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INSS 2178-5781

Ano XIII # 199 | Janeiro 2012 9912263550

Avicultura Novas regras para venda de galinha caipira

Agrinho Sistema Faeg/Senar mobiliza 350 mil alunos

Eventos Goiás se torna destino de grandes eventos internacionais

Safra negociada Aumenta número de produtores que antecipam comercialização da safra para segurar preços


SEGURANÇA PARA O CAMPO E PARA O BOLSO. A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), comprometida em mudar o panorama atual dos seguros rurais no País, é

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pioneira na contratação de uma corretora de seguros para o atendimento exclusivo às reais necessidades do produtor rural.

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PALAVRA DO PRESIDENTE

CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

CONSELHO EDITORIAL

Vendas antecipadas

Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa Editores: Francila Calica (01996/GO) e Rhudy Crysthian (02080/GO) Reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e Leydiane Alves Fotografia: Jana Tomazelli Techio, Mendel Cortizo e Raphaela Boghi Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO) Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: (62) 3096-2200 revistacampo@faeg.com.br

DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Diretores-Secretários: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Diretores-Tesoureiros: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

A

crise na Europa é preocupante, pois o Brasil não está resguardado de seus efeitos. Os europeus são consumidores de produtos agrícolas brasileiros, se a crise se agravar ainda mais por lá, perderemos escala em consumo e isso afetará diretamente os preços de nossas commodities. Por isso, é preciso que o produtor fique atento às evoluções do mercado, que muda rapidamente ao gosto dos acontecimentos econômicos mundiais. Os produtores goianos já iniciaram a colheita da safra nas principais regiões produtoras do Estado. O aumento do porcentual da safra brasileira de soja comercializada antecipadamente revela uma realidade que já vem acontecendo na produção agrícola goiana – a tentativa do produtor em conseguir preços mais remuneradores por meio de contratos futuros. Preços atraentes no momento de se fechar o contrato e projeções de incerteza para o período de colheita são fatores que influenciaram o maior número de vendas antecipadas. É indicado ao produtor travar o preço de seu produto se o mercado está bom, analisar se os custos já foram cobertos e qual seu desempenho financeiro para saber em qual margem de operação trabalhar. Mas é melhor travar o preço antes que a grande oferta da colheita chegue ao mercado. A tendência é de estabilidade, mas qualquer fato de maior relevância pode mudar todo o cenário. Este será um ano de prudência e de muitos desafios, não só em termos econômicos, mas também político-sociais.

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins

FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.faeg.com.br E-mail: faeg@faeg.com.br Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601

José Mário Schreiner Presidente do Sistema FAEG/SENAR

Site: www.senargo.org.br

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2208 - (62) 3096-2248 (62) 3096-2115.

Alexandre Cerqueira

E-mail: senar@senargo.org.br


Jana Tomazelli

Mendel CorƟzo

PAINEL CENTRAL

08 Agrinho 2012 irá atender quase a metade dos alunos goianos 14 Programa Agrinho distribuiu mais de R$ 82 mil em prêmios ano passado. A meta para 2012 é alcançar 40% das escolas da rede pública.

O consultor de mercado e presidente da PHDerivativos, empresa de consultoria de Chicago (EUA), Pedro Dejneka, acredita que para esta safra a expectativa do setor agrícola brasileiro é de estabilidade nos preços das commodities nacionais.

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Mendel CorƟzo

Palco para o agronegócio

Prosa Rural

Goiás se torna destino para grandes eventos do agrobusiness.

Agenda Rural

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Fique Sabendo

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Cartão Produtor

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Campo Responde

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Delícias do Campo

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Campo Aberto

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Novidade na granja

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Mudam regras para comercialização de frangos caipiras.

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Jana Tomazelli

Comercialização da safra 20 Produtores antecipam vendas da safra para segurar preços. Faeg realiza Seminários de Comercialização Agrícola.

Mosca do estábulo

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Novos surtos de mosca preocupam produtores. Prejuízos podem ser de até 60% na produção de leite.

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ShuƩerstock

Produtores de grãos negociam antecipadamente sua safra. Foto produzida por Jana Tomazelli.

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AGENDA RURAL

Fevereiro 2012 as informações com os organizadores.

SEMINÁRIO REGIONAL DE LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL no Centro Administrativo, em Anápolis (GO) Informações: (62) 3096-2200

06 a 10/02

13/02

16/02

22 a 24/02

Formação Inicial de Mobilizadores, no Augustu’s Hotel, em Goiânia (GO) Informações: (62) 3096-2200

Lançamento da Pedra Fundamental do Projeto Fazenda Esperança, no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia (GO) Informações: (62) 3096-2200

Treinamento Mídia Training para dirigentes sindicais, no Plaza Inn Hotel, em Goiânia (GO) Informações: (62) 3096-2200

Treinamento de novos dirigentes, no Augustu’s Hotel, em Goiânia Informações: (62) 3096-2200

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FIQUE SABENDO

Contribuição Sindical Rural 2012 Já está disponível o manual para o pagamento da contribuição Sindical Rural 2012, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O manual traz todas as informações para que o produtor rural, pessoa física e ou jurídica, realiaze o pagamento da contribuição anual. Os recursos arrecadados pela contribuição sindical são distribuídos conforme estabelece o artigo 589 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Sua obrigatoriedade está prevista no artigo 149 da Constituição Federal, que determina o caráter tributário da contribuição. A publicação é de fundamental importância para os resultados obtidos em favor do crescimento da atividade agropecuária. Os avanços registrados no ano passado revelam todo o esforço desenvolvido pela CNA, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Instituto CNA em benefício dos produtores rurais e da sociedade brasileira. A publicação está disponível gratuitamente para o produtor na sede da CNA, Faeg e nos Sindicatos Rurais. www.senargo.org.br

PESQUISA

Flickr.com\zlady

Cana nova no mercado O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), empresa que realiza pesquisas sucroenergéticas, apresentou recentemente duas novas variedades de cana-de-açúcar, a CTC21 e CTC22. São espécies que favorecem o plantio e colheita mecanizados. Tratam-se de variedades denominadas precoces, porque são ideais para o começo de safra. Outro dado relevante quanto às novas variedades é a alta resistência às ferrugens marrom e alaranjada, doenças que atacam a cana em forma de fungos. A CTC 21 possui alto teor de sacarose, o que significa um acúmulo de açúcar antes da colheita. Tem aptidão ao sistema de plantio mecanizado e não floresce. A CTC 22 também não floresce em condição climática alguma. Esta variedade tem tanto alto teor de sacarose como de fibra e é recomendada para a colheita até julho.

REGISTRO

Encontro de Dirigentes Jana Tomazelli

Divulgação

ARMAZÉM

Cerca de 500 pessoas entre dirigentes de Sindicatos Rurais goianos e lideranças rurais participaram, em dezembro, do Encontro de Dirigentes Sindicais 2011 - 7° Encontro Estadual do Programa Empreendedor Rural, em Caldas Novas. O evento tratou das metas para 2012 das entidades que compõem o sistema sindical rural em Goiás e divulgou as ações das entidades do setor. Durante o evento promovido pelo Sistema Faeg/Senar os produtores acompanharam um balanço das atividades do Senar em Goiás, em 2011. O Ministro dos Esportes e deputado

Federal, Aldo Rebelo, também esteve no encontro para receber uma homenagem, a Comenda do Mérito Agropecuário categoria “Personalidade Política”. O parlamentar teve participação crucial na elaboração do novo texto do Código Florestal. Outras personalidades públicas, autoridades civis, produtores e técnicos que contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento da agropecuária goiana naquele ano também foram reconhecidas com o recebimento da Comenda do Mérito Agropecuário 2011. O Sebrae recebeu a Comenda na categoria “Entidade Parceira”. Janeiro/2012

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PROSA RURAL

PEDRO DEJNEKA presidenta da PHDerivativos

Preços estáveis para 2012 Rhudy Crysthian | rhudy@faeg.com.br

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ara esta safra a expectativa do setor agrícola brasileiro é de estabilidade nos preços das commodities nacionais. A estimativa é do consultor de mercado e presidente da PHDerivativos, empresa de consultoria de Chicago (EUA), Pedro Dejneka. Ele esteve em Goiás, em janeiro, para participar dos Seminários Regionais de Comercialização Agrícola 2012 em vários municípios goianos. Formado em administração e finanças pela Ohio Valley University, ele possui experiência em finanças, economia, investimentos e comércio exterior. O especialista domina ainda competência na área de investimentos internacionais, incluindo ações, debêntures, investimentos alternativos, Forex e commodities. Ele reside nos Estados Unidos desde 1995.

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Revista Campo: O que os produtores rurais podem esperar da próxima safra agrícola americana? Pedro Dejneka : Ainda é cedo para especular sobre estes dados, mas uma coisa pode-se ter certeza - o mercado precisa de uma excelente safra norte americana em 2012 para ajudar a aliviar a pressão de disponibilidade mundial de grãos. A safra americana sendo boa, poderemos esperar uma www.sistemafaeg.com.br


Jana Tomazelli

pressão nos preços a partir de meados de julho ou agosto deste ano. Não sendo boa e sofrendo pressões climáticas, poderemos ter uma nova alta nos preços, considerando, é claro, um cenário macroeconômico relativamente ameno e sem maiores choques. Revista Campo: Quais poderão ser os efeitos desta safra no mercado brasileiro? www.senargo.org.br

Pedro Dejneka : A safra nos Estados Unidos, sendo boa, poderá trazer pressão nos preços do próprio mercado interno brasileiro, pois o país fará de tudo para escoar o seu excesso de produto, causando assim a possibilidade de aumento na disponibilidade de grãos no Brasil. Os EUA têm uma infraestrutura invejável, já o Brasil, conta com uma das piores do mundo. Ou seja, havendo excesso de oferta, os EUA

têm enorme vantagem na corrida de exportação. Revista Campo: A China continuará a apresentar crescimento constante na demanda por grãos? Pedro Dejneka : Difícil de responder com convicção. Mas a população total e classe média na China continuam crescendo. A disponibilidade de terras aráveis Janeiro/2012

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Revista Campo: O que realmente os produtores brasileiros devem observar para realizar uma boa negociação da safra? Pedro Dejneka : Os Custos. No momento que o produtor coloca as sementes no solo ele deve ter o custo total de produção na ponta do lápis. O sucesso na comercialização depende de vários fatores, mas o mais importante é saber separar a emoção da decisão. Isso apenas é possível com objetividade e disciplina. Não é suficiente apenas “ter-se uma ideia” dos custos, pois isso traz subjetividade às decisões e é quando o produtor entra em risco. O auxílio de um profissional, seja autônomo ou de uma cooperativa, é muito importante para trazer objetividade na hora da comercialização Revista Campo: Como os investidores em Chicago enxergam o mercado de commodities agrícolas? Pedro Dejneka : O mercado de commodities hoje é muito mais um mercado financeiro do que simplesmente um mercado agrícola. Com isso, a imprevisibilidade e volatilidade do mercado aumentam, pois a quantidade de capital disponível para investimento em commodities agrícolas hoje é quase dez vezes maior que o valor agregado de todos os contratos operados em Chicago. Em relação à tendência de preços,

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o mercado de grãos vem sofrendo desde agosto do ano passado. O choque nos dados de oferta que levou o mercado a grandes altas em 2011 foi amenizado pelos últimos dados do Departamento de Agricultura Norte Americano, o USDA. Com isso, investidores foram procurar outras opções para aumentar a performance de suas carteiras, e assim, tivemos uma forte baixa na última metade de 2011 nos preços.

O mercado agrícola hoje é parte do radar de investidores como qualquer outro setor. É extremamente suscetível a grandes e imprevisíveis variações de preços

não é o suficiente para suprir a demanda interna na China. Sendo assim, minha expectativa é que a demanda chinesa ainda persista por um bom tempo. Já o ritmo do crescimento da demanda depende muito de vários outros fatores como níveis de estoques chineses, dados macroeconômicos, disponibilidade de grãos no mundo, entre outros, fazendo assim, qualquer previsão de ritmo de crescimento anual muito difícil.

Revista Campo: O que chama a atenção desses investidores? Pedro Dejneka : Mais recentemente, a possibilidade de quebra de safra aqui na América do Sul e boatos sobre a China cancelando carregamentos de soja brasileira em fevereiro, para os EUA, vêm ajudando o mercado agrícola a chamar novamente a atenção destes investidores. O mercado agrícola hoje é parte do radar de investidores como qualquer outro setor de investimento, e assim sendo, é extremamente suscetível a grandes e imprevisíveis variações de preços.

Revista Campo: Qual é a importância da produção brasileira de grãos para a formulação de estratégias em Chicago? Pedro Dejneka : Dados da produção brasileira são extremamente importantes para a formação de preços e estratégias em Chicago. O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de soja no mundo e cresce cada vez mais suas exportações de milho. O mercado em Chicago presta extrema atenção aos dados de oferta e demanda do Brasil. Mas todo o cuidado é pouco. É perigoso fazer uma formulação de estratégias baseada somente em produção na América do Sul. Pois muitos outros fatores hoje afetam o mercado, assim como a macroeconomia global. Dados de produção da América do Sul são importantes, mas fazem parte de uma gama maior de dados que afetam e formam tendências de preços. Revista Campo: Do lado da demanda, como você vê os efeitos da crise mundial neste fundamento de mercado? Pedro Dejneka : O Brasil não está isolado de um agravamento na crise mundial. O mercado agrícola é extremamente sensível a condições macroeconômicas. A demanda mundial continuará firme, mesmo com a crise, mas ela talvez não crescerá no ritmo que muitos esperam e, assim sendo, poderá pressionar os preços, caso a crise realmente se instale. O fator mais predominante de uma crise global, não é somente como afetará a demanda mundial por produtos agrícolas, mas sim a crise de confiança do investidor, que em momentos de crise, diminuam o risco de suas carteiras de investimento vendendo ativos, como commodities agrícolas. É muito importante entender essa dinâmica do mercado.

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MERCADO E PRODUTO

O PIB Brasileiro e o Agronegócio O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no último dia 06 de dezembro o Produto Interno Bruto (PIB) a preço de mercado do terceiro trimestre do Brasil. De acordo com o IBGE, o índice apresentou variação nula quando comparado ao trimestre passado. Apesar de o resultado ser de certa forma decepcionante, poderia ter sido muito pior se o setor agropecuário não tivesse registrado um aumento de 3,2% no mesmo período, enquanto indústrias e serviços apresentaram variação negativa de -0,9% e 0,3%, respectivamente. Na comparação com o terceiro trimestre de 2010 o ganho agropecuário é ainda mais expressivo, chegando a 6,9%, enquanto indústria e comércio apresentaram variações positivas de 1% e 2%, respectivamente. Estes dados demonstram que, se não fosse o desempenho do setor agropecuário, o PIB brasileiro teria sido negativo no terceiro trimestre, gerando um resultado pífio em 2011. É inegável que o agronegócio é o setor de maior importância na economia do Brasil e de Goiás, conforme demonstrado pelos números do PIB. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é outro exemplo de indicador da importância do agronegócio no desenvolvimento dos municípios brasileiros. De acordo com o IDH-M, calculado a partir dos índices de longevidade, educação e renda dos municípios brasileiros, dos dez maiores IDH-M de Goiás, sete são municípios que têm sua economia baseada no setor agropecuário. O estado de Goiás, assim como a região Centro-Oeste, foi uma das principais molas propulsoras destes resultados. De acordo com cálculos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária goiana, alcançou em 2011, mais de R$ 24 bilhões, resultado 26% maior que no ano anterior, sendo o VBP, base do cálculo para a formação do PIB. Tais resultados demonstram que mesmo em um ambiente macroeconômico conturbado e desfavorável, onde a crise econômica mundial tem causado retração nas principais economias do mundo, o setor www.senargo.org.br

agropecuário brasileiro consegue crescer e sustentar a economia do País, apesar de todas as adversidades. Outro dado que demonstra a importância do setor agropecuário e do agronegócio na economia brasileira diz respeito ao resultado na balança comercial. As exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a novembro de 2011 foi de US$ 87,5 bilhões, 24% maior do que no mesmo período do ano passado, contra US$ 15,7 bilhões de importações. Um novo recorde para o País. O agronegócio teve um superávit de US$ 71,9 bilhões na balança comercial do setor. Comparando com as exportações totais do Brasil, o agronegócio representou 37,4% de tudo que o País exportou de janeiro a novembro de 2011. Não fosse o agronegócio, a balança comercial brasileira ficaria deficitária em US$ 45,9 bilhões. Mas graças a esse segmento, a balança comercial brasileira foi positiva em US$ 25,9 bilhões. Apesar dos números positivos apresentados, o setor agropecuário e o agronegócio ainda podem contribuir muito para o crescimento e desenvolvimento brasileiro e mundial. Podemos avançar muito mais. Há ainda espaço para crescer e contribuir com a redução da fome, miséria e a pobreza no Brasil, gerando renda e melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros. Para atingir essas metas, basta que os setores público e privado busquem as soluções dos grandes gargalos, como os de infraestrutura, política agrícola, carga tributária, dentre outros, cada um fazendo sua parte, de forma atender as necessidades do setor e da sociedade. Se observarmos as crises vividas recentemente, como a de 2008, o agronegócio sempre se mostrou como âncora decisiva para que elas não afetassem de forma mais dura nosso País. Acreditamos que a soma dos esforços, aliados à capacidade empreendedora do produtor rural, podem garantir mais competitividade e elevar o Brasil a uma posição cada vez maior no cenário mundial. Portanto, este setor, quando olhado com carinho, dá respostas rápidas e consistentes.

Marcus Vinicius

José Mário Schreiner | presidencia@faeg.com.br

José Mário Schreiner é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e vice-presidente de finanças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

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Cuidados com a saúde A Coluna Cartão do Produtor deste mês vem com descontos em clínicas, hospitais e laboratórios para o produtor rural cuidar melhor de sua saúde. Aproveite! UNICLÍNICA LTDA End.: Rua 26, Qd 67, Lt 19 - Alexânia (GO) Fone: (62) 3336-4306 Desconto: 20% HOSPITAL E MATERNIDADE MENINO JESUS End.: Avenida Castelo Branco, n° 280 – Bom Jardim de Goiás (GO) Fone: (64) 3657-1250 Desconto: Tabela da Unimed COOPERATIVA MÉDICA DO ESTADO DE GOIÁS - COMEGO End.: Rua 124, n° 53, Setor Sul – Goiânia (GO) Fone: (62) 3281-6177 Consultas em clínicas e hospitais, e atendimentos em laboratórios POLICLÍNICA End.: Avenida Pará, nº 535, Centro – Iporá (GO) Fone: (64) 3674-1050 Nutricionista: Paula Nayara Silva Desconto: 35% CLÍNICA ÍNTEGRA End.: Rua Lazaro Vieira, n° 416, Centro – Iporá (GO) Fonoaudióloga: Meirelene Pereira Alves Descontos: 30%

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HOSPITAL, MATERNIDADE E LABORATÓRIO SANTA CLARA End.: Rua Professor Ferreira, s/n, Centro – Jussara (GO) Fone: (62) 3373-1262 / (62) 3373-1285 Descontos: 30%

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Informações sobre como ser um beneficiário do Cartão do Produtor podem ser obtidas no site: www.cartaodoprodutor.com.br, na sede do Sindicato Rural mais próximo ou pelo telefone: (62) 3096-2200

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AÇÃO SINDICAL MINEIROS

Estudo sobre municípios canavieiros

SÃO JOÃO D’ALIANÇA

Sindicato lança curso O Sindicato Rural de São João da D’Aliança realizou no dia 02 de fevereiro o lançamento do Curso Negócio Certo Rural. Segundo o presidente, Justino Felício Perius, o evento foi às 14 horas, na sede da Associação do Projeto de Assentamento de Santa Maria, no município.

Sindicato Rural/Cristalina

Para encerrar o ciclo de atividades 2011 do estudo Municípios Canavieiros, foi realizado, no dia 16 de janeiro, na cidade de Mineiros, uma oficina que teve por objetivo analisar de que forma o material didático contribuiu para as atividades praticadas em sala de aula. Segundo Adhemar Altierir, diretor de Comunicação da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), entidade integrante do Projeto Agora, essas oficinas contribuem para enriquecer o acervo de trabalhos sobre o assunto, já que cada região tem sua forma peculiar de abordar os temas sugeridos. (Colaborou: Andrea Benedetti)

ITAPACI

Nova diretoria O Sindicato Rural de Itapaci realizou no dia 21 de janeiro uma solenidade de posse dos membros titulares e suplentes dos cargos de direção e representação da nova gestão administrativa do Sindicato constituída pela diretoria, conselho fiscal e delegados representantes junto à Faeg eleitos para o triênio 2012/2014. A eleição foi no dia 25 de novembro de 2011. Silvestre Rodrigues de Oliveira, foi reeleito juntamente com o vice João Batista dos Santos, o secretario Waldimar Manoel Carrijo e o tesoureiro Ezilton Pereira de Melo. O evento foi realizado no salão do Sindicato Rural de Porangatu. (Colaborou: Danila Luíza da Rocha)

CRISTALINA

Confraternização O Sindicato Rural de Cristalina realizou, no dia 09 de dezembro de 2011, um café da manhã de confraternização. Na ocasião, crianças da Associação Pais e Amigos do Excepcional (Apae) fizeram apresentações natalinas. Ao final do evento, o aluno João Victor da Apae entregou ao representante do Sindicato, Daniel Sabino Vaz, um cartão de agradecimento por todo o apoio recebido ao longo do ano passado. (Colaborou: Malva Lúcia Caixeta)

CAIAPÔNIA

Leilão

Sindicato Rural/Porangatu

No dia 22 de janeiro, o Sindicato Rural de Caiapônia realizou o Mega Leilão de Corte. O evento foi as 15 horas, no Tatersal do Parque de Exposição do município.

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PORANGATU

Prestação de contas Cerca de 80 pessoas compareceram a uma reunião no Sindicato Rural de Porangatu para a exposição do Relatório de Atividades da Gestão da entidade. O evento foi realizado no dia 07 de dezembro de 2011. Na ocasião foi feita uma apresentação com ênfase nas ações e programas alcançados junto aos demais sindicatos.

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AGRINHO

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Educação premiada Concurso Agrinho entrega mais de R$ 82 mil em prêmios para alunos, professores e escolas da rede pública Rhudy Crysthian | rhudy@faeg.com.br

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Centenas de crianças, adolescentes, pais e professores de várias regiões do Estado estiveram em Goiânia em dezembro para participar da cerimônia de premiação do Agrinho. A entrega dos prêmios foi o ponto alto de um trabalho que começou no início do ano, com a capacitação dos professores das escolas da rede pública que aderiram ao Programa. Inseridos nesse contexto, os alunos foram convidados a desenvolverem os trabalhos que concorreram ao Programa Agrinho deste ano. A grande vencedora do Agrinho 2011, a professora Maria do Disterro, garante que irá dar continuidade ao trabalho de recuperação do lago da cidade neste ano. “Defender o meio ambiente e a sustentabilidade é reconhecer que todos podem compre-

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Sistema Faeg/Senar premiou em dezembro estudantes e professores da rede pública do Estado que venceram a edição 2011 do Concurso Agrinho. Foram distribuídos mais de R$ 82 mil em prêmios para 122 pessoas. Uma cerimônia, em Goiânia, reuniu presidentes de Sindicatos Rurais, autoridades políticas, empresários e parceiros do Programa Agrinho. A grande vencedora foi a professora Maria do Disterro dos Santos, do Colégio Estadual Alfredo Nasser, em Britânia. Ela levou para casa um carro modelo Uno, zero quilômetro, com o projeto pedagógico “Anjos do Lago - Proteger o meio ambiente é responsabilidade de todos” sob a ótica do tema: “Alimentação Saudável e Meio Ambiente”.

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ender a necessidade de vivermos em harmonia com a natureza, buscando sempre a felicidade sem causar danos a ninguém”, argumenta. Ela conta que pretende doar parte do prêmio para a escola para finalizar a construção de uma sala de vídeo. De acordo com a professora, o projeto “Anjos do Lago” surgiu mediante observações e relatos de pescadores e da comunidade sobre a degradação do Lago dos Tigres e Tigrinho no município, ocorrida ao longo dos anos, por meio do desmatamento descontrolado e da pesca predatória. No projeto, ela conseguiu envolver alunos, o poder público e a comunidade em geral. O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, disse que está muito satisfeito com os resultados alcançados com o Programa Agrinho, que hoje é o maior programa de responsabilidade social do Sistema na área da educação. “Essa iniciativa nos permite uma interação entre os agentes envolvidos para alcançar um bem maior na defesa do meio ambiente e promoção de um estilo de alimentação saudável para as crianças”, comenta. Ele conta que todos os esforços e trabalhos dos professores e alunos impressionaram pela qualidade dos projetos inscritos. “É muito gratificante valorizar essas crianças e seus professores. Eles são o presente e o futuro do nosso Estado”, comemora José Mário.

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Jana Tomazelli

Carreata para a entrega do carro em Britânia

Uma grande carreata com autoridades políticas, representantes do Sistema Faeg/Senar, professores, alunos e comunidade percorreu as ruas de Britânia, em dezembro, para festejar a entrega do carro para a professora. Ao final do evento, o presidente do Sindicato Rural de Britânia e Aruanã, Wagner Marchesi, distribuiu 250 cestas de alimentação para pessoas carentes previamente cadastradas pelo Sindicato. O presidente do Sistema Faeg/ Senar, José Mário Schreiner anunciou que pretende ampliar em 2012 para 170 municípios participantes do Programa Agrinho. A meta do

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Sistema Faeg/Senar é envolver 600 mil crianças em 2012, mais de 40% dos alunos das escolas da rede pública de ensino em Goiás. Durante a cerimônia de entrega do carro um grupo de alunos cantou o Hino do Agrinho, uma letra criada pelo estudante do terceiro ano do Colégio Alfredo Nasser, Márcio Júnior. Os ganhadores do Concurso também receberam medalhas das mãos do presidente do Sistema, José Mário Schreiner. Autoridades parceiras do programa receberam um troféu “Amigo Agrinho”. A prefeita de Britânia, Cleuza Luiz de Assunção e o diretor da Escola Alfredo Nasser, Clé-

sio Martins Silva foram alguns dos homenageados com o troféu. Em Goiás, o Agrinho nasceu em 2008 como uma ação de responsabilidade social que visa levar informações sobre cidadania e meio ambiente, principalmente, às crianças do meio rural. O programa tem o objetivo de atender professores e alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental das redes públicas municipal e estadual de ensino. A cerimônia de premiação do Concurso Agrinho, em sua quarta edição, entregou prêmios entre computadores, bicicletas, TVs 29 polegadas, aparelhos de DVD e uma moto.

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PERIGO DE SURTOS

Surtos da mosca do estábulo já chegam à Goiás Praga causa prejuízos que variam de 40% a 60% na produção do leite. Gado de corte chega a perder 20% do peso Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

O

s produtores rurais devem estar atentos ao aparecimento das Stomoxys calcitrans, popularmente conhecidas como moscas dos estábulos. No Estado foram confirmados surtos em 2010 e 2011. O mais recente aconteceu em outubro do ano passado, no município de Cabeceiras, Entorno do Distrito Federal. Há indícios de outros surtos ocorridos em Gouvelândia, Piracanjuba e Morrinhos, região Sul. A engenheira Agrônoma, Fernanda Mara Cunha Freitas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Leite, explica que o aparecimento das moscas, geralmente, acontece após as primeiras chuvas. Ela relata que durante o período da seca, nas propriedades rurais que possuem bovinos, principalmente de leite, existe o costume de dar rações aos animais, devido à estacionalidade na produção dos pastos. Os restos de silagem, cana-de-açúcar ou qualquer outro volumoso que sobra no cocho, são jogados fora, misturando ao esterco dos animais. “Com as chu-

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vas e a temperatura adequada, este material começa a fermentar, atraindo insetos para efetuar a postura”, explica. Ela comenta também que o surgimento das moscas também está ligado às usinas sucroalcooleira. Segundo Fernanda, a mosca adulta executa sua postura em resíduo vegetal associado ao esterco de animais e em fermentação ou decomposição, porém, a sobrevivência na fase jovem somente ocorrerá se a temperatura e a umidade forem adequadas. “O inseto tem um ciclo rápido de reprodução. São duas ou três semanas para se reproduzir, podendo gerar de 500 a 1000 ovos durante toda a vida.” Os insetos preferem equinos e bovinos, mas podem atacar animais domésticos e até o homem. “A mosca adulta, além de sugar o sangue dos animais, é capaz de transmitir doenças”, fala Fernanda. De acordo com a engenheira, a picada do inseto é dolorida e pode fazer com que os animais se acumulem. “No caso de bovinos, a concentração pode gerar estresse calórico, que

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Embrapa Gado de Leite

A mosca do estábulo pode causar prejuízos de até 60% no rebanho leiteiro

pode causar danos aos animais que chegam a perder de 15% a 20% no peso”. Na produção de leite esse prejuízo varia entre 40% a 60%. Além da transmissão de doenças, os insetos são capazes também de transmitir alguns patógenos. Combate O combate dos insetos é pouco eficiente porque, segundo Fernanda, eles sugam os animais por três minutos e depois vão para o descanso. A engenheira alerta que a utilização de brincos repelentes e aplicações de inseticidas indiscriminadas, poderão causar danos muito piores. “Existe a possibilidade de contaminação do

leite e carne, além de causar resistência aos princípios ativos dos produtos e, principalmente, intoxicar o animal”, diz. Ela acrescenta que por ser uma praga primária nova e de surtos esporádicos, a pesquisa realizada pela Embrapa ainda é recente. “Porém, estudos estão sendo feitos para chegarmos a um controle deste inseto”, diz. Cabeceiras A fazenda do engenheiro agrônomo, Fernando de Oliveira Maciel, de 3,2 mil hectares, foi uma das atingidas com o surto que aconteceu em Cabeceiras (GO). De acordo com ele, o caso causou prejuízos à criação.

“Bovinos e equinos foram atacados, o que prejudicou a produtividade dos animais”, conta. Ele conta que essa não foi a primeira vez que aconteceu o surto, que atingiu todas as fazendas da região. “Não sabemos ao certo onde começou, mas tivemos que optar por cada fazendeiro se responsabilizar por sua propriedade, para tentar controlar a situação”, explica. O engenheiro lembra que simples ações são capazes de prevenir o aparecimento das moscas. “É fundamental a limpeza dos locais onde as larvas se desenvolvem. Bem como os locais onde acumulam matéria orgânica e outros” diz.

Alternativas de Controle • Manter a higiene das instalações; • Remover e dar destino adequado aos resíduos alimentares de animais; • Revolver o material de compostagem duas vezes por semana; • Drenar a água da chuva; • Realizar o controle químico, quando necessário; • Realizar a incorporação da palha de cana ao solo após a primeira aplicação de vinhaça; • Procurar a assistência técnica. Fonte: Embrapa

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Marcus Vinicius

Marcus Vinicius

COMERCIALIZACÃO

Dada a largada para a comercialização da lavoura Vendas antecipadas da produção de grãos crescem em todo o País. Para o produtor, negociação ajuda a financiar a safra e reduzir riscos com oscilações de preço Carla Guimarães | revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo

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umentou o porcentual da safra brasileira de soja comercializada antecipadamente. De acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado, em dezembro já havia sido negociada 33% da produção, estimada de 75,3 milhões de toneladas. O índice supera a média de 29% registrada para a transação nos últimos cinco anos. Preços remuneradores no momento de se fechar o contrato e projeções de incerteza para o período de colheita são apontados por consultores como fatores que influenciaram o maior número de vendas futuras. A práti-

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ca também é utilizada por produtores de outras culturas, como as de milho e algodão. Para o produtor de feijão, que ainda tem a venda restrita ao mercado físico, a expectativa de preço é superar o mínimo estipulado pelo governo federal, R$ 72. No fim de novembro, o analista e diretor de produto da Safras & Mercado, economista Flávio Roberto de França Júnior, avaliava que o momento “era meio tumultuado”. Com o mercado financeiro na Europa em crise, a menor demanda pela soja norte-americana e a safra de soja sul-americana andando bem, o mercado

da commodity sofria quedas. “Acredito que esse mercado pode estar melhor que o atual na colheita, mas dificilmente tão bom quanto no fim de setembro”. Em novembro a cotação do grão em Chicago se aproximou de US$ 11 dólares o bushel, ante US$ 14,5 dólares o bushel no período de pico. A princípio ele diz não ter dúvida de que foi um bom negócio para o produtor a venda antecipada, mas destaca ter ainda muito o que acontecer, como alguma questão climática. O analista acredita que a comercialização da safra 2011/12 de soja será feita com preços médios interessanwww.sistemafaeg.com.br


mercado financeiro e demanda. Em relação à soja, o analista aponta que os produtores brasileiros têm uma tendência de guardar a commodity em função de sua liquidez. Ele sugere ao produtor que acompanhe o mercado diariamente e estabeleça um preço pelo qual, a partir dele, a venda seria remuneradora. Ao atingir esse valor determinado, o

Antonio Pereira

Agopa

tes. “Ainda não dá para saber se vai ficar acima do que foi pago em 2011, mas acredito que os produtores terão resultados positivos”. O especialista recomenda que o produtor fique na defensiva e espere. Segundo França Júnior, até certo ponto, o mercado internacional de milho, soja e trigo estão mais ou menos no mesmo embalo, considerando os fatores de

produtor poderia começar a negociar a safra e aproveitar os picos. França Júnior acrescenta não ser indicado se vender tudo de uma só vez. Segundo o analista, diluir as vendas é uma estratégia recomendada para diminuir os riscos de oscilações. Para a comercialização antecipada ele diz não haver nenhuma obrigatoriedade de quantidade a ser feita.

Aumenta vendas antecipadas O economista e sócio da Agrosecurity, uma empresa de consultoria, Felipe Prince, aponta que esse perfil de transação é predominantemente maior no Centro-Oeste porque na região, grande parte dos produtores não consegue financiar a safra inteira com os recursos do crédito rural. Em Goiás, considerando os municípios do sudoeste, Rio Verde, Jataí e Mineiros, um levantamento da Agrosecurity estima que 40% da safra de soja tenha sido comercializada até dezembro e, desse montante, 16% foi por troca e o restante, contrato futuro. Nos três municípios, a operação de troca foi maior entre abril e junho. Na safra anterior, no mesmo período, a comercialização antecipada de soja havia sido de 28%. www.senargo.org.br

O econom ista destaca que do f im de s etembro até f im de novembro, toda s a s cult ura s regist ravam queda do preço de venda. O indicado p elo econom ista era que até 15 de dezembro o produtor tivess e com até 4 0% da saf ra comercializada para não dep ender ap ena s da colheita. Ele avalia que o produtor que fez a t roca e os cont ratos f ut uros até o f im de novembro, muito p ossivelmente, comercializou melhor do que aquele que ent rou no mês de dezembro com a maior parte da produção s em vender. Auxílio O a ss essor técnico da Federação da Agricult ura e Pecuária de Goiás (Faeg) para cereais, f ibra s e

oleaginosa s, Leonardo Machado avalia que o ano é de cautela. “É notório que a s questões p olítica s e socio econôm ica s têm afetado os preços da s com modities.” Além disso, há o fator climático, que até novembro ainda não hav ia inter ferido na s prev isões da saf ra e nem na exp ectativa de plantio da saf rinha. Para oferecer melhor subsídio ao produtor na tomada das decisões quanto à venda de sua safra, Machado infor ma que a Faeg, realiza anualmente uma rodada de seminários de comercialização nas principais cidades produtoras do Estado, previsto para ocorrer ent re as últimas semanas de janeiro e início de fevereiro, num p er íodo anterior a fase de colheita. Janeiro/2012

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Produtor em Cristalina, Mauro Donisete Silvério Rodrigues Júnior, plantou 130 hectares de feijão sequeiro nessa safra, quantidade que aproximadamente costuma destinar a cultura. Em média a lavoura apresenta produtividade entre 40 a 50 sacas. O plantio do grão é dividido em duas etapas para facilitar a colheita. “Se tiver chovendo não corre o risco de perder tudo”, explica. A primeira etapa começou em 11 de outubro e a segunda, em 25 de outubro. Rodrigues Júnior explica que a comercialização do feijão ocorre só após a colheita e quase 100% dela é por meio de corretoras. “Ninguém faz contrato futuro porque não tem mecanismo nenhum. Para o feijão, só tem mercado físico”, pondera. O produtor aponta como uma expectativa realista para a época da colheita valores entre R$ 80 e R$ 100 pela saca do feijão tipo carioca. A classificação do grão, diz ele,

depende de como será de chuva, geralmente consegue nota entre 8 e 8,5. Em 2010, Rodrigues Júnior plantou feijão irrigado e obteve R$ 65 no mercado, valor que o fez desanimar de plantar a safra de sequeiro. Em 2011 retomou a lavoura motivado por preços um pouco maiores e pelo fato da cultura ser de ciclo curto, o que lhe permitirá usar a área para cultivar sorgo na safrinha. O agricultor informa que no mês de novembro choveu apenas 40 milímetros na região da lavoura, o que já havia prejudicado principalmente as plantações de milho e feijão. “Não sei o quanto porque nunca tivemos uma experiência dessas, foi a pior época chuva nos dez anos que planto em Cristalina”. De dezembro em diante a expectativa era de que a situação climática se normalizasse, fato que nao aconteceu.

O produtor de Cristalina, Mauro Rodrigues, conta que a comercialização do feijão é feita após a colheita do produto

Jana Tomazelli

Feijão: mercado físico predomina

Produtor de soja no município de Goiatuba, Thyago Henrique Neves da Silva, recorre à venda antecipada há dez anos. Da safra atual, 75% foi comercializada antecipadamente para tradings. Os contratos começaram a ser firmados no fim de junho e no período, conseguiu em média R$ 43 por saca, valor que em novembro não eram sinalizados para a época da colheita. Ano passado, no fim de novembro, estava com cerca de 40% de sua safra vendida. O incremento neste ano é motivado pelos melhores preços do mercado. “Se o valor estiver bom, garante uma margem de lucro. O mercado futuro é uma

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segurança a mais”. Silva afirma nunca ter quebrado um contrato, mesmo entregando com preço abaixo do valor praticado na época da colheita. “Nada melhor do que um ano após o outro. A grande vantagem dessa parceria é manter uma certa confiança.” Ao todo ele destina 700 hectares para o plantio da oleaginosa, que começará a ser colhida na segunda quinzena de fevereiro, com previsão de término na primeira quinzena de abril. A soja não comercializada antecipadamente é armazenada geralmente de quatro a cinco meses a espera de uma sinalização de preços melhores.

Thyago Henrique, produtor de soja, já comercializou 75% de sua safra

Mendel CorƟzo

Soja: campeã em comercialização antecipada

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Com lavoura de algodão em Montividiu e Doverlândia, o engenheiro agrônomo Charles Peeters divide a plantação da cultura em safra e segunda safra. A primeira começa em dezembro e a segunda, em janeiro. A colheita inicia em junho e termina em agosto. Habituado a trabalhar com a venda antecipada do produto, para a safra 2011/12 travou até novembro em torno de 70% da produção esperada com contratos futuros, a maioria deles, 80%, com tradings, sendo a maior parte destinada à exportação e a outra, para o mercado interno. O restante dos contratos antecipados foi fechado com indústrias nacionais. O produtor aponta que o mercado de algodão é muito exigente e o externo, ainda mais. “Tem que cumprir a risca todas as características do contrato”, explica. As especificações referentes à qualidade de fibra são exigidas pelo mercado com base nos resultados obtidos no campo sob condições ideais de produção. “Em relação à qualidade visual de fibra temos conseguido de

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igual a melhor que o desejado pelo mercado nos últimos quatro anos. Às vezes, o que tem complicado é a análise HVI”. Essa avaliação é feita em laboratório e observa diversas características intrínsecas da fibra, dentre elas, micronaire (finura e maturidade), resistência e comprimento. Peeters explica que a falta de chuva ou o frio em determinada época da lavoura pode implicar em alterações desses indicadores. O cotonicultor informa que na safra passada comercializaram entre 80% a 90% da produção de forma antecipada. Até novembro do ano passado cumpriam os contratos para entrega do produto. Segundo ele, por ter fechado os contratos para a safra 2010/11 ainda no final de 2009 e primeiro semestre de 2010, perderam os grandes picos de preço do algodão. Para a safra 2011/12 ele tomou precauções. Travou um pouco dos contratos, 20%, ano passado, quando os preços ainda não estavam tão altos, mas o restante dos contratos futuros, cerca de 50%, foi firmado a partir

A grande maioria dos contratos travados pelo produtor de algodão Charles Peeters foram para tradings

Marcus Vinicius

Algodão: ciclo dividido

de fevereiro. “Temos contratos para 2012 que estão pagando até 15% mais do que o preço atual (novembro)”. Mas ele diz que também há contratos com preços ruins. “Mas, para a safra 2011/12, a média nossa de preço de comercialização está melhor do que a safra passada, considerando os contratos.”

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O economista, Felipe Prince aponta que, para o milho, produto predominantemente voltado para o mercado interno, há menos agentes para fixar preços, mas diz perceber aumento no sistema de troca. Felipe informa que até 20 de novembro 6% da safra verão e 11% da safrinha da cultura havia sido comercializada de forma antecipada nos municípios de Rio Verde, Jataí e Mineiros. O assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para cereais, fibras e oleaginosas, Leonardo Machado, informa que no Estado a venda antecipada do milho safra e safrinha chegou a 10% da produção esperada. “Isso é uma tendência que está acontecendo agora devido ao mercado aquecido.” Ele pontua que a China, de grande produtor passou a exportador e os Estados Unidos, usando o grão para produzir etanol, abriu mais espaço para o milho brasileiro. Para a safrinha a expectativa da Faeg é que o aumento de área cultivada com milho no Estado possa chegar a 2% devido ao grande crescimento experimentado na primeira safra. De acordo com o segundo levantamento de intenção de plantio da safra 2011/12 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na primeira safra da cultura,o incremento será de 35%, com a ocupação de 5.327 mil hectares ante 394,6 mil hectares na safra 2010/11. Renato Zoboli e o irmão, Arno Zoboli, mantiveram nesta safra a área destinada ao plantio do milho sequeiro, 500 hectares, sendo 200 deles em uma propriedade em Cristalina e o restante,

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Jana Tomazelli

Milho: poucas ferramentas para segurar preços

O produtor de milho de Cristalina, Renato Zoboli, sempre faz a venda antecipada do produto

em Ipameri. O plantio iniciou em 15 de outubro e a colheita está prevista para fim de fevereiro e início de março. A expectativa de Renato é alcançar uma produtividade entre 180 sacas a 190 sacas por hectare, ante 160 sacas na safra 2010/11, em função do maior investimento em adubação. Renato diz ter sempre o costume de fazer a venda antecipada do milho, quando o mercado dá oportunidade, o que, segundo ele, vem ocorrendo nos últimos anos. Da safra que está perto de ser colhida, cerca de 20% havia

sido comercializada até novembro. Os contratos com tradings foram fechados em junho a R$ 20 a saca. Na safra anterior, 50% foi vendido antecipadamente. “Estava aguardando melhores preços, mas isso não aconteceu”, explica sobre a redução. O produtor, no entanto, não descarta novas negociações antes da colheita. Na avaliação do agricultor, o preço de comercialização desta safra deve ser semelhante ao da última, que segundo ele, teve bons valores. Ele conseguiu em média R$ 23 por saca.

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Mendel CorƟzo

GALINHA CAIPIRA

Novidade na granja Novas regras mudam a forma de criar frango caipira para comercialização. Criadores reclamam de excessos Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

C

om o objetivo de estabelecer regras mínimas de biossegurança dos criatórios de aves de reprodução e comerciais, passou a vigorar em janeiro a Instrução Normativa que prevê a adequação de avicultores que comercializam os animais. Segundo a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), os estabelecimentos de criação comercial de aves ornamentais, silvestres, de postura e de corte, tiveram um prazo, até o dia 30 de dezembro de 2011, para se registrar. Apenas os estabelecimentos registrados poderão solicitar a Guia de Trânsito Animal (GTA). O fiscal da Superintendência Fede-

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ral de Agricultura em Goiás, Cléverson Santos Acypreste, explica que outra Instrução Normativa, criada pelo Ministério da Agricultura, estabeleceu o tempo determinado de adequação de dois anos para que os estabelecimentos se enquadrassem. “Quando venceu este prazo em dezembro de 2009, foi publicada uma prorrogação por mais três anos. Desta forma, os estabelecimentos devem estar ajustados até dezembro de 2012”, conta. Segundo o fiscal, o que passou a ser implementado a partir de 2006 foi o Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e o Controle e Pre-

venção da Doença de Newcastle. Cléverson explica que as legislações de registro, além de solicitar a documentação para comprovar a existência legal dos estabelecimentos comerciais, têm como objetivo estabelecer as regras de biossegurança. Entre as medidas adicionais de proteção, podem ser criadas regras para a avicultura de subsistência. Porém, o fiscal destaca que não existem, até o momento, regras na Legislação Federal que normatize os criatórios de aves caipiras com essa finalidade. “O que não significa que os estados que tenham uma avicultura comercial importante para as suas economias e Janeiro/2012

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com a preocupação de entrada de doenças em seus planteis, não possam criar legislação para protegê-las.” Alguns dos critérios adotados seriam as criações mantidas fechadas com telas para não ter contato com aves silvestres e a obrigatoriedade de vacinação para a do ença de Newcastle. Para o fiscal, os produtores não comerciais podem e devem adotar tecnologias para melhorar a produção, sejam elas nutricionais ou sanitárias. “Aos Serviços de Saúde Animal nos Estados comp ete gerenciar o risco da presença destas aves, próximo aos criatórios comerciais, cadastrando e promovendo campanhas de vacinação dos criatórios de subsistência”, diz. Cléverson explica que os órgãos estaduais de Defesa nos Estados têm legislações esp ecíficas que prevêem multas quando os produtores não atenderem as nor mativas

sanitárias e existe ainda a restrição ao trânsito das aves. “O não cumprimento da legislação pode acarretar na proibição de trânsito das aves nas granjas, imp edindo assim o alojamento dos pintinhos ou o envio de aves aos abatedouros.” As regras sobre a biossegurança das granjas são antigas. O fiscal conta que a legislação brasileira anterior é de 1998, mas foi reformulada e readequada a partir do aparecimento dos casos de Influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) que tem afetado seriamente a Ásia desde 2003, acarretando prejuízos à economia dos países afetados e com risco para a saúde pública. “Em 2006 foi criado o Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e da Doença de Newcastle e em 2007 foi refor mulada a legislação de registro e fiscalização”, explica.

A preocupação da defesa sanitária animal está focada na prevenção ao aparecimento e à disseminação de do enças nos planteis avícolas e o risco que estas do enças representam para a saúde pública e para a economia do País. “A legislação está em constante revisão e se forem apresentadas propostas de criação destas aves caipiras de for ma comercial com um risco mínimo de introdução de do enças, a legislação poderá ser reavaliada para contemplar estes criatórios”, ressalta Cléverson. Segundo ele, cabe aos produtores, centros de p esquisa e extensão e as universidades encararem estas restrições como uma oportunidade para o desenvolvimento tecnológico que p er mitam a criação de aves com acesso ao pasto sem o risco de contato, principalmente com outras aves domésticas e aves silvestres.


As exigências têm levantado discussão entre os criadores de aves caipiras que contestam por não conseguirem se adequar à normativa. O presidente da Associação dos Criadores de Aves Caipiras do Estado de Goiás (Acriaves), Antonio Carlos de Andrade, avalia que a normativa descaracteriza as aves caipiras. “Como, por exemplo, a cobrança de que os frangos devem ser criados dentro de um galpão. Se for criado nesse espaço não é caipira”. Outra questão, segundo ele, é distância da matriz com os frangos. “A maioria desses produtores é de propriedades pequenas, que não conseguirão cumprir com a distância ideal.” Ele explica que os membros da Associação têm se unido para buscarem soluções para o produtor de frango caipira. “Fizemos reuniões com a Agrodefesa e o Ministério da Agricultura, onde foram discutidas as mudanças que deveremos fazer para estarmos aptos à comercialização do animal”, disse. Andrade conta que está sendo elaborado um documento que será enviado à Agrodefesa com alternativas para o produtor. “Não fugimos das exigências sanitárias, mas tudo deve estar dentro das nossas condições.” Ele acrescenta ainda que a Associação sugere que fosse desqualificado o produtor de frango caipira como granjeiro. “Devemos ser considerado apenas como produtor, já que essa produção já está presente em diversos estados do Brasil.” O presidente salienta que a questão será resolvida o mais rá-

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Mendel CorƟzo

Produtores de frango caipira ameaçados

Produtor Christian Grandsire de Guapó defende uma melhor discussão das mudanças nas normas para comercialização de frango caipira

pido possível. “Estamos unidos, mas não sabemos por onde começar. Se tiver interesse do Governo, vamos conseguir chegar a uma solução ainda nesse semestre.” Andrade Para o médico veterinário, Christian Grandsire, que é produtor de frango caipira há 24 anos, em Guapó, a Instrução Normativa, que estabelece procedimentos sanitários para fiscalização e controle de aves criadas com a finalidade de subsistência, não atentou ao fato que estas aves, não têm como única finalidade a subsistência do pequeno produtor rural, sendo muitas vezes a principal fonte de renda de sua propriedade. “O produto é comercializado vivo ou abatido e consumido, principalmente,

como prato especial e tradicional”, lembra. Quanto aos cuidados sanitários, Christian defende que vacinações contra doenças do momento devem ser monitorados e fiscalizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e exigidos tanto do produtor industrial quanto do produtor de caipiras. Ele destaca também que não vê o motivo de dificultar a produção do caipira que pode ajudar muito a permanência confortável do pequeno agricultor no campo. “A comercialização do frango caipira não afeta absolutamente a venda do frango industrial; são dois produtos muito diferentes e de volumes de produção incomparáveis”, avalia.

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EVENTOS

Goiás é destino de grandes eventos em agronegócio Estado ganha visibilidade e se torna palco de congressos agropecuários internacionais Helenira Araújo | revistacampo@faeg.com.br Especial para Revista Campo Goiás é destaque no agronegócio e tem a maior parte de sua economia voltada para essa área. Em 2011 o Valor Bruto da Produção (VBP) goiana alcançou mais de 24 bilhões, 26% a mais que o ano anterior, sendo o VBP base para a formação do Produto Interno Bruto (PIB). Isso significa que mesmo com a crise mundial causando retrações nas principais economias do mundo, o País consegue crescer tendo como filão o agronegócio, apesar de todas as adversidades. Goiás está en28 | CAMPO

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tre os estados que sustentam a economia do Brasil com o agronegócio. Goiás se desenvolve economicamente no agrobusiness dando vazão aos olhares internacionais. Países de grande importância econômica no cenário mundial como a China e Alemanha já fazem negócios com o Brasil. Esse ano, a China assinou acordo de cooperação Goiás-China para a produção de seis milhões de toneladas de soja no Estado, nas regiões norte e nordeste, por exemplo.

Dessa forma, Goiás se torna destaque na realização de grandes eventos em agronegócio. Em 2011, foi realizado em Goiânia o 5° Congresso Brasileiro de Tomate Industrial, considerado um dos mais importantes do País, agregando segmentos da produção, pesquisa e comércio. A Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central foi outros exemplo. Consequentemente, esses encontros trazem oportunidades de aprendizado e negócios, gerando expectativa econômica ao Estado e ao próprio produtor. www.sistemafaeg.com.br


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“É possível que um pequeno proprietário seja um grande produtor”, Eurípedes Bassamurfo, coordenador geral do 11° Congresso Internacional do Leite.

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Jana Tomazelli

Leite Para os próximos anos já estão agendados alguns eventos de grande porte para o setor: o Congresso Internacional de Leite e a 18° Feira Internacional da Cadeia Produtiva de Carne (Feicorte), são alguns exemplos. Para 2013, o Congresso Internacional de Carne também já está marcado. Goiás é a quarta maior bacia leiteira do País, com produção de 3,1 bilhões de litros por ano. A atividade rende aos produtores R$ 1,34 bilhão em recursos. A 11° edição do Congresso Internacional do Leite é realizada pela Embrapa Gado de Leite em parceria com o Sistema Faeg/Senar e outras instituições. Palestras e workshops com temas voltados para a sustentabilidade do leite, políticas públicas, cooperativismo e agricultura familiar irão ajudar o pequeno, médio e o grande produtor a desenvolver práticas que poderão aumentar seu negócio através do conhecimento adquirido. As palestras agem também como incentivo, mostrando as alternativas de renda do setor. Antes da realização do Congresso a Faeg promove uma série de seminários regionais nas principais bacias leiteiras do Estado de Goiás (veja quadro) Eurípedes Bassamurfo, Coordenador Geral do evento e 1° vice-presidente administrativo da Faeg, diz que o principal objetivo é levar motivação ao produtor. “O papel da Faeg e do Senar é levar motivação e mobilização ao produtor e zelar pelo potencial da agropecuária goiana,” comenta o coordenador. No encontro será discutido ainda a parte comportamental do produtor rural, qualidade de vida, qualidade do produto e a gestão da propriedade. O evento espera receber cerca de 2 mil produtores e a maioria deles é de pequenos proprietários, já que são eles os 70% responsáveis pela economia leiteira que rende lucros ao Estado e ao País. Eurípedes explica que é possível em uma pequena propriedade ser um grande produtor. “É possível sim que um pequeno proprietário seja um grande produtor, é preciso buscar o tripé para que a prática se consolide, que significa: busca pelo conhecimento, busca pelas habilidades e ter atitude”.


A pecuária de corte em Goiás movimenta R$ 1,32 bilhão. Das 936 toneladas de carne bovina que se produz no Estado, grande parte vai para o mercado externo. A carne liderou a pauta de exportação nos três últimos meses e tem 35% de participação no montante do ano passado. Devido ao desenvolvimento da atividade, hoje, Goiás tem reconhecimento internacional e se deslancha no setor, dando também mais oportunidade ao turismo de negócio como já é conhecida a capital do Estado. A Feicorte é um evento original de São Paulo, mas em 2012 passará pelos Estados do Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e Bahia. Em Goiás, a feira terá temas de interesses nacionais e regionais, como palestras que discutirão o padrão da carne e pecuária de qualidade com custos mais baixos. A feira traz conhecimentos ao produtor, com isso o negócio se expande e o Estado ganha visibilidade. Carne Dada a importância do agronegócio goiano, em 2013, Goiânia será sede também do Congresso Internacional da Carne, um encontro de repercussão mundial. O Sistema FAEG/SENAR organizador do evento, estima receber cerca de 1,5 mil produtores e se empenham para realizar um evento de qualidade com informações que tragam benefícios ao público presente. O objetivo do evento é discutir pecuária sustentável com qualidade e a busca do padrão de exportação. As palestras serão ministradas por profissionais de vários países. Além disso, pretende-se mostrar

Jana Tomazelli

Boiada lucrativa

“Queremos divulgar ao mundo a qualidade da nossa carne bovina. Mostrar que temos condições para atender todo o mercado internacional”, José Manoel Caixeta, presidente da comissão de pecuária de corte

ao pecuarista goiano que há condições de produzir com qualidade dentro do padrão de exportação seguindo todos os trâmites legais. José Manoel Caixeta, integrante da comissão de pecuária de corte e 2° vice-presidente da Faeg, diz que um evento como esse projeta uma representatividade para o Estado em âmbito mundial. “A vantagem desse encontro é mostrar ao mundo como

é nossa carne, nossa produção. Mostrar que temos qualidade para atender todo o mercado mundial”. O congresso trará novidades ao produtor e conhecimento que lhe dará a possibilidade de produzir mais gastando menos. “Qualquer novidade é interessante e traz benefícios ao homem do campo, gastar menos e obter lucros é o que todos nos produtores queremos”, completa José Manoel.

Fonte: Feicort

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hƩp://confrariadapimenta.blogspot.com

CAMPO RESPONDE Sou presidente de um grupo de produtores rurais orgânicos de Ibiúna e Cotia (SP). Gostaria de alguma orientação em como conseguir a outorga de água, uma vez que alguns agrônomos estão pedindo um valor muito alto para fazer o processo todo. Gisele Costa

O primeiro passo é saber se a outorga é de água superficial ou subterrânea. Posteriormente, é importante observar se o curso da água em questão é de domínio estadual ou federal. Se estiver presente em vários estados a outorga deverá ser solicitada a Agência Nacional das Águas (ANA), caso esteja em apenas um estado a outorga deverá ser solicitada a Secretaria de meio ambiente do estado em questão. Em caso de outorga federal, você pode encontrar os documentos necessários por meio do link: http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/outrogaefiscalizacao/agilize.aspx. No processo de outorga estadual, as regras variam muito de estado para o estado. É recomendável a contratação de consultoria especializada, já que é um processo demorado e muito técnico.

Eu gostaria de receber mais informações sobre o cultivo da Pimenta Jalapeña como o tipo de clima mais adequado. Sou do interior de São Paulo. Hamilton Trigo Rollo

A época ideal para o plantio da Pimenta Jalapeña é após o mês de fevereiro. O solo deve ser muito bem preparado, inclusive com adubação verde. A técnica de plantio escolhida é o plantio direto. Portanto, é preciso que o produtor prepare o solo com antecedência para que na época da semeadura da pimenta, ela encontre um solo favorável ao seu desenvolvimento. Em clima adequado, sem muita umidade e frio, a produtividade pode chegar a 45 toneladas por hectare e são pelo menos cinco meses do plantio a colheita. Os tratos culturais para combate a pragas são normais como em outras olerícolas. CONSULTOR: ALEXANDRO ALVES,

CONSULTOR: LEONARDO MACHADO,

assessor técnico da Faeg para

assessor técnico da Faeg para a área

a área de olericultura.

de irrigação.

Gostaria de saber se comodatário pode adquirir o Cartão Produtor e quais são os documentos necessários para adquiri-lo. Antônio Jacinto Quirino

O Cartão Produtor é um benefício da Faeg concedido ao produtor que está adimplente com a contribuição sindical rural. O benefício pode ser estendido a arrendatário ou comodatário, desde que esteja em dia com sua contribuição sindical e filiado ao Sindicato Rural de seu município. Em caso de não existir Sindicato Rural, procurar no município vizinho que tenha esta representação. Em seguida, o pedido para confecção do Cartão poderá ser feito via Sindicato Rural à Faeg, na Gerência Sindical, apresentando a cópia do contrato de comodato ou arrendamento, juntamente com o número do CPF. CONSULTOR: ANTELMO TEIXEIRA, gerente sindical da Faeg

Envie suas dúvidas para revistacampo@faeg.com.br. Não se esqueça de colocar nome completo, a região onde mora e a cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta. 32 | CAMPO

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DELÍCIAS DO CAMPO

Escondidinho de Suã Receita elaborada por Cristiano Ferreira, instrutor de Cozinha Rural do Senar, em Goiás.

PURÊ DE MANDIOCA 1 kg de mandioca 2 colheres (sopa) de margarina 1 cebola ralada Sal à gosto Leite até o ponto desejado PREPARO: Cozinhe a mandioca até ficar bem mole. Amasse com um garfo. Leve a massa a panela, sue a cebola na margarina, acrescente o leite aos poucos até obter a consistência desejada. Se quiser, finalize o purê com uma lata de creme de leite ou um pote de requeijão cremoso. É possível fazer purê de qualquer vegetal que dê massa (batata, abóbora cabutiá, cenoura, beterraba, etc.)

Envie sua sugestão de receita para revistacampo@faeg.com.br ou ligue (62) 3096-2200.

SUÃ 2 kg de SUÃ 1 cebola grande cortada cubos 2 tomates sem pele e sem sementes cortados em cubos 3 colheres de sopa de margarina 5 dentes de alho amassados Suco de 2 limões Sal a gosto 1 e ½ copo de óleo 3 colheres de sopa de farinha de trigo Água 1 copo de queijo minas ralado

CrisƟano Ferreira

PREPARO: Tempere a suã com sal e suco de limão 20 minutos antes do preparo. Na panela de pressão forre o fundo com óleo e frite todos os pedaços até dourar. Retire o excesso de óleo da panela e refogue as 3 colheres de sopa de margarina com a cebola, os tomates e os dentes de alho amassados, coloque os pedaços da suã fritos, cubra com água e depois que der pressão, marque 20 minutos. Depois dos pedaços cozidos, retire a carne do osso e desfie a suã, refogue os pedaços desfiados com cinco colheres de sopa de óleo e a farinha de trigo e vá colocando o caldo do cozimento até virar um molho grosso. MONTAGEM: Em uma vasilha que dê para ir ao forno colocar: 1 camada de purê de mandioca; 1 camada de suã; 1 camada de purê de mandioca e para finalizar queijo minas ralado. Leve ao forno para gratinar (derreter o queijo).

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Jana Tomazelli

CASO DE SUCESSO

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Capacitação em massa Propriedade opta por investir em capacitação de todos os seus colaboradores para motivar a equipe e reduzir custos com terceirização Francila Calica | francila@faeg.com.br

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Capacitação para todos “Ao conhecer os detalhes da operação de uma máquina e as necessidades de manutenção, o colaborador passa a ficar mais cuidadoso com o equipamento”, explica o encarregado Daniel Oliveira. Os animais das propriedades também passaram a ser domados pelos próprios funcionários. Ivan Rodrigues Martins, 26, e Hallan Cardoso, 18, acompanharam o treinamento em doma racional e, hoje, são responsáveis pela doma dos equinos e bovinos que chegam para integrar o plantel. São eles que também preparam os animais que representam as propriedades na tradicional cavalgada organizada pelo Sindicato Rural no município. Os benefícios da capacitação também foram estendidos à área de irrigação das propriedades. Daniel conta que os colaboradores que trabalham nas pastagens irrigadas, após treinamento, já conseguem dar manutenção nos pivôs e resolver os problemas diários. É o caso de José Gilson Xavier, 38, que é responsável por uma das áreas de pastagem irrigada que abriga 1/3 do rebanho bovino de corte na época da seca.

Jana Tomazelli

Os interessados em participar nos cursos e treinamentos do Senar na região de Britânia e Aruanã podem entrar em contato com o Sindicaro Rural pelo número: (62) 3383-1244. Jana Tomazelli

Jana Tomazelli

Economizar com os serviços terceirados era a meta do encarregado das fazendas Jamanta e Santa Genoveva, no município de Britânia, Daniel Oliveira Cavalcante (na foto sobre o cavalo), 27, quando começou a enviar aos treinamentos e cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) - oferecidos pelo Sindicato Rural de Britânia e Aruanã - os funcionários das propriedades. A ideia era permitir que todos os funcionários tivessem capacidade de realizar os serviços necessários ao dia a dia das propriedades sem que terceirizados tivessem de ser contratados. A equipe passou a receber mais treinamentos e a se especializar. O resultado foi imediato, tanto na redução dos custos quanto no rendimento do grupo. “A capacitação abre a mente da turma. A pessoa fica mais atenta a detalhes. Diminuímos o número de acidentes de trabalho e o pessoal ficou mais motivado”, conta Daniel empolgado. O encarregado também cumpriu seu objetivo. Os custos com serviços terceirizados caíram em média 40% ao ano. As reformas no madeiramento ou ampliações dos currais, por exemplo, passaram a ser feitas pelo carpinteiro Valdomiro Pereira Dourado, 48. Ele participou do treinamento em operação e manutenção de motosserra e a propriedade teve dois ganhos, reduziu o custo com as reformas e com a manutenção das motosserras danificadas pelo manuseio incorreto. O mesmo aconteceu no setor de máquinas onde o colaborador Narciso Soares, 38, foi destacado para participar do treinamento em operação e manutenção de tratores agrícolas

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CURSOS E TREINAMENTOS

Melancia conquista território *Cristiano Ferreira da Silveira | cristianofsilveira@yahoo.com

EM DEZEMBRO, O SENAR PROMOVEU

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CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

18

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Na área de agricultura

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10

Em atividaNa área de de de apoio silvicultura agrossilvipastoril

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1

6

Na área de Na área de agroindústria aquicultura

82 Na área de pecuária

31 Em atividades relativas à prestação de serviços www.sistemafaeg.com.br


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Hélio Antônio Silva Rodrigues | helio.senar.go@gmail.com

O

cultivo de melancia em Goiás tem se expandido de forma considerável para regiões que não tinham tradição nesta cultura, como o município de São Miguel do Araguaia, Noroeste goiano, que hoje já é um forte produtor. Com a incorporação de áreas dos projetos, novas regiões serão incorporadas ao processo. Hoje existe um contingente muito grande de pequenos produtores que aderem ao cultivo da melancia, em virtude do treinamento em olericolas de fruticultura/melancia promovido pelo Senar, em Goiás. Mas é importante o produtor bom o produtor ficar atento às exigências fitossanitárias objeto de atenção por parte dos técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como o sistema de Mitigação de Risco para mosca das frutas. O interessado em participar do treinamento em fruticultura/melancia deve ter idade mínima de 18 anos. O treinamento tem duração de 14 horas com 16 vagas em cada turma.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br

53 29 Alimentação e nutrição

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CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

0 Organização Comunitária

6 Saúde e Alimentação

0 Prevenção de acidentes

18 Artesanato

2877 PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS

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CAMPO ABERTO

Profissionalização do campo, educação é o caminho para avançar

Carlos Costa

Tiago Mendonça | tiagomendonca@live.com

Tiago Mendonça é engenheiro agrônomo e presidente do Sindicato Rural de Morrinhos.

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Por influência de uma economia globalizada e muito competitiva que coloca os produtores rurais em xeque, o produtor que não profissionalizar sua gestão poderá amargar prejuízos e, dessa forma, inviabilizar a continuidade de sua produção. O consumidor exige, de empresas processadoras de alimentos, produtos de melhor qualidade, fazendo com que cobrem dos produtores, um cultivo mais criterioso e sustentável, com a utilização de produtos específicos e biodegradáveis, por exemplo. A grande concorrência força os produtores a reduzirem seus custos e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade. O principal gargalo é que, nós produtores, estamos andando devagar na profissionalização de nossas propriedades, deixando escapar pelo ralo dinheiro que poderia ajudar a introduzir novas tecnologia disponíveis no mercado. Existem ferramentas para identificar problemas que causam prejuízos diários dentro da propriedade. Essas ferramentas são disponibilizadas nos cursos fornecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, por instituições

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educacionais específicas para o agronegócio, espalhadas por todo País e inúmeros profissionais capacitados para orientar e ajudar na gestão das propriedades. Temos que acreditar que essa profissionalização não é somente para os grandes produtores, que na verdade já estão bem adiantados, mas, principalmente, para os médios, pequenos e produtores familiares. Profissionalizar é também ter responsabilidade ambiental que, em muitos momentos, nos faz pensar em uma maneira cada vez mais sustentável de produção. Os produtores terão que transformar suas propriedades em verdadeiras empresas, onde os funcionários acompanharão esta evolução e se tornarão fundamentais para o sucesso futuro dos empreendimentos rurais. Talvez não tenhamos muito tempo para implantarmos um sistema de gestão dentro de nossas empresas (fazendas), antes que os prejuízos decorrentes da má gestão, ou o desconhecimento dela, nos obrigue a deixarmos o negócio que sempre sonhamos: a produção de alimentos. Muito se fala em mudanças em nosso País. E realmente elas têm acontecido, seja no

aumento da empregabilidade, da industrialização ou da produção de alimentos. Mas a grande mudança que irá impulsionar realmente o desenvolvimento do Brasil é a educação. Esta mudança para o País, que reduziria a desigualdade social e prepararia crianças e adolescentes para serem cidadãos conscientes em um mundo globalizado e cada dia mais competitivo, passa primeiro pela valorização do professor. Valorização que mostre para a sociedade como um todo, que o professor é um agente transformador e que essa é uma profissão das mais nobres que temos. Os investimentos na educação colocaria o aluno com mais interesse e com um aproveitamento muito maior do que vemos hoje. Muito está sendo feito, mas podemos fazer mais e em um tempo menor. Com o desenvolvimento da educação, podemos criar cidadãos mais preparados e capacitar melhores profissionais tanto para atuarem no campo quanto na zona urbana. A educação é um desafio para todos nos brasileiros. Vamos fazer nossa parte. www.sistemafaeg.com.br




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