ISSN 2178-5781
Ano XIII | 205 | Julho 2012 9912263550
Laranja
A maior concentração da cultura se encontra em Água Fria e Itaberaí
Rio+20
A pecuária e a agricultura foram representadas pela CNA
Irrigação Alternativas bem-sucedidas de irrigação tecnológica de baixo custo vêm atendendo a anseios econômicos dos produtores e a metas ambientais da sociedade
PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
Conselho editorial Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins Editores: Francila Calica (01996/GO) e Rhudy Crysthian (02080/GO) Reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e Leydiane Alves Fotografia: Jana Tomazelli Techio, Larissa Melo Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO) Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: (62) 3096-2200 revistacampo@faeg.com.br
DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Vice-Presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes:
60 Anos de história Não é de hoje que o setor rural tem sido reconhecido como capaz de superar crises e assegurar ao país uma competitividade internacional fabulosa. Mesmo diante das dificuldades enfrentadas no dia-a-dia da lida do campo, nossos produtores avançam de forma muito rápida na modernização da atividade. Diante desse cenário, aproveitamos para reconhecer o trabalho de cada cidadão do campo que comemora, no próximo dia 28 de julho, o Dia do Produtor Rural. A Faeg se orgulha de poder representar essa categoria de grandes homens e mulheres. Como forma de enaltecer todo trabalho já realizado pelas lideranças que dirigiram nossa entidade em prol da classe, fizemos um grande resgate histórico dos 60 anos da Faeg e preparamos em um livro que será apresentado ao público no próximo dia 30 de julho. Temos muito que comemorar, conforme você poderá ler nesta edição, o novo Plano Agrícola e Pecuário contempla uma série de demandas do setor. Desde a redução dos juros, ampliação dos limites de financiamento, ampliação do Pronamp e incremento do seguro rural. Porém, ainda é preciso avançar no que se refere ao acesso ao crédito e na renegociação de dívidas oriundas de safras que apresentaram problemas. Entramos na segunda metade de 2012 com muitos desafios pela frente. Convoco os produtores a participarem ativamente do processo eleitoral municipal, apoiando candidatos mais preparados e que podem contribuir para os avanços tão almejados por toda sociedade. Vamos debater com eles os temas de maior interesse da sociedade e que foram levantados nos mais de 120 seminários que realizamos por todo Estado. As agendas de desenvolvimento municipal “O que esperamos do próximo prefeito” estão prontas para serem entregues aos candidatos, e esperamos o compromisso deles como contrapartida. Nosso abraço a cada produtor rural pelo seu dia!
Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222
José Mário Schreiner Presidente do Sistema FAEG/SENAR
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Alexandre Cerqueira
Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601 Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2208 - (62) 3096-2248 (62) 3096-2115.
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Eliana Curado
Lea Matswmoto
PAINEL CENTRAL
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Prosa Rural
Especialista da Fundação Dom Cabral, Gilberto Porto, acredita que o Brasil está desenvolvendo um novo modelo de extensão rural baseado na meritocracia, que valoriza o trabalho voltado para a melhoria da qualidade de vida das famílias que vivem no campo.
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Marcus Vinicius
Garantias para produzir
O produtor, Félix Fleury Curado, explica que investe no aproveitamento de recursos hídricos para aumentar a produtividade, com a preservação do meio ambiente.
Agenda Rural
06
Fique Sabendo
07
Cartão Produtor
14
Campo Responde
32
Delícias do Campo
33
Governo divulga Plano Safra
Campo Aberto
38
Juros para custeio e comercialização caem de 6,75% para 5,5% ao ano
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Jana Tomazelli
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Inseminação
Produção
Jana Tomazelli
Há três anos José Domingos participou do treinamento do Senar de Inseminação Artificial de Bovinos de Leite. Desde então, ele colocou o aprendizado em prática e espera aumentar a produção leiteira de 180 para 250 litros diários.
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Jana Tomazelli
Produtor de Nerópolis, Raimundo Maia, colhe 1,2 mil toneladas por safra
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Laranja
A maior concentração da cultura se encontra em Água Fria e Itaberaí
Rio+20
A pecuária e a agricultura foram representadas pela CNA
Irrigação Alternativas bem-sucedidas de irrigação tecnológica de baixo custo vêm atendendo a anseios econômicos dos produtores e a metas ambientais da sociedade
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Segundo Felix Fleury Curado, o correto é investir no aproveitamento de recursos hídricos para aumentar a produtividade
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AGENDA RURAL
JULHO 30 de Julho Seminário “O que esperamos do próximo prefeito” Local: Na sede da Faeg, Goiânia Informações: 3096-2200
11/07
11 e 12/07
Abertura da XI Exposição Agropecuária de Caiapônia Local: Parque de Exposições - Caiapônia Informações: (64) 3663-1540
Treinamento Novas Lideranças Rurais 4º Módulo Local: Araxá (MG) Informações: (62) 3096-2247
28/07
28/07
30/07
31/07
Dia do Produtor Rural
Lançamento do Livro 60 anos e Prêmio Destaque Sindical Local: Na sede da Faeg, Goiânia Informações: 3096-2200
Treinamento Novas Lideranças Rurais 5º Módulo Local: Araxá (MG) Informações: (62) 3096-2247
Dia do Algodão Local: Caiapônia Informações: (64) 3663-1540
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16 e 17/07 Programa Empreendedor Rural (Fase I) Local: Sede do Senar, Goiânia Informações: (62) 3545-2600
26/07 Abertura da 34ª Edição da Expoagro de Goiatuba Local: Goiatuba Informações: (64) 3495-1663
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FIQUE SABENDO REGISTRO
Sanidade animal em debate Larissa Melo
Divulgação
Armazém
Sustentabilidade
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A Faeg foi sede no último dia 15 de junho, da reunião do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa). A regionalização do novo Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), que tem por finalidade garantir a sanidade animal e vegetal, a idoneidade dos
insumos e dos serviços agropecuários e a oferta de produtos adequados aos padrões mundiais de segurança foi um dos temas debatidos. Para o presidente do Fonesa, Antenor Nogueira (ao microfone), a reunião possibilitou a articulação das ações consideradas essenciais para o agronegócio.
pesquisa
Banana blindada A Embrapa Mandioca e Fruticultura pretende lançar em setembro deste ano a nova variedade de bananeira BRS Platina. O fruto tem como principal diferencial a resistência à sigatoka-amarelae e ao mal-do-Panamá, duas das principais doenças da cultura. A variedade atende à demanda por frutos do tipo prata, especialmente onde há a presença do mal-do-Panamá, doença que limita a produção da cultivar prata Anã. A nova variedade é bastante parecida com a banana prata anã, no que diz respeito à forma, ao tamanho e sabor, porém, ela deverá ser consumida com a casca um pouco mais verde, assim como os frutos do subgrupo cavendish. A pesquisa foi desenvolvida com as parcerias do Instituto Federal Baiano e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
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Shuttestock
O Instituto Jatobás organização social que trabalha há mais de 10 anos o tema da sustentabilidade - lançou, recentemente, a versão em português do livro Os 50 Mais Importantes Livros em Sustentabilidade. O objetivo da obra é oferecer e promover o que de melhor já se pensou em sustentabilidade, inclusive as contradições e lacunas sobre o assunto, a fim de aproximar os mais diversos públicos ao tema. A obra pretende ser o principal instrumento da campanha do Instituto em prol da difusão do significado e da prática do conceito sustentabilidade. A obra contém resumos e mensagens fundamentais contidas nos 50 livros considerados mais importantes sobre sustentabilidade escritos nos últimos 50 anos, de acordo com uma pesquisa realizada com 3.000 mil líderes e ex-alunos de uma universidade inglesa. O Brasil está representado com a indicação de uma obra. O livro pode ser adquirido pelo site (www.editorapeiropolis. com.br) ou em livrarias. O libro custa em média R$ 30.
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PROSA RURAL Lea Matswmoto
Gilberto Porto Especialista da Fundação Dom Cabral
Meritocracia no campo Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
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O
Brasil está desenvolvendo um novo modelo de extensão rural baseado na
Revista Campo: Qual o
atividades das equipes junto às
objetivo básico do programa
propriedades envolvidas.
de meritocracia para o setor público agrícola e para o pro-
Revista Campo: Como o pro-
dutor rural?
grama espera contribuir para
Gilberto Porto: A Fundação
melhorar a eficiência produti-
Dom Cabral desenvolveu o
va e a renda do produtor?
de vida das famílias que vivem no
programa de Meritocracia para
Gilberto Porto: O programa
campo. Especialmente para aquelas
extensão rural para a CNA e
prevê a contratação do Agente
o SENAR com o propósito de
de Inovação Rural que será o
contribuir para uma melhoria
responsável pela organização
da assistência técnica e dos
das informações sobre os
resultados dos produtores
resultados da propriedade
meritocracia, que valoriza o trabalho voltado para a melhoria da qualidade
famílias das classes D e E. A ideia é explicada pelo especialista da Fundação Dom Cabral, Gilberto
rurais. Nesse sentido, o pro-
rural. Esse agente será um
Porto. Segundo ele, o programa
grama contempla um conjunto
profissional recém-formado
de meritocracia na extensão rural
de indicadores e metas que
em áreas afins ao agronegócio
serão utilizados para moni-
como administração, eco-
toramento e avaliação dos
nomia, agronomia e atuará
resultado a ser alcançado, definir
resultados da assistência
acompanhando os indicadores
o conjunto de esforços necessários
técnica e extensão rural bem
de desempenho das proprie-
como um sistema de incenti-
dades rurais. Assim, com
vos com remuneração variável
uma melhor qualidade das
para reconhecer, valorizar e
informações sobre o negócio
premiar àqueles envolvidos
será possível não somente
no processo que contribuíram
identificar em que regiões será
para melhoria dos resultados.
necessário um maior esforço
tem como objetivo, a partir do
a partir de informações sobre a situação atual. O programa terá um sistema de informação que será um grande repositório de informações e experiências sobre práticas êxitosas
de ações de extensão rural, Revista Campo: Quais as
mas também qual tipo de
etapas de implantação do
ação em função da avaliação
será possível identificar quais
programa e os resultados
da situação atual.
foram as ações desenvolvidas que
esperados?
de extensão rural. Nesse sentido,
mais contribuíram para melhoria dos resultados de forma que seja possível disseminá-las em outras
Gilberto Porto: O programa será implantado numa primeira etapa de estruturação e depois de operação. Na primeira etapa serão levantadas informações
regiões. Gilberto é pós-graduado
sobre a região, identificados os
em Inteligência Competitiva com
parceiros, definido o orçamen-
extensão em Estratégia pela Harvard
to para investimento e custeio, prospecção das propriedades
Business School e já desenvolveu
rurais para adesão ao progra-
projetos de gestão para resultados
ma e preparação das equipes
para organizações públicas nos âmbitos federal, estadual e municipal. www.senargo.org.br
envolvidas. A segunda etapa
O programa será implantado numa primeira etapa de estruturação e depois de operação.
envolverá a implementação do programa com início das
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Revista Campo: Goiás vive um
gestão para resultados temos como
atendidas por cada técnico, e quais
momento onde o pequeno produ-
um de seus benefícios a melhoria
indicadores de qualidade de uma
tor não conta com assessoramento
na alocação e utilização dos recur-
assistência de resultado?
técnico adequado. Como e em que
sos disponíveis. Os recursos sem-
Gilberto Porto: O número de famí-
aspectos as experiências exitosas da
pre serão limitados e, geralmente,
lias atendidas por cada técnico foi
assistência técnica e extensão rural
insuficientes para atender toda a
estruturado a partir de um conjunto
do passado podem ser aproveitadas?
demanda e por isso é importante
de informações como distância entre
Gilberto Porto: O programa terá um
saber como utilizá-los. A partir dos
as propriedades, modelo de assis-
sistema de informação que será um
resultados que desejamos alcançar,
tência técnica que será utilizado com
grande repositório de informações e
são definidos os esforços que mais
parâmetros como tempo médio de
experiências sobre práticas exitosas
poderão contribuir com esse resulta-
visita, número de visitas estimadas
de extensão rural. Nesse sentido, será
do e, assim, otimizamos os recursos
dentro de um período de tempo
possível identificar quais foram as
disponíveis. Nesse sentido, com um
entre outras referências. Quando
ações desenvolvidas que mais contri-
conjunto de informações sobre a re-
avaliamos a qualidade da assistência
buíram para melhoria dos resultados
alidade de cada região será possível,
técnica rural precisamos ter uma
de forma que seja possível disseminá-
por exemplo, identificar as principais
visão de que o seu impacto não deve
-las em outras regiões. Essa gestão do
necessidades de cada região e assim
ser medido apenas pela melhoria na
conhecimento será importante, pois
contribuir no direcionamento dos re-
produtividade e sim por um conjun-
em muitas situações, os problemas
cursos e das ações mais adequadas.
to de indicadores mais abrangente
vivenciados por uma região são os
envolvendo questões como saúde,
mesmos já enfrentados por outras
educação e habitação. Por isso, o
que já encontraram uma solução.
programa contemplou um conjunto de indicadores onde seja possível
Revista Campo: Como conciliar a real necessidade dos produtores, sejam de subsistência ou empresários de pequeno porte, em detrimento das atuais políticas assistencialistas e ideológicas? Gilberto Porto: O programa de meritocracia na extensão rural tem como objetivo, a partir do resultado a ser alcançado, definir o conjunto de esforços necessários por meio de informações sobre a situação atual. Assim, o programa conseguirá atender aos diversos per fis de produtores rurais. Revista Campo: Qual retorno esperado para o Estado de Goiás que
Os recursos sempre serão limitados e, geralmente, insuficientes para atender toda a demanda e, por isso, é importante saber como utilizá-los.
mensurar em quais dimensões existiu uma melhora a partir das ações desenvolvidas. Revista Campo: Como funciona o processo estratégico de coordenação interinstitucional e como o projeto estará ligado à pesquisa, entidades de classe, governos? Gilberto Porto: O programa prevê um conjunto de parceiros importantes para que seja implementado com sucesso. As universidades poderão contribuir com os profissionais capacitados, as entidades de classe serão fundamentais no processo de adesão das propriedades rurais ao programa e o governo com as ações de extensão
conta com restrições orçamentárias,
rural pública. O processo de alinha-
e baixos investimentos na área de
mento dos esforços de todos os par-
assistência técnica e extensão rural?
Revista Campo: Que experiência
ticipantes do programa será um dos
Gilberto Porto: Quando imple-
vocês apresentam para fixar os
fatores determinantes para o sucesso
mentados uma metodologia de
parâmetros do limite de famílias
e a geração dos resultados esperados.
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MERCADO E PRODUTO
Boi gordo mais caro
B
oi mais caro! Essa frase pode soar bem aos ouvidos se o produtor estiver vendendo. Mas pode indicar também que está mais caro produzir o boi, aí então, ela dói aos ouvidos e ao bolso. Nestes últimos meses, a queda dos preços pagos pelo boi gordo ao produtor tem assustado. Juntamente com este, o custo segue se elevando e tais comportamentos não dão alento aos produtores. De janeiro a maio deste ano, já foram quatro meses de queda nos preços da arroba do boi gordo em Goiás, com uma média de - 2,5% em cada mês. Diferentemente do custo, que somente reduziu em dois meses e em proporção bem menor, 1,7%. Outro detalhe é que no mês de abril, onde a arroba registrou 2,2% de variação positiva, o custo total também se elevou, mas em proporção maior (3%), segundo dados do Cepea. O comportamento dos preços da arroba, nos meses de janeiro a maio, foi o inverso do ocorrido com a quantidade de cabeças abatidas (SIF) em Goiás, demonstrando uma relação muito clara entre oferta (ou diminuição dela) e o preço. Ou seja, foi somente no mês de maio, que registrou queda na quantidade de cabeças abatidas da ordem de 12%, é que o valor da arroba mensal demonstrou reação. Esse maior número de abates em Goiás, assim como em MT e MS, que juntos são responsáveis por 49% dos animais abatidos no Brasil, em estabelecimentos com inspeção federal, influenciou na redução também do indicador de preços de São Paulo. São 7,2% de redução nos preços, comparando com o mesmo período de janeiro a junho do ano passado. Bem, em se tratando do comportamento do valor da arroba em Goiás,
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historicamente, dos últimos nove anos, três deles (2005, 2006 e 2011), o mês de junho cedeu nos preços, comparados ao mês anterior desses anos. Nos demais anos, variações positivas para junho. Neste ano, atipicamente, a chuva se estendeu e pode contribuir para que ainda se prolongue a oportunidade de animais a pasto ainda serem ofertados. Apesar disso, não significa que a oferta ainda é grande, pois o que se vê são preços mais estáveis e a resistência do produtor em aceitar preços menores, o que dificulta a composição das escalas por parte dos frigoríficos. Até o momento a média de junho é de R$ 85,93/arroba (média à vista) com 0,15% de aumento comparado com a média de maio, em Goiás. Também pode ocorrer o retardamento de oferta de animais de confinamento, o que melhora as chances de preços mais firmes nos próximos meses, porém com possibilidades de variações percentuais menores. Espera-se também que o cenário econômico internacional, não impacte negativamente sobre as nossas vendas externas de carne. De janeiro a maio os números foram favoráveis, comparados com os de 2011, tanto para o saldo do Brasil, como para o de Goiás. A comercialização de carne congelada, por exemplo, se elevou em 40% em quantidade e 32% em valores em Goiás. Ainda há a força do mercado interno que consome em torno de 75% da nossa produção brasileira de carne. E com as novas ações de marketing que o setor vem desenvolvendo, fica a expectativa de melhores resultados. Então, a gestão do produtor é que vai ser preponderante para afirmar se está vendendo boi caro ou produzindo boi caro.
Marcus Vinicius
Christiane Rossi | christiane@faeg.com.br
Zootecnista e assessora da Faeg para a área de pecuária de corte
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AÇÃO SINDICAL CACHOEIRA DO ARARI (PA)
Programa do Empreendedor Sindical
Sindicato Rural de Luziânia tem nova diretoria O Sindicato Rural de Luziânia realizou, no dia 20 de abril, a posse da nova diretoria. A solenidade ocorreu em um jantar informal com a presença de ex-presidentes, como o Helio Roriz e Danilo da Aparecida Melo, que passou a Presidência a Marcos Epaminondas Roriz de Morais. O novo presidente destacou o enorme trabalho que terá pela frente para reerguer e modernizar o Sindicato Rural de Luziânia, mas se diz confiante, principalmente, pelo apoio que tem recebido da Prefeitura Municipal de Luziânia, da Faeg, Senar e Embrapa e da Secretaria de Agricultura do Estado de Goiás. O vice-presidente passa a ser Danilo da Aparecida Melo, para secretário foi eleito Rubens Meireles e Wilmar Roriz fica como novo tesoureiro. (Colaborou: Marcos Epaminondas Roriz de Morais)
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Maio/2012
Sindicato Rural de Cachoeira do Arari
Neste ano de 2012, a Faeg numa parceria com o SENAR e SEBRAE, está inserindo 100% dos sindicatos rurais no Programa do Empreendedor Sindical. São 121 sindicatos rurais participantes, dos quais os 35 restantes concluíram no 1º semestre a 1ª Etapa do programa, que trata da realização do Índice de Desenvolvimento Sindical e apura o desempenho da entidade. A partir deste índice, serão elaboradas estratégias para melhoria. Serão oferecidos cursos de Excelência em Liderança para Dirigentes e funcionários sindicais e elaborados nos sindicatos os planejamentos estratégicos. As demais etapas serão concluídas no 2º semestre. O programa prevê também visitas de acompanhamento anuais, intercâmbio com outros sindicatos participantes de Goiás e de outros estados e terá também uma interação online via software específico. (Colaborou: Antelmo Teixeira Gerente Sindical da Faeg)
Padronização de fachadas
Uma das metas do Programa Empreendedor Sindical é a padronização das fachadas dos SRs goianos. A proposta tem sido muito aceita pelos dirigentes. Mais de 20 sindicatos já possuem fachada com o mesmo padrão. O projeto foi exportado para Federação do Estado do Pará e no município de Cachoeira do Arari o projeto foi muito bem aceito e está sendo difundido pelo Sistema Faepa/Senar. (Colaborou: Antelmo Teixeira Gerente Sindical da Faeg)
Caiapônia
Posse da nova diretoria O Sindicato Rural de Caiapônia realizou, no dia 26 de junho de 2012, um café da manhã a moda rural para a solenidade de posse dos membros titulares e suplentes dos cargos de direção e representação da nova gestão do Sindicato para o triênio 2012/2015. A eleição ocorreu no dia 21 de maio de 2012. Ailton José Vilela é o presidente eleito, Aguinaldo Goulart de Andrade é o vice-presidente. Para tesoureiro foi eleito Adenor Machado Vilela e secretária, Vanja Vilela. (Colaborou: Danner Vilela Faria)
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Jaupaci Sindicato Rural de Jaupaci
Exposição Agropecuária O Sindicado Rural de Jaupaci juntamente com o sistema FAEG/SENAR, o Governo do Estado de Goiás e outras entidades, consolidou o sucesso e a importância da 4ª Exposição Agropecuária de Jaupaci. Foram realizadas exposições de gados de elite, shows, queima de fogos, desfile de animais, rodeio em carneiro, rodeio profissional. O Sindicato Rural teve o apoio do empresário Coelho Pascoal que inovou promovendo competição de provas de tambores.
Integração
Larissa Melo
O evento reuniu mobilizadores e funcionários num espaço voltado ao debate
Nos últimos dias 5, 6 e 7 de julho, a Fazenda Hotel Mestre D’Armas, situada no município de Padre Bernardo, recebeu cerca de 100 parceiros do Sistema Sindical Rural de todo o Estado de Goiás para o 2º Integração: Encontro de Funcionários de Sindicatos Rurais e Mobilizadores do Senar. O evento é uma realização do Sistema Faeg/Senar que busca reunir colaboradores da casa com parceiros de todo o estado para discutir práticas e desafios de trabalho. O consultor em agronegócios do Sistema Faeg/ Senar, Arthur Eduardo Alves de Toledo, proferiu a palestra de abertura aos participantes sob o tema Empreendedorismo e Trabalho no Meio Rural. Toledo destacou a importância do trabalho dos mobilizadores para o momento de crescimento do agronegócio no país. www.senargo.org.br
“Embora para vocês possa parecer apenas mais um treinamento, para o participante pode significar projeto de vida, aonde aquele novo ofício irá não só determinar sua fonte de renda, como contribuir para o avanço do agronegócio no Brasil.” Dinâmica Após a palestra, os participantes realizaram trabalhos em grupo, onde discutiram e apresentaram os principais desafios enfrentados por eles na execução de suas atividades e o que fazer para solucioná-los. Entre os principais desafios, foram apontados itens da ordem administrativa e financeira, como a capacitação de recursos humanos dos sindicatos e o custeio das ações. (Colaborou: Gilmara Roberto) Maio/2012 CAMPO
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FAEG 60 anos Presença e contribuição a Goiás e ao Brasil
A
o completar mais um ano de existência, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) pesquisou um pouco mais sobre suas origens, sua história e descobriu que foi criada muito antes do que se acreditava. Durante anos, foi considerado que sua origem datava de 1967, época em que foi transformada em entidade sindical. Porém, com uma árdua investigação nos mais diversos arquivos históricos e inúmeras entrevistas, a FAEG apresenta um trabalho completo que resgata toda a sua evolução. Um livro foi escrito para registrar todos esses anos de dedicação aos interesses do produtor rural. A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás nasceu Federação das Associações Rurais de Goiás (FAREG) em 28/05/1951. Portanto, comemoramos 61 anos de sua fundação. Muitos são os produtores, lideranças e personagens
que contribuíram na construção da credibilidade e do respeito da entidade. Produtores idealistas, batalhadores, dignos representantes da classe rural goiana, que contribuíram cada um à sua época, enfrentando as mais diversas situações, democráticas ou ditatoriais, dando as respostas necessárias às demandas dos produtores rurais, ao desenvolvimento da atividade e, consequentemente de nosso Estado. Ressaltamos o papel fundamental dos idealizadores e com a lembrança dos homenageados pioneiros, dirigentes, lideranças e colaboradores que sucederam e deixaram suas contribuições e marcas, registradas eternamente. Para comemorar a data, a Faeg vai lançar um livro que conta a sua história desde o tempo de Fareg. Na ocasião também será lançada a galeria de fotos de todos os presidentes que passaram pela instituição.
Lançamento Livro FAEG 60 anos Dia: 30/07/2012 Hora: 8h30 Local: Sede do Sistema Faeg/Senar, Rua 87, nº 662 St. Sul, Goiânia. www.senargo.org.br
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Plano Safra é anunciado A meta do Governo é obter produção recorde de 170 milhões de toneladas de grãos e fibras no próximo ano Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
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Marcus Vinicius
Crédito
O
Governo Federal divulgou, no dia 28 de junho, o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) para a safra 2012/2013. O PAP é o principal conjunto de medidas de apoio governamental direcionado ao financiamento do setor agropecuário, com vigência de 1º de julho de 2012 a 31 de junho de 2013. Além de mais crédito, o PAP traz medidas importantes como a redução das taxas de juros de todos os programas de custeio, comercialização e investimento, além da ampliação de recursos para a subvenção ao seguro rural, para o médio produtor, para os limites individuais de empréstimos e para o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Ao anunciar as ações, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, afirmou que a meta do Governo é obter produção recorde de 170 milhões de toneladas de grãos e fibras no próximo ano. “Temos aqui o PAP mais democrático da história, que nos ajudará a cumprir este desafio”, destacou. Dos R$ 115,2 bilhões anunciados, R$ 93,9 bilhões são recursos com juros controlados, que tiveram a taxa reduzida de 6,75% para 5,5% ao ano, com queda de 18,5%. Este volume com os juros fixos é 17% superior ao da safra 2011/2012, cuja cifra totalizou R$ 80,2 bilhões. Deste total, R$ 63,4 bilhões serão destinados aos programas de custeio e comercialização. Os recursos com juros livres tiveram expansão de 32,3%, chegando a R$ 21,3 bilhões. Os programas de investimento terão disponíveis R$ 18 bilhões, 27,66% a mais do que na safra passada, e as taxas de juros, que eram de até 9,5% no período 2011/2012, caíram para 5,5% ao ano. A Confederação da Agriculwww.sistemafaeg.com.br
tura e Pecuária do Brasil (CNA) sugeriu a disponibilização de um volume de recursos de R$ 120 bilhões para o financiamento da safra 2012/2013, justificada tanto pelo cenário firme para o mercado de commodities agrícolas no próximo ano, como pelo aumento dos custos de produção e redução dos recursos próprios dos produtores rurais em função das perdas ocorridas na safra 2011/2012. O valor anunciado foi 4% inferior ao pleito, ainda assim, suficiente para atender à demanda de recursos da safra 2012/2013.
Comparativo dos recursos anunciados no PAP 2011/2012 e PAP 2012/2013 PAP 2011/2012
PAP 2012/2013
VARIAÇÃO (%)
Recursos anunciados
107,2
115.2
7,4 6
Recursos controlados
80,2
93,9
17,08
Recursos a juros livres
16,1
21,3
32,30 Fonte: PAP 2011/2012 e PAP 2012/2013
Redução das taxas de juros A redução das taxas de juro para todos os programas do PAP foi a principal medida de apoio aos produtores rurais previstas nas políticas deste ano. Acompanhando a tendência de queda das taxas de juros praticadas na economia brasileira, o Governo redu-
ziu as taxas de juros para as operações de custeio e comercialização e programas de investimento. Para o custeio e comercialização, os juros caíram 6,75% ao ano para 5,5% anualmente, uma queda de 18,5%. Os programas de investimen-
to foram consolidados no Programa PSI Rural, reduzindo as taxas de juros para 5,5% ao ano. Comparado ao PAP 2011/2012, programas como o Moderforta, que praticava juros de 9,5% ao ano, teve queda de 42% na taxa de financiamento.
PAP 2011/2012 PAP 2011/2013 Taxa de juros ao ano(%) Taxa de juros ao ano(%)
Variação (%)
Custeio e comercialização
6,75
5,5
-18,5
Pronamp (médio produtor rural)
6,25
5,0
-20,0
Máquinas e equipamentos
55 a 9,5
5,5
Até 42%
Irrigação e Armazenagem
6,75
5,5
-18,5
Programa ABC
5,5
5,0
-9,1
9,5
9,0
-10,5
6,75
5,5
-18.5
Programas de investimento
Cooperativas Capital de giro (Procap Agro) Investimento
Fonte: PAP 2011/2012 e PAP 2012/2013
Financiamento O Governo Federal anunciou o aumento do limite de financiamento ao produtor rural para R$ 800 mil, acatando plenamente a proposta apresentada pela CNA. Na safra passada, esse valor era de R$ 650 mil. Para cowww.senargo.org.br
mercialização, o limite foi elevado de R$ 1,3 milhão pra R$ 1,6 milhão por CPF de produtor. A CNA propôs um aumento no valor do limite de financiamento para R$ 800 mil por produtor, justificada pelo crescimento dos custos de produção,
a redução dos recursos próprios do produtor rural e a necessidade de se garantir o financiamento de, pelo menos, a mesma área plantada na safra 2011/2012, o que foi aceito pelo Governo. (Com informações da Assessoria de Comunicação da CNA) Maio/2012 CAMPO
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Plano Safra 2012/13 A agropecuária nacional tem o maior Plano Agrícola e Pecuário já anunciado nos últimos anos. O Plano Agrícola e Pecuário (PAP) vai destinar R$ 115,2 bilhões para a agricultura empresarial na safra 2012/13. Finalidade dos Recursos Desses recursos, R$ 86,9 bilhões são para financiar o custeio e a comercialização e R$ 28,2 bilhões para os programas de investimentos. Dos recursos para custeio e comercialização apenas R$ 70,55 bilhões são com juros controlados (81%). R$ 16,4 bilhões a juros livres. Além do aumento de 7,5% em relação ao crédito da safra anterior, o novo plano reduz de 6,75% para 5,5% a taxa anual de juros. Valor com Juros Controlados O total de recursos com taxa de juros controlada será de R$ 93,9 bilhões, o que corresponde a 81,65% do total e um acréscimo de 18,5% em relação ao programado para a safra anterior. Já os juros livres totalizam R$ 21,3 bilhões. Foco do Plano O foco neste plano é o médio produtor rural, o cooperativismo e a produção sustentável, disse o ministro. O Programa ABC, que incentiva a adoção de boas práticas pelos agricultores brasileiros e que é prioridade do Governo, vai disponibilizar R$ 3,4 bilhões de recursos para financiamento. Custeio e Comercialização Foram ampliados os limites de financiamento de custeio e comercialização. No caso do custeio, outra medida importante foi o aumento do limite de R$ 650
mil para R$ 800 mil por produtor; enquanto para a comercialização a elevação foi de R$ 1,3 milhão para R$ 1,6 milhão. Em ambos os casos, a variação foi de 23% sobre a safra anterior. Cooperativas agropecuárias: elevação do limite de financiamento de R$ 60 milhões para R$ 100 milhões por cooperativa, através do Prodecoop; e de R$ 25 milhões para 50 milhões pelo Procap-Agro. Médio Produtor No Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), a taxa de juros foi reduzida de 6,25% para 5% ao ano e foi ampliado o volume de recursos para custeio, de R$ 6,2 bilhões para R$ 7,1 bilhões, um aumento de 15% sobre a safra anterior. Foi elevada ainda, a renda bruta anual para enquadramento do produtor no programa de R$ 700 mil para R$ 800 mil e o limite de crédito por beneficiário de R$ 400 mil para R$ 500 mil. Para investimento, o montante disponibilizado é de R$ 4 bilhões, ante R$ 2,1 bi da safra passada. Com essas medidas, mais produtores são beneficiados pelo Pronamp. SEGURO RURAL O aumento das subvenções ao prêmio que passou de R$ 253 milhões na safra 2011/12 para R$ 400 milhões na safra 2012/13, uma elevação de 58%. O aumento do médio produtor no Proagro passou de R$ 150 mil para R$ 300 mil, uma
ampliação de 100%. Isso significa uma elevação do valor segurado de R$ 9 bilhões para R$ 16 bilhões. APOIO À COMERCIALIZAÇÃO Para os produtos amparados por Aquisições do Governo Federal (AGF), o plano prevê o aumento dos preços mínimos vigentes para diversos produtos, em nível regional e nacional. Limites de custeio e comercialização ampliados: Pecuária bovina de corte e leite: Foi renovada a linha de financiamento para aquisição de matrizes e reprodutores bovinos e bubalinos, nesse caso o limite por produtor vai até 750 mil, com até cinco anos para pagamento e carência de dois anos e juros de 5,5% ao ano. O aumento do limite de comercialização às agroindústrias beneficiadoras e processadoras de leite de passou de R$ 40 milhões para R$ 50 milhões e prazo de pagamento de 180 para 240 dias. Suinocultura Foi criada uma linha para a retenção de matrizes, com limite por produtor de até R$ 1,2 milhão, prazo de pagamento de até dois anos e juros de 5,5% ao ano. Carprinocultura e Ovinocaprinocultura Linha para aquisição de matrizes e reprodutores caprinos e ovinos, no limite de R$ 600 mil, com prazo de pagamento de até dez anos, incluindo três de carência e juros de 5,5%.
Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás - Faeg
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Irrigação
Irrigação e Sustentabilidade Produtores irrigantes de Goiás garantem que sistema não é o vilão do desperdício de água Tacilda Aquino | revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo
O
brasileira usa 70% da água no País, porém quase metade desse montante é jogada fora. As estimativas são do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês). Entre os motivos do desperdício estão irrigações mal executadas e falta de controle do agricultor na quantidade usada em lavouras e no processamento dos produtos. Os impactos recaem sobre o ecossistema, já que lençóis freáti-
cos e rios sofrem com a falta de chuvas e correm o risco de secar ao longo dos anos. Mas não precisa ser assim e a tecnologia da irrigação é uma grande aliada dos agricultores. Alternativas bem-sucedidas de irrigação tecnológica de baixo custo vêm atendendo a anseios econômicos dos produtores e a metas ambientais da sociedade. Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
Larissa Melo
Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos, lançado em maio, estima que o mundo necessite de 70% a mais de alimentos até 2050. Este aumento poderá refletir em um incremento de 19% na água utilizada pelo setor agrícola. Isso porque a previsão é de que a população mundial possa dobrar até metade do século. Coincidência ou não, a agropecuária
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Segundo Félix Fleury Curado, o uso de água de forma sustentável pelos agricultores locais é considerado exemplo no Brasil e na América Latina.
do cenário ajuda a identificar as lavouras já colhidas daquelas que ainda esperam pelas máquinas. E nem bem os grãos são colhidos, no outro dia uma nova cultura é plantada. Segundo informação do produtor Félix Fleury Curado, de Corumbá de Goiás, que conta com 280 hectares de lavoura irrigada de feijão e milho para semente na região há 16 anos. “In-
vestimos no aproveitamento de recursos hídricos para aumentar a produtividade, com a preservação do meio ambiente. E o uso de água de forma sustentável pelos agricultores locais é considerado exemplo no Brasil e na América Latina”, explica ele. Curado enfatiza que não existe desperdício de água na irrigação, uma vez que há o armazenamento de água em
Armazenamento de água no período das chuvas auxilia a irrigação nos meses de seca
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Eliana Curado
tatística (IBGE) mostram que o Brasil possui 4,4 milhões de hectares irrigados, mas seu potencial é de 30 milhões. O Centro-Oeste apresenta ótimas condições para irrigação. O Vale do Pamplona, que engloba parte do Distrito Federal e partes de algumas cidades de Goiás, como Luziânia e Cristalina, é uma região privilegiada. A área é composta por mais de 250 rios, riachos e ribeirões e, além do rio Pamplona, a área também conta com os rios São Marcos e São Bartolomeu. No entanto, o título de maior área irrigada da América Latina se dá pela presença de mais de 570 pivôs, numa área de 48 mil hectares de acordo com informações do Ministério da Integração e Agrodefesa de Cristalina, que apontam cerca de 150 produtores rurais irrigantes na região. Esse potencial agrícola não é à toa, já que a altitude de 1.250 metros contribui para o desenvolvimento da agricultura. Com esse empurrãozinho da natureza, ao longo da estrada o que se vê são plantações de culturas diversas, em que a variação de verde e marrom
Larissa Melo
Almir Cavalcanti mostra o sistema de controle de irrigação.
barragens para serem utilizadas no período de seca (geralmente de abril a outubro). Segundo ele, a água usada na irrigação não é retirada propriamente dos mananciais do vale, mas sim de barragens construídas para armazenar a água da chuva. Esta água é usada nos períodos de seca e garantem uma irrigação constante, mesmo quando os níveis dos rios estão baixos e as chuvas escassas. Todo este aparato de tubulações e pivôs centrais só funciona perfeitamente devido ao terreno plano da região, que corresponde a 70% do relevo local. “As lavouras ficam com uma pequena parte desta água armazenada, a mesma quantidade utilizada em uma lavoura de sequeiro”, afirma ele acrescentando que a história de que irrigação gasta muita água não passa de mito. “A irrigação gasta uma pequena parte e o restante vai para o solo, ficando aqui não indo para o mar.” Segundo Curado, o Pamplona, rio de Luziânia, aumentou suas águas depois que vários pivôs foram instalados nas suas margens e várias represas foram feitas. “Todo agricultor se preocupa muito com o meio ambiente, principalmente o irrigante que usa a água, 22 | CAMPO
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ele protege as nascentes, as matas ciliares, tem várias barragens que são caras aumentando a área de evaporação, contribuindo para aumentar a umidade relativa do ar e reduzindo o risco climático.” Segundo o assessor técnico da Federação de Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Leonardo Machado, por meio de barragens, os produtores conseguem armazenar a água da chuva sem interferir na vazante do rio. “Com isso, aumentam a produtividade e reduzem o impacto sobre o ambiente.” Curado afirma ainda que a sociedade precisa se conscientizar que a irrigação é a fórmula de se aumentar e baratear os alimentos. Há a necessidade de acrescentar, em pelo menos 20%, a produtividade sem aumentar a área plantada e melhorar a burocracia para a implantação de novas áreas, que hoje leva em torno de dois anos para tirar as licenças. “Gosto muito do sistema de pivô central, que apesar de gastar muita mão de obra é a que menos usa água”, resume ele. Integração O produtor rural Luiz Figueiredo, da Fazenda Figueiredo, também ajuda
a manter Cristalina no topo da lista de área irrigada. Com 25.599 hectares, dos quais 2.254 são irrigados, Figueiredo é um dos maiores irrigantes da região. De suas lavouras brotam aveia, sorgo, milho, feijão, soja e café, sem contar a produção de ovos e os mais de 25 mil litros de leite produzidos por hectare. Nos 2.254 hectares existem 26 pivôs gerando produção para o mercado e alimento para o rebanho confinado de vacas holandesas em um sistema de integração lavoura-pecuária. Quem também aproveita as possibilidades da irrigação é a Goiás Verde. A empresa tem 4.800 hectares irrigados e produz uma variedade de 10 itens vendidos para a indústria, além da linha de produtos enlatados com marca própria. Segundo a administração da fazenda, o sistema permitiu a integração entre as atividades, o que gerou um modelo de operação que aproveita ao máximo os resíduos. Na avaliação de Almir Cavalcanti, produtor de laranja de Palmeiras, os agricultores vêm utilizando menos água para irrigar suas lavouras, optando pelo o conhecido cotejamento. “Na verdade ter sucesso de produtividade em áreas irrigadas é simpleswww.sistemafaeg.com.br
mente questão de manejo, ou seja, água na hora e quantidade certa.” Questionado sobre a economia do cultivo da laranja irrigada por gotejamento, em relação a outros sistemas, Cavalcanti afirma que o uso de gotejamento por pivô central é de até 50% na relação custo/benefício. Ele aponta como algumas vantagens o pigmento de frutos na época da florada, o aumento da produtividade e o fato da lavoura irrigada resultar em mais de uma safra por ano. Cavalcanti destaca que os principais gargalos do sistema de irrigação são a dificuldade de se conseguir recursos no sistema financeiro, a burocracia para se conseguir outorga d’água e o câmbio, já que a maioria dos equipamentos é importada. “Está faltando ainda um novo recadastramento de áreas com outorgas para avaliar possíveis áreas que não estão irrigando, dificultando assim aquisição por parte de outro produtor”, resume ele.
Sistema de irrigação ecológico Pesquisadores do centro de inovação de Recife, Instituto C.E.S.A.R., desenvolveram uma tecnologia que faz com que os pivôs de irrigação economizem água nas plantações e gerem uma redução no consumo suficiente para abastecer uma cidade de 800 mil habitantes. O equipamento, instalado na base fixa de cada pivô, realiza a coleta contínua de informações sobre o funcionamento da unidade (velocidade, posicionamento, direção do deslocamento, pressurização). Estes dados são transmitidos por meio de tecnologias sem fio (GSM e Rádio) para um data center, o qual disponibiliza via Internet e em celulares uma completa visibilidade do funcionamento dos pivôs, além de permitir acionamento remoto do equipamento. O sistema também oferece alertas que são enviados de forma imediata via SMS e/ou e-mail em casos de mau funcionamento do pivô ou de roubo do cabo de alimen-
tação do braço do pivô. O sistema também disponibiliza todo o histórico de informações detalhadas sobre o funcionamento do equipamento. “A ideia nasceu de um desafio: aumentar a oferta de alimentos sem aumentar a necessidade dos dois principais recursos nessa área, que são terra e água”, explica Victor Nogales, coordenador do projeto. “Além disso, levamos em conta o perfil do brasileiro. Não podíamos criar uma solução sofisticada e cara, porque não funcionaria”, ressalta. O desenvolvimento do projeto durou cerca de dois anos e envolveu mais de 10 pessoas. Em teste desde janeiro deste ano, a expectativa é que a solução esteja no mercado até o final de 2012.
Cristalina possui 570 pivôs 48 mil hectares de lavouras irrigadas 150 produtores irrigantes
FRUTICULTURA
Plantar laranja ainda é um bom negócio Produtores afirmam que não é possível trabalhar com a cultura sem conhecimento teórico e prático Tacilda Aquino | revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo
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do terceiro ou quarto ano do plantio e se estende de 15 a 20 anos. O engenheiro agrônomo e citricultor Almir Cavalcante Bastos Filho explica que, antes de começar no negócio, o futuro citricultor precisa ter consciência de que os lucros virão, mas no tempo certo. “O que ele planta hoje, irá colher e vender apenas daqui a três
anos”. Segundo engenheiro agrônomo, a atividade possui um índice alto de investidores que desistem no meio do caminho. “Tem um custo alto, por isso, tem de ser profissional”, acrescenta. Ele, que tem 88 hectares irrigados no município de Palmeiras, com 36.500 mil pés de laranja, afirma que plantar laranja ainda é um bom negócio. “Hou-
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ntre R$ 12 e R$ 15 por planta. Este é o gasto de um agricultor que planeja cultivar laranja em Goiás. Neste custo está incluída a preparação do solo, aquisição da muda e adubação. Mas não o maquinário exigido para manejo da lavoura. Até a laranjeira começar a produzir o agricultor terá gasto cerca de R$ 30 por planta. O recomendado para a cultura é plantar 400 mudas por hectare. O início da produção se dá a partir
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ve muita queda de preço nos últimos anos. Tivemos a concorrência de São Paulo, que antes produzia somente para a indústria e que nos últimos anos começou a produzir também para mesa”, afirma. Almir aponta o clima do cerrado como positivo para a cultura. Por causa do clima, parte da safra goiana é deslocada justamente para a entressafra paulista, ou seja, a laranja goiana é colhida durante os meses em que praticamente não se colhe em São Paulo, principal produtor nacional. Durante dezembro, janeiro e fevereiro, a laranja goiana atinge uma valorização superior a 100% em relação aos preços praticados no mercado nacional, durante a safra. A maior concentração da cultura de laranja se encontra em Água Fria e Itaberaí, com lavouras espalhadas pelo centro-sul do Estado. Dados da Agrocitrus dão conta de que a atividade está presente em 70 municípios goianos e ocupa oito mil hectares. Com 12% da área de produção em lavouras irrigadas, o Estado colhe laranja durante todo o ano. Teresa Jácomo Balestra, que planta laranja há 30 anos em uma área de 500 hectares em Inhumas, já não sabe se esse é um negócio viável. Se estivesse começando agora ela afirma que não plantaria nenhuma muda. “Os preços da safra passada estiveram abaixo do custo de produção e tudo sinaliza que esta safra será igual ou pior”. Contra a produção da laranja existe ainda o fato do mercado externo estar em queda. A responsabilidade principal é do governo americano. Mais da metade do suco de laranja consumido nos Estados Unidos é produzido no Brasil. Mas os EUA decidiram barrar a entrada de cargas de suco com Carbendazim, um fungicida muito usado em outros países, inclusive no Brasil. Isso espantou o consumidor americano. As vendas de suco brasileiro nos EUA caíram. Os citricultores brasileiros pediram um ano e meio para se adaptarem às novas exigências.
Com 88 hectares e mais de 36 mil pés de laranja no município de Palmeiras, o produtor Almir acredita na prosperidade da cultura
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Jana Tomazelli
anos em 50 hectares, lembra que o Carbendazim é um produto liberado no Brasil e que não é usado em Goiás há três anos. “Se existe alguém usando é de forma bastante restrita”. Nos últimos dois anos, porém, segundo Raimundo, o produtor sofreu uma queda no preço médio da ordem de 38%, chegando a 60% em alguns momentos. Ele colhe 30 mil caixas de 40,8 quilos, ou seja, 1.224 mil toneladas por safra. O produto é destinado em sua maioria para mesa (cerca de 80% contra 20% destinada à indústria de suco paulista). Ocupando o sexto lugar no ranking de plantação de laranja no Brasil. “Quando se compara a outras culturas goianas como soja, milho, cana-de-açúcar temos uma área plantada de laranja bem menor, porém, tem um impacto econômico maior do que algumas das culturas citadas” garante Raimundo.
Larissa Melo
O produtor de Nerópolis, Raimundo Maia, destina a maior parte da safra colhida para consumo in natura
Custo de produção alto, excesso de produção em Goiás e no Brasil como um todo, doenças, mão de obra cara e escassa são apontados pelos produtores como os maiores gargalos da produção de laranja em Goiás. A produtora Teresa Jácomo Balestra afirma ainda que a citricultura requer cuidados diários, excelente práticas de adubação, controle de pragas, tratos culturais, manejo do mato, aplicação correta de defensivos. “Não é possível trabalhar com a cultura sem grande conhecimento teórico e prático, uma vez que se trata de uma planta perene e qualquer deslize demora aproximadamente um ano para ser reparado”. Sobre a polêmica da laranja barrada nos EUA, ela diz acreditar que tudo não passa de jogo de interesse de outros países e da própria indústria brasileira em prejudicar a citricultura nacional e o produtor. Raimundo Maia, produtor da área de Nerópolis, onde planta há nove
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Controle oneroso Ácaro da leprose, ácaro da falsa ferrugem, CVC, cochonilhas, estrelinha, cigarrinhas, parapantomoros, lagartas, pulgões. O número de pragas que atacam as lavouras de laranjas é extenso. Teresa Balestra afirma que todas são possíveis de serem controladas, “mesmo a custos altos”. O lado bom da história das pragas, segundo ela, é que o “greening”, fungo devastador da cultura cujo controle é impossível, felizmente não existe em Goiás. O agrônomo Ronnie Assis estima que nos custos de produção, 30% são gastos com o controle das pragas. Raimundo Maia lembra que a produção goiana é destinada em sua maioria para mesa e por se tratar de um fruto para consumo in natura, requer um controle rigoroso e um manejo mais cuidadoso. “A fruta para a indústria depende somente do caldo, a laranja de mesa, não. Além desse fator, no mercado, é levado em consideração aspectos como o visual”, diz. Esses requisitos exigem um trabalho sério do produtor. “Podemos dizer
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que temos hoje a citricultura mais profissional do Brasil”, afirma Maia. “Precisamos levar em conta a aparência estética e a qualidade do produto, sem contar o controle residual dos agrotóxicos”, afirma. Raimundo trabalha com manejo de produção integrada, dando ênfase ao controle através da preservação dos inimigos naturais das pragas dos citros, usando o mínimo de agrotóxico. “Quando preciso, uso os produtos certificados pelo Ministério da Agricultura”, resume. Uma forma eficiente de controle é a utilização de mudas cultivadas em viveiro telado. Ela evita que a muda seja atacada pelo maior inimigo da lavoura de laranja, a Clorose Variegada dos Citros (CVC) ou Amarelinho. “Ela é transmitida pela cigarrinha do pasto. Contaminando uma laranjeira, a planta ficará contaminada o resto da vida. Os primeiros sintomas são vistos nas folhas, passam posteriormente para os frutos e acabam afetando toda a planta. Quanto mais nova a planta, maior a chance de ser infectada.” Raimundo acredita que Goiás
tem um dos melhores controles fitossanitário dos melhores do País. Irrigação Na Safra de pomar irrigado a colheita ocorre de maio a setembro. No pomar sequeiro a colheita acontece de novembro a fevereiro. “A irrigação torna-se hoje uma alternativa para melhorar produtividade e rentabilidade”, avalia o engenheiro agrônomo e produtor Ronnie Assis Cortes. Ele planta laranja desde 1990 em 50 hectares nos municípios de Hidrolândia e Campestre estima um gasto, até o início da produção, de aproximadamente de R$ 1 mil por hectare. Ronnie garante que é a diversificação que ainda torna viável o plantio no Estado, visto que os preços já estiveram melhores e comparando-se os preços da safra atual com a anterior, Ronnie afirma que o produtor está ganhando 1/3 da safra anterior. Ele colhe mil toneladas por safra e explica que 60% de seu pomar ainda têm menos de três anos que é quando a laranjeira começa a produzir.
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Igo Estrela
Desenvolvimento Sustentável
CNA na Rio+20 No espaço do estande, a Confederação criou um túnel sensorial para mostrar aos visitantes o que é uma fazenda degradada e as tecnologias utilizadas para a sua recuperação Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
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O Estado de Goiás foi representado pelo presidente da Faeg José Mário Schreiner
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o mês de junho foi realizado no Brasil, entre os dias 13 e 22, na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Diversas entidades estiveram reunidas no evento discutindo sobre o tema. A pecuária e agricultura foi representada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com o espaço AgroBrasil. No espaço do estande, a CNA criou um túnel sensorial para mostrar aos visitantes o que é uma fazenda degradada e as tecnologias utilizadas para a sua recuperação. Segundo a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, a ideia é que, durante o caminho, a propriedade se transforme. “Tivemos um túnel virtual que explicou à sociedade a importância de tirar uma fazenda de um solo fraco e maltratado e a melhora de tudo isso por meio da tecnologia e boas práticas”, revelou a senadora. O espaço AgroBrasil foi ancorado por projetos da CNA, entre eles o Biomas. Desenvolvido pela entidade em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Projeto Biomas pretendeu ampliar o uso das árvores nas propriedades rurais para diversificar os sistemas produtivos com ganhos econômicos e ambientais. Para isso, foram criadas soluções técnico-científicas à prática da produção sustentável e à preservação da água nos seis biomas brasileiros. Com 240 pesquisadores envolvidos, a senadora acredita que o projeto será um espelho para o mundo já que pode ser aplicado em qualquer bioma desde que respeitadas as características locais. A presença da CNA na Rio+20
não se resumiu ao estande. A presidente da CNA participou ativamente das discussões do Governo para a elaboração do documento brasileiro de contribuição para a Conferência. “Colocamos os principais pontos que achamos que devem ser reforçados. Se unificarmos o nosso diálogo e mostrarmos as vantagens competitivas que o Brasil apresenta hoje, teremos mais sucesso”, ponderou a senadora Kátia Abreu. A CNA também divulgou, durante a Conferência, o documento de posicionamento do setor do agronegócio para a Rio+20, que recebeu contribuições de lideranças rurais, técnicos, produtores, universidades e instituições do agronegócio. Foram realizados workshops de orientação para a coleta de subsídios para o documento em Brasília (18/04), Uberaba/MG (02/05) e São Paulo (08/05), consolidados em propostas que serão apresentadas pela presidente da CNA, em evento com a presença de autoridades e negociadores. Propostas A presidente CNA, Kátia Abreu, encaminhou à presidente da República, Dilma Rousseff, uma carta que reúne as propostas da CNA para os chefes de Estado que participam da Rio+20. O documento, entregue pela presidente da CNA à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que visitou o Espaço AgroBrasil, liderado pela CNA, no Pier Mauá, um dos locais oficiais da Rio+20. No documento, a CNA lembra que o setor rural vem respondendo com rapidez e eficiência às demandas contemporâneas por de-
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senvolvimento sustentável. “Dentro do princípio de que meio ambiente é ciência e compromisso, e não ideologia, seguem propostas do setor rural para contribuir para a riqueza e objetividade do debate”, afirmou, no documento, a senadora Kátia Abreu. O Estado de Goiás foi representado
pelo presidente da Federação Goiana de Agricultura e Pecuária (Faeg), José Mário Schreiner, o vice-presidente institucional Bartolomeu Braz, o assistente técnico e biólogo Marcelo Lessa e pelo Deputado Estadual e coordenador da Frente Parlamentar Agropecuária, Valcenôr Braz. Segundo José Má-
rio, a Faeg acompanhou o debate de perto, e representando todo o Estado no evento. “É extremamente importante estarmos presente na Rio+20. Daqui sairão ideias importantíssima para o desenvolvimento sustentável”, analisa. (Com informações da assessoria de comunicação da CNA)
Propostas da CNA para os Chefes de Estado e à Conferência Rio+20 1. Amazônia Só a tecnologia pode garantir o desmatamento zero na Amazônia. Grande parte do que até aqui ocorreu na região decorre da precariedade de meios que ainda predomina. Com baixa rentabilidade do sistema produtivo, que impede a aquisição de tecnologia, esse quadro tende a se perpetuar, mantendo tensão constante entre produção e floresta. A situação afeta, sobretudo, os pequenos e médios produtores rurais. 2. Serviços ambientais O passivo ambiental é fruto do descaso e despreparo das gerações que nos precederam e nos legaram os desafios presentes. Não é justo que esta geração arque sozinha com uma conta histórica, impagável de uma só vez. Portanto, os governos precisam encontrar mecanismos de atenuar os custos presentes, diluindo-os no tempo. Os países ricos foram beneficiários do desenvolvimento sem as regras e amarras que hoje pesam sobre os países de desenvolvimento tardio. É justo que contribuam pelos benefícios ambientais que recebem gratuitamente desses países.
3. Redução de Emissões A CNA está lançando uma ferramenta eletrônica para dar suporte ao processo de remuneração do produtor rural pela redução de emissões de carbono e gases de efeito estufa. Trata-se da organização do Mercado Agropecuário de Redução de Emissões (MARE), contribuição valiosa para a defesa do meio ambiente. Propicia justa remuneração aos que o preservam e um mecanismo de compensação para aqueles que não podem, no curto prazo, reduzir suas emissões. 4. APP Global A CNA, Embrapa e a Agência Nacional de Águas (ANA) lançaram proposta de universalizar o princípio da Área de Proteção Permanente (APP) nas nascentes, margens de rios e áreas de recarga de aquíferos subterrâneos, como forma de proteger a integridade dos cursos d’água. No Brasil, APP é lei. Sendo um conceito universal, benéfico aos rios de todo o planeta, deve ser estudado e aplicado conforme as peculiaridades de cada país.
5. Fundos para terra degradada Nenhum produtor é inimigo de sua própria terra. Degradação é fruto da pobreza. É a tecnologia que gera a prosperidade. Daí a necessidade de integrar ecologia à economia, sem transformar a defesa ambiental num tribunal. A prioridade não pode ser punir, mas instruir e viabilizar a recomposição, por meio de pesquisa, financiamento e incentivos ao uso de tecnologia. 6. Extensão Rural Os insumos tecnológicos agropecuários precisam ser democraticamente disseminados. Essa é a grande revolução agrícola que a humanidade carece: a distribuição do conhecimento, fonte maior da prosperidade e justiça social. 7. Assimetrias É preciso reduzir as assimetrias de regulamentação ambiental entre as nações, sem ferir o princípio da soberania. Para isso, fazem-se necessárias conferências internacionais como esta, com efetivo apoio dos governos. Fonte: CNA
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Francila Calica
CAMPO RESPONDE
Em meio as gravioleiras sadias tenho algumas em processo de apodrecimento e outras sem frutificar. O que está acontecendo? Como tratar? Fernando Passos
São dois sintomas distintos que podem indicar ataques de pragas ou algum tipo de deficiência nutricional localizado. O ideal é procurar um profissional especializado para diagnosticar in loco os problemas que estão ocorrendo para que seja feita uma correta recomendação. O diagnóstico deve ser feito o quanto antes para que as plantas sadias não sejam atingidas. CONSULTOR: ALEXANDRO ALVES, assessor técnico da Faeg para área de fruticultura
Com um a dois dias de vida as galinhas apresentam rachaduras no cascão e sangram. Como tratá-las? Marcos Antônio da Silva
Buscamos ajudá-lo, porém, segundo o Professor Marcos Café, necessitaria de mais informações tais como condições de alimentação, manejo, linhagem, forma de criação, dentre outras, para lhe auxiliar na solução do problema. Sugerimos então, entrar em contato com a Professora Auxiliadora, especialista na Universidade Federal de Goiás para a área de aves. Fone: 62 - 62-3521-1570/3205-1127. CONSULTOR: CHRISTIANE ROSSI, assessora técnica da Faeg para área de pecuária de corte
Envie suas dúvidas para revistacampo@faeg.com.br. Não se esqueça de colocar nome completo, a região onde mora e a cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta. 32 | CAMPO
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Cristiano Ferreira
DELÍCIAS DO CAMPO
Panqueca de Milho Verde Ingredientes:
Preparo:
Recheio:
6 ovos inteiros 1 copo de farinha de trigo 1 colher de sopa de fermento em pó 2 copos de grãos de milho verde cozido 1 copo de leite 3 colheres de sopa cheia de margarina Sal e pimenta do reino a gosto Óleo para untar
No liquidificador coloque todos os ingredientes da panqueca e bata bem, reserve. Em seguida unte uma frigideira com óleo e retire o excesso com papel absorvente. Coloque uma concha da massa e deixe crescer e dourar. Vire com uma espátula do outro lado para dourar. Sirva no lanche ou como acompanhamento.
Cozinhar o frango com o louro e os cubos de caldo de galinha. Desfie o frango e reserve o caldo. Em uma panela frite na margarina as cebolas raladas, as pimentas de cheiro picadas, o alho amassado. Juntar o extrato de tomate, o frango desfiado e refogar bem. Acrescentar um pouco do caldo para ficar bem molhadinho e misturar em um pouco do caldo com a farinha de trigo. Checar o sal e os temperos e só depois engrossar o caldo. Finalizar com bastante cheiro verde.
Recheio:
1 frango grande 3 folhas de louro 4 cubos de caldo de galinha 2 colheres de sopa cheia de margarina 3 cebolas grandes ou 6 médias 10 pimentas de cheiro picadas 1 cabeça de alho amassado com pouco sal 2 colheres de sopa cheia de extrato de tomate 6 colheres de sopa de farinha de trigo Cheiro verde a gosto
Receita elaborada por Cristiano Ferreira da Silveira, tecnólogo em gastronomia e instrutor de processamento caseiro dos frutos do Cerrado do Senar, em Goiás.
Envie sua sugestão de receita para revistacampo@faeg.com.br ou ligue (62) 3096-2200.
Errata Ao contrário do que foi publicado na Revista Campo na Edição de abril, a receita e a foto do pão de forma caseiro da página 33 foram produzidas pela técnica do Senar, em Goiás, Andréia Peixoto e não pelo também técnico, Ângelo Armando de Paula. www.senargo.org.br
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Jana Tomazelli
CASO DE SUCESSO José Domingos mostra o botijão de nitrogênio onde o sêmen é armazenado
Reproduzir para gerar lucro O produtor rural, José Domingos, espera aumentar a produção de leite de 180 para 250 litros diários Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
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Jana Tomazelli
O produtor José Domingos mostra as novilhas que foram inseminadas
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rinta anos dedicado ao comércio. Essa foi a trajetória de José Domingos Rosa, até meados de 2005, quando ele decidiu dar uma guinada na vida, abandonar o trabalho em Brasília e se mudar para Estância Ouro Branco, em Campo Limpo, próximo ao município de Anápolis. Na propriedade ele deu início à atividade leiteira. Mas a produção dos animais não estava satisfazendo o produtor. Ele tinha a vontade de melhorar geneticamente o gado. Foi então que surgiu a necessidade de participar de um treinamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, sobre Inseminação Artificial de Bovinos de Leite, promovido pelo Sindicato Rural de Anápolis. “Sempre gostei de reprodução. Quando soube que teria esse curso, não poderia deixar de aproveitar a oportunidade”, conta José Domingos. Segundo ele o treinamento foi realizado em 2009 e logo colocado em prática. O produtor relata que o resultado da inseminação virá somente no próximo mês. “As novilhas que nasceram da inseminação vão parir no mês de agosto. A partir daí, vou saber em quantos litros a produção leiteira vai aumentar.” A expectativa dele é que a produção, que gira em torno de 20 litros por vaca, passe para 30. “Nós produzimos diariamente 180 litros de leite. Queremos que esse número aumente para 250”, diz. Mesmo aguardando o aumento da produção, José Domingos destaca que, o importante é garantir gado de boa genética. “Para mim, o lucro não é o mais importante. O que nos interessa é a qualidade genética das novilhas.” Ele garante que após o treinamento do Senar, essa qualidade aumentou significativamente. “Mudou o melhoramento genético do gado, meu plantel de animais ficou
mais selecionado e o gerenciamento das rotinas de ordenha ficou mais organizada.” Ele acrescenta que tudo o que obtém de lucro, com a venda do leite, é investido no plantel. José Domingos ressalta que a inseminação não foi levada para outras propriedades. “O trabalho requer muita prática, força de vontade e conhecimento. Por isso, optei em focar a inseminação somente em minha propriedade, porque dessa forma posso me empenhar ainda mais na atividade.” Ele salienta que conta com a ajuda de apenas uma pessoa para cuidar de todo o plantel. “É muito trabalho, mas junto com meu ajudante, nós vamos dando conta da demanda.” O produtor destaca que o trabalho desenvolvido pelo Senar, é de extre-
ma importância para os produtores rurais. “Por meio do Senar, nós temos incentivo em continuar com o negócio e orientação na tomada das decisões. Além de adquirir conhecimento, que serve para a vida toda.” No treinamento oferecido pelo Senar, José Domingos pode aprender o conceito, história, situação atual, vantagens e limitações da inseminação artificial. Os participantes recebem informações sobre alimentação e manejo dos bovinos, sobre reprodução, sanidade, controle zootécnico, instalações, segurança no trabalho e meio ambiente. Entra na programação também, ciclo estral, onde o produtor tem noções de anatomia, passagem de pipeta em peças uterinas e fisiologia da reprodução.
Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de Anápolis devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone: (62) 3311 5055. www.senargo.org.br
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CURSOS E TREINAMENTOS
Fortes e saudáveis EM JUNHO, O SENAR PROMOVEU
320CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 42
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Na área de agricultura
Em atividade de apoio agrossilvipastoril
Na área de silvicultura
Na área de agroindústria
Na área de aquicultura
Na área de pecuária
Em atividades relativas à prestação de serviços
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Leydiane Alves leydiane@faeg.com.br Depois do sal, a pimenta é o condimento mais utilizado no mundo e, atualmente, encontrado em quase todos os lugares. As pimentas são originárias das Américas e foi no tempo do Descobrimento que elas foram introduzidas no resto do mundo: Europa, Ásia e África. Cores e sabores fortes estão intimamente ligados. Pimentas vermelho-vivo são superiores em sabor que as verdes. Quem coloca a pimenta no dia-a-dia está levando, além de tempero, uma série de medicamentos naturais: analgésico, anti-inflamatório, xarope, vitaminas – benefícios que os povos primitivos descobriram há milhares de anos e que agora estão sendo comprovados pela ciência. A Capsaina presente na pimenta protege a mucosa contra os danos causados por álcool, estimula a salivação e limpa os dentes, garantindo gengivas fortes e sadias. Uma pesquisa recém-concluída na Faculdade de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) comprovou que a pimenta diminui mesmo o risco de doenças cardiovasculares, maior causa de mortes no Brasil. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, oferece o treinamento de Cultivo de Pimenta e repassa aos alunos informações sobre a importância econômica e potencialidade do mercado de pimenta, boas práticas agrícolas, além de outras características do cultivo. Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br
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Alimentação e nutrição
Organização Comunitária
Saúde e Alimentação
Prevenção de acidentes
Artesanato
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PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS
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CAMPO ABERTO
Redução da oferta de leite aponta recuperação nos níveis de preços
Carlos Costa
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Edson Alves Novaes é gerente de estudos Técnicos e Econômicos da FAEG
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omo acontece em todos os anos nesta época, a região Centro-Sudeste do País entra em período de entressafra na produção de leite. Um período característico de diminuição da produção em virtude da redução da pastagem, onde os produtores passam a tratar do rebanho utilizando outros tipos de volumosos em detrimento do período de estiagem. Este é um período onde caracteristicamente ocorre aumento nos custos de produção e consequente aumento dos preços aos produtores. A pergunta que sempre se faz neste período é a seguinte: De quanto vai ser o aumento nos preços do leite? A respeito desse assunto, é importante mencionar que essa resposta não é tão simples quanto parece. É necessário tecer alguns esclarecimentos sobre o que pode ou não afetar o comportamento dos preços do leite. O preço do leite pode sofrer variações (durante o ano) devido a diversos fatores, tais como: políticas econômicas (câmbio, juros, crédito, política comercial, etc.), sazonalidade da produção leiteira, qualidade do leite, hábitos de consumo e demanda do consumidor, aspectos sanitários, balança comercial de leite e derivados, relação entre compradores e vendedores, concorrência entre as indústrias, etc. A interferência
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de um ou outro fator, ou mesmo, a conjunção de vários desses aspectos podem afetar para cima ou para baixo os preços do leite. Dentre todos esses fatores, a redução da produção é fator preponderante nesta equação, nesta época do ano. Na região Centro-Sudeste, os preços do leite tendem a ser maiores neste período, caracterizado como entressafra, devido à redução das chuvas, o que reduz a abundância de pastagens, fazendo com que o produtor encontre outras formas de produzir alimentos para a vaca. Isso faz reduzir a produção e encarecer os custos de produção. E é exatamente o que está acontecendo nesta entressafra de 2012. Espera-se que os preços de leite a serem pagos ao produtor entregue em julho/2012 já contemplem reajustes em função da redução de produção na região Centro-Sudeste do País. Segundo análise do comportamento da produção de leite tendo como base os dados da Pesquisa Trimestral de Leite do IBGE, observa-se que a produção no 1º trimestre de 2012 foi menor do que no 4º trimestre de 2011 (out a dez) em todos os principais Estados Produtores. Tendo queda de 0,1% em MG; 2% em GO; 13,5% em SP; 3,5% no PR; 3,4% no RS e 0,1% em SC. Em outro levantamento realizado pela FAEG em 22 cooperativas de leite em Goiás essa queda foi de 11% de
janeiro a maio/2012. Os custos de produção também aumentaram sobremaneira, principalmente em função do encarecimento da alimentação concentrada, devido aos aumentos da soja de 2011 para 2012, que chegaram a mais de 51% de junho/2011 a julho/2012 em Goiás. Segundo agentes de mercado os custos altos e a baixa rentabilidade tem feito com que os produtores fiquem mais comedidos em seus investimentos, retraindo a oferta. Com essa queda de produção, a tendência é de recuperação dos níveis de preços ao produtor. O comportamento dos preços dos produtos derivados lácteos no início de julho/2012, mesmo com as férias escolares, já demonstra recuperação, com preços do leite longa vida sendo comercializados no mercado atacadista em mais de R$ 1,77/litro, superior aos R$ 1,70/litro praticado no final do mês anterior. As importações de leite e derivados que bateram recorde no mês de maio/2012, já demonstra redução em junho/2012, em função principalmente da valorização do dólar em relação ao real. Portanto, o cenário hoje é de redução da oferta; demanda contínua; aumento dos preços dos derivados lácteos e importações com tendência de queda, devida a recuperação do dólar com espaço para a recuperação dos preços ao produtor.
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REAGRO