2012 03 marco

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INSS 2178-5781

Ano XIII | 201 | Março 2012 9912263550

PIB agropecuário Dez passos para o crescimento dos municípios goianos

Entressafra sem fome

AGRICULTURA

Produtores ensinam como manter o gado bem alimentado na seca

Super Safrinha Estado tem recorde de área plantada ciclo 2012

“O prefeito que queremos” Sociedade S ocied dad de goi goiana iana a se une p para ara llevantar evantar expectativas em relação aos próximos governos municipais



PALAVRA DO PRESIDENTE

CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

CONSELHO EDITORIAL

Produtor engajado

Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa Editores: Francila Calica (01996/GO) e Rhudy Crysthian (02080/GO) Reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e Leydiane Alves Fotografia: Jana Tomazelli Techio, Larissa Melo Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO) Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: (62) 3096-2200 revistacampo@faeg.com.br

DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Vice-Presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon

É fundamental que os prefeitáveis e vereadoriáveis nos municípios goianos saibam aproveitar este momento conjuntural favorável de diálogo e discussão com o setor produtivo rural. Ao mesmo tempo, precisam estar à altura dos novos desafios demandados pelos produtores com um ritmo de crescimento prolongado, de geração de empregos, de redução da pobreza no campo, de acesso às linhas de crédito, de aumento da receita e da possibilidade da formatação de novas políticas públicas que atendam às necessidades do nosso setor. Neste aspecto, o projeto “O Que Esperamos do Próximo Prefeito” assume uma importância no cenário de propostas dos governos municipais para a realização de uma política de fortalecimento e qualificação da gestão dos municípios, reunindo ações e programas de interesse dos produtores rurais goianos. O que se espera de um bom prefeito ou de um bom vereador é que esteja à altura de responder às necessidades de todas as esferas de seu município, impulsionando políticas de democracia participativa e de inclusão social nas cidades que representam. Pretendemos estimular um fortalecimento institucional para os próximos anos entre o setor rural e as prefeituras municipais para andarmos de mãos dadas na criação de projetos de capacitação e assistência técnica, modernização administrativa, repasse de tecnologia e desburocratização do acesso aos recursos públicos. Queremos prefeitos e vereadores competentes e comprometidos com o setor, sem deixar de ter as qualidades permanentes e essenciais de um administrador público que está lá para servir ao bem comum.

Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins

FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

José Mário Schreiner Presidente do Sistema FAEG/SENAR

Site: www.sistemafaeg.com.br E-mail: faeg@faeg.com.br

Alexandre Cerqueira

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601 Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2208 - (62) 3096-2248 (62) 3096-2115.

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Jana Tomazelli

Larissa Melo

PAINEL CENTRAL

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Milho salva safrinha

Prosa Rural

A especialista da Embrapa Gado de Leite, Letícia Mendonça, afirma que o avanço na melhoria da qualidade do leite deve ser rápido, em entrevista exclusiva à Campo.

Grão puxa, para cima, área plantada com safrinha neste ano em Goiás. Somados às áreas com algodão, sorgo e milheto, aumento chega a 3% em relação à safrinha passada.

Produtores de olho nos prefeitos os

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Re pr od

uç ão

Faeg dá início à rodada de seminários do projeto “O Que Esperamos do Próximo Prefeito”. Iniciativa pretende formatar guia de ações para prefeitáveis e vereadoriáveis de 120 municípios goianos.

Agenda Rural

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Fique Sabendo

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Agrinho 2012

Cartão Produtor

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Campo Responde

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“Enquanto estiver na educação irei trabalhar o Agrinho com meus alunos”, a professora de Santa Helena, Alcilane Guerra Ferreira, participou da primeira etapa do Curso para Professores Multiplicadores do Agrinho. A meta é capacitar 3,5 mil educadores.

Delícias do Campo

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Campo Aberto

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Larissa Melo

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Economia que vem do campo

Economista Mauro Lopes (de óculos à esquerda) acredita que o que leva um município a se destacar mais do que o outro, em relação ao PIB agropecuário, é a competência dos produtores e a tecnologia.

Larissa Melo

Vacas gordas o ano todo

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Com a proximidade do período de estiagem, produtores antecipam técnicas para manter o gado bem alimentado para garanti a produção de leite.

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PIB agropecuário Dez passos para o crescimento dos municípios goianos

Entressafra sem fome

AGRICULTURA

Produtores ensinam como manter o gado bem alimentado na seca

Super Safrinha Estado tem recorde de área plantada ciclo 2012

“O prefeito que queremos”

Nos próximos dois meses serão realizados os seminários do projeto “O que esperamos do próximo prefeito”. Arte produzida por Carlos Nascimento.

Plantas que dão lucro

Jana Tomazelli

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Produtora dobrou a renda com curso do Senar, em Goiás, e turbinou os lucros da família com o processamento de plantas medicinais para a confecção de sabonetes artesanais.

Sociedade S ocied dad de goi goiana iana a se une p para ara llevantar evantar expectativas em relação aos próximos governos municipais

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AGENDA RURAL

Abril 2012 2 de Abril

9 de Abril

9 de Abril

Início dos Seminários Regionais “O que esperamos do próximo Prefeito” Local: Sindicato Rural de Cromínia Descubra a data do evento em sua cidade no Sindicato Rural do município

Seminário Municipal “O que esperamos do próximo Prefeito” Local: Sindicato Rural de Serranópolis Informações: (64) 3668-1176

Seminário Municipal “O que esperamos do próximo Prefeito” Local: Sindicato Rural de São Luiz de Montes Belos Informações: (64) 3671-1407 no Sindicato Rural do município

E X P E C TA T I V A S DO S ET OR P RODUT I VO RURA L A O P RÓXI MO P REF EI TO 2 013 - 2 016

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Abertura Tecnoshow COMIGO 2012 Local: Rio Verde

Seminário Municipal “O que esperamos do próximo Prefeito” Local: Sindicato Rural de Cabeceiras Informações: (61) 3636-1037

Seminário Municipal “O que esperamos do próximo Prefeito” Local: Sindicato Rural de Iporá Informações: (64) 3674-1318

Seminário Municipal “O que esperamos do próximo Prefeito” Local: Sindicato Rural de Chapadão do Céu Informações: (64) 3634-1486

Seminário Municipal “O que esperamos do próximo Prefeito” Local: Sindicato Rural de Rubiataba Informações: (62) 3325-1221

Seminário Municipal “O que esperamos do próximo Prefeito” Local: Sindicato Rural de Paranaiguara Informações: (64) 3655-1253

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12/04

Seminário Municipal “O que esperamos do próximo Prefeito” Local: Sindicato Rural de Divinópolis de Goiás Informações: (62) 3456-1264

Seminário Municipal “O que esperamos do próximo Prefeito” Local: Sindicato Rural de Arenópolis Informações: (64)3667-1530

Seminário Municipal “O que esperamos do próximo Prefeito” Local: Sindicato Rural de Formosa Informações: (61) 3642-2215

Capacitação do Programa Agrinho para Professores Multiplicadores Local: Centro Pastoral Dom Fernando, Goiânia (GO) Informações: (62) 3545-2600

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Março/2012

Reunião com a Comitiva de Capacitação do Programa Empresários Portugueses Agrinho para Professores em Conjunto com a Fieg Multiplicadores e Acieg Local: Sede do Local: Sede do Sistema Sistema Faeg/Senar, Faeg/Senar, Goiânia (GO) Goiânia (GO) Informações: Informações: (62) 3545-2600 (62) 3096-2200

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FIQUE SABENDO ARMAZÉM

PESQUISA

Manual de boas práticas A elaboração do Manual de Boas Práticas Agropecuárias na Produção de Suínos tem por objetivo a criação de um conjunto de informações de aplicabilidade prática na atividade, primando pelo resultado técnico e econômico e pela qualidade do produto final. O cenário atual da atividade evidencia uma redução significativa nas margens de lucro e, por isso, produzir de forma economicamente eficiente passou a ser prérequisito para a sobrevivência no setor. A atividade passa por um processo de adaptação às exigências do mercado consumidor, preocupando-se cada vez mais com segurança alimentar, restrição ao uso de antimicrobianos, proteção ambiental e conceitos de bem-estar animal. Na suinocultura é necessária uma análise minuciosa dos dados zootécnicos, a extrapolação econômica dos mesmos, e acima de tudo, uma visão global de todo o processo de produção interno e externo. Os criadores podem solicitar um exemplar do material por meio do site www.abcs.org.br.

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Larissa Melo

O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, participou no dia 13 de março, da abertura oficial das comemorações dos 60 anos da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Goiás), na Casa da Indústria, em Goiânia. O evento celebrou os registros históricos da entidade e prestou homenagem aos pioneiros que construíram o desenvolvimento industrial de Goiás. O presidente da Fieg, Pedro Alves de Oliveira, ressaltou a parceria da instituição no desenvolvimento de Goiás. O governador do Estado, Marconi Perillo, participou do evento e aproveitou para falar da manutenção, recuperação e duplicação de rodovias, acesso aos

portos, alcooduto e situação das ferrovias que cortam Goiás. Ele disse que foi anunciada a retomada das obras do aeroporto da Capital e também destacada a importância das Parcerias PúblicoPrivadas (PPPs) para o desenvolvimento do Estado e do País.

PESQUISA

Software orienta gestão e irrigação do solo Marcus Vinicius

Divulgação

60 anos da Fieg

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Solos, divulgou em março a segunda versão do Sistema Brasileiro de Classificação de Terras para Irrigação (SiBCTI). O software orienta agricultores na classificação dos solos e melhores tipos de irrigação para uma área específica. Além da versão eletrônica, as informações também estão disponíveis na versão impressa. O software,

responsável pelo cruzamento de dados e indicações do melhor tipo de irrigação foi estruturado para atender aos diversos níveis tecnológicos e de manejo praticados. A linguagem simplificada, segundo a Embrapa, possui vários graus de ajuda, possibilitando sua utilização mesmo que o usuário não seja um especialista. O software avalia o ambiente para irrigação, cruza informações do solo, da água, da planta e do sistema de irrigação escolhidos. Março/2012

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PROSA RURAL

A

produção de leite com qualidade tem que deixar de ser um item “a mais” no pacote de atividades diárias do produtor e passar a ser condição fundamental. Essa é a afirmação da veterinária e analista de laboratório de microbiologia do leite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Gado de Leite), Letícia Mendonça. Mestre em Ciência Animal, pela Universidade Federal de Minas Gerais, ela defende que o Brasil precisa incorporar a cultura da qualidade do leite na rotina dos seus produtores, indústrias, governo, instituições de pesquisa, de extensão e também dos consumidores. Segundo ela, para que o avanço na melhoria da qualidade do produto seja rápido, é preciso que as informações técnicas alcancem quem realmente as utilizarão, ou seja, o produtor. A capacitação dos técnicos de extensão e, posteriormente, dos produtores precisa ser uma ação prioritária.

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A busca pela qualidade do leite precisa ser prioridade Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

Revista Campo: O que falta realmente para que o produtor possa produzir leite com qualidade? Letícia Mendonça - Produzir leite com qualidade significa, antes de tudo, estar comprometido com a atividade; deve estar incorporado ao dia a dia do produtor. Isto significa por em prática as rotinas de higiene e sanidade necessárias para a produção de leite com qualidade, já bastante conhecidas e comprovadamente eficazes. Revista Campo: Como produzir um leite com qualidade se falta infraestrutura adequada como estradas vicinais em condições de trafegabilidade e energia elétrica com estabilidade? Letícia Mendonça: Energia elétrica nas propriedades para manter os sistemas de ordenha e refrigeração de leite e estradas com condições de circulação durante todo o ano, para escoamento da produção, são dois fatores primordiais para manutenção da qualidade do leite. É preciso que os programas de eletrificação rural sejam devidamente aplicados. Quanto à manutenção das estradas vicinais, o empenho dos governos estadual e municipal é decisivo. Esses esforços conjuntos, associados aos programas www.sistemafaeg.com.br


Jana Tomazelli

LETÍCIA MENDONÇA Especialista em Ciência Animal, pela Embrapa gado de Leite

Revista Campo: O produtor de leite tem procurado fazer a sua parte com relação à melhoria da qualidade do produto. A senhora não acha que os demais elos da cadeia também não deveriam se empenhar mais para que isso ocorra? Letícia Mendonça: Todos os elos da cadeia devem se empenhar para melhorar a qualidade do leite brasileiro. Os resultados divulgados pelos laboratórios da Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostram que evoluímos muito pouco nesses últimos anos, o que significa que não houve www.senargo.org.br

trabalho conjunto suficiente para que os objetivos fossem alcançados. É preciso criar a concepção de rede nas relações

Leite de alto padrão de qualidade é uma obrigação de todos nós que trabalhamos com essa matéria-prima

de boas práticas envolvendo produção primária e indústria, poderão garantir um produto final de qualidade.

de interação dos agentes e ações para o fortalecimento da cadeia do leite. Revista Campo: Por que a maioria das indústrias de laticínios ainda não remunera o produtor por qualidade? Letícia Mendonça: Assim como a cultura da busca pela qualidade do leite ainda está sendo internalizada pelos produtores, a implantação de programas de pagamento da qualidade precisa ser incorporada pelas indústrias. O cenário é positivo, e hoje, seis das dez maiores indústrias de leite do Brasil já adotam esses programas. As que ainda não o fazem, correm o risco de serem excluídas do mercado interno e externo. A qualidade do leite está diretamente relacionada ao rendimento industrial e ao tempo de vida de prateleira, além de ser um diferencial de competitividade. Março/2012

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Revista Campo: Não deveríamos, a partir da IN 62, intensificar a discussão da remuneração por sólidos no Brasil? Letícia Mendonça - É uma tendência mundial e, por isso, a discussão sobre a remuneração por sólidos tem que ser feita independente da IN 62. O Brasil é um País extenso, com realidades de produção muito distintas. Temos diferentes sistemas de produção, com variadas raças, manejo nutricional, recursos forrageiros, índice pluviométrico, temperatura das regiões entre outras características. Quando consideramos todas essas variáveis, definir os valores de referência dos rebanhos brasileiros para proteína, gordura, extrato seco, entre outros, torna-se muito importante e será um diferencial para os programas de pagamento por qualidade.

Revista Campo: Os laboratórios que analisam a qualidade de leite no Brasil estão preparados para dar suporte aos produtores e indústrias no que se refere à análise de amostras? Letícia Mendonça - A Rede Brasileira de Laboratórios de Análise da Qualidade do Leite (RBQL), do Mapa, conta com oito laboratórios oficiais para realizarem as análises de leite exigidas pela IN 62. Esses laboratórios estão em constante processo de melhoria e, nos últimos três anos, receberam grande aporte de recursos do governo federal e parceiros, gerando capacidade de infraestrutura e mão de obra para dar suporte às indústrias e aos produtores de leite brasileiros.

Revista Campo: Como a

Embrapa Gado de Leite pode contribuir para que os laboratórios possam avançar no que tange à melhoria da qualidade do leite no Brasil?

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Letícia Mendonça: As pesquisas realizadas pela Embrapa Gado de Leite têm grande abrangência sobre todos os aspectos relacionados à produção do lácteo, incluindo novos métodos para diagnosticar doenças, análises laboratoriais e novos métodos terapêuticos e preventivos. A linha de pesquisa relacionada à saúde de glândula mamária é uma das mais avançadas. Os resultados de todos esses estudos são de grande valia para melhoria da qualidade do leite no Brasil.

Revista Campo: Quais os maiores entraves para que o Brasil possa produzir leite com qualidade como nos EUA, UE e Nova Zelândia? Letícia Mendonça - O Brasil precisa incorporar a preocupação pela qualidade do leite na rotina dos seus produtores, indústrias, governo, instituições de pesquisa, extensão e também dos consumidores. A produção de leite com qualidade tem que deixar de ser um item adicional no pacote de atividades diárias do produtor e da indústria e passar a ser condição fundamental. Leite de alto padrão de qualidade é uma obrigação de todos nós que trabalhamos com essa matéria prima. O grande entrave é a quebra de certos paradigmas e a mudança definitiva no modo de produção de leite no Brasil. Revista Campo: Nos últimos anos, temos visto uma cobrança extremamente rígida sobre a qualidade dos produtos brasileiros por parte de países europeus, às vezes, muito acima dos padrões exigidos dentro desses próprios países. O que a senhora acha? Letícia Mendonça: Qualidade dos produtos lácteos significa segurança dos alimentos, ou seja, aqueles produtos de qualidade comprovada podem ser consumidos sem prejuízo para a saúde do consumidor, e mais

ainda, podem contribuir para a melhoria na nossa saúde e qualidade de vida. O mercado está cada vez mais exigente, e sem considerar questões minuciosas sobre comércio entre países, o Brasil precisará atender as exigências internacionais para se tornar um grande exportador de produtos lácteos. O fato de os parâmetros estabelecidos pela IN 62 para contagem de células somáticas e contagem bacteriana serem bastante semelhantes aos exigidos pelos países da Europa e dos Estados Unidos já é um bom começo para atingirmos esses mercados.

Revista Campo: Goiás foi um dos Estados que mais evoluíram na produção de leite nos últimos dez anos. Também evoluiu muito na busca pela melhoria da qualidade do produto. Na sua opinião, o que falta para que possamos avançar mais na excelência da qualidade dessa matéria-prima? Letícia Mendonça: Para que o avanço na melhoria da qualidade do leite seja rápido é preciso que as informações técnicas alcancem quem realmente as utilizarão, ou seja, o produtor. A capacitação dos técnicos de extensão e, posteriormente, dos produtores para as práticas de qualidade do leite precisa ser uma ação prioritária. Por isso, a realização de cursos, palestras, dias de campo, distribuição de cartilhas, acesso a conteúdos da internet e, principalmente, incentivo à assistência técnica oficial e privada para melhoria do manejo e da gestão das propriedades precisam ser reconhecidos como ações de maior relevância para o alcance dos objetivos. Transferir as tecnologias e difundir os conhecimentos que estão disponíveis é o caminho certeiro para a mudança que esperamos para o setor leiteiro. Acesso à informação é o caminho para a transformação.

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MERCADO E PRODUTO

Momento de atenção no mercado de milho

O

mercado do milho foi, talvez, o que mais sofreu modificações nestes últimos anos. A presença do Brasil nas exportações e a produção de grão safrinha fizeram com que a precificação do cereal nas regiões produtoras brasileiras fosse influenciada não só pela dinâmica de oferta e demanda desta região, mas também pelos fatores mercadológicos internacionais. Sendo assim, para uma análise deste mercado é importante observamos um paralelo destes dois fundamentos. Em todo País, a safra brasileira de milho deve alcançar a 61,7 milhões de toneladas, sendo que 35,8 milhões de toneladas na 1ª safra e 25,8 milhões de toneladas na safrinha. Estimativas apontam que mais de 35% da 1ª safra já foi colhida e que mais de 90% da safrinha já foi semeada, com atraso registrado no Mato Grosso do Sul e São Paulo. Apesar das perdas causadas pela estiagem na porção Sul do País, a 1ª safra deve registrar uma produção semelhante à safra passada. No que diz respeito à safrinha, a área plantada deverá ser 14% superior. Diante de um quadro de boa oferta, as preocupações dos agentes se voltam pelo possível excedente do mercado interno, que poderá chegar a mais de 10 milhões de toneladas. Além deste excedente, o plantio adiantado pode trazer uma colheita sucessiva entre safra de verão e segunda safra. Todo este volume estará disponível em um momento muito curto. Neste período, a única ação que pode evitar a tendência negativa dos preços é um alto volume de exportação. Para que isso ocorra, será essencial um cenário mundial bastante favorável, já que entre março e agosto as exportações de soja serão a atividade principal das tradings. No mercado internacional as atenções estão voltadas para o início da safra 2012/13 no hemisfério norte e, principalmente, no aumento da área plantada de milho nos EUA. Dentro deste panorama, o relatório de expectativa de área planta nos EUA, diwww.senargo.org.br

vulgado pelo departamento de agricultura dos EUA (USDA, sigla em inglês) foi de grande importância. Segundo este relatório, a área plantada com milho pode ser de 38,79 milhões de hectares, a maior área plantada desde 1937, superior às expectativas do mercado. No caso da soja, o USDA surpreendeu com uma estimativa de área de 29,91 milhões de hectares, redução de 1% em relação ao ano passado. Estimativa bem abaixo das expectativas do mercado. Com esta redução, os preços da soja passam a contar com uma sustentação para a manutenção dos elevados patamares, o que pode pesar na decisão do produtor americano em definir a cultura a ser plantada, principalmente nas áreas de replantio. Diante disso, no cenário internacional, as posições do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) vêm sendo mantidas pelo estoques apertados nos EUA e pelos altos preços das posições da soja na bolsa. O câmbio é outro fator que merece destaque na análise de mercado do milho. A moeda americana vem ganhando valor frente ao real nos últimos dias, fruto de uma valorização internacional do dólar e do aumento da taxa de juros do mercado brasileiro. Porém, esta desvalorização pode não se manter, isso porque a política de recuperação dos países desenvolvidos baseada em um alto volume de emissão de moedas e a dificuldade brasileira em manter uma taxa de juros baixa, são uma constante no cenário econômico atual e não favorecem a valorização do real. Por fim, as condições climáticas serão determinantes para o resultado produtivo e para a formação de preço do milho safrinha. É importante que os produtores que possuem a safrinha em desenvolvimento fiquem atentos a evolução da safra americana e as exportações brasileiras. Qualquer mudança na safra americana e no milho safrinha brasileiro pode provocar um bom escoamento da safra brasileira e elevar o preço do milho. Caso contrário, é indicado aproveitar os picos de preço, com a finalidade de uma maior proteção do risco.

Marcus Vinícius

Leonardo Machado | leomachado@faeg.com.br

Leonardo Machado é assessor técnico da Faeg para a área de cereais, fibras e oleaginosas.

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AÇÃO SINDICAL Divulgação/Sindicato Rural Doverlândia

DOVERLÂNDIA

Sindicato reformado

DOVERLÂNDIA

Medalhas do Agrinho O Sindicato Rural de Doverlândia promoveu, no dia 18 de janeiro, a entrega das 50 medalhas aos professores vencedores do Concurso Agrinho 2011. Cerca de 60 pessoas, além do presidente da Entidade, Bruno Heuser Higino da Costa, toda a diretoria executiva e o Secretário Municipal de Educação, Gilvan Moura, participaram do evento, realizado na sede do Sindicato. (Colaborou: Jackeline dos Reis)

AGRINHO

Pedra fundamental

Sindicato entrega medalhas

Divulgação/Sind. Rural S. João D’Aliança

SÁO JOÃO D’ALIANÇA

A pedra fundamental da nova sede do Sindicato Rural de São João D’Aliança foi lançada no dia 24 de fevereiro. O presidente do Sindicato, Justino Felício, foi o responsável pela abertura do evento, que teve a participação de toda a diretoria executiva do Sindicato e do superintendente do Senar, em Goiás, Marcelo Martins. A previsão é de que a obra seja concluída até o fim de dezembro desse ano. A nova sede passa a se chamar Casa de Cultura e terá diversos serviços para a população, como uma sala de inclusão digital, uma biblioteca e uma área destinada aos encontros da terceira idade e eventos ligados ao produtor rural. (Colaborou: Mara Lídia) 12 | CAMPO

Março/2012

O Sindicato Rural de São João D’Aliança entregou, no fim de fevereiro, as medalhas do Concurso Agrinho 2011, em uma solenidade realizada na Câmara Municipal da cidade. Ao todo, 26 alunos, além de professores, vencedores do concurso, foram homenageados. (Colaborou: Mara Lídia)

ITARUMÃ

Balde Cheio

A diretoria do Sindicato Rural de Itarumã realizou no último dia 2 de março uma reunião com um grupo de produtores rurais, para o lançamento do Programa Balde Cheio no município. (Colaborou: Elson Freitas)

Divulgação/Sindicato Rural Itarumã

Divulgação/Sindicato Rural Doverländia

O Sindicato Rural de Doverlândia não para de trabalhar pelo produtor rural associado. Recentemente a entidade inaugurou suas novas instalações, reformada e com a nova faixada padronizada. Na ocasião, a diretoria aproveitou para apresentar as principais realizações da entidade em 2011 e homenagens aos ex-presidentes e pessoas que contribuíram para o crescimento das ações de representação dos produtores da região.

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Integração e Sebrae Jana Tomazelli

Divulgação/Sind. Rural Palmeiras de Goiás

ANÁPOLIS

PALMEIRAS DE GOIÁS

Aluga-se uma retro De 27 a 29 de fevereiro de 2012 foi realizado mais um treinamento do Senar para operar retroescavadeira em Palmeiras de Goiás. O curso foi uma sugestão do Sindicato Rural do município, que é proprietário de uma retro zero, adquirida em novembro de 2011. O treinamento já tem outra turma esperando com mais de 12 solicitações, para atender às vagas de emprego da região, que exigem certificados de treinamento.

Anápolis foi palco, na primeira quinzena de março, do Encontro de Regionais Senar/Sebrae. O evento teve o objetivo de integrar e nivelar os procedimentos dos programas realizados dentro das parcerias das duas instituições. As entidades atualizaram o conteúdo do convênio dos Programas Empreendedor Rural (PER), Programa Empreendedor Sindical (PES), Programa Empreendedor Jovem (Faeg Jovem) e Negócio Certo Rural.

SÁO JOÃO D’ALIANÇA

Equoterapia e reabilitação O tratamento proporciona um bom equilíbrio emocional e corporal; desenvolve a estruturação temporal e a adequação espacial do indivíduo, bem como o equilíbrio psicoemocional e, principalmente, facilita sua adaptação ao meio, proporcionando uma maior independência nas atividades de vida diária e, consequentemente, melhorando sua qualidade de vida. O Centro faz parte do Projeto Crescer e atende a comunidade com a ajuda voluntária volu de prof pr o issionais especializados nas áreas de profissionais Fisioterapia, Fisiotter erap apia ia,, Ps P Psicologia, icologia, Terap Terapia Ocupacional e Foono noau a diolog Os Fonoaudiologia. a en at endiimento são gratuitos e atendimentos aacontecem ac coonnteceem nas dependências ddoo P arqu que de Exposição Parque A Ag gropp ec Agropecuário Doutor. V Valdivino ald ldiv Vaz. Sindicato Rural/Itumbiara

Há dois anos o Centro Especializado em Equoterapia e Reabilitação de Itumbiara atende pessoas portadoras de necessidades especiais no município. A equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial do paciente. O tratamento proporciona o desenvolvimento das potencialidades, respeitando os limites e visando a integração do indivíduo na sociedade.

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Arte: Carlos Nascimento

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Jana Tomazelli

SAFRINHA

Produtor Silomar, do Sudoeste goiano, planta milho safrinha desde 2004

Safrinha recorde Próximos de colher a safrinha deste ano, produtores goianos calculam um aumento de 3% de área plantada em relação ao ano passado Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

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corrida contra o tempo já começou para os produtores que plantaram a safrinha neste ciclo agrícola. Nos próximos dois meses as lavouras serão colhidas. A novidade é que, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a colheita será recorde este ano. Um aumento de 3% de área plantada em relação ao ciclo passado, que já registrou excelentes resultados. As principais culturas semeadas em modalidade safrinha são o milho, milheto, sorgo e algodão. O milheto ocupa menor área plantada. O principal responsável pelo aumento da área plantada com safrinha este ano foi o milho, que registrou 591,6 mil de hectares, ante os 539,3 mil hectares cultivados no ano passado. Segundo dados da Conab e Faeg, a expectativa de

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área para o algodão safrinha é de 22,5 mil hectares; foram plantados 23,1 mil hectares no ciclo passado. Para o sorgo houve também uma pequena queda, de 322,6 mil hectares para 298,1 mil hectares este ano. A safrinha é a modalidade que sucede o plantio da cultura de verão. A técnica consiste em utilizar uma cultura no verão que possa ser colhida mais antecipada possível - dezembro, janeiro ou fevereiro - e uma cultura safrinha que possua uma boa tolerância em relação à estiagem. Enquanto a colheitadeira retira a soja da lavoura, o trator vem atrás preparando para a safrinha. Segundo o assessor técnico da Faeg, para área de cereais, fibras e oleaginosas, Leonardo Machado, essa modalidade de cultivo vem crescendo nas diferentes regiões produtoras de Goiás. A princípio, esta técnica de cultivo, era exclusiva da região Sudoeste. No en-

tanto, atualmente, a safrinha é cultivada na região Sul e Entorno de Brasília. Ele conta que a técnica, no início, consistia em aproveitar os resíduos de fertilizantes da cultura de verão, o que reduzia muito o custo de produção da safrinha. “No entanto, com o profissionalismo desta modalidade de plantio, o uso de tecnologia na safrinha vem crescendo, e hoje é muito semelhante às ferramentas tecnológicas usadas na safra de verão.” O cultivo safrinha, além de possuir ganhos técnicos, como rotação de culturas, permite ao produtor um maior aproveitamento de sua área, o que implica numa redução no custo da terra em seu custo de produção. O que faz com que seu ponto de equilíbrio de lucro seja mais facilmente alcançado. “Os ganhos do cultivo safrinha são tanto econômicos, como técnicos”, avalia o assessor. www.sistemafaeg.com.br


Algodão adensado O produtor, Luiz Renato Saparolli, planta safrinha de algodão adensado no Sudoeste goiano desde 2009, ano em que a técnica começou a ser difundida e implementada por um grande número de produtores de algodão. “Naquele ano foi uma atividade experimental, porém conclui que seria interessante e viável desenvolver esta tecnologia.” A cultura de safrinha de algodão sobre feijão é desenvolvida por um grupo seleto de produtores que possuem uma tecnologia muito sofisticada para desenvolver as ferramentas necessárias para viabilizar todas as atividades necessárias há mais de dez anos. Segundo Luiz Renato, a cultura de algodão safrinha adensado é uma atividade recente, com duas safras comerciais apenas. A busca, atualmente, é encontrar um caminho alternativo à crise do algodão, que vem reduzindo sua área plantada. “Convém lembrar que Goiás já plantou quase 150 mil hectares de algodão e, atualmente, não chegamos a 100 mil hectares.” O plantio de algodão safrinha é sempre de forma direta, sobre o feijão ou soja. De acordo com Luiz, já houve algumas tentativas de plantar algodão safrinha sobre milho, mas o resultado foi negativo. “O algodão safrinha segue o mesmo manejo que o algodão convencional até porque tem características muito parecidas e as populações por hectares são semelhantes, ou seja, perto de 100 mil plantas finais por hectare, pode haver uma pequena variação dependendo da cultivada.”

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Francila Calica

Além da expansão da modalidade de milho safrinha no Estado, pode-se destacar outra mudança em relação a este cultivo. “No início do desenvolvimento desta técnica, praticamente não ocorria a utilização de insumos de produção como defensivos agrícolas e fertilizantes. No entanto, surgiu a necessidade de se alcançar maiores produtividades, o que fez o produtor utilizar cada vez mais insumos”, explica o técnico.

Produção fixada Cinquenta por cento da produção de milho de Silomar Cabral Faria, de Jataí, Sudoeste goiano, já foi fixada. Segundo o produtor, que plantou 400 hectares, a saca vai sair por R$ 20, o restante da comercialização da produção ele prefere acompanhar o mercado. “Prefiro esse tipo de venda para poder controlar meu lucro, já que eu gasto R$ 13 por saca”, conta. Silomar planta safrinha desde 2004. Ele afirma que o milho tem uma melhor rentabilidade, se comparado ao sorgo e ao milheto. Para ele, os pontos positivos de plantar na safrinha estão ligados ao aproveitamento de mão de obra e máquinas, cobertura de solo e possibilidade de ter uma segunda receita no ano. “Mas em compensação, o lado negativo é o risco.” Ele explica que para garantir uma boa produtividade é preciso começar a plantar entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro. Para Silomar, plantar na safrinha tem variadas vantagens. “O produtor faz mais um plantio no ano, tendo um aproveitamento mais racional do solo. Além de ajudar a pagar a conta do arrendamento da terra já que em nossa região está super caro.” Para ele, uma desvantagem é o alto risco, já que em

anos que as chuvas param mais cedo a produção é menor ou, em muitos casos, nem produz. José Roberto Brucceli, produtor de milho, compartilha da mesma opinião de Silomar. Para ele, o plantio deve começar o mais cedo possível. “É por isso que tem que usar uma variedade de soja muito precoce na área que for plantar a safrinha. A época boa é na segunda quinzena de janeiro até 15 de fevereiro. Depois desse dia a produtividade já entra em uma contagem regressiva de um saco por hectare ao dia.” Ele conta que começou a plantar nessa época somente depois que a safrinha foi viabilizada na região de Cerrado. “Isso aconteceu em 1991, após a introdução do sistema de plantio direto na palha.” Ele optou pela cultura do milho, mas conta que poderia ter escolhido o algodão ou feijão. “Mas acho que o maior patrimônio do agricultor é a terra. O algodão e o feijão são disseminadores de mofo branco e vai criar problemas à longo prazo. Já o milho, como é uma gramínea, faz com a soja uma meia rotação e quebra o ciclo de algumas doenças, sem dizer que você aproveita as mesmas máquinas para plantar e colher o milho”, avalia.

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AGRINHO

Agrinho capacita professores Curso de Capacitação para Professores Multiplicadores do Programa Agrinho 2012 segue até junho. Mudanças na premiação agradam professores e alunos Rhudy Crysthian | rhudy@faeg.com.br

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Sistema Faeg/Senar deu início no último dia 26 de março ao Curso de Capacitação para Professores Multiplicadores do Programa Agrinho deste ano. O evento faz parte do cronograma de ações do Programa Agrinho 2012 que estimula e premia projetos pedagógicos e trabalhos escolares para

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alunos e professores do ensino fundamental da te rede pública de ensino em Goiás. O presidente r, do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, ro fez a abertura do evento em Goiânia, no Centro Pastoral Dom Fernando. Os treinamentos com m os professores seguem até o dia 28 de junho. Serão 15 etapas.

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portamentos e de atitudes que ultrapassa os muros da escola e envolve toda a comunidade. “Os tema do Agrinho encorajam os participantes a mudarem o comportamento e atuarem com mais responsabilidade socioambiental”. Este ano, o tema do Agrinho é “Empreendedorismo e Meio Ambiente”. A professora Alcilane Guerra Ferreira, da Escola Estadual Narciza Costa Leão Municipalizada, em Santa Helena, Sudoeste goiano, foi uma das participantes desse primeiro dia de treinamento. Ela afirma que quando volta para sua cidade e multiplica para as outras professoras o conhecimento adquirido na formação em Goiânia, percebe uma aceitação muito grande entre essas profissionais envolvidas no Programa. “A praticidade dos temas relacionados à saúde, alimentação, preservação ambiental e higiene ajudam muito na aceitação por parte dos professores e, em consequência, dos alunos”, comenta. Ela trabalha com o Agrinho há três anos e conta que a facilidade em envolver a comunidade nos projetos é uma característica ímpar do Programa que contribui cada vez mais para a participação de novos profissionais e alunos. “A temática do Programa facilita o processo de aprendizado nas salas de aula. Enquanto eu estiver na educação irei trabalhar o Agrinho com meus alunos”,, g garante.

Larissa Melo

Este ano, o Sistema Faeg/Senar estima capacitar mais de 3,5 mil educadores de todo o Estado. Em 2011 o total de profissionais capacitados girou em torno de três mil. Ao todo serão 170 municípios envolvidos. As inscrições dos trabalhos serão entre os dias 10 de setembro e 10 de outubro. A coordenadora do Programa Agrinho, Maria Luiza Bretas, conta que, este ano, o Concurso apresentará algumas mudanças na premiação. Em vez de premiados os cinco primeiros colocados de cada categoria, receberão prêmios os autores dos melhores projetos das oito macrorregiões do Estado. Os oito vencedores nas categorias Escola Agrinho e Experiência Pedagógica ainda concorrem entre si na disputa dos grandes prêmios finais: um kit multimídia completo para a escola e um carro zero km para a professora autora da melhor experiência pedagógica. A premiação está marcada para o dia 6 de dezembro. “Essa regionalização da premiação possibilitará um envolvimento ainda maior dos professores, o que deve estimular a produção de projetos e trabalhos por parte dos alunos”, espera a coordenadora do Programa. De acordo com ela, a satisfação quanto aos resultados do Agrinho contribuiu para o sucesso do Programa desde sua implantação. “A divulgação ‘boca-a-boca’ do programa por parte dos professores contribui de forma significativa para alcançarmos resultados satisfatórios dentro do Programa”, garante. Segundo Maria Luiza, o Agrinho é um modificador de com-

Há três anos trabalhando o Agrinho com alunos, a professora Alcilane Guerra, de Santa Helena, afirma que enquanto estiver na educação vai continuar no Programa


SAFRINHA

Palmeiras lança colheita de grãos Setor estima segunda maior produção de sua história. Estiagem no fim do ano impossibilitou melhor produtividade Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

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rodutores rurais já deram início à colheita de grãos do ciclo 2011/2012. O lançamento da colheita foi realizado no dia 7 de março, em Palmeiras de Goiás. Só na fazenda Califórnia, parte da plantação de 1.680 hectares de soja foi colhida. Mais de 200 pessoas, além dos membros da prefeitura do município, do Sindicato Rural, da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) de Goiás, estiveram presentes no evento. Segundo o presidente do Sindicato, César Savini Neto, o evento deu o pontapé inicial na colheita da safra em Goiás. “A partir de agora, em todo Estado, está sendo feita a colheita, principalmente da soja, que é a nossa principal commodity.” Além do presidente do Sindicato Rural de Palmeiras, o Secretario da Agricultura, Antônio Flávio Camilo de Lima, o prefeito municipal, Alberane Marques e o deputado estadual José Vitti participaram do lançamento da colheita de grãos na região.

Safra promissora De acordo com o técnico da Faeg para área de cereais, fibras e oleaginosas, Leonardo Machado, a safra goiana de soja começa a colher a segunda maior produção de sua história, ficando atrás somente da safra 2010/11. Apesar do aumento da área plantada em relação à safra passada, a estiagem no início do ano não permitiu uma produtividade superior ao último ano agrícola, o que culminou no resultado abaixo do que foi colhido em 2011. “No entanto, a safra tem se mostrado bastante promissora na questão econômica, uma vez que grande parte dos produtores conseguiu aproveitar os períodos de elevados preços no inicio da safra e comercializaram antecipadamente sua produção”, disse. Para Leonardo, o destaque é para o elevado potencial produtivo da soja cultivada em Goiás. “A produção goiana é marcada por um alto uso de tecnologia, tanto no momento da construção de sua produtividade (utilização de sementes de alta qualidade e eficiente utilização de fertilizantes) como na defesa desta

(utilização eficiente de defensivos agrícolas).” O sexto levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta que, para esta safra, a produção de soja, em todo Brasil, alcance 68,7 milhões de toneladas, inferior em 8,7% ao volume de 75,32 milhões de toneladas da anterior. Segundo a Conab o resultado se deve, especialmente, às condições climáticas, adversas e pontuadas por estiagens nos principais estados produtores da região Sul do País. A área de plantio totaliza 24,9 milhões de hectares, acréscimo de 3,3% ou 791 mil hectares sobre a realizada em 2010-11, com 24 milhões de hectares. Em relação ao destino da safra, de acordo com levantamentos da agência Safras e Mercado, 53% do volume ofertado da soja brasileira é exportado e 42% serão processados. Do total processado, serão produzidos um total de 28,7 milhões de toneladas de farelo de soja e 7 milhões de toneladas de óleo de soja. “No estado de Goiás estima-se que o volume de processamento seja maior, devido à elevada capacidade de processamento do estado”.

O presidente do Sindicato Rural de Palmeiras de Goiás, César Savini, Secretario da Agricultura, Antônio Flávio, Prefeito de Palmeiras, Alberane Marques e o deputado estadual José Vitti participaram do lançamento da colheita de grãos dessa safra na região. www.senargo.org.br

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CIDADANIA

O que esperamos do próximo prefeito Faeg lança rodada de debates do projeto que pretende criar um elo direto entre o setor produtivo rural e os futuros prefeitos dos municípios goianos Rhudy Crysthian | rhudy@faeg.com.br

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Temas Para a formatação do documento final que será elaborado pelos produtores goianos e apresentado aos candidatos ao cargo de prefeito e vereador de seus respec-

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agropecuária configura-se em um importante núcleo fomentador das economias dos municípios goianos e do Estado. Dessa forma, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) lançou, no último dia 14 de março, a rodada de seminários que irão dar origem a Agenda de Desenvolvimento Municipal - expectativas do setor produtivo rural em relação à próxima gestão pública municipal 20132016, o projeto O Que Esperamos do Próximo Prefeito. A série de seminários regionais deve acontecer em cerca de 120 municípios goianos entre os meses de abril e maio. Durante essas reuniões serão formados grupos de trabalho que irão definir diretrizes e apontar as principais necessidades do setor em cada uma dessas cidades. O resultado desse documento será apresentado, no segundo semestre, aos prefeitáveis e vereadoriáveis dos municípios onde os seminários aconteceram. De acordo com o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, o objetivo do projeto é reafirmar a postura cívica e cidadã dos produtores rurais e ampliar o diálogo entre setor agropecuário, sociedade e governos municipais, bem como ampliar o diálogo entre o setor produtivo rural e o poder público regional. “Queremos mostrar que o produtor representa um segmento comprometido com a comunidade a qual pertence e trabalha arduamente para melhorar esse ambiente onde está inserido”, defende.

Para José Mário, a participação dos produtores é importante na elaboração de metas para os prefeitáveis

tivos municípios, a Federação irá promover uma série de estudos e debates embasados nas reais necessidades dessas regiões no que se refere à educação e qualificação profissional, saúde e promoção social, infraestrutura e logística, empreendedorismo e meio ambiente, política agrícola municipal e gestão pública participativa. O resultado desse documento conterá as ações estratégicas dos diferentes segmentos econômicos e sociais, assim como as políticas públicas que irão orientar a atuação da administração pública municipal e das câmaras de vereadores nos quesitos levantados pelos produtores. Com os documentos em mãos, os

Sindicatos Rurais realizarão sabatinas com os candidatos à prefeitura e câmara de vereadores poderão conhecer um pouco mais das propostas de governo de cada candidato. O gerente da unidade de desenvolvimento do Sebrae Goiás, Joel Rodrigues Rocha, que participou do lançamento do Projeto, destacou a importância da iniciativa e disse que o setor produtivo rural pode andar de mãos dadas com a classe empresarial para alcançar maior abrangência, já que os dois setores dependem um do outro. “O produtor rural está em uma ponta da produção e o empresário e comerciante está do outro lado do balcão pronto para negociar o produto resultado do trabalho do homem do campo.

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O consultor da Faeg, Arthur Toledo, fala aos produtores detalhes da iniciativa

Produtores abraçam o Projeto Durante o lançamento do Projeto em Goiânia produtores rurais e líderes sindicais que participaram do evento puderam tirar dúvidas sobre a organização, realização e papel de cada integrante envolvido na iniciativa. O produtor rural de Cabeceiras, Joaquim Cardoso, comentou que onde mora, a relação dos produtores e do setor em geral com a administração pública da atual gestão é bastante positiva. “A prefeitura da nossa cidade sempre atende nossos anseios e ouve os produtores da região”, garante. Segundo ele, essa relação amigável entre setor produtivo rural e gestão municipal pode ser multiplicada para outras cidades com a realização desse projeto O Que Esperamos do Próximo Prefeito. Joaquim acredita que todos têm a ganhar com a ideia. Os produtores pretendem manter um diálogo direto com os prefeitos e vereadores independente de partidos. Dessa forma, a classe produtiva rural se torna mais forte para assumir um papel de protagonismo no novo ciclo de desenvolvimento regional onde está inserida. Esse novo relacionamento pre-

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tende agregar valor à união entre setor produtivo rural e administração municipal. Segundo o consultor da Faeg, Arthur Toledo, o objetivo dos encontros transcende a formatação de uma agenda de propostas para um plano de governo municipal, mas define uma estratégia de cidadania com toda a população reunida para construir o futuro dessas comunidades. “Vamos integrar todas as entidades representativas do interior do Estado para nortearmos as ações estratégicas das bases das políticas públicas que irão orientar cada gestão desses municípios envolvidos”, disse. Outros Em 2010, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) desenvolveu um ciclo de seminários regionais para a elaboração do documento O Que Esperamos do Próximo Presidente 2011-2014 e, da mesma forma, a Faeg, juntamente com os Sindicatos Rurais, elaborou oito seminários regionais e um encontro estadual, que culminaram em um documento denominado Documen-

to Goiás – Expectativas do Setor Produtivo Rural ao Próximo Governador 2011-2014. Em continuidade a esta estratégia de ampliar o diálogo entre o setor produtivo rural, a sociedade e os governos, a Faeg e os Sindicatos Rurais propõem esse projeto voltado às eleições municipais de 2012 em seus respectivos municípios. “Essa iniciativa é fundamental para a melhoria da qualidade de vida no meio rural e urbano, porque a comunidade é quem constrói e define o que precisa. É um projeto da comunidade e será abraçado por ela”, esclarece Arthur. O presidente da Faeg, José Mário, exemplificou a importância da participação do setor produtivo nas esferas públicas, já que, segundo ele, todas as decisões que envolvem o setor são oriundas de políticas públicas eficientes ou não. “Antes de começarmos a trabalhar mais próximos às questões políticas de interesse do setor, contávamos com 14 deputados estaduais comprometidos com as questões rurais. Hoje, esse número saltou para 31 parlamentares dos 41 que compõem aquela Casa”.

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Larissa Melo

PERFIL SOCIAL

O especialista em agronegócio, Mauro Lopes, defende que a transferência de tecnologia é a principal ferramenta para o desenvolvimento do agronegócio

Agronegócio impulsiona PIB Produtores rurais e autoridades se reúnem para traçar os rumos do agronegócio goiano Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

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nfraestrutura e logística, marcos regulatórios, conhecimento, segurança jurídica e fortalecimento das cadeias produtivas locais, foram algumas das dez diretrizes firmadas no evento Mesa-redonda, o PIB e o Agronegócio. Essa é uma ação da Organização Jayme Câmara, junto com a Faeg, Agopa e Fundepec. O objetivo é colaborar para que a soma de esforços de entidades e governos, aliados à capacidade empreendedora do produtor rural, possam garantir maior competitividade ao agronegócio goiano e brasileiro. Dos dez maiores PIBs municípais goianos, sete têm a economia baseada no setor

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agropecuário, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Gestão e Planejamento. Diversos prefeitos, secretários e presidentes de Sindicatos Rurais marcaram presença. De acordo com o jornalista, Wanderley de Faria, do Jornal O Popular, mediador da Mesa-redonda, Goiás se destaca no cenário econômico do País e mundial, identificando suas vocações e focando em negócios aos quais pode agregar valor, consolidando como uma opção de modelo de desenvolvimento para o Brasil. “Mesmo diversificando sua economia nos próximos anos, 65% do Produto Interno Bruto (PIB)

goiano vêm do agronegócio. Em 2009, um ano de crise, a economia goiana cresceu 0,9%, enquanto o PIB agropecuário cresceu 6,9%”, disse. Para o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, muitos municípios se destacam na produção agropecuária e, algumas vezes, outros vizinhos não conseguem se desenvolver da mesma forma. “É importante uma discussão como essa, onde possamos visualizar situações que ocorrem em certas regiões, para que a agropecuária possa crescer de forma geral.” na inovação tecnológica e em um solo bastante favorável”, salientou.

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Segundo o economista e doutor em agropecuária da Fundação Getúlio Vargas (FVG), Mauro Lopes, palestrante do evento, foi feito um levantamento em Goiás e verificado que a classe A/B são as principais da agricultura brasileira, em condições muito mais favoráveis que o resto dos Estados do Brasil. “Com a incorporação da tecnologia, Goiás está apresentando resultados espetaculares na área do crescimento agrícola. Mas não é o suficiente, nós temos que ver o capital social e a infraestrutura.” Para ele, o que leva um município a se destacar mais do que o outro, em relação ao PIB agropecuário, são a competência dos produtores e a tecnologia. “Um produtor não adota uma tecnologia sem perceber uma vantagem de diferenciação em relação às tecnologias mais simples.” Para ele, a gestão financeira no Estado é boa.

As 10 diretrizes definidas no evento 1) Infraestrutura e Logística; 2) Marcos Regulatórios (legislação trabalhista, ambiental e sanitária); 3) Conhecimento: Assistência Técnica, Qualificação Profissional, Pesquisa Agropecuária e Educação Formal; 4) Segurança Jurídica; 5) Fortalecer Cadeias Produtivas Locais; 6) Política Agrícola Estadual; 7) Desoneração Tributária e Incentivos Fiscais e Financeiros; 8) Diagnóstico das Potencialidades Municipais; 9) Representatividade e Capital Social nos Municípios; 10) Ampliar Políticas Sociais que Atendam o Campo.


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LEITE

Produção ameaçada Com a proximidade da estiagem, produtores encontram dificuldades para garantir a alimentação do rebanho. Os custos da alimentação é o grande desafio Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

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produção de pastagem é diretamente vinculada ao período de chuvas, aproximadamente seis meses, podendo variar para mais ou menos. Com a aproximação da estiagem, os pastos começam a diminuir seu crescimento. Segundo a engenheira agrônoma, Fernanda Mara Cunha Freitas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Gado de leite, em média, estima-se que a produção anual total de uma pastagem, distribui-se em torno de 80% nas águas e 20% na seca, quando os fatores de crescimentos (luz, água

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e temperatura), não estão adequados. Com a paralisação do crescimento das gramíneas, muitos produtores enfrentam dificuldades para alimentar o rebanho e manter a atividade leiteira em crescimento neste período. De acordo com a engenheira agrônoma, a maior dificuldade é a escassez de alimento nos períodos críticos, como junho, julho e agosto. Pois a cada mês que se avança na seca, a procura do volumoso aumenta, com isso, supervalorizando o preço do produto. A engenheira da Embrapa alerta para o aumento dos custos de produ-

ção de matérias-primas para a dieta dos animais nesse período da entressafra. “Os custos influenciam no sucesso da produção, pois qualquer deslize em relação ao controle de caixa, poderá acarretar em prejuízo. No caso de optar por produção de silagem o custo é alto, principalmente, quando há erros no processo, que acarretam perdas e um aumento significativo no custo do material final.” Segundo Fernanda, no período da entressafra, para a produção de leite, não existe meio termo, é preciso fazer a suplementação, substituindo

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carte, porém observamos que animais jovens (novilhas) são descartados, pois não há na propriedade alimentação forrageira suficiente.” Ela acrescenta que não existe uma receita para a manutenção da produção de leite, no período de seca, cada propriedade tem sua característica peculiar. “Não podemos trabalhar todas as propriedades com um padrão de manejo, mas indicar pontos de partida. O produtor de leite deve se ater aos detalhes de sua atividade, estar presente e fazer de sua propriedade uma empresa.”

Opinião O gerente de estudos técnicos e econômicos da Faeg, Edson Novaes, ressalta que a sazonalidade da produção é preponderante na entressafra. “Na região Centro-Sul, os preços do leite tendem a ser maiores nos meses de abril a setembro, devido à redução das chuvas, o que diminue também a abundância de pastagens, fazendo com que o produtor encontre

outras formas de produzir alimentos para a vaca. Isso faz cair a produção e encarecer os custos.” Edson ressalta que, o contrário acontece na região Sul do país onde, de maio a outubro o período de safra, com maior abundância de pastagens e excesso de produção, contribuindo para a queda dos níveis de preços. Luiz Batista faz parte do número de produtores que enfrenta problemas na entressafra do leite. Em sua propriedade, localizada em Itaberaí, ele mantém a produção de 1,9 mil litros ao dia, com a manutenção de 126 vacas em lactação. O produtor afirma que quando os animais não têm mais comida natural, os pecuaristas são obrigados a armazenar alimento em forma de silagem. “Em consequência da falta de pasto, a produção leiteira pode cair até 50%”, explica. Para ele, o principal problema é a dificuldade e o preço de mão de obra para alimentar os animais no cocho, além da elevação dos custos com alimentação, ração e outros concentrados. Jana Tomazelli

gradativamente a pastagem por uma forrageira. A melhor forragem para essa substituição é a que se adapta à condição financeira do produtor e que ele tenha experiência do cultivo. “Temos como alternativas ao pasto a capineira, as silagens, os fenos e a cana-de-açúcar.” Porém, Fernanda lembra que, mudanças na alimentação feitas de forma abrupta, podem modificar a qualidade do leite, pois toda vez que muda a alimentação de um ruminante, a fauna e flora ruminal sofre modificações. “Toda alteração na alimentação deve ser precedida de um período de adaptação de no mínimo duas semanas. Para evitarmos emagrecimento dos animais e, consequentemente, perdas de qualidade e quantidade do leite.” Fernanda afirma que a proteína e a energia são importantes para a produção, manutenção, crescimento e sistema de defesa contra doenças. “As fontes energéticas para os animais são geralmente carboidratos, de 50% a 80% e lipídeos, na ordem de 5%. A grande maioria da energia das forragens provém dos carboidratos, que podem ser divididos em açúcares simples, de reservas e estruturais ou fibrosos.” Fernanda orienta que planejar é sempre a melhor saída para o empresário rural, porém, a execução do planejado, também merece uma atenção. Para ela, na entressafra a gestão da propriedade deve ser mais criteriosa. “Vê-se muito nesta época os produtores se desfazendo de seus animais, seja para fazer caixa ou diminuir “bocas”. Porém, tal estratégia terá uma repercussão no futuro dessa atividade, visto que alguns desses animais são para reposição de plantel.” A engenheira afirma que é preciso eliminar animais improdutivos e machos, quando não se faz recria de tourinhos. “O que chamamos de des-

O produtor Luiz Batista começa a armazenar silagem para alimentar o rebanho antes de começar o período de entressafra de pasto.

Março/2012

CAMPO | 29


30 | CAMPO

Março/2012

Silagem o ano todo Para não ter problemas com alimentação do gado leiteiro, o pecuarista Joel Natal de Sousa, de Silvânia, escolheu usar silagem na alimentação dos animais o ano todo. Ele acredita que produzir o alimento do próprio gado é mais lucrativo. “Produzir é melhor porque eu vou gastando de acordo com o desenvolvimento da plantação.” Segundo ele, seu gasto com a silagem fica em torno de R$ 60 a tonelada, sendo que gasta por dia 900 quilos de silo para alimentar todo o gado. De acordo com ele, muitos produtores preferem usar o pastejo rotacionado como forma de alimentação, mas garante que essa saída não é a melhor. “Pastagem necessita de adubo, água e luz. Então não compensa porque são muitos fatores extras que influenciam diretamente na qualidade do leite. Já o silo garante um alimento bom durante todo o ano”, acredita. Joel produz em média 12 mil litros de leite por mês, um lucro de R$ 8,5 mil mensalmente. Ele conta que na época da entressafra, ao contrário de muitos produtores, seu gado leiteiro produz mais. Um dos motivos é a nutrição constante do animal com o silo. A oscilação do uso de silo e do pasto, não mantém uma boa produção. “As

vacas são como máquinas, se forem tratadas constantemente com silagem boa, vão sempre produzir”, observa. Mercado Goiás é o quarto maior produtor de leite. Em 2010, o Estado produziu 3,19 mil litros de leite, em 2011 esse número subiu para 3,36 mil litros. Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, o leite foi responsável, em 2008, por R$19 milhões do Valor Bruto da Produção (VBP), 30% a mais que em 2007, quando somou um total de R$ 15,04 bilhões. O gerente de estudos técnicos e econômicos da Faeg, Edson Novaes, ressalta que na entressafra de pasto, especula-se sobre como será o mercado para a próxima entressafra e para o restante do ano. Começa um trabalho por parte das indústrias de laticínios na condução de estratégias para garantir a oferta de matéria-prima para o período. Para auxiliar o produtor sobre esse e outros problemas relacionados à produção leiteira o Sistema Faeg/ Senar realizou, nos meses de março e abril o 3° Goiás Leite – Seminários Regionais de Pecuária de Leite. Foram oito encontros em diferentes municípios goianos durante o período. Jana Tomazelli

O pecuarista relata que fora da seca, usa como alimento o pasto rotacionado de capim Mombaça ou Braquiarão. No período da entressafra ele opta pelo uso da silagem de milho ou sorgo, cana-de-açúcar, caroço de algodão, complementando com ração. Para ele, o fato de intercalar pasto e outros tipos de alimentos pode influenciar diretamente na qualidade do leite. “Quando os animais estão em regime de pasto, os níveis de gordura e proteína são diminuídos. Além disso, o período chuvoso é desfavorável também porque geralmente eleva a Contagem das Células Somáticas (CCS) e Unidade Formadora de Colônias (UFC), devido ao barro que se acumula em consequência das chuvas.” Para que a produção de leite não seja prejudicada no período da seca, Luiz avalia que o produtor precisa guardar da comida de qualidade na época das chuvas e em quantidade suficiente não somente para a manutenção corporal do animal, mas também para manter ou até aumentar a produção, seja na forma de silagem ou plantando cana. “Outra ação que pode ajudar é a irrigação de pastagem, o que minimiza a necessidade de silagem ou de cana-de-açúcar. No entanto, é uma tecnologia ainda pouco utilizada e de custo de implantação elevado.” Para Luiz, os pecuaristas devem procurar estratégias de alimentação na entressafra que deem continuidade na manutenção da qualidade do leite. “A estratégia de alimentação que a maioria dos produtores de leite usa na entressafra é o chamado semiconfinamento, onde os animais ficam na área de cocheiras durante o dia, quando são alimentados com algum tipo de volumoso, e no período noturno vão para os pastos se alimentar do capim que possa ter sobrado do período chuvoso”, conta.

Joel Natal alimenta o rebanho com silagem o ano todo.

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PROGRAMAÇÃO

O QUE ESPERAMOS DO PRÓXIMO PREFEITO

E X P E C TA T I V A S DO S ET OR P RODUT I VO RURA L A O P RÓXI MO P REF EI TO 2 013 - 2 016

AGENDA DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL Municípios

Região

Data

Local

E X P E CT A T I VA S DO S E T OR P RODUT I VO RURA L A O P RÓX I M O P RE FE I T O 2 013 - 2 016

CROMÍNIA

SUL/SUDESTE

02/04/2012

Sindicato Rural

PALMEIRAS DE GOIÁS

CENTRAL

03/04/2012

Parque Agropecuário

BELA VISTA DE GOIAS

CENTRAL

04/04/2012

Parque Agropecuário

SÃO LUIS DE MONTES BELOS

OESTE

09/04/2012

Auditório Fac. Montes Belos Auditório da Comigo

SERRANÓPOLIS

SUDOESTE

09/04/2012

BOM JESUS DE GOIAS

SUL/SUDESTE

10/04/2012

Sindicato Rural

CABECEIRAS

ENTORNO DO DF

10/04/2012

Centro Comunitário

CHAPADÃO DO CEU

SUDOESTE

10/04/2012

Câmara Municipal

IPORÁ

OESTE

10/04/2012

Mansão Verde

ARENÓPOLIS

OESTE

11/04/2012

Assoc. Prod. Ribeirão Areias (APA) Parque de Exposições

FORMOSA

ENTORNO DO DF

11/04/2012

GOIATUBA

SUL/SUDESTE

11/04/2012

Sindicato Rural

INHUMAS

CENTRAL

11/04/2012

Parque Agropecuário

PARANAIGUARA

SUDOESTE

11/04/2012

Câmara Municipal

APORÉ

SUDOESTE

12/04/2012

Câmara Municipal

ITAUÇU

CENTRAL

12/04/2012

Salão Paroquial

JOVIÂNIA

SUL/SUDESTE

12/04/2012

Sindicato Rural

PIRANHAS

OESTE

12/04/2012

Salão Comunitário

FAZENDA NOVA

OESTE

13/04/2012

A CONFIRMAR

ITABERAÍ

CENTRAL

13/04/2012

Sede ACIAPI/CDL A CONFIRMAR

ITAJÁ

SUDOESTE

13/04/2012

PADRE BERNARDO

ENTORNO DO DF

13/04/2012

A CONFIRMAR

GUAPÓ

CENTRAL

16/04/2012

Lagoa Park Show

ITARUMA

SUDOESTE

16/04/2012

A CONFIRMAR

CAÇU

SUDOESTE

17/04/2012

Parque de Exposições

CORUMBÁ DE GOIAS

ENTORNO DO DF

17/04/2012

A CONFIRMAR

DOVERLÂNDIA

OESTE

17/04/2012

Sindicato Rural

TRINDADE

CENTRAL

17/04/2012

Rancho Santa Fé

ANICUNS

CENTRAL

18/04/2012

A CONFIRMAR

CACHOEIRA ALTA

SUDOESTE

18/04/2012

Parque de Exposições

CAIAPÔNIA

OESTE

18/04/2012

Parque de Exposições

COCALZINHO DE GOIÁS

ENTORNO DO DF

18/04/2012

Câmara Municipal

ITUMBIARA

SUL/SUDESTE

18/04/2012

Sindicato Rural

ALEXÂNIA

ENTORNO DO DF

19/04/2012

Clube Nova Flórida

BURITI ALEGRE

SUL/SUDESTE

19/04/2012

Sindicato Rural

CEZARINA

CENTRAL

19/04/2012

Quadra Poliesportiva

SÃO JOÃO DA PARAÚNA

OESTE

19/04/2012

Câmara Municipal

SÃO SIMÃO

SUDOESTE

19/04/2012

A CONFIRMAR

BOM JARDIM DE GOIÁS

OESTE

20/04/2012

AABB

GOUVELÂNDIA

SUDOESTE

20/04/2012

Cooperativa

MORRINHOS

SUL/SUDESTE

20/04/2012

Sindicato Rural

PIRENÓPOLIS

ENTORNO DO DF

20/04/2012

A CONFIRMAR

SÃO FRANCISCO DE GOIAS

CENTRAL

20/04/2012

A CONFIRMAR

VARJÃO

CENTRAL

24/04/2012

Salão Paroquial

PONTALINA

SUL/SUDESTE

02/05/2012

Sindicato Rural

CALDAS NOVAS

SUL/SUDESTE

03/05/2012

CTC - Caldas Thermas Clube Salão Paroquial

MONTIVIDIU

SUDOESTE

03/05/2012

PIRACANJUBA

SUL/SUDESTE

04/05/2012

Loja Maçonica

RIO VERDE

SUDOESTE

04/05/2012

Sindicato Rural A CONFIRMAR

AURILÂNDIA

OESTE

07/05/2012

FIRMINÓPOLIS

OESTE

08/05/2012

Escola ISO

SANTA RITA DO ARAGUAIA

SUDOESTE

08/05/2012

Câmara Municipal

CAMPO ALEGRE DE GOIÁS

SUL/SUDESTE

09/05/2012

Sindicato Rural

PORTELÂNDIA

SUDOESTE

09/05/2012

CRCP Clube Recreativo Corrego da Porteira

SANCLERLÂNDIA

OESTE

09/05/2012

A CONFIRMAR

CATALÃO

SUL/SUDESTE

10/05/2012

Loja Maçônica Tattersal do Parque de Exposições

JATAÍ

SUDOESTE

10/05/2012

GOIANDIRA

SUL/SUDESTE

11/05/2012

AABB

JAUPACI

OESTE

11/05/2012

Tattersal de Leilões

CORUMBAÍBA

SUL/SUDESTE

15/05/2012

Câmara Municipal

CRISTALINA

ENTORNO DO DF

15/05/2012

AABB

LUZIANIA

ENTORNO DO DF

16/05/2012

AABB Centro Comunitário

VICENTINÓPOLIS

SUL/SUDESTE

16/05/2012

Informações

INACIOLÂNDIA

SUL/SUDESTE

17/05/2012

Sindicato Rural

www.sistemafaeg.com.br Telefones: (62) 3096-2200; (62) 3096-2230

MINEIROS

SUDOESTE

17/05/2012

Churrascaria Centro Oeste

ANÁPOLIS

CENTRAL

23/05/2012

A CONFIRMAR

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ShuƩerstock

CAMPO RESPONDE

Tenho 220 hectares planos e arrendados com cana-de-açúcar, em processo de renovação, e disponho de mais 220 hectares planos e 300 hectares com declividade média de 7% que devo negociar na renovação. A distância mais longa da recepção da usina é de cinco quilômetros. Qual é o arrendamento justo, considerando atualmente o fornecimento de energia elétrica pela usina, a produção da terra sob fertirrigação por declividade e o direito de passagem de dutos para irrigação de terceiros?

A média de pagamento pelo arrendamento de terras para usinas em Goiás gira em torno de 12 toneladas por hectare, sendo utilizado como parâmetro de construção de preço final o Consecana SP. De acordo com as características apresentadas, esse valor pode ser bem maior e passível de negociação com a usina que pretende fazer o arrendamento. O preço final negociado varia de acordo com a região, usina instalada, qualidade do solo, proximidade com a usina, etc. Demais situações como as citadas podem ser fatores de construção de um melhor preço pelo arrendamento. O e-mail: viticulturaitaberai@hotmail.com

Jorge Filho

CONSULTOR: ALEXANDRO ALVES, assessor técnico da Faeg para a área de cana-de-açúcar e bioenergia.

Gostaria de saber se a Lei Florestal já foi sancionada e como ficou a exigência para a Reserva Legal, bem como a data limite para averbação/registro em cartório. Possuo uma área de 73 hectares no município de Mairipotaba, Sul goiano. Sou obrigado a ter 20% de mata? Na Declaração do Imposto Territorial Rural (ITR), caso não tenha a área averbada o sistema impede o processamento da mesma?

Minha mãe tem 55 anos e é trabalhadora rural, mas nunca contribuiu com a Previdência Social, quais os documentos ela precisa ter para dar entrada na aposentadoria. Na condição de não ter contribuído o que ela deve fazer para se aposentar? Wilian Araújo

Manoel Alves de Faria

O novo Código Florestal não foi sancionado, ainda depende de uma última votação na plenária da Câmara dos Deputados. O prazo de averbação da Reserva Legal vence dia 11 de abril. Quanto às mudanças da obrigatoriedade da averbação da sua reserva legal, de acordo com o tamanho da sua propriedade, assim que o novo Código Florestal for sancionado, ele irá isentar o registro da Reserva Legal em propriedades abaixo de quatro Módulos Fiscais, ou seja, como em sua região quatro Módulos Fiscais equivalem a 140 hectares, no seu caso, você estará isento, mas somente depois da aprovação do Novo Código Florestal. Portanto, atualmente, você é obrigado a registrar sua reserva. CONSULTOR: MARCELO LESSA, assessor técnico da Faeg para a área de meio ambiente.

Para que ocorra o deferimento da aposentadoria a pessoa deverá contribuir mensalmente com a Previdência Social, na condição de empregado ou como contribuinte individual. A única exceção que existe é para pessoas que possuam terra com tamanho inferior a quatro módulos fiscais e trabalham nela com a ajuda apenas da família. No seu caso a aposentadoria não será deferida.

CONSULTORA: ROSIRENE CURADO, assessora jurídica da Faeg.

Envie suas dúvidas para revistacampo@faeg.com.br. Não se esqueça de colocar nome completo, a região onde mora e a cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta. 32 | CAMPO

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Ângelo Armando

DELÍCIAS DO CAMPO

DICA

Sirva co branc m arroz oe salad uma inha

Receita elaborada por Sílvia Vieira instrutora do treinamento em Processamento de Peixes do Senar, em Goiás.

ALMÔNDEGAS DE PEIXE INGREDIENTES: 1 kg de filé de peixe moído; 250g de polpa de peixe; 100 ml de farinha de aveia; 100 ml de farinha de rosca; 200 ml de proteína texturizada de soja fina; 100 ml de água; 200 ml de toucinho picado em cubos pequenos; 2 colheres (sopa) de sal; 3 colheres (sopa) de salsinha picada; 1 colher (chá) de urucum e 3 dentes grandes de alho amassados.

PREPARO: Hidratar a proteína de soja com a água e deixar reservado por 30 minutos. Depois misturar todos os outros ingredientes e em seguida modelar as almôndegas. Colocar em uma panela com óleo frio acrescentando 200 ml de água ao óleo, levar ao fogo e deixar fritar até dourar.

Envie sua sugestão de receita para revistacampo@faeg.com.br ou ligue (62) 3096-2200.

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CAMPO | 33


CASO DE SUCESSO

Dinheiro que nasce de planta Com o curso de Processamento de Ervas Medicinais oferecido pelo Senar, em Goiรกs, produtora dobrou a renda familiar e planeja montar uma micro empresa

Shuฦฉerstock

Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

34 | CAMPO

Marรงo/2012

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A

Janaa Tomazelli

Jana Tomazelli

média R$ 300 por mês tiumentar a renda da rando leite em propriedades família em até 100%. vizinhas, mas desde que soEsse foi objetivo alfreu um problema cardíaco cançado por Anália Fernandes ficou proíbida de exercer a de Castro. A produtora rural atividade. de Piracanjuba fez o curso de Segundo a produtora, ela Cultivo e Processamento de passou a trabalhar somenPlantas Medicinais oferecite em casa, fazendo doces do pelo Serviço Nacional de e revendendo. “O dinheiro Aprendizagem Rural (Senar), estava muito pouco. Com Goiás, em janeiro desse ano e as vendas dos doces eu tirajá colhe os frutos oferecidos va uma quantia equivalente pelo aprendizado extra. Com a a R$ 250. Já com os meus venda dos sabonetes, ela consabonetes esse valor subiu seguiu mudar a realidade da para R$ 500, um aumento família. que foi grandioso em minha De acordo com Anália, ela vida”, avalia. já tinha feito diversos cursos Anália garante que esse pelo Senar, mas até então, neé só o começo do negócio. nhum tinha chamado tanto sua “Minha intenção é aumenatenção. “Sempre gostei muito tar a produção ainda mais. do aprendizado oferecido pelo Já penso em contratar um Senar, mas nunca tinha levado funcionário para me ajudar isso para a minha rotina.” Ela Em dois meses, Anália Fernandes, dobrou sua renda a levar esse pensamento conta que foi convidada pelo e pretende comercializar seu produto na rede de supermercados da cidade adiante.” Ela acrescenta que Sindicato Rural de Piracanjuba quando uma pessoa tem um sonho para fazer o curso e quando soube um curto espaço de tempo já estarei na vida, deve lutar por ele até o fim. que nas aulas iria aprender a fazer revendo para comércios da cidade”, “Sempre tive vontade de montar sabonetes, viu a oportunidade de diz. meu próprio negócio, mas não imaganhar dinheiro extra. “Fiquei muito Anália avalia a oportunidade ginava como. Esse curso valorizou interessada com a ideia”, lembra. como transformadora. “Com certea minha vida. Hoje eu posso dizer A produtora fez o curso há dois za mudou totalmente a minha vida. que já sou uma pessoa realizada. E meses, e mesmo com pouco temAgradeço a bendita hora que esse aconselho a todos que tenham um po, os lucros de Anália cresceram conhecimento veio até mim. Até sonho não deixem passar as oporde uma forma que nem ela esperaplanos eu posso fazer, porque sei tunidades. De repente, a concretizava. “Comecei a fazer os sabonetes tunida que terei sempre essa renda ção está na rrealização de um simpara vender nas fazendas vizinhas e extra, que se tornou nou l curso”, o”, d defende. ples para conhecidos. As pessoas gostafundamental no o ram tanto do produto que acabavam meu orçamento fazendo propaganda. E foi isso que familiar.” Ela me ajudou muito.” conta que gaEla faz em média 300 sabonetes bonetes nhava em por mês, isso quando não tem peália tem didos especiais. Quando Anália encomendas esse número pode ode até dobrar. “A freguesia cresceu eu tanto mendas que estou até pegando encomendas para casamentos e aniversários” rsários” Ela geralmente vende nas casas sas de rcados Piracanjuba, e até supermercados já se interessaram pelos produtos odutos de Amália. “Imagino que daqui qui a

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CAMPO | 35


CURSOS E TREINAMENTOS

Carols Nascimento

Frango caipira, uma atividade lucrativa

EM FEVEREIRO, O SENAR PROMOVEU

315

CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

36

111

Na área de agricultura

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14

Em atividaNa área de de de apoio silvicultura agrossilvipastoril

Março/2012

6

6

Na área de Na área de agroindústria aquicultura

113 Na área de pecuária

29 Em atividades relativas à prestação de serviços www.sistemafaeg.com.br


Wanessa Neves de Faria wanessa@senar-go.com.br Possuir uma propriedade r ural não é para qualquer p essoa. Manter essa propriedade se tor na bastante complicado devido aos altos custos de manutenção. Por esse motivo, é fundamental que a propriedade seja aproveitada ao máx imo na sua totalidade aumentando ainda mais a renda e tor nando a atividade lucrativa. Uma b oa alter nativa é a produção de p equenos e médios animais, principalmente, quando a atividade principal é a b ovinocultura em geral, onde sempre há disp onibilidade de espaço para o desenvolvimento de uma segunda e, quem sab e, terceira atividade. Para aproveitar espaços ociosos na propriedade, a criação de p equenos animais se tor nou uma imp ortante fonte de renda para vários produtores r urais. Uma p equena área dentro de uma propriedade r ural e um galpão p ode mudar a vida de muitos produtores. O caminho para transfor mar essa estr utura em uma fonte sustentável de renda p ode ser norteado p elo Senar, em Goiás, p or meio do treinamento Avicultura Básica – p equeno p orte. Para participar desse treinamento, o interessado deve ter idade mínima de 18 anos. O treinamento tem duração de 24 horas com 16 vagas em cada tur ma.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br

67 35 Alimentação e nutrição

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CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

6 Organização Comunitária

3 Saúde e Alimentação

6 Prevenção de acidentes

17 Artesanato

4509 PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS

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CAMPO ABERTO

Agricultura 2.0 Melissa Guarniere xxx@senargo.org.br

Divulgação Basf

Q

Melissa Guarnieri é coordenadora de comunicação e serviços de relacionamento com o cliente da unidade de proteção de cultivos da Basf.

38 | CAMPO

uando pensamos em avanços tecnológicos estamos acostumados a ouvir conceitos como conectividade, dispositivos 2.0, smartphones, GPS, entre outros. Mas os benefícios dessa evolução não estão restritos ao meio urbano. No campo, a tecnologia é utilizada para auxiliar o produtor a obter diagnósticos mais rápidos e assertivos além de promover chats e fóruns virtuais na busca por melhores soluções agrícolas. Com esse auxílio, além de manter a saúde da lavoura, o produtor adquire novos conhecimentos e protege o meio ambiente já que evita o uso desnecessário de defensivos agrícolas. Desde 2009 está disponível aos agricultores um serviço composto por um microscópio digital - capaz de aumentar a imagem em até 200 vezes - e um software com banco de dados e imagens das principais pragas e doenças existentes nas plantações, intitulado Digilab. Ao suspeitar que algum problema esteja ocorrendo na lavoura, o técnico recolhe algumas amostras das plantas, como folhas, hastes ou raízes. Ele realiza uma avaliação comparativa entre o material coletado e as imagens da biblioteca virtual. O software foi desenvolvido com base na literatura especializada e com o apoio de pesquisadores universitários.

Março/2012

O banco de dados contempla 33 diferentes pragas, 138 tipos de doenças e 89 espécies de ervas daninhas separadas em 16 culturas. A tecnologia já está presente em 40% do território nacional. Nos últimos dois anos já foram capturadas mais de 40 mil imagens, das quais 12 mil foram catalogadas e seis mil publicadas na biblioteca virtual do serviço. Recentemente, o Digilab evolui para a tecnologia 2.0. O termo 2.0 designa a segunda geração de comunidades e serviços que utiliza a Internet como plataforma de conectividade. O novo software é mais ágil no diagnóstico de alvos no campo. Um sistema de navegação intuitivo, de fácil manuseio, permite a troca rápida de informações. A atualização tornou a nova versão compatível com a maioria dos sistemas operacionais. Outra inovação é a presença de um GPS acoplado ao hardware do equipamento que possibilita georreferenciar a saúde de determinadas culturas do País, da região e até mesmo da propriedade dos usuários. A meta é de que em pouco tempo todos os alertas diagnosticados estejam disponíveis em um roteiro de ocorrências, que será visualizado através de um mapa, via satélite. Além do conceito 2.0, o Digilab também oferece uma ferramenta para que haja mais

mobilidade no campo. A versão mobile é um aplicativo disponível aos usuários de smartphones com sistema operacional androide. Ele pode ser utilizado para fotografar pragas, doenças e plantas daninhas, com resposta automática. Um dos principais ganhos que o Digilab traz para a agricultura brasileira é a conectividade. Todos os usuários podem trocar informações entre si por meio da comunidade Top Ciência. O grupo virtual realiza periodicamente chats e fóruns de discussões sobre assuntos pertinentes ao manejo de cultivos. O intercâmbio de informações permite ao usuário entender melhor as ocorrências encontradas, além de conhecer novas formas de manejo e controle de pragas, doenças e plantas daninhas. Inovações como estas são um reflexo da mudança nas formas de interação entre pessoas, que cada vez mais utilizam ferramentas de características mais participativas e menos unilaterais. A iniciativa também fomenta o conceito de Agricultura de Excelência, que viabiliza melhores práticas no setor por meio de relacionamento, proximidade, ferramentas e educação, com a finalidade de contribuir para o aumento de produtividade, qualidade e rentabilidade nas lavouras. www.sistemafaeg.com.br


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Marรงo/2012

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40 | CAMPO

Marรงo/2012

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