2011 05 maio

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Palavra do presidente

CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Conselho editorial Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo; Francila Calica Editor: Francila Calica (01996/GO) Reportagem: Alessandra Goiaz (GO 01772 JP) Karine Rodrigues (01585/GO) Fotografia:

A dois passos da sanção

Jana Tomazelli Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO) Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: Sandro Cardeal e Meire Almeida (62) 3096-2200 | (62) 3096-2226 | (62) 3096-2220 comercial@faeg.com.br

DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Diretores-Secretários: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Diretores-Tesoureiros: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

C

om a aprovação pela Câmara dos Deputados, o texto do novo Código Florestal ficou a dois passos de ser sancionado. Primeiro passará pela aprovação do Senado Federal e em seguida irá para as mãos da presidente da República, Dilma Rousseff. Assim como ocorreu na Câmara, esperamos vencer também estas etapas. Sabemos que não será fácil e que a argumentação e o esclarecimento à sociedade precisa ser aprimorado. Com uma nova legislação ambiental, a principal mudança será a consolidação das áreas produtivas que afetam positivamente a economia de nosso Estado. Os produtores anseiam por regularidade e em nenhum momento há o interesse em destruir o nosso meio ambiente. Muito pelo contrário, como podem destruir o espaço que é o meio de sua sobrevivência? Porém, é preciso produzir. Produzir para abastecer o mundo com alimentos, combustíveis ecologicamente corretos e com a vida. Queremos produzir em busca do aperfeiçoamento ainda maior da agricultura mais sustentável do planeta. Esperamos obter resultados do Senado e da Presidência que confirmem os avanços para a sociedade e setor produtivo. Esperamos também obter resultados que conduzam a preservação do meio ambiente aliada à produção. Enfim contamos com o bom senso de todas as partes.

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Welton José Luiz de Oliveira, Luiz Becker Karst, Sônia Maria Domingos Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Carlos Eduardo da Silva Lima, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins

FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.faeg.com.br E-mail: faeg@faeg.com.br

José Mário Schreiner Presidente do Sistema FAEG/SENAR

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2208 - (62) 3096-2248 (62) 3096-2115.

Alexandre Cerqueira

Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br


painel central

07 Prosa Rural

Presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira, fala sobre projetos empregados e desafios a frente da agência

16

09 Mercado de Produto

Os altos preços internacionais do milho têm tornado o Brasil competitivo nas exportações e reduz oferta interna

10 Cartão do Produtor 11 Missão China

Empresas chinesas financiarão plantio de soja em Goiás

29

14 Ação Sindical 24 Cana-de-açucar

Produção de etanol, açucar e cana na safra 2011/2012 tem 3,3% de aumento se comparado à safra anterior

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33 Delícias do Campo

Carne recheada à moda da vovó

16 Transgênicos

Brasil se destaca na produção de plantas geneticamente modificadas

29 Orgânicos

Plantação orgânica cresce em Goiás e certificação garante qualidade e transparência ao consumidor

38 Caso de sucesso

Em Alexânia, artesãs são reeconhecidas pelo trabalho com fibra de bananeira

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34 Sistema em ação

Faeg doa 17 mil vacinas e contribui para a campanha contra febre aftosa

40 Curso e Treinamento 42 Campo aberto

Grandes expectativas de negócios com a China

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Agenda Rural MAIO 2011 Maio

Junho

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13 a 29 66ª Exposição Agropecuá-

30/05 a 05/06 35ª Exposição Agro-

ria do Estado de Goiás - Parque de

pecuária, 20º Ranking Nacional do

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Exposições Pedro Ludovico Teixeira, Goiânia.

Nelore e 8ª Ranqueada Nacional do Tabapuã. São Luiz dos Montes Belos.

S

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01 a 05 Exposição Agropecuária. 16 e 17 Capacitação dos Professo-

Cidade de Goiás.

JUNHO 2011

res Novatos do Programa Agrinho. Centro Pastoral Dom Fernando, Goiânia, das 8 às 18 horas.

01 a 12 23ª Exposição Agropecuária. Bela Vista. 03 a 12 37ª Expo Morrinhos.

17 a 20 Programa PER “Empreendedor Sindical” 2011 – 2ª etapa. Curso Excelência em Liderança. Goiânia,

Morrinhos. 03 a 12 17ª Exposição Agropecuária.

D

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5 6 7 12 13 14 19 20 21 26 27 28

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1 2 3 4 8 9 10 11 15 16 17 18 22 23 24 25 29 30

Santa Helena.

das 8 às 18 horas. 07 a 09 Congresso Internacional da 17 Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA. Sede da CNA, Brasília, às 10 horas.

Carne. Mato Grosso do Sul. 07 a 10

Programa PER “Empreen-

dedor Sindical” 2011 – 2ª etapa. Curso Excelência em Liderança. Goiânia,

17 Abertura da Primeira Reunião

às 8 horas.

Global sobre Pecuária Sustentável. Auditório da CNA, Brasília, às 17 horas.

31 a 03 de julho Programa PER “Empreendedor Sindical” 2011 – 2ª etapa. Curso Excelência em Liderança.

Cheio. Sede do Sindicato Rural de Ipameri, às 19 horas.

21 Campo Saúde. Palminópolis, às 8 horas.

Goiânia, às 8 horas.

Como Participar: Aos interessados em participar dos eventos, recomendamos confirmar as informações com os organizadores

Jana Tomazelli

19 Apresentação do Projeto Balde

abril/2011 CAMPO | 5


Fique Sabendo Pesquisa

Armazém

Novas cultivares de girassol chegam ao mercado Os produtores brasileiros de girassol contam com duas novas opções para a safra 2011/2012. Estão no mercado sementes das cultivares BRS 321 e BRS 324, desenvolvidas pela Embrapa Soja, em Londrina (PR) e comercializadas Foto: Divulgação

pelo Escritório de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia, em Dourados (MS). Atualmente, a maioria das sementes de girassol disponíveis no Brasil é produzida Dulce Mazer

por empresas estrangeiras. Os lançamentos da Embrapa foram desenvolvidos e adaptados especialmente às condições de clima e de solo brasileiros. O girassol apresenta ampla adaptabilidade às condições do Brasil, com maior

Leite – Boas Práticas de

tolerância à seca, ao frio e ao calor do que a maioria das

Transporte (BPT)

espécies cultivadas no País. As novas cultivares são indi-

Edição: Sindileite

cadas para os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do

O Sindicato das Indústrias

Sul, Rondônia, Sergipe e Bahia.

de Laticínios no Estado de Goiás

(Sindileite)

lançou

em abril o manual Leite – Boas Práticas de Trans-

Registro

porte (BPT). O objetivo do projeto, feito em parceria

Fiscais encerram capacitação no Sistema Faeg/Senar

com o Serviço Nacional de

Os trabalhos de capacitação dos fiscais

é o negócio de Goiás e vocês são peças

Aprendizagem Rural (Senar),

estaduais e agentes de fiscalização da

fundamentais para o desenvolvimento

em Goiás, é melhorar o sis-

Agrodefesa foram encerrados duran-

da atividade”, acrescentou. Participa-

tema de transporte de leite

te um churrasco realizado na sede do

ram também do evento o secretário da

das fazendas até os laticí-

Sistema Faeg/Senar. Cerca de 294 pro-

Agricultura, Antônio Flávio Camilo de

nios. A publicação oferece

fissionais

cerimônia

Lima; o superintendente do Ministério

informações sobre qualida-

de encerramento do curso, cuja aber-

da Agricultura em Goiás, Helvécio Ma-

de do leite, rastreabilidade

tura foi feita pelo presidente do Siste-

galhães; o secretário de Meio Ambiente

e roteirização. Além disso,

ma Faeg/Senar, José Mário Schreiner.

e Recursos Hídricos, Leonardo Vilela; os

o manual também apresen-

Ele lembrou os novos profissionais que

presidentes da Agrodefesa, Antenor No-

ta questões técnicas para o

o Sistema estará sempre aberto para o

gueira; da Emater, Luiz Humberto Guima-

motorista, como requisitos

que eles precisarem. “A agropecuária

rães; dentre outras autoridades do setor.

para um transportador de

da

Foto: Carlos Costa

Andrea Martins

participaram

leite, comportamento e responsabilidade

ambiental;

direção defensiva; responsabilidades da empresa de transporte; equipamentos; e procedimentos para a coleta do leite. Mais informações sobre o manual ou como adquiri-lo, entrar em conta-

Erramos Ao contrário do publicado na edição nº 189, de março de 2011, da Campo, na coluna Ação Sindical, o presidente reeleito do Sindicato Rural de Goianésia é Wilson Portilho da Cunha. João Balbino Neto ocupa o cargo de vice-presidente, Sônia Maria Barbosa Cezar será secretária e Márcio Antônio Borges será o tesoureiro.

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to no Sindileite pelo telefone (62) 3212-1135 ou pelo e-mail sinleite@terra.com.br.

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Prosa rural

João Faria

Um trabalho de fiscalização eficaz é crucial, até para que possamos, em um futuro próximo, ter um selo de qualidade do produto goiano”

Defesa animal e vegetal Karine Rodrigues / karine@faeg.com.br

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m janeiro deste ano, o pecuarista Antenor Nogueira assumiu, a convite do governador de Estado, Marconi Perillo, a presidência da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Desde que tomou posse, Antenor Nogueira, tem implementado novos projetos e colocado em prática ações que vão ao encontro das necessidades do agropecuarista goiano. Em entrevista exclusiva para a CAMPO, o presidente apresenta os seus projetos, o que já foi implementado em cinco meses à frente do órgão e como a Agrodefesa pode evoluir em sua atuação junto ao produtor rural.

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pROSA Rural

Eu acredito que o trabalho em conjunto com as entidades de classe fará toda a diferença na melhoria da imagem da Agrodefesa junto à sociedade.” Campo: O senhor é um técnico experiente na área de pecuária de corte, com trabalho reconhecido em todo o País. Quais são os trabalhos realizados pelo senhor na área de defesa sanitária e como se sentiu ao assumir a presidência da Agrodefesa? Antenor: Assim que fui sondado para assumir a presidência da Agrodefesa, eu tive que pensar, estabelecer o que eu poderia fazer ou não e avaliar se eu teria condições de enfrentar uma trabalho desse, que não é fácil. Eu tenho cultivado experiências na área de sanidade. Eu tenho trabalhos realizados junto a organismos internacionais, como a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), onde sou praticamente um membro convidado das reuniões feitas pelo órgão. Sou um cara estudioso no assunto e acompanho permanentemente as mudanças na área de defesa sanitária. Devido à minha interferência, o Código Internacional Zoosanitário de Animais Terrestres foi todo traduzido para o português. Por meio do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Conselho Nacional de Pecuária de Corte, de São Paulo, contratamos uma equipe para traduzir o código e todas as modificações produzidas pela OIE, para serem emitidas aos países de língua portuguesa. No Brasil, o código foi entregue ao Ministério da Agricultura e a todas as agências estaduais de defesa sanitária. Campo: Como está estruturada a Agrodefesa atualmente? Antenor: Com a minha entrada, algumas mudanças foram feitas. Formamos uma nova diretoria, que incluiu a

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de fiscalização, considerada uma das funções primordiais da Agrodefesa. Um trabalho de fiscalização eficaz é crucial para a agência, até para que a gente possa, em um futuro próximo, ter um selo de qualidade do produto goiano. Para que o que é produzido no Estado chegue às gôndolas dos mercados, seja em Goiânia ou em qualquer outro lugar do País e do mundo, com a marca da qualidade do que é feito em Goiás. Nós temos condições de ir atrás desse reconhecimento e nós vamos conseguir. Campo: Como foi estes primeiros meses à frente da agência? Os projetos iniciais já foram implantados? Há novas demandas? Antenor: Atualmente, a Agrodefesa – escritórios locais e regionais - já está 100% informatizada. Além disso, estamos desenvolvendo o cartão magnético com um chip onde o produtor possa emitir a Guia de Transporte Animal (GTA) eletronicamente, sem ter que se deslocar ao escritório local. Vamos emitir esses cartões com a ajuda da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). Uma emergência para nós é ter uma nova sede, onde se concentrem todos os departamentos do órgão. Hoje, estamos em um prédio, o setor de fiscalização em outro lugar e o setor transporte está há três quarteirões daqui. É impossível administrar desse jeito. Nós já estivemos com o governador, que destinou uma área para a nova sede. Esta, por sua vez, está em processo de aprovação pela Procuradoria do Estado e, por meio de uma parceria público-privada com Fundepec, será construída uma nova sede.

Campo: Como será trabalhada a imagem da Agrodefesa na sua gestão? Antenor: Eu acredito que o trabalho em conjunto com as entidades de classe fará toda a diferença na melhoria da imagem da Agrodefesa junto à sociedade. A Faeg, a SGPA, as associações de produtores e outras entidades voltadas para o setor agropecuário vão contribuir. Estou aqui para proteger o agropecuarista, mas não serei conivente com o produtor relapso, assim como nenhuma outra entidade é. Eu quero o apoio dos Sindicatos Rurais. Outra meta é a diminuição da vacinação em Goiás. Isso é primordial e vou trabalhar em conjunto com Ministério da Agricultura para chegar a esse ponto. Eu quero ser proativo e acredito que essa é uma forma de promover o órgão o qual presido. Quero me reunir com os laticínios, com os representantes do segmento vegetal – vendedores de sementes, adubo, defensivos, mudas e plantas, no intuito de fazer uma grande parceira em Goiás, mostrando a eles quais são as regras nacionais e internacionais de sanidade, cuja obediência é essencial para se chegar ao selo de qualidade. Quero fazer parcerias e pedir o cumprimento dessas regras, e logicamente vamos negociar prazos para a adaptação. Após esses prazos, eles terão que cumprir as regras e nós vamos realizar a função primordial da Agrodefesa que é zelar pela proteção da sanidade animal e vegetal no Estado. Campo: Há alguma novidade sobre o sistema de rastreabilidade de animais no Brasil? Antenor: Há um trabalho feito pela CNA de construção de um banco de dados nacional. As informações desse banco são importantíssimas para que se tenha o conhecimento exato da população bovina, equina, suína e aves que há nos Estados e municípios. Quem alimenta esse banco de dados em Goiás é a Agrodefesa. www.sistemafaeg.com.br


Banco de imagens

Mercado e Produto

Milho: Mais competitividade

A

atual dinâmica mundial do mercado do milho tem imposto ao mercado brasileiro uma sistemática bem diferente ao dos últimos anos. Este cenário tem mantido o preço do milho em patamares elevados, mesmo diante de uma forte pressão da colheita. O Brasil deve confirmar uma produção de milho 1ª safra de 34,38 milhões de toneladas, 1% maior do que foi produzido na safra passada, segundo dados da Conab. Ainda de acordo com a companhia, a área plantada com milho 2ª safra é de 5,7 milhões de hectares, o que pode refletir numa produção de 21,62 milhões de toneladas. Em relação aos preços, o uso interno do grão, as exportações recordes da safra passada e a retomada dos preços internacionais trouxeram fortes altas. O ano de 2011 iniciou com valores médios do milho em torno de R$ 23/saca. Em fevereiro, ocorreu forte alta no valor da saca elevando o preço ao nível recorde no ano de R$ 28. Com o início da colheita em março, os preços voltaram a recuar, alcançando o valor de R$ 25/saca, mantendo-se firmes até a primeira quinzena de abril e sofrendo acentuado recuo a partir deste período. Esta queda está estreitamente ligada à redução do valor exportado neste período, trazendo um excedente nas regiões produtoras. No mês de abril, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as exportações de milho totalizaram 117 mil toneladas, 42% a menos que no ano passado. A queda nas exportações tem origem no recuo das cotações do milho na bolsa de Chicago. A forte valorização do dólar frente outras moedas e a queda do petróleo no mercado internacional causaram forte impacto no preço do milho em Chicago. As cotações, que antes possuíam fundamentos capazes de elevar seu valor acima de US$ 8/bushel, encontram dificuldades de se manterem acima do US$ 7/bushel. Esta baixa externa implica

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Os altos preços internacionais, principalmente após setembro de 2010, têm tornado o Brasil competitivo nas exportações do cereal, reduzindo a disponibilidade interna em modificações no ambiente de comercialização tanto no milho 1ª como 2ª safra aqui no Brasil. Além deste fator internacional, o desenvolvimento do milho 2ª safra causa forte apreensão aos agentes econômicos envolvidos com a comercialização do milho. O atraso no plantio e a tendência de pouca precipitação nos próximos meses podem causar forte redução na produção do cereal no inverno. De modo geral, já é esperada uma redução na expectativa de produção, porém a intensidade neste recuou é a dúvida no momento. Em caso de uma safra de inverno normal no Brasil, o importante para a formação do preço no mercado do milho é o fluxo de exportações, principalmente no cultivo da 2ª safra. Quando ocorrer um bom fluxo de exportações, uma menor pressão de oferta é registrada, porém, uma exportação discreta (como ocorreu em abril) implica em pressões internas maiores nas cotações. Sendo assim, em curto prazo, é importante avaliarmos o fluxo de exportação e o bom desenvolvimento do milho 2ª safra. Neste sentido, a perspectiva depende muito de um panorama internacional favorável e de um bom volume de chuvas. Com as condições de desvalorização da moeda americana e com o aumento no valor do petróleo, os preços podem se manter firmes neste curto prazo. Porém, com a confirmação de perdas acentuadas no milho safrinha, elevações de preço devem ocorrer. Já para o milho 2ª safra, as condições de preços são fortemente dependentes das cotações internacionais. Os últimos anos têm mostrado que o único balizamento de preço para o segundo semestre é a exportação. Neste sentido, o produtor que busca uma melhor rentabilidade na comercialização de sua 2ª safra deve acompanhar as questões internacionais. Negócios antecipados vêm ocorrendo e o importante é sempre diversificar a comercialização buscando maximizar os lucros.

Leonardo Machado é assessor técnico para a área de cereais, fibras e oleaginosas da Faeg

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Cartão Produtor

Saúde e bem-estar com o Cartão Produtor A coluna Cartão Produtor deste mês oferece uma série de parceiros preocupados com a saúde e com o bem-estar dos beneficiários. As opções vão de academias de ginásticas, clínicas de fisioterapias e esporte a profissionais na área de nutrição de fonoaudiologia.

WORLD ACADEMIA A World Academia oferece aos beneficiários do Cartão Produtor 5% de desconto na tabela de planos e 50% na matrícula. End.: Rua 115, nº 1024, St. Sul, Goiânia. Telefone: (62) 3622-3648. Site: www.worldacademia.com.br

FITE – ASSESSORIA EM FISIOTERAPIA E ESPORTE A Fite – Assessoria em Fisioterapia e Esporte oferece 5% na prestação de serviços de fisioterapia (RPG, osteopatia, acupuntura, reabilitação ortopédica e esportiva e shiatsu) e 21% no fechamento de pacotes. End.: Rua 128A, Qd. F-29, Lt. 8, St. Sul. Telefone: (62) 3241-7260 Site: www.fitesaude.com.br

ACADEMIA BURITI SPORT CENTER Os beneficiários do Cartão Produtor de Jataí e região tem 20% de desconto na mensalidade da Academia Buriti Sport Center. End.: Rua Joaquim Caetano, nº 1357, Setor Samuel Graham - Jataí - GO Telefone: (64) 3631-6409.

ACADEMIA ESPAÇO FÍSICO A Academia Espaço Físico oferece 10% de desconto aos beneficiários do Cartão Produtor de Bom Jesus de Goiás. End.: Avenida Presidente Vargas, esquina com a Rua 03- Bom Jesus - GO Telefone: (64) 3608-2706.

CLINICA ÁPICE A Clínica Ápice, em Jataí, oferece 20% de desconto na sessão de acupuntura. As fisioterapeutas responsáveis são: Cássia Rezende Prado (CREFITO 11/95343-F) e Adriana Oliveira (CREFITO 108638- F). End.: Rua 22, nº 69, Centro - Jataí - GO Telefone: (64) 3636-7872.

NUTRICIONISTA - DRª. PAULA NAYARA SILVA A nutricionista Paula Nayara Silva oferece 35% de desconto nas consultas. A profissional atende no Hospital Cristo Redentor. End.: Avenida Pio XII, nº 551, Centro Iporá - GO Telefone (64) 3674-1052.

CLÍNICA FISIOVIDA - REINTEGRAÇÃO FÍSICA PSÍQUICO SOCIAL A fisioterapeuta Mara Cristina R. Guimarães, a fonoaudióloga Luciana Acríntia Cesário e a psicóloga Claudiana Cássia Paiva Ferreira atendem na Clínica Fisiovida – Reintegração Física Psíquico Social e oferecem 30% de desconto aos beneficiários doCartão Produtor. End.: Pç. Bacuri, Qd. 95, Lt. 03, Centro de Rubiataba - GO Telefone: (62) 3325-1820.

FISIOTERAPEUTA DRª. KÁTIA MARA TAVARES Em Iporá, a fisioterapeuta Kátia Mara Tavares oferece 30% nas consultas. A profissional atende no Hospital Cristo Redentor End.: Avenida Pio XII, nº 551, Centro Iporá - GO Telefone: (64) 3674-1052 ou 3674-1384. FONOAUDIÓLOGA – MEIRILENE PEREIRA ALFES A fonoaudióloga Meirilene Pereira Alfes oferece 30% de descontos nas consultas aos beneficiários do Cartão Produtor. End.: Avenida Goiás, esquina com a Rua Lázaro Vieira, Centro - Iporá - GO Telefone: (64) 3674-1388.

Informações sobre Como participar: www.cartaoprodutor.com.br [62] 3096.2200 ou na sede de Sindicato Rural mais próximo.

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Sérgio Luiz

Missão China

Negócio com a China Para garantir a segurança alimentar da população, empresas chinesas vão financiar plantio de soja nas regiões Norte e Nordeste de Goiás Karine Rodrigues | karine@faeg.com.br

A

Membro da comitiva chinesa observa qualidade da lavoura goiana

expansão do plantio de soja nas regiões Norte e Nordeste de Goiás, com o objetivo de produzir de 6 a 7 milhões de toneladas de soja em cinco anos em uma área de 2,5 milhões de hectares, é o que Goiás vai oferecer aos grupos chineses interessados em investir no Estado. Um acordo comercial entre Goiás e a província chinesa de Hebei está praticamente fechado. As conversas entre as partes foram iniciadas há mais de um ano e no início de abril, uma comitiva chinesa esteve em Goiás para assinar um termo de cooperação entre os dois Estados. Porém, o documento foi assinado pelo secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás, Antônio Flávio Camilo de Lima, em visita feita ao país asiático no final do mesmo mês. O valor total do projeto está estimado em R$ 10,2 bilhões. Tudo terá início em um projeto piloto cujos resultados vão se proliferar nas áreas onde estão previstas a instalação do plano. A meta dos agricultores goianos é produzir o equivalente a toda produção atual do Estado, que é de 6 milhões de toneladas. O chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais do Governo de Goiás, Elie Chidiac, que também foi à China, disse que o governo já avaliou todos os lados da vinda dos chineses. Ele esclareceu que o mercado goiano segue a política de livre comércio, de competitividade assegurando a concorrência legal entre todos os jogadores ou todas as empresas que vierem a

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se instalar no Estado. Os chineses necessitam do alimento. No atual momento, eles atravessam um período de risco inflacionário muito grande na economia local. Os números comprovam que a maior contribuição no índice inflacionário da China foi a alimentação, que chegou a 12%. “Eles entendem que tem dinheiro, que é o maior mercado consumidor do mundo e sabem que podem estar dentro do grupo de grandes empresas competitivas internacionalmente a explorar, em especial, o setor de alimentos, e especificamente o de soja. A visão do governo é beneficiar a maioria nesse aspecto,” ressalta Chidiac. A expectativa, tanto do governo quanto da iniciativa privada, é que a participação de uma empresa concorrente de grande porte vai beneficiar o produtor, que poderá ser melhor remunerado. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, diz que a negociação com a China é mais um passo para o desenvolvimento da agricultura goiana. Ele relata que o setor tem uma consolidação, que é trabalhada há anos na pecuária e na agricultura, e o projeto com a China ocorre em um momento em que há possibilidade real de incremento de área e de plantio. “Nós temos tecnologia, clima, solo e uma infraestrutura razoável, mas que precisa ser melhorada. Eu vejo neste plano uma oportunidade de fomentar toda a cadeia produtiva”. maio/2011 CAMPO | 11


Sérgio Luiz

mISSÃO china cHINA Missão

José Mário explica que a Faeg pode contribuir com o projeto por meio da capilaridade dos seus 125 Sindicatos Rurais de levar a informação aos produtores. Seja para aqueles que querem arrendar área ou para aqueles que buscam novas alternativas de estar fazendo essa troca de informações.

Chineses em visita à Fazenda Capão, em Cristalina

Mercado chinês O economista, doutor e escritor de dois livros sobre a China, Idaulo José Cunha, explica que as reservas cambiais do país chinês somam US$ 3 trilhões de dólares, as quais respaldam a vigorosa política de investimento externo. “A China está executando ambicioso plano de investimentos no exterior, em todos os continentes, asiático, africano e da América do Sul”, diz. Segundo ele, a parceria com a China deve ser encarada na esfera comercial, de forma que as duas partes tenham benefícios equivalentes. A indicação é para que o governo estadual inclua nas negociações com os chineses projetos de infraestrutura nas áreas que abrigarão os investimentos em plantio, processamento e armazenamento de soja. Uma das diretrizes chinesas é a de distribuir os investimentos em diferentes regiões e países e outra básica é a da potencialidade da área selecionada. Goiás, por exemplo, ainda oferece terras com elevado potencial de produtividade. A China é a segunda economia mundial e em 2016 superará o PIB americano, em termos de paridade de poder de compra da moeda. Pelo critério mais rígido de medição do PIB – o de preços correntes em dólares – a ultrapassagem da China se dará em 2026, quando conquistará plenamente a posição de maior economia do mundo. De acordo com Idaulo Cunha, não só vale a pena negociar com os chineses, como também é um imperativo iniciar de imediato relacionamento com a futura maior economia do planeta. O presidente do Conselho Regional de Economia de Santa Catarina e especialista na área de co-

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mércio bilateral com a China, Paulo de Tarso Guilhon, explica que no aspecto econômico, a China pretende desonerar os custos de transação da soja. A instalação em Goiás faz parte de uma tentativa de hegemonia internacional. A instalação no país estrangeiro desonera os custos de transação na medida em que elimina os intermediários e pode beneficiar também o comércio interno. Ele aponta como aspecto negativo um fato que não se deve esquecer: “Embora, para Goiás seja interessante absorver investimentos chineses, o risco que se corre pela magnitude das transações com a China é de perda da soberania de decisão de nossos destinos”. Projeto para Goiás O secretário da Agricultura, Antônio Flávio Camilo de Lima, destaca que o cronograma de trabalho já está pronto, assim como o relatório do grupo de trabalho, que passará por análise e será encaminhado para o secretário de Assuntos Internacionais, que enviará os resultados à China e fará um convite para a vinda dos chineses a Goiás. Antonio Flávio acredita que o país asiático vai possivelmente ter interesse em comprar um pouco da soja que Goiás já tem disponível para vender, independente do incremento de área. “Naturalmente, se eles abrirem condições de novos contratos, começa a gerar estímulo para a ampliação da área. Então, imagino que, como eles têm a necessidade emergente de comprar essa soja, é possível que se inicie o plantio na próxima safra de verão. Eu diria que é muito provável, vai depender da negociação e do interesse das empresas chinesas com a iniciativa privada”, acrescenta. De acordo com o analista de mercado da Faeg e representante no grupo de trabalho da China, Pedro Arantes, todo o conceito do projeto se vale do aproveitamento de pastagens degradadas que necessitam de renovação. Além disso, na região a partir do município de Jaraguá, no sentido norte há cerca de oito milhões de hectares que estão com baixa lotação de animais. “Faz parte do objetivo do projeto fazer a integração entre pecuária e agricultura atendendo as modernas técnicas de gestão e respeitando as normas ambientais”, destaca. Arantes explica que as regiões onde o projeto será concentrado precisam de dinamização econômica. O último censo realizado em 2006 mostra que há um processo de esvaziamento nos municípios onde a atividade econômica é fraca. Esse fator explica o interesse extremo dos produtores em participar do projeto China/Goiás. O analista da Faeg relata que foram feitas reuniões em cinco cidades pólos – Padre Bernardo, Porangatu, Jaraguá, www.sistemafaeg.com.br


São Miguel do Araguaia e Uruaçu. Dos 130 produtores entrevistados, todos concordaram em participar do projeto. “Enquanto nós começamos nossas discussões agora, do lado chinês as discussões sobre a inserção em outros países é feita há anos”, diz Arantes. Por isso já foram realizadas várias visitas políticas, empresariais e técnicas de chineses no Brasil e o contrário também. No caso goiano, a província de Hebei vai bancar o projeto por meio de empresas estatais ou privadas. Uma das metas é que a partir do momento em que a produção estiver consolidada, serão criadas indústrias para beneficiar a soja plantada. Já foi enfatizado e será ratificado no contrato que o pagamento do financiamento seja em prazo longo e compatível com a capacidade de pagamento dos produtores. Toda estrutura será erguida até o porto de Itaqui. A viabilidade econômica do projeto é factível, porém, a parte operacional precisa ser toda construída. Será necessário financiar a limpeza das áreas a serem plantadas, preparação e correção do solo, a compra de máquinas e implementos e erguer armazéns dentro das propriedades. “Os chineses já tomaram a decisão de começar o projeto o mais rápido possível. E nós não estamos fazendo o negócio da China e sim negócios com a China”, enfatiza Pedro Arantes.

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Visita dos chineses em Goiás Esta é a terceira vez que uma missão chinesa visita Goiás. O grupo visitou o município de Cristalina, no dia 1º de abril e foram à Fazenda Capão, onde conheceram a integração entre produção de alimentos a partir da matéria-prima milho e a elaboração de ração para o gado confinado. Os chineses ficaram impressionados com o ritmo e organização da produção. O inspetor Li Da Bei disse que dessa vez teve uma visão completa do que é Goiás e do seu potencial para investimentos. O projeto goiano prevê o plantio e produção de soja por produtores brasileiros e não haverá venda de terras para as empresas chinesas produzirem. O interesse chinês pela soja goiana se deu pelo fato de Goiás ser um grande exportador para a China e pela boa comunicação entre o Estado e a província de Hebei. De acordo com o levantamento da Superintendência de Comércio e Serviços da Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás, os dados consolidados de 2010 apontam que 17,4% das exportações goianas têm a China como destino por três anos seguidos. Trata-se do principal comprador de produtos brasileiros. Em segundo lugar está a Holanda com 11,7%, seguida pela Índia com 7,69%. O carro-chefe das exportações no ano passado foi o complexo soja com participação de 33% no total e rendimento de US$ 1,3 bilhão FOB. Seguido pelo complexo carne, minério e açúcar.

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Sindicato Rural de Indiara

Ação Sindical

Indiara

EXEMPLO A SER SEGUIDO O produtor rural de Indiara, Aldo Maciel de Oliveira, plantou arroz juntamente com mudas de plantas nativas do Cerrado, com o objetivo de reflorestar uma área próxima à represa. A colheita do grão ocorreu à moda antiga, isto é, houve a necessidade de mão de obra braçal, para que as árvores ganhassem mais espaço para crescer. (Colaborou: Léia Nogueira)

Inaciolândia e Almerindonópolis

O Nosso Sistema em Ação O Sindicato Rural de Inaciolândia em parceira com a Acaer e com o Sistema Faeg/Senar realizou no dia 7 de maio, o evento Nosso Sistema em Ação. Com uma programação extensa, o dia de trabalho teve como principais atividades, o caminhão do Programa Útero é Vida e o ônibus da Fundação Banco de Olhos, além da prestação de outros serviços como aferir pressão, teste de diabetes, corte de cabelo, apresentação das crianças do Agrinho e feira das artesãs locais. Também houve plantio de árvores dentro do programa Carbono Zero e palestras educativas. No dia 8 de maio foi a vez de Almerindonópolis receber o evento.

Doverlândia

Ação do agrinho Mais de 70 professores da rede estadual e municipal de ensino de Doverlândia participaram no dia 9 de maio do Encontro do Agrinho. A abertura do evento contou com a participação do presidente do Sindicato Rural do município, Bruno Heuser Higino, que falou sobre a importância do programa e a responsabilidade dos professores na conscientização ambiental dos alunos e, Sindicato Rural de Doverlândia

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consequentemente, da comunidade.

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Caiapônia

Rio Verde

ENCONTRO DO PER Jana Tomazelli

O Sindicato Rural de Caiapônia mobilizou mais uma turma de produtores para participar do Programa Empreendedor Rural (PER). Esta é a terceira turma montada na região. A reunião de mobilização ocorreu no dia 29 de abril, no auditório da prefeitura, com a participação da diretoria do Sindicato Rural, Sebrae e do Sistema Faeg/ Senar. A data do primeiro encontro será agendada. (Colaborou: Rosângela Cares Domingues)

Leilão Especial O Sindicato Rural de Rio Verde realizou no dia 26 de abril o 7º Leilão Especial da entidade. O evento contou com 5.400 mil animais de cria, recria e engorda e foi gerado em média R$ 2,8 milhões em negociação.

Campo Saúde

Atendimento especializado gratuito No mês de abril, o programa Campo Saúde realizou 8.325 mil atendimentos médicos, odontológicos e de cidadania. Os produtores e trabalhadores rurais, familiares e comunidade em geral dos municípios de Cezarina, Palmeiras de Goiás, Guapó e Abadiânia foram consultados gratuitamente por profissionais nas áreas de pediatria, ginecologia, clínica geral, dermatologia, oftalmologia e ortopedia, além de atendimentos odontológicos, aferição de pressão, teste de glice-

Jana Tomazelli

mia e expedição de documentos pessoais. Realizado pelo Sistema Faeg/ Senar e Sindicatos Rurais dos respectivos municípios, o evento contou também com o apoio das prefeituras municipais e demais parceiros.

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João Faria

transgênicos

Produção recorde Brasil se mantém na segunda posição mundial no cultivo de plantas geneticamente modificadas Karine Rodrigues | karine@faeg.com.br

N

o início de maio, o Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), em conjunto com o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), divulgou o resultado de um levantamento que aponta novamente o Brasil como segundo maior produtor de alimentos geneticamente modificados do mundo, em 2010. Esse dado mostra o empenho dos pesquisadores e técnicos brasileiros no desenvolvimento de variedades de plantas resistentes a diversos tipos de infestações de pragas, doenças e outros. Tudo isso parece muito longe da realidade do cidadão que vai à feira ou ao supermercado

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para comprar frutas, verduras, arroz, feijão, óleo de soja e qualquer outro tipo de alimento. Porém, essa realidade de alta tecnologia está muito próxima do brasileiro.Exemplo de quem produz a partir de sementes transgênicas não faltam. O produtor de Itaberaí, Paulo Araújo, produz soja a partir de sementes geneticamente modificadas desde 2006. Ele, que é filho de produtor rural, disse que o uso de transgênicos é a grande solução para a produção, e que a decisão de utilizá-los não tem volta, pois as vantagens de manejo são inúmeras. Na última safra, ele plantou 170 hectares de soja e plantará milho com sementes geneticamente modificadas. www.sistemafaeg.com.br www.faeg.com.br


João Faria Marcus Vinicius

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O produtor explica que mesmo em tempo chuvoso, como ocorreu na última safra de verão, ele teve que fazer apenas duas aplicações de herbicida glifosato na área, uma antes de plantar e a outra depois da semeadura. “Mesmo a semente sendo um pouco mais cara, compensa pela economia com o óleo diesel das máquinas, mão de obra e menor exposição humana ao produto químico”, diz. Quem compra sementes transgênicas paga o valor dos grãos acrescido do royalty, que pode ser pago no ato da compra ou com 2% da produção.

ca, o produtor provavelmente terá que fazer no máximo 1. Produtor duas aplicações de herbicida. O agrônomo especialista Paulo Araújo em melhoramento genético de plantas e pesquisador de em sua planalgodão e soja, Adriano Borges Oliveira, afirma que não tação de soja geneticamente há nenhum tipo de restrição para o consumo humano de modificada alimentos provenientes de sementes GM. As sementes 2. As facilidaforam aprovadas pela CTNbio, que já fez análises de re- des no manejo levaram Carlos síduos para ver se há alguma resistência. Hoje a produtividade da soja transgênica está equipa- Medeiros a rada a soja tradicional e não há competição com as ervas plantar soja transgênica; daninhas. Porém, outro problema tem surgido. São as er3. Soja se destavas daninhas resistentes ao glifosato – as mais comuns ca na produção Comparação são a erva quente e a trapoeraba. Por esta razão, estudos de transgênico Além disso, o erro é mais difícil de ocorrer, a não ser são feitos para encontrar formas de reduzir a infestação no Brasil que haja problemas climáticos, mas o manejo e a adubaRedução no uso dos herbicidas ção são as mesmas da soja convencional. A média de proO engenheiro agrônomo e produtor rural, Carlos Medeiros, utiliza dutividade também sobe. Enquanto o normal é produzir sementes transgênicas há três anos e disse que optou por esse tipo de 55 a 60 sacas por hectare, com a semente modificada, de semente pela facilidade no manejo e aumento na produtividade. a média é superior a 60 sacas por hectare. Ele alerta que, com o uso da semente geneticamente modificada, a Paulo Araújo relata que o resultado final é ótimo: janela para a aplicação do herbicida é maior e quando ele é feito, a plantas saudáveis, sem interferência de plantas daninhas erva daninha é erradicada em qualquer época. “Ao utilizar a semente na lavoura. Segundo o produtor, no município em que tradicional, as perdas ocorrem em dobro, pois a umidade interfere ele vive, em Itaberaí, quase 100% da semente usada é mais na planta e as ervas daninhas na disputa de espaço”, explicou. Medeiros diz não acreditar na volta do uso intensivo da semente geneticamente modificada. Recomendações O mais recomendado pelos engenheiros agrônomos para a soja convencional são de duas a três aplicações de herbicida. Ao utilizar a semente de soja transgêni-

convencional, pois a grande preocupação do mundo nos próximos 20 anos é alimentar o mundo. “Isso só será possível com o uso dos transgênicos”, destaca. Quanto ao milho, o grão produzido com semente transgênica é de 5% a 10% mais produtivo que o convencional. O agrônomo diz que a preocupação no momento é não provocar resistência aos herbicidas mais utilizados.

Investimento em pesquisa Em Goiás, o trabalho de melhoramento de sementes é realizado principalmente por entidades governamentais como a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro), Embrapa e empresas que tradicionalmente já estão nesse mercado. A Seagro, por exemplo, trabalha há cerca de 10 anos no desenvolvimento de sementes transgênicas nas áreas experimentais de Luís Alves, Senador Canedo, Rio Verde, Anápolis e Porangatu. Em cada unidade o foco é diferente. Em Senador Canedo, há uma parceria para o desenvolvimento de transgênicos com a empresa multinacional Monsanwww.senargo.org.br

to nos eventos Roundup Ready (RR). Mas também está em fase de acordo o contrato para trabalhar com o evento Advanced da multinacional Basf. Ambos conferem resistência da soja à herbicidas. Ou seja, a planta resultada destas sementes geneticamente modificadas contém nos genes a informação capaz de tornar mais resistente as aplicações de herbicidas. As demais plantas, que podem aparecer na mesma área em que a soja é cultivada, morrem com a aplicação de herbicida e a soja permanece viva. Nas plantas geneticamente modificadas com resistência ao herbicida são necessárias menos aplicações do defensivo, o que torna o custo de produção mais barato. Também são grandes os benefícios ambientais, pois há menos resíduos. maio/2011 CAMPO | 17


transgênicos dessas plantas, para que o produtor não aumente o custo de produção. Outra recomendação é para os produtores que plantam soja transgênica e soja convencional no mesmo espaço. Neste caso, o ideal é que seja utilizado um herbicida diferente do glifosato na soja comum para preservar a produção geneticamente modificada.

Segundo lugar na produção de transgênico Em um levantamento feito pelo Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) apontou o Brasil como o segundo maior produtor de transgênico no mundo. O País plantou em 2010, 25,4 milhões de hectares com culturas geneticamente modificadas ou transgênicas. Número que corresponde a um crescimento de 19% em relação a 2009 (equivalente a 4 milhões de hectares). Trata-se do maior índice de crescimento entre os países produtores de transgênicos, especialmente em razão da rápida adoção do milho. A área plantada no Brasil em 2010 corresponde a 17% de toda área plantada no mundo, que foi de 148 milhões de hectares. A biotecnologia na agricultura é adotada nos principais Estados produtores brasileiros, entre eles: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins. Dos 25,4 milhões de hectares de culturas transgênicas no Brasil, aproximadamente 75% são de soja, com 17,8 milhões de hectares. Em segundo lugar o milho com 55% e 7,3 milhões de hectares e 2% de algodão com 0,25 milhão de hectares. Segundo o relatório, com a capacidade de levar à produção até 100 milhões de hectares de área plantada, o Brasil continuará sendo a mola propulsora na adoção global de plantações biotecnológicas e está investindo em infraestrutura para apoiar esse crescimento.

A recomendação de Borges é para que o produtor não utilize as transgênicas em 100% da área que for cultivar. O ideal é deixar no mínimo 20% de soja convencional. Neste ano, ainda será firmado um convênio entre a Seagro e a Monsanto para o desenvolvimento de sementes, cuja futura planta será resistente a lagartas e herbicidas. Atualmente, a secretaria trabalha com soja e a perspectiva é de trabalhar com algodão. Nesse caso, será usada a semente do RR Flex, que torna a futura planta resistente a lagarta e ao herbicida mais usado nas lavouras, o Bollgart2.

Impactos econômicos e ambientais

D

e acordo com o ISAAA, as avaliações de impacto mundial das culturas transgênicas indicam que, no período de 1996 a 2008, os ganhos econômicos de US$ 51,9 bilhões foram gerados em razão dos custos reduzidos de produção (50%) e dos ganhos de rendimento (50%) de 167 milhões de toneladas. Teriam sido exigidos 62,6 milhões de hectares adicionais para produzir a mesma quantidade, não tivessem sido empregadas as culturas geneticamente modificadas. Durante o mesmo período, a redução de defensivos foi avaliada em 268 milhões de quilos de ingredientes ativos, uma economia de 6,9%. Só em 2008, a redução da emissão de CO2 na atmosfera com os transgênicos é estimada em 14,4 bilhões de quilos de CO2, equivalente à remoção de sete milhões de carros das ruas.


Especial

código Florestal

Mais um passo para a legalização no campo Após 45 anos, as regras para regularizar a atividade agrícola e a preservação ambiental brasileira integraram a pauta do legislativo. O resultado foi a aprovação do projeto do novo Código Florestal Brasileiro na Câmara dos Deputados Fernando Dantas - Especial para a Campo | revistacampo@faeg.com.br

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Kátia Abreu e Ronaldo Caiado demonstram otimismo antes da votação na Câmara

C

om 410 votos a favor, o projeto de atualização do

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e

Código Florestal Brasileiro, proposto pelo deputado

Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, a principal

federal Aldo Rebelo (PC do B/SP), foi aprovado na

mudança, especialmente em Goiás, será em relação à consol-

Câmara dos Deputados, em sessão realizada no dia

idação das áreas produtivas. De acordo com ele, haverá no

24 de maio, em Brasília. De 474 parlamentares presentes,

Estado uma divisão em três grupos, sendo que no primeiro

63 votaram contra e houve uma abstenção. Na ocasião foi

caso estão os produtores que abriram suas áreas antes de

aprovada também a emenda 164, por 273 votos a 182, que

1989, quando a legislação ainda não previa a exigência da

dá aos Estados, por meio do Programa de Regularização

averbação da Reserva Legal de 20% para Goiás. A medida

Ambiental (PRA), o poder de estabelecer outras atividades

liberará esses produtores de fazer o reflorestamento.

que possam justificar a regularização de áreas desmatadas.

Já aqueles que desmataram no período de 1989 a julho

A emenda, que dividiu a base governista e tem sido ponto

de 2008, quando passou a vigorar a exigência de Reserva

de desavença, permite o uso das áreas de preservação per-

Legal, estão em um segundo grupo e poderão continuar

manente (APPs) já ocupadas com atividades agrossilvipas-

com as atividades consolidadas, porém precisam recompor

toris, ecoturismo e turismo rural. O desmatamento deve ter

ou compensar área desmatada, desde que seja no mesmo

ocorrido até 22 de julho de 2008.

bioma. Especialistas garantem que esse ponto é controver-

A aprovação do texto na Câmara representa a primeira

so e corre o risco de ser alterado no Senado. O motivo é que

etapa de um projeto que está sendo discutido há 12 anos,

o governo defende que a definição das áreas consolidadas,

com debates acirrados e intensos nos dois últimos anos, e

desse grupo de produtores, seja feito por decreto presiden-

mais de 120 audiências. O próximo passo é a apreciação

cial e não pelos próprios Estados, através do PRA.

e votação no Senado Federal. Se aprovado, seguirá para

Na última situação estão os produtores que desmata-

sanção da presidente da República, Dilma Rousseff. Já em

ram após julho de 2008 e não se enquadram no projeto de

caso de mudança, o projeto terá que retornar para a Câ-

Lei do novo Código Florestal. Eles estão sujeitos a todas

mara dos Deputados para nova apreciação.

as medidas punitivas como multas, embargo e a própria

Jana Tomazelli

Especial


Diógenis Santos

Código Florestal

Deputados votam a favor do novo Código Florestal

obrigação de retirada da atividade produtiva das áreas

os rios estreitos com até dez metros de largura. O novo

não permitidas pela lei. Além disso, esses produtores do

texto permite, para aquelas margens de rio totalmente

terceiro grupo estão obrigados a recompor as áreas que

desmatadas, a recomposição de 15 metros. O que isso

foram desmatadas para plantio agrícola.

quer dizer? Que rios de até 10 metros de largura, onde

Os proprietários agrícolas que tiverem multas, mas que

a APP está preservada, continua valendo o limite de 30

decidirem regularizar seu imóvel recuperando as APPs e

metros. Para rios totalmente sem mata ciliar o produtor

a Reserva Legal, terão a multa suspensa. De acordo com

ainda está obrigado a recompor 15 metros.

o projeto aprovado, para obter a suspensão, o produtor

Nas APPs de topo de morros, montes e serras com

deverá procurar o Órgão Ambiental e aderir ao Programa

altura mínima de 100 metros e inclinação superior a 25º,

de Regularização Ambiental (PRA). Os interessados terão

o novo Código permite a manutenção de culturas de es-

um ano para aderir, porém o prazo começara a contar a

pécies lenhosas – uva, maçã e café, por exemplo – ou

partir da criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que

de atividades silviculturais, assim como a infraestrutura

deverá ocorrer em até 90 dias da publicação da futura lei.

física associada a elas. É válido também para os locais

Todos os imóveis rurais deverão se cadastrar.

com altitude superior a 1,8 mil metros.

Outros pontos do novo Código

O novo código prevê ainda que os pequenos produ-

O texto aprovado na Câmara prevê algumas mudanças

tores não têm a obrigação de recompor a Reserva Legal

no projeto, mas existem outros pontos que continuam os

em propriedades de até quatro módulos fiscais, de 40 a

mesmos da versão original proposta pelo deputado Aldo

100 hectares, dependendo da região. Já para quem tiver

Rebelo. É o caso das faixas de proteção nas margens dos

Reserva Legal em excesso poderá emitir a Cota de Reser-

rios que vão continuar exatamente como a lei vigente

va Ambiental (CRA). A cota será um título que represen-

atual – 30 a 500 metros dependendo da largura do rio -,

tará o mesmo tamanho da área que deveria ser recom-

mas passam a ser medidas a partir do leito regular e não

posta. A emissão da cota será feita pelo órgão ambiental

do leito maior nos períodos de cheia. A exceção é para

a pedido do dono da terra preservada com vegetação


Relator do projeto, Aldo Rebelo, comemora resultado da votação

nativa ou recomposta em área excedente à reserva legal

não pode ocorrer, já que a aprovação do texto e emenda

devida em sua propriedade.

164 traz legalidade ao setor da agropecuária brasileira.

O título poderá ser cedido ou vendido a outro propri-

“O produtor quer normas e regras claras, quer segurança

etário que tenha déficit de Reserva Legal. O proprietário

jurídica. Nós não podemos ficar nas instruções normativas

da terra que pedir a emissão do CRA será responsável

do Ibama e do Conama. Hoje o sentimento é de quem quer

pela preservação, podendo fazer um plano de mane-

legalizar e trazer segurança a um setor que é reconhecido

jo florestal sustentável para explorar a área. O CRA só

internacionalmente, que é o setor primário”, informa.

poderá ser cancelada a pedido do proprietário que pediu

A presidente da Confederação da Agricultura e

a emissão ou por decisão do órgão ambiental no caso de

Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, enfatiza que, em

degradação da vegetação nativa vinculada ao título.

nenhum ponto, o novo código ou a emenda que trata da PRA pelos Estados, incentiva o desmatamento. Segundo

Com a palavra...

ela, em 2005, o ex-presidente da República, Luiz Inácio

“O novo código oferece maior segurança jurídica

Lula da Silva, fez o compromisso em Copenhague, na Di-

ao meio rural e maior tranquilidade aos produtores,

namarca, de reduzir o desmatamento em 80% até 2020.

além disso, irá proporcionar ao Brasil um crescimento

“Nós estamos em 2011 e cumprimos a meta em 77%. Por-

econômico sem prejuízos à natureza”, defende o presi-

tanto, essa é a prova concreta e demonstra o zelo e o

dente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás

cuidado dos órgãos de regulação dos Estados. O Ibama

(Faeg), José Mário Schreiner. De acordo com ele, se o có-

apenas fiscaliza. Mas quem dá a licença de desmatamento

digo não for sancionado pela presidente, Goiás será o

são os órgãos ambientais estaduais. E a realidade mostra

Estado mais prejudicado do Centro-Oeste. “Serão quase 4

que conseguimos cumprir a meta quase 10 anos antes

milhões de hectares que deixarão de produzir, o que rep-

do estipulado”, acrescenta. Kátia diz que o questiona-

resenta 20% da produção agrícola estadual”, ressalta.

mento das ONGs e União sobre passar para os estados a

Para o deputado Federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), isso

definição do que pode ser cultivado nas APPS é medo de

Leomardo Prado

Especial


Jana Tomazelli

Código Florestal

José Mário Schreiner cumprimenta o deputado Odacir Zonta (PP/SC), junto a Uvalter Leite, Katia Abreu e Valdir Colatto (PMDB/SC)

perder o poder político. “Porque por meio do poder políti-

sentantes do setor agrícola e demais autoridades, exis-

co as ONGs conseguem o poder financeiro”, confessa.

tem deputados que aprovam o projeto com restrições.

De acordo com o ex-ministro da Agricultura, Reinhold

É o caso do deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-

Stephanes, o novo texto cria maior estabilidade no campo,

SP). Ele quer que seja acrescentado ao projeto punição

pois acaba com o grande problema que o setor agrícola

adicional para quem reincidir em agressões ao meio am-

enfrenta em relação a uma legislação complexa, difícil,

biente. Além disso, o deputado defende que é preciso a

elaborado fora da realidade brasileira. “O atual código não

manifestação popular nesse caso. Por isso, segundo ele, o

deixa produzir e nem preservar. Acho que a nova propos-

Partido Socialismo e Liberdade deve entrar com proposta

ta traz um equilíbrio e uma segurança jurídica ao campo.

de referendo popular para que a sociedade contribua na

O texto é equilibrado, é bom. Uma comissão percorreu o

aprovação ou não do novo Código Florestal Brasileiro.

Brasil, houve um debate bastante amplo”, afirma. Apesar da aprovação de vários deputados, repre-

Governo quer alterar 11 pontos no Senado O governo quer alternar no Senado 11 pontos da refor-

à bancada do PT. No encontro, a ministra disse que pelo

ma do Código Florestal, aprovada pela Câmara. Fazem

menos cinco desses pontos são estratégicos para garantir

parte da lista a anistia aos produtores, o ressarcimento dos

um novo código sem prejuízos para o meio ambiente.

serviços agrícolas e a participação dos Estados na regulari-

O projeto do novo Código Florestal foi entregue ao

zação ambiental. O Palácio do Planalto também quer am-

Senado no dia 1º de junho e o senador Jorge Viana (PT/AC)

pliar os benefícios para a agricultura familiar. A proposta

foi escolhido para ser relator da matéria na Comissão de

de alterações no texto elaborado pelos deputados foi apre-

Meio Ambiente. Os relatores das Comissões de Agricultura

sentada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,

e Constituição e Justiça, ainda não foram definidos.


SAFRAS

Crescimento e desafio Início da safra marca período de expansão. Faeg orienta usinas e produtores a formarem parcerias para fornecimento de cana-de-açúcar Fernando Dantas - Especial para a Campo | revistacampo@faeg.com.br

24 | CAMPO maio/2011

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Jana Tomazelli

P

rodução de etanol na marca de 3 bilhões de litros, açúcar com 1,8 milhão de toneladas e cana-de-açúcar chegando a 48 milhões de toneladas. Essa é a projeção para a safra 2011/2012 de cana em Goiás. Os números representam apenas 3,3% de aumento se comparados à safra passada. Apesar de ser um crescimento pequeno, o Estado quer, com essa perspectiva, se firmar como segundo lugar na cogeração de energia, quarto em produção de açúcar e segundo maior produtor de etanol no Brasil – atrás apenas de São Paulo. Para chegar a esse resultado, foi aberta oficialmente em Goiás, no início de maio, a safra 2011/2012, com solenidade realizada na Usina Boa Vista, em Quirinópolis (GO), município localizado na região Sudoeste do Estado. A unidade, que pertence à Nova Fronteira Bioenergia, joint venture formada entre o Grupo São Martinho e a Petrobras Biocombustível, recebeu a

presença de produtores, empresários, representantes de sindicatos e associações ligadas ao setor agrícola e sucroalcooleiro, além de autoridades, como o governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo, que iniciou, na unidade, a colheita de cana para moagem. Até o dia do lançamento oficial da safra, Goiás já registrava o início da colheita e moagem em 22 usinas, do total de 33 unidades em operação no Estado. Outra usina está em fase de construção em território goiano. “Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais foram os Estados que registraram aumento de produção na última safra e deverão crescer na 2011/2012”, garantiu o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado (Sifaeg), André Luiz Rocha. Segundo ele, mesmo o aumento sendo baixo, se comparado ao registrado no período de 2000 a 2008, que era de 10,4% por ano, o crescimento está acima da média nacional.

Colheita de cana inicia em Goiás com projeções positivas na produção de etanol e açúcar

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Safras

Produtor fornecedor A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faeg) tem buscado orientar o agricultor a diversificar sua produção. Segundo o diretor-secretário da entidade, Bartolomeu Braz Pereira, mesmo com expectativas positivas, até de preços acima da média e aumento da demanda por etanol, principalmente com a crescente venda de veículos flex, o produtor deve procurar investir em outras culturas. “O setor sucroenergético passou por uma crise nos últimos anos e está se fortalecendo. Para não ter problemas no futuro, a orientação é que o agricultor diversifique sua atividade, intercalando a cana com outras culturas, como soja, milho e demais atividades rurais”, ressaltou. A Entidade defende que as usinas devem se conscientizar quanto à necessidade e importância para o setor produtivo goiano de promover a harmonia entre as culturas agrícolas dentro da propriedade. “É importante esclarecer que as usinas devem deixar de oferecer apenas propostas de arrendamento das terras e perceber que com o produtor como fornecedor de cana-de-açúcar pode ser muito mais rentável para a usina devido à experiência do homem do campo em conseguir melhores produtividades”, explica o presidente da Federação, José Mário Schreiner. Ele comenta que a Faeg tem buscado, junto às entidades ligadas ao setor sucroenergético goiano, medidas de incentivar que os usineiros insiram os fornecedores de cana no processo de cultivo da matéria-prima. Segundo ele, apenas 8,8% das terras com cana de açúcar não são em sistema de arrendamento. O presidente acredita que essa hegemonia é prejudicial para os dois lados da cadeia. “Já fizemos uma série de atividades na Faeg para estimular que os produtores também sintam essa importância de não ficarem excluídos do processo e não ficarem reféns apenas de uma fonte de renda”, alerta. 26 | CAMPO maio/2011

A entidade tem trabalhado na tentativa de estimular essa aproximação. “As usinas devem enxergar o produtor rural como um parceiro no cultivo da cana. Temos que procurar incansavelmente para que essa integração possa se efetivar de uma maneira consistente e, acima de tudo, rentável para ambos”. Ele afirma que o sistema de concentração não é o ideal nem o mais rentável tanto para o produtor como para a usina. O presidente diz que esse diálogo já foi iniciado e as usinas devem oferecer alternativas para os produtores na hora de fechar seus contratos. “Queremos que a cultura da cana cumpra seu papel econômico e social que é de chegar em uma região para somar e promover uma melhor distribuição de renda para a população, diversificação de culturas para os produtores locais, melhorar a arrecadação municipal e gerar mais empregos e não excluir produtores de suas atividades agrícolas”, completa José Mário. O assessor técnico da Faeg, Alexandro Alves, também concorda com a diversificação. De acordo com ele, quando há crescimento no preço, a tendência do agricultor é migrar para determinada cultura em expansão. “Porém, é preciso entender que o mercado é volátil e podem ocorrer intempéries. Então, buscar o equilíbrio representa minimizar problemas econômicos futuros”, declarou. Ele afirma ainda que é necessário uma política de inserção também do produtor independente na cadeia da cana. Entre os possíveis problemas no cultivo da cana levantados pelo assessor técnico da Faeg está o excesso de chuvas em alguns anos, como ocorreu no início deste ciclo da cana. O Grupo USJ, por exemplo, que possui duas unidades, sendo uma em Goiás, Usina S. Francisco, em Quirinópolis, começou

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É por causa desse cenário que se desenha para o setor que o produtor Valdenir Oliveira, da Fazenda Matinha, próxima ao município de Quirinópolis, está otimista para a safra 2011/2012. Do total de 190 hectares da fazenda, 135 hectares, ou 70% da área da propriedade, são destinados à produção de cana-de-açúcar. São colhidas 90 toneladas por hectare na propriedade de Valdenir. Ele, que há 16 anos atua no setor sucroalcooleiro e é fornecedor de cana para a Usina Boa Vista, acredita que a perspectiva de aumento da oferta de cana e, por consequência, acréscimo na produção de etanol, resultarão em preços melhores aos arrendatários e fornecedores de matéria-prima. Apesar de confiante com o setor, Valdenir sabe que é preciso ter cautela, principalmente em relação à monocultura. Ele disse que o ideal é que o produtor desenvolva outras atividades rurais na propriedade. “É preciso diversificar. Eu, por exemplo, trabalho com cana, leite, cria, recria e engorda de vacas. Caso uma atividade tenha rendimento abaixo do esperado, a outra pode compensar”, relatou o produtor.

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a colheita e moagem no início de abril. A previsão era para março, mas as chuvas intensas impediram o trabalho. “A chuva trouxe transtornos para o início da colheita, pois impossibilitou a operação”, disse o diretor de Operações do Grupo USJ, Paulo Gehlen. Expectativa A Usina Boa Vista tem previsão de moagem em torno de 2,5 milhões de toneladas e produção de etanol na marca de 210 milhões de litros na safra 2011/2012. O crescimento é de 20% se comparado à safra passada, quando a unidade registrou um total de 2 milhões de toneladas de cana moída. A Jalles Machado faz parte das 22 usinas que iniciaram as atividades antes do lançamento oficial da safra. Até outubro, a empresa pretende moer 2,6 milhões de toneladas de cana. O Grupo Naoum, que possui a Usina Santa Helena de Açúcar e Álcool S/A, no município de Santa Helena

de Goiás, deve moer 1,7 milhão de toneladas de cana-de-açúcar na unidade em Goiás. Os números para a safra 2011/2012, mesmo tímidos, são positivos. Essa é a expectativa dos produtores, governo e sindicatos representativos. Porém é preciso ressaltar que alguns desafios precisam ser vencidos ou amenizados para a safra que se inicia e as que virão nos próximos anos. Talvez o principal fator que possa impedir o crescimento do setor em anos posteriores é a oferta de cana e a falta de estoque do produto. De acordo com o diretor de etanol da Petrobras Biocombustível, Ricardo Castello Branco, as usinas estão se esforçando para atender a demanda por etanol no mercado, mas existe o risco da procura ser maior que a oferta. “O produtor está fazendo sua parte, aumentando a produção. Porém, o consumo está cada vez mais crescente. Só para se ter uma ideia, o mercado de veículos flex cresceu 10% no último ano, demandando mais etanol nos postos de combustíveis”, assegurou.

Usinas no Centro-Sul já estão em processamento 1. O produtor Valdenir Oliveira destina 70% da área da propriedade à produção de cana-de-açúcar 2. Usina Boa Vista, em Quirinópolis. Goiás possui 33 indústrias em

quinzena de abril e mais 50 começaram as atividades na primeira metade de maio, totalizando 335 unidades ativas até meados de maio. Na região Centro-Sul, a projeção é de moagem de 568,50 milhões de toneladas, ou seja, crescimento de 2,11% em relação ao total processado na última safra, que foi de 556,74 milhões de toneladas. A expectativa é da Unica, em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), sindicatos e associações de produtores de etanol e açúcar dos Estados que integram a região Centro-Sul.

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operação

Antes mesmo do lançamento nacional da safra 2011/2012, realizado em 14 de abril, na Usina Santa Luzia, da ETH Bioenergia, localizada em Nova Alvorada do Sul (MS), 90 usinas de processamento de cana-de-açúcar da região Centro-Sul do País tinham antecipado os trabalhos e iniciado a moagem. Segundo levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), além das 90 usinas que começaram as atividades antes da abertura da safra, outras 195 iniciaram a moagem na segunda

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Safras

com cana-de-açúcar em Quirinópolis

Safra 2011/2012 3 bilhões de litros de etanol

e garantirá competitividade no mercado, além de gerar riquezas para diversos setores no Estado”, enfatizou o governador. Questionado se haverá a redução do ICMS do combustível, após o aumento no início do ano, Marconi Perillo ressaltou que é preciso escolher por estradas melhores ou redução do imposto. “É demagogia falar que vamos reduzir o ICMS e melhorar as estradas. Parte dos recursos do imposto será destinada para reconstrução da malha viária”, disse. De acordo com números citados pelo governador, cerca de R$ 1,5 bilhão serão investidos na recuperação e manutenção das rodovias goianas nos próximos quatro anos. Safra 2010/2011 2,8 bilhões de litros de etanol

1,8 milhão de toneladas de açúcar

1,78 milhão de toneladas de açúcar

48 milhões de toneladas de cana

46,6 milhões de toneladas de cana

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Área plantada

Investimento nas estradas Considerado um dos principais gargalos do setor agrícola, as estradas que cortam o Estado vão ganhar atenção especial nos próximos quatro anos, garantiu o governador Marconi Perillo. Durante o evento de lançamento da safra, Perillo falou sobre o projeto do governo estadual chamado Rodovida, que terá o objetivo de reconstruir parte da malha viária de Goiás. Segundo ele, serão de 2 mil a 3 mil quilômetros de estradas reconstruídas em 2011, sendo que a meta é chegar a 5 mil quilômetros até o fim de 2012. “Esse projeto trará maior segurança aos motoristas que trafegam pelas rodovias


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orgânicos

Saudável

até no nome Certificação garante qualidade e transparência nos processos de produção de alimentos orgânicos Karine Rodrigues | karine@faeg.com.br

H

á cerca de 15 anos, consumir produtos orgânicos em Goiânia não era tarefa fácil. Haviam pouquíssimas feiras, em que poucos produtores insistiam em vender um produto diferenciado. Hoje, a produção cresceu, o número de produtores aumentou e o produto orgânico ganhou destaque nacional. Prova disso foi a aprovação de um conjunto de leis específicas que regulamentam a produção dos orgânicos no País. A última determinação da norma concedeu o prazo até 31 de dezembro de 2010 para que os produtores de todo o País se adaptassem às regras de produção orgânica. A regularização se baseia em normas específicas do Ministério da Agricultura para produção e comercialização de orgânicos, incluindo armazenamento, rotulagem, transporte, certificação e fiscalização.


Carlos Costa

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Orgânicos

Ao contrário do senso comum, os produtores de orgânicos apoiam a legislação e afirmam que era necessário haver um conjunto de leis que os distinguisse dos produtores de alimentos convencionais. Para quem já trabalhava com orgânicos e conhecia a lei, não houve dificuldades. Conforme dados do Ministério da Agricultura, até o final de dezembro de 2010, próximo de 1,5 mil produtores de orgânicos estavam de acordo com as novas regras definidas pela lei. Atualmente, cerca de 9,5 mil estão cadastrados, a expectativa é de que até o final deste ano 15 mil organicultores estejam no registrados no ministério, aptos a produzir e a comercializar os produtos com o selo do Mapa.

A legislação brasileira estabelece três instrumentos para garantir a qualidade dos alimentos: a certificação, os sistemas participativos de garantia e o controle social para a venda direta sem certificação. Os agricultores que buscarem a certificação e estiverem de acordo com as normas poderão usar o selo oficial nos seus produtos. O selo é fornecido por certificadoras cadastradas no Ministério da Agricultura que são responsáveis pela fiscalização dos produtos. O selo também poderá ser concedido pelos sistemas participativos de garantia, associações de produtores que fazem o processo de auditoria, fiscalização e certificação. Já os produtores que

Comparação nutricional entre produtos orgânicos e convencionais Produtos

Alface Tomate Espinafre Feijões Médias

Orgânico Convencional Orgânico Convencional Orgânico Convencional Orgânico Convencional Orgânico Convencional

Diferenças X

Cálcio

Magnésio

Potássio

Sódio

Manganês

Ferro

Cobre

40,5 15,5 71,0 16,0 23,0 4,5 96,0 47,5 57,6 20,9

60,0 14,8 49,3 13,3 23,0 4,5 203,9 40,9 84,1 19,9

99,7 29,1 176,5 53,7 148,3 58,6 257,0 84,0 170,4 56,4

8,6 0,0 12,2 0,0 6,5 0,0 69,5 0,8 24,2 0,2

60,0 2,0 169,0 1,0 68,0 1,0 117,5 0,0 103,5 1,0

227,0 10,0 516,0 9,0 1.938,0 1,0 1.585,0 19,0 1.066,5 9,8

69,0 3,0 60,0 3,0 53,0 0,0 32,0 5,0 53,5 2,8

2,8

4,2

3,0

121,0

103,5

109,4

19,5

Fonte: Rutgers University (Miliequivalentes de minerais por 100 gramas) - Boletim Vida Sana, 2202, pág.10 e 12 - Alimentos Orgânicos por Jairo Restrepa, Riviera, Cali-colômbia.

Como tudo começou O estudo para criação da lei dos orgânicos começou em 1998. Naquela época se reuniram setor privado, governo e organizações de produtores. Em 2003, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou

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a Lei 10.831, que reconhece a produção de orgânicos no Brasil. Em 2007, o decreto 6.323 regulamentou a Lei 10.831 e estabeleceu outras medidas relativas à qualidade dos produtos e processos. Em 2008 foi publica a Instrução Normativa (IN) nº 54, que regulamentava sobre a estrutura, com-

posição e atribuições das comissões de produção orgânica. Também em 2008 foi aprovada a IN nº 64, que aprovou o regulamento técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção Animal e Vegetal. Em 2009, a IN Conjunta nº 19, aprovou as normas técnicas para obtenção de produtos oriundos de extrativismo

sustentável orgânico. No mesmo ano também foram publicadas mais três instruções normativas e três decretos que definiam pontos, como processamento, armazenamento e transporte, mecanismos de controle e qualidade da produção orgânica, registro fitossanitário e a instituição do selo único e oficial

do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade e estabeleceu requisitos para a sua utilização nos produtos orgânicos.

Caso goiano Segundo o diretor de comunicação da Associação para o Desenvolvimen-

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vendem por conta própria seus produtos de origem da agricultura orgânica receberão, ao se cadastrar no site do ministério, uma declaração que os autoriza a realizar as vendas em feiras e entregas em domicílio. O produtor que ainda não se cadastrou no sistema deve se adequar às novas regras e vincular-se a alguma entidade certificadora. Aqueles que fazem venda direta devem se cadastrar no site do Ministério da Agricultura. Os interessados também podem procurar as superintendências federais do Mapa para as orientações sobre o processo de regularização. Três certificadoras estão atendendo aos interessados. Demanda A demanda brasileira e externa de orgânicos cresce a cada ano. Segundo informações divulgadas pelo Mapa, as vendas de produtos orgânicos alcançaram R$ 350 milhões em 2010. O valor é 40% superior às vendas de 2009. “Esse crescimento representa a difusão do setor. Cada vez mais pessoas buscam informações sobre produtos orgânicos e, consequentemente, consomem mais esse tipo de alimento”, destaca o coordenador do Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias. “As novas regras para a cadeia produtiva de orgânicos, que passaram a ser obrigatórias a partir de 1º de janeiro deste ano, fomentam ainda mais o crescimento do setor”, diz. to da Agricultura Orgânica de Goiás (Adao) e produtor, Adib Francisco Pereira, a produção de orgânicos em Goiás passa por etapas, mas agora, o foco é a certificação dos produtores. Adib explica que o momento é muito interessante, pois até pouco tempo a agricultura orgânica não era legalizada. “Então qual-

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quer um poderia vender produtos alegando que era natural, orgânico, ecológico sem veneno. A partir da Lei 10.831, que foi regulamentada em 2007 e entrou em vigor em janeiro de 2011, ao falar que um produto é orgânico, o produtor tem que comprovar a afirmação com o selo do Mapa e assim validar que aquele produto

Segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2010 foram exportados US$ 108 milhões provenientes da venda de orgânicos, valor 30% superior ao de 2009. Os produtos mais exportados são os do complexo soja (grão, farelo e óleo), açúcar, café, cacau e frutas (abacaxi, mamão e manga). Os principais países consumidores são Holanda, Suécia, Estados Unidos, França, Reino Unido, Bélgica e Canadá. Porém, Adib observa que faltam consumidores que entendam os custos embutidos na produção do alimento orgânico, que a produção deve ser mais cuidadosa e que envolvem custos ambientais e redução de contaminação. “Os produtos orgânicos preservam mais os nutrientes e o sabor sem agentes contaminantes, cuidando para que o produtor continue na zona rural produzindo e favorecendo as próximas gerações”, destaca. Algumas novidades surgem como oportunidade para o setor de orgânicos na indústria de cosméticos, têxteis e sementes como áreas promissoras. Para aumentar a produção é preciso tecnologia. Os produtores afirmam que o cultivo de orgânicos é recente e que as pesquisas começaram por volta de uma década. A expectativa é de que dentro de 5 a 10 anos o produtor aumente a produção e expanda a área de plantio.

é orgânico”, relata. O produtor explica que produzir orgânico é uma filosofia em que se preza a preservação da energia do alimento. Adib diz acreditar que a partir desse momento a produção será impulsionada. Pois, se criou um parâmetro legal que diferencia o orgânico do convencional, e ele crê que ficará mais fácil con-

seguir crédito, fazer convênios e estabelecer parcerias. Entretanto, ele não quantifica a produção goiana e diz que no momento ela é baixa, pois os produtores estão mais preocupados com a organização de documentos e estrutura para se certificar. O diretor da Adao conta que ao chegar a um grande supermercado, o consumi-

1. Adib com folhagem produzida a partir de cultivo orgânico; 2. : Produtor e empresário, Pietro mostra os produtos vendidos em sua loja; 3. Na propriedade, Pietro produz mais de 40 tipos de produtos orgânicos.

dor ainda pode ver produtos sem o selo, porque as embalagens produzidas até o ano passado ainda são aceitas neste ano. Porém, acredita-se que no máximo até o próximo semestre já haverá no mercado produtos com o selo nacional emitido pelo Mapa. ”Isso vai tornar a área ainda mais profissional”, explica.

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Orgânicos

Os 15 produtores associados à Adao, já estão com a carta de liberação para certificação do orgânico. Mas Adib explica que o processo de certificação é lento. “Estamos há três anos no processo de certificação com a certificadora IBD, cuja sede fica em Botucatu/SP”. Ele explica que outro entrave ao processo de certificação é que as certificadoras também precisam se credenciar no Mapa e no Inmetro. “Essa questão criou uma dificuldade, pois muita gente vendia orgânico e agora não pode vender no supermercado, porque a certificadora com a qual o produtor trabalha ainda não está credenciada. É um momento de transição e acreditamos que isso será resolvido assim que diminuírem as exigências burocráticas”, relata. Os produtores da Adao também iniciaram o processo de criação de uma cooperativa há dois anos, porque a associação não pode comercializar a produção. A cooperativa vai se chamar Goiás Orgânico, e atualmente é trabalhado o plano de negócios, fase que envolve o planejamento da preparação para o plantio até a comercialização. O produtor explica que há como prever o quanto é produzido, porque os produtores vendem de forma pulverizada. Ele adianta que tudo será contabilizado quando a cooperativa começar a funcionar. É de conhecimento da Adao que alguns associados possuem produção em maior escala de tomates, arroz, feijão gergelim. Além dos produtores da Adao, os cooperados da Cooperativa Agropecuária de Produtores Rurais de Silvânia (Coopersil) também estão em processo de certificação.

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Conhecimento europeu O suíço, Pietro Quadri veio para o Brasil 1994 e logo de cara já começou a cultivar produtos orgânicos, pois ele já tinha a experiência de cultivo no país natal. O aprendizado sobre o cultivo de orgânicos começou quando ele lecionava na Suíça e foi convidado a participar de um curso da associação de jardineiros. Após a chegada no Brasil, conheceu a esposa Sinândia Custódio e juntos começaram o cultivo de orgânicos no município de Brazabrantes. Ele conta que já chegou fazendo adubação verde para despoluir a terra e corrigir a acidez. Na propriedade de cinco alqueires, ele cultiva mais de 40 tipos de hortifruti. Além de produtor, Pietro montou a primeira loja de produtos essencialmente orgânicos de Goiânia, a Seivas e Aromas. Junto com a mulher, eles tocam o negócio que foi aberto há oito meses. Ele relata que já trabalhava em feiras, mas queria ter seu próprio negócio. Hoje ele afirma que valeu a pena investir no projeto. A loja comercializa mais de 200 itens, sendo que alguns vêm do Rio Grande do Sul, como vinhos, sucos, maçãs, abóbora, tudo orgânico. Pietro afirma que a produção goiana de orgânicos é muito fraca e por este motivo ele parou de fazer feira para abastecer a loja, que também se abastece com a produção de outros produtores goianos e de outros Estados. Para Pietro, a legislação dos orgânicos não veio para atrapalhar e sim para proteger os produtores que são sérios. “É fácil produ-

zir convencionalmente e dizer que é orgânico, há pessoas que fazem isso”, ressalta. O produtor garante que o produto orgânico possui de 50% a 80% mais vitaminas que os convencionais. Ele explica também que os produtos considerados naturais não têm controle de qualidade tão rigoroso quanto os orgânicos. O produtor afirma que para produzir orgânico é preciso ter mão de obra especializada e há demora para se produzir. Apesar de ser certificado desde 2002, ele registra tudo que sai, mas diz que não sabe quanto produz. Somente argumenta que todos os dias faz a colheita de alguns produtos da propriedade. Uma das poucas reclamações do produtor é a falta de apoio do setor público para estimular a produção, pois muitos querem produzir, mas não tem condições. Pietro disse que estava em fase de finalização de uma parceira com a UFG, que proporcionará aos estudantes de agronomia a oportunidade de pesquisar e aprender sobre o cultivo de orgânicos na propriedade do suíço. Jana Tomazelli

Certificação dos produtores

Na propriedade, Pietro produz mais de 40 tipos de produtos orgânicos

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Adriano Maciel

Delícias do campo

Carne recheada à moda da vovó Ingredientes:

Receita elaborada por Adriano Maciel, instrutor de Cozinha Rural do Senar

1,5 kg de carne bovina (peça) ½ kg de carne moída (de 2ª) passada duas vezes na máquina para moer 200 gr. de linguiça de porco (caipira) 50 gr. de bacon cortadas em tiras pequenas 1 dente de alho picado 1 cebola média picada 1 pimenta bode picada Oléo Sal a gosto

Modo de fazer: Recheio Retirar o miolo da carne (peça) com a faca bem afiada. Cozinhar a linguiça usando fio de água e depois fritá-la no próprio óleo que se fez na panela e, em seguida, retirar o excesso do óleo da panela e a linguiça. Na mesma panela, colocar o bacon e fritá-lo, em seguida a cebola, o alho, a pimenta, o sal e refogá-los. Colocar a carne moída e o miolo que retirou da carne bem picadinha, misture bem e refogar. Colocar a linguiça picada e misturar. Montagem do bolo Coloque o recheio na carne (peça) e costure com a linha e agulha grossa. Coloque na panela de pressão e leve ao fogo por, em média, 40 minutos. Em seguida, retire a pressão, abra a panela e deixe ferver sem a tampa. Coloque óleo até cobrir a carne. Quando secar a água, a carne vai continuar fritando e, com cuidado, vire até chegar ao ponto de estar bem frita.

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Sistema em ação

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Vacinas doadas Faeg realiza doação de 17 mil vacinas contra febre aftosa à Agrodefesa Francila Calica | francila@faeg.com.br

Animais são vacinados contra febre aftosa

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T

eve início, no dia 29 de abril, a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa em Goiás. O lançamento foi realizado na Fazenda Senzala, no cidade de Goiás, onde a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faeg) fez a entrega de 17 mil doses de vacinas à Secretaria de Agricultura e Pecuária de Goiás (Seagro) e à Agência de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Todos os anos, a Faeg adquire doses de vacinas contra aftosa e as remete, por meio da Agrodefesa, a comunidades carentes e a entidades e instituições de assistência social e de pesquisa. A Agrodefesa fica responsável por realizar a entrega e garantir que os animais sejam vacinados. As doses doadas pela Faeg, nesta etapa, serão distribuídas as comunidades Kalunga dos municípios de Monte Alegre de Goiás, Teresina de Goiás e Cavalcante. Também receberão as doses a Vila São Cottolengo, a Superintendência do Sistema de Execução Penal (Susepe), as Estações Experimentais de Pesquisa e de Zootecnia da Emater, em Anápolis e Senador Canedo e a Universidade Federal de Goiás (UFG). A campanha segue até 31 de maio de 2011.

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Sistema em ação

De acordo com o governador do Estado, Marconi Perillo, que esteve presente na solenidade, a campanha de vacinação de maio será um divisor de águas para a defesa agropecuária goiana. Ele explicou que um antigo pleito dos produtores rurais poderá ser concretizado, pois esta campanha pode ser a última em que os produtores terão de vacinar todos os animais duas vezes ao ano. Segundo parecer do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a partir da campanha de novembro deste ano, a vacinação dupla será apenas para bovinos e bubalinos até 24 meses. Os que, na época, estiverem acima desta idade receberão a dose apenas uma vez por ano. Segundo o Superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Goiás, Helvécio Magalhães Ribeiro, a condição estabelecida para que a realização de uma única vacinação em animais adultos passe a valer a partir de novembro, é de que a campanha deste mês de maio atinja 100% do rebanho. Participação do pecuarista O presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira explica que o Estado tem alcançado índices vacinais expressivos e que o desempenho dessa campanha dependerá muito da participação do produtor. “O vírus da doença

36 32 ||CAMPO CAMPOmaio/2011 abril/2011

não escolhe animal, por menor que seja o rebanho o risco é o mesmo”, alertou sobre a necessidade de vacinação de todos os animais. Goiás recebeu 23,5 milhões de doses da vacina; 21 milhões delas serão para o rebanho goiano e o restante irá para os estados de Mato Grosso, Tocantins e Pará - para animais de pecuaristas goianos que também possuem propriedades nessas localidades. Nogueira ressaltou ainda o fato de que o corpo funcional da Agrodefesa agora está reforçado com a chegada dos novos concursados. Isso fará com que a ação da entidade sobre os proprietários que descumprirem o período vacinal seja ainda mais efetiva. Para o secretário de Agricultura do Estado, Antônio Flávio Camilo de Lima, a campanha será exitosa. “As entidades de classe do setor estão todas envolvidas e o produtor goiano entende a importância de garantir o padrão sanitário”. Ele explica que esse será o primeiro passo para que Goiás, no futuro, venha a ser classificado como zona livre de aftosa sem vacinação. “É um caminho a ser seguido e precisamos dar o primeiro passo”, disse. Posição defendida também pelo representante da Faeg no evento, o diretor-financeiro da entidade, Eurípedes Bassamurfo. Ele ressaltou que a sanidade do rebanho impacta diretamente na área comercial. Para ele, rebanhos sanitariamente qualificados têm maior facilidade de abertura de mercados.

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Cuidados Após o dia 31 de maio, os produtores terão cinco dias para entregar aos escritórios locais da Agrodefesa a declaração preenchida do rebanho vacinado. Propriedades que deixarem de vacinar seus animais serão multadas em R$ 7 por cabeça e submetidas à vacinação assistida por técnicos da Agência de Defesa. Para garantir a eficiência da vacina, alguns cuidados devem ser tomados durante os trabalhos de vacinação. O gerente de sanidade animal da Agrodefesa, Willian Vilela explica que as doses da anti-aftosa não podem ser acondicionadas em geladeiras comuns. Ele recomenda que ao sair da revenda, o produtor deve mantê-las em caixas de isopor se atentando somente para a reposição do gelo na caixa. O aplicador também deve ir para dentro da caixa enquanto o rebanho é manejado para o brete, isso garante que a temperatura das doses que estão na seringa do aplicador se mantenha entre 2° e 8° Celsius, como o recomendado. A agulha do aplicador também deve ser trocada a cada lote de seringa, isso reduz a reação dos animais à vacina. Vilela esclarece que esse ano, 1.200 propriedades terão, obrigatoriamente, vacinação assistida. São propriedades com alta movimentação de animais ou que não cumpriram o prazo vacinal da última campanha.

1. Esq. p/ dir. Eurípedes Bassamurfo, Antenor Nogueira, Antônio Flávio e Helvécio Magalhães 2. Bovino pronto para a vacinação. Meta é vacina 100% dos animais

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Adalberto Ruchelle

Jana Tomazelli

caso de sucesso

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Fibra para decoração Artesãs de Alexânia produzem peças a partir da fibra de bananeira, que ganharam notoriedade e serão expostas em feira de arquitetura e decoração Karine Rodrigues | Karine@faeg.com.br

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Ivanilde e Abadia mostram trabalhos feitos com fibra de bananeira. Em destaque, peças religiosas e decorativas

exímio acabamento dos objetos, aliada a criatividade das artesãs Ivanilde Reis do Nascimento e Maria Abadia Coelho de Moraes fazem com que as peças por elas produzidas não fiquem nas prateleiras e ganhe espaço até na Casa Cor Goiás 2011. Esse é o resultado do aprimoramento técnico que ambas fizeram no curso de artesanato com fibra de bananeira, ministrado pelo Senar Goiás em novembro do ano passado, em Alexânia, município onde as artesãs vivem e trabalham. Ivanilde conta que já trabalhava com artesanato, mas utilizava outro tipo de fibra na composição das peças. Depois que fez o curso do Senar, ela passou a utilizar a fibra para fazer as embalagens das peças que ela produzia. Assim o produto final se transformou em um conjunto. A primeira série produzida por Ivanilde foi uma linha de pano de pratos feitos com patchwork e as caixas que os abrigavam. “Tudo que eu fiz vendi e hoje só produzo por encomenda”, ressalta ela. Maria Abadia além de artesã é empresária e tem uma loja de presentes, onde comercializa as peças que produz. Ela também explica que já produzia peças de artesanato com vários materiais, mas que o conhecimento que adquiriu com o curso do Senar enriqueceu o trabalho dela. O destaque do trabalho da Maria Abadia são as imagens de santos cuja base é feita com fibra de bananeira desidratada, apenas os adereços são de outros materiais. Ela também faz peças de decoração como vasos e cachepôs com base de jornal e recoberto com fibra. O preço médio de um vaso de 30 centímetros é de R$ 15. Além da venda na loja, Abadia não descansa. Ela participa de exposições, vende as peças em casa e, onde encontra oportunidade, apresenta o próprio trabalho. ”Acredito que o empreendedorismo tem que partir de nós. Gosto de pesquisar novos ma-

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teriais, novas técnicas e visitar feiras. Não aguento ficar parada e essa inquietude me faz produzir novidades constantemente”, diz. Segredo do sucesso Abadia diz que ainda tem muito que melhorar, mas acrescenta que depois de ter feito o curso sua renda aumentou em mais de 50%. Ela argumenta que a matéria prima para produzir as peças sai quase de graça, porque a fibra da bananeira é quase sempre jogada fora. O trabalho que as artesãs tem é de recolher, desidratar e tingir. “O que fazemos é um trabalho de reciclagem e até a tinta que usamos é natural como anilina, folha de abacate e urucum”, destaca. Na Casa Cor 2011, ela vai expor as imagens de santos. Ivanilde diz que o segredo do sucesso dos produtos é a persistência. “Se um produto não tem saída, temos que mudar e criar outro. Dar atenção a qualidade e acabamento das peças é fundamental”, afirma. Apesar de ser servidora pública, Ivanilde diz que o artesanato é a prioridade dela no momento e afirma que sua renda cresceu mais de 50% desde o ano passado. Ivanilde vai levar para a Casa Cor 2011, presilhas de cabelo – no formato de tic tac – decorado. Ambas as artesãs fazem parte de uma associação de artesãos de Alexânia. A união entre os profissionais do artesanato promove a divisão de conhecimento entre eles. “Quando se isola não cresce”, diz Ivanilde. As artesãs também vão participar da Feira de Troca do município de Olhos d’Água, que ocorre na primeira semana de junho. Como participar

abril/2011 CAMPO | 35 Os interessados em treinamentos e cursos do Senar Goiás no município de Alexânia devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone (62) 3336-2248.

maio/2011 CAMPO | 39


Cursos e treinamentos

EM ABRIL, O SENAR PROMOVEU

271 40 Na área de agricultura

CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

86

14

Em atividaNa área de de de apoio silvicultura agrossilvipastoril

1

10

Na área de Na área de agroindústria aquicultura

88 Na área de pecuária

32 Em atividades relativas à prestação de serviços


Cristiano Ferreira

Novos cursos à disposição do setor rural Fátima Araújo | fatima@senargo.org.br

C

om o objetivo de oferecer novas oportunidades ao produtor, trabalhador e família rural, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, lançou cursos e treinamentos que atendam à demanda do setor rural. Na área de artesanato, pode-se destacar o treinamento em Técnicas de Pintura, que visa agregar valor às peças produzidas com bambu, fibra de bananeira (papel e tramas), dentre outros. Outra novidade é o curso Bordados e Flores de Tecidos. Com a utilização de tecidos sintéticos, como organza cristal e acetinados, o curso aproveita retalhos na confecção de lindos bordados e flores que podem tanto ser aplicados na customização de roupas quanto em novas peças de cama, mesa e banho e acessórios em geral. Assim como ocorreu com o artesanato, na área de alimentação também há novidades. O treinamento Panificação Rural é um exemplo. Árduo trabalho de pesquisa resgata receitas de padeiros e confeiteiros goianos para serem ensinados às famílias rurais, que poderão produzir deliciosos pães, bolos, salgados e tortas. Já o treinamento em Processamento Caseiro do Milho trabalha com técnicas de transformação do cereal nas mais diversas receitas e subprodutos possíveis de utilizar os dourados grãos cultivados em quintais, bem como em grandes plantações no interior do Estado.

77 33 Alimentação e nutrição

Fátima Araújo é pedagoga, supervisora da Promoção Social e coordenadora Pedagógica do Senar, em Goiás

CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

6 Organização Comunitária

4 Saúde e Alimentação

6 Prevenção de acidentes

28 Artesanato

2.432 PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS


Campo Aberto

Negócios com a China para alavancar desenvolvimento de Goiás Pedro Arantes | pedro@faeg.com.br

Itamar Sandoval

A

Pedro Arantes é economista e analista de mercado da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).

China está em evidência em Goiás. Tudo em virtude da possibilidade de altos investimentos no Estado que podem mudar a realidade de duas regiões que estão entre as mais fracas economicamente. As opiniões sobre o projeto que será executado com o dinheiro asiático se dividem. Há aqueles muito preocupados com os impactos ambientais, que criticam o projeto por desconhecimento da forma como ele é discutido. Esses apregoam que será o fim do pouco que resta do bioma Cerrado em Goiás. Afirmam que o Estado está cedendo às pressões chinesas, ávidas por alimentos, sem se preocupar com o futuro do meio ambiente. Sem buscar tirar melhor proveito da oportunidade para implantar um projeto integrado, com agregação de valor à exploração dos recursos naturais disponíveis. São simpáticos à ideia, empresários, líderes regionais e a população das regiões a serem beneficiadas com a implantação do projeto. Tais regiões que, por falta de investimentos em todos os setores da economia, apresentam altos níveis de estagnação e perdem população para áreas mais dinâmicas do Estado com maior desenvolvimento socioeconômico. Tanto na parte Norte quanto na Nordeste de Goiás, a

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economia tem como base a criação de bovinos em pastagem extensiva, que embora implantada está bastante degradada, sub-utilizada e comprometendo o meio ambiente. Entre estas discussões temos a realidade do projeto, que não é “um negócio da china”, mas um negócio com a China. As conversas cercadas de muita cautela ocorrem há mais de um ano. Negociar com chinês exige paciência e muita precaução. O país asiático cresce em ritmo muito acelerado, mas eles não se aventuram e não entram em projetos de risco. Por outro lado eles também têm suas fragilidades socioeconômicas, de onde podemos aproveitar oportunidades. Certamente, o ponto mais frágil da economia chinesa é a produção de alimentos. Ao contrário dos asiáticos, os brasileiros são mais competentes e competitivos, não só pela disposição dos recursos naturais, mas principalmente, pela junção de alta tecnologia com equilíbrio ambiental na produção. Exemplo disso é o plantio direto, a irrigação com a contenção das águas da chuva e a rotação de cultura com duas safras. Fazer uma boa negociação é fundamental se quisermos alavancar o desenvolvimento de Goiás. O chinês precisa de alimentos, tem capital disponível, mas não

tem terra e tecnologia para produção em grande escala. Em nenhum momento foi proposto ou discutido a venda de terras, mas sim o financiamento ao produtor rural, com investimentos em preparação e correção do solo, sem desmatamentos, na compra de máquinas, implementos e armazenagem, e, também do custeio anual de plantio das lavouras. O custo desse plantio está estimado em R$ 3.500 por hectare, porém um projeto mínimo, com viabilidade econômica para exportação é de cerca de 100 mil hectares. Mas o objetivo é de médio e longo prazo, com duração de cinco a sete anos, deve atingir até 2,4 milhões de hectares, que correspondem a cerca de 30% das pastagens da região. A meta inicial é produzir soja em rotação com pastagem, mas já é discutida outras atividades como irrigação e criação de peixe nos lagos da região. Em um segundo momento, quando já houver produção suficiente, prevê-se a construção de indústria de processamento de parte da soja, pois uma esmagadora de soja vai exigir no mínimo 300 mil hectares para o plantio. A preservação e recuperação das reservas florestais estão sendo discutidas, como origens dos recursos financeiros, como serão empregados e em quais áreas. www.sistemafaeg.com.br



Bienal de Agricultura


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