais detalhes sobre as ocupações nas escolas e o histórico de lutas do movimento estudantil no Brasil. A classe trabalhadora pode seguir o exemplo dos estudantes e unificar a luta contra todas as medidas que ameaçam os direitos dos trabalhadores. Nas páginas 4 e 5 desta edição você confere o calendário que envolve uma sequência de atos e paralisações nos locais de trabalho rumo à construção da necessária Greve Geral. A ação foi aprovada na assembleia do dia 3 novembro, assim como outras pautas que você pode verificar nas páginas centrais do nosso jornal. Os professores das universidades estaduais do Paraná entraram em greve por tempo indeterminado no dia 10 de outubro contra os ataques do governo estadual. Os docentes das universidades deram o pontapé inicial para a construção da Greve Geral e não vão aceitar que o governo coloque a conta da crise nas costas dos trabalhadores. Confira mais informações na sessão “Giro pela Educação” na página 6. Nossos aposentados e aposentadas também tiveram um papel importante na conscientização da categoria em relação aos duros ataques que os trabalhadores sofreram durante o ano. Os encontros e seminários abriram espaço para discussão de temas importantes como o desmonte da Previdência e ataques à educação pública. E para encerrar os encontros do Coletivo em 2016 com chave de ouro, o Sindicato organizou uma viagem de confraternização para Lapa. Informe-se na página 7! O momento crítico no qual nos encontramos exige resistência! Somente por meio da união será possível avançar na mobilização e impedir os ataques. Juntos somos mais fortes!
Parte Permanente - Doutorado
Conselho de Representantes do magistério apoia a ocupação dos secundaristas contra a Medida Provisória 746
DEMONSTRATIVO DE DESPESAS DE AGOSTO DE 2016 Informática Hospedagem/site/internet 643,00 Internet/Onda 19,82 Aquisições Móveis e utensílios 3.194,91 Computador 1.551,69 Aparelho telefone celular 3.538,98 Monitor para computador 1.124,00 Assessorias e Serviços Dieese 808,82 Honorários Advocatícios 5.892,97 Contabilidade 1.160,67 Fotocópias e autenticações 11,70 Locação copiadora 550,00 Empresa de segurança 116,71 Assinaturas 55,10 Auxílios Diretoria/alimentação 2.691,00 Bolsa/estagiário 1.104,54 Diretoria/transporte 1.398,60 Transporte/serviços internos 18,50 Transporte/estagiário 179,40 Correio 5.764,35 Energia Elétrica/COPEL 849,16 Encargos 24.218,67 Contribuicao estatutária 10.654,55 Sanepar 226,11 Alimentação para eventos 914,94 Eventos Reuniões específicas 287,44 Coletivo dos Aposentados 990,16 Paralisações/atos 100,00 Cursos internos 1.500,00 Conselho de Representantes 1.944,75 Campanha de Lutas 12.904,00 Cursos externos 213,00 Baile do Professor 7.096,00 Caravana a Brasília contra o PL257/BR 14.538,32
B
C
D
E
F
G
H
I
100
1.265,48
1.300,91
1.337,33
1.374,78
1.413,27
1.452,85
1.493,53
1.535,34
1.578,33
101
1.622,53
1.667,96
1.714,66
1.762,67
1.812,03
1.862,76
1.914,92
1.968,54
2.023,66
102
2.080,32
2.138,57
2.198,45
2.260,00
2.323,28
2.388,34
2.455,21
2.523,96
2.594,63
103-PME
2.667,28
2.741,96
2.818,74
2.897,66
2.978,79
3.062,20
3.147,94
3.236,08
3.326,69
104-PME
4.265,31
3.419,84
3.515,60
3.614,03
3.715,23
3.819,25
3.926,19
4.036,13
4.149,14
103
--
--
--
--
--
--
--
--
--
104
--
1.918,15
1.971,85
2.027,07
2.083,82
2.142,17
2.202,15
2.263,81
2.327,20
105
2.392,36
2.459,35
2.528,21
2.599,00
2.671,77
2.746,58
2.823,48
2.902,54
2.983,81
106
3.067,36
3.153,24
3.241,53
3.332,30
3.425,60
3.521,52
3.620,12
3.721,48
3.825,69
107-PMI
3.932,81
4.042,92
4.156,13
4.272,50
4.392,13
4.515,11
4.641,53
4.771,49
4.905,09
108-PMI
5.042,44
5.183,63
5.328,77
5.477,97
5.631,36
5.789,03
5.951,13
6.117,76
6.289,05
109-PMI
6.465,15
6.646,17
6.832,27
7.023,57
7.220,23
7.422,40
7.630,22
7.843,87
8.063,50
110-PMI
8.289,27
8.521,37
8.759,97
9.005,25
9.257,40
9.516,61
9.783,07
10.057,00
10.338,59
107
1.673,59
1.720,45
1.768,62
1.818,14
1.869,05
1.921,38
1.975,18
2.030,49
2.087,34
108
2.145,79
2.205,87
2.267,63
2.331,13
2.396,40
2.463,50
2.532,47
2.603,38
2.676,28
109
2.751,21
2.828,25
2.907,44
2.988,85
3.072,54
3.158,57
3.247,01
3.337,92
3.431,38
110
3.527,46
3.626,23
3.727,77
3.832,14
3.939,44
4.049,75
4.163,14
4.279,71
4.399,54
111-PMII
4.522,73
4.649,36
4.779,55
4.913,37
5.050,95
5.192,38
5.337,76
5.487,22
5.640,86
112-PMII
5.798,81
5.961,17
6.128,08
6.299,67
6.476,06
6.657,39
6.843,80
7.035,43
7.232,42
113-PMII
7.434,92
7.643,10
7.857,11
8.077,11
8.303,27
8.535,76
8.774,76
9.020,45
9.273,03
114-PMII
9.532,67
9.799,59
10.073,97
10.356,05
10.646,01
10.944,10
11.250,54
11.565,55
11.889,39
111
1.924,62
1.978,51
2.033,91
2.090,86
2.149,40
2.209,59
2.271,46
2.335,06
2.400,44
112
2.467,65
2.536,75
2.607,77
2.680,79
2.755,85
2.833,02
2.912,34
2.993,89
3.077,72
113
3.163,89
3.252,48
3.343,55
3.437,17
3.533,41
3.632,35
3.734,05
3.838,61
3.946,09
114
4.056,58
4.170,16
4.286,93
4.406,96
4.530,36
4.657,21
4.787,61
4.921,66
5.059,47
115-PMIII
5.201,13
5.346,76
5.496,47
5.650,37
5.808,58
5.971,22
6.138,42
6.310,29
6.486,98
116-PMIII
6.668,62
6.855,34
7.047,29
7.244,61
7.447,46
7.655,99
7.870,36
8.090,73
8.317,27
117-PMIII
8.550,15
8.789,56
9.035,67
9.288,66
9.548,75
9.816,11
10.090,96
10.373,51
10.663,97
118-PMIII
10.962,56
11.269,51
11.585,06
11.909,44
12.242,90
12.585,70
12.938,10
13.300,37
13.672,78
500
2.213,32
2.275,30
2.339,01
2.404,50
2.471,82
2.541,04
2.612,18
2.685,33
2.760,51
501
2.837,81
2.917,27
2.998,95
3.082,92
3.169,24
3.257,98
3.349,21
3.442,98
3.539,39
502
3.638,49
3.740,37
3.845,10
3.952,76
4.063,44
4.177,21
4.294,18
4.414,41
4.538,02
503
4.665,08
4.795,70
4.929,98
5.068,02
5.209,93
5.355,81
5.505,77
5.659,93
5.818,41
504
5.981,32
6.148,80
6.320,97
6.497,95
6.679,90
6.866,93
7.059,21
7.256,87
7.460,06
505
7.668,94
7.883,67
8.104,41
8.331,34
8.564,61
8.804,42
9.050,95
9.304,37
9.564,90
506
9.832,71
10.108,03
10.391,05
10.682,00
10.981,10
11.288,57
11.604,65
11.929,58
12.263,61
507
12.606,99
12.959,99
13.322,87
13.695,91
14.079,39
14.473,61
14.878,88
15.295,48
15.723,76
expediente Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba Rua Nunes Machado, 1577, Rebouças – Curitiba/PR, CEP. 80.220-070 Fone/Fax.: (41) 3225-6729 | Gestão “Novos Rumos” (2014-2017) www.sismmac.org.br | Direção liberada: Adriano Vieira, Andressa Fochesatto, Francielly Costa, Gabriel Conte, Mariana Navarro, Raquel Soares, Siomara Kulicheski, Viviane Bastos Pampu, Wagner Argenton. Direção que permanece nas escolas: Carine Costa, Danielle Kristine Menezes Faria, Dulce Chaves, Gabriela Dallago, Geny Maria Dallago, João Antonio Rufato, Julia Bueno, Luana Crestani, Luiz Jose Vernizi, Karla Ferri, Marco Antonio Barbosa Mafra, Pedro de Alcântara, Rafael Alencar Furtado, Rosana Almeida, Rosane Lisian Vasconcellos, Samara da Rosa Costa, Suyan Ayala, Wagner Batista, Vanessa Schivinski Mamoré. Equipe de Comunicação: Thaíse Mendonça (DRT 8696/PR), Dalane Santos (DRT 10051/PR) e Júlia Trindade Projeto gráfico, ilustração e diagramação: Ctrl S Comunicação | Simon Taylor (www.ctrlscomunicacao.com.br)
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novembro 2016 | # 231 |
Reivindicações
Negociação da Pauta de Reivindicações do magistério não avança Prefeitura se nega a negociar as faltas da greve de 2014 e os critérios para os avanços do novo Plano de Carreira
Retirada das faltas
A administração municipal não cedeu e não será este ano que as faltas da greve de agosto de 2014 serão retiradas da ficha funcional dos profissionais do magistério. Caberá a nós pressionarmos o novo prefeito para retirar a anotação da falta.
A
direção do SISMAC cobrou a Prefeitura sistematicamente para que a Pauta de Reivindicações do magistério fosse negociada. Entretanto, a gestão do prefeito Gustavo Fruet dá a entender que vai encerrar o mandato sem nem ao menos dar uma resposta para todos os pontos da Pauta das professoras e professores da rede. O Sindicato se reuniu com as secretarias municipais de Educação e Recursos Humanos no dia 20 de outubro para discutir a Pauta Prioritária da categoria. O documento foi entregue para a administração municipal em fevereiro deste ano, mas as negociações não avançaram muito nesses quase oito meses.
Novo Plano de Carreira
Em dezembro deste ano, devemos transitar integralmente para o novo Plano de Carreira do magistério. A direção do SISMMAC questionou a administração municipal a respeito dos prazos que constam em lei e a atual gestão afirmou que a implantação do novo Plano deverá acontecer na data prevista. A luta foi árdua ao longo dos últimos anos para que tivéssemos um Plano que de fato valorizasse o tempo de serviço das professoras e professores da rede. E, agora, é chegada a hora de sermos enquadrados na nova tabela. Mas, é preciso lembrar que os critérios para os crescimentos no novo Plano de Carreira ainda precisam ser definidos. A partir de dezembro deste ano, passam a valer as regras da Lei 14.544/2014 para todos os profissionais que aderiram ao novo Plano. De acordo com a Lei, são
possíveis três tipos de avanço: por titulação, linear e mudança de classe. Cada um desses avanços precisa ser regulamentado por decreto. E esse decreto deve ser construído por uma comissão paritária, constituída por membros da administração e do Sindicato. A formação dessa comissão juntamente com o início dos estudos para a formulação deste decreto são reivindicações que ficaram pendentes e que, até o momento, não avançaram. A direção do SISMMAC já alertou a SMRH sobre a necessidade de debater esses critérios ainda nesta gestão, para garantir a participação da mesma equipe que participou da formulação do novo Plano. Durante os estudos para formulação da Lei 14.544/2014, que aconteceram do início de 2013 até outubro de 2014, vários apontamentos foram realizados em relação aos critérios de avanço. Seria muito improdutivo deixar para realizar o debate desses pontos com a nova gestão eleita. A SMRH se comprometeu a enviar um ofício em resposta à nossa reivindicação, mas, até o fechamento desta edição do jornal Diário de Classe, não tivemos nenhum retorno. O magistério precisa ficar atento tanto à definição dos critérios para os avanços no novo Plano quanto à transição para a nova tabela. Seguimos firmes e de olho no encerramento da gestão de Fruet. Ao longo do mandato, o prefeito já mostrou que é capaz de dar o calote nos trabalhadores do município, mas juntos e mobilizados somos mais fortes!
Crescimentos da Lei 10.190/2001
O crescimento vertical e o procedimento de transição referentes ao ano de 2015 foram atrasados e os profissionais do magistério tiveram que amargar seis meses de perda financeira. Mesmo sob muito protesto por parte da categoria, o prefeito não voltou atrás. E, agora, mais uma vez, parece não estar preocupado em apresentar o cronograma para os crescimentos. Poucos professores permaneceram na Lei 10.190/01, mas não é por isso que a Prefeitura pode agir com descaso com esses profissionais. Já para a transição da parte especial para a parte permanente, a administração municipal sinalizou que deverá acontecer ainda em 2016.
O prefeito eleito de Curitiba recebeu a Pauta de Reivindicações do magistério durante a campanha eleitoral juntamente com todos os demais candidatos que concorriam ao pleito de administrador da nossa cidade. O magistério aprovará a Pauta de Reivindicações de 2017 ainda este ano. Após essa assembleia, o documento será entregue para a equipe que irá governar a nossa cidade pelos próximos quatro anos.
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Nenhum direito a menos Barrar a PEC do Congelamento (241/55) é proteger o futuro das próximas gerações
A
pós ser aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda Constitucional que congela os investimentos em serviços públicos foi encaminhada ao Senado – agora com a numeração PEC 55 – onde deve ser votada também em dois turnos. A previsão é que as votações aconteçam nas datas de 29 de novembro (1o turno) e 13 de dezembro (2o turno). A base governista e as grandes empresas de comunicação continuam mentindo descaradamente sobre esse congelamento de 20 anos nos investimentos públicos nas áreas da educação, saúde e assistência social. Mentem dizendo que educação e saúde não serão atingidos. Serão. Não mais a partir de 2017, como estava na versão original, mas a partir de 2018. Ou seja, a única mudança foi a de esperar mais um ano para congelar os investimentos nessas áreas. Nessa guerra de informação, nós temos que fazer a nossa parte e explicar para as famílias trabalhadoras de nossos estudantes que todos serão diretamente atingidos. Pois, são eles que frequentarão a escola pública nesses próximos 20 anos em que a educação será ainda mais precarizada e sucateada com menos professores e menos estrutura. Nesse processo de mobilização já realizamos duas panfletagens e diversas assembleias com pais nas escolas alertando-os para esses ataques. Agora temos que fazer mais: convocar os pais para que se somem nessa luta, para que seus filhos tenham uma escola pública cada vez melhor e não pior como prevê a PEC do Congelamento. Para isso estamos chamando um ato na Feirinha do Largo da Ordem, no dia 20 de novembro, junto a outros sindicatos. Será mais um momento de preparação para a Greve Geral do dia 25 desse mês.
NÃO À PEC DO CONGELAMENTO!
Magistério prepara paralisação para 25 de novembro e avança na construção da Greve Geral Calendário de mobilização começa no dia 11 de novembro, com atraso de 20 minutos no horário da entrada dos alunos Áreas sociais perderão bilhões em investimento com a PEC do Congelamento R$161 bilhões
Saúde
R$58
bilhões
Educação
R$125 bilhões
Assistência Social
Projeção de redução de investimentos entre os anos de 2017 e 2025 com a PEC do Congelamento (Fonte: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)
O governo quer cortar investimentos em áreas sociais para aumentar ainda mais os gastos com o pagamento de juros da DÍVIDA PÚBLICA, que já consome quase metade do Orçamento Federal.
D
crédito
ia 25 de novembro o magistério de Curitiba vai cruzar os braços e paralisar as atividades para acompanhar a movimentação nacional de construção da Greve Geral. Esse foi o indicativo aprovado na assembleia do dia 3 de novembro. Sabemos que não está fácil a construção dessa greve em todo país, principalmente por parte de centrais que há décadas deixaram de fazer as lutas de resistência. Muitos trabalhadores, inclusive em nossa categoria, ainda não despertaram para o grande ataque que políticos e seus financiadores (banqueiros e empresários) querem impor contra os nossos direitos. Por isso, na assembleia discutimos ações para esclarecer mais trabalhadoras e trabalhadores sobre esses ataques e convidá-los a se somarem nas lutas de resistência. Temos que avançar em nossa mobilização nesse mês e construir o dia 25 de novembro, junto aos nossos colegas de trabalho e às famílias que atendemos. Esse é o momento de parar todos os locais de trabalho, desde as fábricas até as escolas, para mostrar que a classe trabalhadora não aceitará que os seus direitos sejam retirados sem luta! Vamos mostrar a força da nossa união e fortalecer a resistência por nenhum direito a menos! Está na hora de afirmarmos mais uma vez: vai ter luta! Pois, só ela muda a vida.
Assembleia do dia 3 de novembro definiu calendário de mobilização e reforçou construção da GREVE GERAL em defesa de direitos
Participe das atividades do nosso calendário de construção da Greve Geral 11 de novembro Parar 20 minutos para não perder 20 anos. Atraso de 20 minutos na entrada das unidades de ensino para conversar com as mães e pais de nossos alunos sobre os motivos da greve do dia 25 e convidá-los para o ato do dia 20 desse mês. 20 de novembro Ato “Fora PEC do Congelamento” na Feirinha do Largo da Ordem. Ato em conjunto com a comunidade escolar, trabalhadores e sindicatos de outras categorias para dar visibilidade aos motivos da Greve Geral. Vamos nos reunir a partir das 10h, na Praça João Cândido, ao lado das Ruínas. 25 de novembro Greve Geral! Paralisação nacional chamada por diversas centrais para barrar os ataques aos direitos dos trabalhadores. 28 a 29 de novembro Caravana à Brasília para pressionar o Senado contra a aprovação da PEC do Congelamento. Mobilize sua escola e sua comunidade para essa resistência. Nenhum direito a menos!
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Giro pela Educação
Professores e técnicos das universidades paranaenses entram em greve por tempo indeterminado Trabalhadores paralisam atividades contra a Reforma da Previdência e a PEC do Congelamento Sinditest-PR
APP
Professores da rede estadual de ensino do Paraná fazem greve durante 15 dias contra as retiradas de direitos impostas pelo governo
Servidores técnicoadministrativos das universidades federais estão em greve desde o dia 24 de outubro
O
s trabalhadores da educação tomaram a dianteira na construção da greve geral. Muitas categorias de servidores técnicos-administrativos e professores já deflagram greve por tempo indeterminado contra os ataques do governo federal e estadual.
Docentes das universidades estaduais
Motivados tanto pelos ataques à nível nacional quanto pelo fato do governo do estado ter anunciado que pagaria apenas promoções e progressões, sem prever reposição dos salários em 2017, os professores das sete universidades estaduais do Paraná também interromperam o trabalho no dia 10 de outubro por tempo indeterminado. Os docentes das universidades do Centro-Oeste (Unicentro), do Oeste do Paraná (Unioeste), de Londrina (UEL), do Paraná (Unespar), do Norte do Paraná (Uenp), de Maringá (UEM) e de Ponta Grossa (UEPG) criticam o governo Beto Richa que está empurrando a conta da crise para as trabalhadoras e trabalhadores do estado. A pressão dos servidores públicos estaduais já começa a surtir efeito. O governa-
dor Beto Richa reabriu as negociações com as categorias em greve e o governo do estado afirmou que irá debater as questões salariais do funcionalismo público.
Rede estadual de ensino
Também motivados pelo cancelamento do reajuste de 2017 e pelos ataques impostos pelo governo federal, os trabalhadores das escolas estaduais deflagraram greve no dia 17 de outubro. Entretanto, desde o início, a direção estadual da APP-Sindicato não deu indícios de que daria o suporte necessário para a construção e manutenção da greve. Com isso, as trabalhadoras e trabalhadores das escolas estaduais encerraram a greve no dia 31 de outubro, mas mantêm o Estado de Greve. Ao longo dos 15 dias de greve, a APPSindicato se apoia na abertura das negociações com o governo estadual para encerrar o movimento paredista. É preciso saudar as trabalhadoras e trabalhadores da educação do estado do Paraná que foram contra a burocratização da luta e se colocaram em movimento contra os ataques locais e também contra a retirada de direitos proposta pelo governo federal.
Trabalhadores das universidades federais Os técnicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal da Integração Latino -Americana (Unila) e Fundação da UFPR (Funpar) entraram em greve no dia 24 de outubro. Os trabalhadores reivindicam a retirada do projeto da Reforma da Previdência, com a instituição da previdência complementar ParanáPrevidência. Eles também exigem o arquivamento da Proposta de Emenda Complementar (PEC) do Congelamento, o pagamento imediato do 1/3 de férias, que não foi pago a todos os servidores das universidades; e a retirada do projeto do governo de autonomia universitária, que ocorreu sem diálogo com o conjunto da categoria. No dia 19 de outubro, os docentes da UFPR também aprovaram indicativo de greve. Agora, é preciso dar continuidade ao movimento! O pontapé inicial da Greve Geral já foi dado. Vamos nos somar a essa luta e lutar pela manutenção de direitos duramente conquistados!
Além dos muros da escola Direito de greve
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Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os governos nos âmbitos municipal, estadual e federal poderão cortar os salários dos servidores públicos que fizerem greve. A decisão ataca diretamente o direito constitucional do funcionalismo
público, que é o direito de greve. Mais uma vez, a Justiça mostra que tem lado e, na maioria das vezes, não é o lado dos trabalhadores. De acordo com o STF, as negociações entre grevistas e administração pública podem acordar o pagamento dos dias parados mediante reposição do trabalho.
Para além disso, se ficar comprovado que a greve foi motivada por alguma ação ilegal por parte da administração municipal não poderá haver desconto dos dias de greve. Essa é só mais uma tentativa de desarticular a construção da Greve Geral! Vamos enfrentar mais este ataque, juntos somos mais fortes!
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APOSENTADOS
Coletivo de Aposentados realiza confraternização de final de ano
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ara encerrar as atividades de 2016, o Coletivo de Aposentados do SISMMAC vai realizar uma viagem de confraternização para Lapa, no dia 24 de novembro. O grupo vai visitar pontos turísticos da cidade, como o Museu Histórico e o Museu das Armas. Além disso, o Coletivo vai promover uma ação social e arrecadar lenços e material escolar das pessoas que forem ao passeio. As doações serão enviadas ao Hospital de Tratamento de Câncer. O transporte será custeado pelo Sindicato e a saída do SISMMAC será às 8h, com retorno marcado para as 16h30,
saindo da cidade de Lapa. Já o almoço e a entrada nos museus ficam por conta das aposentadas e aposentados. O almoço será R$26,50 por pessoa, livre, incluindo sobremesa e água ou refrigerante. A entrada nos museus será R$5,00. As inscrições vão até dia 21 de novembro e deverão ser feitas pelo telefone do SISMMAC: 3225-6729. Não se esqueça de ter em mãos o número da matrícula e RG para agilizar a inscrição!
QUEM TE VIU, QUEM TE Vê O Diário de Classe possui a seção “Quem te viu, quem te vê”, que conta a cada mês a trajetória e história de vida de uma professora aposentada. A seção é um espaço para que essas trabalhadoras compartilhem suas experiências com o conjunto do magistério.
Completando um ciclo Mesmo depois de aposentada, Yara Bonat Trevisan continuou a estudar e completou um ciclo de estudos sobre as etapas do desenvolvimento humano
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ara do Rocio Bonat Trevisan, curitibana, entrou na rede municipal de Curitiba em 1980, logo após concluir o curso de psicologia. Seu objetivo principal no início da carreira era trabalhar como professora e, eventualmente, como psicóloga escolar. Esse cargo que ela almejava, porém, não foi criado até hoje. Devido à Ditadura Militar, ela vivenciou momentos de tensão nos primeiros anos na escola. Não havia liberdade de expressão e qualquer ato para reivindicar direitos era reprimido. Foi nesse cenário que Yara acompanhou a criação da Associação do Magistério Municipal de Curitiba (AMMC). Ela conta que foi muito participativa nos atos e movimentos do magistério, pois acredita na força da coletividade. “Para mim, sindicato é união. Somente por meio da união da nossa categoria podemos atingir objetivos e garantir nossos direitos”. Em 28 anos de magistério, Yara trabalhou 14 anos no ensino regular (Adriano Robine e Francisco Klemtz) e outros 14 na educação especial (David Carneiro e São Miguel). Apesar de não ver muitas diferenças entre as duas áreas, Yara considera essa mudança significativa
para a carreira. “Eu me realizei muito na educação especial, assim como nas turmas de pré-escola e salas de recursos. Eram áreas mais próximas da minha graduação em psicologia”, afirma. Aposentou-se em 2008 por causa de uma situação familiar: o agravamento da doença de sua mãe. A transição para a aposentadoria não foi fácil. “Eu chegava ao ponto de sonhar com os meus alunos tendo aula com outra professora. Acho que foi assim que eu percebi que essa fase da minha vida estava encerrada”, diz Yara. A condição de saúde da mãe a inspirou a fazer uma pós-graduação em gerontologia, para compreender o processo de envelhecimento. Com a conclusão do curso, Yara acredita que um ciclo foi completado, pois agora seus estudos abrangem todas as etapas do desenvolvimento humano. No mesmo ano em que se aposentou, Yara passou a participar do Coletivo de Aposentados do SISMMAC. Para Yara, o Coletivo é um grupo produtivo, atuante e acolhedor. Dentro dele, ela passou por alguns momentos significativos como ajudar na fundação da Associação Brasileira de Atenção e Apoio à Pessoa Ido-
sa (ABRAAPI) e escrever um artigo sobre jogos e aspectos cognitivos em idosos para a revista Chão de Escola. Yara continua atuando na área da psicologia educacional e gerontologia em atendimento particular. Ela entende a prioridade de cada fase da vida, mas sabe que seu desejo de continuar contribuindo para a construção de uma educação de qualidade e valorização do professor nunca vai desaparecer “Eu ainda tenho muito a contribuir para a educação pública de qualidade. Mesmo aposentada, a luta é contínua”. SISMMAC
Yara demonstrou seu trabalho “Jogos e Aspectos Cognitivos em Idosos” na primeira Mostra de Talentos e Atividades na Aposentadoria
Se você é professor aposentado da rede municipal de Curitiba e ainda não participa do Coletivo de Aposentados do Sindicato, organize-se para acompanhar as reuniões que acontecem na última quinta-feira do mês, às 14h, na sede do SISMMAC! Esse é um espaço importante, que ajuda a manter a categoria unida e mobilizada mesmo após a sala de aula.
As professoras e professores que estão prestes a se aposentar devem fazer a atualização cadastral no site do SISMMAC (www.sismmac.org.br) para receber o Jornal Diário de Classe em casa!
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Primavera estudantil
Escolas ocupadas pelo direito de aprender: ousar lutar, ousar vencer! De Estudante para Estudante
Conheça um pouco da história das lutas do movimento estudantil no Brasil: 1936 A União da Juventude Comunista é fundada. Essa organização exigiu a participação do Brasil na II Guerra contra o nazi-fascismo; 1950
Lutas pela democratização das universidades. A reivindicação histórica, que inclusive motivou greves nacionais, era pela paridade nas eleições para reitor e conselhos das universidades;
1965/1966 Luta contra a mercantilização da educação e os acordos MEC/USAID, depois contra a lei Suplicy de Lacerda 1968
Ocorre a maior rebelião estudantil da história do Brasil. Foi nesse ano que ocorreu a passeata dos cem mil: a manifestação popular mais importante de resistência contra a ditadura militar;
Anos 70
Resistência contra as perseguições da Ditadura Militar;
1984 1992
Estudantes secundaristas protagonizam a maior onda de ocupações do mundo e dão exemplo de resistência e união
O
s estudantes secundaristas de todo o país estão mobilizados para derrubar a Medida Provisória 746, que ‘deforma’ o Ensino Médio. Mas, para além de pressionar para que esta pauta específica seja atendida, as ocupações têm cumprido o papel de ampliar a formação crítica desses adolescentes. Eles também aderiram à luta contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Congelamento. Apesar das reintegrações de posse estarem acontecendo no Paraná, o movimento das ocupações continua em franca expansão por todo o Brasil. O movimento dos estudantes secundaristas aqui no estado chegou a contar com cerca de 850 escolas ocupadas. Para além do tamanho do movimento, a capacidade de organização desses adolescentes precisa ser ressaltada: grande parte das ocupações reivindica autonomia e independência dos aparelhos do movimento estudantil há anos burocratizados, como a União Paranaense dos Estudantes (UPE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Aqui no Paraná, o governo Beto Richa tentou, de diversas formas, criminalizar o movimento legítimo das ocupações. O Estado utilizou a mídia para colocar a população contra os estudantes secundaristas e fomentou o discurso da direita fascista, promovido pelo
Manifestações pelas Diretas Já!
Movimento Brasil Livre (MBL). Apesar disso, o movimento estudantil foi firme e deu aula de mobilização para todos nós. Meninas e meninos mostraram para os trabalhadores que não devemos aceitar de cabeça baixa os ataques aos nossos direitos. Estudantes que sofreram reintegração de posse saíram das ocupações com disposição para continuar na luta por nenhum direito a menos. O saldo das ocupações promovidas pelos estudantes precisa ser encarado como um exemplo a ser seguido por todos. A resistência é a única saída para enfrentarmos a retirada de direitos.
Solidariedade do magistério: unidade na ação
O Conselho de Representantes do magistério e a Assembleia Geral da categoria declararam apoio político e estrutural à mobilização dos estudantes. A direção do SISMMAC tem contribuído com a organização dos estudantes, que tem administrado tarefas relativamente novas para eles, que vão desde cozinhar e lavar banheiros até organizar oficinas e coordenar assembleias e reuniões. E os estudantes não têm fugido da luta nem sucumbido à pressão do governo do estado. Vamos seguir o exemplo da primavera estudantil nas trincheiras de luta do magistério!
Campanha “Fora Collor”: o movimento que também ficou conhecido como “os caras pintadas” foi protagonizado por estudantes do país inteiro e desembocou no impedimento do presidente Fernando Collor. Existem críticas ao foco do movimento, em depositar todas as suas esperança e fichas em disputar a administração do estado, sem mostrar o seu verdadeiro caráter;
2003
Revolta do buzu: manifestação que aconteceu em Salvador, reunindo cerca de 15 mil estudantes, para impedir o aumento da tarifa do transporte público;
2004
Revolta da catraca: movimento organizado por estudantes de Florianópolis para impedir o reajuste da tarifa do ônibus;
2013
Jornadas de junho: com o lema “Não é por 20 centavos”. As manifestações, que tinham como objetivo barrar o aumento da tarifa, se espalharam por todo o país e foram marcadas por forte repressão policial;
2015
Estudantes de São Paulo ocupam centenas de escolas contra a reorganização do ensino e fechamento de unidades impostas pelo governo Alckmin;
2016
Estudantes protagonizam a maior onda de ocupações do mundo contra a MP 746 e a PEC 241 propostas por Michel Temer.