Boletim Informativo #1248

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BOLETIM I N F O R M AT I V O

A revista do Sistema Ano XXVIII nº 1248 - 17/02/2014 a 23/02/2014 Tiragem desta edição 24.000 exemplares

SEGURO RURAL

A SALVAÇÃO DA LAVOURA CLIMA

HISTÓRIA

FEIJÃO

Os efeitos do excesso de calor

A usina Parigot de Souza

A negligência do governo


Aos Leitores

Índice Clima 03 Seguro Rural 06 História 12 Feijão 14 Notas 15

“A possibilidade de catástrofes na agricultura e a diversidade de riscos envolvidos elevam os custos e tornam inviável a contratação do seguro rural pelo produtor sem apoio do Governo. Nos países em que o seguro rural obteve êxito há uma forte presença do Estado apoiando os produtores e o Brasil tem seguido essa experiência”. Essa avaliação está, a partir da página 6, na análise que o economista Pedro Loyola, do Departamento Técnico Econômico da FAEP, fez sobre as questões envolvendo o seguro rural no Paraná e no país. É um verdadeiro be-a-bá - um bom serviço aos nossos produtores.

Às diretorias dos Sindicatos Rurais As imagens das caravanas levadas pela FAEP ao Show Rural deste ano em Cascavel (págs 20 a 27) complementam aquelas publicadas na edição passada. Foram mais de 8 mil produtores que estiveram naquela que é considerada uma “Universidade a céu aberto”, por apresentar máquinas, equipamentos e inovações disponíveis para a agropecuária nacional. A FAEP cumprimenta os líderes sindicais e componentes das 187 caravanas que aceitaram o convite e se deslocaram àquele evento, onde tiveram o apoio de profissionais do Sistema FAEP.

Olimpíadas de Matemática

16

Universidade do Leite

18

Caravanas Show Rural

20

Eventos Sindicais 28 Via Rápida 46

Fotos: Fernando Santos, Arivonil Policarpo, Divulgação e Arquivo FAEP.

Expediente FAEP - Federação de Agricultura do Estado do Paraná R. Marechal Deodoro, 450 | 14º andar |CEP 80010-010 Curitiba | Paraná | F: 41 2169-7988 | Fax: 41 3323-2124 | www.sistemafaep.org.br | faep@faep.com.br Presidente: Ágide Meneguette | Vice-Presidentes: Guerino Guandalini, Nelson Teodoro de Oliveira, Ivo Polo, Francisco Carlos do Nascimento, Ivo Pierin Júnior e Paulo Roberto Orso | Diretores Secretários: Livaldo Gemin e Lisiane Rocha Czech Diretores Financeiros: João Luiz Rodrigues Biscaia e Julio Cesar Meneguetti | Conselho Fiscal : Sebastião Olimpio Santaroza, Lauro Lopes e Ana Thereza da Costa Ribeiro | Delegados Representantes Ágide Meneguette, João Luiz Rodrigues Biscaia, Francisco Carlos do Nascimento e Renato Antônio Fontana SENAR-PR | Administração Regional do Estado do PR R. Marechal Deodoro, 450 | 16º andar | CEP 80010-010 Curitiba | Paraná | F: 41 2106-0401 | Fax: 41 3323-1779 | www.sistemafaep.org.br | senarpr@senarpr.org.br Conselho Administrativo | Presidente: Ágide Meneguette - FAEP | Membros Efetivos: Ademir Mueller - FETAEP, Rosanne Curi Zarattini - SENAR AC, Darci Piana - FECOMÉRCIO e Wilson Thiesen - OCEPAR | Conselho Fiscal: Sebastião Olimpio Santaroza, Paulo José Buso Junior e Jairo Correa de Almeida | Superintendência: Humberto Malucelli Neto Boletim Informativo | Coordenação de Comunicação Social: Cynthia Calderon Editor: Hélio Teixeira | Redação e Revisão: Hemely Cardoso, Katia Santos, André Amorim e Tatiano Maviton | Projeto Gráfico e Diagramação: Diogo Figuel Publicação semanal editada pelas Assessorias de Comunicação Social (ACS) da FAEP e SENAR-PR.Permitida a reprodução total ou parcial. Pede-se citar a fonte.

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Clima

À espera das águas de março Há torcida para que o céu de brigadeiro dê um tempo para nuvens escuras

Provavelmente nunca antes tantos prestaram tanta atenção na moça do tempo, que interrompe os telejornais repletos de notícias ruins na economia, na política e nas ruas. A moça esquadrinha o mapa do país e repete que o tal bloqueio atmosférico teria de ser derrubado para as chuvas aparecerem. (Veja a última página o texto bem humorado de Luiz Fernando Veríssimo). Há um grande déficit hídrico nas principais regiões agrícolas do país. Começou a chover no final desta primeira quinzena, furando o tal bloqueio, mas a esperança mesmo é que os versos da música de Tom Jobim estejam certos e as águas de março fechem o verão. O surpreendente calor desses dois primeiros meses do ano mudou o cenário nas cidades, alterou comportamentos e trouxe sérias preocupações no campo. As ruas ganharam o desfile de jovens de shorts, cobradores e motoristas de taxi ganharam a permissão para trabalhar de bermudas e até advogados o direito de dispensar paletós e gravatas.

O Jornal Nacional dedicou espaço a agricultores do Norte do Paraná suando em bicas no trato de suas plantações; ventiladores e climatizadores sumiram das lojas. Enquanto isso, por falta de planejamento no andamento de hidrelétricas, o governo federal continua a detonar bilhões com a energia de usinas térmicas, movidas a gás, óleo e carvão importados porque os reservatórios hidrelétricos estão baixíssimos. Cidades entraram em rodízio de abastecimento de água – um dia com, três sem. Esse cenário se completa com os primeiros levantamentos sobre a estiagem no campo. Pouco mais de 20% da soja já estavam colhidas e armazenadas no começo da segunda quinzena de fevereiro, segundo a Secretaria da Agricultura e Abstecimento (Seab). As expectativas de perdas, em todas as culturas, tinham índices variados, mas nada será como antes do sol arder dias a fio. Assim caminha a humanidade ou pelo menos parte dela – nós, que vivemos ao Sul da linha do Equador.

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Clima

Perdas e danos A Seab só vai divulgar a nova expectativa da safra 2013/2014 no final deste mês, mas pela atual situação climática é bem provável que ocorram quebras na produção de grãos no Estado. Relatos de produtores dão conta que a situação é preocupante. “A estiagem já compromete 30% das lavouras de soja e atrasou o plantio de feijão da safra seca. O pessoal financiou a safra, comprou a semente e o adubo, mas ainda não plantou por causa da estiagem”, revela o presidente do Sindicato Rural de São João, Arcerny Bocolan. Há 20 dias não chove na região de Guarapuava e a cultura mais prejudicada é a da soja justamente por estar em fase de frutificação – quando há a formação dos grãos. Segundo Arthur Bittencourt Filho, engenheiro agrônomo do Núcleo Regional da Seab, praticamente todas as atividades agropecuárias foram afetadas pela

falta de água. “Na nossa regional, já ouvimos relatos de problemas nas lavouras de milho (quem plantou mais tarde), batata, tomate e fumo. Nessa última cultura, por exemplo, que está na fase final da colheita, as folhas estão perdendo a qualidade por causa do longo período seco”, conta. Na propriedade de Lincoln Campello, de Guarapuava, a falta de chuva já provocou um prejuízo nos 600 hectares de lavouras de soja. Pelas suas contas entre 5% e 10% da plantação já está perdida. “Nesse ano vai ter quebra na safra, não tem jeito”, lamenta. O Núcleo Regional da Seab de Guarapuava concentra 12 municípios e as cidades que mais apresentam pontos críticos com a estiagem são: Campina do Simão, Turvo, Prudentópolis, Palmital, Laranjal, Cantagalo e Goioxim, de acordo com Filho. “Se não chover nos próximos dias, com certeza teremos prejuízo na maioria das culturas”.

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Clima

Chuva em boa hora Diferente da maioria das regiões, em Toledo, no Oeste paranaense, o calor deu uma trégua e a chuva veio na hora certa. Lá, o pessoal está na reta final da colheita de soja e preparando a terra para plantar o milho. É o que conta o presidente do Sindicato Rural Nelson Natalino Paludo. “A chuva chegou no momento certo e assim que terminarmos a colheita, vamos semear o milho safra 2013/2014”, diz.

Estatísticas Levantamento divulgado em janeiro pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Seab, apontava para uma produção de 16,5 milhões de toneladas de soja, com 94% das lavouras em boas condições. Porém, atualmente, pouco mais de 20% da área total de 4,9 milhões de hectares já foi colhida, com 66% das lavouras consideradas como boas, 28% em situação média e 6% como ruins. “ Precisamos de boas chuvas ainda no final de fevereiro senão vamos ter prejuízos nesta safra. O que nós temos observado, por exemplo, é que as plantas mais precoces tiveram um desempenho um pouco

pior. A falta de chuvas atingiu muitas áreas em que a soja está na fase de frutificação e floração”, avalia Carlos Hugo Godinho, engenheiro agrônomo do Deral. A estiagem também deve provocar prejuízos nas culturas de milho da primeira safra e no feijão da safra das águas. No ano passado, o Paraná colheu 23,5 milhões de toneladas de grãos e neste ano a última previsão apontava para 22,7 milhões de toneladas. A safra será menor porque houve perda da área de milho para soja. A área de milho está 24% menor e a de soja 5% maior. A safra agrícola nacional deve chegar a 193,9 milhões de toneladas este ano, superando em 3% a colhida em 2013, de 188,2 milhões de toneladas. A estimativa de janeiro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola divulgada no último dia 11 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra ainda que a área a ser colhida em 2014 deve somar 55 milhões de hectares, 4,2% maior do que a do ano passado, de 52,8 milhões de hectares. De acordo com o IBGE, o arroz, o milho e a soja representam juntos 92,5% da estimativa da produção nacional e respondem por 85,5% da área a ser colhida. Em relação a 2013, há um acréscimo na área a ser colhida de 1% para o arroz e de 6,4% para a soja. Para o milho, a estimativa é que haja queda de 1,2%. Para a produção de arroz, a expectativa é ocorra um acréscimo de 6,3% e para a soja, de 11,7%. No caso do milho, a estimativa é a de 6% de queda na produção.

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Seguro Rural

Seguro rural de cara nova no Paraná Por Pedro Loyola – Economista e Coordenador do DTE da FAEP

No Paraná, o Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR/PR), criado em 2009 e coordenado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) será operacionalizado a partir de fevereiro de 2014 com boas novidades para os produtores. Os recursos de R$ 6,4 milhões para subvenção são oriundos do Tesouro do Estado, alocados no Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), gerenciado pela Agência de Fomento do Paraná. O programa vai garantir o apoio para 29 culturas/ atividades. Esse programa oferece ao produtor rural a oportunidade de segurar a produção, por meio de auxílio financeiro que reduz o custo de aquisição do seguro (prêmio) e é complementar ao programa federal. A possibilidade de catástrofes na agricultura e a diversidade de riscos envolvidos elevam os custos e tornam inviável a contratação do seguro rural pelo produtor sem apoio do governo. Nos países

em que o seguro rural obteve êxito há uma forte presença do Estado apoiando os produtores e o Brasil tem seguido essa experiência. No âmbito federal, o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) dispõe de R$ 700 milhões para 2014. A subvenção econômica federal pode ser pleiteada por qualquer pessoa, física ou jurídica, que cultive ou produza espécies contempladas pelo programa e permite ainda, a complementação dos valores por subvenção concedida pelo Paraná. Vale lembrar que São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina também têm seus programas de seguro. Os outros Estados da federação que sofrem com problemas climáticos frequentes ainda não criaram programas para dar suporte a esse mecanismo de mitigação dos riscos. O programa de seguro do Paraná é um grande avanço para toda a sociedade, pois possibilita que o produtor consiga protegerse de riscos causados por adversidades climáticas, recuperando boa

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Seguro Rural

parte do capital investido na lavoura ou empreendimento e mantendo sua capacidade de investir e tomar crédito nos agentes financeiros. Reduz o risco de inadimplência e leva maior tranquilidade aos bancos, cooperativas e fornecedores de insumos. Aliás, esses agentes deveriam colaborar mais com a consolidação do seguro no país. Isso reduz também os gastos do governo e da sociedade com a equalização de juros de indesejáveis alongamentos de dívidas.

Culturas de Inverno

Efeitos multiplicadores A manutenção da renda no campo tem efeitos multiplicadores no comércio local, nas indústrias, na arrecadação de tributos, significando um círculo virtuoso para toda a sociedade. Além de mitigar riscos, o seguro rural é indutor de tecnologias, incentivando investimentos em melhorias de qualidade e produtividade. Incrível que o País ainda tenha investido tão pouco em políticas de seguro rural com tantos benefícios explícitos. Obviamente é necessário debater com as companhias seguradoras o desenvolvimento de melhores coberturas adaptadas aos riscos de cada região, mas é bom lembrar, que mesmo os EUA com fartos recursos financeiros para subsidiar programas de política agrícola, levaram 30 anos para aperfeiçoar as modalidades de seguro naquele país.

Regras do Programa de Subvenção ao Programa de Seguro Rural (PSR) do Ministério da Agricultura

Para as culturas de milho 2ª safra, aveia, canola, cevada, centeio, girassol e triticale, o percentual de subvenção será de 60% do prêmio, independente da região produtora, enquanto que para a cultura de trigo, o percentual será de 70%, também para qualquer região produtora.

Florestas Plantadas

Percentual de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural Para todas as modalidades de seguro rural, independente da cultura/ atividade subvencionável e da região produtora, o percentual de subvenção ao prêmio do seguro rural será de 40%.

Microrregiões Prioritárias Para as culturas de soja, milho, arroz, feijão, algodão, tomate, caqui, ameixa, maçã, pêssego e uva, o percentual de subvenção será de 60% para aquelas microrregiões onde essas culturas possuem substancial importância econômica, ao mesmo tempo em que estão sujeitas a maior vulnerabilidade climática, conforme parâmetros extraídos do zoneamento agrícola de risco climático. A lista com os municípios/regiões prioritárias encontramse no site do Mapa na internet (http://www.agricultura.gov.br/ politica-agricola/seguro-rural)

Como forma de incentivar a Política Brasileira de Florestas Plantadas, de iniciativa da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o percentual de subvenção para a modalidade de florestas será de 60%, independente da região produtora.

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Seguro Rural

Produtores Enquadrados no Pronamp

Valores máximos de subvenção

Independente da cultura/atividade e da região produtora, o percentual de subvenção será de 60% para aqueles produtores rurais enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).

Produtores de Orgânicos Independente da cultura/atividade e da região produtora, o percentual de subvenção será de 60% para os produtores de orgânicos.

O valor máximo da subvenção federal na modalidade agrícola, por beneficiário e por ano civil, é de R$ 96.000,00. O produtor rural poderá receber subvenção para mais de uma cultura, desde que o somatório do benefício não ultrapasse o citado valor. O valor máximo da subvenção federal nas modalidades pecuário, de florestas e aquícola, por beneficiário e por ano civil é de R$ 32.000,00 para cada uma dessas modalidades. Com isso, o valor máximo de subvenção federal que o produtor poderá receber, no mesmo ano civil, é de R$ 192.000,00, na hipótese de serem conduzidos por ele empreendimentos que se enquadrem nas modalidades agrícola, pecuária, de florestas e aquícola.

LIMITES DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO – PROGRAMA FEDERAL Modalidades de Seguro

Agrícola

Pecuário

De Florestas Aquícola

Atividades Contempladas

abacate, abacaxi, abóbora, abobrinha, alface, algodão, alho, ameixa, amendoim, arroz, atemóia, aveia, banana, batata, berinjela, beterraba, cacau, café, caju, cana-de-açúcar, canola, caqui, cebola, cenoura, cevada, centeio, cherimóia, chuchu, couve-flor, ervilha, escarola (chicória), fava, feijão, girassol, goiaba, graviola, jiló, kiwi, laranja, lichia, lima, limão e demais cítricos, linho, maçã, mamão, mamona, mandioca, manga, maracujá, melancia, melão, milho, milho segunda safra, morango, nectarina, pepino, pera, pêssego, pimentão, pinha, quiabo, repolho, sisal, soja, sorgo, tangerina, tomate, trigo, triticale, uva, vagem e demais hortaliças e legumes.

Limites em R$

96.000,00

aves, bovinos, bubalinos, caprinos, equinos, ovinos e suínos

32.000,00

silvicultura

32.000,00

carcinicultura, maricultura e piscicultura

VALOR MÁXIMO SUBVENCIONÁVEL

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32.000,00

192.000,00


Seguro Rural

Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural do Paraná (PSR/PR) O programa do governo estadual ampliou os recursos de apoio para R$ 6,4 milhões com limite de R$ 4.800,00 por atividade. O programa contempla 29 atividades das seguintes modalidades: 1) Grãos: Algodão, Arroz, Café, Feijão, Milho Segunda Safra, Cevada e Trigo. 2) Hortaliças: Alho, Batata, Cebola, Tomate. 3) Frutas: Abacaxi, Ameixa, Caqui, Figo, Goiaba, Kiwi, Maçã, Melancia, Morango, Nectarina, Pera, Pêssego, Tangerina e Uva. 4) Florestas. 5) Pecuária.

Para essas atividades o programa estadual arca com metade do custo do seguro daquilo que a subvenção federal não cobre. O produtor que acessar o programa federal também poderá contar com a subvenção estadual, exceto para soja e milho verão. Nesses dois casos, quando a subvenção federal é de 40% ou 60%, o produtor arca com a diferença. Para as 29 culturas/atividades contempladas no programa estadual, se a subvenção federal for de 60%, a estadual será de 20% e o produtor quita os 20% restante. Quando a subvenção federal é de 40%, a estadual é de 30% e o produtor quita os 30% restantes. Ex: Supondo um produtor em município prioritário que tenha taxa-prêmio bruta para aquisição do seguro de 10%. O governo federal paga 6%, o estadual 2% (limitado a R$4.800,00) e os outros 2% restantes é quitado pelo produtor. Ou seja, nesse caso a cada R$1.000,00 de custo do seguro, o produtor arca com R$200,00.

COMO FUNCIONAM AS SUBVENÇÕES AO PRÊMIO Percentual de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural – Ministério da Agricultura Municípios prioritários com soja, milho, arroz, feijão, algodão, tomate, caqui, ameixa, maça, pêssego e uva; ou produtor do Pronamp (todas as culturas), Orgânicos (todas as culturas), Floresta.

Demais culturas, modalidades e municípios: Subvenção federal: 40%

Subvenção federal de 40% ou 60% (depende da regra das colunas anteriores)

Subvenção federal: 60% PROGRAMA DE SEGURO RURAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE SEGURO RURAL DO PARANÁ

Grãos: Algodão, Arroz, Café, Feijão, Milho Segunda Safra, Cevada e Trigo. Hortaliças: Alho, Batata, Cebola, Tomate. Frutas: Abacaxi, Ameixa, Caqui, Figo, Goiaba, Kiwi, Maçã, Melancia, Morango, Nectarina, Pera, Pêssego, Tangerina, Uva. Florestas. Pecuária.

Grãos: Algodão, Arroz, Café, Feijão, Milho Segunda Safra, Cevada e Trigo. Hortaliças: Alho, Batata, Cebola, Tomate. Frutas: Abacaxi, Ameixa, Caqui, Figo, Goiaba, Kiwi, Maçã, Melancia, Morango, Nectarina, Pera, Pêssego, Tangerina, Uva. Florestas. Pecuária.

PROGRAMA DE SEGURO RURAL DO PARANÁ

Subvenção Estadual PR: 20% (exceto soja e milho verão)

Subvenção Estadual PR: 30% (exceto soja e milho verão)

Sem subvenção estadual

Produtor: 20%

Produtor: 30%

Produtor: 60% ou 40%

Soja e milho verão

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Seguro Rural

Dicas sobre a contratação de seguro rural Para contratar o seguro rural e ter direito às subvenções, o produtor deve procurar uma das nove seguradoras habilitadas pelo Ministério da Agricultura no Programa de Subvenção. Em fevereiro estavam aptas no programa federal e estadual: Mapfre; Aliança (seguradora do Banco do Brasil); Porto Seguro; Sancor; Swiss Re. As companhias seguradoras habilitadas no programa federal como Allianz; Essor; e Nobre, estariam se credenciando no programa estadual. Além dessas, a seguradora Fairfax está habilitada no programa federal, mas ainda não opera no Paraná. Logo, é importante que o produtor, antes de contratar o seguro, verifique com o seu corretor, bancos ou cooperativas quais as seguradoras que estão operando com o seguro rural no programa estadual e federal para saber o quanto pagará de prêmio líquido. A liberação de recursos do seguro não permite que o produtor já tenha cobertura do Proagro ou do Proagro Mais para a mesma lavoura e na mesma área. O produtor deve estar adimplente junto a Secretaria de Fazenda (SEFA/PR) e Fomento Paraná (AFPR S/A) e adimplente junto ao Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal (Cadin). Além disso, o produtor deve observar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Para fazer jus à subvenção federal e estadual ao prêmio do seguro rural, o produtor deve observar as recomendações desse pacote tecnológico. Alguns agentes financeiros já estão condicionando a concessão do crédito rural ao uso do zoneamento. Os seguros que têm um custo mais elevado e que têm melhores coberturas estão mais acessíveis ao produtor com as subvenções federal e estadual. Recomenda-se que o produtor busque sempre as melhores coberturas de seguradoras que prestem também o melhor atendimento e não somente a melhor taxa. O produtor deve ficar atento às suas necessidades

de cobertura de riscos ao escolher o seguro com melhor custobenefício. Alguns seguros oferecem cobertura para riscos específicos como granizo, e outros seguros têm coberturas mais abrangentes, conhecidas como de multirisco. Prefira as maiores faixas de cobertura da produtividade estipulada pela seguradora para o município, sendo melhores as de 70% ou mais. Caso a seguradora trabalhe com média do produtor ou da cooperativa, melhor é o produto. No caso de seguro da soja ou milho verão, conheça melhor o seguro de faturamento e de receita disponíveis em algumas seguradoras. Compare os seguros disponíveis no mercado. Converse antes com um produtor que já utilizou o seguro ou peça ao corretor que explique com detalhes as coberturas oferecidas, se há franquia, quais os riscos que não são cobertos, uma comparação entre os produtos das seguradoras simulando o custo de aquisição do seguro (prêmio) e também simulações de ressarcimento em caso de ocorrência de sinistros. Para o médio produtor rural que financia o custeio da safra em agentes financeiros e que ainda não está enquadrado no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), recomenda-se que verifique junto ao seu assistente técnico a possibilidade de enquadramento no programa com as novas regras da safra 2013/14. O produtor do Pronamp tem juros menores no custeio do crédito oficial de 4,5% ao ano (para os demais produtores empresariais é de 5,5%) e a subvenção do seguro é de 60% no programa federal (independente de cultura ou região) e de 20% no estadual, restando ao produtor pagar 20%. Para ser beneficiário do Pronamp, o produtor, seja proprietário rural, posseiro, arrendatário ou parceiro, deve possuir renda bruta anual de até R$1.600.000,00, considerando neste limite a soma de 100% do Valor Bruto de Produção (VBP), 100% do valor da receita recebida de entidade integradora e das demais rendas provenientes de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele e 100% das demais rendas não agropecuárias.

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Seguro Rural

Recomendações sobre Proagro e seguro agrícola

O produtor que contratou Proagro ou Seguro Agrícola deve:

Quando houver agravamento de perdas: •

• • • •

Comunicar imediatamente a ocorrência de perdas ao agente financeiro (Proagro) ou para a seguradora (seguro agrícola); Aguardar a vistoria do perito indicado; Não colher nenhuma parte da lavoura antes da vistoria do perito; Fazer a colheita somente depois da liberação da área pelo agente financeiro ou pela seguradora.

Quando o perito realizar a vistoria para comprovação das perdas: Acompanhar pessoalmente o perito na vistoria. No caso do seguro agrícola, caso não concorde com a avaliação do perito, deve assinar o laudo e manifestar a sua discordância, escrevendo de próprio punho nesse mesmo laudo os motivos. Nesse caso, a seguradora indicará um novo perito para fazer nova vistoria.

• •

Após vistoria pelo perito que estimou a produção a ser obtida e o evento continuou a prejudicar a lavoura, ou ocorreu outro evento que baixou a quantidade e qualidade do produto, o agricultor deve dirigir-se ao assistente técnico, ao agente financeiro ou a seguradora e comunicar que as perdas se agravaram. Se constatar que podem ocorrer perdas imediatas ou futuras, o agricultor deve comunicar o fato à Seguradora ou ao agente financeiro no caso de Proagro. Deverá ser designado um perito para vistoriar a área. As primeiras vias das notas fiscais dos produtos adquiridos devem ser guardadas para apresentação futura ao perito e à seguradora ou ao agente financeiro. Após a colheita, a comercialização da safra deve ser imediata e as primeiras vias das notas fiscais de venda devem ser levadas imediatamente ao agente financeiro (Proagro).

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História

No coração da Serra do Mar A Usina Parigot de Souza abriu os caminhos da exploração hidrelétrica

Poucos lembram, mas até o final da década de 60 do século passado, várias cidades paranaenses viviam constantes racionamentos de energia, porque hidrelétricas eram artigos de luxo e a energia elétrica vinha de pequenos geradores movidos a óleo diesel. O Paraná atravessava na época a ocupação de suas fronteiras agrícolas e pequenas comunidades iam se transformando em cidades, sedentas de energia elétrica. Apenas em 1967, por exemplo, a Copel inaugurou a Usina de Salto Grande do Iguaçu (15,6 Megawats), para atender ao sul do Estado, e em 1970, entrava em operação a Usina Júlio de Mesquita Filho (Foz do Chopim) com 44 MW, na época considerada como a “redenção energética do Sudoeste e Oeste”. Não serve de comparação, porque é a maior do mundo, mas Itaipu tem uma potência instalada de 14 mil (MW). Hoje nosso Estado, somando-se Itaipu, é o maior produtor de energia elétrica do País. Hoje, a Copel possui 21 usinas próprias, das quais 19 são hidrelétricas, uma termelétrica e uma eólica.

A origem desse parque deve ser creditada a um homem que tinha visão do futuro – Pedro Viriato Parigot de Souza, diretor técnico e presidente da Copel (1961-1970), mais tarde governador do Estado. Entre as hidrelétricas está a Parigot de Souza, com características de engenharia diferentes.

Pelo coração da Serra Quem viaja pela BR-116 (Curitiba-São Paulo) se depara a 50 quilômetros da capital com o belo cenário do reservatório da Usina Parigot de Souza, originalmente Capivari-Cachoeira. Ela foi inaugurada em 26 de janeiro de 1971 pelo general Emilio Médici, o segundo presidente do período militar pós 1964. É atualmente a maior central hidrelétrica subterrânea do sul do País com a capacidade total instalada de 260 MW, produzidos por quatro unidades geradoras repotencializadas em 1999. Ela abriu o caminho de grandes hidrelétrica

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História

que hoje povoam o rio Iguaçu e tornam o Paraná, se somada Itaipu, no maior Estado produtor de energia elétrica baseada na água. O seu reservatório, com capacidade de aproximadamente 1,5 milhões de m³ e 16,3 Km² de área, acumula as águas do Rio Capivari, no município de Campina Grande do Sul. Essas águas estão acumuladas a 830 metros acima do nível do mar e são desviadas a uma velocidade de 426km/hora por um canal subterrâneo de 15.400 metros como um bisturi na Serra do Mar, até alcançar o rio Cachoeira, no litoral (Antonina). No interior do túnel há três cavernas formando a central subterrânea: Sala de Válvulas, Sala de Máquinas e Sala de Transformação. A partir da geração de energia os fios de alta tensão protegidos por abrigos especiais, conduzem a energia para a subestação, localizada ao ar livre na Serra do Mar. Durante sua construção, com o aproveitamento dos rios Capivari e Cachoeira, o Estado do Paraná projetou-se no panorama da engenharia brasileira conquistando dois recordes: maior avanço médio mensal em escavação subterrânea em obras do gênero e maior volume de concretagem mensal no interior de túneis (22 km de túneis escavados).

Parigot de Souza

O início dos anos 70 do século passado foram de turbulências políticas no Paraná. Sob o regime militar, dois caciques dominavam a política – Ney Braga e Paulo Pimentel – este último cria do primeiro, com quem romperia. Os governadores eram indicados e contam as versões, que o general Médici, em 1971, chamou o então deputado federal Haroldo Leon Perez e perguntou-lhe se sofria do coração. À resposta negativa, Médici lhe disse que seria nomeado governador dos paranaenses, desagradando os dois caciques. Perez durou exatos 252 dias, virou capa da revista Veja ao ser obrigado a renunciar por denúncias de corrupção, onde haviam gravações com o empreiteiro Cecílio do Rego Almeida sobre pagamentos de comissões pela construção da ferrovia Central do Paraná (ApucaranaPonta Grossa). A revista Veja teve sua circulação proibida. Com a renúncia de Leon Peres, seu vice, Pedro Viriato Parigot de Souza, assumiu a direção do Estado em 23 de novembro de 1971. Mas já estava acometido de um câncer que lhe absorvia as energias. Mesmo assim, redobrou esforços para cumprir as metas a que se propôs. Tomou a coordenação dos assuntos técnicos e de planejamento do governo. Fundou o Instituto de Comércio Esterior do Paraná (Cexpar), deu continuidade às obras de infraestrutura do Estado, não se poupando de assegurar o ritmo de desenvolvimento das obras em execução. Repetia sempre “Minha ação será a tradução dos objetivos nacionais em termos estaduais”. E cumpriu até onde lhe foi possível suportar as limitações a que lhe expunha a doença. Todavia, não resistiu muito tempo. Faleceu no exercício do cargo a 11 de julho de 1973, quase seis meses depois de inaugurar a Usina Capivari-Cachoeira, que posteriormente levaria seu nome. Em seu lugar assumiu o então presidente da Assembleia Legislativa, João Mansur e em seguida Emilio Gomes, deputado federal eleito governador indiretamente.

Boletim Informativo do Sistema FAEP nº 1248 | Semana de 17 a 23 de fevereiro de 2014 | 13


Feijão

Ágide alerta Dilma sobre inflação do feijão Negligência do governo prejudica produtores e ameaça custo de vida

O presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette, encaminhou ofício no último dia 13, à presidente da República, Dilma Rousseff, ao Ministério da Fazenda, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), pedindo para que sejam liberados os recursos para as aquisições do governo federal (AGF) para o feijão. Desde o começo de janeiro, os preços pagos aos produtores não estão cobrindo os custos de produção. Hoje a saca de feijão tem um custo de R$ 104,77, segundo cálculos da Conab, entretanto, os produtores estão recebendo R$ 70,00 pela saca. Há regiões no Paraná em que a saca está cotada a R$ 60,00. “No dia nove de janeiro, nós alertamos o governo federal solicitando que se fizesse uso imediato de instrumentos da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), evitando dessa forma o desestímulo ao plantio de feijão nas safras subsequentes, o que poderia gerar inflação do feijão no médio prazo, com a redução de oferta interna”, afirmou Ágide no

documento à presidente da República e ministérios. Em 15 de janeiro, o Mapa confirmou a compra de 30 mil toneladas de feijão cores. Somente no dia seis de fevereiro, a Conab divulgou a compra de R$ 100 milhões de feijão em diversos Estados, cabendo ao Paraná a cota de apenas 35 mil toneladas. Acontece que, mesmo depois do anúncio, a Conab no Paraná ainda não recebeu a liberação dos recursos do Ministério da Fazenda para iniciar a operacionalização de Aquisições do Governo Federal (AGFs) no Paraná. Com essa negligência do governo federal, os produtores só acumulam prejuízos. “A mesma demora excessiva em atender os produtores rurais brasileiros não é aplicada quando se trata em atender os interesses da indústria do trigo, por exemplo. Ao longo de 2013 o governo permitiu que mais de 3 milhões de toneladas fossem importadas dos EUA sem impostos, prejudicando os produtores brasileiros. Agora, nós temos dificuldades em comercializar o produto por falta de compradores, os quais estão estocados com produto importado”, observa Meneguette.

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Notas

Russos abrem as portas Após quase nove anos de embargos à exportação de carne bovina, o Paraná volta a exportar o produto para a Rússia. O serviço veterinário russo habilitou no último dia 10 dois frigoríficos paranaenses: o Frigorífico Astra, de Cruzeiro do Oeste, e o VPR Brasil Importações e Exportações, do município de Colorado, a exportarem, conforme comunicado feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Essa decisão é resultado das conversações realizadas em 2013 por uma comitiva paranaense que esteve na Rússia. Foi integrada pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o diretor-presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, e o representante da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ronei Volpi, que apresentaram os procedimentos do serviço de defesa que garantem a sanidade agropecuária no Estado.

Empreendedor Rural Cinquenta instrutores do Programa Empreendedor Rural (PER) do SENAR-PR estiveram em Curitiba (04 a 08/02) em um curso de atualização e revisão do contéudo do PER, por meio de oficinas e atividades em grupo. A aplicação desses instrumentos foi feita pelos idealizadores do curso Fernando Curi Perez (Esalq / USP), Vania Di Addario Guimarães e José Roberto Canziani (UFPR), e mais recentemente o agrônomo Antonio Luiz de Paula e Silva do Instituto Fonte.

Canadenses e suíços na FAEP A FAEP recebeu nos dias 10 e 12 de fevereiro dois grupos de produtores rurais do Canadá e da Suíça. A visita do primeiro grupo fez parte de uma viagem técnica (04 a 16/02) promovida pela empresa AgriFood Management Excellence (AME) voltada para capacitação de produtores no gerenciamento de propriedades agrícolas e agropecuárias. Além da FAEP, os canadenses visitaram propriedades rurais no Paraná e Mato Grosso, cooperativas, Embrapa Soja, Show Rural Coopavel, o Porto de Paranaguá e a Universidade de Ponta Grossa. Ao conhecer a estrutura e serviços oferecidos pela FAEP aos produtores paranaenses, o professor e coordenador do grupo canadense, Larry Martin, comentou: “Com exceção de Quebec os canadenses não têm tanto apoio institucional, não temos esse nível de organização e mobilização”. Sobre o que viu no Estado, ele afirmou. ”Vocês não tem nada a ver com o conceito de 3º mundo, pelo menos em relação à agricultura. O setor está muito à frente do que esperávamos ver”. O segundo grupo composto por quatro produtores rurais suíços sendo um pecuarista voltado à produção de bezerras e três agricultores (grãos, beterraba e batata). Eles foram informados sobre as atividades e serviços oferecidos pelo Sistema FAEP/SENAR-PR.

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SENAR-PR

Destrinchando a matemática Olimpíada atrai adolescentes e jovens agricultores

A matemática é a pedra no sapato de nove em cada 10 alunos do ensino médio. Conforme aumenta a complexidade dos conteúdos - com raízes quadradas, cossenos e logaritmos entrando em cena, aumenta também a resistência destes jovens em aprender esta disciplina, que irá invariavelmente fazer parte das suas vidas quando iniciarem suas atividades profissionais. Para vencer esta resistência e incentivar os alunos a melhorar seu desempenho nesta disciplina, o SENAR-PR promove a Olimpíada Rural de Matemática, voltada aos adolescentes e jovens que participaram dos cursos dos programas Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) e Aprendizagem de Adolescentes e Jovens (AAJ), que atendem alunos entre 14 e 24 anos, incentivando a carreira profissional no campo. Nessa trajetória, o papel dos instrutores dos cursos é fundamental, não só para reforçar o ensino dos conteúdos, mas também para incentivar os participantes da competição ao hábito de cursos a distância e a irem além e não desistirem do desafio.

“Os alunos têm um certo receio da matemática, a melhor forma de incentivá-los é mostrar a importância que ela tem na nossa vida”, afirma o instrutor Darlan Cavalaro, que atua no curso AAJ – Mecânica em duas unidades, Santa Terezinha de Itapejara e Santa Terezinha de Ivaté. Sua estratégia é aplicar a matemática na vida prática dos alunos. “O que eu fiz foi mostrar que sem a matemática eles não vivem. Que “x” litros de leite rendem “y” quilos de queijo que representa “z” de lucro”, explica Cavalero.

“Junte-se a eles” Nessa equação conta também o conhecimento do universo pessoal dos alunos. Com experiência de mais de seis anos como instrutor, Darlan notou dificuldade em disputar a atenção dos jovens com as redes sociais da internet, e outras

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SENAR-PR

distrações. Para tornar a matemática mais atrativa, passou a utilizar o universo virtual, com o uso de ferramentas digitais de pesquisa, como o Google e recados através do Facebook. “Se não pode vencê-los, junte-se a eles”, argumenta. Também utilizou exemplos mais próximos dos interesses dos alunos, como filmes de ação onde os estudantes tinham de calcular o desempenho de um carro de corrida. “Já que eles vão mexer no computador, vamos usar isso a nosso favor”, completa. O resultado foram oito alunos da unidade da usina de Ivaté na etapa final da Olimpíada de Matemática de 2013, da qual foram classificados 40 jovens de todo Estado de um total de 700 inscritos. Quando embarcam na Olimpíada de Matemática, entra em cena a figura do tutor, que irá acompanhar os alunos à distância através da plataforma digital Eureka. Segundo o tutor Edson Bolis, cabe ao tutor estimular os jovens a continuarem participando da competição e cobrar as atividades. “É o papel de

animar o grupo”, resume. As turmas são formadas por 25 alunos. Os contatos virtuais são constantes, com pelo menos dois e-mails por dia. “Tem que estar cutucando, cobrando, incentivando, essa é uma fase da vida que eles estão ligados no 220, se não houver alguém orientando eles se dispersam”, observa Bolis.

Português vem aí Frente ao sucesso que alcançou a Olimpíada de Matemática, o SENAR-PR decidiu ampliar essa iniciativa, criando a Olimpíada de Português, que irá funcionar nos mesmos moldes da primeira (para alunos que cursarem os programas JAA e AAJ em 2014). A ação ainda está em fase de desenvolvimento, mas deverá ter sua primeira edição realizada ainda em 2014.

STF

STF libera R$ 817 milhões ao Paraná

Dez dias depois de Gleisi Hoffmann deixar a Casa Civil, retornando ao Senado, o governo do Paraná conseguiu o empréstimo de R$ 817 milhões do Banco do Brasil do chamado Proinveste (Programa de Apoio ao Investimento de Estados e do Distrito Federal). Esse programa já havia atendido todos os Estados da Federação, menos o Paraná, embora em dezembro, numa conversa entre o governador Beto Richa e a presidente Dilma Rousseff, esta tivesse mandado liberar os recursos. Problemas na Casa Civil e posteriormente a intervenção do senador Roberto Requião provocaram um pedido de liminar do governo do Paraná no Supremo Tribunal Federal para a obtenção do empréstimo. Isso ocorreu no último dia 13 de janeiro, mediante liminar do ministro Marco Aurélio Mello. Dos R$ 817 milhões, R$ 300 milhões já foram desembolsados pelo governo do Estado e vão entrar como reembolso. O restante será aplicados em obras em estradas (907 quilômetros), segurança pública e para a capitalização do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (R$ 200 milhões).

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Leite

A Universidade do leite Centro de Treinamento Agropecuário de Castro dá suporte técnico para formação na área leiteira e já treinou mais de 13 mil alunos Por André Amorim / Fotos – João Cobbe

É natural que níveis altos de produtividade e excelência sejam acompanhados por formação técnica e treinamento adequados. Dessa forma, nada mais normal do que o Centro de Treinamento para Pecuaristas (CTP), uma das mais tradicionais entidades de formação agropecuária do Brasil, faça parte da história de Castro, município onde está localizada uma das mais importantes bacias leiteiras do país. Criado em 1966, através de uma parceria entre os governos brasileiro e holandês, tomando como modelo uma escola de treinamento existente na Holanda, o CTP já treinou mais de 13 mil alunos até hoje em cursos voltados especialmente à atividade leiteira. Atendendo todo o Paraná, o centro tem como mote: “aprenda a fazer fazendo” e disponibiliza uma estrutura para receber alunos com alojamento e refeições, uma vez que os cursos duram em média uma semana. Um dos grandes diferenciais do CTP, que faz dele um centro de excelência na formação agropecuária, é a estrutura voltada à

realidade prática dos alunos. “Nosso grande trunfo são duas unidades de produção funcionando”, afirma Ênio Karkow, gerente-geral do CTP, referindo-se à “pequena unidade” e à “grande unidade”, verdadeiras salas de aula a céu aberto onde os alunos realizam a maior parte dos treinamentos. Na pequena unidade, os participantes encontram uma estrutura mais simples, com gado jersey, onde eles aprendem a ordenha mecanizada, alimentação, manejo e bem-estar animal. “Quando um grupo utiliza muita ordenha manual são feitas aulas neste sentido, mas a grande maioria é ordenha mecânica”, conta Karkow. Na grande unidade, os alunos trabalham os mesmos conteúdos, porém utilizando gado holandês e técnicas mais avançadas de produção, com sala de ordenha para 12 vacas e transporte de leite automático canalizado em circuito fechado. “60% do tempo do curso está ligado à estas unidades, o aluno se espelha em uma ou em outra para depois aplicar na sua propriedade”, explica Karkow.

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Leite

“Coisa de profissional” Melhorar a qualificação técnica do produtor rural é o grande objetivo dos cursos. Segundo o diretor-geral do centro: “Ser produtor de leite hoje é coisa de profissional, é preciso que, quando a exigência bata na porta, ele esteja preparado para atender”, diz. Um exemplo desta exigência vem da Castrolanda, cooperativa localizada em Castro que só adquire leite de produtores que fizeram o curso do CTP. Foi essa necessidade que levou o produtor Osvino Schutz, de General Carneiro, a procurar o curso de Criação e Manejo de Gado Leiteiro. Dono de duas vacas, ele conta que a empresa que adquire sua produção de leite irá pagar R$ 0,02 a mais por litro para quem realizar o curso do CTP. Sua expectativa é levar para sua propriedade mais conhecimento e elevar assim a produção. “Tem que mudar o estilo, parar de ‘lutar com a vaca’, tem que ter carinho pelo animal, afinal, é ele quem patrocina a gente”, afirma. Ao longo do curso os alunos recebem aulas de criação e manejo de bezerras, novilhas, vacas secas e em lactação, além de seleção, fertilidade, cio e parto. As aulas práticas envolvem ordenha, manutenção dos equipamentos, alimentação e outros conteúdos que visam melhorar a produtividade e a qualidade da atividade leiteira na propriedade.

Parceria Formatado no modelo de sociedade civil sem fins lucrativos, desde 1996 o CTP tem uma parceria com o SENAR-PR.

O recrutamento para os participantes dos cursos ocorre através dos sindicatos rurais e também da Castrolanda. Com isso, os cursos realizados através desta parceria são gratuitos para os participantes. Com 22 funcionários, o CTP funciona na Fazenda Capão do Cipó, do governo federal, que compreende uma estrutura administrativa, alojamentos para os alunos, refeitório, salas de aula, além das unidades onde são realizadas as aulas práticas. Atualmente o centro conta com 50 vacas em lactação, todas geradas através de inseminação artificial. Estes animais produzem mais de 7 mil litros de leite por dia, que são comercializados na região. “Mas não é esse o nosso foco, essa estrutura é para amparar o curso”, lembra Karkow. A sustentabilidade é outra preocupação das instalações. Os dejetos dos animais são colocados em um biodigestor e o gás gerado por ele é utilizado na cozinha para preparar as refeições. Da mesma forma a água da chuva é armazenada em uma cisterna e depois utilizada para limpar as unidades de produção.

Serviço Atualmente o centro oferece três cursos: Criação e Manejo de Gado Leiteiro; Criação e Manejo de Gado Leiteiro para Funcionários, e Eletricidade Básica Rural. São 26 cursos por ano na área de leite e nove cursos na área de eletricidade, com duração média de uma semana cada. Aqueles que são realizados através do convênio com o SENAR-PR, um dos principais parceiros do CTP, são gratuitos.

Contato: (42) 3234-1186 | ctpescola@br10.com.br

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Show Rural

Arapongas

Arapongas

Araucรกria

Astorga

Astorga

Astorga

Astorga

Barbosa Ferraz

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Show Rural

Bituruna

Campo Largo

Campo Mourão - Peabiru

Cândido de Abreu

Céu Azul

Cianorte

Cianorte

Cidade Gaúcha

Boletim Informativo do Sistema FAEP nº 1248 | Semana de 17 a 23 de fevereiro de 2014 | 21


Show Rural

Cidade Gaúcha

Colombo

Corumbataí do Sul

Curiuva

Engenheiro Beltrão

Foz do Jordão

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Show Rural

Ipiranga

Ivaí

Ivaté

Jacarezinho

Marechal Cândido Rondon - Entre Rios do Oeste

Mandaguari

Marechal Cândido Rondon

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Show Rural

Maringá - Floresta

Maringá

Nova Prata do Iguaçu

Palmeira

Palmital

Pato Branco

Pato Branco

Pérola do Oeste

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Show Rural

Pinhão

Piraí do Sul

Piraí do Sul

Porecatu

Reserva

Ribeirão Claro

Rondon

Sabaúdia

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Show Rural

São João do Caiuá

São João do Triunfo

São Jorge do Ivaí

São José dos Pinhais

Sertanópolis

Tamboará

Teixeira Soares

Terra Rica

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Show Rural

Tibagi

Toledo

Toledo

Tuneiras do Oeste

Tuneiras do Oeste

Umuarama - Tapira - Douradina

Umuarama

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Eventos Sindicais

APUCARANA

PEROBAL

Inclusão Digital

Dia de Campo O Sindicato Rural de Apucarana participou da realização do Dia de Campo do Programa Plante seu Futuro. O evento contou com diversos produtores e teve como patrocinadores os Sindicatos de Arapongas e Apucarana, Foram

O Sindicato Rural de Perobal realizou o curso de Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris - Inclusão Digital dirigido aos produtores e trabalhadores rurais do município. O curso teve duração de 16 horas e foi realizado no Sindicato Rural nos dias 27 e 28 de janeiro. Participaram 10 produtores rurais. O instrutor foi Clovis Palozi.

feitas palestras com engenheiros agrônomos da Emater,

SÃO JOÃO

Emprapa Soja e Sorgo Adeney Bueno. O dia de campo aconteceu no dia 13/12/2013 no Sítio Novo Mundo em Arapongas.

ABATIÁ

Ordenha/ colhedoras Jardineiro O Sindicato Rural de Abatiá realizou nos dias 15,16 e 17 de janeiro o curso de Jardineiro - implementação e manutenção. Participaram 11 produtores rurais com a instrutora Maria de Fátima Cavalheiro Marcondes.

O Sindicato Rural de São João iniciou suas atividades de 2014 oferecendo dois cursos: Trabalhador na Bovinocultura de Leite - Manejo e Ordenha. As aulas aconteceram de 14 a 18 de janeiro, com o Instrutor Emerson Ferraza. O segundo Trabalhador na Operação e na Manutenção de Colhedoras Automotrizes - colhedora axial CASE – básico. As aulas aconteceram nos dias 23 e 24 de janeiro com o instrutor Pedro Felipe Kastel.

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Colhedoras automotrizes

Bovinocultura de leite O Sindicato Rural de Campina da Lagoa ofereceu em parceria com a Cooperativa de Laticínios Colari unidade Campina da Lagoa, o curso de Trabalhador na Bovinocultura de Leite - Avaliação da Conformação Ideal de Vacas Leiteiras - 16 horas. As aulas aconteceram nos dias 28 e 29 de janeiro no Sindicato Rural. Participaram 13 produtores rurais com o instrutor Alberto Massashi Assakura.

Eventos Sindicais

SANTA IZABEL DO OESTE

CAMPINA DA LAGOA

Nos dias 03 e 04 de fevereiro foi realizado no município de Santa Izabel do Oeste em parceria com a Secretaria de Agricultura o curso de Trabalhador na Operação e na Manutenção de Colhedoras Automotrizes - regulagem de colhedoras automotrizes - intermediário, com o instrutor Edson Zucchi. Os produtores participantes do curso estão inscritos no Concurso de redução de perdas na colheita da soja.

CASCAVEL

CORNÉLIO PROCÓPIO

Derivados Banana

Bovinocultura de leite

O Sindicato Rural de Cornélio Procópio realizou nos dias 27 e 28 de janeiro em sua cozinha profissional, mais uma edição piloto do curso Produção Artesanal de Alimentos - beneficiamento e transformação caseira da banana. As participantes aprendem a utilizar a banana verde, madura, a casca e a fruta. Participaram 13 produtoras rurais que tiveram como instrutora Maria Luzinete Pina Vanin.

Trabalhador na Bovinocultura de Leite – manejo e ordenha é o curso que foi ministrado em janeiro, em Cascavel, pelo SENAR-PR, Sindicato Rural de Cascavel e Instituto Emater. As aulas aconteceram nos dias 16, 20, 21, 23 e 27 de janeiro no salão comunitário da Linha Velha, distrito de Rio do Salto. O instrutor foi Euler Márcio Aires Guérios. Além de aulas teóricas o curso tem também atividades práticas com a presença do instrutor nas propriedades dos participantes.

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Uma simples foto

As monarcas

Via Rápida

Todos os outonos, milhões de borboletas monarcas iniciam uma viagem de até 4.000 quilômetros em direção ao Sul. Elas saem das regiões mais frias nos Estados Unidos e Canadá em direção a santuários localizados no planalto central mexicano. O mecanismo usado pelas borboletas para se guiar durante seus voos sempre intrigou os cientistas. Mas se supõe que elas são guiadas por pontos de referência no solo.

Se você tiver uma foto curiosa, expressiva, mande para publicação pelo email: imprensa@faep.com.br com seu nome e endereço.

Ah, os parafusos Ninguém dá muito valor a ele, mas quando falta a coisa cai, qualquer coisa. Falamos do parafuso e por tabela da porca. Às vezes ele está solteiro, noutras com a porquinha que o segura. Pois o parafuso foi inventado pelo filósofo e cientista grego Arquitas de Taranto, que viveu entre 400 e 350 a.C., comprovando que ele não tinha um parafuso solto.

Lua à beça Júpiter é duas vezes maior do que todos os planetas, satélites, asteróides e cometas do Sistema Solar juntos e possui 63 luas. Reúne 70 vezes mais água do que todos os oceanos da Terra. Se Júpiter fosse oco, caberiam mais de 1.200 Terras no seu interior. O céu da Terra é azul; o de Marte, vermelho; o de Júpiter, preto.

Berço esplêndido Os mangues são considerados como o berçário da vida marinha. São locais em que na maré alta ele se enche de água e na baixa seca, transforma-se num grande lodaçal, com camadas de lama que podem atingir até 15 metros de profundidade. Há quem conteste que este país está num berço esplêndido, mas convenhamos que a natureza nos privilegiou. O Brasil conta com uma das maiores extensões de manguezais do mundo: do Amapá a Santa Catarina, são cerca de 26 mil quilômetros quadrados desse generoso habitat.

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Para os padrões da época, Napoleão Bonaparte não era baixinho. Na verdade, ele era até um pouco mais alto do que a média francesa (1,55m). Depois de morto, em 1821, a altura oficial de seu corpo foi registrada: Napoleão tinha 1,57 metro. Mas dois centímetros são dois centímetros. O baixinho, porém era fogo. Embora grande estrategista militar era um medíocre jogador de xadrez. Ocorre que não perdia nunca, porque os adversários temiam ganhar dele.

Baião de dois Por que o prato tradicional dos brasileiros e brasileiras é o feijão com arroz? Simples: porque eles formam uma combinação barata e nutritiva - além de saborosa, claro. A união do cereal de origem asiática (o arroz) com a leguminosa celebrada no Egito antigo como símbolo da vida (o feijão) é perfeitamente complementar. O arroz é rico em metionina e deficiente em lisina, o feijão é rico em lisina e deficiente em metionina. São excelente fontes de energia, com muitos carboidratos. Já o hábito de consumi-los juntos, muitas vezes com farinha, remonta à história da nossa colonização.

Sobre cavalos •

Os potros conseguem se sustentar nas duas pernas apenas duas horas depois de nascidos. • A raça mais veloz é o puro sangue inglês, que chega a atingir 80 Km/h. É capaz de fazer 400 metros em apenas 20 segundos. • A raça mais antiga é a árabe. Acreditase que seja a precursora de todas as raças modernas. • Cavalos têm excelente memória. Eles são capazes de reconhecer uma pessoa anos depois de tê-la visto pela última vez. Portanto, não olhe torto pro bicho.

Via Rápida

Baixinho invocado

Livros O país com o maior número de livrarias são os Estados Unidos, com uma para cada 15 mil pessoas. No Brasil, existe uma para cada 70 mil pessoas. O livro mais caro do mundo chamase The Birds of America (Os Pássaros da América), uma coletânea de ilustrações de pássaros feitas por John James Audubon (1785 - 1851), um naturalista do século XIX. Ele foi arrematado num leilão por 11,5 milhões de dólares.

Ceguinhos, pero... Existem cerca de 480 espécies de tubarão no planeta e quase 90 já foram flagradas na costa brasileira. A maioria deles não pode parar de nadar, sob o risco de afundar e morrer. Não possuem bexiga natatória, uma espécie de bolsa de ar responsável pela flutuação dos peixes. E são meio ceguinhos, enxergam apenas a poucos metros de distância, mas tem um olfato capaz de detectar uma gota de sangue a 100 metros.

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É O CALOR por Luis Fernando Veríssimo A moça do tempo na TV entra no bar com um grupo de amigos. É recebida com óbvio desconforto pelos frequentadores do bar. Ouvese um zum-zum-zum de desaprovação à sua presença. O grupo da moça ocupa uma mesa. Depois de algum tempo, um homem da mesa ao lado não se contém e pergunta: — Você não é a moça do tempo, na TV? A moça diz que é, sorrindo, mas o homem não sorri. Pergunta: — Até quando vai esse calor? — Pois é — diz a moça, ainda sorrindo. — Está difícil de prever. Tem uma zona de pressão na... — Não — interrompe o homem. — Não me venha com zona de pressão. Chega de enrolação. Uma mulher de outra mesa se manifesta: — Há dias que você põe a culpa pelo calor nessa zona de pressão. E não toma providências. — Minha senhora, eu... Outros começam a gritar. — Sensação térmica de 51 graus. Onde já se viu isso? — Não dá mais para aguentar! — Faça alguma coisa! A moça do tempo na TV agora está em pânico.

— O que eu posso fazer? Eu só descrevo o tempo. Não tenho o poder de... — Alguém tem que assumir a culpa, minha filha! Sensação térmica de 51 graus, alguém tem que ser responsável. — A culpa é da Natureza! — Rá. Natureza. Muito bonito. Muito conveniente. É como culpar a corrupção pela índole do brasileiro. Aqui ninguém tem culpa de ser corrupto, é a índole. A índole do tempo, num país tropical, é essa. E quem pode reclamar da índole? Ou da Natureza? De você nós podemos reclamar, querida. — Mas a culpa não é minha! — Estamos cansados do seu distanciamento enquanto mostra no mapa que o calor só vai aumentar. Seu ar superior, como se não tivesse nada a ver com aquilo. Chega! A mesa da moça do tempo na TV está cercada. Caras raivosas. Ameaça de violência. A moça do tempo na TV se ergue e grita: — Esta bem! Está bem! Amanhã eu faço chegar uma frente fria. Eu prometo! As pessoas se acalmam. Todos voltam para as suas mesas. O garçom vem tirar o pedido do grupo da moça do tempo na TV e tenta explicar: — É o calor... O pessoal fica meio louco.

Luis Fernando Veríssimo é escritor, gaúcho, autor de mais de 60 livros, a maioria com textos bem humorados sobre comportamento, escreve para os principais jornais do país.

Falecido Ausente Não procurado

A versão digital deste informativo está disponivel no site:

sistemafaep.org.br


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