2011 02 fevereiro

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A revista Campo é editada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás e Senar Goiás

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Demanda pela carne cresce e ovinocultores de Goiás vislumbram novos mercados

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CAMPO

ISSN 2178-5481

Ano XII nº 188, Goiás, fevereiro/2011

Ovinos ganham espaço no Cerrado

Defensivos

Trigo

Desafios de governar

Técnicas de aplicação e manutenção de maquinários podem evitar prejuízos ao produtor

Falta de remuneração e cereal emCAMPO queda | 1 | AGOSTO/2010 desanima triticultor

Setor agropecuário conta com o apoio dos parlamentares goianos na busca pelo desenvolvimento da atividade



PALAVRA DO PRESIDENTE

Capacidade de se reinventar Acostumado a enfrentar obstáculos, o produtor rural tem uma grande capacidade de se reinventar e buscar alternativas de produção. Prova disso, é o crescimento da ovinocultura. A procura interna pela carne de cordeiro está favorável, o que tem influenciado diretamente os valores do produto. Consequentemente, o ovinocultor, vislumbrando um crescimento no segmento, tem investido em tecnologia e genética. Mas por ser uma cultura pouco disseminada, o produtor ainda enfrenta grandes gargalos como a falta de tecnologia, de frigoríficos especializados e de mão de obra qualificada. Assim como ocorre em outros segmentos agropecuários, a ovinocultura ainda sofre com a falta de crédito e de incentivo. Cresce por puro mérito e nenhum auxílio. Fato não exclusivo a uma única atividade. A falta de política agrícola eficiente e seguro de renda adequado, deficiências em infraestrutura e logísticas, entre outros entraves, apenas têm impedido que setor se desenvolva adequadamente. É importante que representantes políticos recém-empossados percebam e entendam que o setor agropecuário, tão importante para a economia do Estado de Goiás, precisa de apoio para continuar a se desenvolver.

ALEXANDRE CERQUEIRA

José Mário Schreiner | Presidente do sistema Faeg/senar

CAMPO Conselho editorial: Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo e Francila Calica Editor: Francila Calica (01996/GO) Reportagem:Alessandra Goiaz (GO 01772 JP); Karine Rodrigues (01585/GO) Fotografia: Carlos Costa (GO 00014 RF); João Faria (157 V) e André Costa Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO) Diagramação: Fábio Salazar (722/04/GO) Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: Sandro Cardeal; Meire Almeida (62) 3096-2200 | (62) 3096-2226 | (62) 30962220 | comercial@faeg.com.br

A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Diretores-Secretários: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Diretores-Tesoureiros: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes:Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Welton José Luiz de Oliveira, Luiz Becker Karst, Sônia Maria Domingos Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Carlos Eduardo da Silva Lima, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins

Você pode acessar a revista CAMPO pela internet. Basta clicar no site www.faeg.com.br. As edições anteriores também estão disponíveis no site

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PAINEL CENTRAL

MERCADO E PRODUTO

JOÃO FARIA

Após colheita da soja, inicia planejamento para produção do milho segunda safra PÁGINA 10

PROSA

Marconi Perillo fala sobre o novo governo e as propostas para o setor agropecuário PÁGINA 8

Ovinocultura ganha mercado Mercado da carne de ovino acelera com a redução da importação do Uruguai e com o aumento da demanda PÁGINA 24

Trigo Triticultores reclamam de pouca remuneração e mercado brasileiro é abastecido com produto importado PÁGINA 31

Ovelhas Santa Inês da fazenda Cabanha MC, no município de Itaberaí. Foto:•João Faria

DESAFIOS DE GOVERNAR

Agropecuária goiana espera apoio dos parlamentares visando o desenvolvimento do setor PÁGINA 20


Aplicação de defensivo CARLOS COSTA

Manutenção de maquinários e uso correto dos agroquímicos reduzem desperdícios e potencializa eficácia da aplicação PÁGINA 34

AGENDA RURAL

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CARTÃO PRODUTOR

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FIQUE SABENDO

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CURSOS E TREINAMENTOS .40 CRISTIANO SILVEIRA

DELÍCIAS DO CAMPO

CASO DE SUCESSO

Produtor de Itaberaí explica como lucrar com a produção do maracujá

Receita une os sabores do lombo suíno com a cerveja preta

PÁGINA 38

PÁGINA 37

CAMPO ABERTO Agricultura orgânica ganha espaço em Goiás

PÁGINA 42


AGENDA RURAL 7 a 10 Encontro Formação Continuada de Educadores Turma 3. Goiânia, Augustus Hotel, às 8 horas. 8 Lançamento do Congresso Internacional da Carne – Goiânia, sede do Sistema Faeg/Senar, às 14 horas.

> COMO PARTICIPAR: Aos interessados em participar dos eventos, recomendamos confirmar as informações com os organizadores.

Fevereiro SEG TER 01 07 08 14 15 21 22

QUA QUI 03 02 10 09 17 16 24 23

SEX 04 11 18 25

SAB DOM 06 05 13 12 20 19 27 26

20 Lançamento do Programa Útero é Vida. Tatersal do Parque de Exposição de Mineiros, às 9 horas. 21 a 24 Encontro de Formação Continuada de Educadores - Turma 4. Goiânia, Augustus Hotel, às 8 horas.

28 8 Reunião da Comissão Nacional do Meio Ambiente. Brasília, sede da CNA, às 10 horas. 9 Reunião Ordinária da Comissão Nacional da Pequena Propriedade – Brasília, sede da CNA, às 9h30.

FERNANDO LEITE

10 Campo em Ordem – Legislação Ambiental – Varjão, no Auditório da Cooperativa Mista Agropastoril, às 17 horas. 11 Campo em Ordem - Educação Sanitária. Rio Verde, no Sindicato Rural do município, às 14 horas.

23 Campo em Ordem – Legislação Ambiental. Rio Verde, na sede do Sindicato Rural do município, às 14 horas. 17 CNA/FAEG em Campo.Anápolis, às 19h. 18 CNA/FAEG em Campo. Goiatuba, às 8h.

19 CNA/FAEG em Campo. Jussara, às 8h.

18 CNA/FAEG em Campo. Caiapônia, às 13h.

19 CNA/FAEG em Campo. Posse, às 13h.

18 CNA/FAEG em Campo. Rio Verde, às 17h.

19 CNA/FAEG em Campo. Porangatu, às17h.

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24 Reunião da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas. Brasília, sede da CNA, às 8 horas. 26 Posse da nova diretoria do Sindicato Rural de Jataí.


Manual da Contribuição Sindical Rural 2011 Edição: CNA

Está disponível no endereço eletrônico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e no site da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o manual para o pagamento de contribuição sindical rural 2011. A publicação produzida pela equipe da CNA ,traz todas as informações para que o produtor rural - pessoa física e ou jurídica necessita para o pagamento da contribuição anual. O sistema sindical rural é suprido por duas fontes de recursos que proporcionam as necessárias condições para atuar em nome dos produtores rurais, defendendo seus interesses e reivindicações. A mais expressiva delas é a contribuição sindical compulsória, cobrada diretamente pelo sistema por intermédio da CNA, como estabelece a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A segunda forma de contribuição são as mensalidades espontâneas dos associados aos sindicatos rurais. Além das informações sobre a contribuição, o manual apresenta todos os programas realizados com os recursos da contribuição e quais os resultados obtidos em 2010. Onde adquirir: Site da CNA e (www.canaldoprodutor. com.br) e da Faeg (www.faeg.com.br)

Novas variedades de feijão Pesquisadores da Embrapa Transferência de Tecnologia e da Embrapa Arroz e Feijão se reuniram em Cristalina para avaliar duas cultivares de feijão do grupo comercial “Carioca” (BRS Cometa e BRS Estilo) e uma do tipo “Preto” (BRS Esplendor). As cultivares avaliadas foram plantadas em 11 de novembro de 2010 e estavam no melhor momento para avaliação de seu potencial produtivo. Além das cultivares já testadas, foram divulgadas na ocasião outras cinco linhagens, ainda em fase de prélançamento: uma do tipo “Preto”, três do tipo “Carioca” e outra do tipo “Rajado”. Durante o evento, os pesquisadores da Embrapa proferiram palestras explicativas para os técnicos das empresas que prestam apoio aos produtores. O lançamento ocorreu no dia 20 de janeiro, na sede da Cooperativa Agrícola Serra dos Cristais (Coacris), em Cristalina, entidade parceira da Embrapa no cultivo dessas variáveis de feijão.

REGISTRO Noite de homenagens No final de cada ano, o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de Goiás (Fundepec) realiza um evento de confraternização entre as entidades que compõem o fundo e parceiros. Este encontro rende também homenagens a três personalidades que foram

EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO

DIVULGAÇÃO

ARMAZÉM

PESQUISA

JANA TOMAZELLI

FIQUE SABENDO

destaque durante o ano. Em 2010 foi realizado um jantar no dia 17 de dezembro, com a participação dos representantes das principais entidades do agronegócio goiano. A homenagem concedida pelo presidente do Fundepec, Antônio Flávio Camilo de Lima, foi para o deputado federal, Leandro Vilela, que representou o segmento político; para o empresário Márcio Teixeira Botelho, que representou o segmento industrial; e para o produtor Geraldo Marquez de Macedo, mais conhecido como Ladoca, representante do setor agropecuário (foto).


PROSA RURAL

Marconi Perillo Governador do Estado de Goiás LEOIRAN/FOTOSHOWS

“Vamos buscar um denominador comum” MARIZA SANTANA especial para a revista Campo / revistacampo@faeg.com.br

Buscar investimento na produtividade agrícola para que a produção de alimentos seja garantida e também a continuidade das gerações com a preservação ambiental. Essa é uma das grandes preocupações do governador Marconi Perillo para a administração estadual que teve início no dia 1º de janeiro. Em entrevista à Campo, o governador afirma que as propostas apresentadas pelas entidades organizadas do setor agropecuário são válidas e serão readequadas para se chegar a um denominador comum, visando o prosseguimento da atividade e o desenvolvimento de Goiás. Marconi fala ainda sobre assistência técnica, extensão rural, pesquisa agropecuária, capacitação da mão de obra rural, seguro rural e manutenção da malha rodoviária. Como o senhor pretende tratar os serviços e as entidades públicas goianas de assistência técnica, extensão rural e pesquisa agropecuária?

As entidades públicas ligadas ao setor agropecuário, de assistência ou pesquisa, necessitam de uma reformulação no que se refere ao quadro de funcionários, estrutura física e, principalmente, de CAMPO |

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um planejamento para suas ações, sejam de defesa animal e vegetal, sejam em oferta de programas com caráter a aprimorar a produção de nosso Estado. Precisamos neste momento de um voto


De que forma será possível garantir recursos para que esses serviços e entidades realmente tenham condições de atender o produtor que deles necessita? O Tesouro Estadual dispõe de verbas que não são suficientes, e iremos buscar esta complementação junto ao governo federal, nos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Meio Ambiente (MMA), dentre outros, e também junto às entidades privadas, por meio das parcerias que já estamos iniciando. O agronegócio é inegavelmente um eixo de desenvolvimento de Goiás. Como esse potencial será aproveitado em seu governo? Incentivando ainda mais a produção agropecuária e dando suporte para esta produção, por meio de incentivos diretos à área produtiva e, principalmente, aos setores ligados a esta área produtiva. Goiás caminha para a iminência de um “apagão” de mão de obra rural. Como o governo contornará essa realidade? A capacitação do trabalhador rural sempre foi uma preocupação que tivemos no primeiro governo e sabemos que a aplicação de tecnologia na atividade rural exige uma qualificação ainda maior. Daí a importância de programas ligados à academia para qualificar a mão de obra. Também são necessárias, neste aspecto, algumas parcerias para treinamento daquele que está na linha de frente da produção agropecuária goiana. Muito se discute a respeito da necessidade de o produtor rural ter segurança de renda para continuar a pro-

‘‘

A capacitação do trabalhador rural sempre foi uma preocupação e sabemos que a aplicação de tecnologia na atividade rural exige uma qualificação ainda maior

‘‘

de confiança para que a Casa seja organizada e as metas sejam traçadas em parceria com a iniciativa privada. Assim realizaremos um trabalho sério, responsável e empenhado.

duzir. Qual será a contribuição do governo de Goiás nas políticas de seguro rural ao produtor goiano? Em um trabalho denominado Documento Goiás foi apresentada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) proposta de um seguro rural em nível de Estado, a qual estamos estudando. Ela é importante e necessária. Porém, na atual conjuntura econômica que o governo passa, deve ser classificada como uma proposta de médio prazo. Não faremos um governo irresponsável, de promessas não cumpridas. Os temas infraestrutura e logística frequentemente surgem nas discussões sobre custo de produção. A malha rodoviária estadual sofre um processo intenso de degradação. Quais são as propostas e ações para solucionar o problema? CAMPO |

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A proposta é arrumar a malha viária goiana, tanto os trechos asfaltados quanto os não asfaltados. Este é um trabalho que terá de ser realizado em todos os anos deste governo, com recursos próprios, recursos federais e também, se for o caso, de parcerias privadas. Falar em agropecuária é falar obrigatoriamente em meio ambiente, pois são temas que caminham juntos. Como as questões da produção de alimentos e o meio ambiente serão tratados no governo Marconi? Este governo tem um compromisso firmado com a preservação ambiental. Entendemos ser perfeitamente possível produzir preservando o meio ambiente. Esta preocupação já foi repassada, tanto à Secretaria de Agricultura quanto à do Meio Ambiente. Vamos buscar investimento na produtividade para que esta produção seja garantida e também para garantir a continuidade das gerações com a preservação ambiental. Goiás é um dos poucos Estados que ainda tem uma massa vegetal nativa em grande quantidade. Estamos empenhados em continuar com esta classificação, sem deixar de atingir índices maiores de produtividade. Seu governo abriu um canal de diálogo muito produtivo com as entidades organizadas do setor. Como as contribuições dadas pela Faeg poderão auxiliar na construção de políticas ao segmento? As contribuições fornecidas pelo setor privado sempre são válidas, uma vez que retratam a situação do campo. Desta forma, faremos as adequações tanto nas sugestões quanto nas ações do governo para chegarmos a um denominador comum no que se refere a garantir a continuidade da atividade agropecuária e também a continuidade do desenvolvimento do Estado de Goiás. É nosso interesse, nosso dever enquanto governante deste Estado, buscar esta integração para garantir qualidade de vida ao povo goiano.


MERCADO E PRODUTO

LEONARDO MACHADO leomachado@faeg.com.br

Milho: Especulações no mercado Os altos preços internacionais têm proporcionado uma safra 2010/2011 com altos valores de exportações e possivelmente a manutenção na tendência de alta.

cresceu em 6,57% entre a safra 2008/2009 e safra 2010/2011. Da mesma forma, nos EUA, o aumento crescente do uso do milho para a produção de etanol registrou uma alta no consumo interno, no mesmo período, de 12,47%, de acordo com os dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, sigla em inglês). Todo este consumo não é acompanhado de um aumento da produção, já que esta permaneceu estável, o que reduziu bruscamente os estoques mundiais. É este fato que vem pressionando os preços internacionais, principalmente nos EUA, onde os estoques finais da safra 2010/2011 são um dos menores já registrados. Em 2011, tais fundamentos não devem ser diferentes, já que a manutenção do subsídio aos produtores de etanol nos EUA (US$ 0,13/l) e o aumento do percentual do álcool combustível de 10% a 15% na gasolina americana devem influenciar o consumo de milho no país norte-americano. Mesmo que ocorra um aumento da área plantada de milho no meio-oeste americano, o próximo aumento na produção deste cereal não deve trazer um estoque final confortável, o que possivelmente deve manter os preços firmes no mercado internacional. No Brasil, esta alta ainda pode ser potencializada pela redução na produção do milho primeira safra e pela escassez atual deste produto no mercado interno. De acordo com a Conab, a produção nacional deve ser 7,5% menor que na safra passada. Neste sentido, o início da colheita poderá causar redução dos preços nos patamares atuais, porém, se os fundamentos de mercado se confirmarem e as exportações continuarem firmes, reduções bruscas dificilmente ocorrerão. *Leonardo Machado é engenheiro agrônomo e assessor técnico da Faeg para a área de cereais, fibras e oleaginosas.

Antônio Pereira

Com o início da colheita da soja nas principais regiões produtoras do Estado, começa também o planejamento e posterior plantio do milho segunda safra. Após um ano bastante movimentado na cadeia produtiva do cereal, tanto no que tange a oferta como a demanda, 2011 inicia com uma grande incógnita para este sistema agroindustrial, o que dá margem para as especulações, principalmente em relação aos preços. Estas especulações trazem grandes dúvidas em relação à comercialização da safra verão e à comercialização antecipada da safrinha. Sendo assim, é necessário que se faça uma análise dos principais fundamentos deste mercado para buscar uma decisão em relação à negociação da produção. Em 2010, o comportamento dos preços do milho foi semelhante ao ano de 2007, fato causado, principalmente, pelo aumento nas exportações brasileiras que ultrapassaram 10 milhões de toneladas nos dois anos. Diante desta observação, fica claro que altos montantes de vendas para fora do País favorecem os preços do milho no mercado interno. Porém, diferentemente de outros produtos, o milho possui grande dificuldade para ser exportado, devido ao baixo valor e ao alto custo logístico, o chamado “custo Brasil”. Para que ocorram exportações deste cereal, é necessário que os preços aumentem no mercado internacional ou o dólar se valorize frente o real. Os altos preços internacionais tem proporcionado uma safra 2010/2011 com altos valores de exportações e possivelmente a manutenção na tendência de crescimento. A oferta e a demanda mundial de milho vem sendo marcada por um aumento no consumo interno, principalmente nos países que possuem maior interesse no grão. Na China, devido suas altas taxas de crescimento, o consumo interno

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Mais vantagens com o Cartão Produtor A coluna Cartão Produtor de fevereiro oferece aos beneficiários um mix de estabelecimentos comerciais que oferecem maiores descontos e comodidade aos produtores rurais.

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CONHEÇA QUEM SÃO OS NOVOS LÍDERES GOIANOS DO SE

Novos rumos ao setor

ANTENOR NOGUEIRA é economista por formação e atualmente assumiu a presidência da Agrodefesa. É referência internacional na área de pecuária de corte. Atualmente, além de presidir o Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) é membro diretor da Associação Internacional da Carne (International Meat Association - IMS). Foi vicepresidente da Faeg de 1992 a 1998 , é membro da Comissão de Pecuária de Corte da entidade. Possui um extenso currículo como presidente e membro de diretorias de importantes entidades ligadas à área de pecuária de corte no Brasil, a exemplo da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ).

Representantes da agropecuária são escolhidos para administrar pastas no governo estadual

ANTÔNIO FLÁVIO CAMILO DE LIMA é engenheiro agrônomo e exsuperintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar), entidade de profissionalização e capacitação de mão de obra rural do Sistema Faeg/Senar. Ele também é pecuarista de corte nos municípios de Senador Canedo e Palmeiras de Goiás e presidente do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado de Goiás (Fundepec). O novo secretário de Agricultura segue os caminhos do pai, Antônio Flávio Lima, que foi presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), entre 1978 e 1979 e também esteve à frente da Secretaria de Agricultura do Estado.

KARINE RODRIGUES

O ano de 2011 começou com novas expectativas para a agropecuária goiana, que terá representantes nas principais pastas do governo, secretariados estaduais e presidências de instituições. As indicações demonstram que o trabalho realizado junto aos produtores durante todo o ano de 2010 está no rumo certo. Faz parte do quadro executivo do atual governo estadual, o secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás, Antônio Flávio Camilo de Lima; o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Leonardo Vilela; o presidente da Agência Goiana de Defesa Sanitária (Agrodefesa), Antenor Nogueira; e o presidente da Emater, Luiz Humberto Guimarães. A união e o fortalecimento da categoria tiveram início com os encontros regionais denominados “O que esperamos do próximo governador”. Momento em que produtores e lideranças do meio agropecuário apontaram seus principais problemas e as possíveis soluções que poderão ser aplicadas pelo governador Marconi Perillo, que na época, ainda candidato, se comprometeu a fazer se fosse eleito. As promessas começaram a ser cumpridas antes mesmo da gestão ser ini-

CARLOS COSTA

karine@faeg.com.br

PLANOS E PROJETOS Antenor Nogueira Presidente da Agrodefesa

Antônio Flávio Camilo de Lima Secretário da Agricultura e Pecuária de Goiás

l Reorganização do órgão. l Criação de uma nova diretoria, que

incluiu a diretoria de fiscalização. l O controle eficaz de fronteiras e dos produtos de origem animal e vegetal. l Criação de um selo de qualidade dos produtos de origem goiana. l Informatização de 100% da Agrodefesa. l Criação do cartão magnético do produtor para emissão de GTA. l Construção de uma nova sede. l Formação de PPP’s. l Diminuição da vacinação em Goiás. l Execução do programa Marco Zero. CAMPO |

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l Reestruturação de gerência e

superintendências. l Aperfeiçoar a comunicação entre

gerências e superintendências. l A secretaria passará a ser geradora de

informações. l Priorizar a realização de programas de

abrangência nacional. l Aumentar o número de grandes convênio

com MDA e INCRA. l Formação de PPP’s. l Realização de trabalho em conjunto com

entidades ligadas à agropecuária.


EGMENTO AGROPECUÁRIO E DO MEIO AMBIENTE LEONARDO VILELA é deputado federal pelo PSDB. É médico de formação, foi suplente da diretoria da Faeg durante o triênio 1991/1994 e vicepresidente da entidade de 1995 a 1998 e de 1998 a 2001. Produtor rural no município de Mineiros, Vilela foi secretário de Agricultura e de Infraestrutura em mandatos anteriores do governador Marconi Perillo. No período em que foi professor universitário na Fundação Integrada Municipal de Ensino Superior (FIMES), em Mineiros, ministrou as disciplinas Biologia Educacional e Ecologia. Adquiriu experiência na área de meio ambiente ao ser um dos fundadores e presidente da ONG Emas, a primeira organização nãogovernamental na área ambiental de Goiás.

Leonardo Vilela Secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

LUIZ HUMBERTO GUIMARÃES é administrador de empresas por formação, é pecuarista de gado de corte em Nova Crixás, criador de cavalos e produtor de grãos. Foi presidente da SGPA por dois mandatos e é membro do Conselho do Fundepec.

Luiz Humberto Guimarães Presidente da Emater l Priorizar o atendimento

l Formação de um grupo de trabalho para

dos agricultores familiares.

levantar as principais necessidades do setor e estudar propostas de modelos de produção sustentável. l Trabalhar para garantir a sustentabilidade ambiental e a renda da família rural. l Priorizar a educação ambiental. l Primar pelo cumprimento da legislação. l Aumentar a proximidade da Semarh com o poder legislativo estadual e federal. l Trabalhar em cima de propostas de modelos sustentáveis com base científica.

l Prioridade nos atendimentos no interior

do Estado. l Descentralização do sistema de trabalho. l Fomento de parcerias. l Aumento no quadro

de funcionários.

CAMPO |

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ciada, com indicação para as principais pastas do setor. De acordo com o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, essa forte participação de autoridades ligadas ao setor agropecuário e ao Sistema Faeg/Senar na composição do secretariado do governo eleito se deve há um eficiente canal de diálogo que foi construído durante as eleições e o período de transição. Ele explica que por meses a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) se empenhou em levar aos candidatos ao governo do Estado as expectativas do setor agropecuário quanto à nova gestão. Schreiner ressalta que o trabalho de mobilização política realizado pela Faeg foi além, com resultados nos Legislativos nacional e estadual. "Nós também conseguimos eleger 14 deputados estaduais e 10 deputados federais, que reconhecem, respeitam e se comprometeram com o setor rural", comemora. O presidente da Faeg diz que a entidade irá acompanhar os passos do governador e dos parlamentares eleitos. "Nós nos colocamos à disposição dessas autoridades para estudos que ajudem a elaborar políticas de desenvolvimento à agropecuária", oferece. Ele adianta que, paralelo a esse acompanhamento, será realizado trabalho semelhante para o pleito às prefeituras municipais que ocorrerá em dois anos. Trabalho Os secretários estaduais e presidentes da Agrodefesa e Emater foram unânimes ao dizer que de início, o principal trabalho será a reorganização das instituições que comandam com o propósito de tirar os excessos e aperfeiçoar os processos. Além disso, cada um, à sua maneira, quer trabalhar em parceria junto às entidades ligadas ao segmento agropecuário e meio ambiente de modo que o atendimento às demandas do setor se torne mais amplo e abrangente, sem esquecer da finalidade e da competência de cada órgão. Todos têm no currículo a realização do trabalho no segmento agropecuário e perfil de administradores, com qualidades reconhecidas internacionalmente como é o caso de Antenor Nogueira. Leonardo Vilela é deputado federal pela terceira vez e tem experiência no âmbito legislativo. Antônio Flávio Camilo de Lima foi superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar) por mais de 15 anos e Luiz Humberto foi presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) por dois anos.


AÇÃO SINDICAL

FORMOSA

Leilão de gado de corte O Sindicato Rural de Formosa realizou no dia 27 de janeiro mais um leilão de corte no parque agropecuário da cidade. Foram ofertados 700 animais para cria, recria e engorda. A organização e a realização de leilões se transformaram em uma tradição no sindicato que os promovem com frequência. Mais informações sobre os leilões podem ser obtidas pelos telefones (61) 9982-2679 / (61) 9978-4866 e (61) 3642-2215. (Colaborou: Cida Spolti)

MARCUS VINICIUS

CAÇÚ E SILVÂNIA

GOIÂNIA

Encerramento de curso

Prêmio Destaque Sindical

Nos dias 15 e 16 de dezembro foram realizadas as solenidade de encerramento da primeira turma do Programa Empreendedor Rural (PER), da Fase 1 de Caçú. No primeiro dia foram entregues os certificados, com a presença do presidente do Sindicato Rural do município, Lázaro de Freitas Pinto. No segundo dia foi ministrada uma palestra técnica. Em Silvânia, o encerramento das atividades do PER e a entrega de certificados ocorreu no Centro de Formação da Agricultura Familiar Padre Leandro Caliman, no dia 13 de janeiro de 2011. Participaram das turmas da fase I e II do PER, 42 pessoas que receberam os certificados das mãos do presidente do Sindicato Rural, Vonaldo Antônio de Morais, de diretores da entidade e do consultor do Sistema Faeg/Senar, Arthur Toledo.

Foi finalizada em janeiro, a avaliação dos 20 Sindicatos Rurais inscritos na segunda edição Prêmio Destaque Sindical 2011, que é referente aos trabalhos realizados no ano de 2010. Os prêmios das 10 categorias e o destaque sindical serão entregues durante o Congresso Sindical que será realizado nos dias 24 e 25 de março, no Oliveira’s Place, em Goiânia.

EMPREENDEDORISMO

Encontro de participantes do PER São esperadas 300 pessoas no primeiro Encontro de Participantes do Programa Empreendedor Rural (PER), que será realizado dia 2 de março, na sede do Sistema Faeg/Senar, em Goiânia. O evento tem por objetivo mostrar, por meio dos casos de sucesso, os resultados dos PER e do PER Sindical realizados em Goiás e reconhecer o esforço dos participantes através de premiação dos melhores trabalhos. Também serão proferidas palestras motivacionais e técnicas durante a programação do evento. CAMPO |

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BELA VISTA

Ciclo de palestras do PER

EDMAR WELLINGTON

O Sindicato Rural de Bela Vista, Senar, Sebrae e a Cooperbelgo promoveram no dia 10 de dezembro um ciclo de palestras sobre o Programa Empreendedor Rural (PER). A primeira palestra foi com o tema “Formação, Manejo e Custo de Produção” e uma palestra motivacional. Na ocasião, os produtores receberam um exemplar do diagnóstico da Cadeia de Leite em Goiás e foram entregues os certificados para as cinco turmas de produtores e trabalhadores rurais que concluíram o programa. O presidente do sindicato, Wanderley de Siqueira (foto), foi um dos que entregou o certificado aos participantes.

Itarumã A nova diretoria do Sindicato Rural de Itarumã foi empossada em uma grande festa realizada no dia 15 de janeiro. O evento ocorreu no Clube Recreativo do município e reuniu cerca de 280 pessoas entre produtores, familiares, convidados e o prefeito da cidade, Wilmar Bento Severino. O presidente, Elson Freitas, vai administrar o sindicato no triênio 2011/2014 com o apoio do vice-presidente, Luiz José Machado, do diretor-tesoureiro, Edilberto Perez Vilela, e da diretora-secretária, Mara Silva Rodrigues de Freitas. Piracanjuba Ricardo Iwasse e a nova diretoria do Sindicato Rural de Piracanjuba foram empossados no dia 26 de janeiro. A solenidade foi realizada na sede da entidade. Este é o segundo mandato de Iwasse, que administrará o sindicato no triênio 2011/2014, em conjunto com a vicepresidente, Tânia Regina Firmino, com o diretor-secretário, Nelson Barbosa, e com o diretor-tesoureiro, Nicanor Peixoto.

DIVULGAÇÃO

POSSES E ELEIÇÕES Serranópolis O produtor Edivan de Oliveira Lima assumiu no dia 26 de janeiro a presidência do Sindicato Rural de Serranópolis. A solenidade ocorreu na sede do sindicato com a presença de autoridades locais e produtores rurais. Esse será o segundo mandato de Edivan, que administrará o sindicato no triênio 2011/2014, com apoio do vice-presidente, José Alves de Carvalho Neto, do diretor-tesoureiro, Delermano Virginio Moreira, e a diretorasecretária, Idelma Franco de Carvalho.

CAÇÚ – O presidente do Sindicato Rural de Caçú, Lázaro de Freitas Pinto, e a diretoria eleita foram empossados no dia 13 de janeiro em cerimônia solene e festiva. O evento ocorreu no Parque de Exposições Leonides Dolores Machado, em Caçú. Aproximadamente 150 pessoas participaram do da solenidade. Lázaro de Freitas vai comandar o Sindicato durante o triênio 2011/2014 e contará com o vicepresidente, Suelei Freitas da Silva, e com o diretor-tesoureiro, Adelmo Barbosa de Freitas. Na foto, o presidente do Sindicato de Caçú, Lázaro de Freitas Pinto está de camisa branca.

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Corumbaíba A solenidade de posse da nova diretoria do Sindicato Rural de Corumbaíba foi realizada dia 14 de janeiro na sede do sindicato. O presidente Carlos da Silva Carneiro, que inicia seu segundo mandato, realizou a solenidade na sede do sindicato. Junto a ele estavam o diretor-secretário, Maurício Brito Damasceno, e o diretor-tesoureiro, Carlos José de Oliveira. A nova diretoria vai administrar o sindicato no triênio 2011/2014.


Odontólogo atende paciente no Campo Saúde em Pirenópolis. Procura é alta pelo profissional

Os jovens Carla e Jefferson aproveitaram o Camp

Saúde no campo Programa Campo Saúde, em 2010, visitou 23 municípios goianos e realizou mais de 45 mil atendimentos ALESSANDRA GOIAZ alessandra@faeg.com.br

O Programa Campo Saúde, em seu terceiro ano de existência, não teve limite em 2010. Ele alcançou 23 municípios goianos e realizou mais de 45 mil atendimentos médicos, odontológicos e de cidadania. Em 2011, não será diferente. A estimativa da coordenação do programa é que 25 cidades recebam a caravana e mais 55 mil atendimentos sejam realizados. Realizado aos sábados, e em algumas vezes no domingo, as famílias rurais que antes tinham dificuldades para se consultarem com um profissional da saúde, têm a oportunidade de receber avaliação gratuita de médicos especialistas nas áreas de clínica geral, pediatria, dermatologia, oftalmologia, ginecologia e cardiologia, além de odontologia. Laurinda Maria Oliveira, 72, foi uma das atendidas pelos médicos que participavam do Campo Saúde em Mineiros, realizado no dia 4 de setembro de 2010. Após passar pelas consultas, ela disse que achou ótimo ver todos os profissionais da saúde reunidos em um mesmo local e ainda poder contar com a realização de exames feitos na hora. “Muita gente não pode pagar uma consulta e precisa das receitas para os remédios. Este é o meu caso, e aqui foi fácil, rápido e tenho certeza que ajudou muita gente em uma situação como a minha”, relatou a aposentada. CAMPO |

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Com os olhos marejados, a produtora rural, Messias Silva Ferreira, 60, contou a felicidade de ter encontrado atendimento médico gratuito, no dia 2 de maio de 2010, no município de Cachoeira Alta. Messias se consultou com a ginecologista nos consultórios do Programa Campo Saúde montados na Escola Municipal Rural Entroncamento, conseguiu aviar os medicamentos receitados pelo especialista gratuitamente e checou como estava a glicemia. A aposentada foi um dos cerca de 2,5 mil moradores de comunidades rurais de Cachoeira Alta e municípios vizinhos atendidos pelo programa. Messias conhece de perto a dificuldade que os moradores do campo enfrentam para acessar os serviços médicos. Ela disse que raramente encontra à disposição atendimento gratuito e por isso não hesitou em levantar cedo e rodar 40 quilômetros para ser atendida no Campo Saúde. “Encurtar a distância do campo aos serviços de saúde com qualidade e gratuitos é o motivo pelo qual desenvolvemos o programa”, explicou o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner. Ele comenta também que ainda nos dias de hoje há muitas dificuldades de quem vive no campo, como ter acesso aos serviços de saúde gratuitos e de qualidade. "As carências no meio rural ainda persistem. O nosso dever, como representantes dos produtores, é identificar onde estão essas deficiências e ajudar nossas autoridades a conhecer onde é preciso melhorar na área da saúde para o campo", disse. | FEVEREIRO/2011


po Saúde em Orizona para solicitarem documentos pessoais

Criança se diverte nos braços do palhaço Coisinha Feia, em Gameleira

Outros atendimentos Alguns participantes receberam na edição de 2010 do Campo Saúde mais que consultas gratuitas, ganharam também remédios prescritos pelos médicos, fizeram exames e se vacinaram. Outros preferiram aproveitar a oportunidade para solicitarem documentos pessoais, como CPF, carteira de trabalho e carteira de identidade. Este foi o caso da estudante Carla Silva Rodrigues, 15. Moradora da área rural de Orizona, a jovem chegou cedo ao Campo Saúde, realizado no dia 9 de outubro de 2010 para tirar, pela primeira vez, a carteira de identidade. Ela, que estava acompanhada pela mãe, contou que se não houvesse o evento, iria esperar mais tempo para poder fazer o documento. O mesmo ocorreu com o também estudante, Jefferson Correia de Sousa, 17. Tirando a carteira de identidade pela primeira vez, o morador do município de Orizona conta que precisaria ir até Ipameri para solicitar o documento. “Também

FOTOS: FERNANDO LEITE

Atrações culturais

solicitei a carteira de trabalho e o CPF”, acrescentou. A moradora do distrito Aparecida de Loyola, em Corumbá de Goiás, Elizangela dos Santos Porto, 25, também aproveitou a oportunidade para fazer pela primeira vez a carteira de identidade, no dia 20 de novembro de 2010. Segundo ela, a realização do Campo Saúde na região lhe deu a oportunidade de fazer o documento e ainda levar a filha, Maria Izabel, de um ano e sete meses de idade, ao pediatra. Garotada Enquanto os pais se consultavam ou esperavam chegar o momento de serem atendidos, as crianças tinham uma grande distração. Elas brincavam no pula-pula e participavam de jogos e brincadeiras com o palhaço Coisinha Feia. Se deliciavam com algodão doce e pipoca e, depois que terminavam de comer, iam direto para o escovódromo para aprenderem a escovar os dentes corretamente. CAMPO |

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Além de ser um dia voltado para a saúde, o Campo Saúde é um momento para dar uma repaginada no visual e curtir atrações musicais. Cabeleireiros, manicures e pedicures também prestaram serviços durante o ano, enquanto atrações culturais eram apresentadas. Concursos de dança e canto, orquestra de violeiros, duplas sertanejas e corais se apresentaram durante as 23 edições do Campo Saúde, realizadas em 2010. Em alguns eventos, como os ocorridos em Inaciolândia, Cachoeira Alta e Corumbá de Goiás foi realizado o Programa Carbono Zero, com a distribuição de mudas nativas do Cerrado aos participantes. Em outros municípios, artesãos que participaram dos cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) expuseram os seus trabalhos. Em Orizona, por exemplo, a Associação dos Artesãos de Orizona (Asdao) fez uma exposição com todos os trabalhos feitos pelos membros da entidade. Quem passava pelo estande, montado dentro do local onde ocorreu o Campo Saúde, pode ver e comprar os produtos.


Conexão Cerca de 100 técnicos agropecuários africanos visitaram Estados brasileiros para conhecer a metodologia de trabalho do Senar

JOÃO FARIA

Goiás-África KARINE RODRIGUES

RHUDY CRYSTHIAN revistacampo@faeg.com.br

Nos meses de setembro a novembro de 2010 quatro missões compostas por 100 técnicos africanos de vários órgãos ligados à agropecuária de seus respectivos países, visitaram Goiás, Ceará, Paraná, Mato Grosso e Minas Gerais, para conhecer a metodologia de trabalho desenvolvida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Embrapa e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A visita fez parte do acordo firmado entre Sistema CNA/Senar com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores. De acordo com Victor Ferreira, do departamento técnico do Senar Central, os técnicos enviados ao Brasil se comprometeram a elaborar relatórios para que seus respectivos países possam propor projetos de cooperação junto à ABC no que tange a Formação Profissional Rural realizada pelo Senar. Neste caso, haverá intercâmbio entre técnicos brasileiros e africanos. A intenção é que instrutores do Senar possam capacitar técnicos de instituições africanas a fim de fortalecer as atividades agrícolas dos países representados por meio do conheci-

Cooperação entre Brasil e Moçambique Enquanto o Brasil recebeu a visita de técnicos de vários países africanos, a presidente da CNA, Kátia Abreu reuniu uma equipe composta por técnicos e pelos vice-presidentes da entidade, Assuero Veronez, Ademar Silva Júnior, José Mário Schreiner e Rui Carlos Prado, para uma visita a Moçambique, na África. No período de 15 a 18 de novembro de 2010 eles conheceram o projeto Pró-Savana e o potencial agropecuário do país africano. Pró-Savana é um programa de parceria entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a Agência Internacional de Cooperação do Japão (JICA) e o governo moçambicano para o desenvolvimento da região Savana do país. O objetivo da missão brasileira

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DIVULGAÇÃO/CNA

karine@faeg.com.br

Comitiva liderada por Kátia Abreu em Lichinga, África

foi realizar o primeiro diagnóstico de cooperação para o desenvolvimento agrícola do país, que possui solo, vegetação e clima semelhantes aos do Brasil. O Moçambique possui o Produto Interno Bruto (PIB) de apenas US$ 19,3 bilhões e os produtos agrícolas participam com 24% desse valor. De acordo com o técnico do Senar, Victor Ferreira, muitos trabalhos estão sendo realizados sob a coordenação da ABC no


As técnicas de montagem de cerca foram apresentadas à delegação africana

mento de novas tecnologias desenvolvidas com sucesso no Brasil. Antes da vinda das missões africanas, foi realizada uma análise das regiões brasileiras com maior semelhança aos países cujas delegações viriam ao Brasil. O Senar selecionou os Estados que possuem regiões com clima, solo e situação fundiária semelhante às dos países da África, como o Cerrado, Mata Atlântica e SemiÁrido.

Brasil e em Moçambique. O assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Gustavo Prado, que esteve em Moçambique, enumerou alguns pontos positivos e negativos da atividade agropecuária no país. Dentre os pontos favoráveis, Moçambique possui extensão de terras com características do Cerrado, passíveis de inserção de tecnologias desenvolvidas no Brasil, disponibilidade de matérias-primas para a fabricação de insumos e sua localização

geográfica. Entre os pontos desfavoráveis, merece destaque a cultura de colonização que ainda vivem, a insegurança jurídica (ausência de legislação), as terras são concedidas por prazo determinado, distribuição irregular de chuvas e baixa precipitação (800 mm a 1.500 mm), ausência de mão de obra qualificada e escassez de insumos, máquinas e equipamentos agrícolas e crédito aos produtores. O trabalho do Senar consistirá em contribuir com a formação de recursos humanos para o setor agropecuário moçambicano em diversas áreas, como grãos, pequenos animais, administração rural, cooperativismo e associativismo, mecanização, entre outros. Em Moçambique há potencial para produção de alimentos para o abastecimento interno e externo, porém, é necessário investimento em infraestrutura (transporte, armazenamento, obtenção de insumos). Os técnicos brasileiros verificaram, inclusive, que alguns investimentos já estão sendo feitos na área de pavimentação de estradas.

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Novas informações Em Goiás, participaram da missão três representantes do Congo, dois de Botsuana, um do Benin, um de São Tomé, um de Guiné Bissau e um do Senegal. Durante os cinco dias de visita ao Estado goiano, o grupo visitou propriedades nos municípios de Itapuranga, Itaberaí, Jussara, Bela Vista e Silvânia. Em cada município, o grupo visitou propriedades que representam as principais atividades locais e treinamentos que auxiliam no desenvolvimento destas atividades. Em Itapuranga, a delegação participou do treinamento de Pomar Caseiro e do treinamento em Construção de Cercas. Em Itaberaí, a visita teve início com ida da delegação à Fazenda França, onde a delegação conheceu a criação de gado de leite, manejo da ordenha mecânica e a lavoura de milho. No assentamento Che Guevara, o grupo acompanhou o treinamento em fruticultura no cultivo de maracujá oferecido pelo Senar e acompanhou os resultados do treinamento de produção caseira de alimentos/leite. No município de Jussara, o grupo observou o treinamento em Doma Racional de Equídeos. Em Bela Vista de Goiás, a comitiva foi apresentada ao trabalhado desenvolvido no Laticínio Bela Vista onde é desenvolvido o Programa de Assistência Técnica ao Produtor de Leite (PróCampo). No último dia de visitas, os técnicos africanos foram ao município de Silvânia, para conhecer como funciona o sistema de cooperativas. Na Cooperativa dos Produtores Rurais do município (Coopersil), eles tiraram dúvidas sobre como funciona este sistema no Brasil. Ainda em Silvânia, o grupo de africanos visitou também uma fazenda onde são produzidos alimentos orgânicos.


Setor agropecuário conta com o apoio dos parlamentares goianos para superar desafios, objetivando o desenvolvimento da atividade no Estado

Avançar para produzir mais MARIZA SANTANA / especial para a revista Campo /revistacampo@faeg.com.br

Muitos são os desafios do setor agropecuário goiano para manter o ritmo do crescimento e garantir o aumento da produção de alimentos para fornecer ao Brasil e ao mundo. Temas relevantes para a atividade e toda a sociedade estão na agenda legislativa. Por isso, a importância do apoio dos parlamentares estaduais e federais. Avançar, aumentar a produção agropecuária e consolidar Goiás como grande fornecedor de alimentos para o Brasil e o mundo. Para concretizar esses objetivos, a atividade primária no Estado necessita ampliar a oferta de produtos, garantir a renda do produtor e respeitar o meio ambiente. Muitas das soluções para superar esses desafios, ao lado de medidas e políticas adotadas pela presidenta da República, Dilma Rousseff, e pelo governador do Estado, Marconi Perillo, passam pelas agendas da Assembleia Legislativa e do Congresso Nacional. Código Florestal Estadual, em complemento ao Código Florestal Brasileiro, Plano Estadual de Recursos Hídricos, projetos de lei que reduzam a carga tributária do setor agropecuário, políticas agrícolas adequadas, entre outros assuntos são considerados relevantes pelos produtores rurais, que esperam dos parlamentares goianos atuação decisiva, seja propondo projetos de lei, participando de votações de matérias que já estão tramitando nos Legislativos, ou apoiando proposituras dos Executivos. No ano passado, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) realizou um trabalho de discussão sobre os temas prioritários do setor com os presidenciáveis, levando para eles a agenda do produtor rural. Em Goiás, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), seguindo o exemplo da entidade, debateu com os candidatos a governador, senador e deputados estaduais e federais a realidade e os desafios da agropecuária. Em abril e maio de 2010 foram realizados seminários em oito regiões do Estado, com o objetivo de refletir e discutir os principais temas ligados ao desenvolvimento da atividade em Goiás. O resultado desses seminários foi a publicação intitulada Documento Goiás – Expectativas do Setor Produtivo ao Próximo Governador – 2011/2014, que contemplou os seguintes temas: responsabilidade social; pesquisa, assistência técnica e extensão; infraestrutura e logística; meio ambiente; segurança alimentar; política agrícola; e segurança rural. Embora destinado ao governador eleito – e o escolhido nas urnas foi Marconi Perillo – o documento contém também uma mensagem aos candidatos ao Legislativo. Segundo a mensagem, há uma grande expectativa quanto à atuação dos próximos deputados estaduais e federais e senadores por Goiás, que iniciam sua legislatura no dia 1º de fevereiro. “A sensibilização da base política do Estado é indispensável para os novos rumos da agropecuária e para o desenvolvimento do conjunto da sociedade goiana”, destaca a mensagem. CAMPO |

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Visão de futuro Conforme o documento elaborado pela Faeg, os produtores rurais contam com o comprometimento dos parlamentares goianos. “Para construirmos juntos, de forma propositiva e proativa, uma visão de futuro que vá além da agropecuária. Trata-se de uma visão de sociedade”, ressalta a mensagem destinada aos parlamentares. Com o objetivo de ampliar a representatividade política do setor, na última campanha eleitoral a Faeg buscou entre os candidatos à Assembleia Legislativa e ao Congresso Nacional, independente de partido político, aqueles que estariam comprometidos com os temas de interesse da agropecuária. Foram eleitos 14 deputados estaduais, dos quais dois foram incorporados à equipe do governador Marconi Perillo – Henrique Arantes, secretário da Cidadania e Trabalho; e Jânio Darrot, secretário extraordinário de Desenvolvimento da Região Metropolitana -, e 10 deputados federais, sendo que Leonardo Vilela passou a ocupar a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). Os dois senadores eleitos – Demóstenes Torres e Lúcia Vânia Abrão - também contaram com o apoio da Federação. Todos esses parlamentares respeitam e se comprometeram com o setor rural. Certamente eles serão importantes na proposição, apreciação e votação de projetos de lei que tratam de assuntos considerados relevantes para o setor agropecuário. Para o consultor da Faeg, Arthur Toledo, o processo legislativo promovido pela Federação na última campanha eleitoral teve dois focos. O primeiro visou a participação efetiva dos produtores rurais junto aos candidatos, que se interagiram durante a campanha eleitoral e debateram as propostas de interesse do meio rural. O processo foi transparente, simples e objetivo, dentro do jogo democrático. “Pela primeira vez houve um trabalho sistemático de acompanhamento e busca da representatividade do setor nos Legislativos Estadual e Federal”, salienta Toledo. Segundo ele, isso significa um grande avanço para o setor. Dentro deste foco, procurou-se mobilizar a base no apoio aos

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SÉRGIO ROCHA

DESAFIOS DE GOVERNAR

candidatos alinhados com o setor, estimulando os produtores a engajarem-se nas campanhas em busca de contribuir para a eleição dos mesmos. Na estratégia, procurou-se inclusive orientar as formas de contribuições financeiras aos candidatos, de forma legítima e legal, de acordo com determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Dessa maneira, o produtor rural pode participar politicamente, apoiando seu candidato e buscando o compromisso dele para a criação de uma bancada que perceba a importância da agricultura e da pecuária para o desenvolvimento do Estado e do País. O segundo foco do processo legislativo conduzido pela Faeg foi o de incentivar produtores rurais a participar do jogo político como candidatos a cargos eletivos, para que eles se tornem protagonistas das políticas públicas que venham contemplar o setor. Ou seja, o próprio setor passa a oferecer seus quadros para a formação de lideranças políticas. O interessante na avaliação do consultor é que o setor agropecuário goiano tem despertado para o fato de que muitos de seus desafios não dependem exclusivamente dele, mas de sua participação nas decisões públicas. “Precisamos buscar repreCAMPO |

sentatividade no ambiente político, adotar uma visão mais estratégica”, pondera. Com os bons resultados obtidos no processo legislativo, a Federação cogita inclusive promover a mesma sistemática nas próximas eleições municipais, de forma a contar também com prefeitos que reconheçam a importância da agricultura e da pecuária, que estabeleçam compromissos e parcerias com o setor produtivo rural. Para o gerente Técnico e Econômico da Faeg, Edson Alves Novaes, o apoio do trabalho parlamentar é significativo porque deputados estaduais, federais e senadores podem auxiliar o setor na superação dos desafios elencados no Documento Goiás. Os temas podem ser encaminhados pelos próprios parlamentares em forma de projetos de lei, ou serem apreciados por meio de matérias encaminhadas pelo Executivo. “Estamos abertos aos parlamentares para nos procurarem para discutir assuntos de interesse do setor. Temos quadros técnicos capazes de dar suporte e auxiliar na elaboração de projetos e relatórios”, informa. 21

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Solenidade de posse dos parlamentares, na Assembleia Legislativa. Setor agropecuário espera ter demandas atendidas


DESAFIOS DE GOVERNAR

Tanto no Legislativo Estadual quanto no Federal, o setor produtivo agropecuário definiu temas muito importantes que merecem atenção, mas abrangem de certa forma toda a sociedade brasileira, de acordo com Edson Alves Novaes. Esses temas precisam ser discutidos e votados pelos parlamentares para garantir o aumento da produção de alimentos, a melhoria da renda do produtor rural e a ampliação da oferta de alimentos, entre outros benefícios. Em âmbito estadual é necessário discutir e aprovar o projeto de lei que trata das alterações no Código Florestal Estadual, em complemento ao Código Florestal Brasileiro. Um Grupo de Trabalho (GT), coordenado pela Faeg, foi criado no ano passado para estudar as alterações no Código Florestal Estadual. Participaram dos debates representantes das Secretarias da Agricultura e Meio Ambiente, Federação das Indústrias (Fieg), OAB, entre outras entidades e instituições. Os próximos passos serão a apreciação do trabalho do GT pelo Executivo e o posterior encaminhamento de projeto de lei para a Assembleia Legislativa, fatos que ainda não se concretizaram. “O setor está aberto ao debate com o Executivo e o Legislativo, assim como, com toda a sociedade. Essa é uma ação muito importante que precisa ser resolvida nesta legislatura, de preferência ainda este ano”, afirma Edson Novaes.

MARCUS VINICIUS

Desafios envolvem o setor agropecuário e toda a sociedade

Preocupação com questões sociais O consultor da Faeg, Arthur Toledo, cita outros temas de interesse da agropecuária que também devem ser olhados com atenção pelos deputados estaduais, como a garantia de recursos para a assistência técnica e agropecuária, por meio do apoio à Emater, assim como à Agrodefesa objetivando a segurança alimentar (sanidade animal e vegetal). Na área social, são consideradas questões relevantes à adoção de uma política de microcrédito específica para o setor rural, por meio da criação do Banco do Povo Rural, crédito para habitação rural, mais segurança no campo, educação e capacitação profissional, saneamento e acesso à saúde no meio rural. Na área da infraestrutura, a manutenção das estradas vicinais e melhoria da malha estadual, regularização fundiária, inclusão digital no campo e telefonia rural. Segundo Toledo, a Faeg propõe a criação de um Fundo Setorial de Desenvolvimento Rural, cujos recursos seriam destinados à assistência técnica, pesquisa e promoção de produtos agroindustriais goianos. Também seria interessante adotar ações de marketing para produtos goianos, como leite e carne, por exemplo, que propiciassem o incremento do consumo e acesso a novos mercados. Na área do conhecimento, ações voltadas à formação profissional e promoção social de produtores rurais, merece destaque. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar, em Goiás) desenvolve um trabalho muito forte neste sentido e tem buscado aumentar sua atuação na base, ampliando seus serviços na forma de parcerias, onde o governo estadual tem mecanismos importantíssimos para o fortalecimento nesta área com o objetivo de atender a demanda do crescimento econômico e de renda

Projetos em andamento Também no Legislativo Federal muitos são os temas em discussão considerados prioritários pelo setor agropecuário. O projeto do novo Código Florestal Brasileiro já se encontra na Câmara Federal e tem como relator o deputado federal Aldo Rabelo (PC do B). A matéria trata da reserva legal, das Áreas de Preservação Permanentes (APPs) e deve ser votada levando em consideração não a questão ideológica e sim a questão técnica. O grande desafio é buscar o equilíbrio entre a produção de alimentos e a preservação do meio ambiente. A discussão e aprovação de uma reforma tributária que possa desonerar a tributação que incide sobre o setor produtivo rural é outro anseio. O projeto tramita na Câmara Federal e tem como relator o deputado federal goiano Sandro Mabel (PR), porém enfrenta dificuldades para deslanchar. Outro projeto de lei que já se encontra na Câmara Federal e é considerado de suma importância para os produtores rurais goianos trata do processo de integração avícola e de suinocultura e estabelece condições, obrigações e responsabilidades nas relações contratuais entre produtores integrados e empresas integradoras. Vale lembrar que esse modelo de integração está bastante disseminado em Goiás, envolvendo avicultores, suinocultores e grandes empresas como a BR Foods (Perdigão e Sadia), Nutriza e Superfrango. O relator desse projeto é o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC). A matéria é considerada importante porque tipifica os contratos de integração vertical na agropecuária e estabelece obrigações e responsabilidades para produtores integrados e empresas integradoras, garantindo assim maior transparência a esse modelo contratual e maior segurança aos produtores.

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dos goianos e brasileiros. Toledo enfatiza também a formação de profissionais de ciências agrárias de nível médio, principalmente, onde o governo estadual sinaliza a institucionalização dos Colégios Tecnológicos (COTEC) em todo o Estado. Considerando a importância da produção agropecuária na composição da renda dos municípios, o setor destaca a importância do governo estadual optar por um número significativo destes COTEC’s voltados para a agropecuária e investir substancialmente na formação de técnicos para o aumento contínuo da eficiência produtiva rural, seja noauxílioàs suas famílias na condução das atividades na propriedade, quanto na atuação como assessores técnicos aos produtores e trabalhadores rurais. No âmbito federal, deputados federais e senadores precisam acompanhar as questões macroeconômicos que afetam diretamente o produtor rural, tais como políticas de juros e cambial, legislação trabalhista e reforma tributária; e temas relacionados à infraestrutura e logística, como as Ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste, aeroporto de Goiânia, hidrovia, eletrificação rural, linhas de transmissão de energia elétrica, armazéns, inclusão digital no campo e telefonia rural. “As bancadas devem estar sintonizadas com as questões da agropecuária, seja na Assembléia Legislativa ou no Congresso Nacional”, diz Toledo. O consultor destaca,que o setor produtivo rural “não se preocupa apenas com o plantio e a criação, mas também com educação, saúde, habitação e outros”.

Demandas que incide sobre o setor agropecuário, medida considerada fundamental para que produtores possam produzir itens com preços que garantam sua renda e os consumidores possam ter boa oferta de alimentos a preços acessíveis. Ainda no âmbito estadual, é preciso trabalhar na discussão e aprovação de projetos ligados à adequação e melhoria de políticas agrícolas estaduais que possam complementar a política agrícola nacional e acompanhar a dinâmica da atividade agropecuária. Um exemplo é o programa Lavoura Comunitária do governo do Estado, considerado importante, mas não suficiente para atender as necessidades dos pequenos produtores rurais. Outro exemplo são os instrumentos de comercialização agrícola, cujo modelo atual está praticamente exaurido e precisa ser redefinido para atender o produtor no momento em que ele realmente necessita de recursos financeiros.

Outro tema relevante, não só para o setor agropecuário, mas para toda a sociedade goiana, é o Plano Estadual de Recursos Hídricos. Goiás ainda não possui uma legislação que trate dos recursos hídricos de maneira abrangente e que atenda o setor produtivo rural e a sociedade. Essa questão poderia seguir o modelo do Código Florestal Rural e ser debatida por um grupo de trabalho composto por representantes governamentais e da sociedade, avalia o gerente da Faeg. Os deputados estaduais têm ainda de tratar de políticas complementares referentes ao seguro rural, através delas o governo estadual poderá atuar na complementaridade do prêmio do seguro, por exemplo, de forma a garantir a renda do produtor e o equilíbrio entre a oferta e a demanda de alimentos. Edson Novaes cita ainda a necessidade da proposição de projetos de lei que reduzam a carga tributária

Principais desafios do Legislativo No Estado n Alterações no Código Florestal Estadual, em consonância com o Código Florestal Brasileiro n Plano Estadual dos Recursos Hídricos n Políticas complementares referentes ao seguro rural n Redução da carga tributária incidente sobre o setor produtivo rural n Fundo Setorial do Desenvolvimento Rural n Adequação e melhoria de políticas agrícolas estaduais n Dotação de recursos para a assistência técnica e pesquisa agropecuária n Educação e capacitação profissional do homem do campo n Saneamento no meio rural n Criação do Banco do Povo Rural No País n Novo Código Florestal Brasileiro n Reforma tributária CAMPO |

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CARLOS COSTA

Necessidade de um Plano Estadual de Recursos Hídricos. Goiás não possui legislação que trate o assunto de forma abrangente

n Processo de integração avícola e de suinocultura n Política agrícola com a adoção de novos instrumentos de seguro, custeio e comercialização n Destinação de recursos federais para programas sociais nas áreas de educação, capacitação profissionalizante, saúde, habitação e segurança no meio rural n Destinação de recursos federais a obras de infraestrutura e logística (ferrovias, rodovias, linhas de transmissão de energia elétrica, armazéns, inclusão digital e telefonia rural) n Dotação de recursos para a assistência técnica e pesquisa agropecuária


CAPA

Alta nos preços da carne, redução da importação e demanda crescente movimentam cadeia produtiva

Ovinos em alt


ta JOテグ FARIA


CAPA ALESSANDRA GOIAZ alessandra@faeg.com.br

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JOÃO FARIA

A criação de ovinos no Brasil tem presenciado uma reviravolta no mercado, com alta nos preços da carne, redução da importação e demanda em crescimento. Atualmente, o Brasil registra um rebanho de cerca de 17 milhões de ovinos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que é considerado uma quantidade insuficiente para atender a procura interna, principalmente pelo Uruguai, maior exportador de carne para o Brasil, ter redirecionado a sua produção para outros mercados e reduzir em até 50% o volume de produto destinado ao mercado brasileiro. Um fato que abriu uma grande porta para a produção no País. Por isso, o cordeiro também tem registrado preços crescentes no mercado nacional. Com vistas neste cenário animador, o setor começa a se preparar para aumentar o volume de produção e oferecer um produto de qualidade e que atenda à demanda do consumidor. O objetivo é alavancar o consumo de carne de cordeiro entre os brasileiros. Em Goiás, a tendência é a mesma. Os criadores de ovinos de corte têm se estruturado, o que tem rendido uma qualidade melhor dos rebanhos, resultado de um manejo mais eficiente e da maior utilização da genética no setor. Segundo a diretora-financeira da Associação de Caprinos e Ovinos (Capriovino) e criadora na região de Padre Bernardo, Fabiana Cristina, nos últimos quatro anos, o mercado consumidor da carne de cordeiro tem crescido vertiginosamente. “O consumidor começou a descobrir o sabor do alimento, e este mesmo consumidor também tem buscado a qualidade”, completa. Segundo o criador de ovinos, Walter Diesel, o mercado tem mudado muito, com a exigência de melhor qualidade do produto. Sócio-proprietário da casa de carne Cordeiro Real, o ovinocultor conta que Goiânia é o maior consumidor da carne vendida em seu estabelecimento, ficando com 80% a 90% do produto vendido no atacado e no varejo. Conforme a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), o quilo da carcaça de cordeiro está cotado entre R$ 9 e R$ 14 e o quilo vivo entre R$ 5 e R$ 8,50. O corte mais valorizado é o carré, parte do lombo do animal que corresponde a picanha do bovino. O ovinocultor atualmente está investindo, com parceiros, em uma propriedade no Mato Grasso, para uma criação de 10 mil matrizes. Mesmo com esta alta na procura, o consumo brasileiro é muito pequeno se comparado a outros países da América do Sul. Estimase que o consumo individual da carne de ovino gira em torno de 0,7 e 1,5 quilo por habitante/ano. Na Argentina, o consumo é de aproximadamente 7 quilos por habitante/ano e no Uruguai é de cerca de 6 quilos. A média mundial fica em torno de 4,7 quilos. No Brasil, o Rio Grande do Sul é o maior criador de ovino, com 3,94 milhões de cabeças, o que corresponde a 23,47% da produção nacional. Bahia está em segundo com 3,02 milhões (18,01%), seguido do Ceará com 2,07 milhões (8,85%). Goiás vem na 17ª posição com 186,4 mil cabeças e representa 1,11% do rebanho nacional. 26

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JOÃO FARIA

Fabiana Cristina alerta para a falta de frigoríficos e a importância da mão de obra eficiente

Walter Diesel na casa de carne Cordeiro Real. De 80% a 90% dos consumidores são de Goiânia

Gargalos da produção Apesar do processo de desenvolvimento pelo qual a ovinocultura passa, os criadores enfrentam grandes dificuldades, entre elas a falta de tecnologia, de frigoríficos e processadoras especializados em abater ovinos, pelo manejo inadequado dos animais. Para Walter Diesel, um dos grandes entraves da cadeia produtiva é a falta de mão de obra qualificada. Segundo ele, que atua na área em Goiás desde 1997, criar ovinos é fácil, porém tem que saber o que está fazendo. “Ele é um animal sensível, morre com facilidade quando não tratado corretamente”, diz. O criador comenta também que os ovinos precisam de cuidados específicos e que somente um bom tratador percebe quando o animal precisa de atenção especial. “Os ovinos são muito susceptíveis à verminose, que pode resultar em baixa de crescimento, e uma mão despreparada não percebe isto”, acrescenta. Diesel alerta também para os produtores que são levados pela empolgação, mas não tem experiência. Segundo ele, se não houver investimento em aperfeiçoamento e aptidão para o setor pode acabar tendo prejuízo. “Tem que gostar do que faz”, ressalta. Além disso, o mercado exige um produto de melhor qualidade, o que significa animais abatidos com período certo e com o peso ideal. Para ser considerado cordeiro, o animal deve ser abatido com 120 a 150 CAMPO |

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dias de idade e peso médio do macho ou fêmea entre 35 e 40 quilos. A diretora-financeira da Capriovino, Fabiana Cristina, lembra também que além dos cuidados, o produtor também deve ficar atento aos predadores, uma vez que a ovelha é uma presa fácil. “É necessário que os animais fiquem abrigados em piquetes cercados com telas”, explica. Quanto à falta de mão de obra qualificada, a criadora de ovinos diz que Goiás possui bons tratadores, mas os mais experientes têm vindo do Nordeste brasileiro, devido à produção naquela região ser bastante disseminada. A criadora ressalta também a falta de frigoríficos para o abate. Segundo ela, devido a pouca pouca oferta do animal em Goiás, não há escala de criação suficiente, o que não estimula a abertura de indústrias para a área.

186 mil é o número de ovinos em Goiás. O Estado representa 1,11% da produção nacional.


CAPA Criação de elite Atualmente, a ovinocultura em Goiás tem sido basicamente voltada à produção de ovinos de corte. Porém, a criação de animais de elite também tem sido bastante desenvolvida. Por meio da Exposição Agropecuária de Goiás, realizada todos os anos no mês de maio, o leilão de ovinos tem ganhado respaldo nacional. A criadora da região de Itaberaí, Célia Maria Mendes de Carvalho, é uma das expositoras. Na propriedade Cabanha MC, ela cria 300 animais, sendo 200 de elite e 100 de corte. A criadora conta que ela optou pela raça Dorper por considerá-lo um ovino produtor de carne e não ter grandes exigências nutricionais e ambientais. Ela conta também que optou pela raça por não ter espaço suficiente em sua propriedade para um grande rebanho de abate. “Criando o Dorper, eu tenho condições de fornecer animais de genética para propriedades maiores, que investem na criação de corte”, completa. Célia Maria explica que o tratamento entre os animais de corte e de elite é a média de possui algumas diferencarne de ovinos ciação. As condições saniconsumida pelo tárias são iguais para as duas modalidades, mas o brasileiro por ano de elite requer mais trabalho como casqueamento e limpeza semanalmente, manter as lãs tosadas e uma alimentação diferenciada. “A Santa Inês requer mais cuidado com o manejo, já o Dorper possui um manejo mais fácil”, ressalta. Ela ressalta também que os ovinos Dorper se reproduzem o ano todo. “Com arranjo adequado, o intervalo entre partos pode chegar a oitos meses, com até três parições em 10 anos. O rendimento de carcaça é em torno de 52% com seu abate em torno de 100 a 120 dias”, explica. Participante assídua de leilões e feiras como a Feira Internacional de Caprino e Ovinos (Feinco), Célia Maria conta que ingressou no setor há quatro anos e antes de investir na cadeia produtiva, ela buscou informações e se preparou para o mercado. Atualmente, a criadora conta que Goiás ainda se encontra engatinhando se comparado aos outros Estados produtores. “Não temos incentivo por parte do governo, como uma linha de crédito específica”, diz. Ela ressalta também que além de fomentar o setor, deve-se também incentivar o consumidor a consumir a carne de cordeiro. “O consumidor deve aprender a comer a carne de ovino e saber o quanto ela é saudável, sendo uma das carnes de mais baixo índice de colesterol e de valor acessível”, acrescenta. CAMPO |

FOTOS: JOÃO FARIA

700 gramas

Ovinos da raça Santa Inês

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Célia Maria é criadora das raças Dorper e Santa Inês, na região de Itaberaí

Estudo avalia avanço na exportação Estudo realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) e lançado em no segundo semestre de 2010 mostra que a exportação de ovinos pode avançar, mas precisa de mudanças estruturais significativas. Conforme o estudo, para ser um importante competidor no segmento, o Brasil precisa se espelhar no modo como a Austrália, a Nova Zelândia e o Uruguai enfrentam os desafios impostos pelo mercado internacional da carne. Neste caso, a garantia da sanidade do rebanho deve ser aprofundada, para que as barreiras não-tarifárias sejam superadas e a carne ovina brasileira possa alcançar os mercados importadores que remunerem melhor o produto. Ainda conforme o levantamento do MDIC e da Arco, a exportação de ovinos está concentrada na Nova Zelândia e Austrália. O rebanho mundial de ovinos diminuiu cerca de 8% nos últimos 20 anos, porém a produção de carne ovina aumentou em 27%. De 1997 a 2008 a importação de carne ovina passou de um valor de US$ 23 milhões.

Ovinos da raça Dorper

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CAPA Projeto de ovinocaprino expande produção

Goiás possui 186,4 mil cabeças de ovinos

Conhecido como uma região que precisa de incentivos, a região Nordeste de Goiás foi beneficiada pelo Projeto Ovinocaprinocultura na Região Reserva da Biosfera Goyaz. Realizado pelo Sebrae Goiás e governo estadual, o projeto teve o objetivo de expandir a produção e tornar a atividade uma alternativa de renda visando a melhoria da qualidade de vida dos pequenos produtores da região. Em cinco anos, o trabalho envolveu os municípios Simolândia, Alvorada, Iaciara, Nova Roma, Posse, Sítio D’Abadia, Guarani de Goiás e Mambaí. Segundo o gestor do projeto, Arildo Costa, com a implantação de assistência técnica e novos investimentos, os produtores viram sua renda aumentar com a comercialização dos ovinos e caprinos. “Do total de produtores participantes, de seis a oito aumentaram a criação para comercializar e render mais”, explica. Segundo Arildo, o projeto mudou a situação da comunidade, que viu na ovinocaprinocultura uma oportunidade de abrir novos

negócios e ampliar o que havia começado. No estudo feito para a conclusão do projeto, constatou-se que os produtores tiveram alta na produção, apoio financeiro e gerencial, e, aumento no número de empregados. “Há ovinocaprinocultores que participam de eventos nacionais afim melhorarem o rebanho e oferecer melhor qualidade”, explica. Mas, como em todo o Estado, a região sofre com a comercialização. Sem frigoríficos por perto, os animais se deslocam até 250 quilômetros para serem abatidos. “Por este motivo, muitos produtores desistiram”, relata Costa. O Projeto Ovinocaprinocultura na Região Reserva da Biosfera Goyaz terminou em abril de 2010, mas os trabalhos continuam. Arildo explica que em Simolândia foi construída uma unidade demonstrativa de ovinocaprino. No local há piquetes para apresentação de animais e auditório para palestras e cursos. “A unidade ainda não esta funcionando, mas a expectativa é iniciarem as atividades ainda neste ano”, diz.


Trigo produzido em Cristalina. IBGE/Conab aponta redução de 12,1% na área plantada no Brasil

Queda do

Trigo

Produtor é mal remunerado pela cultura e para suprir a necessidade do mercado nacional, o governo federal recorre às importações

KARINE RODRIGUES karine@faeg.com.br

Goiás está entre os maiores produtores de trigo do Brasil, mas estar nesse ranking não tem sido motivo de alegria, devido à dificuldade de comercializar a produção. A situação é ruim em todo o País, até a metade do mês de janeiro, apenas 35% da safra nacional havia sido comercializada, fato que foi amenizado com a realização de um leilão do Prêmio de Escoamento de Produto (PEP). Porém, neste PEP os triticultores goianos não puderam participar. A Faeg enviou um ofício ao ministro da Agricultura, Wagner Rossi, solicitando a utilização de alguma ferramenta de apoio na comercialização do trigo, mais ainda não obteve resposta. Além da dificuldade para vender, há baixa competitividade de preço entre os moinhos instalados no Estado. O produtor recebe pouco pelo trigo que produz e em muitos casos esse valor não é sufi-

ciente para pagar os custos de produção. Segundo o presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Faeg, Alécio Maróstica, dentre os motivos que levam os produtores a continuar a plantar trigo é o fato do grão fazer a assepsia dos pivôs e ser uma cultura de inverno, em que os agricultores plantam para não deixar a terra vazia. Conforme o preço praticado no mercado no início de cada ano, é tomada a decisão de plantio para junho e julho. O que se pode observar é a redução contínua da área plantada com trigo, pois o desestímulo para produzir é extremo. O último levantamento do IBGE/Conab mostra a queda na área plantada no Estado, que passou de 22,6 mil hectares na safra 2009/2010 para 15,8 mil hectares em 2010/2011, redução que corresponde a 30%.


Gargalos do segmento

Armazéns esvaziados O triticultor também enfrenta outros problemas como, ter que esvaziar os armazéns antes do mês de fevereiro para abrigar milho e soja, o fato de que todo o trigo plantado é para abastecer o mercado interno e a influência do câmbio, que deixa o grão de outros países mais competitivos em relação ao brasileiro. Alécio Maróstica ressalta ainda que, os moinhos, ao comprarem trigo fora do País, têm condições de pagamento facilitadas, com juros mais baixos e financiamento longo. Enquanto para comprar o trigo de produtores brasileiros, os moinhos têm que pagar à vista. “O Mercosul é interessante para a indústria brasileira, mas não para os produtores. Importamos trigo e lácteos da Argentina em função das parcerias do bloco”. Em Goiás, a situação se agrava, porque os dois maiores moinhos garantem o pagamento à vista, os demais quitam a dívida em prazos que variam de 90 a 120 dias. Fava, que possui cerca de duas toneladas estocadas desde setembro de 2010, destaca a necessidade de uma política de reguladora do setor para que os produtores pudessem vender sua safra, ao menos, pelo preço mínimo de referência. Hoje, o valor da tonelada da Argentina até Goiânia é de R$ 560. O preço mínimo

JOÃO FARIA

O gerente agrícola da empresa Goiás Verde, situada em Cristalina, Carmo Spies, diz que a partir da década de 1970, a política em relação à cultura se desestruturou e até hoje não há nada que garanta a comercialização da safra. “Hoje o quadro é diferente de 40 anos atrás, e realmente é necessário ter uma política que propicie condições para o setor se estruturar e ser competitivo”, completa. O almejado sonho do Brasil de ser auto-suficiente na produção de trigo pode ser plenamente conseguido, mas para isso é preciso apoio do governo, estimulando a produção interna e evitando as importações. Um dos maiores problemas enfrentados é a concorrência com o cereal vindo da Argentina. O produtor, José Fava, diz que hoje é impossível competir com o trigo argentino, pois a qualidade dele é imbatível. Carmo Spies completa que no caso goiano, outro agravante é a distância dos portos, que não favorece o escoamento da safra. “Ficamos muitas vezes presos a ofertas regionais, porque mandar o trigo para longe o deixa ainda mais caro”, explica.

José Fava tem trigo para vender mas não consegue preço que pague o custo de produção

utilizado como referência para o leilão do dia 20 de janeiro foi de R$ 477 para o trigo Classe Pão tipo 1. Maróstica diz ainda que a área plantada de trigo na Argentina não deve aumentar, enquanto o consumo de trigo no Brasil cresce. “Essa é a oportunidade que temos de conseguir melhores preços e pressionar o governo para que crie uma política adequada para o setor”, esclarece. Spies também diz que é preciso investir em pesquisa para desenvolver sementes adaptadas à região.


Números da triticultura Em Goiás, uma responsáveis por boa parte do trigo é 90% da oferta produzida no municínacional. Maior pio de Cristalina e por produtor, o Paraná ser uma cultura de diminuiu em 11% a a menos na produção. A inverno, o cereal é culárea plantada de tivado com irrigação, o redução passou de 85,1 mil trigo em 2010 e que lhe confere uma colheu 3,37 miltoneladas de 2009/2010 qualidade acima da hões de toneladas, para 74,8 mil toneladas média nacional. Mas o quase 60% das 5,7 último levantamento milhões de tonelaem 2010/2011. do IBGE/Conab apondas da safra naciota para a queda na nal. Segundo o área plantada no operador de merEstado e na produção, mas teve alta em cado, Paulo Okamoto, para não enfrentar produtividade. Na produção, a redução pasdiretamente o problema, muitos produsou de 85,1 mil toneladas de 2009/2010 tores fazem pré-contrato de venda para para 74,8 mil toneladas em 2010/2011, ou garantir a comercialização do cereal. seja, 12,1% a menos. No mesmo período, a Outro gargalo é a dificuldade para estoprodutividade subiu 25,7%. car, nem todos os triticultores têm armaO País consome anualmente praticazém e quem não tem onde abrigar o trigo mente o dobro do que produz e, para não possui condições de esperar por um suprir a demanda, recorre a países como preço melhor de venda. Ele relata ainda Argentina, Uruguai, Paraguai, Estados que, a maior parte dos triticultores goiaUnidos e Canadá. Os Estados do Sul são nos são pequenos e médios produtores.

12,1%

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Sem desperdícios Uso correto nas aplicações de defensivos agrícolas pode reduzir custo de produção e potencializar eficácia do produto ALESSANDRA GOIAZ alessandra@faeg.com.br

usando e saber como atingir o alvo corretamente. Além disso, o especialista orienta quanto à necessidade de ter muita atenção quanto ao fator clima, como a umidade relativa do ar e a temperatura mínima ideal. Deve-se evitar aplicar os agroquímicos quando a temperatura estiver acima de 30º C e a umidade do ar abaixo de 40%. A velocidade do vento também deve ser avaliada, pois a ausência ou presença de vento forte (deriva) pode comprometer a entrada do produto na planta. “Não tendo conhecimento da tecnologia que está utilizando, assim como aplicar o produto em ambiente com clima desfavorável, pode gera maior perda na aplicação”, comenta. Anderson Alves, que é instrutor dos cursos de Aplicação de Defensivos Agrícolas do Senar Goiás, orienta semanalmente os produtores e trabalhadores rurais quanto à importância de conhecimento para evitar perdas desnecessárias e ainda proteger o meio ambiente de contaminação com o uso incorreto dos defensivos agrícolas. Isto porque, conforme o tamanho da gota e o clima, o vento pode levar o produto para fora da lavoura e contaminar áreas sensíveis situadas a quilômetros do local da aplicação.

CARLOS COSTA

A aplicação de defensivos agrícolas nas lavouras envolve mão de obra, fitossanitários e maquinários específicos. Porém, todos estes fatores não são garantia de aumento de produção. Acompanhado a eles estão o conhecimento do produto trabalhado e a manutenção regular das maquinas. Estima-se que de 30% a 40% das perdas da produção agrícola está relacionado às pragas e doenças, e grande parte desta perda pode ter relação com a ineficácia das aplicações devido aos maquinários sem manutenção ou erros de aplicação. Apesar de não ter dados oficiais, a estimativa é que cerca de 40% dos produtos utilizados durante a pulverização são desperdiçados, por exemplo, por um bico estragado, por uma mangueira rachada ou um filtro danificado. A melhor definição de tecnologia de aplicação de agrotóxicos é o emprego da correta colocação do produto no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica, com o mínimo de contaminação de outras áreas e pessoas. Conforme os técnicos especialistas, a quantidade do produto que não atingir o alvo não terá qualquer eficácia e representará aumento do custo de produção. Para o engenheiro agrícola, Anderson Alves Brasileiro, o produtor deve conhecer o produto que está

Máquina pulveriza área de arroz

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Manutenção preventiva é necessária O produtor rural do município de Itaberaí, Carlos Alves de Leles, faz manutenção regular dos maquinários agrícolas. Segundo ele, anualmente as máquinas passam por uma revisão em uma oficina especializada, onde são averiguadas todas as peças essenciais para a aplicação dos defensivos agrícolas. Além disso, o produtor e o funcionário de sua propriedade rural também fizeram cursos do Senar Goiás de Aplicação de Defensivos Agrícolas, onde aprenderam manusear corretamente as peças, a identificarem falhas e evitarem desperdícios dos produtos. “Além da revisão anual na oficina, antes de utilizar as máquinas nas lavouras e também após cada aplicação ainda avaliamos os filtros e a calibragem para obtermos o melhor desempenho”, diz. São técnicas simples e de baixo custo se comparado ao que se pode perder com a falta de manutenção. Grandes impactos econômicos muitas vezes podem ser provocados por problemas de fácil solução. Um exemplo é a troca dos bicos dos pulverizadores. Uma peça pequena que custa em média R$ 30, mas que se tiver alguma avaria o produtor pode perder até 10% do custo de um defensivo. Segundo o engenheiro agrônomo e assessor técnico para a área de cereais, fibras e oleaginosas da Faeg, Leonardo Machado, o agricultor deve também prestar atenção na

ONDE ESTÃO OS ERROS? Uso de bicos inadequados para os alvos que se destinam; Falta ou defeito no manômetro ou equipamento inadequado; Vazamentos ou entupimentos de bicos; Altura inadequada das barras durante a aplicação; Falta de conhecimento para a calibração dos equipamentos; Ausência ou não funcionamento do tacômetro no trator; Filtros inadequados para o tipo de bico utilizado; Desrespeito às condições climáticas no momento da aplicação; Erros na calibração.

hora de definir as características das pontas de pulverização, etapa do trabalho que terá reflexo na produção e no tamanho das gotas. “A escolha da gota é muito importante. Um exemplo é a ferrugem asiática. Quanto maior a gota, menor é a cobertura e vice-versa. Um simples detalhe pode fazer uma grande diferença no resultado da produção”, diz. Erros comuns Além da escolha errada dos bicos ou a falta de reposição do mesmo, outros erros comuns são identificados nas aplicações de defensivos agrícolas. Entre eles se encontram erro na taxa de aplicação, perdas com vaza-

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mento e com a formação da calda. Segundo Leonardo Machado, a manutenção pode custar ao produtor menos de 1% do valor do pulverizador. Por isso, o técnico ressalta que calibrar e regular constantemente o maquinário, conferir variação dos bicos, ficar atento às variações climáticas, selecionar os bicos corretamente e verificar o sistema de pulverização (mangueiras, filtros, entre outras peças) podem significar um trabalho a mais, porém, trará ao agricultor mais benefícios econômico e financeiro. “A manutenção deve ser feita antes, durante e após a safra”, recomenda. As perdas durante a pulverização também ocorrem por razões como a escolha de produ-


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tos muito voláteis, o que pode ocasionar a deriva pela evaporação provocada por temperaturas altas, pela falta de conhecimento ou treinamento do operador, pela presença de vazamento nas mangueiras e no sistema hidráulico Carlos de Leles com um profissional especializado em manutenção de e pelos vazamen- pulverizadores. Produtor faz revisão anual no maquinário tos dos bicos após pode aumentar ou reduzir seus cuso fechamento das barras. tos”. Além disso, Carlos de Leles diz O produtor Carlos de Leles, que também que, pela região ter uma base também é presidente do Sindicato econômica voltada à agricultura, há Rural de Itaberaí, conta que na região investimentos em tecnologia de ponta. os agricultores são conscientes quanto “Tanto os grandes quanto os pequeà necessidade de cuidar corretamente nos produtores investem em equipados maquinários, com o objetivo de mentos que visam melhor desemnão desperdiçar o produto utilizado. penho e eficácia”, conta. Entre eles há “Eles estão cientes que os produtos desde pulverizadores que possuem são caros e que um erro pode resultar bicos anti-deriva à equipamentos que em perdas e prejuízos. Os produtores possuem regulagem automática. rurais estão muito atentos ao que

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Qualidade da calda Muito se fala a respeito da importância dos maquinários, porém, um outro fator que é fundamental para a eficiência da aplicação dos defensivos agrícolas é o volume e a qualidade da calda, que é a mistura da água e dos produtos. Esta, quando utilizada conforme a orientação do técnico agrícola ou das embalagens dos agroquímicos, pode aumentar a capacidade operacional dos pulverizadores, além de reduzir os riscos de contaminação do solo. A água de qualidade é fundamental. As misturas requerem água livre de impurezas e problemas com ph e alcalinidade. Além disso, estudos têm demonstrado que água com partículas de argila e matéria orgânica reduzem a atividade dos defensivos, o que pode exigir aumento significativo na dosagem para controlar as pragas. Porém, antes de qualquer contato com os defensivos agrícolas é importante que o manuseio seja feito com segurança. O trabalhador deve ser treinado e utilizar os equipamentos de segurança. No caso de acidente ou contaminação, procurar ajuda médica. São precauções simples que fazem grande diferença.


DELÍCIAS DO CAMPO Rendimento:

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Lombo suíno assado na cerveja preta

porções

1 peça inteira de 2 kg de lombo suíno com a gordura 2 latas de cerveja preta 3 pimentas de cheiro 3 pimentas bode ½ maço de salsinha ½ maço de cebolinha 3 dentes de alho 1 copo de suco de laranja 500 g de bacon cortado em cubinhos 5 colheres de sopa de azeite de oliva ou óleo 2 cenouras cortadas em pedaços pequenos 1 maço de brócolis 20 tomates cerejas inteiros 2 cebolas médias picadas 10 dentes de alho com a casca Sal e pimenta do reino a gosto Castanhas de caju, ou de baru ou nozes para decorar

RECEITA ELABORADA POR : CRISTIANO FERREIRA DA SILVEIRA, TECNÓLOGO EM GASTRONOMIA E INSTRUTOR DE COZINHA RURAL DO SENAR, EM GOIÁS.

CRISTIANO FERREIRA

INGREDIENTES:

MODO DE PREPARO: Para a marinada do lombo: Faça algumas perfurações no lombo pelo lado da carne, esfregue bem o sal e a pimenta do reino no lombo todo, bata todos os ingredientes restantes no liquidificador, coloque o lombo imerso nessa marinada e deixe-o na geladeira no mínimo 12 horas antes do preparo. Após o período de reserva, em uma panela grande coloque o azeite e frite o bacon, antes de dourar coloque o lombo e deixeo fritar de todos os lados até dourar, retire-o e coloque em uma assadeira com a parte da gordura virada para cima. Na panela que fritou o lombo, frite por 1 minuto as cenouras, o brócolis, os

tomates, os alhos inteiros e as cebolas. Coloque o líquido da marinada e mecha até o fundo que se fez na panela se soutar. Jogue por cima do lombo o líquido da panela, cubra a assadeira com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC por 3 horas. Depois de 2 horas, retire o papel alumínio, aumente o forno para 220ºC e vá virando o lombo até dourar dos dois lados. Primeiro doure o lado da carne, depois o da gordura. Se o líquido da assadeira secar coloque mais um pouco de cerveja preta e vá regando a carne depois que tirar o papel alumínio. Fatie o lombo e regue por cima o líquido que se fez na forma e salpique castanhas por cima para decorar.

> COMO PARTICIPAR: Envie sua sugestão de receita para revistacampo@faeg.com.br ou ligue: (62) 3096-2200. CAMPO |

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CASOS DE SUCESSO

maracujá Em poucos hectares plantados é possível produzir maracujá em grande escala e obter bons rendimentos KARINE RODRIGUES karine@faeg.com.br

O cultivo do maracujá trouxe tranquilidade e bons rendimentos para o produtor Márcio Félix da Chagas, de Itaberaí. Ele, a família e mais dois funcionários trabalham no cultivo do fruto em três hectares de terra, que fazem parte do assentamento Che Guevara. Aparentemente, o cultivo do maracujá parece fácil, mas para conseguir colher 45 toneladas em um ano em cada hectare, o produtor teve que seguir algumas regras, como ter sempre um pomar novo, se possível fazer a polinização manual para garantir a fecundação das flores e ficar alerta para evitar a contaminação por doenças. O melhor resultado do maracujazeiro ocorre no primeiro ano de produção, do segundo em diante o rendimento cai pela metade. O ideal é deixar que a planta produza no máximo três cargas, é o que recomenda o instruCAMPO |

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tor de fruticultura do Senar, Lucimar Andrade de Lima. Para se ter uma ideia, no segundo ano de produção o maracujazeiro produz cerca de 20 toneladas por hectare e no terceiro ano cai para 10 toneladas, em média. A colheita ocorre a cada quatro meses. Andrade, diz que produtores experientes e profissionais, como Márcio, faz o escalonamento de área para obter maiores resultados e garantir um pomar novo com alta produtividade. O suco de maracujá é o terceiro mais consumido no Brasil, o primeiro é o de laranja e o segundo é o de caju. Márcio diz que está satisfeito com o trabalho, com os rendimentos e acredita que a cultura do maracujá não é de alto risco. “É fácil combater as pragas. A maior perda que já tive em um hectare plantado foi de mil sacos, cada um tem 12 quilos de maracujá”, calcula. Por meio da renda obtida com o plantio do maracujá é que Márcio mantém o sustento da família. Por enquanto, ele não pensa em aumentar a área plantada e diz que o mercado consumidor em Goiás está em expansão e absorve a produção já existente. O preço médio de venda do saco é de R$ 16 e a produção semanal do fruto varia de 200 a 230 sacos. As mudas são produzidas na própria propriedade, que em setembro do ano passado abrigou um treinamento de fruticultura ministrado pelo Senar, em Goiás. Além do curso de fruticultura, Márcio também fez os seguintes treinamentos do Senar de bovinocultura de leite e qualidade de leite. | FEVEREIRO/2011

JOÃO FARIA

Lucros do


Fruticultor mostra a exuberância do maracujá produzido no pomar da propriedade

Características da planta A primeira carga do maracujazeiro é a melhor de todas, se cada planta estiver saudável ela produz 24 quilos. Ao final da carga não é preciso cortá-la ou fazer o replantio, basta deixá-la no lugar que ela rebrota. Em cada rama há uma gavinha (uma tipo de espiral), um botão floral, uma gema ou broto e folhas. O mais comum é que o pomar comece a produzir a partir do oitavo mês de plantio. Na primeira carga, um pomar pode render cinco toneladas, cada pé pesa entre 300 a 400 gramas. Como o maracujazeiro é uma trepadeira, a planta deve ser sustentada por hastes ou estacas, distância entre as estacas deve ser de seis metros e a altura destas deve ser de três metros. A flor, que é hermafrodita, se abre durante o período de calor, por volta das 13 horas. A fecundação ocorre pela polinização cruzada e depende das abelhas para gerar fruto. A abelha que mais exerce essa função é mamangava. Depois de fecundada a flor, o fruto começa a se desenvolver. Na propriedade, a polinização é manual para garantir o sucesso da produção. De acordo com Lucimar, o pomar de maracujá é desfeito após produzir três cargas. Na fase final de produção há pressão de pragas e doenças. Uma doença comum ao maracujazeiro é a fusariose, a qual pode atacar o pomar CAMPO |

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se as plantas forem arrancadas ou capinadas do solo. Mas se não houver problemas de contágio, a planta pode produzir até por mais tempo. Ao final da produção da terceira carga, são desfeitas as estruturas que seguram a planta, os maracujazeiros são deixados sobre a terra e servirão para alimentar o gado. Dessa forma, o solo é limpo dos resíduos dos pés de maracujá. Segundo Márcio, o ideal é que o pomar seja fechado por cinco meses para completa limpeza pelo gado. Os interessados em participar dos treinamentos e cursos do Senar em Itaberaí devem procurar o Sindicato Rural pelo telefone: (62) 3375-1533 ou pelo e-mail: itaberai@faeg.com.br

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CURSOS E TREINAMENTOS

> COMO PARTICIPAR: Procure o Sindicato Rural, Associação de Produtores e Prefeitura de sua cidade e saibaquais cursos e treinamentos serão ministrados em sua região. (62) 3545-2600

Mobilização no campo em Goiânia o curso de Formação Inicial de Mobilizadores, com a participação de candidatos a agentes mobilizadores de 15 municípios goianos. Dentre as atividades da programação, os participantes visitaram a sede do Sistema Faeg/Senar e foram recebidos pelo presidente, José Mário Schreiner, que ressaltou a importância do trabalho destes agentes na atividade agropecuária, no que tange a qualificação da mão de obra e que contribui decisivamente para o desenvolvimento econômico e social do Estado.

FÁTIMA ARAÚJO fatima@senargo.org.br

Mobilização. Visto sob o conceito de movimentar-se em favor de uma campanha. O ato de mobilizar pessoas no Sistema Faeg/Senar consiste, basicamente, em auxiliar a equipe técnica da administração regional de Goiás a identificar as demandas de qualificação de Formação Profissional Rural (FPR), Promoção Social (PS) e Programas Especiais, e realizar atividades de estruturação dos eventos. Neste sentido, entre os dias 10 e 14 de janeiro de 2011, foi realizada

Fátima Araújo é coordenadora pedagógica e supervisora da Promoção Social do Senar, em Goiás.

JOÃO FARIA

EM JANEIRO, O SENAR PROMOVEU

19 57 Na área de agricultura

Em atividade de apoio agrossilvipastoril

8 Na área de silvicultura

166 1 5 Em agroindústria

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Na área de aquicultura

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CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

63 Na área de pecuária

13 Em atividades relativas à prestação de serviços


Procura por aprimoramento FÁTIMA ARAÚJO fatima@senargo.org.br

Visando buscar melhor qualificação, educadores do Senar Goiás investem em inovação e diversificação das técnicas utilizadas para ministrar seus treinamentos. Por iniciativa própria, os educadores Antônio Geraldo, Elza Moreira, Maria Carvalho e Elimar Gomes organizaram uma missão técnica para aprimoramento no noroeste e no norte de Minas Gerais. Visitaram tecelagem artesanal com algodão e aprenderam a confeccionar artesanato com buriti, matéria-prima seca e descartada pela palmeira originária das veredas daquela região, bem como do território goiano. Dentre as peças possíveis de serem confeccionadas destacam-se, dentre outros: vasos, quadros, baús, sofás, estantes, mesas. Iniciativa como esta é motivada pelo Programa de Formação Continuada de Agentes, do qual participam supervisores, mobilizadores e educadores da administração regional do Senar. Das ações em andamento são promovidos encontros de formação continuada de educadores, realizados entre os meses de janeiro e abril de 2011. Os prestadores de serviço de instrutoria são distribuídos em seis turmas por áreas afins e em cada turma são discutidos assuntos como: educação financeira, ginástica laboral e primeiros socorros. Desta forma, espera-se que o Sistema Faeg/Senar contribua para gradativa melhoria dos serviços prestados aos produtores e trabalhadores rurais de todo o Estado, no que tange às ações de Formação Profissional Rural e Promoção Social.

JOÃO FARIA

Fátima Araújo é coordenadora pedagógica e supervisora da Promoção Social do Senar, em Goiás.

27 10 Alimentação e nutrição

CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

5 Organização comunitária

1

3

Saúde e alimentação

Prevenção de acidentes CAMPO |

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8 2.026 Artesanato

PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS

> Para saber mais consulte nosso site: www.senargo.org.br


ARQUIVO PESSOAL

CAMPO ABERTO

Orgânicos em Goiás DÉBORA MARIA ZOCCOLI deborazoccoli@yahoo.com.br

reconhecimento das práticas orgânicas como um modelo para produção de alimentos seguros de um modo geral. Outros aspectos a serem considerados é a credibilidade quanto à qualidade do produto orgânico, o sabor diferenciado devido à presença equilibrada de sólidos solúveis totais, destacando as frutas como morango, banana e manga, que apresentam um sabor mais adocicado e que gera uma aceitação que tem contribuído para o aumento da demanda desses alimentos. A capacitação rural na área de produção orgânica tem sido um forte aliado para a ampliação das perspectivas de produção agrícola em Goiás, difundindo tecnologia e promovendo uma conscientização para uma produção sustentável. Segundo relato dos participantes dos cursos do Senar, a capacitação forneceu ferramentas palpáveis de acesso a tecnologias, que permitirão aos produtores almejar resultado tanto para o consumo familiar quanto para comercialização em oportunidades como programas de fornecimento de produtos para merendas escolares e restaurantes populares, em parceria com as prefeituras municipais, apoiados pelo governo federal. A educação rural por meio dos cursos do Senar tem impelido uma visão holística da produção agrícola, introduzindo conceitos de sustentabilidade, cidadania, alimentação saudável, higiene, respeito ao consumidor e desmistifica analogias sobre a produção orgânica estar ligada somente à prática agrícola sem uso de defensivos agrícolas. A identidade do sistema de produção orgânico está no respeito à vida e cerca o aspecto social, ambiental, cultural, econômico e político do meio rural e dos que usufruem dos seus resultados. Sua persistente ascensão dependerá da consolidação nos preceitos de ética e respeito aos princípios que elegeram esse sistema como o futuro das cadeias produtivas e do suporte alimentar para população mundial. (Colaborou: Álvaro Pessoa, engenheiro agrônomo e instrutor do Senar, em Goiás) Débora Maria Zoccoli é engenheira agrônoma, doutora em Fitopatologia e instrutora da Senar nas áreas de olericultura orgânica e cultivo orgânico de plantas medicinais.

EARTE SOBRE FOTO DE MARCUS VINICIUS

A agricultura orgânica é um sistema que visa a produção agrícola por meio da aplicação de técnicas diferentes da agricultura convencional. A atividade segue os fundamentos agroecológicos, preconiza a redução de entrada de insumos no sistema, aproveita resíduos orgânicos de origem animal e vegetal como meio de aumentar o nível de matéria orgânica e fertilidade do solo, diversifica as espécies exploradas e utiliza manejo sem uso de defensivos agrícolas e adubos químicos de alta solubilidade. Não se trata apenas de substituir insumos químicos por outros de origem orgânica, alternativa ou ecologicamente correto. O objetivo principal é promover um manejo equilibrado nos múltiplos aspectos da propriedade e introduzir e/ou restaurar tecnologias que possam assegurar a sustentabilidade dos sistemas agrícolas ao longo do tempo. A produção orgânica propõe a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, o respeito ao meio ambiente, o resgate da dignidade social no meio rural, a redução da exposição dos trabalhadores a produtos tóxicos, que preserva a saúde humana e o meio ambiente, e atende aos requisitos de segurança alimentar no respeito ao consumidor e outras demandas estabelecidas pela Lei 10.831, de dezembro de 2003. O desenvolvimento da agricultura orgânica em Goiás tem sido incentivado por instituições ligadas ao setor público, privado, associações, sindicatos e entidades. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) tem dado apoio ao setor, com a capacitação, por meio dos cursos de Olericultura Orgânica e Cultivo Orgânico de Plantas Medicinais, de mais de 2.800 integrantes da família rural. Eles se tornarão multiplicadores desta atividade, que estreia um marco para o setor agrícola. A capacitação é responsável pela ascensão social, redução da pobreza no meio rural e, consequentemente, a diminuição do êxodo rural. Além disso, a consciência ambiental e social é fortalecida, pois valoriza os recursos naturais e o cidadão. A demanda por alimentos saudáveis, o aumento da incidência de doenças humanas provocadas pela má alimentação, a insegurança alimentar e a insustentabilidade dos sistemas agrícolas atuais têm despertado o

CAMPO |

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