PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. CONSELHO EDITORIAL Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto e Eurípedes Bassamurfo da Costa. Editora: Denise N. Oliveira (331/TO) Reportagem: Catherine Moraes, Gilmara Roberto, Michelle Rabelo, Nayara Pereira, Douglas Freitas (estagiário) e Laryssa Carvalho (estagiária). Fotografia: Capture Studios Revisão: Catherine Moraes Diagramação: Isabele Barbosa Impressão: Gráfica Amazonas Tiragem: 15.000 exemplares Comercial: (62) 3096-2123 revistacampo@faeg.com.br
DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner. Vice-presidentes: Leonardo Ribeiro; Antônio Flávio Camilo de Lima . Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira. Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis. Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da Silva, José Vitor Caixeta Ramos, Wagner Marchesi. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos Santos, José Carlos de Oliveira. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta Filho. Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica. Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria.
Por mais investimentos em um mercado promissor Com passos ainda lentos, mas com perspectivas de crescimento, o setor de caprinos e ovinos de Goiás tem muito que fazer! A atividade que em muitas propriedades é considerada secundária, muitas vezes tratada com amadorismo, busca novos caminhos e fronteiras para elevar o mercado da carne no país. Segundo dados apresentados pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos, o consumo saltou de 700 gramas para 1,4 quilo por pessoa, um percentual atrativo para os poucos produtores que mesmo com os olhares desconfiados, buscam cada vez mais rentabilidade na produção e na comercialização. Nessa edição, apesar de explanar as dificuldades vivencias pelos criadores de caprinos e ovinos, apresentamos também as principais informações que envolvem o setor, como mercado, produtores, técnicas de produção, profissionalização e os principais gargalos que envolvem a comercialização – custo, até chegar ao produto final que é o consumo. Apesar das dificuldades no que diz respeito ao melhoramento genético, profissionalização dos produtores, e a falta de incentivo na criação de associações em prol do setor, alguns produtores de ovinos como Wagner Marchesi, de Britânia, mostram o contrário e apostam no setor como uma força motriz do próprio negócio. Da mesma forma, Leodolfo Alves, com uma produção independente de caprinos, produz leite e queijo para atender o mercado de Brasília e Goiânia. Por meio desses exemplos, é possível observar o quanto a criação e comercialização dos animais vale a pena e merece mais atenção por parte de todos. O que espero é mais investimento e engajamento para engrenar a atividade. Não é só de resultados que vive um setor. É preciso ir além, investir, capacitar e mudar. Fazer a diferença! Por isso, a Revista Campo desse mês apresenta não só os bons frutos de uma produção, mas as dificuldades vivenciadas dia a dia pelos envolvidos no setor. Estamos juntos para melhorar cada vez mais nossas produções e nossos alcances em cenários nacionais e internacionais. Vamos em frente! Boa leitura!
Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo. Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Sandra Alves Lemes.
Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldine, Antônio Sêneca do Nascimento e Marcelo Borges Amorim. Superintendente: Eurípedes Bassamurfo da Costa
FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.sistemafaeg.com.br E-mail: faeg@faeg.com.br Fone: (62) 3412-2700 e Fax: (62) 3412-2702 Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br Para receber a Revista Campo envie o endereço da entrega com nome do destinatário para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação, ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226.
José Mário Schreiner Presidente do Sistema Faeg
Larissa Melo
Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior, José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela de Souza.
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PAINEL CENTRAL Caso de Sucesso
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Por meio de capacitação do Senar Goiás, jovem Jhewerson Neris se tornou referência na cidade onde mora
Prosa
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Gerente geral da Embrapa Cerrado e pós-doutor em Engenharia da Irrigação e Manejo da Água, Lineu Rodrigues fala sobre crise hídrica e futuro da irrigação
Nova Zelândia
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Durante 10 dias, missão técnica do Senar troca experiências em viagem à Oceania
Produção tímida para mercado crescente
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Falta de reprodutores, assistência técnica e produção em alta escala dificultam evolução de caprinocultores e mercado consumidor dobrou nos últimos três anos
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Seminário de Irrigação
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Desafios e estratégias sustentáveis de uso da água empregadas pela agropecuária estiveram entre as discussões do 1º Seminário Estadual
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Ranicultura em destaque
Produtores enxergam, na atividade, oportunidade de renda e de diversificação. Estado já é considerado um dos maiores produtores do país
Agenda Rural
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Goiás Mais Leite
Fique Sabendo
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Senar Goiás realiza encontro de técnicos e discute temas como mastite bovina e biotecnologia de reprodução
Delícias do Campo
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Treinamentos e cursos do Senar
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Campo Aberto
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Fredox Carvalho
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Caprino de Bela Vista de Goiás. Foto: Larissa Melo
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CAR Cadastro Ambiental Rural é prorrogado por mais um ano. Em Goiás, adesão foi de menos de 20%
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AGENDA RURAL
22 a 25 de junho de 2015
Centro de Convenções CentroSul
09 de junho Workshop – Gestão de Risco e Carteiras de Crédito Agrícola Local: Hotel Mercure - Av. República do Líbano 1613 Setor Oeste, Goiânia Horário: 8h30 às 15h30 Informações: 19 3836-2722
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12 de junho Seminário Regional de Contabilidade Rural Local: Iporá - FAI- Faculdade de Iporá - Rua Serra Cana Brava, n°512 / Boa Vista Horário: 8h às 17h Informações: 62 3412-2739
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FIQUE SABENDO ARMAZÉM
REGISTRO
Gilson de Souza
Divulgação
Produtor do Goiás Mais Leite recebe prêmio da Itambé
Caprinocultura Criação Racional de Caprinos No último mês de abril, o Tauá Grande Hotel de Araxá foi palco da cerimônia Maiores e Melhores, que reuniu 250 convidados. Promovido pela Itambé Alimentos S/A, o evento homenageou 37 produtores e seis cooperativas associadas à Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) que, pelo empenho e resultados obtidos, se destacaram no ano de 2014. Entre os premiados estava o goiano Osmar da Cunha Teles, de Silvânia, que foi reconhecido na categoria Assistência Técnica com a metodologia Balde Cheio, realizada pelo programa Goiás Mais Leite, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás). As premiações tiveram como referencial os quesitos Volume, Qualidade e Desempenho nos Projetos de
PESQUISA
Cientistas desenvolvem sementes de arroz transgênico com anticorpo anti-HIV Descobertas feitas por pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia destacam que medicamentos microbicidas, que contêm anticorpos neutralizantes do HIV, podem ser potencialmente utilizados para prevenir a transmissão do vírus. A alternativa foi descrita recentemente no artigo intitulado “Endosperma de arroz produz forma potente de anticorpo monoclonal neutralizante de HIV”, publicado no site do Plant Biotechnology Journal (Edição 3 - Abril 2015). www.senargo.org.br
Os pesquisadores André Melo Murad e Elíbio Leopoldo Rech são coautores da publicação que relata o desenvolvimento de plantas de arroz transgênico, que expressam o anticorpo neutralizante do vírus do HIV. O artigo foi produzido em conjunto com um seleto grupo de cientistas de diversas universidades. Entre elas estão a Universidade de Lleida, na Epanha, a Universidade de Recursos Naturais e Ciências da Vida, localizada em Viena na Áustria e outras universidades de renome mundial.
Assistência Técnica, como explica o presidente da CCPR/Itambé, Jacques Gontijo. “Os programas de assistência técnica são o caminho mais rápido e seguro para os produtores que enxergam a atividade leiteira como um negócio que, como outro qualquer, precisa gerar lucro”, afirmou. Antes de adotar a metodologia, Osmar tirava 50 litros de leite diariamente, um percentual relativamente baixo, para uma propriedade de 46 hectares. Depois que adotou a metodologia Balde Cheio, as técnicas de manejo, cuidados com o capim e com o auxílio da tecnologia, a produção dobrou. “Precisei entender que os animais e a alimentação, são peças fundamentais para o rendimento no campo, por isso, todo cuidado com eles foram e são necessários”, finalizou.
Divulgação Faeg
Considerada por alguns especialistas da área como uma das obras mais abrangentes sobre caprinocultura já publicadas no Brasil, o autor Silvio Doria apresenta no livro “Caprinocultura - Criação Racional de Caprinos” um detalhado estudo sobre os caprinos e sua criação, abordando aspectos teóricos e práticos. A obra fornece aos criadores de cabras e pecuaristas em geral técnicas e informações sobre caprinocultura, atualizadas e adequadas às condições brasileiras. Além disso, aborda a anatomia e fisiologia dos caprinos, principais raças caprinas criadas no Brasil, diferentes temas diretamente ligados tanto à caprinocultura quanto à ovinocultura.
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PROSA RURAL
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Em busca do vilão na novela da crise hídrica
Larissa Melo
Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br Michelle Rabelo | michelle.rabelo@faeg.com.br
Pa l e s t ra nt e d o 1º S em inár io I r r iga ção d e G oiás – Ág ua p a ra p r o d u ção d e a l i m ent o s, Li n eu Rod r ig u e s m i n i s t r ou p a l e st ra co m o t em a: I r r iga-
ção e o uso ef iciente da água na produção de alimentos. Na prosa deste mês da Rev ista Ca mp o, Lineu explica os conceitos de uso e consumo e
a necessidade da conscientização geral. O objetivo é um só: minimizar a crise hídrica no país e garantir água para consumo e produção de alimentos.
Revista Campo: O senhor defende que o termo “desperdício” não se aplica na agricultura como nas cidades. Qual a diferença? Lineu Rodrigues: É mais adequado falar sobre eficiência, que, de maneira bem simples, reflete quanto da água que é retirada dos rios está sendo efetivamente utilizada. É importante reduzir as perdas nos sistemas, seja ele qual for. Para isso, definir valores de referência para as eficiências mínimas esperadas em cada um dos setores, dentro das suas especificidades, é importante e contribuirá para reduzir os desperdícios. Para isso, tem-se que estabelecer métricas, que devem ser pactuadas com os usuários. Em situa-
ção de escassez hídrica, em que a disponibilidade de água é limitada e geralmente insuficiente, os usos (urbano, r ural, animal, irrigação, industrial ou elétrico) devem ser muito bem quantificados e equacionados. A essas demandas setoriais, é preciso ainda acrescentar a demanda ecológica. Ou seja, é preciso manter no rio uma quantidade de água mínima capaz de manter as funções oferecidas pela água, garantindo as condições mínimas de manutenção de ecossistemas aquáticos. Existem os desperdícios causados pelo uso inadequado da tecnologia, isso pode ser corrigido com capacitação e aquele desperdício que é fruto da forma como cada in-
divíduo utiliza a água. Esse só pode ser corrigido com um efetivo trabalho de conscientização. Revista Campo: A Agência Nacional das Águas (ANA) coloca o campo como grande “gastador” de água - 61% da retirada de água dos mananciais brasileiros se destinariam ao uso rural. Como podemos analisar os números e o contexto? Lineu Rodrigues: Primeiro é bom frisar que a maior parte da água utilizada na agricultura é destinada para uma finalidade nobre, que é a produção de alimento. Por outro lado, temos que fazer justiça. A ANA não coloca o campo como grande gastadora de água. Ela apenas publica os números. Não há dú-
Lineu Rodrigues é gerente geral da Embrapa Cerrados, doutor em Engenharia Agrícola e pós-doutor em Engenharia da Irrigação e Manejo da Água
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vida, entretanto, que existe um erro conceitual na estimativa de alguns desses números. Para fins de gestão da água, toda água retirada do rio, independente da forma em que ela é retirada, deveria ser contabilizada. Nesse sentido, não considerar, por exemplo, a água evaporada das grandes barragens é um erro. Outro ponto importante que deve ser considerado é utilizar um coeficiente de retorno que não considera o tempo de retorno da água e qualidade da água que é retornada. Isto impacta nos números dos outros setores, principalmente no da agricultura. É importante também destacar que esse número de 61% não é uniforme em todo o Brasil. Por exemplo, na região hidrográfica do Atlântico Sudeste, as retiradas de água pela agricultura representam apenas 31% do total. O fato é que utilizamos muito pouco os nossos recursos hídricos. Temos que utilizá-lo mais, mas com eficiência. A alocação de água para fins agrícolas gera benefícios sociais, econômicos e ambientais que não são apropriados somente por um usuário, mas por toda a sociedade. Revista Campo: Em sua opinião, de onde vem a crítica contra a irrigação? E qual o futuro da atividade? Lineu Rodrigues: Tirando os casos isolados de radicalismos, sem fundamento, a maior parte da crítica vem da desinformação. Não sabemos nos comunicar com a sociedade e temos dificuldade em receber a informação e de transmiti-la de maneira correta. Isso é causado, em parte, pelas divergências que existem entre os próprios técnicos em relação a terminologias básicas. É importante uniformizar a informação. O setor agrícola não pode ser apenas reativo. Deve haver uma estratégia comunicação. É importante entender como o tema água na agricultura é realmente percebido pela sociedade, 10 | CAMPO
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qual o papel da mídia e sua real importância nesse debate. Além disso, para quem a informação é destinada. O futuro do setor é promissor. A humanidade pode viver sem muita das coisas que temos hoje, mas não pode viver sem água e alimento. O desafio é como produzir alimentos de forma sustentável e em quantidade suficiente, em um mundo cada vez mais complexo, com uma população que em 2050 estará em torno de 9,1 bilhões pessoas, demandando alimentos cada vez mais diferenciados. Isso só será possível por meio da irrigação. Mas é preciso planejar. Uma pergunta que sempre surge é quanto a irrigação deverá crescer, isso quem vai definir é o próprio setor. Ao governo cabe criar as condições mínimas de infraestrutura para que esse crescimento ocorra.
A alocação de água para fins agrícolas gera benefícios que são apropriados por toda a sociedade Revista Campo: Alguns especialistas defendem que, se o produtor pagasse mais caro pela água e este gasto estivesse incorporado em sua cadeia de produção, como acontece na indústria, o comportamento seria outro. O senhor concorda? Lineu Rodrigues: A cobrança pelo uso dos recursos hídricos é um dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos previstos na lei 9.433/1997. Em minha opinião, o quanto cobrar deve ser definido pelo comitê de bacia, levando-se em consideração as especificidades de cada região. Deve-se cobrar o que é justo e o que é justo é o valor que é pactuado com os usuários. Não partilho da ideia de que cobrar
mais resolva o problema. Acho que é mais efetivo um trabalho de capacitação e premiação por boas práticas. Nesse sentido, acredito que um sistema de certificação voluntária seria uma boa estratégia. Revista Campo: A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a ANA anunciaram, em abril passado, um Acordo de Cooperação Técnica para mapear e aprimorar a gestão de recursos hídricos no país, capacitar produtores rurais e criar estratégias para agir em áreas de potenciais conflitos envolvendo o uso da agricultura irrigada. Qual a importância de iniciativas como essa? Lineu Rodrigues: As instituições, de maneira geral, deveriam atuar mais em conjunto, aumentando a efetividade das ações e maximizando o uso dos recursos financeiros. O trabalho conjunto de duas instituições do porte da CNA e da ANA, em ações de grande importância, tem tudo para produzir resultados efetivos e impactar o setor positivamente. Podemos dar um salto de qualidade na produção sustentável de alimento com um trabalho efetivo de capacitação. Temos muita tecnologia que ainda é pouco adotada, por exemplo, no manejo da irrigação. Tal fato pode ser notado quando analisamos a média da produção nacional, por exemplo, de milho, com os valores de produção obtidos em propriedades de alto nível. A abordagem de atuar em áreas de conflito é muito correta. Tenho defendido essa abordagem nos diferentes fór uns. É importante ter um olhar diferenciado para as áreas de potencial conflito. Nessas áreas as estratégias de gerenciamento tem que ser feitas em escalas temporais e espaciais diferenciadas. As decisões devem ser pactuadas com os usuários. Acredito que a Embrapa tem muito a contribuir com esses esforços. www.sistemafaeg.com.br
MERCADO E PRODUTO
Ovinocultura no Brasil: cenário atual Samantha Andrade | samantha.andrade@senar-go.com.br
A expansão da atividade de ovinocultura nos últimos anos se deve a diferentes fatos: mercado,
Neste mesmo espaço, 60 ovinos podem pastar e produzir até 800 Kg de carne.
manejo, melhoramento genético dentre outros.
Mesmo com um rebanho de 17,5 milhões de ca-
Apesar de o consumo permanecer tímido, consu-
beças - segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
mo capita/ano de carne ovina no Brasil é de pouco
Estatística (IBGE, 2013) – há demanda de carne su-
mais que 1,0 kg, em 2013 o Brasil importou 7 mil
ficiente para que o mercado brasileiro dependa de
toneladas de carne uruguaia para abastecer o mer-
importações de diferentes países, por exemplo, o já
cado interno (SebraeSp, 2013).
citado mercado do Uruguai.
Parte gritante da evolução da cadeia se deve ao fato
Por outro lado, mais de 95% dos abates de ovinos
da descoberta pelos pecuaristas de que a criação de
são realizados de forma clandestina no Brasil, o que
ovinos é muito mais rentável que o gado bovino, em
dificulta a certificação de qualidade e desmotiva o
algumas situações, especialmente no que se refere ao
produtor a investir na profissionalização do rebanho
custo de produção. O custo de manutenção de dez
(Pecpress, 2014). Há uma necessidade urgente de
ovelhas no mesmo espaço onde é criada uma vaca é
nos preocuparmos com a legalização da atividade
bem menor, daí a explicação para o fato de muitos
bem como um atendimento direcionado por parte
pecuaristas estarem migrando de atividade. Estudos
de frigoríficos voltados para o segmento, uma vez
apontam que um boi precisa de um hectare de capim
que o quadro atual é composto por abates em plan-
para se alimentar du-
tas voltadas para outras cadeias.
rante um ano e atin-
Raças como Dorper e White Dorper
gir entre 200
foram extremamente determinantes no
a 250 Kg.
desenvolvimento de um padrão de quana questão de acabamento de carcaça e deposição de carne no animal, tanto é verdade que o
João Faria
produto resultante do cruzamento com essas raças
Larissa Melo
lidade para a carne de cordeiro nacional,
de origem sul-africana foi o primeiro a receber certificação de padrão internacional. Qualidade será essencial no processo de continuidade e expansão da cadeia, visto que o consumidor não deseja carne de animais de descarte, mas sim a carne de cordeiro, de animais abatidos ainda jovens. Uma vez organizados, em associações e cooperativas, para obterem força de mercado, os criadores de ovino-
Samantha Andrade é médica veterinária e técnica-adjunta do Serviço Nacional de Aprendizagem em Goiás (Senar Goiás)
cultores poderão se beneficiar de todas as vantagens do atual cenário da ovinocultura.
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AÇÃO SINDICAL INDIARA
VICENTINÓPOLIS
Tiago Vieira
Thersy Oliveira
Certificação
Treinamento em tratores agrícolas
Em parceria com Sindicato Rural de Vicentinópolis, o Senar Goiás realizou, entre os dias 20 a 22 de abril, Treinamento em Operação e em Manutenção de Tratores Agrícolas no qual uma turma de 16 alunos teve a oportunidade de aprender e reforçar noções referentes ao funcionamento do painel de instrumentos e alavancas, entender questões relacionadas à simbologia universal para máquinas agrícolas, além de noções sobre metrologia (paquímetro, trena, torquímento e calibradores) e seu uso correto, dentre vários outros temas. A instrução do treinamento realizado na Fazenda São João, no município de Vicentinópolis, ficou a cargo de Gaspar Belarmino, do Senar Goiás, e contou com a mobilização de Edson da Silva, do SR do município. (Colaborou com a nota: Edson da Silva, do Sindicato Rural de Vicentinópolis)
Com o objetivo de trazer e esclarecer noções referentes ao manejo e sanidade de cavalos, com foco nas áreas de reprodução, doenças, vias de aplicação de medicamentos e controle de parasitas, o Senar Goiás realizou, em parceria com Sindicato Rural de Indiara, Treinamento em Equideocultura com uma turma de 10 alunos. O treinamento foi dividido em dois momentos: no primeiro, realizado na sede do SR de Indiara, os alunos puderam ter acesso às noções teóricas e no segundo, realizado no Parque de Exposições da cidade, a realização das aulas práticas, com contato direto com os animais. A capacitação, realizada entre 23 a 25 de março, foi ministrada pelo instrutor do Senar Goiás, João Francisco Godoi. A mobilização ficou a cargo de Thersy Oliveira. (Colaborou com a nota: Thersy Oliveira, do Sindicato Rural de Indiara)
Thersy Oliveira
Thersy Oliveira
Capacitação em Equideocultura
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INDIARA
Conhecimento sobre tratores
INDIARA
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O Senar Goiás promoveu entrega de certificados à turma do curso de Operador de Máquina e Implementos Agrícolas do Programa Nacional de Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) do Senar Goiás, o evento, realizado na sede do SR de Indiara, ocorreu no último mês de março. Fernando Couto, coordenador técnico do Pronatec do Senar Goiás, foi o responsável pela entrega de certificados. Ao todo, fizeram parte da turma do curso de Operador de Máquinas e Implementos Agrícolas 28 alunos os quais, instruídos por Edivailson de Araújo, instrutor do Senar Goiás, tiveram noções sobre operação e manutenção de tratores e utilização e regulagem de diversos implementos agrícolas com segurança. (Colaboraram com a nota: Thersy Oliveira, do Sindicato Rural de Indiara e Fernando Couto, coordenador técnico do Pronatec do Senar Goiás)
Visando trazer aos produtores rurais de Indiara o que há de mais atual em relação às questões de maquinário agrícola, em específico, tratores, o Senar Goiás, em parceria com o Sindicato Rural de Indiara, realizou Treinamento em Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas, entre os dias 12 a 14 de março. Na sede do SR do município a turma de 11 alunos teve acesso a noções teóricas referentes a simbologia universal para máquinas agrícolas, funcionamento do painel de instrumentos e alavancas, além de questões relacionadas a metrologia. Já no Parque de Exposições Geraldo Moraes, localizado na cidade, os alunos puderam colocar em prática o conteúdo aprendido durante as primeiras aulas. Gaspar Belarmino, instrutor do Senar Goiás, foi o responsável por ministrar as aulas; o trabalho de mobilização ficou a cargo de Thersy Oliveira. (Colaboraram com a nota: Thersy Oliveira, do Sindicato Rural de Indiara e Gaspar Belarmino, instrutor do Senar Goiás) www.sistemafaeg.com.br
ABADIÂNIA
Andréia Peixoto
Perfil de artesãos
Com o objetivo de conhecer os perfis de artesãos e artesãs do município de Alexânia, o Sindicato Rural do município, através do ProArte – Programa Profissional Atual, do Senar Goiás, realizou Diagnóstico Rápido e Participativo da Produção Artesanal da cidade, como parte do 1º módulo de treinamento e qualificação de artesãos. O diagnóstico foi realizado nos dias seis e sete de março, na sede do SR do município. A instrução ficou por conta de Andréia Peixoto, do Senar Goiás, e contou com a mobilização de Lucas Felipe, do SR do município. O primeiro dia foi marcado pela delimitação de perfis dos artesãos e o segundo pela divulgação dos resultados dos dados colhidos, além de exposição artesanal dos próprios participantes do programa. (Colaboraram com a nota: Samantha Andrade, técnica do Senar Goiás e Andréia Peixoto, instrutora do Senar Goiás)
LUZIÂNIA Diana Gomes
Práticas de pintura
Sindicato Rural de Luziânia realizou, no último mês de abril, Curso de Pintura em Tecido com produtoras rurais do município de Novo Gama. Durante o curso realizado no Galpão do Produtor Rural de Novo Gama, localizado no povoado de Pedregal próximo à cidade, a turma de 10 participantes puderam aprender noções referentes a diversas técnicas de pintura, bem como material essencial a ser utilizado e questões referentes a cores. Do Senar Goiás, Luzia Gomes foi a responsável pela instrução das produtoras e do SR de Luziânia, Marcos Paulo Ferreira e José Penha Filho realizaram a mobilização do curso. O presidente do Sindicato Rural de Luziânia, Marcos Morais, e o supervisor regional do Senar Goiás, Dirceu Borges estiveram presentes no local. (Colaboraram com a nota: Dirceu Borges, supervisor regional do Senar Goiás) www.senargo.org.br
Ações de Agricultura Urbana Larissa Melo
ALEXÂNIA
Devido à falta de interação entre quem produz e quem consome os alimentos e a vontade de muita gente em possuir uma pequena horta em casa, o Senar Goiás está realizando ações de Agricultura Urbana em diversas localidades do estado. Uma delas, realizada em parceria com o Sindicato Rural de Corumbá de Goiás, ocorreu em 18 de abril na Comunidade Esquadrão Resgate, que abriga cerca de 60 pessoas em reabilitação devido ao uso abusivo de algum tipo de entorpecente. A comunidade fica no Distrito de Planalmira, em Abadiânia, a 90 km da capital. Para conhecer de perto o local, o presidente do Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, esteve na comunidade, onde elogiou o trabalho realizado na casa e entregou certificados para alguns dos residentes que já fizeram cursos da entidade. “É necessário que existam pessoas à frente de iniciativas como esta. Assim, viveremos em um mundo melhor, mais igual e menos cruel. Hoje viemos aqui realizar ações do Senar Goiás e fazer parte da vida de cada um de vocês”, disse José Mário. A iniciativa agradou a muitos, mas foi recebida com um carinho especial pela coordenadora de projetos do Esquadrão Resgate, Cristiane Lemos, que faz questão de destacar a importância do contato com a terra no tratamento dos residentes. Ela defende que a convivência com a terra é uma terapia e que os moradores sabem disso. “Alguns cursos são muito concorridos, o que prova que a qualidade dos treinamentos tem qualidade de referência. Os alunos elogiam e se espelham nos instrutores. Nós só temos a agradecer pela parceria do Senar Goiás”.
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TRINDADE
FORMOSA
Projeto Pró-Vidas Fredox Carvalho
Wesley Darllan
Aplicação de defensivos
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JATAÍ Aline Rezende
Faeg em Campo
Thersy de Oliveira
O presidente do Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, participou da inauguração do Projeto Pró-vida, em Trindade, no dia 17 de abril. Ligado à Igreja Católica, o projeto social acolhe famílias em situação de vulnerabilidade e oferece novas oportunidades por meio da capacitação profissional, da assistência social e da evangelização. A Faeg e o Senar Goiás são parceiros do Projeto Pró-Vidas e oferece suporte por meio de cursos de formação profissional e promoção social. “O Senar Goiás, assim como o PróVidas, cuida das pessoas. Além de tratar de questões primárias, podemos ajudar as pessoas a encontrarem as oportunidades que procuram”, declarou José Mário. O projeto surgiu para integrar a Fraternidade Nossa Senhora do Bom Sucesso, que existe há 19 anos. Além dos cursos, a unidade realiza a doação de fraldas descartáveis, cestas básicas e providencia exames médicos, muletas e cadeiras de rodas, entre outras atividades. “Só temos a agradecer ao Senar e à Faeg por ter nos ajudado a concretizar um trabalho pelo qual já batalhamos há seis meses. Tenho certeza que o projeto será um sucesso total”, projetou o diretor executivo do projeto, Eduardo Bueno. Na ocasião da inauguração, também foi realizado o primeiro curso do Senar Goiás em parceria com o Projeto. Angélica Maria Vaz foi uma das participantes do treinamento, que ensinou a técnica de trançado em fita na realização de peças artesanais. “O curso ajuda muita porque a gente pode fazer para vender e conseguir um dinheirinho extra. A instrutora é ótima, nos trata muito bem, explica com calma e brinca com a gente também”, declarou a participante em meio a risadas.
Com turma de 10 participantes, o Sindicato Rural de Formosa, por meio do Senar Goiás, realizou curso em Aplicação de Defensivos Agrícolas com Pulverizador Autopropelido, com o objetivo de levar aos produtores e trabalhadores rurais noções e conhecimentos referentes a segurança, a qual envolve questões relacionadas ao meio ambiente e ao ser humana, além disso, foram discutidas temáticas sobre higiene e uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI). A mecânica e a operação do autopropelido, bem como a calibração de seus componentes foram demais temas abordados. O curso, ministrado entre os dias 23 a 25 de março, foi realizado na fazenda Fartura, no município de Formosa e contou com a instrução de Clésio da Silva, do Senar Goiás. (Colaborou com a nota: Dirceu Borges, supervisor regional do Senar Goiás)
Sindicato Rural de Jataí, juntamente com o Sistema Faeg, promoveu encontro Sistema Faeg em Campo, com a finalidade de compartilhar com os produtores e trabalhadores rurais, além de demais envolvidos com a área rural, os objetivos, o plano institucional, as diretrizes, indicadores e metas, inovações do sistema, programas e treinamentos disponibilizados pelo Sistema Faeg ao público rural. Além de aproximar as entidades que compõe o Sistema Faeg aos seus associados e a sociedade, o evento veio com o objetivo de coletar, também, informações acerca das principais demandas de cada município, visando ajustá-las ao calendário de atividades anuais. O Encontro, realizado na sede do SR de Jataí, ocorreu no dia 12 de março e contou com a participação de mais de 50 pessoas, entre elas representantes da diretoria do SR de Jataí, produtores rurais, representantes do Programa Agrinho, da OAB, da Emater, do SEBRAE, da prefeitura de Jataí, da CDL, entre outros. (Colaborou com a nota: Aline Rezende, assessora técnica do SR de Jataí)
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Larissa Melo
MERCADO
O despertar da Ranicultura Em Goiás, produção cresceu 85% nos últimos anos. Estado já é considerado um dos maiores produtores do País Nayara Pereira | nayara.pereira@faeg.com.br
Larissa Melo
Cada vez mais produtores rurais estão voltando a enxergar na ranicultura uma oportunidade de renda e de diversificação da produção. Estimativas mais recentes da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), referentes ao ano de 2014, mostram que o Brasil figura como um dos maiores produtores mundiais de rãs, ficando atrás somente de Taiwan. Nos últimos 20 anos, o
De acordo com José Messias, serão implantados 14 novos ranários www.senargo.org.br
setor ranícula no país vem ganhando espaço e muitos envolvidos com o agronegócio já descobriram o nicho de mercado. Em Goiás, no início da década passada, o setor viveu um bom momento e a carne de rã goiana chegou a ter forte aceitação no mercado norte-americano. No entanto, devido às transformações da economia, principalmente a queda na cotação do dólar, voltaram à produção para o mercado interno. Atualmente, segundo o criador e presidente da Associação Goiana dos Criadores de Rã (Goiás-Rã), José Messias, o setor vive um momento promissor. “Hoje enviamos para outros estados em torno de 45 toneladas mês, o que nos permite um momento de estabilidade e crescimento. Mas, queremos superar esses números ainda este ano, chegando ao final com 160 toneladas mensalmente”, enfatiza. Segundo ele, o crescimento foi cerca de 85% no ano passado e a pers-
pectiva é de consolidação do mercado nos próximos dois anos. Mesmo sendo ainda desconhecido do grande público goiano, o Estado é visto como um grande celeiro na produção de carne no País. Hoje, a produção é de quase 480 toneladas por ano. A Goiás-Rã já conta com cerca de 200 associados e 13 ranários espalhados por todo o Estado. Regiões como Nordeste e Sudeste do país, além do Distrito Federal, e os estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, são os grandes consumidores dessa carne exótica. A comercialização nos processos finais de produção chega a ser vendido a R$ 30 o quilo, o que permite uma margem de lucro de cerca de 40%. Se o animal for vendido para o frigorífico, o quilo sai por R$ 14. Por conta disso, a atividade tem contribuído com a geração de renda para pequenos produtores. Com um valor de cerca de R$ 15 mil e uma área Junho / 2015 CAMPO
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pequena é possível iniciar o negócio. Além disso, um criatório de engorda pode começar a gerar retorno do investimento em menos de seis meses. Para José Messias, pioneiro do setor em Goiás, diferentemente do que ocorreu no passado recente, o mo-
mento promissor da produção tende a não ser apenas passageiro. Ele aponta os incentivos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para o surgimento de novos criatórios, a capacitação técnica dos envolvidos e a abertura de linhas de
crédito como fatores de consolidação do negócio. “Além das adequações tecnológicas dos atuais produtores, estamos com um novo projeto, que envolverá 14 novos municípios e atenderá 156 famílias na criação de novos ranários”, destaca o criador.
A produção goiana é de quase 480 toneladas por ano
Larissa Melo
O ranário Laranjeiras, do ranicultor Dinis Lourenço, vai desde a criação ao abate.
Produção em destaque Com um dos maiores e antigos ra-
sai aponto de entrega para os consu-
e não apresentou problemas de repro-
nários do Estado e com 36 anos de mer-
midores. “Todos os processos desde a
dução, sob essas condições. “É um ani-
cado, o médico veterinário e criador Di-
reprodução e o abate são realizados no
mal resistente, de elevada fecundidade,
nis Lourenço, é uma das referências na
ranário”.
alta prolificidade, além de uma grande
criação e comercialização de rãs. Ele é
O início de Dinis Lourenço nessa
produtividade e, no Brasil, de grande
proprietário da ranicultura Laranjeiras,
atividade foi em meio a curiosidade,
precocidade”. A espécie carrega esse
localizada no município de Gameleira.
quando viu seu vizinho buscar rãs na
nome, devido à semelhança do coaxar
Atualmente, o ranário vende 200 mil qui-
natureza para a comercialização. Em
dos machos com o mugido de um touro.
los de rãs por mês, e os compradores são
pouco tempo, ele já contava com deze-
Vendo potencial no mercado, o
de Belo Horizonte, Salvador, São Paulo e
nas de rãs que capturava através do som
criador aponta um desafio. O de
Maranhão. O estado do Rio de Janeiro é
que transmitiam. “A princípio as espé-
superar uma certa resistência por
o principal comprador do animal.
cies encontradas foram as rãs pimentas.
conta do aspecto do animal. “Esse
O ranário, tem uma área total de
Logo depois, com mais conhecimento
preconceito está diminuindo dia a
7 mil metros quadrados e comporta
sobre o assunto passamos a trabalhar
dia. A gente vê isso na reação do
25 tanques e 100 baias de engorda. O
com a espécie Touro Gigante”.
consumidor. Eles estão vendo a
criatório tem a capacidade de 300 mil
A rã originária dos Estados Unidos,
forma e o sabor que a carne trás e
girinos, que vai da fase de reprodução
é uma espécie que adaptou perfeita-
quebrando tabu em relação ao con-
ao abate. De acordo com Dinis, a carne
mente ao cativeiro de criação intensiva
sumo”, finalizou.
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A carne do dorso e o fígado agora formam a base de salsichas, conserva de carne e até hambúrguer
Para o desenvolvimento adequado de um ranário é preciso lidar com as exigências e adequações necessárias para uma boa produção, visto que a carne do animal é exótica. Para que isso ocorra, é preciso evitar os erros que eram constantemente cometidos quando a atividade começou a ser desenvolvida. A observação é do técnico em piscicultura e ranicultura da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária de Goiás (Emater-GO), Francisco Cabral Neto. As novas técnicas de manejo, além da produtividade melhoram e garantem a sanidade dos animais. “Até pouco tempo, era comum alimentar as rãs com insetos, o que comprometia o desenvolvimento e gerava mão de obra. Hoje a alimentação é toda à base de ração de peixe”, explica. Outra recomendação são os cuidados com a qualidade da água, que deve ser livre de coliformes fecais. “O abate utilizando água gelada com sal também serve para eliminar a presença de fungos e bactérias”.
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Com novos investimentos, até pouco tempo descartada pelos criadores, a carne do dorso e o fígado agora formam a base de salsichas, conserva de carne e até hambúrguer. Além da carne, também são aproveitados o couro, a pele e a gordura. O couro é utilizado na fabricação de roupas, bolsas e sapatos, entre outros acessórios. Já a pele, tem propriedades cicatrizantes que estão sendo aproveitados pela indústria farmacológica.
Capacitação Com o crescimento e desenvolvimento do mercado de rã no Estado, a busca por novos conhecimentos e principalmente pelas etapas de criação e produção são necessários para produtores que buscam na ranicultura uma forma de aumentarem sua renda. O instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) e médico veterinário, Alexandre Milanes, presta consultoria particular há quatro anos para produtores que tenham interesse no mercado da rã, e, segundo ele, a procura por
Fredox Carvalho
Tecnologia aliada à produtividade
Para Cabral, novas tecnologias contribuíram para avanço da ranicultura
orientações ainda são poucas. “Mesmo com uma procura não muito recorrente, o processo de capacitação é rápido, mas o interessado precisa de dedicação, investimento e tempo integral. Um dia de curso é suficiente para conhecer passo a passo da criação e produção de um ranário”, acrescenta Alexandre. Interessado em ministrar o primeiro curso de ranicultura, o instrutor juntamente com o Senar Goiás, pretendem implantar a primeira turma de ranicultores, para melhor orientar e capacitar os interessados no processo. “Acredito que com o crescimento do mercado no Estado, as pessoas ficaram interessadas em aprender mais sobre o assunto e com isso intensificar a profissionalização dos criadores”, pontua.
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IRRIGAÇÃO
Donos da Água? Quem? 1º Seminário Estadual debate as estratégias sustentáveis de uso da água empregadas pela agropecuária na produção de alimentos Gilmara Roberto | gilmara.roberto@faeg.com.br
Seminário contou com a participação de cerca de 300 pessoas
José Mário lembrou a importância de se pensar soluções para irrigação
Fredox Carvalho
A diferença entre as palavras usar e consumir vai muito além da morfologia e da significação. Usar quer dizer empregar com frequência, fazer uso, enquanto consumir significa fazer desaparecer pelo uso. Clarear essas diferença e esclarecer para a sociedade civil a forma como a agropecuária usa a água foi o principal motivo que reuniu cerca de 300 produtores, estudantes e técnicos do setor no 1º Seminário Estadual de Irrigação, realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), no último dia 7 de maio. O evento foi promovido pela Faeg em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) e o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em meio às discussões sobre os desa18 | CAMPO
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fios, os entraves e o papel do produtor na gestão da água, a conclusão primeira do Seminário foi que agropecuaristas precisam assumir o protagonismo da economia brasileira, dentro e fora da porteira, por meio da participação no debate público. “Não podemos nos deixar intimidar diante das acusações de que o agronegócio consome a água com irresponsabilidade. Somos prestadores de serviços ambientais na medida em que a água usada na irrigação volta para as bacias hidrográficas, muitas vezes, em melhor qualidade do que quando foi captada”. A declaração é do consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Wilson Bonança, mas pode ser ouvida, em outras palavras, de outros pesquisadores, analistas e auto-
Fredox Carvalho
Josino da Veiga considerou que produtor precisa se mobilizar
Fredox Carvalho
ridades presentes no evento. Ao passo que ninguém discute que animais e plantas, assim como seres humanos, precisam consumir água para sobreviver – e, por fim, servir as mesas de famílias do Brasil e do exterior – o setor agropecuário garante que o uso da água para irrigação não é consumo. Isso porque, retirada a parte para a nutrição da planta, a água não desaparece, mas sim penetra no solo e retorna aos lençóis freáticos das bacias hidrográficas.
Produção de alimentos O estudo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que indica que a população mundial chegará a 9,3 biwww.sistemafaeg.com.br
lhões de pessoas até 2050 também foi largamente discutido durante o Seminário. Esse número indica que a produção de alimentos deve crescer 70%, sendo o Brasil responsável por 40% dessa nova oferta. Lineu Rodrigues, gerente geral da Embrapa Cerrado, destacou o potencial brasileiro para atender à demanda. “Entre 1992 e 2003, nossa produção de alimentos cresceu em 150% e o segredo disso é tecnologia. A irrigação é a melhor tecnologia para atender a demanda crescente por alimentos de forma sustentável”, completou.
Segurança O presidente da Faeg e do Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, lembrou a importância de garantir segurança alimentar por meio da irrigação e de outras tecnologias de produção. “Temos a convicção de que segurança hídrica e segurança alimentar estão diretamente relacionadas. Sabemos também que nenhuma nação fica em paz se faltar o alimento na mesa das famílias. Discutir segurança hídrica e consequentemente segurança alimentar é discutir a paz no mundo. Por isso, é extremamente importante que além de discutirmos o uso da água na dessedentação humana, passemos também a apontar soluções
em tecnologia de irrigação e de transporte, como as hidrovias”, avaliou.
Desafios Entre os desafios apresentados durante o Seminário, o maior deles é realizar um diagnóstico concreto do uso da água no Brasil e o estabelecimento de estratégias de gestão eficiente dos recursos hídricos. “Nenhum dos estudos que indicam que para se produzir um quilo de carne são necessário milhares de litros de água, por exemplo, foi feito com base na produção brasileira”, destacou Wilson Bonança. Ivo Melo, representante da Associação dos Arrozeiros de Alegrete no Conselho Nacional de Recursos Hídricos, que também proferiu palestra durante o seminário, destacou a necessidade de o produtor se inserir nos debates referentes ao uso dos recursos hídricos como quem melhor entende de gestão da água no Brasil. “Eu desafio qualquer pessoa a me apresentar qual o setor da economia brasileira tem maior expertise na utilização da água que o irrigante. Nós temos expertise suficiente para dialogar com qualquer um sobre o uso da água”, instigou. Para Ivo Mello, o produtor rural precisa assumir o protagonismo da economia brasileira dentro e fora da porteira. O palestrante considera que, para isso, só existe um caminho: “Se queremos ser protagonistas, temos
que tomar as rédeas da história”.
Energia elétrica A qualidade do fornecimento de energia elétrica também foi discutida durante o seminário. Para o presidente do Sindicato Rural de Cristalina e diretor técnico da Associação dos Irrigantes de Goiás (Irrigo), Alécio Maróstica, o setor de irrigação precisará superar desafios políticos e de infraestrutura para se desenvolver ainda mais. “O entrave da irrigação é a energia. Há uma priorização da indústria, em detrimento da irrigação. Nós temos indústrias recém-chegadas em Cristalina que já possuem energia”, relatou.
Soluções Coordenador de projetos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Governo do Rio Grande do Sul, Paulo Lipp apresentou um projeto que deu certo no estado gaúcho. O palestrante explicou que o Programa Mais Água, Mais Renda ampliou o índice de armazenagem de água e promoveu a irrigação por aspersão, que levou à melhoria de produtividade e renda de produtores. “Desde a implantação do programa houve, dentre diversos benefícios, a duplicação da área de pivôs no Estado em três anos, proporcionou o fomento de outros investimentos fora do programa”, informou ainda.
Responsabilidade do agropecuarista A abertura do 1º Seminário Estadual de Irrigação contou com a palestra do ex-secretário do Meio Ambiente de São Paulo e colunista do Estadão, Xico Graziano. Apresentando uma visão globalizada, o palestrante destacou que o Xico Graziano destacou: “Precisamos agropecuarista já utiliza a água com cuidado, mas que precisa investir em tecinvestir mais em comunicação” nologia e perpetuar o uso consciente do recurso hídrico. Fredox Carvalho “Os produtores rurais cuidam do recurso hídrico, protegendo as nascentes e devolvendo a água da mesma forma ao meio ambiente. Mas acontece que o país se urbanizou muito rapidamente e o agricultor virou caipira nesse processo. O fato é que precisamos investir mais em comunicação, na apresentação de dados corretos e na busca pela desmitificação do produtor vilão”, comentou. Para Josino da Veiga Antunes, produtor de grãos no município de Cristalina, região onde se encontra a maior área irrigada da América Latina, o produtor precisa participar de debates como os realizados durante o Seminário, principalmente, para ter acesso a informação. “Esse evento é muito importante para nós que muitas vezes não temos conhecimento e aceso à informação. Hoje estamos vendo a necessidade de nos organizarmos melhor para poder debater todos os assuntos nos comitês de bacias hidrográficas”, comentou.
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Superintendente do Senar Goiás, Euríp edes Bassamurfo parti cipou de missão
Experiência além das fronteiras Missão técnica do Senar troca conhecimentos em viagem à Oceania Nayara Pereira , com informações do Senar | nayara.pereira@faeg.com.br
Durante 10 dias, a missão técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) visitou à Austrália e a Nova Zelândia. Na bagagem, experiências e conhecimentos para implantar em futuros projetos da entidade, fizerem parte do roteiro. O grupo conheceu propriedades rurais, empresas e entidades que são referência em produção e tecnologia, além de experiências exitosas na área de capacitação de produtores e trabalhadores rurais. 20 | CAMPO
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O superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo da Costa, representou o Estado e trouxe em sua bagagem, pontos importantes para serem implantados e discutidos no que diz respeito à produção animal. “Goiás precisa entender que tem uma potencialidade imensa de crescimento. Apesar disso, o que precisa ser feito, é levar motivação aos produtores para que eles enxerguem as oportunidades que têm nas mãos”, ressalta.
Segundo o superintendente, para que isso aconteça é necessário investir em assistência técnica e gerencial. “O modelo que implantaremos em Goiás será voltado para a melhoria na assistência ao produtor rural, ou seja, faremos com que a terra desenvolva melhorias tanto para a produção quanto para os animais. Além de gerenciar seus custos para que seja feito o equilíbrio econômico e financeiro da propriedade”, explica Eurípedes Bassamurfo. www.sistemafaeg.com.br
Janete Almeida
INTERNACIONAL
Viagem permitiu conhecer novas técnicas e missão do produtor rural frente às cadeias produtivas Janete Almeida
Alimentação dos animais é diferencial Na opinião do coordenador da missão e superintendente do Senar no Rio Grande do Sul, Gilmar Tietböhl, além de ter contato com técnicas de produção diferentes, a viagem permitiu conhecer o conceito que os produtores rurais da Austrália e Nova Zelândia têm sobre a sua missão, o seu papel e a organização das cadeias produtivas. “Essas relações já estão bem amarradas entre eles e a indústria compradora. O funcionamento dessas cadeias é bastante harmônico, o que não acontece no Brasil. Eles têm foco em produzir aquilo que o mercado quer comprar, principalmente nas carnes”. Outro ponto que impressionou os integrantes da delegação foi a qualidade da alimentação oferecida aos animais permanentemente. Segundo Tietböhl, na Nova Zelândia, as pastagens (principalmente de azevém e de trevo branco) são tratadas como lavoura, recebem adubação, correwww.senargo.org.br
ção de solo e irrigação. “Pode dar enchente, seca ou qualquer outra intempérie que nunca os bichos sofrem. Sempre tem comida”, revela. Ele destaca ainda a importante vinculação que existe entre as instituições de pesquisa e os produtores, que aplicam os resultados quase que de forma imediata e isso reflete diretamente na produção.
Parcerias Em alguns dos encontros foram avaliadas a viabilidade de intercâmbios tecnológicos posteriores com entidades que desenvolvam ações semelhantes às que o SENAR realiza no Brasil, como é o caso do Wintec. O projeto dos Centros de Excelência do SENAR - especializados em cadeias produtivas e gestão – recebeu elogios dos representantes do Instituto e pode ser a primeira possibilidade de aproximação entre as instituições. “Eles têm sistemas modernos de treinamentos e de avaliação, com tablets, sistemas off line e internet. Achamos muito interessante e é possível uma parceria, principalmente dentro do projeto dos Centros de Excelência”, ressalta o superintendente do SENAR em Mato
Grosso do Sul, Rogério Tomithao Beretta, um dos integrantes da comitiva brasileira.
Viagem Na Austrália, a deleção visitou a Sydney Royal Easter Show e fazendas dedicadas à criação de ovinos e bovinos de corte. A programação prosseguiu em Auckland, na Nova Zelândia, com encontros na empresa QCONZ – Quality Consultants of New Zealand, responsável por 80% das auditorias de qualidade na produção de leite das fazendas. Na sequência, o grupo seguiu para a região de Waikato onde conheceu uma propriedade de pecuária de leite - acompanhado por uma representante da Livestock Improvent (LIC), responsável pelo melhoramento do gado – e um haras que lidera a criação da raça Puro-Sangue Inglês, na região de Australásia. Em Hamilton ocorreu um encontro com o Waikato Institute of Technology (Wintec), responsável pela área de ciências e indústrias primárias, e com a LearningWorks, que realiza capacitação profissional de produtores e trabalhadores rurais e treinamento de professores em sua metodologia de ensino. Junho / 2015 CAMPO
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MERCADO
Em caprinos, posição goiana é 14ª
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Goiás ocupa 18ª colocação em produção de ovinos
Não tem para quem quer! Essa é a realidade de produtores de caprinos e ovinos goianos. Com produção tímida e baixa colocação no ranking nacional, profissionais das atividades de caprinos e ovinos em Goiás, em 14ª e 18ª posição, respectivamente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), não conseguem nem atender à demanda de carne e leite regional, dificultando a evolução da atividade. Faltam reprodutores, assistência técnica especializada e produção em alta escala. Enquanto isso, o mercado consumidor dobrou nos últimos três anos. O consumo nacional de carne de ovinos e caprinos saltou de 700 gramas para 1,4 quilos por pessoa, segundo dados da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco). Além da crescente demanda, rendem bom retorno de investimento. Mesmo assim, de forma geral, são consideradas atividades secundárias dentro das propriedades goianas e, muitas vezes, tocadas com certo amadorismo. São animais engordados para oferecer de presente em determinadas épocas do ano ou para consumo próprio. Mas, quem resolveu especializar na atividade não reclama dos bons frutos. Pelo contrário, está focado em aumentar a produção a fim de exportar para outros Estados, além do Distrito Federal.
Caprinovinocultura: produção tímida e demanda crescente Carne e leite não conseguem atender procura que dobrou em três anos Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo
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de acesso ao crédito e precisamos criar mais associações
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Raimundo Lobo, pesquisador da Embrapa
Raimundo Lobo, pesquisador da Embrapa afirma que falta engajamento
Divulgação Embrapa
A percepção é de que falta organização do setor. Mas esta desvantagem não é exclusiva de Goiás, atingindo boa parte do País. Para o médico veterinário e instrutor do Senar Goiás para a área de Caprinovinocultura, Tayrone Freitas Prado, um dos entraves diz respeito à compra e venda de animais, fomentando forte abate clandestino. “O produtor reclama que não tem para quem vender e a indústria diz que não tem de quem comprar. É um jogo de empurra”, afirma. Ele explica que falta interesse do governo no setor, com poucos abatedouros específicos para a atividade.
O pesquisador de genética e melhoramento animal da Embrapa Caprinos e Ovinos, Raimundo Lobo, afirma que precisa ter engajamento de todos os atores da cadeia para engrenar o setor. “Existe uma falha no fluxo de informações”, ressalta. Ele enumera que a ausência e regularidade de grande escala de produção são apenas alguns dos problemas a serem enfrentados. “Existem fatores também como dificuldade de acesso ao crédito, fundiário e criação de associações”, diz. Com 22 anos de experiência no setor, desconhece quem retire o sustento exclusivamente da atividade de caprinos e ovinos. www.senargo.org.br
Já o médico-veterinário e especialista em biotecnologia da reprodução, André Rocha, não avalia o setor como desorganizado. “Quem está criando coisa boa, de forma correta, não reclama”, diz. Ele explica que faltam bons animais no mercado e quem investir neste nicho (melhoramento genético) terá filas de compradores batendo à porta. “Hoje o produtor tem de comprar animais em outros Estados, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul”, explica. André não enxerga outra forma para mudar essa realidade se não a profissionalização dos criadores. “Faltam tanto profissionais técnicos quanto produtores que não correm atrás de conhecimento”, ressalta. O segundo passo, diz, é buscar construção de associações a fim de fortalecer o setor.
Faltam tanto profissionais técnicos quanto produtores que não correm atrás de conhecimento André Rocha, especialista em biotecnologia de reprodução Os mesmos pontos são levantados por Raimundo Lobo. Por isso, explica que a entidade de pesquisa trabalha, há anos, com formação de sumários e catálogos de reprodutores. Ele explica que são coletados informações de animais mais adequados para cada tipo de região. Em Goiás, os mais predominantes são Santa Inês e Dorper. Mas ele afirma que de nada adianta
PER foi fundamental para negócio
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Existe dificuldade
se não houve estímulos de políticas públicas para seleção e melhoramento de núcleos. “Tem de haver um grande número de núcleos para que consiga atingir a volume comercial, com rebanhos multiplicadores”, ensina. O investimento é alto, com tendência de retorno a médio e longo prazo. Uma boa seleção pura: de 100 animais que nascem, somente 10 animais merecem se reprodutores. “Nada adianta ter pesquisa se todos os atores da cadeia não participarem. Na ânsia de contribuir, uma instituição pode tentar fazer o papel da outra. E isso não dá certo”, afirma.
Wagner Marchesi, produtor de ovinos e Jussara teve apoio do Senar e do Sebrae para abrir Casa do Cordeiro
Na prática, existem poucos produtores profissionais de caprinos e ovinos em Goiás. Um deles é o produtor de ovinos em Jussara, Wagner Marchesi. Ele começou na atividade como tantos outros produtores, para consumo próprio ou presentear algum amigo. Mas as semelhantes acabam aqui. Marchesi se profissionalizou e descobriu um filão no negócio. Família oriunda de Ribeirão Preto mudou-se para Goiás na década de 1960. Pecuarista de gado de corte, ele começou a se interessar mais pelas ovelhas quando o frigorífico Margen iniciou abate de animais. “Expandimos a criação para 500 fêmeas, mas aí o frigorífico quebrou e ficamos sem mercado”, diz. A decisão mais óbvia, desfazer do rebanho, não foi à tomada pelo produtor e uma coincidência ajudou essa iniciativa: o Programa Empreendedor Junho / 2015 CAMPO
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Manejo inspirado na África Wagner explica que o manejo foi mudando ao longo dos últimos anos, de acordo com o aumento do volume do plantel. A alternância mais brusca ocorreu há dois anos, quando visitou a África do Sul – grande produtor de ovelhas. De lá pra cá, saiu do sistema de confinamento e só trata os animais no pasto. “Meu parque de confinamento está parado, um investimento desnecessário por falta de conhecimento”, explica.
Antes desmamava os animais com 20 quilos, que depois seguiam para o sistema de confinamento e eram abatidos com 35 quilos a 40 quilos. Atualmente, desmama o animal com três ou quatro meses. “Espicho a lactação e dou uma suplementação nutricional. Antes, gastava muito com ração”, ensina. Essa reviravolta no manejo diminuiu também o quadro de funcionários, que caiu de quatro pessoas para dois. Marchesi também trabalha com estação de monta. A cobertura é realizada entre os meses de dezembro e março e os animais começam a parir entre os meses de maio e agosto. “Produzimos carne de alta qualidade e não conseguimos abastecer nem o pequeno mercado goiano. Estamos pensando em trazer carne do Uruguai e Argentina, mas esbarramos no volume, já que não temos câmaras frias para guardar mil cabeças”, explica. Essa dificuldade o impede de abrir uma loja em Brasília, visto como um mercado promissor.
Estamos pensando em trazer carne do Uruguai e Argentina, mas esbarramos no volume, já que não temos câmaras frias para guardar mil cabeças Wagner Marchesi, criador de ovinos
Caprinos: leite e queijo A produção de caprinos de Bela Vista de Goiás, Leodolfo Alves, é independente. Ele cria 120 cabeças da raça leiteira Saanen para produzir leite e queijo e atender o mercado de Brasília e Goiânia. Com processamento próprio de queijo convencional e de cabra, a indústria paga R$ 2,50 o litro da matéria-prima caprina. São produzidas 30 toneladas de queijo ao mês, sendo que o queijo de cabra corresponde apenas 10% desse volume. “O mercado é muito bom e podíamos atender até outros Estados. A dificuldade é a logística e quantidade pouca”, explica. Para aumentar a escala, Leodolfo também escolheu reter as crias e matrizes com a perspectiva de dobrar a produção em dois anos. “Estamos buscando também animais melhorados geneticamente em Minas Gerais, mas é difícil, está em falta”, confessa. Com esse investimento, pretende saltar a produtividade de dois litros por animal, para quatro litros. Para tanto, o produtor precisa ficar atento ao manejo. Nessa seara, o investimento nas instalações é alto. “Os animais ficam num galpão onde o piso é suspenso e ripado com frestas. Isso permite que as fezes caiam no chão para que não tenham contato”, diz. Todo esse procedimento é para evitar a verminose, maior inimigo da atividade (veja mais no box).
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Rural (PER), realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Goiás (Sebrae-GO). Como durante o curso é obrigatória a apresentação de um projeto, Marchesi, dois filhos, um veterinário, além de outros dois funcionários, confeccionaram um projeto para expansão do plantel de 500 animais para 5 mil animais. Atualmente, são duas mil fêmeas da raça Dorper – a única raça criada na propriedade. “Há dois anos que não abato uma única fêmea na minha propriedade”, diz. Essa é a alternativa encontrada para aumentar o número de animais, já que a disponibilidade de fêmea no mercado é escassa. Com sala de processamento de carne em Jussara, a família abriu uma loja no interior e outras duas lojas em Goiânia para atender os consumidores – A Casa do Cordeiro. Ainda assim, têm dificuldade em abastecer o pequeno mercado goiano, buscando cordeiros no Rio Grande do Sul.
Leodolfo cria 120 cabeças de caprinos e atende mercado de leite em Brasília e Goiânia 24 | CAMPO
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No mesmo espaço em que boi se alimenta e gera 250 kg de carne/ano, é possível gerar 900 kg de carne ovelhas
Senar Goiás oferece capacitação Todos contatados pela Revista Campo afirmam que a rentabilidade de caprinos e ovinos é maior que a de bovinos, considerando ambientes estruturados e profissionalizados. Uma relação simples é de que enquanto a arroba do boi esteve a R$ 70, a destes animais atingia R$ 180. Mesmo agora, com a disparada da arroba, o boi gordo não consegue equiparar ao dos animais de pequeno porte. A coordenadora técnica do Senar Goiás para a área de Caprinovinocultura, Samantha Andrade, faz outro cálculo.
No mesmo espaço em que o boi alimenta e gera 250 quilos de carne anualmente, podem ser criadas 60 ovelhas, por exemplo, gerando 900 quilos. “É mais que o triplo de produção. É uma atividade muito rentável”, enfatiza. Ela explica que a entidade oferece o curso Caprinovinocultura, onde são orientadas questões sanitárias, higiênicas, manejo e mercado. “Temos projeto de curto e médio prazo para expandir o número de profissionais aptos a dar assistência técnica”, diz.
Abate clandestino Uma das maiores reclamações dos produtores é o alto índice de abate clandestino da atividade que, conforme eles, gira em torno de 90%. O gerente de fiscalização da área animal da Agrodefesa, Janilson Azevedo Júnior, admite que existam
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abates clandestinos e conta que uma força-tarefa composta por órgãos municipais, estaduais e federais ligados ao setor está se reunindo para combater essas práticas. “Devemos iniciar esses trabalhos no início do segundo semestre”, ressalta.
A verminose é o maior algoz das duas atividades e é determinante para o ganho ou perda de peso do animal, além de levar a morte. Leodolfo Alves ensina que além do sistema de manejo, faz a vermifugação a cada três meses. O sistema rotacionado do pasto, a cada 25 dias, também ajuda no controle. “Ele quebra o ciclo do parasita”, diz. Para o médico-veterinário, Tayrone Prado, o maior entrave é a falta de conhecimento. Ele explica que os produtores devem investir na pastagem, com boa adubação e observar a altura do capim na entrada do animal no pasto e a altura da saída. “Deve entrar com 45 centímetros a 50 centímetros e sair com 20 a 25 centímetros de altura”, diz. Ele explica que já visitou propriedades nas quais o capim está a cinco centímetros do solo. “A verminose está no solo, quanto mais próximo maior probabilidade de contágio”, diz. O uso desenfreado de vermífugo pode gerar resistência nos animais. Nestes animais, diz, os sintomas de doenças são muito assintomáticos. Inclusive, explica que a ovelha é mais frágil. “Se aparecer uma bicheira tem de ser tratada rapidamente. Tem de ficar de olho”, diz. No mais é curar umbigo e cuidar do calendário de vacinação.
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GOIÁS MAIS LEITE
Durante abertura José Mário destacou benefícios do Goiás Mais Leite para produtor rural
Atualização como ferramenta de evolução Durante encontro, técnicos buscam promover aprimoramento e capacitação Douglas Freitas | douglas.freitas@faeg.com.br
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Apresentando os pontos alcançados desde a implantação do programa e as mudanças significativas na renda do pequeno produtor rural, o presidente do Sistema Faeg, José Mário Schreiner, elogiou o trabalho desenvolvido pelos técnicos e deu as boas-vindas aos novos integrantes do programa. “Depositamos hoje uma expectativa muito grande na metodologia Balde Cheio, por isso que a cada dia o programa está ampliando. Mas apesar de tudo isso, temos um desafio pela frente, que é a questão da assistência técnica, o acompanhamento, que se faz fundamental aos nossos produtores rurais”, enfatiza. O coordenador do programa Goiás Mais Leite – Metodologia Balde Cheio, Marcos Henrique Teixeira, agradeceu a participação de todos os técnicos e ressaltou a importância da capacitação como ferramenta de evolução do conhecimento sobre as tecnologias que podem e devem ser aplicadas no campo. Da Embriotec, empresa do ramo de reprodução animal, o médico veterinário Alexandre Sardinha apresentou aos técnicos um pouco de sua experiência no ramo, além dos desafios enfrentados a cada momento em que uma nova tecnologia surgia e que por parte dele, inicialmente, sempre havia certa restrição em se adaptar. Abordando as temáticas em torno das raças Girolando, Holandês e Gir Leiteiro, Alexandre e os técnicos do Senar Goiás discutiram questões referentes à Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), uma técnica capaz de possibilitar a inseminação de um grande lote de animais em um único dia, além de não haver a necessidade observação do cio. E sobre as vantagens e desvantagens do uso do sêmen sexado, a técnica que
possibilita o produtor escolher o sexo dos animais antes mesmo da aplicação da inseminação artificial, da TE ou FIV. Marcelo Rezende, engenheiro agrônomo e presidente da Cooperativa para a Inovação e Desenvolvimento da Atividade Leiteira (Cooperideal), chamou a atenção para a necessidade de uma mudança cultural no que tange a pecuária leiteira em Goiás. Explica que, por uma questão cultural, os produtores goianos costumam relacionar o tamanho da terra com a quantidade de animais. “Como em Goiás as propriedades são grandes é comum ver animais improdutivos ocupando os pastos. Só que isso causa um peso excessivo sob a atividade, já que na maioria dos casos o produtor não tem renda suficiente para manter essa estrutura e ainda conseguir manter uma margem de lucro razoável”, explica, justificando a necessidade urgente de se discutir a estruturação do rebanho. Com orientações sobre a doença que causa grandes prejuízos aos produtores rurais, discussões em torno da mastite bovina encerraram a semana de capacitações e atualizações dos técnicos. Do Senar Goiás, o instrutor e médico veterinário, João Batista Neto, explanou sobre o que é mastite, mostrando seus principais sintomas como a secreção de leite com grumos, pus ou de aspecto aquoso; tetas e úbere com vermelhidão e ressaltou que a falta de tratamento pode resultar na morte do animal. “A mastite bovina é a doença de maior relevância, já que representa 35% dos problemas de saúde do animal dentro de uma fazenda leiteira e compromete a produtividade. É multifatorial, pois afeta desde a imunidade e resistência da vaca à questão de alimentação dos animais”, acrescenta. Larissa Melo
O atual processo de evolução que presenciamos nos permite entrar em contato com uma infinidade de novos métodos mais dinâmicos e tecnologias cada vez mais perspicazes. Buscar a atualização do conhecimento sobre tais ferramentas que surgem diariamente é imprescindível ao indivíduo que deseje manter-se preparado, tanto para a vida quanto para o mercado como um todo. O processo de atualização pessoal fomenta outros processos de importância equivalente, sendo eles o da observância sobre as práticas diárias, da garantia de desenvolvimento intelectual e de adaptação ao novo. Acompanhando tal avançado, existem as instituições mantenedoras e propulsoras do processo de atualização, as quais promovem, por diversos meios, a busca pela adaptação e desenvolvimento. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) insere-se nesse meio ao enquadrar-se como um dos membros desse grande processo de busca do conhecimento presenciado atualmente. E justamente pensando nisso que o Senar Goiás realizou, juntamente com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e o Instituto Inovar, o Encontro dos Técnicos Goiás Mais Leite – Metodologia Balde Cheio. Entre os dias 11 a 15 de maio o encontro trouxe ao corpo técnico do Senar Goiás, por meio de palestras multitemáticas, a capacitação em relação às novas formas, métodos e tecnologias referentes à área da produção leiteira. Temas como reprodução animal, melhoramento genético, gestão na área de pecuária leiteira e divisão de pastagens foram discutidos por diversos profissionais da área, desde médicos veterinários a membros de empresas do ramo rural.
Palestrantes trouxeram diversidade de temas aos técnicos presentes no encontro, realizado no Augustu’s Hotel
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CADASTRO AMBIENTAL RURAL
Ministério do Meio Ambiente prorroga prazo do CAR Apesar de prorrogação, Faeg alerta para necessidade de o produtor não deixar para última hora Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br
Cadastro Ambiental é obrigatório para todos os produtores do país
Larissa Melo
O prazo do Cadastro Ambiental Rural (CAR) que se encerraria no último dia 5 de maio foi prorrogado por mais um ano. O anúncio inicial foi feito no último dia 30 de abril, pelo ministro interino do Meio Ambiente, Francisco Gaetani durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara, em Brasília e publicado no Diário Oficial da
Senar Goiás realiza, em Goiânia, rodada de capacitação para técnicos
União no último dia 4 de maio, assinado pela Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) assim como outras federações do país, juntamente com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) do país já havia solicitado a prorrogação junto ao Ministério do Meio Ambiente. Em Goiás, de 150 mil propriedades, menos de 20% realizaram o cadastro. Entre os problemas defendidos, estavam a falta de técnicos capacitados para auxílio no cadastro, e até mesmo inoperância do site do governo federal que saiu do ar
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nos últimos dias disponibilizados para o cadastro. Para o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, a prorrogação foi importante já que, sem a regularização, o produtor ficaria impossibilitado de adquirir crédito junto ao banco para o custeio das próximas safras, além de perder os benefícios previstos no novo Código Florestal. Apesar disso, ele alerta apara a urgência de o produtor realizar o cadastro e não deixar para a última hora. Também afirma que o produtor precisa ficar atento porque muitos técnicos estão lesando os produtores, cobrando preços abusivos. “O CAR garante segurança jurídica ao produtor e é o início da regularização ambiental. O Sistema Faeg e o Senar Goiás estão cumprindo seu papel, capacitando técnicos do interior do Estado e tirando dúvidas dos produtores que nos procuram. Precisamos que o produtor faça sua parte. Vemos a notíwww.senargo.org.br
cia com bons olhos”, completou.
Senar realiza capacitação O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) lançou, no último dia 27 de abril, um treinamento – do tipo Formação Profissional Rural (FPR) – com o objetivo de capacitar técnicos que irão auxiliar os produtores a realizarem o cadastro, formando assim um banco de dados para controlar, monitorar, auxiliar no planejamento ambiental e econômico e principalmente combater o desmatamento ilegal. Até o momento, mais de 90 técnicos já passaram pelo treinamento e agora, com a prorrogação, o curso irá continuar pelos próximos meses. Os primeiros eventos do Treinamento Cadastro Ambiental Rural foi realizado entre 8h e 18 horas dos dias 27 e 30 de abril, no Augustus Hotel, em Goiânia. Segundo o coordenador do treinamento, Leonnardo Cruvinel, essa nova ação do Senar Goiás tem como público os técnicos que já estejam trabalhando na área e se interessem em adquirir mais informações sobre os serviços relacionados ao CAR. “Indiretamente nosso público são os produtores que têm enfrentado dificuldades com a falta de pessoas capacitadas que possam auxiliá-los no cadastramento. Além disso, o que temos percebido é o alto custo cobrado pelos poucos técnicos disponíveis”, completa Leonnardo. A ação do Senar Goiás conta com
apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e foi amplamente elogiada pelos sindicatos espalhados pelo estado. Além disso, consultores da Faeg e do Senar Goiás estão rodando o estado realizando palestras e treinamentos direcionados a técnicos e produtores.
Consequências Os produtores que não realizarem o cadastro até a data prevista irão sofrer sanções. Muitos encontrarão dificuldades, inclusive na obtenção de crédito, para viabilizar o custeio das próximas safras. Além disso, os proprietários que não realizarem o cadastramento perderão benefícios previstos no Novo Código Florestal, como a suspensão de multas administrativas por corte irregular de vegetação no imóvel e a possibilidade de regularizar áreas de Reserva Legal.
Sobre o CAR O CAR é uma exigência do Novo Código Florestal, obrigatório para todos os imóveis rurais. Não importa o tamanho, a região e o tipo de uso do solo. O cadastro ambiental exige que o agricultor conheça a fundo sua propriedade. Não basta, por exemplo, saber apenas se tem morro ou não na sua área. É preciso saber a declividade, quantas nascentes tem na terra e a largura dos rios. É preciso informar as datas de abertura das áreas para saber se está ou não enquadrada nas áreas consolidadas. Junho / 2015 CAMPO
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70ª EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE GOIÁS
Representantes da agropecuária se reuniram para discutir gargalos do setor Fredox Carvalho
No berço da festa, debate sobre gargalos da agropecuária Entidades se unem para cobrar ações Michelle Rabelo | michelle.rabelo@faeg.com.br Seguindo o novo modelo da Expo- políticas públicas que deem um empursição Agropecuária de Goiás, que pela rãozinho em quem “carrega o Brasil na primeira vez em 70ª edições separou a cacunda”, como brinca o presidente da festa, da informação, a abertura do evento foi marcada por debates que giraram em torno dos gargalos que, na opinião de muitos, impedem a agropecuária goiana de ganhar o mundo. Assim como a festa, as comemorações do setor foram adiadas para os anúncios dos governos estadual e fedeMarconi caminhou pelo parque ral sobre liberação de verbas, e ouviu demandas de quem alocação de investimentos planta e cria em Goiás e anúncios de programas e 30 | CAMPO
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Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner. Como de costume, a abertura foi realizada no Parque de Exposições do Setor Nova Vila, em Goiânia, e reuniu representantes fortes de quem planta e cria em Goiás. A intenção, além de conhecer mais de perto os problemas e os avanços do setor, foi apresentar ao governo estadual pontos considerados críticos como a crise energética, a falta de segurança, a ineficiência do atual modelo de seguro rural e os percentuais do Plano Safra 2015/16.
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José Mário elencou pontos que precisam ser melhorados
O palco da abertura do evento, que muda a rotina da cidade, foi a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), e na ocasião o anfitrião e presidente da entidade, Hugo Goldfeld, fez questão de falar sobre o histórico da feira e da contribuição tecnológica que ela dá ao setor agropecuário. “Temos - no Brasil - 262 milhões de hectares em áreas de pastagem, produzimos ¼ do alimento consumido no mundo, realizamos 45 milhões de abates anuais. Digam-me vocês: somos ou não somos importantes”, instigou Goldfeld, destacando a importância da agropecuária no país.
Demandas do setor Três dias depois da abertura oficial, o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, se encontrou com o governador Marconi Perillo, que passou um dia despachando oficialmente da SPGA. Na ocasião, Schreiner falou sobre o imbróglio que envolve a Área de Preservação Ambiental (APA) do Pouso Alto e a urgência de se reavaliar o atual modelo de seguro rural.
A necessidade de elaborar uma espécie de plano para elencar as prioridades de investimentos para a Celg, depois de sua desestatização, foi um dos muitos temas que estavam na ponta da língua do presidente da Faeg, José Mário Schreiner, durante seu encontro com o governador Marconi Perillo. Na ocasião, a crise energética foi apontada como um dos maiores problemas dos produtores goianos atualmente. O vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Agri-
cultura, Pecuária e Irrigação, José Eliton Júnior chegou a criticar fortemente a política tarifária do governo. José Mário argumentou junto ao Marconi que entende e até apoia que as obrigações sejam repassadas à iniciativa privada quando o estado não consegue oferecer um serviço de qualidade, mas que no caso da Celg, “Goiás precisa inserir no processo uma lista de prioridades de investimentos em locais estratégicos”. Vale lembrar que há dias atrás, o presidente da Celg Distribuição,
Fredox Carvalho
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Schreiner solicitou a criação de um batalhão de patrulhamento rural com “corpo e formato específicos”. Ele sugeriu ainda que a nova equipe seja vinculada ao Batalhão Rodoviário Estadual, mas deixou clara a necessidade de investimentos em pessoal e estrutura. Além disso, ele também citou a necessidade da intervenção do governo no imbróglio que rodeia a aprovação do Plano de Manejo da APA do Pouso Alto - documento obrigatório que regulariza o uso do solo e dos recursos naturais e que vai determinar o que pode e o que não pode ser feito dentro dos 872 mil hectares que constituem a área, formada por seis municípios. José Eliton Júnior ratificou Por último, José Mário pediu que o governo analise a atual a gravidade da crise situação de algumas rodovias que cortam o estado e definem energética em Goiás como será o escoamento da produção. “É muito importante lembrar aqui que as obras realizadas nos últimos quatro anos foram essenciais para o desenvolvimento incrível da agropecuária goiana, mas precisamos de mais. Sabemos que o Brasil passa uma crise econômica ferrenha e que Goiás não é uma ilha. Não estou aqui pedindo milagres, mas algumas dessas estradas que já foram pavimentadas ainda têm trechos ruins”, explicou. Além de José Mário, que também é presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), estiveram presentes o secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED), José Eliton Júnior, o superintendente executivo de Agricultura, Antônio Flávio de Lima, e os presidentes, da SGPA, Hugo Goldfeld; da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Arthur Toledo; da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Pedro Arraes e da Aprosoja Goiás, Bartolomeu Braz.
Sinval Zaidan Gama, chegou a reconhecer que está com dificuldades por causa do “endividamento muito grande” da empresa, mas afirmou que os acionistas estão buscando soluções para equilibrar as contas, mesmo sem a desestatização.
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70ª EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE GOIÁS
Artesanato em couro está no stand pelo segundo ano consecutivo
Hidroponia mostrou que cultivo não precisa de grandes espaços
Produção de linguiça suína perfumou o stand
Uma exposição de cheiros, sabores e cores Stand do Senar Goiás apresenta resultado de treinamentos Michelle Rabelo | michelle.rabelo@faeg.com.br dentro do Museu Agropecuário e ocupando uma parte da Alameda Cultural - dentro do Parque de Exposições Dr. Pedro Ludovico - , o stand do Senar Goiás recebeu mais de 100 visitantes por dia, em um total de mais de 1.800 pessoas entre 8 e 24 de maio. Toda a estrutura resultou de uma parceria entre a entidade, a Federação de Agricultura e Pecuária (Faeg) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O local, no qual foram organizadas 11 demonstrações entre alimentação e artesaFredox Carvalho
Para muitos, o intervalo entre o início e a conclusão dos treinamentos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), representa a transformação gradual de vidas. Quem compareceu a 70ª edição da Exposição Agropecuária de Goiás teve a oportunidade de conhecer os resultados dessas mudanças. Tudo em forma do cheiro inconfundível da cachaça, do sabor característico da linguiça suína e da delicadeza que transita entre as peças de biojoias e o pomar hidropônico. Montado
Equipe de instrutores comemora inteiração do público 32 | CAMPO
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nato, foi montado com a intenção de apresentar o resultado de alguns dos cursos oferecidos pelo Senar Goiás, mas a iniciativa acabou ultrapassando as expectativas. “Muita gente pouco conhece a entidade e tivemos a oportunidade de apresentá-la para o público. As pessoas pedem informações e se comprometeram a procurar seus Sindicatos Rurais (SRs) para integrar o nosso time. Isso é resultado de oferta e demanda”, explica a coordenadora do Senar Goiás, Samantha Andrade.
Ela conta que o espaço agradou os visitantes seja pela beleza das selas, fabricadas em tempo real, pela precisão do trançado da fibra de bananeira que resulta em bolsas, chapéus e peças decorativas, pelo sabor da rapadura e da cachaça, seja pela qualidade de produtos como protetores solar e géis naturais, produzidos pelos instrutores. Samantha afirma que o stand da entidade foi o grande chamariz do Museu. “Ali pudemos despertar a curiosidade sobre os treinamentos, as matérias primas e as inúmeras possibilidades dentro de cada área”. Quem passou pelo stand do Senar Goiás pode ter contato com demonstrações de artesanato em bambu e couro, biojoias e fibra de bananeira, fabricação de cachaça, de melado, açúcar mascavo e rapadura e processamento de milho e mandioca. Além disso, foram montados espaços de transformação caseira de carne suína e de agricultura urbana. www.sistemafaeg.com.br
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Produção de cachaça atraiu os curiosos
DELÍCIAS DO CAMPO
Larissa Melo
Bolo de chocolate com ganache e baru
INGREDIENTES
MODO DE FAZER
50g de cacau em pó
• Massa Coloque o açúcar mascavo e o cacau em pó em uma tigela e acrescente a água quente. Na batedeira, bata 125g de manteiga com o açúcar refinado até obter um creme claro. Em uma tijela, peneire a farinha, o fermento e o bicarbonato e reserve. Em seguida, acrescente a baunilha ao creme de manteiga e o açúcar. Aos poucos vá colocando os ovos, um a um. Aos poucos, adicione a farinha e vá mexendo (na batedeira). Coloque a massa em uma assadeira untada e pré-aqueça ao forno a 180°C. Leve o bolo ao forno por aproximadamente 30 minutos.
100g de açúcar mascavo 250 ml de água (fervendo) 140g de manteiga sem sal 150g de açúcar refinado 225g de farinha de trigo 1 Colher (chá) de fermento em pó ½ Colher (chá) de bicarbonato de sódio 2 Colheres (chá) de extrato ou essência de baunilha 2 Ovos grandes 200g de chocolate meio amargo 100g de creme de leite sem soro Castanhas de baru tostadas e trituradas
• Ganache Em uma panela, coloque o creme de
*Receita da culinarista Flávia Rissé, participante do 1º Festival Gastronômico Receitas da Roça, de Ipameri
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leite e aqueça. Quando as bordas começarem a borbulhar, retire do fogo e jogue sobre o chocolate picado. Mexa até que o chocolate esteja totalmente derretido. Acrescente 15g de manteiga e misture bem. Reserve. • Castanhas de Baru Em uma assadeira, coloque as castanhas de baru e leve a forno pré-aquecido a 180°C, por, aproximadamente, 10 a 15 minutos ou até que as castanhas estejam tostadas. Espere esfriar e pique as castanhas em pedaços não muito pequenos, ou triture em um processador de alimentos. • Montagem Sobre o bolo, espalhe o ganache e decore com as castanhas de baru trituradas. Envie sua sugest ão de receita para revistacampo@ faeg.com.br ou ligue (62) 3096 -2200
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Larissa Melo
CASO DE SUCESSO
Das patas do cavalo, um ganho para toda a vida Conheça a história do jovem de Itauçu que, por meio da capacitação, se tornou grande profissional da área de equideocultura Douglas Freitas | douglas.freitas@faeg.com.br
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Mudanças na vida de Vevin somaram mais de 90% de melhoria e só foram possíveis graças aos cursos do Senar Goiás
com os cavalos, na área de casqueamento, ferrageamento e doma, Jhewerson ganha também, em média, R$ 3.500 mensais. Todas essas mudanças na vida de Jhewerson Neris, que segundo ele somaram mais de 90% de melhoria, só foram possíveis graças a sua iniciativa em procurar os cursos de capacitação do Senar Goiás, na área de equideocultura, especificadamente. Desde o momento em que conheceu os cursos, sempre manteve o foco na área de cavalos, o que resultou nesse amplo conhecimento que possui atualmente sobre os animais. A cada ano, desde de 2007, Jhewerson sempre renova seu conhecimento, realizando, mesmo que de forma repetida, capacitações e treinamentos na área de cavalos. Até o momento, segundo ele, mais de oito cursos e treinamentos já foram realizados. Perguntado sobre essa predisposição em realizar sempre essa renovação do conhecimento, Jhewerson responde: “A cada ano o Senar se inova trazendo novas metodologias e práticas diferenciadas em relação aos cursos, nos quais o jeito de lidar com os animais se torna mais agradável e o conforto, tanto para o animal quanto para a pessoa, se torna cada vez melhor. Faço os cursos, pois trazem inovações ao meio rural e isso é bom já que deixa mais prático e dinâmico o manejo rural”. Seu Nilton e dona Gislene Carvalhaes, pais de Jhewerson, consideram a profissão do filho um pouco perigosa, já que lida diariamente com animais, vez ou outra, ariscos e violentos, além disso, se referem, também, ao possível risco em manusear as patas do animal durante o casqueamento e ferrageamento.
Apesar dos perigos, Nilton e Gislene sentem muito orgulho do filho por vê-lo se desenvolvendo e tornando-se uma referência naquilo que faz. Segundo Jhewerson, a capacitação realizada pela Senar Goiás trouxe benefícios não somente a ele, mas a toda a família que agora economiza tempo e dinheiro, já que não precisam mais de um terceiro para cuidar das tarefas que envolvem o cuidado com os cavalos da fazenda onde moram. Nesse ano, Jhewerson já finalizou um treinamento do Senar Goiás na área de rédea de equinos ou muares, uma continuidade do curso Equideocultura – Doma Racional, o qual tem por objetivo ensinar, de forma flexível, a trotar, a galopar e a correr com os animais. Para Eurípedes de Sousa, instrutor do Senar Goiás responsável pelo treinamento realizado na propriedade dos pais de Jhewerson, na pista de rédea que está sendo finalizada no local, é muito importante se manter sempre atualizado e sobre Jhewerson destacou seu excelente desempenho no treinamento. “Até mesmo nós, instrutores, sempre nos mantemos atualizados e antenados em relação ao que há de novo e a tecnologia é uma grande aliada, pois ela também está no campo e quem não estiver disposto a conhecê-la e utilizá-la está, certamente, fora do mercado de trabalho ou em condições melhores”, complementa.
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Se destacar em qualquer profissão é, atualmente, uma tarefa cada vez mais complexa, na qual dias e noites de estudo a fio é rotina. Descobrir as capacidades e encontrar um “rumo na vida”, como dizem os mais experientes, tornou-se tema digno de roteiros de cinema. Em “Gênio Indomável”, filme de 1997, o brilhante jovem Will Hunting precisou apenas de um pequeno gatilho para encontrar seu lugar no mundo e mudar de vida. Casos semelhantes, no qual pessoas passam pelos mesmos perrengues de Will, ocorrem todos dias e, certamente, nesse exato momento alguém esteja procurando um caminho certo a seguir. Em Itauçu, a cerca de 70 Km de Goiânia, houve um caso semelhante ao do jovem Will, porém, atualmente, o protagonista desse filme da vida real já desfruta os benefícios trazidos pelo caminho que está trilhando desde o ano de 2007. Jhewerson Neris Carvalhaes, de 26 anos, Vevin para os mais conhecidos, Itauçuense legítimo, é aquele Will Hunting, sem rumo, antes de conhecer o professor universitário Sean McGuire, responsável por mostrar a Will um caminho a seguir. No caso de Jhewerson, o seu professor McGuire seria, comparando, os cursos de formação e capacitação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás, que tem por objetivo fomentar melhorias e desenvolvimento no meio rural e que trouxe ao Itauçuense uma nova perspectiva de vida. Jhewerson, que até o ano de 2007 dependia exclusivamente da ajuda financeira dos pais e utilizava o cavalo apenas para tocar o gado no pasto, é, hoje, referência na área de casqueamento, ferrageamento e doma de cavalos na região de Itauçu e em cidades vizinhas, como Inhumas e Itaberaí. Não satisfeito, o jovem de Itauçu resolveu, há cerca de dois anos, se arriscar, também, na área de empreendimento com a criação de uma loja de roupas country e acessórios para cavalos, em Itauçu, a Estância Country, e que gera uma renda mensal de cerca de R$ 7 mil. Mas os frutos do trabalho não param por ai, já que com as atividades realizadas
Jhewerson é referência em casqueamento e ferrageamento de cavalos na região de Itauçu
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CURSOS E TREINAMENTOS
Caprinos e Ovinos ganham destaque internacional Laryssa Carvalho | laryssa.carvalho@faeg.com.br
EM MAIO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL*
49 Na área de agricultura
139
7
Em atividade Na área de de apoio silvicultura agrossilvipastoril
1 Na área de extrativismo
12
10
Em Na área de agroindústria aquicultura
111
27
Na área de pecuária
Em atividades relativas à prestação de serviços
Para alguns, símbolos religiosos, para
tanto que necessita de importações
sui duração de 24 horas, os participan-
outros, o alimento que não pode faltar
para comportar a demanda interna da
tes devem ter o número de presenças
na mesa. A questão é que os caprinos
carne. “Nós, do Senar Goiás, fazemos
maiores que 80% e ter sua capacidade
e ovinos não são animais novos no car-
questão de mostrar a real rentabilida-
de absorção do conhecimento transmi-
dápio ou nos aspectos culturais da so-
de dessa atividade. Esse tipo de car-
tido aprovada pelo instrutor.
ciedade. Considerados por muitos pes-
ne tem sim saída e garante lucros que
Para Samanta, que não esconde o or-
quisadores fonte de alimento milenar, a
muitas vezes não são conhecidos pelo
gulho, no mês de abril, de duas turmas
caprinovinocultura vem se destacando
produtor rural” enfatiza Samantha.
formadas do curso, quatro egressos já
no cenário nacional. E foi pensando
Samantha faz questão de esclarecer
saíram com seus projetos de confina-
nisso que o Serviço Nacional de Apren-
a “qualidade” da carne e do leite dos
mentos de ovinos montados. “Pra nós é
dizagem Rural em Goiás (Senar Goiás)
animais. “Os nutrientes da carne dos
um serviço satisfatório ver uma cadeia
oferece o curso de Caprinovinocultura.
ovinos e caprinos são diferenciadas,
pouco estimulada ter o nosso respaldo
Segundo dados do Ministério da
além do paladar que agrada muito. Elas
e ver produtores interessados e estimu-
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
são consideradas carnes saudáveis que
lados” afirmou a coordenadora.
(Mapa), as duas cadeias se destacam no
compete com cortes como a de frango,
agronegócio brasileiro com um rebanho
por exemplo,” pontua Samantha.
Durante o curso, os participantes li-
estimado em 14 milhões de animais,
Para os interessados em realizar o
instalações, além dos registro de dados
distribuídos em 436 mil estabelecimen-
curso de caprinovinocultura oferecido
zootécnicos, identificação de doenças
tos. Os dados colocam o Brasil como
pelo Senar Goiás, as orientações são
nos animais, administração de medi-
18° colocado no ranking mundial de
simples. Basta que tenham o número
camentos, alimentação, mineralização
exportações.
mínimo de 10 inscritos e que todos se-
animal e casqueamento preventivo.
De acordo com a coordenadora do
jam maiores de 18 anos, além da dispo-
Vale lembrar que o Senar Goiás rea-
curso de caprinovinocultura pelo Se-
sição e do desempenho que os partici-
liza os mais diversos treinamentos em
nar Goiás, Samantha Andrade, a ativi-
pantes devem ter durante o curso. Vale
todo o estado por meio de parcerias
dade de ovinocultura é mais rentável,
lembrar que ao fim do curso, que pos-
com os Sindicatos Rurais.
João Faria
dam com o manejo dos animais e das
*Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412 2700 ou pelo site senargo.org.br
*Cursos promovidos entre os dias 26 de abril e 25 de maio.
CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
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13
4
Alimentação e nutrição
Organização comunitária
Saúde e alimentação
9 Prevenção de acidentes
46
0
Artesanato
Educação para consumo
4.990 PRODUTORES E TRABALHADORES RURAIS CAPACITADOS
CAMPO ABERTO
Sistema ILPF: produção integrada de agricultura, pecuária e silvicultura
Larissa Melo
Leonnardo Cruvinel | leonnardo.cruvinel@senar-go.com.br
Leonnardo Cruvinel é engenheiro agrônomo, químico e técnicoadjunto do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás)
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O avanço da produção agropecuária brasileira é um caso de sucesso no mundo inteiro e se deve ao somatório de amplo espaço territorial, condições climáticas, solo, topografia, pesquisa e extensão, crescendo 247% nos últimos 35 anos. Com 61% da área de seus biomas preservada e apenas 28% do território em produção, o Brasil tem papel fundamental em contribuir com a geração de energia renovável e elevar a produção de alimentos para atender a demanda mundial. Segundo projeções do Órgão das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) a produção mundial terá de ser elevada em 60% até 2050. Com a comprovada eficiência de seus sistemas produtivos, o Brasil concentra as maiores expectativas de incremento da produção com preservação ambiental e desenvolvimento econômico, é nesse ambiente que se encontra os sistemas integrados. A integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é um sistema de produção que integra os compontes agrícolas e pecuários em rotação, consórcio ou sucessão, incluindo o componente florestal, no mesmo território. Por exemplo, é possível ter uma produção de grãos, forragem, madeira, carne e leite na mesma área e, até mesmo, simultaneamente. As principais vantagens dos sistemas de integração são: a possibilidade de aplicação em pequenas, médias e grandes propriedades; opção de recuperação de pastagens degradadas; controle mais eficiente de insetos-praga, doenças e plantas daninhas com redução do uso de defensivos; melhoria das condições microclimáticas com redução da amplitude térmica, aumento da umidade relativa do ar e diminuição da intensidade dos ventos; aumento do bem-estar animal; mitigação do efeito estufa pelo sequestro de carbono; promoção da biodiversidade por favorecer novos nichos e hábitats para os agentes polinizadores das culturas e inimigos naturais de insetos-praga e doenças. Além disso, o sistema garante a intensificação
Junho / 2015
de ciclagem de nutrientes; gera possibilidade de turismo rural; incremento da produção regional de grãos, carne, leite, fibra, madeia e energia; produção de carcaças de melhor qualidade por uma pecuária de ciclo curto, pautadas em alimentação de qualidade, controle sanitário e melhoramento genético; redução de riscos operacionais e de mercado em função de melhorias nas condições de produção e da diversificação de atividades comerciais; diversificação das atividades rurais com aumento da mão-de-obra o ano todo. Por fim, possibilita aumento da cobertura do solo pela palhada proporcionada pelos restos das lavouras e pastagens; recuperação de nutrientes lixiviados ou drenados pelas camadas mais profundas e incremento de matéria orgânica do solo; redução dos custos de implantação, aceleração do crescimento e em diâmetro das árvores, melhoria de sua qualidade e de alto valor agregado; maior proteção contra o fogo; ajuda no controle da erosão, aumento da porosidade do solo e consequentemente da infiltração para recomposição dos lençóis freáticos. A preocupação com o aumento da produção e um desenvolvimento sustentável provocou ações de diversas entidades que se relacionam com o setor rural. Existem instituições financeiras com linhas de crédito específicas para produções integradas e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) promoverá um Programa Especial de capacitação e assistência técnica para produtores interessados em adotar a tecnologia ILPF – Programa ABC Cerrado. Com a inovação e a sustentabilidade, surgem excelentes alternativas para os produtores rurais adotarem uma atitude empreendedora. Isto, fazendo uso dos sistemas eficientes de ILPF, com competitividade frente aos sistemas monoespecíficos ou especializados e transformando desafios em oportunidades.
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