Diário de Classe - Ed. 194: Ago/2013

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Informativo do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba # 194 | agosto 2013 | Gestão "Novos Rumos - A Alternativa de Luta¨ |

Olhar o que fizemos para melhorar o que faremos Balanço de dois anos da gestão Novos Rumos - A Alternativa de Luta

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m nossa gestão, prestamos contas constantemente de nosso trabalho. Nossos materiais, como jornais, emails e informativos, buscam refletir esse trabalho para que toda a categoria possa analisar nossas ações e contribuir com as mudanças que seguem acontecendo em nosso movimento sindical. Em agosto, completamos dois anos de construção de Novos Rumos na organização do magistério municipal para as lutas que todos nós, trabalhadoras e trabalhadores, temos que enfrentar para melhorar nossas condições de trabalho e vida. Neste balanço dos dois primeiros anos de gestão, fazemos uma síntese das principais ações que realizamos para colocar em prática os princípios políticos que conduzem nosso trabalho sindical.

Princípios que conduzem o trabalho sindical do SISMMAC Foco no trabalho de base, com ação nos locais de trabalho Formação política (teórica e prática) Autonomia em relação a partidos políticos Independência frente a patrões e governos Contribuir com a luta de outras categorias e no processo de reorganização da classe trabalhadora Além de prestar contas do que já foi realizado, esse balanço aponta a necessidade de intensificarmos ainda mais nossa organização e capacidade de mobilização para as lutas que iremos enfrentar no próximo período.


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balanco de gestao

Retomamos o Sindicato para as mãos dos trabalhadores Q uando construímos, em 2011, o grupo de oposição Novos Rumos – A Alternativa de Luta era evidente que o Sindicato tinha pouca referencia política junto à categoria. A falta de trabalho de base e a subordinação do trabalho sindical a interesses partidários eram os principais motivos que de-

Trabalho de Base

Foco no trabalho de base para reaproximar os professores do dia a dia do Sindicato

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etomamos o trabalho de base, com visitas constantes a todos os locais de trabalho. Com a presença do Sindicato nas escolas, CMEIs, CMAEs e contraturnos, a confiança da categoria no Sindicato e a referência política da entidade cresceram, assim como a nossa união. União que ainda precisamos fortalecer e consolidar, mas que já mostramos, em várias ações, que faz toda a diferença. Com maior número de visitas, também conseguimos impulsionar a organização de ações por local de trabalho. Ainda temos que avançar nessa política de organização por local de trabalho e convencer mais trabalhadores de que sua organização e ação direta são as maiores armas na defesa de seus direitos. Alguns já estão convencidos disso e, em algumas escolas, as professoras e professores têm organizado ações localizadas para enfrentar problemas também localizados com o apoio do Sindicato.

sestimulavam o envolvimento de boa parte das professoras e professores nas ações sindicais. Ao longo desses dois anos, retomamos o Sindicato para as mãos dos trabalhadores, que hoje sabem que são seus interesses coletivos que impulsionam e determinam as ações do SISMMAC.

Nosso trabalho de base Visitas constantes a todos os locais de trabalho. Inclusive locais que nunca eram visitados, como Cmeis, Cmaes, e Contraturnos passaram a ter visitas do Sindicato. Aumento significativo do número de sindicalizações. Ao todo, foram 1097 novas sindicalizações nesses dois anos. Apoio às ações e à organização por local de trabalho. Denúncias e combate de problemas enfrentados na realidade diária dos locais de trabalho. Realização de encontros regionais. Esses encontros aproximaram as discussões dos locais de trabalho para facilitar a participação de mais trabalhadores. Foram debatidos temas como ICS, movimento sindical e Plano de Carreira. Reorganização do Conselho de Representantes. Mais do que um espaço de repasses, os CRs têm se transformado em espaços de formação, debate e decisões da categoria. Isso contribui na formação política dos representantes das escolas, da direção do SISMMAC e melhora a qualidade dos repasses e discussões nos locais de trabalho. Realização de Seminários para debater temas importantes: Plano Nacional de Educação, Plano de Carreira, Aposentadoria, Educação Inclusiva e a Conferência Municipal de Educação. Encontros e reuniões por segmentos da categoria para qualificar e organizar pautas específicas: 6º ao 9º ano, Educação Infantil, Cmaes/Educação Especial, Pedagogas/os e Educação Integral. Grupo de estudos quinzenal do SISMMAC. Nesse grupo, estudamos como funciona nossa sociedade e debatemos como devemos atuar para a sua transformação. Publicação e envio constante de informações importantes através do site, de emails, de redes sociais e de mensagens para celulares. Construção da Pauta de Reivindicações da categoria a partir dos locais de trabalho, aumentando a participação da categoria nesse importante processo que guia nossas lutas.

expediente Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba | Rua Nunes Machado, 1577, Rebouças – Curitiba/PR, CEP. 80.220-070 Fone/Fax.: (41) 3225-6729 | Gestão “Novos Rumos - A Alternativa de Luta” (2011-2014) Direção liberada: Andressa Fochesatto, Gabriela Dallago, Gabriel Conte, João Antonio Rufato, Patrícia Giovana Rezende, Rafael Alencar Furtado, Siomara Kulicheski e Suzana Pivato Direção que permanece nas escolas: Anella Bueno, Carolina Cunha, Claudiane Pugsley, Cristiane Bianchini, Eliete França, Eumar André Köhler, Geny Maria Dallago, Graça dos Santos, Izabel de Oliveira, Milaine Alves Barszcz, Mylena Garcia Deutscher, Nanci Cordova Yasdeck, Natalia Gaudeda, Pedro de Alcântara Pereira Neto, Rodrigo de França, Rosana Pilch Carlesso, Silmara Carvalho e Wagner Argenton Equipe de Comunicação: Thaíse Mendonça (DRT 8696/PR) e Dalane Santos | Projeto gráfico, ilustração e diagramação: Ctrl S Comunicação | Simon Taylor (www.ctrlscomunicacao.com.br)


agosto 2013 | # 194 | Informativo do Sismmac |

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Organizacao e luta Durante esses dois anos de gestão, o magistério retomou sua mobilização e lutou em defesa da qualidade da educação e por melhores condições de trabalho

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esses dois anos e com essa retomada do trabalho de base, muitas foram as lutas construídas e com certeza ainda teremos muitas pela frente.

2011 Paralisação das escolas de 6º ao 9º ano

Com essa ação, que contou com a adesão de todas as escolas de 6º ao 9º ano, avançamos na conquista de 32% de hora-atividade para essa parte da categoria a partir de 2012 e conquistamos o fim das substituições em outras áreas de atuação. Esses dois avanços vieram com a contratação de mais professores para essas escolas. Agora, temos que avançar na conquista da composição da jornada em hora-aula e não em hora-relógio, com a contratação de mais professores para atender essa demanda.

Ato em defesa do ICS

Em 2011, realizamos uma manifestação em defesa do Instituto Curitiba de Saúde e contra a proposta de novo regulamento. Como resultado da mobilização, conseguimos uma audiência com o prefeito e o compromisso de suspender os pontos do regulamento que retiravam direitos e prejudicavam os servidores.

2012 Greve

Participação massiva da categoria na greve dos dias 14 e 15 de março. As assembleias contaram com mais de mil professores e mais de 150 escolas da rede paralisaram as atividades. Nessa greve, além de zerarmos as perdas salariais acumuladas nos últimos 10 anos, conquistando um reajuste salarial de 19,56%, barramos a política meritocrática e de cabresto da gratificação por produtividade (PPQ). Conquistamos também o início da implementação dos 33,33% de hora-atividade. Falta transformarmos a garantia da hora-atividade em um direito realmente e não em uma penalização para os trabalhadores da educação e para própria

educação pública de Curitiba. Novamente, precisaremos avançar na contratação de mais professores para conquistarmos de fato esse direito sem a perda de outros direitos e sem prejudicar a qualidade do nosso trabalho.

Campanha ICS: +2% por que não?

Com ações por local de trabalho e um ato geral na rua XV de novembro, conseguimos barrar as mudanças que a antiga gestão estava tentando implementar em nosso Instituto no ano passado. Precisamos avançar no aumento do financiamento do ICS, por parte da administração, para que voltemos a ter mais qualidade no atendimento da nossa saúde e de nossa família. A pergunta ainda persiste: +2%, por que não?

X Congresso do SISMMAC Em 2012, realizamos o maior congresso de nossa categoria. As professoras e professores que participaram do evento definiram as linhas políticas para a gestão do Sindicato. O Caderno de Resoluções do congresso está disponível para consulta em todas as unidades de ensino. Esse também foi o congresso em que nos desfiliamos da Central Única dos Trabalhadores (CUT). A desfiliação foi aprovada por mais de 80% dos presentes na assembleia realizada ao final do evento. Aprovamos também que a verba que ia mensalmente para CUT agora é destinada para contribuir na luta de outros trabalhadores, como veremos mais a frente nesse balanço.

2013 Campanha de Lutas Seguimos na Campanha de Lutas de 2013. Nova administração, velhos problemas e mais uma vez a necessidade de organização e mobilização para avançarmos nas conquistas. Foram seis meses de muito debate e enfrentamento com a nova administração e a certeza de que SEM PRESSÃO NÃO CONQUISTAMOS QUALQUER AVANÇO! Fizemos muito trabalho de base e organizamos vários debates junto à categoria nos locais de trabalho. Nesses espaços, debatemos principalmente sobre o Plano de Carreira, mas também tratamos dos problemas de implantação dos 33,33% de hora-atividade. Agora, no segundo semestre, está na hora da pressão por mudanças! O prefeito está sinalizando que aumentará em apenas 0,50% o orçamento da educação para ano que vem. Com só meio por cento a qualidade da Educação Pública de Curitiba não melhorará. São muitos os problemas acumulados, que durante a campanha eleitoral o então candidato Gustavo Fruet também apontava e criticava. Agora na administração, entretanto, demonstra que já não tem tanta urgência em resolvê-los, mas nós temos! Está na hora de construirmos um processo de mobilização amplo e forte para pressionar esse prefeito a mudar de fato a gestão da Educação Pública de Curitiba. Fiquem atentos ao calendário de lutas para o segundo semestre e vamos juntos construir as mudanças que precisamos.


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X Congresso aprovou política de investimento para o SISMMAC

Melhorar a estrutura para fortalecer a luta

Recursos e estrutura do SISMMAC devem estar a serviço da organização e da luta do magistério

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ssumimos a direção do Sismmac, em agosto de 2011, com a clareza de que para impulsionar o trabalho de base e para fortalecer a organização e a capacidade de mobilização da nossa categoria seria necessário dispor de uma estrutura adequada, com recursos humanos e materiais suficientes para essa atuação. Além de buscar garantir o máximo de transparência e de participação da categoria nas decisões sobre os recursos do Sindicato, procuramos também evoluir na estrutura existente para qualificar o trabalho sindical e o atendimento destinado às professoras e professores da rede. Mesmo antes de assumir a gestão, iniciamos uma campanha de sindicalização como forma de aumentar a referência do Sindicato junto à categoria. Em dois anos, passamos de 5468 para 6565 sindicalizados, o que representa um aumento de 20%. O crescimento do número de sindicalizados, além de garantir uma maior participação da categoria, trouxe também melhores condições financeiras para a estrutura sindical.

Melhoria da estrutura para o trabalho sindical A partir de 2011, passamos a procurar uma nova sede que contasse com espaço mais adequado para o funcionamento do Sindicato. Uma ano após a posse, mudamos para um local mais amplo, com salão próprio para reuniões e assembleias, garagem interna para os veículos do sindicato e estacionamento facilitado em frente à sede. Nesse período, em função do aumento de visitas e organização do trabalho de base, trocamos os dois carros que o Sindicato possuía e adquirimos mais dois. Hoje, contamos com quatro veículos em ótimas condições para a realização desse trabalho. Paralelo a isso, adquirimos tablets, GPS e trocamos os aparelhos celulares, disponibilizando nossos números de telefone para toda a categoria. Compramos, ainda, novos computadores, projetor para o salão, aquecedores e móveis para a nova sede. Avançamos também na informatização dos dados do SISMMAC. Na parte da comunicação, compramos um programa para envio de mensagens de celular (SMS) para os sindicalizados e investimos na criação de um banco de dados online, que permite ainda a confecção de carteirinhas para as professoras e professores que participarem da campanha de atualização cadastral. Adquirimos também novos programas para centralizar as informações do departamento jurídico e facilitar o funcionamento da tesouraria. Ampliamos o quadro de trabalhadores do SISMMAC, com a contratação de uma assistente administrativa e de mais uma jornalista, o que permitiu intensificar o trabalho de comunicação, reformular o jornal e investir na comunicação pelas redes sociais.

Após um amplo processo de discussão, o X Congresso do SISMMAC aprovou mudanças. Além de aprovar o aumento da contribuição mensal em 0,2%, o Congresso também definiu que parte desse recurso seria utilizado para manutenção de um Fundo de Greve e Campanha de Lutas. A necessidade de aquisição de uma sede própria para o SISMMAC também foi debatida no Congresso e a política de investimento para esse fim foi aprovada em assembleia realizada em novembro de 2012. Mesmo com todos os investimentos realizados no decorrer desses dois anos de gestão, conseguimos ainda aumentar a reserva financeira em mais de R$400 mil. Esses recursos servirão para incrementar as nossas lutas futuras. Tudo isso se deu pelo entendimento que a categoria tem demonstrado de que um sindicato forte é um sindicato organizado, com posicionamento firme, aguerrido, de luta. É um sindicato que não se furta aos embates com o patrão e que constrói junto à categoria a organização para conquistar avanços.

Estrutura do Sindicato aumenta Investimento

07/2011

07/2013

Arrecadação mensal

R$86.958,28

R$159.083,29

Saldo conta corrente

R$13.688,71

R$60.000,00

Saldo caixa interno

R$3.292,19

R$1.000,00

Poupança

R$78.232,48

R$229.102,78

Aquisição de sede (aplicação)

Não existia

R$96.616,53

Fundo de greve (aplicação)

Não existia

R$136.443,32

Veículos

02 usados

04 novos

Thaíse Mendonça

Transparência A política financeira do SISMMAC é construída em assembleias, que são abertas para a participação do conjunto da categoria. A cada ano, o magistério aprova um Plano Orçamentário, com a previsão de como serão investidos os recursos da entidade. Além disso, as prestações de contas mensais são divulgadas no jornal e estão disponíveis também no site do SISMMAC.


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Thaíse Mendonça

O apoio a outras categorias de trabalhadores em luta faz parte da política aprovada no X Congresso do SISMMAC

SOMOS TODOS TRABALHADORES A relação que o magistério de Curitiba estabelece com o restante da classe trabalhadora também avançou durante essa gestão

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m dois anos de gestão Novos Rumos - A Alternativa de Luta, mudamos significativamente a forma como nos relacionamos com os demais trabalhadores. Na época em que foi fundado, o SISMMAC assumiu o compromisso de atuar como parte da luta geral da classe trabalhadora, filiando-se já em seu primeiro ano à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Mais de duas décadas depois, a categoria avaliou que a Central deixou de ser um instrumento que potencializava e organizava a luta dos trabalhadores de todo o país. Ao invés de impulsionar, a CUT passou a frear as lutas, agindo como uma instituição de apoio ao governo. Quem sofreu com isso fomos nós, trabalhadores, que perdemos uma importante arma de luta e organização.

Desfiliação da CUT e o X Congresso do SISMMAC A desfiliação da CUT se deu em nosso X Congresso, realizado no ano passado. Após a realização de debates nas escolas e nas regionais, que culminaram com a discussão geral feita durante o Congresso, a maioria de nossa categoria decidiu desfiliar nosso Sindicato da CUT. Nossa condição de trabalhadores não mudou, nem a necessidade de continuarmos em luta rumo a nossa emancipação. A avaliação de que a CUT não serve mais para organizar a luta do conjunto da classe trabalhadora não anulou a necessidade de continuarmos contribuindo com a luta geral dos trabalhadores. Decidimos, por isso, continuar ajudando, política e financeiramente, oposições e movimentos sociais de trabalhadores que compartilham dos mesmos princípios que orientam a gestão do SISMMAC. Passamos a destinar o mesmo percentual que antes era repassado à CUT, 6,2% de nossa receita, para contribuir com o processo de reorganização da classe trabalhadora através do apoio a esses grupos, com o dever de divulgar essas ações e doações para toda a categoria. Já gastávamos essa quantia com a mensalidade da CUT, mas sem saber exatamente para onde ia o dinheiro.

Solidariedade ativa de classe Desde então, apoiamos diversos grupos sindicais e de movimentos sociais. Três deles passaram por um processo parecido com o nosso. Construção e fortalecimento de um grupo de oposição que tentou retomar seu sindicato para a luta dos trabalhadores, já que seus sindicatos estavam nas mãos de quem tinha mais compromisso com os patrões e com o governo do que com os trabalhadores. Apoiamos oposições aos sindicatos de Trabalhadores dos Correios do Paraná, Metalúrgicos de Ipatinga/MG e Bancários do Distrito Federal. Os dois primeiros foram vitoriosos e iniciaram uma nova página na história da luta de sua categoria, agora tendo o sindicato como instrumento a seu favor. Outro apoio importante foi para os professores e demais servidores de Itaperuçu e Rio Branco do Sul, municípios da região metropolitana de Curitiba, que sequer tinham um sindicato para organizar e apoiar suas lutas. Ajudamos a organizar esses trabalhadores e a fundar o SINTRASERV, sindicato dos servidores desses dois municípios. Também apoiamos os Sapateiros de Franca/SP, que tiveram seu sindicato tomado pela Força Sindical, que fundou um sindicato paralelo e caçou sua carta sindical. Além disso, os sindicatos que já romperam com a política governista da CUT ou da Força Sindical, também precisam de apoio para manter seu sindicato nas mãos dos trabalhadores. Apoiamos um desses casos, o dos Metalúrgicos de Santos/SP, que enfrentaram uma chapa montada em articulação com os patrões. Apoiamos também outros movimentos sociais, como grupos estudantis nas greves das universidades; os cursos das Promotoras Legais Populares, que capacitam mulheres para atuar na defesa de seus direitos; assim como a parceria que acabamos de firmar com a Academia de Capoeira Angola Dobrada (ACAD), que dissemina a cultura africana em nossa cidade. Com cada um desses apoios, afirmamos o compromisso aprovado em nosso Congresso e nosso enquanto gestão de contribuirmos no processo de reorganização da classe trabalhadora brasileira. Douglas Rezende


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Comunicacao e cultura

Autonomia e independencia de classe

Incentivo a cultura buscou ampliar o acesso da categoria a produções artísticas de qualidade, que não se pautam apenas pela lógica do lucro

Douglas Rezende

Autonomia frente a partidos e independência frente a patrões e governos

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emos exercido essa autonomia e independência cotidianamente em nossas ações. Sem “rabo preso” com parlamentares, partidos ou patrões, nosso Sindicato funciona hoje tendo os interesses e necessidades dos trabalhadores em primeiro plano. Essa postura e compromisso se evidenciam nos enfrentamentos que fizemos com a gestão passada e que seguimos fazendo com a nova administração. Organizamos nossas lutas tendo como foco central a defesa dos interesses dos trabalhadores, com autonomia para questionar e combater as políticas que julgamos prejudiciais. No ano passado, durante as eleições municipais, reforçamos esse compromisso ao indicar para toda a categoria que a escolha entre um candidato ou outro para a Prefeitura de Curitiba não poderia tirar o foco da nossa organização. Reafirmamos nossa convicção de que não são as eleições municipais que mudarão substancialmente a vida de nós, trabalhadores. Ao contrário, essas mudanças virão somente do aprofundamento de nossa organização direta, a partir dos locais de trabalho, aliada ao aumento de nossa capacidade de mobilização coletiva. Nossa postura de independência e autonomia tem se mostrado acertada. O mandato do novo prefeito, que durante a campanha se apresentava como defensor da educação, já completou seis meses sem qualquer alteração substancial em nossas condições de trabalho. Esse fato comprova a necessidade de seguirmos em luta, Só a luta m uda a cobrando avanços, tendo em vista vida! Por is so, cabe a nós const que todos os direitos do magisruirmos ativamente tério foram e continuam sendo nossa própria org conquistados a partir da mobianização e fazer por lização direta da categoria, com nossas m ãos as conq pressão e atos de rua, e não por uistas que precisa concessão de políticos. mos e queremos!

SISMMAC manteve autonomia e enfrentou embates com a administração municipal

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m dois anos de gestão Novos Rumos – A Alternativa de Luta, avançamos na construção de uma política de comunicação para o SISMMAC. Buscamos fazer com que a categoria criasse uma relação de identificação com os materiais do Sindicato e passasse a ter orgulho de contribuir com sua escrita e divulgação. O jornal foi completamente reestruturado e intensificamos a atualização do site e das redes sociais. Cada uma dessas mudanças teve como objetivo criar um canal de comunicação e diálogo eficiente, onde a categoria se informa e também se expressa sobre problemas que vive no chão da escola. A área cultural também avançou nessa gestão. Além de divulgar dicas de programação cultural, o SISMMAC organizou apresentações artísticas e oficinas. Entre as iniciativas, estão a apresentação da peça de teatro “As tramoias de José na cidade labiríntica”, a oficina “A Grande Roda de Histórias”, e, recentemente, a parceria com a Associação de Capoeira Angola Dobrada para o desenvolvimento de um programa de formação sobre cultura popular negra. Desenvolvemos também atividades de confraternização, que serviram para reafirmar os laços de união e solidariedade entre o conjunto do magistério. O dia do professor já entrou para o calendário oficial de atividades do SISMMAC e, em 2013, celebraremos a data com um grande Baile do Professor pelo terceiro ano consecutivo. Em 2012 e 2013, encerramos o primeiro semestre com uma festa junina que reuniu a categoria em clima de confraternização, com direito a muito forró, quentão e pipoca. Política de comunicação e incentivo à cultura também são marcas da gestão Novos Rumos – A Alternativa de Luta


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Fotos: Intersindical

Alem dos muros da escola

As lutas de 11 de julho A luta e organização no local de trabalho devem ser permanentes para avançar em conquistas

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m junho, trabalhadores e trabalhadores em formação (os estudantes) saíram às ruas por melhorias no transporte, educação e saúde públicos e, além disso, também se colocaram em movimento contra a repressão do Estado aos manifestantes. Após um mês de intensas mobilizações em dezenas de cidades brasileiras, centrais sindicais e outras organizações convocaram, para o dia 11 de julho, greve geral, paralisação e atos buscando colocar dessa vez uma pauta geral dos trabalhadores.

Atuação das centrais

Infelizmente, sabemos que para além das pautas defendidas e que temos acordo, as centrais sindicais não exercitam mais a autonomia frente a partidos políticos e independência frente a patrões e governos. Algumas, como a Força Sindical, aliada aos patrões desde sua origem, tinham e têm interesse prioritário em desgastar o governo federal para as eleições do ano que vem. Outras, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ao contrário, tinham e têm seus interesses na manutenção do governo atual. As pautas são defendidas desde que obedeçam a lógica geral que guiam as ações dessas centrais. Ou seja, no dia 11 de julho, ficou claro que a CUT não irá fundo na luta pela conquista das reivindicações se isso for prejudicar as intenções petistas para as eleições do próximo ano. Essa subordinação do movimento sindical aos partidos políticos e seus interesses é um dos problemas que nos fazem acreditar e trabalhar pela reorganização da classe trabalhadora e suas lutas e que fez nossa categoria optar, por grande maioria, pela desfiliação da CUT no ano passado. Em Curitiba, o ato que se concentrou na Praça Rui Barbosa reuniu, principalmente, direções sindicais e militantes de organizações políticas, com pouca presença de trabalhadores de base. Isso mostra, mais uma vez, que a organização e a luta devem ser construídas cotidianamente, a partir dos locais de traba-

Trabalhadores dos Correios fazem passeata no dia 11 de julho

A organiza ção e a luta dev em ser constru ídas cotidianam ente, a partir dos lo cais de trabalho e em conjunto co m os trabalhado res

lho e em conjunto com os trabalhadores, pois senão os mesmos não participarão de manifestações por uma simples convocatória. Somente dessa forma, reorganizando a classe trabalhadora, com princípios que se traduzam em ações concretas, seremos capazes novamente de construir grandes mobilizações da nossa classe por suas pautas.

Paralisação nos locais de trabalho

Alguns sindicatos que possuem os mesmos princípios que a atual direção do SISMMAC, autonomia frente a partidos políticos, independência frente a patrões e governos e a retomada do trabalho de base a partir

Metalúrgicos de Campinas e região cruzam os braços por melhores condições de trabalho

dos locais de trabalho e com formação política, organizaram paralisações nos locais de trabalho. Em Campinas e região, trabalhadores de várias montadoras pararam durante a madrugada. No total, a produção parou em mais de 20 empresas e cerca de 10 mil metalúrgicos cruzaram os braços. No Paraná, os ecetistas saíram da assembleia do Sintcom-PR no dia 10 e fecharam os portões do prédio central dos Correios no estado. Vários locais de trabalho foram fechados e os trabalhadores fizeram uma passeata.

A nossa organização

A direção do SISMMAC em conjunto com o Conselho de Representantes avaliaram, no encontro do dia 02 de julho, que seria inviável os profissionais da rede aderirem à paralisação do dia 11 de julho. Decisão acertada pela forma aligeirada que o 11 de julho foi convocado e pela conjuntura específica de nossa categoria. Enviamos o boletim nacional produzido pela Intersindical, organização sindical que temos grande referência e na qual alguns diretores do SISMMAC também militam. Seguimos com a preparação das lutas que precisaremos travar nesse segundo semestre. Também seguimos na preparação da nossa categoria para a participação nas futuras movimentações coletivas de nossa classe, a classe trabalhadora. Temos certeza que em tempos de agravamento das nossas condições de vida e trabalho, quando a classe trabalhadora se põe em luta, conseguimos ver com mais clareza a nossa força e que juntos somos mais fortes. Nenhum direito a menos, avançar nas conquistas!


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Proximos Passos

Segundo semestre começa com

mobilização do magistério Categoria se reúne em assembleia no dia 29 para definir calendário de luta do resto do ano

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retorno das aulas na rede municipal já começa em clima de luta e mobilização para o magistério de Curitiba. É hora de retomar nossa organização para cobrar da Prefeitura as respostas que ficaram pendentes e as ações, debatidas e acordadas em mesa de negociação, que ainda não saíram do papel!

Nesses sete meses de gestão do novo prefeito, já tivemos provas de que sem a mobilização e pressão da categoria nossas reivindicações por melhores condições de trabalho não vão pra frente. Por isso, é hora de retomar nossa união e o diálogo com os pais e mães de nossos alunos e com a comunidade em geral. Nosso movimento começa no dia 29 de agosto. Nesse dia, vamos nos reunir em assembleia para definir estratégias de mobilização e o calendário de lutas para este semestre! Converse com os colegas de trabalho e garanta que a escola esteja em peso nessa atividade! Vamos mostrar a força e a união do magistério de Curitiba!

Assembleia Dia 29 de agosto (quinta-feira) 1° chamada: 18h30 2° chamada: 19h Local: Clube Recreativo Dom Pedro II Endereço: Rua Brigadeiro Franco, 3662

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!

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m 2013, nossa Campanha de Lutas ultrapassou a data-base e as negociações com a Prefeitura estão se estendendo ao longo do ano. Isso aconteceu porque nossas principais reivindicações não foram respondidas de imediato e deveriam ser negociadas e analisadas em grupos de trabalho. A Prefeitura alegou que precisaria de mais tempo para estudar as reivindicações do magistério por se tratar de uma nova gestão. Agora, depois de sete meses de mandato, os prazos acordados com a administração começam a vencer. Esse é o momento de intensificarmos nossa mobilização para exigir que os discursos e promessas feitos para a educação durante a campanha eleitoral sejam colocados em prática realmente. É hora de cobrar que as decisões dos grupos de trabalho atendam de fato as reivindicações do magistério! Além disso, parte dos itens prometidos pela administração no início do ano não se concretizaram como deveriam. Um exemplo claro disso é a ampliação da hora-atividade, que em nossa cidade chamamos de permanência. No discurso, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que até o mês de maio todas as escolas da rede cumpririam os 33,33% exigidos em Lei e que esse processo iria privilegiar a qualidade do ensino, com foco no pedagógico. Entretanto, na maioria das escolas ocorreu o inverso. Como o aumento da hora-

Chega de esperar, nossa pauta prioritária é pra AGOSTO Prefeitura irá apresentar uma proposta concreta para correção das distorções provocadas pelo enquadramento de 2001. As alterações devem ser enviadas para a Câmara Municipal neste mês para serem incluídas na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2014. SETEMBRO Esse é o prazo final para elaboração da LOA. Vamos à luta para exigir que a administração reveja sua posição de ampliar em apenas 0,5% o investimento destinado à educação. Na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias, que serve

-atividade ocorreu sem a ampliação do quadro de professores, a maioria das escolas perdeu parte do tempo de corregência: das 6 horas que existiam passaram para somente 4. A situação é ainda pior na Educação Infantil, na Educação Especial e para as pedagogas e pedagogos, pois esses profissionais ainda não tiveram qualquer ampliação do tempo destinado à formação e planejamento. A negociação sobre a composição da jornada nas escolas de 6° a 9° ano também segue sem respostas. Durante as negociações da

como base para a elaboração da LOA, a Prefeitura propõe que o percentual passe de 26% para apenas 26,5%. DEZEMBRO É o prazo final, acordado em mesa de negociação, para concluir a reformulação do atual Plano de Carreira.

Campanha de Lutas, a administração afirmou que a reivindicação era simples e que seria de fácil resolução. Entretanto, depois de enrolar nas duas reuniões do Grupo de Trabalho formado para analisar o assunto, a Secretaria Municipal de Educação resolveu suspender as negociações e “jogar o pepino” para a Procuradoria Geral do Município. Vamos mostrar nossa força e união desde já para fazer com que a Prefeitura reveja esses ataques e garanta os direitos do conjunto do magistério!


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