FIEAM Notícias Ed.83

Page 1

Ano VIII • nº 83 •nov/dez • 2014

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas


Miguel Ângelo/CNI

Índice

22

FIEAM faz homenagem aos jornalistas Baby Rizzato e Dudu Monteiro de Paula

6

CNI promove 9º Encontro Nacional da Indústria e lança carta com as reivindicações do setor

10

Empresa amazonense FabriQ recebe Prêmio Finep de Inovação para Pequena Empresa Região Norte

18

Barco-Escola SENAI Samaúma 2 tem aula inaugural no município de Tefé

26

Núcleo SESI de Dança reúne alunos em mostra de fim de ano

2


Miguel Ângelo/CNI

Editorial

E

m perspectiva, 2014 foi um ano difícil para a indústria brasileira e, particularmente, para a indústria do Amazonas. O desempenho do nosso Polo Industrial não alcançará o resultado de 2013 e deve fechar o ano com uma queda no faturamento de aproximadamente 3,5%. O resultado não deve ficar muito acima dos US$ 37 bilhões. Como já era esperado, as maiores quedas devem ficar com os subsetores de Duas Rodas e Eletroeletrônico, por sinal, os de maior representatividade no PIM. São os mais desenvolvidos, de maior faturamento, maior capacidade produtiva e maior geração de emprego. O desempenho fraco de um desses subsetores afeta de forma grave o resultado de todo o Parque Industrial do Estado. Por outro lado, dentre os subsetores que deverão apresentar variações positivas no resultado final de 2014, calculado em

dólar, podemos destacar o Metalúrgico, o Mecânico, Termoplástico, Bens de Informática, Relojoeiro e Químico. Da nossa parte, as dificuldades não impediram o Sistema FIEAM de realizar grandes feitos em 2014, também porque a maior parte deles já vinha sendo gerada em anos anos anteriores. Como foi o caso do Barco-Escola Samaúma 2, que foi para nós, da inauguração, em fevereiro, à aula inaugural, em dezembro, motivo de orgulho. O 2º barco-escola vem reforçar as ações móveis levadas a efeito pelo SENAI nas calhas dos rios da Amazônia e iniciadas há 35 anos pelo 1º Samaúma. Juntos, os dois barcos vão possibilitar a capacitação de pelo menos 5 mil pessoas a cada ano na região. Outro grande feito foi o início das atividades do Centro Integrado de Educação SESI/ SENAI Padre Francisco Luppino, no município de Parintins, inaugurado no

ANTONIO CARLOS DA SILVA 1º Vice-Presidente: ATHAYDES MARIANO FÉLIX 2º Vice-Presidente: AMÉRICO AUGUSTO SOUTO RODRIGUES ESTEVES Vice-Presidentes: NELSON AZEVEDO DOS SANTOS, TEREZA CRISTINA CALDERARO CORRÊA, ROBERTO DE LIMA CAMINHA FILHO, ALDIMAR JOSÉ DIGER PAES, WILSON LUIZ BUZATO PÉRICO, CARLOS ALBERTO ROSAS MONTEIRO, EDUARDO JORGE DE OLIVEIRA LOPES, AMAURI CARLOS BLANCO, HYRLENE BATALHA FERREIRA, SÓCRATES BOMFIM NETO 1º Secretário: ORLANDO GUALBERTO CIDADE FILHO 2º Secretário: FRANK BENZECRY 1º Tesoureiro: JONAS MARTINS NEVES 2º Tesoureiro: AUGUSTO CÉSAR COSTA DA SILVA

Presidente do Sistema FIEAM

final de 2013. O complexo oferece 1.700 vagas, sendo 400 para educação infantil e fundamental, a cargo do SESI, e 1.300 para os cursos profissionalizantes do SENAI. Para 2015, as projeções são de um ano ainda com graves problemas econômicos para o país, pelo menos até o primeiro semestre, muito embora acreditemos numa recuperação lenta, mas constante. A partir do segundo semestre, vislumbramos melhoras significativas, na expectativa de que medidas corretivas sejam adotadas na condução da política econômica brasileira, e que o mercado internacional apresente também recuperação mais consistente.

Expediente

Diretoria Presidente:

Antonio Carlos da Silva

Diretores: AGOSTINHO DE OLIVEIRA FREITAS JÚNIOR, CARLOS ALBERTO MARQUES DE AZEVEDO, ROBERTO BENEDITO DE ALMEIDA, LUIZ CARVALHO CRUZ, CARLOS ALBERTO MONTEIRO, MAURÍCIO QUINTINO DA SILVA, JOAQUIM AUZIER DE ALMEIDA, PAULO SHUITI TAKEUCHI, ANTONIO JULIÃO DE SOUSA, MÁRIO JORGE MEDEIROS DE MORAES, DAVID CUNHA NÓVOA, GENOIR PIEROSAN, CRISTIANO IUKIO MORIKIO, CLEONICE DA ROCHA SANTOS, ARIOVALDO FRANCISCHINI DE SOUZA Conselho Fiscal: Titulares: MOYSES BENARROS ISRAEL, RENATO DE PAULA SIMÕES, JOSÉ NASSER Suplentes: ALCY HAGGE CAVALCANTE, CARLOS ALBERTO SOUTO MAIOR CONDE, DAVID NÓVOA GONZALES Delegados representantes junto ao Conselho da CNI Titulares: ANTONIO CARLOS DA SILVA, ATHAYDES MARIANO FÉLIX Suplentes: AMÉRICO AUGUSTO SOUTO RODRIGUES ESTEVES e FRANCISCO RITTA BERNARDINO

Ano VIII • nº 83 •nov/dez • 2014

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas

PUBLICIDADES Alessandra Cordeiro, Andressa Sobreira FOTOGRAFIAS Comunicação CAPA Andrea Ribeiro

Revista editada pelo Sistema FIEAM DIRETOR DE COMUNICAÇÃO E MARKETING (DCM) Paulo Roberto Gomes Pereira GERENTE DE COMUNICAÇÃO Idelzuita Araújo - MTE 049/AM REDAÇÃO Ademar Medeiros - MTE 289/AM Evelyn Lima - MTE 151/AM Mário Freire - MTE 092/AM Cristiane Jardim

O conteúdo dos artigos e textos assinados é de inteira responsabilidade de seus autores. Av. Joaquim Nabuco, 1919, Centro CEP 69020-031 Manaus/AM Fone: (92) 3186-6576 Fax: (92) 3233-5594 www.fieam.org.br faleconosco@fieam.org.br Acesse: /sistemafieam

@fieam

/user/fieam DIAGRAMAÇÃO Herivaldo da Matta - MTE 111/AM

Tiragem desta edição: 2.300 exemplares Impressão: Grafisa

3


Destaques

Conexão Mundo inicia rota para EUA Os estudantes amazonenses Gabriel Alves e Felipe Monteiro, ambos de 15 anos, estão entre os 100 alunos dos departamentos regionais do SESI e SENAI de todo o Brasil selecionados para participar de intercâmbio nos Estados Unidos. A seleção foi a segunda etapa do Programa Conexão Mundo. Desenvolvido pelo SESI e SENAI, em parceria com a ONG americana US Brazil Connect, o Conexão Mundo anunciou, no fim de novembro, os alunos selecionados para o intercâmbio durante a certificação da primeira turma do programa no Amazonas formada por 25 alunos. Empolgado com a viagem para os

EUA, Gabriel disse que o curso foi fundamental para o domínio do idioma inglês, e que conseguiu evoluir bastante tanto na pronúncia quanto no vocabulário. O aluno disse que o diálogo constante com as professoras americanas foi o diferencial do curso, o que facilitou muito o aprendizado. “Como as professoras não dominavam o português, os diálogos sempre em inglês exigiram muito do aluno, mas facilitaram a compreensão do idioma”, disse. Para Gabriel, o curso vai abrir as portas para quem quer trabalhar em empresas multinacionais do Polo Industrial de Manaus (PIM). Ele pretende estudar astronomia em uma faculdade de São Paulo.

Os 25 alunos da primeira turma do Conexão Mundo receberam certificados

Com carga horária de 340 horas, o Conexão Mundo é gratuito e teve início em abril de 2014 com alunos do EBEP, modalidade que alia a educação básica do SESI à educação profissional do SENAI, coordenado pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM). O curso contempla etapas a distância e presencial. A coordenadora do Programa, Luana de Freitas, disse que alguns alunos iniciaram o curso sem nenhum conhecimento e que hoje já conseguem compreender o idioma. Segundo Luana, o aprendizado foi de forma lúdica, brincando, e que o conhecimento foi adquirido normalmente.

Felipe Monteiro e Gabriel Alves posam com a coordenadora Luana de Freitas

Casa Vhida faz o tradicional Bazar Beneficente de fim de ano A Associação de Apoio à Criança com HIV, Casa Vhida, organização não-governamental (ONG) que cuida de crianças com o vírus HIV, promoveu, em dia 15 de novembro, seu tradicional Bazar Beneficente, para angariar fundos para a instituição. O evento foi realizado no Clube do Trabalhador do Amazonas. Móveis, eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos, roupas, brinquedos, sapatos, todos em perfeito estado e preços populares foram vendidos ao longo do dia,

4

das 9h da manhã às 19h. As crianças da Casa têm acesso a atendimento médico, psicológico, odontológico, nutricional, social e de lazer, além de orientação aos familiares. E também recebem leite enriquecido, cesta básica e remédios. A ONG está localizada na Rua Pedro Álvares Cabral, 395 - Dom Pedro. A Casa Vhida abriga jovens até os 18 anos de idade, que, após essa etapa, são encaminhados à família ou a outra instituição chamada “a nossa casa”, ONG localizada no centro da cidade.


Embaixador da Alemanha visita FIEAM

Aluna do SESI vence concurso de redação

Em visita à Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), em dezembro, o novo embaixador da República Federal da Alemanha, no Brasil, Dirk Brengelmann, disse que o Amazonas pode se tornar um grande parceiro do seu país, na perspectiva do desenvolvimento sustentável, principalmente em relação a projetos de energia renovável. O embaixador foi recebido pelo vice-presidente da FIEAM, Nelson Azevedo, e pelo diretor executivo do Centro Internacional de Negócios (CIN), Marcelo Lima. Brengelmann, que assumiu a Embaixada em agosto, recebeu informações atualizadas sobre a Zona Franca de Manaus. Nelson Azevedo explicou que o modelo de desenvolvimento econômico hoje desfruta de uma situação mais confortável depois de aprovada a prorrogação dos seus incentivos fiscais até o ano 2073. “O Brasil é um excelente lugar para se investir e a Zona Franca mais ainda”, disse o vice-presidente.

A estudante Vivian de Souza Corrêa, de 12 anos, do 7º ano da Escola SESI Abrahão Sabbá, de Itacoatiara conquistou o 1º lugar, na categoria Ensino Fundamental, no concurso de redação promovido pela Agência Fluvial da Marinha do Brasil no município, abordando o tema “A reconstrução da estação brasileira na Antártida”. O concurso teve a participação de 330 alunos de escolas públicas e privadas, sendo 190 do Fundamental e 140 do Médio. De acordo com a gerente da Unidade de Educação, Ida Lúcia Silva, o resultado evidencia a importância da produção de texto no processo de ensino/aprendizagem priorizado pela proposta curricular da Escola SESI Abrahão Sabbá, além de ressaltar o papel do professor como grande estimulador no aprimoramento da escrita, como também no crescimento intelectual, social e afetivo do aluno. Segundo a gerente, é a primeira vez que a escola participa do concurso realizado em várias etapas. Os alunos foram orientados a fazer uma pesquisa sobre o tema ‘A nova estação da Marinha: O reafirmamento do compromisso com o continente gelado”, e logo após a produção textual coletiva, que serviu de base para os textos individuais. Durante a solenidade de premiação realizada em dezembro, na sede da Marinha, localizada no Centro da cidade, Vivian Corrêa recebeu certificado, medalha e um tablet pela conquista, enquanto que a Escola Abrahão Sabbá foi premiada com certificado de participação. A gerente agradeceu o apoio da supervisora de Educação das Escolas SESI no interior do Estado, Hyrlene Ferreira, da diretora técnica do SESI Amazonas, Rosana Vasconcelos, da gerente de Educação do SESI, Rita Machado, do empresário e conselheiro da FIEAM, Moyses Israel, por mais esse ganho no macrocampo educacional de Itacoatiara.

O vice-presidente Nelson Azevedo (esquerda) e o embaixador alemão Dirk Brengelmann

Antonio Silva entregou troféu ao jornalista Mário Adolfo na edição 2014 do Prêmio

CNI inscreve para Prêmio de Jornalismo 2015 Estão abertas as inscrições para o Prêmio CNI de Jornalismo 2015. As inscrições devem ser feitas pela internet, no site do prêmio. Além dos R$ 310 mil em prêmios, os trabalhos vencedores das categorias especiais Educação e Inovação e do Grande Prêmio José Alencar de Jornalismo receberão uma bolsa de estudos para o curso Gestão Estratégica para Dirigentes Empresariais. O curso é ministrado em Fontainebleau, na França, pela escola de negócios Insead, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Poderão concorrer trabalhos jornalísticos veiculados em jornais, revistas, TVs, rádios, sites e blogs entre 1º de junho de 2014 e 25 de maio de 2015, Dia da Indústria. As inscrições vão até 27 de maio de 2015. O anúncio dos finalistas ocorrerá em 29 de junho do próximo ano. A entrega dos prêmios está prevista para 28 de julho de 2015. O concurso premiará as melhores reportagens ou séries relacionadas ao setor industrial e à agenda estratégica definida no documento Mapa Estratégico da Indústria (2013-2022).

5


Indústria

Uma nova agenda para o Brasil

O

Presidente da CNI, Robson Braga de Andrade fez um balanço do desempenho da indústria na abertura

Pelo 9º ano consecutivo, CNI realiza o ENAI, desta vez, com a participação de 1.800 líderes empresariais de todo o país

s avanços alcançados e os obstáculos que as empresas e o país terão de superar nos próximos quatro anos fizeram parte do balanço apresentado pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, na abertura do 9º Encontro Nacional da Indústria, o ENAI. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, se uniu a outros 1.800 líderes empresariais reunidos no evento, realizado nos dias 5 e 6 de novembro, em Brasília. Questões como produtividade, reforma tributária, educação, infraestrutura, relações do trabalho, segurança jurídica e integração do Brasil à economia internacional foram discutidas durante o evento, encerrado com a apresentação da Carta da Indústria, com as propostas do setor produtivo ao novo governo.

No primeiro dia, dentro do painel que tratou da produtividade nas empresas, foram discutidas estratégias para implementação da agenda da competitividade no país. Um segundo painel tratou da qualidade da educação, e os empresários ainda discutiram propostas para a reforma tributária e o ajuste fiscal. No segundo dia, os empresários avaliaram estratégias para aumentar a inserção do Brasil na economia mundial, os caminhos para fortalecer a segurança jurídica, a agenda para a infraestrutura de 2015 a 2018 e as propostas para o país avançar nas relações do trabalho.

Um dos painéis do Encontro contou com a participação de ministros, deputados e senadores

Carta da Indústria 2014 A Indústria tem pressa A indústria brasileira tem pressa. Pressa para solucionar seu problema de competitividade. Pressa para voltar a ser o centro dinâmico do crescimento brasileiro. Pressa para contribuir para o Brasil avançar no seu desenvolvimento econômico, social e político. Nos últimos anos, a indústria cresceu muito pouco, muito menos que a economia. A manufatura se mantém estagnada desde 2010 e a produção da indústria geral encontra-se abaixo da registrada na pré-crise de 2008. Como resultado, a participação da indústria no PIB é de 25%, dez pontos percentuais a menos que nos anos 90. A indústria de transformação representa hoje apenas 13% do PIB. O Brasil não pode se contentar em ser um coadjuvante no cenário industrial mundial. A participação do Brasil no valor da transformação industrial mundial ficou praticamente estagnada de 2000 a 2013.

6

Foco na competitividade e governança para enfrentar os problemas Nossas dificuldades têm suas raízes na falta de competitividade. Nossos custos crescem mais que a produtividade, alijando nos sos produtos dos mercados. O Brasil precisa ter uma agenda com metas claras e objetivos definidos sobre o que pretende alcançar para tornar-se mais competitivo em curto e médio prazo. Isso exige uma governança especial capaz de gerir, coordenar e monitorar as transformações requeridas. Pontos fundamentais para serem resolvidos até 2018 O Brasil precisa estar preparado responder sobre a melhora dos indicadores de competi-

tividade. Em quatro anos queremos afirmar: • O sistema tributário está livre das principais ineficiências que o caracterizavam em 2014 (cumulatividade, oneraçāo das exportações e investimentos, descasamento entre prazos dos pagamentos de tributos e prazo de vendas). Sua complexidade reduziu-se de forma expressiva, tornando-se compatível com os padrões internacionais; • O sistema de relações de trabalho evoluiu em direção ao reconhecimento da negociação com legislação moderna, compatível com as atuais condições de trabalho e com segurança jurídica; • Os investimentos em infraestrutura cresceram em relação ao PIB por meio de maior participação do capital privado e de maior alocação de recursos públicos; • A política fiscal evoluiu de forma a propiciar o crescimento da taxa de investimento, redução da taxa de juros a níveis próximos do internacional e uma taxa de câmbio


Fotos: José Paulo Lacerda/CNI

Ministro Aloizio Mercadante prometeu seguir os estudos da CNI

“Precisamos de ações concretas. Só assim a confiança para investir será restaurada”, afirmou Andrade na abertura, que contou com a presença dos ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e Mauro Borges, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e do senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE). Diante dos empresários, o ministro Aloizio Mercadante, prometeu que a agenda de mudanças para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff teria como base os 42 estudos apresentados pela CNI durante a campanha eleitoral. Já o então ministro Mauro Borges, do MDIC, reconheceu que a indústria foi o setor mais afetado pela crise externa. “A indústria está em uma situação preocupante”, afirmou, defendendo que o setor tenha prioridade na agenda do governo. Ele elogiou as medidas propostas pela CNI. “A agenda da CNI é convergente com a política industrial e tecnológica do governo.” Entre as mudanças indispensáveis para a recuperação da indústria, elencou Borges, estão os investimentos em infraestrutura, a reforma tributária e a busca de acordos comerciais com parceiros importantes para o Brasil, como o tratado Mercosul-União Europeia, e o aperfeiçoamento das relações com os Estados Unidos e a China. As informações são CNI.

mais estável e competitiva; • A política comercial ativa, desburocratizada e com foco em mercados estratégicos permitiu uma maior e melhor inserção internacional para um número expressivo de empresas brasileiras de todos os portes e setores. É tempo de correção de rota A indústria do futuro já está hoje no presente. A crise mundial fez as economias avançadas reavaliarem suas estratégias. A indústria nos Estados Unidos, epicentro da crise, já retoma sua capacidade de competir e se reestrutura. A Europa busca equacionar seus problemas de custos. Acordos regionais de comércio e políticas voltadas para a maior integração a cadeias globais de valor se proliferam no mundo. A maioria dos países emergentes faz o mes-

mo: se torna mais competitivo e se insere no mercado global. Essa é a prioridade para o Brasil. Além da indústria O processo de crescimento, em especial a expansão da classe média, produz transformações e novas demandas. As novas gerações têm novas expectativas. A agenda do Estado eficiente e profissional é uma prioridade para a sociedade e para a indústria. O Estado precisa oferecer serviços públicos de qualidade (sobretudo a educação), aumentar a sua eficiência na execução de projetos - em especial de infraestrutura, garantir a segurança jurídica necessária à operação dos empreendedores e ter capacidade de conduzir as reformas necessárias para o Brasil crescer mais e melhor. Para o Brasil avançar, o aperfeiçoamento contínuo das instituições é essencial. Essa

agenda requer a evolução das instituições guardiãs da moeda e das contas públicas, da Justiça, da educação e da ciência e tecnologia, da segurança pública, das agências reguladoras, do sistema de proteção aos direitos de propriedade e das instituições provedoras de bens públicos. Da mesma forma, as organizações da sociedade civil e as empresas precisam estar aptas a enfrentar os desafios colocados pelas transformações do Brasil. É o avanço do capital institucional que garantirá o crescimento sustentável do país. Propostas e diálogo A indústria, ao apresentar as suas propostas ao país, espera abrir um diálogo permanente e profundo com as forças da sociedade, o Congresso, o Executivo e o Judiciário para o Brasil enfrentar os seus desafios e criar condições para a sua evolução em direção a uma sociedade justa e próspera.

7


Lobby

Estudo da CNI aponta que aumentou a participação da indústria no PIB do Amazonas e nos outros Estados do Norte, Centro-Oeste e Nordeste

Estudo revela perfil da indústria

D

ono do segundo maior PIB industrial da região Norte, com R$ 19,3 bilhões, o estado do Amazonas garante, com a indústria, 36,7% da sua economia. O setor, que emprega 180 mil trabalhadores e paga o quarto maior salário industrial médio do Brasil, tem seu ponto forte na fabricação de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos, que, respondem por 24,9% da produção industrial do Estado. Os números fazem parte do estudo inédito ‘Perfil da Indústria nos Estados’, da Confederação Nacional da Indústria, (CNI) lançado durante o 9º ENAI, que revela a desconcentração da indústria no país. Mostra, por exemplo, que a participação de São Paulo na produção brasileira caiu 7,7% em uma década e que aumentou a contribuição

8

do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste no mesmo período. Maior parque fabril do país, responsável por 31,3% de tudo que é produzido pela indústria brasileira, São Paulo, de acordo com o estudo, perdeu peso na composição do PIB industrial brasileiro, entre 2001 e 2011, na maior queda registrada entre os demais Estados e o Distrito Federal. Por outro lado, aponta o estudo

No estudo ‘Perfil da Indústria nos Estados’, CNI mostra aumento da participação do Norte no PIB do país

da CNI, aumentou a participação no PIB dos outros três Estados do Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo), e de outros localizados nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. A indústria desses Estados também contratou mais trabalhadores no período. Na análise da participação da indústria na geração de empregos, a região Sul assume a dianteira. De acordo com o estudo, de cada 100 empregos com carteira assinada em Santa Catarina, 36 foram do segmento. No Rio Grande do Sul, a indústria emprega 30% da mão de obra, e, no Paraná, 28%. Em seguida aparecem o Amazonas e São Paulo, onde as indústrias são responsáveis por 28% e 26% dos empregos formais, respectivamente. A região Norte, junto com o Nor-


ia brasileira

Antonio Silva destaca o fato de que o salário da indústra amazonense é um dos maiores do país

deste e o Centro-Oeste, foi a que teve a maior elevação na participação no emprego. Em Mato Grosso, onde as indústrias respondem por 22,2% do emprego com carteira assinada, o aumento foi de 6,3%. Rondônia, com 5,1% aparece em segundo lugar entre os Estados em que mais cresceu a participação do setor no total de empregados locais. Em seguida , vêm Pernambuco (4,1%), Goiás (4%) e Bahia (3,9%). O Pará é o Estado onde os produtos industrializados têm maior importância para compor o PIB estadual: 38,9% de toda a riqueza gerada no Estado vêm da indústria. Em seguida, aparecem Amazonas (34,8% do PIB) e Espírito Santo (31,1%). No outro extremo, vem o Distrito Federal: apenas 5,6% do PIB do DF vêm da indústria. No Norte e Nordeste, os produtos industrializados também têm peso maior no volume que é vendido para o exterior. Mais de 90% das exportações de Alagoas, de Sergipe, do Amazonas e de Pernambuco são de industrializados. Em São Paulo, os produtos industrializados respondem por 85,8% das exportações. No Rio de Janeiro, por 39,9%, e, em Minas Gerais, por 35,1%. De acordo com o estudo, o setor mais importante para as exportações industriais do Amazonas foi o de bebidas, que respondeu por 28,8% do total exportado em 2013. No geral, a indústria foi responsável por 93,7% das exportações efetuadas pelo Estado. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, o que chama atenção no estudo da CNI é o papel que a indústria representa para a economia amazonense, sendo o terceiro Estado com maior participação da indústria em seu PIB. Antonio Silva citou ainda o fato de que o salário médio da indústria do Amazonas foi o 4º maior no segmento em todo o país, na casa de R$ 1.975,00. “Também é relevante nosso percentual de industriários com pelo menos o ensino médio completo, 51,4%, que é superior à média nacional, de 48,7%”, disse Antonio Silva.•

Números AM Alguns resultados do estudo da CNI relacionados ao segmento industrial do Amazonas

R$19,3 bilhões foi o PIB industrial do Amazonas em 2012, o segundo maior da região Norte e o 12º do país

2% foi a participação do Amazonas no PIB industrial nacional em 2012.

36,7% foi a participação da indústria no PIB do Estado em 2012. É o terceiro estado com maior participação da indústria em seu PIB.

7,5% é a perda de participação da indústria no total do PIB do estado entre 2002 e 2012. No Brasil, a indústria perdeu 1,0 ponto percentual de participação no PIB no mesmo período

3.302 total de empresas industriais em 2013. O Amazonas responde por 0,6% do total de empresas que atuam no setor industrial do Brasil

9


Pequena Empresa

FabriQ recebe prêmio de Inovação

A

Com atuação na área de softwares e suporte de sistemas, a FabriQ venceu Prêmio Finep de Inovação 2014

empresa amazonense FabriQ recebeu o Prêmio Finep de Inovação 2014 - Categoria Pequena Empresa da Região Norte. A cerimônia de premiação dos projetos das cinco regiões brasileiras e do Distrito Federal aconteceu em 5 de novembro, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O Amazonas teve vencedores em outras duas categorias; Inovação Sustentável e Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT). Empresa integradora de Soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação, com atuação nas áreas de desenvolvimento de software, suporte de sistemas, educação e aceleração de startups, a FabriQ está há 12 anos no mercado e atende clientes em todo o Brasil em mais de 50 projetos de inovação desenvolvidos para indústria e governo. Com 561 inscrições de todo o país, em 2014, o Prêmio Finep de Inovação vai distribuir de R$ 100 mil a R$ 500 mil para os primeiros colocados regionais e nacionais de cada categoria, totalizando cerca de R$ 8 milhões em prêmios. Apenas 26 projetos foram contemplados com os prêmios regionais, sendo que os primeiros colocados ainda competem na final nacional. Sobre a FabriQ Empresa de onde saiu, em 2014, o Microindustrial do Ano, seu diretor executivo Fredson Andrade da Encarnação, eleito pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) e Centro

10

da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), a FabriQ tem entre seus principais produtos e serviços softwares especialistas nas áreas de gestão de qualidade e chão de fábrica, bem como softwares de acompanhamento e avaliação da gestão de projetos de inovação. De acordo com Fredson, a maior aposta que a empresa fez no último ano foi desenvolver startups com alto potencial de crescimento, sendo que no seu primeiro ciclo de aceleração está apoiando as startups Comic Bits, Efisis, Expertze, Griô, Praquerumo e Tánaobra, cujos resultados poderão ter abrangência nacional e internacional. Em sua trajetória, a FabriQ vem sendo apoiada por instituições como IEL/CNPq, CIDE/Suframa, Fapeam/SECTI/Finep, Fucapi, Sebrae e Ufam, em projetos para desenvolvimento de produtos, aumento da competitividade e diminuição de riscos associados às atividades de inovação. Além da FabriQ, detentora do Prêmio Finep 2014 na categoria Pequena Empresa, o Amazonas esteve representado na cerimônia de premiação pela Ecoete – Tecnologias de Preservação Ambiental, premiada na categoria Inovação Sustentável, e pela FPF Tech – Departamento de

Fredson Andrade da Encarnação recebe troféu das mãos de Fernando Ribeiro


Fredson Andrade da Encarnação, diretor da Fabriq, foi escolhido por FIEAM e CIEAM Microindustrial do Ano, em 2014

26

Número de projetos contemplados de todo o país com os prêmios regionais entregues em 5 de novembro pela Finep em várias categorias

P&D de Software e Hardware, na categoria ICT. O Prêmio O Prêmio Finep de Inovação foi criado em 1998 para reconhecer e divulgar esforços inovadores realizados por empresas, instituições sem fins lucrativos e pessoas físicas, desenvolvidos no Brasil e já inseridos no mercado interno ou externo, a fim de tornar o País competitivo e plenamente desenvolvido por meio da inovação.

As empresas, instituições e os inventores são aqueles que desenvolvem soluções em forma de produtos, processos, metodologias e/ou serviços novos ou modificados. O Prêmio Finep é o mais importante instrumento de estímulo e reconhecimento à inovação no País. Desde 1998, já premiou centenas de empresas, instituições e pessoas físicas, sendo responsável pela projeção dos contemplados não apenas no Brasil, como também no exterior. A cerimônia da premiação nacional deve acontecer em março de 2015. •

11


Tributos

Suframa mantém competência sobre PPB Representante da FIEAM no Conselho de Recursos Fiscais , articula defesa das prerrogativas da autarquia em relação ao Processo Produtivo Básico

A

Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) conseguiu, por meio do seu representante no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda (CARF/ MF), a rejeição da proposta de súmula que tiraria em definitivo da Suframa a competência de dar parecer sobre Processo Produtivo Básico (PPB) nos julgamentos administrativos fiscais. Com a súmula, a fiscalização e a decisão so- O advogado Jean Cleuter Mendonça é representante da FIEAM no CARF bre tributos federais na Zona Franca de Manaus passaria a ser de exclusiva competência do Ministério da Fazenda. Franca de Manaus. pode perder essa competência”, disse o Principal articulador da defesa das De acordo com o conselheiro Jean advogado, que atua na Quarta Câmara prerrogativas da Suframa, no julga- Cleuter, essa foi provavelmente a pri- da 3ª Seção de Julgamento do CARF. O mento, que aconteceu em 8 de dezem- meira vez em que o CARF tenta dis- que se queria no julgamento, segundo bro, o conselheiro Jean Cleuter Menpensar por súmula a ele, era julgar a proposta de súmula donça, representante da FIEAM, no competência técnica sobre o PPB o que tornaria dispensáCARF, disse que a própria indústria da Suframa em re- vel em definitivo ouvir a Suframa. Jean A própria perderia força com a revogação da lação ao PPB. Desde Cleuter recebeu do próprio presidenindústria medida que vincula a aprovação do perderia 2010, a Suframa faz te da FIEAM, Antonio Silva, o pedido PPB ao parecer da autarquia, fato força com a parte do Grupo Téc- para acompanhar de perto o julgamenque poderia gerar insegurança jurí- revogação nico Interministerial to da proposta de súmula pelo pleno do dica no Polo Industrial de Manaus. responsável por exa- CARF. da medida Instituído em dezembro de 1991, que vincula minar, emitir parecer Para Jean Cleuter, a Suframa sai foro PPB consiste em etapas fabris míni- a aprovação e propor a fixação, al- talecida do episódio. “Como cidadão mas que as empresas do PIM devem do PPB ao teração ou suspensão amazonense, eu sei da importância da cumprir para fabricar determinado parecer da de etapas dos PPBs. Zona Franca e da Suframa para o deproduto, e se tornou uma das contra- Suframa. “A Suframa é o senvolvimento da região e para a popartidas aos benefícios fiscais conceórgão especialista pulação do Estado do Amazonas”, disdidos pelo governo ao modelo Zona JEAN C.MENDONÇA nessas etapas. Não se o advogado.•

12


Exposição

Pedro da Costa explica projeto Lego Star no estande do Sistema FIEAM

Kelly Oliveira levou o filho Nícolas para a feira da SNCT

Novas tecnologias educacionais

O

s programas nas áreas de educação - básica, profissional e executiva - desenvolvidos pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas ganharam maior visibilidade na Semana Nacional de Ciências e Tecnologia (SNCT), realizada na primeira semana de novembro, no Clube do Trabalhador do Amazonas, no São José 1. No estande da entidade, também chamaram atenção os serviços oferecidos para elevar a produção e a competitividade da indústria amazonense. Ao todo, 44 organizações participaram do evento, inciativa coordenada no Amazonas pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-AM). O aluno da Rede SESI, Pedro da Costa, 16 anos, apresentou durante a semana as ideias do Projeto Robótica Lego, no qual professores e alunos utilizam peças da Lego no estudo da física. Pedro explicou que o projeto Lego Star, desenvolvido por alunos de até 16 anos do SESI Amazonas, busca formas de lidar com fenômenos da natureza,

Educação do Sistema FIEAM ganha vitrine especial na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia realizada em Manaus

como os deslizamentos de terra ocasionados pelas chuvas. O projeto desenvolvido apresenta três alternativas de prevenção a acidentes com deslizamentos: concretagem, escoamento da água e sensor de umidade. “As feiras de ciências, tecnologia e inovação são uma oportunidade para jovens e também para alunos mais velhos conhecerem algo que possa lhes abrir a visão do que serão no futuro. Sempre encontramos alguma coisa interessante que prende nossa atenção e nos faz pensar e sonhar lá na frente, em nossa profissão”, disse Pedro Costa. Assim também pensa a serviço gerais Kelly Oliveira, de 25 anos, que

levou o filho Nícolas, de 6 anos, para a feira e teve a oportunidade de saber como funciona o projeto Lego Star. “Tenho orgulho do meu filho, ele gosta de estudar, mesmo sendo tão pequeno. Acho importante mostrar pra ele as novas ciências e tecnologias que temos ou vamos ter. Os projetos e trabalhos desta feira são interessantes para todos e para mim também”, avaliou Kelly. Nícolas está no 2º período da educação infantil e ao ser perguntado se havia gostado de ir à Semana ele não pensou duas vezes: “gostei muito de ver várias coisas, mas esse robozinho aqui foi o que mais gostei e acho que vou ser engenheiro quando crescer para construir outros desses para salvar um monte de gente”. A expectativa dos organizadores da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia Secti foi de receber 10 mil pessoas no Clube do Trabalhador, prestigiando as diversas atividades voltadas à ciência, tecnologia e inovação ali realizadas.•

13


Workshop

Indústria contra o du CNI, MDIC e FIEAM promovem workshop para esclarecer a luta da indústria brasileira contra a prática do dumping

O

Brasil é o 4º colocado entre os países que mais iniciaram investigação antidumping desde 1995, quando a Organização Mundial do Comércio (OMC) foi fundada. Fica atrás apenas da Índia, Estados Unidos e União Europeia. No ano passado, como reflexo de mudanças na legislação brasileira para o setor, o país assumiu a dianteira nesse ranking, com 67 processos abertos. China e EUA são os países onde o Brasil tem as maiores demandas da prática de dumping. As informações foram passadas no workshop “A Indústria e as Investigações Antidumping”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM). Durante o evento, empresários do segmento industrial do Amazonas tiveram oportunidade de saber os caminhos para iniciar uma investigação antidumping e como identificar a prática, utilizada nas exportações. Descobriram que as medidas antidumping são um importante instrumento de defesa comercial cujo objetivo é a proteção da indústria doméstica contra a importação de produtos a preços inferiores aos normalmente praticados no mercado de origem. Ao abrir o workshop, o presidente da FIEAM, Antonio Silva, classificou o dumping como “uma prática desleal de alguns exportadores interessados em penetrar nos mercados mais cobiçados, como o brasileiro”. Segundo ele, as medidas antidumping têm como objetivo neutralizar os efeitos da-

14

O presidente da FIEAM, Antonio Silva, ao lado de Carlos Abijaodi, da CNI

nosos à indústria nacional. Um dos pontos altos do evento foi o lançamento da Cartilha Antidumping, pela CNI, como parte do esforço da entidade para divulgar junto ao segmento industrial brasileiro uma fonte de informação correta sobre o assunto. O Amazonas foi o terceiro Estado a receber a programação, depois de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. De acordo com o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, muitas empresas não conhecem esse instrumento ou não sabem como usá-lo, daí a preocupação de manter o diálogo com o setor sobre o assunto. Ele fez questão de salientar que as medidas antidumping são ferramentas de defesa comercial, que nada têm de protecionismo. Para o diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom), do MDIC, Marco Fonseca, a campanha antidumping ganhou fôlego extra no ano passado com a retoma-

Sebastião Guerreiro, da empresa Brasjuta

da das ações em maior número, graças às mudanças na legislação, que reduziram os prazos das investigações, passando de 18 meses para dez meses. “Essa atualização da legislação foi de


umping Sebastião Guerreiro (esquerda), Marco Fonseca e Alba Duarte durante o workshop

fundamental importância, pois as regras vigentes datavam de 1995 e já não vinham mais se mostrando à altura dos desafios do comércio internacional contemporâneo”, disse o diretor. Nas investigações antidumping, segundo Fonseca, o Decom faz O dumping um trabalho criterioso é uma que inclui a verificaprática ção in loco, na indús- desleal tria doméstica, mas vai de alguns também às empresas exportadores exportadoras, que rece- interessados bem um questionário em mercados composto de três dados cobiçados, principais: o valor nor- como o mal, praticado no mer- brasileiro cado interno, o preço de exportação e os custos ANTONIO SILVA de produção. Essas informações para fins de cálculo da margem de dumping são apresentadas num perío-

do de 12 meses, segundo ele. Em Manaus, os participantes do workshop tiveram a oportunidade de conhecer pelo menos dois casos de sucesso na aplicação de medidas antidumping, o do setor petroquímico, apresentado pela diretora da Braskem, Alba Duarte, e o da Brasjuta, pelo diretor da empresa, Sebastião Guerreiro. O setor de sacaria de juta do Amazonas e Pará conquistou direito antidumping contra as importações de juta da Índia e Bangladesh. Segundo Guerreiro, a indústria têxtil de beneficiamento da fibra natural da malva e da juta já teve momentos áureos e chegou a reunir mais de 40 empresas nos dois Estados, com uma produção de mais de 100 mil toneladas, e beneficiando 7.500 famílias. O pedido de investigação antidumping, segundo Guerreiro, começou em 1991, quando ocorreu uma importação de volume expressivo de sacos de juta, da ordem de 9 milhões de sacos. No caso foi aplicado o direito antidumping nas importações da Índia e Bangladesh. Apesar do final feliz, com medida antidumping aplicada em definitivo, Guerreiro disse que em 2011, o setor foi surpreendido por importações de sacaria em grande volume por uma empresa de Santa Catarina, que importou saco pronto num volume de 3 milhões de unidades com preço de dumping. “Nesse mesmo período ocorreu um aumento expressivo da importação de fios de juta simples que também tinham proteção, prejudicando as indústrias locais”, contou o empresário. De acordo com Alba Duarte, é muito

trabalhoso iniciar uma investigação antidumping, mas o resultado é compensador. “E o segredo desse trabalho é o engajamento de todo mundo entendendo que a aplicação do direito é de suma importância para manutenção do negócio”. Uma boa notícia para os importadores de produtos da China, o país com o maior número de casos de investigações antidumping abertas no Brasil, é que a partir de 2016, aquele país, de regime comunista, terá que adotar, por determinação da OMC, a economia de mercado. Na questão de preços internos, a China tem sido um capítulo à parte nos desafios próprios do comércio internacional.•

PRINCIPAL RAZÃO PARA CRIAÇÃO DA CARTILHA AD Direitos aplicados em relação ao número de investigações abertas PAÍS Estados Unidos

2008 - 2012 100%

Índia 89,2% China 79,2% Canadá 79,2% África do Sul

72,7%

Turquia

70,2%

Argentina 66,3% União Europeia

53,8%

México 53,3% Brasil 43,9% Rússia 36,4% FONTE: OMC


Educação

Laboratório Aberto é inaugurado na programação do Mundo SENAI

Docentes e técnicos recebem visitantes na 6ª edição do Mundo SENAI

Mundo SENAI de porta SENAI Amazonas promove a sexta edição do evento, com ações simultâneas em seis unidades do Estado

O

Laboratório Aberto, espaço dedicado ao micro e pequeno empreendedor amazonense, foi uma das novidades na sexta edição do Mundo SENAI, realizada em 17 de novembro, em seis unidades de educação profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Amazonas). Além das quatro escolas de Manaus, o evento foi realizado na escola do município de Parintins, a 369 quilômetros da capital, e no barco-escola Samaúma, aportado em Macapá, no Amapá. Palestras, mostras tecnológicas e minicursos fizeram parte da programação, que tem como objetivo abrir as portas da instituição para estudantes, comunidade e empresários. Instalado no segundo piso da Escola SENAI Antônio Simões, o Laboratório Aberto representa um novo conceito no relacionamento do SENAI com o setor

16

produtivo. Ali poderão ser desenvolvidos protótipos, capacitações, negociações, consultorias, orientação e ‘mentoria’ nos segmentos eletroeletrônico, construção civil, metalomecânico e panificação. “É um espaço onde forneceremos ferramentas para que ideias de empreendedores se concretizem. É importante que nosso cliente traga um conjunto de desafios para que juntos possamos viabilizar a construção de seu primeiro protótipo para atender a indústria”, explicou o diretor do Instituto SENAI de Inovação (ISI), José Casarini, ressaltando que o Laboratório Aberto dará oportunidade à abertura de novos negócios no mercado local. Empresário e estudantes O microempresário José Luis Brandão participou do Mundo SENAI, integrando a mesa redonda do lançamento do Laboratório Aberto. Brandão é membro da Associação de Jovens Empresários do Amazonas (AJE) e está na expectativa do novo serviço do SENAI para tornar sua empresa no ramo de locação de equipamentos para o setor produtivo da construção civil mais competitiva.

“Vim do comércio familiar e hoje sou empresário da construção civil. Como pequeno empreendedor preciso de apoio das instituições que ajudam a desenvolver novas empresas e produtos para serem lançadas no mercado competitivo. É sempre bom vir em instituições como o SENAI, pois encontramos suas portas abertas para iniciar parcerias e desenvolver projetos”, disse José Brandão. Durante aquele dia, das 8h30 às 17h, as seis unidades do SENAI Amazonas que participaram do Mundo SENAI apresentaram seus cursos, receberam visitação em laboratórios tecnológicos e de aprendizagem industrial, promoveram cursos e palestras para o publico visitante. Dentre as atividades realizadas, o grupo de docentes de panificação e confeitaria da Escola SENAI de Ações Móveis e Comunitárias desenvolveu miniaulas no segmento de alimentos, explicaram as atividades profissionais e fizeram sorteios de cestas de pães fabricados no Laboratório da instituição. Para o instrutor e coordenador da área de Alimentos, Francijander de Oliveira, a programação desperta o interesse do visitante nos diversos segmentos industriais, contribuindo para a escolha da profissão


Francijander e instrutores do SENAI entregam cesta de pães sorteada

as abertas

Laboratório Aberto é para desenvolvimento de protótipos para a indústria

O que oferecem as unidades participantes do Mundo SENAI Unidades

Áreas

Escola SENAI Antônio Simões Avenida Rodrigo Otávio, 2394 – Distrito Industrial

Eletroeletrônica, Automação, Informática, Refrigeração, Qualidade e Segurança Industrial, Meio Ambiente, Gás Natural e Telecomunicações.

Escola SENAI de Ações Móveis e Comunitárias - Av. Rodrigo Otávio, 2394 - Distrito Industrial

Mecânica Diesel, Panificação, Refrigeração e Confecção do Vestuário.

Escola SENAI Demóstenes Travessa – Avenida Rodrigo Otávio, 510 – Distrito Industrial

Construção Civil

Escola SENAI Waldemiro Lustoza - Avenida Carvalho Leal, 555 – Cachoeirinha

Metalmecân ica, Automotiva, Soldagem e Plástico

Centro Integrado de Educação SESI SENAI Padre Francisco Luppino – Estrada Paranapanema, s/n, Parintins

Informática, Costura, Alimentos, Motores a diesel e de popa, soldagem.

Barco-Escola Samaúma

Operador de Microcomputador, Instalador Elétrico Residencial, Instalador Hidráulico Residencial, Mecânico de Motocicletas, Mecânico de Motor de Popa, Mecânico de Motores Diesel, Padeiro, Pedreiro, Reparador de Condicionador de Ar, Higiene na Manipulação de Pescado.

O jovem empresário José Brandão prestigiou a programação do Mundo SENAI

dos jovens que chegam no SENAI. “São eventos como o Mundo SENAI que dão à sociedade oportunidade de conhecer o que realizamos dentro de nossa instituição, disseminando a educação profissional de excelência e serviços técnicos e tecnológicos direcionados às soluções e inovações para a indústria”, avalia Oliveira. A estudante Anny Costa, de 16 anos,

uma das sorteadas com uma cesta de pães, revelou que foi a primeira vez que percorreu áreas do SENAI, que não tinha nem ideia de que existiam, sendo todas tão próximas de onde estuda. A alimentação e outros segmentos como automação industrial

lhe chamaram mais atenção. “Gostei das novidades que pude ver no Mundo SENAI, mundo este do qual conhecia apenas uma parte e que agora vou procurar saber um pouco mais das áreas pelas quais me interessei”, disse Anny.•

17


Samaúma 2

Aula inaugural em Tefé

O

Barco-Escola SENAI Samaúma 2 realizou, em 11 de dezembro, no município de Tefé, a 575 quilômetros de Manaus, sua aula inaugural para cerca de 600 alunos inscritos nos 22 cursos oferecidos pela embarcação. A aula simbólica foi ministrada pelo gerente da Escola SENAI de Ações Móveis e Comunitárias, Teodório Filho, e contou com a presença da prefeita de Tefé em exercício, Gean Trindade, e da maioria dos alunos. Em sua primeira viagem de trabalho, o barco venceu a distância entre Manaus e Tefé, subindo o rio Solimões, no tempo de 72 horas, numa velocidade de 8 nós. O Samaúma 2 foi inaugurado oficialmente em fevereiro deste ano e, a partir de agora, cumpre programação de visitar pelo menos quatro municípios por ano. Em Tefé, o barco deve permanecer até fevereiro de 2015. A escolha do município de Tefé para a primeira atividade do Samaúma 2 não foi casual. De acordo com Teodório Filho, ali deu-se a inauguração do primeiro Samaúma, em fevereiro de 1979. Desde então, o SENAI Amazonas já certificou, por meio do barco-escola, mais de 52 mil alunos em municípios do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima. Até o dia da inauguração, a central de matrículas do Samaúma 2 já havia registrado cerca de 600 inscritos na programação de cursos para os próximos dois meses nos segmentos de informática, mecânica, construção civil, confecção do vestuário, alimentos e empreendedorismo, um cenário bem diferente de 35 anos atrás, quando o pioneiro Samaúma teve um pouco mais de

18 18

Inaugurado em fevereiro, o Samaúma2 deu início às suas atividades, em dezembro, no município de Tefé, Amazonas

100 inscritos para fazer os cursos nas áreas de mecânica, marcenaria e confecção. As aulas serão ministradas em oficinas embarcadas, como as de Tecnologia da Informação, Panificação e Confeitaria, e Mecânica de Manutenção Industrial a Diesel e de Popa, bem como desembarcadas, em ambientes oferecidos pela prefeitura local, para serem as aulas teóricas e práticas de pedreiro, eletricista, mecânico de motocicletas, costureira, entre outras. O gerente Teodório Filho ressalta que retornar ao município de Tefé após 35 anos para dar início às atividades do segundo barco-escola do SENAI é mais um marco histórico para a FIEAM, que reforça a sua missão de disseminar a educação profissional de excelência nos municípios da Amazônia. “Retornamos a Tefé com o Samaúma 2, fruto do vigor do barco pioneiro, o Samaúma, para começarmos uma nova história de sucesso de nossa instituição, unindo esforços ao Samaúma para atender, qualificar e melhorar a vida de muitas pessoas”, declarou Teodório. Para a prefeita de Tefé em exercício, a ação do SENAI de romper fronteiras com os barcos-escola é de grande importân-

Prefeita de Tefé em exercício, Gean Trindade

cia para a população dos municípios, que passa a ter acesso à formação profissional, oportunizando mais emprego e renda para jovens e adultos. “Os dois Samaúma chegam para qualificar e requalificar a nossa gente, esses que poucas chances têm de sair de seus municípios para aprender uma profissão. O SENAI semeia conhecimento com a tripulação dos dois barcos, dando oportunidade para que muitos alunos ingressem no mercado de trabalho de igual para igual com aquelas pessoas que vêm da capital”, disse Gean Trindade. O município de Tefé conta com cerca de 62 mil habitantes.•


Valdo Vasques, ex-aluno de 1979 que volta a estudar no Samaúma em 2015

Primeira turma

Instrutor Ernesto Freitas na primeira aula de manutenção industrial com o aluno Matheus Ribeiro

Manutenção industrial é uma novidade Uma das novidades na grade de cursos do Samaúma 2 é o de mecânica de manutenção industrial. A formação neste segmento profissional é uma das fortes demandas nos municípios atendidos pelo SENAI e que passa a ser atendida pela moderna estrutura do Samaúma 2. O instrutor de metalmecânica, Ernesto Freitas, ministrará o curso na oficina do próprio barco-escola, onde estão instalados equipamentos de mecânica industrial diesel e de popa. “Vamos qualificar profissionais para atuarem em suas cidades como mecânicos de manutenção industrial, criando maior competitividade e preços justos neste segmento, pois a realidade atual é a carência dessa mão de obra, e a pouca que existe

cobra elevados valores por seus serviços”, revelou o instrutor. O aluno Matheus Ribeiro, de 16 anos, pretende entrar no ramo de serviço de manutenção visando um futuro melhor. “Quero aprender a profissão de mecânico industrial para melhorar de vida e ajudar meus familiares”, vislumbrou o jovem. Para Samuel Neves, de 29 anos, a oportunidade de realizar dois cursos vai abrir as portas de emprego seguro em Tefé. “Acredito que os novos conhecimentos que vou adquirir vão melhorar meu curriculo e ampliar as oportunidades de ter uma profissão digna em minha cidade”, disse Samuel que se matriculou nos cursos de mecânico de popa e de gestão de resíduos sólidos.

Mudar a vida dos alunos, certificar trabalhadores para atuar em seus municípios contribuindo para a geração de novos postos de trabalho, empreendedorismo e sustentabilidade em cidades distantes das capitais da região Norte, essa é a missão do Programa Samaúma. Valdo Vasques é um dos ex-alunos da primeira turma do Samaúma, de 1979, em Tefé, quando o barco-escola deu início às suas atividades. Vasques concluiu o curso de torneiro mecânico e logo ingressou no mercado de trabalho. Com a chegada do Samaúma 2, Vasques não perdeu tempo e se inscreveu no curso de pedreiro para aprender a profissão e abrir seu próprio negócio. “No primeiro curso que fiz pelo SENAI no Samaúma não tinha noção daquilo que estava aprendendo, mas foi o início da minha carreira profissional em mecânica. Agora, após 35 anos, volto para aprender neste novo Samaúma. Vou fazer o curso de pedreiro, dando início à realização de mais este sonho de montar minha construtora e, no futuro, ter orgulho de falar para meus filhos e netos que minha motivação profissional veio navegando nos barcos Samaúma que me ensinaram a trabalhar e a ganhar dinheiro com minhas próprias mãos”, disse Valdo. Segundo o gerente Teodório Filho, de Tefé o Samaúma 2 deve seguir para Tapauá, no rio Purus, a 565 quilômetros de Manaus, onde permanecerá de março a maio de 2015, enquanto o Samaúma 1 permanece atuando em Macapá, capital do Amapá.

19


Confraternização

Os desafios da Indústria para 2015 A prorrogação do modelo Zona Franca de Manaus por mais 50 anos foi lembrada como um dos fatos que marcaram a economia local, em 2014, pelo empresário Antonio Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), na confraternização realizada em parceria com o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), em 18 de dezembro, no Clube do Trabalhador do Amazonas. “A prorrogação foi algo importantíssimo para nosso Estado, e pode ser, só depende de nós, um grande marco para um Amazonas melhor e mais justo”, disse Silva. Dentre os destaques de 2014, o presidente da FIEAM ressaltou o avanço dos estudos e prospecção de alternativas do polo mineral e do agronegócio, a realização da Copa do Mundo, e a inauguração, pela presidente Dilma Rousseff, da moderna unidade fluvial do SENAI Amazo-

Da esquerda, Wilson Périco, Isa Assef, Thomaz Nogueira, Antonio Silva e Augusto Igrejas

20 20

FIEAM e CIEAM fazem a tradicional confraternização e entregam placas de Destaque da Indústria a Isa Assef e Thomaz Nogueira

nas, o barco-escola Samaúma 2. “Os desafios para 2015 são grandes, a defesa do nosso modelo industrial de desenvolvimento do Norte do Brasil, o trabalho de atrair novos investimentos, e o desenvolvimento e aplicação de P&D continuam. Vamos também nos empenhar para diversificar a matriz do nosso parque, prospectando mais emprego e renda para a população. Com a ação dos dois barcos-escola Samaúma, as cidades banhadas pelos rios da Amazônia são contempladas ao levarmos o conheci-

mento e a cidadania ao nosso interiorano. E é assim que rogamos que 2015 possa representar para o Amazonas e para o Brasil, um renascimento, da esperança e da confiança do povo brasileiro”, disse Antonio Silva. Desenvolvimento Para o presidente do CIEAM, Wilson Périco, 2014 foi marcado por eventos que influenciaram a vida e os negócios no Amazonas, como a Copa do Mundo, as eleições e a prorrogação da ZFM. Périco também destacou a iniciativa do Sistema FIEAM no apoio ao desenvolvimento do Estado como um todo, em especial nos municípios amazonenses e de cidades circunvizinhas. “O barco-escola Samaúma 2 vem reforçar a educação itinerante na Amazônia, atendendo não só o nosso Amazonas, mas também o Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Pará. A unidade do


“As eleições já acabaram. Precisamos garantir que os interesses de nosso Estado e de nossa sociedade estejam acima dos interesses individuais e partidários, por isso clamamos a todos, deputados federais, senadores, ao nosso prefeito e ao nosso governador para trabalharmos juntos por um futuro melhor para nossa cidade e para nosso Estado”, disse Wilson Périco. O conselheiro da FIEAM, Moyses Israel, com Isa Assef e Antonio Silva, na confraternização

Homenagens

Antonio Silva e Wilson Périco entregam cheque simbólico à atleta Rafaela Barbosa

Como acontece todos os anos, FIEAM e CIEAM entregaram placas de “Destaque da Indústria Amazonense” a duas personalidades que contribuíram para o avanço produtivo, intelectual e social no Estado. Os homenageados foram a diretora-presidente da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), Isa Assef, e o ex-superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira. “Como destaques do ano, Isa e Thomaz recebem esse merecido reconhecimento da indústria. A competência de Isa na área de inovação tecnológica e pela virada da nossa Fucapi em crescimento e atendimento à indústria é referência não só para nós, mas para o Brasil. Thomaz é um herói, enfrentou a dura passagem à frente da Suframa e lutou sem tréguas em defesa do modelo Zona Franca de Manaus e pelo resgate de uma Suframa forte e representativa. Ambos estão de parabéns”, ressaltou Antonio Silva. Outra homenageada foi a judoca Rafaela Barbosa, vencedora da seletiva olímpica da categoria 52 quilos e única representante do norte do País na seleção brasileira de judô. A atleta tem grandes chances de ser a representante do Brasil na sua categoria, na Olimpíada do Rio 2016. “Desde seus 15 anos, a Rafaela é patrocinada pela FIEAM e CIEAM. Ela é fruto da persistência e perseverança de um grande homem, o professor Antonio Barbosa, seu pai. Esperamos vê-la em 2016, na Olimpíada, representado o esporte do Amazonas e a garra do nosso povo”, disse Silva.•

SESI e SENAI de Parintins também é ou- para sediar a Copa do Mundo. O País se tra ação importante para o interior, pois encheu de alegria, promessas de legatrata-se de uma escola com capacidade dos, como mobilidade urbana, hospitais, para qualificar mais de 1.200 alunos, aeroportos e portos. Mas, à exceção das dando novas perspectivas de emprego arenas e da alegria dos e qualidade de vida para esse municídias dos jogos, nada pio”, pontuou Périco. de legado nos foi deiOs desafios Com relação ao desempenho da xado”, comparou Pépara 2015 indústria amazonense, Wilson Périco são grandes. rico. foi cauteloso, lembrando que o resul- Vamos nos O presidente do tado não foi tão bom quanto 2013, com empenhar para CIEAM finalizou seu faturamento e geração de empregos diversificar discurso destacanabaixo das expectativas. do a importância da a matriz do “A prorrogação da ZFM em si não nosso parque, mobilização da classe nos dá garantia de crescimento ou prospectando produtiva e dos repreatração de investimentos. Prorrogação mais emprego sentantes políticos do sem equacionamento dos gargalos de e renda para Estado no empenho de infraestrutura me remete ao momen- a população desembaraçar e supeto em que tivemos a escolha do Brasil ANTONIO SILVA rar os novos desafios.

21


Imprensa

A banda Bee Gees Alive agitou a confraternização da FIEAM com a imprensa, no Clube do Trabalhador

Embalo de sábado à noite

A

Federação das Indústrias do Estado do Amazonas fez um autêntico ‘revival’ dos embalos de sábado à noite, com direito a banda cover oficial dos Bee Gees no Brasil, na tradicional confraternização de fim de ano com a imprensa de Manaus. À parte o balanço da indústria, com as projeções de faturamento, exportação e emprego no Polo Industrial de Manaus, em 2014 (leia na página 24), o ponto alto da festa foi a homenagem da FIEAM, ao som de ‘Staying’ Alive’, a dois ícones do jornalismo amazonense, Baby Rizzato e Dudu Monteiro de Paula. Pelo menos 400 profissionais de 30 veículos, entre jornais, TVs, rádios, portais, sites e blogs da internet, atenderam ao convite da Federação para participar da festa, um dos eventos mais importantes no calendário anual da FIEAM. Os homenageados Baby e Dudu tiveram os fatos mais marcantes de suas respectivas carreiras de mais de 40 anos narrados

22

Ao som dos Bee Gees, FIEAM promove tradicional jantar com a imprensa de Manaus e faz homenagem a jornalistas pelo próprio presidente da FIEAM, Antonio Silva. Silva reconheceu o feito de Baby Rizzato no comando do programa “Nosso Encontro”, transmitido ao vivo, aos sábados, na TV A Crítica (Rede Record), por 42 anos. “Mas, outro fator que pesa no reconhecimento dado a Baby vem da própria personalidade da apresentadora. Ao longo de quase 45 anos de carreira, Baby soube construir para si a imagem da profissional de palavra, de opinião, de falar o que dá na telha sem se importar com os ditames do politicamente corre-

to”, disse o empresário. Ao receber a placa em sua homenagem, Baby disse que só através de um amigo generoso poderia estar recebendo “um paparico” desses, e que dividia a honra com todos os colegas de profissão presentes. Baby lembrou as dificuldades que teve em casa, com a mãe, quando decidiu seguir a carreira de jornalista, como o pai, Herculano de Castro e Costa. “Eu fui com esse meu espírito de briga vencendo todas as barreiras que se colocavam em meu caminho porque minha mãe, mulher de um jornalista, sabia


Eduardo Monteiro de Paula, Norma Silva, Baby Rizzato e Antonio Silva na confraternização

das agruras dessa profissão”, contou Todos nós Baby emocionada. sabemos “Todos nós sabe- das alegrias mos das alegrias do do exercício exercício profissio- profissional, nal, mas sabemos mas sabemos também dos sacri- também dos fícios, dos sapos sacrifícios, dos incríveis que temos sapos incríveis que engolir, e da que temos dificuldade de bri- que engolir gar constantemente para que a gente BABY RIZZATO

possa exercer a liberdade de expressão porque sem ela não há jornalismo”, disse Baby. O segundo homenageado da noite, o jornalista Eduardo Monteiro de Paula, foi anunciado por Antonio Silva, como “um homem de sete instrumentos”, com atuações tanto na comunicação, quanto no esporte e na política. Silva lembrou que a paixão de Dudu pelo esporte veio dos pais, Edgar e Helena, e dos irmãos, e contou parte da história da família, que funcionava como um time completo de vôlei ou futsal. No jornalismo, Dudu começou na TV Amazonas, no início da década de 1970. Sua história de vida também é marcada pela colaboração com a Aclea, a Associação de Cronistas e Locutores Esportivos do Amazonas, da qual é presidente. Em seu discurso de agradecimento, Dudu disse que tem a sensação do dever cumprido. “Quando assumimos um papel como esse que é de informar sem

deformar, levar a informação ao povo da forma mais clara e positiva possível e, depois de tanto tempo ser homenageado por aquilo que você é e pelo que você gosta de fazer, é motivo de júbilo e de muita alegria. Estou extremamente feliz em ver que nossos companheiros reconheceram o esforço e o empenho que tenho neste trabalho e lógico que estamos em contínuo aprendizado, mas é sempre gratificante receber uma premiação”, disse o jornalista. Os cerca de 400 jornalistas convidados se deleitaram com os hits apresentados pelo Bee Gees Alive, principalmente com os sucessos do filme “Os Embalos de Sábado à Noite” (1977). A festa terminou com o tradicional sorteio de brindes, entre os quais, micro-ondas, refrigeradores, smartphones e passagens aéreas nacionais e internacionais.• (Veja mais sobre a confraternização na página 24)

23


Indústria aguarda medidas corretivas, diz Antonio Silva

Antonio Silva fez balanço de 2014 e deu a perspectiva da indústria para 2015 na confraternização

Agenda macroeconômica No balanço econômico de 2014, que fez aos jornalistas durante a confraternização, o presidente da FIEAM disse que o país terá que trabalhar uma ampla agenda macroeconômica, com o fortalecimento da indústria, incentivo às exportações e maior investimento em infraestrutura, entre outras prioridades, para voltar a crescer de forma sustentada em 2015. Na avaliação do desempenho do Polo Industrial de Manaus, Silva disse que provavelmente não alcançará os resultados de 2013. “Estimamos que o faturamento para este ano deva fechar em torno de US$ 37,27 bilhões, portanto, com uma queda de aproximadamente 3,5%”, disse. Segundo ele, dentre os subsetores que deverão apresentar variações positivas em relação ao ano passado, quando calculado em dólar, destacam-se o metalúrgico, com 6,5%, o mecânico, com 6,0%, termoplástico, com 4,8%, bens de informática, com 3%, relojoeiro, com 2%, e o químico, com 0,6%. As maiores perdas estarão concentradas, infelizmente, segundo o presidente da FIEAM, nos polos de duas rodas e eletroeletrônico, os subsetores de

24

maior representatividade no PIM. “São os mais desenvolvidos, de maior faturamento, maior capacidade produtiva e maior geração de emprego, então é de se imaginar que o desempenho fraco de um deles afeta de forma grave o resultado de todo o Parque Industrial do Estado”, disse Antonio Silva. A estimativa da FIEAM é que o faturamento dos subsetores de duas rodas e eletroeletrônico, em 2014, seja inferior ao de 2013, respectivamente, em 11,5% e 5%. Com relação à média anual de empregos no PIM, o presidente da FIEAM estimou uma redução de mais de 7 mil vagas, o que deve representar uma queda de cerca de 6% em relação à média do ano passado, ficando a média anual de empregos este ano em aproximadamente 119 mil vagas ocupadas. Para Antonio Silva, as exportações do Polo deverão apresentar uma queda em 2014 estimada em mais de 8%, totalizando perto de US$ 791 milhões. Quanto às importações, ele estima uma queda de aproximadamente 27% em relação a 2013, projetando-se um montante de US$ 11,8 bilhões de importação de componentes e insumos industriais.

As projeções para 2015, segundo Antonio Silva, são de um ano ainda com graves problemas econômicos para o país, pelo menos até o primeiro semestre. “A partir do segundo semestre, vislumbramos melhoras significativas, na expectativa de que medidas corretivas sejam adotadas na condução da política econômica, e que o mercado internacional apresente também recuperação mais consistente”, definiu. Silva considerou positiva, especialmente, para a Zona Franca de Manaus e para o Amazonas, a indicação do senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). “O ArmanNo que nos do (Monteiro) já foi presidente da CNI, é couber, conhecedor do nosso através da modelo de desenvolFederação e vimento e, por certo, com o apoio se constituirá num dos sindicatos aliado importante patronais filiados, vamos para vencermos os entraves que ainda envidar todos impedem o nosso os esforços crescimento”, disse. para defender os interesses Para Antonio da classe Silva, é fundamental produtora priorizar soluções que nos livrem dos ANTONIO SILVA gargalos da infraestrutura logística, através da ampla discussão de alternativas, para que sejam sanados ou diminuídos os obstáculos ao desenvolvimento do Estado. “No que nos couber, através da Federação e com o apoio dos sindicatos patronais filiados, estaremos envidando todos os esforços para defender os interesses da classe produtora, a fim de que o ano de 2015 seja de fato promissor, com crescimento dos investimentos, da produção e da geração de maior número de empregos no PIM, bem como em toda a indústria do Estado do Amazonas”.


SENAI

Inova Moda busca inspiração nos sabores SENAI e Sebrae lançam, em Manaus, a nova coleção do projeto Inova Moda e o Caderno de Inspirações Verão 2015/2016

A consultora do Cetiqt/SENAI, Cecília Souza Carvalho (ao lado); abaixo, a empresária individual, Emone Peccini, no lançamento do Caderno de Inspirações Verão 2015/2016

A

arte e a ciência do paladar, seguindo diferentes estilos de culinária, beleza e qualidade dos nutrientes serviram de inspiração para a nova coleção do projeto Inova Moda, apresentada no Da Vinci Hotel, junto com o lançamento, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Amazonas), do Caderno de Inspirações Verão 2015/2016. Ao apresentar as ações do 2º ciclo do projeto Inova Moda, a consultora de moda do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Cetiqt), do SENAI, Cecília Souza Carvalho, disse que o artesanato é um dos pontos fortes da coleção. “A inspiração veio da arte e da ciência, do gosto, do paladar, seguindo diferentes estilos de vida através da pesquisa de como os alimentos podem ser consumidos”, explicou. Um dos cases apresentados foi da coleção aplicada nas garrafas de Coca-Cola com estéticas diferenciadas, bem como nas cores do líquido, trazendo as regionalidades de sabor e estilo de culturas e tecidos em cada embalagem. A partir do estudo realizado por técnicos do SENAI, Sebrae e demais organizações do segmento da moda brasileira sobre o gosto, alimentos e culinária foram gerados três conceitos que nortearam a criação da coleção 2015/2016: temperos, comer com os olhos, e projeto verão.

Na avaliação da empreendedora individual Emone Peccini, o evento trouxe uma visão do mundo da moda e do que será usado em 2015. A empreendedora revela que são essas noções adiantadas que permitem ao empresário acompanhar a tendência do restante do país, adaptando a regionalidade do Norte do Brasil na moda. Durante dois dias, na última semana de novembro, o curso de ‘criativação’ e as oficinas de desenvolvimento de produtos, olhar da forma (modelagem), e ensaio de elaboração de ficha técnica para planejamento de produção foram realizados no SENAI do bairro Alvorada. Inova Moda O Inova Moda é uma iniciativa da parceria Sebrae-SENAI e coordenada pelo Cetiqt com o objetivo de desenvolver a moda nacional junto aos micro e pequenos empresários do segmento têxtil, confecção, calçados, acessórios e joias. O coordenador da área de confecção e moda do SENAI Amazonas, Vanderlucio Mota, explicou que os cadernos são

desenvolvidos para o verão e inverno, com a participação de pesquisadores da moda, design e tendência. Em outubro de 2014, Vanderlucio fez parte do grupo de pesquisadores do terceiro ciclo do projeto, previsto para ser lançado em meados de fevereiro e março de 2015.•

25


Programa

Priscila e Robson acompanham a filha Pietra, de 6 anos, na Mostra do SESI

Coreografia Dançando no Rio, da professora Rafaela Oliveira, destaque da mostra

SESI mostra suas danças no Clube Pelo menos 30 coreografias foram apresentadas na oitava edição do Núcleo SESI de Dança, no Clube do Trabalhador

U

m público de 900 pessoas compareceu ao Clube do Trabalhador, no último fim de semana de novembro para acompanhar as apresentações da VIII Mostra Núcleo de Dança do Serviço Social da Indústria (SESI Amazonas). Pelo menos 30 coreografias dos gêneros clássico, moderno e contemporâneo, foram apresentadas por alunos do Núcleo SESI de Dança e por seis grupos convidados. Entre os convidados, estava o grupo do Programa SESI Atleta do Futuro, que reúne alunos de 5 a 18 anos da Escola Estadual Myrthes Trigueiro, no Coroado. O programa utiliza a atividade física para promover a educação e a inclusão social de crianças e adolescentes oriundos de famílias de baixa renda. Alunos do SAF apresentaram as

26

Terceira idade em apresentação solo Dançando na Chuva, com a dançarina Glicéria Faria

coreografias “Dança das Flores”, “Folhas da Amazônia”, “Bailarinas” e “Dançando o destino”. “A mostra é o resultado de um trabalho realizado anualmente pelo SESI Amazonas, no qual é apresentada aos pais, responsáveis e aos próprios bailarinos a importância da dança para o desenvolvimento do corpo e da mente”, disse a professora de balé do SESI/AM, Rafaela Oliveira. Coreografias, como “Dançando na Chuva”, “Oncinhas” e “Dança do Ventre” foram destaques do primeiro dia. A coreo-

grafia “Pássaros” contou com a participação da aluna do curso de balé do SESI Amazonas, Pietra Simplício Pereira, de 6 anos, filha do industriário da empresa Musashi da Amazônia, Robson Lopes, 24 anos, e da dona de casa, Priscila Simplício, 24 anos. “Estamos aqui para incentivar a cultura e acompanhar o sonho da nossa filha, além de ocupar a mente dela com uma dança que exige técnica, atenção e muita dedicação”, disse a mãe. As apresentações tiveram grande impacto, principalmente para os pais presentes, como a professora de educação infantil, Franciane Ferreira, 34 anos, e o marido, o Policial Militar, Antônio Carlos Maciel, 31 anos, que acompanharam pela segunda vez a apresentação da filha, a aluna de balé Poliana Ferreira Maciel, 4 anos, que participou da coreografia “Dançando no Rio”, com acompanhamento da professora Rafaela. “Para mim, como mãe, é muito emocionante porque não é o meu sonho, é a realização do sonho dela. A dança é importante, pois desenvolve várias habilidades, principalmente a coordenação motora. E para nós, pais, esse momento é prazeroso por compartilharmos com a família e amigos”, disse a mãe emocionada. O Grupo da 3ª Idade do SESI Amazonas, mais uma vez, brilhou na mostra, com apresentação da coreografia coletiva “Os Marinheiros” e do solo “Dançando na Chuva”, com a dançarina Glicéria Faria. O grupo é ensaiado pela professora Sarah Masulo. A VIII mostra teve ainda como convidados o Centro de Artes da Universidade do Estado do Amazonas, a Cia de Dança do Ventre Nawaar, Grupo Miscigenação Amazônica e a Companhia de Dança Luna.•


27



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.