ISSN 2178-5781
Ano XIII | 215 | Maio 2013
Portos Brasileiros Aprovação da MP dos Portos promete reverter a caótica situação brasileira
Sanidade
Polvilho Goiano
Mercado consumidor exigente estimula pecuaristas a investirem mais em manejo sanitário
Aproveitando alta dos preços no mercado, fabricantes de polvilho incrementam volume de produção
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PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da
A tão esperada MP dos Portos
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
Conselho editorial Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins Editores: Francila Calica (01996/GO) Reportagem: Leydiane Alves Fotografia: Jana Tomazelli Techio, Gutiérisson Azidon Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)
Um novo marco regulatório para os portos brasileiros entrou em vigor no Brasil. A almejada MP dos Portos foi, finalmente, sancionada pela presidente Dilma Rousseff e pavimenta o caminho para a revolução logística portuária. Ao estabelecer novos critérios para a exploração e arrendamento, para a iniciativa privada, de terminais em movimentação de cargas em portos públicos, a medida deve diminuir o chamado custo-Brasil.
Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: (62) 3096-2200 revistacampo@faeg.com.br
DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Vice-Presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo
A aprovação já passava da hora, pois corremos sérios riscos de nossas atuais fragilidades logísticas inviabilizarem o agronegócio brasileiro, especialmente em épocas de crise. Ao nos comparamos com os nossos principais concorrentes no mercado mundial, temos uma ideia do tamanho desse risco. O custo portuário para exportar uma tonelada de grãos na Argentina é de US$ 4,5. Já no Brasil, o custo para esse volume fica um pouco abaixo de US$ 9. Os custos diários de um navio são de US$ 40 mil.
Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner
Atrelado a isso, o produtor brasileiro perde em relação ao produtor norteamericano até U$ 2 por saca ao transportar um caminhão carregado de grãos por mil quilômetros de estradas. Esperamos que a aprovação dessa nova Medida Provisória acabe com a inércia da aplicação de recursos e com a burocratização de setores fundamentais para a competitividade e crescimento da economia nacional.
Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos
Alexandre Cerqueira
Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.sistemafaeg.com.br
José Mário Schreiner Presidente do Sistema FAEG/SENAR
E-mail: faeg@faeg.com.br Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601 Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2208 - (62) 3096-2248 (62) 3096-2115.
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PAINEL CENTRAL
Potencial da produção de madeira
Agenda Rural
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Fique Sabendo
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Delícias do Campo
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Campo Aberto
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Treinamentos e cursos do Senar
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Os 10 mais do PIB goiano As 10 perspectivas para o desenvolvimento dos municípios goianos
Mendel Cortizo
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O engenheiro florestal, Adilson Gonçalves, calcula que 70% do consumo de Goiás são oriundos de madeiras extraídas em estados produtores vizinhos
Sanidade do rebanho 14 O produtor Flávio Camilo acredita que o mercado está exigente e, atualmente, a preocupação com as questões sanitárias são muito maiores que há 20 anos
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Peixes, mandioca e cana-de-açúcar
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Após os cursos do Senar Goiás, Raul Borges, aumentou a produção em 20%
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Agência Camara
MP dos portos aprovada
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Larissa Melo
As novas regras facilitam a instalação de terminais portuários privados
Originalmente goiano
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Elcione de Campos produz 150 quilos por dia de polvilho e ajuda produto goiano a expandir mercado
Dificuldades na logística emperram desempenho dos portos nacionais
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AGENDA RURAL
03 de Junho Dia Mundial do Leite Hora: 8h30 Local: Palácio das Esmeraldas, Salão Dona Gercina Borges, Goiânia Informações: (62) 3096-2115
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04/06
Encontro Técnico Processamento de Peixes Hora: 8h Local: Auditório do Senar, Goiânia Informações: (62) 3545-2200
Lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2013/14 Hora: 8h Local: Brasília Informações: (62) 3096-2115
05/06
12/06
Fórum do Meio Ambiente Hora: 8h Local: Britânia Informações: 3096-2115
2ª Jornada Tecnológica Rio Verde Hora: 8h Local: Rio Verde Informações: (62) 3096-2115
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REGISTRO
Faeg doa 20 mil doses de vacina anti-aftosa para comunidades carentes
O uso do cultivo hidropônico de plantas em pesquisa O uso do Cultivo Hidropônico de Plantas em Pesquisa inicia-se com o histórico do desenvolvimento das técnicas de cultivo hidropônico; aborda, em linhas gerais, as funções dos nutrientes nas plantas superiores; e apresenta as aplicações e limitações do cultivo usando soluções nutritivas como ferramenta de pesquisa. Traz os fundamentos das técnicas de cultivo sem solo e ensina, passo a passo e com ilustrações coloridas, como preparar e manter experimentos em solução nutritiva. Trata-se, portanto, de ferramenta indispensável a estudantes, pesquisadores e demais interessados no assunto. Ano 2011. Editora Editora UFV. Autoras: Herminia Emilia Prieto Martinez e Junia Maria Clemente
Na abertura da primeira etapa da campanha de vacinação anti-aftosa, em Goiás, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) repassou à Agrodefesa 20 mil doses da vacina. Elas são destinadas aos rebanhos de comunidades Kalunga, da Colônia Santa Marta e da Agência Prisional. A doação das vacinas foi realizada, oficialmente, pelo presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, na manhã do dia 04 de maio, em Vianópolis, ao governador
Francila Calica
Armazém Divulgação
FIQUE SABENDO
Marconi Perillo e ao presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira. De acordo com José Mário, em todas as etapas da campanha de vacinação, a Faeg se compromete em doar as doses às comunidades carentes para que Goiás garanta a cobertura de 100% do rebanho vacinado. “É uma forma de auxiliar as comunidades e o estado a cumprirem suas metas de vacinação. A garantia da sanidade do rebanho é fundamental para o crescimento da pecuária goiana”, disse durante discurso.
pesquisa
Grupo discute diretrizes de controle da mosca branca e de lagartas O Grupo de Trabalho responsável pela elaboração do Programa Nacional de Controle de Lagartas e Mosca Branca se reuniu, no dia 24 de maio, na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília (DF). Os participantes do grupo discutiram quais diretrizes de manejo serão adotadas para auxiliar os produtores rurais no combate à mosca branca e alguns gêneros de lagartas com grande potencial de infestação, entre elas, a Helicoverpa armigera. www.senargo.org.br
De acordo com o coordenador do grupo e diretor do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV/Mapa), Cosam Coutinho, a equipe tem 30 dias para apresentar ao ministro uma proposta de programa nacional de controle dessas pragas. Coutinho avisa que em 15 dias, a primeira proposta do programa será encaminhada para todos os integrantes do grupo e, em no máximo três semanas, uma nova reunião será marcada para consolidar as sugestões e encaminhar o documento para análise do ministro da
Agricultura, Antônio Andrade. Entre as propostas, está a de criar um sistema de monitoramento, com o cadastro de produtores agrícolas nacionais, que permita acompanhar problemas decorrentes de infestações de pragas. O sistema será criado em parceria com a Embrapa e alimentado com informações coletadas pelos órgãos estaduais de defesa agropecuária, que fazem parte do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa). Maio / 2013 CAMPO
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Divulgação
PROSA RURAL
Cleudes Baré Bernardes, presidente da Agência Goiana dos Municípios (AGM)
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residente aclamado da Associação Goiana de Municípios (AGM),
para o biênio 2013-2014, Cleudes Baré Bernardes, é o 31º à frente da entidade, que completou 55 anos. Com o propósito de dar continuidade ao trabalho realizado nas gestões anteriores, Baré defende que as parcerias com entidades organizadas é de fundamental importância para o desenvolvimento econômico dos municípios. Veja entrevista exclusiva do presidente da AGM para a Revista Campo.
Parcerias para crescer Rhudy Crysthian | rhudy@faeg.com.br
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Revista Campo: Qual a importância da Faeg, do Senar e do Sindicato Rural nas ações da AGM nos municípios goianos? Cleudes Baré : Comungam de um mesmo desejo que é melhorar a qualidade da vida do homem do campo e criar mecanismos que ajudem o produtor a trabalhar e a produzir gastando menos. Mudando a concepção de produção custo/benefício. Essas entidades têm um papel bem similar que é fortalecer a economia dos municípios e melhorar a qualidade de vida do cidadão. Revista Campo: O que o senhor acha de programas que auxiliam no desenvolvimento dos municípios como o Balde Cheio? Cleudes Baré : É um programa extraordinário desenvolvido em vários municípios, entre eles, Bom Jardim de Goiás, com resultados positivos e que devem ser copiados. No Balde Cheio a Faeg, Senar e os municípios oferecem ao produtor apoio técnico. Temos pessoal qualificado que irá melhorar o conceito de custo/benefício e manter um gado mais apropriado para o clima e a região. Revista Campo: Quais os maiores gargalos para o desenvolvimento das famílias rurais dos municípios? Cleudes Baré : Sem dúvida é a falta de assistência técnica. É preciso que o produtor esteja constantemente orientado sobre os desenvolvimentos tecnológicos. Sabemos que aqueles conceitos antigos não servem mais. É preciso que essas informações cheguem ao homem do campo. Ele tem que ser empreendedor rural e não apenas produtor. Revista Campo: Como as entidades organizadas poderiam formar parcerias com as prefeituras e
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órgãos públicos para fomentar o desenvolvimento municipal? Cleudes Baré : Sem dúvida é isso que a Faeg e a Associação Goiana dos Municípios já vêm fazendo. Queremos estreitar cada vez mais essa parceria a fim de que possamos, por meio de orientação de cursos de formação, conseguir uma aproximação desse produtor com os prefeitos, aplicando esses conceitos metodológicos e gerenciais para que os municípios desenvolvam e o homem do campo melhore sua produção e seu ganho. O que é o resultado esperado por todos, melhorar a qualidade de vida e as pessoas mais felizes. Revista Campo: Como as prefeituras podem resolver o problema das estradas vicinais? Cleudes Baré : É impossível fazer. As prefeituras não têm como resolver rapidamente. Cerca de 67% dos municípios goianos têm população abaixo de 10 mil habitantes, portanto, com uma contribuição muito pequena no Fundo de Participação dos Municípios. Os gargalos, hoje, nesse setor são muito grandes uma vez que a maioria dos municípios não tem maquinário eficiente para resolver esse gargalo, que cada vez mais aumenta, principalmente, no período chuvoso. Os municípios vão resolvendo na medida do possível. É preciso que o governo do Estado tenha um olhar diferente para essas estradas vicinais, como o que aconteceu no Paraná no Mato Grosso com doações de equipamentos e maquinários para formação de patrulha rural. Estive, recentemente, reunido com secretários de governo sugerindo doação ou locação desses equipamentos aos municípios, para atender a essa demanda que hoje é, sem sombra de dúvida, um dos principais gargalos dos produtores para escoamento da produção.
Revista Campo: O que o senhor acha da ideia do governo do Estado em premiar as melhores ações de manutenção das estradas vicinais, inclusive doando algumas máquinas? Cleudes Baré : Se o governo doar essas máquinas, ou por sistema de comodato ou por hora/máquina trabalhada, é interessante. Mas, discordo plenamente em premiar esses municípios que melhor mantêm suas estradas vicinais, uma vez que a maioria dos municípios vão estar em concorrência desleal. Há municípios que por sua natureza já estão na frente da maioria dos outros. É preciso fazer uma diferenciação e ajudar os mais pobres a andarem com suas próprias pernas. Do contrário, serão premiados somente os municípios mais ricos e que têm condições de manter as estradas. Revista Campo: O que o senhor acha do fortalecimento politico da classe rural com a preparação de nomes para disputar cargos eletivos? Cleudes Baré : Extremamente importante. Tenho convicção de que todos os seguimentos organizados precisam ter fortalecimento de suas representatividades. Precisamos ter lideranças que representem o seguimento para ajudar o Brasil a continuar nessa rota de crescimento. O agronegócio brasileiro é o grande responsável pelo crescimento econômico do nosso País ou pela manutenção de nossas riquezas. Precisamos ter representatividade de pessoas que dominem esse assunto, tanto na Assembleia quanto no Congresso Nacional, para que assumam posição estratégica, dentro de Comissões específicas, para que possam defender as políticas de fortalecimento do agronegócio brasileiro.
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AÇÃO SINDICAL BRITÂNIA
Foi realizado, no dia 22 de março, o encerramento da primeira fase do PER em Britânia. O encerramento foi na Escola Eugênio Gama dos Santos com participação 19 alunos. O evento contou com a presença do presidente do Sindicato Rural de Britânia e Aruanã, Wagner Marchesi, da secretária executiva do Sindicato, Milena Roberta e do diretor-secretário, João Edgard Marcelino Ferreira. Após a entrega dos certificados e das camisetas doadas pelo Sindicato, o evento foi encerrado com um coquetel. (Colaborou: Milena Roberta)
INTERCâMBIO Mendel Cortizo
Missões Técnicas
Considerada um modelo de gestão e uma das maiores realizadoras de projetos voltadas ao homem do campo, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), recebeu em sua sede, no mês de junho, a visita das Federações do Amazonas (Faea) e do Mato Grosso do Sul (Famasul - foto). O objetivo do encontro foi apresentar aos membros das caravanas os programas gerenciados pela Faeg e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás)
CAIAPÔNIA
Treinamentos do Senar O Sindicato Rural de Caiapônia, em parceria com o Senar Goiás, realizou em abril o treinamento de Artesanato em Retalhos. A instrutora foi Iolanda Ferreira Mattos. O Sindicato ofereceu também uma palestra aos produtores sobre a “Arte de falar em público” ministrada pelo instrutor Ricardo Dornas Martins. Os cursos e treinamentos disponibilizados pelo Senar Goiás oferecem ao produtor/trabalhador rural oportunidade de qualificação e aprimoramento profissional. Interessados em conhecer e participar dos cursos e treinamentos oferecidos pelo Senar Goiás no município deverão entrar em contato com o Sindicato Rural. Mais informações ligar no telefone (64) 3663-1540.
CORUMBÁ DE GOIÁS
Empossada Nova diretoria Jana Tomazelli
Sindicato Rural de Britânia
Empreendedorismo em pauta
O Sindicato Rural de Corumbá de Goiás realizou, no último dia 26 de abril, a posse da nova diretoria para o triênio 2013/16. Reeleito pela segunda vez consecutiva, o presidente é José Carlos de Oliveira (ao lado do presidente José Mário). Segundo ele, as metas para os próximos anos é desenvolver projetos que não foram feitos na última gestão por conta do tempo. O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário, também participou da cerimônia.
ERRAMOS Ao contrário do que foi divulgado na matéria sobre cana-de-açúcar na edição de número 213 da Revista Campo, a ferrugem alaranjada deve ser combatida por controle químico e não biológico. 10 | CAMPO
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Š Syngenta, 2013.
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Para obter maior produtividade, produtores garantem que um bom manejo é fundamental
Manejo sanitário diminui incidência de doenças Os cuidados adotados durante a produção garantem alimentos saudáveis e animais seguros Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para Revista Campo
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desempenho produtivo e sanitário de uma propriedade rural pode ser avaliado com a adoção de práticas de um manejo sanitário aliado a uma boa nutrição e melhoramento genético. Os cuidados, que começam na compra de um lote de gado de corte e permeiam por toda a cadeia durante as fases de cria, recria e engorda dos animais, possibilitam a oferta de alimentos seguros e bem-estar animal. Embora o manejo não seja considerado complicado, exige serviços veterinários bem estruturados, capacitados e aptos para detecção e adoção precoce das medidas de controle e erradicação de doenças. Os componentes do manejo sanitário visam evitar, eliminar ou reduzir ao máximo a incidência de doenças no rebanho, para que obtenha maior produtividade. Esse conjunto de fatores é composto pela elaboração de um calendário profilático, controle de parasitos (ectoparasitos e endoparasitos), higiene dos animais e instalações, além das ações profiláticas e curativas dos animais. Há vacinas que são aplicadas em todo o rebanho e outras são aplicadas somente em certas categorias de animais, selecionando idade e até mesmo o sexo, como é o caso das vacinas contra carbúnculo sintomático e a brucelose. Essa primeira doença é causada pela produção de bactérias presentes na musculatura e no subcutâneo dos animais afetados. Intervenções cirúrgicas, traumas, isquemias vasculares e outras bactérias também podem desencadear essa infecção. Os sinais clínicos são febre, anorexia, depressão e manqueira. O controle profilático é baseado em medidas adequadas de manejo e alguns antibióticos. Já a brucelose, é uma doença infecto contagiosa, que gera importantes problemas sanitários e prejuízos econômicos. A vacinação também é a forma profilática mais eficaz.
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Produção de carne em três fases O médico-veterinário do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em Goiás, Marcelo Penha, divide a produção de carne em três fases – cria, recria e engorda. Ele explica que os maiores cuidados com as matrizes estão associados à questão do manejo dos animais – pastagens e divisão de lotes. “Nessa fase também tem que realizar a vacinação polivalente nos meses de maio e novembro”, diz. O manejo adequado combate doenças como botulismo e raiva. O primeiro, geralmente, está relacionada a falta de fósforo nas pastagens ou suplementação mineral imprópria, que tem como quadro a diminuição do apetite. Já no caso da raiva, as vacinas devem ser aplicadas anualmente, especialmente em áreas endêmicas de morcegos – principal agente transmissor da doença. Entrando na fase de cria é necessário que o produtor faça uma avaliação das pastagens, para saber se no período de nascimento, geralmente de agosto a novembro, em função da baixa quantidade pluviométrica, é necessário fazer um manejo suplementar para que os animais cresçam de forma saudável. Os bezerros começam a receber vacinas no quarto mês de vida. “Repete a vacina trinta dias depois. E continua duas vezes ao ano (maio e novembro), aproveitando o manejo do rebanho”, afirma Marcelo. Marcelo ensina que no período de desmame, média de sete meses, é um momento em que o bezerro fica estressado. “Tem de tomar bastante cuidado nesse período”, diz. Segundo Marcelo, por mais que o animal esteja comendo capim, é importante realizar uma suplementação minério protéica no cocho. Vale também aplicação de vermífugo para que os ver-
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Satisfeito, o pecuarista José Paim mostra seu rebanho saudável
Carência Nessa fase, o produtor rural deve ter um cuidado especial com a aplicação de antibióticos ou outro medicamento no qual o período de carência seja longo. O objetivo é que o gado não vá para abate com resíduos de dos produtos na carne. “O grupo das ivermectinas ficam até 30 dias na corrente sanguínea do animal”, diz. A assessora técnica da Faeg, Christiane Rossi, lembra para carne de exportação as avaliações são mais criteriosas. “As avaliações são rotineiras. As análises podem ser feitas visualmente e, em caso de suspeita, o animal é retirado para uma avaliação mais criteriosa”, aponta. Ela lembra que em época de campanha de vacinas, o animal não deve receber o medicamento se já estiver pronto para ir para abate. O produtor de gado de corte, Flávio Camilo de Oliveira, acredita que o mercado está exigente e, atualmente, a preocupação com as questões sanitárias são muito maiores que há 20 anos. “Acredito que a maioria dos produtores rurais está mais atento”, afirma. Ele conta que acompanha de perto a aplicação de remédios para que o período de carência dos pro-
dutos seja cumprido de forma rigorosa. “Tem antibiótico que o período de carência é de 135 dias, nesses casos, aplico no animal mais jovem. Caso você tenha um problema assim no momento do abate, pode perder até 30% da carne”, conta. Ele afirma que o manejo do gado de corte é simples, desde que o produtor siga as regras de vacinação. Outro cuidado do produtor está ligado aos funcionários. Conforme ele, todos tomam vermífugo em um intervalo de seis meses. A medida é para interromper o ciclo da cisticercose. Carrapatos Segundo Marcelo Penha, os ectoparasitas atacam com mais veemência gado de sangue europeu. Ele explica que é importante o criador observar o nível de infestação. “Quando ele está com um tamanho que arrepia o pelo do animal é o momento ideal para interromper o ciclo do carrapato”, diz. O controle, conforme diz, pode ser feito por banho de imersão ou com controle por meio de medicação a base de avermectinas. Marcelo afirma que o condutor do caminhão que irá fazer o transporte do animal deve ser treinado. “Dessa forma o animal pode sofrer menos lesões. Além disso, a qualidade da carne de um animal estressado é inferior”, afirma. José Paim afirma que sempre vistoria o caminhão cujo gado será transportado. “Verifico também se está limpo e não transporto mais animais que a quantidade que comporta o veículo. Se embarcar mais e ocorrer algum problema, o prejuízo fica todo nas minhas costas”, ensina.
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mes não aproveitem a vulnerabilidade do animal oriunda do estresse e cresçam rapidamente. Nessa época, a fêmea também deve receber uma vacina contra brucelose, a partir do terceiro mês de vida. Na fase de recria, continua o calendário profilático, nos meses de maio e novembro e, dependendo da região, continua a aplicação de vacina contra raiva. “Dependendo do calendário da Agrodefesa, o produtor aproveita a época profilática e aplica vacinas contra aftosa e butolismo”, afirma Marcelo. A aftosa atinge, principalmente, animais de casco fendido e a mortalidade é mais alta em animais jovens. O pecuarista, José Paim, do município de Ipameri, explica que os primeiros sintomas envolvem febre e diminuição de apetite. É uma doença que pode causar mais prejuízos, já que é motivo de recusa de países compradores. “Não há sentido algum o produtor rural não cuidar de seu rebanho. Além de ser penalizado, ainda acaba punindo outros pecuaristas e até pode criar um entrave para a permanência dele na atividade”, disse José Paim. Ele lembra que sua propriedade, onde são criados, em média, duas mil cabeças de gado de corte, nunca manifestou nenhum problema grave relacionado à sanidade. Para tanto, realiza reciclagem dos funcionários com cursos capacitantes. “Você precisa conscientizar seu funcionário, senão ele faz diferente quando você dá as costas para ele”, diz. Na fase de engorda, Marcelo afirma que o animal precisa de uma pastagem bastante volumosa, além de continuar as vacinas normais aplicadas em maio e novembro. Nesse momento também pode interceder e escolher entre castrar ou não o animal. “O boi castrado perde uma arroba, mas fica muito mais tranquilo”, explica.
Para Flávio Camilo o manejo do gado de corte é simples, desde que o produtor siga as regras de vacinação
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PIB
Os 10 maiores do PIB de Goiás Diretrizes auxiliam cidades goianas a aumentarem riquezas Rhudy Crysthian | rhudy@faeg.com.br
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ez perspectivas para o desenvolvimento dos municípios goianos foram apresentadas no último dia 24 de abril na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para prefeitos e autoridades regionais. O evento fez parte da mesa-redonda sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e o Agronegócio. A iniciativa é uma realização do Sistema Faeg/Senar e do jornal O Popular, com apoio da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária (Fundepec) e de Sindicatos Rurais. Com presença de prefeitos, autoridades, empresários rurais, entidades de classe e imprensa, o evento levantou os principais pontos que
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fazem do agronegócio o responsável por manter o crescimento da economia goiana, assegurando mais competitividade e levando o Brasil a uma posição cada vez melhor no cenário mundial. O evento também homenageou os 10 municípios que estão no topo do ranking do PIB goiano. De acordo com dados do IBGE de 2010 divulgados pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos da Secretaria de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan), os 10 municípios goianos mais ricos são responsáveis por 60,3% do PIB goiano, totalizando mais de R$ 58 bilhões. O PIB total de Goiás foi de R$ 97,57 bilhões. Goiás ocupa o 9º lugar do PIB do Brasil. De acordo com o presidente do
Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, o agronegócio tem sido a mola propulsora do PIB e da geração de empregos no Estado. “O agronegócio foi o responsável pelo crescimento da economia goiana acima da média. O setor também voltou a garantir o saldo positivo na balança comercial de Goiás”, calcula. O engenheiro agrônomo, Marcos Fava Neves, foi o palestrante e alertou para o risco de o Brasil continuar perdendo competitividade devido a problemas internos de logística e escoamento ainda não solucionados.
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Marcos Fava (microfone) fala com produtores e prefeitos goianos sobre as riquezas geradas no Estado
“O Brasil vem perdendo posições no ranking das exportações mundiais por conta desses problemas. Precisamos aplicar em uma melhor gestão da agricultura brasileira”, disse. Para o especialista, Goiás tem
grande capacidade de se destacar no mercado mundial, mas antes precisa resolver problemas estruturais como logística, assistência técnica entre outros. Em relação a políticas públicas para o setor, ele criticou a forma
como o governo federal trata a questão dos biocombustíveis e afirmou que o Brasil tem grande capacidade de exportar petróleo se investir mais na produção de cana-de-açúcar para abastecer o mercado interno.
MP dos portos
Modernização nos portos brasileiros Após embates calorosos entre o Governo Federal e os poderes legislativos, a nova Lei dos Portos sai do papel e promete melhorar as condições de competitividade. Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para Revista Campo
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cujo critério para ganhar a licitação estava vinculado à empresa que pagasse maior valor pela outorga, com a nova Lei dos Portos, passa a valer o critério de maior eficiência com menor tarifa (maior movimentação possível de carga pelo menor preço por tonelada). Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e vice-presidente da Comissão Nacional de Agricultura (CNA), José Mário Schreiner, essa medida deve diminuir o chamado custo-Brasil. Ele faz um comparativo que demonstra o quanto os aspectos logísticos podem inviabilizar o agronegócio brasileiro, especialmente em épocas de crise. Ele diz que o custo portuário para exportar uma tonelada de grãos na Argentina custa US$ 4,5. Já no Brasil, o custo para esse volume fica um pouco abaixo de US$ 9. “Os custos diários de um navio são de US$ 40 mil”, diz. Atrelado a isso, o produtor brasileiro perde em relação ao produtor norteamericano até U$ 2 por saca ao transportar um caminhão carregado de grãos por mil quilômetros de estradas. Google
Após ser acuado e pressionado por federações e entidades do setor, o governo resolveu, “a toque de caixa”, desatar um dos nós que fazem parte dessa seara antiga de complicações. A medida provisória 595, conhecida como MP dos Portos, foi sancionada no dia 5 de junho pela presidenta Dilma Rousseff e tem como objetivo baixar os custos de logística e melhorar as condições de competitividade da economia nacional. O novo marco regulatório para os portos brasileiros estabelece novos critérios para a exploração e arrendamento (por meio de contratos de uso de cessão para uso) para a iniciativa privada de terminais em movimentação de cargas em portos públicos. No mais, as novas regras facilitam a instalação de novos terminais portuários privados. Em outras palavras, deve encurtar a distância quando tangem aspectos como competitividade, e redução de custos em relação a outros países produtores como Estados Unidos e Argentina. Prova disso que, ao contrário da Lei dos Portos de 1993,
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emprego de tecnologia, investimentos e aumento de produtividade, fatores que veem resultando em sucessivos recordes de safras de grãos, demonstra a força do homem do campo e, ao mesmo tempo, evidencia o calcanhar de Aquiles do Governo Federal. A inércia em aplicar investimentos em setores fundamentais para o escoamento da safra de grãos, um dos principais pilares do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, pode ser medida com as imagens desoladoras das filas quilométricas de caminhões nas redondezas de Porto de Santos a espera para descarregar parte das 185 milhões de toneladas colhidas no campo.
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Terminal Indústria Um dos pontos mais pertinentes da nova lei permite que haja exploração de “terminais indústria”, que são áreas localizadas na parte externa dos portos públicos e que vão servir para movimentação exclusiva de carga pertencente à empresa autorizada a operar em um terminal dessa espécie. Já nos portos privados (TUPs), ao contrário da lei anterior, autoriza movimentação de cargas de terceiros. Dessa forma, o governo planeja imprimir maior concorrência, melhor eficiência nas prestações de serviços, beneficiando o exportador – permitindo despacho mais rápido de sua carga, com menor custo, máquinas disponíveis e modernas e portos trabalhando em período integral. Assim, diminui possibilidades de ocorrerem entraves comuns nos portos nacionais como bloqueio, embargo ou qualquer outro tipo de dificuldade de exportação da carga. Tamanho do Porto Público Com o intuito de dar mais celeri-
dade em relação a aspectos burocráticos, está relacionado a reduzir o tamanho da área de um porto público. Essa alteração serve a empresas que desejam operar serviços próximos aos portos. As áreas públicas excluídas poderão ser operadas sem a exigência da licitação. Portos Estaduais Portos administrados pelos estados tinham autonomia, pela antiga legislação, para elaborar licitação e definir tarifas. Agora, essa competência fica a cargo da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) e da Secretaria Especial de Portos, vinculado à Presidência da República. Investimentos O Governo Federal calcula que a nova Lei dos Portos deve injetar, ainda este ano, R$ 27 bilhões no setor. Desse volume, R$ 25 bilhões dizem respeito à cerca de 100 novos portos privados com pedidos de permissão já encaminhados ao governo.
O restante, ou seja, R$ 2 bilhões, são referentes a obras para a construção de 52 terminais nos portos de Santos e no Estado do Pará, que começarão a ser licitados no segundo semestre. Para o presidente da Faeg, o porto de Santos trabalha já no limite de sua capacidade de operação. Investir na infraestrutura de portos instalados nas Regiões Norte e Nordeste, além de diminuir distância deve imprimir maior agilidade para despachar os produtos. Mas, conforme ele, esse volume de investimentos não ainda não é suficiente para melhorar todo o aspecto logístico de escoamento de safra. Ele lembra que ainda faltam impulsionar investimentos em estradas e, principalmente, tirar a rodovia Norte-Sul do papel. “Estamos satisfeitos com essa medida, mas isso não resolve todos os nossos problemas. Aliás, esse é somente o primeiro”, diz. Ele lembra que, parte do pacote do Plano Safra 2013/2014, anunciado no último dia 4, alcança outra reivin-
dicação antiga dos produtores rurais – a construção de armazéns. Com o intuito de melhorar a logística e infraestrutura, serão liberados R$ 25 bilhões para a construção de armazéns privados em um prazo de cinco anos, com prazo para pagamento de 15 anos. “Essa é outra reivindicação que ao ser somada a nova Lei dos Portos, agrega melhorias para o setor”, conclui.
Articulação José Mário Schreiner afirma que houve grande articulação política entre as federações e a CNA para que a nova Lei dos Portos saísse do papel e assim, imprimissem maiores garantias de trabalho diminuição de custos para os produtores rurais. “Nós realizamos um trabalho de união entre todos os interessados para que a nova lei fosse implementada”, ressalta. Ele acredita que os produtores rurais já irão sentir os efeitos dessa medida na próxima safra. Em nota, a CNA afirma que os vetos presidenciais foram acertados e que, a nova Lei dos Portos foi publicada em perfeita harmonia com os comandos constitucionais e com as diretrizes estabelecidas pelo governo para com o setor. A nota afirma ainda que o desafio agora é construir a total integração da navegação de cabotagem com os demais sistemas de transportes.
Vetos A presidente Dilma Rousseff vetou 10 pontos da medida provisória. Seguem os principais vetos realizados pelo executivo: Foram excluídos artigos que permitiam que empresas fizessem terminais privados exclusivos (chamados porto-indústria) para suas cargas sem autorização do governo. Outro artigo que também foi vetado e que gerou bastante desgaste entre o governo e a Câmara dos Deputados e o Senado, diz respeito ao ponto em que obrigava o governo a renovar contratos de arrendamento em portos públicos assinados antes de 1993 e que já estão vencidos. A presidente também vetou a emenda em que permitiria ao governo renovar contratos de terminais em portos públicos assinados após essa data. Outros vetos importantes afetaram artigos relativos aos trabalhadores portuários.
O que foi vetado na lei dos portos Criação dos terminais indústria, que só poderiam movimentar carga própria Itens que impediam participação nas licitações de empresas com participação societária de mais de 5% companhias de navegação marítima Obrigava a contratação de mão de obra complementar, caso necessária, junto ao órgão gestor de mão de obra também na navegação interior Determinava a prorrogação de concessões e permissões de portos secos, de forma a atingir 25 anos, podendo ser prorrogado por 5 ano Item determinava que os contratos de concessão teriam prazo de 25 anos, prorrogável uma única vez Item determinava que a vigilância e a segurança do porto organizado seriam exercidas diretamente pela Guarda Portuária Determinava obrigatoriedade de inscrição do trabalhador portuário avulso em cadastro que ateste a qualificação profissional Item determinava que contratos de arrendamento anteriores a 1993 deveriam ser renovados por mais um período, e que os contratos de concessão anteriores a 1993 poderiam ser renovados uma única vez, por até 5 anos Determinava que a obrigação de realização de investimentos para antecipação de prorrogação dos contratos deve respeitar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato e as condições de competitividade entre portos organizados e terminais de uso privado. Determinava, ainda, que a prorrogação dos contratos posteriores a 1993 poderia ocorrer uma única vez, desde que feitos os investimentos necessários Determinava que a comprovação, para fins de aposentadoria especial, de que o trabalhador portuário avulso foi exposto a agente nocivo, deveria ser feita pelo órgão gestor de mão de obra
MERCADO E PRODUTO
Feijão: Política agrícola x Importação
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as últimas semanas, muito tem sido debatido sobre a influência do preço do feijão nos índices de inflação do país. Tal situação parece ter chegado ao seu ápice quando o Governo Federal informou que o Brasil poderia buscar em outros países o produto para tentar conter a evolução do preço do grão. Porém, é importante entender os principais fatores que fizeram o Brasil, um dos principais produtores mundiais de feijão, buscar o produto em outros países. De acordo com a Conab, a área plantada com feijão na safra 2012/13 deverá ser de três milhões de hectares, esta é a menor área plantada da série histórica. Em comparação com a safra passada, a redução chegou a 2,6%. Quando novamente comparamos com a safra 2010/11, observa-se uma queda de 24%. A comparação com a safra 2010/11 é importante para identificar o primeiro fator que levou o mercado do feijão a esta situação. No ano de 2009, o preço médio do feijão em Formosa, umas das principais praças de comercialização do grão em Goiás, era de R$ 62 a saca de 60 kg. O Governo Federal foi obrigado a intervir no mercado e adquirir o produto a R$ 80 a saca, preço mínimo em vigor. Porém, tal medida não atendeu grande parte do setor, que foi obrigado a comercializar seu produto abaixo do custo de produção. O resultado deste movimento, em 2009, foi a forte redução na área plantada do grão em 2010, queda de 13% na área e 5% na produção. Novamente, uma redução na produção elevou o preço do feijão nas gôndolas no supermercado. Em Formosa,
a saca de 60 kg chegou a ser comercializada a mais de R$ 170. Era importante que o Governo Federal incentivasse a continuidade desta área plantada e desta produção. Porém, para a surpresa de todos, o Plano Agrícola Pecuário 2011/12 trouxe um redução do preço mínimo do feijão, de R$ 80 para R$ 72 a saca, ou seja, redução de 10%. Um claro desincentivo à cultura. A partir daí, cada vez mais áreas destinadas ao plantio do feijão vêm sendo cultivadas com outras culturas, como soja e milho, que se tornaram mais rentáveis e mais seguras em relação ao resultado positivo da safra. Na safra 2012/13 o cenário tem se complicado ainda mais com a elevação dos preços da soja e do milho em 2012, que fez com que a área plantada com feijão na primeira safra (safra de verão) registrasse uma queda de 9,5% e na segunda, redução de 8,8%, em comparação coma safra passada. Os órgãos de política agrícola do país precisam rever o preço mínimo do feijão. Mas do que isso, precisa dar segurança ao produtor a apostar nesta cultura, através de mecanismos de auxílio à comercialização já existente, como contratos de opção. As ferramentas estão disponíveis e os produtores que cultivam o feijão possuem tecnologia e disponibilidade de plantio. Sendo assim, é um erro pensar que a solução no mercado de feijão será encontrada fora das fronteiras do país, uma vez que temos todas as potencialidades para solucionar esta questão aqui dentro.
Marcus Vinicius
Leonardo Machado | leomachado@faeg.com.br
Leonardo Machado é assessor técnico da CNA para a área de cereais, fibras e oleaginosas.
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Larissa Melo
Polvilho José Neto explica que a produção encontra em seu ápice, devido ao período da seca
Polvilho goiano ganha espaço no mercado Produtores desenvolveram maquinários próprios, buscaram assistência técnica e, hoje, são agraciados com melhores preços de mercado Karina Ribeiro | Especial para Revista Campo revistacampo@faeg.com.br
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produção é caseira, artesanal, mas, atualmente, está longe do pragmatismo do comércio simples de porta em porta. Desde 2005, quando foi fundada uma Cooperativa Mista dos Pequenos Produtores de Polvilho e Derivados da Mandioca da Região do Cará (Cooperabs), o polvilho caseiro fabricado em Bela Vista de Goiás, proporcionou ganho de espaço no mercado alimentício, maior rentabilidade e diminuição de custos aos produtores. A produção mensal é de 60 mil toneladas e atende panificadoras, lanchonetes e distribuidoras de mais 35 cidades da Região Metropolitana de Goiânia, ou seja, 70% do mercado dessa região. São 48 famílias instaladas em um raio de dois quilômetros, que trabalham diretamente com a produção de
polvilho caseiro. O produto é produzido, exclusivamente, da mandioca e passa por um processo de fermentação que permite que o polvilho não seja considerado nem doce, tampouco azedo. “Consideramos um polvilho caseiro”, diz o presidente da cooperativa e produtor, José Atair da Silva Neto. Em função dessas características e uma metodologia própria de confecção do produto, o polvilho possui granulagem, coloração branca, sabor adocicado e cheiro suave. A qualidade desenvolvida pelos produtores permite que a utilização do polvilho vá além da utilização na fabricação de biscoitos e pães de queijo. É possível fabricação também de colas e até embutidos. Segundo Neto, o ponto alto da produção é no período da seca, entre
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ciona agricultura familiar”, diz. Outro fator, é a falta de assistência técnica. Em busca de novas tecnologias e conhecimentos, Neto garante que percorreu universidades e profissionais goianos para auxiliar no aumento de produtividade. “Só consegui na Embrapa Nordeste”, afirma. Há três anos, um experimento com 15 espécies diferentes de mandioca é observado em uma área reservada e os resultados já devem aparecer este ano. “Vamos começar a colher agora e vamos verificar os resultados, mas tenho certeza que será melhor. Selecionamos espécies, melhoramos os espaçamentos e uso de herbicida”,
explica. Desde 1987, a espécie utilizada na região é a IAC 12. História A fundação da Cooperabs foi uma alternativa encontrada para quebrar a alta competitividade entre os produtores de polvilho da Região do Cará. As dificuldades eram tamanhas, que muitos acreditavam que a produção do polvilho, que já faz parte da história da região há 50 anos, estava com dias contados. O resultado foi o esperado, maior rentabilidade e produtividade das famílias, além da fixação do homem no campo. Larissa Melo
os meses de maio a setembro. Nessa época, diz, a mandioca imprime maior concentração de amido e o sol permite a secagem do produto de forma mais rápida e uniforme. No total, as 48 famílias utilizam 240 hectares de terra para a produção do polvilho. De acordo com o produtor Elcione Márcio de Campos, de 32 anos, cada hectare produz, em média, 25 toneladas de mandioca, o que corresponde a produtividade de cinco toneladas de polvilho. Ele calcula que o faturamento é de R$ 2,4 mil por tonelada do produto comercializado para a cooperativa. Entretanto, os produtores da Região do Cará prevêem que a lucratividade este ano será melhor. A diminuição de oferta em alguns Estados da Região Nordeste deve resultar em um aumento da procura do produto. Neto explica que o preço do quilo do polvilho caseiro, que até recentemente era comercializado a R$ 3,50, já começa a ser vendido a R$ 4. Ele não esconde a satisfação ocasionada pela política de mercado. “A tendência é de que ainda haja mais aumento de preços”, diz. Na tentativa de manter uma comercialização durante todo o ano, os cooperados realizam uma estocagem parcial do polvilho fabricado nos melhores meses para que não faltem recursos, nem produto nos períodos de chuva. Ao contrário de outros anos, cuja estocagem era feita de forma aleatória, este ano, há uma porcentagem pré-definida de armazenagem. Em maio, foram estocados 10% do que foi produzido na região, ou seja, seis toneladas. Essa quantidade deve aumentar gradativamente até chegar a 30% no mês de agosto e volta a cair para 10% em outubro. Mesmo utilizando essa tática, cooperados admitem não aceitar encomendas de novos clientes. Em torno desse cenário, o grande desafio dos produtores é aumentar a produção. Neto diz que essa dificuldade está atrelada ao continuísmo da visão da cooperativa. “Queremos manter nossas tradições e essência. Aqui fun-
Otimista, Elcione acredita que a rentabilidade do polvilho será maior nesse ano de 2013 Maio / 2013 CAMPO
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Larissa Melo
Em cada hectare são produzidos, em média, 25 toneladas de mandioca
Engenhocas Descascar a mandioca, ralar, lavar, decantar, lavar, coar e secar. Em termos gerais e implistas, essa é a fórmula empregada pelos produtores de polvilho da região para a confecção do polvilho caseiro. Embora pareça trivial, o processo é trabalhoso. Foi nesse ponto que os produtores decidiram colocar a cabeça para funcionar. Eles desenvolveram métodos próprios
para facilitar o manejo, baratear custos e imprimir mais agilidade na produção do polvilho. As engenhocas são levadas tão a sério que pouco pôde ser fotografado. Mas há gavetas para secagem, máquina para descascar mandioca, ralador e lavador da matéria-prima. “Isso dá muito mais agilidade e aumenta a produtividade das famílias”, explica Elcione. Ele fala com propriedade. É con-
siderado o professor Pardal da turma. Em sua propriedade de 7 hectares, consegue produzir 150 quilos por dia de polvilho. Mesmo com cota única, é capaz de produzir 25% a mais que uma família composta por três cotas na cooperativa, graças aos métodos por ele empregados. “Produzo durante todo o ano”, ressalta. A vantagem, diz, é que pode distribuir seu tempo em outras atividades.
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Floresta Produção de madeira em Goiás apresenta alto potencial de expansão
Área florestal, um bom negócio A produção de madeira em Goiás ainda é tímida, mas rende bons lucros aos produtores. Karina Ribeiro | Especial para Revista Campo revistacampo@faeg.com.br
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ulverizado em pequenas e médias plantações, o eucalipto está presente em todas as regiões do Estado de Goiás. Reclamações sobre rentabilidade e manejo da espécie são praticamente insignificantes e, mesmo com alto potencial de expansão e produção da madeira em Goiás, os números demonstram que o plantio de floresta ainda engatinha. Prova disso é que o levantamento de dados sobre o setor ainda não é uma realidade. Com o intuito de sanar essa lacuna, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) criou uma Comissão
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de Silvicultura com o objetivo de efetivar maior organização, representatividade e agilidade no processo de plantio e corte de madeiras. Segundo o gerente de estudos técnicos e econômicos da Faeg, Edson Alves, estima-se que haja em Goiás, atualmente, 130 mil hectares de eucaliptos. A atividade, que é considerada mais uma diversificação rentável para o homem do campo, ainda é pouco explorada. O número é bem inferior às necessidades de abastecimento do mercado interno. Indústrias instaladas em Goiás,
vão buscar madeira em Estados produtores vizinhos como São Paulo e Minas Gerais. A madeira do eucalipto é utilizada como combustível para geração de vapor e energia. Além disso, pode ser utilizada na construção civil, indústria moveleira, cerâmica, entre outros. “Ainda é uma atividade muito pouco explorada. Estados das Regiões Sul e Sudeste estão muito à frente e têm uma produção representativa”, afirma. As áreas que possuem maior concentração de eucaliptos são as regiões Sudeste, Sudoeste e Sul de Goiwww.sistemafaeg.com.br
Produção “Tem comprador para toda a produção de eucalipto de Goiás e ainda falta muito para abastecer as indústrias”, diz Adilson. O mercado já foi muito menos explorado. Para se ter ideia, há 15 anos, quando o engenheiro florestal começou a produzir mudas de eucalipto no Estado, sua produção era de 30 mil mudas anuais. Atualmente, ele produz, três milhões de mudas de eucalipto por ano. “Produzo de acordo com a demanda. Não se aproveita nada de uma safra para outra”, explica. Ele afirma que o interesse pela produção florestal aumentou, principalmente, nos últimos quatro anos.
ás, onde estão instaladas indústrias de secagem de grãos, alimentícias e sucroalcooleiras. Edson conta que a Comissão da Faeg pretende mediar os desafios do setor junto aos órgãos legislativos e executivo. “Estamos tentando desburocratizar as licenças junto aos órgãos ambientais e também trabalhar em relação aos benefícios fiscais”, afirma. Embora recém-criada, a comissão já comemora uma vitória. A alíquota do ICMS no Estado de Goiás que poderia sair de 3% para 17%, no dia 3 de abril, foi mantida. Mas Edson lembra que existem Estados onde essa tributação é zerada. O viverista e engenheiro florestal, Adilson Gonçalves, também critica outros pontos que emperram a expansão da silvicultura em Goiás. Ele conta que www.senargo.org.br
Mesmo assim, calcula que 70% do consumo do Estado são oriundos de madeiras extraídas em Estados produtores vizinhos. Eucalipto O primeiro retorno do investidor em eucalipto vai depender do plano traçado para a área florestal. Após dois anos de plantio, é possível extrair a primeira leva, que será absorvida como escora na construção civil. Nesse ponto, geralmente, o corte é parcial e de forma intercalada com outras árvores, permitindo rebrota ou replantio. Adilson calcula que nos seis primeiros anos, período médio do primeiro corte para utilização energética, o custo de produção por hectare gire entre R$ 4 mil a R$ 5 mil, dependendo do manejo. Isso corresponde a um gasto anual de R$ 666 a R$ 888. “O retorno é de 100%”, afirma. O produtor de eucalipto e técnico agropecuário, Ilacir Fernandes Borges, afirma que o retorno pode ultrapassar os 100%. Há dez anos atuando como técnico agropecuário e há dois Jana Tomazelli
há demora na liberação dos licenciamentos ambientais e nos financiamentos. “Isso pode demorar até um ano, o produtor não vai querer perder toda uma safra aguardando documentação e financiamento”, ressalta. “É muita incoerência. Existe um mercado extremamente aquecido, de baixíssimo risco e, mesmo assim, há poucos incentivos para a área florestal”, desabafa.
Adilson Gonçalves reclama da demora na liberação dos licenciamentos ambientais e nos financiamentos
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anos como produtor de eucalipto no município de Palmeiras de Goiás, ele explica que os preços são atrativos. “Embora seja um investimento à longo prazo, compensa. É um negócio muito mais seguro que a cultura de soja, arroz ou milho”, diz. Ilacir, explica, dependendo do manejo, adubação e período de corte, um hectare de eucalipto pode render entre 200 metros cúbicos até 600 metros cúbicos de madeira. Cada metro cúbico é comercializado, atualmente, em torno de R$ 90. Com espaçamento de 3 metros por 2 metros, cada
hectare comporta 1.666 mil árvores. “Mas existem produtores que trabalham com espaçamento mais adensado”, reitera. Ele explica que dois fatores são fundamentais para o desenvolvimento do eucalipto: o controle de formigas e aplicação de boro na adubação. “Em relação à água das chuvas, Goiás é privilegiado”, ressalta. Curiosidade Para o engenheiro agrônomo, Adilson Gonçalves, a produção de outras espécies de árvores em Goiás ainda
está em fase inicial. “Existem produções de mogno, teca, cedro australiano e pinus”, diz. Mas, afirma, parte dessa produção é pela curiosidade de muitos produtores e não tem grande escala comercial. A teca é considerada madeira nobre utilizada principalmente pela indústria naval em função de sua envergadura. Já o mogno, madeira de alto valor comercial, utilizada principalmente pela indústria moveleira, assim como o cedro australiano. O pinus também é considerado uma madeira alternativa para a indústria moveleira.
Outra forma rentável e que começa a ser mais explorada em Goiás é a seringueira. Embora a heivicultura tenha como fundamento a extração da borracha, após 40 anos, período em que a árvore permite a atividade econômica, a madeira ainda pode ser aproveitada. O heivicultor, Fernando Morais, extrai o produto de árvores plantadas em 900 hectares localizados em Barro Alto, além dos 700 hectares em Nova Crixá. Fernando explica que o custo de produção do seringal é relativamente alto. Nos primeiros sete anos, período de “carência” para iniciar a exploração, cada hectare demanda investimentos em torno de R$ 16 mil. Embora o custo assuste, Fernando garante que o negócio é lucrativo e mostra os números. Ele informa que cada hectare comporta 500 árvores. Sendo que esse talhão produz, anualmente, 3,5 mil quilos de borracha. Cada quilo do produto é revendido a R$ 3,20 – correspondendo R$ 11,2 mil anuais. “A metade desse valor corresponde a custo”, diz. O mercado é garantido, diz, o Brasil produz apenas um terço do que consome. Ele afirma que a atividade requer cuidados básicos, emprego de tec30 | CAMPO
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Jana Tomazelli
Seringueira é altamente rentável
O produtor de seringueira, Fernando Morais, afirma que o custo de produção é alto, mas o mercado e a lucratividade são garantidos
nologia, mão de obra especializada e acompanhamento técnico, planejamento e escolha correta da área. Fernando destaca que a atividade emprega, a grosso modo, um funcionário a cada dez hectares de seringal. “É uma das atividades que mais emprega no meio rural”, diz. São 250 funcionários trabalhando nas duas propriedades durante todo o ano. O diretor da Hevia Suporte, José Fernando Canuto Benesi, afirma o clima de Goiás é melhor para o seringal mesmo se comparado a países asiáti-
cos, maiores produtores de borracha do mundo. “Temos período de seca definido e um clima menos frio”, resume. Ele afirma que pelo menos duas restrições impedem o desenvolvimento do seringal – áreas alagadas e solo com camadas rochosas. Ele acredita que a expansão do seringal é lenta em função do alto custo inicial aliado a investimentos a longo prazo. “Mas o produtor pode plantar o tamanho de área que quiser. Costumo dizer, tudo depende de quanto você quer ganhar”, afirma. www.sistemafaeg.com.br
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DELÍCIAS DO CAMPO
SONHO MASSA: ½ litro de leite 2 pacotes de fermento biológico seco 2 colheres de sopa de açúcar 2 colheres de sopa de margarina 2 ovos ½ colher de sopa de sal 10 gotas de baunilha ou ½ copo do suco de preferência (laranja, limão, manga, amora) Farinha até dar o ponto 1º passo: Em uma vasilha, coloque o leite, o fermento, o açúcar, a margarina, os ovos, e as gotas de baunilha ou o suco, mexa e vá colocando a farinha de trigo e o sal até o ponto de enrolar. 2º passo: Formar bolas com pedaços de massa de 50 g cada. Enfarinhar levemente uma assadeira retangular. Ajeitar as bolas de massa sobre a assadeira, deixando espaço suficiente para crescerem. Levar para fermentar até dobrar de volume. Depois de crescidas, assar (tirar os sonhos antes de corar) e fritar em óleo quente até ficarem bem douradas. Retirar com uma escumadeira e colocar em um recipiente que contenha açúcar refinado. Passar as bolas ainda quentes pelo açúcar. 4º passo: Cortar os sonhos ao meio com a ajuda de uma faca de serra. Rechear com creme de confeiteiro no sabor desejado. Também podem ser recheados com doce de leite, doce de goiaba em pasta ou outro doce à escolha.
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RECHEIO: Creme de Confeiteiro ½ litro de leite 2 copos de açúcar 3 colheres de sopa de farinha de trigo 3 colheres de sopa de amido de milho 4 gemas Gotas de baunilha 1º passo: Leve o leite para ferver junto com a metade do açúcar. Quando estiver fervente misture a outra metade do açúcar com a farinha de trigo peneirada e o amido de milho e despeje no leite, sempre mexendo para não encaroçar, adicione o restante dos ingredientes (gemas e baunilha), cozinhe por mais alguns instantes e está pronto o creme. 2º passo: Espere esfriar e use para colocar por cima ou rechear as roscas e o sonho. Recheie os sonhos com a ajuda de um saco plástico ou saco de confeitar.
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Mendel Cortizo
Caso de Sucesso Raul mostra peixe responsรกvel pelo incremento de 20% no lucro de sua propriedade
A mistura que deu certo Cursos do Senar Goiรกs ensinam profissรฃo rural e melhoram a renda de pequeno produtor de Araguapaz Cleiber Di Ribeiro | cleiber@faeg.com.br
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preitada veio do trabalho do mobilizador do Sindicato Rural de Araguapaz, Roberto Espíndola Santana, a pessoa que mais o estimulou a participar do curso de piscicultura, ministrado pelo instrutor do Senar Goiás, Fabrício Romão. Raul, que foi fundador do Sindicato Rural de Araguapaz, em 1996, elogia a importância e o conteúdo dos cursos oferecidos pelo Senar Goiás. “Muita coisa é importante no curso. Acreditava que sabia fazer as coisas, mas era tudo a grosso modo. O instrutor estuda para isso, nos passa as técnicas e explica a importância de cada etapa durante a prática do ensinamento. Aprendemos a fazer de modo correto e com as técnicas atualizadas, porque há muita novidade na área da psicultura”, reforçou o produtor. Passados três anos do curso de Piscicultura, Raul já realizou a quarta retirada dos peixes, Piauçu e Caranha. Os alevinos estão prontos para serem co-
mercializados em um ciclo de oito a 12 meses. Ele acredita que deve ter, aproximadamente, 2,8 mil animais nos tanques, na proporção de um quilo de peixe por metro quadrado. “Esses peixes foram colocados no dia 15 de fevereiro e devo começar a tirá-los após o mês de agosto, com cada um pesando entre 700 gramas a um quilo”, comentou orgulhoso. Raul também comemora e contabiliza os rendimentos gerados pelos peixes. Vende toda produção na propriedade e para um amigo que produz almôndega de peixe e entrega nas escolas da rede pública como prato da merenda escolar. “O mercado é engraçado, há ano com preços bons e outros nem tanto, mas na média é um bom negócio. Esse ano foi muito bom, consegui o preço de R$ 8 o quilo do peixe. Graças ao Senar Goiás e à nova atividade aumentei meu lucro em 20%. A prova é que até um carro eu comprei”, diz. Mendel Cortizo
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rotina de trabalho do produtor rural, Raul Lopes Borges, é cansativa. Há nove anos acorda 4h30 da madrugada para extrair garapa de cana-de-açúcar e vender o produto fresquinho nas feiras de Araguapaz. Na pequena propriedade de quatro alqueires, próxima ao município, também produz mandioca e transforma a matéria-prima em rapadura e farinha. Além das feiras, seus produtos são comercializados na propriedade, distante 500 metros da rodovia GO-164, nos supermercados do município e entregues ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) do Governo Federal, para merenda escolar. “Faço de três a quatro mil rapaduras por ano. Somente à Conab entrego 480 quilos”, explica o produtor que conta com a ajuda da esposa e de um funcionário na propriedade. Mesmo com muito trabalho diário, Raul não reclama do serviço e afirma que a sua vida melhorou, principalmente, após ter participado dos cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás), nas áreas de Fabricação Caseira de Melado, Açúcar Mascavo e Rapadura, Produção Caseira de Alimento/ Mandioca e por último de Piscicultura. “Sempre vi meus familiares fazendo a rapadura e a farinha, mas sabia fazer do meu jeito. Os cursos me ajudaram a saber o porquê das coisas e me ensinaram uma profissão”, ressaltou.
Produtor utiliza rede para acompanhar tamanho dos peixes
Diversificação Tendo como lema “Em terra pequena temos que diversificar”, Raul sempre amadureceu a ideia de também criar peixes. Há quatro anos a propriedade já possuiu quatro tanques, um de 200, um de 500 e dois de 900 metros quadrados. Ele inclusive já havia participado de uma consultoria privada para começar a nova atividade rural juntamente com outros produtores amigos da região, mas muitos desistiram e a consultoria não obteve êxito. A verdadeira motivação da nova emwww.senargo.org.br
Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de Araguapaz devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone: (62) 3380-1255 Maio / 2013 CAMPO
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CURSOS E TREINAMENTOS
Larissa Melo
Com a esposa Daiane e o filho Pedro Augusto, Kremison comemora resultados de participar do programa Balde Cheio
Balde e bolso cheios Francila Calica | francila@faeg.com.br
EM ABRIL, O SENAR PROMOVEU
398 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 43 Na área de agricultura
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Em atividade Na área de Na área de Na área de Na área de Na área de apoio silvicultura extrativismo agroindústria aquicultura de agrossilvipastoril pecuária
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48 Em atividades relativas à prestação de serviços
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E
m um alqueire de terra, no município de Itaberaí, com 48 vacas leiteiras (17 em lactação), o pequeno pecuarista de leite, Kremison Alcântara, produz, diariamente, 300 litros de leite. Em pouco mais de um ano, o produtor mais que dobrou a produção depois que passou a receber assistência técnica do programa Balde Cheio, desenvolvido pelo Senar Goiás e, na região, em parceria com o Sindicato Rural de Itaberaí e com a prefeitura. No último dia 13 de abril, ele abriu as porteiras da Fazenda Cordeiros para a realização do Dia de Campo Goiás Mais Leite, para receber mais de 600 pecuaristas interessados em saber que métodos têm utilizado para tornar a fazenda rentável. Investimento em gestão é o que explica o sucesso que o produtor vem conquistando desde que entrou no programa, em junho de 2011. De acordo com a técnica do Senar Goiás para o programa Balde Cheio e responsável pelo assessoramento do produtor, Mariana Peraza, o primeiro passo foi uma análise da situação da propriedade, do rebanho e das finanças da
família. Por orientação dos técnicos do Senar Goiás, o pecuarista reduziu o rebanho, vendeu animais que não davam lucro e apenas geravam despesas, investiu na melhoria da pastagem com análise de solo, adubação e a instalação de piquetes rotacionados. De acordo com o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, o programa Balde Cheio gera uma revolução na vida do pequeno produtor de leite que topa o desafio de implementá-lo na propriedade. “Colocamos, gratuitamente, um técnico especialista dentro da fazenda do produtor, acompanhando-o mensalmente. Ensinando a gerir o negócio, a tomar decisões e a ampliar renda. A intenção é fazer com que o produtor fique na propriedade, que ele possa sustentar sua família”, explicou. Atualmente, participam do programa Balde Cheio, em Goiás, 400 pequenos produtores de leite; 33 propriedades de leite já se tornaram unidades demonstrativas do programa. Para José Mário, a meta é alcançar 40 mil produtores de leite com o programa nos próximos cinco anos.
Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br. Procure também o Sindicato Rural de seu município
110 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL 42 Alimentação e nutrição
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4 Organização comunitária
4 Saúde e alimentação
18 Prevenção de acidentes
38 Artesanato
4 Educação para consumo
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PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS
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CAMPO ABERTO
Armazenagem: oportunidade de negócio Pedro Arantes | pedro@faeg.com.br
Itamar Sandoval
U
Pedro Arantes é analista de mercado da Faeg.
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ma unidade armazenadora pode ter a simples função de transbordo na integração de modais de transporte; pode ser usada como armazém de estocagem regulador, em que o produto fica armazenado por um tempo maior para atender a demanda nos períodos de entressafra ou, ainda, ser uma oportunidade de negócio, quando pertence ao produtor e ele estoca o produto na expectativa de melhores preços para comercialização. Goiás tem, atualmente, 13 milhões de toneladas em capacidade estática de armazenagem; 65% em graneleiros, 24% em silos e 11% na forma convencional. Esta capacidade de estocagem correspondeu a 71% da produção de grãos do estado na última safra, o que é muito baixa para os padrões estabelecidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que recomenda que seja de 120% acima da produção. Mas, vale ressaltar que o padrão da FAO é no sentido de estocagem de produtos agrícolas com o objetivo de formação de estoque regulador, de abastecimento para períodos de entressafra e riscos de falta de produto. As condições da produção agrícola de Goiás
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são diferentes. É produzido um grande excedente a ser exportado em um curto período de tempo, cerca de seis meses, antes que se inicie a colheita do hemisfério norte, em outubro e novembro. Desta forma, não há necessidade de uma capacidade armazenadora expressiva em relação à produção, porque até mesmo durante a colheita já se inicia o fluxo de produto para os portos. Outro aspecto importante é que cerca de 28% da produção são colhidos em uma segunda safra. Mesmo com uma capacidade estática de armazenagem da ordem de 71% da produção, Goiás não tem sofrido grandes transtornos com falta de armazém, mas quando se faz uma análise mais detalhada da localização e posse das unidades armazenadoras, grandes distorções ficam evidentes. Em Goiás, 42% da capacidade armazenadora pertence às indústrias e apenas 10% aos produtores. A situação é amenizada pela participação das cooperativas com 14%, mas agravada quando se considera que dos 34% que pertencem aos armazéns gerais, uma grande parcela está alugada para a indústria. Armazéns não faltam, mas o produtor rural fica
com baixa disponibilidade de unidades para armazenar sua produção de maneira independente e com livre condição para comercializar sua produção, ou seja, perde oportunidade de mercado. Em nível municipal temos situações bem contraditórias. É o caso de Rio Verde, a primeira maior capacidade armazenadora do estado. De 1,95 milhão de tonelada passível de armazenagem, apenas 8% pertence aos produtores, enquanto as indústrias detêm 64%. Por outro lado, Cristalina, um dos maiores produtores de grãos do estado, tem sua armazenagem estática de 510 mil toneladas divida em 9% sob posse da indústria e 38% à disposição dos produtores. O Estado precisa urgentemente de política específica de crédito para corrigir estas distorções de armazenagem, principalmente, com financiamento ao produtor, para implantação de unidades no meio rural. Os recursos devem vir em condições especiais de prazos e taxas de juros, o plano de construção dos armazéns deve contemplar o fluxo rápido de colheita e o projeto tem de ser visto como uma oportunidade de negócio para o produtor. www.sistemafaeg.com.br
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