2012 08 agosto

Page 1

ISSN 2178-5781

Ano XIII | 206 | Agosto 2012 9912263550

Safrinha Sorgo conquista confiança do produtor

Algodão Produtividade em alta para a nova temporada

A vez do Brasil Com a quebra na safra de grãos dos EUA, produtores brasileiros esperam alcançar melhores preços no próximo ano agrícola



PALAVRA DO PRESIDENTE

CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Conselho editorial Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins Editores: Francila Calica (01996/GO) e Rhudy Crysthian (02080/GO) Reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e Leydiane Alves Fotografia: Jana Tomazelli Techio, Larissa Melo Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO) Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: (62) 3096-2200 revistacampo@faeg.com.br

DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Vice-Presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes:

Uma safra de oportunidades

A

seca que assola o Meio-Oeste dos Estados Unidos e ameaça inflacionar os alimentos, devido à escassez global de soja e milho, eleva os custos e afetam imediatamente cadeias como a do frango e o suíno. Essa é a maior estiagem, da história naquele país desde o início das medições de temperatura, há mais de 50 anos. As perdas são consideradas graves pelas Nações Unidas, pelo risco de uma redução ainda maior nos estoques mundiais de alimentos. Esse relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o (USDA), confirma a preocupação das Nações Unidas de redução nos estoques de alimentos. O clima não tem sido favorável à produção global de alimentos desde novembro do ano passado, quando o Paraguai e a Argentina enfrentaram seca e registraram quebras na safra de verão. Nos últimos meses, além dos Estados Unidos, países exportadores de trigo também registram falta de chuva. China, Rússia e Austrália também devem ter produção de trigo menor. Mas diante desse cenário, o Brasil manteve suas safras de grãos perto de 165 milhões de toneladas. O que contribui para que as próximas safras de milho sejam extremamente lucrativas para os produtores nacionais do grão. Isso porque, emboa parte do primeiro semestre, o preço da saca de milho não esteve favorável e os valores só reagiram após a consolidação da quebra de safra norte-americana. Essa quebra também estimulou forte avanço nas exportações brasileiras. Nos Estados Unidos, as chances de recuperação para o milho são consideradas mínimas. Aqui, outro cenário sem precedentes. Pela primeira vez na história, a produção de soja brasileira deve ultrapassar a norte-americana. O que deve contribuir para que produtores goianos alcancem o terceiro ano consecutivo de boa safra aliada a bons preços.

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

José Mário Schreiner Presidente do Sistema FAEG/SENAR

Site: www.sistemafaeg.com.br E-mail: faeg@faeg.com.br

Alexandre Cerqueira

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601 Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2208 - (62) 3096-2248 (62) 3096-2115.

www.senargo.org.br

Agosto / 2012 CAMPO

|3


Jana Tomazelli

Marcus Vinicius

PAINEL CENTRAL

30 Caso de Sucesso Com o treinamento de Avicultura de Corte do Senar, em Goiás, criador Cloves conseguiu dobrar renda da família.

Safra de boas cotações

16 Lea Matswmoto

O setor estima que o principal impacto com a quebra da safra americana é que o ano de 2013 será o mais lucrativo da história para o produtor brasileiro. Segundo o Governo Federal, as exportações brasileiras de milho já alcançaram 1,7 milhão de toneladas em julho deste ano.

Agenda Rural

06

Fique Sabendo

07

Cartão Produtor

12

Campo Responde

28

Delícias do Campo

29

Eleições 2012

Campo Aberto

34

Presidente da Faeg, José Mário, lança segunda etapa do projeto O que Esperamos do Próximo Prefeito.

4 | CAMPO

Agosto / 2012

10

www.sistemafaeg.com.br


Jana Tomazelli

Aumenta produtividade do algodão em Goiás 24

O ano do sorgo

Jana Tomazelli

Apesar da diminuição da área plantada, cotonicultores como Dalmo Sávio comemoram uma maior produtividade. A expectativa é que sejam colhidas no Estado 137 mil toneladas de pluma.

20

Boa produtividade, baixos custos de produção e clima favorável formaram a receita perfeita para a satisfação dos produtores do grão.

A seca nos últimos meses nos Estados Unidos prejudicou as principais regiões produtoras de grãos do País e quebrou a safra norte-americana. Foto produzida por Marcus Vinicius.

www.senargo.org.br

Agosto / 2012 CAMPO

|5


AGENDA RURAL

CANACENTRO 1º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central

AGOSTO 15 e 16 de Agosto Local: Sede da Faeg, Goiânia Informações: (62) 3096-2200

13 e 14/08

14/08

16/08

Treinamento ITR Módulo básico e avançado Local: Augustu’s Hotel, Goiânia Informações: (62) 3096-2200

Programa Empreendedor Rural (fase I) Local: Mini-auditório do Senar, Goiânia Informações: (62) 3545-2600

Programa Campo em Ordem Local: Formosa Informações: (61) 3692-2215

18/08

21/08

21/08

41º Exponorte de Porangatu Local: Parque de Exposições, Porangatu Informações: (62) 3362-4246

Seminário Regional de Legislação Previdenciária Rural Local: Mineiros Informações: (62) 3545-2600

Abertura da Semana do Folclore da PUC Local: PUC Informações: (62) 3946-1412

6 | CAMPO

Agosto / 2012

www.sistemafaeg.com.br


FIQUE SABENDO Armazém

REGISTRO

Larissa Melo

Divulgação

Lançado Canacentro 2012

Caprinos e ovinos Diante da importância da criação de ovinos e caprinos, a Embrapa Semiárido, em parceria com diversas outras instituições, vem buscando alternativas sustentáveis que possam contribuir para a atividade. Resultados desses esforços foram reunidos no livro Produção de Caprinos e Ovinos no Semiárido, lançado pela entidade. O livro já está à venda ao preço de R$ 50 e pode ser adquirido pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão, que pode ser acessado no site www.cpatsa. embrapa.br, no link “Fale Conosco”.

Produtores rurais, técnicos, indústrias e autoridades da cadeia produtiva sucroenergética se reuniram, no último dia 03 de julho para um café da manhã com a imprensa na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), para o lançamento do 1º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central – Canacentro 2012. O secretário da Indústria e Comércio, Alexandre Baldy, o presidente do Sindicato das Indústrias Fabricantes de Etanol e Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/ Sifaçúcar), André Luiz Rocha, além de outras autoridades, estiveram presentes no evento.

Segundo o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, o Centro-Oeste é o segundo maior produtor de cana-deaçúcar e de etanol do Brasil, e a região tem um potencial muito grande a ser desenvolvido. “Quando realizamos um evento dessa magnitude, onde podemos discutir toda a cadeia produtiva da cana, sustentabilidade econômica, social e ambiental, queremos levantar os principais temas que dizem respeito à cadeia sucroenergética. Estamos trazendo todo o foco dessa discussão para nosso Estado.”

pesquisa

Resíduos para produção de carvão

www.senargo.org.br

Shutter

A Embrapa Amapá está desenvolvendo uma pesquisa para o aproveitamento dos ouriços de castanha-do-brasil na produção de carvão. O projeto foi iniciado em maio deste ano e tem prazo de dois anos para ser concluído. Neste período serão aplicadas tecnologias de carbonização adequadas à realidade dos agroextrativistas e instalados experimentos para avaliar o potencial do carvão de ouriços para uso energético e melhoria da fertilidade do solo.

Agosto / 2012 CAMPO

|7


AÇÃO SINDICAL PADRONIZAÇÃO

Fachada nova Sindicato Rural de Luziânia

O Sindicato Rural de Luziânia mudou o endereço e adotou a nova fachada sugerida pelo Sistema Faeg/Senar, após a participação no Programa Empreendedor Sindical. O presidente do Sindicato, Marcos Epaminondas Roriz falou que mudou para ficar vizinho de outros órgãos afins. O Sindicato está desenvolvendo as seguintes ações para dar visibilidade à entidade: programa de rádio, parceria com o Senar, em Goiás, para capacitação de produtores, participação nos eventos realizados pela Faeg, instalação de consultório odontológico, realização do Seminário O Que Esperamos do Próximo Prefeito. (Colaborou: Marcos Epaminondas Roriz)

PROMOÇÃO

CAIAPÔNIA

Agronegócio sustentável

Sindicato Rural de Caiapônia

Igo Estrela/CNA

Cavalgada

No dia 07 julho, Caiapônia iniciou sua 11ª Exposição Agropecuária da cidade, onde uma grande cavalgada abriu o evento, surpreendendo toda organização com mais de 1,8 mil cavaleiros e nove carros de boi de toda a região. A cavalgada saiu do Parque de Exposição percorrendo as principais ruas do município. (Colaborou: Kristiane Almeida)

COCALZINHO

Gestão da propriedade leiteira No último dia 24 de julho o Sindicato Rural de Cocalzinho e o Sistema Faeg/Senar promoveram uma palestra sobre gestão da propriedade na cadeia leiteira do Município. O encontro foi realizado na sede do Sindicato.

8 | CAMPO

Agosto / 2012

Para consolidar a imagem do agronegócio sustentável brasileiro no País e no exterior a CNA e o Sebrae Nacional lançaram, no último dia 10 de julho, em Brasília (DF), a campanha Time AgroBrasil. Goiás esteve presente com uma grande delegação de produtores e lideranças rurais que vêm contribuindo para as campanhas de valorização do segmento rural. O Time Agro Brasil é uma campanha que terá como estrela Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé. Para o vice-presidente financeiro da CNA e presidente da Faeg, José Mário Schreiner, essa é mais um etapa de todo o trabalho que as entidades do setor produtivo têm feito para a valorização do agro e mudança de imagem do setor frente à sociedade.

www.sistemafaeg.com.br


Sindicato Rural de Luziânia

Sindicato participa do Time AgroBrasil

O Sindicato Rural de Luziânia esteve presente apoiando o lançamento da campanha Time AgroBrasil, em Brasília (DF). Uma comitiva de produtores e lideranças daquele Sindicato participou do evento que deu o ponta pé inicial para a campanha. Com prazo até 2014, o Time AgroBrasil tem por objetivo mostrar que os produtores rurais brasileiros dão exemplo ao mundo de como produzir alimentos preservando o meio ambiente, ocupando apenas 27,7% do território nacional com a atividade agropecuária e preservando 61% dos biomas do País.

RIO VERDE

Expo Rio Verde supera expectativas Volnei Mendonça

LUZIÂNIA

A postura moderna aliada ao resgate das tradições culturais do interior de Goiás foram os principais elementos responsáveis pelo grande sucesso da 53ª edição da Exposição Agropecuária de Rio Verde. Durante dez dias, aproximadamente 200 mil pessoas puderam apreciar diversas atrações artísticas, novidades tecnológicas, bovinos campeões da raça (Nelore, Canchim e Gir), provas e o melhor rodeio em touros do Brasil. O rodeio em touros de Rio Verde mais uma vez foi um verdadeiro sucesso com a participação de 45 peões e 100 touros selecionados. (Colaborou: Bruno Kamogawa)

AÇÕES

Em reunião realizada com a Emater, na qual a Faeg faz parte do Conselho de Gestão, foram apreciados e aprovados no dia 10 de julho o Relatório de Atividades de 2011 e das contas, e apresentado o Plano Plurianual (PPA) e Plano de Ação Integrada para 2012. Segundo o presidente da Emater, Luiz Humberto Guimarães, em 2011, a entidade realizou atendimentos a 36 mil produtores e suas famílias e projetou um atendimento de 50 mil produtores para 2012. Foi deliberado um workshop para discutir propostas para melhoria dos serviços da Emater. (Colaborou: Antelmo Teixeira – Gerente Sindical) www.senargo.org.br

CABECEIRAS

Sindicato presente Sindicato Rural de Cabeceiras

Emater

Relatório de Atividades

Diretores do Sindicato Rural e Produtores Rurais do município de Cabeceiras também marcaram presença em Brasília (DF), no dia 10 de julho, no lançamento da campanha Time Agro Brasil. O vice-presidente do Sindicato Rural, Jacó Rotta, o diretor tesoureiro, Joaquim Pereira Cardoso, os produtores rurais Roberto Ampessan – Fazenda Ampessan, Flori Luiz Binotti e Márcio Binotti – Fazenda Tropical e Três Pinheiros, dentre outros, marcaram presença no evento. (Colaborou: Adriana Silva)

Agosto / 2012 CAMPO

|9


Lea Matswmoto

Sistema em Ação

Presidente do Sistema Faeg/Senar faz a apresentação da segunda etapa do projeto que dará início aos debates regionais

Candidatos comprometidos com o agronegócio A segunda etapa do projeto O Que Esperamos do Próximo Prefeito pretende acirrar os debates entre os prefeitáveis engajados com o setor Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

A

Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e os Sindicatos Rurais filiados à entidade realizaram, no último dia 30 de julho, o Seminário Estadual O Que Esperamos do Próximo Prefeito. No evento, os Sindicatos Rurais receberam instruções de como deverão realizar os debates com os candidatos a prefeito de seus municípios. Os debates são a segunda etapa do projeto. A primeira foi realizada nos meses de abril e maio em 123 municípios goianos, divididos em oito regiões, onde os produtores e membros da comunidade participaram dos seminários locais. Segundo o Superintendente da Faeg, Claudinei Rigonatto, cerca de 70% da população de Goiás pode participar das discussões. De todas as consultas e tabulações de relatos, foram elaboradas Agendas de Desenvolvimento

10 | CAMPO

Agosto / 2012

Municipal de cada um dos municípios, contendo todas as expectativas levantadas pelos participantes e que serão apresentadas aos candidatos nos debates municipais. O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, analisa que chegou o momento de o setor agropecuário assumir algumas responsabilidades, como o destino dos municípios em Goiás. “Esse debate é fundamental para o desenvolvimento. No primeiro semestre, levantamos todas as demandas dos municípios. Agora devemos chamar esses prefeitáveis e vereadoriáveis, para que possamos discutir esses conteúdos.” O seminário O Que Esperamos do Próximo Prefeito segue o exemplo de outros dois projetos que reafirmam a maior participação do setor produtivo rural no processo político. O primeiro, realizado em março de 2010, na sede

da Faeg, em Goiânia, foi desenvolvido em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e reuniu as propostas e diretrizes dos Estados brasileiros em documento produzido durante o Seminário O Que Esperamos do Próximo Presidente e que foi entregue aos candidatos à presidência da República. Outro exemplo dessa participação foi o Seminário O Que Esperamos do Próximo Governador. Uma série de oito seminários regionais realizados nos meses de abril e maio de 2010. Nos encontros, produtores e sociedade foram estimulados a participar e a apresentar quais os anseios e necessidades em relação ao chefe do executivo estadual eleito. Toda a discussão foi norteada por sete temas e serviram de base para o Documento Goiás – Expectativas do Setor Produtivo para o Próximo Governador. www.sistemafaeg.com.br


Sindicatos premiados Rhudy Crysthian | rhudy@faeg.com.br O Sistema Faeg/Senar realizou, no último dia 30 de julho, o Prêmio Sindicato Rural Destaque 2011. A premiação pretende reconhecer os trabalhos dos Sindicatos que mais se empenharam em diversas categorias e ações para promoção e valorização dessas instituições e das pessoas que mais contribuem para o desenvolvimento de suas regiões, os produtores rurais. Ao todo, 12 Sindicatos Rurais dividiram o prêmio de R$ 30 mil reais nas primeiras, segundas e terceiras colocações de cada categoria. Todos os 121 Sindicatos participam da disputa. Na categoria mais concorrida, Sindicato Rural Destaque do Ano 2011, Rio Verde levou a primeira colocação com o prêmio de R$ 3 mil. Anápolis e Caiapônia ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Segundo o gerente sindical da Faeg, Antelmo Teixeira, o prêmio estimula uma maior participação dessas entidades nas ações desenvolvidas pelo Sistema Faeg/Senar e na criação de novas ações para cada região. “Esse prêmio engloba tudo que o Sindicato Rural pode fazer em benefício do produtor rural. É um

www.senargo.org.br

conjunto de atividades para o fortalecimento do sindicato e de toda a cadeia produtora regional”, avalia. Antelmo comenta que, em três anos de premiação, as ações e participação dos Sindicatos nas atividades desenvolvidas pelo Sistema aumentou cerca de 30%. E um dos motivos, segundo ele, é a realização do Prêmio Sindicato Rural Destaque. O presidente do Sistema Faeg/ Senar, José Mário Schreiner, destacou, durante a cerimônia de premiação dos sindicatos rurais goianos, o papel da classe produtora brasileira para os aumentos nos índices de produtividade e melhoria na produção de alimentos sem a expansão de novas áreas. “Crescemos muito nas últimas décadas. Multiplicamos nossos índices de produtividade e trouxemos ao setor um dinamismo único que poucos setores da economia brasileira conseguiram alcançar. Essa data só vem a reforçar nosso compromisso com a comunidade e, neste momento, devemos lembrar e conhecer quem dedica sua vida para produzir o que todos consomem em suas mesas todos os dias”, destacou.

José Mário e Almir Turisco, ex-membro de uma das primeiras diretorias da Casa

Livro resgata 60 anos de história A Faeg lançou no último dia 30 de julho um livro que resgata 60 anos da história da entidade. A obra apresenta todo o trabalho de investigação dos documentos, fotos e atas históricas das reuniões da entidade. Bem como um levantamento fotográfico da história da Faeg. Diversas autoridades, diretoria de gestões anteriores acompanhados de seus familiares participaram do lançamento do livro. Na ocasião, foi inaugurada também uma galeria completa com as imagens de todos os ex-presidentes da Casa. Denominada anteriormente como Federação das Associações Rurais de Goiás (Fareg), a Faeg pretende, com o livro, resgatar a memória de todos que ajudaram a escrever a história da instituição. “Queremos valorizar quem trabalhou para construir essa história tão bonita de sucesso”, destacou o presidente da Faeg, José Mário Schreiner. A obra contou com a coordenação editorial e pesquisa do Iúri Rincón Godinho, membro da Academia Goiana de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás. Com texto de Eliane Freitas.

Agosto / 2012 CAMPO

| 11

Jana Tomazelli

Lea Matswmoto

Vencedores do Prêmio Sindicato Rural Destaque 2011 comemoram reconhecimento de um ano de trabalho e dedicação ao produtor rural


Cartão Produtor em nova fase

N

o último dia 6 de agosto foi iniciado o Projeto Piloto do Novo Cartão Produtor, o CNACard. A novidade terá como meta facilitar a vida dos produtores rurais oferecendo produtos e serviços para os usuários do novo cartão. Uma das vantagens é a emissão da Nota Fiscal Eletrônica e de outros documentos, como Guia de Transporte de Animais (GTA), descontos e condições especiais de pagamento nos estabelecimentos parceiros, pagamento automatizado de tarifas, impostos e outros tributos, bem como outros benefícios. O Cartão do Produtor se destina a todos os produtores rurais do País, que precisam se cadastrar e pagar uma anuidade de R$ 100 para começar a usufruir dessas e outras vantagens. Para ter acesso ao benefício,

basta o produtor acessar o site www. cnacard.com.br fazer o cadastro e após o pagamento do boleto entrar em contato com o Sindicato Rural ou com a Faeg para fazer o desbloqueio. Após a liberação/desbloqueio do CNACard, o produtor deverá procurar qualquer escritório da Agrodefesa e solicitar que seja emitida um DARE do tipo “Pré-pago” para emissão de GTA via CNACard. Toda vez que

o produtor utilizar o benefício para emissão de algum documento, o valor do serviço será debitado direto no saldo do Cartão. Na rede associada, o produtor encontrará também empresas e entidades de educação, saúde, comércio de produtos agropecuários, distribuidores de combustíveis, esporte, lazer e outros segmentos que irão oferecer descontos para os portadores do Cartão.

A Coluna Cartão Produtor deste mês vem com descontos em hotéis e hospedagem. Aproveite! ADDRESS WEST SIDE HOTEL End.: Avenida República do Líbano, 2526 Setor Oeste – Goiânia (GO) Fone: (62) 3257-1000 BLUE TREE TOWERS www.bluetree.com.br Convênio em toda rede de hotéis no Brasil, na Argentina e no Chile Fone de Goiânia: (62) 3235-5600 Desconto: 40% CASTRO´S PARK HOTEL End.: Avenida República do Líbano, 1520 Setor Oeste - Goiânia (GO) Telefone: (64) 3096-2300 HOTEL FAZENDA THERMAS BONSUCESSO www.tbshotel.com.br End.: BR 158, KM 5, s/n – Jataí (GO) Fone: (64) 3632-9393 GRAND HOTEL End.: Avenida Pará n° 1.611 – Centro – Iporá (GO) Fone: (64) 3674-6247

12 | CAMPO

Agosto / 2012

Nobile Suítes Sun Square End.: Rua 09 c/ Rua 13, Qd F-8, Lt 34, S/N Setor Oeste, Praça do Sol – Goiânia (GO) Fones: (62) 4062-5323 / 0800-603-5323 E-mail: reservas.nsss@nobilehoteis.com.br CASTELO PLAZA HOTEL www.casteloplazahotel.com.br End.: Avenida Castelo Branco, 1713 Setor Coimbra - Goiânia (GO) Fone: (62) 3226-4400 E-mail: reservas@casteloplazahotel.com.br HOTEL E CHURRASCARIA RIO CLARO End.: Avenida Santos Dumont c/ rodovia GO 418 Fazenda Nova (GO) Fone: (62) 9107-0538 Desconto: 12% GUERINE SUITE HOTEL End.: Avenida Goiás n° 2696 Jardim Rio Claro – Jataí (GO) Fone: (62) 3636-2100

www.sistemafaeg.com.br


MERCADO E PRODUTO

Insumos agrícolas: preocupação para o agricultor

O

início do plantio da safra de verão 2012/2013 se aproxima e com ele mais uma preocupação para o agricultor. Como toda atividade econômica, quer seja no meio urbano ou rural, o grande objetivo é a boa rentabilidade traduzida em lucro. Nesse momento de bons preços dos produtos agrícolas com preços recordes da soja, por exemplo, há uma ideia errônea de que o produtor rural está auferindo lucros muito grandes. É necessário o entendimento de que para se produzir qualquer cultura agrícola há gastos, que são, em grande parte, em função do uso de insumos agrícolas como calcário, gesso, fertilizantes e defensivos. Vivemos um momento de instabilidade financeira no mundo e ao passo que o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de alimentos, ao mesmo tempo é um grande dependente de matérias-primas básicas para a agricultura, especialmente os fertilizantes. Cerca de 68% do total dos produtos que consumimos no País são importados, assim estamos altamente vulneráveis a esta instabilidade. Vale ressaltar que não é apenas um fator que provoca as variações de preços dos insumos no mercado interno, e podemos destacar a variação cambial, alta do preço do barril do petróleo, os preços dos produtos agrícolas, o preço do combustível (óleo diesel), e a política tributária interna que faz com que percamos competitividade frente aos produtos importados. Nota-se com isso, que o produtor rural não tem tranquilidade para produzir, pois está refém destas e outras variações, pois a mudança em qualquer um desses fatores é motivo de aumento dos preços dos insumos. O produtor rural goiano tem buscado cada vez mais a profissionalização no campo e com a busca de informações tem procurado driblar os preços altos fazendo aquisição antecipada de insumos. No primeiro semestre de 2012 estima-se que pelo menos 39% do mercado de fertilizantes

www.senargo.org.br

já se concretizou no Estado, prova de que a cada safra está havendo um aumento dessa compra antecipada, já que, historicamente, os preços são mais baixos no primeiro semestre. Atualmente, os fertilizantes participam, em média, em 25% dos custos totais de produção das diversas culturas e o produtor tem procurado outras medidas - além da antecipação de compra - para minimizar a perda de lucratividade. Uma delas é o uso da agricultura de precisão de modo a potencializar a aplicação na lavoura. Os fertilizantes em Goiás, no comparativo do primeiro semestre de 2011 com 2012 acumulam alta de 13,5% nos preços. No mesmo período de 2010, acumularam alta de 37,3%. Há dois anos, o produtor pagou R$ 871, em média, pela tonelada do fertilizante. Em 2012, a média está em R$ 1.196 e com tendência de alta para o próximo semestre. Não são somente os fertilizantes que têm causado preocupação, mas outros insumos básicos como sementes e óleo diesel. Recentemente, tivemos alta de 6% no litro do diesel o que, com certeza, irá gerar mais despesas para o produtor. As sementes também subiram e, possivelmente, não haverá estoques suficientes para atender a demanda de plantio nessa safra, já que há uma expectativa muito grande de aumento de área em função dos bons preços das commodities. Outros insumos importantes, também merecem atenção como o calcário e gesso agrícola, que têm acompanhado a alta de preços dos produtos agrícolas, assim como os fertilizantes. Não há dúvidas de que para manter a rentabilidade é necessário bastante atenção ao mercado, tanto de produtos quanto de insumos, além de uma boa gestão no negócio agrícola. O famoso “tudo na ponta do lápis” é hoje fundamental no agronegócio e a busca por informações será importantíssima na tomada de decisões do produtor, de modo a conservar a sua rentabilidade e evitar prejuízos.

Carlos Costa

Alexandro Alves | alexandro@faeg.com.br

Alexandro Alves é assessor técnico da Faeg para a área de insumos agrícolas.

Agosto / 2012 CAMPO

| 13


Alunos da rede municipal de educação de Britânia participam da Maratoninha Anjos do Lago

Secretaria Municipal de Educação de Britânia

Agrinho 2012

Uma corrida pela vida Maratoninha dá continuidade à Experiência Pedagógica do Programa Agrinho premiada na edição passada Sheila Cavalcante | revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo

C

om o esporte como uma das principais ferramentas de inserção social e de resgate da autoestima, o projeto Anjos do Lago - vencedor da categoria Experiência Pedagógica do Programa Agrinho 2011, realizou no dia 23 de junho, a I Maratoninha Anjos do Lago – Uma corrida pela vida! Realizada na orla do Lago dos Tigres, em Britânia (GO), a corrida envolveu cerca de 400 crianças e adolescentes com idade de seis a 14 anos. O Sistema Faeg/Senar foi parceiro na ação. A Maratoninha teve início às 7h30 com a chegada da tocha olímpica ao Lago. Os concorrentes foram divididos em cinco categorias, conforme a faixa etária. Os primeiros colocados de cada bateria (masculino e feminino) receberam uma bicicleta, bem como medalhas e camisetas, que foram distribuí-

14 | CAMPO

Agosto / 2012

das aos participantes. A programação contou com apresentações artísticas, futebol de sabão, pula-pula, jogos educativos e brincadeiras. De acordo com a secretária municipal de educação, cultura, esporte e lazer de Britânia, Maria do Disterro dos Santos - a professora responsável pela Experiência Pedagógica premiada no ano passado no Concurso Agrinho -, esse tipo de atividade tem a finalidade de dar continuidade ao projeto Anjos do Lago, do Programa Agrinho, inserindo no cotidiano das crianças e dos adolescentes noções de cooperação e trabalho em equipe, competitividade, disciplina, responsabilidade e uma série de outros valores que são fundamentais na formação de um adulto. Segundo Maria do Disterro, a aposta no atletismo se deve ao forte apelo popular que a modalidade exerce,

facilidade de ser praticado e seu alto potencial como fator de inclusão e recuperação de adolescentes e jovens em situação de risco. “A ideia é darmos prosseguimento a ações como essa, que favorecem o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes”, comenta. Maria do Disterro lembra que o Agrinho gerou mudanças positivas no município. “Desde que começou a campanha do Programa, em 2011, a cidade de Britânia está mais limpa e as pessoas mais educadas”, destaca. Para o comandante do pelotão da Polícia Militar de Britânia, Israel Rodrigues de Souza Júnior, a corrida possui caráter preventivo para as crianças e adolescentes, por trabalhar a vontade destes jovens em se tornarem atletas e permanecerem longe do uso de drogas.

www.sistemafaeg.com.br


O estudante Gabriel Silva Carvalho, de 9 anos, que participou da maratoninha, disse que mesmo não tendo vencido em sua categoria, irá se dedicar ainda mais ao esporte. “Quero me tornar um atleta e participar de outras competições”. O pai, o operador de máquinas, Arcelino Luís de Carvalho, considera importante que o filho faça esporte. “Todos devem praticar de atividade física para terem uma vida saudável”, afirma. Já a professora aposentada Nair Antunes de Lima, tia de duas competidoras, fala que o esporte contribui para a criança não preencher o tempo com coisas ruins. Para ela, essas atividades estimulam o aprendizado em várias áreas. “Cresce uma criança com boa comunicação, com entusiasmo e comprometimento”, comenta Nair. Segundo a coordenadora do Pro-

Secretaria Municipal de Educação de Britânia

Mini atletas do Agrinho

Agrinho ajuda a formar atletas mirins

grama Agrinho em Goiás, Maria Luiza Batista Bretas, a expectativa é que mais municípios passem a aderir a este tipo de atividade. Esperamos que outras cidades de nosso estado tenham esta preocupação e interesse

em se organizar e realizar atividades assim”, diz. Para ela, este tipo de ação leva lazer, cidadania e fomenta ainda mais o gosto por trabalhos físicos tanto para os jovens quanto para os adultos.

55 19 3512 4000 | www.canavialis.com.br

Inovar para desenvolver novas

Variedades CV6654

CV7231

CV7870

Destaca-se pela excelente colheitabilidade, sanidade e perfilhamento.

Vigor, riqueza e excelente desempenho em ambientes intermediários são suas principais características.

Uma variedade com visual ereto, alta produtividade em ambientes C e D, excelente brotação de soqueira e colheitabilidade.

A CanaVialis está sempre buscando variedades cada vez mais adaptáveis às características brasileiras. Isto significa um constante investimento em tecnologias, processos de melhoramento genético e desenvolvimento de variedades, que proporcionam maior índice de acerto na liberação das mesmas para o mercado. As três variedades lançadas em 2012 mostram exatamente essa filosofia.


Marcus Vinicius

Mercado

Safra americana tem quebra histórica Quebra sem precedentes coincide com baixos estoques do grão. O resultado beneficia preço da saca nacional e deve repercutir em aumento da área da safrinha em 2013 Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo

O

cruzamento de uma série de fatores criou um cenário sem precedentes na história dos Estados Unidos. O severo período de estiagem aliado às altas temperaturas resulta em uma quebra de safra de grãos, especialmente milho, de, pelo menos, 102 milhões de toneladas, conforme nú-

16 | CAMPO

Agosto / 2012

meros oficiais do governo norte-americano divulgados no último dia 10 de agosto. Além disso, os estoques mundiais estão muito baixos e o resultado imediato para os produtores brasileiros é a safra mais lucrativa da história. O que diferencia esta quebra de safra da última de grandes proporções ocorri-

da nos Estados Unidos (1998), é exatamente a preocupação com os estoques mundiais. A previsão é que, no próximo dia 31 de agosto, momento em que se encerra o calendário americano da temporada comercial 2011/2012, os estoques norte-americanos estejam na casa das 16,5 milhões de toneladas, o que corwww.sistemafaeg.com.br


Especialistas acreditam que sem o maior produtor mundial de soja e milho no mercado exportador, o Brasil e a Argentina devem se beneficiar dos melhores preços desses grãos

gidas com o longo período de estiagem em regiões altamente produtoras como Illinois, Ohio, Indiana, Iowa. Ela conta que existem regiões totalmente devastadas pela severidade climática, exatamente em um mês cuja necessidade de precipitações seria crucial para a reação das lavouras norte-americanas. “O cenário é tão desfavorável que eles devem demorar alguns anos para recompor os estoques”, diz. O engenheiro agrônomo, Cláudio Prates Zago, que também atua na área de pesquisa e desenvolvimento, corrobora com a análise de Daniele e ainda vai além. Ele lembra que pouco se tem falado sobre as sementes de milho. Cláudio calcula que mais da metade da produção de sementes de milho dos Estados Unidos não são irrigadas, o que vem a ser um agravante para a próxima safra estadunidense. Ele conta que a saída encontrada por eles seria aumentar os investimentos da produção de sementes no Chile e na Argentina, países cujos climas e temperaturas são mais favoráveis para essa prática. “Mas essa é uma solução paliativa, porque são plantadas em setembro para abastecer o mercado em abril. Então ela spodem chegar muito tarde”, ressalta.

responde ao consumo de apenas 26 dias. A expectativa era de que esses estoques se elevassem para 35 milhões, quando começa a temporada comercial 2012 e 2013. Mas em função desta problemática, a estimativa não deve mais se consolidar. “Este é um ano dramático e ai está a preocupação. Em 1988, pelo menos, eles tinham um bom colchão de estoques e não apertava o quadro de oferta e demanda. Ao contrário deste ano, que eles já vinham de safras com estoques apertados”, diz a analista de mercado, Daniele Siqueira. A analista visitou, no segundo semestre de julho, algumas áreas atinwww.senargo.org.br

Marcus Vinicius

Boa hora Cláudio explica que todo esse cená-

rio contribui para que as próximas safras de milho sejam extremamente lucrativas para os produtores nacionais de milho. Daniele lembra ainda que essa quebra de safra veio em uma boa hora. Isso porque, em boa parte do primeiro semestre, o preço da saca de milho não esteve favorável e os valores só reagiram após a consolidação da quebra de safra norte-americana. Para se ter ideia, a quebra estimulou forte avanço nas exportações brasileiras, que alcançaram 1,7 milhão de toneladas em julho e podendo chegar a 3 milhões de toneladas este ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O volume é 12,6 vezes maior em relação ao embarcado em junho. O aumento da busca pelo milho nacional, diz, é resultado dos problemas da safra americana. Este aumento contribui com o aquecimento do mercado. Mas Daniele diz que não deve ter alterações expressivas no aumento da próxima área de milho verão. O planejamento da safra de verão foi realizado pelos produtores antes mesmo da garantia da quebra da safra norte-americana. Além disso, o preço da soja estava muito mais atrativo que a do milho. “Mas tudo isso deve mudar na safrinha. O aumento da área plantada de grão deve ser expressivo”, conta.

As exportações brasileiras de milho aumentaram 12,6 vezes no comparativo entre junho e julho.

Agosto / 2012 CAMPO

| 17


Marcus Vinicius

A procura por grãos brasileiros aumentou em função dos problemas com a safra norte-americana, que sofreu perdas em razão de uma forte estiagem.

Soja também sofre queda A analista de mercado, Daniele Siqueira, que também esteve presente em lavouras de soja que sofreram estresse híbrido nos Estados Unidos, afirma que, embora haja garantia de uma quebra de safra também nas lavouras de soja, ainda não dá para mensurar o tamanho da perda. Ela explica que se chover na primeira quinzena deste mês, há possibilidades de recuperação de boa parte das lavouras. “Elas ainda estão com sinais de floração e ela consegue reagir”, diz. Ela explica que no primeiro fim de semana de agosto, foram registradas precipitações em regiões das lavouras. O reflexo disso, diz, foi a queda da Bolsa de Chicago. Daniele acredita que a produção desta

18 | CAMPO

Agosto / 2012

safra americana deve ficar abaixo de 80 milhões de tonelada, enquanto a previsão era de 90,6 milhões. Aqui, outro cenário sem precedentes. Pela primeira vez na história, a produção de soja brasileira deve ultrapassar a norte-americana, já que a previsão da safra nacional é de 83 milhoes de toneladas do grão. A analista lembra que esse dado deve contribuir para que produtores goianos alcancem o terceiro ano consecutivo de boa safra aliada a bons preços. “Foram dois anos raríssimos para os goianos, ao contrário de produtores de outros Estados que, quando conseguem boa safra, não conseguem bons preços ou vice-versa”, ressalta. Como prova para a sucessão de bons ventos, ela argumenta

que 63% da próxima safra goiana já foi comercializada. “Claro que com bons preços, senão eles teriam aguardado mais” , calcula. Gargalo Cláudio Zago explica que todos devem ficar atentos aos investimentos de infraestrutura para que não seja perdida essa oportunidade única. “Todos sabemos que existem problemas nos portos, filas, problemas trabalhistas, mas temos que atentar às estradas”, afirma. O governo, diz, deve voltar os olhos para o escoamento da safra que está no interior do país, com a necessidade de melhorar a infraestrutura das estradas e não perder competitividade. “Senão podemos perder essa oportunidade”, conta.

www.sistemafaeg.com.br



O sorgo, em geral, tem mostrado melhores resultados que o milho safrinha

Jana Tomazelli

SAFRINHA

Produtores preferem sorgo Com boa produtividade e custo de produção mais baixo, quem apostou na cultura está satisfeito com os resultados do plantio Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo

20 | CAMPO

Agosto / 2012

www.sistemafaeg.com.br


www.senargo.org.br

Vilmar de Oliveira conta que aumentou a área de produção da cultura em função de ter conseguido antecipar o plantio em 15 dias

A renda do milho é de R$ 18,50 diante de um custo de R$ 2 mil por hectare. Já no sorgo, a renda proporcionada pela cultura gira em torno de R$ 700 por hectare. O produtor rural, Vilmar de Oliveira, foi além. Ele conseguiu uma produtividade maior, aliado a um menor custo de produção. Vilmar plantou 400 hectares de sorgo em uma propriedade a 15 quilômetros de Rio Verde, Sudoeste do Estado. Ele conta que aumentou a área de produção da cultura em função de ter conseguido antecipar o plantio em

Jana Tomazelli

E

mbora tenha cada vez mais liquidez no mercado e conquiste continuamente a confiança do produtor rural, o sorgo promete ser a bola da vez da safrinha no Estado de Goiás. Com boa produtividade e custo de produção mais baixo, quem apostou está satisfeito com os resultados oriundos do plantio. Mas teve também quem investiu pouco na cultura e se arrependeu. Esse resultado é refletido na diminuição de área. Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), este ano, foram plantados 296,5 mil hectares de sorgo no Estado – o que corresponde a uma área 8,1% menor que a plantada na safra passada. Em 2010/2011 foram plantados 296,5 mil hectares. Já na produção houve decréscimo de 14%. Foram colhidas 1,1 mil toneladas na safra 2010/2011 ante uma perspectiva de produção, para este ano, de 998,9 mil toneladas. Em função da extensão do período chuvoso, atingindo, principalmente, o momento do enchimento de grãos da planta, a produtividade do sorgo, desta safra, será superior às safras anteriores. Há produtor que afirme desconhecer ano tão favorável. Segundo o assessor técnico para a área de cereais, fibras e oleaginosas da Faeg, Leonardo Machado, o sorgo, de forma geral, tem mostrado melhores resultados que o milho safrinha. Dados da Faeg apontam uma produtividade média do sorgo de 50 sacas por hectare, a metade prevista para o milho safrinha. Entretanto, a cultura mais rústica, ganha produtores por ter um custo de produção reduzido. Para se ter ideia, o custo total de produção do sorgo, gira em torno de R$ 600 por hectare, enquanto o custo total de produção do milho safrinha, está na casa de R$ 2 mil por hectare. Considerando o preço da saca do sorgo (preço estimado no final de junho) de R$ 14 frente a R$ 18,50 do milho, o sorgo apresenta vantagens. Rentabilidade

15 dias. “Consegui plantar a soja um pouco mais cedo, colhi mais cedo e percebi que teria tempo suficiente para plantar toda essa área de sorgo” diz. Ele também dedicou uma área ao milho safrinha e que ambos estão em pleno desenvolvimento. “Arrisco a dizer que esse é o melhor ano para as duas culturas. Não faltou chuva na nossa região” conta. Ele distingue bem o sorgo do milho safrinha e diz o motivo que levam produtores a aceitarem cada vez mais o grão. Vilmar explica que a palhada deixada pelo milho safrinha resulAgosto / 2012 CAMPO

| 21


ta em um acréscimo significativo na produtividade para a cultura subsequente, o que poderia levar os produtores a privilegiarem o milho em toda a área destinada ao plantio de soja. Entretanto, o milho é uma cultura mais arriscada. Além do custo de produção ser mais elevado, ela tam-

bém requer tratos mais específicos, enquanto que o sorgo é mais rústico e se adapta ao estresse hídrico. “A palhada deixa uma umidade única. Onde ela permanece, pode aumentar a produtividade em até 15 sacas por hectare”, conta. Por isso, o sorgo é considerado a

cultura que segura as pontas dos gastos anuais do produtor, com a equipe de trabalho e outros custos naturais de uma propriedade produtiva. “Claro que também deixa uma margem. Mas o sorgo é mais garantido e usamos a renda proveniente dele para pagarmos esses tipos de contas”, afirma.

O produtor rural, Afonso Henrique Pires, também apostou na cultura e aumentou em 20% a área destinada ao sorgo. “Mas o aumento foi por uma questão operacional. Faltou semente de milho”, diz. Para essa safra, são 400 hectares resultando em uma produtividade de 67 sacas por hectare, bem superior à quantidade colhida na safra passada – 54 sacas. Toda a produtividade foi comercializada ainda em março por R$ 16,50. Afonso acredita que a boa rentabilidade do sorgo deve-se também ao aumento da produção da safrinha de milho – uma das três opções de safrinha para a região – milho, sorgo ou algodão. “Como o algodão não está bom, o sorgo é um bom mercado”, afirma. O clima parece mesmo ter sido o diferencial da cultura. Tanto é que o produtor já imagina aumentar ainda mais a área na próxima safra. “Se não tiver realizado nenhuma negociação do milho, pretendo aumentar a área do sorgo”, informou.

Afonso Henrique apostou na cultura e aumentou em 20% a área destinada ao sorgo

Jana Tomazelli

Produção elevada

Arrependimento Com a área toda preparada para receber os grãos da safrinha, no final do mês de janeiro e, com boas perspectivas para o milho safrinha, o produtor rural, Luziano da Silva Moraes, não pensou duas vezes e distribuiu três quartos dos 200 hectares disponíveis para o milho e somente 50 hectares para o sorgo. Com uma produtividade inve-

22 | CAMPO

Agosto / 2012

www.sistemafaeg.com.br


Quem investiu no sorgo está satisfeito com os resultados

nente da ração do gado – a R$ 15,50 a saca. Ele explica que outro fator deve contribuir para o bom ano do

sorgo. Com pouco milheto no mercado, o produto deve ter mais liquidez e preços favoráveis.

Jana Tomazelli

jável de até 80 sacas de sorgo por hectare, baixo custo de produção e bons preços no mercado, Luziano conta que se houvesse como prever, teria plantado os 200 hectares somente de sorgo. “Mas não tem jeito, não temos bola de cristal”, desabafa. Com 39 sacas, o produtor quita o custo de produção da propriedade localizada no município de Rio Verde, Sudoeste do Estado. Luziano explica que além da quantidade abundante de chuvas em maio, momento de enchimento de grãos da cultura, utilizou semente de alta tecnologia e boa adubação na base. “Isso tudo resultou em uma boa produtividade”, resume. Ao contrário de boa parte dos produtores, Luziano não comercializou antecipadamente sua produção. Ele conta que um vizinho de fazenda deve comprar toda sua produção para utilizá-la com o compo-


Cotonicultura

Maior produtividade A expectativa é que sejam colhidas em Goiás 137 mil toneladas de pluma Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo

A

pós a elevação do preço do algodão e da sensação de euforia de cotonicultores ocorridas na safra 2010/2011, essa nova temporada aponta uma espécie de cautela por parte dos produtores goianos. Embora permaneça na terceira colo-

24 | CAMPO

Agosto / 2012

cação do ranking de produtividade de algodão, ficando atrás dos Estados de Mato Grosso (MT) e Bahia (BA), o Estado de Goiás reduziu sua área de plantio se comparado à última safra. Foram plantados 89 mil hectares ante 108,3 mil hectares em 2011.

Apesar da diminuição da área plantada, os cotonicultores comemoram uma maior produtividade. A expectativa é que sejam colhidas no Estado 135 mil toneladas de pluma – o que corresponde a 1.507 mil quilos de pluma por hectare. Na safra ante-

www.sistemafaeg.com.br


Jana Tomazelli

rior, foram colhidas 162 mil toneladas – equivalente a 1.501 mil quilos de pluma por hectare. Segundo o assessor técnico para a área de cereais, fibras e oleaginosas da Faeg, Leonardo Machado, a expectativa é que a produtividade seja alta e ressalta que boa parte da safra já foi comercializada antecipadamente com preços ainda positivos. Os produtores aguardam janelas do mercado e se mantêm sintonizados com corretoras e trades para comercializar o restante da safra. Leonardo lembra que os preços apresentados abaixo do esperado pelos cotonicultores é resultado do crescimento dos estoques mundiais de algodão, pressionando os valores internacionais da pluma. Enquanto o crescimento da oferta do produto foi significativo, a demanda não acompanhou o mesmo ritmo. Dados divulgados pela Companha Nacional de Abastecimento (Conab), revelam que a pro-

dução aumentou 64% na temporada 2010/2011 (1,96 milhão de toneladas), em função da elevação de 67,4% da área. Em contrapartida, o consumo reduziu 8%, para 955 mil toneladas. “Acredito que o governo pode atuar no mercado”, diz. Já o produtor, Dalmo Sávio Martins Pereira, não compartilha dessa perspectiva. Ele acredita que o atual cenário nacional e internacional, como a crise econômica e atritos partidários, devem desviar a atenção dos atuais problemas do setor. Dalmo calcula que 75% da produção dos 400 hectares, localizados no município de Silvânia, foram comercializados antecipadamente a um valor de R$ 47 a arroba em pluma. “O restante aguarda o comportamento do mercado”, diz o produtor. Atraso Dalmo conta que devido ao prolongamento das chuvas, temperatura mais baixa e umidade elevada, so-

bretudo nas regiões mais altas do Estado, houve atraso na abertura das maçãs. Contudo, para ele, isso não deve interferir na qualidade da pluma nem na produtividade da lavoura. Por um lado, nessas regiões, enquanto a exposição à luminosidade resultou em uma quantidade elevada de número de maçãs no ponteiro do algodoeiro, o baixeiro teve menor produtividade em função da persistência da umidade. Esse clima acarretou doenças diversas, inclusive mofo branco. Dalmo calcula que a produtividade deve variar entre 250 arrobas a 300 arrobas em caroço. “A expectativa é que eu produza 280”, diz. O produtor acredita que as chuvas também não venham a comprometer a qualidade da pluma. Embora a exposição à nebulosidade, geralmente, resulta em fibras menos resistentes. O produtor avalia que as chuvas foram espaçadas e ainda contribuíram com o aumento da produtividade.

O produtor Dalmo Sávio calcula que 75% da produção foram comercializadas antecipadamente a um valor de R$ 47 a arroba da pluma

www.senargo.org.br

Agosto / 2012 CAMPO

| 25


Já o produtor Andreas Peters, acredita que as chuvas inesperadas que caíram em boa parte do Estado, especialmente na Região Sudoeste, na última semana de junho e início de julho, devem comprometer a qualidade da fibra do algodão. Ele conta que essas precipitações não são favoráveis nem para quem plantou em regiões de baixa altitude, tampouco em regiões mais altas. “Quem plantou em baixa altitude está colhendo e a chuva atrapalha. Quem plantou em alta, a chuva apodrece as maçãs dos baixeiros, além da maior incidência do mofo branco” finaliza. Andreas afirma que a produtividade nas regiões mais baixas, localizadas no município de Gouvelândia, foi menor. Entretanto, em regiões mais altas cujo plantio foi realizado mais tardiamente, houve picos de até 340 arrobas por hectare. “Em média, a produtividade deve ficar em 280 hectares”, calcula. O produtor explica que 85% da produção da sua propriedade, de 2 mil hectares, já foi comercializada na safra anterior. Ele conta que, prevendo valores desfavoráveis para comercialização, só não reduziu a área em função da necessidade de honrar os contratos. Andreas vai além. Para a próxima safra, ele calcula uma redução significativa da área de algodão no Estado em detrimento do bom preço da soja. “Devo plantar mais soja precoce e investir no plantio de algodão safrinha”, diz.

Para a próxima safra, o produtor Andreas Peters, calcula uma redução significativa da área de algodão no Estado em detrimento ao bom preço da soja

Jana Tomazelli

Clima alerta produtores

Safra nacional Mesmo com preços estimados abaixo do esperado pelos cotonicultores, a safra brasileira deve alcançar recorde de produtividade. O produto já havia atingido safra recorde no ano passado, mas a produção deste ano será 4,6% maior que a de 2011. A previsão é de uma safra de 5,3 milhões de toneladas, segundo o Levantamento Sistemático de Produção Agrícola, divulgado em junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 26 | CAMPO

Agosto / 2012

www.sistemafaeg.com.br


A balança comercial do algodão está cada vez mais consolidada no País. Enquanto a indústria têxtil brasileira importa cada vez menos - no período entre agosto de 2011 e maio de 2012 foram apenas 5.682 mil toneladas oriundas do exterior, o que corresponde a 95,59% menor que da safra 2010/2011 - as exportações caminham para atingir a marca histórica de R$ 1 milhão de toneladas, um recorde no volume de vendas. A safra brasileira 2011/2012 já fechou, o número de cargas enviadas ao exterior chegou a 966.958 mil toneladas, que representa U$1,9 mi-

lhão, segundo dados do Sistema de Analise das Informações de Comercio Exterior (AliceWeb), do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDCI). A quantidade já corresponde uma elevação nas exportações de 121,86% em relação ao total vendido ao exterior na safra 2010/2011. No comparativo com o mesmo período (agosto e maio) da safra 2010/2011, houve um incremento de 138,4%. Como reflexo da redução da área plantada de algodão no País (9,2%), altos custos de produção e queda nos preços, a Associação de Algo-

dão na China, estima que a produção no país oriental, e maior consumidor mundial do produto, deve cair. Com isso, o Brasil deve ser beneficiado estimulando a exportação para os chineses, maior produtor, consumidor e importador mundial do produto. Para se ter ideia, as importações devem bater recorde de 4,5 milhões de toneladas. Somente entre os meses de setembro e abril, as compras somaram 3,75 milhões de toneladas. Mesmo assim, a demanda de algodão no País deve atingir nove milhões de toneladas, um milhão a menos que o estimado pelo governo chinês.

Jana Tomazelli

Importação e exportação

Mesmo com preços estimados abaixo do esperado pelos cotonicultores, a safra brasileira deve alcançar recordes de produtividade

www.senargo.org.br

Agosto / 2012 CAMPO

| 27


Shutterstock

CAMPO RESPONDE

As folhas das minhas pimenteiras malaguetas começaram a diminuir e secar. O que devo fazer para salvá-las? Madalena Monte

O que provavelmente está ocorrendo são ataques de ácaros ou pulgões que ficam localizados na parte inferior das folhas provocando o sintoma de enrolamento e a secagem. O mais indicado é procurar a ajuda de um profissional para fazer a correta recomendação do produto a ser utilizado para combater a praga. CONSULTOR: ALEXANDRO ALVES, assessor técnico da Faeg para a área de fruticultura.

Sou produtor de leite no município de Trindade (GO) e preciso de ajuda para permanecer na atividade. Gostaria de saber sobre o Projeto Balde Cheio. Júlio Tomaz

O Programa Balde Cheio é levado aos produtores interessados por meio de parceria com o Sindicato Rural. Dessa forma, recomendo que entre em contato com o Sindicato do seu município, no caso Trindade, para obter maiores informações sobre esse Programa e outros relacionados com a atividade leiteira. CONSULTOR: FLÁVIO HENRIQUE, chefe do departamento técnico de Senar, em Goiás.

Envie suas dúvidas para revistacampo@faeg.com.br. Não se esqueça de colocar nome completo, a região onde mora e a cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta. 28 | CAMPO

Agosto / 2012

www.sistemafaeg.com.br


Andréia Peixoto

DELÍCIAS DO CAMPO

Mousse de Tamarindo Ingredientes: 2 pacotes de gelatina em pó sem sabor – 24 gramas 2 xícaras de água 1 xícara de polpa de tamarindo 2 xícaras de leite 1 lata de leite condensado 1 lata de creme de leite 10 colheres de açúcar

Modo de preparo: Umedeça a gelatina em dez colheres de água fria, misture bem e leve ao fogo baixo até derreter completamente. Não pode deixar ferver. Coloque a gelatina no liquidificador e junte todos os ingredientes e bata até formar um creme homogêneo. Coloque em uma travessa e leve à geladeira até ficar consistente. Rende aproximadamente 12 porções.

Shutterstock

Receita elaborada por Andréia Peixoto, instrutora de Cozinha Rural do Senar, em Goiás.

www.senargo.org.br

Envie sua sugestão de receita para revistacampo@faeg.com.br ou ligue (62) 3096-2200. Agosto / 2012 CAMPO

| 29


CASO DE SUCESSO

Galinha dos ovos de ouro O conhecimento na avicultura de corte possibilitou ao produtor Cloves Pio dobrar o lucro Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br

T

ípico nos pratos goianos, o frango caipira é uma atividade que necessita de pouco espaço e investimento. Foi pensando nas facilidades que, há oito anos, Cloves Pio de Miranda, do município de São João da Paraúna, deu início à atividade. Mas a falta de conhecimento e

30 | CAMPO

Agosto / 2012

habilidade não permitia que o negócio decolasse. Foi então que ele ficou sabendo, por meio do Sindicato Rural do município, do treinamento de Avicultura Básica, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás. O produtor conta que começou na

atividade logo após a participação do treinamento. “Um mês depois de ter feito o curso eu dei início a criação para revenda.” Para Cloves, o trabalho com frangos tem muitas facilidades, entre as principais estão o manejo e o tempo. “Sem falar que é uma atividade que requer pouco espaço, e

www.sistemafaeg.com.br


Hoje, Cloves trabalha com 800 frangos, mas no início da atividade não era bem assim. “Quando comecei eu tinha em média apenas 30 frangos. E devido ao conhecimento adquirido com o treinamento consegui aumentar de forma significativa esse número.” Cloves conta que a intenção é aumentar ainda mais. “Minha meta é chegar até o fim desse ano com dois mil frangos no galpão”, conta. O crescimento já resultou em grandes conquistas na vida de Cloves. Ele conta que, com o dinheiro do frango conseguiu trocar de carro e até comprar um lote. “Meu lucro gira em torno de 100%. O custo da produção dos frangos é de R$ 10 e eu vendo cada ave por R$22. É uma atividade que me rendeu bons frutos e que ten-

de a crescer ainda mais.” Cloves destaca que conseguiu ultrapassar as barreiras de São João da Paraúna, e, atualmente, seus clientes são de várias regiões, principalmente de Goiânia. “Têm várias pessoas que vêm da capital especialmente para comprar meu produto”, conta. O objetivo do treinamento de avicultura de corte é reconhecer as principais técnicas de criação de aves com qualidade. Nas aulas, os participantes aprendem os sistemas de produção e características das aves caipiras; manejo reprodutivo e incubação; manejo de aves para postura e para corte; construções de galpões, piquetes e parques. Além de ter noções de alimentação e tipos de ração, programa sanitário e noções do abate. Jana Tomazelli

Jana Tomazelli

Após participar de treinamento do Senar, em Goiás, criador de frango caipira viu sua vida mudar

não necessita de muito pessoal para mão de obra. Em minha propriedade somente eu e minha mulher cuidamos do negócio.” Cloves, que sempre morou na zona rural, desde cedo tinha vontade de dar início à atividade, mas não tinha noção de como trabalhar corretamente. Um exemplo disso é o tempo que as aves demoram para chegar ao ponto de revenda. Antes, Cloves levava oito meses para conseguir chegar ao ponto esperado. “Atualmente, consigo diminuir esse tempo para quatro meses”, destaca.

www.senargo.org.br

O criador Cloves mostra fase de nascimento dos animais Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de São Josão da Paraúna devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone: (64) 3560-1180 Agosto / 2012 CAMPO

| 31


CURSOS E TREINAMENTOS

Em prol do setor lácteo

N

Marcelo Martins

o último dia 16 de julho a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizou Workshop para tratar da necessidade de fortalecer as ações de Assistência

marcelo.martins@senargo.org.br

Técnica, Extensão Rural e Qualificação Profissional. O Superintendente do Senar, em Goiás, Marcelo Martins, participou como debatedor do evento apresentando o trabalho desenvolvido pelo Sistema Faeg/Senar em prol da profissionalização no setor.

EM JULHO, O SENAR PROMOVEU

297 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 34

114

6

1

7

97

38

Na área de agricultura

Em atividade de apoio agrossilvipastoril

Na área de silvicultura

Na área de agroindústria

Na área de aquicultura

Na área de pecuária

Em atividades relativas à prestação de serviços

32 | CAMPO

Agosto / 2012

www.sistemafaeg.com.br


Segundo o Superintendente, o planejamento das ações foi baseado no resultado do Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Leite de Goiás, que apontou alguns entraves para o aumento da competitividade, como o baixo percentual de produtores com assistência técnica (apenas 18% são assistidos regularmente por técnicos), e a dificuldade de acesso a informações (53% afirmaram que a principal fonte de informação é a televisão e o vizinho). Esta constatação tem gerado baixos índices zootécnicos (alto capital imobilizado em terra, baixo percentual de vacas em lactação e baixa produtividade da área e da mão de obra) e econômicos (receita insuficiente para cobrir os custos totais). Como consequência, o Estado vem perdendo posições no ranking, já foi o segundo maior produtor nacional, e atualmente, é o quarto, com o agravante da sucessão nas propriedades (apenas 42% dos filhos dos produtores pretendem continuar produzindo leite). Para reverter este cenário, o Sistema Faeg/ Senar vem atuando em várias frentes. Não obstante o zelo nas questões políticas e institucionais como a vigilância em relação às importações e o acompanhamento de preços recebidos pelos produtores, há um trabalho focado na qualificação da mão de obra, por meio das ações de Formação Profissional Rural, na capacitação técnica e gerencial por meio de programas especiais como o Gestão da Pecuária Leiteira, Mercado Leite e Empreendedor Rural.

Mais recentemente, o Sistema passou a investir na assistência técnica utilizando a metodologia do programa Balde Cheio e na educação formal de jovens por meio Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatc). No ano de 2011 foram realizadas, na atividade leiteira, mais de mil ações, com cerca de 12 mil participantes entre técnicos, produtores e trabalhadores rurais. Marcelo Martins conclui sua apresentação apontando algumas questões relevantes para o aprimoramento do trabalho. É preciso fortalecer as parcerias com as instituições públicas e privadas ligadas ao ensino, a pesquisa e a extensão; há a necessidade de criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural e; é necessário implantar projeto de Meritocracia na Assistência Técnica pública e privada, conforme proposta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Fundação Dom Cabral. Também foram debatedores no evento a Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br

83 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL 38

6

4

4

Alimentação Organização Saúde e Prevenção e nutrição Comunitária Alimentação de acidentes

www.senargo.org.br

1

29

Educação Para Consumo

Artesanato

3.996

PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS

Agosto / 2012 CAMPO | 33


CAMPO ABERTO

Nasce um partido no campo: o PPD

Ascom/Andef

L

José Annes Marinho é engenheiro agrônomo, gerente de educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef).

34 | CAMPO

endo ali, acolá, em tempos de eleição pensei que os produtores poderiam lançar uma nova sigla, para lutar por suas necessidades, o Produzir, Preservar para quem tem o Dom (PPD). Ultimamente, tenho visto diversas discussões relacionadas ao campo, código florestal, plano safra 2012/2013, agrotóxicos no leite materno, resíduos em alimentos, desmatamento, sequestro de CO2, na maioria das vezes pautadas pela emoção, pouca ciência e o pior: muito pouco de razão. Acredito que isso seja oriunda de nossa cultura antepassada. Mas, em algum momento, teremos que mudar os nossos hábitos que discriminam o nosso maior bem. Lembre-se: o produtor rural vem fazendo isto há bastante tempo. Temos muitos exemplos: o plantio direto, a preservação de grande parte do nosso meio ambiente, a maior economia verde do mundo, e ainda tem gente que a chama de economia marrom, onde estamos? Particularmente, o produtor tem buscado melhorar seu desempenho. Um processo que tem se difundido muito é a certificação, ou seja, o controle total de suas atividades tanto do ponto de vista social, ambiental e de boas práticas. O que isso

Agosto / 2012

significa? Que o consumidor está exigindo este processo e que não tem volta. Temos alguns exemplos como cana-de-açúcar, mamão, uva, morango, soja, laranja, entre outras. Estive, recentemente, participando de algumas discussões em São Paulo, nos planos de governos municipais, onde um dos pontos discutidos é exatamente este. E a pergunta que deve ser respondida é a seguinte: como podemos ajudar os produtores a certificar-se? Tarefa aparentemente fácil, um agrônomo ou veterinários ou técnicos agrícolas podem fazer isso, certo ou errado? Errado: do ponto de vista operacional. Já do ponto de vista técnico: sem problemas. Eles são capazes e competentes. No entanto, os entraves são enormes, poucos têm conhecimento das metodologias. Os supermercados exigem a certificação, porém não mostram o caminho aos produtores. Seria função deles? As cooperativas tentam, mas seu foco mudou, nem sempre tem foco em assistência, as revendas no mesmo caminho, as indústrias fazem educação, porém pode e deve fazer mais, e o governo, ah governo, o que está fazendo?

Todas essas questões são difíceis de serem respondidas, talvez pela falta de estrutura de assistência técnica do governo que realmente está sucateada em quase todo o País. Sinceramente, se não criarmos um sistema onde todos possam se ajudar, teremos uma dificuldade enorme em chegar à certificação, processo que irá garantir definitivamente a segurança alimentar dos brasileiros. Isso não quer dizer que não tenhamos, mas acredito que todas as donas de casa gostariam de saber onde e como são produzidos os alimentos. Tudo isso, sem dúvidas, sem notícias alarmantes, que expõem o Brasil aos nossos concorrentes. Em muitas vezes, desnecessariamente. Alguns municípios já estão pensando nisto e com certeza serão pioneiros. Além de produzir para a sua população, saberão quais alimentos produzem e a sua origem. Tudo isso pensando no consumidor. Tarefa difícil ou fácil? Imagino que seja difícil, mas como disse anteriormente: se trabalharmos onde todos se ajudam mutuamente, certamente nossa tarefa será menos árdua. Lembrem-se: o melhor está por vir!

www.sistemafaeg.com.br




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.