ISSN 2178-5781
Ano XIII | 218 | Agosto 2013
Economia e Sustentabilidade
Sistema de Irrigação com uso da água da chuva garante economia e produção sustentável
Crédito Rural Fábio Lenza, vice-presidente da Caixa Econômica Federal é entrevistado desse mês
Produção e qualidade Programa Leite Legal aumenta qualidade do produto no Estado
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PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da
Produção sustentável
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
Conselho editorial Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins Editores: Francila Calica (01996/GO) Reportagem: Catherine Moraes e Leydiane Alves Fotografia: Larissa Melo e Mendel Cortizo Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO) Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: (62) 3096-2200 revistacampo@faeg.com.br
DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Vice-Presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo
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cabamos de sair de um período muito produtivo no que se refere à discussão sobre a produção de alimentos e a sustentabilidade ambiental em Goiás. Temos aprovado o novo Código Florestal Estadual e, com isso, maior clareza sobre os diretos e deveres de cada produtor. Durante esse período de discussões, o segmento agropecuário pode apresentar à sociedade o que é produção com sustentabilidade. Demonstrou que os maiores responsáveis pela preservação do meio ambiente estão no campo. Dia após dia, o setor não se polpa em dar exemplos de que recursos naturais devem ser utilizados com racionalidade. É o caso dos produtores do município de Cristalina. Reconhecida como a maior área irrigada da América Latina, abriga inúmeros exemplos de utilização de processos que racionalizam o uso da água e potencializam os resultados da produção de alimentos. São práticas utilizadas largamente em Goiás pelos produtores, conscientes de que a continuidade da atividade produtiva está atrelada à perpetuação dos recursos naturais. Agricultura sustentável, altamente produtiva e competitiva é o que fazemos por aqui.
Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.sistemafaeg.com.br
José Mário Schreiner Presidente do Sistema FAEG/SENAR
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Alexandre Cerqueira
Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601
Aviação agrícola em discussão
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Faeg discute projeto que visa proibir atividade em Goiás
Produção aliada à qualidade
Caixa Econômica
The Frame
PAINEL CENTRAL
Caixa operará R$ 3,7 bilhões
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Fábio Lenza, da Caixa, fala sobre como o banco irá atuar na disponilização do crédito
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Programa Leite Legal busca capacitar produtores e auxiliar no crescimento produtivo com foco na qualidade
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Agenda Rural
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Fique Sabendo
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Delícias do Campo
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Cursos e treinamentos do Senar
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Campo Aberto
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Mendel Cortizo
Produtividade sustentável
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Resgate de tradições
Larissa Melo
Sistema de irrigação com uso da água da chuva em Cristalina auxilia produtores
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Cavalgadas e queimas de alho reforçam cultura rural
Sistema de irrigação utilizado em Cristalina garante economia e alta produtividade. Foto: Mendel Cortizo.
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Importância da administração
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Após participar do Programa Empreendedor Rural, vitivinicultora, Vanilda Padilha, de Itaberaí, auxilia o marido na administração do negócio
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AGENDA RURAL
16 e 17 de agosto
4º Festival ABC da Boa Mesa – Alho, Batata, Cebola e Leite Local: Cristalina Informações: (61) 3612-5732
13/08
17/08
Seminário Regional de legislação Trabalhista Rural
Inauguração Memorial Antônio Fábio Ribeiro
Local: Jataí
Local: Padre Bernardo
Informações: (64) 3631-2223
Informações: (61) 3633-1152
23/08
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Campo Saúde Luziânia/ Jardim Ingá
Campo Saúde Cidade Ocidental
Local: Luziânia
Local: Cidade Ocidental
Informações: (62) 3096-2114
Informações: (62) 3096-2114
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FIQUE SABENDO Registro
Reunião discute entrega da ferrovia Norte-Sul Mendel Cortizo
editora saraiva
Livro
Administração Rural Teoria e Prática Para ter sucesso em qualquer atividade agropecuária, o empresário rural deverá lançar mão de conhecimentos da Administração Rural. Embora seu campo de atuação seja bastante amplo, a obra busca enfocar os principais aspectos da Administração, visando ao uso racional dos fatores de produção e objetivando o aumento da produtividade por meio da adoção das principais práticas agrícolas sob a coordenação de uma sólida base administrativa.
No último dia 19 de julho, o vice-presidente institucional da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Bartolomeu Braz, ao microfone) participou de reunião sobre o andamento da Ferrovia Norte-Sul. O evento foi realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e contou com a presença do Diretor de Operações da Valec, Bento José de Lima e do vice-governador do Estado, José Eliton. Durante o evento, Bento de Lima
anunciou a entrega do trecho Palmas-Anápolis para fevereiro de 2014 e disse ainda que, no Estado, 94% da obra já está conclusa. Foi cogitado ainda a possibilidade de incluir no projeto inicial um terminal no município de Goianira. Com localização na Região Metropolitana, o local serviria como complemento para o modal de Anápolis. Iniciada há quase 30 anos, a ferrovia tinha como penúltima meta ser entregue no ano de 2010. Em todo o país, 38% dos trechos já foram executados.
Pesquisa
Café faz bem ao coração O tradicional cafezinho é uma das bebidas mais consumidas e apreciada no Brasil e no exterior. Mesmo tendo essa popularidade, as propriedades nutracêuticas do café ainda é vítima de desinformação. No entanto, estudos recentes mostram que a bebida, se consumida com moderação, é saudável para o ser humano.
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De acordo com o médico e pesquisador Luiz Antonio Machado César, do Instituto do Coração - InCor, do Hospital das Clínicas – HC da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP, o café não faz mal à saúde se tomado em quantidades moderadas, ou seja, até quatro xícaras ao dia. Ele avalia os efeitos do café sobre variáveis
que envolvem o sistema cardiovascular para saber os efeitos da bebida na pressão arterial e no coração de pacientes que já têm doenças coronárias. Os estudos vêm sendo desenvolvidos há quatro anos na Unidade Café e Coração, instalada no InCor, por meio de parceria com o Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.
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PROSA RURAL
Fábio Lenza Caixa Econômica Federal
é vice-presidente de Pessoa Física da Caixa Econômica Federal
Em busca do crédito rural
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Caixa Econômica Federal irá destinar R$ 3,7 bilhões ao custeio agrícola e pecuário, além de verba para investimento em máquinas/equipamentos, aquisição de animais e projetos
de infraestrutura rural. No total, cerca de mil agências irão operar o crédito rural e poderão auxiliar ainda em programas habitacionais no campo. Nesta edição da Revista Campo, o vice-presidente da Caixa, Fábio Lenza fala sobre o trabalho a ser executado, as metodologias e garantias a serem oferecidas. Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
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Revista Campo: A Caixa iniciou a sua atuação no Crédito Rural (CR) em setembro de 2012, com um projeto piloto desenvolvido em 62 agências de oito estados brasileiros. Qual a meta para esse ano? Fábio Lenza: Para o ano-safra 2013/2014, iniciado em 1º de julho, o banco vai aplicar mais de R$ 3,7 bilhões em recursos destinados ao custeio agrícola e pecuário e a operações de investimentos em máquinas/ equipamentos, aquisição de animais e projetos de infraestrutura rural. A atuação no Crédito Rural veio complementar o amplo portfólio de produtos já oferecidos pela Caixa a seus clientes e possibilitar a intensificação do relacionamento com o segmento de Agronegócios que representa cerca de 25% do PIB Nacional e tem crescido a um ritmo acima da média dos demais setores da economia. Revista Campo: Quais são os documentos necessários para o cálculo do Limite de Crédito do Produtor? Fábio Lenza: Os principais são: os documentos pessoais, documentos de caracterização do cliente como produtor rural, identificação do imóvel de aplicação do crédito, orçamento simplificado, plano ou projeto da atividade a ser desenvolvida. O orçamento simplificado pode ser utilizado em operações de custeio de valor até R$ 500 mil. Revista Campo: Essa é a maior participação da Caixa neste segmento. Além de trazer novos recursos para o setor agropecuário, quais ou-
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tros benefícios serão oferecidos aos produtores rurais? Fábio Lenza: Os produtores rurais pessoas físicas que contratarem o crédito rural na Caixa terão à sua disposição condições diferenciadas em outros produtos e serviços do banco, tais como cestas de tarifas, financiamento habitacional, outras operações de crédito, aplicações financeiras, seguros, dentre outras. Revista Campo: As garantias são as mesmas praticadas por outros agentes? E como ficam os produtores que já possuem hipoteca em primeiro grau com outros agentes financeiros? Fábio Lenza: As garantias são negociadas e definidas de acordo com a operação, e são aquelas permitidas pelas normas vigentes e válidas para todos os bancos. Alguns exemplos são: a hipoteca ou alienação fiduciária de imóveis, penhor agrícola ou pecuário, alienação fiduciária de automóveis e máquinas, aval ou fiança. No caso de hipoteca, a garantia em primeiro grau deve ser registrada em nome da Caixa. Revista Campo: Como será feito o cálculo do limite de crédito? Fábio Lenza: O limite de crédito é definido com base na avaliação do perfil do cliente e na análise do orçamento, plano ou projeto apresentado pelo produtor, levando-se em conta aspectos como os custos de produção, produtividade, receita esperada, etc. Revista Campo: Os bancos têm metodologias para deferimento de operações em agências, superintendências e diretoria de crédito, como isso é feito pela Caixa? Fábio Lenza: A metodologia adotada pela CAIXA prevê alçadas de
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agência, superintendência regional e diretoria, com destaque aos financiamentos realizados por meio do “Custeio Fácil CAIXA”, para valores até R$ 300 mil, que poderão ser analisadas e aprovadas diretamente na agência de forma rápida e fácil.
O limite de crédito é definido pelo perfil do cliente e pela análise do orçamento, plano ou do projeto apresentado Revista Campo: As linhas de crédito rural estão disponíveis em quantas agências da Caixa? E quais as regiões? Fábio Lenza: As linhas de crédito rural estarão disponíveis em cerca de mil agências da Caixa, distribuídas por todas as regiões e em cidades com forte atuação no agronegócio. Outra novidade que a Caixa traz para safra 2013/2014 é o Caminhão do Agronegócio, unidade móvel que funciona como agência, divulgando e disponibilizando o crédito rural em feiras agropecuárias e em outros eventos do setor. Revista Campo: A Caixa atende
produtores, cooperativas e agroindústrias em diferentes tipos de culturas. Quais são elas? A atuação do banco também envolve o financiamento a atividades pecuárias? Fábio Lenza: As principais culturas atendidas são soja, milho, trigo, arroz, feijão, sorgo, café, laranja, cana e algodão. A atuação do banco também envolve o financiamento a atividades pecuárias, incluindo os segmentos de bovinos, suínos, aves e ovinos/caprinos. Novas culturas e modalidades de financiamento serão incluídas de acordo com a demanda identificada. Revista Campo: Com relação ao Pronaf, vocês pretendem operar apenas com operações de custeio ou serão mais agressivos nas operações de investimento? Fábio Lenza: Estamos iniciando o atendimento ao Pronaf por meio de repasse a cooperativas, para posterior ampliação. Revista Campo: O programa Minha Casa, Minha Vida Rural já é operado pela Caixa, existe alguma vinculação com as operações de investimentos? Como, por exemplo, contratar um empréstimo para habitação e outo para investimento. Fábio Lenza: O objetivo da Caixa não é vincular operações e sim atender as necessidades dos clientes, buscando ofertar as melhores soluções e opções de crédito. A maior participação do banco no segmento do Agronegócio, além de trazer novos recursos para o setor agropecuário, também propiciará o acesso, aos produtores rurais e seus familiares e empregados, a outros produtos da Caixa como planos odontológicos e programas habitacionais para a construção, reforma e ampliação de moradia no campo.
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MERCADO E PRODUTO
Preços do leite em recuperação
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novo patamar de preços do leite tem permitido ao produtor a recomposição de perdas de outras épocas e tem sido fundamental para o planejamento de novos investimentos em médio e longo prazos. A menor produção de leite, neste período de entressafra, e a demanda firme impactaram para essa recomposição. A oferta de leite no campo continua restrita, acirrando a disputa pela matéria-prima por parte dos laticínios. Essa restrição foi causada, dentre outros fatores, pelos elevados custos de produção ao longo do ano passado que fizeram com que os produtores freassem a produção para não incorrerem em prejuízos na atividade. Segundo o levantamento do CEPEA/USP, a captação de leite no Brasil caiu 2% de maio de 2013 em relação a abril de 2013. Também segundo levantamento da Faeg, em 20 cooperativas em Goiás essa captação quando comparado maio de 2013 a maio de 2012, recuou cerca de 9,32%, se considerado o período de janeiro a maio de 2013, a queda foi de 10,8%. Mesmo a entrada da safra de leite no sul do país não foi suficiente para alterar o quadro de escassez do produto. Agentes de mercado mencionam que as chuvas que eram esperadas para abril e maio, chegaram somente no final de maio, atrasando a semeadura das pastagens de inverno e fazendo a produção do sul do país avançar somente 0,72% de
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maio/2013 em relação a abril/2013. Outro aspecto que contribuiu para essa recomposição de preços ao produtor foi que as condições para a importação não estão favoráveis devido à valorização do dólar e também à menor oferta mundial de leite, o que elevou os preços internacionais de lácteos. Os preços em julho, impulsionados, principalmente, pela queda na produção de leite da Nova Zelândia, maior player no mercado internacional. No último leilão realizado pela plataforma Global Dairy Trade (que é a referência para o mercado internacional de lácteos), a cotação do leite em pó integral apresentou alta de 7,7% em relação ao último leilão realizado 15 dias antes, fechando em US$ 5 mil/tonelada. As cotações internacionais continuam bem acima das observadas no mesmo período do ano passado. O preço médio dos lácteos está 75% maior que no mesmo período de 2012. Em maio/2013, a balança comercial de lácteos brasileira foi deficitária em US$ 25 milhões, mesmo com uma redução de 26% no volume importado. Essa baixa disponibilidade de leite, tanto no mercado interno como no mercado externo, aliada à demanda firme pelo consumidor tem provocado grande disputa pela matéria-prima entre as indústrias, com reflexos sobre os preços aos produtores e aos preços dos derivados lácteos. Simultaneamente, o merca-
do de derivados lácteos tem refletido a oferta mais restrita de matéria-prima. Muitos representantes de laticínios estão aumentando os preços de seus produtos justamente para diminuir as vendas, no receio de não conseguir cumprir as entregas. Segundo levantamento no mercado atacadista de São Paulo, os preços médios do leite UHT estão na faixa de R$ 2,30/litro (cotação de 22/07/2013), aumento de 1,91% nos últimos 15 dias. Apesar do acréscimo dos preços aos produtores, a rentabilidade não aumentou muito. Isso em função de que os custos de produção ainda estão maiores em 2013. O Custo Operacional Efetivo (COE) entre abril/maio/2013 está 11% maior do que no mesmo período do ano passado, o que mantém o alerta no que diz respeito ao controle dos gastos. Em junho os preços de leite recebido pelos produtores em Goiás variaram entre R$ 0,85 e R$ 1,15/litro. Tais preços variam devido a vários fatores, como quantidade, qualidade, distância até a indústria, dentre outros conforme sistema de pagamento por parte das indústrias de laticínios. Observa-se que é a lei da demanda e da oferta regendo o mercado. Segundo especialistas do setor, a tendência é de que os preços continuem firmes pelo menos até setembro, quando as precipitações devem voltar com mais frequência e permitir que o gado leiteiro tenha mais pastagem.
Carlos Costa
Edson Novaes | edson@faeg.com.br
Edson Novaes edson@faeg.com.br é gerente de estudos técnicos e econômicos da Faeg
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AÇÃO SINDICAL Jaupaci
Corumbá de Goiás
Resgate de tradições Sindicato Rural de Jaupaci
Município Bicentenário Mais de cinco mil pessoas acompanharam, no dia 6 de julho, os desfiles em comemoração ao 283º aniversário do município de Corumbá de Goiás. O Sistema Faeg/Senar e o Sindicato Rural de Corumbá participaram com os Programas Agrinho e Pronatec. A caminhada teve várias apresentações que ressaltaram a cultura local, como as Cavalhadas e Carros de Boi.
Anápolis
Minha Casa, Minha Vida Rural Sindicato Rural de Anápolis
O Sindicato Rural de Jaupaci realizou, no dia 11 de julho, a abertura da Expojaú 2013. A solenidade foi realizada na arena do rodeio. Entre os presentes estavam o prefeito municipal Absalon Batista Guimarães, o presidente do Sindicato de Jaupaci, Laerte Dourado; o Deputado Estadual, Tales Barreto e o Gerente Sindical da Faeg, Antelmo Teixeira. O evento iniciou com uma queima de fogos, apresentação das autoridades ao público e montaria dos peões. Segundo o presidente do Sindicato Rural, a realização da Expajau é um grande desafio.
Piracanjuba
Confraternização Coapil Mais de cinco mil pessoas se reuniram na 3ª Confraternização dos Associados da Cooperativa Agropecuária Mista de Piracanjuba (Coapil), onde foi oferecido pelo presidente da Coapil, José Lourenço de Castro, um almoço para festejar com seus associados e familiares. Na ocasião, o presidente do Sistema Faeg/Senar José Mário, participou da abertura do evento e destacou a importância de cooperativas para o segmento.
Os 20 primeiros contratos das casas em construção pelo Programa Minha Casa, Minha Vida Rural, foram entregues, no mês de julho, em uma solenidade realizada pelo Sindicato Rural de Anápolis e a empresa GAU. A previsão é que as 20 primeiras casas sejam entregues, no dia 30 de setembro. Entram na lista dos beneficiários os municípios de Anápolis, Ouro Verde, Campo Limpo, Abadiânia e Pirenópolis. O objetivo é que até o final do ano sejam entregues 200 moradias.
Itauçu
Jovens aquicultores Cerca de 100 pessoas participaram da solenidade que deu início às capacitações das turmas do Projeto Jovem Empreendedor Aquicultor. O evento foi realizado no dia 17 de julho. Na ocasião foram formadas as primeiras seis turmas que receberão o treinamento de aquicultura, que será ministrado em Itauçu, Itaberaí e Inhumas. Segundo o prefeito de Itauçu, Moacir Barbosa (Tulim)o projeto terá um fábrica de rações que será construída com recursos do Ministério da Pesca, na ordem de R$ 14 milhões. A administração dos recursos será de responsabilidade da prefeitura de Itauçu.
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Posse e eleições
Nota de Falecimento:
Durante os meses de junho e julho cinco Sindicatos Rurais realizaram posses de diretoria eleitas, confira:
Bom Jesus de Goiás Faleceu no dia 15 de julho o primeiro secretário do Sindicato Rural de Bom Jesus de Goiás, Benedito Maia. A liderança sindical integrou o grupo fundador da entidade.
Fazenda Nova Para o próximo triênio, o Sindicato Rural de Fazenda Nova terá Dionísio Gomes Dias como presidente; Tiago de Oliveira, vice-presidente; Israel Fernandes como primeiro secretário e Clarindo Oliveira assume como tesoureiro.
Itaberaí No dia 14 de julho, faleceu o ex-presidente do Sindicato Rural de Itaberaí, Otávio Luz.
Petrolina de Goiás
Aporé Edil Yuiti Morissugui foi reeleito presidente do Sindicato Rural de Aporé, acompanhado de Corival Cândido, como secretário; Gercione Carvalho Filho, como tesoureiro. No Conselho Fiscal ficaram: Luiz Cláudio Lorusso, Eldo de Assis e Leonel Navarini.
Ipameri
Leite Legal chega a Goiás Larissa Melo
Assume o posto de presidente Kássio Douglas Gomes que tem em sua diretoria executiva o vice-presidente, Rogério Lopes Viana, a secretária, Edna das Graças Rosa e o tesoureiro Rogério Silva.
Campo Alegre Nilson José da Silva é o presidente eleito do Sindicato Rural de Campo Alegre. Para o próximo triênio, o acompanham na diretoria executiva o primeiro secretário Ricardo Ariki e tesoureiro, Rideo Okuda.
Barro Alto No Município de Barro Alto, assume a presidência do Sindicato Rural Maria do Socorro Moreira como presidente; Célio Aguiar, vicepresidente; Hélio Justino da Costa, primeiro secretário e Eloi Pascoal Vasconcelos da Silva, tesoureiro.
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Uma vaca que ensina a garantir a qualidade do leite tirado foi a atração mais visitada do estande do Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural de Ipameri, durante a Expo Ipameri 2013. Dotada de computadores, a maquete da vaca do Programa Leite Legal instrui o produtor, por meio de um vídeo educativo, a como cumprir as normas da Instrução Normativa (IN-62), para a qualidade do leite. O vídeo apresenta os cuidados que devem ser tomados desde a pré-ordenha até a chegada do leite à indústria.
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pecuรกria de leite
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Produção com mais qualidade Programa Leite Legal capacita produtor para produzir mais e melhor. Consumidor será beneficiado Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br
Especial para a Revista Campo
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mais elevado pelo litro do leite. A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu também conversou com as principais indústrias dos Estados. “Se não houver uma melhora em toda a cadeia, se a indústria não fizer uma análise do leite de todos os produtores, pelo menos, uma vez por mês, fica difícil avançarmos”, avalia a presidente. Para ela, a tomada da decisão por parte da indústria de pagar mais por um leite de qualidade é o que irá definir a velocidade do avanço da
qualidade do produto no País. O diretor técnico do Sebrae Goiás, Wanderson Portugal, afirma que a instituição ajudou a elaborar as cartilhas e liberou parte dos recursos. A proposta, diz, é acompanhar as ações e oferecer para os produtores noções de gestão e complementar o ensino técnico dos produtores. “Pretendemos fazer uma consultoria no campo, acompanhar mais de perto e trabalhar a visão de empreendedorismo no campo”, diz.
Presidente da CNA, senadora Kátia Abreu afirma que indústria precisa fazer análises
Wenderson Araujo/CNA
Wenderson Araujo/CNA
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egundo o presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, são dois os maiores pontos positivos do programa: a educação continuada e a possibilidade de o produtor rural conseguir, após a confirmação da melhor qualidade do leite, angariar melhores preços na venda do litro de leite para as indústrias. Rodrigo explica que todos os participantes do curso, recebem visitas técnicas em suas propriedades. No local, é realizada uma avaliação passo a passo em todo o procedimento de boas práticas de produção de leite em um sistema de check list. Vale lembrar que o processo começa na ordenha e termina na entrega do leite as indústrias. “Tudo é feito com uma caneta especial que memoriza o que está sendo escrito. Ela aponta as características da propriedade, descarrega as informações em um programa e todos os dados vão fazer parte de um banco de dados”, diz. Rodrigo ressalta que em uma próxima etapa, com base na análise do leite, poderá ser providenciada uma nova visita técnica. A análise poderá ser feita também via indústrias. A ideia é de que seja trabalhada toda a cadeia produtiva. Confirmando uma melhor qualidade do leite de uma região, a perspectiva é de a indústria de laticínio pague um preço
Para Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da CNA, a educação continuada é um dos pontos positivos do Programa Leite Legal Agosto / 2013 CAMPO
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Para Rodrigo Alvim, as medidas são fáceis de serem cumpridas. Dos procedimentos, dois são os mais cobrados: contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O primeiro é feito pelo teste da caneca de fundo preto. Nela, os primeiros jatos de leite da ordenha são analisados. Se estiverem com aspecto coalhado, são indícios de que o animal apresenta infecção. “Aí tem um custo maior, porque terá que tratar o rebanho e o leite não pode ser aproveitado”, diz. Entretanto, a contagem bacteriana é simples. “É capricho, higiene”, resume. Ele informa que o produtor rural deve utilizar um detergente desengordurante específico para realizar a lavagem de todos os equipamentos. “Não é comprar esses domésticos, eles não retiram toda a gordura, gerando presença de bactérias”, diz.
Larissa Melo
Pronatec Leite Segundo o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, a
Larissa Melo
Medidas simples garantem qualidade
Presidente do Sistema Faeg/ Senar, José Mário Schreiner afirma que maior demanda do Pronatec é da pecuária leiteira
maior demanda do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) é da pecuária leiteira. “30% do orçamento do Pronatec é destinado à atividade”, diz. Sendo assim, diz, o Senar Central está desenvolvendo o Pronatec Leite. O programa consiste em não só qualificar a mão de obra, mas também realizar o acompanhamento na propriedade. Para ele, o maior gargalo do setor é a assistência técnica e o processo educacional. “Precisamos atualizar os técnicos, capacitar o produtor e qualificar a mão de obra”, diz. Ao encontro dessa necessidade, o Senar já oferece os programas de Gestão da Pecuária Leiteira, Mercado Leite e Balde Cheio. O primeiro, com base na formação continuada, o aprendizado das melhores técnicas de manejo, reprodução, administração da propriedade, entre outros assuntos ligados à pecuária leiteira. A duração média é de quatro meses. “Os produtores obtêm informações voltadas para a gestão”, explica o
superintendente do Senar Goiás, Marcelo Martins. Já o programa Mercado Leite, incute conhecimento em outra seara na qual o produtor costuma ter pouca habilidade. Conhecer o custo de produção, rentabilidade e as técnicas de negociação são fundamentais para a sustentabilidade do negócio. Dividido em dois módulos, o período de aplicação do curso é de cerca de 30 dias. Marcelo lembra que os produtores devem procurar os Sindicatos Rurais de sua região. “Eles são os mobilizadores das turmas”, afirma. O Senar contabiliza mais de 18 mil participantes ao longo de sua história. O Programa Balde Cheio pode ser considerado a menina dos olhos da instituição. Em parceria com os municípios, o programa trabalha a aplicação de assistência técnica nas propriedades rurais. O Balde Cheio, atualmente, possui mais de 60 grupos e a meta é atingir 100 grupos até o fim do ano. “Em pouco tempo, um produtor que tira 100 litros por dia, pode atingir cerca de 400 litros”, afirma.
Segundo o superintendente do Senar, em Goiás, Marcelo Martins, já está sendo desenvolvido um Pronatec Leite
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O vice-presidente administrativo da Faeg e produtor de leite, Eurípedes Bassamurfo, explica que a saúde do animal reflete na saúde do homem e na saúde da renda da propriedade. É necessário criar métodos minuciosos para controle da sanidade, mas também para os gastos e rentabilidade. “O produtor rural costuma investir na propriedade, mas apresenta dificuldades para gerir”, diz. A realidade do Estado é que cerca de 80% dos pecuaristas de leite não recebem assistência técnica. “Eles estão descobrindo aos poucos que, com gestão é possível ter lucro e sustentabilidade”, diz. Alguns exemplos pontuais provam o sucesso de programas como o Balde Cheio. Eurípedes afirma
Jana Tomazelli
Discussões sobre a atividade
Rosangela Zoccal, afirma que é necessário levar mais informações aos produtores, já que a atividade é cheia de detalhes
que alguns produtores, aplicando somente as técnicas repassadas, ou seja, sem imprimir investimentos, nem contrair dívidas, conseguiram até triplicar a produtividade do rebanho.
Gestão Por ser uma atividade disseminada em todo o Estado e, geralmente, os conhecimentos são passados de geração em geração, boa parte dos
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produtores rurais acreditam que dominam a técnica de produção de leite. A pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, Rosângela Zoccal, explica que essa é das características que dificultam a melhoria na gestão. “O nível de instrução formal dos produtores ainda é baixo e, bem ou mal, todos acham que sabem produzir leite”, argumenta. Ao contrário dessa simplicidade imaginada por alguns produtores, ele explica que a atividade leiteira é complexa e cheia de detalhes. “São muitos os fatores envolvidos: alimentação, reprodução, sanidade, meio ambiente, entre outros”, afirma. Ele ressalta que, em sua palestra, pretende focar na gestão técnica, discutindo a importância de acompanhar os indicadores zootécnicos, como produção por animal, por área e por mão de obra, por exemplo. Além disso, os produtores serão informados sobre custo de produção de leite e os principais itens que os compõem. Para isso, aposta na confecção de uma planilha. Ela explica que essa ferramenta proporciona conhecer os pontos que mais pesam no custo de produção. “A planilha proporciona ao produtor informações para tomar decisões”, diz.
Defensivos agrícolas
Aviação agrícola em discussão Projeto que tramita na Assembleia Legislativa de Goiás quer proibir prática Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br
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om o intuito de discutir o projeto de lei que proíbe a prática de aviação agrícola em Goiás, de autoria do deputado estadual Mauro Rubem (PT), representantes das empresas responsáveis se reuniram, no último mês, com diretores, técnicos e o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner. Projetos semelhantes já foram discutidos e rejeitados nos estados do Paraná e Piauí. A Faeg elaborou um parecer técnico/jurídico e concluiu que o uso da aviação é viável e os malefícios explicitados no projeto de lei não condizem com a realidade. Esta técnica é usada há mais de 65 anos. A entidade defende que a lei não seja modificada, mas que a fiscalização seja cumprida de forma mais efetiva. “Queremos trabalhar em sincronia, pois a aviação agrícola é fundamental. Eu não poderia tomar deci-
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sões isoladas, individuais. Por isso, chamei todos aqui. Esta análise, assim como as decisões a serem tomadas é algo que temos que fazer em conjunto”, afirmou o presidente José Mário durante a reunião. Importância e viabilidade A utilização de aviões para pulverização de defensivos apresenta vários benefícios em relação ao uso de pulverizadores terrestres. Entre as principais vantagens estão a uniformidade, redução nos custos, redução no tempo de aplicação e melhor aproveitamento das condições climáticas. Para o engenheiro agrônomo e consultor técnico da Faeg, Cristiano Palavro, outro fator importante é o fato de o avião não encostar-se à lavoura a ser aplicada, diminuindo as perdas por “pisoteamento de máquinas” e evitando o transporte de do-
enças e pragas para outros locais, que ao infestarem outras lavouras, exigiriam maior número de aplicações de produtos químicos. Para algumas culturas como o milho, por exemplo, a utilização de equipamentos terrestres fica inviável após as plantas atingirem um maior porte, sendo a aplicação realizada geralmente com aviões agrícolas. “Fazendo um cálculo simples, numa lavoura de soja com produtividade de 50 sacas por hectare, utilizando a cotação atual do grão (R$ 55), as perdas pela utilização de aplicação terrestre seriam de R$ 82,50 por hectare, pela destruição das plantas no ‘rastro de pulverização’, completa o técnico. Eficiência Enquanto um avião agrícola cobre uma área de até 1.200 hectares em um dia, um pulverizador terrestre atingiria uma área máxima de 150 www.sistemafaeg.com.br
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Presidente da Faeg, José Mário se reuniu com representantes das empresas
hectares diários. Outro fator importante é que na aplicação terrestre, o uso médio de água é de 100 litros por hectare pulverizado, contra os 15 litros por hectare da aplicação aérea, garantindo assim uma maior economia de recursos naturais. Problemas gerais O parecer da Faeg afirma que, do ponto de vista técnico, sem o devido acompanhamento por profissional da área todos os meios de aplicação de produtos químicos utilizados atualmente apresentam riscos. Por este fato é necessário o cumprimento e fiscalização da legislação vigente sobre a utilização destes produtos, garantindo assim o uso de boas práticas no campo que eliminem os riscos oferecidos pela atividade. E isso, não diz respeito apenas ao uso de aviação, mas de toda forma de atuação. www.senargo.org.br
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Cultura Popular
Resgate de tradições Com presença forte em outros Estados, cavalgadas e queimas do alho ganham força em Goiás Em Itarumã, aniversário da Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br
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reparar a refeição à moda dos tropeiros ou desfilar com bois, mulas, cavalos e burros: ações que se tornam mais frequentes em Goiás. Seja com arroz de carreteiro ou o feijão que ganha o nome de tropeiro, o importante é queimar o alho e preparar a comida em fogão improvisado, próximo ao chão. Já para as cavalgadas, tralha antiga é pré-requisito! O engenheiro agrônomo Flávio Bimbata é natural do interior de São Paulo e afirma que lá, a tradição da Queima do Alho é mais forte. Desde 2006, com ajuda de aproximadamente 40 amigos, ele formou uma comitiva em Goiás para participar dos principais eventos do país. Entre as cidades que eles já passaram: Barretos,
Iporá, Trindade e Rio Verde. Além do concurso de comida, eles participam também de desfiles de mulas. “Meu pai foi tropeiro e eu tenho muitas recordações boas. Há cinco anos decidimos, por exemplo, ir para Trindade em comitiva, montados à cavalos. Levamos aproximadamente seis dias. Não há restrição, tem idosos e crianças, filhos, sobrinhos. O importante é nos reunir e comemorar”, completa. Apenas em julho, Pontalina, Goiatuba, Itarumã e Campinorte realizaram cavalgadas. Em Itarumã, o aniversário da cidade é comemorado em grande estilo, com concurso de desfile country em cavalos, burros e bois. A tralha usada é antiga e os acessó-
cidade foi comemorado com cavalgada
rios valem nota! O julgamento é por equipe e leva em consideração traje, organização e disciplina. Neste ano, cerca de 265 pessoas participaram, divididas em 28 equipes. “Não é permitido ingerir bebida alcoólica durante o concurso. Na premiação, entretanto, compensamos os vencedores. O primeiro lugar ganha 30 caixas de cerveja, o segundo 20 e o terceiro 10. É um momento de diversão e muitas cidades vizinhas como Lagoa Santa também participam. Para o final de 2014, a meta é começar a realizar também a queima do alho”, afirma Luís José Machado, vice-presidente do Sindicato de Itarumã e um dos responsáveis pela organização do evento.
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Código Florestal
Cadastro Ambiental Rural recebe ajustes Previsão de retorno é de três meses. Neste período, inscrições não serão realizadas
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Ministério do Meio Ambiente suspendeu, temporariamente, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) que estava disponível para inscrição de produtores no site www.car.gov.br. O CAR estava há quatro meses em fase de testes em Goiás e no Rio de Janeiro. O período serviu para que o Ministério pudesse detectar os pontos deficientes da ferramenta. Em nota, o Ministério do Meio Ambiente explica que o site do CAR ficará fora do ar, temporariamente, para que melhorias sejam implementadas. A previsão é de que o prazo
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necessário seja de três meses. A nota também esclarece que, durante esse período, novas inscrições estarão suspensas, mas que todos os dados dos Cadastros já inscritos não serão perdidos. Após a conclusão dos trabalhos de adequação do Cadastro, um Ato da Ministra de Estado do Meio Ambiente estabelecerá a data a partir da qual o CAR será considerado, oficialmente, implantado no país para que os produtores possam cumprir a Lei 12.651/2012 e o Decreto 7.830/2012. Segundo a Semarh, os produtores goianos não serão prejudicados
com a decisão do Ministério do Meio Ambiente, pois o órgão não suspendeu os atuais procedimentos de registro de Reserva Legal, mesmo quando o CAR estava sendo testado em Goiás. A Lei Federal 12.651/12 já previa que os Estados deveriam dar continuidade aos processos de averbação durante o período de transição para o CAR. Mesmo diante da suspensão temporária, a Semarh continuará os treinamentos da Ferramenta CAR. Atualmente, já foram realizadas 38 turmas e, aproximadamente, 1400 pessoas treinadas.
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Fracila Calica | francila@faeg.com.br
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IRRIGAÇÃO
Mais produtividade com menos água Sistema sustentável permite que produtores rurais de Cristalina utilizem água da chuva armazenada em barragens para plantar e colher o ano todo Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br
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Especial para Revista Campo
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rodutores do Vale do Pamplona, localizado na região de Cristalina, não conseguem apontar uma única desvantagem no sistema de irrigação sustentável. O armazenamento da água das chuvas em sistema de contenção de barragem, permite que os produtores produzam o ano todo, com mais segurança, controle de pragas, maior produtividade e o melhor, sem desperdício - já que o aprimoramento da técnica e investimento em novas tecnologias, nos últimos anos, reduziram pela metade o uso da água na irrigação. A conta não batia. Reconhecida pela abundância de chuva entre os meses de outubro e março, produtores de Cristalina viam uma quantidade absurda de água escorrer pela terra sem conseguir aproveitá-la. Já no período de seca, a carência do recurso impedia que a região deslanchasse o agronegócio de forma sistematicamente rentável. Foi quando produtores começaram a desenvolver técnicas para trabalhar em harmonia com o fenômeno de sazonalidade climática. Barragens com o intuito de armazenar a água da chuva foram construídas na tentativa de equalizar essa conta. “Antes buscavam direto do
Produtor Luiz Carlos Figueiredo possui dois mil hectares irrigados com uso de 20 pivôs centrais
rio, justamente no período em que o nível estava caindo. Era pouca água e muito uso. Hoje, tem todo um trabalho científico, a água que escorria é armazenada, sem prejudicar o rio. É todo um processo sustentável”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Cristalina e superintendente de Irrigação do Estado de Goiás, Alécio Maróstica. Atualmente, em Cristalina, são 635 pivôs instalados e estão construídas 110 barragens sustentáveis. Essa tecnologia, permite que o município plante e colha durante todo o ano, culturas como café, alho, batata, cenoura, cebola, trigo, milho, beterraba e tomate industrial, entre outras. Alécio atesta que Cristalina é o município com maior área irrigada da América Latina – com 54 mil hectares. Ele explica que, dessa forma, o produtor domina a quantidade necessária
de água para produzir, maximizando a qualidade, produtividade e empregabilidade. “Hoje nós irrigamos 34 culturas e existem outras 12 em fase de teste de irrigação” diz. Outro benefício, conforme ele, é que a irrigação é um importante regulador de mercado. “Quando falta feijão no mercado, por exemplo, temos capacidade de produzir mais essa cultura”, afirma. O produtor rural, Luiz Carlos Figueiredo, possui dois mil hectares irrigados distribuídos em culturas como café, milho, feijão, trigo, aveia, alho, cebola, cenoura e beterraba. Para tanto, são utilizados 20 pivôs centrais e quatro barragens para contenção de água. Para o produtor, o sistema de irrigação sustentável permite plantar e colher com segurança. “Você controla a água, pragas e os custos de produção”, diz. Ele cita o feijão, como uma cultura que apresenta grande dificuldade de manejo e produtividade em condições climáticas desfavoráveis. Prova disso é que o município já comemora maior volume de produção no período da seca. Figueiredo calcula, em determinadas culturas, produtividade até 30% superior no período da seca se comparada ao pe-
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clo do milho safrinha. Esse ganho de tempo só é permitido graças a segurança garantida pelo sistema de irrigação sustentável. De olho no mercado Onorato explica que a tomada de decisão das culturas plantadas no período da seca, depende da necessidade do mercado. “Busco a perspectiva de melhores preços, ou seja, a lei da oferta e procura”, afirma. Ele acredita que, nesta safra, a bola da vez seja o feijão. Com preço em alta no mercado, a rentabilidade deve atrair boa parte dos produtores do Vale do Pamplona. Nos 310 hectares irrigados de sua propriedade, também cabem culturas como trigo, tomate e milho para as agroindústrias. “Mas o produtor costuma ficar antenado com o mercado para tomar as decisões mais rentáveis”, diz.
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ríodo chuvoso. Dessa forma, a elevação do custo de produção por meio do bombeamento da água na irrigação é compensada com o aumento da produtividade e também pelo controle de pragas. “Às vezes conseguimos diminuir o número de aplicações”, afirma. Segundo o produtor rural, Onorato Paludo, o sistema de irrigação sustentável possibilita que as culturas como milho e soja, sejam plantadas mais cedo, no início do mês de outubro, logo após a liberação do vazio sanitário. Como não costuma chover na região na primeira quinzena de outubro, eles utilizam as águas armazenadas nas barragens para fazer uma irrigação suplementar. “Utilizamos a irrigação suplementar no início do ciclo da soja, porque não chove ainda nessa época”, ressalta. O mesmo ocorre a partir de abril, no fim do ci-
Onorato afirma que sistema de irrigação sustentável possibilita que as culturas como milho e soja sejam plantadas mais cedo.
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Paulo Bonni, pioneiro e empreendedor Um dos pioneiros na atividade agrícola baseada na irrigação sustentável da Região de Cristalina, o produtor rural e empresário, Paulo Boni, faleceu aos 53 anos, no dia 05 de julho e deixa, além da saudade, exemplos de coragem, perseverança e empreendedorismo. Boni saiu do Estado do Rio Grande do Sul, muito jovem, aos 21 anos, cheio de sonhos e vontade de desbravar a região. Desacreditado por muitos, inclusive sem total apoio financeiro e governamental, Boni investiu dinheiro próprio, em sociedade com seus irmãos, na implantação de pivôs centrais de irrigação. Em áreas arren-
dadas, plantaram diversas culturas em locais ainda não explorados. Assim, Paulo Boni investiu na construção das primeiras barragens para acúmulo de águas fluviais para serem utilizadas no período de estiagem. O sonho do jovem Boni, firmou e expandiu. Prova de que o visionário gaúcho estava correto é que, atualmente, a região de Cristalina é a maior área irrigada da América Latina e o celeiro agrícola do Estado de Goiás. Familiares ressaltam que Paulo Boni inovou também no mundo do empreendedorismo. Ele criou um modelo de negócio verticalizado, onde somou a produção agrícola com
parcerias na industrialização dos produtos cultivados, agregando valor aos produtos agrícolas. O resultado desse passo arrojado é a consolidação do Grupo Goiás Verde, com mais de 30 anos de mercado, é uma das maiores produtoras individuais de tomate e milho doce em área irrigada, contando, atualmente, com 60 pivôs centrais. Paulo Boni, deixa esposa, Maria Terezinha Boni, três filhos, Paula, Luiz Paulo e Caroline Boni. Como legado, além da força na inovação e coragem, familiares espelham virtudes como humildade e honestidade a serem seguidos e admirados.
Uso Racional Alécio Maróstica explica que estudos técnicos apontam que o uso racional da água não prejudica os rios. Se usada democraticamente e aplicando as técnicas de conservação e preservação, diz, não falta água para ninguém. “Mas ainda precisamos pesquisar mais e buscar o máximo de informações sobre atingir uma maior produtividade com o mínimo de água. Qual a quantidade ideal de água para cada cultura, para o momento da cultura, a hora certa de começar e parar de irrigar. Temos que buscar essas respostas embasadas na ciência”, afirma. 28 | CAMPO
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Festival da Boa Mesa Entre os dias 16 e 18 de agosto, o município de Cristalina será palco da 4º edição do Festival do Alho, Batata, Cebola e Leite – o ABC da Boa Mesa. O festival, que surgiu com o objetivo de divulgar o papel das três hortaliças no desenvolvimento socioeconômico do município e aproximar os produto-
res da sociedade, promete ganhar mais destaque com a participação da cadeia produtora leiteira. Além disso, com a parceria da Prefeitura Municipal de Cristalina e do Sebrae-GO, o aspecto gastronômico e de entretenimento serão reforçados com um caráter de capacitação profissional e de incu-
tir possibilidades de empreendedorismo para o pequeno e médio empresário. Uma dessas ações está vinculada ao curso de capacitação de garçons da região. Entre os dias 15 e 19, eles participarão de aulas sobre higiene, regras de etiqueta à mesa, estrutura e utilização de equipamentos e utensílios.
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aumento de 1,5% na alíquota do ICMS do Óleo Diesel (13,5% para 15%) vai refletir diretamente nos custos de produção agropecuários e chegará, inevitavelmente, ao bolso do consumidor. Desestímulo na produção de alimentos, elevação dos custos de transporte e de produção são apenas alguns dos problemas a serem enfrentados pelas famílias goianienses e, é por este motivo, que representantes das entidades do setor rural, da sociedade civil, produtores rurais e lideranças municipais se reuniram, dia 30 de julho, na sede da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para tratar do assunto. No que se refere apenas à soja, milho, feijão, algodão e cana, o impacto direto no setor será de R$ 24 milhões ao ano. Ainda não é possível dizer a porcentagem de aumento que chega ao bolso do consumidor final, devido à complexidade das cadeias de distribuição e comercialização. Na soja, o óleo diesel representa 13% para cada hectare de lavoura. Quem depende de transportes e fretes também será atingido, imediatamente. A previsão é que o Diesel aumente em 3 centavos no posto. Como o álcool e a gasolina também são transportadas por caminhões movidos ao óleo, os demais combustíveis passarão a valer mais caro. De acordo com o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, o produtor rural e a população goiana não podem ser sacrificados para
Aumento na alíquota do ICMS do Diesel chegará ao consumidor Decreto do governo estadual aumentou o valor de 13,5% para 15% Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br 30 | CAMPO
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o aumento do IGPM acumulado entre os anos de 2002 e 2013, que foi de 85,73%. No primeiro semestre de 2013, Goiás abateu 2,1 milhões de cabeças de gado e, se a média permanecer, os pecuaristas devem pagar, no próximo semestre, valor equivalente a R$ 2,7 milhões em impostos. Pecuarista e presidente do Sindicato Rural de Britânia e Aruanã, Wagner Marchesi afirma que Goiás está vivendo uma reserva de mercado por cartel. “O produtor não tem opção de vender para fora do Estado. São Paulo, por exemplo, compra gado de Rondônia, porque paga mais barato. Goiás é hoje o maior confinador, mas acredito que se continuarmos nesta situação, em dois anos estaremos importando boi para abate. O produtor está desestimulado e 80% dos pecuaristas daqui têm a atividade apenas como um bico”, pontua. Outro exemplo que tira a competitividade da produção goiana é a alíquota do ICMS cobrado pela venda
que problemas de perda de arrecadação fiscal sejam resolvidos. Ele afirma que entende a perda da receita do Estado, mas acredita que apenas o setor não pode arcar com o prejuízo por completo. Por fim, ele voltou a defender o Fundo de Desenvolvimento Agropecuário. “O setor rural goiano não pode ser onerado com mais aumento de tributos. O produtor já fica com o ônus do alto custo de produção causado pela infraestrutura e logística ineficientes. É um setor que tem garantido divisas ao Estado e ao Brasil nos últimos anos e já contribuiu em muito com o governo apoiando, inclusive, o Fundo de Transportes Goiano”, completou. Defesa agropecuária O decreto governamental aumentou ainda as taxas de defesa agropecuária. Para o abate de bovinos, por exemplo, a taxa por cabeça subiu de R$ 0,50 para R$ 1,25, um aumento de 150%. A porcentagem é maior que
do boi vivo para fora de Goiás. Enquanto o Estado recolhe 12%, Mato Grosso e Tocantins recolhem, respectivamente, 7% e 3%. Transporte de gado Por fim, foram criadas 12 taxas correspondentes ao trânsito de animais. A decisão prejudica, por exemplo, produtores que realizam a cria, recria e engorda. Dentre de um mesmo sistema, quem tiver que transportar os animais de uma fazenda para outra deverá arcar com encargos mais de uma vez. Entre os meses de janeiro e junho deste ano, a movimentação de gado de até 24 meses, que não simbolizam a quantia total, foi de 4,8 milhões. Com o acréscimo de R$ 0,20 por cabeça, o rombo aos produtores atinge a casa dos mais de R$ 960 mil. Uma necessidade apontada por todas as entidades presentes na reunião foi a de dialogar com o governo estadual em busca de uma solução.
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CAMPO RESPONDE
A lagarta Helicoverpa armigera foi um grande problema na Bahia no ano passado e acreditase que ela já esteja infestando as lavouras também em Goiás. Já foi identificada a praga no estado? Quais culturas ela pode atacar e trazer danos econômicos? Sebastião Alcântara Sim. Tanto os produtores, como as instituições de pesquisa e defesa vegetal já identificaram a praga atacando as lavouras dentro do Estado de Goiás. A lagarta H. armigera é extremamente polífaga podendo se alimentar de mais de 180 espécies de plantas, já tendo sido identificada em lavouras de soja, milho, algodão, feijão, tomate, milheto, sorgo, citros e hortaliças. Cristiano Palavro, Consultor Técnico da Faeg para a área de cereais, fibras e oleaginosas
É necessário emitir GTA de bezerros recém-nascidos, de vacas leiteiras, que serão doados? Luís de Almeida Assis Toda e qualquer movimentação de saída de animais (venda, doações, exposições) ou entrada de animais na propriedade (recebimento de doação, aluguel, compra) é necessário estar acompanhada da Guia de Trânsito Animal (GTA). Mesmo que seja de somente um animal e mesmo que este seja movimentado entre vizinhos de cerca, será necessário tal documento. O procedimento se faz necessário para evitar problemas sanitários, manter o controle do estoque de animais em dia e evitar contratempos com a Secretaria da Fazenda que também exige a emissão de nota fiscal. Atualmente, o produtor pode solicitar o seu cartão CNA CARD para auxiliar na emissão de GTA de forma on-line, de qualquer local que acesse a internet. Procure o Sindicato Rural de seu município e se informe. Christiane Rossi, assessora técnica da Faeg para a área de pecuária de corte
Envie sua pergunta para revistacampo@faeg.com.br ou ligue (62) 3096-2200. 32 | CAMPO
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DELÍCIAS DO CAMPO
PÃO DE FUBÁ INGREDIENTES 1 Kg de farinha (ou até dar o ponto) 3 ovos 2 copos de farinha de fubá ½ copo de açúcar 1 colher de sopa de sal ½ copo de óleo 2 copos de leite 4 colheres de sopa cheia de margarina 20 g de fermento biológico seco
Envie sua sugestão de receita para revistacampo@faeg.com.br ou ligue (62) 3096-2200.
Receita elaborada por tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar Goiás, Cristiano Ferreira da Silveira.
MODO DE PREPARO: 1º PASSO: Bata no liquidificador os ovos, o fubá, o açúcar, o sal, o óleo e o leite. 2º PASSO: Em uma bacia misture o líquido batido, a margarina e o fermento. Vá colocando a farinha até a massa se desprender da vasilha. 3º PASSO: Cobrir a massa com um pano e deixar fermentar por (no mínimo) 40 minutos. 4º PASSO: Coloque em uma assadeira, pincele-os com ovo batido e coloque para crescer até dobrar de tamanho. Leve ao forno pré-aquecido 150° até dourar.
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Larissa Melo
Caso de Sucesso
O segredo da administração Participante do PER em Itaberaí afirma que produção modificou após gestão da propriedade Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br
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m 1998, o casal Razia deixava o Sul do País para se dedicar à plantação de uvas em Itaberaí, região Central de Goiás. A princípio, foram chamados de loucos e muitos afirmaram que o clima aqui não era propício para os parreirais. Por sorte, as pessoas estavam erradas e o casal hoje possui 12,5 hectares de diversos tipos de uva que são colhidas duas vezes por ano. Apesar do sucesso, a esposa, Vanilda Padilha Razia percebeu, no final do ano passado, que eles ainda careciam de experiência sobre gestão. Foi aí que ela decidiu participar do Programa Empreendewww.sistemafaeg.com.br
3ª visita de adequação do Programa Alimento seguro e adianta que o casal pretende abrir a propriedade para visitação e vender, além dos próprios produtos, alimentos de outros produtores como queijo. Vanilda também não parou no primeiro curso, fez treinamento em adubação e se orgulha de dizer que os galhos do parreiral que antes tinham 3 ca chos, hoje possuem até seis, acima do normal. O desejo agora é fazer a segunda etapa do PER, ainda mais avançada. “A gente sabia trabalhar mas não entendia de administração. Ter consciência dos gastos e lucros é fundamental em qualquer negócio”, conclui. Larissa Melo
um dos programas mais importantes do Senar e do Sebrae e sou muito grata por ter participado dele”, completa. Ela afirma que, no início o marido Danilo Razia não acreditava muito em seu potencial de administradora, mas, aos poucos, foi cedendo. “Eu achei que sabia tudo, mas percebi que a ajuda dela e deste curso eram muito importantes”, reforça o esposo. Atualmente, além de venderem a uva, eles fabricam um suco natural - vendido em todo o Estado - geleia e estão iniciando a produção de vinho caseiro. O desejo de se aperfeiçoar não para por aí não! Danilo conta que a propriedade está prestes a receber a
dor Rural (PER), oferecido pelo Senar Goiás em parceria com o Sindicato Rural da cidade e o Sebrae Goiás e afirma que tudo mudou para melhor. Vanilda conta que, na propriedade do casal, não havia organização exata das vendas, assim como do que possuíam. Com o PER ela realizou um inventário da fazenda catalogando os pés de uva, mexerica, eucalipto e aprendeu outras coisas como plantar frutas diversas para que os passarinhos não comam as uvas, principal fonte de renda. “Hoje, se eu vendo uma caixa de uva, eu anoto. Tenho tudo catalogado. Acho que o PER é www.senargo.org.br
Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de Itaberaí devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone (62) 3375-1533. Agosto / 2013 CAMPO
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CURSOS E TREINAMENTOS
Aplicação de Defensivos A hora, dose e forma correta Cláudio José de Sousa | claudio@senar-go.com.br
EM JUNHO, O SENAR PROMOVEU
338 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 47 Na área de agricultura
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Em atividade Na área de de apoio silvicultura agrossilvipastoril
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Na área de agroindústria
Na área de aquicultura
Na área de pecuária
Em atividades relativas à prestação de serviços
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equeno, médio ou grande produtor, todos enfrentam a mesma dificuldade, conseguir definir o momento certo de aplicar os defensivos e acertar a regulagem da quantidade a ser aplicada. A aplicação correta dos defensivos agrícolas segue uma recomendação feita por um técnico, devendo ser seguida à risca, pois pode comprometer toda a eficiência do processo. A tecnologia de aplicação é vista como a principal causa do não sucesso no controle de muitas pragas e doenças. As condições do tempo como: sol, vento, chuva, umidade, são fatores que interferem diretamente no aproveitamento do produto aplicado e a sua eficácia. Os hábitos de certas pragas e características das doenças devem ser estudados antes de se optar por uma das tecnologias de aplicação disponíveis. Podemos melhorar todo esse processo via capacitação dos aplicadores com ênfase nos itens regulagem dos equipamentos, determinando a vazão e momento corretos da aplicação. Realizar os ajustes necessários de forma a atender as orientações dos fabricantes dos equipamentos e as dosagens dos produtos é o principal desafio para uma aplicação de forma profissional. O Senar Goiás vem realizando um grande número de treinamentos no estado, voltados para a orientação da forma correta de se aplicar os produtos como: herbicidas, fungicidas, inseticidas, dentre outros e, com isso, aumentar tanto a segurança do aplicador, do consumidor final dos alimentos e do meio ambiente. É importante lembrar que os métodos de aplicação mais utilizados são: aplicação costal, tratorizado de barra e autopropelido. A definição de qual método utilizar vai depender, principalmente, do tamanho da propriedade, da cultura e do grau de tecnologia do produtor.
Treinamento de aplicação de defensivos agrícolas é fornecido pelo Senar Goiás
Para mais informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone (62) 3545-2600 ou pelo site www.senargo.org.br
86 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL 33 Alimentação e nutrição
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6 Organização comunitária
3 Saúde e alimentação
13 Prevenção de acidentes
27 Artesanato
4 Educação para consumo
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PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS
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CAMPO ABERTO
Produção com sustentabilidade Jordana Gabriel | jordana@faeg.com.br
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Jordana Gabriel é engenheira agrônoma e consultora do Sistema Faeg/Senar Goiás para a área de Meio Ambiente
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Lei que propôs reformular o Código Florestal do Estado de Goiás foi amplamente discutida e estudada pelo Grupo de Trabalho, criado pelo Decreto Estadual N° 7.037, de 27 de novembro de 2009, contando com a participação de mais de 21 entidades. Tendo em vista a importância da temática, o atual governo manteve a atuação desse Grupo de trabalho pelos decretos de N° 7.4 49, de 08 de setembro de 2011 e Decreto N° 7.514, de 09 de dezembro de 2011. Todas as propostas trabalhadas pelo Grupo foram apresentadas e apreciadas em audiências públicas, realizadas e coordenadas pela Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa e Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), quando se discutiu exaustivamente o assunto. As reuniões contaram ainda, ao longo dos três anos de discussão, com a participação de especialistas de outros estados, visando contribuir nas discussões técnicas e, também, com especialistas florestais e pesquisadores da Embrapa Floresta. As principais propostas de reforma do Código Florestal do Estado de Goiás visam adequá-lo ao Código Florestal Brasileiro, aprovado no ano passado. Regulamentar os dispositivos criados pelo código nacional (CAR e PRA) significa trazer segurança jurídica à economia do estado, pois, atualmente, existe uma grande lacuna entre a Lei Federal de 2012 e a
Agosto / 2013
Lei Estadual de 1995. A revolução jurídica causada pela aprovação do Código Florestal Brasileiro, Lei Federal 12.651 de 2012, atua para a conciliação da produção econômica com a preservação ambiental. De forma pioneira no país, o estado de Goiás aprovou o Código Florestal Estadual que prima pelo equilíbrio entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico do Estado. Cada ano que passa os produtores têm a consciência da importância da produção sustentável, associando o aumento de produtividade com o respeito ao meio ambiente. Com as projeções futuras do crescimento populacional, em pouco tempo o mundo viverá uma crise na produção de alimentos e os países produtores, como o Brasil, serão os grandes responsáveis por esse desafio de abastecimento. O Brasil dá exemplo, lutando por uma produção que anda ao lado da preservação, pois não existe vida sem meio ambiente, assim como não existe vida sem alimento. O novo Código Florestal Estadual proposto está em sintonia com esse novo momento, onde áreas preservadas e áreas de produção, não devem ser tratadas separadamente. E é de conhecimento geral que a produtividade anda de mãos dadas com o meio ambiente, é isso que os produtores clamam e desejam, produzir sempre e melhor, em consonância com a preservação ambiental. www.sistemafaeg.com.br
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