PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Novos caminhos e velhos problemas
distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
CONSELHO EDITORIAL Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto e Eurípedes Bassamurfo da Costa. Editora: Denise N. Oliveira (331/TO) Reportagem: Michelle Rabelo, Murillo Soares e Nayara Pereira. Fotografia: Capture Studios Revisão: Michelle Rabelo (3205/GO) e Murillo Soares Diagramação: Isabele Barbosa Impressão: Gráfica Amazonas Tiragem: 15.000 exemplares Comercial: (62) 3096-2123 revistacampo@faeg.com.br
DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner. Vice-presidentes: Leonardo Ribeiro; Antônio Flávio Camilo de Lima. Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira. Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis. Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da Silva, José Vitor Caixeta Ramos, Wagner Marchesi. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos Santos, José Carlos de Oliveira. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta Filho. Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica. Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo. Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Sandra Alves Lemes. Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior, José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela de Souza. Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldine, Antônio Sêneca do Nascimento e Marcelo Borges Amorim. Superintendente: Eurípedes Bassamurfo da Costa
Como resposta para um movimento popular, que incluiu o setor produtivo, o país passou a ser governado por um novo nome. Com Michel Temer, os produtores puderam vislumbrar novos caminhos, mas seguem com a velha lista de problemas que empacam a atividade. Na matéria de capa desta edição da revista Campo, trazemos uma análise sobre o caminho que o setor espera trilhar, sem Dilma Rousseff e sua política assistencialista que segregava e beneficiava apenas uma parcela da população. Temer passou a ser uma luz no final do túnel, trazendo possibilidades de reformas essenciais à retomada do crescimento econômico, combate da inflação, resgate da credibilidade, retorno dos investimentos, crescimento do emprego e aumenta da renda das famílias. Como todo tratamento de choque, o remédio inicial será amargo, mas necessário para dar as respostas a toda população brasileira, que pode ter ficado confusa com o debate divisionista travado durante o processo de afastamento de Dilma. Por falar em impeachment, nas próximas páginas também traremos o lançamento da Agenda de Desenvolvimento Municipal. O programa, que tem como objetivo avaliar as necessidades e desafios de 120 municípios goianos, é uma espécie de ponte que vai ligar o eleitorado e as figuras políticas, mostrando aos prefeitáveis o que a sociedade realmente precisa e ressaltando à população a importância do voto. Afinal, é responsabilidade de cada cidadão escolher quem vai representá-lo e cobrar desses escolhidos uma postura digna e comprometida. É importante lembrar que o momento do voto é quase o único no qual somos todos iguais. Não há negros, brancos, pobres, ricos, produtores ou população em geral. A escolha é de todos: empresários, trabalhadores e pessoas como a dona Vani, que viu nos restos de óleo uma oportunidade para incrementar sua renda e aproveitar o que poderia ser descartável para mudar de vida. Cozinheira profissional e bastante conhecida na cidade de Mineiros, a 425 km de Goiânia, pelos sabores que carrega em seus pratos, Vani quis ir além e buscar mais conhecimentos por meio de um treinamento de Fabricação de Produtos de Higiene oferecido pelo Senar Goiás. A capacitação mudou a vida da mineirense e já rende bons frutos para seu faturamento. Nesta edição da Campo, queremos falar sobre o amanhã. O futuro de dona Vani e de todos que, assim como ela, trabalham por um Brasil melhor e merecem ser respeitados por quem está0020à frente das mudanças. A todos, uma boa leitura!
FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.sistemafaeg.com.br E-mail: faeg@faeg.com.br Fone: (62) 3412-2700 e Fax: (62) 3412-2702 Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br Para receber a Revista Campo envie o endereço da entrega com nome do destinatário para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação, ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226.
José Mário Schreiner Presidente do Sistema Faeg
Larissa Melo
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com
Caso de Sucesso
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De Mineiros, dona Vani Arantes Pereira viu nos restos de óleo uma oportunidade para incrementar sua renda, procurou o Senar Goiás e hoje colhe bons frutos fazendo sabão Larissa Melo
Assessoria Ana Amélia
PAINEL CENTRAL
Prosa
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Lula Marques/Agência PT
Senadora e presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, Ana Amélia Lemos engrossa coro feminino do setor e prova que agropecuária é lugar de mulher sim
Os próximos passos da agropecuária
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Com afastamento de Dilma Rousseff, setor produtivo vê no nome de Michel Temer uma luz no fim do túnel
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Fredox Carvalho
Falta chuva e sobra insegurança
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Larissa Melo
Contabilizando prejuízos por conta da estiagem, produtores de milho sofrem com o atual modelo de Seguro Rural
Serra da Mesa e Cana Brava
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Como resultado do trabalho da Faeg, renovação e emissão de novas licenças para a criação de tilápia podem ser feitas com aval do Estado
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Fique Sabendo
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Delícias do Campo
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Treinamentos e cursos do Senar
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Campo Aberto
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O sabor do campo
Senar Goiás lança concurso que deve rodar o estado e descobrir receita capaz de levar o sabor do campo aos quatro cantos do mundo Fredox Carvalho
Agenda Rural
Setor produtivo conta o que espera da gestão de Michel Temer Foto: Larissa Melo
CAR a uma canetada de distância
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Produtores poderão fazer o cadastro até 31 de dezembro de 2017, caso Michel Temer sancione lei de prorrogação
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AGENDA RURAL
Pirenópolis Data: 18 de junho Local: Povoado Placas – GO 338, Km 26 Informações: 62 3096 2733
18 de junho V Ciclo de Palestras da Zootecnia Local: Auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) - Rua 87, nº 662, Setor Sul - Goiânia Informações: (62) 3096 2200
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22 de junho Seminário Solução Sustentável para Destinação dos Resíduos Recicláveis Local: Auditório da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg) - Av. Araguaia, nº 1.544, Edifício Albano Franco, Setor Vila Nova - Goiânia Informações: (62) 4002 6213
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FIQUE SABENDO ARMAZÉM
REGISTRO
Fredox Carvalho
Divulgação Editora Nobel
Faeg e Senar Goiás na Exposição Agropecuária de Goiânia
Agroecologia
Tão tradicional quanto o tempo seco e o friozinho que faz nessa época do ano, a Exposição Agropecuária começa a dar um novo tom a Goiânia. A 71ª edição do evento foi oficialmente aberta e contou com a participação da Faeg e do Senar Goiás. Além de trazer ao município a moda das camisas xadrez, o acontecimento tem suma importância para a cultura do estado de Goiás, bem como sua economia. Apesar de o foco ser o agronegócio, os ânimos ainda estavam à flor da pele em relação ao afastamento da então chefe de estado, Dilma Rousseff. Por isso, a conversa teve um tom mais político. O presiden-
te da Faeg, José Mário Schreiner, disse que acredita na harmonização do país com este novo governo que começa a surgir. Entretanto, foi enfático: “ele precisa de tempo para se ajustar”. Segundo ele, apesar de termos de esperar um pouco mais, Temer sinalizou que busca recolocar o país nos eixos, trabalhando no desenvolvimento econômico através de reformas e muita austeridade. “Ele também vem buscando reconstruir sintonia entre Ministérios, Congresso Nacional e a sociedade”, pontuou. Voltar a fazer o país crescer, opinou José Mário, será um desafio que Michel está disposto a enfrentar. Larissa Melo
Com o intuito de reforçar os conhecimentos agroecológicos fundamentais para que se possam conduzir sistemas de produção eficazes, produtivos e lucrativos, Ana Primavesi assina a obra “Pergunte ao Solo e Às Raízes”. Ela procura chamar a atenção para os pontos ecológicos estratégicos que necessitam ser considerados tanto pela agricultura conservacionista, como pela agricultura orgânica, bem como alerta sobre o problema do uso de pacotes tecnológicos prontos, recomendando que se estudem as estruturas (solo, raízes e biodiversidade agrícola e natural) que precisam ser bem conhecidas, avaliadas, corrigidas, combinadas, conservadas ou melhoradas para se obter êxito na atividade agrícola. A publicação, da editora Nobel, responde bem ao problema abordado do aumento da complexidade das estruturas e processos dos ecossistemas antropizados, resultante da evolução da sociedade e da atividade humana.
PESQUISA
Precocidade sexual de novilhas Durante quase uma década, a Fazenda Tulipa, localizada em Campinorte, realizou um trabalho de seleção para o melhoramento genético por meio da diminuição da idade para a primeira prenhez de novilhas Nelore. Na estação de monta foram utilizadas 855 novilhas entre 11 a 16 meses. Antes de começar a trabalhar com animais precoces, a Tulipa utilizava o método de manejo tradicional: com cerca de 22 a 24 meses realizava-se a IATF mais repasse com touros e descartavam-se as
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vazias ao final da estação de monta. A equipe começou trabalhando com precocidade em 2007 e no ano passado passou a desafiar novilhas com idade entre 11 e 13 meses. Os resultados foram animadores: 45% das novilhas Nelore induzidas à ovulação e submetidas à inseminação artificial ficaram prenhas na primeira IATF, com idade média de 14 meses. Com a ressincronização dos animais vazios atingiu-se 70,52% de prenhez nas novilhas com idade média de 15 meses em duas IATF.
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Assessoria Senadora Ana Amélia
PROSA RURAL
Ana Amélia Lemos é senadora pelo PP-RS e presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA)
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A voz feminina do agro Murillo Soares | murillo.soares@faeg.com.br Michelle Rabelo | michelle.rabelo@faeg.com.br
Senadora pelo Partido Progressista (PP) do Rio Grande do Sul, a gaúcha Ana Amélia Lemos preside a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) da Casa, engrossa o coro feminino do setor e prova, por A mais B, que a agropecuária é lugar de mulher sim. Ocupando atualmente a vice-presidência no Senado da Frente Parlamentar da Agricultura, que é presidida pelo deputado Marcos Montes (PSD-MG),
ela é autora de projetos que ganharam destaque, como a criação de um marco regulatório para a cadeia produtiva de integração agropecuária. Defensora ativa de um maior investimento em extensão rural e em ações de sanidade agropecuária, Ana Amélia conta que também trabalha em prol de um seguro agrícola de renda e do devido destaque ao sistema cooperativista. À época em que a entrevista foi fei-
ta, os nervos políticos estavam à flor da pele, com a passagem do processo do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) pelo Senado, pauta trabalhada algumas vezes na conversa. Ana Amélia posicionou-se veementemente a favor da saída da petista, afirmando que “agora é hora de virar a página e trabalhar ativamente para que o Brasil saia dessa crise”. Leia entrevista na íntegra:
Revista Campo: Enquanto pre-
2016/2017. Como a CRA recebeu o
rios, este teve crescimento surpreen-
sidente da Comissão da Agricultura
anúncio? Qual o balanço que faz do
dente. O que a CRA tem feito para
e Reforma Agrária (CRA) do Sena-
documento?
alavancar ainda mais este índice?
do, como a senhora avalia o setor da
Ana Amélia: A antecipação teve
Ana Amélia: Nós temos tram-
mais um caráter político – para apre-
balhado para estimular a invocação
Ana Amélia: O setor mais dinâ-
sentar isso como uma iniciativa da
tecnológica, a extensão rural e a pes-
mico, competitivo, eficiente e com
então presidente Dilma Rousseff (PT)
quisa agropecuária. Aqui faço ques-
melhores resultados em tempos de
– do que eficaz. A agricultura segue
tão de destacar o papel da Empresa
crise tem sido o agropecuário. Ele
o relógio do tempo, com a hora certa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
vem, não só assegurando o abasteci-
de plantar e de colher, e não adianta
(Embrapa), responsável pela nossa
mento interno da população brasilei-
anteciparmos medidas. Foi ruim já
evolução nessa área. Em paralelo, a
ra (e consequentemente mantendo os
que uma sessão que era sempre mui-
CRA também segue fazendo trabalho
níveis de inflação), como garantindo,
to prestigiada no Palácio do Planalto
de análise sobre a relevância da ex-
com a exportação, superávits rele-
acabou esvaziada exatamente pela
tensão rural, sobre a necessidade da
vantes para a estabilidade financeira
incompatibilidade das posições da
implementação de um seguro agríco-
e cambial do país.
CNA e da senadora Kátia Abreu.
la de renda e trabalhou intensamente
Agropecuária no Brasil?
Revista Campo: Senadora, re-
Revista Campo: O setor Agro-
em relação à defesa sanidade agrope-
centemente a ministra da Agricul-
pecuário é um dos pilares da econo-
cuária. Além disso, estamos fazendo
tura Pecuária e Abastecimento, Ká-
mia brasileira. Enquanto os demais
uma descentralização do trabalho,
tia Abreu, anunciou o Plano Safra
apresentaram índices insatisfató-
destacando a importância do sistema
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Assessoria Senadora Ana Amélia
Revista Campo: Entrando em âmbito mais político, a senhora integra o Bloco Parlamentar Democrata Progressista (PP-PSD) da comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Como a senhora analisa a passagem do processo pelo Senado? Ana Amélia: Agora é hora de virar a página e trabalhar ativamente para que o Brasil saia dessa crise, com 11 milhões de desempregados, inflação elevada, indústrias fechando e municípios sendo impactados diretamente.
cooperativista. Revista Campo: Como a senhora define a representatividade do Agro no cenário nacional e mundial, levando em consideração as exportações crescentes do Brasil nos últimos anos? Para o Brasil, é mais importante exportar ou abastecer o mercado interno? Ana Amélia: Antes de mais nada é importante lembrar que mercados externo e interno não são coisas excludentes. Quanto maior for nossa produção, melhor para o país e para sua arrecadação. O Brasil hoje é o segundo maior produtor de soja no mundo e o maior exportador do grão, por exemplo. Isso dentro de um cenário de condições favoráveis, pois ainda temos áreas disponíveis, basta aplicarmos corretamente tecnologia e investirmos certo em pesquisas. Revista Campo: Muitos economistas e estudiosos veem o Brasil 10 | CAMPO
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como uma potência imbatível economicamente daqui cinco ou dez anos, com o crescimento, sobretudo, o Agro. Como a senhora vê a Agropecuária brasileira daqui cinco ou dez anos? Ana Amélia: Todos os olhares do mundo estão para o Brasil. Alguns nos olham como investidores e outros com interesse, procurando saber como chegamos até aqui.
O setor mais dinâmico, competitivo, eficiente e com melhores resultados em tempos de crise tem sido o agropecuário
A CRA segue fazendo trabalho de análise sobre a relevância da extensão rural, a necessidade da implementação de um seguro agrícola de renda a defesa sanidade agropecuária Revista Campo: Como é a relação da CRA com o MAPA? Ana Amélia: Uma relação sempre muito adequada e correta. Todas as demandas que levamos até o órgão foram atendidas.
O agro vem, não só assegurando o abastecimento interno da população brasileira, como garantindo, com a exportação, superávits relevantes para a estabilidade financeira e cambial do país www.sistemafaeg.com.br
MERCADO E PRODUTO
Por um mercado livre e competitivo
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O Brasil hoje é conhecido como um dos principais celeiros da produção alimentícia no mundo. Este fato se comprova pela grande produção de grãos e carnes comercializadas no mercado mundial através das exportações. Nos últimos 20 anos, influenciada pelas desonerações fiscais concedidas através da Lei Kandir, de 1996, a produção nacional de grãos cresceu 275%, acompanhando a demanda por commodities agrícolas no comércio exterior. Este avanço na competitividade do mercado brasileiro, possibilitou a expansão da produção, principalmente no Centro-Oeste do país. Goiás seguiu essa tendência, e atualmente tem grande destaque no cenário produtivo nacional, consolidando-se como o quarto maior produtor de grãos. A soja, principal produto no Valor Bruto da Produção (VBP) estadual, é também o carro chefe das exportações. Mesmo tendo uma venda de apenas 35% da nossa produção total ao mercado externo, a oleaginosa representou 25% do total exportado por Goiás em 2015. Mesmo assim o protagonismo do consumo de grãos do estado é o mercado interno, formado por uma vasta cadeia agroindustrial, que compreende dezenas de estabelecimentos processadores, entre indústrias de alimentos, bebidas, biocombustíveis e farelos para ração animal. Esta cadeia se estabeleceu no estado a partir do crescimento da oferta de matéria prima aliada a assertiva política de fomento à
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indústria conduzida pelo Governo do Estado, o que demonstra a importância do equilíbrio entre o fomento à produção e ao mercado consumidor. A partir de janeiro de 2016, em função do agravamento da crise econômica, algumas medidas têm sido aplicadas pelo Governo Estadual e preocupam o setor produtivo. Entre eles destacamos a redução dos benefícios fiscais para a cadeia produtiva e as novas exigências da Secretaria da Fazenda sobre as operações comerciais de soja e milho, como os publicados através do Decreto 8.548. Através destas mudanças, em compensação à queda nos benefícios à indústria, o estado visa reforçar regras de restrição à exportação de grãos, através do fortalecimento de políticas de cotas totais e obrigatoriedades de destinação de commodities ao mercado interno. Tais regras interferem diretamente na livre atuação das empresas instaladas no estado, gerando uma queda da competitividade local e na oferta de crédito, o que afeta negativamente a formação de preços e a expansão de nossa produção. Intervenções no livre mercado, implementadas por políticas de arbitragem estatal na livre iniciativa, são medidas que vão na contramão do mercado globalizado, e podem inibir o desenvolvimento do estado. Goiás ainda possui milhões de hectares agricultáveis a serem expandidos através da integração lavoura-pecuária e o uso de irrigação, potencial produtivo que não poderá ser absorvida apenas com o consumo e processamento local. Políticas de apoio a produção, que geram um ambiente de boa liquidez para o mercado goiano, incentivam a criação de um cenário de ampla oferta de matéria-prima e maior viabilidade para as cadeias agroindustriais. Porém, a criação de entraves ao mercado, estabelecendo regras e dificuldades não existentes em outros estados produtores, pode desestimular um segmento que é chave no desenvolvimento sócio econômico de Goiás.
Larissa Melo
Cristiano Palavro | cristiano.palavro@faeg.com.br
Cristiano Palavro é engenheiro agrônomo e assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg)
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AÇÃO SINDICAL RIO VERDE
RIO VERDE
Fabiana Sommer
Fabiana Sommer
Aedes Aegypti
Insumos agrícolas em debate
Com o objetivo de disseminar informação de qualidade, o Sindicato Rural (SR) de Rio Verde realizou uma palestra aos produtores rurais do município sobre o transporte de insumos agrícolas e produtos perigosos. Na ocasião, o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Fábio Losi, explicou sobre o regulamento do transporte de produtos perigosos e o risco que o deslocamento irregular pode gerar ao condutor e ao meio ambiente. Outro detalhe observado pelo inspetor foi com relação às placas de identificação e embalagens, que devem estar visíveis e sem danificações. Participaram da palestra representantes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, além da AMT e da Agrodefesa. (Colaborou com a nota: Fabiana Sommer, assessora de imprensa do SR de Rio Verde)
Entre os dias 18 a 20 de abril, o Sindicato Rural (SR) de Jataí, realizou o curso de Agricultura Urbana - Hortas. De forma simples, o curso ensinou aos participantes a diferenciar vegetais, produzir mudas e utilizar restos de alimentos para adubação. Além de promover a capacitação inicial e continuada em atividades nas cadeias produtivas de hortaliças, frutas, minifrutíferas, viveiro de plantas, hidroponia, floricultura, jardinagem, paisagismo e cultivo protegido. Por meio do Sindicato Rural do município, o treinamento promovido pelo Senar Goiás capacitou 10 pessoas. Os conhecimentos foram repassados pelo instrutor, Cláudio Teoro. O local escolhido foi a Escola José Feliciano Ferreira. (Colaborou com a nota: Aline Rezende Vilela, assessora técnica do SR de Jataí)
SR de Gouvelândia
Messias Veloso
Agricultura Urbana
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GOUVELÂNDIA
Solda Elétrica
JATAÍ
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Com a campanha Equo-Dengue, membros do programa Equoterapia Primeiro Sorriso do Sindicato Rural (SR) Rio Verde, realizaram no dia 11 de fevereiro um mutirão contra o Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. Durante a ação, os participantes fizeram limpeza e coleta de objetos ao longo do Parque de Exposições Garibaldi da Silveira Leão de Rio Verde, onde são realizadas as aulas de equoterapia, além de conscientizar todos os participantes do programa sobre a importância da prevenção. A idealizadora da ação foi a psicopedagoga Núbia Dourado, que já foi diagnosticada com dengue, além de cinco profissionais do Centro de Equoterapia que também passaram pela mesma situação. (Colaborou com a nota: Fabiana Sommer, assessora de imprensa do SR de Rio Verde)
Cada vez mais os produtores rurais enxergam o aperfeiçoamento de seu conhecimento como algo indispensável para o crescimento no trabalho. Prova disso foi a grande procura, junto ao Sindicato Rural (SR) de Gouvelândia, pelo Treinamento de Solda Elétrica, que aconteceu entre os dias 3 e 6 de maio. Durante a capacitação, foram repassados conhecimentos sobre a segurança no trabalho, preservação do meio ambiente, uso e conservação das ferramentas e instrumentos de medidas, entre outros tópicos. Nesta edição, 12 pessoas participaram do treinamento, realizado na Oficina e Torneadora Silva. O responsável pela instrução foi Fernando Vicente, que recebeu a visita do presidente do SR, Luiz Gonzaga, do coordenador regional do Senar Goiás, Renildo Teixeira e da coordenadora técnica, Fátima Araújo, durante o treinamento. (Colaborou com a nota: presidente do SR de Gouvelândia, Luiz Gonzaga)
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GOIÁS
Jovens unidos pelo agro
Fernando Couto
Visita à Tecnoshow Comigo
Anne Vilela
CAÇU
No dia 14 de abril o Sindicato Rural (SR) de Caçu, levou para a Tecnoshow Comigo uma caravana de produtores rurais que fazem parte da turma do Programa Empreendedor Rural (PER) do município. Acompanhados pelo diretor do Sindicato Rural, Gilsoney Tiago, e pelo instrutor do curso, Otacílio Pacheco, o grupo conheceu novidades tecnológicas expostas ao longo da feira e agregou mais conhecimentos em visita ao stand da Faeg, Senar Goiás, Sindicato Rural de Rio Verde e Sebrae Goiás. O técnico do Goiás Mais Leite, Lucas Dutra e o coordenador regional do Senar Goiás, Renildo Teixeira, também estiveram presentes. (Colaborou com a nota: coordenador regional do Senar Goiás, Renildo Teixeira)
LUZIÂNIA
MINEIROS
Foi por meio dos conhecimentos repassados pelo instrutor do Senar Goiás, Ângelo Armando de Paula, que 14 pessoas conheceram as técnicas do curso de Panificação Rural, entre dos dias 21 a 24 de março, em Luziânia. Com o apoio do mobilizador do Sindicato Rural (SR) do município, José Penha Filho e do presidente da entidade Marcos Epaminondas, os participantes puderam conhecer de perto as delicias da culinária, o valor nutritivo dos ingredientes utilizados, noções de saúde humana de microbiologia, acondicionamento e congelamento dos alimentos, entre outros. A turma recebeu a capacitação no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), localizado no Parque Estrela Dalva 2, em Luziânia.
Cerca de 4 mil atendimentos realizados Fredox Carvalho
SR de Luziânia
Panificação Rural
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Com o objetivo de estimular a participação e preparar os jovens para liderarem o agro, o Senar Goiás reuniu, no dia 7 de maio, 20 jovens dos quatro cantos do estado. Em comum, eles têm curso superior completo, perfil de liderança e muita vontade de renovar a agropecuária brasileira. O encontro representou a etapa estadual goiana do CNA Jovem, programa realizado pelo Senar Brasil que é composto por jovens de outros 15 estados. Durante a tarde, os jovens apresentaram desafios que consideram verdadeiros entraves para um maior desenvolvimento da agropecuária. O presidente do Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, deu as boas-vindas aos jovens e destacou a importância de cada um deles na história do setor e do quanto a atividade depende de gente engajada.
O município de Mineiros amanheceu mais cedo que de costume no dia 7 de maio. Antes da 7h da manhã, já havia uma grande fila de pessoas se formando na porta do Parque de Exposições da cidade, em busca de atendimentos relacionados à saúde e à cidadania. O motivo foi a realização de mais um Faeg/Senar em Ação, que mobilizou toda comunidade urbana e rural do município, além da população das cidades vizinhas. A iniciativa, promovida pela Faeg e pelo Senar Goiás, realizou cerca de 4 mil atendimentos. Por onde passa, o programa é visto pela população como uma oportunidade. Por isso, muitas pessoas aproveitam os atendimentos disponibilizados em várias áreas, seja na oftalmologia, odontologia, clinico geral ou emissão de identidade. Presente no evento, o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, foi recebido com muito carinho pela população mineirense.
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LICENCIAMENTO
Criação de Tilápias volta a ser legalizada, após período de negociação entre Secima e Ibama
Mais peixes fora d’água
Fredox Carvalho
Com ajuda da Faeg, produção de Tilápia do Nilo é legalizada pela Secima Murillo Soares | murillo.soares@faeg.com.br
Mais do que servir de aperitivo para bons momentos sentado à beira de um lago, sentindo a brisa embaixo de uma grande sombra em dias de folga, a Tilápia também é parte importante da piscicultura goiana. No entanto, através de uma portaria, emitida pela Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Hídricos (Secima), a criação do peixe ficou ameaçada no estado. Foram barradas a renovação e emissão de novas licenças para a criação do peixe, sobretudo nos parques aquícolas da região banhada pela bacia Tocantins/Araguaia, 14 | CAMPO
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que abrange as regiões de Niquelândia, Serra da Mesa e Cana Brava. Depois de quase um ano sofrendo com a proibição – tempo no qual a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) trabalhou ativamente para reverter a situação, a atividade foi legalizada. Agora, após um período de empecilhos entre o órgão e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Nacionais Renováveis (Ibama), o secretário da Secima, Vilmar Rocha, afirma que, agora, o processo de licenças “está funcionando em sistema ordinário”. Ele conta que, com um recente ofício do Ministério do Ambiente, já foram emitidas mais de 40 de licenças, para mais de 400 criadores. São documentos cru-
ciais para o produtor, uma vez que, sem eles, não há possibilidade de conseguir financiamentos, sem contar na dificuldade de venda dos peixes. A aquicultura de Goiás foi alvo de empecilhos há algum tempo. Segundo a assessoria técnica da Secima, a tilápia é um peixe exótico, ou seja, não é nativo do nosso ecossistema. Sendo assim, sua permanência no Cerrado poderia causar um certo desequilíbrio ambiental. Opinião rebatida por Marcelo Lessa, assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). “A Tilápia já está aqui há tanto tempo que não apresenta mais risco ao ecossistema”, afirma. Lessa, no entanto, reconhece que é uma preocupação www.sistemafaeg.com.br
Larissa Melo
Assessor técnico da Faeg, Marcelo Lessa, acredita que Tilápias não mais representam risco para o ecossistema devido ao tempo que estão em Goiás
Piscicultor de Niquelândia, Razem Elias Abrão, afirma que quanto mais gente produzir Tilápias, melhor para o desenvolvimento do município Fredox Carvalho
que deve ser levada em consideração na maioria dos casos. Vilmar Rocha completa dizendo que o grande problema é que a Tilápia do Nilo é uma espécie predatória. “Se escapar da rede, mata os outros peixes”, explica. Apesar de a maioria dos peixes desta espécie ser criadas em tanques exclusivos e fechados, os chamados tanques-rede. Razem Elias Abrão, piscicultor de Niquelândia, viu vários de seus colegas serem multados e fecharem suas criações pela falta de licença, sem contar as várias oportunidades de emprego que foram suprimidas. “Com o fechamento da empresa mineradora que ficava no município, a criação de Tilápias foi vista como uma opção para empregar a população”, ressalta. O piscicultor faz uma análise rápida sobre a situação: “quanto mais gente produzir, maior o desenvolvimento do município”. Por isso, ele vê com bons olhos a volta do licenciamento e espera que seja uma alavanca para o município, economicamente falando. Para ele, a situação foi diferente. “Eu tenho uma licença do extinto Ministério da Pesca, que, na verdade, www.senargo.org.br
Segundo Rocha, Goiás já havia passado por uma situação parecida com a criação do Tambaqui, portanto sabia que o órgão nacional deveria posicionar-se a respeito. “Entrei em contato direto com a ministra do Meio Ambiente da época, Izabella Teixeira para resolver a situação”, aponta. Só então, em meados de março, o Ibama soltou um parecer favorável. Coube à Secima apenas fazer os licenciamentos. O “passa ou repassa” durou mais um menos um ano. Neste meio tempo, conta Lessa, a Faeg atuou como interlocutora entre a Secima, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Associação Goiana de Piscicultura (AGP), o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e, claro, o produtor. “Foram muitas conversas e reuniões com representantes das siglas que
é uma cessão de uso”, explica. “Tenho autorização para criar Tilápias até 2030, mas muitos dos meus companheiros não tiveram como escapar da proibição”, conta. Razem defende a criação do peixe em Goiás, compartilhando o argumento de Lessa. “Essa espécie já está aqui há muito tempo; já é natural do nosso estado”, opina. Ping-pong Para explicar melhor a situação das Tilápias no Cerrado, é preciso voltar um pouco no tempo. Conforme conta Vilmar Rocha, em meaSecretário Vilmar Rocha explica que a criação dos de 2015, produtores das Tilápias precisaria de um parecer do Ibama, entraram com pedidos não da Secima. O Ibama falava o contrário de licença para criar o Larissa Melo peixe. “Mas, para inseri-lo na nossa região, seria necessário representam o piscicultor e uma neum parecer do Ibama”, disse. A Seci- gociação próxima com os técnicos da ma, continua ele, fez um pedido para Secima”, afirma. Por fim, os subsídios o órgão nacional, solicitando as autori- técnico e legal, segundo o assessor da zações. “O parecer deles não foi con- Faeg, falaram mais alto. “O ponto de clusivo, e jogaram a responsabilidade vista jurídico falou mais alto que o técnico, na verdade”, confessa Marcelo. para a gente”, alega. Maio / 2016 CAMPO
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FUTURO EM DEBATE
Preparando o terreno para o desenvolvimento Sistema Faeg pretende conhecer de perto maiores necessidades de municípios goianos
Larissa Melo
Michelle Rabelo | michelle.rabelo@faeg.com.br Murillo Soares | murillo.soares@faeg.com.br
Representantes do Sistema Faeg visitarão 120 municípios goianos para conhecer demandas individuais
O voto é a mais antiga ferramenta usada para o exercício da cidadania. É por meio dele que a população escolhe seus representantes, esperando a solução, pelo menos parcial, dos problemas que emperram o crescimento das regiões. Para avaliar essas escolhas e reunir argumentos para futuras cobranças, por parte das comunidades, é preciso que de tempos em tempos a população avalie a atual situação do lugar onde vive elencando seus principais problemas e suas necessidades mais urgentes. Agenda de Desenvolvimento Municipal, iniciativa do Sistema da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) chegará a 120 cidades goianas com esse objetivo. Lançado no mês de maio, a 2ª edição do programa pretende ouvir as pessoas e descobrir o que incomoda os moradores no que tange as respectivas administrações municipais e preparar o terreno para os próximos quatro anos. A partir daí, a ideia é produzir cartilhas com os tópicos levantados, e entregá-las aos prefeitáveis durante a 16 | CAMPO
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próxima campanha que antecederá a eleição municipal de 2016, para que o chefe do executivo eleito possa estar ciente dos anseios da população. Com o apoio dos Sindicatos Rurais (SRs), a equipe do Sistema Faeg vai intermediar discussões sobre: educação; saúde e promoção social; infraestrutura e logística; empreendimento econômico; meio ambiente; política agrícola municipal; gestão pública; e, outros temas relevantes de interesse da população local. A iniciativa teve início no município de Varjão e contou com a participação de moradores e autoridades da cidade. Desiludida com o cenário político do munícipio, Francisca Ferreira Silva de Urzêda, 45 anos, confessou que não iria comparecer a discussão, mas que mudou de ideia porque uma palavra chamou sua atenção: debate. “E foi justamente isso que aconteceu: a Faeg nos ouviu e se comprometeu a ser essa ponte entre nós e o setor público”, continuou. A maior preocupação de Francisca era com a segurança pública e foi
uma das pessoas que mais lutou para a inclusão deste item no documento que será feito. Há pouco mais de um mês, sua casa foi furtada e, segundo ela, até hoje o acontecido deixou traumas. “Minha perda material não foi o principal, e sim a perda da confiança de estar segura em minha própria casa”, contou. “Só temos um carro de polícia que roda Varjão e os distritos. Além dos furtos, temos ainda problemas sérios com drogas que circulam livremente pela cidade. Vejo jovens usando substâncias nas praças”, desabafou. “Agora sinto-me mais disposta a lutar por melhorias em meu município”, completou. A pedagoga Viviane Lourdes Souza, alterou sua rotina para comparecer ao debate. Defensora de que o único caminho para a mudança é a construção de plano de ação feito a várias mãos, a moradora de Varjão entende que é preciso refletir sobre os principais problemas da cidade e “debatê-los com o vizinho que sente o impacto tanto quanto a gente”. Ela aponta os www.sistemafaeg.com.br
Larissa Melo
Francisca Ferreira, Viviane Lourdes e Maria Divina participaram das discussões e destacam importância da avaliação das respectivas administrações municipais
atuais cenários da saúde, segurança e educação como os mais preocupantes. “Muita coisa seria resolvida se os moradores compreendessem o que pode ser cobrado do administrador, o que havia no plano de propostas dele quando foi eleito e como podemos fiscalizar o que está sendo feito”, pontua. Já a dona de casa Maria Divina Siqueira, aponta o lado social como um dos grandes problemas de Varjão. “Aqui falta uma casa de apoio, uma política assistencialista que valorize os mais velhos e os que não possuem renda suficiente para tocar a vida. A saúde também me preocupa. Com a baixa umidade do ar a construção de um lago seria muito bem vinda e melhoria a qualidade de vida de quem vive aqui”, disse. Sobre a iniciativa do Senar Goiás, ela faz questão de destacar a riqueza do debate. “No evento eu ouvi opiniões diferentes das minhas e pude enxergar além. Descobri novos olhares e conheci gente que está disposta a cobrar mudanças de quem ad-
ministra nossa cidade. Precisamos nos reunir e discutir quantas vezes forem necessárias”. Metodologia Segundo o superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo, o principal combustível do programa é a participação popular, já que “cada município tem uma particularidade e é por meio dos moradores que conseguimos identificar as principais dificuldades locais. Não importa o tamanho da população”, ressaltou. O gerente sindical da Faeg, Vitor Hugo Evangelista, sintetizou o objetivo da equipe em três perguntas: “o que já foi realizado?”, “o que ainda é prioridade?”, e “quais são as novas demandas?”, disse. “O documento que criaremos a partir do que for discutido também visa definir prioridades. Estamos pensando no bem-estar da população, principalmente no que se refere a assuntos do agro, nossa área de atuação”, completou o superintendente da Faeg, Claudinei Rigonatto.
SEGURO RURAL
Seguro morreu de velho Intempéries climáticas devastaram a produtividade em algumas regiões e produtores dizem que seguro será importante para continuar na atividade
Larissa Melo
Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo
Seguro rural é visto como alternativa imprescindível contra a estiagem deste ano, mas apenas 20% da área plantada é segurada
Consolidada a quebra do milho
anos, a baixa adesão é justificada por
dutores, naturalmente, contribui para
segunda safra, sem precedentes na
falta de modalidade estruturada que
que os preços dos seguros se mante-
história de Goiás, é hora de fazer os
cubra os custos e renda do produtor.
nham elevados.
cálculos e buscar formas de minimizar
No engate está a redução da sub-
Apesar das críticas sobre o modelo
os prejuízos deixados pela estiagem
venção do prêmio pelo governo fede-
atual, na prática, especialistas e pro-
prolongada deste ano. Uma das alter-
ral e a falta (ou não aceitação) de his-
dutores avaliam que a situação seria
nativas é acionar o seguro agrícola,
tóricos da produtividade das lavouras,
muito pior sem este produto no merca-
espinha dorsal da política agrícola na-
realizados pelos próprios produtores
do. Por isso, o trabalho é de melhorar
cional – mas que abrange apenas 20%
para que o cálculo do seguro seja feito
o sistema e abranger o maior número
de toda a área plantada goiana. Ape-
de forma mais realista. Numa espécie
de produtores – resultando em maior
sar de ter avançado muito nos últimos
de roda viva, a baixa adesão dos pro-
segurança e preços mais acessíveis.
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para aquele produtor que se preocupa em continuar na atividade”, diz Leo-
Larissa Melo
“Hoje o seguro agrícola é a proteção
poldo Marques, diretor comercial da Faeg Seguros – que visa oferecer ao produtor rural uma linha de seguros específica, condizente com a realidade da agropecuária brasileira. Na prática, explica, no momento da contratação, o produtor preenche formulário com dados como roteiro geográfico, croqui, roteiro de acesso, ciclo da cultivar, entre outros itens. Os
Pedro Arantes afirma que falta de recursos é gargalo para seguro rural
dados servem para que a seguradora apresente a melhor condição comercial para o município. “O valor do seguro
deve informar sobre a possibilidade
muda de acordo com a cultivar e de
do sinistro logo no início. O perito se
seguradoras. Em geral, são considera-
acordo com cada município”, explica
desloca até a região entre sete e dez
dos os números de produtividade de
Leopoldo. E repassa uma dica precio-
dias e confecciona um laudo. “No fi-
cada região, divulgados pelo Instituto
sa: quanto mais cedo fizer a contrata-
nal, o perito vai até o local e verifica
Brasileiro de Geografia e Estatísticas
ção, maior oportunidade para valores
novamente se houve ou não a quebra”,
(IBGE). No entanto, estes dados estão
negociáveis, inclusive, sobre o Progra-
explica. É preciso ficar atento às ca-
longe da realidade de produtores mais
ma de Subvenção ao Prêmio do Segu-
racterísticas de cada cultivar e janela
tecnificados. “Isso é uma parte que
ro Agrícola (PSR) – considerado peça
de plantio de cada região. Muitos pro-
pode ser melhorada. As seguradoras
fundamental de apoio à contratação.
dutores perdem a cobertura por desco-
pedem um histórico, mas os produto-
nhecer essas normas.
res não têm. Como é medido pelo ris-
Ele explica que a Faeg Seguros
quebra de braço entre produtores e
Para as condições da cobertura
co, via IBGE, como muitas vezes não
seguro. De forma geral, o produtor
do seguro, Leopoldo admite que há
condiz com a realidade, o produtor
Larissa Melo
responsabiliza pelo acionamento do
Para Bartolomeu Braz, é importante divulgar nova modalidade do seguro, que abrange renda e produção
www.senargo.org.br
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fica prejudicado” explica. Para o consultor técnico da Faeg, Pedro Arantes, as seguradoras ofere-
atingirmos um maior nível de cobertu-
safras e, hoje, como está (clima) pre-
ra, tendo por base a produtividade de
cisamos de segurança senão muitos
cada produtor”, diz.
acabarão saindo da atividade”, reflete. Produtores
cem um valor de cobertura que não
O vice-presidente da Faeg, Barto-
atende às áreas de menor risco. “O
lomeu Braz, diz que é preciso difun-
O produtor rural de Niquelândia,
interessante é ter uma maior cobertu-
dir a nova modalidade de seguro que,
Wilton Guimarães, afirma que sem o
ra com menor custo, como isso não
além do seguro de produção, abranja
pagamento do prêmio do seguro tira-
ocorre, 70% dos seguros do País estão
também a renda. “Esse modelo fun-
-se muito da expectativa de renda do
concentrados na Região Sul”, diz. Sem
ciona em outros países e passa muita
produtor rural, mas também não en-
viabilidade, não dilui os valores e di-
tranquilidade para o produtor rural”,
xerga outro caminho. “Sem o seguro
minui os custos para o produtor.
ressalta. Atualmente, existe uma ins-
rural teria que sair da atividade”, diz.
Pedro, que faz parte de uma co-
tituição que opera com o seguro rural
Isso porque acumulou duas perdas
missão que estuda propostas para
e renda faturamento, mas que ainda é
seguidas. A expectativa do plantio
apresentar ao Ministério da Agricultu-
pouco conhecido dos produtores.
da soja na primeira safra era de uma
Mas como uma instituição finan-
média de 57 sacas - mas ficou em
diz que outro gargalo é a falta de
ceira detém praticamente todo o mer-
25 sacas. Somado a isso, o milho sa-
recursos. Ele explica que o governo
cado (financiamento em troca da obri-
frinha cuja média era de colheita de
federal já subvencionou até 65% do
gatoriedade de contratação de seguro),
114 sacas por hectares – com quebra
prêmio, caindo para 45% este ano. O
eles dominam o produto dificultando
de 60%.
contrário do necessário. “Precisamos
a competitividade de outras empre-
Ele diz que a perícia já foi reali-
de maior volume de recursos para
sas. “Temos uma dependência de duas
zada pela seguradora e agora aguarda Fredox Carvalho
ra, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
De Niquelândia, Wilton Guimarães percebe os problemas do seguro rural, mas reconhece que, sem ele, teria de para de plantar
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Larissa Melo
ansioso o recebimento da indenização. “Sempre fizemos seguro e nunca havíamos acionado, mas agora foi necessário e o dinheiro é que vai aliviar para continuarmos plantando”, revela. “Seguro agrícola é problema. É uma dificuldade para ressarcir; o preço é alto. Nunca fizemos”, diz o produtor de Cristalina, Luiz Figueiredo. Ele explica que planta em várias regiões, irrigado e sequeiro, mas que perdeu cerca de 50% da produção desta safra de milho. A sorte é que o grão está remunerando bem – entre R$ 50 a saca. Mas, mesmo criticando o seguro, explica que alguns perderam a totalidade da produção. “Estes o seguro vai salvar, mas não são muitos que contratam”, diz. A Revista Campo entrou em contato com instituições financeiras que comercializam seguro agrícola, mas neANUNCIO 21X15CM-am.pdf 1 19/02/2015 17:34:26 nhuma quis participar da reportagem.
Produtor de Cristalina, Luiz Figueiredo acredita que seguro seja sinônimo de problema: “é uma dificuldade para ressarcir; o preço é alto”
A beleza
natureza
da em seu papel
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Lula Marques/Agência PT
NOVO GOVERNO
Os primeiros dias do governo interino, sob o comando de Michel Temer, são observados com cautela pelo setor produtivo
Os próximos passos da agropecuária Apoiando o processo de impeachment, o setor produtivo avalia com bons olhos o nome de Michel Temer e aguarda primeiras ações Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo
O panorama econômico após seis anos do governo Dilma (2011-2016) - interrompidos pelo afastamento da presidente no processo de impeachment – é de um turbilhão de números vermelhos. Embora tenha mantido os programas sociais como Pronatec e Bolsa Família – considerado até pelos algozes um avanço para o País - não há nenhum indicador que dê fôlego a críticas positivas. A presidente afastada ainda consolidou a fama de centralizadora e de não dar ouvidos à voz das ruas. Na prática, todo esse liquidificador de ações gerou insatisfação, desconfiança e desesperança nas principais entidades do País que, em massa, apoiaram 22 | CAMPO
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o processo de impeachment. Os primeiros dias do governo interino, sob o comendo de Michel Temer, é observado com cautela, mas transmite ânimo. Ao comparar todos os indicadores econômicos do início do governo Dilma para o atual momento da conjuntura nacional, todos, sem exceção, revelam piora no cenário (veja quadro). Aumento da dívida pública, inflação em alta, desemprego na casa de dois dígitos são alguns dados que estão minando a economia local, fazendo girar um círculo vicioso de difícil quebra. Depois de um processo jurídico dito como perfeito, tenwww.sistemafaeg.com.br
Divulgação Acieg
Para presidente da Acieg, Euclides Siqueira, saída de Dilma tem reflexo positivo, por conta de sua má administração
(Acieg), Euclides Barbo Siqueira. O presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial-Goiás), César Helou, diz ainda que, meses atrás, era comum ouvir de fortes empresários goianos a articulação de uma possível debandada para outros países, numa clara demonstração de descrença. “Esse assunto estancou”, afirma. 180 dias Esse é o prazo máximo para que haja a votação final no Senado. Os senadores terão que responder se Dilma Rousseff cometeu ou não o crime de responsabilidade fiscal durante o exercício do mandato. Para ser
Anne Vilela
do passado com ampla votação na Câmara dos Deputados e findando essa fase do processo com 54 votos favoráveis no Senado, os olhos se voltam para os reflexos imediatos do mercado com o afastamento de Dilma Roussef e, principalmente, a capacidade do governo interino imprimir mudanças extremamente necessárias para a retomada do crescimento. “A saída dela tem um reflexo positivo, por conta da má administração. O Brasil não estava andando, num círculo vicioso intenso. A saída foi um alento para nós”, ressalta o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás
À frente da Fecomércio-GO, José Evaristo dos Santos ressalta que Michel Temer é um político conciliador www.senargo.org.br
condenada, a maioria qualificada dos parlamentares, ou seja, 54 senadores precisam votar a favor. Caso contrário, Dilma reassume imediatamente a gestão do País. Nas entrelinhas, é esse o período que o governo interino tem para demonstrar poder de articulação e consolidar apoio de parlamentares e da sociedade produtiva. Inclusive, o poder e de aglutinação são características do presidente interino Michel Temer que norteiam a retórica de confiança dos líderes classistas. O presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), José Evaristo dos Santos, ressalta que o Michel Temer é um político conciliador e conhecedor das dificuldades nas quais passam a nação. “Ele não foi uma escolha da população, só compunha a chapa com a Dilma, mas ele é um homem de diálogo e está sintonizado com o Congresso Nacional. Isso é positivo para que os projetos necessários para os ajustes e crescimento do País possam ocorrer de forma mais viável”, diz. “Eu, particularmente, acredito que Temer tenha capacidade e autoridade para fazer um excelente governo. Isso não quer dizer que tudo vai melhorar, mas ele tem capacidade de mudar a rota do País”, diz Helou. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira, analisa o discurso do presidente interino como animador. No pronunciamento, relembra, assumiu que precisa ter coragem para fazer as reformas necessárias. “Precisamos aproveitar o momento para que sejam feitas as reformas previdenciária, trabalhista e tributária, senão, o País será corroído”, afirma. Uma máxima entre os entrevistados é que, ao contrário da presidente afastada, Michel Temer não tende a tomar decisões unilaterais, sem anMaio / 2016 CAMPO
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Larissa Melo
Hugo Goldfeld acredita que o novo ministro à frente do MAPA não terá problemas com questões técnicas
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de bons assessores, com isso, numa composição de partidos pulverizada, as bancadas votem a favor das medidas econômicas que terão que ser votadas. “Esse governo precisa aprovar reformas sólidas, por isso é necessário fazer esse tipo de arranjo com os partidos, infelizmente. Seria impossível fazer um ministério de notáveis”, avalia o presidente da Federação das Associações Comerciais, Industriais e
Agropecuárias (Facieg), Ubiratan da Silva Lopes. Em relação a troca de nomes da senadora Kátia Abreu pelo de Blairo Maggi para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na visão do presidente da SGPA, Hugo Goldfeld, não sofre com questões técnicas. “Os dois são conhecedores da área, mas a Kátia fez uma escolha de ficar do lado do PT. Agora o Blairo terá que fazer uma troca do quadro Fredox Carvalho
tes ouvir propostas e contrapropostas dos agentes das cadeias. Mas lembram que, em função da situação econômica e do curto prazo, o comandante não tem margem para erro. Por isso, os passos dados na primeira semana, de acordo com especialistas, foram avaliados como harmônicos. Com uma equipe econômica claramente capitaneada pelo ministro da fazenda, Henrique Meirelles, numa montagem de equipe com nomes fortes e conhecidos. Composição dos Ministérios Na análise dos líderes classistas, a composição dos ministérios teve uma dosagem correta de nomes técnicos e outros que vieram para atender indicações das bancadas da base aliada. Isso por que é uma composição repartida. De um lado uma equipe econômica forte, com nomes técnicos e que, de forma geral, agrada o mercado e, do outro, nomes não tão preparados para a pasta. Inclusive, o ministro do desenvolvimento, indústria e comércio, Marcos Pereira (PRB), reconheceu que não tem afinidade com o setor. Mas a ideia repassada é que ele seja rodeado
Para o presidente da Facieg, o novo governo precisa aprovar reformas sólidas
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da pasta, mas imagino que não terá problemas com isso”, avalia. Desafios Na visão dos líderes classistas, três reformas são imprescindíveis para a retomada da economia: tributária, previdenciária e trabalhistas. Eles acreditam que o governo deve aproveitar o momento no qual a composição do congresso de maioria governista. Entretanto, sugerem que as decisões sejam amplamente discutidas com os setores envolvidos. O presidente da Fieg, Pedro Alves, enumera alguns pontos que precisam ser alterados. Na reforma trabalhista aponta: dar legalidade às rescisões trabalhistas dentro do sindicato laboral, validade legal para as convenções trabalhistas e regularizar terceirização. Na tributária elenca: simplificar o sistema tributário, reduzir impostos, convalidar incentivos fiscais e adotar desenvolvimentos de políticas regionais. “E é preciso ter coragem para fazer a reforma previdenciária”, ressalta. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner afirma que o momento é favorável às tomadas de decisões e essenciais para o crescimento econômico e combate à inflação. Para ele, Mudanças nas normas previdenciária, fiscal, trabalhista www.senargo.org.br
e eleitoral são urgentes. Em relação à política econômica, julgamos que a orientação deve ser voltada para os fundamentos da liberdade de mercado, livre iniciativa, respeito à ordem e ao direito de propriedade. “Essa lista se refere a fatores essenciais ao resgate da credibilidade, retorno dos investimentos, controle da inflação, crescimento do emprego e renda das famílias. Como todo tratamento de choque, o remédio inicial será amargo, mas necessário para dar as respostas a toda população brasileira, especialmente aos mais necessitados, que podem ter ficado confusos com o debate divisionista travado durante o processo de impeachment”, diz. Propostas A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) apresentou um documento para o então, vice-presidente, Michel Temer, composto por seis pilares que visam à evolução do setor agropecuário: desenvolvimento Presidente da CNA, João Martins, propõe a simplificação econômico sustentáe a redução do número de tributos vel, política agrícola, Maio / 2016 CAMPO
Tony Oliveira
Fredox Carvalho
Segundo José Mário, agora o momento é favorável às tomadas de decisões e essenciais para o crescimento econômico e ao combate da inflação
meio ambiente, relações do trabalho, segurança jurídica e competitividade ( que se desdobra em quatro subitens). No primeiro pilar, o material propõe a simplificação e redução do número de tributos que possuem mesma base de cálculo. “Isso deixa mais dinâmico a contabilidade das empresas”, diz João Martins. Na política agrícola, a criação de um Programa Plurianual Agropecuário com a finalidade de oferecer aos agentes do mercado previsibilidade quanto aos recursos, planos e projetos. “Precisamos de políticas de longo prazo para dar segurança ao produtor”, pontua. No meio ambiente, o documento tange alterações das resoluções para licenciamento de atividades rurais, prorrogação do Código Florestal. De forma geral, no que diz respeito às relações trabalhistas, o tom do documento é de modernizá-las. O mais amplo pilar está ligado à competitividade. Entram a necessidade investir em todos os modais do País, conclusão de acordos comerciais bilateriais entre o Mercosul e União Europeia e abertura de novas frentes de negociação, atração de investimentos internos e facilitação de comércio.
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Lula Marques/Agência PT
Algumas falhas do governo Dilma Roussef Abandono do tripé econômico, em favor de um novo modelo econômico, baseado em crédito abundante, política fiscal frouxa e juros artificialmente baixos. Não conseguiu fazer os ajustes fiscais para controlar os gastos públicos e retomar o crescimento. Com a recessão a receita caiu e o estado aumentou os gastos públicos. Ao longo de 2012, a Selic foi cortada de 11% para 7,25% e os bancos privados foram pressionados a fazer o mesmo.
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Mas a inflação já estava próxima do teto e a resposta do governo foi segurar os preços administrados, como da energia e gasolina. Quando esses preços administrados foram recompostos, a inflação disparou. Na área comercial, não conseguiu selar acordos comerciais. No mais, aumentou impostos para importação. Falta de traquejo político. Aliados foram tratados como meras peças de tabuleiro.
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Dados econômicos do início do governo Dilma e dados ou perspectiva atuais Produto Interno Bruto 2010
7,53%
Produto Interno Bruto 2015
- 3,8%
Taxa Selic 2011
7,25%
Taxa Selic atual
14,25%
Inflação (IPCA) início 2011
5,9%
Últimos 12 meses (IPCA) Desemprego 2010 Desemprego atual
9,28% 5,3% ou 6,4 milhões de pessoas 10,9%
ou 11 milhões de pessoas
Dívida Interna 2010
Superávit de R$ 101
Dívida Interna 2015
Déficit de R$ 111 bilhões
Endividamento total do País 2010
R$ 1,7 trilhão
Endividamento total do País 2015
R$ 2,9 trilhões
FESTIVAL RECEITAS DO CAMPO
Cheirinho de comida boa! Senar Goiás convoca todos a acenderem seus fogões a lenha em busca de sabor e tradição na típica culinária rural
Fredox Carvalho
Murillo Soares | murillo.soares@faeg.com.br
Senar quer divulgar a cultura rural através de festival gastronômico
Avós e mães geralmente têm seus segredos de cozinha. É um temperinho diferente aqui ou acolá, a ordem de colocar os ingredientes ou, como elas gostam de dizer, só amor. Independente de qual seja o segredo, o sabor fica inconfundível e especial. Como forma de continuar o legado de “pitadinhas” amorosas e enaltecer a culinária rural, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) promoverá um Festival de Receitas do Campo. Serão vários pratos feitos com muito zelo, por pessoas de todo o estado e, ao final, os 60 melhores vão compor a segunda edição do livro Receitas do Campo. O festival tem como objetivo resgatar e divulgar a identidade da família rural, através da sua culinária, mostrando que os hábitos alimentares também são patrimônio histórico de cada região, conforme conta Andreia Peixoto, coordenadora do Festival Gastronômico do Senar Goiás. Este é o primeiro evento do tipo promovido pela paraestatal e as expectativas 28 | CAMPO
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são grandes: fases do concurso em 20 municípios, resgate e divulgação de aproximadamente 600 receitas típicas. Em Ipameri, foi o pontapé inicial deste evento grandioso. O Sindicato Rural (SR) da cidade organizou um festival similar no ano passado, apenas no município, aliado a parceiros locais. Segundo o presidente do SR, Eduardo Machado, além de grande visibilidade à instituição classista, houve muita satisfação por parte da população. “Eles tiveram orgulho de resgatarem e relembrarem a história rural”, conta. Foi de lá que veio a primeira edição do livro Receitas do Campo, que foi um sucesso. “Todos ficaram radiantes ao ter a publicação em mãos e ver que ajudaram a contribuir no resultado”, continua. E eles participarão novamente. A importância de relembrar a culinária tipicamente rural é reconhecida pelos profissionais da área de alimentos e nutrição do Senar Goiás, responsáveis pelo desenvolvimento de hábitos alimentares, com foco na qualidade, no sabor e na www.sistemafaeg.com.br
Larissa Melo Fredox Carvalho
Coordenadora do projeto, Andreia Peixoto explica que o grande mote do festival é a disseminação da cultura e da identidade da família rural
Para Ângelo, a culinária goiana é rica e crucial para a identidade dos goianos
saúde. É o caso do instrutor Ângelo Armando de Paula, que acredita que a gastronomia rural está em alta e deve-se aproveitar este momento. “Além de tudo, ressaltar a culinária goiana, que é tão rica, é importantíssimo, culturalmente falando”, opinou ele, que ministra treinamentos de panificação, cozinha rural e processamento de peixe. Turismo rural Além de deixar todos bem alimentados, o festival quer incentivar o turismo rural e, sobretudo, o interesse pela história cultural do campo, valorizando suas raízes. E, claro, a culinária é uma delas. “Queremos resgatar aspectos so-
Modo de fazer: inscrevendo-se no concurso A receita começa quando o Sindicato Rural (SR) do município demonstra interesse em sediar o festival, conta Andreia. “O prato obrigatoriamente deve ter uma relação cultural com o meio rural, sobretudo utilizando ingredientes típicos”, explica. Isso significa que a base da receita deve ser feita com ingredientes predominantes nos tradicionais almoços da família rural goiana: frango caipira, milho, pequi, guariroba ou similares. Serão aceitos apenas pratos originais, que nunca foram publicados em lugar nenhum. Ao fazer a inscrição, o metre cuca deve contar a história daquele prato. “Queremos saber como chegou-se à receita e por que ela representa a tradição rural”, diz a coordenadora. E muito importante: nada muito “ fancy”. O título deve ser no bom e velho Português, reforçando ainda mais a cultura e o
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cioculturais dos hábitos alimentares, a identidade da família rural e, com isso, aumentar o interesse por destinos e pela história do campo”, disse Andreia. Nosso estado tem fortes raízes no campo e este nicho do turismo tem muito potencial. É o que afirma Luciano Guimarães, coordenador do núcleo de estruturação de destinos turísticos da Goiás Turismo. “Temos o povo sertanejo, a valorização do homem do campo no meio urbano, as tradições rurais e, principalmente, a gastronomia”, explica. Há turistas que, comenta ele, são conquistados pelo paladar. “Eu mesmo sou um desses”, confessa. Sendo, assim, a culinária é grande aliada na disseminação da cultura. “Além de toda a experiência de experimentar um prato típico e comer como uma pessoa local, o turista acaba, também, fazendo um registro fotográfico ou visitando pontos turísticos”, sublinha. “É devido há este fenômeno que muitos saem de Goiânia para almoçar e passar uma tarde em Pirenópolis”, exemplifica.
regionalismo de Goiás. O vencedor será escolhido através de cinco requisitos: adequação à temática “sabor e tradição”; originalidade; ingredientes usados - devem ser tipicamente rurais; histórico da receita; e, claro, paladar. Quem decidirá o melhor prato é uma comissão julgadora formada por um representante do SR, um representante do Sistema Faeg/Senar e um representante do município.
Quando?
nar receberá as Até o dia 15 de junho, o Se m os mobilizará para solicitações dos SRs e també tivais devem acontecer a realização do evento. Os fes o livro até 15 de setembro e, depois, será confeccionado.
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CADASTRO AMBIENTAL RURAL
CAR no centro das discussões Idas e vindas sobre prorrogação coloca produtores em alerta Nayara Pereira | nayara.pereira@faeg.com.br Criado há quatro anos com o objetivo de cadastrar as propriedades rurais, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) teve seu prazo prorrogado em 2016 para os imóveis cujos proprietários se encaixassem no perfil de agricultores familiares, com até quatro módulos fiscais, porém, setores do agronegócio pediram uma prorrogação da data. O prazo que se encerrou oficialmente no dia 5 de maio, teve novos desdobramentos e no dia 17 de maio, no Plenário do Senado Federal, foi aprovado o projeto de Lei de Conservação (PLV) 8/2016, proveniente da Medida Provisória 707/2015 que prorroga o prazo para inscrição até 31 de dezembro de 2017. A matéria depende agora da sanção do presidente interino Michel Temer para entrar em vigor.
Cadastro Ambiental é obrigatório para todos os produtores do país
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Favorável a prorrogação, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), assim como outras federações do país, juntamente com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), já havia solicitado a prorrogação junto ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). Em Goiás, apenas 59,9% da área produtiva (87.550 imóveis) está devidamente regularizada, conforme os últimos dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente, relativos ao mês de março. Para os técnicos que atuam auxiliando produtores rurais com essa obrigação e capacitando mão de obra para a função, o prazo era insuficiente para que fosse atingida a meta mínima de registro de 80% das propriedades rurais.
Apesar das dificuldades em cumprir o cronograma estabelecido pelo governo, o Cadastro Ambiental Rural é considerado um instrumento capaz de promover grande evolução em relação a preservação e recuperação ambiental do país em áreas de produção agropecuária. “Traz segurança jurídica ao setor agrícola, ao promover ou dar início à regularização ambiental das propriedades rurais, e dá clareza ao produtor para que saiba até onde pode expandir sua área produtiva”, diz o diretor de fomento e inclusão florestal do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Carlos Eduardo Portella. No que diz respeito ao cadastramento das propriedades dentro do prazo estabelecido pelo ministério do Meio
Larissa Melo
Larissa Melo
Produtor alerta sobre importância de fazer Cadastro dentro do prazo
Larissa Melo
Ambiente, Portella esclarece a atuação do Serviço Florestal em incentivar o produtor fazer o CAR. “Temos articulado com os estados para promover o atendimento à população. Novas campanhas de divulgação e esclarecimento de como fazer o CAR devem sair em breve”, ressalta. Produtor rural em Cabeceiras, Walter Weis, já concluiu o CAR de sua propriedade de 900 hectares em 2016. Ao lado do pai, Arno Bruno Weis, que também é proprietário da fazenda, Walter conta que o cadastramento passou por duas etapas. “Fomos os primeiros a fa-
zer o CAR em Goiás no ano de 2013, e na época o sistema estava no modo off-line, o que impossibilitou a retirado do recibo de cadastramento. Foi nesse ano que conseguimos emitir o recibo e consequentemente validar o cadastramento da propriedade”, diz. Com a propriedade voltada para plantação de soja, milho e feijão, Walter destaca que a legislação que envolve reservas legais ainda não está clara para o produtor. “Ficamos perdidos com as legislações que o ministério do Meio Ambiente estabelece no que diz respeito às questões das reservas ambientais. Existem procedimentos e etapas do CAR que nos deixam desorientados e sem saber o que fazer. Por outro lado, o CAR bem esclarecido, se torna uma boa oportunidade para os produtores que têm pendências ambientais se regularizarem”, aponta. Senar realiza capacitação O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) lançou um treinamento – do tipo Formação Profissional Rural (FPR) – com o objetivo de capacitar técnicos que irão auxiliar os produtores a realizarem o cadastro, formando assim um banco de dados para controlar, monitorar, auxiliar no planejamento ambiental e econômico e principalmente combater o desmatamento ilegal. Até o momento, mais de 512 técnicos já passaram pelos 41 treinamentos realizados pela entidade. “O curso é de 16 horas e os participantes tem contato com toda a Legislação Ambiental, Código Florestal Estadual e realizam um CAR de uma propriedade durante a carga horária”, explica o técnico adjunto do Senar Goiás, Leonnardo Furquim.
Fredox Carvalho
Para diretor de fomento do Serviço Florestal, CAR traz segurança jurídica ao setor agrícola
Leonnardo afirma que Senar Goiás tem curso para auxiliar no cadastro
Consequências Os produtores que não realizarem o cadastro até a data prevista irão sofrer sanções. Muitos encontrarão dificuldades, inclusive na obtenção de crédito, para viabilizar o custeio das próximas safras. Além disso, os proprietários que não realizarem o cadastramento perderão benefícios previstos no Novo Código Florestal, como a suspensão de multas administrativas por corte irregular de vegetação no imóvel e a possibilidade de regularizar áreas de Reserva Legal. Sobre o CAR O CAR é uma exigência do Novo Código Florestal, obrigatório para todos os imóveis rurais. Não importa o tamanho, a região e a ocupação do solo. O cadastro ambiental exige que o agricultor conheça a fundo sua propriedade. Não basta, por exemplo, saber apenas se tem morro ou não na sua área. É preciso saber a declividade, quantas nascentes tem na terra e a largura dos rios. É preciso informar as datas de abertura das áreas para saber se está ou não enquadrada nas áreas consolidadas. Maio / 2016 CAMPO
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DELÍCIAS DO CAMPO
Feijão tropeiro Ingredientes 1 kg de feijão 500 g de bacon 3 calabresas 300 g de linguiça de porco 300 g de toucinho da barriga do porco (moído) 3 cebolas ou mais (a gosto) 3 dentes de alho 1 kg de farinha de mandioca 1 maço de couve Cheiro verde a gosto Óleo, banha ou gordura do bacon
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Modo de fazer Cozinhe o feijão e, separadamente, prepare as carnes. Em seguida, refogue o feijão, misture com a calabresa, bacon, linguiça e o toucinho. Depois de pagar o fogo, misture a couve.
Receita da culinarista Divina Ramos Sobrinho
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Envie sua sugest ão de receita para revistacampo@ faeg.com.br ou ligue (62) 3096 -2200
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CASO DE SUCESSO
Sabão com cheiro de sucesso Por meio de treinamento do Senar Goiás, cozinheira agregou conhecimento e colhe frutos com produtos de higiene
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Capacitação mudou a vida da mineirense e já rende bons frutos para seu faturamento
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Seguindo a ideia de que nada se perde, tudo se transforma, dona Vani Arantes Pereira, 61 anos, viu nos restos de óleo da sua casa uma oportunidade para incrementar sua renda e aproveitar o que poderia ser descartável para mudar de vida. Cozinheira profissional e bastante conhecida na cidade de Mineiros, a 425 quilômetros de Goiânia, pelos sabores que carrega em seus pratos, Vani quis ir além e buscar mais conhecimentos por meio de um treinamento de Produtos de Higiene e Limpeza oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás). A capacitação mudou a vida da mineirense e já rende bons frutos para seu faturamento. Entre os cursos realizados pela cozinheira, o de Produtos de Higiene e Limpeza foi uma das capacitações que mais contribuíram para o aperfei-
çoamento de sua produção. Entretanto, o que motivou dona Vani a fazer o treinamento foi a base obtida em outra profissionalização. “Eu fiz diversos cursos durante minha vida, inclusive o de Cozinha Rural, também do Senar Goiás. Como queria buscar mais opções para aumentar minha renda e meus conhecimentos, resolvi aperfeiçoar ainda mais o que aprendi ao longo da capacitação”, explica. Durante o treinamento, dona Vani aperfeiçoou técnicas de higiene pessoal e do ambiente de trabalho, compreendeu a importância do aproveitamento e processamento correto do uso do óleo de cozinha e aprendeu também as técnicas adequadas de como fazer o desinfetante, detergente e o sabão em pasta, principal produto que a cozinheira faz com muito gosto e carinho. Além disso, Vani Arantes também aprendeu técnicas de comercialização, fato que auxiliou na disseminação da qualidade do seu trabalho no município. Motivação que vem de família Quando a motivação vem de den-
tro de casa tudo fica mais fácil. O maior incentivo, no caso de Vani, veio da filha, Valdineia Pereira da Silva, que é funcionária do Sindicato Rural (SR) de Mineiros. “Tudo de novidade em cursos e treinamentos disponíveis no Sindicato, minha filha me informa. O treinamento de Produtos de Higiene e Limpeza que fiz, foi indicação dela. Mas também busco saber quando tem alguma novidade”. A filha também incentivou a mãe a comercializar seus produtos na feira da cidade. “Uma vez na semana levo meus sabões para expor e vender na feira. Isso é um incentivo que minhas filhas me dão. Aproveito também para levar meus sabões sempre que vou cozinhar em festas, aniversários ou para amigos. Vez ou outra volta com minha caixinha com poucas unidades, porque as pessoas gostam desse tipo de produto. Já vendi até em São Paulo”, ressalta. Quando o assunto é o futuro e suas metas, dona Vani pensa alto, mas, ao mesmo tempo, firme com a realidade ao seu redor. “Meu objetivo é ir além, fazer mais cursos, buscar mais profissionalização e repassar o que aprendi para quem também deseja aprender. Sempre digo que somos um aprendiz em busca de mais conhecimentos para agregar a nossa vida”, explica.
Durante treinamento Vani aperfeiçoou técnicas de produção de desinfetante, detergente e sabão em pasta
Os interessados em cursos e treinamentos do Senar, em Goiás, no município de Mineiros devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone (64) 3661-1298. www.senargo.org.br
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CURSOS E TREINAMENTOS
Da galinha caipira ao doce de abóbora Michelle Rabelo | michelle.rabelo@faeg.com.br
Além de agradar a todo paladar que se preze, a culinária rural tem o poder de disseminar a cultura do campo. Cheia de cores, sabores e misturas, ela transforma o que é tirado da terra em delícias que até Deus duvida. Pensando em repassar adiante e compartilhar entre as famílias não só do campo, mas também da cidade, os segredos da cozinha rural, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) possui em sua grade de cursos, o treinamento de Cozinha Rural.
O objetivo do curso, classificado como Treinamento de Promoção Social (PS), é capacitar os interessados a preparem receitas típicas da zona rural. Além disso, aproveitamento dos alimentos, noções de saúde humana e segurança alimentar compõem o conteúdo programático. Da galinha caipira ao doce de abóbora, o desejo dos muitos instrutores da entidade é fazer com que o participante perceba que cozinhar pode ser fácil e não precisa ser profissional, mas que a atividade
exige cuidado e zelo. Durante o treinamento, os alunos aprendem ainda sobre a melhor maneira de acondicionar e quantificar os alimentos, além de técnicas para a elaboração de cardápios que valorizem os produtos do meio rural. Com carga horária de 32 horas, o curso que tem metodologia teórica e prática pode ser realizado por pessoas que tenham mais de 18 anos e vontade de levar aos quatro cantos do estado o sabor caseiro da comidinha da roça.
Caso tenha interesse em realizar este ou outros cursos e treinamentos do Senar Goiás, entre em contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou acesse o site senargo.org.br
EM ABRIL, O SENAR GOIÁS PROMOVEU CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL*
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Em atividade Na área de de apoio silvicultura agrossilvipastoril
1 Na área de extrativismo
15
9
Em Na área de agroindústria aquicultura
126
32
Na área de pecuária
Em atividades relativas à prestação de serviços
Fredox Carvalho
*Cursos promovidos entre os dias 26 de março e 25 de abril.
CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
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6
Alimentação e nutrição
Organização comunitária
6 Saúde e alimentação
9
41
12
5.387
Prevenção de acidentes
Artesanato
Educação para consumo
PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS
CAMPO ABERTO
Hidroponia: futuro da agricultura
Larissa Melo
Ricardo Pereira Silva | ricperesilva@hotmail.com
Ricardo Pereira Silva é engenheiro agrônomo e instrutor do
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Senar Goiás
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A hidroponia é uma técnica de cultivar plantas sem o uso do solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contem todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta. Este sistema de produção apesar de ser considerado caro, pelo alto custo de investimento inicial destinado a sua instalação, destaca-se por inúmeras vantagens. Com a hidroponia consegue-se, em pequenas áreas, altas produções, além do fato de que o cultivo pode ser feito durante o ano todo com padronização das plantas, menor uso de insumos agrícolas, melhor sanidade, antecipação do ciclo da cultura e economia de agua, com até 70% menos comparado ao sistema de plantio convencional no solo. Apesar disso, no Brasil o método de cultivo mais usado é o Fluxo Laminar de Nutrientes (NFT), com 90% das áreas de comercialização e muito utilizado para as culturas de alface e rúculas. Neste método as plantas recebem uma solução nutritiva por meio de um perfil de polipropileno, a água é bombeada de um reservatório até os canais de cultivo, passa por todos os perfis e retorna para o reservatório. A bomba é controlada por um temporizador que é programado para ligar/desligar em tempos distintos durante o dia e diferente durante a noite. Neste caso, as plantas passam por diversas fases: germinação, maternidade, fase de mudas e fase final onde permanece e após várias reposições de água chegam até o ponto ideal de colheita. O DFT ou Floating, também conhecido como piscina, é muito utilizado para a fase de mudas. Em um reservatório de fibras, alvenaria ou material plástico, não há canais e as plantas ficam apoiadas em uma placa de isopor, sendo que suas raízes absorvem os nutrientes da solução
que é colocada com apenas 4 a 5 cm suficientes para umedecer as raízes durante todo o seu período de desenvolvimento. Há um sistema de drenagem apenas para a retirada da água, o que mantém o nível da solução constante, mas facilita a disseminação de doenças. O sistema com o uso de substrato é muito usado para as hortaliças e frutos como tomate, morango e pimentão. Neste método, ao contrário do NFT que utiliza os perfis para a circulação da solução nutritiva, é necessário o uso de recipientes como vasos ou sacolas para a acomodação dos substratos ou substancia inertes (pedras, argilas expandidas, fibra de coco e casca de pinus). Estes materiais servem de sustentação para as raízes das plantas e a solução fornece os nutrientes às plantas e é drenado pela parte inferior dos vasos, podendo ser descartado (sistema aberto) ou devolvido ao reservatório (sistema fechado). Já a aeroponia, outro sistema de cultivo em hidroponia, se destaca principalmente se adequar a pequenos espaços. As plantas ficam suspensas em torres e/ou canos com as raízes no ar (no interior da torre). Neste caso, a solução nutritiva é aspergida com uma nevoa e as raízes recebem gotículas de água, se desenvolvendo em condição de escuro no interior da estrutura. Após passar pelas raízes a solução retorna ao reservatório. Assim, a hidroponia é uma tecnologia que chegou para ficar, atendendo o cultivo de hortaliças, flores, forrageiras e até frutíferas. Não existe um sistema que seja melhor ou pior e sim aquele que se adequa a realidade e/ou potencial que o produtor quer alcançar. Com os preços elevados de terras e escassez de água, o método é o futuro da agricultura.
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Mais qualidade na silagem de milho, mais quantidade na produção de leite. Mais produtividade com o melhor manejo de pragas.
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Silagem é Syngenta.