CONSULTA EMPRESARIAL Informativo da Confederação Nacional da Indústria
Ano 4 Número 1 agosto de 2012 www.cni.org.br
PLANO BRASIL MAIOR AVALIAÇÃO APÓS 1 ANO Empresas industriais ainda necessitam de medidas mais potentes para alavancar o crescimento da indústria Há um ano, o Plano Brasil Maior foi lançado com o objetivo de estimular a atividade industrial. Contudo, até o momento o PBM não conseguiu fazer com que a indústria reencontrasse o caminho do crescimento. A CNI realizou consulta com as empresas industriais, que contou com a participação de 784 empresas de todo o País, para uma avaliação dos impactos do plano. Os resultados mostram que os empresários consideram as medidas adequadas, com efeitos positivos, mas insuficientes para aumentar a competitividade da indústria. Há maior otimismo quanto aos efeitos futuros do PBM. No entanto, há uma evidente percepção de que o plano é de alcance
parcial, ou seja, que não deverá afetar todas as indústrias. É necessário ampliar o alcance do plano e introduzir novas medidas para que o PBM seja efetivo no aumento da competitividade e, consequentemente, do crescimento de toda a indústria brasileira. Os industriais defendem a ampliação do processo de desoneração da folha de pagamentos. A redução da burocracia também é considerada importante. Outras duas medidas entre as mais defendidas são a simplificação do sistema tributário e da legislação trabalhista. A quarta medida mais demandada é a redução da carga tributária. A desoneração do investimento e a redução do custo da energia também são consideradas medidas importantes e podem ser implementadas no curto prazo.
PRINCIPAIS RESULTADOS
58%
das empresas acreditam que o Plano Brasil Maior ainda não afetou o crescimento da indústria brasileira, mas 30% responderam que já houve impacto e que este foi positivo;
63%
das empresas esperam que os benefícios do Plano Brasil Maior sejam sentidos nos próximos dois anos;
68%
das empresas que conhecem o Plano Brasil Maior afirmam que não há impacto sobre seus projetos de investimento;
82%
das empresas que conhecem o Plano Brasil Maior acreditam que as medidas foram adequadas, mas insuficientes, para aumentar a competitividade e estimular o crescimento da indústria;
71%
das empresas informaram que a desoneração da folha de pagamento é o instrumento que teria maior impacto na competitividade dos produtos da empresa.
Consulta Empresarial
Ano 4, n. 1, agosto de 2012
27% dos empresários participantes desta Consulta conhecem o PBM com algum detalhe Conhecimento sobre Plano Brasil Maior Percentual de respostas sobre total de empresas consultadas
8,2
Conhece o PBM e a maioria das medidas em detalhe
19,3
Conhece o PBM e algumas medidas em detalhe
19,0
Conhece o PBM, mas as medidas apenas superficialmente 19,0 Conhece o PBM, mas não as medidas Não conhece o PBM
34,6
As medidas do PBM não são de conhecimento geral dos industriais brasileiros. Entre os participantes desta Consulta Empresarial, 19,3% não conhecem o PBM e outros 19,0% sabem da existência do plano, mas não conhecem suas medidas, mesmo que superficialmente. O percentual que conhece a maioria das medidas com detalhes é baixo: 8,2%. Já 19,0% dos empresários consultados conhecem algumas medidas em detalhe.
Maioria dos industriais ainda não percebe os efeitos do PBM sobre o crescimento da indústria Entre as empresas consultadas que conhecem o PBM, 30,0% percebem efeitos positivos ou muito positivos do plano sobre o crescimento da indústria brasileira até o momento. Para 57,5% não houve impacto, e para 2,6%, esse foi negativo ou muito negativo.
Impacto do Plano Brasil Maior até o momento Percentual de respostas sobre empresas consultadas que conhecem o Plano Brasil Maior
75,2 57,5
30,0 16,8 10,0 2,6
Muito positivo / positivo
Não houve impacto Indústria
3,8
Muito negativo / negativo
4,3
NS/NR
Empresa
2
Parte dos empresários da Consulta acredita em impactos do PBM na indústria, mas não em seu negócio. Quando perguntados pelo impacto percebido sobre sua empresa, o percentual que afirma ter percebido efeito positivo ou muito positivo se reduz para 16,8%. O percentual que afirma que não houve impacto algum sobe para 75,2% e o percentual que afirma que há impacto negativo sobe para 3,8% das respostas.
Consulta Empresarial
Ano 4, n. 1, agosto de 2012
Empresários estão otimistas com relação aos impactos futuros do PBM Expectativa de impacto do Plano Brasil Maior nos próximos dois anos Percentual de respostas sobre empresas consultadas que conhecem o Plano Brasil Maior
62,7 51,2
33,8 19,3
13,6 4,4
Muito positivo / positivo
Não haverá impacto
Indústria
11,5
3,5
Muito negativo / negativo
NS/NR
Empresa
3
Na percepção dos empresários que participaram desta Consulta, os efeitos do PBM sobre o crescimento industrial brasileiro ainda está por se fazer sentir. A maioria dos empresários consultados acredita que, nos próximos dois anos, seus benefícios serão sentidos. Apenas 19,3% acham que não haverá impactos do plano nos próximos dois anos sobre a indústria e 4,4% afirmam que o impacto será negativo. Quanto aos efeitos das medidas do PBM sobre suas empresas, o otimismo é menor. Enquanto 33,8% afirmam que não haverá impacto algum nos próximos dois anos, 51,2% acreditam que haverá impacto positivo. O resultado deixa evidente que, na percepção dos industriais brasileiros, as medidas do PBM são de alcance parcial, ou seja, não devem alcançar toda a indústria.
Consulta Empresarial
Ano 4, n. 1, agosto de 2012
As medidas do PBM não foram suficientes para estimular o investimento Impacto do Plano Brasil Maior sobre planos de investimento Percentual de respostas sobre empresas consultadas que conhecem o Plano Brasil Maior e tem planos de investimento
8,0 19,1
5,3
Aumento nos planos de investimentos Não houve/haverá impacto nos planos de investimento Diminuição nos planos de investimento
Apesar do otimismo com relação aos efeitos futuros do PBM sobre o crescimento industrial, ao menos no futuro, apenas 19,1% dos empresários com projetos de investimento afirmam que o PBM trouxe um impacto positivo sobre seus planos. Para 67,6% dos empresários consultados, o PBM não afetou os planos de investimentos da empresa, enquanto para 5,3% o PBM influenciou a redução dos planos de investimento.
NS/NR
67,6
O PBM está no caminho certo, mas as medidas ainda são insuficientes para aumentar a competitividade da indústria brasileira Avaliação das medidas do Plano Brasil Maior Percentual de respostas sobre empresas consultadas que conhecem ao menos superficialmente algumas medidas do Plano Brasil Maior
4,8 3,9 9,5 Foram adequadas e suficientes Foram adequadas, mas insuficientes Foram inadequadas NS/NR
81,8
4
Na avaliação de 81,8% das empresas consultadas e que conhecem ao menos superficialmente as medidas do PBM, essas medidas foram adequadas, mas insuficientes, para aumentar a competitividade e estimular o crescimento da economia. Apenas 3,9% das empresas consultadas acreditam que as medidas são adequadas e suficientes. Outras 9,5% acreditam que as medidas foram inadequadas.
Consulta Empresarial
Ano 4, n. 1, agosto de 2012
Empresas solicitam o aprofundamento das medidas de desoneração da folha de pagamento Todos os empresários participantes da Consulta Empresarial – independentemente do grau de conhecimento sobre o PBM – indicaram até cinco medidas que proporcionariam maiores ganhos de competitividade à sua empresa. A desoneração da folha de pagamentos foi a medida mais assinalada, com 71,2%. Em seguida têm-se a simplificação e a redução da tributação, com 59,2% e 56,0% de assinalações, respectivamente. Ainda com mais de 50% de respostas, tem-se a simplificação da legislação trabalhista. A redução do custo de energia (com 38,1% das assinalações) e a desoneração tributária do investimento (com 32,7%) seguem na lista das medidas mais importantes. Instrumentos/benefícios de maior impacto na competitividade dos produtos da empresa* Percentual de respostas sobre total de empresas consultadas Desoneração da folha de pagamentos
71,2
Simplificação da tributação
59,2
Redução de tributação (ex.: IPI)
56,0
Simplificação da legislação trabalhista
51,3
Redução do custo de energia
38,1
Desoneração tributária do investimento
32,7
Ampliação do prazo de pagamentos tributos
23,9
Redução do custo de transporte
19,9 16,2
Linhas de crédito favorecidas Utilização de créditos tributários federais para pagamento da contribuição previdenciária patronal Simplificação da legislação ambiental
15,2 14,9 13,8
Maior acesso ao financiamento Desburocratização do processo de tomada de crédito Estímulos à inovação
9,2
Medidas de defesa comercial (antidumping)
8,8
Desoneração das exportações
8,7
Recuperação de créditos tributários decorrentes das exportações
8,5
11,6
Desburocratização dos procedimentos aduaneiros
6,9
Maior acesso às compras governamentais (margem de preferência)
2,4
Regras de conteúdo local
1,8
NR
1,1
Outros
* A soma do percentual é superior a 100% porque os respondentes foram solicitados a escolher os cinco principais.
5,6
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