PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
CONSELHO EDITORIAL Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo; F rancila Calica Editor: Francila Calica (01996/GO) Reportagem: Alessandra Goiaz (GO 01772 JP) Karine Rodrigues (01585/GO) Fotografia: Jana Tomazelli Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO) Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: Sandro Cardeal e Meire Almeida (62) 3096-2200 | (62) 3096-2226 | (62) 3096-2220 comercial@faeg.com.br
DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Diretores-Secretários: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Diretores-Tesoureiros: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.
U
ma verdadeira colcha de retalhos. É como podemos definir a atual legislação ambiental. Grande parte das áreas produtivas existentes no Centro-Oeste foi ocupada no final da década de 1970, início de 1980. A legislação que define a obrigatoriedade de Reserva Legal para essa região entrou em vigor em 1989. E assim, de uma hora para outra, caíram na ilegalidade aqueles produtores que foram incentivados pelo governo a abrir áreas e produzir para que o Brasil deixasse de ser um importador de alimentos, conseguisse se auto-abastecer e gerasse excedentes para exportação. O projeto do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) vem corrigir esses problemas que foram sendo criados ao longo dos anos com os inúmeros instrumentos jurídicos que modificaram o Código Florestal, sem a preocupação de adequá-lo à realidade do País. Os produtores precisam ter tranquilidade e segurança jurídica para continuar garantindo o abastecimento do Brasil. É questão de segurança alimentar. O setor produtivo defende a produção de alimentos com sustentabilidade. No Brasil temos 90 milhões de hectares com potencial para serem recuperados e utilizados na produção. Apostamos no bom senso, no espírito público e na brasilidade dos parlamentares ao avaliarem e votarem a favor do projeto.
Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Welton José Luiz de Oliveira, Luiz Becker Karst, Sônia Maria Domingos Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Carlos Eduardo da Silva Lima, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins
FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.faeg.com.br E-mail: faeg@faeg.com.br
José Mário Schreiner Presidente do Sistema FAEG/SENAR
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Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2208 - (62) 3096-2248.
Alexandre Cerqueira
Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br
PAINEL CENTRAL
07 Prosa Rural
Secretário de Meio Ambiente, Leonardo Vilela fala sobre sua missão frete à secretaria
09 Mercado de Produto
19
O alto preço dos fertilizantes e seu efeito no mercado rural
10 Justiça fiscal
Publicada lei que isenta pecuaristas de multas fiscais
11 Cartão do Produtor 17 Ação Sindical 24 Sistema em ação
12
1º Congresso Sindical reúne toda a família Sistema Faeg/Senar e traça metas de atuação para próximos anos
27 Qualidade do Leite
Novas exigências do controle higiênico e sanitário na cadeia produtiva do leite
30 Tecnoshow
36
Programas nas áreas de saúde e educação movimentam estande do Sistema na Tecnoshow
31 Safras
Chuvas catigaram lavouras em plena colheita e qualidade de grãos ficou comprometida
12 Estradas
Produtores goianos aguardam a reforma de 1096 quilômetros de rodovias goianas em 2011
19 Código Florestal
Projeto de Lei que altera o Código Florestal Brasileiro promove polêmica entre representantes dos setores agrícola e ambiental
36 Cursos e treinamentos
Como cultivar pimentas e pimentões
4 | CAMPO abril/2011
32 Delícias do Campo
Linhaça inova receita de Pão de queijo
34 Caso de Sucesso
Treinamentos do Senar mudam realidade de assentamento rural em Palmeiras de Goiás
38 Campo Aberto
O ano que prometia ser o melhor ano agrícola dos últimos tempos
AGENDA RURAL ABRIL 2011 Abril 25 Programa PER Sindical 2011 -
Maio 1º
D
S
T
Q
Q
Campo Saúde – Abadiânia, Se-
Etapa Diagnóstico
cretaria Municipal de Assistência So-
Itaberaí-GO, sede do Sindicato Rural,
cial, às 8 horas
às 19 horas
S
S
1
2
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
1º 56ª Exposição Agropecuária de 25
Programa PER Sindical 2011 -
Etapa Diagnóstico – Itauçú, sede do
Anápolis – Anápolis, Parque de Exposição Agropecuário, às 10 horas
MAIO 2011 D
Sindicato Rural, às 19 horas 2
Abertura da Campanha de Vaci-
25 Programa PER Sindical 2011 -
nação Anti-Febre Aftosa– Corumbá
Etapa Diagnóstico – Hidrolândia,
de Goiás, Fazenda Santa Mônica , às
sede do Sindicato Rural, às 14 horas
9 horas
27 5ª Exposição Agropecuária de
2
Inaciolândia – Inaciolândia, Parque
vatos Programa Agrinho – Goiânia,
de Exposição Agropecuário, às 10
Centro Pastoral Don Fernando, às 9
horas.
horas
30 11º Leilão Nelore da Boa Vista –
13 66ª Exposição Agropecuária de
Piranhas, Parque de Exposição Agro-
Goiás e 26ª Internacional de Ani-
pecuária, às 10 horas.
mais – Goiânia, Parque de Exposição
S
T
Q
Q
S
S
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Capacitação de professores no-
Agropecuário Pedro Ludovico, às 10 30 Campo Saúde – Alexânia, Escola
horas
Muncipal Irenise Laurindo de Souza, às 8 horas
10 Festa Agropecuária de Minaçú – Minaçú, Parque de Exposição Agropecuário, às 10 horas
21
7ª Exposição Agropecuária de
Joviânia – Joviânia, Parque de Exposição Agropecuário, às 10 horas
Como Participar:
21 a 23 Festa do Produtor Rural -
Aos interessados em partici-
Cezarina, Centro, às 8 horas.
par dos eventos, recomendamos confirmar as informações
25 3ª Exposição Agropecuária de
com os organizadores
Montividiu – Motividiu, Parque de Exposição Agropecuária, às 10 horas
abril/2011 CAMPO | 5
FIQUE SABENDO PESQUISA
ARMAZÉM
Está no mercado o Biofórmula Leite,
produto reduz a contagem de células
um aditivo probiótico para alimentação
somáticas (CCS) do leite e diminui a in-
animal desenvolvido pela Bioformula
cidência de mastite. O novo produto foi
Tecnologia em Agropecuária e valida-
validado por meio de três experimen-
do pela Embrapa. O produto apresenta
tos conduzidos pela Embrapa no Estado
em sua composição uma associação de
de Goiás. Em todos eles, a suplemen-
prebióticos, probióticos microencapsu-
tação com o Biofórmula Leite melhorou
lados e enzimas digestivas que propor-
a qualidade do leite, com uma redução
cionam um maior equilíbrio fisiológico
média de 53% na contagem de células
aos animais, aumentando a produção
somáticas, o que resulta num aumento
e a qualidade do leite. Além disso, o
do preço pago ao produtor.
Foto: Divulgação
MELHORA NA PRODUÇÃO DO REBANHO
Manual de identificação de plantas infestantes Edição: FMC
REGISTRO
A cada safra, profissionais envolvidos no cultivo de
PARLAMENTARES DISCUTEM CÓDIGO FLORESTAL NA FAEG
arroz enfrentam grandes
O presidente da Faeg, José Mário
não seja alicerçada somente em crédito
desafios
Schreiner, reuniu na sede da entida-
rural, mas que tenha mecanismos de
ção e controle de plantas
de, dia 21 de março, os parlamentares
mitigação de riscos. Participaram do
daninhas. Para auxiliar os
da bancada goiana na Câmara Federal.
encontro os deputados Leandro Vile-
produtores no combate a
Foi apresentado um relatório produzi-
la (PMDB), Flávia Morais (PDT), Pedro
essas pragas a empresa
do pela Faeg, com base nos dados do
Chaves (PMDB), Íris de Araújo (PMDB),
FMC lançou o Manual de
IBGE, que aponta os principais fatores
Rubens Otoni (PT), Heuler Crunivel
identificação de pragas in-
que justificam o apoio da bancada ao
(DEM), Roberto Balestra (PP), Lúcia
festantes no arroz. O ma-
projeto do deputado federal Aldo Re-
Vânia (PSDB) e do secretário da Agri-
nual contém um trabalho
belo (PCdoB/SP) sobre o Código Flores-
cultura, Antônio Flávio Camilo de Lima,
detalhado dos consultores
tal. Segundo Schreiner é preciso esta-
e assessores dos deputados Marina
Henrique Costa e Horlan-
belecer uma nova política agrícola que
Sant’Anna (PT) e Sandro Mabel (PR).
dezan Belides Bragança. O
para
identifica-
livro contém 854 páginas e estão catalogadas 334 plantas com fotos identificadas e com descrição das mesmas. Segundo os autores cada apontamento traz um relato sobre as plantas Foto: Carlos Costa
apontando os diferentes níveis potenciais de danos ao arroz. O livro constitui-se em uma fonte de consulta que pode ser fundamental
Foto: Carlos Costa
para estratégia de contro-
6 | CAMPO abril/2011
le e manejo responsável. O manual pode ser adquirido por meio de um representante da empresa FMC.
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PROSA RURAL
“
Para mim é uma questão de honra, deixar a secretaria saneada, eficiente, transparente a serviço da população goiana e do meio ambiente de Goiás.”
Carlos Costa
Ordem no meio ambiente Karine Rodrigues / karine@faeg.com.br
C
onfiando na experiência política e na capacidade de negociação do deputado federal Leonardo Vilela, o governador Marconi Perillo o convidou para assumir a secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás (Semarh). Vilela pediu licença do mandato de deputado para comandar a Semarh e afirma que dará nova cara ao órgão do governo, imbuído de transparência, confiabilidade, seriedade e eficiência nos serviços.
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abril/2011 CAMPO | 7
PROSA RURAL
“
A minha intenção, enquanto secretário do Meio Ambiente, é ter uma interlocução permanente com a sociedade e com o setor produtivo.”
Campo: Como está a estrutura da secretaria? Como o senhor a recebeu? Leonardo: Já fiz algumas mudanças. Foi recriada uma superintendência de unidades de conservação e foram reformuladas algumas superintendências e gerências. Mas o grande problema da secretaria foi a operação policial que ela sofreu no final de 2010, quando vários funcionários foram presos. Por outro lado, houve queixa das demoras nas ações de licenciamentos, outorga, acusações de corrupção, além da questão da fiscalização e das multas. É uma secretaria complexa, importantíssima, mas que sem dúvida nenhuma tem problemas de gestão, de desvios, de corrupção. Eu chego com uma equipe de novos gerentes e superintendentes com a missão de mudar totalmente essa situação. Fazer com que a secretaria seja transparente, seja eficiente e modelo de gestão. Campo: Como foi abrir mão do terceiro mandato de deputado federal, para assumir uma das secretarias mais problemáticas do Estado? Leonardo: Realmente iniciei meu terceiro mandato e me licenciei por um período que não sei por quanto será, vai depender de uma avaliação minha com o governador. Mas foi uma situação que me deixou muito em dúvida. Quando recebi o convite do governador, exatamente por ser uma secretaria muito importante, uma secretaria que enfrentava muitos problemas, queixas e reclamações, fiquei em dúvida se me licenciaria ou não do mandato. Por outro lado, o apelo da Faeg,
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dos produtores rurais, pesou muito. O presidente José Mário Schreiner me falou várias vezes da importância da Secretaria do Meio Ambiente para os produtores rurais. O fator decisivo que me fez aceitar o convite foi por ocasião da assembleia geral da Faeg, data da posse da atual diretoria, onde estavam presentes mais de 90 sindicatos rurais e após um debate, meu nome foi indicado por unanimidade para assumir a secretaria. Com esse apoio e aval me dado pelos produtores e pelo convite do governador eu não poderia recusar essa missão. Para mim é uma questão de honra, deixar a secretaria saneada, eficiente, transparente à serviço da população goiana e do meio ambiente de Goiás, sem ser um entrave ao desenvolvimento e sem se prestar a questões que não sejam servir ao meio ambiente e ao Estado. Campo: Como as entidades ligadas ao meio ambiente e ao setor agropecuário podem contribuir com o trabalho da Semarh? Leonardo: Através de sugestões, de propostas, nos apontando as falhar e os erros para que possamos corrigi-los. As entidades podem dar apoio político às ações que vamos realizar. A minha intenção enquanto secretário do Meio Ambiente é ter uma interlocução permanente com a sociedade e com o setor produtivo. Campo: Qual é a sua posição em relação a proposta do Código Florestal goiano? Leonardo: É importante que a gente aguarde a aprovação do novo código
brasileiro. Sob pena de perdermos todo esse trabalho. No momento em que ele for votado, caberá aos Estados fazerem os seus códigos. A Semarh vai coordenar essa discussão, é lógico que nós vamos levar em conta tudo aquilo que foi feito pela Faeg, pela gestão passada da secretaria, por outros órgãos, mas a nossa intenção é abrir a discussão com a sociedade. Vamos aproveitar o que de bom foi feito e se for preciso fazer as adequações necessárias. Com certeza será uma das discussões mais importantes do ano de 2011 na Semarh. Campo: A educação ambiental será uma das prioridades no seu programa de trabalho? Leonardo: A educação ambiental é uma prioridade aqui na Semarh. Através das mudanças dos atos das pessoas, nós vamos conseguir ganhos ambientais. A fiscalização é importante, a coerção é importante, mas antes disso tem que vir a educação ambiental. Eu me reuni com o comando do Batalhão Ambiental de Goiás e ressaltei a importância de que o trabalho deles tenha esse objetivo. Nós avançamos bastante nessa discussão e acredito que vamos ter uma boa interação e uma boa sinergia com o batalhão. Campo: Quais as chances de Goiás levar adiante o projeto de uma bolsa de ativos ambientais? Leonardo: Eu concordo que é um projeto complexo, mas acho que nós podemos sim trabalhar na viabilização disso. É lógico que de qualquer forma ele tem que ser bem estudado e bem dimensionado sob pena de fracassar. Mas acho que é um caminho interessante que em um futuro próximo ele poderá se espalhar e seja um programa que tenha adesões em todo estado e País. É uma questão que eu estou estudando o programa já me foi apresentado, em princípio acho interessante e nós estamos aprofundando os estudos sobre como implantá-lo. www.faeg.com.br
Banco de imagens
MERCADO E PRODUTO
Fertilizante: Alta nos preços “Apesar da perspectiva de aumento da produção nacional de fertilizantes, as importações responderão pela maior parte da demanda.”
A
demanda por fertilizantes está aquecida, mesmo com a tendência altista dos preços. Isso se deve ao bom momento dos valores dos produtos agrícolas, que tem animado os produtores. Um fator negativo é que o Brasil é um grande importador do insumo, o que faz com que sejam agregados valores ao preço final do produto ao chegar até o produtor, e o grande vilão é o frete. Outro item que impacta os preços dos fertilizantes, especialmente os nitrogenados, é o petróleo, que voltou a ultrapassar a barreira dos US$ 100 o barril, devido aos conflitos no Oriente Médio e norte da África. Como o Brasil é um grande dependente de matéria-prima estrangeira, os preços no mercado doméstico acompanham os valores internacionais. Outro ponto de desagravo é a infraestrutura portuária brasileira, que gera mais ônus por conta de problemas como os atrasos nos desembarques, que resultam em multas e diárias para os importadores. A taxa chega à até US$ 30 mil por navio que não consegue atracar, e esse custo é repassado ao produto final. Nesse momento de alta dos produtos agrícolas, os investimentos também cresceram no setor de fertilizantes nos primeiros dois meses do ano e estima-se um aporte de mais de R$ 1,5 bilhão somente em 2011. É um bom sinal, pois há a esperança de que isso resulte na redução dos preços no mercado doméstico com a maior produção brasileira. Em
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2009, os investimentos no setor aumentaram 30%, e para 2011 há a previsão de um recorde, tendo a Vale Fertilizantes e a Petrobras como maiores investidores. Apesar da perspectiva de aumento da produção nacional de fertilizantes, as importações responderão pela maior parte da demanda. Em 2010, segundo dados da Anda, o Brasil importou 15,3 milhões de toneladas de matéria-prima, quase 40% a mais que em 2009, enquanto a produção nacional cresceu apenas 3,3%. No período de janeiro a fevereiro deste ano, as importações cresceram mais de 68%. Essa demanda é refletida nos índices de fertilizantes entregues ao consumidor que cresceu 10,3% no mesmo período relativo ao ano passado. Em março, havia uma boa expectativa de plantio da safrinha, porém, problemas climáticos comprometeram a produção e os produtores focaram na colheita que ficou atrasada em várias regiões de Goiás. Acredita-se que as vendas de fertilizantes para esse tipo de mercado não reduzirão, haja vista que grande parte dos produtores antecipou as aquisições para o plantio da safrinha. Para a safra de verão, a história será outra e o planejamento tanto dos produtores quanto da indústria será alterado. Isso é evidente quando os dados mostram queda de 2,5% nas entregas de fevereiro. Os preços dos fertilizantes aumentaram em média 1,5% em fevereiro. No histórico comparativo ao ano anterior, os valores estão 10,3% mais caros em Goiás.
Apesar da queda do preço da ureia no mercado local ter atingido 2,8% em relação a janeiro, este produto está quase 15% mais caro em relação ao mesmo período de 2010. O sulfato de amônio está 28,5% mais caro e o MAP, 13%. Portanto, os impactos nos custos de produção para o produtor são consideráveis. No mercado internacional, os preços subiram quase 29% na média geral em relação a março de 2010 e há a tendência de estabilidade. O destaque é o potássio, que voltou a subir. Este ano, os preços dos insumos no mercado internacional estão em média 28,8% mais altos. A ureia custou em média US$ 308 a tonelada,e atualmente custa US$ 357. O MAP está 27% mais caro e o enxofre 55% superior a março de 2010. Nas relações de troca, os destaques foram o arroz e o feijão. No caso do arroz, a relação de troca aumentou de 27 para 34 sacas por tonelada de fertilizantes, o feijão aumentou em 15%. Outro destaque foi o milho, que com a alta de 7,6% no preço do produto relativo a janeiro, a necessidade de sacas para se adquirir uma tonelada de fertilizantes diminui 1,5%. A previsão é de continuidade de preços mais altos no primeiro semestre de 2011, pelo menos até a definição de produção de países consumidores como China, Índia e EUA. Alexandro Alves e engenheiro agrônomo e assessor técnico para a área de cana-de-açúcar e bioenergia da Faeg
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JUSTIÇA FISCAL
Marcus Vinicius
Pecuaristas isentos de multas fiscais Lei isenta pecuaristas que foram multados indevidamente por incompatibilidade dos bancos de controle rebanho Karine Rodrigues | karine@faeg.com.br
O
Diário Oficial do Estado de Goiás publicou no última 3 de maio a Lei Nº 17.298, de 29 de abril de 2011, que dispõe sobre a extinção do crédito tributário de ICMS relativo à operação com aves, gado bovino ou bufalino e ovino, estabelecido em ações fiscais dessas atividades com a Fazenda estadual. Com a aprovação os pecuaristas, que foram indevidamente multados pelo órgão público em período anterior a 30 de abril do corrente ano, estão isentos de arcar com as multas. De acordo com o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Manoel Caixeta Haun, inconsistências no banco de dados da Sefaz e da Agrodefesa, em anos anteriores, fizeram com que inúmeros produtores fossem punidos sem razão. “A maneira com que era feito o controle do rebanho e a falta de um banco de dados unificado entre Sefaz e Agrodefesa faziam com que
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uma série de informações fossem arquivadas equivocadamente. O erro recaía sobre o produtor”, diz Caixeta. O representante da Federação esclarece que há cinco anos a Faeg iniciou negociações com as gestões estaduais para que o método de controle do rebanho fosse modificado, que um sistema único de informação fosse implementado entre o órgão de defesa sanitária estadual e a Secretaria da Fazenda e que as multas indevidas fosses revistas. Caixeta conta que nesses cinco anos de acompanhamento e reivindicações da Faeg as formas de controle de rebanho realmente mudaram, os órgãos já possuem sistema unificado de dados e os produtores tiveram um período para atualizar seus rebanhos no cadastro sem ônus (Marco Zero). “Faltava apenas a revisão das multas indevidas. A lei publicada avança nesse sentido e promove a justiça fiscal à pecuária goiana”, comemora Caixeta.
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CARTÃO PRODUTOR
Assistência médica com o Cartão Produtor Neste mês, o Cartão Produtor oferece aos seus beneficiários uma lista de clínicas médicas e de fisioterapia, que oferecem descontos especiais. COMEGO – COOPERATIVA MÉDICA DO ESTADO DE GOIÁS A Cooperativa Médica do Estado de Goiás (Comego) é parceira do Cartão Produtor. São benefícios em consultas médicas, clínicas, hospitais e laboratórios. Para selecionar o especialista, procedimentos hospitalares ou exames de sua escolha: End.: Rua 124 nº 53, St. Sul, Goiânia Telefone: (62) 3281-6177 Site: www.comego.com.br FITE – ASSESSORIA EM FISIOTERAPIA E ESPORTE A Fite – Assessoria em Fisioterapia e Esporte oferece 5% na prestação de serviços de fisioterapia (RPG, osteopatia, acupuntura, reabilitação ortopédica e esportiva e shiatsu) e 21% no fechamento de pacotes. End.: Rua 128A, Qd. F-29, Lt.8, Setor Sul, Goiânia Telefone: (62) 3241-7260 Site: www.fitesaude.com.br
HOSPITAL E MATERNIDADE MENINO JESUS O Hospital e Maternidade Menino Jesus é parceiro do Cartão Produtor. End.: Av. Castelo Branco nº 280, Bom Jardim de Goiás Telefone: (64) 3657-1250 OFTALMOLOGISTA – DR. PAULO AFONSO FIGUEIREDO O oftalmologista, Dr. Paulo Afonso Figueiredo, oferece 30% de desconto aos beneficiários do Cartão Produtor. End.: Av. Goiás nº 176, Centro, Iporá-GO Telefone: (64) 3603-2224 HOSPITAL SÃO PAULO O Hospital São Paulo, de Iporá, oferece desconto de 20% aos beneficiários End.: Av. Dr. Neto nº 580, Centro, Iporá-GO Telefone: (64) 3674-1231 CLÍNICA MORALE DE CIRURGIA LTDA O médico especialista em cirurgia plástica, Dr. Rogério Morale oferece 50% nas consultas. O especialista atende na Clínica Notre Dame. End.: Rua Benjamim Constant nº 584, Centro, Jataí-GO Telefone: (64) 3631-2243
HOSPITAL OLAVO SCHERMER O Hospital Olavo Schermer, de Palmeiras de Goiás, oferece desconto de 50% em consultas médicas e exames laboratoriais. Dr. Paulo Tavares da Fonseca é o médico responsável. End.: Rua Dr. José Mendonça nº 96, Centro, Palmeiras de Goiás-GO Telefone: (64) 3571-1218 CLÍNICA INTEGRADA DE SAÚDE A Clínica Integrada de Saúde, de Palmeiras de Goiás, oferece desconto de 50% em consultas médicas e exames laboratoriais. O médico responsável é o Dr. Rubens Alves. End.: Rua Americano do Brasil nº 239, Centro, Palmeiras de Goiás-GO Telefone: (64) 3571-2169 HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA CLARA O Hospital e Maternidade Santa Clara, de Jussara, oferece desconto de 30% aos beneficiários do Cartão Produtor. End.: Rua Professor Ferreira, Centro, Jussara-GO Telefone: (62) 3373-1262 CENTRO ESPECIALIZADO DA VISÃO O Centro Especializado da Visão, de Goiânia, oferece 50% de desconto na consulta. End.: Av. República do Líbano nº 837, Setor Aeroporto, Goiânia-GO Telefone: (62) 3225-0919 HOSPITAL NOSSA Srª DO ROSÁRIO O Hospital Nossa Sra. do Rosário, de Pirenópolis, oferece desconto de 20% na consulta e internação. End.: Praça Dom Emanuel Gomes de Oliveira nº 36 Telefone: (62) 3331-1522
INFORMAÇÕES SOBRE COMO PARTICIPAR: www.cartaoprodutor.com.br [62] 3096.2200 ou na sede de Sindicato Rural mais próximo.
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ESTRADAS
PRONTAS PARA REFORMA Karine Rodrigues | karine@faeg.com.br
O
período é de escoamento da safra começou em fevereiro, o plantio da safrinha já ocorreu e a época de feiras agropecuárias já foi iniciada, com intenso tráfego de pessoas e animais pelas rodovias goianas. Ainda assim, as estradas dos principais municípios representantes da agropecuária goiana estão em estado crítico. Há três anos, atendendo a solicitações dos produtores goianos, a equipe da Revista Campo viaja pelo interior do Estado para verificar no local, a situação das rodovias estaduais. A constatação é que a cada ano a situação piora. A expectativa do segmento é quanto o plano de reestruturação da malha proposto pelo governador Marconi Perillo no mês de fevereiro deste ano.
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ESTRADAS que não têm boa qualidade, por isso foi criada a diretoria de estudos e projetos para que se tenha qualidade nesses projetos”, justifica No plano governamental é essencial cuidar da malha nesses quatro anos. Em um levantamento foi detectado que aproximadamente metade das rodovias estaduais encontra-se em condição ruim e necessitando de restauração. Para que isso ocorra, a ideia do governo estadual é criar um fundo de transporte e a partir dele, agregar uma série de possibilidades de vinda de recursos. O vice-presidente da Agetop ressaltou que é necessário buscar soluções criativas para conseguir fundo como a terceirização, colocar pedágio nas rodovias, estimular a criação de Parcerias Público-Privadas (PPPs). “Tudo a gente tem que buscar para fazer frente à essa necessidade que é real. Nós não podemos deixar de fazer essa restauração, porque o maior patrimônio que o Estado tem é a malha viária”, garante. Ele afirma que o valor das rodovias goianas está estimado em aproximadamente R$ 10 bilhões e ressalta que não se poder deixar que isso acabe simplesmente por uma questão de manutenção.
Produção Os produtores goianos aguardam ansiosos por uma solução que lhes permita transportar o que produziram sem tantas perdas. O produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Chapadão do Céu, Antônio Roque Prates Filho, disse que a rodovia GO-206 no trecho que vai de Chapadão a Itumirim está em estado crítico, que as obras continuam paradas e que só foram construídos 10 quilômetros de estrada, faltam cerca de 52 quilômetros para terminar. “Temos informações de que as verbas para esse trecho já estariam aprovadas pelo BNDES”, diz. Roque diz que os produtores de Chapadão não estão parados e no dia 18 de abril houve uma audiência pública na Câmara Municipal para cobrar dos parlamentares ações para viabilizar as estradas vicinais que também estão em mau estado. “Estamos sem logística nenhuma, mas acreditamos no plano do governador e acredito que a nossa situação será resolvida. Nós acreditamos e precisamos dessa solução”, ressalta ele.
João Faria
Mozart Carvalho
O projeto do governo estadual prevê a recuperação de metade da malha rodoviária, que é de 10 mil quilômetros, nestes quatro anos de mandato. Para esse ano, está prevista a recuperação de 1096 quilômetros de estradas. Segundo o vice-presidente da Agetop, Adriano Rodrigues de Oliveira, as restaurações começam no início de maio, logo após o período de chuva. Oliveira disse que o plano de recuperação das estradas se estende pelos quatro anos, prevê a recuperação de cinco mil quilômetros e deverá custar R$ 800 milhões. O governador Marconi Perillo disse durante o anúncio em evento da Faeg, que serão investidos R$ 1,3 bilhões nas rodovias goianas. Para o ano que vem será implantando um novo sistema de recuperação de rodovias, separando as pavimentadas, das não pavimentadas. O vice-presidente da Agetop acrescentou que serão colocadas balanças em pontos estratégicos das rodovias, para coibir o excesso de peso dos caminhões que trafegam nas rodovias estaduais. Segundo ele, a fragilidade do asfalto se deve à falta de manutenção e ao excesso cargas. “Reconheço que há alguns asfaltos
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O vice-presidente da Faeg e presidente do Sindicato Rural de Jataí, Mozart Carvalho de Assis, há anos reclama da situação das estradas que cortam o município, neste ano não foi diferente. No ano passado, ele mesmo fotografou os trechos mais comprometidos e levou os registros até a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), além de ofícios solicitando reparos. Este ano, ele espera que as rodovias que atravessam o município estejam dentro do plano de ação do governador. Uma das grandes reclamações de Mozart é a GO-184 - conhecida como estrada velha de Caiapônia. Nos trechos que foram feitos os tapa-buracos, segundo Mozart, a chuva já destruiu todo o serviço. Na GO-178 que liga Jataí a Itarumã, a rodovia ainda não foi pavimentada. “Todo ano tenho essa mesma reclamação, já estou cansado de solicitar providências. Espero que no ano que vem a situação esteja melhor”, completa.
Diagnósticos A Faeg fez entre o final do ano passado e início de 2011, dois levantamentos sobre a condição das estradas no Estado (veja quadro na próxima página). O presidente da Federação, José Mário Schreiner, disse que o resultado desses trabalhos lhe trouxe uma preocupação muito grande, pois há trechos em que o tráfego está praticamente inviável. Isso significa que os caminhões que puxam a produção do Estado estão com dificuldades de escoar a safra. Trechos como a GO-164, a GO-174 que liga Rio Verde a Montividiu, GO--333 que liga Paraúna a Rio Verde, a GO206 que liga Chapadão do Céu a Itumirim, a GO-060 que liga Iporá a Piranhas e as estradas que cortam o município de Jataí, são considerados pontos críticos, pois ligam os municípios chave na produção de grãos do Estado. “É importante ter essa interlocução, esse diálogo, com a Agetop, com
o Estado para que juntos possamos resolver esse problema sério em Goiás”, lembra. No início deste ano foi formado um grupo de trabalho para dar andamento e acompanhar os trabalhos de recuperação das estradas, a Faeg é uma das integrantes do grupo. José Mário diz que é difícil mensurar o quanto se tem de prejuízo provocado pela má condição das estradas. Nesse custo entra frete, tempo, grãos que ficam nas estradas, manutenção dos veículos, dentre outros. “As estradas vicinais também nos preocupam. Os prefeitos têm dificuldade de fazer a conservação das estradas devido à centralização dos recursos em Brasília”, explica. Schreiner ressalta que essa é uma questão política que deve entrar no debate da Câmara Federal, uma vez que essas dificuldades são oriundas de uma questão muito maior que é o pacto federativo.
1. Trecho da GO-178 que liga Jataí a Itarumã que ainda não possui pavimentação durante o escoamento da safra de 2010/2011. 2. Os buracos existentes na GO-060 impedem o trânsito em tempo hábil dos caminhões o que acarreta prejuízos 3. O trânsito de carros de passeio fica ainda mais prejudicado com a quantidade de buracos existen-
João Faria
tes na GO-060
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ESTRADAS TRECHOS QUE PRECISAM DE INTERVENÇÃO IMEDIATA Arenópolis GO-471 - ligando Arenópolis à Palestina . Há a necessidade de construção de ponte sobre o córrego Velho do Belo; GO-475 - que liga o povoado de Campos Verdes à BR-070; Cabeceiras GO-346 ligando Cabeceiras à Unaí-MG (16 Km), além da recuperação de nove pontes; Caiapônia GO-341 que liga a BR-158 a Mineiros; Rodovia que liga a BR-158 à GO-221; GO-221 no trecho até Piranhas; Chapadão do Céu GO-206 - trecho entre Chapadão do Céu e Itumirim; GO-050 - trecho Chapadão do Céu à Chapadão do Sul; GO-306 - entre Chapadão do Céu e Mineiros; Corumbá de Goiás Rodovia ligando Corumbá à BR-153; GO-228 - até o Distrito Federal; Cristalina GO-309 - entre Cristalina e Unaí-mg, também necessita de reforma na ponte sobre o rio São Marcos; Cromínia GO-217 e GO-040 e no trecho da ponte que liga o município de Cromínia à BR-153. Doverlândia GO-194 - trecho do entroncamento da GO-221 e GO-194 trecho da ponte do Rio Araguaia até à GO-221; Edéia GO-410 - Sentido Edéia à Porteirão (km 15);
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Guapó Rodovia ligando Guapó à Varjão; Rodovia ligando Guapó à Campestre; Rodovia ligando Guapó à Varjão; Inaciolândia GO-206 Ipameri GO-406 - de Ipameri à Corumbaíba; GO- 213 entre Ipameri à Campo Alegre de Goiás; GO-406 entre Ipameri e Cristalina; Iporá/Diorama GO-471 - ligando Arenópolis à Palestina; GO-060 - entre Iporá e Arenópolis km 12; GO-320 - entre Iporá e Ivolândia; Itapuranga GO–156 - ligando Itapuranga à Uruana; GO-429 - ligando Itapuranga à Cidade de Goiás; GO–156 - ligando Itapuranga a São Patrício; Itarumã GO-174 - que liga a BR 364 à BR 060 (Aparecida do Rio Doce a Rio Verde); GO-206 - trecho que liga Caçu à Quirinópolis e de Itarumã à GO-158 (Aporé a Serranópolis); GO-164 - (Rodovia Teixeira Lott.) ligando os municípios de Cachoeira Alta ao Município de Itajá; Ponte na rodovia Teixeira Lott. (GO-174); Ponte do Acy Moraes sobre o Rio Corrente que dá acesso à GO-158, e liga os municípios de Itarumã, Itajá e Caçu; Itumbiara GO-419 - entre Itumbiara e Buriti Alegre;
GO-040 - que liga Bom Jesus à Inaciolândia (não pavimentada); GO-502 - partindo da GO-206 próximo ao povoado Nilópolis até o distrito de Santa Rosa do Meia Ponte (sentido BR-452); GO-309 - entre Itumbiara e Cachoeira Dourada; Jataí GO-184 (estrada velha para Caiapônia); GO-178 (estrada do Butecão); GO-180 (estrada do São José); GO-050 (estrada para Chapadão do Céu sentido Estrela Dalva); GO-206 - estrada que liga Chapadão do Céu à Itarumã: existem dois trechos, um que vai da GO-184 até Itarumã totalmente intransitável e outro que vai da GO-184 até Chapadão do Céu; Jussara BR-070 - Araguarças-Goiás: restauração entre os trechos de Jussara e Aparecida do Rio Claro; GO-324 entre Jussara-Jacilândia-Britânia; GO-256 Estrada do Boi; GO-528; GO-173 entre Santa Fé e Britânia; GO-326 entre Novo Brasil-Jussara-Fazenda Nova; GO-070 entre Itapirapuã e Matrinchã; Palmeiras de Goiás Rodovia entre Campestre e Trindade (estrada de terra); Rodovia ligando Palmeiras à Palminópolis; Piranhas GO-060 entre Iporá e Piranhas; GO-188 entre Doverlândia e Piranhas;
Pirenópolis É preciso parceria com a Prefeitura para a construção de pontes na zona rural. Porangatu Necessidade de recuperação das rodovias que cortam as regiões de Grupelândia, Capelinha, Bonópolis e Montividiu. Rio Verde GO-174; GO-220 trecho compreendido entre o município de Montividiu e Caiapônia; GO-501, 422 e 527 e GO-333; Rubiataba GO ligando Rubiataba à Nova América; GO ligando Rubiataba à Morro Agudo de Goiás; GO ligando Carmo do Rio Verde à Ceres; GO ligando São Patrício à Itapuranga; GO ligando Nova América à Mozarlândia; Santa Fé de Goiás GO-526 entre Santa Fé de Goiás e Distrito de São Sebastião do Rio Claro; São Luis de Montes Belos GO-164 - ligando São Luis à Sanclerlândia e São Luis à Adelândia; Serranópolis GO-206 a partir do início da GO-184, km 70 (entrada da pousada das araras) até Itarumã; GO-206 entre Itumirim e Chapadão do Céu; GO-306 com início em Serranópolis até a região do São José; Uruaçu GO-080 entre Rio das Almas até o trevo da BR-153.
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Andréia Martins
AÇÃO SINDICAL
Goiânia
TREINAMENTO DO AGRINHO Em 2011 será realizada a quarta edição concurso Agrinho e a meta é dobrar o número de participantes. Neste ano serão capacitados 20 mil professores, de 1.400 escolas públicas localizadas em 150 municípios. Os professores irão trabalhar com 400 mil alunos. Os destaques desse ano são os municípios de Santa Helena, Jataí e Silvânia, onde todas as escolas públicas participam do Agrinho. O ano ainda está no início e a oportunidade de trabalhar o programa e ser o grande vencedor no final do ano está em aberto. As escolas e professores inscritos não podem perder a chance de participar dos treinamentos.
POSSE E ELEIÇÕES
Quirinópolis
Anicuns
O produtor Cacildo Alves da Silva e a nova diretoria
O produtor Kaldir Miranda Peixto assumiu no dia 18 de
do Sindicato Rural de Quirinópolis foram empossados
abril a presidência do Sindicato Rural de Anicuns. A soleni-
no dia 18 abril. A solenidade foi realizada na sede da
dade ocorreu na sede do sindicato com a presença de au-
entidade. Este é o primeiro mandato de Cacildo que
toridades locais e produtores rurais. Esse será o segundo
administrará o Sindicato pelo triênio 2011/2014, em
mandato de Kaldir, que administrará o Sindicato pelo tri-
conjunto com o vice-presidente, Joaquim Sardinha;
ênio 2011/2014, com apoio do vice-presidente, Benedito
a diretora-secretária, Delvânia dos Santos Freitas e
José da Maia, do diretor-tesoureiro, Kássio Murilo Peixoto
diretor-tesoureiro, Fausto Caiado Barbosa.
Neto e do diretor-secretário, Avenor Pimenta de Assis.
Iaciara
FALECIMENTO DE PEDRO GONTIJO O presidente do Sindicato Rural de Iaciara e produtor rural, Pedro Gontijo faleceu dia 18 de março em Iaciara. Liderança entre produtores rurais, Pedro Gontijo deixou a esposa Diva Gontijo e dois filhos Henrique e Helena. Bastante atuante, Pedro esteve presente e participou de todas as demandas encamsepultado dia 19 de março, em Formosa. O vice-presidente, Mauro Abadio de Oliveira assume a presidência do Sindicato e permanece na função até a eleição que deve ocorrer no mês de agosto.
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Foto: Marcus Vinicius
padas pelo Sistema Faeg/Senar, enquanto presidente do Sindicato. Pedro foi
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AÇÃO SINDICAL Doverlândia
ÚTERO É VIDA PERCORRE O ESTADO O caminhão do Programa Útero é Vida começou a percorrer as cidades do interior de Goiás fazendo a coleta de material para realização do exame Papanicolau em mulheres das comunidades rurais. Nos dias 4 e 5 de abril o caminhão esteve no município de DoverlânAndréia Martins
dia, nos 6 e 7 de abril, esteve no município de Piranhas, no dia 8 de abril em Diorama. Nos dias 13 e 14 de abril esteve em Palmeiras de Goiás. Também foram feitos atendimentos como parte do programa no Centro Pastoral Dom Fernando, onde é realizado o treinamento para professores do Programa Agrinho. As professoras que se interessaram, puderam fazer a coleta do material (veja foto).
Bom Jardim de Goiás
Jussara
Jaupaci
SECRETARIA EFICIENTE
VENDA À VISTA
RECUPERAÇÃO DE MATA CILIAR
Auxiliar, assessorar e acompanhar
Produtores dos municípios de Jussara,
De 13 a 15 de abril foi realizado
os trabalhos da secretaria da Agri-
Britânia e Santa Fé de Goiás se reuniram
em Jaupaci o curso de Recupera-
cultura de um município é o principal
em Jussara, no dia 12 de abril para ouvir
ção de Mata Ciliar e Áreas Degra-
objetivo do programa Secretaria Efi-
a proposta do Frigorífico Mataboi quan-
dadas ministrado pelo Senar Goiás.
to aos pagamentos das dívidas junto aos
Dezesseis
produtores. Diante da imprecisão de um
do curso que tem fila de espera para
representante do frigorífico que compa-
uma próxima turma. O presidente do
receu à reunião, os produtores decidiram
Sindicato Rural, Laerte dos Santos já
formar um grupo para acompanhar o
solicitou a realização de uma nova
processo de recuperação judicial. A dí-
estratégico, auxilia na execução do
turma da mesma capacitação. Ele ex-
vida do Mataboi é de R$ 350 milhões,
plano e faz o acompanhamento dos
plicou que essa foi a forma encontrada
o frigorífico já voltou a abater e a reco-
para informar e chamar a atenção dos
resultados. No mês de abril a equipe
mendação da Faeg para os produtores, é
produtores para a necessidade de pre-
do Sistema Faeg/Senar esteve Bom
que caso decidam vender para o Mataboi
servar as margens do Córrego Taperão
Jardim de Goiás.
que a venda seja somente à vista.
que corta e abastece a cidade.
ciente que está sendo desenvolvido em alguns municípios goianos. Um instrutor do Senar faz um diagnóstico do setor agropecuário do município e, após isso, faz o planejamento
Caiapônia
produtores
participaram
São Francisco de Goiás
PER É LEVADO À UNIVERSIDADE
PER SINDICAL INICIA TRABALHOS
O presidente do Sindicato Rural de Caiapônia, Uvalter Aparecido Leite,
A equipe do Sistema Faeg/Senar já reto-
apresentou o Programa Empreendedor Rural (PER) promovido pelo Siste-
mou os trabalhos de capacitação do pro-
ma Faeg/Senar e Sebrae Goiás, para estudantes e professores da Univer-
grama Per Sindical junto aos sindicatos
sidade de Rio Verde (Fesurv) no Campus Caiapônia. Na ocasião Uvalter
goianos. No mês de abril foram visitados
convidou os presentes a ingressarem no programa que foi lançado dia
e trabalhados 11 sindicatos das cinco
29 de abril. Os interessados em participar da terceira turma do PER que
regiões do Estado. O primeiro sindicato
será montada pelo Sindicato, devem procurar a sede da entidade para
visitado foi o de São Francisco de Goiás,
mais informações.
no dia 14 de abril.
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CÓDIGO FLORESTAL
João Faria
Impasses do Código Florestal Projeto de Lei que altera o Código Florestal Brasileiro tem promovido polêmica e embate entre representantes e interesses dos setores agrícola e ambiental. Caminho encontrado para chegar a um acordo sobre o novo marco legal do uso da terra no Brasil foi a criação de uma Câmara de negociação
Agência CNA
Fernando Dantas | revistacampo@faeg.com.br
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João Faria
CÓDIGO FLORESTAL
U 1. Área de preservação em uma propriedade no interior de Goiás. 2. Integração lavoura pecuária floresta próximo a uma área de reserva.
m debate tem movimentado o cenário agrícola e ambiental do Brasil. Trata-se do projeto de lei 1876/99, de autoria do deputado Aldo Rebelo (PC do B/SP), que propõe alterações no marco legal que regulamenta o uso da terra no País - Código Florestal Brasileiro. Diversas datas foram sugeridas e marcadas para que o assunto tivesse apreciação e votação em Brasília (DF). Porém, por divergências registradas entre os setores ligados ao tema, a votação foi novamente adiada. Uma solução encontrada para estabelecer um consenso foi a criação de uma Câmara de Negociação, envolvendo representantes do governo e áreas agrícola e ambiental, que têm discutido propostas para que a ocupação e o uso da terra sejam feitos de maneira a equilibrar conservação ambiental, produção agrícola e desenvolvimento econômico. Essas sugestões seriam incorporadas ao atual projeto do deputado Aldo Rebelo, estabelecendo um acordo sobre o Código Florestal.
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Segundo especialistas do setor, três temas previstos no projeto têm causado toda essa polêmica em relação à reforma do Código Florestal. A primeira delas está ligada a delimitação das Áreas de Preservação Permanente (APPs), que aborda a intervenção ou supressão de vegetação às margens de córregos e rios (matas ciliares). A proposta é que a extensão da cobertura vegetal seja reduzida de 30 metros para 15 metros às margens de cursos d’água de até cinco metros de largura. De acordo com o autor das alterações no projeto, deputado Aldo Rebelo, a proposta é que sejam seis situações diferentes, sendo proteção de 15 metros para até cinco metros de largura, de cinco a dez metros de largura para proteção de 30 metros, de 10 a 50 metros com proteção de 50 metros e assim até chegar à maior área de proteção, que é de 500 metros. O deputado garante que em nenhum outro país há uma legislação rigorosa como essa.
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O biólogo e assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), Marcelo Lessa diz que algumas entidades e representações não entenderam ainda como será essa equação. “Há pessoas que acreditam que o valor seria reduzido para qualquer largura de curso d’água. Porém, isso é um equívoco. A redução de APPs para 15 metros será somente nas situações de cursos d’água de cinco metros de largura. É preciso que ocorra esse entendimento”, reforça. A proposta de alteração do Código Florestal Brasileiro prevê também o fim da necessidade de recuperar a Reserva Legal para propriedades com até quatro módulos fiscais. Dependendo da região, o tamanho do módulo fiscal pode variar entre cinco e 100 hectares. Nesse caso, propriedades com até 400 hectares ficam isentas de recuperar a Reserva Legal. O objetivo dessa mudança é proteger, principalmente, a agricultura familiar e os pequenos produtores. “Os pequenos proprietários não vão precisar mais
manter a Reserva Legal, mas continuam obrigados a seguir as regras para as APPs”, limita o deputado Aldo Rebelo. Para ele, a medida proposta no projeto, se aprovada, não causará danos ambientais ou desmatamento, porque a reserva, em pequenas áreas, não tem função biológica, de reprodução, de fauna, de flora. Anistia Outro ponto crucial da reforma do Código Florestal é a suspensão das penalidades, conhecida também como anistia. O projeto prevê o fim da obrigação do pagamento de multas relacionadas às áreas desmatadas até 22 de julho de 2008, incluindo topos de morros, margens de rios, restingas, manguezais, nascentes, montanhas e térreos íngremes. Segundo ele, apesar de suspender a multa, o produtor terá que recompor a área desmatada. “Se houve desmatamento de 20 hectares, esse agricultor vai precisar recompor essa área”, exemplifica.
LINHA DO TEMPO DA REGULARIZAÇÃO 1934 – O primeiro Código
1989 – Outra modificação do
Florestal foi aprovado nes-
Código Florestal ocorreu com
te ano, no Governo Getúlio
a lei 7.803, de 89, que intro-
Vargas. A previsão era que os
duziu a expressão Reserva
proprietários de terras cober-
Legal e criou a obrigatorieda-
tas por matas não poderiam
de de averbá-las nos registros
cortar mais do que 75% da
de imóveis. Antes da lei, não
vegetação nativa. A lei esti-
se exigia qualquer mecanismo
pulava ainda que se conser-
formal para comprovar a exis-
vasse 25% da vegetação exis-
tência das áreas protegidas
tente nas propriedades, sem
dentro dos limites previstos
criar qualquer obrigação de
(20% e 50%). A Lei de 1989 in-
recompor áreas desmatadas.
cluiu explicitamente o Cerrado
1965 – Com a aprovação do Código Florestal em 65, as flo-
nas exigências legais de 20% de Reserva Legal.
nunca foi regulamentada. 1996 – Neste ano, o Código Florestal passou novamente por alteração, por meio da Medida Provisória 1511-1. A medida manteve a Reserva Legal de 50% de cada propriedade na região Norte e na porção norte da região Centro-Oeste, e estabeleceu que nas propriedades com florestas não seria admitido o corte raso em pelo menos 80% das áreas de floresta existentes. 1998 – A aprovação da Lei
2008 – Os Decreto 6.514 e 6.686 estabeleceram sanções rígidas ligadas ao descumprimento da Reserva Legal e das Áreas de Preservação Permanentes (APPs). A não averbação da Reserva Legal foi considerada infração administrativa passível de advertência e multa diária, e os proprietários deveriam apresentar ao órgão competente termo de compromisso de averbação e preservação. 2009 – Foi criado o Programa Mais Ambiente, por meio do
restas protetoras – que tinham
1991/1992 – A promulgação
a função de conservar o re-
da Lei de Política – Lei 8.171,
gime de águas, evitar erosão,
de 91, trouxe a obrigação de
fixar dunas etc. – passaram a
recompor a Reserva Legal a
ser denominadas de preserva-
quem não tivesse os limites
ção permanente e, junto com
mínimos exigidos. Já a partir
2000 – Nova alteração no
adesão ao programa suspende
as demais formas de vegeta-
de 92, a recomposição deveria
Código ocorreu com a publi-
autuações previstas no De-
ção nativa, tinham como fina-
ser feita mediante o plantio,
cação da Medida Provisória
creto 6.514/2008, desde que
lidade proteger funções am-
em cada ano, de pelo menos
1956-50, de 2000, que subs-
as infrações tenham ocorrido
bientais relevantes. O Código
1/30 avos da área total. O dis-
tituiu os limites da Reserva
até a data de 9 de dezembro
deste ano permitiu a utiliza-
positivo merece atenção, pois
Legal de 50% para 80% na
de 2009. Isso, no entanto, não
ção e exploração das florestas,
pela primeira vez a recomposi-
Amazônia Legal, e de 20%
resolve a criminalidade e as
desde que fossem obedecidas
ção da Reserva Legal foi exigi-
para 35% no Cerrado localiza-
ações judiciais propostas con-
certas restrições.
da. No entanto, essa obrigação
do na Amazônia Legal.
tra os produtores.
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de Crimes Ambientais – Lei 9.605/98 – transformou infrações administrativas em crimes ambientais.
Decreto 7.029. O programa estabeleceu o Cadastro Ambiental Rural (CAR) como instrumento ligado à identificação das APPs e da Reserva Legal. A
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João Faria
CÓDIGO FLORESTAL
Porém, ressalta Marcelo, para entender melhor essa questão é preciso avaliar o contexto histórico da ocupação da mata ciliar brasileira. Ele explica que o governo, de 1975 a 1985, incentivava a ocupação de áreas até mesmo como forma de geração de riquezas por meio da agricultura. Então, destaca, quando a Lei de 7.803, de 1989, incluiu o Cerrado nas exigências legais de 20% de Reserva Legal e criou a obrigatoriedade de averbação nos registros de imóveis, diversos produtores tinham ocupados áreas consideradas como Reserva Legal. “Mas o produtor adquiriu com os anos a consciência ambiental e promoveu uma mudança de cenário no desmatamento, principalmente em áreas do Cerrado”, enfatiza. Essa afirmação do assessor técnico da Faeg pode ser comprovada por dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período de 75 a 85, houve uma supressão da área da mata ciliar em Goiás. Do total de 6,394 milhões de hectares em 1975, o número caiu para 3,912 milhões de hectares em 1985. Foi nesse período que, segundo Marcelo, o governo incentivou a ocupação agrícola nessas áreas. Já em 2006, o IBGE mostra que teve a recomposição e crescimento da área de mata ciliar, com 5,640 milhões de hectares. “Então, é preciso entender e identificar dois grupos nesse item, que é quem desmatou em época permitida e quem desmatou ilegalmente”, informa. Para o chefe geral da Embrapa Florestas, Helton Damin da Silva, esse tema é o mais polêmico e precisa ser mais explorado pela Câmara de Negociação. Ele diz que um caminho que poderia ocorrer é o repasse das decisões, com os Estados assumindo e propondo legislações específicas para a situação. “Até porque é um assunto relevante para o agricultor. Ele não quer ver sua terra totalmente degradada”, ressalta.
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Produtores se mobilizam em Brasília Com o lema “A mão que planta é a mesma que preserva”, produtores rurais de inúmeras localidades do Brasil se mobilizaram na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no dia 5 de abril, para a manifestação pela votação da atualização do Código Florestal do País. Coordenada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), juntamente com as 27 federações de agricultura brasileiras, a manifestação recebeu cerca de 25 mil produtores. Deste montante, sete mil eram produtores goianos. Durante uma missa campal conduzida pelo deputado estadual e presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa de Goiás, Francisco Júnior (PMDB-GO), a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu rogou, em prece destinada ao setor agropecuário: “Deus, guiai nossos parlamentares e dai-lhes sabedoria”. Ela e todos os demais produtores presentes na manifestação esperam que o projeto de atualização do Código Florestal apresentado pelo deputado federal, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) seja colocado em votação e aprovado pela Câmara, antes do dia 11 de junho deste ano. O projeto prevê uma série de modificações na atual legislação para adequar o Código às necessidades e à realidade produtiva do Brasil. Junho é o prazo final estabelecido pelo decreto presidencial 7029/2009 para os produtores se adequarem à lei. Em coletiva à imprensa ao final da missa campal, a presidente da CNA disse que a entidade não concorda com 100% do que está sendo proposto no projeto de Aldo Rebelo, mas reconhece que o deputado conseguiu um grande avanço. Reiterou que a proposta é suficiente, neste momento, para estabelecer a paz no campo e garantir a legalidade e a segurança jurídica dos produtores. www.faeg.com.br
Remendos Uma verdadeira colcha de retalhos. É como o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e titular da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, José Mário Schreiner define a atual legislação ambiental. Em meio à mobilização, Schreiner explicou à imprensa que grande parte das áreas produtivas existentes no Centro-Oeste foi ocupadas no final da década de 1970, início de 1980. A legislação que define a obrigatoriedade de Reserva Legal para essa região entrou em vigor em 1989. “De uma hora para outra aqueles produtores que foram incentivados pelo governo a abrir áreas e produzir para que o Brasil deixasse de ser um importador de alimentos, caíram na ilegalidade”, disse. Schreiner enfatizou que a proposta do deputado Aldo Rebelo vem, justamente, corrigir esses problemas que foram sendo criados ao longo dos anos com os inúmeros decretos, Medidas Provisórias, Instruções Normativas e demais instrumentos que modi-
ficaram o Código Florestal, sem a preocupação de adequá-lo à realidade do País. “Os produtores precisam ter tranquilidade e segurança jurídica para continuar garantindo o abastecimento do País. É questão de segurança alimentar”, disse. O representante da Faeg esclareceu aos jornalistas que o setor produtivo defende a produção de alimentos com sustentabilidade. Segundo ele não é preciso abrir mais nenhum hectare para que o setor consiga ampliar produção e produtividade. “No Brasil temos 90 milhões de hectares com potencial para serem recuperados e utilizados na produção”, garantiu. Schreiner disse que os produtores goianos esperam que o projeto de Rebelo seja colocado em pauta ainda em maio e afirma apostar no bom senso, no espírito público e na brasilidade dos parlamentares ao avaliarem e votarem a favor do projeto. O presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia (PT-RS) havia garantido ao setor que, ainda em maio, colocaria o projeto em pauta.
OUTROS PONTOS PREVISTOS Redução da reserva legal na Amazônia em áreas com vegetação – permite a redução da reserva legal de 80% para 50% em área de floresta e de 35% para 20% em área de Cerrado, na Amazônia Legal, quando o Zoneamento Ecológico Econômico indicar.
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Compensação de áreas desmatadas em um Estado por áreas de floresta em outros Estados ou bacias hidrográficas – Em vez de recuperar a reserva legal, comprar áreas em regiões remotas em outros Estados e bacias hidrográficas para compensar o dano ambiental, isentando completamente de compensar o impacto no local.
Moratória de desmatamento de floresta nativa por cinco anos – Fica proibido o desmatamento em áreas de floresta nativa por esse período.
Fonte: Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone).
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Fotos: Carlos Costa e João Faria
SISTEMA EM AÇÃO
Integração e novos desafios 1º Congresso do Sindical reúne mais de 700 pessoas em Goiânia Alessandra Goiaz | alessandra@faeg.com.br Karine Rodrigues | karine@faeg.com.br
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ais de 700 pessoas entre dirigentes e funcionários de Sindicatos Rurais, colaboradores do Sistema Faeg/Senar, instrutores e mobilizadores participaram do 1º Congresso Sindical, realizado em Goiânia, nos dias 24 e 25 de março. Durante dois dias, foram discutidos os trabalhos que serão realizados durante o ano de 2011, apresentado o planejamento do Sistema para os próximos 10 anos, além da disseminação de informações sobre o campo e a atual realidade do setor. Anúncios do governador Marconi Perillo, como a redução de duas para uma etapa de vacinação contra febre aftosa por ano, deixaram os participantes muito entusiasmados. A rodada de informação começou com a apresentação das inovações do Sistema Faeg/Senar. Apresentadas pelo presidente da entidade, José Mário Schreiner, as novidades vão da capacitação à realização de novos programas. De acordo com Schreiner, o setor agropecuário precisa se conscientizar sobre a sua importância para a economia do País e para a sociedade. “Temos que melhorar a nossa comunicação junto à sociedade. Informá-la sobre como é o funcionamento da cadeia produtiva e como um prejuízo nas lavouras influencia o preço dos alimentos, o recolhimento dos impostos e a geração de emprego e renda”, explica.
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O presidente do Sistema Faeg/Senar anunciou também que foi retomado o grupo de discussão nacional de política agrícola a fim de que seja trabalhada a proposta que garanta mudanças, que sejam realmente aceitas e postas em prática. Ele disse que pontos fundamentais para o produtor, como seguro agrícola e de preços, são essenciais para o desenvolvimento e competitividade da agropecuária brasileira. “É preciso que os produtores e Sindicatos Rurais fundamentem o debate municipal e que façam planos estratégicos e de negócios para a próxima década. Agora, o desenvolvimento precisa partir do interior para o centro”, adianta. Anúncios do governo estadual O governo estadual também participou o 1º Congresso Sindical com anúncios bastante estimulantes. O governador Marconi Perillo anunciou aos pecuaristas que a partir deste ano, a vacinação contra febre aftosa para bovinos e bubalinos com mais de 24 meses de idade será reduzida para apenas uma aplicação por ano – com ressalva para os animais com menos de 24 meses de idade, que continuarão a receber as duas doses. O pleito é solicitação antiga da Faeg. www.faeg.com.br
Goiás possui um rebanho de 20,5 milhões de cabeças, destas, 9 milhões deixarão de ser vacinadas na segunda etapa da campanha que ocorre em novembro. Porém, em maio, todos os animais deverão receber uma dose. O custo da vacina é de R$ 1,50 e a economia gerada com a vacinação única para animais adultos serão de mais de 16 milhões. São recursos importantes para investimento nas propriedades e na qualidade de vida dos produtores e suas famílias. Também são relevantes os benefícios para o produtor com a redução dos custos com manejo do rebanho e com o desgaste físico dos animais. Seguro agrícola Marconi Perillo também solicitou ao presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, um ofício solicitando a subvenção ao Prêmio de Seguro Agrícola assim como a entidade havia sugerido durante as eleições. Perillo informou que vai ativar em abril o programa Cheque Moradia Rural e que vai entregar 1.500 moradias rurais. O governador ainda disse que vai acionar a Secretaria de Segurança Pública para a ativação da patrulha rural e para finalizar, o governador disse que a recuperação das rodovias estaduais começa em maio. Desafios para o setor A necessidade da criação e da retenção do conhecimento sobre a agropecuária tropical dentro do Brasil foi um dos assuntos discutidos durante o 1º Congresso Sindical e apresentado pelo o ex-ministro da Agricultura e um dos fundadores da Embrapa, Alysson Paulinelli. Ele explicou que esse conhecimento deve ser www.senargo.org.br
compartilhado entre os brasileiros para que aproveitem melhor o que as terras tropicais têm a oferecer e tornar o agronegócio no País cada vez mais competitivo. Paulinelli também ressaltou a importância de se desenvolver a tecnologia de energia renovável. “Imaginem se incluir 30% de álcool em toda a gasolina utilizada no mundo! Se soubermos aproveitar o nosso potencial de produção, vamos ganhar muito com isso”, resume. Ele finalizou a palestra dizendo que precisamos de um Brasil mais participativo, que as pessoas se mobilizem para gerarem conhecimento e utilizá-lo em prol de um desenvolvimento coletivo e abundante. Ele ressalta também que é temeroso comprar tecnologia que não se conhece e que é necessário importar técnicos para utilizá-la.
1. Presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner discursa em abertura do Congresso Sindical. 2. Presidente do Sistema CNA/ Senar, Senadora Kátia Abreu autografa livro de sua autoria. 3. Grupo teatral fala sobre melhoria na comunicação. 4. Presidente do
Plano O Planejamento Estratégico do Sistema Faeg/ Senar também foi bastante debatido no encontro. Apresentado pelo consultor na área de planejamento, Sérgio Cordioli, o plano está está dividido entre os aspectos de melhoria, oportunidades, ameaças, ações prioritárias em 2011 e os desafios para o sistema. Melhorar o trabalho das entidades classistas do setor produtivo, organização e atuação dos Sindicatos Rurais, ampliar a base do setor na Assembleia Legislativa, Congresso e Senado foram considerados prioridades para o Sistema. Durante os trabalhos em grupo, José Mário Schreiner pediu o engajamento de todos nos projetos desenvolvidos pelo Sistema. Para os instrutores.
Sindicato Rural de Caiapônia, Uvalter Aparecido Leite fala sobre trabalhos desenvolvidos pelo Sindicato. 5. J Governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo participa de Prêmio Destaque Sindical.
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SISTEMA EMAÇÃO AÇÃO
SINDICAL
Schreiner ressaltou a importância desses profissionais para região como razões para o sucesso. Junto à sua apresentaa formação, a geração do conhecimento e desenvolvimento ção, Uvalter mostrou dois vídeos, sendo um feito pela Condo produtor. Ele também destacou a importância da comu- federação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), onde nicação entre instrutores, produtores e o Sistema para a o Sindicato Rural de Caiapônia é apresentado como uma integração e a troca de informações, experiências e geração das entidades participantes do programa Sindicato Forte. A GOUVELÂNDIA do conhecimento. Na ocasião foi anunciada a criação da outra apresentação foi feita pelo próprio sindicato, onde foi sala do instrutor na sede do Senar. mostrada a história da mobilização sindical no município. Para os presidentes e dirigentes sindicais, o presidenAlto Paraíso Faleceu no dia 30 de dezembro 2010 o produtor rural, membro do te do Sistema Faeg/Senar pediu Kátia Abreu lançadelivro A nova diretoria do Sindicato Rural de Alto para que se apropriem do sindicato rural e ex-sub-prefeito de Gouvelândia, Buranelo.e Ele foi uma Sistema, quenofaçam queNa divulguem e realizem os A presidente da ConfederaçãoAntônio da Agricultura PecuáParaíso tomou posse dia 26parcerias, de fevereiro. das lideranças do segmento rural na região e junto com seus irmãos, em programas oferecidos pela Federação ria do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu, lançou no 1973, 1º ocasião foram realizadas as cerimônias solene e e pelo Senar. foi um dos primeiros produtores a cultivar soja no município. Antônio tinha Congresso do Sistema Sindical Rural o livro “2 Palavras +66 festiva, que ocorreram na sede do Sindicato. A anos, ele deixou esposa, uma filha e trêsdenetos. O presidente do Sindicato Destaque Sindical 11 Argumentos”. A noite autógrafos foi prestigiada pelas nova diretoriaPrêmio encabeçada pelo atual presidente Rural, Luiz Gonzaga Vieira, disse que Antônio contribuiu muito para o Os vencedores do Prêmio Destaque Sindical 2010 foautoridades presentes. Kátia expõe no livro seus argumenLeonardo Ribeiro vai comandar a entidade no desenvolvimento do município, que ele escolheuepara morar e criar sua família. ram conhecidos na noite do dia 24 de março. Pelo segundo tos sobre as palavras, Afirmação Ruptura. triênio 2011/2014. ano consecutivo, o prêmio maior ficou para o Sindicato RuGoiás foi escolhido pela senadora para o lançamento ral de Caiapônia, que levou para o município um cheque no do livro porque além de ser goiana, considera a Faeg e os Goianésia valordodeSindicato R$ 5 mil. A nova diretoria RuralConcorreram de Goianésia foino concurso 21 Sindicatos BRITÂNIA produtores rurais do Estado partes fundamentais e essenemde11fevereiro categorias, quede levaram prêmios que variaram ciais do trabalho que ela tem desenvolvido à frente da CNA. empossadaRurais, no dia 11 no Parque Exposição de OR$ 2 mil a eleito R$ 3Paulo mil. Henrique Garcia “Esse ano é nosso”, resumiu Kátia Abreu, ao afirmar do município. presidente presidente do 2011/2014 Sindicato Destaque 2010, Uvalter Apaque agropecuaristas brasileiros terão uma boa safra vai comandar o O sindicato no triênio em Os prêmios doosprojeto Plantando Vidas, promovido pelo Sindicato Rural conjunto com o vice-presidente João Albino com a recido Leite, apresentou aosNeto, participantes os motivos pelos e resultados positivos em Brasília. Ela disse que setor de Britânia e prefeitura municipal, foram entregues em solenidade orealizada secretária Sônia Barbosa Cezar e com oé tesoureiro quaisMaria o sindicato que dirige o maior ganhador da no historio trabalhado para cinco conseguir agrícodia 25 detem fevereiro. Forammuito premiadas famíliauma que política melhor cuidaram Márcio Antônio Borges. Destaque Sindical. do Prêmio la compatível, seguro rural eficiente e garantias de renda. das mil mudas de árvores plantadas na cidade. Entre as suas justificativas, o dirigente ressalta o tra- “Nós trabalhamos para fazer do Brasil um país cada vez balho em equipe e a mobilização dos produtores rurais da melhor” destacou.
POSSES E ELEIÇÕES
Nota de falecimento
Projeto Plantando Vidas
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Jana Tomazzeli
QUALIDADE DO LEITE
Para garantir o balde cheio A partir de 1º de julho deste ano, propriedades rurais em todo o Brasil terão que estar adaptadas às exigências da Instrução Normativa 51, regulamentação que visa o controle higiênico e sanitário na cadeia produtiva do leite Fernando Dantas | revistacampo@faeg.com.br
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Fazenda Nova Esperança, localizada a 35 quilômetros do município de Jataí, na região Sudoeste de Goiás, passou por mudanças em sua estrutura nos últimos três anos. O proprietário da fazenda, José Renaldo Franco, investiu mais de R$ 100 mil na compra de equipamentos, como ordenha mecânica, tanque resfriador e na expansão da infraestrutura para garantir a melhoria da qualidade do leite produzido no local. Tudo foi feito para que a Fazenda Nova Esperança estivesse adaptada às exigências da Instrução Normativa 51, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Apesar de estar em vigor desde 2005, a normativa prevê o prazo até 1º de julho deste ano
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para que o produtor possa se adequar às exigências impostas pela legislação. A partir dessa data, restrições, como a invalidez do produto para venda, serão aplicadas a quem não seguir à risca o que diz a cartilha da Instrução Normativa 51. O foco é o estabelecimento de critérios mais rígidos para a produção, identidade e qualidade dos leites A, B e C – pasteurizados ou in natura (cru), além de cuidados com a refrigeração e o transporte do produto. Já o objetivo é elevar a qualidade do produto final, atender as exigências de um mercado cada vez mais competitivo, tornar o produto brasileiro capaz de atender mercados internacionais e proporcionar geração de renda, trabalho e rentabilidade ao segmento.
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Fotos: Andréia Martins
QUALIDADE DO LEITE
1. O produtor José Renaldo mostra os resultados dos investimentos para atender a IN 51 2. Galpão de ordenha totalmente mecanizado, higienizado, climatizado e com som ambiente para proporcionar conforto aos animais
José Renaldo diz que está preparado para essa realidade. “Foi um processo de educação. A higienização na fazenda era feita de uma forma e, agora, com essas exigências tivemos que adotar outra postura. Até mesmo a ordenha, que era manual, passou a ser mecânica. Foi um investimento caro, tive que calçar o curral e construir um barracão novo, além da compra de equipamentos. Mas tenho certeza que vai valer a pena”, ressalta. O produtor revela ainda que sempre teve o apoio da esposa, Amância Pereira Assis Franco, e de mais um funcionário para a realização das atividades na propriedade. Todos, segundo ele, foram orientados sobre como proceder com os equipamentos, melhorar a higienização e até o resfriamento do leite. Até porque, ressalta o produtor, para lidar com a rotina de trabalho, com 36 animais em lactação, produção média de 600 litros diários de leite e duas ordenhas por dia – manhã e tarde - é preciso conhecer bem o que está sendo feito.
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Capacitação e investimentos Conhecimento também foi palavra-chave na propriedade do produtor rural Eurípedes Barsanulfo da Costa, dono do Sítio Irmãos Costa, localizado a 14 quilômetros de Itaberaí, município que faz parte do centro goiano. Eurípedes informa que os cinco colaboradores da fazenda participaram de cursos e treinamentos sobre gestão da propriedade, ordenha mecânica, qualidade do leite e manejo de animais, ministrados pelo Senar Goiás (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). “O objetivo foi capacitar a mão de obra para entender as mudanças exigidas pela Instrução Normativa 51 e melhorar o processo de produção e a qualidade do produto”, acrescenta. O produtor informa que, além da capacitação, fez investimentos estruturais para se adequar à nova realidade de mercado exigida pela legislação. Eurípedes conta que foi preciso adquirir ordenhas, tanque de resfriamento e geradores de energia. “Por não ter energia de boa qualidade na área rural, com quedas
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Estão todos investindo, inclusive os pequenos produtores, que são maioria nesse segmento. Para se ter uma ideia, 65% do leite brasileiro é feito pelo pequeno produtor. E com essa legislação, ele teve que investir em melhorias, apesar das dificuldades do dia a dia”, destaca.
Gargalos
frequentes, a solução foi comprar geradores que pudessem manter o leite na temperatura ideal”, reforça. Eurípedes e José Renaldo integram o grupo dos 60 mil produtores de leite no Estado que, desde 2005, estão se adaptando e investindo em novas ferramentas, tecnologias e procedimentos na busca por oferecer produto de qualidade ao consumidor. Para o presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Faeg, Antônio da Silva Pinto, essa preocupação em atender melhor o cliente é uma realidade da cadeia produtiva de leite em Goiás. Ele diz que as indústrias e laticínios já reconhecem as mudanças promovidas pelos produtores de leite em suas propriedades com foco na adequação à legislação, tanto é que essas empresas não tem adquirido produto de quem não segue as exigências e estipulado bonificações para quem entrega o leite com parâmetros melhores de qualidade .“O produtor conhece bem o seu papel em relação à normativa do governo.
Classificação do leite A, B e C, segundo a normativa
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Tipo A - Para ser qualificado como tipo A, é necessário que seja produzido, beneficiado e envasado na propriedade. Precisa apresentar teste qualitativo para fosfatase alcalina, teste positivo para peroxidase e enumeração de coliformes menor que 0,3 por mililitro;
O foco realmente tem sido as exigências impostas pela normativa aos produtores, mas Antônio da Silva enfatiza que é preciso ter uma contrapartida do governo, principalmente para resolver dois gargalos do setor: condições das estradas e energia elétrica às propriedades rurais. Segundo ele, sem melhorias na malha rodoviária, inclusive nas estradas vicinais, e na oferta de energia às fazendas, toda essa mudança proposta pela legislação fica obsoleta. “O produtor pode amargar prejuízos já que, em período chuvoso, por exemplo, o transporte do leite pode ficar prejudicado e determinadas regiões ficam até 48 horas sem energia, causando problemas com a armazenagem do leite”, ressalta. Antônio lista, como papel do produtor nesse cenário, a cobrança para que melhorias sejam feitas em infraestrutura e logística. De acordo com ele, é preciso aproveitar o espaço e a repercussão da questão da normativa para solicitar que ações imediatas sejam realizadas como benfeitoria para a cadeia produtiva do leite em Goiás, responsável pela geração de mais de 250 mil empregos diretos. “Todos os níveis do poder devem entender isso e saber que não só o produtor deve cumprir sua obrigação, mas cada representante do poder público. Hoje, 90% da venda do leite fica para o município. Então, para manter essa riqueza na cidade, o prefeito daquela localidade precisa investir em melhorias ao segmento”, exemplifica.
Tipo B – Pode ser armazenado pelo produtor por até 48 horas em temperatura igual ou inferior a 4 graus celsius. Deve ser transportado ao local onde será pasteurizado, devendo apresentar teste negativo para fosfatase alcalina, teste positivo para peroxidase e também enumeração de coliformes menor que 0,3 por mililitro;
Tipo C – É somente o leite coletado na propriedade, transportado até o local onde será industrializado em até 10 horas após a coleta. Deve apresentar também os testes após a pasteurização com os resultados do tipo A e B;
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TECNOSHOW COMIGO
Negócio rural Sistema Faeg/Senar marca presença na Tecnoshow Comigo e movimenta estande com ações técnicas e de responsabilidade social Cleiber Di Ribeiro | cleiber@faeg.com.br / Francila Calica | francila@faeg.com.br
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Jana Tomazelli
Crianças participam de ação do programa Agrinho no estande do Sistema Faeg/Senar
ma ação do Programa Campo Saúde encerrou a participação do Sistema Faeg/ Senar na edição 2011 da Tecnoshow Comigo, realizada no município de Rio Verde, em abril. Os visitantes da feira fizeram teste de glicemia e aferição de pressão arterial no estande montado em conjunto com o Sindical Rural de Rio Verde. Aproximadamente 300 pessoas participaram da ação. Nos cinco dias da feira cerca de 1.500 pessoas passaram pelo estado do Sistema. O Programa Agrinho também movimentou o estande do Sistema. Cerca de 80 alunos da Escola Municipal José do Prado Guimarães, do município de Rio Verde, estiveram na tarde do dia 14 conhecendo os personagens do Programa, o menino Agrinho e sua irmã Aninha. As crianças fizeram uma caminhada pelo Centro Tecnológico Comigo, conheceram o Circuito Ambiental - que esse ano tratou sobre o consumismo infantil -, visitaram os pavilhões de animais, conheceram a Casa da Embrapa e finalizaram o passeio assistindo a uma peça tea-
tral sobre descarte correto de embalagens de defensivos agrícolas e cuidados com o meio ambiente. Discussões técnicas O estande também abrigou as reuniões das comissões técnicas da Faeg e aulas do Programa Empreendedor Rural (PER). A Comissão de Associativismo reuniu produtores rurais e presidentes de sindicatos e discutiu assuntos ligados à moradia, organização e desenvolvimento do pequeno produtor rural goiano. Durante a reunião foi assinado documento de vistoria entre a comissão e representante da Caixa Econômica Federal, para liberação de recursos da instituição financeira para 20 casas do Plano Nacional de Habitação Rural (PNHR) destinadas a pequenos produtores da região de Rio Verde. Já a Comissão de Cana-de-Açúcar e Bioenergia da Faeg comemorou o que considera uma das maiores conquistas para os produtores rurais de cana-de-açúcar; a decisão do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO), de 13 de abril, determinou a utilização obrigatória
de 50% das áreas de cultivo dos fornecedores locais para os próximos projetos financiados pelo Fundo para as usinas sucroalcooleiras. Chuvas As mais recentes perdas de lavouras de grãos em Goiás, devido às intensas chuvas, foi outro assunto discutido pela reunião das Comissões de Cereais, Fibras e Oleaginosas e Crédito Rural da Faeg. Mais uma vez os produtores de várias regiões do Estado atualizaram os dados de prejuízos às lavouras causados pela chuva e voltaram a reivindicar um seguro agrícola bem estruturado e que assegure renda ao produtor, mesmo em condições de estado de emergência como as registradas nos últimos dias. Na reunião, a Faeg, em parceria com a UBF seguradora, ofereceu uma nova modalidade de seguro de receita bruta, que envolve garantia de preço e risco climático, tendo por base as cotações de Chicago e a variação cambial. De acordo com o economista e analista de mercado da Faeg, Pedro Arantes, a produtividade levada em conta por essa modalidade de seguro é a comprovada pelo produtor e não a produtividade média divulgada pelo do IBGE, como o utilizado normalmente. A proposta cobre 70% da receita esperada e as adesões já podem ser feitas junto à Faeg. Basta o produtor procurar a Federação ou a rede de Sindicatos Rurais no interior para o preenchimento da ficha de cadastramento.
Números da Tecnoshow 70 mil visitantes 500 milhões comercializados 400 expositores R$ 1,3 milhão em investimento
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Foto: Alexandro Alves
SAFRAS
SEM TRÉGUA Chuvas não pararam durante colheita. Qualidade dos grãos ficou comprometida. Alessandra Goiaz | alessandra@faeg.com.br
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Lavoura de soja na propriedade de Afonso Cairo, em Edéia, deteriorada pela chuva.
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s chuvas castigaram as regiões produtoras de soja em Goiás em plena colheita. De acordo com o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, do Ministério de Ciências e Tecnologias, de 1º a 30 de março já choveu 40% a mais que o esperado para todo o mês. Até a última semana de março, ainda faltava colher mais de 35% da área plantada no Estado e os produtores estavam temerosos quanto à probabilidade de chuvas e o resultado que estas acarretaria
Além das perdas quantitativas, referentes à germinação do grão na planta e o apodrecimento do mesmo, o que foi colhido registrou uma alta concentração de grãos sem valor comercial. O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner que um recuo na safra pode acarretar em uma redução de R$ 595 milhões no valor bruto da produção do Estado, o que é sentido diretamente na economia de alguns municípios, que tem sua economia baseada no agronegócio. “Somente no ICMS, Goiás deixa de arrecadar R$ 55 milhões”, diz.
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SAFRAS Emergência nos municípios Em alguns municípios de Goiás, a perda chegou a mais de 20% da safra prevista para o município, como é o caso de Chapadão do Céu, que das 240 mil toneladas previstas para a colheita, 48 mil toneladas foram perdidas. Um prejuízo de aproximadamente R$ 32 milhões. Em Edéia, a situação não foi diferente. Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Afonso Cairo Vieira Mendes, as perdas chegaram a 25% da produção. Somente ele, perdeu 18% de tudo o que plantou. De uma estimativa de colher 78 mil sacas de soja, 14 mil sacas ficaram inviáveis comercialmente. “Foram 250 hectares de soja ardida”, diz. Na região, 60% dos cultivares de soja são de ciclo médio (média de 120 dias) e como foram plantados no início da segunda quinzena de novembro, o período de colheita coincidiu com o período de muitas chuvas. “Nós perdemos um trabalho de um ano inteiro. Todo o nosso lucro foi perdido”, lamenta Afonso. Ele conta que em 20 anos de produção agrícola, ele nunca havia vivenciado um período climático como o atual. “Já passamos por problemas com estiagem, mas excesso de chuva foi a primeira vez”, diz. Regiões goianas Na região Sudoeste, o município de Chapadão do Céu decretou Estado de Emergência no dia 11 de março. De acordo com o presidente do Sindicato Rural do município, Antônio Roque Prates Filho estima-se que os
prejuízos com a lavoura de soja, somente em Chapadão, chegaram a R$ 30 milhões. “Na início de março, os produtores estavam muito animados com uma safra que era considerada promissora; bons preços, boas condições climáticas. O cenário mudou durante a colheita”. O cenário também foi preocupante na região Sul do Estado. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Itumbiara, Rogério de Oliveira, há casos de produtores que dessecaram a soja para iniciar a colheita, mas sem pausa nas chuvas, perderam toda a lavoura. Ele explica que os mais prejudicados são os produtores que optaram pelas variedades de soja de ciclo médio. Visita de inspeção Visando o estado de emergência dos municípios produtores, o diretor-secretário da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Bartolomeu Braz Pereira, acompanhado do superintendente de Planejamento e Política Agrícola da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro), Joaquim Saeta Filho, do superintendente da Divisão de Agronegócio do Banco do Brasil, João Bosco Costa, e demais assessores, visitou fazendas que foram afetadas pelas chuvas. Na ocasião, os produtores pediram ao superintendente do Banco do Brasil que avaliado com cautela a situação dos produtores afetados. “Ao ouvir as sugestões, o superintendente prometeu estudar com propriedade o caso dos sojicultores goianos que foram atingidos por esta calamidade”, disse o diretor-secretário.
Poças de água e lama se formam após período de longas chuvas
: Alexandro Alves
“Uma parcela de produtores não conseguiu ofertar soja nos padrões de qualidade exigidos.”
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DELÍCIAS DO CAMPO
Pão de Queijo de Polvilho Azedo com Linhaça INGREDIENTES:
MODO DE FAZER:
3 copos de polvilho azedo; 1 copo de queijo de minas ralado; ½ copo de linhaça; 1 copo de água; ½ copo de leite; 1 copo de óleo menos um dedo; Ovo até dar o ponto da massa (em média de 4 a 5 ovos); Sal a gosto; Obs.: o copo é de 200 ml.
Coloque o polvilho e o sal em uma vasilha. Em uma panela escalde o óleo, a água e o leite e quando ferver misture ao polvilho e mexa bem até ficar morna (esfriar). Coloque o queijo e a linhaça e mexa, nesse momento, pode experimentar a massa para ver se o sal está no ponto antes de colocar os ovos. Em seguida, coloque os ovos até dar o ponto de enrolar. Enrole a massa e coloque na assadeira (forma), não precisa untar a assadeira e asse em forno quente (em média de 180º graus).
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*Receita elaborada por Adriano da Costa Maciel, instrutor de Cozinha Rural do Senar, em Goiás.
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Adalberto Ruchelle
CASO DE SUCESSO
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Para mudar a realidade Treinamento do Senar em assentamento muda cenário de falta de informação e qualificação Francila Calica | francila@faeg.com.br
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José Maria encontrou em treinamento do Senar alternativa para se fixar à terra
uando José Maria Vicente do Nascimento, 48, pisou pela primeira vez em seu lote de 18 hectares no Assentamento Canudos, em Palmeiras de Goiás, não tinha ideia do que podia fazer com aquele pedaço de chão. Boa parte de seus companheiros de assentamento também nutriam o mesmo sentimento. Com pouca experiência na lida no campo, José fez inúmeras tentativas de se manter na terra. Sem assistência, os fracassos foram inevitáveis. Tudo começou a mudar há um ano, quando um treinamento de fruticultura/maracujá do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) foi levado ao assentamento pelo Sindicato Rural de Palmeiras de Goiás, presidido pelo produtor César Savini Neto. Na época, José Maria já havia se lançado na cultura da fruta, mas foi no treinamento que descobriu as formas corretas de plantio, manejo e colheita. “Descobri até que tinha plantado todo o parreiral do lado errado. Um hectare inteiro”, conta. Parte dos três mil quilos de maracujá que o fruticultor colhe por mês é comercializada no Ceasa, em Goiânia; a outra parte é fornecida em polpa a uma empresa de processamento de frutas também da capital. A renda que José Maria obtém de seu parreiral de um hectare já lhe permite criar postos de trabalho temporários e sonhar em ampliar a produção. “Hoje, tenho cinco diaristas para me ajudar na poda, no controle de pragas, na colheita e na retirada da polpa. Quero aumentar o parreiral em mais um hectare”, diz. José Maria já começou a fazer as contas e diz orgulhoso que dessa vez economizará nas mudas, pois ele mesmo irá prepará-las. “Aprendi, no treinamento, como fazer mudas e como tratar delas. Os R$ 1,30 que eu gastaria em cada uma das 850 mudas vou investir em outra etapa”, explica.
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Cultura adequada O gestor ambiental e mobilizador do Senar Goiás em Palmeiras, Valdete Soares D’badia explica que o grande desafio de mobilizar treinamentos em assentamentos rurais é encontrar a cultura que se adapta à realidade dos assentados. Ele conta que geralmente a experiência de campo das famílias de assentamentos é mínima, por isso é preciso atividades compatíveis com a capacidade financeira e de trabalho do assentado. “Quando mobilizei treinamentos pela primeira vez aqui em Canudos, 80% dos assentados encontravam-se em estado crítico de endividamento. Acessaram linhas de crédito oficiais para agricultura familiar, mas não tiveram sucesso no emprego do dinheiro nas atividades que optaram desenvolver”, conta Valdete, ao ressaltar que a falta de conhecimento, de experiência e de acompanhamento técnico deixa a situação do assentado ainda mais difícil. Aconteceu com José Maria. O financiamento que obteve via Pronaf foi quase todo empregado em cabeças de gado. “Com o dinheiro que sobrou, depois de cercar o lote, fazer cisterna e curral, comprei oito cabeças. Um tempo depois, quatro morreram de picada de cobra. Fui vivendo com o que sobrou”, relembra. A realidade agora é outra. Os planos de José Maria, após a ampliação do parreiral, é fazer o treinamento de operação e manutenção de sistemas de irrigação, oferecido pelo Senar. Ele diz que já se prepara irrigar o parreiral. Como participar Os interessados em treinamentos e cursos do Senar Goiás no município de Palmeiras devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone: (64) 3571-1415 e falar com o mobilizador, Valdete Soares D’badia.
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CURSOS E TREINAMENTOS
A escolha da variedade está muito mais voltada às necessidades do mercado consumidor, portanto, é necessário ficar atento às variedades mais exigidas pelos consumidores.
EM MARÇO, O SENAR PROMOVEU
320 29 Na área de agricultura
CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL
104
17
Em atividaNa área de de de apoio silvicultura agrossilvipastoril
5
11
Na área de Na área de agroindústria aquicultura
106 Na área de pecuária
48 Em atividades relativas à prestação de serviços
Picante e Saborosa Hélio Antônio Silva Rodrigues | helio.senar.go@gmail.com
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s espécies de hortaliças do gênero Capsicum, que constituem as pimentas e os pimentões, são usadas diariamente como condimento e alimento por mais de um quarto da população mundial. No Brasil, as pimentas são importantes geradoras de emprego e renda, pois o seu cultivo envolve um grande número de trabalhadores em todos os elos da cadeia produtiva. Pode-se encontrar diferentes tipos de pimentas nas feiras e mercados populares de todos os municípios do Estado de Goiás durante o ano todo. Apesar de sua grande importância, o cultivo de pimentas Capsicum apresenta algumas dificuldades devido às diferentes formas de manejo e da necessidade do uso de tecnologias apropriadas por parte dos agricultores. Estes por sua vez, muitas vezes, não têm o acompanhamento técnico necessário. O ideal para aqueles que desejam iniciar neste importante negócio passa pela qualificação profissional rural, como o treinamento em Olericultura Básica realizado pelo Senar, em Goiás, onde cuidados simples no manejo e organização da produção podem ser de fundamental importância para o sucesso no cultivo das pimentas. Mas isso por si só não basta. Atualmente, o agricultor também pode
81 32 Alimentação e nutrição
fazer pelo Sebrae Goiás o curso Negócio Certo Rural, uma importante qualificação que proporciona aos agricultores conhecimentos necessários para que eles possam conduzir seu próprio desenvolvimento, tornando-se um empreendedor rural. Dicas para o plantio Alguns cuidados fundamentais devem ser tomados por aqueles que desejam se profissionalizar no cultivo de pimentas Capsicum. Entre alguns deles devem estar o conhecimento da planta que irá cultivar; saber com clareza como são os tratos culturais e o ciclo da planta, suas necessidades de adubo e irrigação, bem como os tratos fitossanitários. Muitas vezes, somente após a colheita, o produtor pensa em onde e como vender o produto. Neste caso, ele pode se deparar com um mercado pouco conhecido, daí a necessidade de saber para quem irá vender sua produção antes mesmo do plantio. Outro item de suma importância é saber o quanto produzir, uma vez que o mercado exige um fornecimento contínuo de produtos. Sendo assim, o produtor pode antes de se lançar no mercado ter uma real noção de quanto pode produzir e o quanto irá receber pela sua produção.
Hélio Antônio Silva Rodrigues é engenheiro agrônomo e instrutor do Senar, em Goiás.
CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
9 Organização Comunitária
7 Saúde e Alimentação
11 Prevenção de acidentes
22 Artesanato
2.432 PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS
CAMPO ABERTO
O ano que prometia ser bom O ano agrícola 2010/2011 teve início como um dos mais promissores dos últimos tempos José Mário Schreiner | residência@faeg.com.br
M
José Mário Schreiner é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG)
esmo após um plantio com atrasos, o desenvolvimento das lavouras estava sendo favorecido pelas boas condições climáticas, o que resultaria em uma safra com excelente desempenho. Paralelo a essa boa expectativa, os preços das principais commodities agrícolas passaram a alcançar patamares muito acima das tendências históricas. O cenário era ideal e reunia dois fatores que, há anos, não se mostravam tão positivos: desempenho de safra e bons preços. A grande dificuldade é que esses dois fatores são altamente dependentes de elementos muito voláteis. A mudança no clima com a intensificação das chuvas foi o suficiente para mudar todo o cenário no que diz respeito ao desempenho de safra. O terremoto e o tsunami que abalaram o Japão e a comoção internacional pela dura tragédia oriental se refletiram nas bolsas de valores, de mercadorias e de futuros em forma de brusca queda nos preços internacionais das commodities. Em mundo de economia global, o efeito dominó chegou ao produtor rural goiano e fez despencar os preços da soja. No início da safra, as cotações da saca de 60 quilos do grão chegaram a R$ 48, hoje os preços sofrem constantes reduções.
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Nos últimos dias, atingiram níveis abaixo de R$ 41 a saca. Sem contar a trivial pressão da colheita que sempre faz com os preços caiam neste período. De acordo com estimativas recentes, aproximadamente 10% da safra de soja do Estado já está comprometida por problemas climáticos. O que significa uma perda de até 814 mil toneladas. A situação se agravou a partir do último dia 19 e pode piorar ainda mais nas regiões onde a colheita está abaixo de 50% da área total, se perdurarem por mais de dez dias as chuvas intensas; é o caso do sul e entorno de Brasília. Municípios como Chapadão do Céu e Mineiros já deram andamento aos pedidos de estado de calamidade pública. Estas perdas vão além da redução da renda esperada pelo produtor rural que está na ponta da cadeia produtiva. Os prejuízos atingirão toda a sociedade. Haverão altas nos preços dos subprodutos da soja e nas carnes dos animais que se alimentam de ração à base do grão. A balança comercial também sentirá o prejuízo com a redução das exportações. A geração de emprego será retraída e a arrecadação tributária do Estado se contrairá com os reflexos das dificuldades na agricultura.
Para se ter uma ideia da gravidade do quadro, a redução do valor bruto da produção de soja no Estado, com a perda de cerca de 814 mil toneladas, deve acarretar um prejuízo de aproximadamente R$ 542 milhões, provocando uma queda na arrecadação, somente com ICMS, em torno de R$ 28 milhões. Neste sentido, políticas de minimização de riscos à produção rural necessitam de aperfeiçoamento que compatibilize suas condições operacionais às reais necessidades das culturas. A Faeg e a CNA têm trabalhado no desenvolvimento de um instrumento (seguro) que possa amparar, em um único contrato as perdas físicas (produtividade) e a variação de preços. O novo instrumento em estudo deverá assegurar ao produtor de soja, 70% de sua própria produtividade, com o preço balizado no mercado futuro (Bolsa de Chicago). É de extrema importância que esta ferramenta seja viabilizada e colocada à disposição dos produtores. Para que isso ocorra é necessário o apoio de toda a sociedade assim como do poder público, pois minimizar as perdas agrícolas é garantir segurança no abastecimento de alimentos, na geração de renda, emprego e nos excedentes à exportação. www.faeg.com.br