Informativo do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba # 195 | setembro 2013 | Gestão "Novos Rumos - A Alternativa de Luta¨ |
30% do orçamento para a educação O magistério está cansado de esperar, professores, pais e alunos unidos por mais investimento em educação! Págs 6 e 7
Realidade da Escola Comunidade escolar da E. M. Parigot de Souza se mobiliza para reivindicar contratação Pág 3 de professores
Carreira
Baile do Professor
Confira o andamento dos Grupos de Trabalho sobre o Plano de Carreira e os enquadramentos
A terceira edição do Baile do Professor acontece no dia 19 de outubro. Reserve seu convite!
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| Informativo do Sismmac | # 195 | setembro 2013
J
á estamos em setembro e a coleção de promessas não cumpridas da administração municipal chega num ponto crítico. Esse é o momento em que começa a se definir o orçamento da Prefeitura para o ano que vem. O tão prometido aumento do investimento em educação, que foi uma das principais bandeiras do atual prefeito, parece ter sido só promessa de campanha. Se realmente quisermos 30% do orçamento para educação, vamos ter que arregaçar as mangas e ir às ruas pressionar a Prefeitura. Entre as promessas ainda não cumpridas está a hora-atividade. A falta de professores na rede, que não permite a resolução desse e de outros problemas, começa a se tornar insuportável e a explodir em revoltas em escolas do Bairro Novo e do CIC, seguindo o exemplo da comunidade do CEI Érico Veríssimo, da regional do Boqueirão. Mães, pais, alunos e professores não aguentam mais o descaso da Prefeitura e estão agindo para exigir mais professores nas suas escolas. Confira mais detalhes na seção Realidade da Escola. Outro problema, abordado nesta ediVamos às ruas ção, que também pressionar a decorre da falta de professores e que Prefeitura pelos 30% do começou a apare- orçamento para a educação cer com mais força já! Só assim teremos um nesse semestre é a ensino com qualidade! pressão da administração para que os professores não usufruam da merecida licença prêmio. Nossa pressão fez a Prefeitura abrir a possibilidade de corrigir os enquadramentos de 2001, mas a proposta apresentada pela administração não contempla boa parte de quem saiu perdendo com a implantação do plano. Sem falar nas mudanças da carreira que devem ser implantadas no próximo ano, e que atingem a toda a categoria. A Prefeitura ainda não formulou uma proposta clara do que quer, mas sabemos bem o que nós queremos! No entanto, sabemos que um aumento expressivo da contratação de professores, assim como um avanço real em nossa carreira só serão possíveis com um aumento do investimento na educação. Por isso, confira nessa edição quais são as ações que o magistério decidiu fazer agora em setembro para pressionar a Prefeitura! Além disso, não podemos esquecer que no próximo mês comemoramos o Dia do Professor, momento de festejar tudo aquilo que a duras penas conquistamos. Vamos confraternizar com mais uma edição do Baile do Professor, no dia 19 de outubro. Nós merecemos! Vamos em frente que o clima está esquentando!
Parte Especial Parte Permanente - Graduação
Vamos cobrar o cumprimento do que foi acordado em mesa de negociação!
Tabela de Vencimentos do Magistério Abril/2013 (com 6,77% de reajuste)
Parte Permanente - Especialização
É tempo de pressão!
prestacao de contas
Parte Permanente - Mestrado
editorial
Parte Permanente - Doutorado
2
A
B
C
D
E
F
G
H
I
100
1.010,54
1.038,83
1.067,92
1.097,82
1.128,56
1.160,16
1.192,64
1.226,04
1.260,37
101
1.295,66
1.331,93
1.369,23
1.407,57
1.446,98
1.487,49
1.529,14
1.571,96
1.615,97
102
1.661,22
1.707,74
1.755,55
1.804,71
1.855,24
1.907,19
1.960,59
2.015,48
2.071,92
103
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
1.531,71
1.574,60
1.618,69
1.664,01
1.710,60
1.758,50
1.807,74
1.858,36
104 105
1.910,39
1.963,88
2.018,87
2.075,40
2.133,51
2.193,25
2.254,66
2.317,79
2.382,69
106
2.449,40
2.517,98
2.588,49
2.660,97
2.735,47
2.812,07
2.890,80
2.971,75
3.054,96
107-PI
3.140,49
3.228,43
3.318,82
3.411,75
3.507,28
3.605,48
3.706,44
3.810,22
3.916,90
108-PI
4.026,58
4.139,32
4.255,22
4.374,37
4.496,85
4.622,76
4.752,20
4.885,26
5.022,05
107
1.336,42
1.373,84
1.412,31
1.451,85
1.492,50
1.534,29
1.577,25
1.621,42
1.666,82
108
1.713,49
1.761,46
1.810,78
1.861,49
1.913,61
1.967,19
2.022,27
2.078,89
2.137,10
109
2.196,94
2.258,46
2.321,69
2.386,70
2.453,53
2.522,23
2.592,85
2.665,45
2.740,08
110
2.816,80
2.895,67
2.976,75
3.060,10
3.145,79
3.233,87
3.324,42
3.417,50
3.513,19
111-PII
3.611,56
3.712,68
3.816,64
3.923,50
4.033,36
4.146,30
4.262,39
4.381,74
4.504,43
112-PII
4.630,55
4.760,21
4.893,49
5.030,51
5.171,36
5.316,16
5.465,02
5.618,04
5.775,34
111
1.536,88
1.579,91
1.624,15
1.669,63
1.716,38
1.764,43
1.813,84
1.864,63
1.916,83
112
1.970,51
2.025,68
2.082,40
2.140,71
2.200,65
2.262,26
2.325,61
2.390,73
2.457,67
113
2.526,48
2.597,22
2.669,94
2.744,70
2.821,55
2.900,56
2.981,77
3.065,26
3.151,09
114
3.239,32
3.330,02
3.423,26
3.519,11
3.617,65
3.718,94
3.823,07
3.930,12
4.040,16
115-PIII
4.153,29
4.269,58
4.389,13
4.512,02
4.638,36
4.768,23
4.901,74
5.038,99
5.180,08
116-PIII
5.325,13
5.474,23
5.627,51
5.785,08
5.947,06
6.113,58
6.284,76
6.460,73
6.641,63
500
1.767,41
1.816,89
1.867,77
1.920,06
1.973,83
2.029,09
2.085,91
2.144,31
2.204,35
501
2.266,08
2.329,53
2.394,75
2.461,81
2.530,74
2.601,60
2.674,44
2.749,33
2.826,31
502
2.905,44
2.986,80
3.070,43
3.156,40
3.244,78
3.335,63
3.429,03
3.525,04
3.623,74
503
3.725,21
3.829,51
3.936,74
4.046,97
4.160,28
4.276,77
4.396,52
4.519,62
4.646,17
504
4.776,27
4.910,00
5.047,48
5.188,81
5.334,10
5.483,45
5.636,99
5.794,83
5.957,08
505
6.123,88
6.295,35
6.471,62
6.652,82
6.839,10
7.030,60
7.227,45
7.429,82
7.637,86
PRESTAÇÃO DE CONTAS Junho/2013 SALDO DO MÊS DE MAIO DE 2013 Saldo Bancário 12.325,98 Saldo Poupança 226.989,03 Fundo de Greve 99.534,37 Aplicação (CDB) para compra da Sede 72.015,76 Caixa Interno 1.071,51 SALDO TOTAL 411.936,65 DEMONSTRATIVO DE RECEITAS DE JUNHO: Mensalidades Associados 158.989,55 TOTAL RECEITA 158.989,55 DEMONSTRATIVO DE DESPESAS DE JUNHO: Informática Hospedagem/site 554,00 Internet/Onda 19,82 Manutenção 461,90 Aquisições Livros/Revistas 200,00 Móveis e utensílios 1.974,58 Ponto eletrônico 402,00 Projetor 2.264,00 Assessorias e Serviços Dieese 583,64 Honorários Advocatícios 7.000,00 Contabilidade 882,67 Fotocópias e autenticações 226,23 Locação copiadora 1.115,00 Motoboy/serviços de entrega 35,00 Empresa de segurança 109,58 Assinaturas 48,77 Auxílios Diretoria/alimentação 833,40 Assessoria/Alimentação 10,70 Bolsa/Estagiárias 745,80 Diretoria/Transporte 912,00 Transporte/serviços 85,50 Transporte/assessoria 2.630,49 Transporte/estagiária 114,00 Correios 3.114,30 Energia Elétrica/COPEL 544,91 Encargos 13.895,38 Contribuicao estatutária / CNTE 6.041,60 Sanepar 140,47 Alimentação para eventos 663,00 Eventos Seminários/palestras 117,00 Reuniões específicas 512,72 Coletivo dos aposentados 105,70 Paralisações/atos 431,19
Cursos internos de formação 56,00 Conselho de representantes 297,40 Campanha de Lutas 78,00 Cursos externos de formação 3.216,07 Festa Junina 250,00 Trabalhadores Salários e auxílio transporte 19.913,22 Férias 2.056,09 Assistência médica 2.769,65 Cursos de especialização 230,00 Plano odontológico 343,33 Seguro de vida 167,20 Jurídico Gastos processuais 1.607,05 Sede Material de consumo/limpeza 616,88 Material de escritório 383,14 Manutenção e reparos 1.856,50 Aluguel/IPTU 6.339,51 Comunicação Jornal/cartazes/folders 3.362,00 Impressos 1.453,00 Diagramação/arte final 1.400,00 Telefone GVT 432,64 TIM 1.844,28 Transporte Transporte atividade sindical 261,80 Veículos Combustível 617,17 Desgaste /combustível 172,40 Estacionamento 218,50 Manutenção 100,00 Seguro Gol 1.125,83 Pedágio 18,10 Tarifas Bancárias 71,90 Apoio a outros movimentos* Sindicato dos Sapateiros de Franca 1.000,00 Coletivo Outros Outubros Virão 1.000,00 Sintraserv 1.000,00 Oposição A Voz da Base-MT 2.300,00 TOTAL DESPESAS 103.333,01 SALDO ATUAL: CAIXA INTERNO 4.469,15 SALDO BANCÁRIO 32.536,23 SALDO POUPANÇA 228.024,42 FUNDO DE GREVE 119.008,33 APLICAÇÃO PARA COMPRA DA SEDE 85.328,26 SALDO ATUAL 469.366,39
* O apoio a outros movimentos faz parte da política aprovada no último Congresso do SISMMAC. A contribuição mensal de 6,2%, que antes era destinada à CUT, passou a ser utilizada como apoio financeiro para movimentos que atuam de acordo com os princípios da organização por local de trabalho, formação política, autonomia em relação a partidos políticos e independência frente a patrões e governos.
expediente Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba Rua Nunes Machado, 1577, Rebouças – Curitiba/PR, CEP. 80.220-070 Fone/Fax.: (41) 3225-6729 | Gestão “Novos Rumos - A Alternativa de Luta” (2011-2014) Direção liberada: Andressa Fochesatto, Gabriela Dallago, Gabriel Conte, João Antonio Rufato, Patrícia Giovana Rezende, Rafael Alencar Furtado, Siomara Kulicheski e Suzana Pivato Direção que permanece nas escolas: Anella Bueno, Carolina Cunha, Claudiane Pugsley, Cristiane Bianchini, Eliete França, Eumar André Köhler, Geny Maria Dallago, Graça dos Santos, Izabel de Oliveira, Milaine Alves Barszcz, Mylena Garcia Deutscher, Nanci Cordova Yasdeck, Natalia Gaudeda, Pedro de Alcântara Pereira Neto, Rodrigo de França, Rosana Pilch Carlesso, Silmara Carvalho e Wagner Argenton Equipe de Comunicação: Thaíse Mendonça (DRT 8696/PR) e Dalane Santos | Projeto gráfico, ilustração e diagramação: Ctrl S Comunicação | Simon Taylor (www.ctrlscomunicacao.com.br)
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setembro 2013 | # 195 | Informativo do Sismmac |
Realidade da Escola
Comunidade se mobiliza e exige a contratação de 11 professores Arquivo pessoal
Após ouvirem, repetidas vezes, reclamações dos alunos sobre a falta de professores, mães, pais e professores da E. M. Parigot de Souza se organizam para reivindicar uma solução para o problema
A
comunidade escolar da Escola Municipal Pedro Viriato Parigot de Souza se mobilizou e exigiu da Prefeitura a contratação dos 11 professores que faltam no quadro de funcionários da escola. Após receber um abaixo-assinado com mais de 1200 assinaturas, no dia 21 de agosto, a chefia do Núcleo Regional da Educação do Bairro Novo afirmou que o problema seria resolvido o mais breve possível. Entretanto, a ‘solução’ encontrada pela administração municipal não agradou nem pais, nem professores. No dia 23 de agosto, seis professores foram realocados na E. M. Parigot de Souza, ou seja, a Prefeitura apenas remendou o problema, tirando profissionais de quatro escolas da regional. Apenas um dos professores veio do Núcleo. Além de ‘tapar o sol com a peneira’ e não resolver o problema da Escola permanentemente com a contração de novos professores já aprovados no último concurso, a administração também desconsiderou todo o trabalho feito por estes professores que foram realocados e desrespeitou os alunos desses profissionais, que perderam o professor sem ter outro em seu lugar. Na assembleia do dia 23 de agosto, a comunidade escolar recusou a proposta feita pela administração de retirar professores de outras escolas para remendar o buraco da falta de 11 professores na E. M. Parigot de Souza. Para além disso, caso a Prefeitura não contrate novos professores em um curto período de tempo, a assembleia realizada no dia 23 definiu novas ações. A comunidade escolar vai às ruas em passeata exigir a contratação imediata dos profissionais que faltam para completar o quadro de funcionários da unidade! A comunidade está cansada de esperar, melhora nas condições de trabalho e na qualidade do ensino já!
Entenda um pouco mais
Os alunos da E. M. Parigot de Souza passaram a reclamar cotidianamente sobre a falta de professores de Educação Física e também sobre a falta de aulas na biblioteca, na sala de informática e de Artes. Após descobrirem sobre a defasagem dos 11 professores e preocupados com a qualidade do ensino que os filhos estavam recebendo, mães e pais organizaram uma assembleia que contou com a presença de mais de 120 pessoas. Nessa assembleia, a comunidade decidiu fazer um abaixo-assinado reivindicando a contratação imediata de novos professores. Com a falta desses 11 profissionais, os professores
Pais, professores e alunos reivindicam a contratação de mais profissionais para a Escola Municipal Parigot de Souza
Denuncie! O magistério está cansado de problemas estruturais e péssimas condições de trabalho! Durante a visita às escolas, a direção do SISMMAC tem conversado com os professores e percebido que são muitos os casos de problemas na estrutura das unidades e de falta de profissionais. Por isso, os diretores do Sindicato estão fazendo um levantamento desses problemas que têm como consequência péssimas condições de trabalho e também piora na qualidade do ensino que é ofertado nas escolas de rede. Nas edições do Jornal Diário de Classe temos abordado um pouco como é a Realidade da Escola, como nos casos das escolas CEI Érico Veríssimo e a Tanira Schimidt. Agora, queremos reunir mais informações sobre o conjunto de escolas de Curitiba. Se a sua escola está passando por alguma dificuldade estrutural, como goteiras, umidade, mofo, problemas na parte elétrica, ou se faltam professores no quadro de funcionários, denuncie! Sua identidade será preservada e você irá contribuir para a construção de um diagnóstico sobre a estrutura das unidades escolares da rede.
da escola ficam sobrecarregados, muitas vezes assumem mais de uma turma ou têm que dispensar os alunos. Muitos professores têm adoecido devido às péssimas condições e a sobrecarga de trabalho. Vamos pressionar a Prefeitura
para reverter esse quadro, os professores aprovados no último concurso estão apenas aguardando a nomeação, que só depende da administração municipal. Os alunos não podem aprender menos do que podemos ensinar!
4
Arquivo do SISMMAC
| Informativo do Sismmac | # 195 | setembro 2013
carreira
Grupos de Trabalho caminham a passos lentos Prefeitura não apresenta proposta concreta para Plano de carreira e abarca, até o momento, apenas parte dos prejudicados em enquadramentos
C
onfira como está o andamento dos Grupos de Trabalho, formados para rever o Plano de Carreira da categoria e também para corrigir as distorções do enquadramento de 2001, que desde maio estão sendo acompanhados pela direção do SISMMAC e por representantes do magistério.
Reformulação do Plano de Carreira
Apesar de avançar em algumas questões, a discussão sobre a reformulação do nosso Plano de Car-
reira caminha devagar. A proposta da Prefeitura ainda não é clara no que diz respeito à aceleração dos crescimentos na tabela de vencimentos. Não sabemos ao certo qual o percentual de crescimento horizontal, sua periodicidade e nem os percentuais de diferenciação entre níveis. Compare a proposta inicial da Prefeitura, que segundo representantes do RH pode ser alterada, com nosso Plano atual e com a proposta do Sindicato em conjunto com a categoria:
Pontos do Plano
Atual
Prefeitura
Sindicato/categoria
Tempo para chegada ao final da tabela
92 anos
Máximo de 30 anos
15 anos
Crescimento horizontal
2,80% bienal
5% bienal
8,40% anual
Crescimento vertical
Anual, com limite de vagas
Contínuo, sem limite de vagas
Contínuo, sem limite de vagas
Diferença entre níveis (especialização, mestrado e doutorado)
15% entre níveis
10%, 20% e 30%
20% entre níveis
Implementação
2001 – por salário similar
Por salário similar
Por tempo de serviço
Na primeira enquete, a categoria foi incisiva: 73% acham necessário chegar ao topo da tabela em no mínimo 15 e no máximo 19 anos. Também temos que avançar mais nos percentuais de crescimentos e na periodicidade dos mesmos. Além disso, o enquadramento tem que ser feito por tempo de serviço, para não gerarmos novas distorções. Portanto, temos que nos manter atentos, organizados e mobilizados para defendermos as mudanças que consideramos justas e necessárias para a nossa carreira, afim de ampliar nossos direitos, assegurar avanços e não permitir perdas.
Grupos de Trabalho se reúnem para discutir Plano de Carreira e enquadramentos
Enquadramento No segundo semestre, demos continuidade ao compromisso firmado pelo GT, cujo objetivo é rever as distorções salariais provocadas pelos enquadramentos anteriores. A Prefeitura apresentou uma proposta sinalizando sua intenção em corrigir as distorções da seguinte maneira:
2549 profissionais do magistério terão a correção cujo pagamento será realizado em três etapas. A primeira seria feita em 2014 para os 690 servidores que tiveram um prejuízo maior, entre três e 10 referências. A segunda, em 2015, para os 931 profissionais que tiveram prejuízo de duas referências. E a terceira seria feita em 2016 para os 928 professores que perderam uma referência. O cálculo que deverá ser feito é o produto da diferença entre a referência que o servidor foi encaixado em 2001 e a que ele deveria ter sido recolocado, multiplicado pelo INPC do período de 1º de julho de 2001 a 30 de julho de 2013. Esta proposta atende apenas os profissionais que sofreram distorções entre as referências 21 e 23, deixando de fora os professores que se encontravam entre as referências 24 e 26. Segundo o superintendente da Secretaria Municipal de Recursos Humanos, Christian Luiz da Silva, a administração não realizou estudo em relação aos demais profissionais prejudicados, mas afirmou que poderão rever essa situação. Em assembleia, reafirmamos que a correção das distorções deve abranger todos os profissionais que foram prejudicados. Além disso, também reivindicamos o acesso aos cortes que fizeram no número de profissionais atendidos, pois os números da proposta da Prefeitura não batem com os números de profissionais atingidos na época. Já para as professoras e professores que realizaram o procedimento de mudança de área antes de 2001 e não receberam os avanços que o restante da categoria teve depois da implantação do atual do Plano de Carreira, a administração aceitou analisar caso a caso. Por isso, a partir do dia 10 de setembro, os professores deverão ir até a sede do SISMMAC, pois a direção do Sindicato e o departamento jurídico estarão reunindo a documentação necessária para que os profissionais possam entrar com requerimento de revisão individual no RH da Prefeitura. Todos os profissionais que tinham graduação antes de 2001 e não tiveram a valorização salarial correspondente a essa titulação podem entrar com esse requerimento. É importante que os profissionais que serão atingidos pela referida proposta fiquem atentos e acompanhem as negociações para evitar futuras distorções que possam ocorrer.
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setembro 2013 | # 195 | Informativo do Sismmac |
60 AO 90 ANO
Pauta das escolas de 6º a 9º ano continua sem resposta Administração parece esquecer os compromissos assumidos com a categoria e adia há quatro meses resposta sobre a hora-aula
A
Prefeitura de Curitiba está se tornando craque na morosidade e na falta de compromisso com relação a vários assuntos importantes e de fácil resolução para o magistério. Prova disso é que a negociação sobre a mudança na composição da jornada nas escolas de 6º a 9º ano aguarda uma resposta da administração desde o final do mês de abril. Trazemos aqui um lembrete à administração de que os professores não se esqueceram da pauta de 6º ao 9º ano. Durante a Campanha de Lutas, foi encaminhada a criação de um grupo de trabalho para discutir a possibilidade de adotar a hora-aula no cálculo da jornada. No primeiro semestre, tivemos duas reuniões desastrosas e mal conduzidas pela Secretaria Municipal de Educação, que não resultaram em nenhum avanço. A Secretária de Educação Roberlayne Roballo, presente na segunda reunião, assumiu o compromisso de apresentar uma resposta o mais rápido possível,
o que ainda não aconteceu. O discurso do diálogo, tão disseminado no início da gestão, está desaparecendo com o tempo. Os meses vão passando e os problemas continuam se arrastando. O magistério reivindica a adoção da hora-aula como forma de melhorar a carga horária, o que aproximaria a realidade das escolas de 6º a 9º das demais redes que ofertam esse nível de ensino. É possível avançar, a lei permite.
O que falta é vontade política para colocar em prática o discurso de melhorias para a educação dos filhos e filhas da classe trabalhadora de nossa cidade, garantindo também melhores condições de trabalho aos profissionais da educação curitibana. O Sindicato vem cobrando um posicionamento junto a SME, que ainda não se posicionou sobre o tema. A categoria continua aguardando, mas paciência tem limite!
Nosso direito
Da licença prêmio o magistério não abre mão! Entra ano, sai ano, e os problemas na liberação da licença continuam os mesmos
C
ada vez que um professor ou professora solicita a sua tão esperada licença prêmio, depois de cinco duros anos no exercício da sua função, enfrenta a pressão da chefia. É comum que o magistério receba a informação equivocada de que só poderá usufruir a licença se arrumar um RIT para substituí-lo. Com isso, a Prefeitura tenta jogar para o servidor uma responsabilidade que é sua. A obrigação de encontrar um substituto para cobrir a vaga é da administração municipal e não é de quem requisitou a licença. Vários colegas divulgam, ligam, conversam com seus pares para tentar solucionar o problema antes de sua saída. Isso mostra a preocupação que a nossa cate-
O que diz a lei A licença prêmio é um direto garantido ao servidor público. No caso do município de Curitiba foi estabelecido pela Lei nº8995/96. Em seu Art. 1º, a Lei diz: Ao funcionário, que cumpridos os requisitos legais para aquisição do direito de licença prêmio, requerer o respectivo gozo, será garantida a fruição com início dentro do período de um (01) ano, contado da data do pedido formal.
goria tem de não deixar furos na escola. Atitude louvável, mas que não deve ser condição para a garantia do gozo de sua licença.
Responsabilidade do magistério: protocolar o pedido Além de fazer a solicitação na escola, orientamos que o magistério formalize também o requerimento junto ao RH. A partir desse pedido oficial, a administração tem o prazo máximo de um ano para garantir a liberação da licença prêmio. Protocolar o pedido no RH também assegura que o professor ou professora possa usufruir o direito, mesmo que mude de escola no decorrer desse período.
Responsabilidade da Prefeitura: garantir a substituição A dificuldade de encontrar profissionais dispostos a assumir vagas como Regime Integral de Trabalho (RIT) para substituir as licenças é resultado da falta de professores na rede. Como o quadro nunca está completo, muitos RITs são utilizados para cobrir vagas permanentes e não apenas as temporárias. A consequência disso é que vários professores enfrentam dificuldades para usufruir seu direito e acabam acumulando várias licenças no decorrer da carreira. Nossa luta é para fazer valer esse direito! Exigimos a contratação imediata de professores para resolver esses e outros problemas, como, por exemplo, a garantia dos 33,33% de hora-atividade a todos os profissionais da rede.
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ja!
A educação de Curitiba está cansada de esperar
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ais uma vez, a educação pública não é prioridade para o governo municipal. Durante todo o primeiro ano de gestão, o prefeito e sua administração alegaram que faltavam recursos para efetivar a tão propagada “mudança” prometida na época das eleições. A principal justificativa apresentada era de que o orçamento de 2013 foi aprovado ainda na gestão Ducci e que por isso a nova administração se encontrava limitada neste primeiro ano de mandato, mas que as mudanças significativas viriam já em 2014. E esse é o problema: ao que tudo indica, as mudanças também não virão no próximo ano. Afinal, como iremos mudar significativamente a qualidade da educação pública da cidade com apenas 0,50% a mais no orçamento do ano que vem? Como as condições de trabalho irão avançar? Como teremos um plano de carreira que valorize de fato o professor e o seu tempo de trabalho na educação? Agora, a fala da administração é enfática: os 30% para educação serão alcançados somente ao longo da gestão. Com isso, indicam claramente que “teremos” que esperar mais uma vez. Mas o que significa de fato essa espera? Significa mais alguns anos com falta de professores, salas superlotadas, péssima estrutura física em várias escolas, sobrecarga de trabalho e, como consequência de tudo isso, com um número cada vez maior de adoecimento na categoria. Quem perde com isso, além de nós, professores e demais trabalhadores da educação, são os estudantes e suas famílias que ficam sem acesso a educação de qualidade. A educação pública de nosso país, inclusive em Curitiba, há muito tempo é utilizada nas propagandas eleitorais e esquecida durante os governos dos diversos partidos. A espera já é longa. Cada ano que deixamos de avançar no investimento destinado à educação é mais um ano em que o futuro é mutilado. Afinal, se as crianças são “o futuro” do Brasil, esse futuro é definido pelas ações que tomamos hoje e a cada dia. A educação com certeza não é tudo, mas é parte fundamental, essencial para que as mudanças possam acontecer. Crianças que crescem sabendo mais e melhor sobre o mundo em que vivem saberão também, mais e melhor, contribuir para mudá-lo e torná-lo mais justo.
Esse é o momento de unir forças para exigir 30% do orçamento para a educação já!
A hora é de unir para conquistar! E
m nossa assembleia do dia 29 de agosto, com mais de 250 professoras e professores, aprovamos um calendário de ações para pressionar a Prefeitura a voltar atrás na decisão de aumentar em apenas meio por cento o orçamento destinado à educação em 2014. Para além da participação ativa das professoras e professores da rede, nossa mobilização pretende unir também a população trabalhadora na luta pela melhoria da qualidade da educação pública que é ofertada aos seus filhos e filhas. O mês de setembro será decisivo na elaboração do orçamento de 2014. Por isso, cabe a nós construir uma grande mobilização, que agite Curitiba e pressione o governo municipal a rever suas prioridades. Fotos: SISMMAC
Assembleia aprovou calendário de mobilização que se estende por todo o mês de setembro
O caminho está claro: Envolver toda a categoria e nossos familiares nessa mobilização. Aqueles que estão mais próximos a nós conhecem, melhor do que ninguém, as dificuldades que passamos no exercício da profissão. Eles podem ajudar divulgando e convidando para o nosso ato seus colegas de trabalho e amigos.
Educação Pública ruim: todos os trabalhadores são atingidos
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luta pela qualidade da educação pública não é só de quem trabalha nela. É uma luta que diz respeito a todos os demais trabalhadores. A rede pública de educação de Curitiba é responsável pelo atendimento de 75% das crianças matriculadas nas séries iniciais do ensino fun-
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setembro 2013 | # 195 | Informativo do Sismmac |
damental. Sabemos que são as filhas e filhos dos demais trabalhadores que dependem do nosso trabalho. Em nossas escolas, não estão filhos de banqueiros, de grandes empresários, de empreiteiros ou de políticos. São os filhos da classe trabalhadora, que produz tudo que precisamos para viver e que também é explorada em seus trabalhos, que estão matriculados na rede pública. Políticos e grandes empresários não têm pressa, nem vontade de melhorar a educação pública, pois é mais fácil seguir dominando quem sabe menos. O que eles menos querem e mais temem é a organização e a união dos trabalhadores na luta por seus direitos básicos, como educação, saúde, moradia, transporte e alimentação. Temem que os milhões de trabalhadores que têm os seus direitos desrespeitados diariamente em nosso país se unam na luta por uma vida melhor, justa e sem exploração. Nossa força está em nossa capacidade de organizar, unir e lutar. Por isso, é preciso que façamos por nossas mãos o que nos cabe para mudar essa sociedade.
Envolver as mães e pais de nossos estudantes. Precisamos mostrar a eles que temos feito muito pela educação de seus filhos, mas que, do jeito que está, esse muito ainda é pouco para o que a vida vai exigir dessas crianças. Cada ano de espera é mais um ano ruim na educação de seus filhos e filhas. Por isso, devem se unir nessa manifestação em defesa da educação pública. Envolver a comunidade trabalhadora em geral. Milhares de jovens e adultos, todos trabalhadores, foram às ruas no mês de junho, em mais de 370 cidades por todo Brasil, protestar por transporte público de qualidade e seguem lutando pela gratuidade desse importante direito. Nessas manifestações, a educação pública também apareceu como um dos proChega d blemas a serem resolvidos urgentemente. e s Vamos convidar todos que se manifestaram e aqueles que querem se manifestar a se juntarem a nós, professoras e professores, por uma educação pública melhor em nossa cidade.
ó recl recreio amar no ee Só a lut m casa! a a vida. muda V lutar, v enha enh pra rua a !
Calendário de mobilização Confira o calendário de lutas aprovado em nossa assembleia e não deixe de participar! SETEMBRO 3 | Conselho de Representantes entrega dos gibis que serão panfletados nos locais de trabalho e manifestações 5 a 10 | Aula sobre educação pública em todas as escolas da cidade 11 | Panfletagem para os pais, em frente às unidades de ensino. No ato, denunciaremos os problemas enfrentados nas escolas e demais unidades e vamos coletar assinaturas para o abaixo-assinado que reivindica mais investimentos em educação 11 | Reunião com a comissão de mobilização, às 18h, na sede do SISMMAC, para avaliar a panfletagem e organizar as atividades do dia 14 de setembro
Particip e ajude a e div as ativida ulgar SER PRO des! FE E NÃO LU SSOR TAR É UMA CONTRA DIÇ PEDAGÓG ÃO ICA! 14 | Panfletagem nas regionais, junto à comunidade, para convocar a população para o ato do dia 21. Durante a manifestação, vamos denunciar os problemas da educação pública e coletar assinaturas para o abaixo-assinado 16 | Reunião da comissão de mobilização na sede do SISMMAC, às 18h30, para organização do dia 21 16 a 20 | Agitação na cidade: conversa com os pais reforçando o convite para o ato, produção de cartazes, divulgação através de carro de som, rádio e outdoor
21 | Ato em defesa da educação pública: 30% já!
9h - Concentração na Praça Rui Barbosa, com confecção de materiais e atividades para crianças 10h - Caminhada (de crianças, pais e professores) até a Prefeitura 12h - Encerramento do ato em frente à Prefeitura 23 | Entrega do abaixo-assinado na Prefeitura exigindo uma resposta do prefeito e a convocação de uma audiência até o dia 30 OUTUBRO 2 | Conselho de Representantes 3 | Assembleia para avaliar resposta do prefeito e continuidade das mobilizações, às 18h30
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CMEIs
Mobilização por A melhores condições de trabalho e hora-atividade Mesmo sob chuva, professores e educadores panfletaram para a comunidade nos dias 14 e 15 de agosto SISMMAC
Mobilização envolveu pais e mães na luta por educação de qualidade
situação está insustentável nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). Professores e educadores dessas unidades não estão tendo sequer os mesmos direitos que o restante da categoria. Além da Prefeitura não ter feito nada para garantir a ampliação da hora-atividade para 33,33%, conforme determina a Lei do Piso, em várias unidades nem os 20% estão sendo assegurados. Isso é um retrocesso, pois o direito aos 20% de permanência foi conquistado em 1985 para professores e 2006 para educadores. O número de alunos por turma vem aumentando consideravelmente, mas a quantidade de professores não é alterada. Também faltam substitutos para cobrir as licenças prêmio e as licenças médicas mais longas, o que sobrecarrega o quadro de professores e educadores e acaba criando mal estar entre os colegas. A Prefeitura contratou novos profissionais em 2013 somente para cobrir exonerações e aposentadorias, o que significa que o quadro não foi ampliado, apenas substitui-se quem saiu da rede. Sabemos que o número de exoneração é crescente, pois muitos não aguentam a rotina árdua combinada à desvalorização do nosso trabalho.
União de professores, educadores e pais para mudar essa realidade
A dura realidade nos CMEIs não ultrapassava os portões e os pais e mães ficavam alheios às condições de trabalho daqueles que estão dia a dia com seus filhos. Pensando em envolver os pais dessas crianças na luta por educação pública de qualidade, realizamos no mês de agosto uma panfletagem na porta dos CMEIs. Professores e educadores se uniram e foram para o portão de seus locais de trabalho, mesmo embaixo de chuva, dialogar com a comunidade e aproximar os pais da nossa realidade. Em uma conversa sincera de trabalhador para trabalhador, pudemos mostrar que não estamos satisfeitos com nossas condições de trabalho e precisamos que todos se envolvam na busca de uma educação pública com melhor qualidade para todos. Pais e mães se envolveram no processo, manifestaram seu apoio, ligaram no 156 e pediram mais professores e educadores para que os CMEIs consigam atender seus filhos com mais qualidade.
Enquanto falta professor em sala de aula, a lista de espera do último concurso está cheia Último concurso para professor docência I:
1216 profissionais estão na lista aguardando convocação
Último concurso para educador:
123 estão na lista
aguardando convocação
Por que não chamam esses professores para tentar amenizar as péssimas condições de trabalho? Estamos esperando uma resposta da Prefeitura e vamos continuar mobilizados até que mude esta situação.
SISMMAC denuncia falta de nutricionistas no controle da merenda escolar
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s professoras e professores da rede conhecem bem a realidade da alimentação que é oferecida para as crianças nas escolas. E sabemos que ela não é nada satisfatória. Apenas cinco nutricionistas são responsáveis pelo controle e fiscalização das 265 mil refeições servidas por dia a cerca de 140 mil alunos da rede municipal. O Conselho Federal de Nutrição prevê que, no mínimo, seriam necessá-
rios 58 nutricionistas para atender este número de estudantes. Representantes dos trabalhadores do magistério no Conselho de Alimentação Escolar (CAE) reivindicam desde 2011 a contratação imediata de, no mínimo, mais nove nutricionistas, uma para cada regional da educação. E mesmo com essa demanda urgente, representantes da administração municipal no CAE afirmam que essas contratações não serão pos-
síveis para 2013 e que não há previsão para concurso na área de nutrição. Além de duas nutricionistas concursadas, a Prefeitura desviou de função três professoras da rede que também possuem formação em nutrição para remendar o problema. Dessa forma, a administração agrava a falta de professores nas escolas e também não resolve o problema da falta de controle e fiscalização das merendas. As nutricionistas que estão a serviço da rede municipal sofrem com a sobrecarga de trabalho e o resultado da atividade delas, a alimentação dos alunos, fica prejudicada.
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QUEM TE VIU, QUEM TE Ve
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O Diário de Classe possui a seção “Quem te viu, quem te vê”, que conta a cada mês, a trajetória e história de vida de uma professora aposentada. A seção é um espaço para que essas trabalhadoras compartilhem suas experiências com o conjunto do magistério.
SINTRASERV
Alem dos muros da escola
Memórias de luta e união A trajetória da aposentada Sueli Andreata inspira companheirismo e mobilização na Escola Municipal Paranavaí
Q
uando entrou na rede, em 1979, a professora Sueli de Fátima Andreata nem imaginava que acabaria dedicando os seus 28 anos de atuação profissional a uma única escola: a Paranavaí, no Boqueirão. Sueli acompanhou a escola, criada em 1976, desde o início e observou seu desenvolvimento de perto. “A diferença da comunidade era gritante em relação à de hoje. A população e a escola eram muito humildes, havia muitas dificuldades, mas nós éramos os ídolos dos alunos”, analisa. Para buscar uma relação mais próxima junto à comunidade, os professores desenvolviam atividades e campeonatos esportivos. “Os pais vibravam e ficavam bem ligados na escola por causa das atividades esportivas organizadas pelos professores”. Mesmo depois da aposentadoria, em 2007, Sueli não deixou de acompanhar a escola e continua se relacionando com as colegas de profissão. Entre as memórias mais marcantes da aposentada está a participação do conjunto dos professores da Paranavaí na greve de 1994, quando Sueli estava na direção da escola. “Eu fiquei até surpresa com a participação do pessoal porque foi
uma das primeiras vezes em que nós fechamos a escola e fomos para rua. Foi um momento bonito, que trouxe mais união”, conta. Naquele ano, o magistério construiu uma série de mobilizações para pressionar o prefeito Rafael Greca a adotar um piso salarial de R$ 350. Sem sucesso nas negociações, os professores deram início a uma greve que durou quatro dias. Ao comparar a autonomia das escolas em 1994 e agora, Sueli avalia que a forma como a rede de ensino está organizada acabou por criar um mecanismo de controle e pressão sobre os professores. “Antes da criação dos núcleos regionais, as escolas tinham mais autonomia, os professores possuíam mais liberdade para discutir os assuntos de interesse da categoria e o resultado disso era um maior engajamento”, avalia a aposentada. Para Sueli, é preciso que a categoria continue lutando em prol da valorização da profissão e do conhecimento. “Temos que saber que somos importantíssimos para as crianças. Embora nossos 'digníssimos' dirigentes tentem sempre nos jogar para baixo, temos que dar a volta por cima e mostrar a nossa força”.
Servidores da Saúde de Itaperuçu se organizam contra ataque da Prefeitura
Em Itaperuçu, saúde se mobiliza contra a redução de salário
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s servidores da saúde de Itaperuçu estão em luta contra a medida adotada pelo prefeito Neneu José Artigas para reduzir salários. Apesar de a maioria dos trabalhadores prestar serviços há anos para a população, em julho eles tiveram seus salários reduzidos em até R$300,00. Como não são contratados pelo regime estatutário e sim pela CLT, a Prefeitura utilizou a velha manobra de demitir e recontratar os servidores por um salário mais baixo, em um claro desrespeito aos direitos dos trabalhadores. Outro absurdo foi o desconto de uma semana de trabalho em seus contracheques, sem qualquer justificativa, já que todos cumpriram sua carga horária. Este disparate revoltou todos os trabalhadores e trabalhadoras da saúde que exigem esclarecimentos e o ressarcimento da semana trabalhada. Em agosto, os trabalhadores se reuniram com a direção do Sindicato que representa os servidores de Itaperuçu e Rio Branco (SINTRASERV) e com representantes do sindicato dos servidores estaduais da saúde (SindSaúde) para organizarem a mobilização. Uma reunião está agendada com o prefeito para o dia 29 de agosto.
Arquivo da escola
Os 28 anos de magistério da professora Sueli Andreata foram dedicados à consolidação da Escola Municipal Paranavaí
Se você é professor aposentado da rede municipal de Curitiba e ainda não participa do Coletivo de Aposentados do Sindicato, organize-se para acompanhar as reuniões que acontecem na última quintafeira do mês, às 14h, na sede do SISMMAC! Esse é um espaço importante, que ajuda a manter a categoria unida e mobilizada mesmo após a sala de aula.
Servidores de São José dos Pinhais lutam contra a terceirização
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s servidores de São José dos Pinhais estão em luta contra a extinção de cargos públicos conquistados por meio de concurso na área de saúde e contra a terceirização do trabalho de preparadores de alimentos do município. Nos dias 29 e 31 de agosto, a categoria realizou manifestações na cidade para pressionar a administração. O magistério de Curitiba se solidariza com a luta dos servidores de São José dos Pinhais por entender que a tercerização é uma forma de contrato precário, em que os trabalhadores estão sujeitos a um grau maior de exploração e de ataque aos seus direitos. Como consequência, a qualidade dos serviços públicos prestados à população também é prejudicada.
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Giro pela educacao
Educação em greve no Rio de Janeiro No Rio de Janeiro, greve de professores estaduais e municipais completa 20 dias
Em Cuiabá, greve enfrentou decisão judicial e terminou vitoriosa Sintep-MT
80% das escolas estão fechadas no Mato Grosso
Fotos: SEPE-RJ
Greve suspende aulas na rede estadual e municipal de Cuiabá
N Manifestações de rua e pressão junto aos governantes marcam greve da educação no RJ
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as redes estadual e municipal do Rio de Janeiro, as aulas estão suspensas desde o dia 8 de agosto por causa da greve dos trabalhadores da educação. Os professores municipais reivindicam reajuste salarial de 19%, a criação de um plano de carreira unificado e o cumprimento do 1/3 de hora-atividade conforme prevê a Lei do Piso. A paralisação da rede municipal também cobra investimentos na infraestrutura física das escolas e melhores condições de trabalho para os professores e demais trabalhadores da educação. Para ter ideia do tamanho do problema, cerca de 40% das escolas da rede municipal do Rio de Janeiro foram consideradas em “condições precárias” ou "razoáveis com risco" no relatório divulgado pelo Tribunal de Contas. Acompanhando o município, a rede estadual do Rio de Janeiro também deu início à greve no dia 8. Os professores protestam contra o descaso do governo no cumprimento dos acordos firmados durante a campanha salarial. A categoria reivindica que o governador Sérgio Cabral retire o veto sobre o projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que garantia ao professor o direito de dar aula em apenas uma escola por padrão.
Corte do ponto e ameaça aos grevistas
Ao invés de negociar avanços, os governos de Sérgio Cabral e Eduardo Paes apostam no desconto dos salários para intimidar o movimento. Apesar do anúncio do corte do ponto, a categoria mantém a greve e continua firme e unida em defesa de seus direitos.
o Mato Grosso, os professores da rede estadual estão em greve desde o dia 12 de agosto. A categoria reivindica a contratação dos profissionais aprovados no concurso de 2010, melhoria na estrutura das escolas e reajuste salarial de 10,41%. A mobilização dos professores fez com que o governo se comprometesse a nomear 500 profissionais até novembro de 2013. Entretanto, a discussão sobre os outros itens de pauta não avançou e o governador chegou a afirmar que não negociará com a categoria enquanto a greve continuar. As ameaças não intimidaram o movimento, que continua firme e conta com a adesão de 80% das escolas. Essa é a segunda paralisação realizada pelos professores estaduais de Mato Grosso
neste ano. A primeira ocorreu em abril e durou uma semana.
nA capital do Mato Grosso também fizeram greve
Os professores municipais de Cuiabá cruzaram os braços entre os dias 22 e 28 de agosto e conseguiram conquistar um aumento salarial de 10,9%. Para abafar as reivindicações dos professores, a Prefeitura ingressou com uma ação na Justiça solicitando que o movimento fosse decretado ilegal. Já no primeiro dia de greve, o Tribunal de Justiça do estado determinou que a categoria encerrasse a paralisação, sob pena de multa diária de R$ 5 mil. As professoras e professores de Cuiabá não abaixaram a cabeça e só encerram a greve depois da conquista.
Magistério de Itaperuçu conquista eleição para diretor
A
s professoras e professores de Itaperuçu acabam de conquistar uma antiga reivindicação: o direito à eleição de diretores das escolas. Após cobranças do Sindicato, a administração municipal enviou à Câmara de Vereadores um projeto de lei que regulamentaria esse direito. O magistério, junto com a direção do sindicato, apresentou propostas de alteração ao projeto do prefeito a partir do debate feito em assembleia da categoria. Após várias reuniões com a comissão de vereadores que analisava o projeto, as professoras e professores conseguiram fazer com que a proposta do magistério fosse aprovada. Infelizmente não foi aprovada na íntegra, pois retiraram o artigo que garantia a eleição da coordenação junto com a direção. O SISMMAC se solidariza com a luta do magistério de Itaperuçu e parabeniza as professoras e professores por essa conquista, que representa um grande avanço na construção da gestão democrática das escolas. Um passo de cada vez, sempre à frente, rumo a novas conquistas!
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analise de conjuntura sindical
Acompanhar a reorganização do movimento sindical Confira a análise sobre os passos trilhados na reorganização da classe trabalhadora
X Congresso aprovou desfiliação da CUT e indicou a necessidade de debater os rumos do movimento sindical
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X Congresso do SISMMAC marcou o pontapé inicial na discussão sobre os rumos do movimento sindical. A desfiliação da CUT, aprovada pela grande maioria dos delegados presentes no Congresso, veio acompanhada da análise de que o magistério municipal deve continuar desenvolvendo laços de solidariedade com outras categorias e contribuir ativamente no processo de reorganização da classe trabalhadora. Por isso, agora precisamos assumir como tarefa a avaliação constante sobre os rumos do movimento sindical e sobre os passos e tropeços cometidos no processo de reorganização da classe trabalhadora brasileira.
Fragmentação e reorganização do movimento sindical
A degeneração da CUT fez com que diversos sindicatos decidissem romper com a política da Central, principalmente, a partir da postura de apoio ao governo Lula assumida na Reforma da Previdência de 2003. Parte dos sindicatos que saíram da CUT fundou a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), em 2004. A entidade nasce com o claro objetivo de substituir a CUT como central sindical combativa. Entretanto, apesar de assumir uma postura aguerrida e realmente independente frente aos patrões e governos, a Conlutas já reproduz parte dos erros que levaram a CUT a sua
SISMMAC
degeneração. Essa central agora busca, a todo custo, seu reconhecimento junto ao Ministério do Trabalho e não exerce de fato a autonomia frente a partidos políticos. Já a Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora surge em 2006 como um espaço de articulação que reúne diversas oposições e sindicatos que saíram da CUT e outros que permanecem filiados, mas que não se submetem mais à política da Central. A Intersindical nasce a partir da análise de que antes de se fundar uma nova central é preciso retomar o trabalho de base e resgatar os princípios que impulsionaram a criação da CUT, em 1983, mas que foram abandonados pela entidade ao longo dos anos. Esses princípios são os mesmos que foram aprovados em nosso X Congresso e que servem como diretrizes para a direção do SISMMAC: organização por local de trabalho, formação política, autonomia em relação a partidos políticos e independência frente a patrões e governos. Para a Intersindical, a criação de uma central não pode ser decisão de uma meia dúzia de dirigentes. Ao contrário, deve ser resultado de um amplo processo de
conscientização, trabalho de base e mobilização. Contrária ao imposto sindical e à intervenção de patrões e governos no direito à livre organização dos trabalhadores, a Intersindical não pretende obter o reconhecimento do Estado para se tornar uma central e prioriza a ação cotidiana a partir dos locais de trabalho. A direção do SISMMAC possui grande referência nas práticas e princípios construídos pela Intersindical. Alguns diretores do sindicato constroem a Intersindical e a direção também é composta por diretores independentes.
A disputa dentro da CUT
Alguns sindicatos e grupos políticos permanecem filiados à CUT na esperança de recuperar os princípios da Central através da disputa interna. Apesar de bem intencionados, não explicam que, ao longo dos últimos 30 anos, a CUT foi sempre dirigida pela mesma corrente: a Articulação Sindical. Em 2009, não houve sequer disputa pela direção da CUT e, em 2012, a chapa composta pelo bloco majoritário reuniu sete correntes e obteve 90,52% dos votos.
Entre a direita, reorganização acontece de olho no imposto sindical
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m 2007, com a regularização das centrais e do repasse de 10% do imposto sindical a essas entidades, ocorre um processo de fragmentação também entre os sindicatos e organizações ligadas a partidos de direita e da base de apoio ao governo. De olho em uma fatia do financiamento estatal, surgem a UGT, NCST e CTB a partir de dissidências da Força Sindical e da CUT. Entretanto, a divisão entre essas centrais e a busca desenfreada por novos sindi-
catos não é motivada por diferenças de projeto, mas pela disputa por uma fatia maior do imposto sindical. O imposto sindical é uma das ferramentas criadas durante o governo de Getúlio Vargas para submeter os sindicatos ao controle direto do Estado. Consiste no desconto compulsório de um dia de trabalho por ano de todos os trabalhadores. Inspirada no modelo inventado pelo fascismo italiano, esse mecanismo visa trazer para o controle
do Ministério do Trabalho as entidades que surgiram espontaneamente a partir da luta dos trabalhadores e que se organizavam com independência. Atualmente, o repasse desse imposto representa 65% da arrecadação da CUT, que nos últimos cinco anos recebeu R$270 milhões. Por mais que a CUT diga que é contra o imposto sindical, nunca recusou esse dinheiro. Desse jeito, fica difícil ter independência frente aos patrões e governos.
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CULTURA
3º Baile do Professor terá dois ambientes Venha renovar as energias para um novo período de lutas!
Venha confraternizar com os colegas do magistério na terceira edição do Baile do Professor
Fotos: Douglas Rezende
A
terceira edição do Baile do Professor já está chegando! A nossa comemoração do Dia do Professor acontece no dia 19 de outubro, a partir das 22h, na Sociedade Universal (Rua Comendador Roseira, 260. Prado Velho). A confraternização é um momento de festejar tudo aquilo que conquistamos arduamente. De nos abraçar e perceber que não desistimos, de afirmar que seguimos juntos e firmes na luta por um futuro melhor para nós e para nossas crianças.
Para motivar ainda mais a sua participação no evento, nesta edição preparamos uma novidade: o 3º Baile do Professor contará com dois ambientes! Um deles apresentará música ao vivo com a Banda Memories e o outro terá a presença do DJ WN Discotecador em Vinil. Para participar da confraternização, cada sindicalizado terá direito a três convites, sem custos. Faça a sua reserva o quanto antes pelo telefone do SISMMAC (3225-6729). Os profissionais
da rede têm até o dia 18 de outubro, às 17h30, para retirar os convites na sede do SISMMAC, na rua Nunes Machado, 1577, no Rebouças. O dia a dia da escola, muitas vezes com sobrecarga e péssimas condições de trabalho, nos angustia, mas nesses momentos de confraternização em conjunto com o magistério podemos ver que não estamos sozinhos nessa luta e que é preciso renovar as energias para alcançarmos vitórias.
3 Baile d o
professor 19 de outubro, a partir das 22h, na Sociedade Universal Agora com dois ambientes! Música ao vivo com Banda Memories e DJ WN Discotecador em Vinil LOCAL: Sociedade Universal (Rua Comendador Roseira, 260. Prado Velho) ENTRADA: Cada sindicalizado terá direito a três convites, sem custos. Reserve o quanto antes os seus convites pelo telefone 3225-6729 e retire-os na sede do SISMMAC