ISSN 2178-5781
Ano XIII | 212 | Fevereiro 2013
Escoamento na berlinda
Problemas com falta de infraestrutura das estradas goianas geram um prejuĂzo de R$ 150 milhĂľes para produtores de grĂŁos
Sanidade animal Brucelose e tuberculose bovinas preocupam pecuaristas
Aposentadoria rural Regras mudam de acordo com perfil do produtor
PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Transporte prejudicado
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
Conselho editorial Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins Editores: Francila Calica (01996/GO) e Rhudy Crysthian (02080/GO) Reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e Leydiane Alves Fotografia: Jana Tomazelli Techio, Gutiérisson Azidon Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO) Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: (62) 3096-2200 revistacampo@faeg.com.br
DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Vice-Presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.
Os desafios que o Brasil enfrenta vão muito além dos planos para transportar passageiros. Os governos estadual e nacional têm pela frente o dever de desatar o nó provocado por gargalos crônicos na infraestrutura das nossas estradas, ferrovias, portos e hidrovias. É necessário realizar grandes projetos, mas é preciso fazer muito mais para garantir progresso econômico no longo prazo. ,Como se não bastassem os problemas logísticos recorrentes, oriundos das estradas mal conservadas, falta de infraestrutura básica prejudicam o escoamento de produtos agrícolas e cargas pesadas. Esses gargalos aumentam o custo do frete e causam prejuízos com perdas e atrasos de produtos ao longo do trajeto. Essas perdas reais derramam nosso lucro ao longo do traçado percorrido. Ferrovias e hidrovias são alternativas de transporte como forma de baratear os custos e otimizar o escoamento da safra. Entretanto, a falta de uma metodologia única para uso de cada um desses modais dificulta a utilização desses meios. Nesta edição vamos analisar essas alternativas e comparar os custos de transporte de cada modal. Esperamos que nossos governos deem mais atenção a este setor e invistam mais na construção e manutenção das nossas estradas, ferrovias e hidrovias.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos
Alexandre Cerqueira
Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.sistemafaeg.com.br
José Mário Schreiner Presidente do Sistema FAEG/SENAR
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Marcus Vinicius
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PAINEL CENTRAL
Prosa Rural
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Edson Tavares, do Porto Seco Centro-Oeste, comenta que estufar grãos em container é uma tendência mundial e deve começar a ser testado em Anápolis no próximo mês. A medida pode dar maior rapidez e diminuir custos para os produtores rurais.
Doenças animais
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Gutiérisson Azidon
Brucelose e tubérculose preocupam produtores. Vacinação ainda é a melhor forma de prevenção.
Comercialização de Grãos
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Sistema Faeg/Senar realiza Seminário Regional de Comercialização e Mercado Agrícola de Grãos para produtores de oito regiões do Estado.
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Jana Tomazelli
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Hora de escoar a produção
O produtor Silomar Cabral reclama da logística goiana. Devido a problemas nas estradas, frete está 40% mais caro este ano.
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Quando aposentar
Rodada de seminários sobre Legislação Previdenciária ensina produtores o passo a passo da aposentadoria pessoal e dos funcionários.
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Preço do leite
Produtores encerram o mês com aumento no preço do leite, março segue com boas perspectivas.
O produtor rural Marco Antônio reclama da falta de logística. Foto elaborada por Jana Tomazelli.
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Agenda Rural
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Fique Sabendo
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Delícias do Campo
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Campo Aberto
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Treinamentos e cursos do Senar
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AGENDA RURAL
MARÇO 19 a 23 Aulas de Encerramento do Pronatec Hora: A partir das 09h Local: Silvânia, Alexânia, Goianésia, Cidade de Goiás, Mineiros Informações: (62) 3545-2620
13 a 15/03
14/03
2° Etapa do treinamento do Cadastro Ambiental Rural (CAR) Hora: 8 horas Local: Miniauditório do Senar Goiás, Goiânia Informações: (62) 3096-2230
Seminário Regional de Legislação Previdenciária Rural Hora: 8 horas, Ipameri Local: Sindicato Rural de Ipameri Informações: (64) 3491-1215
20 a 21/03
20 a 22/03
Treinamento Cadastro Ambiental Rural (CAR) Hora: 8 horas Local: Sede do Senar Goiás, Goiânia Informações: (62) 3096-2230
Treinamento para preenchimento do imposto de renda Hora: 8 horas Local: Augustu’s Hotel Informações: (62) 3096-2208
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FIQUE SABENDO REGISTRO
Escoamento da safra Gutiérisso Azidon
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Armazém
A Secretaria de Relações Internacionais, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), publicou o livro “Intercâmbio Comercial do Agronegócio: principais mercados de destino”. Esta é a sétima edição referente aos dados de 2011 com análises do comércio bilateral com os 30 principais parceiros do Brasil nesta área. A publicação aborda o comércio bilateral total e não agrícola; inserção de produtos brasileiros no mercado em questão; assuntos sanitários e fitossanitários, além do regime tarifário. O livro traz ainda informações referentes ao desempenho das exportações agrícolas. A obra pode ser encontrada diretamente no Mapa. O Ministério não divulgou valor cobrado pelo livro.
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, e comitiva da prefeitura de Mineiros liderada pelo vice-prefeito, Elmo Assis, participaram de reunião, no dia 14 de fevereiro, na sede da Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop), para tratar da manutenção de trechos rodoviários estaduais e vicinais críticos e que comprometem o escoamento da safra goiana daquela região. O município reivindicou um auxílio do governo do estado para
cessão de uso de equipamentos de maquinário agrícola para realizar a manutenção de estradas vicinais e uma atenção maior ao pedido de alternativa de tráfego feito pela empresa ETH Bioenergia (Odebrecht Agroindustrial), em parceria com a prefeitura de Mineiros, e que solicita o levantamento de greide de duas rodovias de escoamento de safra da região, a GO - 341 sentido Caiapônia e a GO - 220 sentido Perolândia.
pesquisa
Embrapa cria soja preta para feijoada Em cinco anos, a Embrapa Soja, a Empresa de Pesquisa de Minas Gerais (Epamig) e a Fundação Triângulo lançarão no mercado uma variedade de soja preta, parecida com o feijão da mesma cor após cozida, mas com uma promessa que pode torná-la ainda mais popular que a estrela da feijoada: a de retardar o envelhecimento. O produto faz parte de uma pesquisa que pertence a um programa de quase três décadas de melhoramento da soja da Embrapa. www.senargo.org.br
A soja preta incorpora outras opções de oleaginosas no mercado, como a de cor marrom que foi lançada em 2011. Até agora são 500 hectares cultivados com a variedade preta por meio de parceria com empresas que investiram no desenvolvimento da cultivar. A variedade ainda cultivada de forma experimental no Triângulo Mineiro apresenta rendimento e custo de produção parecidos com os de outras cultivares. Fevereiro / 2013 CAMPO
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Ana Cristina Juhász/Epamig
Comércio internacional do agronegócio
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PROSA RURAL
Edson Tavares, Diretor-superintendente do Porto Seco Centro-Oeste
H
á 16 anos à frente do Porto Seco Centro-Oeste, o
diretor-superintendente, Edson Tavares comenta uma novidade logística que pode dar maior rapidez e diminuir custos para os produtores rurais. Estufar grãos em container é uma tendência mundial e deve começar a ser testada em Anápolis, no próximo mês. Em entrevista exclusiva à Revista Campo, Edson critica a demora da construção da ferrovia Norte-Sul e diz que o empreendimento não é prioridade do Governo Federal.
Transporte de grãos em containers Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para Revista Campo
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Revista Campo: Qual é o trabalho
chegar. Um navio pega, no mínimo,
navios de grande porte que não vão
que o Porto Seco está desenvolven-
30 a 40 mil toneladas. Então, se você
conseguir estacionar nem em Santos,
do em relação à estufar grãos em
leva nove dias para levar 1,5 mil to-
nem em Vitória e tão pouco no Rio
containers?
nelada, o navio vai ficar esperando?
de Janeiro e eles vão ter que usar os
Edson Tavares: Existe uma ten-
Não. Container eu tenho todo dia e
portos do Norte do Brasil, aí seremos
dência mundial. O mundo não vai
estufo todo dia. Eu tenho capacidade
privilegiados, já que a região Centro-
parar de comer, os navios têm que
para estufar 700 containers por dia.
-Oeste será interligada com a ferrovia
carregar muito minério e petróleo e
Porque o container vem de Santos
Norte-Sul e com a Transnordestina e a
está faltando navios para alimentos
para cá e está voltando vazio. Nós
Figueirópolis indo para Ilhéus. A Nor-
para transportar grãos como sor-
vamos aproveitar o retorno, alguém
te-Sul precisa acontecer. Ela deveria
go, milho e soja. Então, houve uma
vai diminuir o frete pela metade e
ser prioridade, mas não é. Desviaram
visualização nova e nós já vamos
isso será bom para os dois lados.
muitos recursos dela, já era para estar
fazer parcerias com grandes empre-
Nós já faremos os primeiros testes
pronta. Ela já teria diminuído nosso
sas da área alimentícia para embar-
agora em março. Se tudo der certo,
custo Brasil. Somos o único País do
carmos esses grãos em containers.
faremos investimentos na ordem de
mundo que desloca oito mil quilôme-
Nós vamos estufar isso. Tenho uma
R$ 20 milhões.
tros por estradas. Isso é inconcebível e, por isso, pagamos muito.
capacidade de armazenagem de 45 mil toneladas de grãos e vou passar a estufar em containers. Ele sai da área de mercado interno, entra na área de mercado externo, passa por toda a preparação de lacrar, desembaraço aduaneiro pela Receita Federal e pelo Ministério da Agricultura e sai daqui pronto. Não vai ter mais aquele sofrimento de embarcar em Paranaguá (porto localizado no Estado do Paraná).
Nossos portos têm uma visão ainda da década de 1960, de querer segurar as cargas
Revista Campo: O que o Porto Seco pode contribuir para melhorar ainda mais a economia do Estado de Goiás e, principalmente, do agronegócio? Edson Tavares: Sem dúvida nenhuma o Porto Seco vai dar uma guinada no seu leque de serviços. Estaremos mais próximos da Faeg, porque percebemos a importância do agronegócio. Com essa nova tendência
Revista Campo: Qual a vantagem?
Revista Campo: Quais são os
de embarcar carga containerizada,
Edson Tavares: A vantagem é a ra-
maiores entraves logísticos?
será um grande salto para o produ-
pidez e já sai daqui lacrado, pronto.
Edson Tavares: Infraestrutura. Ela
tor, para a própria Federação que
É uma experiência nova. Eu acho que
não aconteceu, as promessas do Pro-
pode divulgar isso em parceria com
vai dar certo.
grama de Aceleração do Crescimento
o Porto Seco. Podem ter certeza de
(PAC) estão todas atrasadas. Os
que haverá um ganho muito grande,
Revista Campo: É possível mensu-
portos nossos têm uma visão ainda
de agora em diante, principalmente,
rar qual o tempo que se ganha com
da década de 1960, de querer segurar
com a ferrovia. Porque tudo o que se
essa nova modalidade?
as cargas. Os portos são gargalos que
fala de grãos, tem que envolver fer-
Edson Tavares: Ganha muito. Se
precisam expandir. A saída de Goiás
rovia, porque não se perde nada se
pegarmos a carga em grão, trazer
não é via portos do Sul e sim por
carregarmos em container. Ao passo
para o porto e descarregar, terá
portos do Norte - Pecem (CE), Suape
que no caminhão, há perdas desde
de ser passada no aerador, vai ter
(PE) e Itaqui (MA). O próprio governo
o momento do carregamento. Sem
que marcar com a ferrovia que não
federal insiste no porto de Santos,
falar ainda na rapidez. Os custos são
tem trem suficiente para fazer os
já que ele é de maior recebimento de
melhores e nós vamos trabalhar com
comboios. Esse comboio de 1,5 mil
mercadorias. Mas depois que abrir e
isso e queremos trabalhar bastante o
tonelada leva cerca de nove dias para
ampliar o canal do Panamá, teremos
contato com a Faeg, já que o agrone-
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gócio é o carro-chefe da economia
Anvisa e Ministério da Agricultura
a ferrovia, e a plataforma logística
goiana.
é muito grande. Optamos trabalhar
dentro do distrito industrial. Ainda
com empresas sérias. Quando fomos
vamos fazer um anel ferroviário, em
Revista Campo: Qual o impacto
assumir, fomos até a Federação das
sistema pêra e bitolas mistas, que a
na economia com a guerra dos
Indústrias do Estado de Goiás (Fieg),
Ferrovia Centro-Atlântica e a Norte-
portos?
e conversamos com os empresá-
-Sul possam fazer a órbita ferroviá-
Edson Tavares: Muito. Em janeiro
rios e escutamos que o setor não
ria, ou seja, fazer as conexões entre
do ano passado para janeiro desse
conseguia mais ser achacado nos
uma e outra.
ano, perdemos US$ 60 milhões em
eixos dos portos marítimos, quando
movimentação. Uma escolha errada
vamos desembaraçar nossas cargas.
Revista Campo: Quais os benefí-
dos Estados de São Paulo e do Sul,
Aqui em Goiás não tem isso e esse
cios e facilidades advindas com o
prejudicou os Estados do Centro-
será nosso diferencial.
Aeroporto de Cargas? Edson Tavares: O aeroporto de
-Oeste, Norte e Nordeste. Os governos de Goiás, Santa Catarina e Espírito Santo, brigaram muito para que isso não ocorresse. Os Estados não podem perder suas oportunidades. Nossa principal atração é o incentivo, porque o Rio de Janeiro e São Paulo deram incentivos a vida inteira, mas quando eles viram a carga passar, ficaram desesperados. Mas eles não evoluíram, não desenvolve-
O Porto Seco está contribuindo de uma forma decisiva, porque somos uma plataforma multimodal
cargas muda o perfil econômico da nossa região. Abrimos uma grande perspectiva, principalmente, para a Copa do Mundo de 2014. A Fifa busca aeroportos que sejam uma opção, esse aeroporto encaixa como uma luva. Na região Centro-Oeste, temos uma dificuldade gigantesca com aeroporto de perfil cargueiro. O governo teve a sensibilidade de mandar os técnicos aqui e podemos
ram os portos. Precisa ter política de desenvolvimento regional. A guerra
Revista Campo: Qual a importân-
dar palpites, apontando falhas no
dos portos teve um fator excelente,
cia da Ferrovia Norte-Sul? E o que
projeto. Aqui o perfil é de aero-
principalmente envolvendo os portos
o Porto Seco está se preparando em
porto-cidade. Ele vai ser preparado
secos. Foram eles que fizeram baixar
relação a esse modal?
para ter tudo o que tem na cidade,
o custo do porto de Santos, do porto
Edson Tavares: O Porto Seco está
mas para que as pessoas fiquem ali,
do Rio de Janeiro e de Vitória. E, no
contribuindo de uma forma decisi-
próximas do aeroporto.
entanto, o que quiseram fazer agora
va, porque somos uma plataforma
Estaremos a dez minutos do aero-
foi acabar com os portos secos, tiran-
multimodal. Já removemos carga do
porto e ao lado do Distrito In-
do os incentivos.
aeroporto de Guarulhos, Viracopos e
dustrial, ao lado de Goiânia e de
Revista Campo: Mesmo sem os
Confins para Anápolis e conhecemos
Brasília. Se os governos federal,
incentivos, quais os benefícios que
o procedimento do que precisa ser
estadual e municipal percebem isso,
o Porto Seco de Anápolis oferece
feito. No futuro, ao invés de des-
a plataforma será o melhor aeropor-
em relação a outras opções?
cermos para o porto de Santos, de
to do Brasil para fazer logística e
Edson Tavares: As grandes em-
Vitória ou do Rio de Janeiro, vamos
distribuição de carga. O perfil desse
presas de laboratório, inclusive as
para o porto de Itaqui (MA), Pecem
aeroporto é diferente: a carga entra e
montadoras que aqui estão, mes-
(CE) e Suape (PE), para ganharmos
sai. O Brasil tem um vício de querer
mo sem o incentivo vão continuar
essa costa marítima e diminuirmos o
ganhar na armazenagem. Aeroporto
por aqui. Em função da estrutura,
custo Brasil. E o aeroporto é estraté-
tem que ganhar na movimentação,
velocidade e o conceito que temos
gico para isso. O trem precisa entrar
aeroporto, porto seco, porto mo-
de porto de não armazenar. Temos
é na área da plataforma logística.
lhado, não são lugares para armaze-
rapidez e qualidade. O comprometi-
Passa entre o Porto Seco, que tem
nar carga. A carga tem que chegar e
mento com a Receita Federal, com a
um volume de carga que viabiliza
ser despachada.
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MERCADO E PRODUTO
A revolução da bovinocultura
C
omo atividades econômicas iniciais, os municípios onde nasciam a bovinocultura e a agricultura sempre foram os pioneiros e protagonistas. Com números menores de consumidores, que praticamente se restringia ao mercado interno, o rebanho produzia leite, carne, couro e demais produtos, porém com uma produtividade menor, quando se leva em consideração o período necessário a essa produção. Necessitávamos de quatro a cinco anos para engordar um animal, com base em pastagens e quase nenhuma suplementação alimentar proveniente de grãos. A genética também não era tão importante para que investimentos fossem feitos. O intervalo entre os partos restringia a oferta de leite. Era assim, em um período cujo extrativismo ainda regia as regras. Mas, os benefícios por produtores que estão na vanguarda são grandiosos. A genética é um deles. Produtores vanguardistas buscaram exemplares de animais de valor genético diferenciado, até em outros países, apesar das dificuldades de importação, tanto em termos de transporte como de legislação. Os investimentos feitos pelos produtores eram basicamente com recursos próprios. As pesquisas para o melhoramento genético, com a introdução de raças europeias, a melhoria das raças zebuínas, a inseminação, os cruzamentos industriais aliados a conhecimentos em nutrição animal, novas variedades de capim, o sistema barreirão, a fertilização do solo e demais tecnologias, contribuíram para uma produção cada vez
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mais precoce e produtiva. Essa revolução é percebida quando vemos um rebanho brasileiro de bovinos que cresceu 130% e o goiano 87%, em número de cabeças, no período de 1974 para 2011. Atualmente, são cerca de 213 milhões e 22 milhões de cabeças, respectivamente, e que já reduziu em mais de dois anos, o tempo de engorda para o abate. O interessante é que cresce o rebanho bovino e a produção de carne, porém, diminui a necessidade de terras, para suprir esses herbívoros, que têm as pastagens como principal alimento. São menos 4% de terras em território brasileiro para esta finalidade e menos 44%, em território goiano. Além de suprir as necessidades do mercado interno, que hoje conta com uma população de mais de 190 milhões de brasileiros, a bovinocultura ainda movimenta um mercado exportador, gerando US$ 5 bilhões de dólares para o Brasil e mais US$ 700 milhões de dólares para Goiás, com a venda de carne bovina, leite e derivados ao ano. Internamente, são mais de R$ 8 bilhões referentes à comercialização da matéria-prima carne e leite, sendo inúmeras vezes maiores os valores, quando se inclui todo o comércio que gira em torno dos valores agregados a estes e aos demais produtos como o couro, material genético, os medicamentos, alimentos, produtos de higiene e beleza, decoração, vestuário, calçados, eventos e muito mais que provém dos bovinos. Diante disso, é preciso darmos a devida importância ao setor agropecuário. A importância que ele merece.
Marcus Vinicius
Christiane Rossi | christiane@faeg.com.br
Christiane Rossi é assessora técnica da Faeg para a área de pecuária de corte.
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AÇÃO SINDICAL PIRANHAS
ALEXÂNIA
Homenagem póstuma
Jana Tomazelli
Carlos Costa
Nova diretoria
A diretoria eleita do Sindicato Rural de Alexânia, para o triênio 2013/2016, tomou posse em solenidade realizada no último dia 1° de fevereiro. Edison Soares repassou a presidência da entidade ao eleito Marcelo Nicolau Pinto. O novo presidente explicou aos presentes que seu desafio frente ao Sindicato será ampliar a participação dos produtores do município nas decisões e projetos da entidade. O superintendente do Senar Central, Daniel Carrara, assumiu o posto de vice-presidente. Alberto José Marques e Ildo Pereira Borges foram eleitos para os cargos de secretário e tesoureiro, respectivamente.
O Sistema Faeg/Senar lamenta o falecimento do presidente Comissão de Segurança Rural e Assuntos Fundiários da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Willian dos Santos. Ele faleceu no dia 22 de janeiro quando voltava de Goiânia para seu município, Piranhas. Willian deixou esposa e filhos. Ele realizou importante trabalho na área de segurança rural no Estado.
INHUMAS Sindicato Rural de Inhumas
Compromisso público
CABECEIRAS
O presidente do Sindicato Rural de Inhumas, José Rui Garcia, participou no último dia 5 de fevereiro, da primeira reunião ordinária da Câmara Municipal de Inhumas, que marcou a abertura das atividades do Legislativo daquele município. A solenidade foi marcada pelo compromisso entre os vereadores em defender os interesses da comunidade de Inhumas. O prefeito, Dioji Ikeda (PDT) enalteceu a parceria com o Sistema Faeg/Senar em proporcionar um Campo Saúde no município em janeiro, que beneficiou diretamente 3,5 mil pessoas. (Colaborou: Antelmo Teixeira)
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Sindicato Rural de Cabeceiras
Eleição na Capul
O Sindicato Rural de Cabeceiras articula constantes reuniões com representantes da Cooperativa Capul para tratar das próximas eleições da entidade. Atualmente, três chapas concorrem ao pleito. Nos encontros intermediados pelo Sindicato Rural de Cabeceiras, os candidatos apresentaram suas propostas e ouviram sugestões dos associados.
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EQUOTERAPIA
CRISTALINA
Sindicato premiado Léo Ribeiro
Sindicato Rural de Inhumas
Reabilitação solidária
Foi realizada, no último dia 7 de fevereiro, uma reunião para a apresentação do Programa de Equoterapia do Sistema Faeg/Senar, em Inhumas. O evento ocorreu na sede do Sindicato Rural e teve a participação do anfitrião José Rui Garcia, presidente do Sindicato, do prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda, e secretários municipais. A apresentação foi feita pela coordenadora do Programa, Fátima Araújo. Durante a reunião, jforam acertadas as providências para sequência das atividades como estabelecimento dos parceiros e das entidades filantrópicas que cuidam das pessoas com necessidades especiais que serão beneficiadas. (Colaborou: Antelmo Teixeira)
Sindicato Rural de Rio Verde
Capacitação no campo
Com o objetivo de qualificar os profissionais, o Sindicato Rural de Rio Verde, em parceria com o Senar Goiás, ofereceram em janeiro o curso de Manutenção e Operação de Colheitadeira e Aplicação de Defensivos Agrícolas com Pulverização de Autopropelido. Os cursos foram ministrados na própria sede do Sindicato Rural e foram divididos em duas partes, teórica e prática. Por meio do curso de colheitadeiras, os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre manutenção, regulagens e segurança. (Colaborou: Fabiana Sommer)
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MINAÇU
Secretaria da Agricultura Francila Calica
RIO VERDE
O Sindicato Rural de Cristalina recebeu, na noite do dia 7 de fevereiro, em um jantar, o Certificado de Consagração Pública, outorgado pela Imagem Propaganda e Marketing. Esse Prêmio é oferecido à Entidade Sindical mais lembrada em pesquisa de preferência e simpatia popular realizada com moradores de Cristalina. Estiveram presentes para receber o Prêmio o vice-presidente do Sindicato, Renato Zoboli e o diretor secretário, Daniel Sabino Vaz (na foto de blazer claro). (Colaborou: Malva Lúcia Caixeta)
O presidente do Sindicato Rural de Minaçu, Tiago de Castro Raynaud de Faria, assumiu como novo secretário da Agricultura do município. Dentro do plano de ações na pasta, Tiago destaca a ampliação da lavoura comunitária, incentivo a novas culturas no município, o fortalecimento das associações e cooperativas, entre outras ações. “Ser nomeado secretário de Agricultura por um prefeito agropecuarista de sucesso é uma honra e também uma responsabilidade muito grande”, disse. Tiago é formado em administração e reside em Minaçu há dez anos. Fevereiro / 2013 CAMPO
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Shutter
SANIDADE
Perigo no pasto Tuberculose e Brucelose assombram criadores de gado. Vacinação ainda é o melhor combate Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
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T
odas as atividades da propriedade rural devem ter como objetivo a exploração econômica com eficiência, que se caracteriza por um rebanho estável e saudável. Mas para se conseguir tal status o produtor rural deve estar atento às doenças zoonóticas, que são aquelas infecciosas comuns aos animais e ao homem. Visando diminuir a prevalência e a incidência dessas enfermidades no rebanho bovino e bubalino, no ano de 2001, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), instituiu o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), sendo posteriormente, aprovado por meio da Instrução Normativa n°06, de 08 de janeiro de 2004. Segundo a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), o último estudo da prevalência para a brucelose realizado em Goiás, no ano de 2002, apontou uma prevalência de 17,5% em propriedades e 3% em animais. Já para a tuberculose, a Agrodefesa conta que no ano de 2013 será realizado o primeiro inquérito epidemiológico, no Estado. Em Goiás, a Agrodefesa é a instituição responsável pela execução das atividades do programa. Segundo Glauciane Ribeiro de Castro Pires, coordenadora do Programa Estadual, o objetivo é padronizar e garantir a qualidade dos instru-
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mentos e das ações como a vacinação obrigatória contra brucelose das bezerras de três a oito meses de idade, o controle do trânsito e o incentivo à certificação de propriedades como livres ou monitoradas. Certificação O certificado de propriedade livre para Brucelose e para Tuberculose oferece vantagens para o produtor, como participação irrestrita do rebanho em eventos, fim da exigência de testes para trânsito animal interestadual, maior credibilidade para a comercialização e diferenciação do leite oriundo desses estabelecimentos, o que possibilita acesso ao mercado externo. Segundo Glauciane, dada à importância do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal e o impacto na saúde pública, acreditamos que para evolução do programa as ações devem ser sustentadas na parceria entre os elos da cadeia produtiva do agronegócio e na criação de política de incentivo aos produtores rurais. De acordo com Glauciane, as medidas de erradicação da Brucelose e Tuberculose das propriedades visam não somente a saúde dos animais, como a saúde do produtor, de seus familiares, tratadores, trabalhadores da propriedade e dos consumidores dos produtos de origem animal.
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Vacinação é a melhor arma contra brucelose Para o controle da brucelose, a vacinação é a arma mais eficaz. Glauciane explica que a vacina é obrigatória em fêmeas bovinas e bubalinas de três a oito meses de idade, somente uma vez na vida e tem por objetivo diminuir a ocorrência da doença nas propriedades. “Quanto maior o número de fêmeas vacinadas, maior será a imunidade do rebanho, menor o número de animais suscetíveis e menor a possibilidade de difusão da doença”, afirma Glauciane Ribeiro de Castro Pires, coordenadora do Programa Estadual. Ela lembra que é proibida a vacinação de machos de qualquer idade e de fêmeas com idade superior a oito meses. A coordenadora do programa diz que o produtor deve comprovar a vacinação por meio de atestado emitido pelo médico veterinário cadastrado na
Agrodefesa. “É obrigatória a comprovação da vacinação de bezerras, no mínimo uma vez por semestre, ficando a data limite para o dia 31 de maio para o primeiro semestre e 30 de novembro para o segundo.” Ela salienta que a principal fonte de infecção da brucelose é a vaca prenhe infectada. Outra forma de a bactéria infectar um animal é por sua penetração via mucosas nasal e conjuntiva no ato de cheirar o feto ou outra fêmea recém-parida infectada. Segundo Glauciane, os principais sinais clínicos observados nos animais infectados estão ligados a problemas reprodutivos, como aborto no terço final da gestação; morte de bezerros recém-nascidos; nascimento de bezerros fracos; retenção de placenta; corrimento vaginal devido à inflamação do útero; repetição de cio; queda na produção
de leite; mastite e aumento do intervalo entre partos. “Não podemos esquecer que a brucelose causa sérios danos também aos touros como a inflamação testicular, podendo levá-los à subfertilidade e até mesmo à esterilidade.” De acordo com a coordenadora, a brucelose pode ser transmitida ao homem e ocorre, principalmente, em pessoas que lidam diretamente com animais, como tratadores, médicos veterinários e laboratoristas. As medidas preventivas, em termos gerais, começa na compra de animais com certificado negativo para brucelose, adoção de um cronograma sanitário rigoroso por parte dos criadores, tratamento adequado com os restos de abortamentos, e vacinação de bezerras entre três e oito meses de idade com vacina viva cepa B19 (vacina B19).
Sem vacina desenvolvida A tuberculose é infecciosa e contagiosa, afeta principalmente bovinos e bubalinos, mas pode ocorrer, também, em seres humanos. Segundo Glauciane Ribeiro de Castro Pires, coordenadora do Programa Estadual, a doença acomete ainda suínos, caprinos, ovinos e aves, causando prejuízos à saúde dos rebanhos e perdas econômicas. A doença ocorre com maior frequência em rebanhos leiteiros e naqueles
mantidos em confinamento.“Por ser uma doença crônica, cujos sintomas podem demorar a aparecer, a maioria dos animais não apresentam sintomas e a disseminação ocorre antes mesmo do aparecimento dos sinais clínicos.” Em estágios mais avançados, o animal apresentará emagrecimento, falta de ar, tosse. Algumas lesões internas na carcaça podem ser identificadas durante o abate do animal.
Diferente da brucelose, para a tuberculose não existe vacina nem tratamento. “A melhor forma de prevenir a doença no rebanho é comprar somente animais que apresentem resultado negativo ao teste confirmatório da doença, devendo realizar o exame periódico em todo rebanho, manter as instalações com boa ventilação, pisos, bebedouros e comedouros bem higienizados”, diz Glauciane.
até que sejam sacrificados. No saneamento da propriedade para brucelose serão testadas as fêmeas de idade igual ou superior a 24 meses, desde que vacinadas entre três e oito meses; as fêmeas não vacinadas e os machos, a partir de oito meses de idade. No saneamento para tuberculose serão testados todos os bovinos e bubalinos, machos e fêmeas, com
mais de seis semanas de idade. As crias recém-paridas de fêmeas positivas podem ser aproveitadas desde que o animal recém-nascido seja separado imediatamente da mãe e alimentado com colostro e leite de fêmea negativa. Posteriormente, esse animal deverá ser submetido aos testes para diagnóstico de brucelose e tuberculose.
Abate obrigatório É importante lembrar que a brucelose e tuberculose bovina e a bubalina são doenças de notificação obrigatória. No caso de identificar animais doentes, estes serão sacrificados e a propriedade deverá passar por saneamento, que consiste na realização de exames no rebanho. Os animais positivos devem ser marcados e afastados da produção imediatamente, 16 | CAMPO
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Marcus Vinicius
PECUÁRIA DE LEITE Preço do leite pago ao produtor começa a se recuperar e anima setor
Leite mais rentável Produtores encerram o mês de fevereiro com aumento no preço do leite. Estimativas seguem positivas para março Rhudy Crysthian | rhudy@faeg.com.br
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O
mês de fevereiro termina com uma luz no fim do túnel, pelo menos para produtores de leite. Combalido pela baixa rentabilidade no fim de 2012, o setor começa a dar sinais de melhoria nos preços. O que pode favorecer ainda mais as cotações do produto a partir de março. Em 2012, os valores permaneceram muito abaixo dos anos anteriores. Os aumentos nos custos de produção, durante o ano passado, fizeram com que o produtor perdesse sua rentabilidade, trabalhando boa parte do ano no vermelho. No Brasil, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea – USP), o leite estava contado a R$ 0,81 o litro em janeiro e aumentou para R$ 0,82 em fevereiro passado. Em Goiás o cenário não foi diferente. O preço pago ao produtor pelo litro do leite em janeiro ficou em R$ 0,90, em fevereiro aumentou para R$ 0,92. Uma elevação de 2%. Parece pouco, mas esses centavos ajudam a fechar as contas no azul. “Levando em conta que um produtor médio tira em torno de 200 litros de leite por dia, uns centavinhos fazem toda a diferença na planilha da propriedade”, explica o gerente de estudos técnicos e econômicos da Faeg, Edson Alves. Ainda há outro ponto relevante para o mercado interno que é a entrada de produtos lácteos importados. Em 2012, foram internalizados no Brasil 1.224 milhões de litros de leite contra 114 milhões de litros exportados, resultando em um crescimento de 7,5% no déficit da balança comercial de lácteos, na comparação 2012 ante 2011, segundo dados da agência Milk Point. Por outro lado, os preços externos recuperaram-se nas últimas semanas, embora não na velocidade esperada, já que a produção da Nova Zelândia não superou as expectativas. Outro ponto favorável ao País é que o Brasil renovou recentemente o
Produtores de leite já percebem uma melhora nos preços neste início de ano
acordo de cota de importação de leite em pó com a Argentina permitindo a entrada de até 3,6 mil toneladas mensais. As negociações com o Uruguai ainda seguem em andamento, já que, segundo reclamações de alguns produtores, aquele país usa as importações de frango do Brasil como manobra nas rodadas de discussão. Negociação Para tratar desses e outros temas ligados ao setor, produtores goianos de leite se reuniram nesta quinta-feira (28) na Comissão de Pecuária de Leite da Faeg. Discutiram melhorias necessárias para o setor e a necessidade de trabalharem melhores técnicas de comercialização do produto com as indústrias lácteas. Em Goiás, o preço pago pelo leite varia de região para região, há locais em que é pago R$ 0,78 e outros onde produtores conseguem contratos de R$ 1,07 por litro do produto. Essa diferença pode ser explica-
da não só pela forma de negociação e volume do produto comercializado por um único produtor, mas principalmente, pela qualidade do produto. Segundo o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, 2013 será o ano do leite, pois serão direcionados programas do Sistema Faeg/Senar para melhoria da qualidade do produto e gestão da propriedade. “Precisamos pensar em profissionalizar a produção de leite no Estado com um modelo de gestão mais eficaz para o produtor”, disse. O superintendente do Senar Goiás, Marcelo Martins, destacou que em 2012 a entidade realizou 900 treinamentos para produtores e trabalhadores de leite em Goiás. “Foram mais de 10 mil produtores capacitados em ações de melhoria da qualidade do leite entre outras atividades do setor”, explicou. Segundo ele, a intenção é intensificar essas atividades este ano para auxiliar o produtor goiano. Fevereiro / 2013 CAMPO
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Jana Tomazelli
INFRAESTRUTURA
Barreiras para o escoamento Com uma infraestrutura que não acompanhou o crescimento da safra, o setor perde competitividade e sofre com a lentidão nos investimentos em ferrovias e hidrovias Karina Martins | revistacampo@faeg.com.br Especial para Revista Campo
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omo se não bastassem os problemas logísticos recorrentes, oriundos das estradas mal conservadas, falta de infraestrutura necessária para diversificar os modais utilizados no escoamento da produção agrícola como hidrovias e ferrovias, o aumento do óleo diesel repassado para as refinarias de 5,4% e a fiscalização
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mais rígida da Lei do Caminhoneiro achatam a lucratividade do produtor e impõe mais uma barreira na competitividade no mercado internacional. Estima-se que, somente os problemas nas estradas que cortam o Estado, gerem um prejuízo de R$ 150 milhões para o setor. O analista de mercado da Faeg, Pedro Arantes, calcula que a jun-
ção destes fatores deve onerar o custo do frete em até 40%. Ele acredita que o transporte de uma saca de soja, por exemplo, deve ficar R$ 2,50 mais caro que no mesmo período do ano passado. “Soma-se isso as condições de algumas estradas que estão intransitáveis e a possível falta de caminhões para o escoamento”, afirma. www.sistemafaeg.com.br
Jana Tomazelli
Situação das estragas goianas atrapalham escoamento da safra
Ele explica que, com a fiscalização da Lei do Caminhoneiro, haverá mais demora no deslocamento para o Porto de Santos, o que poderá acarretar em falta de veículos para carregamento dos grãos. Uma alternativa seria a utilização de ferrovias e hidrovias como forma de baratear os custos e otimizar o eswww.senargo.org.br
O produto de Mineiros, Marco Antônio reclama que com a dificuldade dos caminhões chegarem à lavoura, a soja foi aumentando o percentual de umidade
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Jana Tomazelli
O produtor de Jataí, Silomar Cabral, observa trator puxando caminhão atolado
coamento da safra. Entretanto, a falta de uma metodologia única para uso de cada um desses modais dificulta a utilização desses meios. “Em cada ferrovia, utiliza-se um tipo de equipamento. Falta alinhamento”, lamenta Pedro. Longas distâncias Para se ter ideia, conforme o superintendente do Porto Seco Centro-Oeste, Edson Tavares, o País é o único que utiliza caminhões para transportar grãos em distancias continentais que chegam até oito mil quilômetros. “Isso é uma logística burra”, reitera. Esse gargalo gera uma competitivi22 | CAMPO
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dade desleal com países cujas infraestruturas são mais adequadas para o escoamento da safra agrícola. O custo do transporte de grãos no País é 18% mais caro que o da Argentina e 22% a mais que o dos Estados Unidos. “É como se a cada cinco safras perdemos uma para os Estados Unidos em função do custo Brasil”, resume Pedro Arantes. O produtor de Jataí, Silomar Cabral Farias sente no bolso todos esses fatores. Ele reclama que as estradas vicinais estão em péssimo estado, especialmente a da região de Serranópolis, Sudoeste goiano. Ele conta que pagava R$ 1,2 por saca e agora paga R$ 1,5 – um
incremento de 25%. Ele aponta também que faltam caminhões para fazer o transporte, o que muitas vezes, gera insegurança no produtor rural. “Todos esses problemas são antigos”, diz. O produtor de Mineiros, Marco Antônio Oliveira Campos, lembra que as chuvas que caíram abundantemente na região até o início de fevereiro agravaram ainda mais a situação dos produtores rurais. Com a dificuldade dos caminhões chegarem à lavoura, a soja foi aumentando o percentual de umidade. “O caminhão não chega a tempo e aí vemos o dinheiro saindo do bolso”, avalia. www.sistemafaeg.com.br
Mozart Carvalho
Caminhões atolados na GO - 206, em Jataí
Estradas esburacadas Reconhecida como o calcanhar de Aquiles dos produtores rurais, a má conservação das estradas, especialmente as estaduais, são as principais vias de escoamento de safra. Levantamento realizado pela assessoria técnica da Faeg aponta alguns trechos requerem maior atenção por parte do governo estadual. Segundo relatório, são sete rodovias estaduais não pavimentadas, localizadas nas regiões de Jataí e Rio Verde e outras cinco que necessitam de manutenção e intervenção tapa buracos, todas localizadas na região Sudoeste. O presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas
(Agetop), Jayme Rincón, admite que produtores rurais de algumas regiões do Estado ainda vão sofrer com estradas ruins nesta safra. “Mas está prevista no cronograma do programa da Rodovida a recuperação de 2.119 mil quilômetros para este ano e mais 1,6 mil quilômetros em 2014”, afirma. Também em 2014, diz o presidente, 2,4 mil quilômetros de trechos serão pavimentados com recursos advindos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No Estado, há dez mil quilômetros de estradas não pavimentadas. Segundo o diretor de logística da
Um empurrador com quatro barcaças
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Caramuru, Antônio Ballan, o custo de transporte rodoviário de soja, por mil quilômetros, custa R$ 140 por tonelada – mais que o dobro do custo do mesmo trajeto e quantidade de grãos que o transportado por hidrovias (veja matérias nessa página). Ele explica que os custos do transporte rodoviário estão sendo impactados pelas condições das estradas, pela Lei do Caminhoneiro, mas também pela falta de mão de obra. “Também temos uma super safra de grãos e a concentração do modal rodoviário para o transporte de aproximadamente de 70% da safra”, avalia.
Significa 200 caminhões a menos nas estradas
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Ferrovias têm custo menor Segundo o diretor de logística da Caramuru, Antônio Ballan, enquanto o custo do transporte rodoviário de mil toneladas de grãos em uma distância de mil quilômetros bate a casa de R$ 140, o transporte por ferrovias custa R$ 90 – o que significa 35% mais barato. Ele reconhece que a privatização trouxe melhorias para o sistema desse tipo de transporte, porém, critica as limitações de capacidade de oferta necessárias para atender o escoamento de grãos. “Além disso, é preciso solucionar a questão de limitação de velocidade em alguns trechos e também melhorar a qualidade dos ativos rodantes”, diz. Para Edson Tavares, superintendente do Porto Seco Centro-Oeste, as vantagens do sistema ferroviário são a rapidez e a capacidade de transportar a carga sem desperdício. “No sistema de transporte rodoviário, perde-se grãos desde o início”, afirma. A Rodovia Norte-Sul, uma das principais obras do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), ainda é sonho para os goianos. A ferrovia que promete cortar o País e diminuir os custos dos produtores rurais em, pelo menos, 35% está atrasada. Em nota, A Valec Construções e Ferrovias S/A, empresa responsável pela obra, informou que a meta de conclusão das obras que interligam Palmas (TO) a Anápolis (GO) é para o último 31 de dezembro deste ano. Segundo relatório da empresa, o trecho entre Palmas e Uruaçu, Norte goiano, está 89% concluído e entre Uruaçu – Anápolis (87%). A nota ressalta que, este trecho, depende de obras complementares já que os antigos contratos foram encerrados e a Valec está em fase de contratação de novas construtoras para terminar a obra ainda este ano. A nota afirma ainda que a construção do trecho que liga Anápolis a Estrela D´oeste (SP), está em pleno andamento, e a previsão de entrega é para o dia 30 de junho de 2014. Conforme o documento, 28% deste trecho estão concluídos.
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Shutter
Especialistas apontam a rapidez e o pouco desperdício como as principais vantagens do transporte por trens
O custo do transporte de grãos Ferrovias - R$ 90
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Shutter
Hidrovia é o modal de transporte de cargas mais competitivo e de menor impacto ambiental
Hidrovias necessitam de investimentos O modal mais competitivo, de menor impacto ambiental e praticamente isento de acidentes, as hidrovias, são subtilizadas pelas empresas goianas em função da falta de investimentos. O diretor de logística da Caramuru, Antônio Ballan, calcula que o transporte de mil toneladas de grãos em mil quilômetros de extensão por meio deste modal é menos que a meta (R$ 60 por tonelada) do que se gasta com o transporte rodoviário (R$ 140 por tonelada). Ele conta que, embora Goiás, seja privilegiado com a hidrovia em São Simão, Sudoeste do Estado, o sistema hidroviário pode ser otimizado. “É preci-
so permitir o aumento do número de barcaças por comboio e obras de melhorias do sistema devem ser atualizadas, diminuindo o tempo de viagem”. Um empurrador com quatro barcaças, diz, totalizando seis mil toneladas, significa tirar das estradas, em média, 200 caminhões por comboio. “Movimentamos 1,1 milhão de toneladas no ano passado, o que significou tirar mais de 36 mil caminhões”, afirma Antônio. Pedro Arantes, da Faeg, lembra que, embora seja o mais competitivo, o País ainda engatinha na utilização desse sistema. “Seria necessário investimentos privados altos”, afirma.
70%
da safra
é transportada
por estradas
Por tonelada a cada mil quilômetros Fontes: Caramuru / FAEG / Porto Seco
Hidrovia - R$ 60 Por estradas - R$ 140
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Gutiérisson Azidon
COMERCIALIZAÇÃO Produtores de Rio Verde assistem à abertura do Seminário Regional de Comercialização e Mercado Agrícola 2013
Mercado de grãos Produtores participam de rodada de seminários sobre mercado agrícola Rhudy Crysthian | rhudy@faeg.com.br
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s produtores rurais de oito macrorregiões do Estado participaram de 21 a 31 de janeiro, do Seminário Regional de Comercialização e Mercado Agrícola 2013, realizado pelo Sistema Faeg/Senar, Instituto Inovar em parceria com os Sindicatos Rurais. O evento teve como objetivo levar aos produtores rurais informações sobre o mercado de grãos e commodities agrícolas. O presidente do Sistema Faeg/ Senar, José Mário Schreiner, participou dos seminários e destacou algumas ações importantes para o setor desenvolvidas tanto pelo Sistema Faeg/Senar quanto pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
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(CNA). Sobre as commodities, José Mário comentou que 2012 foi um ano que o produtor rural brasileiro de soja e milho encontrou mercado mais favorável. Isso, devido à perda de boa parte da safra norte-americana devido à seca e a quebra de safra de alguns países do Mercosul. José Mário reclamou da falta de uma política agrícola brasileira mais adequada aos suprimentos e à distribuição de matéria-prima para as rações. “A Faeg tem preocupação com este momento de tomada de decisão dos produtores, pois há tendência de reposição de estoques de grãos no mercado global e um aumento expressivo do custo de produção”, alertou.
Ele reforçou que a Faeg e os Sindicatos Rurais têm trabalhado com políticas voltadas aos grandes, médios e pequenos produtores em busca de melhores condições de vida das famílias rurais, além de estimular a produção agropecuária do estado e do país para a crescente demanda internacional. “Mais de 56% dos produtores rurais são da classe D/E e possuem renda negativa, e 63% produzem apenas 5% do Produtor Interno Bruto (PIB). Por isso, precisamos trabalhar o aspecto social e fazer com que essas pessoas entrem no processo produtivo, adquiram renda, passem a consumir mais e melhorar sua rentabilidade”, explicou. www.sistemafaeg.com.br
Gutiérisson Azidon
Para o especialista, Glauco Monte, 2012 foi o ano de ouro para os produtores de grãos
Analistas de mercado dão dicas aos produtores
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exportação. “Isso ajudou na elevação dos preços, mas devemos ter atenção porque este ano teremos mais soja no mercado interno que no mesmo período do ano passado. Não teremos mais a escassez do produtor para ajudar a elevar os preços”, explicou. Glauco também ressaltou que em 2013 os produtores pagarão mais caro pela logística e armazenagem dos grãos. Falou também que entre os três formadores de preço para a soja e milho, câmbio, mercado interno e internacional, o mercado interno não será tão positivo ao produtor em comparação ao ano passado. Quanto à produção norte-americana, ele ilustrou que Gutiérisson Azidon
Um dos palestrantes do Seminário Regional de Comercialização e Mercado Agrícola 2013, realizado pelo Sistema Faeg/Senar, Leonardo Sologuren, abordou o cenário macroeconômico global e os impactos no setor agrícola, o efeito dos países emergentes na demanda por commodities, cenário de oferta e demanda global e o mercado doméstico para a soja e o milho, além de comércio exterior e perspectivas de comercialização. Para ele, há tendência de preços em patamares bons se os países emergentes continuarem com suas economias crescendo e a China continuar com a sua demanda por grãos. Porém, o palestrante alertou que os preços da soja e do milho para 2013 não se repetirão nos mesmos índices de 2012, pois mesmo que os EUA estejam com estoques baixos, iguais ao nível do ano de 2004, há excesso de estoques no país asiático. “O produtor precisa trabalhar, agora, essa expectativa de vender sua produção de milho safrinha antes mesmo de plantá-la”, observa o palestrante. O consultor sênior em gerenciamento de riscos, Glauco Monte, comentou que 2012 foi o ano de ouro para os produtores de grãos e que houve falta de soja no Brasil entre outubro e dezembro de 2012 para
hoje os EUA já venderam 28% a mais de soja que o ano passado e já embarcaram 38% a mais que em 2012, motivo esse, que poderia aumentar as exportações da oleaginosa brasileira àquele país e, possivelmente, melhorar o patamar de preços. Para o palestrante, os fatores climáticos nos EUA e na China devem ser acompanhados com atenção pelos produtores rurais brasileiros, porque são motivos de elevações ou baixas nos preços das commodities. Segundo ele, outra seca no país norte-americano pode fazer com que os preços dos grãos sejam melhores que os de hoje, que já estão bons.
Leonardo Sologuren acredita que há tendência de preços em patamares bons se os países emergentes continuarem com suas economias crescendo
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Produtor Rural, Saiba o que fazer após a suspensão da cobrança de royalties 1.
Devo pagar os royalties da Soja RR1?
Não, até que a ação seja julgada e haja uma decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (STF).
2.
Tenho boleto vencido. O que devo fazer? Não pague. Segundo a empresa todos os boletos serão cancelados.
3.
Assinei o acordo com a Monsanto. O que faço?
Há três opções conforme nota da Monsanto, manter o acordo, substituí-lo ou rompê-lo. Acesse o site da empresa: www.monsanto.com.br.
4.
Isso impede alguma ação judicial?
Não, pois isso é opção individual de cada produtor. A FAEG, na qualidade de representante dos produtores rurais, entende que, muitas vezes, embates jurídicos são onerosos, incertos e longos, sobretudo para pequenos e médios produtores rurais. A FAEG mantém defesa intransigente e incondicional dos produtores rurais. A entidade não se furtará em lançar mão de todos os meios necessários para que o produtor rural tenha assegurados os seus direitos.
Jana Tomazelli
Silvicultura Redução de imposto para produção de madeira de 17% para 3% pode estar com os dias contatos
Faeg quer barrar aumento do imposto sobre a madeira Benefício da redução de imposto para o setor pode terminar em abril Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
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rodutores rurais correm o risco de perder o benefício do Convênio Confaz que auxilia as operações internas de madeira e produção própria do produtor que tinha uma redução da carga do ICMS. Desde 2010 a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), lutou para que os silvicultores obtivesse a redução de 17% para 3%. “Essa foi uma grande conquista da Faeg pelos produtores. Agora, nos unimos novamente para que a carga tributária não volte ao valor anterior”, explica o gerente técnico da entidade, Edson Novaes. Focada no bem do produtor, a Faeg reuniu, nos últimos dias, com membros da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás (Sefaz) para discutirem sobre a manutenção do benefício. Edson explica que esse benefício foi concedido aos produtores há dois anos e, inicialmente, tinha validade
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indeterminada. “O artigo que previa a medida foi modificado e propõe que a alteração seja válida somente até o dia 30 de abril”, explica. De acordo com Edson, a proposta de renovação será encaminhada ao Secretário da Fazenda, Simão Cirineu Dias. “Esperamos a apreciação do secretário e a votação na próxima reunião do Confaz, que acontece no mês de março.” O gerente acredita na sensibilidade da Sefaz para que o pedido seja renovado. “Não vemos problemas quanto à renovação da proposta. Com certeza será uma conquista não só para os produtores rurais, mas também para toda sociedade goiana, que se beneficiará com a redução da carga tributária do setor.” Mercado Segundo o gerente técnico, o setor de silvicultura do Estado de Goi-
ás, nos últimos anos, passou de uma mera alternativa econômica para o produtor, para uma atividade, em muitos casos, principal na propriedade rural. “A atividade tem crescido e contribuído para a economia do Estado. Principalmente, devido à redução da importação de madeira de outros estados, gerando mais divisas para Goiás”, analisa. A Faeg estima que, atualmente ,sejam produzidos no Estado mais de 130 mil hectares somente de eucalipto, carro chefe deste setor no Estado. “No entanto, diferentemente de outros setores da agropecuária, o setor de silvicultura não estava sendo competitivo devido à alta carga tributária que incidia sobre ele”, acrescenta Edson. Diante desse crescimento ascendente da silvicultura, a Faeg criou no ano passado a Comissão de Silvicultura da entidade. Fevereiro / 2013 CAMPO
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Legislação previdenciária
A hora certa de se aposentar Dúvidas comuns a produtores e sindicatos rurais são sanadas em seminários ministrados pelo Senar Goiás Karina Martins | revistacampo@faeg.com.br Especial para Revista Campo
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e olho nas dúvidas dos produtores rurais sobre os direitos e deveres relacionados à previdência social, o Sistema Faeg/ Senar promove uma rodada de seminários, ao longo do ano, nas principais cidades do Estado, sobre legislação trabalhista e previdenciária. O seminário promete tirar dúvidas práticas dos produtores rurais de quem, quando e como contribuir para a previdência social. Para o consultor do Senar Goiás, Ary Lellis, o produtor rural, especialmente o pequeno, precisa se conscientizar da necessidade de declarar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) desde o princípio do exercício de sua atividade. Para tanto, ele não precisa portar nenhum tipo de documentação. “É apenas declaratório. Ele pode ir ao INSS e declarar toda a família envolvida na atividade desde que tenha mais de 16 anos”, diz. O pequeno produtor também pode fazer a declaração pela internet ou buscar o Sindicato Rural de seu município. A ausência dessa declaração pode dificultar futuramente o recebimento dos benefícios. Ary lembra que para os pequenos produtores rurais (com área em torno de 45 hectares dependendo de cada município goiano), essa comprovação ainda é mais fácil. “No ato da busca pelo recebimento ele precisa ter em mãos a escritura da terra e a declaração do INCRA”, afirma. O mesmo pode não ocorrer com meeiros e arrendatários. Ele conta que é comum esse tipo de trabalhador rural não se precaver com nenhum tipo de comprovante. A saída, muitas vezes, é buscar um atestado junto ao Sindicato Rural, mas desde que seja filiado. “Ele pode também entregar documentos que comprovem sua permanência na terra como registros de filhos, título de eleitor”, afirma. Esse tipo de segurado espe-
cial não tem contribuição direta à previdência social, sua contribuição ocorre pela venda de sua produção, sejam pessoas jurídicas ou por meio de cooperativas. Essa condição permite que o segurado especial receba o benefício de um salário mínimo, não permitindo valores superiores. Vale lembrar que o exercício intercalado da atividade rural com a atividade urbana ou a contratação de um funcionário o descaracteriza como tal. Ary lembra ainda que o produtor rural que emprega terceiros na atividade deve assinar a carteira de trabalho, descontar a contribuição e recolher da mesma forma que o empregador urbano. “Sujeito à multa aplicada pelo Ministério do Trabalho. O valor pode variar mas costuma ser pesada”, ressalta. Neste caso, o valor do repasse ao INSS varia de 8%, 9% ou 11% da remuneração mensal do empregado. Já a contribuição do próprio empregador rural pode ser feita de duas formas: contribuindo com alíquota de 2,1%, feita pelo comprador que pode ser pessoa física ou próprio consumidor. Ou sobre a renda mensal, como qualidade de contribuinte individual. Caso não haja comercialização mensal, o empregador rural irá declarar sobre um valor superior a um salário mínimo podendo chegar até o limite máximo do salário de contribuição, atualmente, R$ 4.157,05. Quanto ao preenchimento de documentos e as orientações gerais ao trabalhador, explica, os sindicatos rurais estão qualificados para prestarem auxílio aos seus filiados. “No caso específico da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP), se os Sindicatos Rurais não disponibilizarem o serviço, os mesmos devem procurar um contador qualificado, em virtude da alta complexidade de informações a serem prestadas no documento”, afirma.
Fique por dentro Todo trabalhador deve formalizar seu vínculo com a instituição previdenciária.
Empregados É inscrito na previdência com a assinatura do contrato de trabalho por seu empregador Seu número de inscrição é o PIS. A contribuição é feita de forma indireta: desconta a remuneração e repassa ao INSS o valor correspondente a 8%, 9% e 11%
Autônomo A inscrição é feita pelo próprio trabalhador, via internet ou diretamente nas agências da previdência social. O valor da contribuição é 20% de sua remuneração mensal. Quando este prestar serviços a empresas rurais, deverá descontar 11% da remuneração paga e repassar ao INSS
Segurado especial São os posseiros e meeiros e arrendatários rurais cuja renda é revertida em benefício do grupo familiar. A contribuição ocorre pela venda de sua produção. Condição que lhe assegura benefício do salário mínimo. O exercício da atividade urbana intercalada ao da atividade rural ocasiona a perda do benefício rural
Fonte: INSS
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Andréia Peixoto
DELÍCIAS DO CAMPO
Strogonoff Sabor Goiano INGREDIENTES 2 colheres (sopa) de óleo 500 gramas de filé de peito de frango em tirinhas (temperado com alho e sal) 1 cebola ralada 2 tomates (em cubos sem pele e semente) 100 ml de conhaque 1 colher (sopa) de mostarda 1 colher (sopa) de catchup 200 gramas de pequi em conserva 1 lata de creme de leite Cebolinha e salsinha para finalizar Modo de preparo Numa frigideira grande coloque o óleo e frite o filé de frango. Retire o frango da frigideira. Doure a cebola ralada, junte os tomates em cubos tampe até derreter. Em seguida acrescente as tirinhas de frango e despeje o conhaque. Espere aquecer e incline levemente a frigideira para o conhaque incendiar. Espere acabar a chama. Junte o pequi em conserva, tampe e deixe cozinhar por dez minutos. Acrescente a mostarda e o catchup e misture bem. Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por mais cinco minutos. Incorpore o creme de leite delicadamente e retire do fogo antes de ferver. Finalize com cebolinha e salsinha. Sirva com arroz branco e batata frita.
Tempo de preparo
40min Receita elaborada pela instrutora de cozinha rural do Senar Goiás. Andréia Peixoto .
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CAMPO RESPONDE
Que doença começa com verrugas nas tetas das cabras até rachar o úbere ao meio? Como tratá-la? Luiz Antônio Martins As verrugas (papilomatoses) são causadas por vírus e contaminam os animais pelo contato direto entre um animal sadio e um que apresenta a verruga. Pode ser também por contato indireto, por meio de agulhas, no momento da ordenha das cabras onde as borrachas de ordenha mecânica ou a mão do ordenhador podem contaminar outro animal. Quando a pele sofre lesão pela presença da verruga, ocorre complicações secundárias pela presença de outros microorganismos. Inicialmente, pequenas verrugas podem ser retiradas por meio de cirurgia ou outros procedimentos feitos por profissional habilitado. No caso de feridas maiores em conseqüência da verruga, o principal cuidado é manter a higiene da ferida e usar produtos cicatrizantes, impedindo assim a continuidade da lesão. É recomendável que consulte um médico veterinário que possa ir ao local fazer o diagnóstico e os procedimentos necessários com os animais afetados, bem como indicar medidas de prevenção baseadas no manejo e nas condições locais. CONSULTOR: DIRCEU BRUNO PINTO, médico veterinário e instrutor de ovinocaprinocultura do Senar Goiás.
A mosca das frutas é uma praga de importância expressiva na fruticultura brasileira. Causa danos em diversas frutas como: siriguela, manga, goiaba, carambola, acerola, pêssego e citros. Aqui no Brasil é possível encontrar os gêneros Anastrepha sp e Ceratitis sp. A mosca pousa e deposita o ovo dentro do fruto e após a postura e a eclosão dos ovos, que se dá no interior dos frutos, a larva completa o ciclo, saindo apenas para se transformar em pupa. Por isso, é importantíssimo a coleta e destruição de frutos infectados caídos no chão. Desse modo, rompe-se o seu ciclo reprodutivo. Como medida de controle/monitoramento pode usar armadilhas de garrafas pet com um orifício, contendo isca líquida como atraente alimentar, geralmente à base de melaço de cana-de-açúcar a 7%, caldo da própria fruta ou proteína hidrolisada de milho a 5%; para a captura dos adultos. Também evitar o plantio aglomerado de frutas que atraiam a mosca dentro da mesma área.
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Quais motivos podem levar um pé de siriguela a não dar frutos saudáveis? Francisco Rios Osterne
CONSULTOR: RICARDO PEREIRA, engenheiro agrônomo e instrutor de fruticultura do Senar Goiás.
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Jana Tomazelli
CASO DE SUCESSO
Leite, um excelente negócio Com técnicas do Balde Cheio, o produtor Wesley, que também é técnico do Programa, saiu de 700 litros de leite produzidos por mês e pretende alcançar 3,5 mil litros/mês Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
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produtor rural do município de Morrinhos, Wesley de Melo Cruvinel, viu seu negócio deslanchar após receber um convite para ser técnico do Programa Balde Cheio, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em
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Goiás. “Eu sou médico veterinário e sempre trabalhei dando assistência em propriedades da região. Quando o Senar trouxe o Programa para Morrinhos fui convidado para ser o técnico e quis levar as informações para a minha propriedade, além das outras
20 que assessoro”, explica. O Programa foi levado para Morrinho em 2011. Lançado em agosto de 2010 no seminário “Goiás Mais Leite” do Sistema Faeg/Senar, este programa usa tecnologia do Projeto Balde Cheio desenvolvida na Embrapa Pecuária www.sistemafaeg.com.br
Um aprendizado interessante, segundo Wesley, é o lucro. Ele destaca que antes de participar do Programa não era possível saber quanto se ganhava com o litro de leite. “O processo que muitos produtores vivem e não sabem quanto se lucra com o alimento, pela falta de organização dos dados. Hoje eu sei quanto eu ganho com o litro de leite, eu aprendi a fazer a contabilidade da nossa propriedade. Sem dúvidas, o leite é um excelente negócio.” O lucro obtido com o negócio ele garante que é bom. “Nós tiramos por mês uma média de R$ 8 mil líquido. Dinheiro que ele garante ter mudado a realidade da propriedade.” Jana Tomazelli
O produtor Wesley comemora os resultados do Programa Balde Cheio
tação, e adquirimos mais 60 que vão parir nos próximos quatro meses, aumentando o número para quase 150 animais lactantes, e posteriormente para 200 até o fim do ano.” Segundo Wesley, o diferencial do Programa Balde Cheio são as ferramentas oferecidas. “O que o programa mais ensina no início é a questão de alimentação. Eles nos mostram os benefícios da intensificação de pastagem, com isso trabalhamos com proteína de ração mais barata.” Ele explica que é feito um balanceamento na dieta dos animais, onde se tem 10 vacas por hectare, com um capim de qualidade, o que viabiliza o custo do leite. Técnico do Balde Cheio e produtor rural, Wesley viu a produção de leite aumentar depois que passou a utilizar as ferramentas do Programa
Sudeste. O principal objetivo é promover o desenvolvimento da pecuária leiteira, utilizando como principal ferramenta a transferência de tecnologia para técnicos de campo dos serviços de extensão rural locais, de entidades públicas e privadas, que servirão como multiplicadores desse conhecimento. Os resultados do trabalho já são visíveis na propriedade Paraíso. De acordo com Wesley a produção aumentou de forma significativa. “No início nós produzíamos 700 litros por mês. O ano passado esse número passou para 1,2 mil e, atualmente, estamos alcançando 2,5 mil litros.” Ele destaca que a meta para o próximo ano é chegar a 3,5 mil litros por mês. Ele acrescenta que para conseguir aumentar ainda mais a produção, tem investido na compra de novilhas prenhas. “Nós temos 70 animais em lacwww.senargo.org.br
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CURSOS E TREINAMENTOS
Carne saudável e nutritiva Wanessa Neves | wanessa@senar-go.com.br
EM JANEIRO, O SENAR PROMOVEU
186 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 15
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Na área de agricultura
Em atividade de apoio agrossilvipastoril
Na área de silvicultura
Na área de agroindústria
Na área de aquicultura
Na área de pecuária
Em atividades relativas à prestação de serviços
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Brasil é o quarto maior produtor de carne suína do mundo, mas grande parte do que é produzido, é exportado para outros países. Sabe-se que a proteína animal mais consumida no mundo é a carne suína, isso ocorre devido a facilidade das transformações dos diversos derivados. No mercado consumidor, a qualidade desse tipo de alimento tem considerável importância em todos os segmentos. Visando aumentar ainda mais o consumo dessa carne altamente nutritiva, é que, o Senar Goiás, oferece o Treinamento de Transformação Caseira de Carne Suína. Este treinamento trabalha desde as normas e leis de saúde pública, serviços de inspeção animal, higiene pessoal, dos materiais e equipamentos até o processamento propriamente dito. A carga horária é de 24 horas com turmas de 15 pessoas por grupo. Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo. org.br ou consulte o Sindicato Rural de seu município.
Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br. Procure também o Sindicato Rural de seu município
26 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL 9 Alimentação e nutrição
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5 Prevenção de acidentes
9 Artesanato
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Educação para consumo
PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS
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CAMPO ABERTO
Imóvel rural: aquisição e cautelas André Antunes | adv_antunes@hotmail.com
Arquivo pessoal
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André Antunes é advogado na área de Defesa do Consumidor e Direito Agropecuário. de Liège – Bélgica
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eralmente, depois da compra efetivada de uma área, as certidões exigíveis para a lavratura da escritura pública são obtidas após o fechamento do negócio, especialmente quando efetivada por um contrato particular com pagamento feito à prestação. A escritura pública, neste caso, somente será lavrada após o pagamento da última parcela. Juridicamente, quando adquirimos um bem, o adquirente desfruta da proteção legal contida nos artigos 441 à 457 do Código Civil, no que se refere aos vícios redibitórios e a evicção. O primeiro se refere a defeitos ocultos no bem adquirido onde o adquirente poderá redibir o contrato ou reclamar o abatimento do preço. Já o segundo se refere justamente à perda, que pode ser parcial ou total, de um bem por motivo de decisão judicial relacionada à causa préexistente ao contrato como, por exemplo, a hipótese da venda de um bem de herdeiros cujo inventário ainda não foi aberto ou consumado com a partilha. Na verdade não é viável contentar-se com os artigos protecionistas do Código Civil para se efetivar a compra de um imóvel rural, já que a busca do judiciário poderá ser evitada se atentarmos para algumas cautelas antes do fechamento do negócio rural. Em primeiro lugar, é aconselhável dirigir-se ao Cartório de Imóveis do local da proprie-
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dade para obtenção da Certidão de Propriedade com negativa de ônus vintenária. Ainda com relação à situação cadastral do imóvel, de posse do Código do Imóvel Rural, podemos emitir o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR). Este documento confirma se o imóvel está efetivamente cadastrado no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR) e é documento indispensável para transações imobiliárias e crédito bancário. Ainda na situação cadastral, podemos verificar a situação do imóvel perante à Receita Federal, por meio do Cadastro do Imóvel Rural (CAFIR). Para tanto, temos que ter em mãos o número do Imóvel Rural na Receita Federal (NIRF). Peça ao vendedor, se for o caso, o Ato Declaratório Ambiental (ADA). É um instrumento legal que possibilita ao proprietário uma redução do Imposto Territorial Rural (ITR). Com relação à cautela para saber se o referido imóvel rural possui gravames, além da já mencionada Certidão de Propriedade com negativa de ônus vintenária é aconselhável, ainda, que se tenha ciência do teor da Certidão Negativa de Débitos de Imóvel Rural perante à Receita Federal. Por meio desta certidão podemos verificar, por exemplo, se o imóvel está com débitos de ITR. Já perante o IBAMA, é aconselhável também requerer
a Certidão Negativa de Débitos. Ainda, se a compra for efetivada de porteira fechada, é aconselhável verificar a situação do gado, declarações de vacinas, bem como os possíveis desmembramentos que poderá ter o imóvel, respeitando-se o mínimo legal. Com relação ao vendedor, podemos tomar algumas cautelas, como por exemplo, requerer Certidões Negativas da Justiça Federal, Certidões do Distribuidor Cível e Criminal; da Vara das Fazendas; da Justiça do Trabalho e as de Protestos de Títulos. Por fim, é aconselhável verificar se o imóvel rural está arrendado ou contratado por parceria, neste caso, o contratado terá preferência pela compra do referido imóvel. Seguidas as cautelas necessárias e lavrada a escritura de compra e venda, imprescindível levar a escritura ao cartório de registro de imóveis do local. Assim, efetuado o registro do imóvel rural, tem-se a efetivação da propriedade, ou seja, o comprador é efetivamente o dono do imóvel adquirido. Aqui estão basicamente algumas cautelas para a aquisição do imóvel rural, mas é aconselhável que haja um acompanhamento de um profissional habilitado para que haja respaldo seguro para a aquisição do bem pretendido. André Antunes é advogado militante na área de Defesa do Consumidor e Direito Agropecuário. www.sistemafaeg.com.br