Revista FIEAM Notícias Ed.81

Page 1

Ano VIII • nº 81 •jul/ago • 2014

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas

SENAI é escolha de futuro


Índice

12

Antonio Silva entrega Prêmio CNI de Jornalismo ao jornalista Mário Adolfo

6

Ação Empresarial exercita protagonismo político nas eleições para Governador do Estado

24

Programa Vira Vida forma sua primeira turma no Amazonas, com 43 jovens

9

Cônsul Geral do Japão, Kazuo Yamazaki, é recebido por Antonio Silva, na FIEAM

22

Programa Saúde da Mulher intensifica atendimento ao PIM

2


Miguel Ângelo/CNI

Editorial

A

indústria é um setor indispensável ao desenvolvimento consistente do Brasil e, sem ele, o crescimento fica comprometido. Prova disso, foi o resultado apurado do PIB brasileiro no segundo trimestre deste ano, de menos 0,6% em relação ao primeiro, ficando em R$ 1,27 trilhão, conforme dados divulgados pelo IBGE no final de agosto. A indústria teve uma queda de (-) 1,5% na sua participação e o setor de serviços, de (-) 0,5%, crescendo apenas o setor agropecuário, com parcos 0,2%. Muito embora o PIB tenha avançado 0,5% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado e acumule uma alta de 1,4% em 12 meses até junho, se a comparação for feita do segundo trimestre de 2014 com o segundo trimestre de 2013, a queda se acentua, indo para (-) 0,9%, com a indústria recuando 3,4%, a agropecuária sem crescimento (0%) e servi-

ços crescendo apenas 0,2%. Inegavelmente, a indústria brasileira tem se atrofiado por uma conjugação de fatores que provoca a desindustrialização: são os juros elevados, a falta de investimentos, câmbio sobrevalorizado e exagerada abertura comercial que provocam resultados pífios para a economia de um país como o Brasil. Entre o primeiro trimestre de 2011 e o primeiro de 2014 os investimentos encolheram, passando de 19,5% para 17,7% do PIB. A crescente perda de competitividade internacional da indústria brasileira é resultante dessa combinação de fatores, facilmente demonstrada ao considerarmos que a participação das exportações de produtos industriais caiu entre 1995 e 2013, de 56,2% para 39,3%. A participação da produção manufaturada no PIB brasileiro em 2012 foi de apenas 13,3%. Seja qual for o presidente eleito, o maior

ANTONIO CARLOS DA SILVA 1º Vice-Presidente: ATHAYDES MARIANO FÉLIX 2º Vice-Presidente: AMÉRICO AUGUSTO SOUTO RODRIGUES ESTEVES Vice-Presidentes: NELSON AZEVEDO DOS SANTOS, TEREZA CRISTINA CALDERARO CORRÊA, ROBERTO DE LIMA CAMINHA FILHO, ALDIMAR JOSÉ DIGER PAES, WILSON LUIZ BUZATO PÉRICO, CARLOS ALBERTO ROSAS MONTEIRO, EDUARDO JORGE DE OLIVEIRA LOPES, AMAURI CARLOS BLANCO, HYRLENE BATALHA FERREIRA, SÓCRATES BOMFIM NETO 1º Secretário: ORLANDO GUALBERTO CIDADE FILHO 2º Secretário: FRANK BENZECRY, 1º Tesoureiro: JONAS MARTINS NEVES 2º Tesoureiro: AUGUSTO CÉSAR COSTA DA SILVA

Presidente do Sistema FIEAM

desafio será restaurar essa competitividade que começou a se degradar no fim da década de 1990. Na Zona Franca de Manaus, estamos também enfrentando resultados insatisfatórios: no faturamento do Polo Industrial, nas exportações, no emprego. São reflexos preocupantes de deterioração da participação da indústria no processo de crescimento econômico do Brasil, provocando uma estagnação da produção em todo o País e que resulta no recuo do crescimento do PIB. Infelizmente, nós na ZFM não estamos imunes a esses fatores e precisamos mais do que nunca trabalhar para superá-los.

Expediente

Diretoria Presidente:

Antonio Carlos da Silva

Diretores: AGOSTINHO DE OLIVEIRA FREITAS JÚNIOR, CARLOS ALBERTO MARQUES DE AZEVEDO, ROBERTO BENEDITO DE ALMEIDA, LUIZ CARVALHO CRUZ, CARLOS ALBERTO MONTEIRO, MAURÍCIO QUINTINO DA SILVA, JOAQUIM AUZIER DE ALMEIDA, PAULO SHUITI TAKEUCHI, ANTONIO JULIÃO DE SOUSA, MÁRIO JORGE MEDEIROS DE MORAES, DAVID CUNHA NÓVOA, GENOIR PIEROSAN, CRISTIANO IUKIO MORIKIO, CLEONICE DA ROCHA SANTOS, ARIOVALDO FRANCISCHINI DE SOUZA Conselho Fiscal: Titulares: MOYSES BENARROS ISRAEL, RENATO DE PAULA SIMÕES, JOSÉ NASSER Suplentes: ALCY HAGGE CAVALCANTE, CARLOS ALBERTO SOUTO MAIOR CONDE, DAVID NÓVOA GONZALES Delegados representantes junto ao Conselho da CNI Titulares: ANTONIO CARLOS DA SILVA, ATHAYDES MARIANO FÉLIX Suplentes: AMÉRICO AUGUSTO SOUTO RODRIGUES ESTEVES e FRANCISCO RITTA BERNARDINO

PUBLICIDADES Cássia Guterres (redação), Alessandra Cordeiro, Andrea Ribeiro (arte) FOTOGRAFIAS Comunicação CAPA Andrea Ribeiro

Revista editada pelo Sistema FIEAM DIRETOR DE COMUNICAÇÃO E MARKETING (DCM) Paulo Roberto Gomes Pereira GERENTE DE COMUNICAÇÃO Idelzuita Araújo - MTE 049/AM REDAÇÃO Ademar Medeiros - MTE 289/AM Evelyn Lima - MTE 151/AM Mário Freire - MTE 092/AM Cássia Guterres Cristiane Jardim

DIAGRAMAÇÃO Herivaldo da Matta - MTE 111/AM

O conteúdo dos artigos e textos assinados é de inteira responsabilidade de seus autores. Av. Joaquim Nabuco, 1919, Centro CEP 69020-031 Manaus/AM Fone: (92) 3186-6576 Fax: (92) 3233-5594 www.fieam.org.br faleconosco@fieam.org.br Acesse: /sistemafieam @fieam /user/fieam

Tiragem desta edição: 2.300 exemplares Impressão: Grafisa

3


Destaques

Yamaha apresenta novo diretor na FIEAM O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, recebeu no início de agosto, comitiva de executivos da Yamaha Motor da Amazônia. O encontro marcou a passagem do cargo de diretor da multinacional, Seijiro Teramae, para Osamu Yabuzaki. “Como entidade representativa da indústria amazonense estamos aqui para apoiar e fornecer todas as informações sobre o segmento produtivo do Amazonas. Desejamos boa gestão ao diretor Yabuzaki e que ele possa contar com o Sistema FIEAM para o fortalecimento de suas atividades industriais e para o aumento em inovação e competitividade da Yamaha Motor”, disse Antonio Silva. O novo diretor dará continuidade ao modelo de gestão de Teramae que esteve no cargo por aproximadamente um ano e meio. Yabuzaki colocou sua administração à disposição para ampliar a parceria

Antonio Silva recebe comitiva de executivos da parceira Yama

em educação profissional, o que já acontece entre a empresa e o SENAI. “Apoiamos bastante o SENAI, pois é uma instituição que forma nossa mão-de-obra. A missão de levar a qualificação profissional e cidadania é algo que está alinhado à nossa empresa, por isso, todos os projetos que o SENAI tenha nesta li-

SESI estimula ‘cultura de prevenção de acidentes’ O Serviço Social da Indústria (SESI Amazonas) promoveu, no final de julho, o Painel de Especialistas da Rede SESI de Prevenção de Acidentes. O evento, realizado para “criar uma cultura industrial de prevenção de acidentes de trabalho”, contou com a participação de representantes de empresas, como Bertolini Construção Naval da Amazônia (Beconal), Moto Honda da Amazônia, Eletrobrás, Tai Engenharia e Construções, entre outras. A engenheira de segurança do SESI Amazonas, Paula Andrea Naranjo, alertou que as empresas podem mudar a situação,

4

Paula Andrea Naranjo, do SESI

principalmente com ações preventivas, como a utilização da ferramenta Higiene Ocupacional, que é dividida em Saúde Pública, Gestão da Empresa e Proteção Ambiental. “Essa medida tem o objetivo de proporcionar ambientes de trabalho

nha, a Yamaha pode contribuir”, ressaltou Yabuzaki. Atualmente, a Yamaha participa das ações itinerantes do SENAI com as unidade móveis fluviais Samaúma 1 e 2, e fixa, na Escola SENAI Waldemiro Lustoza, unidade que forma trabalhadores para a indústria metalmecânica.•

salubres, com redução do absenteísmo e o presenteísmo, proteção e promoção da saúde dos trabalhadores, contribuição para um desenvolvimento sócioeconômico e sustentável além de reduzir os acidentes de trabalho na indústria”, alertou Naranjo. Desde 2012, as despesas do Ministério da Previdência Social em benefícios concedidos ao trabalhador de Manaus estão crescendo, o que já coloca a capital amazonense no segundo lugar no ranking, com mais de 49 mil benefícios, atrás apenas do Pará que chegou a beneficiar mais de 113 mil. No ano de 2012 foram disponibilizados quase 5 milhões de benefícios para todo o país, dos quais 86,7% eram previdenciário, 6,7% acidentários e 6,6% assistenciais. O painel deu oportunidade às empresas de conhecerem as ações realizadas entre si, com a formação de grupos, e debates entre elas, para encontrar novas e melhores ações preventivas.•


SENAI discute Lei de Aprendizagem

Josias Matos tirou a carteira em uma hora

Ação Social atende mais de 5 mil trabalhadores O Serviço Social da Indústria (SESI Amazonas), em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon) e Serviço Social da Indústria da Construção Civil de Manaus (Sinconci) atenderam mais de 5 mil trabalhadores nas áreas de educação, saúde e lazer, entre outros serviços, no Dia Nacional da Construção Social e Circuito da Família, no Clube do Trabalhador do Amazonas. Idealizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com o tema “Família: o alicerce do que se constrói na vida”, a ação social foi realizada simultaneamente em todo o Brasil e ofereceu, no Amazonas, cerca de 10 mil atendimentos. De acordo com o presidente do Sinduscon, Eduardo Lopes, essa foi a oitava edição da Construção Social, evento que proporciona ao trabalhador da indústria, a cada ano, um atendimento exclusivo em alguns serviços essenciais. “Pretendemos atingir ao máximo as necessidades do trabalhador e sua família, e principalmente, estreitar a relação do trabalhador com a empresa”, disse. Um dos serviços mais procurados foi a emissão da carteira de trabalho pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). O desempregado Josias Matos, 19, saiu satisfeito com a rapidez do atendimento. “Já estava há mais de seis meses tentando tirar a carteira, e hoje, em menos de uma hora, saio com o cadastro realizado, o que vai facilitar de agora em diante a busca por um emprego”.•

Nos últimos cinco anos, o SENAI Amazonas matriculou mais de 8 mil menores aprendizes e, desses, pelo menos 60% foram inseridos no mercado de trabalho. A informação constou na apresentação sobre aprendizagem profissional no Estado, feita pelo gerente da Escola SENAI Antônio Simões, José Nabir, no I Seminário sobre a Lei de Aprendizagem: Uma Questão Social, no auditório da Assembleia Legislativa ‘ Deputado Belarmino Lins’. De acordo com o diretor do Departamento de Políticas do Trabalho e Emprego para a Juventude, do Ministério do Trabalho e Emprego, Alan Pombo, uma das prioridades do governo federal é oferecer oportunidades no mercado de trabalho para a juventude brasileira, que é o principal alvo da Lei de Aprendizagem. Para isso, o Ministério do Trabalho vai atuar com a fiscalização para que as médias e grandes empresas abram espaço para esses aprendizes. Toda empresa com faturamento anual acima de R$ 3,6 milhões é obrigada a ter pelo menos 5% de aprendizes no quadro de funcionários. Como contrapartida, a empresa vai pagar apenas 2% do valor do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) desse aprendiz.

“A empresa que não cumprir a lei da cota mínima para contratação de jovens aprendizes estará impossibilitada de participar de licitações públicas”, disse Pombo. Menores aprendizes das instituições SENAI/AM e SENAC/AM participaram da primeira hora do seminário, quando tiveram oportunidade de conhecer mais sobre a Lei 10.097/2000, os processos das instituições e empresas para inserir esses aprendizes no mercado de trabalho, utilizando principalmente os alunos participantes de cursos de aprendizagem profissional industrial, como é o caso da aprendiz na área administrativa da empresa Nassau, Dayse Santos Rocha, 14, aluna do SENAI/AM. “Foi bom aprender como funciona a Lei e sobre os rumos que ela irá tomar junto com as instituições de ensino para que no futuro sejamos capacitados para entrar no mercado de trabalho e ter um bom emprego”, disse Dayse. Participaram do seminário representantes da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Amazonas (SRTE/AM), SENAI/AM) e SENAC/AM). No encerramento, os participantes assinaram o termo de adesão ao Fórum Amazonense de Aprendizagem Profissional.•

O representante do MTE, Alan Pombo (esquerda) e José Nabir, do SENAI Amazonas

5


Ciclo de Debates

Planos de governo e Ação Empresarial do Amazonas promove debate com os candidatos ao Governo

Teremos pela frente 59 anos de Zona Franca de Manaus, vitória para a indústria do Amazonas e para os cidadãos que aqui vivem, o que, porém, não basta para garantir o modelo CHICO PRETO

A

recuperação da BR-319, entre outras alternativas para melhorar a infraestrutura logística que serve ao Polo Industrial de Manaus (PIM), além do investimento em setores estratégicos, como o petroquímico, foram algumas das propostas apresentadas no Ciclo de Debates com os Candidatos ao Governo do Estado promovido pelo grupo Ação Empresarial do Amazonas. Formada pelas Federações das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), da Agricultura do Estado do Amazonas (FAEA), do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), além da Associação Comercial do Amazonas (ACA), e Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), a Ação Empresarial convidou para participar dos debates, de 8 a 25 de agosto, os quatro candidatos com melhor posicionamento nas pesquisas de intenção de votos: Eduardo Braga, Marcelo Ramos, Chico Preto e José Melo. Para o presidente da FIEAM, Antonio Silva, algumas questões estruturais, econômicas e administrativas precisam ser devidamente avaliadas e solucionadas para que o Amazonas alcance um elevado crescimento econômico e social. Dentre as questões que fazem parte da Pauta Mínima de reivindicações da indústria aos candidatos ao Governo, Silva solicitou a inserção de representantes da classe empresarial no Grupo de Trabalho

6

Somos otimistas por natureza, pois Deus nos deu bênçãos de condições ambientais e de natureza para que possamos utilizá-las como alavancas para o desenvolvimento do Estado EDUARDO BRAGA

do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) para atuar na aprovação dos Processos Produtivos Básicos (PPBs) do PIM, articular uma solução para o contingenciamento dos recursos arrecadados com as taxas da Suframa, bem como possibilitar maior autonomia na destinação desses recursos para aplicação na região. “Grandes são os problemas demandados pela nossa indústria, dentre eles a recuperação da malha viária do Distrito Industrial I e II, da educação de excelência e da tão almejada competitividade que carece de maior incentivo para o desenvolvimento da inovação em nosso Estado”, disse Silva. O presidente do CIEAM, Wilson Périco, relatou gargalos permanentes

do PIM, envolvendo sua conservação e revitalização, bem como questionou sobre o que será feito para descentralizar as matrizes econômicas, hoje concentradas em dois grandes segmentos, duas rodas e eletroeletrônico. Périco sugeriu o desenvolvimento das potencialidades do Amazonas, como a biodiversidade, minérios e minerais, insumos para produtos farmacêuticos e cosméticos, piscicultura, fruticultura, insumos agrícolas e turismo. “Com a prorrogação do Modelo ZFM e entendendo que o Estado não pode continuar refém como é hoje daquilo que se faz no PIM, temos que ter urgência em desenvolver novas matrizes econômicas”, argumentou.


em pauta É preciso construir uma proposta (de governo) que abandone o velho conceito de candidaturas sustentadas em dinheiro, tempo de TV e alianças partidárias MARCELO RAMOS

Precisamos de um Amazonas mais forte e meu plano de governo será voltado para as riquezas que Deus nos deu nesta terra e que devem ser utilizadas para o nosso desenvolvimento JOSÉ MELO

Eduardo Braga Primeiro a debater com os empresários, o senador Eduardo Braga, candidato da coligação “Renovação e Experiência”, destacou, ao lado de sua candidata a vice, Rebecca Garcia, seu otimismo em relação ao modelo econômico e social que está no seu plano de governo. “Somos otimistas por natureza, pois Deus nos deu bênçãos de condições ambientais e de natureza para que possamos utilizá-las como alavancas para o desenvolvimento do Estado”. O candidato lembrou que a presidente Dilma Rousseff aprovou a segurança jurídica para a Zona Franca de Manaus. “Era de se esperar que os empreendedores evitassem tomar decisão no Amazonas (...),

pois não havia segurança para o seu capital. Como fazer inovação tecnológica, ciência e tecnologia com um horizonte tão curto do segmento industrial?”, questionou. Braga também fez referência a um estudo macroeconômico realizado recentemente pelo Banco Itaú e que mapeou todas as regiões do Brasil. “Estão comprometidos investimentos privados na ordem de R$ 27 bilhões para os próximos anos nos segmentos petroquímico, eletroeletrônico e tecnologia da informação, como os produtos de informática que hoje são a grande mola propulsora do PIM, pois somos os principais fabricantes de tablets, celulares e notebooks. A expectativa de investimento no Amazonas até 2020 é uma das maiores do Brasil”, relatou.

Chico Preto Oferecer mais incentivos para atrair novas empresas para o Polo Industrial de Manaus (PIM), promover a desburocratização fiscal e alfandegária, além de melhorar a infraestrutura logística que serve ao polo foram algumas das propostas apresentadas pelo candidato Chico Preto (PMN), no Ciclo de Debates da Ação Empresarial, no auditório da FAEA. Antes de apresentar seu plano de governo, Chico Preto ouviu as demandas dos representantes das entidades empresariais. Para o presidente da FIEAM, Antonio Silva, o próximo governante deve ter como prioridade a sustentabilidade do PIM, que é um dos maiores parques industriais do Brasil, com mais de 600 empresas instaladas e empregando cerca de 120 mil trabalhadores. “Teremos pela frente 59 anos de Zona Franca de Manaus, vitória para a indústria do Amazonas e para os cidadãos que aqui vivem, o que, porém, não basta para garantir o modelo. É necessário criar condições para que ele avance em produção e benefícios ao nosso povo. Gargalos como energia precária, falta de autonomia da Suframa e logística de alto custo e deficiente, são algumas dificuldades do PIM que travam o crescimento, impedindo que sejamos mais competitivos”, disse Silva. Chico Preto revelou as iniciativas que pretende desenvolver em relação ao Modelo ZFM e prometeu colocar sua gestão governamental direcionada para alcançar a eficiência nesses processos, e garantir infraestrutura logística ao PIM, bem como a implantação do anel viário para transporte de carga. “Vamos gerar mais riqueza e emprego e ampliar o mercado consumidor dos produtos amazonenses, realizando a comercialização não somente para o mercado local, mas também para os mercados nacional e internacional. Isso será possível com a garantia de investimentos maiores pelo menos três vezes”, disse Chico Preto.

7


Representantes da Ação Empresarial com o candidado José Melo

José Melo No terceiro debate do Ciclo, o governador e candidato à reeleição, José Melo (PROS), firmou compromisso com a classe empresarial para o desenvolvimento de políticas estaduais que beneficiem o Amazonas e as suas atividades econômicas e condições básicas à população. Em resposta às demandas levantadas pelos integrantes da Ação, o governador se comprometeu observar as dificuldades que se prolongam há anos e que impactam diretamente na produção do PIM. “Precisamos de um Amazonas mais forte e meu plano de governo será voltado para as riquezas que Deus nos deu nesta terra e que devem ser utilizadas para o nosso desenvolvimento”, disse Melo. O governador declarou que se comprometerá em levantar recursos próprios do Governo para recuperar as vias do Distrito Industrial em parceria com a Prefeitura de Manaus. Melo falou também que atuará junto ao Governo Federal para viabilizar recursos para melhorar o sistema logístico do Estado, dando preferência à recuperação da BR-319 e de outras alternativas para o recebimento dos insumos do PIM e o escoamento dos produtos aqui fabricados. “Vamos estudar a possibilidade de transformar o Aeroporto Militar Ponta Pelada, localizado no Distrito, em um aeroporto do PIM. A prioridade do nosso governo é desenvolver novos polos econômicos, com destaque para os setores primário,

8

Antonio Silva abre o primeiro debate com cadidatos ao Governo

de serviço e industrial, contemplando os segmentos de piscicultura, fruticultura, fármaco e biocosmético, naval, gás-químico, fertilizante, mineral e turístico”, elencou o candidato. Antonio Silva enfatizou que algumas questões estruturais, econômicas e administrativas precisam ser devidamente avaliadas e solucionadas para que o Amazonas alcance um elevado crescimento econômico e social. Marcelo Ramos O deputado estadual Marcelo Ramos, candidato do PSB ao governo do Estado, disse que ofereceu ao povo do Amazonas, com sua candidatura, “uma nova política pautada no diálogo e no protagonismo cidadão”. Ramos foi o quarto e último participante do Ciclo de Debates com os Candidatos ao Governo do Estado, promovido pela Ação Empresarial do Amazonas. “É preciso construir uma proposta que abandone o velho conceito de candidaturas sustentadas em dinheiro, tempo de TV e alianças partidárias”, declarou Marcelo Ramos. Segundo ele, em sua proposta, o cidadão é um agente ativo da mudança, exercendo um protagonismo cidadão desde a elaboração do seu plano de governo até o exercício da governança e fiscalização dos atos e gastos do governo. Para o candidato, é possível pautar a gestão pública por valores como transparência, meritocracia, resultados, eficiência, efetividade e econo-

mia dos recursos públicos. Um dos pontos questionados com o candidato Marcelo Ramos foi com relação às decisões a serem tomadas sobre a qualidade da energia elétrica fornecida para o Polo Industrial de Manaus e quanto ao contingenciamento das verbas da Suframa que poderiam estar sendo utilizadas para a manutenção do PIM e o desenvolvimento industrial da Amazônia. O representante da Fecomércio, empresário José Azevedo, destacou a importância desta iniciativa de dar voz para os candidatos relatarem as ações prioritárias de seu plano de governo. “Discutir e conversar devem sempre fazer parte da decisão política. É necessário que haja diálogo entre a autoridade constituída para governança e o empresariado, pois são os empresários que promovem o desenvolvimento. O governo estabelece as normas, dá sugestões e abre o caminho, mas quem desenvolve é o empresário”, destacou Azevedo. Ao receber as propostas da Pauta Mínima da classe produtora do Amazonas, Marcelo Ramos retribuiu com a entrega de seu programa de governo, comprometendo-se a cumpri-lo na íntegra se eleito for. “É possível fazer mais com menos, melhorar a vida das pessoas na capital, oferecendo infraestrutura logística e transporte público com qualidade, ampliando os benefícios da Zona Franca de Manaus e avançando nas conquistas sociais, de educação, segurança e saúde”, afirmou Ramos.•


Encontro

Yamazaki revela que medidas do primeiro ministro fizeram a economia do Japão crescer

Cônsul vê relação Brasil x Japão em visita à FIEAM

O

Brasil precisa seguir o exemplo do Japão e fazer as reformas necessárias para que a economia volte a crescer. A opinião foi manifestada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, durante visita do cônsul-geral do Japão, Kazuo Yamazaki à sede da organização, no Centro. A situação econômica dos dois países, com destaque para a Zona Franca de Manaus, foi o prin-

Cônsul japonês Kazuo Yamazaki visita presidente da FIEAM em meio à retomada da discussão nacional sobre uma agenda de cooperação bilateral de Brasil e Japão

cipal item da pauta. Para Yamazaki, foi uma grande vitória a prorrogação dos incentivos fiscais da ZFM por mais 50 anos, porém o modelo, segundo ele, tem que enfrentar grandes desafios, que vão dos buracos nas ruas do Distrito Industrial à infraestrutura de transporte para escoamento de insumos e produtos. Silva explica que o gargalo, que se prolonga por alguns anos, deve ter interferência do Governo Federal com uma expedição de direito para que a Suframa reconquiste a sua autonomia. Com independência nas tomadas de decisões e utilização de recursos, a Suframa utilizaria as verbas retidas no desenvolvimento da indústria da Região Norte, incluindo a recuperação das vias de acesso ao Polo Industrial de Manaus. “Estamos com estradas em difícil estado e temos dinheiro para restaurá-las, mas devido à burocracia a degradação é inevitável. As necessidades quanto ao transporte não param por aí, precisamos resolver esse imbróglio, liberar a BR-319, restaurar as rodovias e tornar cada vez mais viável o meio hidroviário”, lembrou o presidente da FIEAM. O cônsul disse que seu país vem se recuperando desde que o primeiro-ministro Shinzo Abe, assumiu, em dezembro de 2012, com a meta de inflação de 2% ao ano e investimento no setor privado, ações que contribuem com o aumento gradativo do salário do trabalhador da indústria japonesa, possibilitando o aumento do poder de consumo dessa classe e a normalização das atividades econômicas. “Estamos no caminho, essa é a direção certa para continuarmos a crescer”, avaliou Yamazaki. Para Antonio Silva, o Brasil deve reagir neste momento de influência da crise da Argentina, dos altos índices de inflação e da retração do crescimento do país. “Em ano político as medidas são pontuais, sempre com intenção eleitoreira, mas esperamos que em 2015, o Governo Federal inclua em sua agenda as reformas tributária, trabalhista e previdenciária. Essas sim são as mudanças que precisamos para nos tornarmos a 3ª ou a 4ª potência do mundo”, disse o presidente da FIEAM, destacando que o país ainda se segura bem, contando com uma reserva de U$ 370 bilhões para conter a inflação, os juros e a queda da atividade econômica. •

9


Debates

CNI mantém ‘diálogo’ com presidenciáveis Fotos: José Paulo Lacerda/CNI

Além de debater com os empresários os temas propostos pela CNI, os candidatos foram sabatinados por jornalistas

P

elo menos 500 empresários do segmento industrial de todo o país atenderam ao convite da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para participar, em 30 de julho, do “Diálogo com os Candidatos à Presidência da República”. O então candidato Eduardo Campos (PSB), o candidato Aécio Neves (PSDB), e a candidata à reeleição, presidente Dilma Rousseff, além de debater com os empresários os temas propostos pela CNI, foram sabatinados por jornalistas convidados de todo o país. Acompanhado da então candidata a vice, Marina Silva, Eduardo Campos foi o primeiro a falar. Prometeu fazer com urgência as reformas política e tributária e disse que o padrão político de governança no Brasil não vai dar uma nova agenda de competitividade para a economia brasileira. Na coletiva de imprensa, o ex-governador de Pernambuco foi instigado pelo jornalista amazonense Anwar Assi, do jornal Amazonas Em Tempo, a dizer, se eleito for, o que fará em relação à Zona Franca de Manaus, no que diz respeito a infraestrutura e logística. Assi, assim como Lúcio Pinheiro, do jornal A Crítica, estava entre jornalistas de veículos de todo o país, convidados pela CNI a participar da coletiva. Campos lembrou que, durante os seus três mandatos como deputado fede-

10

O então candidato Eduardo Campos falou inclusive sobre a Zona Franca de Manaus

Dilma Rousseff fez balanço político e disse que manteve diálogo com a indústria brasileira

ral sempre defendeu a ZFM por dever de consciência, por saber que é preciso defender a Amazônia e o patrimônio natural, mas defender com todo um conjunto de políticas públicas. “A Zona Franca não é só uma questão de incentivos. É muito importante que tenhamos mantido os incentivos até para que decisões sobre investimentos que estavam suspensas possam se efetivar. Mas (ali) você tem situações que não são só da logística, tem a questão das hidrovias, fazer os portos com mais capacidade”, enumerou. Ainda sobre a Zona Franca, Campos disse que é preciso ter um olhar sobre a questão do comércio exterior. “Na hora em que o Brasil tenha uma relação comercial com o Pacto do Pacífico, como nós defendemos nas nossas relações externas, um acordo bilateral, nós poderemos estar abrindo mercado para muitos produtos da Zona Franca de Manaus que hoje apesar da proximidade, das estra-

das, nós estamos perdendo esse mercado para a indústria asiática ou mexicana”, pontuou. Competitividade Em resposta à principal bandeira da indústria brasileira, a competitividade, contida nos 42 estudos elaborados pela CNI (leia texto ao lado) sobre as necessidades da indústria, o senador Aécio Neves, segundo candidato a participar do “Diálogo”, disse que, eleito, iria propor imediatamente um projeto de simplificação do sistema tributário, medida, segundo ele, necessária para garantir a competitividade que a indústria brasileira tanto deseja. O candidato também disse que é preciso avançar na construção do IVA (imposto sobre o valor agregado), para substituir o conjunto de impostos que prejudica o setor produtivo e, consequentemente, o crescimento do país.


Robson Braga recebeu cerca de 500 empresários da indústria para o Diálogo

Aécio Neves revelou que vai propor a simplificação do sistema tributário

Cobranças Depois de ouvir a síntese dos 42 estudos construídos pela CNI com base nas diretrizes do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, a presidente Dilma Rousseff fez um breve balanço da política industrial adotada pelo governo e disse que a sua administração tem sabido manter um diálogo que ela considera muito produtivo com a CNI e a indústria brasileira. Dilma lembrou os seis eixos sobre os quais, segundo ela, foi construída sua política industrial, incluindo a desoneração de tributos, os créditos subsidiados ao investimento na indústria, incentivos por meio de compras governamentais e o investimento na educação focada na formação técnica e na formação científica, além do ‘Brasil Sem Burocracria’ que, segundo ela deve ser o desafio do governo. Para o presidente da CNI, Robson Andrade, o Brasil tem grandes oportunidades e desafios, e a maior expectativa da indústria em relação aos programas dos candidatos à Presidência da República era justamente conhecer a natureza e o alcance das políticas públicas para o setor. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, Antonio Silva, que acompanhou o debate na CNI, a retomada do crescimento da indústria brasileira passa pela construção de um ambiente favorável à competitividade.•

Antonio Silva teve oportunidade de trocar ideia com o então candidato Eduardo Campos

Propostas apresentadas pela CNI A redução dos custos que atrapalham a competitividade do produto nacional, a revisão da política de gás natural, o aperfeiçoamento da política de concessões em infraestrutura e a mudança dos currículos dos cursos de engenharia. Essas foram algumas das propostas que a CNI apresentou aos três candidatos à Presidência da República, em 30 de julho, no Diálogo da Indústria com Candidatos à Presidência da República. Com base em 42 estudos organizados pela CNI, com a ajuda de líderes empresariais, especialistas e representantes das associações e federações da indústria, o documento Propostas da Indústria para as Eleições 2014, com o diagnóstico do cenário atual e pro-

postas de melhoria do ambiente de negócios brasileiro, foi entregue aos três candidatos. “Ao apresentar esse conjunto de propostas, pretendemos ajudar o país a ampliar a capacidade de crescimento”, disse o diretor de Política e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes. Segundo ele, a reforma tributária é uma das prioridade da agenda para o Brasil crescer mais e melhor. Desde a eleição de 1994, a CNI entrega propostas aos candidatos à Presidência. Os 42 estudos da CNI foram construídos com base nas diretrizes do Mapa Estratégico da Indústria 20132022, que estabelece as ações necessárias para fazer o Brasil crescer mais e melhor na década.

Fatores-chaves Assim como o Mapa Estratégico da Indústria, as propostas apresentadas aos presidenciáveis foram divididas em dez fatores-chave: 1. Educação

6. Relações de trabalho

2. Ambiente macroeconômico

7. Financiamento

3. Eficiência do Estado

8. Infraestrutura

4. Segurança jurídica e burocracia

9. Tributação

5. Desenvolvimento de mercados

10. Inovação e produtividade

11


Jornalismo

O jornalista Mário Adolfo fez discurso de agradecimento à CNI pelo prêmio

Mário Adolfo recebe Prêm

O

Jornalista amazonense foi o vencedor do Prêmio CNI de Jornalismo na categoria Destaque Regional Norte

jornalista Mário Adolfo, 59, do jornal Amazonas Em Tempo, venceu o Prêmio CNI de Jornalismo, na categoria “Destaque Regional Norte”, com a série de reportagens “O Milagre dos Peixes”. Na solenidade de premiação, em 29 de julho, em Brasília (DF), Mário recebeu o troféu das mãos do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva. No total, a Confederação Nacional da Indústria premiou profissionais em 12 categorias. O Grande Prêmio José Alencar de Jornalismo, maior premiação do concurso, foi dado aos autores da série de reportagens “A Batalha de Belo Monte”, da Folha de S. Paulo Online. Ao abrir a solenidade, o presidente

12

da CNI, Robson Andrade, disse que, mais do que um incentivo aos trabalhos jornalísticos sobre a indústria brasileira, o resultado do Prêmio CNI é motivo de orgulho por retratar a realidade da indústria brasileira, a realidade das indústrias dos Estados e que, de certa forma, levam à sociedade brasileira, aos governantes e outras autoridades a situação que essa indústria enfrenta no dia a dia. “Fiquei muito feliz este ano porque tivemos um

número muito expressivo de trabalhos inscritos nesse prêmio”, disse Andrade. Com prêmios que somaram, este ano, R$ 310 mil, com prêmios individuais de R$ 25 mil, R$ 15 mil, R$ 30 mil e R$ 50 mil, este para o Grande Prêmio José Alencar, a 3ª edição do Prêmio CNI de Jornalismo, de acordo com o diretor de Comunicação da CNI, Carlos Barreiros, teve número recorde de inscrições, com um aumento de 41% em relação ao ano passado. Foram 569 trabalhos válidos, dos quais, 181 matérias de jornalismo impresso de 51 veículos de comunicação de 25 Estados e do Distrito Federal. Os ganhadores nas categorias regionais (Sul, Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste) receberam R$ 15 mil cada um. A série do jornalista amazonense, publicada pelo jornal Amazonas Em


O presidente da FIEAM, Antonio Silva, entrega troféu ao jornalista Mário Adolfo

Fotos: José Paulo Lacerda/CNI

O Milagre dos Peixes

Robson Andrade entrega Grande Prêmio José Alencar de Jornalismo aos profissionais da Folha

Principais prêmios Grande Prêmio José Alencar Reportagem: “A Batalha de Belo Monte” Veículo: Folha de S.Paulo Categoria Educação Reportagem: “A Diferença Começa na Escola” Veículo: Revista Exame

mio CNI Tempo, relata como se deu a recuperação dos cardumes de pirarucu na Reserva Mamirauá, no rio Solimões, Amazonas, depois da pesca predatória praticada na região que trouxe sérios riscos à espécie. A reportagem de Mario Adolfo teve como concorrentes as séries “Indústria descobre o caroço de açaí”, de Celso Freire e Cida Pinheiro, da rádio O Liberal CBN, e “Portos do Pará”, de autoria de Ismael Machado, do Diário do Pará. Convidado a entregar o troféu na categoria Regional Norte, o presidente da FIEAM vibrou com o resultado, que também pegou de surpresa o jornalista, ciente da qualidade e do alto nível dos concorrentes. Mário Adolfo, que tem uma carreira de mais de 30 anos no jornalismo amazonense, é o atual diretor de redação do jornal Amazonas Em Tempo.

Categoria Inovação Reportagem: “Engenheiros Ganham Currículo Novo” Veículo: O Estado de S.Paulo Destaque Regional Norte Reportagem: O Milagre dos Peixes Veículo: Amazonas Em Tempo Segundo Antonio Silva, entregar o prêmio a Mário Adolfo acabou sendo uma honra dupla por se tratar, segundo ele, de um dos mais importantes quadros do jornalismo amazonense. Para o presidente da CNI, Robson Andrade, essa foi uma noite muito especial para o Sistema Indústria. “Nós tivemos uma feliz coincidência de fazer a entrega do Prêmio CNI de Jornalismo no mesmo dia da última reunião da diretoria da CNI no mês de julho e na véspera do `Diálogo com Presidenciáveis`, que acontece nesta quarta-feira (30), na sede da CNI, com a participação dos candidatos à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) e da candidata à reeleição, presidente Dilma Rousseff.• (leia nas pág. 10 e 11)

Como cardumes de pequenos peixes, as canoas deslizam pelas águas claras e penetram nos igapós, procurando melhor local para armar suas malhadeiras ou empunhar o arpão. Quase sempre são dois pescadores em cada canoa. Mas existem as que levam mulher e filho e também aqueles que preferem pescar solitariamente. Os que cultuam a tradição de pescar com arpão buscam os capinzais nas margens do lago, onde o peixe costuma se entocar em busca de sombra e água fresca. O manejo do pirarucu é realizado desde 2002, num complexo de lagos que estão dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), criada em 1990 pelo Governo do Amazonas numa extensão territorial de 1.124.000 hectares delimitada pelos rios Solimões, Japurá e Uati-Paraná, na região do Médio Solimões, próxima à cidade de Tefé (600 quilômetros a oeste de Manaus). A assessoria técnica para a colônia de pescadores R-32 cultivar o pirarucu de janeiro a agosto é dada pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM). A pesca é feita por meio de cotas determinadas pelo Ibama, a partir do levantamento dos estoques feito pela própria colônia, com a supervisão técnica do Instituto Mamirauá. Quando o lago, enfim, se abre à nossa frente e avistamos centenas de canoas, o motor de “rabeta” tem que ser desligado. A partir de agora o silêncio é fundamental para não espantar o pirarucu. Ouve-se apenas a batida do remo na água e o canto dos pássaros, principalmente das garças que sobrevoam nossas cabeças. Se alguém precisar falar alguma coisa terá que fazer bem baixinho. - Aqueles pontinhos negros que vocês estão vendo lá na margem são jacarés -, aponta Zizinho, e como se estivesse nos aconselhando fala baixinho “que seria prudente se você parasse de mexer a mão na água para lavar o rosto”. Por volta das 8h15, o silêncio do lago é quebrado por batidas de porretes. Seu Zizinho avisa que o primeiro peixe caiu na malhadeira e é para lá que nossa canoa aponta a proa. A visão é de encher os olhos. Um pescador puxa a malhadeira e bate com cacete – ferramenta de paracuúba, fundamental para a pesca do pirarucu – na cabeça do peixe, que, conforme arriscam nossos guias, deve pesar em torno de 48 e 50 quilos. Trecho da reportagem publicada pelo jornal Amazonas Em Tempo, em 24 de novembro de 2013.

13


EAD

Estratégia para ampliar o acesso à educação

P

Pesquisa dá subsídios à CNI e ao SENAI para definir a oferta de vagas de educação a distância para todo o país

elo menos 79% dos brasileiros com mais de 16 anos reconhecem que os cursos a distância representam uma estratégia importante para ampliar o acesso à educação. É o que aponta pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope, a partir de 2.002 entrevistas com pessoas com mais de 16 anos em 143 municípios. Com base nesses resultados - e no dado revelado pela pesquisa de que apenas 6% dos entrevistados disseram já ter feito um curso a distância, a CNI, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) encontrou os subsídios para definir a oferta de vagas na educação a distância para todo o país. Atualmente, a instituição oferece 181 cursos (seis técnicos, 28 de qualificação, 12 de iniciação profissional e 135 entre os de aperfeiçoamentos e pós-graduação) na modalidade a distância. Os dados revelaram que pessoas com ensino superior completo são as que mais fizeram cursos a distância. En- mil foi o número tre as que têm o ensino de matrículas fundamental completo, na modalidade apenas 2% já tiveram Educação essa experiência. O ín- a Distância dice sobe para 6% entre registrado em as com nível médio e 2013 em todo o atinge 17% entre as de Brasil. Em 2014, foram oferecidas nível superior. No que diz respeito vagas de EAD à eficácia do ensino a também pelo distância, 43% dos bra- Pronatec

865

sileiros consideram que o ensino a distância funciona na prática. Outros 34% afirmam que não funciona. A percepção sobre o aproveitamento dos cursos também melhora conforme aumenta a escolaridade. Entre os que têm até a quarta série do ensino fundamental, 30% acreditam na eficácia dos cursos a distância. É essa a opinião de 52% entre os que têm ensino superior completo. Benefícios da EAD As razões que levam os estudantes a optarem por um curso a distância são prioritariamente a flexibilidade de horário de estudo (25%) e o preço (24%). O fato de não haver deslocamentos diários para as aulas é outra razão importante, referida por 18% dos entrevistados. Outra pesquisa, sobre a percepção da população sobre a educação profissional, informa que 40% das pessoas que nunca fizeram cursos de formação profissional alegam falta de tempo para estudar. “Vemos aí um grande espaço para a ampliação da educação profissional a distância”, afirma o gerente executivo de Educação Profissional e Tecnológica do SENAI, Felipe Morgado. Nos cursos a distância oferecidos

pelo SENAI para formação de trabalhadores, os conteúdos são apresentados com vídeos, animações, simulações e livros elaborados exclusivamente para as situações de aprendizagem. As aulas práticas, que correspondem a, pelo menos, 20% da carga horária, são ministradas nos polos de apoio presencial localizados principalmente nas escolas do SENAI. Em 2013, foram feitas 865 mil matrículas nessa modalidade de ensino. Ainda para 2014, está prevista a aprovação da oferta de cursos a distância pelo Programa Nacional de Apoio ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que deve impulsionar a realização de 1 milhão de matrículas. As informações são da CNI.


MATRIZ CURRICULAR

Dos cursos oferecidos pelo SENAI Amazonas EDUCAÇÃO AMBIENTAL - Meio ambiente, ecologia, conservação ambiental, desequilíbrio ecológico etc EMPREENDEDORISMO - Busca de oportunidades, informações e iniciativa, liderança, ética e postura profissional, criatividade, raciocínio lógico etc. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA - Tipos de trabalhador e formas de contratação, Importância do trabalho como direito social e organização social do trabalho SEGURANÇA DO TRABALHO NR - Acidentes de trabalho e suas consequências; NR-23 - prevenção contra incêndios, primeiros socorros etc TEC. DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - Sistema de informação, internet: hardware, software e comunicação, comércio eletrônico etc CONSUMO CONSCIENTE DE ENERGIA - Mapa Energético Brasileiro, Impactos ambientais, Programa Brasileiro de Etiquetagem etc PROPRIEDADE INTELECTUAL Patentes, ideias originais, uso de marcas, proteção da origem, produtos falsos e produtos verdadeiros etc

Rede SENAI tem inscrições permanentes para oito cursos de EAD no Amazonas A Rede SENAI de Educação a Distância continua com as inscrições abertas para oito cursos on-line gratuitos na modalidade Iniciação Profissional (Competências Transversais) oferecidos pelo SENAI Amazonas. Os cursos são de Educação Ambiental, Empreendedorismo, Propriedade Intelectual, Lógica de Programação, Tecnologia da Informação e Comunicação, Legislação Trabalhista, Segurança do Trabalho e Consumo Consciente de Energia.

O aluno precisa ser alfabetizado e ter acima de 14 anos de idade. Entre outros pré-requisitos, precisa de conhecimento de informática básica e dispor de microcomputador com acesso à internet, com velocidade mínima de 56kbps, além de ter instalado no computador programas específicos para acessar determinadas matérias. De acordo com Jaspe Neto, do Núcleo de Educação a Distância do SENAI Amazonas, a avaliação do aprendizado é re-

LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO - Tipos de dados, expressões lógicas, estrutura de repetição, estrutura de condição, variáveis indexados, subalgorritmos

alizada on-line, no ambiente EAD, onde a média final será composta somente da nota da avaliação final. Para se tornar apto ao certificado on-line, o alulno deverá ter aproveitamento mínimo de 70% na avaliação final. Para mais informações sobre os cursos, os telefones para contato são (92) 31829956/9971, ou pelo e-mail: ead@am.senai. br. Para inscrições, acessar o site www.senai.br/ead/transversais/

15


Educação profissional

Olimpíada de alto desempenho A SENAI Amazonas conquista medalha de ouro, de prata e de excelência na 8ª Olimpíada do Conhecimento em Belo Horizonte (MG)

lunos das ocupações industriais de vitrinismo e mecatrônica garantiram medalhas de ouro e prata, respectivamente, para o SENAI Amazonas, na 8ª edição da Olimpíada do Conhecimento, disputada em Belo Horizonte, Minas Gerais. O Estado obteve ainda a Medalha de Excelência na ocupação confecção de roupa. O resultado foi anunciado em 7 de setembro, depois de uma semana de trabalho exaustivo para cerca de 800 alunos do SENAI - e alguns do SENAC - de todo o Brasil. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, que acompanhou o primeiro dia de competição, esse resultado, o melhor já obtido pelo departamento regional na competição, revela o trabalho sério de formação profissional no Estado realizado pelo SENAI. Maurício Duarte Ferreira, 19 anos, chorou de emoção quando foi anunciado como vencedor de vitrinismo, ocupação em que teve como concorrentes alunos de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Um dos favoritos desde o início da competição, ele disse que teve dificuldade nos dois primeiros dias, mas conseguiu se recuperar nos dois dias finais de avaliação. Maurício disse que a medalha de ouro é importante porque abre uma nova perspectiva de futuro profissional. “Mas, independentemente desse resultado, eu já havia conquistado a minha medalha, a medalha do conhecimento adquirido na minha preparação e durante a

16

competição. Isso eu vou levar para o resto da vida”, disse. Maurício teve como instrutor um medalhista da OC, Elias Mota, ouro em 2006, na ocupação confecção do vestuário. Elias Mota, que atuou na Olimpíada deste ano como um dos avaliadores de vitrinismo – para cada aluno-competidor, o Estado participa com um avaliador da mesma ocupação – disse que o foco de docente e discente foi o mesmo: compromisso no processo do ensino e aprendizagem. “Tentei repassar a mesma linha de treinamento que me foi passada quando aluno. Trabalhamos sem pensar em alcançar o primeiro lugar, mas em fazer o melhor. Concluímos o treinamento do Maurício no tempo recorde de apenas quatro meses”, revelou Mota. Mecatrônica Também favorita aos primeiros lugares de mecatrônica, a dupla de alunos do SENAI Amazonas, Rafael Braga Guabiraba, 18, e Giovanne Reis Lopes, 19, acabou conquistando a prata numa disputa acirrada com outras nove duplas concor-

Delegação amazonense no desfile de abertura da OC2014

Desfile da delegação do Amazonas


rentes. A ocupação foi tão disputada que a medalha de prata foi dividida entre três duplas: Amazonas, Bahia e Minas Gerais. Os amazonenses tiveram como treinador, o ex-competidor de mecatrônica, Marcos Alexandre. A pontuação próxima dos 80% do índice de aproveitamento foi resultado do trabalho desenvolvido ao longo de quase dois anos, bem como ao compromisso comum de Rafael, Giovanne e Marcos, de juntos desenvolver a capacidade de superação e espírito de equipe. Na ocupação que simula o processo industrial de uma linha de produção, Rafael foi o programador e Giovanne o montador, mas ambos conheciam a fundo as tarefas um do outro. Esse conhecimento compartilhado da dupla confundiu os concorrentes que realizavam as provas de forma Trabalhamos com sem pensar em tradicional cada participante alcançar o 1º responsável por lugar, mas em fazer o melhor. uma só atividade. “Nossa dupla Concluímos o treinamento do não trabalha separadamente as duas Maurício partes do procesem quatro so, programação e meses ELIAS MOTA montagem. Montamos e programamos ao mesmo tempo, num trabalho con-

junto. A gente misturou para que cada um soubesse o que o outro estava fazendo. E no final, tivemos um só produto e não dois como as outras equipes”, explica Giovanne. Os competidores reconhecem a dedicação do instrutor e avaliador Marcos Alexandre que pela terceira vez consecutiva realizou treinamentos específicos para alunos do SENAI Amazonas na ocupação mecatrônica. “Seremos eternamente gratos ao Marcos pela paciência de nos ensinar tudo que sabia e hoje a gente reconhece, quem sabe, que até já superou os conhecimentos dele, evoluiu ainda mais do ponto onde ele parou”, diz Rafael. Para Marcos, os novos conhecimentos em mecatrônica adquiridos nesta edição da Olimpíada do Conhecimento serão aplicados em sala de aula no SENAI Amazonas para manter o processo de aprendizagem crescente e contínuo. “A cada ano nossa nota vem aumentando, e esse ano não foi diferente. Nossa nota subiu 11% em comparação à dupla de 2012, que conquistamos o prata”, revelou o avaliador. Aberta em 31 de agosto, a 8ª Olimpíada do Conhecimento reuniu em BH cerca de 800 alunos dos departamentos regionais do SENAI de todo o país, o que fez do evento a maior competição de educação profissional das Américas. O SENAI Amazonas participou com 13 alunos competindo em 11 ocupações industriais. A delegação amazonense contou com um aluno do SENAC, competindo no segmento de serviços.

O embaixador da Olimpíada do Conhecimento, Luciano Huck

17


Amazonas, presença forte no Expominas

Maurício, Giovanne, Rafael e Byanca Barbosa, os medalhistas do Amazonas

Medalha de Excelência Medalha de excelência em tecnologia da moda, a aluna do SENAI Amazonas, Byanca Costa Barbosa, 19, disse que todo o seu esforço valeu a pena. “Abri mão de momentos de lazer com familiares e amigos para me dedicar ao treinamento e aprender a profissão, então o resultado foi compensador”, disse. Na avaliação da competidora a conquista da medalha de excelência é mais que um reconhecimento é um marco para sua vida profissional, pois há um ano ela ainda não sabia o que seria. “Escolhi o SENAI para me qualificar e foi a melhor escolha que fiz para meu futuro, para continuar as minhas conquistas pessoais e profissionais”, ressaltou a aluna. De acordo com o regulamento da competição, a pontuação máxima dos competidores é 600 pontos. Todos os participantes que superaram a marca dos 500 pontos receberam certificado de excelência. Acima desse índice, se a diferença entre competidores for inferior a dois pontos, os lugares no pódio são divididos. Na oitava edição da OC, 20 competidores mereceram o certificado de excelência, incluindo Byanca Costa.

18

Mais de 50% das ocupações tiveram mais de um ocupante no pódio. Formação de jovens Para a coordenadora da Olimpíada do Conhecimento do SENAI Amazonas, Socorro Butel, o departamento regional da instituição, procura trabalhar melhorias técnicas e pedagógicas a cada edição deste torneio. “Na Olimpíada visamos, principalmente, a capacitação dos docentes para que possam oferecer preparação técnica e emocional aos nossos competidores. Nossa maior expectativa era de concluir mais uma participação com competidores preparados para o mercado de trabalho e avaliadores melhores para a sala de aula”, disse Butel. O SENAI Amazonas participou da OC2014 também nas ocupações de Administração de Redes, Eletrônica Industrial, Sistema de Construção Drywall, Construção em Alvenaria, Marcenaria de Móveis, Jardinagem e Paisagismo, Soldagem e Construção de Moldes, totalizando a participação de 13 alunos em 11 ocupações industriais.

A começar pelo endereço, o Amazonas teve uma forte presença no Expominas, local onde foi realizada a 8ª edição da Olimpíada do Conhecimento, em Belo Horizonte. O centro de convenções, com seus mais de 150 mil metros quadrados de área, está localizado na Avenida Amazonas, bairro Gameleira, na capital mineira. No lado de dentro, outro elemento com a marca do Estado ganhou destaque, o Projeto Samaúma, que serviu de inspiração para o Cyber, espaço de lazer em forma de barco, batizado de Samaúma III. Ao lado, uma exposição montada dentro de um contêiner contava a história da construção do Samaúma II, a nova unidade móvel fluvial do SENAI, inaugurada no início do ano. A coordenadora do Cyber, Mara Gomes, explicou que a concepção do espaço de leitura, com acesso aos meios digitais, em forma de navio, foi para retratar a importância deste primeiro meio de transporte que desvendou Brasil. Ao lado do barco, o contêiner da exposição ajudava a criar um ambiente tipicamente portuário. A exposição trazia uma série de fotos sobre as fases de construção do Samaúma II, a unidade fluvial ecologicamente correta da Rede SENAI. O novo barco, por iniciativa da CNI, veio reforçar a ação da unidade pioneira, o Samaúma, que desenvolve o ensino profissional itinerante na Amazônia há mais de 35 anos e já qualificou mais de 47 mil pessoas na região.

Presidente Dilma com o presidente da CNI, Robson Braga, e o presidente da FIEAM, Antonio Silva, diante do Samaúma III, na abertura do evento


Familiares de Agostinho Freitas cortam a fita na inauguração do Laboratório de Caldeiraria, ao lado do presidente da FIEAM, Antonio Silva

Laboratórios renovados

‘A

inauguração do Laboratório de Caldeiraria e Soldas ‘Agostinho Freitas’ sela mais um investimento da FIEAM em prol do fortalecimento da indústria amazonense, subsidiando o setor produtivo com infraestrutura para capacitação profissional de seus trabalhadores”. Assim, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, Antonio Silva, anunciou a entrega, em 1º de agosto, das novas instalações de ensino/aprendizagem do SENAI Amazonas, no Distrito Industrial, na zona Sul. Batizado em homenagem ao empresário Agostinho Freitas, fundador do Sindicato das Indústrias de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias de Manaus, morto em 2009, o Laboratório foi inaugurado junto com as áreas reformadas e ampliadas das Escolas SENAI ‘Antônio Simões’ e SENAI de Ações Móveis e Comunitárias, ambas localizadas no Distrito Industrial, como parte da comemoração pelos 54 anos da FIEAM,

FIEAM inaugura Laboratório de Caldeiraria e Soldas, e a ampliação do Laboratório de Panificação e Confeitaria

completados em 3 de agosto. “Nosso compromisso é desenvolver a indústria, garantindo o acesso à formação profissional dos trabalhadores, eixo central do sucesso de tudo que aqui é produzido. O caminho para elevarmos a competitividade de nosso parque industrial é através da educação profissional ministrada pelo SENAI, por isso entregamos o Laboratório de Caldeiraria, a ampliação do Laboratório de Panificação e Confeitaria ‘Nestor Neves’, e a modernização de salas e espaços utilizados no aprendizado dos alunos do SENAI”, disse Silva.

A solenidade contou com presença de autoridades, como o desembargador Aristóteles Lima Thury, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho, David Alves de Mello Júnior, convidados da indústria e familiares de Agostinho Freitas e Nestor Neves, que emprestam seus nomes aos laboratórios. O Laboratório de Caldeiraria e Soldas tem capacidade para atender cerca de 900 alunos por ano. Os cursos oferecidos são de caldeiraria e montagem industrial, traçados de caldeiraria, tecnologia de caldeiraria, tecnologia da soldagem, soldador oxigás, soldador tig, soldador mag e soldador eletro revestido. A modernização e ampliação do Laboratório de Panificação e Confeitaria Nestor Neves resultará num acréscimo de atendimento à indústria de 41%. Serão cerca de 600 alunos por ano formados em diversas ocupações do segmento, dentre eles padeiro, confeiteiro, cozinheiro doméstico, salgadeiro, pizzaiolo e masseiro.•

19


Oficina

Mais segurança na construção

O

uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e outras boas práticas de segurança na construção civil foram assuntos da oficina de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), promovida pela Rede SESI Amazonas de Educação para 383 alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Desenvolvidas em três dias, as oficinas foram concluídas na Escola SESI Dra. Êmina Barbosa Mustafa, no São José I, zona Leste. A iniciativa do SESI Amazonas serve de preparação para os alunos que vão participar do Concurso Nacional sobre Segurança e Saúde no Trabalho, exclusivo para as escolas do SESI e SENAI. Por meio do concurso, as duas instituições buscam despertar nos alunos o interesse pelo tema. É também uma iniciativa de mudança de comportamento para promover a consciência e a cultura de prevenção no ambiente de trabalho nos profissionais da indústria. O concurso sobre SST, que ainda não tem data definida para início das inscrições, premiou, no ano passado, nove trabalhos dos Departamentos Regionais do SESI e SENAI do Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Bahia e Minas Gerais, destacando alunos, professores ou orientadores e também escolas. O tema de 2013 foi “Como a segurança e a saúde no trabalho contribuem na promoção da qualidade de vida do trabalhador da Indústria”.

Pessoal da construção civil passa por oficina sobre as boas práticas de segurança na obra

negócio, mas sempre que preciso encaro atividades de formação por gostar do que faço”, disse o comerciante. Antônio é formado pelo SENAI e diz estar empolgado com o retorno aos estudos. A oficina de SST foi realizada por quatro profissionais do SESI Amazonas que abordaram, entre outros temas,

como se prevenir de acidentes ocasionados por falta de atenção, mal uso ou não utilização de equipamentos de proteção. “Queremos mostrar aqui que o uso de EPI’s não garante 100% de segurança, mas diminui os riscos de acontecerem acidentes”, disse a técnica de segurança no trabalho do SESI Amazonas, Milene Oliveira.•

Riscos e prevenções Para o comerciante Antonio Carlos da Silva, 65, aluno do 1º segmento da EJA, a presença da equipe do SESI esclarecendo os riscos e prevenções de acidentes e cuidados com a saúde, é essencial para despertar o interesse de todos para o tema. “As dicas de prevenção são sempre bem-vindas, principalmente para quem é da área da indústria de soldagem como é o meu caso. Hoje tenho meu próprio

20

Milene Oliveira, do SESI, orienta os alunos sobre o uso dos equipamentos de proteção


Esporte

Colecionadora de medalhas no jiu-jítsu

A

pouca idade não foi empecilho para Luana Iolanda de Almeida conquistar vaga como representante do Amazonas no Campeonato Mundial de Jiu-Jítsu Esportivo. Aos 11 anos de idade, a menina mostra que já aprendeu a conciliar esporte, estudos e família. A prova é que, no esporte, Luana coleciona inúmeros títulos no jiu-jítsu e no judô. Na escola, seu desempenho é para lá de bom, como aluna do 6º ano do ensino fundamental na Escola SESI Dra. Êmina Barbosa Mustafa, no São José I, zona Leste. Mas, para chegar a essa posição, Luana teve que percorrer uma longa trajetória. Ela disse que o incentivo da família tem sido fundamental e decisivo na sua carreira e que aos 2 anos de idade já acompanhava familiares para assistir as competições nos ginásios esportivos de Manaus. A paixão de Luana pelo jiu-jítsu foi imediata. Logo aos 3 anos de idade começou a praticar a modalidade e, segundo ela, os resultados conquistados são em razão do foco nos treinamentos. A atleta disse também que treina forte de segunda a sábado, no Clube do Trabalhador do Amazonas (SESI Clube), e que a meta era conquistar o 1º lugar no mundial e continuar os treinamentos para conseguir a faixa preta e futuramente atuar como técnica da modalidade. Promovido pela Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu Esportivo, o mundial foi realizado entre 16 e 18 de agosto, no Ginásio Ibirapuera, em São Paulo. Luana disputou na categoria peso pesado do

Aluna do SESI, Luana, de 11 anos de idade, conquistou mais uma medalha no Mundial

infantil (de 46 a 54 quilos) e ficou com a medalha de prata. Luana garante que a atividade esportiva não atrapalha o seu convívio social com as amigas, participando de brincadeiras, cinema e ouvir música. Ela disse ainda que pretende cursar a faculdade de arquitetura, mas sempre conciliando com o esporte. Em seu currículo constam

Aluna exemplar Desde 2008, Luana Iolanda é aluna da Escola SESI Dra. Êmina Barbosa Mustafa, cursando o 6º ano, turno vespertino e tem apoio do Sistema FIEAM. Luana tem mostrado também na sala de aula o mesmo talento e desenvoltura dos tatames. O supervisor de Esportes do SESI, Alberto Júnior, disse que a educação caminha junto com os esportes e as duas atividades contribuem para a formação do atleta e do cidadão. Ele disse que o esporte contribui com vários aspectos para a formação integral do aluno, como respeito às regras, trabalho em equipe e organização, enquanto que a educação contribui com o conhecimento e o desenvolvimento intelectual, ressaltando que países que utilizaram esta estratégia estão colhendo ótimos resultados

várias conquistas, como o 1º lugar no Campeonato Brasileiro Jiu-Jítsu (2012), 2º lugar na Copa América de Jiu-Jítsu (2012), 3º lugar na Copa América de Jiu-Jítsu (2013), 2º lugar no Campeonato Mundial Mirim Jiu-Jítsu (2012), 1º lugar na Seletiva Amazonense de Jiu-Jítsu (2013) e 1º lugar no XXV Campeonato Amazonense de Jiu-Jítsu (2012).

21


Programa

Colaboradoras da Fundação Nokia de Ensino assistem palestra de sensibilização na empresa

Saúde da Mulher vai às empresas

O

Programa SESI Saúde da Mulher realizou, de janeiro a agosto deste ano, 862 atendimentos a trabalhadoras em quatro empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM). Desenvolvido pelo Serviço Social da Indústria (SESI Amazonas), o programa, que utiliza unidade móvel exclusiva e ambulatórios das próprias fábricas, leva às industriárias, além dos exames específicos, orientações sobre prevenção do câncer de colo do útero e do câncer de mama. Desde o início, em 2010, o programa atendeu mais de 3 mil mulheres do PIM. Em palestra de sensibilização para trabalhadoras da Fundação Nokia de Ensino, a enfermeira Dagmar Silva, do SESI, disse que o câncer de mama é o que mais causa mortes entre mulheres no Brasil e que o índice no Amazonas ainda é muito alto. Ainda assim, de acordo com dados da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (Fcecon), o número de mortes causadas pelo câncer de mama, no Estado, caiu, de 448, em 2011, para 249 em 2012. Nas empresas do Grupo Nokia - uma

22

das primeiras empresas a aderir ao atendimento itinerante do Programa Saúde da Mulher -, 565 colaboradoras foram atendidas nesses oito anos. Na semana de 19 a 23 de maio, mais 50 passaram pelas consultas do SESI nos ambulatórios da própria empresa. Segundo Dagmar Silva, a obesidade pós-menopausa, dieta rica em gordura vegetal, consumo excessivo de álcool, além do histórico familiar são fatores de risco que podem levar à doença. Por isso, é importante que, a partir dos 40 anos, as mulheres façam anualmente exames clínicos de mamografia. Sobre o câncer de colo de útero, a enfermeira informou que a principal causa é a infecção provocada pelo vírus HPV. Ela alertou que

No primeiro semestre de 2014, o Programa SESI Saúde da Mulher realizou 862 atendimentos nas indústrias


O psicólogo Adonias Sampaio e a enfermeira Dagmar Silva (abaixo) fazem parte da equipe do Programa SESI Saúde da Mulher, que agora chega às empresas do PIM em unidade móvel

o início precoce da atividade sexual, a diversidade de parceiros e o tabagismo são fatores de risco que contribuem para causar a infecção. A técnica de enfermagem da Nokia, Elisângela Santos, disse que a parceria com o SESI mostra a preocupação da Nokia em elevar a qualidade de vida de seus colaboradores e que durante esse período, os resultados mostram que as colaboradoras estão sendo conscientizadas, tanto que cresceu o número de mulheres atendidas. O Saúde da Mulher facilita o acesso das trabalhadoras ao diagnóstico porque não há necessidade de deslocamento nem para receber o resultado, que chega à empresa por intermédio de um médico do SESI, que poderá esclarecer eventuais dúvidas.

Diagnóstico precoce O psicólogo Adonias Sampaio, que atua no Programa, disse que o objetivo do SESI é levar informações às trabalhadoras do PIM, além de oferecer exames que possibilitem o diagnóstico precoce das doenças sexualmente transmissíveis (DST’s,) e dos cânceres de mama e de colo do útero. Realizado pelo psicólogo, em local reservado, o acolhimento da trabalhadora é feito a partir de entrevista onde são abordados temas relacionados à saúde integral da paciente. Nessa etapa, o psicólogo, por meio de escuta, pode orientar conforme necessidade identificada. Ao final, será traçado um diagnóstico social e comportamental das trabalhadoras da empresa.•

23


Vira Vida

Primeira turma formada

D

A primeira turma do Projeto, no Amazonas, com 43 alunos, concluiu cursos oferecidos pelo SENAI e SENAC

epois de pouco mais de um ano de atividade, no Amazonas, o Programa Vira Vida começou a colher resultados com a formatura da primeira turma, de 43 alunos, em julho, no Clube do Trabalhador do Amazonas. A entrega dos certificados foi acompanhada pelo presidente do Conselho Nacional do SESI, Jair Meneguelli, idealizador do projeto, e pelo presidente da FIEAM e diretor regional do SESI, Antonio Silva, seu maior incentivador no Estado. O programa é desenvolvido pelo SESI Amazonas desde 2012. “Tudo o que eu quero hoje é ser uma grande empreendedora, uma cabeleireira profissional e ter o meu próprio salão. E não apenas isso: quero ser reconhecida pelo meu trabalho. Obrigada, Jair (Meneghelli). Se não fosse por você, não saberia o que ia querer para o meu futuro, e principalmente, não saberia a importância da minha família em minha vida”. Com esse depoimento emocionado, a formanda Cláudia Alencar*, 18, recebeu seu diploma do curso imagem pessoal, um dos três oferecidos aos alunos do programa no Amazonas. Assim como Cláudia, outros 112 jovens de Manaus, com histórias de vida marcadas por situações de risco social e exploração sexual, foram selecionados, em abril de 2013, para participar do programa no Estado. O desafio é promover o enfrentamento dos problemas que afetam jovens em todo o país, oferecendo capacitação profissional, acompanhamento psicossocial e fortalecimento dos vínculos familiares. Os 43 formandos da primeira turma concluíram os cursos de imagem pessoal e gestão de logística, oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC Amazonas), e de auxiliar administrativo, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Amazonas).

24

De acordo com Cláudia, sua vida antes do Vira Vida era de festas, luxúria e tudo que a fazia “feliz”, até sua casa ser invadida por policiais e sua família ser ameaçada de ser presa por suspeita de tráfico de drogas e prostituição. Foi quando o Conselho Tutelar entrou em sua vida e, com ele, o programa do SESI. Depois do depoimento emocionado, a aluna foi surpreendida pelo anúncio de Jair Meneguelli, em parceria com o presidente da FIEAM, Antonio Silva, de que vai ofertar um salão de beleza completo para que os formados no curso de imagem pessoal deem andamento ao que aprenderam com o Programa Vira Vida. Antonio Silva, que também é diretor regional do SESI, parabenizou a atitude dos formandos de não desistir de seus sonhos, e permanecer na luta contra seus próprios impulsos. “Aos formandos desejamos que esta seja a primeira de grandes vitórias. Desejamos que, com a bênção de Deus e a força da juventude de vocês creiam que estudo e trabalho são capazes de virar a vida, resgatar valores e contribuir para fazer deste mundo o lugar que todos nós merecemos”, disse Silva. Antes do final do ano, o programa deve formar a segunda turma, com mais 46 jovens, desta vez, pelo Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), oferecido pelo SENAI, nos cursos de confeitaria e operador de micro, e pelo SENAC, com gestão e logística. Os cursos são alinhados às demandas do mer-

Antonio Silva (acima) discursa na abertura da solenidade; no alto, Jair Meneguelli

cado de trabalho e às expectativas dos jovens participantes. A formatura foi encerrada com entrega de placas de homenagem aos parceiros que contribuem para o andamento do Programa Vira Vida no Amazonas, a secretária Municipal de Direitos Humano, Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh) e primeira-dama do Município, Goreth Garcia, o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Amazonas), Aldemurpe Barros, a gerente-


Parcerias estratégicas

Goreth Garcia, Antonio Silva e Thomaz Nogueira com uma formanda

Antonio Silva e Jair Meneguelli posam com a representante do Abrigo Casa Mamãe Margarida, Irmã Maria do Socorro Lopes

-executiva do Junior Achievement, Naiara Cruz, gerente de departamento regional do SENAC, Marcilene Carvalho, coordenadora de Educação do IEL Amazonas, Joelma Muniz, representante do Abrigo Casa Mamãe Margarida, Irmã Maria do Socorro Lopes, e representante da Associação de Moradores da Vila da Felicidade, Júlio César dos Santos. * Nome fictício para preservar a identidade da aluna.

Lançado em 2008, pelo Conselho Nacional do SESI, o Vira Vida já acolheu mais de 4 mil jovens em 26 cidades de 20 Estados. De acordo com o CNS, desse total, 2,2 mil já haviam concluído os cursos, sendo que a maioria foi encaminhada ao mercado de trabalho, enquanto outros 1,1 mil continuam vinculados ao programa em todo o país. Além do SENAI e SENAC, o SESI Amazonas conta com a parceria do Sebrae, Instituto Euvaldo Lodi, ONGs e empresas públicas e privadas, como o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Lanchonete Bob’s e Replásticos Indústria e Comércio Ltda, para Números do Vira inserção dessa mão de obra no Vida no Amazonas mercado. Por meio da parceria com a Início do programa Prefeitura Municipal de Manaus, no Estado: abril de alunos do Vira Vida receberam, durante este ano, atendimento 2013 médico nas especialidades de derNúmero de alunos matologia, ginecologia e infectologia, além de acompanhamento acolhidos: 113 sistemático em saúde mental. Da parceria com o Governo do EstaNúmero de alunos do, foram intermediados serviços sociais, atendimento psicológico e formados na 1ª visitas domiciliares. turma: 43 A diretora técnica do SESI Amazonas, Rosana Vasconcelos, Cursos oferecidos lembra que, em novembro do ano passado, os jovens atendidos pelo aos alunos da 1ª Vira Vida tiveram oportunidade turma: Imagem de organizar um grande fórum, pessoal, gestão e em Manaus, para debater temas importantes para eles, como direilogística, e auxiliar tos humanos e sexualidade, desiadministrativo gualdade de gênero e diversidade sexual. Outro grande momento, Número de alunos nessa primeira fase do programa, segundo a diretora, foi a particina 2ª turma: 46 pação de 19 desses jovens no 4º Cursos oferecidos Seminário Nacional Vira Vida, realizado em Brasília, em novemaos alunos da 2ª bro. “Essas experiências ajudam o jovem a resgatar sua autoestima turma: confeitaria, operador de micro, e dignidade, e o preparam para uma vida nova”, disse Rosana.•

gestão e logística

25


Negócio

Comida de rua ganha projeto inédito em Manaus SESI e Sebrae se unem para promover projeto voltado ao pequeno negócio e para tirar da informalidade vendedores ambulantes de comida na cidade

P

elo menos 100 vendedores de comida, de Manaus, tiveram a chance de participar, entre julho e agosto, da primeira etapa do Projeto Comida de Rua, que une a especialidade do Sebrae na formalização de pequenos negócios às habilidades do Cozinha Brasil, programa de educação alimentar do SESI que difunde práticas de alimentação saudável e aproveitamento integral dos alimentos. A meta é que até o fim do ano, outras 100 pessoas recebam capacitação pelo projeto na cidade. Iniciativa do Conselho Nacional do SESI e do Sebrae, o Projeto Comida de Rua oferece oportunidade para o pequeno empreendedor melhorar a gestão do seu negócio e diversificar sua produção por meio de um curso de 39 horas. De quebra, aos que se encontram na informalidade, é dado início ao processo para retirada do CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), primeiro passo para a formalização do negócio. Cerca de 10% da carga horária do curso, de acordo com o instrutor Humberto Silva, do Sebrae-AM, são dedicados ao processo de formalização do negócio para o microempreendedor. O restante das aulas é dividido entre as Oficinas SEI e as aulas do Cozinha Brasil. Da parte do Sebrae, o Comida de Rua

26

passa informações que vão dos princí- armazenamento dos alimentos, além da pios, fundamentos e práticas do empre- higiene do manipulador e dos alimenendedorismo aos elementos essenciais tos”, explicou. para aquisição dos produtos, passando pela melhor maneira de vender e controFerramentas essenciais lar o dinheiro. De acordo com a diretora técnica do Planos de negócios, planejamento PORTAS ABERTAS PARA SESI Amazonas, Rosana Vasconcelos, estratégico, comunicação visual e quao curso Comida de Rua, que terá mais DO lidadeSEU são algumas das ferramentas esO CRESCIMENTO NEGÓCIO duas turmas, em Manaus, entre setem- senciais para que o empreendedor tenha bro e outubro, foi montado com base em sucesso em seu negócio. A afirmação é um mapeamento das necessidades dos do consultor do Sebrae-AM, Humberto pequenos empreendedores do segmen- Silva, em palestra para pequenos empreto de alimentação. “Estamos passando sários do segmento de alimentação que conhecimentos sobre educação e segu- compõem a segunda turma do projeto rança alimentar, sobre as boas práticas Comida de Rua. no preparo, manipulação, conservação e Segundo Humberto Silva, é preciso


Visão empreendedora

Humberto Silva, do Sebrae, faz abordagem de comerciantes do Alvorada e fala sobre o projeto

organizar a empresa com os olhos do cliente, com proatividade e coerência para que o produto tenha grande procura. Ele diz que existe muita diferença entre comprar e vender. “É preciso investir no sonho, além de ter muita persistência para que o produto seja transformado em objeto de desejo”, disse. Durante o curso, o Sebrae realiza as oficinas sobre empreendedorismo, planejamento, compras, vendas e administração financeira. O SESI, por intermédio das nutricionistas Gilma Bispo e Evely Medeiros, fica responsável pelas oficinas de manipulação, armazenamento e aproveitamento dos alimentos. Evely Medeiros disse que os cuidados com a higiene visam eliminar ou reduzir os micro-organismos, evitando que causem doenças aos consumidores. As orientações vão da necessidade dos manipuladores lavarem as mãos com água e sabão antes de manusear os alimentos, assim como as verduras, frutas e legumes, que devem ser lavados em água corrente, limpa e tratada. Segundo, a nutricionista do SESI, o desperdício deve ser evitado com o aproveitamento das cascas das frutas e sementes. Evely alerta ainda sobre a importância de se saber a procedência dos alimentos. A mineira Rosa Maria dos Santos, uma das participantes da segunda turma do curso, está em Manaus há cinco anos e, depois de trabalhar na área de atendi-

mento ao público, resolveu montar seu próprio negócio. Desde 2012, Rosa participa da Feira da Eduardo Ribeiro, aos domingos, comercializando café da manhã com pão de queijo, roscas e doces. A empreendedora revela que nos primeiros meses vendia apenas 100 pães de queijo, mas com o crescimento do negócio, vende hoje aproximadamente 2,5 mil pães por domingo. Para Rosa, o curso é importante pelo aprendizado sobre manipulação dos alimentos e a organização do dinheiro.•

Pelo menos 200 trabalhadores de 50 estabelecimentos, entre lanchonetes, restaurantes e bancas de churrasquinho, localizadas no entorno da Escola SESI do bairro Alvorada foram abordados por técnicos do Sebrae e receberam informações sobre o Projeto. Francisco Farias, de 35 anos, empresário do bairro, disse está há 12 anos no segmento de alimentação, e revela que iniciou suas atividades com uma banca de churrasquinho na calçada, cresceu e hoje emprega 12 trabalhadores. Atualmente, Farias abre seu estabelecimento de segunda a segunda, como churrascaria pela parte do dia e à noite como pizzaria. Na opinião do empresário, o negócio cresce com qualidade quando todos os funcionários envolvidos no processo tenham conhecimento de higiene, venda, e atendimento. “Para cobrar tem que ter conhecimento”, disse. O projeto foi montado com base em um mapeamento das necessidades dos pequenos empreendedores do segmento de alimentação.

Oficinas de manipulação e aproveitamento de alimentos são oferecidas pelo SESI

27


Lançamento

Memórias de Moyses Israel Na comemoração dos seus 54 anos, FIEAM rende homenagem aos 90 do seu fundador completados em fevereiro deste ano

O

lançamento de “Moyses Israel”, livro de memórias do empresário, assinado pela jornalista Etelvina Garcia, marcou o aniversário de 54 anos da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM). O livro é, também, uma homenagem da entidade aos 90 anos do seu fundador, Moyses Benarros Israel, reverenciado por sua contribuição para o desenvolvimento econômico, educacional e social do Amazonas. Em tons biográficos, o livro cobre a trajetória pessoal e empresarial do decano da FIEAM. “Homenageamos este homem cuja vida, ao longo de nove décadas, tem sido um exemplo de inteireza de caráter, de idealismo e, sobretudo, de solidariedade humana. Podemos dizer, sem medo de errar, que ‘Seu’ Moyses foi um presente de Deus para o Amazonas e para a FIEAM”, discursou o presidente da FIEAM, Antonio Silva. A solenidade contou com a presença de autoridades públicas, empresários da indústria e comércio, e convidados, dentre eles o secretário de Estado da Cultura, Robério Braga, e o secretário Municipal da Casa Civil, Lourenço Braga. “A comemoração dos 54 anos de existência da FIEAM não poderia ser melhor com este ato de oferecer à posteridade um livro sobre a extraordinária vida do amigo e companheiro de longas datas, Moyses Israel, de quem tenho o privilégio de receber todo dia sabedoria, generosidade e, sobretudo, experiência, como conselheiro fiscal desta diretoria”, ressaltou Silva. O economista Alfredo Lopes considera que a marca do empresário Israel é de atuar nos bastidores para que o Amazonas avan-

28

A escritora Etelvina Garcia com Antonio Silva e Moyses Israel no lançamento do livro

ce. “Moyses só fala do futuro, apesar de representar as lutas do passado. Ele fala em plantar petróleo, em voltar ao interior, em beneficiar castanha, em agregar tecnologia à nossa biodiversidade para plantarmos acervo biológico com inovação e prosperidade”, declarou Lopes, revelando que os

investimentos do tio e sócio Isaac Sabbá, habilitaram Moyses a criar uma carreira empresarial digna na exportação da borracha, castanha e madeira, bem como incentivou a vontade de trazer coisas novas para impulsionar o desenvolvimento do Amazonas, resultando na implantação da


l em livro Refinaria de Manaus. “Relatei a biografia dos meus 53 anos nesta casa (FIEAM), mas tomei a liberdade de incluir a história do meu tio e meu mentor, Isaac Benayon Sabbá, do qual fui sócio aos 18 anos de idade. Ele foi um grande industrial do Amazonas, homem de grande influência no desenvolvimento econômico deste Estado e na minha vida também”, lembrou o empresário Moyses Israel. Na análise do secretário Lourenço Braga, o homenageado é símbolo do Amazonas. “O Estado deve a este homem, bem como muitos de nós e as academias, pois Moyses nos doou generosidade, visão extraordinariamente amazônida, sabedoria e bens para que pudéssemos sustentar nossos tentáculos aqui nesta terra”, avaliou. O secretário Robério Braga buscou inspiração na poesia para falar do amigo homenageado: “Sobre sua vida não haverá silêncio jamais, o sol não há de se por, a luz será permanente pela grandeza do seu espírito, pela beleza do seu coração, pela singeleza da sua conduta e, sobretudo, pela dignidade do seu trabalho”. Ainda como parte das comemorações pelos 54 anos da FIEAM, o presidente Antonio Silva conduziu os presentes às instalações reformadas e revitalizadas do Edifício Albano Franco, sede da entidade. O secretário Robério Braga disse que a intervenção da administração do presidente Antonio Silva na modernização da infraestrutura, do funcionamento, da mentalidade e da dinamização das ações da FIEAM são de grande importância. “Tais iniciativas são verdadeiramente traços característicos da personalidade de Antonio porque em outras missões se comportou com a mesma conduta”, avaliou o secretário de Cultura.•

Moysés Israel com os filhos David e Paulo, a sobrinha Mirrian e a irmã Esther

Da juta à exploração do petróleo Aos 90 anos, Moyses Israel relata no Isaac se tornaria uma das seis empresas livro a trajetória da família e de suas ati- privadas (100% de capital nacional) a vidades no segmento de exportação de construir e explorar refinarias de petrócastanha, borracha, juta, petróleo, madei- leo no Brasil. ra, entre outros produtos regionais que Moyses Israel assumiu a responsabiseguiam, principalmente para o mercado lidade de fazer contato com bancos ameconsumidor europeu. ricanos para obter carta de crédito para Nascido em Manaus, em 10 de feve- efetivar as compras dos equipamentos reiro de 1924, Moyses é filho de Salomon da refinaria. e Carlota Israel. Com a morte do marido, E o jovem empresário conseguiu o aos 34 anos, de síncope cardíaca, Carlota crédito para a Sweeco, empresa contramudou-se com os filhos - Moyses, entada para construir os tão com 10 anos de idade, Esther, Stela equipamentos da refie Mery - para a casa do irmão, Isaac Foi neste naria, com o Chemical Sabbá. período que Bank, que por não ter Desde os 11 anos, Moyses trabacomecei a ir agências no Brasil fez lhou com Isaac e, aos 18 anos, o tio para Itacoatiara uma transação com pediu à irmã Carlota a emancipação em navios o Banco da America do filho para que se tornasse seu sócio e lá conheci que possuía filiais em na firma I.B. Sabbá & Cia, em 1942. Em pessoas que São Paulo e no Rio de 1943, a empresa era reconhecida como marcaram Janeiro, para dar início uma das maiores expressões da indús- minha ao maior investimentria no Amazonas no beneficiamento história to de Isaac Sabbá no e exportação de castanha, borracha e Amazonas. madeira. MOYSES ISRAEL Fartamente ilus“Foi neste período que comecei a ir trado com fotos, depara Itacoatiara em navios e lá conheci senhos, recortes de jornais e fac-símiles pessoas que marcaram minha história, de documentos importantes, o livro, de como a dona Ida Ramos, com quem eu 186 páginas, é uma homenagem da FIEtomava café todas as manhãs quando AM aos 90 anos, completados este ano, o navio aportava para ser carregado de do seu fundador. Moyses Israel ocupou castanhas”, lembra. o cargo de 1º vice-presidente da primeiDevido a algumas crises sugiram no- ra diretoria aclamada em 3 de agosto de vas oportunidades de negócios, como a 1960, da qual o empresário Abrahão Sainstalação de uma refinaria em plena flo- bbá era presidente. Desde então, Israel resta amazônica. O título para instalação esteve presente na maioria das compoda Refinaria de Manaus foi concedido sições de diretoria da FIEAM, onde ocuem 1953, autorização dada pelo Conse- pa, atualmente, o cargo de presidente do lho Nacional de Petróleo. A empresa de Conselho Fiscal.

29


Dança do ventre para todos SESI promove Oficina de Dança do Ventre direcionada a iniciantes, principalmente às mulheres da indúystria e seus dependentes

A

longamento e aquecimento são os primeiros passos para quem busca qualquer atividade física. Na dança do ventre não é diferente: para fazer aquela movimentação contínua e ondulante dessa dança oriental voltada basicamente para as mulheres, é necessário, primeiro, aquecer e alongar, para depois aplicar a técnica. E não é tão fácil quanto se pensa. Foi o que ensinaram as professoras do SESI Amazonas, Sarah Masulo e Rafaela Nascimento, na Oficina de Dança do Ventre, oferecida em agosto, no Clube do Trabalhador. A oficina foi direcionada a iniciantes, principalmente às mulheres de várias faixas-etárias. De acordo com a professora Rafaela, a corrida pela igualdade no mercado de trabalho faz com que as mulheres busquem também qualidade de vida, autoestima e tranquilidade para resistirem à pressão do dia a dia. “Além de buscarem os benefícios que a dança traz, especialmente aquelas mulheres que desejam ser mães, pois a dança provoca um aumento dos hormônios”, explica Rafaela. Para a professora, a dança hoje é considerada um exercício completo, por trabalhar a mente e o corpo, oferecendo

30

A professora Sarah Masulo orienta a série de alongamentos durante a oficina de dança

bem-estar e saúde, seja para criança ou adulto, homem ou mulher. Famoso ‘bendito é o fruto’, o industriário Pedro Paulo da Silva, 22, funcionário da Magnum Indústria da Amazônia S/A, e acadêmico de dança na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), não se intimidou no meio da mulherada reunida na oficina. Junto com a mulher, Estelita de Jesus, 31, ele disse que fez a oficina para romper as barreiras do preconceito e ficou satisfeito com a experiência.

“Já participamos (ele e a mulher) de um grupo de dança de salão e um de balé, e hoje estou aqui para participar da oficina de dança do ventre, pois nunca praticamos essa modalidade. Sei que não é para homem, mas eu acompanhei e gostei muito”, disse Pedro. A oficina teve duração de duas horas e apresentou variações desta dança que concentra repetições no ventre com movimentos de encaixe, desencaixe e ondulações pélvicas, bem como de todo o corpo.•


31


32


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.