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ISSN 2178-5781

Ano XIII | 216 | Junho 2013

Vitória dos produtores

Plano Safra deve injetar R$ 13 bilhões em Goiás

Dez anos de Pesebem Programa atende quase três mil pecuaristas e já pesou cinco milhões de cabeças

Açafrão Norte de Goiás investe na produção altamente rentável



PALAVRA DO PRESIDENTE

CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Conselho editorial Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins Editores: Francila Calica (01996/GO) Reportagem: Catherine Moraes e Leydiane Alves Fotografia: Larissa Melo e Mendel Cortizo Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO) Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: (62) 3096-2200 revistacampo@faeg.com.br

DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Vice-Presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

Resultado de uma negociação A nova forma estabelecida pelo governo para definir necessidades e recursos, para o Plano Agrícola e Pecuário 2013, fez com que a recém-anunciada medida se apresentasse como a mais bem estruturada nos últimos anos. O envolvimento de entidades do setor na construção do Plano fez toda a diferença. Somente em Goiás, a equipe de trabalho da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) esteve por duas vezes com a equipe técnica da Faeg para levantar as demandas goianas. Com essas reuniões, conseguimos expor uma série de entraves que estávamos enfrentando e contribuir para que fossem melhorados. O resultado está em um Plano com recursos 18% maiores que no ciclo passado, cerca de R$ 13 bilhões destinados à Goiás e consideráveis avanços nas áreas de seguro rural, estrutura de armazenagem, de atendimento aos pequenos e médios produtores rurais e de assistência técnica e extensão rural. Além de um compromisso público, da presidente Dilma Rousseff , em suplementar recursos, caso necessário, na medida em que os produtores necessitem. Nossa preocupação, agora, é com a garantia de que os produtores conseguirão acessar, no tempo certo, os recursos anunciados. Temos enfrentado, ano após ano, a morosidade e as excessivas exigências dos agentes financeiros em aprovar os limites de crédito. Muitas vezes, quando o produtor consegue acessar o recurso, já é tarde. Não raro, há casos de produtores que são excluídos do benefício. A forma de operacionalização do Plano será preponderante para mantenção seus avanços iniciais.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.sistemafaeg.com.br

José Mário Schreiner Presidente do Sistema FAEG/SENAR

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Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2208 - (62) 3096-2248 (62) 3096-2115.

Alexandre Cerqueira

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601


Mendel Cortizo

PAINEL CENTRAL

Agenda Rural

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Fique Sabendo

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Mercado e Produto 11

Dez anos de balança do produtor

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Delícias do Campo

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Treinamentos e cursos do Senar

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Campo Aberto

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Mendel Cortizo

Fredox Carvalho

Pesebem nos frigoríficos garante boa relação entre indústria e pecuaristas

Sociedade na apicultura

Norte de Goiás investe no açafrão Rendimento é expressivo e mercado está em crescimento

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Plano Safra prevê R$ 25 Bi para que produtores como João Van Ass invistam em armazéns. Foto produzida por Mendel Cortizo

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As grandes questões do agronegócio acontecem primeiro aqui Dias 8 e 9 de agosto em Cuiabá-MT Cenarium Rural www.bienaldaagricultura.com.br

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AGENDA RURAL

25, 26 e 27 de Junho Congresso Internacional da Carne Hora: das 8h às 18h Local: Centro de Convenções de Goiânia Informações: www.congressodacarne2013.com.br

24/06

26/06

Encontro Técnico Processamento de Frutos do Cerrado Hora: 9h Local: Mini-auditório do Senar Goiás, Goiânia Informações: 3545-2600

Lançamento da Bienal dos Negócios da Agricultura - Brasil Central Hora: 14h Local: Centro de Convenções de Goiânia Informações: (62) 3096-2208

26/06

28/06

Abertura Oficial da Exposição Agropecuária de São Miguel do Araguaia Hora: 14h Local: Parque de Exposição Agropecuária de São Miguel do Araguaia Informações: (62) 3364-1102

Assembleia Geral Ordinária da Faeg Hora: 14h Local: Auditório da Faeg, Goiânia Informações: (62) 3096-2115

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Armazém

REGISTRO

Faeg recebe homenagem do setor avícola Larissa Melo

Larissa Melo

FIQUE SABENDO

Sindicato Forte O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) está distribuindo um kit composto com três livros do Programa Sindicato Forte destinado aos dirigentes e funcionários dos Sindicatos Rurais. Manual de Capacitação, Manual de Excelência Sindical – Volume 1 E Manual de Aplicação, Índice de Desenvolvimento Sindical – IDS – Volume 2 trazem conteúdo para desenvolvimento pessoal com atualização de conhecimento, aplicação de diagnóstico e guia para um planejamento estratégico do sindicato. O objetivo final do material é melhorar o atendimento e os serviços prestados ao principal cliente do Sistema, o produtor rural brasileiro. Toda a metodologia de avaliação de Sindicatos Rurais presente nas cartilhas foi desenvolvida pelo Sistema Faeg/Senar e compartilhada em nível nacional. Ano 2013. Editora e autor: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)

O presidente do Sistema Faeg/ Senar, José Mário Schreiner, recebeu homenagem da Associação dos Avicultores Integrados da Perdigão Agroindustrial (Avip), de Mineiros. A placa destaca os “assinalados serviços, dedicação e apoio dispensados” à entidade e foi entregue das mãos do presidente da Avip, Suair Pereira Barbosa. A homenagem ocorreu durante o 3º Fórum Avícola realizado pela Avip e Unifimes, no início de junho, naquele município, onde o José Mário ministrou palestra. Ele defendeu que o Brasil será o maior produtor mundial de alimentos dentro de

nove anos e que no ano de 2022, a demanda mundial por alimentos será 20% maior. “O Brasil tem condições de atender 40% dessa demanda. Mas, é preciso sanear uma série de gargalos”, ressaltou. O dirigente ainda explicou que com a capacidade de produção do produtor brasileiro e com a crescente aplicação de tecnologia no campo, em 2022, a safra brasileira poderá atingir os 205 milhões de toneladas. Para que essas estimativas se concretizem, diz José Mário, é preciso investir no desenvolvimento das famílias rurais.

pesquisa

Embrapa lança milho quatro vezes mais vitaminado A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou no mês passado uma nova cultivar de milho com a quantidade de pró-vitamina A (carotenoide) cerca de quatro vezes superior à encontrada em cultivares comuns do cereal. Segundo a cientista de alimentos Maria Cristina Dias Paes, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), Unidade responsável pelo desenvolwww.senargo.org.br

vimento da cultivar, o milho biofortificado, identificado pela sigla BRS 4104, apresenta concentração de carotenoides percursores da vitamina A na faixa de 6 a 8 microgramas por grama de grãos. O milho comum apresenta entre 2,5 e 4 microgramas. A pró-vitamina A se transforma em vitamina A a partir de reações químicas no organismo. Entre suas funções estão a manutenção de uma

boa visão, uma pele saudável e um bom funcionamento do sistema imunológico. A falta dela no organismo humano resulta na hipovitaminose A, considerado um dos principais problemas de nutrição no mundo. Essa deficiência está associada à perda de visão em crianças. Mais informações pelo telefone: (31) 3027-1905 ou pelo e-mail: cnpms. nco.geral@embrapa.br Junho / 2013 CAMPO

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PROSA RURAL

Sérgio de Zen ,

Larissa Melo

engenheiro agrônomo, professor da ESALQ/USP e pesquisador do CEPEA

Gerenciamento da propriedade é o segredo Francila Calica | francila@faeg.com.br Revista Campo: Sérgio, o que o pecuarista pode esperar do mercado nestes próximos seis meses e no próximo ano? Sérgio de Zen: Nos próximos seis meses eu acredito que o mercado deve passar por um período de es8 | CAMPO

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tabilidade. Não acredito em sobressalto de preços. É uma tendência do mercado doméstico e do mercado internacional não crescer em acelerado. Por outro lado, a oferta tem uma tendência à estabilidade, dado que o mercado futuro não espelha preços

muito altos para o segundo semestre. Revista Campo: Como a crise europeia pode influenciar no desempenho do mercado de carne do Brasil? Sérgio de Zen: A crise europeia, de www.sistemafaeg.com.br


O

professor e doutor da Universidade de São Paulo (USP), Sergio De Zen é estudioso da economia agrária e esteve

em Porangatu, no último mês de maio, durante o Encontro Regional de Pecuária de Corte. Personagem da Prosa deste mês, ele discorreu sobre as deficiências da pecuária de corte do Brasil, assim como as formas de aumentar a produtividade. O consultor afirmou ainda que

apesar de inúmeros desafios, a pecuária brasileira ainda pode ser considerada um caso de sucesso e destacou pontos que podem ser positivos para o Estado de Goiás que sedia, neste mês, o Congresso Internacional da Carne.

certa forma, ela tira um importante mercado consumidor. A Europa, saudável, representa um mercado muito importante, não só para o Brasil, mas para outros países, dado que é um mercado que é exigente por qualidade, paga preços elevados pela carne e respeita contratos. Revista Campo: Quais são as deficiências, hoje, na pecuária desenvolvida no Brasil em termos de produtividade? Sérgio de Zen: Produtividade na pecuária demanda não só o domínio da tecnologia, mas uma verdadeira revolução em termos gerenciais de uma propriedade. Uma coisa muito simples é gerenciar uma propriedade que tem menos de uma unidade animal www.senargo.org.br

por hectare. Isso porque tem o fator de produção terra que é abundante e você consegue ter produtividade nesse nível, sem grandes riscos para a alimentação do gado e tudo mais. Agora, quando falamos de uma pecuária de duas a três unidades animal por hectare, falamos de uma propriedade mais arriscada e que demanda do produtor, uma capacidade gerencial muito grande. Isso, se ele quiser produzir bastante com baixo custo. Revista Campo: O produtor questiona muito essa questão da concentração de frigoríficos. Como isso impacta na produção e na comercialização da carne no Brasil? Sérgio de Zen: O processo de concentração tem que ser separado do processo de influência que isso exerce sobre os preços. Por exemplo, no caso do mercado de soja, mundialmente, a gente tem quatro ou cinco grandes empresas que controlam a comercialização, mas o preço é for-

mado em bolsa, no caso, na Bolsa de Chicago. No caso da carne, nós ainda não chegamos a esse ponto, mas temos grandes chances de caminhar para isso. Ou seja, temos um processo de formação de preços muito forte através do mercado futuro. Com a presença de investidores que não são do setor, mas são investidores financeiros, podemos ter um processo de formação de preços que se assemelha ao mercado da soja. Assim, a concentração teria um efeito muito pequeno sobre o processo de formação de preços. Agora, se não ocorrer isso, a gente tem que estudar meios de incentivar a competição, aí a situação se complica. Revista Campo: Sérgio, por que o ano de 1994 foi um marco na mudança de atuação do setor? Sérgio de Zen: Logo depois que o presidente Collor promoveu o confisco, em 1990, o boi começou a ser usado como forma de reserva de Junho / 2013 CAMPO

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valor. A partir daí, não existia confiança no sistema bancário, no meio circulante, então, muitas pessoas mantinham parcela de suas reservas em bovinos no geral, porque representavam uma fonte interessante de reserva de valor. A partir de 1994, com a edição do Plano Real, a queda dos níveis de inflação e a existência de uma moeda circulante valiosa, a situação mudou. A pecuária passou a ter importância, na medida em que a sua produção gera excedentes, gera valor a ser exportado, atendendo mercados interno e externo. Revista Campo: O que a pecuária brasileira pode aprender com o vizinho Uruguai? Sérgio de Zen: Há 10, 15 anos, o Uruguai tinha uma carne que estava no mesmo patamar de preço da carne brasileira ou da carne argentina, quando o governo uruguaio passou a fazer investimento pesado para criar uma rastreabilidade para seu produto. Com esse processo bem conduzido, ganhou confiabilidade no mercado internacional. Esse ganho se transformou num elevado ganho de preço. Hoje, a carne uruguaia tem um preço equivalente à norte-americana ou australiana, porque tem acesso a praticamente todos os mercados do mundo. Revista Campo: Como os recentes movimentos do Governo Federal brasileiro no mercado influenciaram a pecuária e o consumo no Brasil? Sérgio de Zen: O governo brasileiro, de certa forma, adotou uma política que não deixa claro para os investidores se vai manter alguns dos pontos macroeconômicos que foram referência no processo de estabilização, como a política de controle dos gastos públicos, controle dos níveis de inflação, através de uma política 10 | CAMPO

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monetária rígida, e controle da balança comercial, através de um dólar flutuante. Isso afasta os investidores e daí temos um ambiente onde não existe capital suficiente e afeta os investimentos, também no setor da produção de carnes. Além disso, sem esse investimento, a economia cresce pouco, o mercado doméstico tende a se estabilizar e isso afeta também o mercado de carne. Revista Campo: Diante deste cenário, qual a saída para o pecuarista? Há fatores que ele pode controlar e conseguir uma saída favorável? Sérgio de Zen: O grande instrumento que o pecuarista tem é o gerenciamento interno da sua propriedade. Ele deve investir na gestão de tal forma que consiga elevar os índices de produtividade dos fatores de produção, dentre eles, a terra. Uma probabilidade para se fazer grandes investimentos é implantar um sistema de rotação de agricultura e pecuária no qual ele reforma as pastagens usando certas atividades agrícolas que deixam resíduos de fertilizantes, por exemplo, na terra, que dá uma qualidade melhor, uma recuperação com baixo custo para a atividade. Dessa forma, renovando uma parcela da sua propriedade todo ano, a parcela que resta para a pastagem vai ter um nível de produtividade maior, com baixo investimento. Revista Campo: Em termos de comercialização, que ferramentas estratégicas o pecuarista pode lançar mão, uma vez que ele não é formador de preço? Sérgio de Zen: O pecuarista na realidade é um tomador de preços, então, ele tem que partir desse pressuposto. E, ao fazer uma venda antecipada deve fazê-la fixando preço. Dessa forma,

garante sua margem e evita de oferecer o produto sem a fixação de preço que é um caso indesejável. Revista Campo: Apesar dos pontos de melhoria, a pecuária brasileira é considerada sucesso. Quais são os fatores que garantem esse sucesso apesar dos pontos já citados? Sérgio de Zen: A pecuária tem sucesso porque, antes de mais nada, consegue prover o mercado interno e gerar excedentes exportáveis da proteína mais nobre, que é a proteína da carne bovina. Não é um sucesso por acaso, nós temos variedade de capim mais adaptada às condições climáticas brasileiras, temos uma melhoria da qualidade genética do rebanho, melhoria na tecnologia de suplementação mineral dos animais que tem evoluído muito nos últimos anos. Agora, não quer dizer que a gente esgotou a possibilidade do crescimento, existe muito mais ainda a melhorar. Revista Campo: Goiás vai sediar, no mês de junho, o Congresso Internacional da Carne. Que oportunidades, o Estado e o país poderão encontrar, sediando, no território, esse tipo de evento que é tão relevante? Sérgio de Zen: Goiás estará na vitrine, então, esses agentes internacionais que vão estar aqui. Tanto o público, quanto os palestrantes, vão observar o Estado. Goiás precisa aproveitar a oportunidade e mostrar, tanto na presença do produtor dentro dos debates, quanto fisicamente, o setor para esses agentes do mercado internacional. Haverá uma troca muito grande de conhecimento, de experiências e de imagem. A formação da imagem da carne goiana para esses agentes é o ponto principal que o estado deve buscar nesses momentos. www.sistemafaeg.com.br


MERCADO E PRODUTO

Milho: preços em queda

A

té o início da colheita da primeira safra de milho, os preços se mantiveram firmes em torno dos R$ 25 a saca de 60 kg, em Goiás. Porém, como já era esperado, começaram a cair a partir de abril quando se acentuou a colheita da primeira safra em todo o país. Apesar de uma redução na área plantada da ordem de 9,2% em nível nacional e de 25,6% em Goiás, as condições climáticas proporcionaram um acréscimo de 2,9% na safra nacional, com 34,84 milhões de toneladas colhidas, apesar de uma redução na primeira safra goiana de 4,38 milhões de toneladas para 3,11. A expectativa de uma maior pressão de oferta interna vem se confirmando com a consolidação de um safra cheia no Paraná e Mato Grosso, onde o clima tem contribuído favoravelmente para o bom desenvolvimento do plantio. Apesar do clima adverso em Goiás, um incremento na área plantada da ordem de 12,8%, será o suficiente para compensar as perdas e ainda colher um volume próximo do ano anterior, 4,2 milhões de toneladas. Assim, o país deve colher 11,5% acima da segunda safra passada, com 43,6 milhões de toneladas, o que totalizará 78,5 milhões de toneladas neste ano, nas duas safras - 5,5 milhões de toneladas a mais do que no ano anterior. Já em nível estadual o total da safra goiana deverá ficar em 7,3 milhões de toneladas, cerca de 1,3

milhão a menos em relação à safra anterior. O estado ainda terá um excedente em torno de dois milhões de toneladas a ser destinado, principalmente, à exportação. Isso ocorrerá devido às boas colheitas nos estados do sul do país, principal região consumidora. Com relação ao mercado externo, as cotações da Bolsa de Chicago para o último trimestre deste ano, quando é colhida a safra dos Estados Unidos, é de baixa diante da expectativa de uma supersafra da ordem de 355 milhões de toneladas. Um atraso no plantio já levou a uma redução nas estimativas iniciais de cerca de 3,5 milhões de toneladas, mas que é muito pouco para impactar o mercado. Diante destas considerações sobre a colheita a ser concretizada até fim de agosto, as expectativas de preços não são muito favoráveis. Os preços já caíram (referência Rio Verde - GO), neste primeiro semestre, em torno de 27%. Atualmente, estão próximos a R$ 19,50 o saco de 60 kg e com tendência de baixa. E podem, ainda, ser mais achatados caso se concretize toda essa perspectiva de safra e caso o Governo Federal não implemente operação de sustentação de preços bem maiores que as já sinalizadas em Contratos de Opções e de apoio à exportação, conforme pedido já encaminhado pela CNA, Faeg e diversas instituições dos demais estados brasileiros.

Itamar Sandoval

Pedro Arantes | pedro@faeg.com.br

Pedro Arantes é economista e analista de mercado da Faeg


AÇÃO SINDICAL

Homenagem de 25 anos

Resgate da tradição Larissa Melo

Palmeiras de Goiás

Uma cavalgada, em homenagem aos 25 anos de realização da exposição agropecuária de Bela Vista de Goiás, reuniu cerca de quatro mil cavaleiros, no dia 2 de junho. Realizada pelo Sindicato Rural do município, presidido por Wanderley de Siqueira, a cavalgada já é tradicional e atrai a atenção de toda a população, que se aglomera nas ruas de Bela Vista para ver carros de boi e cavaleiros desfilarem. O presidente do Sistema Faeg/ Senar, José Mário, participou da cavalgada conduzindo a bandeira brasileira pelo percurso. Também participaram no pelotão de frente da cavalgada o prefeito do município, Eurípedes do Carmo; o deputado estadual Valcênor Braz e toda a diretoria do Sindicato Rural de Bela Vista de Goiás.

itarumã

Sindicato rural de Itarumã

Associativismo e empreendedorismo

O Sindicato Rural de Itarumã ministrou uma palestra, no dia 17 de maio, sobre Associativismo, com o tema: Organizar para Empreender. O intuito foi motivar lideranças formadoras de opinião para fomento à criação de formas organização dos produtores e trabalhadores rurais capazes de dinamizar a produção no município.

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O Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural de Palmeiras, presidido por César Savini, estiveram presentes e apoiaram a realização das Cavalhadas de Palmeiras de Goiás, juntamente com o Sindicato Rural do município, no último dia 2 de junho. José Mário Schreiner, presidente do Sistema Faeg/Senar, esteve na abertura oficial das Cavalhadas e participou do cortejo que partiu da Igreja Matriz ao cavalhódromo e que deu início à batalha, simbólica, entre Mouros e Cristãos.

Luziânia

Sindicato recebe presidente da Câmara Sindicato Rural de Luziânia

Larissa Melo

Bela Vista de Goiás

O Sindicato Rural de Luziânia recebeu em sua sede, no dia 6 de maio, o Presidente da Câmara Municipal, Álvaro Roriz. Ele estava acompanhado do Presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente de Luziânia, o vereador Marcelo Braz; além dos vereadores Luzia Diretora, Denis Meireles e Nei Queiroz. Na ocasião, foi apresentado o trabalho da Faeg e do Sindicato Rural de Luziânia. “O que chamou a nossa atenção foi o carinho e o compromisso que estes vereadores demonstraram com o Sindicato. Sabemos que outros vereadores também estão engajados em nossos ideais, que é o de construir um Sindicato à altura de nossa querida Luziânia”, disse o presidente do Sindicato, Marcos Epaminondas. www.sistemafaeg.com.br


Jataí

Sucesso em feira de negócios

Palminópolis

Larissa Melo

Comemoração ao cooperativismo O Sistema Faeg/Senar, representado pelo presidente José Mário Schreiner, esteve presente, no dia 1º de junho, no encontro de produtores rurais cooperados da Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminópolis (Coomap). Mais de cinco mil produtores e seus familiares estiveram na sede da cooperativa para o encontro, que também teve o apoio do Sindicato Rural de Palmeiras de Goiás, presidido por César Savini.

O Sindicato Rural de Jataí realizou abertura oficial da 41ª Exposição Agropecuária de Jataí (Expaja), no dia 12 de junho, com uma programação de palestras técnica de alta qualidade, com nomes como o consultor de mercado Fernando Muraro e o jornalista apresentador do Jornal Nacional, Heraldo Pereira. José Mário falou da importância da produção agropecuária do município e do perfil dos produtores locais. O presidente do Sindicato, Ricardo Perez, fez a abertura oficial do evento e comentou a importância do evento em levar informações atualizadas de mercado e de perspectivas de negócios aos produtores rurais, empresários, técnicos e estudantes presentes.

Araguapaz

Larissa Melo

Sistema Faeg/Senar participa de Dia de Campo

Petrolina

Prefeito Aliado do Progresso Foi realizada em Petrolina, no mês de maio, a terceira etapa do Programa Prefeito Aliado do Progresso (PPAP), programa desenvolvido pela Faeg. Na ocasião, foi apresentado o resultado do planejamento feito pela equipe participante e relatado pelos representantes do Sindicato Rural e da Secretaria da Agricultura. O objetivo principal do projeto é a criação de oportunidades de negócios para os produtores do município e solidificação do agronegócio municipal, por meio da gestão participativa.

Associação dos Produtores do Vale do Araguaia (Aprova) realizou, no dia 25 de maio, o III Encontro Técnico dos Parceiros da Aprova, na Fazenda Barra do Santo Antônio. O Sistema Faeg/Senar e o Sindicato Rural de Britânia e Aruanã foram apoiadores do evento, que reuniu um público com aproximadamente 200 produtores rurais, empresários, técnicos, autoridades e representantes das empresas patrocinadoras. O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner participou do encontro.

Qualidade e dedicação a serviço do agricultor. Recomendações de calagem e adubação. Monitoramento da qualidade física e química dos solos. Orientação de práticas conservacionistas dos solos. Planejamento de uso e manejo de resíduos agrícolas e industriais.

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AÇAFRÃO

Produção muda realidade do Norte Especiaria dá lucro e movimenta a economia de municípios. Em Mara Rosa, apenas uma cooperativa espera colher 500 toneladas do produto Mendel Cortizo

Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br

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ma erva ancestral, de fácil manejo cultural e com mercado consumidor pungente, o açafrão vem mudando o cenário e estilo de vida de pequenos produtores rurais da região Norte do Estado. Em pequenos lotes de terra, é possível extrair do condimento de cor amarelada, um rendimento expressivo e ainda ter tempo para se dedicar a outras culturas. “Achei interessante a cultura. Ela é rentável, precisa de pouca extensão de terra e ocupa pouquíssimo tempo”, resume o produtor de açafrão e diretor da Cooperativa dos Produtores de Açafrão de Mara Rosa (Cooperaçafrão), Elson Carlos Martins. Para ele, esses foram os principais moti-

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Mendel Cortizo

vos que o atraíram, há cinco anos, na empreitada do plantio do açafrão. Ao contrário do que muitos imaginam, a erva também tem valor comercial na indústria têxtil e farmoquímica. Ele explica que o ciclo do açafrão é bianual e seu manejo é considerado rústico. O plantio ocorre logo depois que iniciam as chuvas, ou seja, entre os meses de outubro e novembro. Antes disso é necessário preparar a limpeza do terreno por meio de aragem. Para o desenvolvimento da planta, não é utilizada adubação química e o espaçamento recomendado para a cultura é de 40 centímetros entre plantas e 50 centímetros entre linhas, o que além de apresentar boa produtividade também facilita a capina. “Em solos com boa fertilidade natural ou após culturas bem adubadas, pode-se dispensar a adubação”, afirma. Elson explica que o manejo do açafrão, basicamente, se restringe à capina manual ou animal. Como o ciclo completo da cultura é de 18 meses, as duas primeiras capinas ocorrem logo no início, após 30 dias e 60 dias do www.senargo.org.br

plantio. Já no segundo ano, ocorre mais uma capina, entre 30 e 90 dias após a emergência de brotos. “O trabalho de manejo é praticamente este, por isso ocupa pouco tempo e permite que o produtor trabalhe com outras culturas. Não toma tempo”, ressalta. Outra particularidade é que características da própria planta não permitem a presença de invasores. De cheiro acentuado e gosto forte, nem animais se atrevem a consumi-la. Recomendações Embora seja considerada uma cultura de fácil manejo, a colheita necessita de um pouco mais de cuidado e pode se tornar dispendiosa para o produtor rural. O período de colhei-

ta ocorre nos meses de seca, entre os meses de junho e setembro. “Enquanto não estiver chovendo, a colheita pode se estender”, ensina. A maturação manifesta-se com o amarelecimento das folhas até a secagem total. Durante a colheita, diz, alguns produtores ainda praticam a queima da palha seca para obter maior limpeza da área e amolecer levemente o solo, pela umidade trazida pela evaporação de partes mais profundas. Dessa forma, os produtores dividem a área em talhões com a quantidade a ser colhida em dois ou três dias, já que, após esse intervalo o solo torna-se duro, o que dificulta a colheita. “Mas há dois anos, estamos trabalhando para que não haja mais a queiJunho / 2013 CAMPO

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ma da palha. Estamos tentando incutir a prática da roçagem”, afirma. Outra recomendação feita por Elson diz respeito ao tamanho da área. Ele afirma que o ideal é cultivar somente um hectare da raiz. “A colheita é pesada tanto no manejo quanto financeiramente”, diz. Dessa forma, explica, o produtor deve se ater a plantar uma quantidade de área na qual ele e sua família consigam colher sem precisar da contratação de mão de obra externa. Em um hectare é necessário o trabalho de seis pessoas para a colheita. Em

média, um trabalhador consegue colher até 300 quilos/dia. Para se ter ideia, um hectare produz até 40 toneladas do produto in natura, ou seja, com rendimento de até 7,5 toneladas do açafão em pó. Comercializando o produto processado a R$ 4,50 o litro, essa área irá render ao produtor até R$ 33 mil. Elson afirma que o custo de produção gira em torno de R$ 15 mil. Nesse cálculo, ele está incluindo também o custo da mão de obra para a colheita – cerca de R$ 10 mil, o que corresponde a dois terços do valor do

custo total de produção. “Sem a mão de obra, ele iria pagar somente as sementes e o trato da terra”, ressalta. Na ponta do lápis, caso o produtor tenha que contratar funcionários para a colheita do açafrão, ele irá lucrar cerca de R$ 18 mil. Entretanto, no regime de agricultura familiar, no qual todos os componentes da família trabalhem nessa etapa do ciclo do açafrão, o rendimento pode saltar para R$ 28 mil. “Por isso é que orientamos para que as pessoas plantem uma área em que elas mesmas conseguem colher. O lucro é bem maior”, afirma.

O município de Mara Rosa, referência no plantio do açafrão, corresponde a 90% da produção goiana e abriga cerca de 200 produtores. Destes, um pouco mais da metade estão filiados à Cooperaçafrão. Criada em 2003, com objetivo de organizar e propiciar caráter empresarial à comunidade produtora de açafrão, a cooperativa processa, atualmente, cerca de 500 toneladas do produto in natura. Quando processado, ou na forma desidratada, fatiada ou moída, esse volume cai para 18% da quantidade inicial. Aproximadamente 80% da produção têm como destino o Estado de São Paulo (SP) e o restante é distribuído pelos Estados de Goiás (GO), Pará (PA), Tocantins (TO) e Minas Gerais (MG). Elson lembra que, no ano passado, eles exportaram parte da produção para a China. Entretanto, a mesma medida não será tomada em 2013. “Não vamos continuar para não deixarmos o mercado interno desabastecido”, diz. Informação que leva a crer que o produto tem mercado comprador e um aumento de área pode temperar ainda mais a economia da região. 16 | CAMPO

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Produção em Mara Rosa corresponde a 90% do total de Goiás

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Legislação

Contran exige emplacamento de máquinas agrícolas Medida é válida para equipamentos fabricados a partir deste ano. Faeg vai auxiliar produtores

Francila Calica

Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br

Proprietários de máquinas fabricadas em 2013 terão de pagar IPVA

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Francila Calica

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áquinas agrícolas fabricadas a partir de 1º de janeiro de 2013 deverão ser emplacadas e licenciadas. A decisão foi do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que modificou a Resolução nº 429 aplicando esta necessidade a partir de 1º de junho deste ano. No intuito de conscientizar os produtores rurais goianos com a nova resolução, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) se reuniu, no último dia 10 de junho, com representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com o chefe do Setor de Operações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Eurípedes Júnior e presidentes de Sindicatos Rurais. De acordo com a resolução, o proprietário que não cumprir as determinações será multado em R$ 191,54, terá o veículo apreendido e receberá sete pontos na carteira. Antes, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) previa que esses veículos só eram permitidos transitar em carrocerias de caminhões. Por enquanto, máquinas antigas ainda não estão sendo emplacadas mas, em outra resolução, o Contran determinou que o registro de tratores fabricados até 1º de junho deste ano, quando necessário, pode ser feito sem necessidade de pré-cadastramento. Bartolomeu Braz, vice-presidente institucional da Faeg, destacou que a entidade se preocupa em adequar todos os produtores rurais às novas regras. Segundo os inspetores da PRF, Álvaro de Rezende e André Maeda, para poder trafegar com os veículos,

Veículos sem placa poderão ser apreendidos

os proprietários deverão atender a legislação de Trânsito, cumprindo todas as medidas necessárias para emplacamento e licenciamento, bem como, a verificação das medidas máximas para o trânsito. Segundo Álvaro, dependendo das dimensões das máquinas agrícolas (acima de 2,60 metros), os produtores precisarão de autorização de tráfego obtida junto ao Dnit; uso de batedores particulares ou da Polícia Rodoviária Federal. “O registro é necessário para a fiscalização dos equipamentos em trânsito, embarcados. Esse é o único instrumento para verificação da propriedade que dispõem, e com isso teriam mais facilidade na verificação da propriedade e assim coibir os furtos e roubos de máquinas agrícolas”, salienta. Bartolomeu acrescenta, entretan-

to, que essa exigência não deve causar custo ao produtor. Segundo ele, existem milhares de máquinas agrícolas desprovidas de documentos para registro por serem muito antigas, muitas inclusive são anteriores ao Código de Trânsito. “A Faeg vai buscar junto às autoridades a adequação da legislação para não prejudicar os produtores. Essas inovações são importantes, mas devem ser implementadas de forma gradativa e com bastante orientação.” O vice-presidente institucional diz que, dessa maneira será possível proporcionar a adequação dos proprietários das máquinas. “Lembrando que é necessário buscar junto ao Detran uma maneira de viabilizar registros das máquina já existentes no campo, sabendo que estes equipamentos não possuem notas fiscais”, finalizou. (Colaborou Leydiane Alves)


Igo Estrela

Plano safra

Governo Federal prevê R$ 13 bi para agricultura goiana Negociado com entidades do setor agropecuário, Plano divulgado, se concretizado, será o mais bem estruturado da história Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br

Especial para a Revista Campo

Senadora e Presidente do CNA, Kátia Abreu, participa de lançamento

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lavouras dos pequenos e médios produtores rurais. O presidente da Comissão de Crédito Rural da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Alexandre Câmara, acredita que os resultados possam começar a serem colhidos na próxima safra, desde que haja um trabalho efetivo para que a medida não seja inócua. “Temos que saber como tudo isso será feito. Cabe a nós cobrarmos do governo para que as medidas saiam do papel”, conclui. Embora o setor comemore a liberação de mais dinheiro para o custeio e investimentos no campo (somente para Goiás está prevista a liberação de cerca de R$ 13 bilhões), Alexandre se mostra preocupado com a morosidade da análise de limites de crédito. Ele explica que houve uma mudança na forma de cálculo, que centralizou a verificação da análise de crédito do produtor, capacidade de pagamento e alavancagem de recursos dos agentes financeiros instalados em Brasília. “Precisamos descentralizar. De acordo com o volume pleiteado, essa demora pode atingir 40 dias”, afirma. Essa também é uma preocupação do presidente da Faeg, José Mário Schreiner. “Temos enfrentado, ano após ano, a morosidade dos agentes financeiros em aprovar os limites de crédito”, diz. Ele espera que na próxima safra seja diferente, uma vez que mais agentes financeiros passarão a operar com recursos oficiais.

Francila Calica

s novidades do novo plano safra agrada produtores e entidades. As maiores novidades são o seguro rural, recursos para construções de novos armazéns e criação da Agência de assistência técnica e extensão rural. O lançamento do Plano Safra Agrícola e Pecuário 2013/2014, se consolidado, pode ser considerado o melhor planejamento da atividade agrícola pecuária da história do País. De olho na sustentabilidade das atividades que correspondem a um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, os recursos oficiais para custeio, comercialização e investimentos para a próxima safra são da ordem de R$ 136 bilhões – um incremento de 18% se comparados ao ciclo anterior. O programa avança no que tange ao seguro rural, à estrutura de armazenagem de grãos e ao atendimento aos pequenos e médios produtores rurais. Com forte articulação de federações e entidades do setor, o plano deve contemplar algumas antigas reivindicações. A retomada de políticas públicas voltadas para o pequeno e médio produtor rural é vista como um dos pontos mais importantes do novo plano e evidencia uma preocupação do Governo Federal no crescimento do superávit primário da balança comercial. Com disponibilização de assistência técnica e investimentos na ampliação de maior conhecimento no campo, a medida deve imprimir maior produtividade nas

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Mendel Cortizo

João Van Ass diz que falta de armazéns é um dos principais problemas da região

Uma das maiores novidades do Plano está vinculada ao crédito de R$ 25 bilhões destinados para a construção de armazéns. Esse dinheiro será investido ao longo dos próximos cinco anos, sendo que R$ 2,3 bilhões poderão ficar em Goiás. Alexandre afirma que o aporte financeiro é expressivo e explica a importância dessa medida chegar até o produtor rural. A construção de silos nas propriedades rurais, ampliaria o poder de barganha do produtor e de todos os elos da cadeia e, de quebra, permitiria o controle da oscilação de preços. A medida estimula a criação de silos para estocagem de 65 milhões de toneladas nas propriedades rurais do País. “O armazém é uma espécie de agente balanceador. Atualmente, só temos capacidade para armazenar 70% da safra de grãos”, conclui. Alexandre lembra que há um ponto a ser observado. “É um avanço os recursos para armazenagem de grãos e de aumento de limites de crédito para o produtor, mas de nada adianta o aumento de oferta creditícia se, em contrapartida, há aumento de preços dos equipamentos e máquinas agrícolas”, diz. O receio é de que as medidas do governo sejam neutralizadas com

o aumento dos preços dos equipamentos por parte da indústria de capital. O produtor rural de Montividiu, município localizado na Região Sudoeste, João Van Ass, afirma que a falta de armazéns na região é um dos principais problemas dos produtores rurais. Ele diz que, se consolidada, a medida deve facilitar a negociação e garantir melhores preços. “Estamos carentes de armazéns. Quem tem grãos depositados dentro da propriedade é dono do produto. Quem não tem, fica refém de um único comprador”, afirma. Ele lembra que, mesmo calculando o custo da armazenagem, ter armazéns na propriedade, é garantia de ganho na rentabilidade. Para João, a armazenagem ainda pode melhorar as condições de trabalho dos caminhoneiros. Para ele, o tempo para cumprimento de metas e horários são responsáveis por vários acidentes nas rodovias. “Para saldar seus compromissos, acabam forçando viagens, cansados e à noite”, afirma.

Produtores terão novo modelo de acesso a Seguro rural Alexandre Câmara enxerga como positivo o novo modelo de acesso ao seguro rural da safra 2013/2014, que terá projeto piloto testado em Goiás. Nessa nova modalidade, os recursos para subvenção do prêmio serão acessados diretamente pelos produtores rurais que poderão escolher a seguradora que os atenderão. Ele afirma que com a mudança da forma de contratação, ou seja, com a 22 | CAMPO

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regionalização dos recursos o produtor terá maior garantia e seguridade. Ou seja, a “customização” do serviço deve imprimir maior eficácia. “O produtor daqui tem características diferentes do produtor de Mato Grosso, por exemplo. É como seguro de carro, suas características como condutor traçam uma melhor apólice de seguro de veículo”, explica. Embora desconheça detalhes do

novo plano safra, o produtor rural de Montividiu, José Oscar Durigan, vê com bons olhos o novo modelo do seguro rural. Ele acredita essa forma de implementação não deve baratear os custos dos produtores rurais, porém deve ser mais eficiente. “Recebo muitos produtores dos Estados Unidos que ficam impressionados com o seguro rural brasileiro. Lá eles têm garantias enquanto que aqui não temos”, diz. www.sistemafaeg.com.br

Shutter

Medidas avançam para a melhoria na armazenagem


Articulação A articulação entre Governo Federal e entidades do setor foi fundamental para que a elaboração do novo plano safra alcançasse parte dos anseios do setor. Para se ter ideia, somente em Goiás, o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (MAPA), Neri Gueller esteve, no início deste ano, duas vezes, em reuniões com o corpo técnico da Faeg para levantar as demandas do setor. “Com essas reuniões conseguimos expor uma série de entraves que estávamos enfrentando e contribuir para que fossem melhorados”, afirma José Mário, presidente da entidade.

Mendel Cortizo

Durigan alega que, para conseguir financiamento para custear as lavouras de milho e soja, distribuídas em uma área de 1,5 mil hectares, não é demorado, porém faz um desabafo. “O dinheiro até está disponível, mas sempre temos que adquirir outro produto, como seguro, cota de consórcio. Isso deveria acabar”, afirma.

Produtor José Oscar Durigan vê com bons olhos novo modelo de seguro rural

Agricultura familiar receberá R$ 39 bilhões No novo Plano Safra e Pecuário 2013/2014, a agricultura familiar foi atendida com maiores recursos, ampliação de créditos e menores juros. Os recursos giram na ordem de R$ 39 bilhões para financiar diversas políticas públicas voltadas para o setor. Com ampliação de seus limites de crédito e renda, o enquadramento no Programa de Agricultura Familiar (Pronaf), foi aumentado de R$ 160 mil para R$ 350 mil e o limite para financiamento de custeio da safra saltou de R$ 80 mil para R$ 100 mil. Para as operações de custeio com valor acima de R$ 30 mil, os juros foram reduzidos de 4 % ao ano para 3% - nas demais linhas, a taxa é de 3,5% ao ano. Os agricultores familiares que se enquadravam no Grupo B do Pronaf, www.senargo.org.br

ou seja, aqueles de menor rendimento terão aumento de até 40% em seu limite de financiamento. A partir da safra 2013/2014, o agricultor familiar com renda bruta anual de até R$ 10 mil, poderá contratar até R$ 3,5 mil pelo Pronaf B. Na safra passada, esse limite era de R$ 2,5 mil. Na safra atual, o programa dispõe de R$ 21 bilhões para as linhas de crédito. O programa também considerado uma oportunidade para que os agricultores coloquem em prática projetos de desenvolvimento, expectativa de renda e mudança de vida. Garantias Serão disponibilizados para o Seguro da Agricultura Familiar (Seaf) – R$ 21 bilhões. O programa é um mecanismo de prevenção disponibilização aos

agricultores familiares que contratam financiamentos de custeio e investimentos agrícolas no âmbito no Pronaf. A ampliação de recursos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), é, segundo o assessor técnico da Faeg, Pedro Arantes, fundamental para a agricultura familiar. “A comercialização é um dos principais gargalos da agricultura familiar”, comenta. Na safra 2013/2014, o governo federal ampliou o limite de aquisição anual por agricultor – que saltou de R$ 4,5 mil para R$ 5,5 mil. Embora não divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o objetivo para esta safra é ampliar os volumes de aquisição de alimentos para atender o Pnae. Junho / 2013 CAMPO

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Dia Mundial do Leite

Segundo o presidente José Mário Schreiner, atualmente, a cadeia leiteira representa mais de 60 mil produtores envolvidos

Entidades doam 63 mil litros Evento realizado no Palácio das Esmeraldas destinou doações à OVG Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

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m comemoração ao Dia Mundial do Leite, produtores rurais e indústrias que compõem a cadeia do leite em Goiás, se reuniram no dia 3 de junho, no salão Dona Gercina Teixeira Borges, do Palácio das Esmeraldas. Durante um “Leite da manhã”, com presença do governador de Goiás, Marconi Perillo, foram entregues 63 mil litros de leite para o governo do Estado, que os remeterá a entidades filantrópicas e à Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). O presidente do Sindileite, Joaquim Guilherme, ressaltou que Goiás é a quarta maior bacia produtora de leite do Brasil, com mais de 60 mil unidades produtivas. “O leite é muito importante do ponto de vista econômico e também do social.” Joaquim Guilherme afirmou ainda que a parceria do Governo de Goiás com

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a cadeira produtiva do leite permitiu o crescimento do setor, que passou a importar leite para a industrialização. “A desoneração que houve de tributos nos últimos anos possibilitou o crescimento da nossa indústria, que hoje é forte na produção e na comercialização por ser competitiva.” Para o presidente do Sistema Faeg/ Senar, José Mário Schreiner, a comemoração do dia mundial do leite é simbólica e muito importante, porque o leite é um alimento necessário a todos os seres humanos. Ele explica que, por trás da produção de leite existe uma cadeia muito forte no Estado de Goiás, onde se têm 65 mil produtores envolvidos. “Se observarmos a cadeia toda, são mais de 220 mil pessoas ligadas direta e indiretamente”, conta. Durante o evento, o governador Marconi Perillo afirmou que o agrone-

gócio é o sustentáculo da economia e do desenvolvimento do Estado e que o governo vem fazendo a sua parte, de maneira planejada, para viabilizar o crescimento do setor. Marconi antecipou aos produtores presentes no evento que já enviou à Assembleia Legislativa projeto para a prorrogação dos incentivos fiscais até 2014. “Antes dos incentivos do Governo, a cadeia produtiva leiteira era exportadora de matéria-prima, de produtos in natura para outros estados. Agora, precisamos importar leite para a industrialização. Isso se deu graças a uma política agressiva de incentivos fiscais para que nosso produto fosse competitivo. Desenvolvimento combina ação produtiva, o capital do empresariado, a ação trabalhadora de operários com a ação proativa dos governos”, completou. www.sistemafaeg.com.br



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Balança do produtor Atualmente, seis frigoríficos fazem parte do Pesebem, em Goiás. No total são 10 unidades do Estado inclusas no Programa.

10 anos de Pesebem

Programa da Faeg possui quase 3 mil cadastrados e balanças nos principais frigoríficos do Estado Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br

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guimos muito”, justifica. Depois que a reclamação foi formalizada, a Federação buscou apoio do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Goiás (Sindicarne) e da cooperativa Goiás Carne. Olímpio conta que no início foi complicado e alguns frigoríficos reagiram contra a novidade queimando balanças com o uso inadequado de água, por exemplo. “Agora, chegamos ao ponto de alguns frigoríficos solicitarem a implantação das balanças. Os produtores ficam mais tranquilos quando existe nossa presença. porque estamos lutando pelo produtor e caminhamos na direção que ele indicar”, afirma. Produtor do município de São Miguel do Araguaia, Osvaldo Guimarães ressalta que o Pesebem é uma grande ferramenta que atende aos interesses não só dos pecuaristas, mas também dos frigoríficos. “Este programa é um termômetro do peso justo. Nós ficamos muito felizes por saber que Goiás foi pioneiro no Brasil. Esta foi uma iniciativa que

deu certo e o desejo é que continue prestando este serviço”, completou. Osvaldo recorda que ajudou a implantar o programa e, hoje, possui até balanças na própria fazenda. Como conselho, ele diz que a Federação precisa investir ainda mais em divulgação do Pesebem para que demais produtores saibam dos benefícios que podem garantir. “Com maior divulgação e agressividade positiva, mais produtores saberão das melhorias que podem obter depois de aderirem ao Pesebem”, finaliza. O Pesebem possui uma equipe própria selecionada e contratada pela Faeg que atua nos frigoríficos em apoio ao produtor. A balança utilizada opera com um software que foi desenvolvido exclusivamente para esta finalidade. Ao final da pesagem de cada lote autorizado, é impresso um relatório oferecendo ao pecuarista o resultado do peso dos animais. O romaneio do Pesebem fica pronto antes do

Osvaldo Guimarães, produtor de São Miguel do Araguaia, afirma que programa é termômetro do peso justo

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Fernando Leite

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ais de 5 milhões de cabeças pesados. Este é o balanço do programa Pesebem, a balança do produtor que completa 10 anos em 2013 e já soma 2.753 produtores cadastrados. Instaladas com a finalidade de suprir uma reclamação dos produtores sobre possíveis fraudes, as balanças da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) já estão presentes em 10 frigoríficos do Estado. Com captura automática, o programa trouxe mais lisura ao processo e segurança aos produtores. Gestor do Pesebem, Olímpio Tavares explica que o programa teve início após produtores procurarem auxílio junto à Faeg por meio dos Sindicatos Rurais. A reclamação era que alguns frigoríficos estavam fraudando as pesagens com a coleta feita à mão. “Era muito complicado, porque o balanceiro atendia telefone, auxiliava em outros serviços, nem sempre a balança estabilizava e a perda chegava a arrobas. Hoje, a luta é por diferença de gramas, isso mostra que já conse-


Sinal de transparência Hélio de Oliveira Gomes é gerente de compras dos frigoríficos JBS em Goiás que inclui as unidades: Goiânia, Anápolis, Senador Canedo e Mozarlândia, todas inclusas no Pesebem. Ele recorda que quando o programa teve início ainda trabalhava no Minerva, localizado em Palmeiras de Goiás. Na época, se esforçou para que o estabelecimento aderisse à novidade e conseguiu a implantação. Hoje, no JBS, ele se orgulha em dizer que todas as unidades do Estado já possuem balanças da Faeg e afirma que isso possibilita mais transparência entre a empresa e o produtor. “Hoje, por exemplo, se existe uma contestação por parte do produtor, ele pode comparar com a pesagem da Faeg e perceber que os números batem. Vejo com muito bons olhos esta ação e é uma forma eficaz de conseguir melhorias neste processo. No JBS todas as unidades estão equipadas, inclusive a de Senador Canedo, aberta recentemente”, finaliza. 28 | CAMPO

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relatório do frigorífico e o produtor pode comparar o desempenho de diferentes lotes em diversos períodos. Além disso, os equipamentos passam periodicamente por vistorias e aferições do INMETRO e da fabricante das balanças. Olímpio afirma que, com o passar do tempo, o programa ganhou tanta credibilidade que alguns produtores só pesam em unidades cadastradas e os frigoríficos solicitam a inclusão. “Os produtores pensam que, se o frigorífico não abriu as portas para a Faeg, é sinal de que algo pode estar errado e confiam mais quando existe a nossa presença”. Valor e cadastro O valor cobrado do produtor, atualmente, é de R$ 1,41 por animal pesado e a renda é revertida apenas para custear o programa, ou seja, paga a balança e o funcionário da Federação, que fica disponibilizado no estabelecimento. No total, 10 unidades do Estado estão inclusas no Pesebem. Para que demais frigoríficos façam parte do programa, é necessário que o valor arrecadado seja suficiente para manter as despesas. Para

se cadastrar é necessário assinar uma autorização para o acompanhamento da pesagem dos animais. O produtor pode procurar a Faeg ou o Sindicato Rural, até mesmo por telefone. Assessoria de Abate Caso o produtor não possa ou não queira fazer, pessoalmente, esta verificação, é possível contratar ainda os serviços de uma assessoria de abate. O trabalho já existia antes mesmo do programa, mas agora funciona de forma diferenciada devido ao trabalho desenvolvido pela Faeg. Há seis anos, Cândido Carvalho de Resende, técnico em agropecuária, abriu uma empresa de assessoria, juntamente com a esposa. Ele conta que o serviço é bastante procurado e acaba por auxiliar o produtor garantindo que seus direitos sejam cumpridos. “Queremos o melhor para o pecuarista e tudo que vem para agregar é ótimo. Nem todos os produtores podem estar presentes para conferir a pesagem e é, por isso, que nós representamos o produtor dentro dos frigoríficos. O Pesebem é um programa que garante melhoria no rendimento do pecuarista”, complementa.

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Ao final da pesagem de cada lote autorizado, é impresso um relatório oferecendo ao pecuarista o resultado do peso dos animais


Benefícios ao Produtor • Contra-pesagem comparativa e garantia de peso certo; • Produzir e fornecer um documento seguro e autêntico para comparação com relatório emitido pelo frigorífico; • Histórico de pesagens anteriores possibilitando um comparativo; • Dados das pesagens obtidos logo após o processo de pesagem do último animal, antes do relatório emitido pelo frigorífico.

Unidades Cadastradas no Pesebem • JBS-Friboi: Goiânia, Anápolis, Senador Canedo e Mozarlândia • Marfrig: Mineiros e Rio Verde • Mataboi: Santa Fé de Goiás • Minerva: Palmeiras de Goiás • Plena Alimentos: Porangatu • Independência: Senador Canedo

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IMPOSTOS

Rações desoneradas Medida que retira PIS/PASEP e Confins foi aprovada na Câmara e aguarda sanção presidencial Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br

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ntiga reivindicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que reduz a zero as contribuições para PIS/Pasep e Cofins para rações, suplementos minerais e ureia pecuária deu mais um grande passo para a concretização, no último dia 5 de junho. Nesta data, a Comissão Mista da Câmara dos Deputados analisou a Medida Provisória 609/13, que desonera itens da cesta básica. Além disso, a desoneração foi estendida também a todos os tipos de máquinas utilizadas na agricultura com a mesma redução já concedida a tratores e máquinas autopropulsadas. A medida espera agora a

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aprovação final da Câmara e a sanção presidencial. O líder do governo no Senado, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), assim como o relator Edinho Araújo (PMDB-SP) estão confiantes na aprovação da MP nas duas Casas. “Houve a queda da obstrução aqui, e o que acontece na comissão costuma ser um bom termômetro”, afirmou Araújo na ocasião. O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, comemorou a conquista, considerada por ele um incentivo à produção agropecuária. “Essa desoneração é uma reivindicação antiga do setor rural e permitirá que o produtor rural diminua seu custo de produção e aumente a aplicação de tecnologia em sua propriedade”, ressaltou. De acordo com a zootecnista e assessora técnica da Faeg para pecuária, Christiane de Paula Rossi, alguns estudos estão sendo realizados pelo CNA com o Ministério da Fazenda no intuito de minimizar os impactos a outros setores envolvidos.

Inclusão Durante a votação do texto, o relator, deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) promoveu apenas uma alteração incluindo o sal entre os produtos da cesta básica, sugestão dos deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e

Sandra Rosado (PSB-RN). A redução também se deu em outros produtos (veja box). Arroz, feijão, farinhas, pão comum, massas alimentícias, leite e queijos, entretanto, já são isentos destes tributos desde 2004, pela Lei 10.925/04.

Confira itens que foram isentos - Carnes, carne de frango congelada, mortadelas e linguiças; - Camarões e ração para esses animais; - Café, mate, sucos integrais e açúcar; - Óleos vegetais em estado bruto; - Pão de forma e biscoitos Cream Cracker, água e sal, Maria e Maizena; - Molho de tomate, vinagre e polvilho; - Manteiga; - Material escolar e de construção; - Gás de cozinha; - Água sanitária, sabão em barra, desinfetantes; - Escovas de dente, absorventes higiênicos e fraldas descartáveis; - Papel higiênico, pasta de dente e sabonete.


Cristiano Ferreira

DELÍCIAS DO CAMPO

QUIBE MASSA 1 kg de trigo para quibe 750 ml de água fervendo 1 kg de carne moída (colocar no mínimo 1 kg de carne moída e no máximo 3 kg para cada 1 kg de trigo para quibe) 1 cebola média picada 1 maço de hortelã picado 10 dentes de alho picados 3 pimentas bode verde picadas 1 colher de chá de pimenta do reino Sal para temperar

Envie sua sugestão de receita para revistacampo@faeg.com.br ou ligue (62) 3096-2200.

Receita elaborada por tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar Goiás, Cristiano Ferreira da Silveira.

RECHEIO: 200 g de mussarela ralada Orégano a gosto MASSA 1º PASSO: Coloque a água para ferver. 2º PASSO: Coloque o trigo em uma tigela e jogue a água fervendo mexa bem e deixe descansar por 1 hora. 3º PASSO: Moa de 2 a 3 vezes, em pente fino da máquina de moer, o trigo hidratado junto à carne e aos temperos (não tempere com sal, senão enferruja a máquina de moer). 4º PASSO: Sove bem a massa já moída com o sal e corrija os temperos. 5º PASSO: Faça bolinhas para separar a massa por igual e modele os quibes (sem ou com recheio) e use sempre um pouco de água nas mãos para não grudar.

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Caso de Sucesso

Parceiros na apicultura Curso do Senar une trabalhadores, em sociedade, em busca de nova atividade. Meta dos sócios para 2013 é produzir mil quilos de mel Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br

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rabalhando durante toda a vida como vaqueiro, Manoel Elias, 40, sofreu um acidente de trabalho há pouco mais de três anos e descobriu que a profissão não seria mais viável. Ele caiu de um cavalo enquanto tocava o gado, teve uma fratura na coluna cervical e ao implantar uma

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placa de metal no pescoço soube que teria que arranjar outro emprego. Por meio do Sindicato Rural de São Domingos, foi informado sobre o curso de apicultura promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) e lá, ganhou mais que uma especialização, ganhou um amigo.

O futuro parceiro de Elias, como é popularmente conhecido, Antônio Lino da Conceição, 55, participava do curso pela segunda vez. Juntos, eles descobriram uma forma de trabalhar em dupla. Antônio, que é agricultor desde os 12 anos, conta que os dois compraram uma pequena terra já no www.sistemafaeg.com.br


Mas, fomos recebendo auxílio e com três anos de trabalho posso dizer que o nosso negócio está indo muito bem”, se alegra. No total, Antônio já trabalha como apicultor há cinco anos, mas ainda precisa conciliar o serviço com a agricultura. Ele explica que visita as abelhas no máximo três vezes por semana e o restante do tempo é dedicado à venda do mel e ao campo. “Nós aprendemos a fazer as caixas e os equipamentos necessários para a criação. Estamos trabalhando com garra mas, em breve, quero me dedicar apenas à apicultura. Eu ainda gerencio um reflorestamento, mas quero que nossa parceria seja meu trabalho único. O Elias é uma pessoa ótima e é muito difícil alguém não dar certo comigo, porque eu também sou”, afirma gargalhando. Inicialmente, a venda de todo o mel produzido pelos produtores era feita apenas no município de São Domingos, mas Antônio garante que com pretensão de ampliar o número de caixas, esta situação precisará mudar. “Agora buscamos auxílio para conseguirmos novos compradores”, completa.

Potencial de atividade O curso de apicultura é ministrado pelo Senar Goiás há 11 anos, mas sua procura aumentou nos últimos anos. Segundo dados da entidade, 998 pessoas participaram do treinamento somente entre janeiro de 2012 e maio de 2013. Destes, mais de 66,6% são homens e, aproximadamente 32,5% mulheres. De acordo com o instrutor do Senar Goiás, Paulo Ricardo Dourado, esta é uma área com grande potencial de melhoria e, apesar de a agricultura familiar ainda ser a principal demanda, a busca pela especialização já é considerada grande. “Esta é uma atividade com potencial e que pode, inclusive aumentar a produção rural pela polinização das abelhas. No Norte do Estado a produção cresceu bastante e com auxílio de uma cooperativa em Porangatu, conseguimos colocar o mel na merenda escolar. Devido à seca no Nordeste do País tivemos uma quebra de 50% na produção nacional. Hoje, só na cooperativa, temos 60 colaboradores e estamos precisando de uma produção ainda maior”, finaliza. Antônio Lino e Manoel Elias são responsáveis pela venda do mel produzido

estado da Bahia, próximo ao município. Lá começaram a criação de abelhas que, somente em 2012 rendeu 400 kg de mel. Para este ano, entretanto, a expectativa é de ultrapassar mil quilos. No trabalho, cada um possui renda individual. “Nós trabalhamos juntos, nos ajudamos, mas possuímos as próprias caixas. Depois de colher o mel, cada um é responsável pela própria venda. Para mim é um trabalho muito especial, porque eu não posso mais carregar peso e ser apicultor é bem mais tranquilo. No início a gente tinha alguns problemas, as abelhas fugiam. www.senargo.org.br

Fredox Carvalho

Apicultores recolhem mel em caixa de abelhas na divisa de Goiás com Bahia

Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de São Domingos devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone: (62) 9609-4148 Junho / 2013 CAMPO

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Jana Tomazelli

CURSOS E TREINAMENTOS

Agricultura de Precisão Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

EM MAIO, O SENAR PROMOVEU

354 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 43 Na área de agricultura

150

6

Em atividade Na área de de apoio silvicultura agrossilvipastoril

36 | CAMPO

Junho / 2013

6

11

107

29

Na área de agroindústria

Na área de aquicultura

Na área de pecuária

Em atividades relativas à prestação de serviços

www.sistemafaeg.com.br


A

Agricultura de Precisão (AP) é um processo de gestão da propriedade. É uma postura gerencial que leva em conta a variabilidade espacial para aumentar o retorno econômico e minimizar o efeito negativo ao meio ambiente. O primeiro passo é observar se existe essa variabilidade. Caso exista, o produtor deve investir em Agricultura de Precisão. AP é um sistema de gerenciamento agrícola que cresce no País na medida da disseminação dos conceitos, técnicas e vantagens para o produtor rural. As tecnologias de AP detectam, monitoram e orientam homens e mulheres do campo na gestão da propriedade, para melhorar a produtividade, a preservação do meio ambiente e a renda. A AP começou com as tecnologias das máquinas dotadas de receptores GPS e geração de mapas de produtividade. Com medidas de gestão adaptadas à realidade de cada produtor, oferece ferramentas para a otimização do uso de insumos e inovação permanente no campo. Os interessados em participar do curso de Agricultura de Precisão devem procurar o Sindicato Rural de seu município, ou se informar na sede do Senar, em Goiás, no telefone (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br. O curso é dividido em cinco módulos de 24 horas (Informática e GPS; Piloto Automático; Controlador de fluxo; Taxa fixa e variável e Monitor de colheita) com turmas de 12 pessoas por grupo.

A AP é uma inovação permanente para o campo que otimiza o uso de insumos.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br. Procure também o Sindicato Rural de seu município

75 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL 36 Alimentação e nutrição

www.senargo.org.br

5 Organização comunitária

3 Saúde e alimentação

10 Prevenção de acidentes

13 Artesanato

3 Educação para consumo

5.845

PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS

Junho / 2013 CAMPO

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CAMPO ABERTO

Helicoverpa armigera: nova ameaça à produção Christiano Palavro | christiano.palavro@faeg.com.br

Mendel Cortizo

O

Christiano Palavro é engenheiro agrônomo e consultor técnico do Sistema Faeg/Senar para a área de cereais, fibras e oleaginosas

38 | CAMPO

s danos causados pelas lagartas nas principais culturas agrícolas cultivadas no país vêm se intensificando com o passar dos anos. Na última safra, este problema alcançou patamares nunca antes vistos, elevando os custos de produção, pelo aumento do número de aplicações de inseticida e diminuindo os patamares de produtividade. A safra 2012/13 evidenciou um novo problema nas lavouras brasileiras, a presença de outra espécie de lagarta conhecida como Helicoverpa armigera. Apesar de aparecer com maior intensidade apenas nesta última safra, acredita-se que ela já estava presente no país há alguns anos, mas por apresentar difícil identificação visual era confundida com lagartas de outras espécies. O aumento significativo do aparecimento da Helicoverpa armigera no país ocorreu devido a práticas utilizadas no campo que privilegiaram a proliferação da praga. Entre elas podemos destacar o uso indiscriminado de inseticidas não específicos, que diminuíram as populações de inimigos naturais, a não adoção de refúgio nos cultivos com a tecnologia BT e o plantio sucessivo de culturas hospedeiras da praga. A praga atinge mais de 180 espécies de plantas hospedeiras, podendo alimentar-se de praticamente todas as culturas de inJunho / 2013

teresse econômico, como soja, milho, tomate, feijão, algodão, sorgo, hortaliças e citros. Outro fator que favorece o crescimento populacional da lagarta, principalmente no Centro-Oeste brasileiro, é o plantio de milheto e sorgo em sucessão às culturas de verão, culturas hospedeiras da praga e que, tradicionalmente, não recebem aplicações de inseticida, facilitando o desenvolvimento da praga. A lagarta apresenta uma ampla capacidade adaptativa e reprodutiva. Uma mariposa fêmea pode depositar até 1,5 mil ovos por ciclo, de forma isolada, e migrar a uma distância de até mil quilômetros, comprovando sua alta capacidade de dispersão. Por ser um problema recente no país, os métodos de controle para mitigar os danos causados pela praga, ainda estão sendo pesquisados. É importante que esse controle seja pensado para todo o sistema de culturas durante o ano, não somente durante o desenvolvimento do cultivo principal. Desta forma, é recomendada a manutenção de um período sem o cultivo de plantas hospedeiras, para que ocorra a quebra do ciclo da lagarta, e consequente diminuição na população. Outra importante prática é a destruição dos restos culturais logo após a emergência das plantas voluntárias depois da colheita, diminuindo a disponibilidade de alimento da praga. Pelo mesmo fator, para

culturas como o tomate e os citros, é importante realizar-se a retirada dos frutos não aproveitados na colheita das proximidades da área de cultivo. Outra forma utilizada para o controle da Helicoverpa armigera nas lavouras é a liberação de agentes biológicos e parasitoides. Aliado à liberação destes agentes é importante a diminuição do uso de inseticidas não específicos, como os piretroides, que eliminam as populações de inimigos naturais que atacam os ovos e as lagartas. O uso de tecnologias BT, nas culturas de milho, soja e algodão também é um importante aliado no controle destas lagartas, lembrando que é imprescindível a manutenção de áreas de refúgio, diminuindo a seleção de biótipos resistentes a tecnologia. Entre os produtos testados no controle da praga, destacam-se as diamidas antranílicas, que quando utilizadas no momento correto, com as lagartas nas primeiras fases de desenvolvimento, apresentam um controle satisfatório. Realmente estamos diante de uma nova ameaça às lavouras de todo o país. Pensar toda a disposição da safra como um sistema, utilizando práticas que favoreçam o equilíbrio do ambiente da lavoura, para manter sob controle as populações de lagartas nocivas é a melhor forma de evitar que problemas como este voltem a ocorrer e trazer graves prejuízos. www.sistemafaeg.com.br



Š Syngenta, 2013.


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