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ISSN 2178-5781

Ano XIV | 236 | Fevereiro 2015

A nova classe C que vem do campo Capacitação diretamente ligada à melhoria de vida

Defensivos do bem Uso é considerado fundamental para grande produção

Qualidade na mesa Instrução Normativa prevê mais cuidado com a produção de leite



PALAVRA DO PRESIDENTE

CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com

Capacitação e assistência para alavancar a classe produtora

distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

CONSELHO EDITORIAL Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto e Eurípedes Bassamurfo da Costa. Editora: Denise N. Oliveira (331/TO) Reportagem: Catherine Moraes, Gilmara Roberto, Michelle Rabelo, Luiz Fernando Rodrigues (estagiário) e Laryssa Carvalho (estagiária) Fotografia: Capture Studios Revisão: Michelle Rabelo Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Amazonas Tiragem: 15.000 Comercial: (62) 3096-2123 revistacampo@faeg.com.br

DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner. Vice-presidentes: Leonardo Ribeiro; Antônio Flávio Camilo de Lima . Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira. Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis. Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos Santos, José Carlos de Oliveira. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta Filho. Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica. Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás tem o objetivo maior de promover a educação no campo e juntamente com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG e Sindicatos Rurais têm desenvolvido importantes ações para que o homem do campo possa se capacitar, crescer e com isso mudar a história da sua vida e de sua família. Apesar de esse trabalho incansável e responsável temos muito a fazer. E isso me enche de ânimo. É um misto de sentimentos: alegria por saber que temos investido nossos esforços para que o produtor tenha, cada vez mais, oportunidades de ser orientado e gerando desenvolvimento, e gratidão pelo engajamento dos municípios e dos Sindicatos Rurais (SRs) que engrossam o coro na busca pelo ensinamento no campo. Nessa edição, trazemos informações sobre a pobreza rural e o alvo de nosso segmento, inclusive estabelecido também pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu: alavancar a metade das famílias rurais inseridas nas classes D E para a C e promover a ascensão da metade da classe C para a A B. A tarefa não é considerada fácil, mas durante minhas andanças pelo estado conheço pessoas que me incentivam com suas histórias de luta. Pessoas como Pedro Deusdeth e Isabel Guimarães, que melhoraram de vida acreditando no trabalho duro e na capacitação. Assim como Pedro Arraes que à frente da Emater promete uma assistência técnica robusta ao produtor goiano. Pessoas como o instrutor Andres Peter Brito, que leva conhecimentos ao campo referentes à Segurança do Trabalho, Prevenção no Manuseio de Agrotóxicos e Máquinas Agrícolas. É com muita satisfação que apresentamos todas essas pessoas nesta edição da revista Campo. Ela foi feita com muito carinho e com uma vontade enorme de contagiar com esperança quem anda desacreditado diante do futuro. Nós sabemos que ainda falta muito: esse é só o começo. Aqui plantamos a semente e acreditamos que ela será regada por milhares de mãos.

Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo. Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Sandra Alves Lemes. Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior, José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.

José Mário Schreiner Presidente do Sistema Faeg

Superintendente: Eurípedes Bassamurfo da Costa

FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.sistemafaeg.com.br E-mail: faeg@faeg.com.br Fone: (62) 3412-2700 e Fax: (62) 3412-2702 Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226.

Larissa Melo

Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do Nascimento e Marcelo Borges Amorim.


Fredox Carvalho

PAINEL CENTRAL Caso de Sucesso – Bons de leite

34 Fredox Carvalho

Emerson e Lucilene comemoram lucros e não abandona mais a propriedade em tempos de crise do lácteo

Prosa – Assistência técnica

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À frente da Emater, Pedro Arraes, fala sobre suas expectativas em relação à extensão rural e sobre como pretende gerir a pasta

Conhecimento que transforma vidas 27 Instrutores do Senar Goiás são responsáveis por modificar realidades. Em troca, recebem lições de vida e histórias inspiradoras

Por uma vida economicamente mais fácil

22 Fredox Carvalho

O produtor de leite, Pedro Deusdeth, não via muito futuro na lida e já pensava em largar a atividade, mas hoje comemora a melhoria de vida

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Larissa Melo

Encontro de Dirigentes

Fredox Carvalho

Reunião na Faeg também tratou de prestação de contas anuais e previsão para 2015

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Defensivos do bem Uso é considerado fundamental para grande produção

Agenda Rural

06

Fique Sabendo

07

Delícias do Campo

33

Treinamentos e cursos do Senar

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Campo Aberto

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Fredox Carvalho

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Isabel conta sua história e comemora melhoria de vida, já sonhando integrar a classe C Foto: Larissa Melo

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A nova classe C que vem do campo Capacitação diretamente ligada à melhoria de vida

Defensivos do bem Uso é considerado fundamental para grande produção

Qualidade na mesa

Qualidade dentro e fora da porteira 29 Instrução Normativa prevê mais cuidado com leite

Instrução Normativa prevê mais cuidado com a produção de leite

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AGENDA RURAL

Seminários de Comercialização e Mercado Agrícola 2015 Horário: 19h30 às 22h Informações: (62) 3096-2200

2 de fevereiro

3 de fevereiro

Cidade: Uruaçu

Cidade: Formosa

4 de fevereiro

5 de fevereiro

Cidade: Catalão

Cidade: Morrinhos

25 a 27 de fevereiro

09 a 11 de fevereiro

Escola de confinamento Assocon 2015 Local: Câmara Municipal de Britânia Horário: 8h às 18h Informações: (62) 3432-0395

Encontro Técnicos de Instrutores do Senar Local: Sesc de Caldas Novas Horário: 8h às 20h Informações: (62) 3096-2200

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FIQUE SABENDO REGISTRO

Deputado federal suplente, José Mário é diplomado em Goiânia Fredox Carvalho

Divulgação

ARMAZÉM

Qualidade do leite Lançado pela Federação Panamericana de Leite (Fepale), o livro “Lácteos: produtos essenciais para o ser humano” reúne diversos artigos científicos, apresentando evidências recentes que demonstram o valor nutritivo dos produtos lácteos. Na publicação, especialistas de renome apresentaram uma ampla gama de evidências científicas sobre os benefícios do consumo de produtos que vem do leite. Além disso, nas páginas do livro o leitor vai encontrar as características químicas e a composição de produção e industrialização que proporcionam para o consumidor um produto final de maior qualidade do ponto de vista nutricional. Também compõem a publicação temas como a importância das campanhas de promoção do consumo dos lácteos e do consumo do leite para a prevenção de doenças como câncer, diabetes e enfermidades cardíacas.

“Este diploma é de vocês”, afirmou José Mário, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). Ele emocionou parceiros e militantes que o aguardavam descer do palco após a cerimônia de diplomação realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Goiás no dia 19 de dezembro. Candidato a deputado federal nas eleições de 2014, Schreiner recebeu 71.832 votos em 244, dos 246 municípios do Estado, que o levaram à terceira suplência da Câmara Federal.

“Se tem um princípio que aprendi desde muito cedo foi a gratidão. Meus pais me ensinaram, ainda criança, a agradecer pela comida, pela vida, por tudo que recebemos de Deus todos os dias. Eu não poderia, portanto, deixar de agradecer a todos que acreditaram no nosso projeto e dedicar esse diploma aos amigos de todo o Estado que nos apoiaram”, declarou José Mário. A cerimônia reuniu governador, vice-governador, senador, deputados estaduais e federais e suplentes eleitos nas eleições deste ano.

PESQUISA

Pesquisa testa fruticultura orgânica em larga escala

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BRS Imperial, cuja principal característica é a resistência à fusariose - mais importante doença da cultura, que chega a causar 100% de perda da lavoura. Outra vantagem da variedade é não conter espinhos na coroa e na folha, o que facilita o manejo e reduz custos e risco de acidentes. A qualidade dos frutos tem surpreendido a equipe. No caso do abacaxi Pérola, eles apresentaram média de peso entre 1,6 kg e 2 kg.

Shutter

Sistemas orgânicos de produção de diferentes frutas estão sendo construídos de forma pioneira pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com base em experimentos instalados na Chapada Diamantina (BA). Todos são resultados de um projeto realizado em parceria com a empresa Bioenergia Orgânico no Município de Lençóis que experimenta soluções para a produção de orgânicos em larga escala. Entre as culturas, os resultados mais rápidos foram observados no abacaxi, fruta na qual o trabalho desenvolve um sistema de produção para duas cultivares: a Pérola e a

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Fredox Carvalho

PROSA RURAL

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Ensinando a pescar Michelle Rabelo | michelle.rabelo@faeg.com.br Luiz Fernando Rodrigues | luiz.lemes@faeg.com.br

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m temp os de dist ribuição de p eixes, ensinar a p escar é uma tarefa árdua. À frente da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agrop ecuária (Emater) desde o início do ano, o p esquisador Pedro Antônio A rraes Pereira é o ent revistado da revista Camp o deste mês. A escolha de A rraes para o cargo atendeu aos requisitos de excelência acadêmica – ele p ossui graduação em

Engenharia Agronômica, mest rado em Genética Vegetal e doutorado em Genética Vegetal - e exp eriência em gestão – foi presidente da Embrapa Nacional e pioneiro do programa de melhoramento genético, que resultou no lançamento de novas variedades de feijão, na Embrapa A rroz e Feijão. Ainda colocando a casa em ordem, ele fala sobre suas exp ectativas em relação à extensão r ural e sobre como pretende gerir a pasta.

Revista Campo: Qual a impor-

38.790 estabelecimentos com renda

da classe D para a classe C forne-

tância da Emater no contexto do

br uta média em torno de 4,7 salários

cendo aos produtores rede de as-

desenvolvimento rural em Goiás?

mínimos. Esses números mostram a

sistência técnica e extensão rural.

Pedro Arraes: A Emater tem

importância de uma Emater forte,

Como fazer isso?

uma importância estratégica, pois

e o nosso desafio em transformar

Pedro Arraes: Temos que criar

é a única rede com ações colabo-

esses produtores da classe de baixa

programas est r ut urantes e ter dis-

rativas na maioria dos municípios

renda na classe média r ural.

cussões nas regiões identif icando

goianos. Se imaginarmos que dos

as reais necessidades e gargalos

119.000 estabelecimentos r urais em

Revista Campo: A nova minis-

dos produtores, que muitas vezes

Goiás temos 52.167 estabelecimen-

tra da Agricultura, Kátia Abreu,

estão ligados às imp er feições do

tos r urais com renda br uta média

disse recentemente que uma de

mercado, em vez de gargalos tec-

em torno 0.7 salários mínimos, e

suas metas é promover a ascensão

nológicos. Essa rede p er manente

Pedro Arraes é presidente da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater)

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Temos que

de ecossistemas. Assim quanto

ridade para todo território Goiano.

mais atores estiverem envolvidos

Sab emos das def iciências que te-

criar programas

no processo de assistência técni-

mos no nosso quadro de técnicos.

ca, mais rápido p oderemos fazer a

Acredito que com programas que

estruturantes e

nova revolução verde que é t rans-

sejam imp ortantes para o estado

for mar a vida dessas p essoas que

de Goiás e para sociedade Goiana

ter discussões

vivem no camp o ainda sem renda,

p oderemos ter uma renovação im-

nas regiões

tante é que haja uma integração

identificando as reais necessidades e gargalos dos produtores, que muitas vezes estão ligados às

e segurança alimentar. O imp orverdadeira desses atores para que cada um p ossa cont ribuir de for ma ef iciente e complementar. Revista Campo: Na prática, representantes da agropecuária dizem que existe um vazio entre a pesquisa e o produtor rural. Ou seja, não há técnico agrícola para

p ortante nas nossas comp etências. Temos que inovar e criar me canismos ma is ágeis de t ra nsferência de te cnologia e comunicação além de est reit ar parceria s com os diversos atores do processo com met a s, e na bus ca incessa nte p or result ados. Finalmente é imp ort a nte ter uma unicidade nos

fazer a leitura de como deve ser

projetos de cada instit uição para

aplicado no campo as tecnologias

que o mesmo s eja implement ado

desenvolvidas

em prol do produtor r ural que é o

em

laboratório.

Como resolver esse impasse?

nosso objetivo f inal.

Pedro Arraes: Essa integração

Revista Campo: O que os pro-

é essencial e temos que const r uir

dutores devem fazer para receber

imperfeições do

essa rede robusta de assistência

assistência técnica da Emater?

técnica que seja alimentada p or

Pedro Arraes: Emater disp õe

mercado, em

um núcleo de inteligência est ra-

de escritórios em 212 municípios e

tégica que decodif ica os conheci-

na nossa página p odem ser encon-

vez de gargalos

mentos da p esquisa e p er mita que

t rados os contatos de técnicos para

esses novos conhecimentos sejam

cada região do estado.

tecnológicos.

validados nas diferentes realidades regionais. Esse é um dos projetos est r ut urantes da Emater Goiás a serem no momento.

que a Emater tem um pap el de articulação com todos os agentes nos municípios, sendo essencial para o sucesso dessa meta da minist ra. Revista Campo: A partir de março, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) poderá oferecer assistência técnica por meio do Ater – com verba do governo federal. Como o senhor enxerga essa mudança? Pedro Arraes: O Brasil é um país continental, e com regiões diversas e complexas em ter mos de renda, cult ura e diversidade 10 | CAMPO

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Revista Campo: Estudo recente efetuado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) revela que para se ter uma assistência técnica que atenda a demanda atual serão necessários, no mínimo, 3 mil técnicos das áreas de Ciências Agrárias e Humanas distribuídos nos 246 municípios goianos. Como o senhor pretende trabalhar para aumentar esse efetivo? Pedro Arraes: Estamos tentando criar programas est r ut urantes que p ossam ter grande capila-

O Brasil é um país continental, e com regiões diversas e complexas em termos de renda, cultura e diversidade de ecossistemas. www.sistemafaeg.com.br


MERCADO E PRODUTO

Queijos e proteínas do soro do leite em alta disso, é crescente o número de marcas fortes que entram nesse segmento para conquistar uma fatia do negócio que antes pertencia aos queijeiros regionais. A muçarela e o queijo prato representam 60% das vendas de

leite. Por ter alto valor proteico, o soro é um ingrediente muito utilizado na indústria de alimentos e bebidas, além de ser uma importante matéria-prima nas padarias e confeitarias e até mesmo nos próprios laticínios.

R$ 62 bilhões. A explicação para esse excelente desempenho é o aumento do consumo de leite e derivados pela classe C. A melhor distribuição de renda ampliou o número de pessoas nesse segmento e elevou o poder de compra da população. Hoje, o brasileiro consome anualmente 171 kg de lácteos, segundo dados do Milkpoint, que ainda apontam um consumo de 216 quilos na Argentina, 219 quilos na França e 257 quilos nos Estados Unidos. Isso demonstra que há potencial para ampliar o mercado brasileiro e o consumo nos próximos anos. Grande parte do crescimento do setor é atribuída ao segmento de queijos, que representa 27% da indústria de lácteos. No período de 2009 a 2013, as vendas de queijo registraram uma elevação de 71%. Elas subiram de R$ 9,7 bilhões para R$ 16,6 bilhões. Segundo estudo do Euromonitor, a população brasileira, com mais acesso a produtos de maior valor agregado e mais conhecimento sobre os benefícios do queijo como fonte de proteínas, elevou os gastos com o produto. Além

queijos no Brasil. Sua popularidade é maior entre os consumidores de baixa renda. O requeijão também é muito consumido pela população. Já as famílias de renda maior têm grande preferência pelos queijos provolone, parmesão e brie. As variedades com baixa quantidade de gorduras, caso da ricota e do queijo minas frescal, são outra linha que agrada cada vez mais aos consumidores, por causa do aumento do número de adeptos de um estilo de vida mais saudável. As perspectivas para o mercado de queijos são muito promissoras. Segundo o Euromonitor, em 2018, as vendas desse segmento devem atingir R$ 21,6 bilhões, um crescimento de 30% em relação a 2013. Os brasileiros devem incorporar o queijo no consumo diário e privilegiá-lo por ser um alimento saudável. É bom lembrar também que os laticínios tendem a ganhar em produtividade e eficiência, o que contribui para aumentar a produção de lácteos. Além do queijo, outro mercado que apresenta boas oportunidades de negócios é o de soro de

Outros segmentos que demandam soro de leite são o de suplementos alimentares e o de nutrição esportiva. Este último tem apresentado um excelente desempenho, com crescimento de 124% nas vendas no período de 2009 a 2013, passando de R$ 206 milhões para R$ 461 milhões. Cerca de 90% das vendas de produtos relacionados à nutrição esportiva tem como base a proteína em pó. Mais uma vez, a busca por um estilo de vida mais saudável é o principal fator que impulsiona esse setor. Até 2018, ele deverá crescer 73%, atingindo faturamento de aproximadamente R$ 800 milhões. Nos próximos anos, é provável que o setor de lácteos se beneficie de um cenário otimista. Os segmentos de queijos e de soro de leite são apenas exemplos disso. Mudanças de estratégias, desafios operacionais e fusões e aquisições tendem a ocorrer. Para aproveitar essas oportunidades, as empresas devem estar preparadas, adotando as melhores práticas de gestão do mercado.

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Daniela Coco é engenheira agronômica, mestre em Gestão de Negócios e Gerente de Agribusiness da PwC

Jonathan Wilkins

O

mercado de lácteos no Brasil cresceu muito nos últimos anos. No período de 2009 a 2013, o faturamento do setor, segundo dados do Euromonitor, aumentou 61%, passando de R$ 38,6 bilhões para

Divulgação/PwC

Ana Malvestio | ana.malvestio@br.pwc.com Daniela Coco | daniela.coco@br.pwc.com

Ana Malvestio é advogada, bacharel em Ciências Jurídicas e sócia da PwC

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AÇÃO SINDICAL MINAÇU

PIRANHAS Rafael Almeida

Sindicato Rural de Minaçu

Com Licença, Vou à Luta

Piscicultura

Com a participação de 14 produtores, foi realizado na Fazenda São Domingo, propriedade de Jorge Rodrigues, em Piranhas, o treinamento de Piscicultura. O curso foi realizado sob a instrução de Fernando de Souza Teixeira Malamud e com a realização do Sindicato Rural de Piranhas. Durante a formação com carga horária de 24 horas, os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre o panorama da piscicultura no Brasil, os sistemas de produção, nutrição e alimentação dos peixes e comercialização. Quem participou também teve a oportunidade de conhecer o processo de construção de tanques e de manejo da qualidade da água. (Colaborou com a nota: Rafael Almeida, mobilizador do SR de Piranhas).

RIO VERDE Fabiana Sommer

Pronatec Agro

Foi realizado no distrito de Cana Brava, na propriedade de Irley Moreira, em Minaçu, o curso Com Licença, Vou à Luta. Os cinco módulos (Empreendedorismo, Gestão Financeira, Planejamento, Legislação e Liderança) foram realizados entre os dias 4 e 12 de dezembro com o objetivo de proporcionar às nove mulheres participantes noções de gestão para contribuir na melhoria da administração da propriedade, seja como chefe de família ou auxiliando o marido. Participaram do encerramento do curso o presidente do Sindicato Rural de Minaçu, Ian George Carvalho e o mobilizador Antônio Gomes de Aguiar. (Colaborou com a nota: Sindicato Rural de Minaçu).

RIO VERDE Fabiana Sommer

Laboratório de Fitopatologia

Estudantes do curso técnico em Agropecuária participaram do projeto Pronatec Agro, em Rio Verde, oferecido pelo Senar. O principal objetivo do curso é proporcionar aos estudantes o aprimoramento dos conhecimentos, tornando-os profissionais capacitados para tal exercício. A turma é formada por 20 alunos e as aulas foram ministradas no Centro de Treinamentos do Sindicato Rural de Rio Verde. Com uma metodologia multidisciplinar, os estudantes participantes adquiriram conhecimentos sobre prestação de serviços de assistência técnica e gerencial, com qualidade e eficiência. O curso possui carga horária de 240 horas, divididas nos módulos capacitação metodológica, capacitação tecnológica, capacitação gerencial, e empreender no campo. (Colaborou com a nota: assessoria de comunicação do Sindicato Rural de Rio Verde). 12 | CAMPO

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O Laboratório de Fitopatologia do Sindicato Rural de Rio Verde está intensificando o trabalho de análise da Ferrugem Asiática e, no dia 26 de novembro, realizou um café da manhã com a presença do presidente do Sindicato Rural do município, Walter Baylão Júnior, diretores, coordenadores do laboratório e representantes da Agência Goiana de Defesa Sanitária (Agrodefesa). O serviço disponibilizado pelo Sindicato Rural em parceria com a Universidade de Rio Verde é gratuito. Para saber mais, procure o SR. (Colaborou com a nota: Assessoria de Comunicação do Sindicato Rural de Rio Verde). www.sistemafaeg.com.br


CORUMBÁ DE GOIÁS

PORANGATU Sindicato Rural de Porangatu

Dirceu Borges

Balde Cheio

Pronatec

No último dia 10 de dezembro foi realizada a entrega de certificados do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), realizado em Porangatu. O evento aconteceu no salão do Sindicato Rural de Porangatu e contou com a participação do supervisor regional, Dirceu Borges, do prefeito do município, Eronildo Valadares, da secretária de Ação Social, Vanuza Valadares e dos ofertantes do Pronatec de Porangatu. Mais de 500 pessoas estiveram presentes na entrega dos certificados. (Colaborou com a nota: Dirceu Borges, supervisor regional).

No dia 5 de dezembro ocorreu a primeira visita técnica do programa Balde Cheio no município de Corumbá de Goiás. O encontro foi em uma unidade demonstrativa do Balde Cheio do município e contou com a presença dos produtores integrantes do grupo, do Técnico do Balde Cheio, Carlos Eduardo de Carvalho, além do presidente do Sindicato Rural, José Carlos de Oliveira, e do prefeito de Corumbá de Goiás, Célio Fleury. (Colaborou com a nota: Dirceu Borges, supervisor regional)

PIRANHAS

Com a participação de 13 pessoas, o município de Piranhas realizou o treinamento de produção de cachaça. O curso, com carga horária de 32 horas, ocorreu no Sítio São João Batista, propriedade de Ana Rosa de Souza, no município de Piranhas. Durante o treinamento, os participantes aprenderam os principais métodos desde a produção até a comercialização do produto sob a instrução de Antônio Geraldo de Souza. (Colaborou com a nota: Rafael Almeida, mobilizador do SR de Piranhas). www.senargo.org.br

ALEXÂNIA

Balde Cheio Dirceu Borges

Rafael Almeida

Produção de Cachaça

O Programa Balde Cheio foi apresentado aos produtores rurais de Alexânia no dia 5 de dezembro, no salão do Sindicato Rural do município. A apresentação contou com a presença de cerca de 40 produtores do município e da região, além do técnico do Balde Cheio, Carlos Eduardo de Carvalho, do supervisor regional, Dirceu Borges, e membros da diretoria do Sindicato Rural de Alexânia. (Colaborou com a nota: Dirceu Borges, supervisor regional)

Fevereiro / 2015 CAMPO

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EDÉIA

PALMEIRAS DE GOIÁS

Plantas Medicinais

Dando prosseguimento às atividades do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), os produtores da Granja Sobral, propriedade de Francisco Gilson, em Palmeiras de Goiás, foram orientados sobre a criação de Suínos entre os dias 1 e 20 de dezembro. O curso contou com a instrução da veterinária Rachel Leão, que ministrou os seis módulos de manejo, além de cinco módulos do curso para gerentes e líderes da granja. Ao todo, foram realizadas 128 horas de treinamento e capacitação dos funcionários na área de criação de suínos. (Colaborou com a nota: Samantha Leandro, técnica-adjunta do Senar Goiás)

Larissa Melo

Sindicato Rural de Palmeiras de Goiás

Suinocultura

Contando com a presença do presidente do Conselho Administrativo Senar Goiás, José Mário Schreiner, e de membros da diretoria da Faeg, foi realizado em Edéia, no dia 3 de dezembro, o curso de Processamento Caseiro de Plantas Medicinais. O evento foi realizado na fazenda de Gilmione Parreira de Sousa e contou com a participação de 15 produtores. Gilmione considerou que a visita do presidente valoriza as ações e a participação dos produtores.

Bovinocultura de Leite

Tratores Agrícolas

Em parceria com o Sindicato Rural de Rio Verde, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), foi realizado o curso de Bovinocultura de Leite no município de Rio Verde. O evento contou com a participação do presidente do Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, e de membros da diretoria da Faeg. Na ocasião, o presidente considerou que os participantes, que estão concluindo o ensino médio, devem se preparar para ingressar no setor que mais cresce no país. 14 | CAMPO

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Sindicato Rural de Turvelândia

TURVELÂNDIA Larissa Melo

RIO VERDE

Na Fazenda Santa Maria do Mirante, propriedade parceira do Senar Goiás, sempre aberta para cursos de capacitação de trabalhadores da região de Turvelândia, o presidente do Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, e membros da diretoria da Faeg acompanharam o curso de operação de tratores agrícolas no dia 3 de dezembro. Na ocasião, o presidente cumprimentou os participantes dos cursos e ressaltou a importância dos produtores r urais para o desenvolvimento do país.

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Larissa Melo

LÍDERES EMPREENDEDORES

Dirigentes se reuniram durante dois dias na sede da federação

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Dirigentes se reúnem e fecham balanço de 2014 Encontro realizado na Faeg também tratou de prestação de contas anuais e previsão para 2015 Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br Diretores, produtores e presidentes de Sindicatos Rurais se reuniram no último mês de dezembro, durante o Encontro de Líderes Empreendedores Rurais 2014. A reunião, realizada na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) foi comandada pelo presidente José Mário Schreiner e teve como objetivo a aprovação das contas da federação e da previsão orçamentária para 2015. Além disso, foram apresentados os principais números e trabalhos desenvolvidos pelo corpo técnico e diretoria da Faeg ao longo de 2014. www.senargo.org.br

Vice-presidente institucional da Faeg, Bartolomeu Braz apresentou dados sobre o trabalho desenvolvido pelos técnicos da federação que hoje participam de 110 comissões e grupos de representatividade dentro e fora da casa. Gerenciando 16 comissões setoriais, os técnicos participaram de 790 reuniões no ano de 2014, uma média de 131 por pessoa e três por dia. Entre os temas tratados estiveram ainda o emplacamento de máquinas agrícolas, o vazio sanitário da soja e a necessidade de zelar pelos jovens para que trilhem os caminhos dos pais, auxiliando a produção da famí-

lia. Como exemplo, o presidente citou a realização do Agrojovem, que reuniu quase 200 jovens em Goiás. Por fim, Jordana Sara, consultora técnica do Senar Goiás para a área de meio ambiente tirou dúvidas a respeito do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Ao longo de 2013 ela participou da capacitação de 4.200 técnicos, com apoio do Senar Goiás. Jordana alertou para a importância de um bom técnico fazer o Cadastro, incluindo visita à propriedade. A técnica ainda se disponibilizou a visitar ainda mais municípios levando informações a produtores e técnicos da região. Fevereiro / 2015 CAMPO

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PRAGAS E DOENÇAS

Defensivos agrícolas: aliados da produção Condições climáticas do Brasil favorecem surgimento de pragas e doenças Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para Revista Campo

C

om a crescente demanda

consciente, por pessoas treinadas e

o uso dos defensivos agrícolas é o

mundial por alimentos, o

orientadas tecnicamente. O mane-

principal meio para que se consiga

uso de defensivos agrícolas

jo racional dos produtos químicos

viabilizar a necessária produção em

nas lavouras é fundamental para

pode reduzir fortemente o volume

larga escala. Os cultivos orgânicos,

garantir a oferta de produtos para

de aplicações e, consequentemen-

apesar de extremamente interessan-

os consumidores. Por este motivo,

te, inibir os problemas gerados pelo

tes para nossa alimentação, atual-

os defensivos químicos são gran-

seu uso indiscriminado.

mente são escassos e apresentam

des aliados da agricultura, mas

Embora seja visto como vilão,

um custo muito elevado, o que enca-

exigem uma utilização de forma

sobretudo pela população urbana,

rece seus preços aos consumidores,

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Larissa Mello

atendendo apenas alguns nichos da população brasileira. O status de vilão do defensivo agrícola, vem de um histórico de utilização indiscriminada e incorreta destes produtos, realizado geralmente por produtores rurais com baixa capacitação técnica. Os produtos químicos atualmente têm uma legislação de uso bastante rigorosa, e desde que sejam cumpridos estes parâmetros, podem ser utilizados de forma segura, sem trazer riscos ao meio ambiente, aos alimentos e aos humanos. O consultor técnico do Senar Goiás para área de cereais, fibras e oleaginosas, Cristiano Palavro, explica o motivo de o Brasil ser hoje um dos maiores consumidores de defensivos agrícolas no mundo. “O Brasil, além de ser um dos maiores produtores de alimento do mundo, possui um clima tropical altamente favorável para o desenvolvimento de pragas e doenças. Grande parte das outras principais regiões produtoras no mundo apresentam um inverno muito rigoroso, o que dificulta a multiplica-

Essa mesma condição climática

que favorecem a manutenção de pra-

tropical, permite que haja uma in-

gas e doenças nas regiões produto-

tensificação da produção brasileira,

ras, elevando a necessidade de uti-

com o cultivo de até três safras em

lização de mecanismos de controle.

um mesmo ano. Isso facilita a criação das chamadas “pontes verdes”,

O produtor de soja e milho em Rio Verde, Adriano Barzotto, afir

Shutter

ção destas moléstias”, afirma Cristiano.

Produtor em Rio Verde, Adriano Barzotto afirma que produtores estão mais cautelosos e conscientes

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Fevereiro / 2015 CAMPO

| 17


Fredox Carvalho

Cristiano Palavro, consultor técnico do Senar Goiás afirma que as condições climáticas tropicais do Brasil favorecem o aparecimento de pragas e doenças

ma que a legislação mais rigorosa,

mental o treinamento dos funcioná-

a produtividade em alta.

Segundo

a preocupação com a saúde do tra-

rios que vão fazer a aplicação. “Tem

Leonardo Furquim, Coordenador do

balhador rural, os custos de produ-

produto certo para cada ocasião e

curso de Aplicação de Defensivos

ção e a consciência ambiental são os

os técnicos tem que estar conscien-

Agrícolas do Senar Goiás, o correto

principais responsáveis pela mudan-

tes disso”, explica.

é fazer um bom monitoramento de

ça de hábito dos produtores rurais.

“Os produtores mais tecnificados

pragas e doenças, verificar o nível de

Ele afirma que a preocupação com

são mais eficientes e as lavouras são

incidência e escolher o melhor méto-

a utilização dos produtos químicos

monitoradas, tornando o processo

do de controle. “O correto monito-

começa desde a chegada dos defen-

de aplicação mais rigoroso. Já os

ramento e verificação da incidência

sivos nas propriedades. “O ambiente

produtores que não são assistidos

das infestações nos permite definir

onde são armazenados os produtos

pela assistência técnica, tende a uti-

o momento ideal de fazer as aplica-

são ventilados e não os colocamos

lizar estes produtos de forma mais

ções. Também em muitos casos, é

em contato com o piso do galpão, o

desenfreada”, pontua Adriano.

possível adotar o combate biológico,

que dificulta a contaminação destes locais e a exposição dos trabalhadores”, explica.

inserindo organismos predadores das Manejo Com a aplicação correta das técni-

pragas que estão causando prejuízo à lavoura”, afirma Leonnardo.

Adriano, que também é engenhei-

cas de cultivo e o respeito a legisla-

A assistência técnica realizada por

ro agrônomo, afirma que as caldas

ção fitossanitária, é possível reduzir

um agrônomo capacitado é funda-

e dosagens precisam ser feitas de

a quantidade de defensivos agrícolas

mental para a eficiência do comba-

forma correta, o que torna funda-

empregada nas lavouras e manter

te. É ele que vai apontar a dosagem

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Segundo Elias, as multinacionais fabricantes de insumos no país investem em tecnologia para desenvolver produtos com princípios ativos menos nocivos à natureza e ao homem. “Quando apresentam um produto muito nocivo, seu registro pode ser rejeitado pelos órgãos competentes. A fiscalização do Brasil também acompanha de perto os periódicos e estudos de outros países, analisando os produtos que são proibidos lá fora”, salienta. Menos agressivos A gerente de stewardship da Bayer Cropsciense, Adriana Ricci, ressalta que os produtores devem seguir a orientação do fabricante e ficar atentos à procedência do produto, sendo sempre adquiridos de distribuidores e revendedores autorizados. “O uso incorreto de pro-

dutos, além de incorrer em risco à saúde humana, animal e ao meio ambiente, contribui para o aumento de resistência de pragas”, diz. Ela afirma que a empresa investe continuamente no desenvolvimento de moléculas para alvos específicos e cada vez mais adequados para o meio ambiente e a saúde humana. Bayer Cropsciense

correta a ser aplicada do produto e a forma ideal de manejo. A aplicação de subdoses ou superdoses, por exemplo, contribui para a seleção de biótipos de pragas resistentes, o que torna o controle cada vez mais complicado ao longo do tempo. O que agrava este fato é que as liberações de novas moléculas de defensivos no Brasil são muito morosas, e com a perda de eficiência dos produtos existentes atualmente no mercado, o produtor pode ficar sem opções de controle. O conselheiro do Conselho Regional de Química (CRQ-12), Elias Divino Saba, afirma que o produtor deve seguir à risca o manual de aplicação de cada produto químico. Decisões contrárias podem trazer riscos à saúde e ao meio ambiente, causando consequências de difícil reversão.

Gerente de stewardship da Bayer Cropsciense, Adriana

Capacitação busca diminuir riscos No ano passado, foram capacitadas 2,5 mil pessoas no curso de aplicação de defensivos agrícolas ofertado pelo Senar Goiás. O objetivo agora é focar em produtores que se instalaram nas regiões de fronteira agrícola, aonde os cultivos agrícoANUNCIO 1 19/02/2015 17:34:26 em ampla expansão nos últimos anos, além de pequenos produtores e agricultores familiares. las21X15CM-am.pdf são mais recentes e estão

A beleza

natureza

da em seu papel

Av. Euripedes Menezes s/n Qd. 05 Lt. 29/30 Parque Industrial Aparecida de Goiânia - GO CEP 74.993-540 - FONE 62 3945-4221 graficaamazonas@graficaamazonas.com.br www.graficaamazonas.com.br

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@graficaamazonas graficaamazonas Fevereiro / 2015 CAMPO | 19


CELEBRAÇÃO

Sílvio Simões

Presidente do Fundepec Goiás, José Magno Pato discursa durante festa de congraçamento

Fundepec Goiás comemora 25 anos Evento foi realizado no Tatersal de Elite do Parque de Exposições Agropecuárias, em Goiânia Luiz Carlos Rodrigues | racaeditora@gmail.com Especial para a Revista Campo

E

ncerrando o ano de 2014, o

prol do desenvolvimento do agronegó-

tico Omar Souto. Todas essas pes-

Fundo para o Desenvolvimento

cio. Nesta edição, o troféu foi entre-

soas receberam o troféu Funde-

da Agropecuária do Estado de

gue a Uacir Bernardes, representando

pec-Goiás. É uma obra

Goiás (Fundepec-Goiás) comemorou

a Associação Goiana de Avicultura;

de arte assinada pelo

os 25 anos de sua fundação homena-

Crenilda Francisca das Neves Nasci-

artista plástico Omar

geando produtores rurais, industriais

mento, da Associação Goiana de Sui-

Souto. Trata-se da es-

e lideranças de entidades ligadas à

nocultores; deputado estadual José

tatueta de um produ-

agropecuária. Na ocasião, foram lem-

Vitti, como Destaque Personalidade

tor rural em alumínio

brados ainda os primeiros diretores do

Pública; Edson Teixeira Filho, como

escovado, de 40 cm

Fundo, assim como as entidades que

Destaque na Pecuária de Leite e Rui-

de

hoje o compõe. O evento foi realizado

ter Eurípedes Azzi, como Destaque

do uma meda-

no Tatersal de Elite do Parque de Ex-

na Pecuária de Corte. Além deles, re-

lha dourada,

posições Agropecuárias de Goiânia,

ceberam a homenagem os conselhei-

cujas esfin-

no último mês de dezembro e lidera-

ros da última diretoria da casa: Ricar-

ges são boi

do pelo presidente José Magno Pato.

do Yano, Adilon Antônio de Souza,

de

Fundado em fevereiro de 1989, o

Altino Loyola e Ronam Antônio Azzi.

vaca leiteira,

Fundepec Goiás homenageia anual-

Em 2014, o troféu foi uma obra

mente, personalidades que atuam em

de arte assinada pelo artista plás-

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um

altura

seguran-

corte, suíno

e

uma ave. www.sistemafaeg.com.br


Primeira Diretoria do Fundepec, homenageada Presidente: Antenor de Amorim Nogueira

Titulares do Conselho Curador: João Bosco Gomes Lousa,

Vice-presidente: Luiz Barreto Correia de Menezes

(In Memoriam); Nivaldo Gomes Gerais; e Leandro Botacin

Segundo vice-presidente: Ruy Brasil Cavalcanti Júnior Diretor Administrativo: Antônio Flávio de Lima (In Memoriam) Diretor Financeiro: Rubens Marianni Representante da Faeg: Antônio Rastoldo Representante da Seagro: Ângelo Rosa Ribeiro

plantou o Fundepec-Goiás, João Issassi Yano, (In Memoriam); Nilo Margon Vaz, (In Memoriam); Jales Rodrigues

Sílvio Simões

Naves; Manuel Barqueiro e Múcio Borges de Freitas.

Sílvio Simões

Representante da Delegacia Federal do Mapa: José Magno Pato

*Além desses nomes, fizeram parte do grupo que im-

Parte de homenageados, e representantes, que fundaram a instituição. No detalhe ao fundo, Dr. Gilberto de Sant’Anna Filho

Edson Teixeira Filho, homenageado na categoria pecuária leiteira ladeado de familiares, Agostinho e Alfredo Sílvio Simões

Sílvio Simões

Homenageados Adilon Antônio, Ricardo Yano, Ronam Azzi e Altino Loyola posam para foto com presidente

Sílvio Simões

Antenor Nogueira, primeiro presidente do Fundepec discursa em nome dos homenageados

Presidente homenageia Ruiter Eurípedes Azzi, destaque na pecuária de corte www.senargo.org.br

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POBREZA RURAL

Por uma vida economicamente mais fácil Em Goiás, o objetivo é alavancar a metade das famílias rurais inseridas nas classes D E para a C Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para Revista Campo

A

assentada Isabel Guimarães e

que muitas vezes o técnico não voltava

muito bem-vinda à família que agora

seu marido, Pedro Lobo Gui-

à propriedade e as dúvidas impediam

está reduzida. “Minhas três filhas já ca-

marães, conheceram bem a

tocar a plantação de forma correta. “A

saram”, afirma.

realidade de quem vê no trabalho o úni-

gente plantava as coisas, nem sempre

Em Goiás, o objetivo é alavancar a

co caminho para melhorar de vida. Ela

dava certo e também não sabíamos

metade das famílias rurais inseridas nas

conta que mudou para os 63 hectares de

para quem vender”, diz.

classes D E para a C e promover a as-

terra cravados no Assentamento São Se-

Mais recentemente fez um curso de

censão da metade da classe C para a A

bastião da Garganta, localizado no mu-

derivados de mandioca no Negócio

B. Esse salto agregaria valores ano, nos

nicípio de Silvânia, em 2002. Na época,

Certo Rural. Ela diz que já começa a

dias atuais, um total de R$ 8 bilhões

venderam o que tinham e pagaram R$

ver o resultado. “O instrutor já veio

para a economia goiana.

15 mil pela gleba. “Não sabíamos que

aqui outras vezes e tiro as dúvidas na

A tarefa não é considerada fácil e

não podia vender ou comprar terra de

apostila também. Agora sei quanto cus-

especialistas do setor são unânimes ao

assentamento na época”, justifica.

ta o produto e quanto posso vender”,

afirmar que identificar a população e

Na época, com três filhas em idades

diz. Ela já plantou mandioca e, quando

unir entidades públicas e privadas em

próximas, 16 anos, 14 anos e 13 anos,

não tem o próprio produto, adquire o

um único objetivo comum é o caminho.

Isabel informa que não chegaram

tubérculo com outras pessoas e divide a

Além das três esferas do governo: mu-

a passar fome, mas diz que viveram

farinha em 50%. “Metade fica comigo

nicipal, estadual e federal e das entida-

momentos difíceis. O marido buscava

e a outra metade para o dono da man-

des de classes é observada a integração

fazer diversos tipos de prestações de

dioca”, diz. Aprendeu a fazer ração e

das universidades e do Sistema S.

serviços nas proximidades, mas nem

os frangos da propriedade já engordam

sempre a sorte ajudava. Nessas horas,

mais rapidamente.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de

batia a insegurança batia. Isabel conta

Para quem passou dificuldade, a vida

Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, a

que não sabiam se conseguiriam ali-

está economicamente mais fácil. “Teve

melhor maneira de identificar esse pro-

mentar a família nos próximos dias.

mês que vendi farinha e ganhei R$

dutor rural é criando um cadastro na-

Mas Isabel explica que realizaram

1.050”, diz. Mas, o habitual, explica,

cional único. Isso porque, atualmente,

alguns cursos, mas achava difícil, já

é ficar com renda mais baixa, mas já

os produtores rurais têm um cadastro

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Larissa Melo

Isabel fez um curso de derivados de mandioca no Neg贸cio Certo Rural e hoje comemora a melhoria de vida

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Fredox Caravalho

para cada programa ou entidade ligada ao setor. “O IBGE aponta os números por município, agora precisamos identificar essas pessoas por CPF”, afirma. Na prática, para o pesquisador da Embrapa, Eliseu Alves, a melhor forma de identificar os produtores rurais que rondam a linha da pobreza é com o engajamento dos municípios e sindicatos rurais. “Todos têm de fazer parte de uma solução conjunta para acabar com as imperfeições do mercado”, ressalta. O superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo explica que o Senar Central mudou a missão do órgão em 2014

Segundo o superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo, ao encontro dessa necessidade, o Senar Central mudou a missão do órgão em 2014. Anteriormente, explica, a pro-

profissionais no campo, despertar in-

produtivo e a comunidade. “São aulas

posta era formar o homem do campo e

teresse no setor rural e, além de ala-

ministradas no campo, onde os alunos

agora, a visão é realizar a educação do

vancar as classes economicamente,

aprendem no campo e tem contato com

homem do campo. “Com isso abriu-se

promover a preservação do homem no

os grãos e a pecuária de leite e corte”,

um leque para que Goiás atinja esse

campo. O Programa Agrinho, inseri-

diz Bassamurfo, que complementa res-

objetivo”, diz. Ele afirma que tudo

do há sete anos nas escolas públicas

saltando os cursos de Educação À Dis-

chega ao homem do campo de forma

pela Faeg, ensina às crianças do ensi-

tância (EAD) oferecidos pelo programa.

atrasada. E ainda faltam profissionais

no fundamental algumas premissas do

Para o superintendente, esse traba-

capacitados e treinados para atender a

trabalho no campo e a importância da

lho em conjunto precisa quebrar pa-

demanda de produtores carentes tanto

produção dos alimentos e preservação

radigmas que permeiam o setor rural.

no País quanto em Goiás.

do meio ambiente.

Para que haja rentabilidade e susten-

Já os jovens são amparados pelo Pro-

tabilidade não são necessárias grandes

grama Nacional de Acesso ao Ensino

áreas de propriedade. Ele explica que

Alguns programas são considerados

Técnico e Emprego (Pronatec). O pro-

é possível melhorar a produtividade

estratégicos para aumentar a gama de

grama estreita a distância entre o setor

dentro da capacidade de cada produ-

Programas

Fredox Caravalho

tor. “É muito importante trabalhar o comportamental deste produtor. Se ele quer, com assistência e orientação, ele consegue”, arremata. Mas especialistas garantem o gerenciamento é tão importante quanto a implantação da assistência técnica para alavancar as classes rurais. Planilhas de custos, inventário, controle da propriedade precisam ser inseridos na rotina dos produtores. Eurípedes informa que o produtor rural também precisa se organizar. Para o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, a melhor maneira de identificar esse produtor rural é criando um cadastro nacional único 24 | CAMPO

Fevereiro / 2015

Na opinião do pesquisador da Embrapa, Eliseu Alves, de forma geral, esse movimento das classes sempre ocorreu www.sistemafaeg.com.br


no meio rural do País. Ele explica que

Lucro que vem do leite

dem 190 litros por dia, um incremento

a classe média tem uma mobilidade

A labuta na propriedade do produtor

de 171% da produção. Na prática, esse

maior, retraindo ou expandindo, depen-

de leite, Pedro Deusdeth Pereira, loca-

é apenas um resultado oriundo de mu-

dendo da situação econômica do País

lizada em São Miguel do Passa Quatro,

danças sensíveis, mas simples ocorri-

e da rentabilidade dos produtos cultiva-

era dura. O produtor acordava cedo, às

das na propriedade. Os 7,7 hectares

dos. “O que o Ministério da Agricultura

5h30, tirava sozinho o leite das sete

de área útil de braquiara, foram trans-

está propondo é acelerar essa alavan-

vacas em lactação. A rotina acabava já

formados, com orientação técnica, em

cagem de classes”, pontua. Ele salienta

no fim do dia, com o cansaço explícito

piquetes de 0,7 hectares de mombaça,

que existe uma imperfeição no mercado

de um dia cheio. Mas tudo isso está

em sistema rotacionado. “No pico da

que achata as possibilidades do peque-

longe de ser uma reclamação de Pedro

chuva conseguimos ter 10 animais nes-

no produtor a alcançar níveis mais ele-

Deusdeth. O problema era a descren-

sa área”, diz Patrícia.

vados de rentabilidade. O argumento é

ça. O produtor não via muito futuro

Deusdeth conta que pagava R$ 116

que a pequena produção é vendida a

naquela lida e já pensava em largar a

pela tonelada de silagem de sorgo.

um preço mais baixo, enquanto que os

atividade. Faltava dinheiro para inves-

Hoje sua propriedade possui 0,9 hec-

valores dos insumos são elevados. “A

timento, para suprir as necessidades

tares de cana-de-açúcar, cuja produ-

agricultura moderna não é rentável para

básicas do produtor.

ção é utilizada para alimentar o gado.

essa população”, explica.

Mas a realidade atual é outra. O pro-

Além de melhorar a alimentação, fo-

A saída, conforme ele, seria dissolver

dutor se inseriu no programa Goiás

ram substituídos alguns animais por

essas imperfeições do mercado com a

Mais Leite – Metodologia Balde Cheio

outros de melhor desempenho. Os

criação de um número maior de coope-

na Cooperativa Agropecuária Mista de

bezerros foram vendidos para reverter

rativas e associações de produtores em

Bela Vista de Goiás (Cooperbelgo) em

em melhorias na propriedade ou aqui-

todo o País. Para tanto, são indispen-

setembro de 2011. Com a assistência

sição de novos animais. “O desem-

sáveis as presenças do poder público e

continuada da médica veterinária, Pa-

penho de uma vaca bem alimentada

sindicatos rurais. “O Sul do País faz isso

trícia Alesse Teixeira e do engenheiro

pode melhorar em 50%. Às vezes

muito bem. Acredito que primeiro seja

agrônomo, Bruno dos Reis, os resulta-

também é necessário vender dois ani-

necessário resolver esses problemas,

dos são expressivos.

mais para comprar um melhor”, afir-

para depois oferecer assistência técni-

No início do projeto, o produtor lei-

ma Patrícia. Tudo isso feito em cima

ca. É preciso que as pessoas se unam

teiro tinha sete vacas em lactação que

dos resultados financeiros e acompa-

para adquirir produtos a menor preço

produziam, diariamente, 70 litros. Atu-

nhamento de gestão. Como o produ-

para vender a um maior preço”, ensina.

almente são nove vacas, ou seja, ape-

tor já tinha um financiamento, parte

Mas ele explica que há um contingen-

nas dois animais a mais, mas que ren-

da renda era repassada ao banco o Fredox Caravalho

te extenso de famílias, cujo tratamento deve ser diferenciado e individualizado. Ele lembra que alguns produtores vivem em situação de extrema pobreza, sobretudo na Região Nordeste do País (embora lembre que existam famílias semelhantes em todas as regiões), que precisam, inicialmente, serem atendidos com programas de transferência de renda. “Depois disso, tem de fazer um diagnóstico individual, verificar que tipo de atividades agrícolas essas famílias podem desenvolver, individualmente, para depois oferecer ajuda técnica e de associação”, finaliza.

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Pedro Deusdeth é o exemplo de como a assistência técnica pode promover uma guinada na vida do trabalhador rural

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Radiografia Levantamento da Fundação Getúlio Vargas com base nos censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

exemplo, ainda são realidades distantes para a maioria das propriedades rurais goianas.

(IBGE) de 2006 aponta que o produtor da classe A corres-

Conforme estudo, somente 2% dos produtores das clas-

ponde a 12,9% das propriedades goianas e possui renda

ses D E fazem inseminação artificial e 30% recorrem à

mensal superior a R$ 4.083. Na outra ponta, produtores

adubação para correção do solo. Um total de 77% não

das classes D E ocupam 63,17% do território produtivo

tem acesso à assistência técnica. O gerente de assuntos

goiano e ganham menos de R$ 947 por mês. No total são

técnicos e econômicos da Faeg, Edson Novaes, afirma que

75.471 propriedades (veja quadro).

esses indicadores apontam a fragilidade dessas classes e,

Entretanto, a classe mais baixa é desfavorecida também

por outro lado, o grande potencial de crescimento. “Nosso

na contribuição dos impostos. Se por um lado, o impacto

maior desafio é fazer uma grande parceria, estadual, mu-

dos impostos para as classes A B é de 3,26% em relação às

nicipal e federal. Essa ação conjunta precisa do apoio das

despesas, para as classes menos favorecidas, este impacto

entidades de classes do setor público e privado, do Sistema

é de 5,29%.Manejos que já estão, há anos, incutidos no

S e universidades para montarmos uma grande rede de

dia a dia de médios e grandes produtores goianos, por

assistência técnica”, diz.

Radiografia da população rural goiana A renda mensal do grande produtor de Goiás (classe A e B) é acima de R$ 4.083 por família. A renda

classes A B é de 791 hectares, da classe C é de 177 hectares e das classes D E, a média é de 92 hectares.

mensal do médio produtor (classe C) entre R$ 947 e

Produtores das classes A B são responsáveis por 84%

R$ 4.083 e corresponde 23,9% das propriedades. Já

do valor bruto, de produção, da classe C é responsável por

a classe D E, cuja renda familiar é inferior a R$ 947,

11%. Já as classes D E são responsáveis por apenas 5% do

correspondem 63,16%. Área média do produtor das

valor bruto de produção.

que gerou dificuldades econômicas

tência técnica continuada, a gestão do

classe C de cerca de 800 mil produto-

em alguns momentos.

negócio e, sobretudo, potencializar as

res. A chave é o fornecimento de rede de assistência técnica e extensão rural.

No início do projeto, foi realizado

características da propriedade. “É feito

um inventário da propriedade de Pedro

o máximo com aquilo que o produtor

Deusdeth que preenchia apenas algu-

tem e só depois buscamos algum recur-

mas linhas, cujos principais bens eram o

so financeiro”, ensina. Pedro Deusde-

tanque de expansão para leite e o apa-

th é o exemplo de como a assistência

relho de cerca elétrica. Atualmente in-

técnica continuada e gerenciamento da

tegram também a lista: triturador, orde-

propriedade podem promover uma gui-

nhadeira, além de benfeitorias em toda

nada na vida do trabalhador rural. Esse

30% dos produtores fazem

a infraestrutura da pequena proprieda-

é o grande objetivo comum das enti-

adubação

de como galpão e curral. Na prática, a

dades ligadas ao setor: a ascendência

2% dos pecuaristas realizam

planilha dos resultados econômicos da

de classe. O desafio recebeu luzes de

inseminação artificial

atividade implantada pelo programa é

holofotes ao ser considerado uma das

19% dos produtores das classes

totalmente ascendente. A evolução das

principais metas da nova detentora da

fazem algum tipo de investimento

sobras do fluxo de caixa foi de 127%, o

pasta do Ministério da Agricultura, a

77% não recebem nenhuma

patrimônio (11,96%) e a renda da venda

senadora Kátia Abreu (PMDB).

orientação técnica

do leite melhorou 44%, por exemplo.

O objetivo é dobrar o tamanho da

Características das classes D E rural em Goiás

88% não possuem nenhuma má-

Segundo a veterinária não há mági-

classe média rural brasileira em qua-

quina e implementos

ca, mas não também não há nenhuma

tro anos. Para tanto, o foco é proje-

12% têm acesso ao crédito

receita de bolo. O segredo é a assis-

tar a ascensão das classes D E para a

Fontes: FGV/IBGE

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Fevereiro / 2015

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EDUCAÇÃO NO CAMPO

Conhecimento que transforma vidas Instrutores do Senar Goiás são responsáveis por modificar realidades Luiz Fernando Rodrigues | luiz.lemes@faeg.com.br

D

isseminar conhecimento e,

de Goiás, além de proporcionar

p o referentes à Segurança do Tra-

em troca, receber grandes

melhoria significativa na qualidade

balho, Prevenção no Manuseio de

histórias. Essas duas com-

de vida de diversas famílias.

Agrotóx icos e Máquina s Agr íco-

Ao todo, o Senar Goiás con-

la s e sobre a Nor ma Regulamen-

cotidiano dos instr utores do Ser-

ta com mais de 260 inst r utores,

tadora (NR) 31. O inst r utor faz

viço Nacional de Aprendizagem

de diferentes idades e gêneros

questão de ressaltar que o t raba-

Rural em Goiás (Senar Goiás) ao

que são resp onsáveis p or m i-

lho ba seia-se em uma t roca, em

percorrer os quatro cantos do esta-

nist rar t reinamentos de curta e

que a ajuda acaba sendo mút ua.

do. Os Profissionais de diferentes

média duração, além dos cursos

“Essa é a grande diferença do Se-

áreas, como veterinários, engenhei-

do Programa Nacional de Aces-

nar p orque quem participa está

ros agrônomos e artesãos, são os

so ao Ensino Técnico e Emprego

querendo aprender. Então, somos

responsáveis por levar mais infor-

(Pronatec) em Goiás. Ent re esses

vistos como uma p essoa de gran-

mações, aper feiçoamento e profis-

prof issionais, A ndres Peter Brito,

de valor, somos muito valoriza-

sionalização aos produtores r urais

4 0, leva conhecimentos ao cam-

dos p elo aluno”, comenta.

Fredox Carvalho

binações fazem parte do trabalho

Com trabalho cuidadoso, instrutores ensinam a melhor forma de lidar com o campo www.senargo.org.br

Fevereiro / 2015 CAMPO

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Larissa Melo

Andres encontrou forças para superar perda durante treinamento em Santa Izabel

de Federal de Goiás (UFG), o

algumas etapas que compreendem a

educador lembra que já acom-

habilitação da empresa, a análise cur-

panhou muitos alunos a conse-

ricular de candidatos a professores e

guirem empregos a partir dos

educadores e a aplicação de avaliações

cursos ministrados e outros que

para mensurar a capacidade de repassar

saíram do caminho das drogas.

conhecimento”, explica Flávio Henrique.

“Em Itajá, teve uma senhora

O gestor do departamento técnico tam-

que não trabalhava e que foi

bém ressalta que, quando identificado a

contratada com carteira assi-

necessidade de atualização técnica ou de

nada a partir do momento em

nivelamento em alguma área, os instruto-

que fez um dos treinamentos.

res passam por capacitações para alcan-

Vemos que isso faz a diferença

çar a excelência. “Em algumas situações,

na vida das pessoas”, lembrou.

enviamos esses profissionais para con-

Em vista das histórias con-

gressos, seminários ou treinamentos. Em

tadas pelos produtores, o pre-

2014, mandamos pessoas para o Mato

sidente da Federação da Agri-

Grosso, São Paulo e outros estados em

cultura e Pecuária de Goiás

busca dessa perfeição”, comentou.

(Faeg), José Mário Schreiner,

Seguindo a ideia de aperfeiçoamento,

também lembra que o empe-

entre os dias 9 e 11 de fevereiro ocorre-

Entre as diversas histórias lembradas

nho em transmitir conheci-

rá o Encontro Técnico de Instrutores do

no decorrer dos sete anos como instru-

mentos por parte dos instrutores do

Senar Goiás, em Caldas Novas, com o

tor, a que mais emociona Andres ocor-

Senar Goiás é fundamental para me-

objetivo de levar conhecimento e apre-

reu em um dos momentos mais difíceis

lhorar a qualidade de vida dos produ-

sentar as metas para 2015. Segundo o

de sua vida, ainda no início da carreira.

tores por meio do trabalho. “O Senar

Superintendente da instituição, Eurí-

Na ocasião, o irmão do educador foi

conta com um time de técnicos e ins-

pedes Bassamurfo, essa parceria com

morto em um acidente na cidade de

trutores que, sem dúvida nenhuma, é

profissionais preparados é fundamental

Atlanta, nos Estados Unidos. Sem con-

um dos melhores do Brasil. Em cada

para levar mais educação ao homem do

dições de chegar a tempo para o veló-

profissional, temos uma pessoa que,

campo. “Acreditamos que tudo o que

rio, Andres decidiu ser instrutor de For-

além de muito capacitada, encara o

estamos plantando resultará em frutos

mação e Produção de Pomar Caseiro

seu trabalho como uma verdadeira

melhores para os produtores rurais. Para

em Santa Izabel. “Como estava preso

missão”, declarou o presidente.

isso, precisamos dos instrutores para atender a educação e, principalmente, a

em casa, pensei que se ficasse parado lhar”, explicou. Ao chegar no local, An-

Seleção e qualificação dos técnicos A proposta de mudança de vida pas-

dres teve uma surpresa. Ao término da

sa pela qualificação

ação foi abordado por uma senhora que

e a seleção dos pro-

no decorrer do curso apresentou traços

fissionais pelo Senar.

de abatimento. “Ela disse que salvei a

Segundo o gestor do

vida dela porque estava deprimida e até

Departamento

pensava em até se matar. Com o trei-

nico do Senar Goiás,

namento, começou a cuidar das plan-

Flávio Henrique Silva,

tinhas dela e isso me marcou muito”,

foi realizado em 2013

conta emocionado.

uma chamada pública para o credenciamento

contar como instrutor é Tayrone Freitas

de profissionais com

Prado, 26. Mestre em Nutrição e Repro-

validade de três anos.

dução de Ruminantes pela Universida-

“Nesse processo há

Fevereiro / 2015

trabalhadores rurais”, ressalta.

Téc-

Outro que tem muita história para

28 | CAMPO

formação profissional dos produtores e

Larissa Melo

poderia ficar mais louco e fui traba-

Eurípedes: o encontro objetiva preparar os instrutores para o futuro da educação

www.sistemafaeg.com.br


Fredox Carvalho

Fredox Carvalho

SANIDADE

Leite com qualidade dentro e fora da porteira Instrução Normativa prevê mais cuidado com a produção Michelle Rabelo | michelle.rabelo@faeg.com.br

D

esde que expressões como

os novos parâmetros de qualidade

Somáticas (CCS) – que passa a ser

alimentação saudável e es-

para o leite nacional – ascendeu o

de 400 mil por mililitros (CS/ml).

tilo de vida natural caíram

alerta de quem produz o alimento.

As mudanças se referem ainda aos

nas graças da população, os cuida-

“Eles têm até 2016 para se adequa-

itens que dizem respeito à qualida-

dos com o que se coloca na mesa

rem, mas a maioria já trabalha com

de como ordenha, higienização e

vêm aumentando. Nem os alimen-

parâmetros de qualidades bastante

armazenamento. A CBT mensura o

tos que são velhos conhecidos da

satisfatórios”, pontua o coordena-

grau de higiene durante a ordenha

dieta conseguiram escapar. Exem-

dor do programa Balde Cheio do

e a CCS monitora a incidência de

plo é o leite, que além de consu-

Serviço Nacional de Aprendizagem

mastite – principal doença infecto-

mido sozinho, é base para vários

Rural em Goiás (Senar Goiás), Mar-

contagiosa - nos rebanhos.

outros alimentos. Foi assim que a

cos Henrique Teixeira.

Mimosa foi inserida em um intenso processo de profissionalização.

Para aux iliar o produtor a se ade-

A regra veio para substituir a IN

quar, o Senar Goiás tem dado des-

51 e muda os parâmetros para a

taque esp ecial em suas ações de

Agora, a aprovação da Instr ução

Contagem Bacteriana Total (CBT)

For mação Prof issional Rural (FPR)

Normativa (IN) 62 pelo Ministério

– que agora deve ser de 100 mil

na área de p ecuária de leite, e tam-

da Agricultura, Pecuária e Abaste-

unidades formadoras de colônias

bém dent ro do programa Leite Le-

cimento (Mapa) – que regulamenta

(UFC/ml)- e a Contagem de Células

gal, à apresentação e explicação

www.senargo.org.br

Fevereiro / 2015 CAMPO

| 29


da IN 62. Marcos Henrique expli-

Produção

ca que o planejamento é realizado

O Brasil é o sexto maior produ-

de acordo com a demanda e que

tor mundial e a produção de leite

a procura é relativamente grande.

cresce 4,5% ao ano. Já Goiás é a

Em 2012 foram minist rados p elo

quarta potência do ranking leitei-

Senar Goiás um total de 167 t rei-

ro nacional. A produção goiana é

namentos na área, o que resultou

de 3,5 bilhões de litros por ano, e

em 1.864 p essoas capacitadas.

consome-se aqui apenas 20% deste

Em 2013 foram 131 t reinamentos

total. O restante é comercializado

e 1.477 capacitados. Por f im, em

para outros estados e alguns países

2014 a entidade regist rou 147 t rei-

em forma de leite em pó, leite longa

namentos e 1.727 capacitados.

vida ou produtos derivados, como

Dentro dos cursos do tipo FPR,

queijos, manteiga e iogurtes.

o coordenador destaca o de Bovi-

Segundo a Cooperativa Mista dos

nocultura de leite/Qualidade do

Produtores de Leite de Morrinhos

leite, que traz em sua grade, além

(Complem), a capacidade industrial

de conhecimentos sobre as Instr u-

goiana gira em torno de 16 milhões.

ções Normativas 51 e 62, princípios

Essa produção representa 10,8%

de fisiologia da glândula mamária,

da produção brasileira. A estimati-

obtenção higiênica do leite, higie-

va é a de que o Estado detenha 60

nização e limpeza do equipamen-

mil pecuaristas de leite, sendo que

to e local de ordenha, diagnóstico,

mais de 220 mil pessoas encon-

tratamento e controle da mastite e

tram-se envolvidas na atividade,

noções de preservação ambiental e

que movimentou R$ 3,8 bilhões nos

segurança no trabalho.

246 municípios goianos, em 2013.

Decréscimo na contagem bacteriana total máxima esperado com o PNQL A partir de 01/01/2012 A partir de 01/07/2014 a 30/06/2014 - Regiões a 30/06/2016 regiões Centro-Oeste, Sudeste Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A partir de e Sul. A partir de 01/01/2013 a 30/06/2015 01/07/2015 a 30/06/2017 - Regiões Norte e - Regiões Norte e Nordeste. Nordeste. 600.000 UFC/ml

300.000 UFC/ml

A partir de 01/07/2016 Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A partir de 01/07/2017 - Regiões Norte e Nordeste.

100.000 UFC/ml

Decréscimo na contagem de células somáticas esperado pelo PNQL A partir de 01/01/2012 A partir de 01/07/2014 a 30/06/2014 - Regiões a 30/06/2016 regiões Centro-Oeste, Sudeste Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A partir de e Sul. A partir de 01/01/2013 a 30/06/2015 01/07/2015 a 30/06/2017 - Regiões Norte e - Regiões Norte e Nordeste. Nordeste. 600.000 células/ml 30 | CAMPO

Fevereiro / 2015

500.000 células/ml

A partir de 01/07/2016 Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A partir de 01/07/2017 - Regiões Norte e Nordeste.

400.000 células/ml

Alimentação e controle da qualidade são feitos também dentro da sala de ordenha


Fredox Carvalho Fredox Carvalho

Mesmo diante de números tão

da filha Mônica Meyer, ele produz

positivos, o presidente da Com-

1.350 litros/dia e brinca “Nós é que

pem, Joaquim Guilherme, alerta

engordamos o gado”, fazendo refe-

para o fato de que Goiás está per-

rência ao ditado popular “É o olho

dendo lugar no ranking nacional

do dono que engorda o gado”. Mô-

de maiores produtores para outros

nica ajuda o pai e explica “vamos

estados. “Embora nós reunamos to-

todos os dias no curral, pelo menos

das as condições necessárias para a

na hora das ordenhas” – a primeira

atividade leiteira como terras pro-

acontece ao amanhecer e a segun-

pícias, disponibilidade de água e

da às 15 horas.

energia elétrica, boa malha viária,

Mônica, que é administ radora de

bom rebanho, fartura de grãos e

empresas e técnica em Agronomia,

grande número de laticínios, esta-

diz que o segredo para o sucesso é

mos perdendo espaço aos poucos.

a disciplina. Ela divide o cuidado

Acredito que para reverter essa

com a produção do leite em t rês

tendência precisamos trabalhar em

etapas: o manejo da pastagem e

várias frentes: preparar melhor a

dos animais – que é a alimentação

sucessão familiar nos modelos tra-

do gado -, a ordenha e o cuidado

dicionais e nas unidades de econo-

com o produto f inal. Na fazenda

mia familiar e investir em formação

Palmital, com área total de 83 al-

de mão de obra de proprietários e

queires, são criadas 560 cab eças

funcionários, criando gestores que

de gado leiteiro, sendo 112 em lac-

possam utilizar toda informação e

tação. “O pasto está sempre ver-

tecnologia existente”, argumenta.

dinho, a água fresca e uma área

Ele lembra que o grande poten-

sombreada para os animais des-

cial do Brasil está nos agricultores

cansarem é regra p or aqui. O nos-

familiares. Mas segundo especia-

so objetivo é que eles não f iquem

listas é aí que mora o problema.

est ressados”, explica Mônica.

A maioria não tem capital para in-

Na etapa da ordenha o cuidado

vestir, acesso a informações e as-

por parte de Herman e Mônica não é

sistência técnica para orientá-los

diferente. “Vaqueiros e ordenhado-

periodicamente. Mesmo assim, o

res são treinados. Nesse ponto quem

que anima o coordenador do Bal-

nos auxilia é o Senar Goiás, além da

de Cheio, Marcos Henrique, é saber

própria Piracanjuba – empresa eu

que o produtor goiano se desdobra

compra toda a produção dos Meyers

e se destaca entre tantos outros

– que oferece cursos de capacitação,

que tiram do leite o sustendo da fa-

reciclagem e melhoramento”, conta.

mília. É o caso de Herman Meyer,

A ordenha é feita em uma sala espe-

produtor referência em qualidade

cífica na qual também faz-se o teste

do leite no município de Itaberaí.

da caneca. “Os melhores animais são ordenhados primeiro – ao todo

Produção nota 10

são seis conjuntos de ordenhadeiras

Com o idioma ainda em constr u-

– para evitar contaminação. No lo-

ção, o suíço Herman Meyer, produz

cal também é feito o pré-dipping e o

leite no município de Itaberaí e ser-

pós-dipping.

ve de exemplo no que diz respeito à

Outro cuidado de Mônica e Her-

qualidade do alimento. Com a ajuda

man é ordenhar os animais com Fevereiro / 2015 CAMPO

| 31


mastite

dia.

CCS acima de 100 é considerada

Goiás ainda precisa melhorar muito

“Quando a mastite está avançada,

quatro

vezes

por

r uim. Acima de 200 já entramos

no aspecto de conscientização de

utilizamos uma pomada específi-

com antibiótico. Estamos sempre

toda a cadeia produtiva. “Temos

ca, mas em caso contrário deixa-

de olho”. Já a análise da CBT é feita

que alertar os produtores sobre a

mos que o sistema imunológico do

quinzenalmente pela Piracanjuba.

importância de se produzir, acon-

animal se recupere naturalmente”,

Eles ficam de olho na qualidade e

dicionar, transportar e fabricar o

pontua a filha do produtor.

o consumidor de olho nas delícias

leite dentro de critérios e padrões

que vêm do leite.

que possibilitem a produção de

Quanto à substituição da IN 51

produtos com qualidade. Somente

como a da família Meyer, o presi-

assim teremos condições de com-

balhamos aqui com um ponto de

dente da Complem, Joaquim Gui-

petitividade para participarão de

corte bem abaixo do exigido. A

lherme, faz questão de lembrar o

mercado internacional”.

Fredox Carvalho

Mesmo diante de propriedades

estamos preocupados, pois já tra-

Fredox Carvalho

pela IN 62, Mônica é enfática: “não

Mônica e o pai, Herman Meyer, dividem a opinião de que “o olho do dono engorda o gado”

Reconhecimento que ultrapassa as fronteiras de Goiás Ganhador do prêmio “A Qualidade do Leite Começa Aqui”, o pecuarista Eduardo de Souza Iwasse, da Fazenda Areias em Piracanjuba, leva o nome de Goiás para todo o Brasil. A premiação foi criada pela DSM Tortuga para destacar pecuaristas por índices que mostrem o padrão de qualidade da produção, como contagem de células somáticas (CCS), contagem bacteriana total (CBT), gordura e proteína. Na propriedade de Eduardo, animais das raças Gir e Girolando foram sendo selecionados para formar um criatório com grau de sangue 7/8 e alta produção. Atualmente, são 65 vacas em lactação com produção média diária de 17 litros.

32 | CAMPO

Fevereiro / 2015

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DELÍCIAS DO CAMPO

PUDIM

Cristiano Ferreira

DE MARIA-MOLE

INGREDIENTES:

PREPARO:

• 1 lata de leite condensado • 1 lata de creme de leite • 3 latas de leite • 2 caixas de maria-mole sabor coco

Coloque o leite quente no liquidificador e a maria-mole e bata por 3 minutos. Em seguida, acrescentar o leite condensado e o creme de leite, bater por mais 3 minutos. Por fim, coloque em forma caramelizada. Leve para geladeira e sirva gelado.

Envie sua sugestão de receita para revistacampo@faeg.com.br ou ligue (62) 3096-2200

www.senargo.org.br

* Receita enviada pelo tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar Goiás, Cristiano Ferreira

Fevereiro / 2015 CAMPO

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CASO DE SUCESSO

Bons de leite Uma família que não abandona mais a propriedade em tempos de crise do lácteo

Fredox Carvalho

Gilmara Roberto | gilmara.roberto@faeg.com.br

Há dois anos no Programa Goiás Mais Leite, a produção de Emerson e Lucilene cresceu de 15 para 220 litros por dia 34 | CAMPO

Fevereiro / 2015

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mitiram a compra de ordenhadeira, tanque para armazenagem do leite e de triturador de milho, usado na produção própria da ração dos animais. Em cada número lançado nas planilhas de gerenciamento, Emerson tem hoje os registros da produção e os resultados de um trabalho mais seguro. Em tempos de baixos preços do leite, como os de agora, ele não precisa mais vender parte do rebanho para custear despesas e fazer as malas e arrumar trabalho na cidade para não faltar comida em casa. “Eu já estive, como muitos estão hoje, pensando em abandonar a atividade. Hoje, o preço do leite é ruim, porque eu deixo de ganhar, mas isso já não me faz ter que abandonar de novo”, conta Emerson. E se para a família Pereira, o Programa Goiás Mais Leite já mostrou um novo caminho, para o técnico André não foi diferente. Graduado em zootecnia, iniciou um curso de medicina veterinária em busca de mais conhecimento clínico sobre os animais para melhor orientar os produtores. Aos 34 anos, André já pode contribuir para o crescimento de 12 famílias produtoras da região, que recebem sua assistência. Daqui a pouco, ele terá dois diplomas, mas sua profissão será sempre uma só. “Não existe outra profissão que caberia para mim. Sou um extensionista. É

gratificante demais sair daqui vendo o resultado na forma de autoestima e qualidade de vida para eles”, manifesta. Em dois anos, não faltou alimento para o rebanho da família Pereira nem na época das águas, nem nos dias de seca. O manejo foi alinhado e os índices de saúde animal, melhorados. Hoje, os animais da fazenda produzem 28% a mais, tem período de lactação estendido para em torno de dez meses e o percentual de animais produzindo leite cresceu de 70% para 84%. Mas para a vida dessa família, que vive numa casinha pequena, com alpendre de madeira e água fresca para ajudar a passar pelos 41 graus em janeiro, o melhor do Goiás Mais Leite, não está nos números. Está nas mãos descansadas de Emerson, que não precisa mais tirar leite sem equipamentos. Está no acordar cedo para trabalhar no quintal de casa, e não mais na fazenda vizinha. Na companhia que Lucilene é para o esposo e na ajuda que oferece no pasto, no curral, na ordenha. O melhor de produzir mais não é o dinheiro que sobra. São os detalhes da vida cotidiana que levaram a família Pereira de volta para suas pequenas riquezas. Como diz Lucilene, “Nossas vaquinhas não são muitas, mas são boas de leite” e foi no pouquinho de cada dia que a vida no campo voltou a ter valor.

Os interessados no Programa Goiás Mais Leite do Senar, em Goiás, podem informar pelo telefone: (62) 3412-2734. Fredox Carvalho

N

o meio do mar alto de soja que se movimenta pelas terras do município de Portelândia, brota uma pequena fonte do mais puro leite. Alimento que não só esguicha das tetas das vacas, mas também brota das mãos de uma família que já enfrentou mais de uma primavera de dificuldades, mas não desiste da lida no campo. Que continua porque conta o gosto pela terra que só tem quem cresceu na roça. E que, há dois anos, deixou de sub-viver na terra para viver do leite. A alguns poucos quilômetros de distância de Portelândia, uma estrada de chão riscada sobre a soja à esquerda da BR-364 leva às terras que Emerson e Lucilene Pereira conheceram há nove anos. No início da atividade, chegaram a produzir mais de 600 litros por dia na propriedade do pai de Emerson, mas a venda do leite não compensava os custos da produção. Era trabalho que não virava lucro e vida tocada num ciclo que, de tempos em tempos, terminava com a família voltando para a cidade. “É que eu fui criada na fazenda e gosto mesmo é de fazenda”, diz Lucilene Pereira quando justifica porque sempre voltava para a roça. Esse gosto pela vida no campo leva à verdade de sua família, que só quer um destino em que suas vidas sejam sustentadas pelo trabalho no campo. E porque têm fé e acreditam no que fazem, em 2013, procuraram assistência do Programa Goiás Mais Leite – Metodologia Balde Cheio, realizado pelo Senar Goiás em parceria com a Prefeitura de Portelândia. Com dez vacas, sendo seis em fase de lactação e produzindo 15 litros por dia, Emerson precisava se dedicar a outros dois empregos para sobreviver. Hoje, não precisa mais trabalhar 19 horas por dia ou muito menos pedir ajuda da família para dar conta das despesas. Com a assistência de André Carlos Rezende, técnico do Goiás Mais Leite, a família Pereira já chegou a produzir 220 litros de leite por dia com o mesmo número de animais. Aumento da produção que já permitiu grandes aquisições para a Fazenda Rio Verde. Os rendimentos per-

Hoje, produtor que antes tinha três empregos se dedica exclusivamente à atividade da família Fevereiro / 2015 CAMPO

| 35


CURSOS E TREINAMENTOS

Aplicação de Defensivos Agrícolas: estou fazendo certo? Laryssa Carvalho | laryssa.carvalho@faeg.com.br

Para o produtor rural o uso de defensivos agrícolas não é novidade e para muitos, a utilização se tornou comum. Apesar disso, a aplicação indevida de defensivos agrícolas gera riscos ao meio ambiente, à produção e ao próprio produtor ou trabalhador rural e, portanto, deve ser realizada com cuidado e segurança. Pensando nisso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) oferece o curso de Aplicação de Defensivos Agrícolas – Pulverizador Costal. O diferencial da capacitação está na tecnologia aplicada e no trabalho que é feito de forma manual, em pequenas produções ou locais de difícil acesso. O objetivo é atender a agricultura familiar que possui menores áreas de aplicação e, por isso, é realizada a utilização do pulverizador que é carregado nas costas do produtor. Para participar do curso é necessário ser produtor ou trabalhador rural, ter idade mínima de 18 anos e ser alfabetizado. Durante o aprendizado, o participante será orientado sobre os cuidados ambientais, como descarte e armazenamento de embalagens, riscos da aplicação indevida, medidas higiênicas, durante e após o trabalho, proteção pessoal, regulagem e manutenções dos componentes (pressão e bicos) além das determinações do ritmo de trabalho e taxas de aplicação.

De acordo com o coordenador do curso pelo Senar Goiás, Leonnardo Furquim, o curso de aplicação de defensivos agrícolas é de suma importância não somente ao trabalhador rural, como também ao produtor e todos os envolvidos na cadeia produtiva. “O curso é essencial para que produtor/trabalhador conheça o modo correto da aplicação de defensivos, para reduzir os riscos sobre ele ou até mesmo sobre a produção que chegará ao consumidor”, enfatiza Leonnardo. Ainda sobre os riscos da aplicação indevida, o coordenador do curso destaca os erros da superdosagem e da subdosagem. “A superdosagem é quando se aplica uma quantidade maior que a necessária. Com isso, ao invés de matar, as pragas ou doenças criam resistência e contaminam a cultura. Na subdosagem ocorre o oposto e o objetivo de eliminar a doença ou praga não é atingido”, completa. Leonnardo cita como exemplo o carrapaticida bovino. “Isso acontece muito com o carrapaticida bovino, se o produtor aplicar um número maior que o necessário, o carrapato cria resistência ao produto, além é claro, de prejudicar o meio ambiente”, exemplifica o técnico.

EM DEZEMBRO E JANEIRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU 61 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL*

02 Na área de agricultura

31

02

Em atividade Na área de de apoio silvicultura agrossilvipastoril

0 Na área de extrativismo

0

02

Em Na área de agroindústria aquicultura

16

08

Na área de pecuária

Em atividades relativas à prestação de serviços


Shutter

Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412 2700 ou pelo site www.senargo.org.br

* Cursos promovidos entre os dias 26 de dezembro e 25 de janeiro. Recesso no período de 19 de dezembro a 05 de janeiro.

12 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

06

0

0

0

06

0

Alimentação e nutrição

Organização comunitária

Saúde e alimentação

Prevenção de acidentes

Artesanato

Educação para consumo

799

PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS


CAMPO ABERTO

Faça gestão de você, antes de sua propriedade rural! Fernando Veiga Domingues | fernando@senar-go.com.br

teúdo técnico aumentam o grau de conhecimento, CONHECIMENTO

ATITUDES

mas ainda não influenciando no aspecto comportamental, que se refere a nossa capacidade de pensar, planejar, ter compromisso, ter tomada de decisão, de resolver problemas, enfim tudo para

HABILIDADES

utilizar as nossas aptidões mentais inatas, portanto determinam as decisões que tomamos na

VALORES

Aco m p a n ha m ent o dos grandes avanços EMPREENDEDORISMO

da

biotecnologia

informática, de

pessoas,

e

gestão quali-

dade dos serviços e produtos nas disputas comerciais, preocupação com valores ambientais, são algumas das várias exigências que mundo atual impõe ao

nossa vida pessoal e profissional. Fazer Gestão de você mesmo é seguir alguns exemplos abaixo:

1 2 3 4

Praticar regularmente uma atividade física; Procurar lazer junto aos amigos e familiares; Ser seletivo em relação à alimentação; Fazer compromisso com você mesmo para buscar conhecimento, estudar, pesquisar;

5 Reconhecer suas limitações.

empresário rural, afastando-o da convivência familiar e de amigos. Tudo isso acaba fazendo

E existem muitas dicas para conhecer, mas

com que o produtor tenha a impressão de que

a CHAVE que abre uma vida todo mundo tem:

o tempo está cada vez mais curto, podendo

C–Conhecimento, H–Habilidades, A-Atitudes,

gerar ansiedade e stress disfuncional, que são

V-Valores e E–Empreendedorismo.

tentativas do indivíduo em se adaptar a alguArquivo Faeg

ma nova situação.

Hoje, muitas instituições têm proporcionado aos empresários rurais essa ferramenta de

Essas mudanças são frequentes quando os

gestão com conteúdo comportamental diluída

empresários rurais não conseguem controlar,

em todo o programa, destacando a Faeg, o Se-

tudo o que está fora da porteira, ou seja, fora

nar e o Sebrae e Sebrae que estão juntas em

de sua propriedade rural e que inter ferem no

campo, levando aos municípios goianos desde

dia a dia, como exemplos: intempéries e preço

de 2007, o programa chamado Empreendedor

de seus produtos. Assim, exigem aos mesmos

Rural, com 17 encontros de um grupo formado

Fernando Veiga

que controlem os sintomas mencionados para

por aproximadamente 30 empresários. O cur-

Domingues

se prepararem diante as oscilações advindas

so dá oportunidade de todos dedicarem-se um

do mercado ou do céu.

dia para seus projetos de vida e empresarial,

é engenheiro civil, pós-graduado em gestão de informação

Ainda assim, os empresários rurais podem con-

acompanhando o desempenho e promovendo

e tecnologia com MBA

trolar o que está dentro de sua porteira, dentro da

ações corretivas e de melhorias do sistema de

em gestão empresarial

propriedade e para isso utilizam ferramentas de

gestão, a fim de que o empresário rural possa

Ações e Projetos do

gestão apropriadas ou a busca de cursos. Geral-

fazer da sua empresa o melhor lugar para viver

Senar Goiás

mente cursos e ou treinamentos focados no con-

e ganhar dinheiro.

e coordenador de

38 | CAMPO

Fevereiro / 2015

www.sistemafaeg.com.br




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