PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. CONSELHO EDITORIAL Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto e Eurípedes Bassamurfo da Costa. Editora: Denise N. Oliveira (331/TO) Reportagem: Catherine Moraes, Michelle Rabelo, Nayara Pereira, Douglas Freitas (estagiário) e Laryssa Carvalho (estagiária). Fotografia: Capture Studios Revisão: Catherine Moraes Diagramação: Isabele Barbosa Impressão: Gráfica Amazonas Tiragem: 15.000 exemplares Comercial: (62) 3096-2123 revistacampo@faeg.com.br
DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner. Vice-presidentes: Leonardo Ribeiro; Antônio Flávio Camilo de Lima . Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira. Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis. Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da Silva, José Vitor Caixeta Ramos, Wagner Marchesi. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos Santos, José Carlos de Oliveira. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta Filho. Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica. Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria.
Tecnologia a favor do campo Com poucos investimentos para melhoramento da produção, o homem do campo esteve, por muito tempo, acostumado às raízes antigas e ao jeito familiar de cuidar da propriedade. Hoje, os tempos são outros, as exigências também e a produtividade está diretamente ligada ao uso das tecnologias no campo. Isto porque, as propriedades rurais, independente do tamanho ou do tipo de produção, se transformaram em empresas. Para sobreviver ao mercado, é preciso se adequar e nós estamos atentos! A tecnologia ainda é observada por muitos como apenas máquinas, mas muitas vezes as pessoas não notam que a tecnologia e a ciência são fundamentais no dia a dia e fazem toda diferença nas propriedades rurais. Estamos falando aqui do amparo técnico, de sementes transgênicas, inseminação artificial, GPS, computador de bordo, aplicativos, softwares, robôs, drones e um produtor que usa o computador ao próprio favor. No início da década de 1990, quando a internet começou a ser explorada no Brasil, a maioria dos produtores rurais percebeu as novidades com muito receio, mas aos poucos, a aplicação foi se tornando mais fácil, comum e necessária. Hoje, os produtores abraçam as ferramentas como fortes aliadas no campo e isso inclui desde a realização de ensino à distância até mesmo os aplicativos voltados para o agronegócio. Celular, computador, tablets passaram a ser grandes aliados de quem vive do campo. Neste mês, nossa Revista Campo decidiu abordar o uso das tecnologias na zona rural e os reflexos disto na produção goiana. Além disso, tratamos de temas como clonagem animal, a Educação à Distância do Senar Goiás que completa um ano com mais de 3 mil alunos e ainda falamos de melhoramento genético, transgênicos e aplicativos que auxiliam gestão e na lucratividade. Este é um novo mundo no qual ainda temos muito a explorar. A todos, uma boa leitura!
Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo. Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Sandra Alves Lemes.
Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldine, Antônio Sêneca do Nascimento e Marcelo Borges Amorim. Superintendente: Eurípedes Bassamurfo da Costa
FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.sistemafaeg.com.br E-mail: faeg@faeg.com.br Fone: (62) 3412-2700 e Fax: (62) 3412-2702 Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br Para receber a Revista Campo envie o endereço da entrega com nome do destinatário para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação, ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226.
José Mário Schreiner Presidente do Sistema Faeg
Larissa Melo
Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior, José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela de Souza.
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PAINEL CENTRAL Caso de Sucesso
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Em Minaçu, mulheres de assentamento dão volta por cima por meio de capacitação do Senar Goiás
Prosa
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Antropólogo, consultor e proprietário da Universidade do Cavalo, Luiz Marins Filho é o entrevistado deste mês e fala sobre equideocultura no país
Plano Safra 2015/16
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Anunciado em Goiânia, Plano Safra não traz novidades ao produtor. Preocupação é com verba em tempo hábil
Tecnologia a favor do campo
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Amparados pela modernidade, produtores rurais buscam lucratividade, otimizam produção e reduzem impactos ambientais
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Prêmio de Jornalismo
Fredox Carvalho
Em noite comemorativa, profissionais da imprensa recebem 6° Prêmio Faeg/Senar de Jornalismo. Ao total, 33 premiados se destacaram em cinco categorias
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Clonagem de animais
Dezenove anos após nascimento do primeiro animal clonado no mundo, prática se torna mais comum no Brasil. No país, 300 animais já passaram por processo
Agenda Rural
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EAD Senar completa 1 ano
Fique Sabendo
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Com mais de 3 mil alunos capacitados, Educação à Distância tem motivos para comemorar
Delícias do Campo
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Campo Aberto
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Equideocultura Casos recentes de mormo e falta de laboratórios equipados para diagnóstico da doença colocam atividade em evidência. Do outro lado, exportações da carne e uso para lazer ganham destaque
Fredox Carvalho
Treinamentos e cursos do Senar
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Produtor rural Waldelon Gomes, de Indiara. Foto: Fredox Carvalho
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AGENDA RURAL
19/08/2015 - Quarta-feira - das 8h30 às 17h30 Local: Auditório da FAEG Rua 87, 662, Ed. FAEG, Setor Sul, Goiânia – GO
Informações: 62 3096 2235
28 de agosto Colheita de Tomate Industrial em Goiás: Sustentabilidade e Viabilidade Econômica Local: Fazenda Engenho – Vianópolis Goiás Horário: 8h às 12h Informações: 62 3201-3584
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31 de agosto e 01 de setembro Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central Local: Centro de Convenções Rubens Gil Camillo Campo Grande – Mato Grosso do Sul Horário: 8h às 17h Informações: 67 3320-9700
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FIQUE SABENDO ARMAZÉM
REGISTRO
Larissa Melo
Divulgação
Bienal da Agricultura 2015 é lançada durante evento na Faeg
Tecnologia a favor do campo Resultado de pesquisas desenvolvidas por professores e alunos do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), o livro “Politizando a Tecnologia no Campo Brasileiro”, organizado por Maria Stela Grossi Porto, analisa a politização da tecnologia pela ótica dos vários segmentos sociais que, direta ou indiretamente, nela interferem e são afetadas pela produção tecnológica para o campo brasileiro. Preocupados com as diferentes dimensões e as distintas implicações da tecnologia sobre o mundo rural, a obra contempla um largo espectro temático. Todos os autores privilegiam a diversidade rural que caracteriza o Brasil atualmente. Diversidade que resulta dos processos de modernização e diferenciação que caracterizaram sua implantação.
Com o objetivo de ressaltar a importância da agricultura no Centro-Oeste do país, a 3ª edição da Bienal de Negócios da Agricultura Brasil Central foi lançada, no dia 26 de junho, em Goiânia. O evento realizado na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), contou com a presença do presidente da federação goiana, José Mário Schreiner; do superintendente do Senar de Mato Grosso do Sul e diretor institucional da Federação do Mato Grosso do Sul (Famasul), Rogério Beretta e do presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Distrito Federal (Fape-DF), Renato Simplício. Responsável pela abertura, José Mário falou da importância de as federações do Centro-Oeste atuarem de forma conjunta e afirmou que esta é a região mais importante do
país quando o assunto é produção. “Juntos, temos uma atuação muito forte e a Bienal serve para que as federações consigam pensar e discutir as perspectivas e melhorias do setor. Temos muito a crescer e isso somente é possível com tecnologia e capacitação profissional”, ressaltou. O evento, que oficialmente será realizado em Campo Grande, entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro, é organizado pela Faeg, Famasul, Fape-DF e também pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato). Com o tema “Conectado o campo e a cidade”, a feira que é vitrine do agronegócio reunirá as principais informações e tecnologias sobre o setor. Além de demonstração de tecnologias de empresas ligadas à pesquisa, ciência, tecnologia, clima e educação.
PESQUISA
Fredox Carvalho
Regalia Maxx, primeiro biofungicida é lançado para controle e defesa de pragas em hortaliças Solução amplamente utilizada ao redor do mundo no controle de diferentes doenças e de importância agrícola, como nos Estados Unidos em que é registrado para mais de 50 culturas entre vegetais, frutas, grãos, folhosas, o biofungicida - Regalia Maxx da FMC Agricultural Solutions - foi lançado na 22ª Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas (Hortitec), realizada em junho, em Holambra (SP). O produto de origem biológica, para controle de Alternaria solani - Pinta Preta - no tomate, é conhecido pela inovação trazida ao controle de doenças, pois seu modo de ação diferenciado conta com ausência de toxicidade - livre de resíduos - e efeito fitotônico que contribuem no manejo integrado de doenças. “Não apresenta incompatibilidade com o manejo convencional. Atualmente no Brasil, contamos com registro para o controle de Alternaria solani em tomate e batata”, explica o coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Biológicos da FMC, Giuliano Pauli.
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PROSA RURAL
Com a palavra, quem entende de cavalo Michelle Rabelo | michelle.rabelo@faeg.com.br
Convidado para palestrar no Seminário de Equideocultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) sobre o cenário econômico e as perspectivas para a cadeia produtiva da atividade, Luiz
Almeida Marins Filho é o entrevistado da Revista Campo deste mês. Aqui ele fala sobre mercado, perspectivas futuras, a atual organização do setor, o posicionamento e participação do produtor e a necessida-
de de eventos que estimulem a profissionalização da atividade. Além disso, como antropólogo, Marins analisa o contexto no qual o setor está inserido e o que deve mudar daqui para frente. Confira na íntegra.
Revista Campo: Como o senhor avalia o cenário da equideocultura no Brasil? Quais são os maiores entraves enfrentados pelo criador e quais as perspectivas futuras? Luiz Almeida Marins: Vejo que quando se fala em equideocultura há que se segmentar o tema para fazer qualquer análise. Esse mercado movimenta cerca de R$ 13 bilhões por ano no Brasil, sem considerar o mercado de apostas. Os entraves do setor são os da economia como um todo. A equideocultura não é uma ilha e, como em todos os setores, há segmentos que conseguem passar mais incólumes por crises. Nesse momento os realmente bons não só sobrevivem, como
crescem. Os maus profissionais e os “mais-ou-menos” não conseguem sobreviver, pois não passam pela “peneira” da crise que seleciona os melhores. Em momentos bicudos, a malha dessa peneira (o mercado) fica mais fina e só passa quem é realmente muito bom e competente. Daí a dificuldade de muitos e o sucesso de alguns, também no setor de equinos. No Brasil não podemos pensar no curto prazo. Somos um país novo e com muitas oportunidades. Acredito que as perspectivas sejam boas para o setor, principalmente pelo aumento de renda da população, fato que agora sofre uma forte desaceleração, principalmente com o uso do cavalo como lazer, recreação e esporte. Ainda
observo com muita esperança o aumento da importância relativa que as novas gerações dão aos animais. O cavalo “pet” já está sendo uma realidade em muitos centros e aí estará um mercado promissor para os criadores. Revista Campo: Especialistas apontam a falta de organização do setor como um dos grandes desafios da atividade. Para o senhor, qual a importância de se discutir políticas públicas como forma de aproximar o produtor das entidades representativas? Luiz Almeida Marins: Como consultor de empresas, eu convivo com dezenas de setores da economia e esse é um problema crônico do Brasil. A desunião, as brigas in-
Luiz Almeida Marins Filho é antropólogo, consultor, empresário nas áreas de agrobusiness e proprietário da Universidade do Cavalo
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trasetoriais e a ausência de administração dos “egos” de dirigentes de entidades de todos os setores, são fatores que atrasam quase todos os segmentos da economia. Os feudos com donos impedem a participação mais ativa de mais pessoas interessadas. A desorganização muitas vezes me parece ser convinhável aos que comandam e por isso ela nunca é enfrentada com seriedade. O produtor (tanto rural quanto industrial) sente uma espécie de abandono por parte de suas entidades representativas, que parecem servir a poucos e não à classe como um todo, com visão de longo prazo. Assim, o que quero dizer é que temos que enfrentar esses problemas do Brasil com as novas gerações assumindo as posições tanto setoriais quanto governamentais.
O cavalo ‘pet’ já está sendo uma realidade em muitos centros e aí estará um mercado promissor para os criadores Revista Campo: O Seminário de Equideocultura da Faeg quer mostrar ao produtor a importância da atividade no cenário nacional. Em sua opinião, como o produtor se posiciona hoje diante do mercado? Luiz Almeida Marins: É preciso entender que o produtor dificilmente terá uma visão ‘nacional’ de seu setor. Ele vê, trabalha e considera a sua realidade local. O ‘mercado nacional’ é uma abstração com pouco sentido para o produtor local, que importa aos grandes criadores. Esses conseguem fazer uma exposição nacional de seus produtos, exportar para o exterior ou para fora de sua região. Mas essa é uma minoria, que embora importante para o mercado brasileiro, nunca deixará de ser uma minoria. E igualmente, como em todos os setores da economia, minorias mais fortes economicamente têm maior capacidade 10 | CAMPO
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de manipular o mercado, o que o pequeno e médio produtor não têm. Revista Campo: Os equídeos têm conquistado outras áreas de atuação, com participação em tratamentos terapêuticos, competições esportivas, culturais e desfiles. Estas são novas opções de mercado? Luiz Almeida Marins: De fato, essas outras áreas de atuação são e serão grandes oportunidade de mercado. Quando o mercado exigir de verdade e abrir esses novos campos, com certeza surgirão entidades e empresas sérias - e não tão sérias - que irão se dispor a auxiliar nessa preparação. Como sempre, os bons ficarão e se estabelecerão. Já os ruins não passarão pela peneira do mercado. Revista Campo: O Brasil ainda tem muito a evoluir no que se refere à exportação de carne de cavalo. Porque exportamos tão pouco? O consumo interno ainda esbarra em uma questão cultural? Luiz Almeida Marins: Como antropólogo, posso afirmar que os hábitos alimentares são alguns dos mais importantes componentes da cultura e isto tabém é um dos pontos de mais difícil mudança. Não vejo qualquer possibilidade do aumento significativo do consumo de carne de cavalo no Brasil. Se esta oportunidade existia, já acabou exatamente porque o cavalo hoje é visto nas áreas urbanas (onde se consome mais carne) como um ‘pet’ e não como um animal de carne comestível. Se já temos preconceitos contra a carne de boi, imagine de cavalo! Quando à exportação, acredito que possa haver oportunidades. O Chile e outros países da América Latina consomem bem carne de cavalo. Mesmo assim, acredito que a tendência de ‘petizar’ o cavalo será um entrave cada vez maior. Talvez para países do Oriente e Sudeste Asiático essa possibilidade seja mais concreta.
Não vejo qualquer possibilidade do aumento significativo do consumo de carne de cavalo no Brasil Revista Campo: O presidente da Comissão de Equideocultura da Faeg, Hélio Fábio, destaca como os casos de mormo registrados em Goiás impactaram no modo como o equideocultor enxerga as questões sanitárias. Em pleno século 21, é preciso um evento como este para alertar o produtor? Luiz Almeida Marins: É preciso trabalhar a cultura do produtor rural brasileiro que nunca acreditou muito na tecnologia. Isso não é um defeito, e sim a consequência de um ambiente tão propício à produção rural e pecuária, já que a natureza sempre se incumbiu de resolver os problemas de produtividade. O tempo da abundância e do desperdício está acabando em todos os setores. Agora é preciso cuidar mais, ser mais profissional e os meios de comunicação precisam ser mais ativos e presentes. Assim, como a febre aftosa, por exemplo, os problemas sanitários da equideocultura terão que ser enfrentados com um forte trabalho de mudança cultural do produtor. Revista Campo: O Senar Goiás oferece cursos para disponibilizar no mercado de trabalho mão de obra qualificada na área da equideocultura. Qual a importância de capacitar que lida diretamente com o animal? Luiz Almeida Marins: Sem mão de obra qualificada não será impossível vencer os desafios da modernidade e da competitividade. O custo da terra, dos insumos e o próprio mercado estão exigindo dos produtores uma qualificação maior e contínua. A formação de gente qualificada é uma corrida sem linha de chegada! www.sistemafaeg.com.br
MERCADO E PRODUTO
Seguro agrícola como fator de estabilidade à produção do setor A agricultura brasileira tem apresentado forte crescimento em sua produção, com média bem superior à do Produto Interno Bruto (PIB) devido à capacidade do setor em absorver rapidamente novas tecnologias, gerando expressivos ganhos de produtividade. Nos últimos quinze anos, a área plantada com grãos, em todo o país, cresceu de 37,40 milhões de hectares para 54,95 milhões, expansão de 47%. Já a produção avançou de 83,86 milhões de toneladas para 193,27, representando um crescimento de 130%. O setor trabalha com tecnologias de ponta com engenharia genética, sementes geneticamente modificadas, além de combinação química que envolve as condições do solo, aplicação de adubos químicos e ainda diferentes manejos do solo, como plantio direto e rotação de cultura. Apesar disso, continua exposto aos riscos de perda da produção por fatores climáticos, mesmo investindo pesado para manter sua competitividade. É claro que muitas destas tecnologias dão mais resistências às plantas em relação às variações do clima. Mesmo assim, o risco é grande, podem acontecer grandes perdas e o seguro agrícola é um dos minimizadores destes riscos. O melhor exemplo de um seguro eficiente é o da grande seca nos Estados Unidos, em 2012. Na época, as perdas chegaram até 50% na produção de soja e milho. Ainda assim, o produtor foi pouco afetado porque o seguro garante em torno de 85%, deste prejuízo. Além disso, é um seguro de receita esperada e não só da perda física da lavoura. Por fim, o governo paga um percentual elevado do prêmio do
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seguro e resta ao produtor uma pequena parcela. No Brasil, foi aprovada a Lei do Seguro Agrícola em 2003 (nº 10.823/2003). Esta Lei assegurou uma subvenção, pelo Governo Federal, entre 40% até 60% do prêmio, dependendo da cultura e da região de plantio a ser beneficiada. O problema é que outros fatores são fundamentais para que o seguro agrícola tenha sucesso. Um dos principais gargalos está na alocação de recursos, pelo Governo, para subvencionar parte do prêmio. Os recursos têm sido limitados, dificultando a expansão do seguro. Nas duas últimas safras foram alocados cerca de R$ 700 milhões, o suficiente para atender menos de 10% da área plantada com grãos. A grande concentração foi no Sul do país, onde os riscos climáticos são bem maiores do que em outras regiões do país. Isso faz com que os produtores contratem o seguro de suas safras, mesmo com menor cobertura dos riscos climáticos. Outro fator que tem dificultado o avanço do seguro agrícola está relacionado aos dados históricos de produtividade. Em sua maioria, as seguradoras adotam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que estão bem abaixo da produtividade atual, que conta com sofisticada tecnologia, e consequentemente, tem um custo variável muito elevado. Este fato aumenta os riscos caso ocorra uma perda. Por sua vez, a contratação do seguro nas regiões de maior produtividade, como o Centro-Oeste se tornam menos atrativas porque a cobertura é muito baixa. A contratação do seguro para cobrir apenas o crédito, pelo agente financeiro, constitui em desvio de funções do seguro agrícola. Estes dois gargalos constituem os grandes entraves para o avanço e sucesso do seguro agrícola no Brasil, apesar de outros de menor importância e de caráter operacional. Faz necessário assim, o empenho de todas as instituições envolvidas nas operações do seguro rural, para viabilizá-lo, dada sua importância para a estabilidade da produção agrícola do país!
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Pedro Arantes | pedro@faeg.com.br
Pedro Arantes é economista e consultor técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás)
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AÇÃO SINDICAL INDIARA
INACIOLÂNDIA Jesmar Vieira
Thersy Oliveira
A arte dos tecidos
Posse de nova diretoria
Com solenidade realizada no último dia 23 de maio, o Sindicato Rural de Inaciolândia apresentou seus dirigentes, durante a posse da nova diretoria. Sem muitas alterações na chapa, o presidente do Sindicato Rural, Emerson Barroso Massão destaca as metas para a nova gestão: adquirir uma nova sede para o sindicato e contemplar novas formas de prestação social para atender as demandas, não só de produtores, como também da sociedade em geral. (Colaborou com a nota: Emerson Barroso, presidente do Sindicato Rural de Inaciolândia)
INDIARA
JATAÍ
Programa Saúde do Homem Aline Rezende
Thersy Oliveira
Primeiros Socorros
Voltado para mulheres que pretendem aperfeiçoar a arte do bordado, o Sindicato Rural de Indiara forneceu entre os dias 7 e 10 de abril, o curso para bordados em tecidos. De 11 mulheres que procuraram o Sindicato para aperfeiçoar seu trabalho, todas saíram com o certificado de conclusão do curso na mão. Quando indagadas sobre o treinamento, as participantes enfatizam que todo o conhecimento repassado foi absorvido e será muito bem aproveitado com uma nova opção de trabalho. (Colaborou com a nota: Thersy Oliveira, do Sindicato Rural de Indiara)
Com capacidade para atender 16 pessoas por turma, o Sindicato Rural de Indiara realizou entre os dias 13 e 15 abril, em parceria com o Senar Goiás, o treinamento em primeiros socorros, destinado a produtores rurais e sociedade em geral. Após solicitações de produtores, que viram no treinamento em primeiros socorros um conhecimento básico e necessário para quem lida com o campo, o Sindicato Rural de Indiara abriu turmas e também espaço para a sociedade em geral, certificando a importância do treinamento. (Colaborou com a nota: Thersy Oliveira, do Sindicato Rural de Indiara) 12 | CAMPO
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Com o objetivo de alertar a população masculina sobre o câncer de próstata, o Sindicato Rural de Jataí realizou, nos dias 9 e 10 de junho, o programa Saúde do Homem. Durante o evento foram realizadas coleta de exames de sangue gratuitos em homens de idade igual ou superior a 40 anos para PSA (Antígeno Prostático Específico), que é um preventivo do câncer de próstata. (Colaborou com a nota: Aline Rezende, Assessora técnica do Sindicato Rural de Jataí) www.sistemafaeg.com.br
ITUMBIARA
Rafael Almeida
Doma racional
Pode parecer fácil, mas para o produtor que tem a lida de domar os cavalos e muares, a prática exige um treinamento específico e aperfeiçoamento constante. Pensando nisso, o Sindicato Rural de Piranhas em parceria com o Senar Goiás realizou o treinamento de Doma Racional, entre os dias 23 e 27 de maio. O treinamento ocorreu no Parque de Exposição Agropecuária de Piranhas. (Colaborou com a nota: Rafael Almeida, do Sindicato Rural de Piranhas)
RIO VERDE Rachel Leão
PNDS
O Sindicato Rural de Rio Verde ministrou, no último mês abril, os módulos de manejo de creche e de gerentes do Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). O evento, que foi realizado junto à Granja São Tomé contou com a presença da mobilizadora Vanda Rizzia Ribeiro e da instrutora e veterinária Rachel Leão. www.senargo.org.br
Empreendedorismo em pauta Fredox Carvalho
PIRANHAS
No dia 25 de maio, o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, falou um pouco mais sobre “empreender” na palestra Empreendedorismo e Perspectivas para o Agronegócio. A palestra integrou a XXX Semana do Curso de Agronomia, do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara (Iles/Ulbra), em comemoração aos 30 anos do curso oferecido pela instituição. Além de exigir altos níveis de qualificação técnica, José Mário destacou, durante a palestra, que a agropecuária é um setor que, invariavelmente, sofre os impactos da economia internacional, além da economia brasileira. “É importante vocês estarem atentos para como o agronegócio está situado no mundo para conhecerem bem o mercado em que irão ingressar”, aconselhou. A Faeg, o Sindicato Rural (SR) de Itumbiara e o Senar Goiás foram correalizadores da XXX Jornada Agronômica. Até o final do evento, foram realizados cursos de agricultura de precisão, operação de GPS, hidroponia, olericultura e administração rural, entre outras formações oferecidas pelo Senar Goiás. O presidente do SR de Itumbiara, Rogério Santana de Araújo, comemorou a parceria e a presença de José Mário no evento. “É uma honra para nós de Itumbiara participar de um evento e receber a palestra do José Mário, que traz tantas informações importantes”, declarou.
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GOIANÉSIA
GOUVELÂNDIA
Com o objetivo de reforçar parcerias em prol da capacitação da mão de obra do setor sucroenergético, uma comissão do Senar Goiás visitou a Usina Jalles Machado, em Goianésia, no mês de maio. Apoiados pelo Sindicato Rural da cidade, a usina apresentou os números dos últimos cinco anos, que representam a maior parte da capacitação do setor realizada na região.
GOUVELÂNDIA Natália Ruschi
O lado doce da pimenta
O cultivo de pimenta é comum na cidade de Gouvelândia, principalmente quando abordamos a agricultura familiar. Pensando nesse tipo de cultura, o Sindicato Rural de Gouvelândia realizou entre os dias 23 e 25 de abril, o treinamento de cultivo de pimenta. Durante o curso, foram repassados aos participantes conhecimentos ligados ao potencial da cultura, além de técnicas de plantio e manutenção. Os presentes puderam conhecer alimentos que também podem ser feitos a partir da pimenta, tais como: geleias, molhos e conserva. (Colaborou com a nota: Luiz Gonzaga, presidente do Sindicato Rural de Gouvelândia) 14 | CAMPO
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Natália Ruschi
Proteção do meio ambiente
O Sindicato Rural de Gouvelândia, visando melhorias no Meio Ambiente, realizou entre os dias 30 de março e 1º de abril, o treinamento de recuperação de mata ciliar. Com o objetivo de mostrar aos produtores questões ligadas à proteção ambiental, os participantes contaram com técnicas de compostagem, formas corretas de manutenção e plantio além dos aspectos teóricos sobre formas de proteger o Meio Ambiente. O curso foi realizado pelo instrutor Hugo Francisco que mediou conhecimentos e práticas sustentáveis. (Colaborou com a nota: Luiz Gonzaga, presidente do Sindicato Rural de Gouvelândia)
PIRANHAS
O bordado da inclusão Almeida ThersyRafael de Oliveira
Fredox Carvalho
Parceria Reforçada
Direcionado a produtoras rurais e sociedade em geral, o Sindicato Rural de Piranhas, realizou entre os dias 24 e 27 de março o treinamento de bordado em fita. O curso proporciona aos participantes o conhecimento de bordados em tecidos além de proporcionar aos reeducandos do sistema prisional da cidade uma oportunidade de qualificação e inclusão social. (Colaborou com a nota: Rafael Almeida, do Sindicato Rural de Piranhas) www.sistemafaeg.com.br
HERDEIROS DA DOLLY
Clonagem atrai produtores Reprodução assistida se populariza e é alternativa para produtor de olho em animais de alto valor genético Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para Revista Campo ca de reprodução assistida consiste na transferência absoluta do material genético de um animal. Na prática, é coletada uma célula somática do animal que deseja ser clonado - essa célula é escolhida porque possui melhor capacidade de se dividir dando origem a duas células semelhantes. Em seguida, é aspirado óvulos de outros animais cujo material genético não interessa. Por isso, é feito o processo de enucleação (retirada do núcleo do óvulo, onde está localizado o material genético). “Só é
aproveitado o citoplasma e, nesse estágio, é feito o processo de reconstrução”, afirma o médico veterinário da Embriotec, Emivaldo Siqueira, que trabalhou com o processo de clonagem por quatro anos. A partir daí são aplicados medicamentos capazes de realizarem uma série de processos bioquímicos a fim de incitar o início da divisão celular. Segundo Siqueira, a taxa de sucesso ainda é considerada baixa, 2,5%. Esse indicador mostra a complexidade do processo de repro-
Raízes Rurais
Dezenove anos após o nascimento da ovelha Dolly - primeiro mamífero clonado por transferência de células somáticas - causar frisson nos noticiários mundiais, a técnica de reprodução evoluiu, e muito. Embora ainda tenha baixos índices de sucesso, a tecnologia já é realidade e existem cerca de 300 animais dessa espécie no país, conforme especialistas. A clonagem é voltada para o gado de elite, já que mantém o material genético. Essa técni-
Clonagem é voltada para gado de elite, já que mantém material genético
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ses o laboratório responsável entrega o animal ao produtor. A fim de mitigar as deficiências da tecnologia, Emivaldo diz que existem várias pesquisas em diferentes frentes em andamento. Inclusive, quando começou a trabalhar com a técnica, o índice de sucesso era de apenas 1%. A tendência é de que nos próximos anos, esse percentual atinja 5%.
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Custo O custo de clonagem de um gado é de aproximadamente R$ 50 mil para o primeiro animal. Do segundo em diante o valor cai pela metade, R$ 25 mil. Siqueira diz que o mercado está aquecido. “Sempre tínhamos uma lista de 20 animais a 30 animais para serem clonados”, ressalta. Como a clonagem não propicia melhoramento genético, o índice de sucesso é baixo, além do custo do procedimento, a técnica atende proprietários de animais de grande valor agregado. “Imagina um animal completamente diferenciado que pode sofrer um acidente e falecer cedo ou ter de ser sacrificado. A raiz desse material genético será perdida”, sintetiza o coordenador do Goiás Mais Leite do Serviço de
ciada, com capacidade para se reprogramar. Em geral, o maior índice de aborto ocorre entre os 30 a 60 dias da gestação. Por isso, o procedimento só é considerado de sucesso após o animal possuir três meses de vida. “Ou seja, é um processo longo. Consideram-se os 10 meses de gestação no gado e ainda somamos três meses do nascimento do animal”, diz. Ou seja, só após 13 me-
Emivaldo destaca que existem várias pesquisas em andamento, com diferentes frentes em andamento
Aprendizagem Rural (Senar) Goiás, Marcos Henrique Teixeira. De forma geral, são clonados animais de genética diferenciada, reconhecidos nacional e internacio-
nalmente e de cifras milionárias. “É um atalho que o produtor tem para não perder tempo para conseguir um animal de excelência. É um mercado crescente”, avalia Marcos Henrique. Fredox Carvalho
dução assistida. A explicação é que as células somáticas, embora tenham capacidade de divisão, já vêm com uma espécie de programação. “Elas possuem funções específicas no organismo. É preciso apagar toda a informação genética dela. Esse processo é o maior desafio”, diz. O médico veterinário conta que é preciso que essa célula seja diferen-
Clone O primeiro animal clonado da Fazenda Mutum já possui quatro anos de idade e é filho da Dengosa, um animal da Raça Gir Leiteira, grande campeã nacional. “Essa é um dos melhores exemplares do mundo”, diz Siqueira. O proprietário da Fazenda Mutum, Leo Machado, conta que está satisfeito com a experiência. Afirma que projeto é parceria com outras duas propriedades e já rendeu frutos e dos bons. Ele conta que investiu R$ 75 mil com a técnica de reprodução assistida, mas já vendeu um terço do material genético do animal por R$ 600 mil – oito vezes mais que o custo original. 16 | CAMPO
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Leo diz que está satisfeito com a experiência da clonagem
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Regulamentação
mal comum e um clone não sofrem
Quando se trata de animais lei-
alterações. Nos Estados Unidos, diz,
um valor genético superior aos demais
teiros, o foco principal da clonagem
é liberada a venda desses produtos,
existentes na propriedade. “Ela produz
não é copiar animais com o intuito
enquanto que na Nova Zelândia, por
20% a mais que os demais animais e
para a comercialização do leite pro-
exemplo, não é permitido. “Inclusive
tem um fenótipo muito agradável”, res-
duzido. A idéia é expandir a linha-
esse é um entrave para a clonagem
salta. E os planos não param. Fardo,
gem deste animal.
naquele País”, salienta.
A decisão por Dengosa, diz, é que é um animal de linhagem aberta e
Entretanto, conforme especialis-
Siqueira afirma que a venda
o touro que tem mais filhas avaliadas
tas, não há nenhuma legislação no País que regulamenta a venda de produtos desses animais, seja carne
desses produtos dependem da acei-
(202 animais). “A confiabilidade dele
ou leite. Segundo Edivaldo Siqueira,
ses animais é irrisória. Este não é o
é alta e a clonagem já está em sendo
estudos apontam que as característi-
produto final e sim a multiplicação
processada”, revela Leo Machado.
cas entre o produto lácteo de um ani-
genética”, diz.
Técnicas Existem outras técnicas de reprodução assistida bastante disseminadas no País, sobretudo, fertilização in vitro (FIT) e inseminação artificial. A primeira é uma biotécnica utilizada como alternativa para acelerar a produção de bovinos geneticamente superiores. A FIT permite que uma reprodutora produza centenas de bezerros em um mesmo ano, permitindo evitar o descarte precoce de fêmeas geneticamente privilegiadas. A técnica envolve etapas como aspiração folicular, maturação ovocitária, fecundação, cultivo embrionário e transferência de embriões. A inseminação artificial é uma das técnicas que mais cresce no País. Para se ter ideia, segundo o coordenador técnico do curso de inseminação artificial do Senar Goiás, Marcelo Penha, é um dos que apresenta maior volume de inscrição entre todos os cursos ofere-
cidos pela instituição. O curso aplica metodologia de aulas práticas e teóricas sobre os procedimentos essenciais para o melhoramento genético e para o aumento da eficiência produtiva dos rebanhos. Segundo Penha, a técnica que em demonstrado maior eficiência é a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). A vantagem é que a técnica insemina um volume grande de animais, num único dia. O cio é provocado com hormônios que induzem a ovulação da vaca.
“Dessa forma o produtor facilita todo o manejo da propriedade”, explica. Ele explica que em cada propriedade existem vários pontos a serem melhorados, como precocidade de reprodução, aprumo do animal, longevidade na produção de leite, capacidade de converter alimento em leite, entre outros. “São vários pontos a ser observado e o touro transmite a descendência daquilo que o produtor vê no processo como ponto de melhoria”, sintetiza.
sexto de maior valor genético da raça e o primeiro de seu grupo. É também
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tação do público consumidor. “A quantidade produzida de leite des-
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filho da Dengosa, foi avaliado como o
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IMPRENSA
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Faeg e Senar entregam 6º Prêmio de Jornalismo Profissionais foram conhecidos em noite comemorativa na sede da Faeg Nayara Pereira | nayara.pereira@faeg.com.br O mês de junho foi de destaque aos profissionais da comunicação de Goiás. Ao total, 33 premiados receberam o 6° Prêmio Faeg/Senar de Jornalismo nas categorias: Jornalismo Impresso, Telejornalismo, Fotojornalismo, Radiojornalismo e Webjornalismo. O presidente da entidade, José Mário Schreiner, entregou os troféus aos premiados e lançou o tema para o próximo ano, - “Ciência, Tecnologia e Inovação Agropecuária”. 18 | CAMPO
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“Houve um período em que o homem do campo estava acostumado as raízes antigas, com poucos investimentos para o melhoramento de sua produção, hoje os tempos são outros e as exigências também. A tecnologia ainda é observada por muitos como apenas máquinas, mas muitas vezes as pessoas não notam que a tecnologia e a ciência são fundamentais no dia a dia e fazem toda diferença nas propriedades rurais”,
ressaltou José Mário. No total, a Faeg e o Senar Goiás distribuíram R$ 54 mil em premiações nas cinco categorias. Foram 58 trabalhos, sendo Radiojornalismo (15), Webjornalismo (12), Fotojornalismo (12), Telejornalismo (10) e Jornalismo Impresso (9). O material foi publicado entre 1º de dezembro de 2013 e 30 de novembro de 2014 e as inscrições realizadas até 5 de dezembro de 2014 (data de postagem). www.sistemafaeg.com.br
Confira os vencedores
1º - Lorena Soares – O Hoje - A força da mulher no campo É interessante a entidade dar oportunidade para nós que lidamos com temas importantíssimos da sociedade. Mostrar nosso trabalho através da sensibilidade de pessoas simples faz toda diferença. Sempre digo que é do trabalho do homem do campo que nos alimenta para nossa sobrevivência
1º - Weimer Carvalho - O Popular A proposta dos presidenciáveis Ganhar um prêmio em uma categoria relacionada ao campo tem um caráter diferenciado. É possível retratar, através de uma imagem, a lida diária de uma pessoa que às vezes não tem importância até para ela mesma. Foi ótimo ganhar o prêmio da entidade e acima de tudo ser reconhecido por ele 2º - Wildes Barbosa - O Popular Qualificação eleva produtividade 3º - Ricardo Rafael - O Popular Saúde da mulher
1º - Karine Pinheiro - Rádio Brasil Central - Mulheres no campo: elas resistem ao preconceito e querem mais educação e qualidade de vida
2º - Fernando Dantas – Jornal Canal da Bioenergia - Combustível para o futuro 3º - Marco Aurélio Vigário O Popular - Gestão com conhecimento
Larissa Melo
WEBJORNALISMO
1º Renan Rigo – Portal Goiás Agora - Terreno preparado para novas oportunidades O nosso trabalho fica mais significativo quando profissionais de carreiras brilhantes e respeitados na área da comunicação, reconhecem o que fazemos em uma redação e a campo. Por isso, o empenho que tive em construir essa pauta e levar a população assuntos que muitas vezes eram desconhecidos, como no caso do Pronatec que chega ao pequeno produtor de uma forma simples. É extremamente gratificante para um jornalista! Nós também fazemos parte desse processo de educação e incentivo a pessoas com renda baixa que não tem acesso aos seus direitos 2º - Kamylla Rodrigues e Pedro Nunes - O Hoje Online - Número de escolas rurais cai pela metade 3º - Tallita Guimarães - Portal Rede Fonte - Estradas enfermas e mal educadas www.senargo.org.br
RADIOJORNALISMO Larissa Melo
JORNALISMO IMPRESSO
Senti-me muito feliz em ganhar o prêmio, que foi o primeiro da minha vida. O meu currículo ficará mais importante com um dos prêmios mais respeitados de Goiás e realizar esse trabalho foi muito prazeroso 2º - Gil Bonfim - Rádio Brasil Central - Semear Sabores e colher saúde: evolução melhora qualidade de vida no campo 3º - Luzeni Gomes Almeida – Rádio Brasil Central - Distâncias dificultam acesso do homem do campo à saúde e educação
TELEJORNALISMO Larissa Melo
Larissa Melo
FOTOJORNALISMO
1º - Anderson Conrado (Repórter), Fayda Chiarela (Produtora) e Adeildo Martins (Cinegrafista) - TV Anhanguera Luziânia - Escola Inclusão Nossa região é conhecida pelos altos índices de violência. Poder mostrar outra realidade, usando a escola como exemplo, nos mostra que ainda existem meios para reverter esse quadro. Através da inclusão social, educação e cidadania as pessoas da zona rural e da cidade podem sonhar com dias melhores 2º - Liliane Bueno (Repórter), Luciana Maciel (Produtora) e Wilton Santiago (Cinegrafista) - TV Serra Dourada - Equoterapia: ferramenta para a reabilitação física e para a reinserção na sociedade 3º - José Divino (Repórter), Valdinei Alves (Produtor) e Eudes Alves (Cinegrafista) - TV Anhanguera de Jataí - Transporte escolar rural: o ônibus do sofrimento
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Para Kátia Abreu, anúncio deve ser visto como vitória, já que o último Plano teve volume inferior ao deste ano
Plano Safra: dinheiro na mão é a preocupação
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Após anúncio, trabalho é pela liberação da verba em tempo hábil Michelle Rabelo | michelle.rabelo@faeg.com.br Conforme a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) já estava esperando, a divulgação do Plano Agrícola e Pecuário 2015/16 não trouxe grandes novidades, já que apesar da cifra disponibilizada ter crescido 20,2% se comparada com o valor de 2014/15, os juros ficaram entre 7,75 e 8,75%. O anúncio, feito pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em Goiânia, foi de um volume de recursos de R$ 187,7 bilhões, sendo R$ 94,5 bilhões destinados ao financiamento de custeio a juros controlados. O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, faz questão de destacar a impor tância de a verba chegar às mãos do produtor em tempo hábil. “Agora vamos 20 | CAMPO
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arregaçar as mangas e trabalhar duro para diminuir o inter valo de tempo entre a liberação do recurso e sua efetiva chegada às mãos do homem do campo. Precisamos acabar com esse excesso de burocracia que impera no Brasil e dar ao produtor a possibilidade de se planejar”. Segundo Schreiner, o total do valor disponibilizado para custeio, investimento e comercialização da agricultura familiar ao longo da temporada, não poderia vir em melhor hora, visto que o país passa por uma ferrenha crise econômica. Para ele, dentro deste cenário, Goiás se destaca ainda mais devido a duas secas consecutivas, acompanhadas pela frustração das respectivas safras e da
não liberação do pré-custeio, que tirou o sono dos produtores. O presidente da Faeg também destacou a quantidade dos recursos liberados, dentro de uma realidade na qual o crédito privado está cada vez mais escasso. Além disso, seu acesso cada vez mais burocrático. De acordo com o anúncio, para um montante de R$ 94,5 bilhões, destinado ao financiamento de custeio a juros controlados, a taxa ficou em R$ 8,75% ao ano. “A princípio, o percentual é alto, mas só poderemos analisar, de fato, diante do comportamento futuro do setor financeiro. Minha preocupação é uma nova retração econômica, já que, assim, a taxa pode se tornar penosa para o produtor”, pontuou Schreiner. www.sistemafaeg.com.br
O governo se preocupou em acrescentar R$ 53 bilhões para custeio a juros livres - R$ 30 bilhões a mais do que em 2014/15. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), esse valor vem dos recursos da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), produto financeiro que passou por mudanças na semana passada como forma de garantir recursos para o crédito rural. Para o Programa de Apoio ao Médio Produtor (Pro-
namp) serão R$ 18,9 bilhões. Deste total, R$ 13,6 bilhões irão para o custeio - com juros de 7,7% - e R$ 5,3 bilhões para os investimentos com taxa de juros de 7,5%. Santo de casa, que faz milagre Depois de lançado nacionalmente, o Plano Agrícola e Pecuário 2015/16 foi divulgado em Goiânia, quando produtores, presidentes de Sindicatos Rurais (SRs) e representantes do agro se reuniram para saber mais sobre o
investimento do governo federal no setor que tem impulsionado a economia do país. A goiana Kátia Abreu afirmou, na ocasião, que o anúncio deveria ser visto como uma vitória, já que o último Plano Agrícola e Pecuário teve um volume programado de R$ 156 bilhões - com R$ 119 bilhões de custeio e comercialização além de investimento na casa dos R$ 44 bilhões -, cifra inferior a anunciada este ano.
Plano Safra em números e intenções Limites de financiamento O limite de financiamento de custeio, por produtor, foi ampliado de R$ 1,1 milhão para R$ 1,2 milhão, enquanto o destinado à comercialização passou de R$ 2,2 milhões para R$ 2,4 milhões. Em ambos os casos, o aumento foi de 8%. Foi mantido ainda, o limite de R$ 385 mil por produtor nos créditos de investimentos com recursos obrigatórios.
Empurrão para pecuária Quanto aos incentivos à pecuária, o governo manteve os limites adicionais de financiamento de custeio e de investimento em estímulo aos processos de engorda em sistema de confinamento, com prazo de seis meses, e à aquisição de matrizes e reprodutores bovinos e bubalinos, com prazo de cinco anos, incluídos dois de carência. O plano prevê também a manutenção da linha de retenção de matrizes para evitar seu descarte precoce, com prazo de financiamento de até três anos para pagamento.
Inovação tecnológica A fim de incentivar a inovação tecnológica no campo, o plano vai aperfeiçoar as condições de financiamento à avicultura, suinocultura, aos hortigranjeiros e à pecuária de leite por meio do www.senargo.org.br
Agora vamos trabalhar duro para diminuir intervalo de tempo entre a liberação do recurso e efetiva chegada às mãos do homem do campo afirma José Mário Schreiner Larissa Melo
Programa Inovagro. Para esta modalidade, foram programados R$ 1,4 bilhão em recursos.
de R$ 5 milhões, e para o médio (até 15 módulos fiscais) permanece o limite de R$ 3 milhões.
Setor florestal
Seguro Rural
Entre as ações previstas para o setor de florestas plantadas, destaca-se o estímulo ao aumento da produtividade e da área plantada, a ampliação da participação de pequenos e médios empreendedores florestais e o aumento de limite de financiamento para florestas plantadas no Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC). Os limites de financiamento para investimento em plantios florestais foram redefinidos. Para o grande produtor (que possui mais de 15 módulos fiscais) será
Sobre o Seguro Rural – também apontado como grande preocupação do setor – o Plano Agrícola definiu a criação do Sistema Integrado de Informações do Seguro Rural (SIS-Rural) e a formação de grupos de produtores para negociação com as seguradoras. Goiás e Paraná serão os primeiros estados a testarem o modelo. Os produtores irão se organizar em grupos e assim serão atendidos pelas segurados, negociando diretamente o nível de cobertura e o valor de Prêmio. Julho / 2015 CAMPO
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CIÊNCIA
Waldelon Gomes, de Indiara, afirma ter mais domínio, organização e planejamento com aplicativos
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Um olho na lavoura, outro no computador Desenvolvimento de tecnologias próprias para o campo seduz, cada vez mais, produtores rurais Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para Revista Campo Sementes transgênicas, inseminação artificial, GPS, computador de bordo, aplicativos, softwares, robôs e drones... As porteiras para a evolução tecnológica no campo foram abertas na década de 1990 e nunca mais fecharam. Foram poucos produtores que, lá atrás, não olharam para aquilo tudo com receio. Hoje, os produtores abraçam as ferramentas 22 | CAMPO
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como fortes aliadas no campo. Os aparatos contribuem, e muito, para que os recordes na produção façam parte dos números oficiais divulgados a cada safra. Munidos de informações e tecnologia, produtores conseguem otimizar o uso de insumos agrícolas, reduzir impactos ambientais, ter mais domínio sobre a gestão e aumentar a lucratividade. É uma gama de
fatores que faz com que diminua a distância entre o custo Brasil e os maiores produtores mundiais de grãos e carne, cuja logística e políticas públicas são mais eficientes. Por isso, em função da importância cada vez mais indispensável da tecnologia, a Revista Campo deste mês traz algumas ferramentas que estão sendo usadas por produtores goianos, além www.sistemafaeg.com.br
de algumas que estão em fase de desenvolvimento por empresas de tecnologia e institutos de pesquisas. Mapeamentos de Áreas
cipais benefícios dessa conjuntura de fatores é prevenir possíveis prejuízos futuros. “O produtor toma decisões antecipadamente. Observa se há compactação de solo, por exemplo, ou qualquer outra situação que esteja em desconformidade”, diz. Ele lembra que a ferramenta não dispensa a interpretação do agrônomo. “A imagem indica o que e onde está errado, mas precisa da análise de um consultor para combater a praga, erva daninha ou doença”, completa. Entres outras ferramentas, existe também o aplicativo gratuito, disponível para android, chamado de Fields Area Measure. Ele permite fazer, com alguns toques na tela, toda a medição do perímetro e o cálculo de áreas utilizando imagens de satélite. Basta localizar a propriedade por meio de coordenadas GPS e fazer a marcação dos pontos. Outra possibilidade é utilizar o modo rastreamento, assinalando as coordenadas em uma caminhada ou utilizando um veículo. A medição pode ser feita até mesmo em áreas de pivô, que são arredondadas. Já as marcações
Fredox Carvalho
A Soluções Trimble, empresa especializada em tecnologia, disponibiliza o Connect Farm. É uma ferramenta de gestão de dados no qual os produtores podem gerenciar as delimitações dos campos, dados de tarefa, mapa de vigor das culturas e dados de precipitação. Com o novo recurso, os produtores também podem analisar a rentabilidade do campo e tomar as melhores decisões financeiras para as operações. “É um software que pode ser acessado de qualquer computador. Com esse mapeamento, o produtor começa a definir as atividades, sanidade da cultura, se está sadia ou não”, diz o gerente regional de vendas da empresa José Bueno. O painel de gerenciamento pode ser utilizado em tablet, smartphone ou computador. O sistema permite troca de informações integradas de todas as operações do campo. Isso significa compartilhamento de informações sincronizadas entre os agentes da cadeia: consultor (agrônomo), o produtor e a frota. Na prática, o software permite que o produtor crie processos que automatize operações e máquinas, garantindo que se aproveite o máximo da área, otimizando o uso de insumos com controlador de taxa e seção. As informações podem ir para a nuvem da internet, um armazenamento digital que gera ao administrador da propriedade um relatório completo, com imagens, de tudo o que está ocorrendo em tempo real, permitindo ágil tomada de decisão. Programa em celular permite Na avaliação de José mensurar área com 1% de erro Bueno, uma dos prin-
podem ser utilizadas para posterior conferência. O usuário também conta com recursos que facilitam o compartilhamento dos dados com outras pessoas. O produtor rural Waldelon Gomes, de Indiara, descobriu que pode mensurar sua área com o toque do dedo na tela do celular. O aplicativo gratuito Fields Area Measure que, por meio do Google Maps, identifica a área, calcula o perímetro em hectare, com menos de 1% de erro. Na prática, diz que consegue levantar a quantidade exata dos insumos que serão aplicados na área medida. “Depois que colho, sei também a produtividade de cada talhão. Tenho todos os resultados em mãos, em tempo real”, diz. A eficiência é comemorada, sobretudo, nos 190 hectares de tomate industrial irrigado, por ser considerada uma cultura mais melindrosa. “Tenho mais domínio das operações, mais organização e planejamento”, afirma. Somando a outros aparatos tecnológicos, conseguiu reduzir a mão de obra em 30%.
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Ferramentas de gestão, controles e gestão de riscos
Com apenas um lupa eletrônica acoplada ao tablet, o Digilab, auxilia na identificação de
As ferramentas que auxiliam no controle de gestão são as queridinhas dos produtores rurais. Por isso, é a diversificação de modelos que permite que o produtor saiba exatamente as despesas e receitas que fazem parte do negócio. Muitas vão além, apontam quando foi trocada a bateria em um maquinário, por exemplo, quanto custou o produto e o seu período de durabilidade. Essas ferramentas permitem não só o controle do fluxo de caixa, mas avançam quando apontam planejamento. Produtores afirmam que o controle de gestão hoje é essencial para sucesso na atividade e arriscam dizer que o profissional que não trilhar essa diretriz está fadado a sair da atividade.
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E as novidades não param. Com apenas um lupa eletrônica acoplada ao tablet, o Digilab, auxilia na identificação de pragas na lavoura. Segundo informações da Basf, fabricante do aplicativo, a lupa aumenta em até 200 vezes e, aliada a um software com informações de diversas culturas, alvos e uma biblioteca agrícola disponível para consultas e comparações. Com esse serviço, garante a Basf, o produtor não precisa enviar amostras de plantas aos laboratórios. Basta capturar uma imagem da possível praga ou doença, Fredox Carvalho
O produtor de Rio Verde, no Sudoeste do Estado, George Fonseca Zaiden, afirma que não é possível desassociar todo o controle de fluxo de caixa e planejamentos em uma única ferramenta. Ele explica que há uma integração entre vários agentes que, somados, resultam em maior eficiência. “Precisamos hoje de vários prestadores de serviços para mantermos na atividade”, diz. Ele lembra que esse é o melhor caminho para ter fôlego, por exemplo, após duas safras de resultados ruins, conforme ocorreu agora (preços e efeitos climáticos). A gestão, diz, vai desde agricultura de precisão, que recomenda a quantidade e o local necessários para inserção de insumos, passa pelo processo de proteção ambiental e na formação da capacitação profissional, gestão de controle de fluxo de caixa e planejamento. “É preciso valorizar o trabalho dos funcionários, oferecer cursos. Tudo isso faz parte da nova gestão”, recomenda. Para conhecer detalhes dos 2,8 mil hectares destinados à cultura de soja verão e os 1,8 mil para o cultivo do milho safrinha, Zaiden explica que utiliza o programa Soft Agro – Sistema de Gestão Agrícola. Ele conta que consegue extrair informações do custo de um talhão, manutenção de máquina. “Faço a colheita com o mapeamento da produtividade. Os tratores têm informações de GPS. Tudo é integrado”, diz. Zaiden já está no seu terceiro programa e por traba-
pragas na lavoura
compará-la com as informações do banco de dados e obter a resposta. Outra opção é o Adama Alvo. O aplicativo desenvolvido pela multinacional ajuda a identificar as principais pragas, doenças nas lavouras de soja, milho, trigo e algodão. Ele também utiliza um banco de dados de imagens, informações, como descrição, sintomas, importância e dados técnicos das principais ocorrências. O aplicativo é gratuito e está disponível para Android e IOS. A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) promete lançar, em breve, oficialmente, um aplicativo que permite que produtores rurais avisem à instituição via smartphone invasões em propriedades, eventos climáticos, problemas de infraestrutura e assuntos relacionados à defesa agropecuária. As informações vão fortalecer o Observatório das Inseguranças Jurídicas no Campo, no instituto CNA.
Integração de tecnologias e investimento na capacitação
George Fonseca, de Rio Verde, fala sobre benefícios de integração de tecnologias
lhar com esse tipo de ferramenta há 12 anos, não sabe quanto todo o aparato lhe beneficia, percentualmente, em ganhos. “Mas se não fosse toda a gestão feita de forma correta, eu estaria numa situação bem ruim após essas duas safras difíceis”, ressalta. Ele lembra que a ferramenta estabelece a totalidade do planejamento, execução e conferência e, ainda, possíveis correções de rumo. “O princi-
pal benefício é que não trabalhamos somente com o fluxo de caixa, mas trabalhamos com o futuro”, ensina. Para tanto, o trabalho é minucioso e diário. “São dois agrônomos que entendem tudo o que ocorre. O trabalho é preciso. Toda máquina tem uma caderneta de apontamento, não chega nenhuma nota fiscal sem ser documentada. O sistema é alimentado todos os dias”, resume. www.sistemafaeg.com.br
Fredox Carvalho
José Oscar fala sobre sistema de adubação lançada e colhe bons frutos
A menina dos olhos do produtor de Rio Verde, José Oscar Durigan, é o sistema de adubação à lanço. Há 14 anos, diz, se integrou a um experimento da Embrapa e colhe bons frutos. O monitoramento é feito anualmente e aponta vantagens para o sistema de adubação
à lanço. “São de cinco a oito sacas por hectare”, calcula. Ele explica que a adubação ena linha de plantio atrasa o plantio da safrinha. Enquanto que em um hectare, o sistema implantado leva uma hora para ser desempenhado, o antigo levava 10
horas. Assim, aproveita melhor a janela de plantio e, inclusive, reduziu em 30% o número de funcionários. Mesmo ano passado, com o forte veranico que atingiu as lavouras goianas, registrou uma média de 57 sacas por hectare. “Nosso objetivo é atingir 70 sacas”, afirma.
Fredox Carvalho
Drones: de uso militar ao uso no campo
Diretor administrativo da Fort Aviação Agrícola, Clertan Alves fala sobre projeto com drones
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Desenvolvidas para uso militar, as aeronaves não tripuladas ou drones (palavra em inglês que significa zangões) agora desempenham papéis em missões pacíficas. O diretor administrativo da Fort Aviação Agrícola, Clertan Alves Macedo, diz que a empresa está em fase de finalização de projeto com drones para fazer acompanhamento de aplicações no campo. Com o veículo não tripulado fica mais fácil identificar falhas no plantio, de germinação, doenças de solo e ataques mais severos de algumas pragas. “A imagem área é mais limpa do que a de satélite, em função da resolução. Não há problemas de visualizar em dias nublados, só quando está chovendo, aí não tem jeito”, diz. Para ele, o maior ganho é mostrar ao produtor o quanto ele perde com o amassamento com a entrada das máquinas. “É muito maior do que se imagina. De cima temos a dimensão exata. Começa com alguns centímetros e vai aumentando a largura”, afirma. Em agosto, diz, quando pretende finalizar o projeto, terá as contas exatas de perdas para convencer o produtor a utilizar a nova tecnologia.
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Agricultura de Precisão vez menores e mais homogêneas. É como se a propriedade fosse uma colcha de retalhos e o conceito é deixá-la numa ‘cor’ uniforme, focando numa maior produtividade e queda de custos. O produtor Aredison Silva aplica os conceitos da agricultura de precisão há 15 anos, nos 4 mil hectares de soja em Caiapônia e Montividiu. A redução de custos, em média, é de 20% e a produtividade vem crescendo ano a ano. No início, o resultado era 47 sacas por hectare e hoje é 65 sacas por hectare. “Boa parte dessa evolução foi por con-
ta da agricultura de precisão”, afirma. Ele conta que a tecnologia evoluiu ao longo dos anos e também está mais acessível. No início fazia apenas a amostragem de solo dos grides, agora utiliza imagens de satélite e mapas de produtividade. “Com todas essas ferramentas, fazemos o cruzamento de dados, gerando a leitura”, completa. Ele explica ainda que a redução de custos ocorre ao longo dos anos. Com todas as ferramentas em mãos, não precisa mais fazer amostragem total da propriedade.
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Muitas das tecnologias citadas têm como ponto de partida a agricultura de precisão. A ferramenta é um sistema de gerenciamento de informações desenvolvido graças aos avanços da tecnologia de referenciamento e posicionamento, como o GPS. O manejo consiste em dividir a propriedade em talhões ou grides e fazer análise de solo, detectando as necessidades exatas de cada elemento da área. Sendo assim, o principal conceito é aplicar os insumos no local correto, no momento adequado, para áreas cada
Aredison Silva aplica conceitos de agricultura de precisão há 15 anos
De transgênicos a melhoramento genético As sementes transgênicas entraram no País pelo Rio Grande do Sul, na década de 1990, a fim de combater a quantidade de ervas daninhas que estavam inviabilizando o plantio na região. De lá pra cá, a produtividade nunca mais foi a mesma. “Foi uma grande revolução”, diz o consultor técnico do Senar Goiás, Cristiano Palavro. Ele explica que são três tipos principais de transgenias desenvolvidas: resistência a insetos, pragas de solo e resistência a herbicidas. Mas Palavro explica que a tecnologia não pode ser tratada como solução, já que é necessário controle químico e bio26 | CAMPO
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lógico, rotação de cultura, entre outros manejos. “É mais uma ferramenta”, diz. Ele ressalta que, embora haja uma mácula em relação à transgenia, ainda nada comprovado, o uso da tecnologia apresenta vantagens ambientais. “Uma aplicação de inseticida a menos, em todo o País, poupa 3,3 bilhões de litros de água, diminui gasto de combustível, por exemplo”, afirma. Melhoramento genético Quando o assunto é melhoramento genético, o coordenador técnico do Senar Goiás, Marcelo Penha, também afir-
ma que o a técnica isolada não reflete em ganho de produtividade na pecuária. “Hoje o bezerro está alto. Para conseguir ganhar dinheiro tem que ter boa genética, além de manejo racional para que consiga o maior ganho de peso”, explica. A diferença é gigantesca. Num sistema tradicional, diz, o cálculo é de engorda de um animal por hectare. Em tecnologia de ponta, são 15 animais por hectare. “Hoje se não tiver tecnologia de ponta, não se mantem na atividade. O bezerro está a R$ 1,2 a R$ 1,5 mil”, finaliza. www.sistemafaeg.com.br
ENSINO
Pela internet, 3 mil alunos capacitados Educação à Distância do Senar Goiás completa um ano com motivos para comemorar Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br
Produtores cada vez mais antenados e conscientes de que é por meio da capacitação que o crescimento chega! Com essa ideia fixa e um empurrãozinho do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), mais de três mil produtores foram capacitados pelo nosso portal de Educação à Distância (EaD) durante os últimos 12 meses. No total, mais de 180 municípios estiveram envolvidos. A EaD engloba, atualmente, quatro macro programas gratuitos virtuais com temas relacionados ao meio rural: Minha Empresa Rural - compreende 12 cursos; Jovem Empresário Rural - compreen-
de dois cursos; Agricultura de Precisão - compreende sete cursos; Gestão de Riscos em Saúde e Segurança do Trabalho Rural - compreende quatro cursos. O objetivo maior é levar ao produtor, que está no campo, uma nova opção de aprendizagem que é rápida, eficaz e flexível. Com a EaD é possível estudar em qualquer horário, desde que haja internet e computador disponível. O portal goiano, inspirado no do Senar Central, foi lançado há um ano, durante a Feira do Empreendedor 2014, do Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Sebrae) e que tem o
Senar como parceiro. De lá para cá, muitos foram os avanços e, para o superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo, este é um trabalho que resulta em profissionalização, qualidade de vida, exercício de cidadania e desenvolvimento sustentável. “Acreditamos também que a Educação à Distância pode auxiliar em um dos grandes desafios que temos: a sucessão familiar. Isto porque damos ao jovem do campo uma opção de qualificação sem sair de casa. Estamos quebrando as barreiras geográficas e usando a tecnologia a nosso favor”, finaliza.
Os interessados nos programas de capacitação online podem se inscrever na página: http://ead.senargo.org.br ou ligarem no número 0800 642 7070, de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas.
www.senargo.org.br
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EQUIDEOCULTURA
Cavalos de fino trato Equideocultura encontra obstáculos na falta de organização do setor Michelle Rabelo | michelle.rabelo@faeg.com.br Os nove casos de mormo registrados em Goiás entre outubro do ano passado e julho deste ano – fatos que resultaram em três animais sacrificados - trouxeram a equideocultura para o centro de discussões no setor agropecuário goiano. Apenas no último mês de julho, dois novos casos foram confirmados em Bela Vista e Caldazinha. Tudo isso, alinhado à necessidade urgente de organizar o setor passou a compor o topo da lista de prioridades da atividade. De outubro para cá, muito se falou, personagens diversos entraram na discussão e até uma verba relevante foi destinada para equipar e modernizar o Laboratório de Análise e Diagnóstico Veterinário da Agrodefesa (Labvet). A participação dos animais em feiras e exposições, competições e atividades esportivas também ganhou destaque, já que o mormo é transmitido pelo contato direto e as aglomerações aumentam, 28 | CAMPO
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e muito, as chances da transmissão. Na contramão da onda de preocupações, as exportações da carne de cavalo vão muito bem, obrigado! Além disso, por aqui, além de meio de transporte, os equídeos têm conquistado outras áreas de atuação, com lazer, esportes e até participação fundamental em tratamentos terapêuticos como a Equoterapia. Ainda tímido Goiás - cujo rebanho é o 4º maior do Brasil, com 439.637 cabeças, entre equinos, muares e asininos - praticamente não exporta carne de cavalo, mas está na lista de estados que vendem animais vivos para o maior frigorífico brasileiro de carne de cavalo, o mineiro Prosperidad. São Paulo, Bahia e Minas Gerais completam a lista. O cenário nacional não é tão discreto assim: o Brasil, com 7.436,548 cabeças, entre equinos, muares e asininos - o maior rebanho de equinos na América Latina e o terceiro mundial-, é o 8º maior
exportador da carne equina no mundo, que deixa o país rumo, principalmente, à Rússia, Bélgica, Itália, Japão e Vietnã, onde o alimento é uma iguaria. Entre janeiro e junho de 2015 foram exportados US$ 3,90 bilhões em carne de cavalo e US$ 1,92 milhão em cavalos vivos. Além da carne existem ainda outros subprodutos provenientes do abate de equídeos – equinos, muares e asininos -, como pincéis, ração para outros animais, vacinas opoterápicas, mortadelas e salsicharias. Nesse contexto, especialistas chamam a atenção sobre a importância de se discutir políticas públicas, cadastramento do rebanho e melhorias no que tange à sanidade equídea, além de estudar meios de aproximar o produtor das entidades representativas. A intenção é elaborar uma agenda de trabalho para analisar a cadeia produtiva como um todo, discutindo questões pontuais e conjunturais. www.sistemafaeg.com.br
Participação dos animais em feiras, exposições, competições e atividades esportivas é crescente
Quem vive da atividade concorda. O criador Wagner Murilo Costa enxerga os casos de mormo como uma espécie de divisor de águas. “Depois da doença, ficamos ainda mais alerta e sentimos, como nunca, a necessidade de ações que aproximem o produtor dos órgãos responsáveis pela sanidade e organização da cadeia”. Ele defende um maior investimento em campanhas de informação ao produtor. “Precisamos de mais esclarecimentos sobre a legislação, por exemplo”. Wagner preside a Associação Centro Oeste do Cavalo de Rédeas (Acor) e é proprietário de um centro de treinamento em Bela Vista de Goiás, onde cria os seus e prepara animais de fora para participarem de atividades esporwww.senargo.org.br
O presidente da recém-criada Comissão de Equideocultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Hélio Fábio do Nascimento, defende um trabalho coletivo realizado pelas entidades representativas do setor, que juntas, podem modificar para melhor, diversos pontos da cadeia produtiva como um todo. Ele acredita que o desenvolvimento da equideocultura goiana esbarra na falta de organização do setor e que a única saída para uma mudança de cenário é a conscientização do próprio produtor. “Eles precisam entender que para serem ouvidos, precisam falar a mesma língua. Nossa função é ouvir as demandas e levá-las para os governos municipal, estadual e federal. Para isso, produtores precisam participar de reuniões, como as que promovemos na Faeg”. Hélio aproveita para destacar o papel da comissão para o setor da equideocultura. “Vamos trabalhar muito para melhorar a qualidade das informações que chegam até os produtores, organizar a cadeia no estado e organizar encontros que coloquem os temas importantes no centro das discussões. Nesse último ponto, nossa intenção é fazer os produtores entenderem que precisamos nos unir, discutir, opinar e trabalhar de forma conjunta”, explica Hélio, que também é membro, representando a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Câmara Nacional de Equideocultura no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Fredox Carvalho
Trabalho a quatro mãos
educação sanitária, estudos epidemiológicos, fiscalização, controle do trânsito e cadastramento e certificação sanitária dos estabelecimentos, além de intervir imediatamente diante da mínima suspeita ou ocorrência de doença. No caso de Goiás, a base para essa fiscalização é o cadastro de estabelecimento de criadores, no qual há dados sobre o número de animais, idade, endereço da propriedade e outras informações referentes ao estabelecimento. Hélio explica que em 2014 a Faeg se reuniu com a Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás (Sefaz) e com a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) para defender o cadastro do proprietário do equídeo que não possui propriedade, através do CPF e não da Inscrição Estadual (IE). Depois de muitas reuniões e discussões, a proposta foi aceita e o setor comemorou. “A nova regra, que ainda está sendo regulamentada pela Agrodefesa e Sefaz, mudará a rotina do produtor, que, sem alternativa, transita com animal irregularmente pelo estado”, pontua, já destacando também que “o cadastro junto à Agrodefesa é
Criador Wagner Costa afirma que produtor precisa zelar pela sanidade Larissa Melo
Fredox Carvalho
tivas e competições. “Nenhum cavalo entra aqui sem passar por exames que comprovem que ele está apto e que não representa risco para os outros. A cada 60 dias os exames são renovados, já que esses animais viajam muito para participarem de eventos”.
Identificar e fiscalizar De acordo com o Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE), buscando prevenir, controlar ou erradicar doenças, é preciso investir em
Hélio Fábio destaca papel da Comissão de Equideocultura para desenvolvimento do setor
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importante para ter dados mais concretos sobre a quantidade de animais que existem em Goiás e a movimentação econômica que o setor proporciona ao estado. Nesse levantamento a gente conseguirá obter quanto estes animais estão gastando com médicos veterinários, vacina e alimentação, dando números mais precisos dos benefícios que estão trazendo para Goiás”. Diagnosticar e cuidar O mormo, causado pela bactéria Burkholderia mallei, é transmitido pelo contato direto ou indireto - através de alimentos e água contaminados – com os animais doentes. A bactéria tem
como hospedeiro principal os cavalos, mas outros mamíferos domésticos, como o homem, podem ser infectados. Não há tratamento e nem vacina contra o mormo e, de acordo com a legislação sanitária animal, os animais com a doença confirmada deverão ser sacrificados. Para confirmar a doença, o animal passa por um exame realizado por um dos laboratórios – no Centro-Oeste só existem empresas particulares - credenciados junto ao Mapa. Se o resultado apontar para positivo, inconclusivo ou anticomplementar, o cavalo passa por um novo exame. Desta vez, o material é colhido pelo serviço de defesa
do local – no caso de Goiás, trata-se da Agrodefesa – e enviado ao laboratório oficial do Mapa. A partir do resultado divulgado, que só pode ser negativo ou positivo, inicia-se o processo de, no primeiro caso, desinterdição ou, no segundo caso, sacrifício do animal e saneamento da propriedade. O cadastro vai auxiliar na fiscalização do rebanho e, consequentemente, no diagnóstico das doenças que podem afetar a atividade. Em Goiás, a importância de ações que fortaleçam a sanidade dos equinos é muito bem ilustrada pelos sete casos de mormo registrados no estado em um período de nove meses.
Data de diagnóstico
Município
Status
Outubro 2014
Goiânia
animal sacrificado
Abril 2015
Hidrolândia
em tramitação na justiça estadual
Maio 2015
Goiânia
em tramitação na justiça estadual
Maio 2015
Abadia de Goiás
em tramitação na justiça estadual
Maio 2015
Edéia
animal sacrificado
Maio 2015
Silvânia
animal sacrificado
Maio 2015
Mara Rosa
sacrifício agendado
Julho 2015
Caldazinha
processo de interdição e saneamento da propriedade
Julho 2015
Bela Vista
processo de interdição e saneamento da propriedade
*fechamento dos dados em 16/7
Casos de mormo registrados em Goiás
“Lei precisa ser cumprida, independente de apego emocional”, afirma CRMV Para o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária em Goiás (CRMV-GO), Benedito Dias de Oliveira Filho, a lei precisa ser cumprida e mesmo com todo o apego emocional que liga o proprietário ao animal é necessário que o cavalo seja sacrificado. “Os profissionais que assistem esses animais têm que orientar os produto30 | CAMPO
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res e a expectativa do CRMV é de que os juízes que analisam os casos que seguem tramitam no poder judiciário entendam que se trata de uma zoonose que pode ser transmitida ao ser humano, e assim decidam pelo sacrifício”, pontua. O gerente de sanidade animal da Agrodefesa, Antônio Leal, explica que
depois dos casos registrados em Goiás os produtores – com destaque para aqueles que possuem animais de alto valor – ficaram mais alertas quanto à necessidade dos cuidados com a saúde do animal. “O grande problema é que mesmo com o susto, muitos eventos acontecem à revelia, sem a fiscalização da Agrodefesa”, diz, se referindo à
Larissa Melo
Produtores precisam se conscientizar para organizar cadeia
Cadastro vai auxiliar na fiscalização do rebanho e no diagnóstico das doenças Larissa Melo
obrigatoriedade legal do cadastramento junto à entidade, de todos os eventos que acontecem no estado – com exceção das cavalgadas. Depois do cadastramento, que deve acontecer com 30 dias de antecedência, todos os equídeos passam por exames e a Agrodefesa emite as guias de trânsito animal. “Os animais que transitam sem a guia são recolhidos e direcionados de volta para a propriedade de origem. Já o proprietário é autuado e multado em cerca de R$ 1.100 por trânsito”, pontua Antônio. O presidente da Comissão de Equideocultura da Faeg, Hélio Fábio, destaca como os casos de mormo impactaram no modo como o produtor enxerga as questões sanitárias. “Quem possui animais de alto valor perceberam que realizar exames e proteger o rebanho são medidas essenciais para a saúde financeira das empresas. Ao lado do mormo, a Anemia Infecciosa Equina (AIE) também preocupa muito os equideocultores, já que as duas doenças impedem que exportemos animais para a Europa e para os Estados Unidos”.
Mas não foi só a consciência do produtor que sofreu modificação pelos casos de mormo. Um investimento de R$ 50 mil promete colocar o Laboratório de Análise e Diagnóstico Veterinário (Labvet) no papel de protagonista no combate ao mormo em Goiás, já que, com o reconhecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), será o primeiro laboratório público a realizar exames para detectar a infecção pela bactéria Burkholderia mallei. O investimento foi aprovado dia 28 de abril no Conselho Deliberativo do Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária de Goiás (Fundepec Goiás) e a expectativa é de que o estado se destaque no cenário nacional. O gerente do Labvet e membro da diretoria do CRMV-GO, Rafael Costa Vieira, explica que a verba já está sendo liberada, só que de maneira gradativa. “À medida que estamos adquirindo equipamentos e insumos o dinheiro está chegando”, pontua, esclarecendo que o valor também será utilizado para bancar os custos gerados pela auditoria que será feita pelo Instituto Nacional de Metrolo-
gia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). “O Labvet será credenciado pelo Mapa e acreditado pelo Inmentro”, explica.
SEMINÁRIO DE EQUIDEOCULTURA Para aprimorar ainda mais o setor, a Faeg realiza no dia 19 de agosto o Seminário de Equideocultura, que acontece na sede da entidade e traz nomes como Roberto Arruda, da Universidade de São Paulo (USP), e Luiz Almeida Marins, da Universidade do Cavalo. Ao longo do dia, os participantes terão acesso a discussões sobre os benefícios do controle sanitário, a importância do cuidado com o bem estar animal e as perspectivas para a cadeia produtiva da equideocultura. “São 470 mil equídeos em Goiás. Ao todo, cerca de 320 mil pessoas vivem, direta ou indiretamente, da atividade no nosso estado. Elas se sustentam do cavalo. Precisamos ou não precisamos pensar o setor com mais carinho e cuidado”, questiona. Inscrições pelo site: www.sistemafaeg.com.br
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A beleza
natureza
da em seu papel
Av. Euripedes Menezes s/n Qd. 05 Lt. 29/30 Parque Industrial Aparecida de Goi창nia - GO CEP 74.993-540 - FONE 62 3945-4221 graficaamazonas@graficaamazonas.com.br www.graficaamazonas.com.br
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DELÍCIAS DO CAMPO
Ameixa seca INGREDIENTES 6 Litros de água 1 Copo de farinha de trigo 3 Ovos 2 Kg de açúcar 500g de queijo seco ralado, sem sal MODO DE FAZER
Cristiano Ferreira
• Calda Cozinhe o açúcar e a água até se transformar em uma calda rala. • Massa Em uma bacia sove bem o queijo seco, os ovos e a farinha de trigo, até o ponto de enrolar as ameixas. Em seguida, modele as ameixas no tamanho desejado (elas dobram de tamanho no cozimento) e coloque as ameixas para cozinhar na calda rala. Cozinhe as ameixas até ficarem coradas. Deixe as ameixas dormirem na calda rala. No outro dia, cozinhe as ameixas em fogo baixo até a calda fritar. Depois retire da panela e coloque em uma peneira para seca. Quando estiverem secas passe no açúcar e sirva. Se desejar que elas fiquem em calda, guarde em um recipiente com uma nova calda.
*Receita enviada pelo tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar Goiás, Cristiano Ferreira
www.senargo.org.br
Envie sua sugest ão de receita para revistacampo@ faeg.com.br ou ligue (62) 3096 -2200
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CASO DE SUCESSO
Zilda e outras 17 mulheres se uniram para consolidar abatedouro de frango em Minaçu
Quando um sonho se torna realidade
Fredox Carvalho
Com desejo particular, mulheres de assentamento conseguem dar volta por cima através de capacitação do Senar Goiás Nayara Pereira | nayara.pereira@faeg.com.br Um sonho que aos poucos foi se concretizando e se tornou realidade para os moradores do assentamento Roberto Martins de Melo, localizado no município de Minaçu, a 513 quilômetros 34 | CAMPO
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de Goiânia. Os pequenos tijolos, que no começo pareciam nunca se concretizar, motivaram ainda mais o desejo de ver de pé uma simples casa se transformar em um abatedouro de frango. Assim é
a vida de quem, muito pouco tem, mas que muito deseja alcançar. “O que sonhava há poucos dias, vejo hoje na minha frente, pronto, reformado, e cheio de expectativas quanto ao www.sistemafaeg.com.br
futuro”, diz Zilda Maria Rezende ao observar o abatedouro sendo entregue às famílias que abraçaram o projeto. Nada do que algumas ideias vindas de outro estado contribuíssem como força motriz para que esse dia chegasse, o tão sonhado oito de maio. Zilda, que também é produtora rural, desejava crescer e foi a Santa Catarina em busca de novas oportunidades. Devido à distância, precisou voltar a Minaçu para visitar a família e, em uma dessas voltas, encontrou o atual marido que tinha um sonho particular,
o de construir um abatedouro no assentamento onde morava. “Em Santa Catarina, tive mais oportunidades do que aqui, ganhava bem, mas estava longe da minha família. Por isso voltei!”, conta. Em Santa Catarina, Zilda conheceu a produção de um abatedouro localizado em um pequeno município do estado, e depois disso, resolveu agregar com o desejo do marido, a construção de um modelo no assentamento. Em poucos dias, o sonho foi sendo colocado em prática. Em 2013, por meio do curso Com Licença Vou à Luta, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), a produtora mobilizou todas as mulheres do assentamento para se inscreverem e abraçarem a causa. Como em todo início, as dificuldades apareceram, algumas moradoras encontram resistência quanto ao projeto. No total, 18 mulheres abraçaram a ideia e montaram uma turma. Em cinco módulos receberam capacitações sobre empreendedorismo, gestão financeira, elaboração de um plano de negócio, legislação e liderança. Passo a passo, tinham como objetivo consolidarem novo meio de renda de suas famílias. Com o incentivo da instrutora do Senar, Andreia Peixoto, aos poucos a ideia foi amadurecendo e muitas mulheres que antes encontravam dificuldades, logo viram no curso novas oportunidades de crescimento. “Às vezes, a falta de incentivo do marido é o grande motivo de muitas não abraçarem com dedicação e entusiasmo as oportunidades que a vida oferece, mas com muito diálogo aos poucos a turma foi aumentando”, explica Andreia. Com a capacitação realizada, o próximo passo foi a reforma da casa, local onde seria montado o abatedouro. Através de diálogos e propostas apresentadas aos órgãos públicos e empresas da região, o financiamento para a
restauração e também aquisição d os equipamentos necessários para o abate de qualidade foram aos poucos dando vida ao abatedouro. No processo de criação, cada família ficará responsável pelos cuidados alimentares e sanitários das aves, além da separação dos frangos prontos para o abate, tudo feito na própria propriedade. Em seguida, serão levados para o abatedouro. A separação será feita de acordo com os tamanhos e peso de cada um, além dos requisitos de qualidade e saúde exigidos.
Apesar das dificuldades, produtora Zilda comemora os resultados alcançados Fredox Carvalho
Expectativas Quando o assunto é o futuro e suas metas, Zilda Maria pensa alto, mas, ao mesmo tempo, firme com a realidade ao seu redor. “Vamos tentar atrair mais a participação dos moradores para conseguir uma grande quantidade de aves e consequentemente, mais compradores. Sabemos que é um pouco difícil, mas podemos tirar daí os recursos para as nossas necessidades”, explicou Zilda. A produtora também planeja conseguir, em alguns anos, crescer de modo que os processos da qualidade do abate tragam um alto potencial para a região. “Claro que a nossa meta é crescer e levar nossa carne para outros lugares. Vamos criar meios e alternativas para nos tornarmos mais fortes e, quem sabe, ter um abatedouro de destaque”, planeja.
Os interessados em cursos e treinamentos do Senar, em Goiás, no município de Minaçu devem entrar em contato com o Sindicato Rural da cidade pelo telefone 62 84578613 www.senargo.org.br
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Fredox Carvalho
CURSOS E TREINAMENTOS Foi por volta do ano de 2004 que
cionamento Global (GPS), sua adesão
configurações e funções disponíveis e
surgiu uma das maiores ferramentas
pelos mais diversos setores produtivos
conhecer os acessórios e softwares dis-
de mapeamento digital utilizada hoje,
também se tornou comum, e no campo
poníveis no mercado. Já no nível avan-
e que atualmente encontra-se à disposi-
não é diferente.
çado, o aluno se familiarizará com o
ção de todo o globo por meio de alguns
No meio rural, os serviços de mapea-
uso do GPS na agricultura de precisão;
cliques do mouse, apenas. Trata-se do
mento digital fomentam uma diversida-
com conceitos de mapas e escalas; le-
serviço Google Maps, um recurso que
de de melhorias e, também, a chamada
vantamento topográfico da área rural;
se caracteriza pela sua simplicidade de
agricultura de precisão, a qual permi-
pontos, trajetos e cálculos de áreas;
uso e variabilidade de possibilidades,
te o gerenciamento mais detalhado da
projeção de pontos através dos mapas,
no qual o usuário tem acesso a mapas;
produção agrícola em todos os níveis.
entre outras temáticas.
serviços de guia (ou GPS); visualização
Para tratar dessa diversidade de possi-
Ambos os níveis possuem carga ho-
presencial dos locais (Street View) e
bilidades que o GPS oferece, além de
rária de 16 horas e disponibilizam 12
inúmeras outras ferramentas até pou-
tornar inteligível o seu entendimento e
vagas, com mínimo de 10 inscritos para
co tempo atrás inimagináveis, como a
uso no campo, o Serviço Nacional de
que sejam possíveis a formação de tur-
oportunidade de exploração do univer-
Aprendizagem Rural em Goiás (Senar
mas e a realização do treinamento. Ao
so, por exemplo.
Goiás) disponibiliza a produtores e tra-
final o participante recebe certificação
Além do serviço Maps, da Google,
balhadores rurais, com idade mínima
que, certamente, trará melhores opor-
há quase que uma infinidade de demais
de 16 anos, o Treinamento em Opera-
tunidades e fomentará condições de
serviços e empresas que se dedicam à
ção de GPS – nível básico e avançado
trabalho mais lucrativas. Neste ano, até
mesma área, e todo esse leque de op-
– com foco nas formas de navegação.
o momento, o Senar Goiás já disponi-
ções abre caminho para o fácil acesso
No nível básico, o interessado poderá
bilizou mais 80 treinamentos o que en-
e a disponibilidade, ou seja, tornou-se
conhecer sobre o histórico, utilização e
globou mais de 800 produtores e traba-
algo tão comum, que sua presença já
operação do sistema de posicionamen-
lhadores rurais, que puderam aprender
é pré-requisito nos populares smar-
to global; sistemas de coordenadas;
e entender o Sistema de Posicionamen-
tphones, por exemplo. Dada a grande
benefícios e equipamentos; utilização
to Global, tanto em nível básico quanto
popularidade dos Sistemas de Posi-
na agropecuária; acesso ao menu de
avançado.
*Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412 2700 ou pelo site senargo.org.br
EM JUNHO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL*
66 Na área de agricultura
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15
Em atividade Na área de de apoio silvicultura agrossilvipastoril
0 Na área de extrativismo
14
16
Em Na área de agroindústria aquicultura
138
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Na área de pecuária
Em atividades relativas à prestação de serviços
Mapas e escalas para melhorar a produtividade Douglas Freitas | douglas.freitas@faeg.com.br
*Cursos promovidos entre os dias 26 de maio e 25 de junho.
CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
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0
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Alimentação e nutrição
Organização comunitária
Saúde e alimentação
Prevenção de acidentes
Artesanato
Educação para consumo
PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS
CAMPO ABERTO
Doma racional de equídeos Arquivo Faeg
Marcelo Penha | mpenha@senar-go.com.br
Marcelo Penha é médico veterinário e técnico-adjunto do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás
Shutterstock
(Senar Goiás)
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A doma de equídeos, historicamente, foi sempre feita de forma impositiva do homem para com o animal. A dominação envolvia capturar, prender, amarrar... sempre com castigo e o animal ou se entregava, ou resistia até a morte e completa inutilização. A doma é sempre uma surpresa, pois os animais, assim como os domadores possuem temperamento diferente e é preciso haver uma sincronia. O que pretendemos sugerir agora é a doma racional, uma forma diferente e carinhosa de entender que a aproximação entre homem e animal envolve uma relação de cuidado e confiança. Para se aproximar do cavalo é preciso respeitar os seus medos. Isso inclui a observação dos sinais de orelha, olhar, altura da cabeça, velocidade do movimento e sons emitidos pelo equídeo. O domador deve evitar olhar para o olho, fazer movimentos bruscos e posicionar paralelamente à paleta do animal. A doma deve ser feita de maneira que o cavalo não sofra grandes sustos, colocando em risco a sua confiança no treinador. A doma consiste em um longo e proveitoso processo de ensinar o equídeo, por meio da sua confiança. Desde jovem, o animal aprende que não precisa temer o treinador e cria um vínculo com quem estiver conduzindo-o. De maneira suave, exercícios de repetição são utilizados para condicionamento, com suavidade e sem uso de força nos comandos desejados para que haja tolerância à monta. Evita-se o laço, o palanque ou a quebra de queixo, ao contrário do que acontece na doma tradicional. A paciência e observação devem ser mui-
to utilizadas já que trazem resultados importantes para um melhor desempenho e aceitação do equídeo. Dessa forma, o animal passa a entender que o treinador não traz nenhuma ameaça para sua vida. Outra observação importante é a formação óssea deste equídeo, o animal deve ter mais de três anos para ser montado, assim o processo não atrapalha o seu desenvolvimento. Em muitas fazendas e haras, utiliza-se a alternância das domas tradicional e racional, que também podem ser eficientes. Nestes casos, apesar de serem utilizados itens como cordas, sacolinhas e o palanque, o responsável pela doma cria um vínculo de confiança com o cavalo, fazendo com que este sofra o mínimo possível durante este treinamento. Também é de vital importância que, através da metodologia, o cavalo aprenda a reagir aos comandos de voz, espora, rédeas, pernas e posicionamento do corpo sobre a sela. Hoje, o rebanho efetivo de 402 mil equídeos em Goiás representa 8% do nacional, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pensando nisso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) trabalha a formação profissional como meio de alavancar a cadeia do Equídeo em Goiás. Nosso objetivo é valorizar a mão de obra e, respeitando o animal, permitir o crescimento econômico do Estado. Entre os cursos disponibilizados estão: Equideocultura; Doma Racional de Equinos; Doma Racional de Muares; Casqueamento de Equídeos; Ferrageamento; Rédeas de Equinos e Rédeas de Muares.
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